Apontamentos de Gestao Financeira PDF
Apontamentos de Gestao Financeira PDF
Apontamentos de Gestao Financeira PDF
1. Introdução
As primeiras são as mais importantes pois é a esse nível que as empresas podem criar
ou destruir o valor. O gestor financeiro deve fornecer os instrumentos de avaliação das
decisões de investimento, tanto para a tomada de decisão interna como para a
apresentação de propostas junto dos potenciais financiadores.
Uma empresa é uma unidade de meios humanos, técnicos e financeiros que, actuando
segundo imperativos decorrentes das leis do mercado, tem por objectivos, através da
produção e venda de bens e serviços satisfazer necessidades de todos os stakeholders.
Sendo a empresa uma unidade organizada, cada uma pode ter a sua própria estrutura
de funções. A estrutura depende do tipo de actividade, dimensão da empresa e a
natureza dos constrangimentos internos e externos que condicionam o seu
funcionamento.
1
A função pessoal integra todas as tarefas relacionadas com o melhor aproveitamento
da energia humana, satisfação das aspirações dos trabalhadores, a sua motivação e o
cumprimento das normas legais e contratuais aplicáveis.
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Por outras palavras, é através da função financeira que se asseguram à empresa, de
forma racional, os meios que lhe garantem a subsistência dos outros meios
necessários a consecução dos seus objectivos.
A Gestão Financeira caberá a gestão das tarefas que integram a função financeira
nomeadamente:
Analise dos documentos financeiros mais importantes;
Planeamento financeiro a longo, médio e curto prazo;
Estudo das decisões de investimento em capital fixo e em capital circulante
permanente e selecção das respectivas fontes de financiamento;
Gestão da tesouraria – decisões financeiras de curto prazo;
Negociações de financiamentos;
Estudo das políticas de distribuição de resultados;
Gestão da carteira de títulos;
Controlo das rendibilidades de todas as aplicações efectuadas na empresa;
Controlo do equilíbrio financeiros estrutural.
Qual é a sua aptidão para segregar valor ou rendimento, para dar satisfação
adequada a todos os que nela participam, e, ao mesmo tempo, assegurar a sua
permanência no mercado e a expansão da actividade e;
A intensidade com que se deve estudar cada um dos aspectos relacionados com as
questões fundamentais indicadas depende da perspectiva em que se encontra o
analista, ou seja, dos objectivos que tem em vista e da sua importância relativa.
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Conceitos Fundamentais
De realçar já aqui dois conceitos fundamentais, e que são o de capital próprio e capital
alheio.
1A distinção entre sócios e accionistas é de carácter meramente jurídico. Em ambos os casos estamos a referirmo-nos
aos proprietários da empresa. Só que estes são designados por sócios no caso de a empresa assumir a forma jurídica de
uma sociedade por quotas, e por accionistas caso a sociedade se constitua sob forma de sociedade anónima. Assim
utilizaremos estes termos indiferentemente para designar os proprietários da empresa.
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GESTÃO FINANCEIRA E O PAPEL DO GESTOR FINANCEIRO
Porém não é indiferente para à empresa os capitais que utiliza serem próprios ou
alheios, pois o seu grau de exigibilidade é diferente. Não só os capitais alheios têm
geralmente que ser redimidos num determinado prazo, como, geralmente, implicam o
pagamento, por parte da empresa ao seu credor, de uma remuneração – juro – que é
independente dos seus resultados económicos. Pelo contrário os capitais próprios da
empresa são apenas exigíveis pelos sócios em circunstâncias especiais e de acordo com
a imposição legal de que apenas poderão ser entregues quando isso não afectar a
estabilidade da empresa. Para além deste aspecto, também a sua remuneração
depende dos resultados que a empresa venha a registar, pelo que a sua remuneração é
função desses resultados e não separável destes.
Como regra, a empresa não deverá financiar nenhum activo cuja liquidez seja inferior
ao prazo de exigibilidade dos fundos utilizados para financiar.
Há, porém, que distinguir esse papel de regulação a dois níveis – curto prazo e médio
prazo e longo prazo.
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processo deverá ainda ser o mais económico possível, isto é dar lugar ao menor
pagamento (ou maior recebimento) de juros.
Coordenação e Controle
O gestor financeiro deve interagir com outras áreas a fim de garantir que a empresa
seja operada da forma mais eficiente possível. Todas as decisões empresariais têm
implicações financeiras e todos os gestores – financeiros ou não – devem tomar em
consideração este aspecto.
Em suma, os gestores financeiros decidem que activos devem ser adquiridos, como
esses activos devem ser financiados e como devem ser geridos, ou seja, compete ao
gestor financeiro a negociação permanente com o meio envolvente da empresa,
nomeadamente a nível dos mercados financeiros, a fim de obter (ou aplicar) da melhor
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forma os meios financeiros em falta (ou excesso) resultados do ciclo de actividade
corrente da empresa e da renovação do seu aparelho produtivo - investimento (ou
desinvestimento).
A nível transaccional, há que conhecer as entidades que são potencialmente origem (ou
destino) de recursos financeiros necessários (ou excedentários) para o seu ciclo
produtivo.
3 Diz-se que uma entidade é insolvente se é incapaz de fazer face às suas obrigações financeiras para com terceiro, ou, em
termos práticos, quando é obrigar a cessar pagamentos, em virtude de não dispor de meios líquidos para o fazer e ser
incapaz de os obter no mercado.
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Para além dos tradicionais stakeholders a nível financeiro – sócios e bancos – a que a
empresa podia aceder directamente ou através do mercado de capitais, existem hoje
em dia muitas outras entidades que são potenciais origens de fundos. Assim, o seu
conhecimento tornou-se indispensável para a definição da estratégia financeira da
empresa. Analisaremos esta questão quando abordarmos a estratégia financeira da
empresa.
Mas, para além desta necessidade, que podemos considerar recente, de auscultação
constante da envolvente transaccional dada a sua mutabilidade, a aquisição de
recursos financeiros da empresa é particularmente sensível às condições prevalecentes
a nível da envolvente contextual.
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negocial conducente à aquisição de recursos para em seguida proceder à quantificação
dos fluxos financeiros estimados e dela decorrentes. Finalmente há que montar o
sistema de acompanhamento e, em consequência, a tomada de medidas correctivas em
tempo útil.
Passemos agora a analisar cada uma destas fases, com a preocupação de, sempre que
possível, enquadrar a análise no contexto moçambicano.
Por estudo das fontes de financiamento entende-se o levantamento das entidades e das
formas através das quais a empresa pode obter recursos financeiros adicionais.
Há, primeiro que tudo, que distinguir entre fontes de financiamento junto das quais a
empresa pode obter capitais próprios e aqueles que colocam capitais alheios à sua
disposição.
Em primeira análise a fonte natural de novos capitais próprios são os actuais sócios da
empresa. Geralmente é a estes que a empresa se dirige em primeiro lugar quando
pretende aumentar o seu nível de capitais próprios. É, aliás, a estes que cabe sempre,
do ponto de vista legal, a decisão final sobre o aumento de capitais próprios.
Os sócios podem, pois, decidir suprir a necessidade de capitais próprios sentida pela
empresa, sem recurso ao exterior, ainda que não mantenham as suas posições
relativas.
Caso se opte pelo recurso a novos sócios há que decidir se esses novos sócios vão ser
seleccionados ou pelo contrário se o aumento de capital é "aberto ao público", ou seja é
dada a possibilidade a qualquer aforrador, ou pelo menos aos aforradores ou entidades
com certas características, de livremente subscreverem o aumento de capital.
Assim, para além do contacto directo com investidores que podem ter um interesse
particular em tornarem-se sócios da empresa, por exemplo clientes, fornecedores ou
concorrentes cuja estratégia de desenvolvimento possa passar por um investimento
financeiro estratégico no capital da empresa, é usual contactar os chamados
investidores institucionais.
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Investidores institucionais são sociedades cuja actividade principal é a aplicação de
capitais a título de empréstimo ou de tomada de participações sociais em empresas.
Abrangem-se igualmente nesta designação outras entidades, como as seguradoras,
que, não tendo aquela por actividade principal, a desempenham de forma habitual
como forma de aplicação sistemática dos capitais que os sócios ou clientes colocam à
sua disposição.
Caso a empresa se decida por "abrir o capital ao público"4 terá de obedecer a certas
formalidades legais. Nomeadamente apenas o podem fazer as sociedades anónimas,
além de que esse aumento de capital terá de ser aprovado pelas autoridades
competentes.
4 Neste caso diz-se que a empresa recorre directamente ao mercado de capitais, na medida em que se apresenta como
tomador de fundos junto dos investidores anónimos que constituem a procura nesse mercado.
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No segundo caso estamo-nos a referir genericamente a todas as outras entidades que
estão dispostas a emprestar dinheiro à empresa a troco de uma remuneração directa –
juro – ou em casos excepcionais de outro tipo de benefícios5.
Mais uma vez teremos aqui a hipótese de abordagem directa, personalizada, aos
potenciais mutuários, ou totalmente indirecta, recorrendo ao mercado de capitais, ou
ainda a possibilidade de optar por uma solução intermédia.
Até agora referimo-nos à forma como a empresa obtém fundos junto de terceiros
oferecendo em contrapartidas uma remuneração a título de juro ou de potencial
distribuição de lucros.
Há porém duas outras fontes de capitais próprios, a saber: os resultados líquidos não
distribuídos pela empresa aos seus sócios, e os subsídios a fundo perdido. No primeiro
caso referimo-nos a uma fonte de capital próprio que em tudo se assemelha a um
aumento de capital próprio como os que anteriormente focamos e em que não existe
alteração na estrutura societária. Na prática, podemos encarar os lucros retidos na
sociedade como uma decisão tomada pelos sócios de aumentarem o capital próprio da
sociedade nesse mesmo montante.
No caso dos subsídios estamos perante uma fonte excepcional de capitais próprios,
que, no entanto, pela sua relevância actual merece ser tida em conta.
Referimo-nos aqui, e apenas, aos subsídios atribuídos e pagos pelo Estado, ou outra
instância pública, a uma empresa sem ter por fim subsidiar a sua actividade corrente 6.
5É exemplo o caso de empréstimos sem juro feitos pelos sócios à empresa em que o objectivo pretendido é criar
condições para uma maior rendibilidade da empresa que irá por sua vez reverter em benefício dos seus proprietários.
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Para terminar menciona-se apenas que existem ainda outras formas de financiamento
possíveis, de que são exemplos os fundos consignados, já permitidos em Moçambique,
ou o "papel comercial" ainda não autorizado entre nós e ainda títulos híbridos como
os títulos de participação, que aqui não abordaremos por constituírem já instrumentos
financeiros menos habituais que não se enquadram no nível genérico e introdutório a
que é nosso propósito situarmo-nos.
O Custo do Dinheiro
O Capital em uma economia livre é alocado por meio de um sistema de preço. A taxa
de juro é o preço pago para tomar capitais de empréstimo, enquanto, no caso do capital
social, os investidores esperam receber dividendos e ganhos de capital.
a) Oportunidades de produção
São os retornos disponíveis em uma economia a partir dos investimentos em activos
produtivos (geradores de caixa).
c) Risco
No contexto de mercado financeiro, é a possibilidade de um empréstimo não ser pago
conforme prometido.
d) Inflação
É a tendência dos preços de aumentar com o passar do tempo.
6 Não estamos, portanto, a considerar os chamados, "subsídios à exploração" que, na prática, traduzem-se geralmente por
o Estado assumir uma parte do que deveria ser o preço efectivo do output da empresa e que só não o é por razões que
tem a ver com a própria política económica ou social implementada pelo Governo.
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níveis de juros oferecidos pelos produtores. Taxas mais altas de risco e de inflação
também levam a taxas de juro mais altas.
O capital é alocado entre os tomadores por meio das taxas de juro. As empresas com
oportunidades de investimentos mais lucrativas estão dispostas a pagar mais pelo
capital e tem capacidade para isso, de forma que tendem a atrai-lo, em detrimento de
empresas ineficientes ou daquelas cujos produtos não estejam em demanda.
Há um preço para cada tipo de capital, e esses preços variam com o passar do tempo,
há medida que ocorrem mudanças nas condições de oferta e demanda. Observe que as
taxas de juro de curto prazo são especialmente susceptíveis à elevação durante os
booms, passando a cair durante as recessões. (As áreas sombreadas do gráfico
indicam recessões). Quando a economia está se expandindo, as empresas necessitam
de capital, e essa demanda de capital eleva as taxas. Da mesma forma, as pressões
inflacionárias são mais fortes durante os booms económicos e isso também exerce uma
pressão de alta sobre as taxas.
Em geral, a taxa de juro cotada (nominal) sobre uma dívida, K, é composta de uma
taxa real de juro livre de risco, K*, mais vários prémios que reflectem a inflação o factor
risco da dívida e a negociabilidade no mercado (ou liquidez). Essa relação pode ser
expressa como segue:
Em que:
K = Taxa de juro nominal de dívida ou título específico;
K* = A taxa de juro real livre de risco é a taxa que existiria em um título sem risco e
com expectativa de inflação zero;
KSR = A taxa de juro nominal livre de risco. Esta é taxa de juro nominal sobre um título
de Tesouro.
KSR = K* + PI
PI = Prémio de Inflação.
PL= Prémio de liquidez. Este é um prémio cobrado pelos emprestadores para reflectir o
facto de que alguns títulos não podem ser reflectidos em dinheiro em curto espaço de
tempo a um preço ― razoável‖
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PRV= Prémio de risco de vencimento. Os títulos de longo são expostos a um risco
significativo de declínio de preços e um prémio de risco de vencimento é cobrado pelos
credores para reflectir esse risco.
A taxa de juro real livre, k*, é definida como a taxa de juro que existiria em um título
livre de risco, se não se esperasse inflação, e pode ser considerada a taxa de juro que
existiria em títulos de curto prazo do Tesouro isento de inflação. A taxa de juro livre
não é estática e ela muda com o passar do tempo, dependendo das condições
económicas, especialmente:
A taxa de juro nominal livre de risco, ou cotada, kSR, é a verdadeira taxa real livre
de risco mais um prémio pela inflação esperada: kSR = k* + PI, Para ser estritamente
correcto, a taxa livre de risco significaria uma taxa de juro sobre um título totalmente
sem risco, que não tivesse risco de reembolso, de vencimento, liquidez ou de perda se a
inflação subisse.
A inflação exerce grande impacto sobre as taxas de juro porque reduz o poder de
compra da moeda e reduz a taxa real de retorno sobre os investimentos. Prémio de
inflação (PI) é um prémio pela inflação esperada que os investidores acrescentam a
taxa do retorno real letra risco. Os investidores estão bem cientes disso, de forma que,
quando emprestam dinheiro, eles incluem um prémio de inflação (PI) igual a taxa de
inflação, esperada no decorrer da vida do título.
É importante notar que a taxa de inflação inserida nas taxas de juro é a taxa de
inflação esperada no futuro, não a taxa experimentada no passado. Assim, os últimos
valores divulgados poderiam mostrar uma taxa de inflação anual, mas isso para um
período passado.
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divulgada para o mês anterior aumentou, as pessoas tenderão a elevar suas
expectativas de inflação futura, e essa mudança nas expectativas causaria um
aumento nas taxas de juro.
Macroeconomia
Microeconomia
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Operando no ―campo económico‖ criado por tais instituições, o Gestor Financeiro vale-
se das teorias macroeconómicas de operação da firma e maximização do lucro para
desenvolver um plano que seja bem sucedido. Precisa enfrentar, não só, outros
concorrentes no seu sector, mas também as condições económicas vigentes.
Tratamento de Fundos
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Perspectiva Contabilística Perspectiva Financeira
Demonstração de Resultados Demonstração de Fluxos de Caixa
Vendas $ 100.000 Entradas de caixa 0
Despesas $ 80.000 Saídas de Caixa $ 80.000
Lucro líquido $ 20.000 Fluxo líq. De Caixa ($ 80.000)
Tomada de decisão
Obviamente, isto não quer dizer que os contabilistas jamais tomem decisões e que os
Administradores financeiros jamais colectam dados, mas a ênfase básica da
contabilidade e da Gestão Financeira é sobre as funções que indicamos.
Balanço de Gestão
O balanço até agora tem sido encarado como um documento que figura, por um lado
os bens e direitos pertencentes a empresa (activo), por outro lado, o montante das
dívidas pelas quais deve responder (passivo) e por fim a diferença entre ambos
(situação líquida).
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Numa outra óptica o primeiro membro do balanço engloba todas as rubricas em que a
empresa investiu os fundos postos a sua disposição (aplicações) e no segundo membro
incluem-se todas as rubricas que representam as origens ou fontes donde procederam
esses fundos.
Demonstração de Resultados
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A demonstração de resultados é um documento que serve de base para o estudo da
situação económica e financeira.
As contas de resultados são muitas vezes apresentadas de forma muito sucinta ou sem
possibilidade de construção da respectiva conta de exploração expurgada dos custos e
proveitos alheios á mesma.
A arrumação das suas rubricas deve ser feita por forma a melhor evidenciar as
estruturas dos custos e proveitos, a formação dos resultados e as diversas margens,
sempre que possível por actividades, ou pelo menos separando as verbas que se
referem a exploração propriamente dita, das restantes que vão directamente a ganhos
e perdas.
Diz respeito a um quadro de informação financeira mas com maior dinamismo que o
balanço, na medida em que os valores que engloba correspondem a um período ou
intervalo de tempo e não apenas a uma data precisa.
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Está, actualmente, a iniciar-se o costume de se publicarem juntamente com os
balanços e as contas de resultados.
E com base nos valores assim obtidos que se elabora então o MOAF, em seguida
analisam-se as principais fontes e aplicações de fundos. Entre as fontes de liquidez,
haverá que distinguir as fontes internas e as fontes externas.
É usual distinguir entre variações de fundos circulantes (valores activos e passivos que
não tem carácter de permanência ex.: dívidas a curto prazo, disponibilidades e
existências) das restantes origens e aplicações.
Demonstração das variações dos fundos circulantes
1. Aumentos de 1. Diminuição de
existências Existências
2. Aumento de dívidas de 2. Diminuição de dívidas
terceiros a C.P. de terceiros a C.P
3. Aumento das disponib. 3. Diminuição das
Disponib.
Uma vez que se está a trabalhar com valores obtidos de saldos, não se pode afirmar,
com propriedade, que esta ou aquela fonte de liquidez foi utilizada nesta ou naquela
aplicação, a não ser que esteja na fonte de informações precisas, obtidas junto da
empresa sobre a afectação de capitais.
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Modelo do mapa de origens e aplicações de fundos
Origem de fundos Aplicação de fundos
Internas Distribuições
Resultado líquidos x Dividendos pagos x
Amortizações e reint. do
exercício x Reduções da situação líquida
Variação das provisões x x Resultados líquidos (prejuízo) x
Externas Reduções de capital x x
Aumentos da situação Movimentos financeiros a
líquida MLP
Aumentos do capital social x Imobilizações financeiras x
aumento de reservas
especiais x Redução de débitos a MLP x
Cobertura de prejuízos x x Aumento de créditos a MLP x x
Movimentos financeiros a
MLP Investimentos
Trabalho para a própria
Imobilizações financeiras x empresa x
Aumento de débitos a MLP x x Aquisição do imobilizado x x
Aumento dos fundos
Desinvestimentos circulantes x
Cessão de imobilizações x
Redução de fundos
circulantes x
XX XX
A análise financeira tem por objectivo determinar até que ponto os meios financeiros
utilizados permite à empresa salvaguardar a sua estabilidade e fazer face aos
compromissos à medida que forem vencendo.
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e) Mapa de Origem e Aplicação de Fundos (MOAF)
Origens de Fundos
1. Fundo Gerados Pelas Operações (FGO = RL+AR+PR-Mais Valias+Menos Valias);
2. Diminuições do activo circulante não disponível
3. Aumento do exigível
4. Aumento do capital social ou venda de acções
5. Valor de venda de activos fixos
Aplicações de Fundos
1. Aumento do activo circulante não disponível
2. Diminuição do exigível a curto, médio e longo prazo
3. Compra de activos fixos
4. Dividendos
Valores em contos
Descrição Ano 1 Ano 2
Activo
Caixa 4.679 5.433
Devedores 10.896 13.296
Antecipações activas 426 389
Existências 34.928 33.142
Meios Imobilizados
Terrenos 10.485 11.895
...……Construções 22.946 22.377
……...Equipamentos 32.384 31.010
………Imobilizações financeiras 3.968 3.472
………Patentes 4.189 1.868
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Total 124.901 122.882
Passivo
Exigível de curto prazo
Credores diversos 25.986 26.367
Letras a pagar 5.000 4.000
Antecipações passivas 5.187 6.125
…...Outros passivos de curto prazo 1.643 1.439
Exigível de M/L prazos
……Empréstimo obrigacionista 20.000 5.000
Fundos Próprios
……Capital social 50.000 60.000
…….L/Prejuízos acumulados 17.085 19.951
Total 124.901 122.882
Mapa de resultados
Valores em contos
Descrição Ano 1
Vendas 130.496
Custos operacionais (107.877)
Perdas na venda de activos fixos (1.849)
Abate de patentes (2.000)
Lucro na venda das imobilizações financeiras 594
Imposto s/ rendimento (11.000)
Resultados líquidos 8.364
Notas:
a) Os custos operacionais incluem as seguintes amortizações:
De construções 569
De equipamentos 5.832
De patentes 321
b) Uma patente avaliada em 2.000 contos foi retirada durante o exercício por não
corresponder aos novos desenvolvimentos.
c) O equipamento com valor contabilístico de 5.982 foi vendido por 4.133.
d) As imobilizações financeiras com valor contabilístico de 496 foram vendidas por 1.090
Pretende-se:
1. MOAF
2. Comentários
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Resolução
Origens Aplicações
FGO 18.341 Aumento do activo 2.400
circulante não disponível
Diminuição do activo 1.823 Diminuição do exigível 16.204
circulante não disponível
Aumento do exigível 1.319 Dividendos 5.498
Aumento do capital 10.000 Compra de AF 11.850
social
Venda de activos fixos 5.223 Variação do disponível 754
Total 36.706 Total 36.706
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Desvantagens da utilização dos rácios
Rácios financeiros
Rácios Económicos
Depreciações
O custo das amortizações não deve apenas onerar os resultados obtidos num único
exercício, mas sim onerar os resultados em que esse activo vai funcionar.
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Efeito das Depreciações nos Impostos
Quanto maior forem as depreciações menor será o imposto e o imposto será menor
quanto menor forem os lucros gerados no exercício.
Se as empresas não praticarem as amortizações, estas a médio e longo prazo irão ficar
descapitalizadas, por conseguinte, perdem a capacidade de autofinanciamento e
correm o risco de não poderem repor o bem no final da sua vida útil.
Exemplo
O activo fixo tem uma vida útil de 4 anos. A empresa prevê pagar de dividendos 50%
dos Resultados líquidos.
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Hipótese 2 – Praticando amortizações
RAJIAR 50.000
AR 25.000
RAI 25.000
ISRE 9.000
RL 16.000
Dividendos 8.000
LR 8.000
AC = 100+(8*4+25*4)=232
LR = 8*4=32
Balanço final
AC 232 CS 200
AF 0 LR 32
Total 232 Total 232
Cash Flow – é o resultado dos fluxos de caixa de entrada e saídas de dinheiro, como
consequência das actividades da empresa.
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O cash flow é a diferença entre os cash in flows e cash out flows. Este indicador pode
ser calculado usando duas formas (no pressuposto de que tudo é recebido e tudo é
pago no exercício a que diz respeito):
Via Financeira
Cash Flow = vendas – custos operacionais desembolsáveis – juros– impostos
Via Contabilística
Cash flow = Resultados Líquidos + Amortizações + Provisões +Menos valia – Mais
valias
Conceito de Rendibilidade
Por Rendibilidade entende-se a taxa com que a empresa remunera os capitais postos à
sua disposição. Ela exprime um valor relativo, seja qual for o indicador utilizado para a
sua quantificação, como resultado de duas grandezas.
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Interessa apenas, na determinação do rácio, considerar os capitais próprios
responsáveis pelo resultado do exercício obtido, deduzido dos impostos sobre lucros,
ou provisão criada para o efeito (lucro liquido).
A rendibilidade dos capitais próprios é, também conhecida por return on equity e pode
desdobrar-se em:
Onde;
RL – Resultados líquidos
AT – Activo total
CP - Capitais próprios
AT/CP = 1 + PT/CP
Este rácio mede a eficácia com que a empresa utiliza os capitais dos sócios (ou
accionistas). Assim, os sócios, para avaliar a aplicação dos capitais terão que levar em
conta esta taxa de remuneração. Quanto maior for o valor deste rácio mais atraente é a
empresa para novos investidores e melhor é a capacidade de autofinanciamento.
Conclusões a reter:
Para uma dada relação investimento total/ capitais próprios, a rendibilidade dos
capitais próprios aumentará se aumentar o ROI;
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A empresa, segundo uma análise económica do problema, deve conseguir meios
financeiros alheios mais baratos, de modo que o lucro obtido vá aumentar essa
rendibilidade e no caso de apresentar valores superiores à taxa de juro do
financiamento alheio.
Da seguinte fórmula:
RL = RAJI – J – PISL
Seja: = PT/CP
Onde:
i – taxa de juros
Assim, a taxa de rendibilidade financeira sobe, por força da estrutura dos capitais e do
custo médio dos capitais alheios (i), de Re*(1-t) para Rcp.
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Exemplo: A empresa X registou durante o exercício de 1999, entre outros, os seguintes
valores (valores em contos):
i = 1.575/22.500 * 100 = 7% e,
passa a pertencer aos sócios da empresa, que assim verão aumentar os seus
lucros:
Portanto, dos 1.425 contos de lucro liquido, 876,9 contos correspondem a diferença
entre o rendimento e o custo financeiro de financiamento, deduzido do imposto sobre
rendimento e, assim, a taxa de rendibilidade dos capitais próprios sobe, por influencia
da estrutura de capitais e do custo médio dos capitais alheios, de 7,3% para 19%.
31
Efeito Fiscal
(1) (2)
Outros dados:
verifica-se que o aumento da rendibilidade financeira foi, não só devido ao recurso aos
capitais alheios mas também devido ao facto do custo efectivo de empréstimo corrigido
dos efeitos fiscais ser de 12% e não de 20%.
O custo efectivo (ie) do empréstimo corrigido dos efeitos fiscais pode ser determinado
do seguinte modo:
ie = i * (1-t) * 100
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Do exemplo, o custo efectivo será:
Re = LT/AT * 100
A taxa dai resultante reflecte a capacidade que todos os capitais postos à disposição da
empresa têm de obter uma margem de lucro por cada unidade monetária vendida.
Nesta óptica, eminentemente económica, não se dá relevância especial à estrutura de
capitais ou à sua influência na rendibilidade.
A combinação destes dois rácios permite tomar medidas que provoquem alterações na
rendibilidade dos capitais. A sua alteração pode dever-se à variação quer da
rendibilidade das vendas quer da rotação do activo ou ainda à variação de ambos os
rácios.
Vender mais embora a margem de lucro baixe mas numa proporção inferior ao
aumento das vendas;
Vender menos com uma margem de lucro superior cujo acréscimo é mais alto que a
diminuição das vendas.
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Rendibilidade das Vendas
RV = LT/VL * 100
Sabendo que o lucro total resulta da diferença entre os proveitos (Pv*Qv) e os custos
respeitantes à exploração corrente, teremos a expressão matemática abaixo:
Quanto menor for o valor do quociente maior é a taxa de rendibilidade das vendas (e
vice versa).
- aumento de ambos.
RAT = VL/AT
Que traduz o numero de meticais vendidos por cada metical investido. Indica o grau de
utilização dos activos da empresa. Um rácio muito elevado pode significar que a
empresa está no limite da sua capacidade. O inverso significa, normalmente, um sub-
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aproveitamento dos recursos, já que um reduzido volume de vendas com um activo
elevado implica que existe, em princípio, capacidade não utilizada.
RAF = VL/AF
Este rácio indica ou melhor é um sintoma da gestão do activo fixo. Quanto se vende
por cada metical investido no activo fixo.
O activo circulante pode ter também influência nas rotações do activo e, através
destas, na rendibilidade da empresa. Na pratica, são os bens do capital circulante
aqueles que é necessário vigiar mais de perto para efeitos de rendibilidade, pelo facto
de ser mais fácil modificar o capital investido nestes bens do que os valores do
imobilizado.
RAC = VL/AC
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Quanto maior é a rotação do activo circulante melhor é a utilização dos meios
financeiros obtidos a curto prazo e mais distribuídos se encontram os correspondentes
encargos financeiros.
As rotações do activo circulante são muito importante, porque são estas que mais
influenciam, na realidade, a rotação do activo total e por sua vez a rendibilidade.
Sendo assim, existe nas empresas a preocupação pela gestão deste activo circulante
que assenta, sobretudo, no seguinte:
- a cobrança dos créditos deve ser rápida, sem contudo pôr em causa as relações
com os clientes e a própria quota de mercado. Deve-se reduzir as dívidas dos
clientes e promover a sua rotação;
As existências, segundo uma gestão racional, devem ser reduzidas ao mínimo, sem
pôr em causa os níveis de aprovisionamento, produção e comercialização, de modo
a realizar vendas rendíveis com um stock limitado.
- Os pagamentos a fazer aos credores, devem ser em prazos dilatados, sem, contudo,
afectar a imagem da empresa e a própria rendibilidade.
A gestão do activo circulante no seu conjunto dependerá da gestão que a empresa faça
de cada um dos seus componentes, alguns deles são:
- dos clientes.
Rotação de Matérias-primas
A empresa deve procurar que este rácio atinja o valor máximo, mantendo-se sempre,
dentro dos limites de segurança que o processo de fabricação exija. Assim conseguirá
36
maior lucro com menor investimento de fundos, o que tornará a sua rendibilidade
maior.
Uma informação mais representativa do que o número rotações é o tempo que cada
material está investido em matéria-prima.
Para obter o prazo de duração media de stocks (PDMS) basta apenas dividir 12 (meses)
ou 365 (dias) pelo número de rotações obtido, conforme se queira conhecer o tempo em
meses ou em dias, ou seja:
Este rácio significa o número médio de vezes em que cada ano se renova os stocks de
produtos em fabricação. A empresa deve procurar conseguir as máximas rotações
deste stock.
Para obter o valor de stocks médio em meses ou dias, bastará dividir por 12 ou 365
respectivamente, pelo número de rotações.
Tal como nos casos anteriores, pode-se conhecer para quanto tempo de vendas há
produtos armazenados. Para isso, terá que se dividir por 12 meses ou 365 dias,
conforme se queira obter o tempo em dias ou em meses.
37
Rotação de Clientes
A empresa deve procurar, tal como nos casos anteriores, manter o menor investimento
possível em créditos sobre clientes, naturalmente, sempre dentro das condições de
pagamento estabelecido e que a política comercial aconselhada.
Mas, além disso, é preciso que a empresa procure aplicar estritamente as condições de
pagamento fixadas, pois assim evitará uma imobilização desnecessária de fundos,
tanto no que se refere ao seu montante com a sua duração.
Assim como nos casos anteriores, para determinar o prazo médio de crédito concedido
aos clientes deve-se dividir a rotação por 12 ou 365 conforme se queira obter em meses
ou em dias o citado prazo.
PMR = Créd./Vendas Anuais * 12 (365)
Exprime o tempo que a empresa leva a receber em média os créditos concedidos aos
clientes e ainda não vencidas.
38
Ponto Morto Das Vendas (Break Even Point)
Nesta análise irá ser introduzido o conceito de ponto de equilíbrio, ponto crítico das
vendas ou ponto morto das vendas.
Q – quantidade vendida
39
PC – ponto crítico das vendas ou limiar da rendibilidade
Analiticamente:
R = Pv*Q – CVu*Q – CF
E na situação de equilíbrio:
e,
Q * (Pv-CVu) = CF
Qo = CF/ (Pv-Cvu)
Se m = Pv – Cvu
Será Qo = CF/m
Vo = Pv * Qo
Teremos:
Vo = CF/[(Pv-Cvu)/Pv]
Vo = CF/(1-Cvu/Pv)
Sabendo que
M = Q*m
Teremos:
M = CF
40
Deve-se, no entanto, relacionar-se o valor do ponto crítico (Vo) com valor normal de
vendas (V) para podermos determinar a percentagem da capacidade para atingir o
ponto crítico. Teremos:
Vo/V * 100
41
Por outro lado, a percentagem de capacidade a que a empresa deve operar parar
atingir o equilíbrio é igual a:
O que significa que a empresa está em equilíbrio quando trabalhar a 75% da sua
capacidade normal. Se pretender obter lucro aumenta a produção para além desse
ponto.
Le = Q (Pv-Cvu) – Qo (Pv-Cvu)
Le = (Q-Qo) (Pv-Cvu)
Finalmente teremos:
Le = (Q-Qo) * m
Considerando o exemplo sobre esta matéria sobre o ponto crítico, podemos apurar o
seguinte lucro líquido esperado:
Le = 0,8 * 62.500
Le = 50.000 contos
MS = (V - Vo)Vo * 100
42
A margem de segurança utiliza-se nas empresas para medir o risco. Uma empresa com
uma alta margem de segurança é menos vulnerável a variações da procura que se
regista no mercado.
Em quantidades:
ANÁLISE FINANCEIRA
Equilíbrio Financeiro
Uma primeira noção importante, quando se inicia o estudo financeiro de uma empresa,
é o da estrutura ou equilíbrio financeiro. A análise da estrutura financeira vai permitir
responder às seguintes questões: a empresa está ou não equilibrada financeiramente?
Tem ou não a capacidade de satisfazer os seus compromissos financeiros com
terceiros?
43
É geralmente aceite que só uma estrutura financeira equilibrada permite à empresa
um funcionamento normal, sem grandes sobressaltos, em laboração contínua,
independente de credores, e em posição de negociar, sem aceitar pressões, a cobertura
das suas necessidades operacionais.
Com efeito, é necessário que os capitais utilizados por uma empresa para financiar um
elemento do activo, devem poder ficar à sua disposição durante o período que
corresponda, pelo menos, ao da duração do elemento activo adquirido com esses
mesmos capitais. Estamos, assim, a respeitar um importante princípio de equilíbrio:
regra do equilíbrio financeiro mínimo.
Qualquer elemento patrimonial da empresa deve ser financiado por capitais postos à
sua disposição por um período, pelo menos, igual ao da permanência desse elemento
na empresa.
44
e velocidade de rotação dos elementos componentes do capital circulante e a
calendarização das exigibilidades a curto prazo. Acresce que a regra de equilíbrio
financeiro mínimo não contempla a eventual ocorrência de rupturas na rotação dos
elementos integrantes do capital circulante que venham a comprometer a liquidação
do exigível a curto prazo na data do respectivo vencimento. A regra do equilíbrio
financeiro despreza, portanto, a solvabilidade da empresa a curto, médio e longo
prazos, pois, não atende à composição do capital circulante, nem à estrutura dos
capitais permanentes.
Deste modo, pode dizer-se que a empresa está equilibrada financeiramente se tiver um
fundo de maneio suficiente, ou seja, se a sua margem de segurança for suficiente para
garantir a liquidez com a exigibilidade e a cobertura de riscos que possam ocorrer.
Estabilidade Financeira
Embora não se possam estabelecer regras fixas que ditem genericamente a composição
correspondente a perfeita estabilidade, podem-se indicar algumas bases de orientação,
nomeadamente:
Fundo de Maneio
O Fundo de Maneio (FM) é a parcela dos capitais permanentes que financia o capital
circulante, ou seja, a margem de segurança de tesouraria advém do facto de um
45
determinado montante do capital circulante, com um grau de liquidez geralmente de
curto prazo, ser coberto financeiramente por capitais permanentes, caracterizados por
um prazo de exigibilidade superior.
Na prática é ainda vulgar utilizar a expressão fundo de maneio num sentido bastante
restrito, identificando com a reserva de segurança de tesouraria.
O fundo de maneio pode ser calculado de duas formas distintas, partindo da equação
fundamental do balanço:
AC + AF = ECP + CP’
Graficamente:
ECP
AC
EMLP
CP’
AF CP
FM = AC – ECP
A parcela dos Capitais Permanentes (CP’) que não é utilizada para a cobertura
financeira do Imobilizado Líquido (IL=AF):
FM = CP’ – AF
46
O fundo de maneio não deve ser excessivo nem insuficiente, mas sim situar-se ao
nível das efectivas necessidades da empresa, devendo estas aproximar-se tanto
quanto possível dos valores normais.
47
- Outros devedores
MENOS
- Fornecedores
- Adiantamentos de clientes
- Letras à pagar
Outros credores
Tesouraria
A situação da tesouraria da empresa é a diferença entre os recursos financeiros (ECP
e CP’) existentes para o financiamento da sua actividade corrente e as necessidades
financeiras globais (AC e AF) desta decorrente. Assim, designaremos a insuficiência de
recursos financeiros por tesouraria deficitária (TN) e o excesso de recursos financeiros
por tesouraria excedentária (TP).
48
necessário é exclusivamente influenciado pelas variações dos componentes da zona
inicial do balanço – capital circulante e exigível a curto prazo.
Liquidez
O estudo da estrutura financeira da empresa também pode ser feito, recorrendo aos
números relativos ou rácios. Para o efeito, procede-se, geralmente, o exame de liquidez
(ou solvabilidade a curto prazo).
LG = AC/ECP
É frequente afirmar-se que este rácio não deve ser inferior a 2, contudo convém
salientar que a liquidez da empresa depende:
1Adiante veremos que a outra condição necessária para que a estrutura financeira da empresa seja equilibrada se refere à
composição dos capitais permanentes.
49
O rácio de liquidez geral, embora importante, é insuficiente, na medida em que ele não
permite, só por si, uma informação completa sobre a verdadeira liquidez da empresa,
pelo que é necessário recorrer a outros indicadores.
É usual considerar-se que o valor deste rácio não deve ser inferior a 1,5. contudo,
devido a vários factores, poderá dizer-se que, em empresas bem geridas, são
suficientes os valores entre 0,9 e 1,1.
LI = Disp/ECP
Este raciocínio encontra-se viciado logo à partida, por não ter em conta os
condicionalismos que, em cada caso concreto, determinam o montante adequado do
fundo de maneio para garantir o equilíbrio financeiro da empresa.
Além do mais, esta relação é pontual, poderá não ter em conta que certos créditos da
empresa possivelmente se tornarão irrecuperáveis, que aparecerão novas dívidas, que
a quase totalidade das dívidas poderá ser exigível logo no início do ano, etc.
50
Solvabilidade
O equilíbrio financeiro de uma empresa não pode ser estudado apenas numa
perspectiva de curto prazo.
Uma empresa pode ter um fundo de maneio suficiente, que lhe permita estar
equilibrada financeiramente a curto prazo, e não pode possuir perspectivas de
manutenção desse equilíbrio nos anos subsequentes, o que pode acontecer
designadamente se:
Assim, uma empresa tem equilíbrio financeiro numa perspectiva de médio e longos
prazos, quando se verificam os pressupostos acima referidos, ou seja, quando existem
condições para a manutenção ano após ano, das condições genéricas de equilíbrio de
curto prazo, ou, por outras palavras, quando tem solvabilidade e se encontram
cobertos os riscos inerentes à actividade que a possam comprometer.
FM = C.Perm. – IL
51
Se: FM = FMN
Autonomia Financeira
52
Como complemento ao estudo da solvabilidade, costuma recorrer-se ao exame de
autonomia financeira, contrapondo a ideia de dependência financeira e, dado pelo
seguinte rácio:
Coeficientes de Financiamento
53
Com esta finalidade examinamos os seguintes coeficientes:
Deverá, em princípio, ser superior a 100%, embora em certos casos possa ser inferior,
encontrando-se a empresa numa situação de financiar activos fixos com capitais a
curto prazo, o que não é aconselhável. Contudo, esta situação pode ser admissível
quando a empresa transforma stocks em numerário muito rapidamente e obtém, dos
seus credores, créditos importantes de curto prazo com características de estabilidade,
ou seja, que se renovem sistematicamente pelo funcionamento normal da actividade.
Este rácio mostra a parcela do activo circulante que é financiado por capitais
circulantes. Ou seja, indica quantos meticais de exigível a curto prazo contribuíram
para financiar 100,00 MT de activo circulante.
O indicador poderá ter valores superiores ou inferiores a 100%. Como facilmente pode
constatar-se, este indicador está intimamente ligado com o anterior. Sendo, assim, o
valor deste rácio deve ser, em princípio, inferior a 100%, pois, no caso contrário,
estaria a financiar-se parte do capital fixo mediante capitais exigível a curto prazo.
V. RENDIBILIDADE DA EMPRESA
Este capítulo tem por objectivo analisar e aprofundar os principais aspectos ligados à
vida económica ou a rendibilidade da empresa. Isto justifica-se plenamente por três
razões: em primeiro lugar, porque todas as decisões económicas tomadas no seio da
empresa influenciam, directa ou indirectamente, o nível da rendibilidade da sua
54
exploração e esta, condiciona fortemente todas as decisões financeiras; em segundo
lugar, porque todas as decisões económicas se repercutem, imediata ou mediatamente,
sobre a situação da tesouraria; e finalmente, e em terceiro lugar, porque a
maximização da rendibilidade de todas as aplicações de fundos efectuadas na empresa
constitui, um dos objectivos essenciais da gestão financeira.
Os Principais Conceitos
O quadro dos indicadores de rendibilidade que será apresentado, faz ressaltar a forma
de cálculo dos seguintes indicadores:
55
4. Os outros resultados (de extra-exploração) são líquidos das amortizações e
provisões relacionadas com as actividades inorgânicas da empresa (vendas/ abates
de meios imobilizados, venda especulativa de títulos, aplicações financeiras).
5. O imposto sobre o rendimento do exercício (PISL ou ISRE) engloba o valor estimado
do imposto que incide sobre os lucros da principal actividade da empresa, os
impostos sobre os rendimentos de capitais, as mais – valias e outros rendimentos.
6. Os resultados antes dos custos financeiros e depois de impostos sobre os lucros
apresentam uma natureza normativa (pressuposto de que a empresa é
exclusivamente financiada por capitais próprios), devendo ser assim calculados:
Quadro de Indicadores
Descrição Valor
1. Vendas líquidas
2. Custos dos MCM Vendidos ou Consumidos
3. Outros Custos
4. Meios Libertos Brutos de Exploração (MLB) [1-(2+3)]
5. Amortizações de Exploração
6. Provisões Anuais de Exploração
7. Resultado de Exploração (RE) [ 4-(5+6)]
8. Amortizações de Extra-Exploração
9. Provisões Anuais de Extra-Exploração
10. Outros Resultados de Extra-Exploração
11. Meios Libertos Brutos Totais (MLBT) [4+8+9+10]
12. Resultados Antes de Juros e Impostos (RAJI) [7+10]
13. Custos Financeiros de Financiamento (CFF)
14. Resultados Antes de Impostos (RAI) [12-13]
15. Imposto sobre o Rendimento do Exercício (PISL)
16. Resultados Líquidos (RL) [14-15]
17. Meios Libertos Líquidos Totais (MLL) [5+6+8+9+16]
18. Resultado antes Juros e depois de Impostos (RAJDI)
19. Remunerações e Encargos Sociais
20. Impostos Directos
21. Valor Acrescentado Bruto (VAB) [17+13+15+19+20]
22. Valor Acrescentado Líquido (VAL) [21-(5+6+8+9)]
56
montante das remunerações e encargos sociais, juros, lucros, rendas e impostos
directos), sendo de referir, a títulos de exemplo, o indicador seguinte designado por
rácio de rendibilidade social da empresa (RS):
Aquele rácio representa o VAL gerado por uma unidade de capital investido em MI, e é
susceptível do seguinte desdobramento:
PER = Cotação bolsista (preço da acção) / Lucro Líquido por Acção (LPA)
ROM = RL / VME
57
OUTROS INDICADORES:
É de referir que este rácio procura quantificar a política de distribuição dos resultados
anuais.
Este rácio pode ser obtido através do rácio de retenção de lucros, que expressa a
parcela dos lucros anuais (RL) que é retida na empresa (RR):
Os meios libertos brutos têm uma origem exclusivamente económica, pois dependem
unicamente do nível dos custos e dos proveitos de exploração e da eficiência da gestão
económica da empresa nos diversos estágios do seu ciclo de exploração e nos vários
58
níveis hierárquicos, sobretudo nos de natureza operacional (aproveitamento, produção,
tecnologia e comercialização); observe-se que as amortizações e as provisões de
exploração não afectam o nível dos meios libertos brutos, pois, estes não representam
pagamentos:
Assim:
MLB = RE + Prexp + ARexp
Os meios libertos brutos totais anuais (MLBT) correspondem ao somatório dos RAJI e
das AR e PR de exploração e extra-exploração, identificando-se, portanto, com os
resultados anuais, antes de AR, PR, CFF e impostos sobre o Rendimento.
Por fim, a evolução temporal do indicador seguinte tem um enorme interesse, pois,
permite-nos analisar a percentagem das vendas líquidas que corresponde aos
excedentes financeiros brutos:
59
MLB/VL * 100
Mostra quantas unidades monetárias dos MLB são libertos na exploração por cada 100
u.m. de VL.
Os resultados de exploração anuais da empresa – RE, resulta dos meios libertos brutos
de exploração anuais e são afectados pelas políticas de amortização do imobilizado de
exploração e constituição de provisões para a cobertura de diversos riscos e encargos
associados à sua actividade operacional (provisões adequadas para a depreciação ou
desvalorização do capital circulante de exploração e do imobilizado total de exploração
e, ainda, para diversos riscos e encargos de exploração, que são criadas em
determinado exercício económico, líquidas de eventuais utilizações anuais).
60
próprios. Temos o rácio de cobertura dos custos financeiros (RCF) que expressa a
relação entre os RE e os CFF. Na vida prática, tem uma certa importância na análise
empírica da capacidade de endividamento da empresa.
RCF = RE/CFF
Rv = RE/VL *100
RAT = VL/AT
Os meios libertos líquidos totais anuais (MLL) são o somatório das amortizações
(exploração e extra-exploração), das provisões líquidas e dos resultados líquidos.
MLL = RL + AR + PR
61
da taxa de impostos sobre lucros) e da actuação de outros factores (nível de resultados
extra-exploração).
MLL/VL *100
Representa a parcela relativa das vendas líquidas que geram excedentes financeiros
líquidos, isto é, em quanto contribui cada unidade vendida nos MLL.
Os meios libertos líquidos anuais retidos (MLLR), ou auto financiamento anual, são
compostos pelos meios libertos líquidos anuais deduzidos dos resultados distribuídos
aos sócios, trabalhadores e órgãos sociais.
MLLR = MLL - RD
Ou
MLLR = RLR + AR + PR
62
4. Rendibilidade de Exploração
A teoria do CVR é muitas vezes confundida com a teoria do ponto morto económico
quando esta, constitui apenas uma importante aplicação daquela teoria.
O grau económico da alavanca (GEA) pode ser avaliado para uma determinada
estrutura da empresa, através da relação entre a margem total das vendas líquidas
sobre os custos variáveis totais (MTo) e os respectivos resultados de exploração do ano
base (REo).
63
GEA=MTo/REo = Vo/ (Vo – CF)
- coeficiente de não absorção do preço de venda unitário pelo custo variável unitário.
= 1 – CVu/Pv
O GEA, desde que ocorram todos os pressupostos da teoria CVR e se manifeste o efeito
económico de alavanca (existência de custos fixos), é sempre constante e superior à
unidade. Contudo, e na medida em que se proceder a alterações (aumentos) dos custos
de estrutura, o GEA elevar-se-á, podendo atingir o seu ponto máximo quando os
resultados de exploração se aproximarem do valor zero (ponto morto económico).
Descrição Contos %
1.Vendas liquida 150,000.00 100
2.Custos variáveis totais 37,500.00 25
3.Margem total(1-2) 112,500.00 75
4.Custos Fixos 80,000.00 -
5.RE 32,500.00 22
PM= 80000/0.75=106666.67
GEA = (0,75*150.000) / (0,75*150.000 – 80.000)
GEA= 112500/32500
GEA=3.5
64
Os conceitos de grau económico de alavanca e de ponto morto assumem uma especial
importância para a avaliação do risco económico, pois :
1. Quanto maior for o grau económico de alavanca, mais elevado será o risco
económico.
2. Quanto mais elevado for o ponto morto, maior será o risco económico.
65
Valor Esperado dos Resultados de Exploração
O desvio padrão da margem total das vendas sobre os custos variáveis totais (MT)
será assim determinado, onde Q se identifica com o desvio padrão das vendas físicas:
MT = (P – Cvu) Q
Finalmente, se admitirmos que o nível de actividade (Q) é uma variável aleatória que
segue a lei de distribuição normal e procedemos à troca de variáveis, teremos:
RE = T * MT + E(RE)
Como o desvio padrão das vendas físicas é de 1.000 unidades, o desvio da margem
total das vendas sobre os custos variáveis totais igualará à 9.000 contos.
66
Prob. [RE0] = 1 – Prob.[RE<0]
Prob. [RE0] = 1 – Prob.[9.000 * T + 15.300 < 0]
Prob. [RE0] = 1 – Prob.[T<-15.300/9.000]
Prob. [RE0] = 1 – Prob.[T<-1,7]
Prob. [RE0] = Prob.[T>1,7] = (1,7) = 0,9554
Viabilidade Económica
Quando abordamos o conceito de risco económico, deixamos bem claro que este seria
elevado quando os resultados de exploração anuais se não situarem sistematicamente
e ao longo da vida da empresa, em níveis considerados adequados.
A rendibilidade dos capitais próprios depende do seu nível inicial e dos resultados
líquidos obtidos de um certo exercício económico. Desta forma, a rendibilidade dos
capitais próprios é influenciada por factores de natureza económica (resultados de
exploração), inorgânicos (resultados extraordinários), financeira (custos financeiros de
financiamento) e fiscal (impostos sobre rendimentos). Veremos, adiante, a forma como
67
a empresa é financiada e como os efeitos da fiscalidade desempenham um importante
papel sobre a rendibilidade dos capitais próprios.
Os capitais próprios têm sempre custos implícitos ou explícitos não fiscalmente aceites
para efeitos de determinação da material colectável; os capitais alheios geralmente têm
custos explícitos custos financeiros de financiamento – que são fiscalmente aceites;
este facto reflecte-se nos custos dos capitais alheios.
Exemplo:
Hipótese A Hipótese B
CFF.............................................-------- 10.000
RAI…….…………….………………...30.000 20.000
Capital Alheio....................................................50.000
O custo nominal do empréstimo corrigido dos efeitos fiscais (KNTC) foi de 12% e não de
20%. Na verdade os resultados da empresa sofreram uma redução de 6.000 contos e
não de 10.000 contos (montante dos CFF). Assim:
68
O custo da divida dos impostos é determinado da seguinte maneira:
KNT- custo nominal total ( taxa de juro nominal)
KNTC- custo nominal total corrigido dos efeitos fiscais.
t- taxa de imposto
KNTC= KNT.(1- t)
A taxa de juro anual efectiva (KE) pode ser facilmente obtida através da seguinte
fórmula, onde r representa a taxa de juro nominal total anual e, m o número de
períodos:
KE = ( 1 + r/m)m - 1
GFA= RE
RAIo
OU
O GFA, desde que ocorram todos os pressupostos da teoria CVR, nunca é inferior à
unidade e varia de 1 (quando o CFF=0, ou seja, não existe financiamento alheio com
custos explícitos) à (quando CFF=RE RAI = 0, porque RAI = RE – CFF).
69
c) Efeito Financeiro de Alavanca
RL=RE-CFF-PISL
RL= RE
AT- r.ET .(1-t)
RL=Rea(CP+ET) – r.ET.(1 – t ) e ainda :
RL=(Rea.CP)+(Rea- r).ET.(1 – t)
70
Quando Rea for igual a r (ponto critico de rendibilidade de exploração), o
recurso a divida não terá qualquer influência sobre a rendibilidade dos CP.
Contos
_____________________________
Empresa G Empresa H
1. Vendas 215.000 215.000
2. Custos Variáveis 160.000 160.000
3. Margem Total 55.000 55.000
4. Custos Fixos 50.0001 50.0002
5. Resultados de Exploração 5.000 5.000
6. CFF 20.000 25.000
7. RL (15.000) (20.000)
1 – inclui amortizações no valor de 10.000 contos
2 – integra amortizações no valor de 25.000 contos
Assumindo que ambas as empresas não dão nem obtêm crédito, teremos:
Contos
____________________________________
71
Empresa G Empresa H
1. Recebimentos 215.000 215.000
2. Pagamentos 220.000 210.000
3. Saldo (5.000) 5.000
72
Exemplo: A empresa L apresenta a seguinte situação:
Demonstração de Resultados
(em contos)
CONTA DE EXPLORAÇÃO E RESULTADOS
1. Vendas Líquidas 400.000
2. Custos Variáveis Totais 240.000
3. Margem Bruta [1 – 2] 160.000
4. Custos Fixos Totais 130.000
5. Resultados de Exploração [3 – 4] 30.000
6. Custos Financeiros de Financiamento 20.000
7. Resultados Antes de Impostos [ 5 – 6] 10.000
8. Impostos sobre Rendimentos (40%) 4.000
9. Resultados Líquidos [7 – 8] 6.000
73
6. As Rendibilidades de Exploração e dos Capitais Próprios
Como podemos verificar, e para uma determinada estrutura da empresa (custos fixos e
custos financeiros de financiamento constantes), a relação entre as variações
percentuais dos resultados líquidos (RL) e o nível de actividade (VL) é um multiplicador
fixo que se designa por GRAU COMBINADO DE ALAVANCA (GCA).
Exemplo : Considere os dados de dois anos económicos, abaixo, duma certa empresa:
Contos
_________________
1º Ano 2º Ano
Vendas líquidas (VL) 100 120
Custos Variáveis (CV) 70 84
Margem Total (MT) 30 36
Custos Fixos (CF) 20 20
Resultados de Exploração (RE) 10 16
Custos Financeiros de Financiamento (CFF) 4 4
Resultados Antes de Impostos (RAI) 6 12
Impostos sobre Rendimentos (PISL – 50%) 3 6
Resultados Líquidos (RL) 3 6
VL/VL0 - 20%
RE/RE0 - 60%
GEA = (RE/VL) * VL0/RE0 - 3,0
RL/RL0 - 100%
GFA = (RL/RE) * RE0/RL0 - 1,7
74
GCA = (RL/VL) * VL0/RL0 - 5,0
GCA = MT0/RAI0 - 5,0
7. Auto financiamento
75
Custo do financiamento com capitais alheios
Política das amortizações e provisões
Política de dividendos
Efeitos da inflação na contabilidade da empresa, nos activos e na exploração
c. auto financiamento não é como a emissão das acções que dá direito a partilha do
controle da empresa com os novos accionistas. O auto financiamento protege os
accionistas correntes contra a cedência de controlo da empresa.
Os custos do endividamento e das acções preferenciais são baseados nos retornos que
os investidores exigem sobre esses títulos.
Da mesma forma, o custo dos lucros retidos, constitui a taxa de retorno que os
accionistas exigem sobre o capital social que a empresa obtém retendo os lucros. Dito
de outro modo, o auto financiamento envolve um custo de oportunidade devido ao
facto da empresa ao invés de distribuir o lucro que pertence aos accionistas e eles
aplicarem ao seu critério, retêm os lucros na empresa na perspectiva de consolidar o
seu balanço. Trata-se de uma poupança forçada dos accionistas.
Outro aspecto, é que a retenção dos lucros conduz geralmente a demoras prolongadas
até atingir uma adequada acumulação de fundos e normalmente o auto financiamento
sem relação com a natureza da necessidade de investimento , reduz a rendibilidade
dos capitais próprios.
76
O auto financiamento anual compreende um conjunto de elementos (AR, PR não
utilizadas e RLR) que representam liquidez (não disponibilidades) e que podem
contribuir significativamente (auto financiamento positivo) para a tesouraria global da
empresa.
Por outro lado, em poucos casos é tão claro como aqui o carácter sistémico da empresa
e da sua gestão. Efectivamente, é ao gestor financeiro que cabe fazer a síntese entre os
resultados das várias actuações sectoriais, e esta síntese não pode ser passiva. O
gestor financeiro tem de interagir com os restantes responsáveis da empresa a fim de
co-produzir o conjunto de políticas seguidas pela empresa face a cada um dos
mercados em que actua.
77
Porém, a gestão de tesouraria é algo de eminentemente dinâmico e contínuo. Assim,
mesmo em situações de equilíbrio, ou seja em que os pagamentos e recebimentos se
equilibram num determinado período, é de prever a possibilidade de deficits
momentâneos. A definição de estratégia de financiamento a fim de permitir a cobertura
imediata de deficits é crucial. Por outro lado é igualmente expectável que surjam
excedentes temporários de liquidez. Como utilizá-los a fim de obter deles o melhor
rendimento é igualmente elemento crucial da estratégia a definir pelo gestor
financeiro.
Estas são questões que devem ser respondidas pela estratégia a definir. Em termos
genéricos podemos dizer que os financiamentos a curto prazo sempre envolvem ou um
banco comercial ou fornecedores ou clientes ou varias outras entidades. Teremos
então:
Financiamento de clientes
Financiamento de fornecedores
Financiamento bancário de curto prazo
Descontos de letras de clientes
Reforma de letras a fornecedores
78
compete definir qual das opções escolher em relação às condições oferecidas por
cada fornecedor em função dos prazos e taxas implícitas envolvidas nessas
condições8.
8 Veja-se por exemplo que quando um fornecedor nos dá como condições de pagamento as seguintes - 100 a 60 dias, ou
com desconto de 5% de pronto pagamento, está implicitamente a dizer que a empresa para utilizar esse financiamento
por 60 dias terá de pagar um juro implícito de 5%.
9 Títulos vivos são aqueles cuja data de vencimento só terá lugar no futuro.
79
líquido do desconto entende-se o valor da letra deduzido do juro referente ao
período em falta até ao vencimento da letra, altura em que esta deve ser paga pelo
cliente ao banco.
Porém caso isto não venha a acontecer a empresa terá de se substituir ao cliente
nesse pagamento ao banco. Podemos assim dizer que o que se passa é
efectivamente um empréstimo do banco à empresa, só que com a garantia adicional
para o mutuário de que duas entidades, a empresa e o seu cliente, ficam
solidariamente responsáveis pela redenção do empréstimo.
Fluxos Financeiros
80
importante documento: Mapa de Fluxos Financeiros, que assume essencialmente
características financeiras.
Nem o Balanço, nem o MOAF são bastantes para nos mostrar os fluxos financeiros da
empresa. O balanço tem um carácter jurídico-fiscal e, o MOAF construído numa óptica
contabilística não nos fornece uma informação sobre os movimentos financeiros (fluxos
monetários) havidos num determinado período de tempo.
O mapa dos fluxos financeiros (mapa dos fluxos de tesouraria, demonstração dos
fluxos de caixa ou mapa de cash-flow) é um documento dinâmico que nos permite
analisar a situação histórica ou previsional da tesouraria da empresa durante um
certo período de tempo (ano, mês, semana, etc.). O mapa dos fluxos financeiros, que
será a seguir apresentado, merece-nos as seguintes observações:
81
As vendas líquidas (VL) não são neste caso, consideradas recebimentos e
incluem IVA.
As vendas líquidas;
A política de concessão de crédito;
Os custos de exploração;
A rendibilidade de exploração (resultado de exploração);
A política de formação de stocks;
A política de investimento em capital fixo (óptica financeira);
A política global de financiamento;
A política de distribuição de lucros.
82
MAPA DOS FLUXOS FINANCEIROS
4. Vendas Líquidas
5. Variação do Crédito Concedido ()
6. Recebimentos de Exploração [1 2]
7. Custo dos Meios Circulantes Materiais Consumidos ou Vendidos (CMCMCV)
8. Custos Administrativos
9. Custos de Distribuição
10. Custos Financeiros de Funcionamento
11. Outros Custos de Exploração
12. Custos Totais de Exploração [4+5+6+7+8]
13. Amortizações de Exploração
14. Provisões de Exploração
15. Variação das Existências Totais ()
16. Variação dos Adiantamentos aos Fornecedores ()
17. Despesas de Exploração [ (9-10-11) (12+13)]
18. Variação do Crédito Obtido ()
19. Variação das Despesas de Exploração a Pagar ()
20. Pagamento de Exploração [14 (15+16)]
21. Tesouraria de Exploração [3 – 17]
22. Recebimentos de Extra – Exploração
23. Custos Financeiros de Financiamento (CFF)
24. Investimentos (em capital fixo e outros)
25. Imposto sobre o Rendimento do Exercício
26. Reembolso de Empréstimos
27. Lucros Distribuídos
28. Outros Reembolsos
29. Pagamento de Extra Exploração [20+21+22+23+24+25]
30. Tesouraria de Extra Exploração [19 – 26]
31. Tesouraria Global (1827)
32. Disponível Inicial
33. Saldo Acumulado de Tesouraria [28+29]
Ciclo de Caixa
Ciclo de cash flow é o período de tempo que vai do momento em que a empresa faz um
desembolso para adquirir materiais e outros factores de exploração até à recepção do
dinheiro resultante da venda dos produtos acabados produzidos na base daqueles
factores. O ciclo de cash flow deve ser associado ao conceito de Giro de Caixa ou
Rotação de Caixa.
83
O ciclo de caixa focaliza a extensão de tempo desde o pagamento da mão-de-obra e das
matérias-primas até a cobrança de contas a receber geradas pela venda do produto
final. O ciclo de exploração é a manifestação real dos insumos enquanto que o ciclo de
caixa é a mostra o olhar financeiro.
Estudar o ciclo de caixa implica estudar a rotação de caixa. Vejamos os termos usados
no modelo do ciclo de caixa:
Para ilustrar suponha que a empresa P&Deia necessite de uma media de 72 dias para
converter as matérias –primas, afim de fabricar computadores, vendê-los, então, de
mais de 24 dias para cobrar as contas a receber. Entretanto, 30 dias normalmente se
passam entre o recebimento das matérias –primas e o pagamento por eles. Neste caso,
o ciclo de caixa seria:
O ciclo de caixa pode ser abreviado: (1) reduzindo –se o prazo de conversão de stock
ao processar e vender os produtos rapidamente; (2) reduzindo-se o prazo de cobrança
das contas a receber; ou (3) alongando-se o prazo de pagamento das contas a pagar ao
reduzir os próprios pagamentos.
Dum modo geral, são três ao estratégias que uma empresa deve adoptar para a
administração eficiente de caixa:
84
Retardar os pagamentos aos credores, o máximo possível, procurando porém,
não prejudicar o nível creditício da empresa por causa do uso excessivo desta
estratégia.
Provocar uma rotação de stocks com maior rapidez possível, isto é, reduzir o
saldo médio de stocks das matérias, os semi-produtos, dos produtos acabados,
ou por outra, reduzir o tempo de permanência. Esta estratégia mal aplicada ou
efectuada pode provocar falta de matérias para a empresa, roptura de stocks e,
esta situação, provocar o declínio das vendas.
Onde,
Quanto maior for o valor de giro de caixa, melhor será a situação da empresa o que
implicará que, menor será a quantidade de dinheiro necessário para manter em caixa
(isto é, menor será a quantidade de dinheiro mobilizado em caixa, ou por outra, menor
será o fundo de maneio necessário).
Este rácio pode, porém, admitir maiores valores pela diminuição do saldo médio de
caixa (se SMC = 0 GC = ). No entanto, sabe-se que uma empresa não funciona sem
caixa. Há portanto, que admitir cautelas através da quantificação da quantidade do
dinheiro (isto é, do saldo médio de caixa) a manter em caixa, para que passamos estar
numa situação estável.
85
Caixa Mínima Necessária
SMC = CM = DAT / RC
Se a empresa inicia a sua actividade com o saldo médio de caixa (SMC) pode funcionar
durante todo o ano porque a própria exploração gera os fluxos de caixa operacionais
anuais necessárias sem precisar de recorrer à empréstimo ou fundos alheios. As
entradas e saídas de caixa, ao longo do ano, são inferiores ou constantes.
A manutenção de caixa mínima (CM) ou saldo médio de caixa (SMC) envolve custos de
manutenção ou custo de oportunidade de manutenção.
CCM = CM x K
Onde,
Fundo de Maneio
O fundo de maneio é constituído pela parcela de capital que é financiada por capitais
permanentes.
Formas de Cálculo
FM = CCT – DTCP
2. A parcela dos capitais permanentes (CP) que excede o imobilizado total líquido
(ITL).
FM = CP - ITL
86
O cumprimento da regra do equilíbrio financeiro mínimo exige que os capitais
permanentes sejam iguais ao imobilizado total líquido, ou seja, que o FM = 0.
Fundo de Maneio
AC + ITL = ECP + CP
Esta igualdade não permite explicar as variações do FM pelo facto de não ter em conta
o grau de liquidez dos elementos que compõem o activo circulante e o grau de
exigibilidade variável dos elementos que compõem o exigível a curto prazo.
Política de investimento;
Política de amortização;
Rendibilidade global;
Política de distribuição de lucros;
87
financeiro mínimo significa que os capitais permanentes são iguais ao imobilizado
líquido.
Críticas
Esta regra peca por ignorar a natureza e a velocidade de rotação dos elementos
componentes do capital circulante e a natureza e calendarização dos prazos de
vencimento do exigível a curto prazo.
Nesta perspectiva, nota-se que poderá ocorrer que a empresa satisfaça a regra do
equilíbrio financeiro mínimo e se encontre com graves problemas de tesouraria,
bastando para tal que o capital circulante seja predominantemente constituído por
existências e o exigível a curto prazo seja constituído por débitos imediatamente
exigíveis.
88
Uma política de remuneração clara e directa dos capitais próprios, e adequada envolve
a ponderação do nível de remuneração e a consistência temporal.
89
DIV1 RacioObjec tivo LPA1
onde:
DIV1 – dividendos do período 1;
LPA1 – lucros por acção do período 1.
O argumento para esta teoria, é que o valor da empresa é determinado apenas põe
seu poder de ganho básico e seu risco empresarial ou seja o valor da empresa
depende apenas do lucro produzido por seus activos, não de como o lucro é
distribuído entre dividendos e lucros retidos.
Então esta teoria diz que o valor de uma empresa será maximizado por uma alta
distribuição dos lucros na forma de dividendos.
90
A teoria da preferência Tributaria
Há três razões relativas a impostos que nos levam a pensar que os investidores
poderiam preferir um pagamento baixo de dividendos a um pagamento alto. O
problema é que os dividendos são taxados a taxas elevadas do que os ganhos de
capital. Devido a existência de vantagens fiscais, pensam que os investidores podem
preferir que as empresas retenham a maioria dos seus lucros. Dito de outro modo, os
investidores estariam dispostos a pagar mais por empresas com baixas taxas de
distribuição de dividendos do que empresas com altas taxas.
Tipos de acções
Acções preferenciais
As acções preferenciais são um hibrido- elas são semelhantes aos títulos, em alguns
aspectos, e as acções ordinárias, em outros.
Valor ao par
Dividendos cumulativos
91
As acções preferenciais proporcionam dividendos cumulativos, a medida que quaisquer
dividendos preferenciais não pagos em períodos anteriores devem ser pagos antes que
os dividendos ordinários o possam. Esta característica é protectora dos accionistas
preferenciais.
Conversibilidade
Esta é uma característica que proporciona aos detentores das acções preferenciais a
conversão das suas acções em acções ordinárias.
Acções ordinárias
Segundo Brighamm, um tipo é designado classe A, outro classe B, e assim por diante.
Trata-se de uma prática usada pelas frequentemente pequenas empresas novas que
pretendem captar recursos externos.
Normalmente as acções de classe B são clamadas de acções dos fundadores. Estas são
detidas pelos fundadores da empresa que tem direitos exclusivos de votação, mas com
dividendos restritivos durante um número designado de anos.
92
Os accionistas transferem o seu direito de voto a uma Segunda pessoa mediante um
instrumento chamado procuração. Este é um documento que dá a uma pessoa
autoridade para actuar por outra, normalmente o poder de votar por suas acções
ordinárias
O direito de Preempção
As acções ordinárias contém ainda uma cláusula de que os seus detentores podem
adquirir acções adicionais vendidas pela empresa, isto é, em caso de novas emissões
constam dos estatutos (ou ainda pode inserir) o direito de comprar as novas emissões
(ou títulos conversíveis).
O objectivo por de trás deste direito é de proteger o poder de controlo dos accionistas
correntes. Em Segundo lugar visa também proteger o accionista contra uma diluição
de valor. Este direito é exercido de modo a que não se verifique a transferência de
riqueza dos accionistas correntes para os novos em virtude de existência de lucros não
distribuídos na ocasião de uma nova emissão. Devido a este facto, as novas acções
devem ser vendidas não ao valor abaixo de Mercado porque se tal acontece os antigos
accionistas ficam prejudicados por isso é prática o pagamento de um valor adicional
(premio de emissão) por parte dos novos accionistas.
Orçamento de Capital
Conceito
O orçamento de capital: poderá ser definido como a previsão das receitas da empresa e
as suas despesas que terão lugar em determinado período de tempo em relação aos
activos fixos de exploração da empresa.
93
Importância de Orçamento de Capital
Uma decisão de investimento tem efeitos a longo prazo. Logo devemos ter muito
cuidado no seu planeamento.
receitas
_________________ __↑__↑__↑__↑__↑__↑______
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
despesas
94
Receitas receitas receitas
__↑______________↑______________↓____________-
↓ ↓ ↓
Consiste na relação dos projectos quando dois ou mais projectos estão a ser
analisados. Segundo Bigham e Weston, os projectos de investimento podem ser:
Depende das políticas globais da empresa e dos estudos preliminares que tenham sido
feitos. Normalmente, utilizam-se métodos empíricos: ROI, RCP, TMRI, PMRI.
95
RL
RCP = ―― * 100
CP
96
7ª Fase: Gestão e controle do investimento
– Mercados
– Tecnologia
– Dimensão do projecto
– Localização do projecto
– Outros
MERCADOS
O mercado ―é a área para a qual convergem a oferta e a procura, com finalidade de ser
estabelecido um preço único‖. Os estudos de mercados relativos a um projecto de
investimento devem abranger as análises de:
TECNOLOGIA
DIMENSÃO DO PROJECTO
97
investimento e o volume anual de vendas preferentemente em unidades físicas. A
dimensão de um projecto de investimento pode ser:
LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO
As disponibilidades;
As características dos produtos acabados;
Os custos de transporte e as facilidades de comunicação;
As economias externas de escala e as condições sócio-politicas e climatéricas de
cada região ou pais;
Os estímulos e os benefícios de natureza fiscal ou financeira;
Proximidade das fontes dos principais factores de produção, sobretudo os
factores variáveis (humano e material);
Proximidade de mercado dos produtos acabados.
98
2. Em seguida, deve estimar-se os fluxos de caixa esperados, inclusive o valor
actual dos activos no final da sua vida útil esperada. Isso é, semelhante a
estimar o dividendo futuro ou corrente do pagamento de juros de uma acção ou
título, juntamente com o preço de venda esperado das acções ou do valor do
vencimento do título;
3. Em terceiro lugar, o factor risco dos fluxos de caixa projectados deve ser
estimado. Para essa avaliação, a administração necessita de informação sobre
as distribuições de probabilidades dos fluxos de caixa;
Despesa total de investimento é toda aquela que é preciso suportar até atingir o ritmo
cruzeiro do projecto. O ritmo cruzeiro é atingido quando o projecto de investimento
atinge a sua capacidade normal de produção ou quando o projecto comercial alcança
os efeitos normais esperados. A seguir é apresentada a listagem exaustiva das
despesas de investimento segundo as normas recomendadas pelo BIRD, Banco
Europeu de Investimento e pelo manual de projectos de OCDE e que pretende ser um
guião para o controle das despesas totais de investimento.
Taxa de actualização
99
A Taxa de Actualização é também conhecida por custo de oportunidade do capital ou
taxa mínima de rendibilidade do projecto. Não é mais do que a rendibilidade que o
investidor exige para implementar um projecto de investimento e irá servir para
actualizar os cash flows gerados pelo mesmo.
A taxa de remuneração real dos capitais próprios (T1) baseia-se geralmente na taxa de
remuneração deflacionada das obrigações de Tesouro, pois esta aplicação financeira
caracteriza-se ausência de risco. Observe-se que esta taxa tem internacionalmente
variado (em termos ilíquidos) nos últimos anos, entre os três e dez por cento, de acordo
com uma multiplicidade de factores de natureza subjectiva e conjuntural variável de
país para país.
100
Critérios de Decisão do Orçamento de Capital ou Métodos de Classificação e
Escolha de Projectos
Quatro (4) métodos principais são usados para avaliar os projectos e decidir se eles
deveriam ou não ser aceites para inclusão no orçamento de capital:
101
Desvantagens do método do PRI
O método do PRI apresenta o inconveniente de não ter em conta os cash flows gerados
depois de recuperados os capitais investidos, o que o torna desaconselhável na
avaliação de projectos de longa duração.
Quanto menor for o PRI, o projecto de investimento deve ser aceite em detrimento dos
projectos que apresentam maiores valores de PRI.
Conclusão:
O PRI não leva em conta o custo de capital, isto é, nenhum custo de endividamento ou
do capital próprio utilizado no projecto. Todavia, o PRI com fluxos de caixa
actualizados leva em conta o custo de capital (devido a taxa de actualização que é
custo do capital do projecto). Embora, os dois, métodos de cálculo do PRI apresentam
algumas deficiências como critério de classificação de projectos, eles fornecem
informações sobre o tempo que os recursos ficarão vinculados no projecto de
investimento.
Desta forma, quanto mais o curto o PRI, ceteris paribus, maior é a liquidez do projecto.
Da mesma forma, os fluxos de caixa esperados em futuro distante são geralmente
considerados mais arriscados do que os fluxos de caixa de curto prazo. Por isso, o PRI
é usado, muitas vezes, como um indicador de factor risco do projecto.
O método do cálculo do VAL tem em conta o valor temporal do dinheiro, pelo que é
necessário sujeitar os cash flows a um factor de actualização (1 + Taxa de
Actualização).
Este critério traduz-se no cálculo do somatório dos cash flows (CFK) anuais,
actualizados à Taxa de Actualização (TA):
102
Um projecto de investimento é constituído por três partes distintas:
Ano de Investimento;
Anos do Projecto;
Ano de Desinvestimento.
No caso de não existir valor de mercado para um determinado bem, deverá considerar-
se o seu Valor Residual (valor líquido contabilístico).
103
Na prática, desinveste-se pelo valor de venda no ano após o fim da sua vida útil e,
nesse mesmo ano, determina-se o IRC gerado pela sua mais ou menos valia.
VAL > 0 - Estamos perante um projecto economicamente viável, uma vez que o VAL
superior a 0 permite cobrir o investimento inicial, bem como a remuneração mínima
exigida pelo investidor (TA), e ainda gerar um excedente financeiro.
Quanto maior for o VAL, maior será a probabilidade do projecto ser viável
economicamente, já que um VAL positivo significa que as receitas geradas são
superiores aos custos.
Quanto maior for a Taxa de Actualização, menor será o VAL, uma vez que estamos a
exigir uma maior rendibilidade do projecto de investimento, isto é, estamos a ser mais
exigentes na rendibilidade que pretendemos obter com a implementação do projecto de
investimento.
104
economia fiscal graças à redução da matéria colectável. Cada método de amortização
influenciará de forma diferente o VAL de um mesmo projecto de investimento.
É preferível pagar menos impostos no futuro próximo, embora os impostos dos últimos
anos se agravem. Assim, deve amortizar-se tão depressa quanto possível, dentro dos
limites impostos pela legislação em vigor.
Existem dois métodos fundamentais de valorização das diferentes rubricas dos cash
flows previsionais, na avaliação de projectos de investimentos:
Avalia-se a preços correntes quando se considera a evolução real esperada dos preços
de todas as rubricas.
Define-se como sendo a taxa de custo de oportunidade que permite obter a igualdade
entre o valor esperado dos cash-in-flows e dos cash-out-flows. Ou seja, a TIR é a taxa
que aplicada aos cash-flows resulta um VAL nulo.
105
Análise do resultado da TIR
TIR > TA Implica que o VAL > 0; o projecto consegue gerar uma taxa de rendibilidade
superior ao custo de oportunidade do capital, pelo que estamos perante um projecto
economicamente viável.
TIR < TA Implica que o VAL < 0; o projecto não consegue gerar uma taxa de
rendibilidade superior ao custo de oportunidade do capital, pelo que estamos perante
um projecto economicamente inviável.
Cálculo da TIR
A TIR pode ser calculada através do Método de Interpolação Linear. Este método
consiste em ensaiar vários valores de "i". Começa-se por estimar um valor que nos
pareça próximo da
solução final. Se o VAL
resultar positivo, ensaia-
se um valor de "i"
superior.
Se o VAL
resultar negativo,
ensaia-se um valor de "i"
inferior. Quando os dois
pontos assim obtidos
estiverem suficientemente
próximos um do outro,
pode interpolar-se
linearmente,
obtendo- se i = TIR
APROXIMADA
correspondente
ao VAL = 0.
106
107
i1 - Taxa de Actualização que origina um VAL > 0
i2 - Taxa de Actualização que origina um VAL < 0
VAL1 - VAL Positivo
VAL 2 - VAL Negativo
4. Índice de Rendibilidade
Este método estabelece que um projecto só deve ser aceite se o valor do indicador (RI)
for superior ou igual a 1
VAL
108
Zona do
Conflito
TIR
TIRA TIRB
Razões para que haja conflito:
estas são manifestações que são provocadas por uma causa básica, a saber: os
pressupostos de que se baseiam cada um dos critérios de decisão acerca da taxa de
actualização dos rendimentos gerados pelo investimento:
Há três condições que devem ser satisfeitas pelo critério de avaliação de modo a que
se chegue a uma decisão consistente e correcta:
Vejamos como é que cada um dos critérios se apresenta em relação aos princípios
acima:
PRI
Este critério não satisfaz nenhuma das condições acima. Este critério tem a
desvantagem de:
109
- Não medir o grau de lucratividade durante os anos posteriores ao do PRI
considerado;
- Este critério não satisfaz os restantes princípios.
VAL
TIR
O custo dos capitais alheios que importa considerar é o custo nominal total corrigido
dos efeitos fiscais (KNTC ou ie), já estudado em capítulos anteriores.
Onde,
110
- Outras despesas 0,75%
Supondo que a taxa de imposto é de 40%, o custo nominal total corrigido daquela
fonte de financiamento será de:
Modelo de Gordon
O modelo de Gordon é usado para determinar o custo das acções ordinárias, acções
preferenciais e das novas subscrições de capital.
D1 Dn
V0 = --------- + ... + -------- + …
(1+Kc) (1+Kc)n
111
D0(1+g) D(1+g)n
V0 = --------- + ... + -------- + …
(1+Kc) (1+Kc)n
Kc = D1/V0 + g
Onde,
O custo das acções preferenciais, em que o montante dos dividendos anuais pode ser
previamente fixado em valor absoluto ou em percentagem em relação ao próprio valor
nominal, pode ser assim determinado.
Kc = D/VE
Onde,
Como é natural, às novas emissões de acções de empresas existentes originam, por via
de regra, uma redução do seu preço de mercado. Assim, o custo das novas acções
ordinárias poderá ser determinado por:
D1
Kc = -------------- + g
(1–f) x V0
Para o cálculo do custo médio ponderado do capital da empresa (ou apenas custo do
capital), passemos a ver o exemplo a seguir:
112
CA
- De exploração 30.000 30 10 6,0 1,80
- De Financiamento 35.000 35 15 9,0 3,15
CP 35.000 35 20 20,0 7,00
100.000 100 11,95
onde,
KNT – custo nominal total do capital antes da correcção dos efeitos fiscais
KNTC – custo nominal total corrigido dos efeitos fiscais
KC – custo médio ponderado do capital ou custo capital
Onde,
Conclusão:
O custo das fontes específicas de financiamento dos projectos de investimento pode ser
determinado através do recurso ao conceito do custo marginal do capital (KMC):
Onde,
113
KCF – custo médio total ponderado dos capitais finais
CTI – capitais totais iniciais (antes da realização do projecto)
KCI – custo médio total ponderado dos capitais iniciais
CT – Acréscimo dos capitais totais resultantes da realização do projecto
Exemplo:
i) Situação Inicial
Valor % KNTC KCI
CA 50.000 50 9,0 4,5
CP 50.000 50 20,0 10,0
100.000 100 14,5
Sabendo que:
t= 40%
KNT = 15%
ii) Projecto
114
O valor actual líquido da decisão de financiamento (VA) resultante da contracção dos
empréstimos bancários é assim calculado:
Onde,
I0 – Montante do Capital em dívida, no termo do período anterior
Rk – Reembolso no período K do capital em dívida
Jk – Juros do período K sem correcções fiscais
Jk (1-t) – juros corrigidos do período K
Rk + Jk (1-t) – Serviço da dívida no período K corrigido dos efeitos fiscais.
A taxa de actualização (r) deve ser igual à taxa de juro nominal total das operações
bancárias activas com idêntica duração.
VALA = VAL + VA
115
IX. FONTES DE FINANCIAMENTO DE EMPRESAS
- Desconto Comercial
- Conta Corrente (revolving credit)
- Descoberto em depósitos à ordem (overdraft)
- Hot money
O crédito que permite à empresa sacar a descoberto sobre a sua conta de depósito à
ordem. Difere da conta corrente por as garantias serem diferentes. Este crédito é o que
se fundamenta na confiança entre o cliente e o banco.
116
2. Financiamento Médio e Longo Prazos
Valor nominal
Externas Acções Ordinárias
- Capitais Próprios Prémio de emissão
Reservas (provisões)
Internas Auto-financiamento
Lucros retidos
- Capitais Alheios
117
A integração do auto-financiamento no capital social pode provocar a variação das
acções.
Prémio de Emissão
Origem: O prémio de emissão surge quando, uma empresa decide aumentar o seu
capital social pela emissão de novas acções, os novos accionistas realizam as suas
partes sociais acima do par, como forma de preservar as posições finais dos antigos
accionistas.
Importância:
- É a forma mais conveniente, sempre que a empresa já tiver a conta de Reservas,
dos novos accionistas não subavaliar o valor a distribuir por acção dos antigos
accionistas e beneficiarem-se das Reservas anteriormente constituídas
- Por outro lado, sendo um valor a acumular nos capitais próprios, a empresa não
incorre em nenhum imposto sobre rendimentos – efeito fiscal.
ACÇÕES
A acção representa uma fracção do capital social das sociedades anónimas. O detentor
de uma acção, chamado accionista, tem os seguintes direitos:
118
Acções nominativas
São aquelas em que a titularidade do seu possuidor resulta da inscrição do nome do
titular no livro de registo da sociedade.
Acções ao Portador
São aquelas cuja titularidade resulta da posse material do próprio título. As acções ao
portador devem obedecer a normas no que diz respeito às técnicas de impressão,
cores, papel de numeração afim de evitar a sua falsificação.
Existem muitas abordagens conhecidas para a avaliação do valor mas somente uma é
amplamente aceite.
- Valor nominal é o valor inscrito no título de acordo com o código das sociedades
comerciais.
- Valor de emissão é o valor com que as acções são colocadas no mercado. A fixação
desde valor depende da:
- Valor de cotação é o valor com que as acções são transaccionadas na bolsa. Este
valor resulta do mercado, situação derivada entre a oferta e a procura nas sessões
de bolsa.
Quando a oferta é maior do que a procura surge uma descida de cotação na bolsa.
119
- Valor de liquidação
O valor de liquidação por acção é o montante real que cada accionista comum
espera receber se os activos forem vendidos e os credores e accionistas
preferenciais forem pagos e qualquer dinheiro restante for dividido entre os
accionistas comuns.
Esta medida é mais realista que o valor de livro, mas ela ainda falha por deixar de
considerar o potencial de lucro dos activos da empresa.
Óptica de dividendos
r= (D1 +(P1-P0))/P0
Onde:
P0 = D1/(1+r) + P1/(1+r)
Assumindo que os dividendos crescem anualmente a uma taxa que designaremos ―g‖
então teremos:
Exemplo:
A empresa ABC pensa distribuir no final do ano um dividendo por acção de 200.cts.
nos anos subsequentes admite-se que o ritmo de crescimento dos dividendos se
situará em 10%.
120
A taxa requerida pelos investidores é de 20%. Calcule P0.
Exemplo:
A empresa JAT prevê uma taxa anual de crescimento de 12% nos seus dividendos. O
próximo dividendo por acção deverá atingir 225.cts. A cotação das acções em bolsa é
actualmente de 2.500,cts. Os investidores requerem para o nível de risco da empresa,
uma taxa de rendibilidade de 17%.
4. Actualizar o preço
5. Somar tanto o valor dos dividendos actualizados como o preço da acção actualizado
Pn = D(n+1) /(r-g)
Ex:
D1= 250 cts
D2= 320 cts
D3 = 480
121
São empréstimos feitos pelos sócios à empresa. Esta fica obrigada a restituir o total do
empréstimo. Excepção para casos de falência em que o crédito dos sócios é só
satisfeito depois de serem reembolsados os outros credores.
Papel Comercial
Estes títulos deverão ser garantidos por uma instituição de crédito. São emitidos por
um prazo inferior a um ano (papéis a curto prazo).
Prestações Suplementares
São empréstimos que os sócios fazem à empresa, após deliberação desta que deve
constar no pacto social.
A restituição das prestações suplementares aos sócios está dependente das seguintes
condições:
- A situação líquida não pode ser inferior à soma do capital e da reserva legal e que a
sua quota já tenha sido liquidada. A restituição das prestações suplementares está
sujeita à deliberação dos sócios.
- São resgatáveis antes do fim do prazo.
- Estes títulos podem ser emitidos a taxa fixa, variável ou indexada (taxa de
referência).
Capital de Risco
Financiamento Híbrido
1. Acções Preferenciais
As acções preferenciais têm características de uma dívida, bem como das de acções
ordinárias.
122
Os detentores de acções preferenciais têm prioridade sobre os detentores de acções
ordinárias em relação aos lucros e activos. Assim, os dividendos devem ser pagos sobre
as acções preferenciais antes que sejam pagos as acções ordinárias. E, no caso de
falência, as reivindicações dos detentores de acções preferenciais devem ser atendidas
antes que os detentores das acções ordinárias recebam dividendos.
b) Valor ao Par
c) Dividendos Cumulativos
d) Convertibilidade
e) Direito de Voto
f) Participante
Um raro tipo de acção preferencial é aquele que participa com a acção ordinária da
partilha dos lucros da empresa. As acções preferenciais participantes geralmente
funcionam como se segue:
123
g) Fundo de Amortização
A maioria das acções preferenciais recém emitidas tem recursos de amortização que
exigem a compra e o pagamento de uma determinada percentagem de acções
preferenciais à cada ano.
h) Cláusula de Resgate
2. Leasing
Locador: pessoa que sendo dono/ proprietário do bem tem direito de receber as
rendas.
Locatário: pessoa que aceita a obrigação de pagar renda contra o uso do bem.
Vantagens:
- financiamento integral;
- rapidez na análise do pedido de financiamento;
- dispensa de constituição de garantias reais;
- dedução do montante global de rendas para efeitos fiscais.
124
Desvantagens:
Formas de Leasing:
2. Leasing Operacional
Conclusão: Para avaliar a melhor opção entre a compra ou arrendar, vai ser em
função daquilo que apresenta maior ou menor custo, recorrendo ao critério VAL. O
125
leasing pode ser uma alternativa à utilização de um empréstimo para adquirir os
meios, ou como alternativa à utilização de capitais próprios.
Factoring
As empresas de factoring pagam ao seu cliente o valor da emissão das facturas do mês
trimestre e retira uma comissão que é a sua remuneração. Esta comissão varia
conforme os contratos firmados.
Empréstimo Cristal
- O mercado monetário;
- O mercado de capitais.
O mercado monetário:
O mercado de capitais
126
- O mercado de euro-obrigações: é um mercado de longo prazo que dura entre 5 à 20
anos, embora a média oscila entre os 7 à 10 anos. As obrigações são vendidas fora
das fronteiras do país emitente – são os euro-booms.
Obrigações
Para determinar o valor actual de uma obrigação será necessário actualizar aqueles
cash flows para o momento zero, o que coloca a primeira questão essencial da
avaliação de obrigações: selecção da taxa de actualização:
P0 = Jt/(1+r)t + Vr/(1+r) n
Onde:
Jt - Juros da Obrigação
Vr - Valor nominal da obrigação
r - taxa de rendibilidade de obrigações de risco semelhante
n - número de períodos de vencimento de juros até a maturidade.
P0 - Valor actual da obrigação
i - Taxa de juro
Jt = Vr*i
Exemplo:
Vr = 1000.cts
r = 20%
Periodicidade de Juros – anual
Reembolso do capital – integral, dentro de dois anos
Cflows: J1= 200; J2 = 1200. Suponha que actualmente as obrigações de risco
semelhante ofereciam uma rendibilidade de 22%. Calcule P0?
Taxa de rendibilidade
127
1060 = 190/(1+r)+190/(1+r)2 +1190 (1+r)3
Exemplo: As Obrigações MJM de valor nominal de 1000 cts, tem um cupão anual de
18%, com uma maturidade de quatro anos. Neste momento o rendimento
proporcionado por obrigação de risco semelhante é de 21%.
A diferença de 76,2 que se verifica em relação ao valor nominal e que representa uma
mais valia imediata para o investidor, traduz uma compensação pelo facto de estas
obrigações proporcionarem um rendimento inferior a outras de risco semelhante.
(21% - 18%)= 3%
Suponhamos que agora estamos a analisar as mesmas obrigações, só que a três anos
do seu vencimento. Actualmente o P0 será igual a 937,8.
D = t.CFt
(1+r)t
Somatório de t=1 até t=n
Onde;
P0- Valor actual da obrigação
CFt – Cash Flow da obrigação no período t
t – Período até à maturidade
r – taxa de rendibilidade de obrigações de risco semelhante
Tipos de Obrigações
128
Quando a obrigação tem direito à uma certa fracção de determinada propriedade da
empresa emitente em caso de falência da mesma e consequentemente impossibilidade
de pagamentos de juros e capital alheio.
É um certificado indicando que uma empresa tomou emprestado uma certa quantia e,
promete reembolsá-la numa certa data futura, pagando o emitente aos possuidores
dos depentures um montante estipulado de juros à intervalos especificados,
geralmente o semestre. Só pode exigir o seu direito sobre os lucros da empresa e não
exige nada sobre o activo da empresa. Estas obrigações são de dois tipos: depentures
e depentures subordinadas.
Depentures têm uma reivindicação sobre quaisquer activos da empresa que restarem
após terem sido satisfeitas as obrigações de todos os credores com garantias. Eles só
reivindicam os activos remanescentes. Normalmente pode aparecer no contrato que
nenhum depentures depois desta vai ser emitida pela empresa depois desta
depentures.
3. Obrigações Hipotecárias
São uma forma de obrigações com garantia. Neste caso, os títulos incorporam o direito
de o seu titular receber os juros e o capital mas adicionalmente conferem um privilégio
creditório especial sobre os créditos hipotecários afectados à respectiva emissão com
precedência sobre quaisquer outros credores para efeitos de reembolso de capital e
recebimento de juros.
4. Obrigações Convertíveis
São aquelas que por decisão do seu detentor podem ser convertidas num número
definido de acções da mesma empresa, desde que se verifique certas condições
durante um determinado período. A conversão é feita através do rácio de conversão,
que indica o número de acções que cada obrigação tem direito a converter. As
obrigações convertíveis estão protegidas da diluição do preço das acções.
129
- Com emissão de convertíveis não implica necessariamente uma queda das
cotações das acções existentes no momento, dado que não existe nenhuma
diluição imediata de acções.
SL – situação líquida
n-1 – ano do último balanço antes da conversão das obrigações
NAA – n.º das acções antigas
NA – variação no n.º de acções
NOC – n.º de obrigações convertíveis
RC – rácio de conversão
SL – variação da situação líquida
RC = NOC / NA
130
(É o mesmo que determinar a TIR)
n-1
VE0 = JC(1+i)-k + Y(1+I)-n
K=1
Y = COC + JC + DE
COC = pm x NA – VE
JC = kd x VE
DE = %DE X VNNA
onde,
VE0 – valor da obrigação
JC – juro de cupão
COC – custo de oportunidade de capital, ou de conversão
VE – Valor da obrigação à data de emissão
VNNA – Valor nominal das novas acções
Kd – taxa de juro
Pm – preço de mercado.
n-1
VE = JC(1+i)-k + (1+I)-n
K=1
VC = NA x PAC
= VC + JC
onde,
VC – Valor de conversão
PAC – preço de cotação das acções imediatamente à seguir após a conversão. Se não
existir esse preço assume-se o valor de mercado
131
Estas obrigações conferem aos seus detentores o direito de aquisição de um
determinado número de acções da mesma empresa a um preço pré-definido durante
um certo período de tempo. São mais ou menos similares as convertíveis para além
dos direitos comuns às outras obrigações, gozam do direito de subscreverem (ou se
converterem) em acções, à um determinado preço geralmente estabelecido à data de
emissão da obrigação. Permite aos seus detentores, serem simultaneamente
obrigacionistas e accionistas da empresa. Pode ser accionista mas é necessariamente
obrigacionista. Os direitos de warrant (de conversação em acções) podem ser vendidas.
A entidade que emite obrigações warrant tem o objectivo de diminuir a taxa de juro de
emissão. Ao detentor deste tipo de obrigações permite obter ganhos se as acções
subirem de cotação na bolsa.
RS = NOW / NA
132
VE0 = JC(1+i)-k + Y(1+I)-n + JC(1+i)-t + (JC + VE) (1+I)-n
K=1 t=n+1
Y = COW + JC + DE
JC = kd x VE
DE = %DE X VNNA
VE0 = VE (1 - % desp)
onde,
VE0 – valor da obrigação ou valor actual do empréstimo deduzido de despesas de
empréstimo
JC – juro de cupão
VE – Valor da obrigação à data de emissão ou valor nominal do empréstimo
VNNA – Valor nominal das novas acções
Kd – taxa de juro
Pm – preço de mercado.
Px – preço do exercício do warrant
n-1 n-1
VE = JC(1+i)-k + Z(1+I)-n + JC(1+i)-t + (JC+VE) (1+i)-n
K=1 t=n+1
Z = GPED + JC
onde,
1. Introdução
133
Um dos grandes atractivos dos mercados de opções reside na sua utilização para criar
uma grande variedade de perfis de resultados. Se existirem no mercado opções do tipo
―europeia‖ para uma infinidade de preços de exercício, em teoria, qualquer perfil de
resultados poderá ser criado através da utilização de opções.
Por seu turno, num investimento em opções é fundamental considerar o impacto que
uma varição das cotações produz no nível de riqueza do investidor, face às posições
assumidas no mercado.
O sucesso que o investimento em opções tem vindo a patentear nos diversos mercados
reside nas suas especificidades enquanto instrumento financeiro de cobertura de risco
e enquanto veículo de especulação. Isto porque, por um lado, permite aproveitar os
lucros (embora não integralmente) inerentes a evoluções favoráveis do preço de
mercado dos activos subjacentes enquanto que nas evoluções desfavoráveis os
prejuízos podem ser limitados, ao contrário do recurso ao mercado forward ou de
futuros, onde os investidores têm de assumir o compromisso firme de efectuar uma
transacção a um determinado preço pré-estabelecido. Por outro lado, a utilização de
opções permite, mediante a efectivação de um investimento mínimo (prémio de opção),
especular sobre a evolução do mercado.
Desde logo uma opção é um contrato negociável entre duas partes com diferentes
direitos e deveres. O comprador do contrato é o detentor da opção (option holder) que,
por força do pagamento de uma contrapartida monetária, possui o direito, mas não a
obrigação, de poder exigir da contraparte a compra ou a venda de um determinado
activo ao preço pré-fixado (exercício da opção ou do direito). Por seu turno, o
vendedor ou subscritor da opção (option writer) cede o direito à contrparte de comprar
ou vender o activo nas condições pré-acordadas, recebendo, como contrapartida, uma
determinada quantia monetária que o compensa desse seu estado de sujeição.
134
- opções listadas (estandardizadas) negociadas em bolsa;
- opções convencionais, negociadas fora da bolsa.
Sobre o mesmo activo, existem opções de compra (call options) e opções de venda (put
options):
Uma opção de compra é um contrato que confere (ao seu comprador e titular)
o direito de comprar uma dada quantidade do activo subjacente.
Uma opção de venda é um contrato que confere (ao seu comprador e titular) o
direito de vender uma dada quantidade do activo subjacente.
135
_______________________________________________________________________________
Uma vez que qualquer destes dois tipos de opções ppodem ser comprados ou vendidos
no mercado, qualquer investidor poderá adoptar uma de quatro posições básicas sobre
este produto:
Atendendo ao momento no qual uma opção pode ser exercida, podemos considerar
dois tipos de contratos de opções:
- opção europeia, a que apenas pode ser exercida pelo seu comprador na
maturidade do contrato;
- opção americana, a que pode ser exercida pelo seu comprador em qualquer
momento anterior à maturidade do contrato.
136
O comprador de uma opção possui o direito mas nunca a obrigação de a exercer, tudo
depende da relação existente entre o preço de exercício e a cotação do mercado do
activo subjacente (preço spot), no momento de exercício da opção.
Relacionando o preço spot (S) do activo subjacente com o seu preço de exercício (X),
podemos considerar três situações:
- situação em que o preço de exercício da opção de call (put) é igual ao preço spot do
activo de base. Nesta situação diz-se que a opção se encontra at-the-money;
O valor intrínseco (VI) de uma opção consiste no lucro máximo unitário que pode ser
obtido através do seu exercício. Lucro potencial imediato, caso das opções americanas,
ou lucro potencial futuro, tratando-se de opções europeias e no caso de se manter
inalterado o preço spot do activo até ao vencimento da opção.
VIp= Max(X-S,0)
137
Exemplo: Opções sobre as acções da XPTO,SA, com preço de mercado (cotação spot) de
$13.
O valor temporal (VT) é dado pela diferença, não negativa, entre o prémio da opºão e o
seu valor intrínseco.
No caso de uma opção de compra XPTO, o seu valor temporal é igual ao respectivo
prémio se o seu VI for igual a zero. Apesar do exercício da opção não se revelar
atractivo (VI=0), o valor positivo do prémio resulta da possibilidade de, no vencimento
da opção, a cotação spot das acções XPTO pode vir a ser superior ao seu preço de
exercício (13 cts).
138
Ao longo da exposição serão utilizadas algumas simplificações com o objectivo de
tornar a matéria mais clara. Assim, ignorar-se-ão os custos de transacção, o factor
tempo e a questão fiscal. Partir-se-á, ainda, do princípio de que todas as opções são do
tipo europeias e, no momento da sua aquisição ou venda, se encontram at-the-money,
isto é, o preço de exercício é igual ao preço do mercado do activo subjacente. Também
sem perder generalidade, ir-se-á considerar como activo subjacente uma acção que
não paga dividendos durante o período de vida da opção.
Por uma questão de melhor compreensão por parte do estudante, o raciocínio a seguir
na demonstração do perfil de resultados relativamente à « compra de opção de compra»
será mais detalhado que nos restantes casos. No entanto, a mesma lógica de actuação
por parte do investidor estará subjacente às outras posições de base em opções e,
sempre que tal se justifique, será apresentado detalhadamente o raciocínio seguido.
139
G2.1 - Compra de Opção Compra
10
8
6
Resultados
4
Resultados
2
0
-2 0 20 40 60
-4
Preço de Mercado (S)
O gráfico G2.1 ilustra o perfil de resultados, para uma acção, associado à operação
realizada pelo Sr. Manuel Xitolo na data do vencimento do contrato de opções «3M-
40X». Para se chegar ao resultado global do contrato, basta multiplicar o resultado
unitário, apresentado no gráfico, por 100 unidades.
Qual a influência que uma subida ou descida de preço das acções subjacentes ao
contrato tem no nível de rendimento do Sr. Manuel Xitolo? Como sabemos, o
comprador de uma opção de call europeia tem o direito de, na data de vencimento da
opção, adquirir o activo ao preço de exercício. Para adquirir tal direito, teve de pagar
um determinado preço (prémio da opção).
Se daqui a três meses a cotação das acções da MTGTM,SARL for inferior ao preço de
exercício (ST ≤ 40), o Sr. Manuel Xitolo não terá qualquer interesse em exercer a opção,
ou seja, o seu direito de compra de acções por $40, visto ser mais barato (ou no limite
igual) ir directamente ao mercado à vista e efectuar essa operação pelo preço que aí
vigorar. Nesta eventualidade, a aquisição da opção de call traduzir-se-á num prejuízo
igual ao do prémio dispendido no início da vigência do contrato ($2,5 por acção). No
gráfico G1 esta situação é evidenciada ao longo do troço horizontal abaixo do eixo das
abcissas. Repare que enquanto que o preço de mercado for inferior ou igual ao preço
de exercício, a opção estará out-of-the-money ou at-the-money e o Sr. Manuel Xitolo
regista perdas no montante do prémio pago pela opção.
Se o preço de mercado das acções estiver compreendido entre $40 e $42,5, ou seja, se
o Sr. Manuel Xitolo deve exercer a opção visto que, embora continue a registar um
resultado desfavorável, o mesmo será tanto menor quanto mais perto de $42,5 se
encontrar o preço de mercado das acções no vencimento da opção. Se, por exemplo, o
140
preço de mercado das acções for de $41, ao exercer a opção o Sr. Manuel Xitolo
adquire cada acção por $40 que poderá de imediato vender no mercado por $41
realizando um ganho de $1. Como pagou um prémio pela opção de $2,5 a perda do Sr.
Manuel Xitolo ficará confinada a $1,5. Analogamente, se o preço de mercado na data
de exercício da opção for de $42, a correspondente perda do Sr. Manuel Xitolo será de
apenas $0,5 por acção.
Podemos, então concluir que o exercício da opção de call só se torna lucrativo caso o
preço de mercado da acção subjacente seja superior ao seu ponto de break-even.
Como para adquirir a opção teve de desembolsar um prémio de $2,5, o Sr. Manuel
Xitolo realizará um lucro líquido de $3,5 por acção. Assim, na maturidade da opção,
quanto maior for a subida de preço da acção maior será o lucro obtido pelo investidor.
1Em português costumam-se usar os termos “ponto crítico” ou “limiar de rentabilidade”. Graficamente este ponto
corresponde à intersecção da linha do perfil de resultados com o eixo das abcissas.
141
Como sabemos, existem sempre duas partes intervenientes em qualquer negócio de
opções. De um lado o comprador da opção, aquele que assume a posição longa no
contrato2. Do outro lado, o vendedor da opção, o interveniente que assumiu a posição
curta do contrato. Na data da venda da opção, o vendedor de uma call recebe um
montante em dinheiro (cash) correspondente ao prémio e terá de assumir as
responsabilidades subjacentes ao contrato que estabeleceu.
Para ilustrar o perfil de resultados inerente a uma posição vendedora de uma opção de
compra (Short call ) iremos recorrer ao mesmo exemplo das opções sobre as acções da
empresa MTGTM.SARL (3M-40X).
No gráfico G2.2 podemos verificar o perfil de resultados esperados pelo Sr. João Pondo
na data de exercício da opção. De reter que o Sr. João Pondo vendeu o direito desse
mesmo exercício pelo preço unitário de $2,5.
4
2
0
Resultados
-2 0 20 40 60
Resultados
-4
-6
-8
-10
Preço de Mercado (S)
2Em rigor, por razões de eliminação do risco de cumprimento, qualquer destes dois intervenientes tem como contraparte
no negócio a Câmara de Compensação.
142
Se daqui a três meses a cotação das acções da MTGTM, SARL for inferior ao preço de
exercício (ST ≤ 40), já vimos que o comprador da opção de compra não terá qualquer
interesse em exercer a opção. Nesta eventualidade, a venda da opção de call traduzir-
se-á num lucro igual ao do prémio recebido no início da vigência do contrato ($2,5 por
acção). No gráfico G2.2 esta situação é evidenciada ao longo do troço horizontal acima
do eixo das abcissas. Enquanto o preço do mercado for inferior ao preço de exercício, a
opção estará out-of-the-money ou at-the-money e o Sr. João Pondo poderá dormir
descansado uma vez que regista ganhos no montante do prémio recebido pela venda
da opção.
Na maturidade, o melhor resultado que se poderá verificar com a venda de uma opção
de compra é o de um lucro igual ao prémio que recebemos na venda da opção.
O Sr. João Pondo embora continue a registar um resultado desfavorável, o mesmo será
tanto menor quanto mais perto de $42,5 se encontrar o preço de mercado das acções
no vencimento da opção.
Se, por exemplo, o prelo de mercado das acções for de $41, a opção será exercida e o
Sr. João Pondo adquire cada acção por $41 no mercado à vista para vender ao
comprador da opção por $40, registando uma perda de $1. Como recebeu um prémio
pela venda da opção de $2,5 o lucro do Sr. João Pondo ficará confinado a $1,5 por
acção. Analogamente, se o preço de mercado na data de exercício da opção for de $42,
o correspondente lucro do Sr. João Pondo será de apenas $0,5 por acção.
143
correspondente ao perfil de resultados tem uma inclinação negativa de 45 graus, ou
seja um declive igual a –1.
Admita agora que o Sr. Manuel Xitolo decide comprar um contrato de opções de venda
sobre as acções da MTGTM,SARL. O comprador de uma opção de put, detém o direito
de, na data de vencimento da opção, vender o activo subjacente ao preço de exercício.
Para obter esse direito terá de pagar um prémio ao vendedor da opção.
10
8
Resultados
4 Resultados
0
0 20 40 60
-2
Preço de Mercado (S)
144
Podemos verificar que para preços no mercado spot superiores ao preço de exercício, o
detentor não tem qualquer interesse em exercer a sua opção. Seria preferível vender a
sua opção no mercado à vista, já que, dessa forma, conseguiria obter um preço melhor
do que os $40. Assim o resultado associado à compra de uma opção de put, quando
preço no mercado à vista na data de vencimento da opção for superior ao preço de
exercício, resume-se ao prémio pago ($1.5) e a opção não é exercida. No gráfico G3,
esta situação corresponde ao troço horizontal abaixo do eixo das abcissas.
Se o preço de mercado das acções estiver compreendido entre $38,5 e $40, ou seja, se
no vencimento das opções, o preço das acções for de
O Sr. Manuel Xitolo deve exercer a opção visto que, embora continue a registar um
resultado desfavorável, o mesmo será tanto menor quanto mais perto de $38,5 se
encontrar o preço de mercado das acções no vencimento da opção. Se por exemplo o
preço de mercado das acções for de $39, o Sr. Manuel Xitolo poderá comprar acções no
mercado por esse preço e exercer a opção (vendendo cada acção por $40).
Consequentemente, realizará um ganho de $1. Como pagou um prémio pela opção de
$1,5 a perda do Sr. Manuel Xitolo ficará confinado a $0,5. Analogamente, se o preço de
mercado na data de exercício da opção for de $39,5, a correspondente perda do Sr.
Manuel Xitolo será de apenas $1 por acção (verifique porquê).
Então, para o comprador de uma put, o exercício da opção só é lucrativo caso o preço
de mercado da acção subjacente seja inferior ao seu ponto crítico.
145
da opção e zero, resultante da descida do preço da acção até ao limite de zero3,
decrescido do valor do prémio pago pela opção.
Para ilustrar o perfil de resultados inerente a uma posição vendedora de uma opção de
venda (Short Put) iremos recorrer ao mesmo exemplo das opções sobre as acções da
empresa MTGTM, SARL (3M-40X).
Admita-se que o nosso investido, o Sr. João Pondo, vendeu um contrato de opções de
venda de 100 acções da MTGTM, SARL ao preço unitário de $40, caso a contraparte
deste contrato assim o exija. O Sr. João Pondo ao vender a opção de venda recebeu o
respectivo prémio de $1,5 mas encontra-se na situação de total sujeição à vontade do
comprador da opção.
No gráfico G2.4 podemos verificar o perfil de resultados esperados pelo Sr. João Pondo
na data de exercício da opção:
4
2
0
Resultados
-2 0 20 40 60
Resultados
-4
-6
-8
-10
Preço de Mercado (S)
Se daqui a três meses a cotação das acções da MTGTM, SARL for superior ou igual ao
preço de exercício (ST≥40), já vimos que o comprador da opção não irá, decerto, exercer
a opção. Nesta eventualidade, a venda da opção de put traduzir-se-á num lucro igual
ao prémio recebido no início da vigência do contrato ($1,5 por acção). No gráfico G4
esta situação é evidenciada ao longo do troço horizontal acima do eixo das abcissas.
3No caso das opções put não se pode, em rigor, utilizar o termo ilimitado, quer nas perdas quer nos ganhos, porque o
preço das acções nunca poderá cair abaixo de zero. Nesse caso extremo, o lucro/prejuízo resultante da compra/venda de
uma opção de put seria igual ao diferencial entre o preço de exercício e zero decrescido/acrescido do valor do prémio
pago/recebido.
146
Repare que enquanto o preço de mercado for superior ou igual ao preço de exercício, a
opção estará out-of-the-money e o Sr. João Pondo registará um ganho no montante do
prémio recebido.
Deste modo, podemos dizer que, na maturidade, o melhor resultado que se poderá
verificar com a venda de uma opção de venda é o de lucro igual ao prémio que
recebemos na venda da opção.
Se o preço de mercado das acções estiver compreendido entre $38,5 e $40, ou seja, se
38,5<ST<40
O Sr. João Pondo embora continue a registar um resultado favorável, o mesmo será
tanto menor quanto mais perto de $38,5 se encontrar o preço de mercado das acções
no vencimento da opção. Se por exemplo o preço de mercado das acções for de $39, a
opção será exercida e o Sr. João Pondo registará um ganho de $0,5. Analogamente, se
o preço de mercado na data de exercício da opção for de $39,5,o correspondente lucro
do Sr. João Pondo será de $1,0 por acção.
Para o vendedor de uma put o exercício da opção, por parte do comprador, só acarreta
um prejuízo caso o preço de mercado da acção subjacente seja inferior ao seu ponto de
break-even.
147
mas, por outro lado, poderá potencialmente obter lucros ilimitados. Este facto torna o
investimento em opções bastante atractivo, uma vez que permite não só o
aproveitamento de evoluções favoráveis das cotações do activo subjacente no mercado
à vista, como também restringe o capital em risco ao prémio pago (que é bastante
inferior ao nível de investimentos que teria de realizar no mercado à vista). Ao invés,
visto que os perfis de resultados do comprador e do vendedor de uma mesma
opção são exactamente simétricos, o vendedor de uma opção possui um potencial de
lucro confinado ao valor do prémio recebido e um potencial de perda ilimitado (ou igual
ao valor do contrato, compensado pelo prémio recebido).
1. PLANEAMENTO EMPRESARIAL
Conceito
Importância e Necessidade
Esta função está voltada para a continuidade da empresa e focaliza o futuro. Sua
importância reside no seguinte aspecto: sem o planeamento a empresa fica perdida no
caos. O planeamento é vital para as demais funções, isto é, sem planeamento, as
funções organização, direcção e controle perdem todo o seu efeito.
O planeamento está sujeito a dois princípios que devem ser observados no processo da
sua elaboração, a saber:
O objectivo deve ser definido de forma clara e concisa para que o planeamento seja
adequado. A finalidade do planeamento é determinar como o objectivo deverá se
alcançado. Se o objectivo não for claramente definido, o planeamento será muito vago e
disperso.
148
b) Princípio da Flexibilidade do Planeamento
Tipos de Planeamento
A administração reconhece três níveis hierárquicos aos quais correspondem três tipos
de planeamento, a saber:
Planos Globais
Planos Parcelares
149
de investigação e desenvolvimento (R&D), incluindo estudos de novos mercados,
processos e produtos, áreas de actividade e recursos humanos de exploração
(vendas, produções aprovisionamentos, pessoal, gastos de funcionamento,
tesouraria, etc.)
Acções de estratégia
b) Fixação de Objectivos
Acções tácticas
a) Tarefas iniciais
2. Orçamentos
150
- melhorar os processos de gestão, através da definição prévia de regras de actuação
e de padrões de actuação (medindo resultados – desvios e eficiências) e da
formulação de acções coordenadoras.
- o balanço previsional
- a demonstração de resultados previsional
- o orçamento geral de tesouraria.
151
consumo nas produções de bens e serviços adquiridos, produções obtidas, variações
stocks).
152
realizarão as cobranças. Para o efeito, socorremo-nos da experiência passada e das
perspectivas de evolução futura.
O que se disse inicialmente acerca dos recebimentos também se verifica quanto aos
pagamentos, isto é, um destes correspondentes a saídas de caixa, outros a saídas das
contas bancárias e outros ainda as compensações com dívidas a receber.
153
dos artigos) mais representativos e o conhecimento dos stocks de matérias,
mercadorias e produtos.
Uma vez que o mapa previsional dos abastecimentos respeita as compras de matérias
(ou de mercadorias),fica por apresentar um outro mapa destinado ao registo das
restantes despesas de funcionamento.
É evidente que tais despesas variam muito de empresa para empresa. Igualmente se
sabe que na generalidade dos casos medeia um prazo entre a realização da despesa e o
pagamento. Porém, por comodidade, atendendo aos fins visados ― esquemas de
previsão de tesouraria ― recomenda-se que todas as despesas venham reportadas ao
momento dos seus pagamentos .
154
uma conta de resultados previsional, de uma demonstração de fontes e aplicações de
fundos e de um balanço previsional.
Passo 1:
Passo 2:
Passo 3:
Soma-se o activo e o passivo que se obtém pela execução do passo anterior. O mais
provável é haver desequilíbrios, regra geral, a favor do activo. Então, significa que essa
diferença representa necessidades financeiras de financiamento. Isto deve-se ao facto
da não inclusão no balanço, dos resultados do exercício.
Assim, procura-se buscar o tal financiamento dentro (lucros retidos) ou fora (capitais
alheios ou emissão de novas acções ordinárias) da empresa, tendo em conta a
estrutura óptima de capital, e, os custos específicos de cada parte. E, volta-se a
reconstruir o mapa de exploração por forma, a corrigir a composição anterior
Exemplo:
Balanço
Activo
Caixa 10
155
Contas a Receber 85
Mercadorias 100
Activo Circulante 195
Activo Fixo Líquido 150
TOTAL 345
Passivo
Fornecedores 40
Letras a Pagar 10
Antecipações Passivas 25
Passivo Corrente 75
Títulos Hipotecários 72
Capital (acções ordin.) 150
Lucros Retidos 48
TOTAL 345
Demonstração de Resultados
Vendas Líquidas 500
Custos dos MCM 400
Custos Adm. e Vendas 52
RAJI 48
CFF 8
RAI 40
PISL 16
RL 24
Dividendos 8
Lucro a Reter 16
Pressupostos:
Questões:
Se as vendas da empresa atingirem 750 mil contos no ano seguinte, qual será a
performance dos dois instrumentos financeiros da companhia e qual será o nível de
nível de financiamento externo requerido para a empresa?
156
Demonstração de Resultados Projecções
2000 2001 2001
1ª Aprox. 2ª Aprox.
Vendas Líquidas 500 750 750
Custos dos MCM 400 600 600
Custos Adm. e Vendas 52 78 78
RAJI 48 72 72
CFF 8 8 17
RAI 40 64 55
PISL 16 26 22
RL 24 38 33
Dividendos 8 8 9
Lucro a Reter 16 30 24
Balanço
ACTIVO
Caixa 10 15 15
Contas a Receber 85 128 128
Mercadorias 100 150 150
Activo Circulante 195 293 293
Activo Fixo Líquido 150 225 225
TOTAL 345 518 518
PASSIVO
Fornecedores 40 60 60
Letras a Pagar 10 10 19
Antecipações Passivas 25 38 38
Passivo Corrente 75 108 117
Títulos Hipotecários 72 72 142
Capital (acções ordin.) 150 150 151
Lucros Retidos 48 78 78
TOTAL 345 408 512
- 110 6
157
a empresa tem 1000 acções ordinárias de capital que são actualmente vendidas a
USD25/ acção. Em 2000 pagou dividendos por acção USD0,8 e esta alíquota será
mantida nos anos seguintes.
a) CFF Adicionais
Juros do Passivo Corrente = 10% x 9 = 0,9
Juros do CA de M/L Prazo = 12% x 70 = 8,4
9,0
b) Dividendos Adicionais
Novas Emissões = Capital Social Necessário/ VPA = 31/25 =USD1,240/ acção
Dividendos Adicionais = 0,8 x 1,240 = 0,999 1,0
158
d – rácio de dividendos ou alíquota de dividendos
VL – Variação de Vendas
NFE = 345/500 x (750 – 500) – 65/500 x (750 – 500) – 4,8% x 750 (1 – 33%)
NFE = 115,88 mil contos 116 mil contos
Funcionamento do Modelo
Conclusão:
Exemplo:
Tendo os dados sobre as vendas e stocks do período 1992 –1997, fazer a estimativa de
stocks para 2002, sabendo que o volume de vendas estimado para esse ano será de
500.000 e esboçar a recta de tendência.
159
. . . .
2002 500.000 ?
Os stocks aumentam em função das necessidades das vendas, mas esse aumento
(variação) é menos do que proporcional. Qualquer aumento das vendas não vai
implicar necessariamente o aumento do investimento, porque a empresa não utiliza
logo a sua capacidade instalada.
Stocks
Vendas
Enquanto o modelo anterior considera as vendas como função de uma única variável
ao fazer a sua análise de previsão, este modelo considera-a como função de um
conjunto de variáveis em simultâneo. Quer dizer que, as vendas são função de
existências, clientes, etc. em simultâneo e não só e apenas de existências. É um
modelo extremamente complexo, exigindo muitos conhecimentos de estatística e
matemática. Daí a sua pouca adopção.
V – CT = 0
PQ – (CF + CV) = 0
PQ – (CF + Cvu x Q) = 0
160
Ponto Crítico em quantidade:
Q* = CF / (P – Cvu)
M* = P x Q*
161