Questoes CPPT
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E DE
PROCESSO TRIBUTÁRIO
CPPT
QUESTIONÁRIO
Resolução
5 – As certidões de situação tributária regularizada são emitidas nos termos do Dec-Lei n.º
236/95 e o seu prazo de validade é o seguinte:
6 meses – Se não existirem dívidas
3 meses – Se existirem dívidas, a situação é considerada regularizada, desde que as
dívidas estejam a ser pagas em regime prestacional autorizado. Igual situação se verifica, caso as
liquidações se encontrem reclamadas ou impugnadas e tenha sido prestada/constituída
garantia.
( n.º 2 do art.º 2º do Dec-Lei n.º 236/95, de 13 de Setembro )
7 – A liquidação oficiosa terá de ser notificada através de carta registada com aviso de recepção
( n.º 1 do art.º 38º do CPPT)
9 – A decisão que indefere um pedido de isenção tem de ser notificada através de carta registada
com aviso de recepção
( n.º 1 do art.º 38º do CPPT )
17 – Orientações genéricas são as instruções administrativas criadas pelas várias áreas da DGCI
(Gestão Tributária, Cobrança, Inspecção Tributária, Justiça Tributária) e que constam de
circulares. Estas instruções administrativas são superiormente sancionadas e visam que os
serviços façam uma interpretação e aplicação uniforme das normas jurídico-tributárias.
( Art.º 55º do CPPT )
20 – A decisão de tributação por métodos indirectos tem de ser atacado através do pedido de
revisão previsto no art.º 91º da LGT, com fundamento em erro na quantificação da matéria
tributável ou nos pressupostos de aplicação de métodos indirectos.
( n.º 5 do art.º 86.º da LGT )
21 – Não. O recurso hierárquico não pode ser utilizado para atacar o acto tributário de
liquidação. O recurso hierárquico tem por objecto as decisões dos órgãos da administração
tributária, cujo sentido possa afectar os direitos ou interesses legalmente protegidos dos
contribuintes. O acto de liquidação tem de ser atacado através de reclamação graciosa ou de
impugnação judicial.
( Art.ºs 66º e 67º do CPPT - Art.º 80º da LGT )
22 – Não. A reclamação graciosa tem por finalidade a anulação total ou parcial do acto de
liquidação. A decisão de indeferimento de reconhecimento de benefícios fiscais é autónoma do
acto de liquidação de imposto. O meio processual idóneo para sindicar aquela decisão é o
recurso hierárquico.
Art.º 66º do CPPT
Art.º 80º da LGT
26 – Não sendo possível obter acordo no procedimento de revisão da matéria tributável e uma
vez liquidado o respectivo imposto o contribuinte pode impugnar a liquidação com fundamento
em erro na quantificação da matéria tributável ou nos pressupostos de aplicação de métodos
indirectos. Esta impugnação tem de ser apresentada no prazo de 90 dias a contar da notificação
da liquidação.
n.º 4 do art.º 86º da LGT
Art.º 117º do CPPT
al. a) do n.º 1 do art.º 102º do CPPT.
27 – A impugnação judicial está sujeita a pagamento de taxa de justiça. A lei impõe que
conjuntamente com a petição seja apresentado o documento comprovativo do pagamento da
taxa de justiça inicial ou do pedido de apoio judiciário.
Art.º 73º-A do CCJ (Código das Custas Judiciais – aprovado pelo Dec-Lei n.º 224-A/96, de 26
de Novembro, na redacção dada pelo Dec-Lei n.º 324/03, de 27.12)
( Art.º 22º a 30º do CCJ - n.º 3 do art.º 467º do CPC - al. f) do art.º 474º do CPC )
28 – Esta reclamação graciosa constitui requisito obrigatório para que o sujeito passivo da
relação jurídico-tributária possa impugnar o acto de autoliquidação. O prazo para apresentação
da reclamação é de 2 anos a contar da apresentação da declaração.
( n.º 1 do art.º 131º do CPPT )
29 – Para que o contribuinte possa apresentar impugnação judicial do acto de pagamento por
conta, tem de, prévia e obrigatoriamente, apresentar reclamação graciosa no prazo de 30 dias, a
contar do dia imediato àquele em que realizou o pagamento indevido. Se ao fim de 90 dias, após
a apresentação da reclamação, não existir uma decisão expressa, a reclamação considera-se
tacitamente deferida. É este o efeito jurídico que o reclamante pode retirar da inacção do órgão
da administração tributária.
( n.º 4 do art.º 133º do CPPT )
31 – Para motivar a correcção dos erros de que a liquidação possa enfermar, e caso o
contribuinte não pretenda utilizar a reclamação graciosa ou a impugnar judicial, pode lançar
mão do pedido de revisão oficiosa nos termos regulados no artigo 78º da LGT.
34- Os actos de disposição após a efectivação do arresto são ineficazes em relação ao requerente
do arresto (credor).
( Art.º 139º do CPPT - Art. 622º do Código Civil )
38 – A reclamação graciosa só tem efeito suspensivo sobre o processo de cobrança, caso seja
prestada/constituída garantia que garanta a dívida exequenda e acrescido, nos termos previstos
no n.º 5 do art.º 199º do CPPT ou, então, se tiver sido dispensada a prestação de garantia.
( Art.º 169º do CPPT - n.º 1 do art.º 52º da LGT - n.º 4 do art.º 52º da LGT - Art.º 170º do
CPPT)
39 – Se, no prazo de 3 anos, a contar da data da sua apresentação, a oposição judicial não tiver
sido decidida no Tribunal Tributário de 1ª Instância, a garantia prestada/constituída, com vista
à suspensão do processo de execução fiscal, caduca. Neste caso, a entidade competente para
decidir sobre a verificação da caducidade é o juiz do TAF (Tribunal Administrativo e Fiscal),
mediante requerimento apresentado pelo interessado.
Art.º 183º-A do CPPT
42 – A impugnação judicial deduzida com fundamento em nulidade do acto tributário pode ser
interposta a todo o tempo.
( n.º 3 do art.º 102º do CPPT )
46 – A entidade competente para promover a cobrança coerciva dos créditos fiscais é o órgão da
execução fiscal, sendo o processo instaurada no Serviço de Finanças da área do domicílio ou
sede do devedor, da situação dos bens ou da liquidação, salvo quando a execução tiver por
finalidade a cobrança de coima, caso em que a execução será instaurada no Serviço de Finanças
onde tiver corrido o processo da sua aplicação.
( Art.º 149º do CPPT - Art.º 150º do CPPT - Art.º 152º do CPPT )
47 – Para que se possa instaurar um processo de execução fiscal tem de existir pelo menos um
título executivo (certidão de dívida) extraído contra o devedor. A certidão de dívida é extraída
pelos serviços competentes, logo que termine o prazo de pagamento voluntário do tributo.
( Art.º 88º do CPPT - Art.ºs 162º e 163º do CPPT - Art.º 188º do CPPT )
49 – No processo de execução fiscal podem ser executados os devedores originários dos tributos,
os seus sucessores, os garantes que se tenham obrigado como principais pagadores, e os
responsáveis subsidiários.
( Art.º 153º do CPPT )
51 – A forma de citação a utilizar é determinada pelo valor da quantia exequenda. Neste caso, o
executado deverá ser citado através de carta simples.
( n.º 1 e 2 do art.º 191º do CPPT )
52 – Quando a quantia exequenda for superior a 250 UC, como é o caso em apreciação, a citação
tem de ser pessoal. A citação pessoal é feita nos termos do art.º 233º do CPC, ou seja, através de
carta registada com aviso de recepção ou de contacto directo de funcionário, devidamente
mandatado para o efeito. A citação deve, sempre que possível, ser efectuada através de via
postal.
( n.º 3 do art.º 191º do CPPT - Art.º 192º do CPPT - n.º 3 do art.º 176º do CPC )
54 – A citação considera-se feita no dia em que se mostrar assinado o aviso de recepção e tem-se
por efectuada na própria pessoa do citando, mesmo quando o aviso de recepção haja sido
assinado por terceiro. Quando o aviso de recepção for assinado por terceiro, o executado
beneficia de uma dilação de 5 dias.
Se o aviso de recepção não for assinado não existe citação.
( n.º 1 do art.º 238º do CPC - n.º 1 do art.º 252º-A do CPC )
55 – Em relação ao processo referido no ponto 51, a taxa de justiça terá de ser reduzida a ¼,
ainda que o executado não proceda ao pagamento durante o prazo de 30 dias após a citação, ou
seja, beneficiará sempre desta redução se o pagamento for efectuado antes da citação pessoal ou
Edital – al. b) do n.º 1 do art.º 14º do RCPT. Os encargos devem ser liquidados com observância
do disposto no n.º 4 do art.º 20º do RCPT.
Em relação ao processo referido no ponto 52, a taxa de justiça terá de ser reduzida a ½ (metade)
se o pagamento se efectuar depois da citação pessoal e no prazo de oposição, isto é, o pagamento
terá de ser realizado durante o prazo de 30 dias a contar da citação pessoal, em caso contrário, a
taxa de justiça terá de ser paga pela totalidade – al. a) do n.º 2 do art. 14º do RCPT. Os encargos
deverão ser liquidados nos termos previstos no n.º 2 do art.º 20º do RCPT.
57 – Se a citação for feita por edital, o executado beneficia de uma dilação de 30 dias.
A citação considera-se feita no dia da publicação do último anúncio, ou, não havendo anúncios,
no dia em que sejam afixados os editais. Após o dia em que se considera feita a citação começa a
correr o prazo de dilação e findo este inicia-se o prazo para dedução da oposição judicial.
( Art.º 250º do CPC - n.º 3 do art.º 252º-A do CPC )
58 – Nos pagamentos por conta não existe lugar a redução da taxa de justiça. Esta é uma
consequência da natureza dos pagamentos por conta, a que acresce a circunstância de se atribuir
ao primeiro pagamento por conta um efeito equivalente ao da citação pessoal. Assim, e dado que
a cadência com que os mesmos são realizados implica que o pagamento integral da dívida se
verifique 30 dias após a realização do 1º pagamento, face ao disposto na al.a) do n.º 2 do art.º
14º do RCPT, a taxa de justiça tem de ser paga pela totalidade.
59 – Estando a dívida garantida através de hipoteca, e cujo pagamento em
regime prestacional foi autorizado em processo de execução fiscal, qual a
taxa de juros de mora que se deve aplicar ?
59 – Neste caso deve ser aplicada a taxa de juros de mora prevista no n.º 3 do art.º 3 do Dec-Lei
nº 73/99, de 16 de Março (Regime dos juros de mora), dado que a dívida está coberta por
garantia real. A taxa a aplicar é de 0,5%.
( n.º 2 do art.º 604 do CC - Art.º 686º do CC )
60 - O pagamento em prestações pode, nos termos do n.º 7 do art.º 196º do CPPT, ser requerido
por terceiro que assuma a dívida. Só após a realização integral do pagamento da dívida
exequenda e do acrescido, é que o órgão da execução fiscal pode (deve), nos termos do n.º 10 do
art.º 196º, e por despacho proferido no processo, subrogar o terceiro. A dívida paga pelo terceiro
conserva as garantias, privilégios e processo de cobrança de que usufruía.
( Artºs 91º e 92º do CPPT - Art.º 174º do CPPT )
61 – No processo de execução fiscal cuja finalidade seja a cobrança de uma coima não existe
lugar a liquidação de juros de mora. Com efeito, a coima não esta prevista no âmbito de
incidência dos juros de mora consagrado no n.º 1 do Dec-Lei n.º 73/99, de 16 de Março, e, por
outro lado, a norma constante do n.º 1 do art.º 88º do RGCO (Regime geral das contra-
ordenações – aprovado pelo Dec-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro), refere que sobre as coimas
não incidem quaisquer adicionais.
63 – O arresto é uma providência cautelar que visa impedir que as garantias do credor sejam
diminuídas por actos de disposição praticados pelo devedor, com o objectivo de frustrar a
cobrança dos créditos. Lança-se mão ao arresto em virtude de ainda não se poder efectivar a
penhora de bens. Assim, caso tenha sido feito o arresto de bens, logo que, no âmbito da normal
tramitação do processo de execução fiscal, seja possível fazer a penhora de bens, o órgão da
execução fiscal, através de despacho a lavrar no processo, deve proceder à conversão do arresto
em penhora e promover o respectivo averbamento na Conservatória respectiva, caso se trate de
um bem sujeito a registo.
( Art. 846º do CPC - n.º 2 do art.º 406º do CPC - Art.ºs 619º e 622º do CC
Al. a) do n.º 2 do art.º 101º do Código de Registo Predial)
64 – A penhora de bens imóveis implica a celebração de um auto de penhora por cada prédio
que seja penhorado. Após a penhora de imóvel, o órgão da execução deve promover de imediato
o registo da penhora na respectiva Conservatória, porque só após o registo é que a penhora é
eficaz e através dela o credor adquire preferência a ser pago com relação a qualquer outro credor
que não tenha garantia real anterior.
( Art.º 231º do CPPT - al. e) do n.º 1 do art.º 231º e art.º 230º do CPPT -
al. n) do n.º 1 do art.º do CRP - Art.º 6º do CRP - Art.º 822º do Código Civil)
65 – O processo de execução fiscal só pode ser suspenso quando exista uma causa legal de
suspensão. São causas de suspensão legal as previstas nos art.ºs 169º, 172º, 180º; 212º do CPPT.
A execução fiscal poderá ainda ser suspensa se existir processo de reclamação graciosa,
impugnação judicial, recurso, oposição judicial, e o executado for dispensado de
prestar/constituir garantia, nos termos previstos no n.º 4 do art.º 52º da LGT. A suspensão do
processo de execução fiscal fora dos casos previstos na lei, quando dolosa, é fundamento de
responsabilidade tributária.
( n.º 3 do art.º 85º do CPPT - n.º 3 do art.º 36º da LGT - Art.º 161º do CPPT )
66 – A dispensa de prestação de garantia pode ser concedida pelo órgão de execução fiscal,
mediante requerimento do interessado devidamente fundamentado, quer de direito, quer de
facto.
( n.º 4 do art.º 52º da LGT - Art.º 170º do CPPT )
69 – Feita a penhora e promovido o respectivo registo (caso se trate de bens sujeito a registo), o
certificado do registo e a certidão de ónus é integrada no processo e é a partir desta que ficamos
a saber quem são os credores que gozam de garantia real sobre os bens penhorados. Os credores
conhecidos são citados pessoalmente, isto é, através de carta registada com aviso de recepção.
Os credores desconhecidos são citados por anúncios e éditos de 20 dias ou, então, através dos
editais e anúncios em que seja publicitada a venda dos bens penhorados.
(Art.º 239º do CPPT - Art.º 242º do CPPT - n.º 2 do art.º 249º do CPC -Art.º 252º
do CPC - Art.º 31º do CPPT )
70 – Quando se proceda à penhora de bens (executado: pessoa singular e casado) deve ser
referido no auto de penhora qual o regime de bens de casamento.
O cônjuge do executado tem de ser citado se a execução fiscal tiver por finalidade a cobrança de
uma coima, e tiverem sido penhorados bens comuns, ou, então, quando o objecto da execução
for a cobrança de dívidas tributária e se tiver procedido à penhora de bens imóveis ou de móveis
sujeitos a registo. No caso da coima – art.º 220º do CPPT – o cônjuge é citado para, no prazo de
30 dias, requer a separação judicial de bens ou, no mesmo prazo, provar que já se encontra
acção pendente com aquele objectivo.
Na execução fiscal para cobrança de dívidas tributárias – n.º 1 do art.º 239º do CPPT- o cônjuge
é citado para os termos da execução, isto é, para proceder ao pagamento, deduzir oposição,
requerer pagamento em prestações ou requerer dação de bens em pagamento.
( Art.º 864º do CPC - Art.º 864º-A do CPC )
72 –As moratórias na cobrança dos impostos só podem ser concedidas quando estiverem
expressamente previstas na lei.
( n.º 3 do art.º 85º do CPPT - n.º 3 do art.º 36º da LGT )
74 – No processo de execução fiscal, os bens penhorados são vendidos por venda judicial através
da apresentação de propostas em carta fechada ou, então, através de negociação particular. Esta
última forma, consubstancia uma modalidade de venda extrajudicial.
( Art.º 248º do CPPT - Art.º 252º do CPPT - Art.º 886º do CPC )
76 – A reversão do processo de execução fiscal deverá ocorrer logo que se verifique que o
executado (devedor originário e seus sucessores) não tem bens ou que os bens que integram a
sua esfera patrimonial são insuficientes para pagamento integral da dívida exequenda e
acrescido. Os pressupostos da reversão são, assim, a inexistência de bens ou a sua fundada
insuficiência para pagamento da dívida exequenda e acrescido
( Art.º 23º e 24º da LGT (art.º 13º do CPT) - Dívidas tributárias - n.º 4 do art.º 22º
da LGT - Art.º 7º-A do RJIFNA, art.º 112º da LGT e/ou art.º 8º do RGIT – Dívidas
por coimas - n.º 2 do art.º 153º e art.º 160º do CPPT)
79 – O executado ou terceiro, cujos direitos ou interesses legítimos sejam afectados por actos ou
decisões do órgão da execução fiscal ou de outra autoridade da administração tributária pode
utilizar, para reagir contra aquelas decisões e/ou actos, a reclamação prevista no art.º 276º do
CPPT, cujo regime está regulado nos artigos 276º a 278º do CPPT.
80 – Tem legitimidade para accionar a reclamação prevista no art.º 276º do CPPT o executado
ou qualquer terceiro, cujos direitos ou interesses legalmente protegidos sejam afectados por
decisões do órgão da execução fiscal ou de qualquer outra autoridade da administração
tributária.
( Art.º 276º do CPPT )
81 – A prescrição é de conhecimento oficioso e deve ser conhecida pelo órgão da execução fiscal.
A prescrição é fundamento de oposição judicial e o juiz do Tribunal Tributário só conhece da
prescrição se o órgão da execução não o tiver feito.
( Art. º 175º do CPPT - al. d) do n.º 1 do art.º 204º do CPPT )
85 – Nos pagamentos por conta efectuados nos termos do art.º 264º do CPPT, os juros de mora
só podem ser exigidos (liquidados) pelo prazo máximo de 3 anos – 36 meses.
( n.º 2 do art.º 44º da LGT - Art.º 86º do CPPT )
88 – O direito de remição pode ser exercido pelo cônjuge, que não esteja separado judicialmente
de pessoas e bens, pelos descendentes e pelos ascendentes – art.º 912º do CPC. Este direito visa
impedir que os bens saiam do seio da família, e tem, por consequência, uma carga cultural e
tradicional que visa a protecção da instituição familiar.
( Art.º 258º do CPPT - Artºs 912º a 915º do CPC )
90 – A citação deve ser feita por via postal utilizando a forma que o valor da dívida exequenda
determinar e que resulte do art.º 191º do CPPT. Se é certo que podemos fazer a penhora de bens
do executado sem que tenhamos procedido à sua citação pessoal, não é menos verdade que não
podemos proceder à venda dos bens sem previamente efectuar a citação pessoal do executado.
Assim, em caso de frustração da citação pessoal por via postal – carta registada com aviso de
recepção – tem de se tentar fazer a citação através de contacto directo de funcionário com o
executado, ou seja, através de citação por mandado. Na eventualidade do funcionário não
encontrar o executado, mas se a sua residência for efectivamente aquela onde o funcionário se
tem deslocado, a citação do executado terá de ser realizada através da forma de “citação com
hora certa”, nos termos do art.º 240º do CPC.
Esta citação é feita em dois momento: no primeiro momento deixa-se ficar nota com indicação
de hora certa na pessoa que se encontre em casa ou, se tal for impossível, afixar-se-á o
respectivo aviso no local mais indicado.
No 2º momento, ou seja, no dia e hora designados, far-se-á a citação na pessoa do citando, se o
funcionário o encontrar, em caso contrário, far-se-á a citação em pessoa capaz que esteja em
melhores condições de a transmitir ao executado. Não sendo possível obter a colaboração de
terceiros, a citação é feita mediante afixação no local mais adequado na presença de duas
testemunhas. A nota de citação que for afixada deve conter todos os elementos, previstos no
art.º 163º e 190º do CPPT (em caso de reversão deve ainda referir o normativo do n.º 4 do art.º
22º da LGT) e mencionar que os duplicados e anexos poderão ser levantados no Serviço de
Finanças. De tudo será lavrada a respectiva certidão de diligência. Subsequentemente, e no
prazo de dois dias úteis tem de ser enviada ao citando a carta (carta registada) prevista no art.º
241º do CPC.
A citação feita nos termos do art.º 240º do CPC é considerada citação pessoal.
95 - O auto de adjudicação dos bens vendidos (título de transmissão) apenas poderá ser
celebrado após se mostrar integralmente pago o preço da venda dos bens e cumpridas as
obrigações fiscais inerentes à aquisição dos bens (v.g. IMT, imposto de selo, IVA). O órgão da
execução fiscal só poderá proceder à elaboração do auto de adjudicação neste momento.
( n.º 1 do art.º 900º do CPC )
96 – O titular do direito de preferência pode adquirir os bens vendidos pelo mesmo valor da
proposta escolhida, ou seja, pelo montante da proposta de maior valor. O exercício do direito de
preferência pode ser exercido até à entrega dos bens ao adquirente (titular da proposta
escolhida).
( n.º 7 do art.º 249º do CPPT - art.ºs 892º e 896º do CPC )
O direito de preferência quebra face ao exercício do direito de remição – n.º 1 do art.º 914º
do CPC.
98 – Em processo de execução que não tenha natureza tributária os Chefes de Finanças da área
do domicílio fiscal ou da sede do executado, dos seus estabelecimentos comerciais e industriais e
da localização dos bens, têm obrigatoriamente de ser citados para emitir certidão onde conste as
dívidas do executado à Fazenda Pública e que possam ser reclamadas no processo de execução
em causa – art.º 80º do CPPT.
Neste processo de execução (sem natureza tributária) os créditos são reclamados pelo Ministério
Público, órgão que representa os interesses do Estado em juízo – Art.º 20º do CPC
( al. c) do n.º 3 do art.º 864º do CPC - Art.º 865º do CPC )
99 - O incidente de embargos de terceiros pode ser deduzido por qualquer interessado a quem o
arresto, a penhora ou qualquer outro acto judicialmente ordenado de apreensão de bens ou
entrega de bens possa ofender a posse ou qualquer outro direito incompatível com a realização
ou âmbito da diligência de que seja titular um terceiro.
( Art.ºs 167º e 237º do CPPT )
100 – Em caso de declaração em falhas da dívida exequenda e
acrescido, quando é que se extingue o processo de execução fiscal ?
100 – A declaração em falhas da dívida exequenda e acrescido não é uma forma de extinção da
obrigação tributária. Assim, em caso de declaração em falha, e caso o processo não retome a sua
normal tramitação em resultado da notícia de que o executado tem bens penhoráveis, o processo
de execução fiscal só poderá ser extinto quando ocorrer a prescrição da dívida.
( Art.º 272º do CPPT -Art. 34º do CPT - Art.º 48º e 49º da LGT - Art.º 175º do CPT -
al. k) do n. 2 do art. 28º do CPPT )