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Lógica Proposicional Exemplos de Aplicações Equivalências Lógicas Lógica de Predicados Regras de Inferência

Lógica

Prof. Eanes Torres Pereira

Fundamentos de Matemática para Ciência da Computação

Prof. Eanes Torres Pereira 1 / 63 UFCG CEEI


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Por que estudar Lógica?

I A lógica distingue argumentos válidos de inválidos.


I É a base para todo o raciocı́nio matemático e computacional.
I Exemplos: projeto de circuitos, linguagens de programação e
inteligência artificial.

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Lógica Proposicional Exemplos de Aplicações Equivalências Lógicas Lógica de Predicados Regras de Inferência

Roteiro

1. Lógica Proposicional

2. Exemplos de Aplicações da Lógica Proposicional

3. Equivalências Lógicas

4. Lógica de Predicados

5. Regras de Inferência

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Proposições
Uma proposição é uma sentença declarativa que é verdadeira ou falsa.
Exemplo 1: As seguintes sentenças são proposições:
I Campina Grande é a capital da Paraı́ba.
I Los Angeles é a capital dos EUA.
I 1+1=2
I 2+2=3
Exemplo 2: As sentenças seguintes são proposições?
I Que horas são?
I Estude com atenção.
I x + 1 = 2.
I x + y = z.

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Convenções

I Letras para denotar variáveis proposicionais ou booleanas,


e.g., p, q, r , s, . . .
I T :=verdade e F :=falso.

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Operador de Negação

Definição 1
Seja p uma proposição. A negação de p, denotada por ¬p (ou p̄),
corresponde ao valor verdade oposto de p.

Exemplo 3: Seja a proposição p “Hoje é Quarta”. A negação ¬p é


traduzida como “Hoje não é Quarta”.

Tabela verdade
p ¬p
T F
F T

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Operador de Conjunção
Definição 2
Sejam p e q proposições. A conjunção de p e q, denotada por p ∧ q (ou
p · q), é verdadeira quando ambos p e q forem verdadeiras e falsa de
outra forma.

Exemplo 4: Seja p a proposição “Hoje é sexta” e q a proposição “Está


chovendo hoje”, a conjunção p ∧ q pode ser escrita como “Hoje é sexta e
está chovendo hoje”.

Tabela verdade
p q p∧q
T T T
T F F
F T F
F F F

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Operador de Disjunção
Definição 3
Sejam p e q proposições. A disjunção de p e q, denotada por p ∨ q (ou
p + q), é falsa quando ambas p e q forem falsas e verdadeira de outra
forma.

Exemplo 5: Seja p a proposição “Ele cursará Cálculo” e q a proposição


“Ele cursará Álgebra linear.” Então a disjunção p ∨q pode ser escrita como
“Ele cursará Cálculo ou Álgebra linear.”

Tabela verdade
p q p∨q
T T T
T F T
F T T
F F F

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Operador OU Exclusivo

Definição 4
Sejam p e q proposições. O ou exclusivo de p e q, denotado por
p ⊕ q, é a proposição que é verdadeira quando exatamente uma
das duas proposições forem verdadeiras e falsa de outra forma.

Exemplo 6: “O novo aluno nasceu no Uruguai ou Argentina.”

Tabela verdade
p q p⊕q
T T F
T F T
F T T
F F F

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Operador de Implicação

Definição 5
Sejam p e q proposições. A implicação p → q só é falsa quando q
é falsa e p é verdadeira.

Exemplo 7: “Se ele for eleito, aumentará o salário mı́nimo.”

Tabela verdade
p q p→q
T T T
T F F
F T T
F F T

Diferente de if-then-else! Por quÃa ?

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Implicação: Converso, Contrapositivo e Inverso

Dada a implicação p → q:
I q → p é chamada de converso.
I ¬q → ¬p é chamada de contrapositivo.
I ¬p → ¬q é chamada de inverso.

Exercı́cio 1: Qual deles tem o mesmo valor lógico da implicação


original?

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Operadores: Implicação Bicondicional


Definição 6
Sejam p e q proposições. A implicação bicondicional p ↔ q é
verdadeira quando p e q possuem o mesmo valor verdade e falsa
de outra forma.

Exemplo 8: “Você pode embarcar no avião se e somente se comprou


a passagem.”

Tabela verdade
p q p↔q
T T T
T F F
F T F
F F T

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Precedência de Operadores

Quando a precedência não estiver explicitada através de


parênteses, a seguinte ordem de precedência deve ser utilizada:

Operador Precedência
¬ 1
∧ 2
∨ 3
→ 4
↔ 5

Exemplo 9: A expressão p ∨ q ∧ r significa p ∨ (q ∧ r ) e não


(p ∨ q) ∧ r .

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Proposições Compostas

Podemos usar os operadores apresentados para construir proposições


complexas envolvendo qualquer número de proposições.
Exemplo 10: (p ∨ ¬q) → (p ∧ q)

Tabela verdade
p q ¬q p ∨ ¬q p ∧ q (p ∨ ¬q) → (p ∧ q)
T T F T T T
T F T T F F
F T F F F T
F F T T F F

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Roteiro

1. Lógica Proposicional

2. Exemplos de Aplicações da Lógica Proposicional

3. Equivalências Lógicas

4. Lógica de Predicados

5. Regras de Inferência

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Operações Bit-a-Bit
I Valores lógicos podem também representar bits (1 = T e 0 = F ).
I Operações de bit correspondem aos operadores da lógica
proposicional.

Exemplo 11: Abaixo as operações bit-a-bit OR (∨), AND (∧) e XOR (⊕)
entre duas cadeias de bits.

01 1011 0110
11 0001 1101
− − − −−
11 1011 1111 (OR bit-a-bit)
01 0001 0100 (AND bit-a-bit)
10 1010 1011 (XOR bit-a-bit)

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Busca Booleana na Web

Exemplo 12: Quais peças de Shakespeare contém Brutus ∧ César ∧¬


Calpurnia?

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Busca Booleana na Web

Exemplo 12: Quais peças de Shakespeare contém Brutus ∧ César ∧¬


Calpurnia?
Solução: Dada a matriz de incidência binária termo-documento abaixo:

Antônio e Cleópatra Júlio César A Tempestade Hamlet Othello Macbeth


Antônio 1 1 0 0 0 1
Brutus 1 1 0 1 0 0
César 1 1 0 1 1 1
Calpurnia 0 1 0 0 0 0
Cleópatra 1 0 0 0 0 0

Realiza-se as operações lógicas na consulta a nı́vel de bits nos vetores


binários representando os termos da consulta.

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Roteiro

1. Lógica Proposicional

2. Exemplos de Aplicações da Lógica Proposicional

3. Equivalências Lógicas

4. Lógica de Predicados

5. Regras de Inferência

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Tautologias e Contradições

Definição 7
I Tautologia: Uma proposição composta que é sempre verdadeira.
I Contradição: Uma proposição composta que é sempre falsa.
I Contingência: Nem tautologia nem contradição.

Exemplo 12: Mostre que p ∨ ¬p é uma tautologia e p ∧ ¬p uma


contradição.

p ¬p p ∨ ¬p p ∧ ¬p
T F T F
F T T F

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Equivalências Lógicas

Definição 8
As proposições compostas p e q são logicamente equivalentes se p ↔ q
for uma tautologia. A notação p ≡ q denota que p e q são logicamente
equivalentes.

Exercı́cio 2: Use tabelas de verdade para determinar se as proposições


abaixo são logicamente equivalentes:
a) ¬(p ∨ q) e ¬p ∧ ¬q (uma das leis de De Morgan).
b) p → q e ¬p ∨ q.
c) p ∨ (q ∧ r ) e (p ∨ q) ∧ (p ∨ r ) (lei distributiva da disjunção).

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Algumas Equivalências Importantes


Equivalência Nome
p∧T≡p Leis de Identidade
p∨F≡p
p∨T≡T Leis de Dominação
p∧F≡F
p∨p ≡p Leis de Idempotência
p∧p ≡p
p∨q ≡q∨p Leis Comutativas
p∧q ≡q∧p
¬(¬p) ≡ p Negação Dupla
p ∨ (q ∧ r ) ≡ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r ) Leis Distributivas
p ∧ (q ∨ r ) ≡ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r )
(p ∨ q) ∨ r ≡ p ∨ (q ∨ r ) Leis Associativas
(p ∧ q) ∧ r ≡ p ∧ (q ∧ r )
p∨p∧q ≡p Leis de Absorção
p ∧ (p ∨ q) ≡ p
¬(p ∧ q) ≡ ¬p ∨ ¬q Leis de De Morgan
¬(p ∨ q) ≡ ¬p ∧ ¬q
p ∨ ¬p ≡ T Leis de Negação
p ∧ ¬p ≡ F

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Equivalências Envolvendo Implicação

Equivalência
p → q ≡ ¬p ∨ q
p → q ≡ ¬q → ¬p
p ∨ q ≡ ¬p → q
p ∧ q ≡ ¬(p → ¬q)
¬(p → q) ≡ p ∧ ¬q
(p → q) ∧ (p → r ) ≡ p → (q ∧ r )
(p → r ) ∧ (q → r ) ≡ (p ∨ q) → r
(p → q) ∨ (p → r ) ≡ p → (q ∨ r )
(p → r ) ∨ (q → r ) ≡ (p ∧ q) → r

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Utilizando Equivalências Lógicas

Exemplo 13: Mostre que ¬(p → q) ≡ p ∧ ¬q utilizando equivalências


lógicas.
Solução:

¬(p → q) ≡¬(¬p ∨ q) (pela letra (b) Exercı́cio 2)


≡¬(¬p) ∧ ¬q (pela segunda lei de De Morgan)
≡p ∧ ¬q (pela negação dupla)

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Exemplo 14

Mostre que ¬(p ∨ (¬p ∧ q)) ≡ ¬p ∧ ¬q utilizando equivalências lógicas.


Solução:

¬(p ∨ (¬p ∧ q)) ≡¬p ∧ ¬(¬p ∧ q) (pela segunda lei de De Morgan)


≡¬p ∧ [¬(¬p) ∨ ¬q] (pela primeira lei de De Morgan)
≡¬p ∧ (p ∨ ¬q) (pela negação dupla)
≡(¬p ∧ p) ∨ (¬p ∧ ¬q) (pela segunda lei distributiva)
≡F ∨ (¬p ∧ ¬q) (pela segunda lei da negação)
≡(¬p ∧ ¬q) ∨ F (pelas leis comutativas)
≡¬p ∧ ¬q (pela segunda lei da identidade)

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Exemplo 15

Mostre que (p ∧ q) → (p ∨ q) é uma tautologia.


Solução:

(p ∧ q) → (p ∨ q) ≡¬(p ∧ q) ∨ (p ∨ q) (letra (b) Exercı́cio 2)


≡(¬p ∨ ¬q) ∨ (p ∨ q) (primeira lei de De Morgan)
≡(¬p ∨ p) ∨ (¬q ∨ q) (leis associativas e comutativas)
≡T ∨ T (leis da negação)
≡T (lei da dominação)

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Exercı́cio 3

Mostre que (p → q) ∧ (p → r ) ≡ p → (q ∧ r ) usando tabelas de


verdade e outras equivalências lógicas.

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Roteiro

1. Lógica Proposicional

2. Exemplos de Aplicações da Lógica Proposicional

3. Equivalências Lógicas

4. Lógica de Predicados

5. Regras de Inferência

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Lógica de Predicados

I A lógica proposicional possui expressividade limitada, por


exemplo, as sentenças:
“x > 3”,“Há pelo menos dois amigos nessa sala”
não podem ser expressadas através da lógica proposicional.

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Lógica de Predicados

I A lógica proposicional possui expressividade limitada, por


exemplo, as sentenças:
“x > 3”,“Há pelo menos dois amigos nessa sala”
não podem ser expressadas através da lógica proposicional.
I A lógica de predicados permite expressar propriedades e
relações entre objetos.

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Lógica de Predicados

I A lógica proposicional possui expressividade limitada, por


exemplo, as sentenças:
“x > 3”,“Há pelo menos dois amigos nessa sala”
não podem ser expressadas através da lógica proposicional.
I A lógica de predicados permite expressar propriedades e
relações entre objetos.
I A afirmação “x > 3” acima tem duas partes:

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Lógica Proposicional Exemplos de Aplicações Equivalências Lógicas Lógica de Predicados Regras de Inferência

Lógica de Predicados

I A lógica proposicional possui expressividade limitada, por


exemplo, as sentenças:
“x > 3”,“Há pelo menos dois amigos nessa sala”
não podem ser expressadas através da lógica proposicional.
I A lógica de predicados permite expressar propriedades e
relações entre objetos.
I A afirmação “x > 3” acima tem duas partes:
1. o sujeito, aqui a variável x;

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Lógica de Predicados

I A lógica proposicional possui expressividade limitada, por


exemplo, as sentenças:
“x > 3”,“Há pelo menos dois amigos nessa sala”
não podem ser expressadas através da lógica proposicional.
I A lógica de predicados permite expressar propriedades e
relações entre objetos.
I A afirmação “x > 3” acima tem duas partes:
1. o sujeito, aqui a variável x;
2. o predicado “é maior que 3”, que se refere a uma propriedade
do sujeito.

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Predicados

I Representados por funções proposicionais da forma P(x).


I Quando x toma uma valor no seu domı́nio, P(x) se
transforma em uma proposição.
I Uma afirmação envolvendo n variáveis x1 , x2 , . . . , xn pode ser
denotada por
P(x1 , x2 , . . . , xn )
onde n representa a aridade do predicado.
I Por exemplo: P(x, y ) :=“x é pai de y ” ou Q(x, y , z) :=“x, y
e z estudam na mesma universidade.”

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Exemplos

Exemplo 16: Seja P(x) a sentença “x > 3”. Quais os valores ver-
dade de P(4) e P(2) para o domı́nio dos números inteiros?

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Exemplos

Exemplo 16: Seja P(x) a sentença “x > 3”. Quais os valores ver-
dade de P(4) e P(2) para o domı́nio dos números inteiros?
Solução: Como P(4) corresponde a “4 > 3”, então P(4) é verda-
deira. Já P(2) é falsa, pois “2 < 3”.

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Exemplos

Exemplo 16: Seja P(x) a sentença “x > 3”. Quais os valores ver-
dade de P(4) e P(2) para o domı́nio dos números inteiros?
Solução: Como P(4) corresponde a “4 > 3”, então P(4) é verda-
deira. Já P(2) é falsa, pois “2 < 3”.

Exercı́cio 4: Seja Q(x, y ) a sentença “x = y + 3”. Determine os


valores verdade de Q(1, 2) e Q(3, 0) para o domı́nio dos números
inteiros.

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Interpretação

Definição 9
Uma interpretação na lógica de predicados consiste em:
a) Uma coleção de objetos chamado de domı́nio da interpretação.
b) A especificação de uma propriedade dos objetos no domı́nio
para cada predicado na expressão.
c) A atribuição de um objeto particular no domı́nio para cada
sı́mbolo constante na expressão.

O valor lógico de um predicado depende da interpretação!

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Exemplo 17

Determine o valor verdade de P(x) para as seguintes interpretações:


a) “x > 1” para todo x ∈ Z+ .
b) “x é amarela” para todo x no conjunto de todas as flores.

Solução:
a) Falso pois 1 6> 1
b) Falso pois nem todas as flores são amarelas.

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Quantificadores
Avaliam a extensão que um predicado é verdadeiro num intervalo de
elementos.
Sentença Quando verdadeira? Quando falsa?
∀x P(x) P(x) é verdadeira para Existe um x tal que
todo x. P(x) é falsa
∃x P(x) Existe um x tal que P(x) é falsa para todo x
P(x) é verdadeira

Quando os elementos do domı́nio são finitos e enumeráveis – digamos


x1 , x2 , . . . , xn – ∀x P(x) é o mesmo que a conjunção

P(x1 ) ∧ P(x2 ) ∧ . . . ∧ P(xn )

e ∃x P(x) é o mesmo que

P(x1 ) ∨ P(x2 ) ∨ . . . ∨ P(xn )

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Exemplos

Exemplo 18: Seja P(x) a sentença “x 2 > 0”. Determine o valor verdade
de ∀x P(x) para o domı́nio dos números inteiros.

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Exemplos

Exemplo 18: Seja P(x) a sentença “x 2 > 0”. Determine o valor verdade
de ∀x P(x) para o domı́nio dos números inteiros.
Solução: Para provar que a sentença é falsa basta encontrarmos um
contra-exemplo. Como x 2 = 0 quando x = 0, então x 2 não é maior que
zero quando x = 0.

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Exemplos

Exemplo 18: Seja P(x) a sentença “x 2 > 0”. Determine o valor verdade
de ∀x P(x) para o domı́nio dos números inteiros.
Solução: Para provar que a sentença é falsa basta encontrarmos um
contra-exemplo. Como x 2 = 0 quando x = 0, então x 2 não é maior que
zero quando x = 0.

Exercı́cio 5: Seja Q(x) a sentença “x 2 > 10”. Determine o valor verdade


de ∃x Q(x) para todos os inteiros positivos não maiores que 4.

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Escopo de Quantificadores

I Parênteses e colchetes definem o escopo de um quantificador.


Por exemplo,

(∀x)[P(x) → Q(x)] (1)


∀x P(x) ∨ Q(x) (2)

I Em (1) o escopo de (∀x) é P(x) → Q(x).


I Em (2) o escopo de ∀x é P(x).
I Quando não há parênteses a ordem de precedência dos
quantificadores é maior que todos os outros operadores.

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Variáveis Livres

Variável Livre
Uma variável que não está no escopo de um quantificador e não
possui valor determinado é dita variável livre.

Exemplo 19: A variável y é livre em

(∀x)[Q(x, y ) → (∃y )R(x, y )] (na primeira ocorrência)

e
∃x(x + y = 1)

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Quantificadores Aninhados

Dois quantificadores são ditos aninhados se um está no escopo do


outro.
Exemplo 20: A lei da comutatividade para a soma de reais pode
ser dada como:
∀x∀y (x + y = y + x)

Exercı́cio 6: Traduza a seguinte expressão para o português:

∀x∀y ((x > 0) ∧ (y < 0) → (xy < 0))

onde o x, y ∈ R

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Leis de De Morgan para Quantificadores

Negação Equivalente
¬∃x P(x) ∀x¬P(x)
¬∀x P(x) ∃x¬P(x)

Exemplo 20: Seja ∀x P(x) a sentença “Todo aluno nessa turma


cursou ICC.” Expresse a negação dessa sentença em português.

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Leis de De Morgan para Quantificadores

Negação Equivalente
¬∃x P(x) ∀x¬P(x)
¬∀x P(x) ∃x¬P(x)

Exemplo 20: Seja ∀x P(x) a sentença “Todo aluno nessa turma


cursou ICC.” Expresse a negação dessa sentença em português.
Solução: “Não é o caso que todo aluno nessa turma cursou ICC”,
o que é equivalente a dizer “Há um aluno nessa turma que não
cursou ICC” e portanto ¬∀xP(x) ≡ ∃x¬P(x).

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Ordem dos Quantificadores

A ordem dos quantificadores importa na avaliação da expressão.

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Ordem dos Quantificadores

A ordem dos quantificadores importa na avaliação da expressão.


Exemplo 21: Seja Q(x, y ) a expressão “x + y = 0”. Determine os
valores verdade de ∃y ∀x Q(x, y ) e ∀x∃y Q(x, y ) para R.

Prof. Eanes Torres Pereira 35 / 63 UFCG CEEI


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Ordem dos Quantificadores

A ordem dos quantificadores importa na avaliação da expressão.


Exemplo 21: Seja Q(x, y ) a expressão “x + y = 0”. Determine os
valores verdade de ∃y ∀x Q(x, y ) e ∀x∃y Q(x, y ) para R.
Solução: ∃y ∀x Q(x, y ) é falsa, pois não existe um número y tal
que Q(x, y ) seja verdadeira para todo x. Já ∀x∃y Q(x, y ) é
verdadeira, pois para todo x existe um y tal que Q(x, y ) seja
verdade, ou seja, y = −x.

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Ordem dos Quantificadores

A ordem dos quantificadores importa na avaliação da expressão.


Exemplo 21: Seja Q(x, y ) a expressão “x + y = 0”. Determine os
valores verdade de ∃y ∀x Q(x, y ) e ∀x∃y Q(x, y ) para R.
Solução: ∃y ∀x Q(x, y ) é falsa, pois não existe um número y tal
que Q(x, y ) seja verdadeira para todo x. Já ∀x∃y Q(x, y ) é
verdadeira, pois para todo x existe um y tal que Q(x, y ) seja
verdade, ou seja, y = −x.

Exercı́cio 6: Seja Q(x, y , z) a expressão “x + y = z”. Determine


os valores verdade de ∀x∀y ∃z Q(x, y , z) e ∃z∀x∀y Q(x, y , z), para
R.

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Tradução

I Muitas declarações em Português podem ser expressas na


lógica de predicados.
I Depois da tradução a senteça fica mais precisa e pode ser
avaliada.
I Importante para especificação de sistemas.

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Exemplo 22

Traduza “Todos os cachorros são leais” para a lógica de predicados.

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Exemplo 22

Traduza “Todos os cachorros são leais” para a lógica de predicados.


Solução: Assumindo o domı́nio composto de todas as coisas, a expressão
acima significa “Dada uma coisa, se é cachorro, então é leal”. Denotando,

C (x) := “x é um cachorro”
L(x) := “x leal”

A expressão pode ser escrita como

(∀x)(C (x) → L(x))

Por que não (∀x)(C (x) ∧ L(x))?

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Exemplo 22 cont.

Alternativamente, podemos considerar que todo o domı́nio é


formado por cachorros. Denotando,

L(x) := “x é leal”

A expressão pode ser traduzida simplesmente por ∀x L(x)

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Exemplo 23

Traduza “Todo aluno nessa turma estudou cálculo”.


Solução: Assumindo o domı́nio composto de todas as coisas, a expressão
acima significa “Dada uma coisa, se é aluno, então estudou cálculo”. De-
notando,

A(x) := “x é um aluno”
C (x) := “x estudou cálculo”

A expressão pode ser escrita como

(∀x)(A(x) → C (x))

Por que não (∀x)(A(x) ∧ C (x))?

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Exercı́cio 7

Expresse as sentenças a seguir em lógica de predicados:

“Algum aluno nessa turma vai ao Parque do Povo”


“Todo aluno nessa turma vai ao Parque do Povo ou Vila do Forró”

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Exercı́cio 8

Expresse as sentenças a seguir em lógica de predicados para o


domı́nio de todas as criaturas:

“Todos os leões são ferozes”


“Alguns leões não bebem café”
“Algumas criaturas ferozes não bebem café”

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Lógica Proposicional vs Lógica de Predicados

Proposição Composta Predicado Composto


Valor lógico Verdadeiro ou falso, dependendo Verdadeiro, falso ou talvez se a
da configuração de valores das le- expressão tiver uma variável livre
tras proposicionais. sem valor lógico.
Sempre verdade Tautologia - verdadeiro para todas Validade - verdadeiro para todas as
as atribuições de valores lógicos. interpretações.
Metodologia Tabela-verdade para determinar se Não existe metodologia para de-
uma proposição é uma tautologia. terminar se um predicado é válido.

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Roteiro

1. Lógica Proposicional

2. Exemplos de Aplicações da Lógica Proposicional

3. Equivalências Lógicas

4. Lógica de Predicados

5. Regras de Inferência

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Argumentos Válidos

Definição 10
Um argumento é uma sequência de afirmações (premissas ou hipóteses)
que terminam com uma conclusão. Um argumento é dito válido se a
verdade das premissas implica na verdade da conclusão.

Um argumento com as premissas p1 , p2 , . . . , pn e conclusão q é válido


quando (p1 ∧ p2 ∧ . . . ∧ pn ) → q for uma tautologia. O argumento
abaixo, por exemplo,

p→q
p
∴q
é válido pois ((p → q) ∧ p) → q é uma tautologia (verifique isso).

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Algumas Regras de Inferência Importantes


Regra de Inferência Nome
p→q
p
Modus ponens
∴q
p→q
¬q
Modus tollens
∴ ¬p
p→q
q→r
Silogismo hipotético
∴p→r
p∨q
¬p
Silogismo disjuntivo
∴q
p
Adição
∴p∨q
p∧q
Simplificação
∴p
p
q
Conjunção
∴p∧q

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Exercı́cio 8

Que regras de inferência são usadas nos argumentos abaixo?


a) “Cangurus vivem na Austrália e são marsupiais. Portanto,
cangurus são marsupiais.”
b) “Linda é uma ótima nadadora. Se Linda é uma ótima nadadora,
então ela pode trabalhar como salva-vidas. Portanto, Linda
pode trabalhar como salva-vidas.”
c) “Se chover hoje a Universidade vai fechar. A Universidade não
está fechada hoje. Portanto, não choveu hoje.”

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Seqências de Demonstração

Podemos usar uma sequência de demonstração para provar a


validade de argumentos. A sequência tem a seguinte forma:

Passo Justificativa
1. p1 Hipótese
2. p2 Hipótese
3. p3 Inferida de (1) e (2)
4. p4 Hipótese
5. p5 Inferida de (3) e (4)
6. p6 Equivalência Lógica de (5)
..
.

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Exemplo 23
Mostre que a conclusão t pode ser deduzida das seguintes
hipóteses:

(¬p ∧ q) ∧ (r → p) ∧ (¬r → s) ∧ (s → t)

Solução:
Passo Justificativa
1. ¬p ∧ q Hipótese
2. ¬p Simplificação em (1)
3. r → p Hipótese
4. ¬r Modus tollens em (2) e (3)
5. ¬r → s Hipótese
6. s Modus ponens em (4) e (5)
7. s → t Hipótese
8. t Modus ponens em (6) e (7)

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Exemplo 24
Prove que o seguinte argumento é válido:

a ∧ (b → c) ∧ [(a ∧ b) → (d ∨ ¬c)] ∧ b → d

Passo Justificativa
1. a Hipótese
2. b → c Hipótese
3. (a ∧ b) → (d ∨ ¬c) Hipótese
4. b Hipótese
5. c Modus ponens em (2) e (4)
6. a ∧ b Conjunção em (1) e (4)
7. d ∨ ¬c Modus ponens em (3) e (6)
8. ¬c ∨ d Comutatividade em (7)
9. c → d Equivalente a (8)
10. d Modus ponens em (5) e (9)

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Exercı́cio 9

Prove que o seguinte argumento é válido:

(¬q → ¬p) ∧ p ∧ (q → r ) → r

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Falácias Comuns

Falácias parecem regras de inferência, mas são baseadas em


contingências e não tautologias.

Falácia Nome
[(p → q) ∧ q] → p Afirmação da conclusão
[(p → q) ∧ ¬p] → ¬q Negação da hipótese

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Exemplos de Falácias

Exemplo 24: O argumento a seguir é uma falácia. “Se você fizer


todos os exercı́cios do livro texto, você aprenderá matemática dis-
creta. Você aprendeu matemática discreta. Então, você fez todos os
exercı́cios do livro texto.”

Exemplo 25: O argumento a seguir é uma falácia. “Se você fizer


todos os exercı́cios do livro texto, você aprenderá matemática dis-
creta. Você não fez todos os exercı́cios do livro texto. Então, você
não aprendeu matemática discreta.”

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Regras de Inferência na Lógica de Predicados

I Regras de inferência também podem ser aplicadas na lógica


de predicados.
I A abordagem é retirar os quantificadores, manipular as
expressões predicadas, e depois colocá-las no lugar.

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Particularização Universal

Se P(x) é verdadeira para todo x no domı́nio, então podemos no-


mear um elemento do domı́nio por uma constante a tal que P con-
tinuará sendo verdadeira para essa constante.

Regra de Inferência Nome


∀x P(x)
Particularização Universal
∴ P(a)

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Exemplo 26
Mostre que o seguinte argumento é válido: “Todos os homens são
mortais. Sócrates é homem. Portanto, Sócrates é mortal.”
Solução: Seja H(x) a sentença “x é homem”, M(x) “x é mortal” e
s um sı́mbolo constante para Sócrates. Então o argumento fica

[(∀x) (H(x) → M(x)) ∧ H(s)] → M(s)

e uma sequência de demonstração é

Passo Justificativa
1. (∀x) (H(x) → M(x)) Hipótese
2. H(s) → M(s) Particularização Universal em (1)
3. H(s) Hipótese
4. M(s) Modus ponens em (2) e (3)

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Particularização Existencial

Se P(x) é verdadeira para algum x no domı́nio, então podemos nomear


esse elemento especı́fico através de uma constante tal que P continuará
sendo verdadeira para essa constante.

Regra de Inferência Nome Restrições


∃x P(x)
Particularização Existencial A constante a não pode ter
∴ P(a) sido utilizada anteriormente
por alguma outra regra ou
hipótese.

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Exemplo 27

Os seguintes passos seriam válidos em uma sequÃa ncia de demons-


tração

Passo Justificativa
1. ∀x (P(x) → Q(x)) Hipótese
2. ∃yP(y ) Hipótese
3. P(a) Particularização Existencial em (2)
4. P(a) → Q(a) Particularização Universal em (1)
5. Q(a) Modus Ponens em (3) e (4)

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Exemplo 27

Os seguintes passos seriam válidos em uma sequÃa ncia de demons-


tração

Passo Justificativa
1. ∀x (P(x) → Q(x)) Hipótese
2. ∃yP(y ) Hipótese
3. P(a) Particularização Existencial em (2)
4. P(a) → Q(a) Particularização Universal em (1)
5. Q(a) Modus Ponens em (3) e (4)

Note que se os passos (3) e (4) fossem invertidos, não haveria razão
para supor que esse a especı́fico é o que tem a propriedade P como
na hipótese (2).

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Generalização Universal

Se a representar um elemento arbitrário no domı́nio que tem a propriedade


P, então podemos generalizar que todo elemento no conjunto universo tem
a propriedade P.

Regra de Inferência Nome Restrições


P(a) para um a arbitrário
Generalização Universal P(a) não pode ter si-
∀x P(x) do deduzida de nenhuma
hipótese na qual x é uma
variável livre.

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Exemplo 28

Mostre que

(∀x) [P(x) → Q(x)] ∧ ∀x P(x) → ∀x Q(x)

Passo Justificativa
1. (∀x) (P(x) → Q(x)) Hipótese
2. ∀x P(x) Hipótese
3. P(a) → Q(a) Particularização Universal em (1)
4. P(a) Particularização Universal em (2)
5. Q(a) Modus Ponens em (3) e (4)
6. ∀x Q(x) Generalização Universal em (5)

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Generalização Existencial

A ideia é que se algo é nomeado como possuindo a propriedade P, então


exsite alguma coisa com a propriedade P.

Regra de Inferência Nome Restrições


P(a)
Generalização Existencial Para ir de P(a) a ∃x P(x), x
∃x P(x) não pode aparecer em P(a).

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Exemplo 29

Mostre o argumento ∀x P(x) → ∃x P(x)

Passo Justificativa
1. ∀x P(x) Hipótese
2. P(a) Particularização Universal (1)
3. ∃x P(x) Generalização Existencial em (2)

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Exemplo 30

Prove o argumento (∀x) [P(x) ∧ Q(x)] → ∀x P(x) ∧ ∀x Q(x)

Passo Justificativa
1. (∀x)[P(x) ∧ Q(x)] Hipótese
2. P(x) ∧ Q(x) Particularização Universal (1)
3. P(x) Simplificação em (2)
4. Q(x) Simplificação em (2)
5. ∀x P(x) Generalização Universal em (3)
6. ∀x Q(x) Generalização Universal em (4)
7. ∀x P(x) ∧ ∀x Q(x) Conjunção em (5) e (6)

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Exercı́cio 10

Use regras de inferência para mostrar que o seguinte argumento é


válido: “Alguns alunos são músicos. Todos os músicos são sensı́veis.
Portanto, alguns alunos são sensı́veis.” Assumindo o domı́nio de
todas as coisas.

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Referências

Keneth H. Rosen. Discrete Mathematics and Its Applications.


Sexta Edição. McGRAW-HILL International Edition, 2007.
Judith L. Gersting. Fundamentos Matemáticos para a Ciência
da Computação. Quinta Edição. LTC, 2004.
Leandro Balby Marinho. Slides fornecidos de anos anteriores,
2013.

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