Aminoácidos PDF
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AMINOÁCIDOS
AMINOÁCIDOS ......................................................... 1
A. INTRODUÇÃO ......................................................... 4
1. DEFINIÇÃO .................................................................... 4
1.a. Aminoácidos proteicos ............................................................4
1.A.I. AMINOÁCIDOS PROTEICOS COMUNS ............................................... 4
1.A.II. AMINOÁCIDOS PROTEICOS DERIVADOS ......................................... 5
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D. AMINOACIDÚRIAS................................................ 68
1. A FENILCETONÚRIA ................................................... 68
2. O ALBINISMO .............................................................. 69
3. HOMOCISTINÚRIA....................................................... 69
4. A CISTINÚRIA.............................................................. 70
5. CISTINOSE ................................................................... 70
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A. INTRODUÇÃO
1.DEFINIÇÃO
Os aminoácidos são ácidos orgânicos de série saturada, cíclicos ou heterocíclicos
nos quais um dos hidrogénios do átomo de carbono α está substituído por um grupo
funcional amina.
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Representação
Aminoácidos Alifáticos
Glicina (Gly)1 Alanina (Ala) Valina (Val) Leucina (Leu) Isoleucina (Ile)
[G]2 [A] [V] [L] [I]
1
Abreviação 3 letras
2
Abreviação 1 letra
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Representação
Aminoácidos Aromáticos
Fenilalanina (Phe) Tirosina (Tyr) Triptofano (Trp)
[F] [Y] [W]
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Representação
Aminoácidos Sulfurados
Cisteína (Cys) Metionina (Met)
[C] [M]
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Representação
Aminoácidos Álcoois
Serina (Ser) Treonina (Thr)
[S] [T]
3.b.i.5. α-Iminoácido
Representação
α-Iminoácido
Prolina (Pro)
[P]
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Representação
Aminoácidos Amidados
Asparagina (Asn) Glutamina (Gln)
[N] [Q]
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Representação
Aminoácidos Ácidos
Ácido Aspártico (Asp) Ácido Glutâmico (Glu)
[D] [E]
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Representação
Aminoácidos Básicos
Histidina (His) Lisina (Lys) Arginina (Arg)
[H] [K] [R]
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ELÉCTRICAS
Os aminoácidos são substâncias Anfotéricas, pois, em solução aquosa, comportam-
se ou como um ácido ou como uma base, formando também iões dipolares, a saber:
• O grupo carboxilo ioniza-se em solução aquosa libertando protões, e adquirindo
carga negativa.
• O grupo amina ioniza-se em solução aquosa aceitando protões e adquirindo
carga positiva.
Este comportamento depende do pH do meio aquoso em que o aminoácido se
encontra.
Em meio ácido, os AA tendem a aceitar protões, comportando-se como base e
adquirindo carga positiva – ionizam os seus radicais amina.
Em meio básico, os AA tendem a doar protões, comportando-se como ácidos e
adquirindo carga negativa – ionizam o seu radical carboxilo.
O valor de pH onde as cargas eléctricas do aminoácido se igualam e se anulam
chama-se Ponto Isoeléctrico, ou pH Isoeléctrico (pHi). No ponto isoeléctrico não há
migração, em meio eléctrico nem para o eléctrodo positivo (anôdo) nem para o
eléctrodo negativo (cátodo). A esse pH a
forma predominante é a de ião dipolar,
mas as formas catiónica e aniónica,
embora em baixa concentração estão
presentes equivalentemente, ou seja,
[COO-] = [NH3+].
Quando o pH da solução é inferior
ao pHi de um dado aminoácido, este
encontra-se em meio ácido, fica
carregado positivamente e migra para o
cátodo.
Quando o pH da solução é superior ao pHi de um dado aminoácido, este encontra-
se em meio básico, fica carregado negativamente e migra para o ânodo.
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B. METABOLISMO DOS
AMINOÁCIDOS
1.METABOLISMO GERAL
1.a. Descarboxilação
A descarboxilação dos aminoácidos é catalisada pelas descarboxilases, enzimas
dependentes do fosfato de piridoxal (forma activa da vitamina B6), que é um cofactor.
A descarboxilação consiste na remoção do grupo carboxilo dos aminoácidos
transformando-os em aminas.
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1.b. Transaminação
É a reacção fundamental do metabolismo dos aminoácidos podendo fazer-se em
todos excepto na prolina, lisina e treonina.
Esta reacção consiste na transferência de um grupo amina de um α-aminoácido para
um α-cetoácido formando-se a partir do primeiro um outro α-cetoácido e a partir do
segundo um novo aminoácido, na presença de enzimas designadas aminotransferases
ou transaminases.
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Exemplos de transaminações:
1. Ácido glutâmico + ácido oxaloacético ⇔ ácido α-cetoglutárico + ácido
aspártico
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1.c. Desaminação
Pode ocorrer por um processo geral – desaminação oxidante – ou por processos
particulares, específicos de determinados aminoácidos.
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1.d. Desamidação
Os ácidos com um grupo amida, como é o caso da asparagina e glutamina, sofrem
um processo semelhante ao da desaminação não oxidante.
As enzimas asparaginase e glutaminase hidrolisam os respectivos aminoácidos,
transformando-os em ácido aspártico e ácido glutâmico pela libertação do radical
amida.
Os aminoácidos formados serão por sua vez transaminados e transformados no α-
cetoácido respectivo.
1.e. Transdesaminação
O contraste entre a fraca actividade das desaminases (excepto a glutamato
desidrogenase) e a grande actividade das transaminases promove a reacção de
transdesaminação.
Assim considera-se que a maior parte dos aminoácidos são degradados por
desaminação oxidante indirecta graças ao sistema transaminase/glutamato
desidrogenase. Daqui resulta a transdesaminação (junção das transaminase com a
glutamato desidrogenase).
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O CO2 é utilizado por meio da biotina, enquanto que outros são utilizados pelo
ácido tetrahidrofólico (THF). Este é um cofactor em muitas reacções de aminoácidos e
um transportador de carbono que facilita a interconversão de grupos.
Um exemplo de transferência em C1 é a conversão da serina em glicina pela serina
hidroximetiltransferase. Os corpos em C1 transportados pelo THF são depois utilizados
em reacções anabólicas, como por exemplo, a síntese de purinas, pirimidinas e na
remetilação da homocisteína.
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1.f.i. A TRANSMETILAÇÃO3
O principal dador de metilo é a metionina, que é assim classificada em aminoácido
essencial. A S-Adenosil-Metionina é o principal dador de grupos CH3, pois embora o
THF possa transportar um grupo metilo no seu azoto 5 ou 10, o seu potencial de
transferência não é suficientemente elevado.
3
Ver ciclo de metilo activado
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2.METABOLISMO ESPECIAL
2.a.i. INTRODUÇÃO
O nitrogénio é um gás que ocorre na atmosfera na proporção aproximada de 79%.
Apesar disso, não é utilizado de forma directa pelos seres vivos, com excepção de
alguns microorganismos. O seu aproveitamento pela generalidade dos seres vivos está
na dependência da sua fixação e posterior nitrificação.
A fixação do N2 pode ser feita através de radiação ou da biofixação, sendo este
último processo o mais importante. A biofixação é realizada por bactérias,
cianobactérias e fungos que podem viver livres no solo ou associados a plantas. Esses
organismos são os únicos que conseguem transformar o N2 atmosférico numa forma
utilizável pelos seres vivos: o amoníaco (NH3) que em solução aquosa origina a amónia
(NH4+). Os biofixadores que vivem associados a plantas são mais eficientes nesse
processo que os de vida livre. Isto porque a planta fornece um habitat apropriado,
geralmente nos nódulos das raízes, que protege esses microorganismos contra um
excesso de O2 (o qual inibe a fixação do nitrogénio) e fornece energia para a realização
do processo. Em troca, a planta recebe um elevado suprimento de nitrogénio sob a
forma assimilável.
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O nitrato pode ser absorvido pelos vegetais e o nitrogénio nele contido é utilizado
na síntese de aminoácidos, proteínas e ácidos nucleicos. Essas substâncias são
transferidas directa ou indirectamente para os animais, ao longo das cadeias
alimentares. Os animais, portanto, só conseguem captar o nitrogénio indispensável para
a síntese das suas proteínas e ácidos nucleicos ingerindo directamente plantas ou,
indirectamente, alimentando-se de outros animais da cadeia alimentar.
O nitrogénio deixa o corpo dos organismos por dois processos: excreção de
produtos nitrogenados e/ou decomposição dos organismos mortos.
As excreções nitrogenadas: ureia e ácido úrico são transformados em amónia por
bactérias e fungos decompositores. Estes organismos também degradam as substâncias
nitrogenadas contidas no corpo dos organismos mortos, transformando-as em amónia.
A amónia pode retornar ao ciclo sendo transformada em nitrito e nitrato pelas
bactérias nitrificantes, ou em nitrogénio (N2), por bactérias desnitrificantes. O N2 volta
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para a atmosfera, podendo entrar novamente na fase biológica do ciclo através dos
processos de fixação.
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Como se pode verificar, a reacção é reversível, mas como a amónia é tóxica para o
organismo, esta reacção dá-se na direcção da formação do ácido glutâmico ao nível do
intestino, enquanto no fígado é enfatizado a sua degradação para síntese dos
aminoácidos.
A glutamato desidrogenase é regulada alostericamente por nucleótidos púricos.
Quando há necessidade de oxidação de aminoácidos para energia, a actividade é
aumentada no sentido da degradação do ácido glutâmico por ADP e GDP, que são
indicadores de um baixo nível de energia. GTP e ATP são indicativos de um alto nível
de energia, e por isso são activadores na direcção da síntese de ácido glutâmico.
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A reacção segue predominantemente para a direita no fígado e nos rins, e o NH3 é secretado na urina
directamente ou sob a forma de ureia. A reacção segue predominantemente para a esquerda, por exemplo
no cérebro, removendo o NH3, que é tóxico para as células nervosas.
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2.a.v. ASPARAGINA
O ácido aspártico pode ser aminado a Asparagina. O grupo amida da asparagina
vem da glutamina, e não da amónia livre como na síntese da glutamina.
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AMINOÁCIDOS:
Apesar de cada grupo de aminoácidos possuir um caminho metabólico próprio de
degradação, há um mecanismo comum de remoção do nitrogénio da molécula, através
da acção das transaminases.
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Ureia
Arginase
Carbamil-P L-Ornitina
L-Arginina
Sintetase
Ornitina
Transcarbamilase
Carbamil-P
Arginosuccinase
Citrulina Translocase
Ácido
Fumárico
Arginosuccinato
Sintetase
L-Citrulina
Ácido
Arginosuccínico
L-Ácido
aspártico
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Glicogénicos Cetogénicos
Ácido aspártico Ácido glutâmico Leucina
Asparagina Glutamina Lisina
Alanina Arginina
Treonina Prolina
Cisteína Histidina
Glicina Metionina
Serina Valina
Glicogénicos e Cetogénicos
Isoleucina
Fenilalanina
Triptofano
Tirosina
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2.b.iv.2. Alanina
A sua transaminação origina directamente ácido pirúvico.
2.b.iv.3. Cisteína
A cisteína sofre uma desaminação não oxidativa originando ácido pirúvico com
libertação de NH3.
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2.b.iv.7. Lisina
A lisina é catabolisada a ácido acetoacético (cetogénico).
A carnitina deriva da lisina. Esta é fundamental no transporte de ácidos gordos de
cadeia longa activados através da membrana interna da mitocôndria, local onde são
oxidados.
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2.b.iv.8. Metionina
A metionina é catabolisada a cisteína e a ácido α-cetobutírico. Este último dá
origem ao propionil-CoA que entra no ciclo de Krebs como Succinil-CoA.
2.b.iv.9. Treonina
A treonina é geralmente catabolisada a ácido pirúvico. Um intermediário desta via
pode sofrer tiólise com a CoA e dar origem a Acetil-CoA e glicina. Outra via
alternativa, converte a treonina em ácido α-cetobutírico e este em propionil-CoA.
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2.b.iv.11. Triptofano
O catabolismo do triptofano tem muitos pontos de ramificação.
O triptofano é simultaneamente, glucogénico e cetogénico, dado que são formados
Alanina e acetoacetil-CoA, respectivamente.
2.b.iv.12. Em resumo
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C. DERIVADOS DE AMINOÁCIDOS
1.CREATINA
A Creatina é sintetizada no fígado a partir da metilação do ácido Guanidinoacético,
sendo este processo catalisado pela enzima Guanidinoacetato metiltransferase que
utiliza a S-Adenosil-Metionina como dador do grupo metilo.
O ácido Guanidinoacético é formado no rim a partir dos aminoácidos arginina e
glicina, reacção catalisada pela Glicina amidinotransferase.
Glicina
amidinotransferase
no Rim
S-Adenosil
Arginina
Homocisteina
Creatina
Fosfocinase
Creatinina
Creatina Fosfato
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2.GLUTATIÃO
O glutatião, o tripéptido γ-glutamilcisteinilglicina (abreviação GSH), tem várias
funções importantes no organismo:
• É um redutor;
• É conjugado com fármacos para torná-los mais solúveis em água;
• Está envolvido no transporte de aminoácidos através da membrana celular (o
ciclo do γ-Glutamilo);
• É parte da estrutura de alguns leucotrienos;
• É um cofactor para algumas reacções enzimáticas;
• É um auxiliar no rearranjo de pontes dissulfeto das proteínas.
Ácido Glutâmico
Cisteína
γ-Glutamilcisteína
Glicina
γ-Glutamilcisteinilglicina
ou Glutatião
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NADP+ NADPH + H+
Glutatião Reductase
Glutatião Peroxidase
H2O2 2 H2 O
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3.NEUROTRANSMISSORES DERIVADOS DA
TIROSINA
Parte da tirosina é usada como percursora das catecolaminas. O destino metabólico
eventual dos carbonos da tirosina é determinado pelo primeiro passo da via. A síntese
de catecolaminas começa com a tirosina hidroxilase, que, como a fenilalanina e a
triptofano hidroxilase, é dependente de Tetraidrobiopterina.
A tirosina hidroxilase produz diidroxifenilalanina, também conhecido como
DOPA. Na substância cinzenta e em algumas partes do cérebro, esta é a ultima enzima
da via. A medula da supra-renal converte a Dopamina em norepinefrina e epinefrina
(também designada adrenalina). O grupo metil da epinefrina é derivado da S-Adenosil-
Metionina.
As catecolaminas são metabolizadas pela monoamina oxidase.
Tirosina Epinefrina
Tetraidrobiopterina
Tirosina + O2
S-adenosilHomocisteina Feniletanolamina
Hidroxilase Diidrobiopterina
S-adenosilmetionina N-metiltransferase
+ H2O
Norepinefrina
DOPA
DOPA Dopamina
Descarboxilase
β-Hidroxilase
3,4-Diidroxifenilalanina
Dopamina
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4.NEUROTRANSMISSORES DERIVADOS DO
TRIPTOFANO
4.a. A Serotonina
A serotonina (5-hidroxitriptamina) resulta da hidroxilação do triptofano por uma
enzima dependente de tetraidrobiopterina e da descarboxilação por uma enzima que
contêm fosfato de piridoxal. É um neurotransmissor no cérebro e causa a contracção da
musculatura lisa das arteríolas e bronquíolos. É amplamente distribuída no corpo e deve
possuir outros papéis fisiológicos.
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4.b. A Melatonina
A Melatonina (N-acetil-5-metoxitriptamina) é uma molécula indutora do sono. A
Acetiltransferase necessária para a sua
síntese encontra-se na glândula pineal
e na retina. A melatonina está
envolvida na regulação do ritmo
circadiano, sendo sintetizada
principalmente durante a noite. Parece
funcionar através da inibição da síntese
e da secreção de outros
neurotransmissores, como a dopamina
e o GABA.
A libertação de melatonina pela
glândula pineal é um exemplo de um
biorritmo. O sinal interno é fornecido
por um neurotransmissor, neste caso a
norepinefrina produzida por um
neurónio adrenérgico. Neste sistema, o
controlo é exercido pela luz que entra
nos olhos e é transmitida à glândula
pineal através do SNC. O neurónio
adrenérgico que enerva o pinealócito é
inibido pela luz transmitida através dos
olhos. A norepinefrina, libertada como
neurotransmissor no escuro, estimula a formação de cAMP através de um receptor β na
membrana celular do pinealócito, que leva à síntese aumentada de Acetiltransferase. A
actividade aumentada desta enzima causa a conversão de serotonina a N-
acetilserotonina e a hidroxiindol-O-metiltransferase (HIOMT) catalisa a conversão da
N-acetilserotonina em melatonina, que é secretada nas horas de escuro, mas não nas
horas de claridade. A melatonina circula até às células que contem receptores, gerando
efeitos sobre funções reprodutivas e outras. Demonstrou-se que a melatonina exerce um
efeito antigonadotrófico.
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D. AMINOACIDÚRIAS
As Aminoacidúrias são doenças raras do metabolismo dos aminoácidos, quase
sempre associadas ao catabolismo.
As aminoacidúrias primárias são autossómicas recessivas, e são devidas à ausência
ou diminuição da actividade das enzimas. Afectam normalmente um aminoácido.
As aminoacidúrias secundárias estão, geralmente, associadas à elevada
concentração dos aminoácidos no plasma, ou à deficiência nos mecanismos de
transporte dos aminoácidos, e afectam, simultaneamente vários aminoácidos. A
desnutrição proteica, lesões em órgãos ou disfunção tubular generalizada estão na
origem das aminoacidúrias secundárias.
1.A FENILCETONÚRIA
A fenilcetonúria ou oligofrenia fenilpirúvica é a aminoacidúria mais comum e
estudada. Resulta da deficiência autossómica recessiva da fenilalanina-4-
monoxigenase/fenilalanina-4-hidroxilase ou, mais raramente, da tetrahidrobiopteridina,
fundamental à conversão de fenilalanina em tirosina.
Na fenilcetonúria clássica, a deficiência da fenilalanina hidroxilase é total em 50%
dos casos, ou a actividade é baixa por diminuição da síntese ou por alteração da enzima.
Devido a esta deficiência, a fenilalanina é metabolizada por uma via alternativa, e os
metabólitos (ácido fenilacético e ácido fenil-láctico) são acumulados nos fluidos
biológicos. Estes metabólitos são inibidores competitivos do transporte dos
aminoácidos na célula e podem alterar o metabolismo das aminas biogéneas. São, ainda
responsáveis, por lesões progressivas e irreversíveis do cérebro nos primeiros meses de
vida, que conduzem a anormalidades neurológicas e a atraso mental. Outra
característica é a cor clara da pele e dos olhos devido à falta de pigmentação, cujo
motivo é a falta de tirosina.
O tratamento convencional é uma dieta pobre em fenilalanina, mas contendo
tirosina (que passa a ser uma aminoácido essencial pois não é formado a partir da
fenilalanina) é extremamente eficaz, por isso o diagnóstico precoce é fundamental. Por
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2.O ALBINISMO
O albinismo deve-se à deficiência da tirosinase necessária à síntese de melanina. A
melanina é responsável pela pigmentação da pele, cabelo e olhos, por isso, os albinos
são muito susceptíveis a queimaduras solares, carcinomas da pele e fotofobia.
3.HOMOCISTINÚRIA
A homocistinúria mais comum é devida à deficiência da cistationina sintetase, que
resulta num aumento de homocisteína e a sua remetilação origina elevados níveis de
metionina. A sua deficiência é hereditária.
O excesso de homocisteína no sangue (hiperhomocisteinémia), pode formar um
tiolactona, a homocisteína tiolactona, um intermediário altamente reactivo no qual o
grupo amino tiolato livre, provoca a oxidação das LDL (lipoproteínas de baixa
densidade), o que faz com elas se agreguem e sejam endocitadas por macrófagos. Os
depósitos excessivos de lípidos na parede das artérias formam ateromas. A
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4.A CISTINÚRIA
A cistinúria é um defeito no transporte de membrana de cistina e aminoácidos
básicos (lisina, arginina e ornitina), que resulta na sua excreção renal aumentada.
A baixa solubilidade da cistina, resulta em cristais e formação de cálculos, uma
característica desta doença. O tratamento é limitado à remoção dos cálculos, à
prevenção da precipitação pela ingestão de grandes quantidades de água, à
alcalinização da urina para solubilizar a cistina ou à formação de derivados solúveis
pela conjugação com fármacos.
5.CISTINOSE
É mais grave que a cistinúria, pois a cistina acumula-se no lisossomas. A cistina
forma cristais em muitas células, com a perda séria da função dos rins, normalmente
causando insuficiência renal em 10 anos. O defeito encontra-se no transporte da cistina
na membrana dos lisossomas.
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