Antonio Eng. Civil Monografia

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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ANTONIO JOSÉ ALVES

ESTABELECIMENTO DE UMA REDE GEODÉSICA LOCAL DE ALTA


PRECISÃO PARA IMPLANTAÇÃO E CONTROLE DAS OBRAS CIVIS
DO PROJETO SANTA RITA EM ITAGIBÁ-BA.

Itabuna - Bahia
2014
ANTONIO JOSÉ ALVES

ESTABELECIMENTO DE UMA REDE GEODÉSICA LOCAL DE ALTA


PRECISÃO PARA IMPLANTAÇÃO E CONTROLE DAS OBRAS CIVIS
DO PROJETO SANTA RITA EM ITAGIBÁ-BA.

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia


Civil da Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC,
Itabuna-BA, como requisito parcial para obtenção do
título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. Niel Nascimento Teixeira

Itabuna - Bahia
2014
ANTONIO JOSÉ ALVES

ESTABELECIMENTO DE UMA REDE GEODÉSICA LOCAL DE ALTA


PRECISÃO PARA IMPLANTAÇÃO E CONTROLE DAS OBRAS CIVIS
DO PROJETO SANTA RITA EM ITAGIBÁ-BA.

Trabalho monográfico apresentado ao curso de


Engenharia Civil da Faculdade de Tecnologia e
Ciências – Itabuna-BA, como requisito parcial para a
obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil e
aprovada pela seguinte banca examinadora.

Aprovado em 10 de dezembro de 2014

____________________________________________
Prof. Dr. Niel Nascimento Teixeira - Orientador
Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC

_____________________________________________
Prof. Esp. Adautina Braga Alves - Examinadora
Faculdade de Tecnologia e Ciências - FTC – Itabuna-BA.

_____________________________________________
Prof. Esp. Jaime Araújo Santos - Examinador
CEPLAC

Itabuna – Bahia
2014
Dedico esse trabalho especialmente
a minha família, que é meu norte...
e a todos os meus amigos.
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente a Deus que é meu porto seguro, pela minha


existência, por todo bem que me tem feito, e por sempre estar comigo em todos os
momentos da minha vida.
Agradeço especialmente a minha mãe por todo amor, carinho e atenção
durante toda minha vida.
Agradeço a meus irmãos Antonio Marcos e Janete Alves por todo apoio.
Em especial a Carla Lima, pelo apoio, compreensão e amor que me tem
dedicado.
Ao meu lindo filho Carlos Áquilas Alves, por me proporcionar momentos de
alegria.
A Sandra, pelo apoio, incentivo e carinho durante a minha trajetória.
Agradeço especialmente ao professor Niel Nascimento Teixeira, orientador
desse trabalho monográfico, pela atenção e dedicação dada.
A toda equipe da Engenharia A4 Ltda, que me proporcionou oportunidades
durante todo o curso, em especial ao Engenheiro Alisson Victor e ao professor
Jaime Araújo pelo apoio e colaboração.
Agradeço a todos os meus familiares e a todos meus amigos.
A todos os colegas, por todo apoio dado nessa jornada, pelos momentos
inesquecíveis que passamos juntos.
A todo corpo docente do curso que colaboraram para a construção e
transmissão do conhecimento. Em especial ao professor Anderson pela sua
colaboração.
RESUMO

Uma Rede Geodésica é caracterizada por um conjunto de pontos materializados no


terreno e posicionados de tal forma a possuírem coordenadas tridimensionais
através de observações. Existem Redes Geodésicas locais, regionais, nacionais,
intercontinentais e globais. A ênfase deste trabalho é de Rede Geodésica Local.
Estas Redes Geodésicas locais são implantadas para atender diversos
seguimentos, sendo um deles, o apoio, locação e controle de obras civis de grande
porte. Sendo assim este trabalho tem como objetivo descrever e analisar a
metodologia e os procedimentos necessários na implantação de uma Rede
Geodésica de alta precisão para apoiar, locar, e controlar as obras civis do Projeto
Santa Rita, localizado no município de Itagibá-BA. Neste trabalho, para implantação
desta rede, primeiramente foram cuidadosamente selecionados os locais onde foram
materializados os marcos, seguido de uma análise criteriosa dessa distribuição. Para
a determinação das coordenadas, horizontais e verticais, utilizou-se respectivamente
receptores GPS geodésicos e Nível de Luneta de alta precisão. As observações
levantadas por tais instrumentos foram criteriosamente processadas, afim de que as
coordenadas finais estivessem elevadas precisões e confiabilidade requeridas em
aplicações de obras civis de grande porte.

Palavras-chave: Rede Geodésica; Obras Civis; GPS geodésico; Nível de Luneta.


ABSTRACT

A Geodesic network is characterized by a materialized set of points on the ground


embodied and positioned in such a way as to have three-dimensional coordinates
through observations. There are Geodetic Networks local, regional, national,
intercontinental and global. The emphasis of this work is Geodetic Network Local.
These local networks Geodetic are implemented to attend various segments, one of
them, the support, location and control of civil works of large. So this study aimed to
describe and analyze the methodology and necessary procedures in the
implementation of a Geodetic Network of high-precision, to support, lease, and
control civil works of Project Santa Rita, located in Itagibá-BA. In this work, for the
implementation of this network, were first carefully selected where were materialized
landmarks, followed by a detailed analysis of this distribution. For the determination
of coordinates horizontal and vertical, respectively was used geodetic GPS receivers
and Level of Luneta of high precision. The observations posed by these instruments
were carefully processed, so that the final coordinates were elevated precision and
trustworthiness requested in civil works of large.

Key-words: civil works; Geodetic Network; geodetic GPS; Level of Luneta.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Representação do CTRS................................................................. 18


Figura 2 Coordenadas Geodésicas............................................................... 19
Figura 3 Coordenadas Cartesianas e Geodésicas........................................ 20
Figura 4 Projeções Cartográficas................................................................... 21
Figura 5 Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas................... 24
Figura 6 Rede Geodésica.............................................................................. 25
Figura 7 Posicionamento Relativo................................................................. 27
Figura 8 Altitude Ortométrica......................................................................... 29
Figura 9 Rede de Referência de Nível nacional............................................ 30
Figura 10 Tipos de Níveis................................................................................ 32
Figura 11 Diferentes Modelos de Miras........................................................... 33
Figura 12 Refração Atmosférica...................................................................... 34
Figura 13 Refração Atmosférica no Nivelamento Geométrico......................... 34
Figura 14 Nivelamento Geométrico Simples.................................................... 36
Figura 15 Nivelamento Geométrico Composto................................................ 37
Figura 16 Mapa de Localização do Município de Itagibá-BA........................... 39
Figura 17 Situação do Marco........................................................................... 43
Figura 18 Nivelamento Geométrico................................................................. 44
Figura 19 Rede Geodésica.............................................................................. 47
Figura 20 Área de Mineração........................................................................... 48
Figura 21 Área de Mineração e Pilha de Estéril............................................... 48
Figura 22 Área de Beneficiamento................................................................... 49
Figura 23 Correia Transportadora que leva o Minério Bruto até o 49
Beneficiamento................................................................................
Figura 24 Área de Beneficiamento................................................................... 50
Figura 25 Área de Beneficiamento................................................................... 50
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


CTRS – Sistema de Referência Terrestre Convencional
GNSS – Sistema de Navegação Global por Satélite
GPS – Sistema de Posicionamento Global
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
NBR – Norma Brasileira Regulamentadora
RBMC – Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo
SGB – Sistema Geodésico Brasileiro
SIRGAS – Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 11

1.1 Justificativa............................................................................................ 12

1.2 Problema................................................................................................
13
1.3 Objetivos................................................................................................ 13

1.3.1 Geral...................................................................................................... 13

1.3.2 Especificos............................................................................................. 13

2 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO........................................................ 14

2.1 Geodésia: Definição e Caracterização.................................................. 14

2.1.1 Divisão da Geodésia.............................................................................. 15

2.1.2 Atuação da Geodésia............................................................................ 15

2.1.3 Sistemas de Coordenadas..................................................................... 17

2.1.3.1 Sistema de Referência Terrestre Convencional.................................... 17

2.1.3.2 Sistema de Coordenadas Geodésicas.................................................. 19

2.1.3.3 Relacionamento entre Sistemas de Referência Terrestre


Convencional e Sistemas de Coordenadas Geodésicas....................... 20
2.1.3.4 Sistema de Coordenadas Planas Retangulares.................................... 21

2.1.4 Sistemas de Referência......................................................................... 22

2.2 Rede Geodésica.................................................................................... 25

2.3 Posicionamento por GNSS.................................................................... 26

2.3.1 Posicionamento Relativo....................................................................... 27

2.3.1.1 Posicionamento Relativo Estático.......................................................... 28

2.4 Nivelamento........................................................................................... 28
2.4.1 Classificação dos Nivelamentos............................................................ 28

2.4.2 Altitude Ortométrica............................................................................... 29

2.4.3 Base Altimétrica Brasileira..................................................................... 30

2.4.4 Nivelamento Geométrico....................................................................... 31

2.4.4.1 Níveis..................................................................................................... 31

2.4.4.2 Miras...................................................................................................... 33

2.4.5 Refração Atmosférica............................................................................ 33

2.4.6 Operação do Nivelamento..................................................................... 36

2.4.6.1 Nivelamento Geométrico Simples.......................................................... 36

2.4.6.2 Nivelamento Geométrico Composto...................................................... 37

3 METODOLOGIA.................................................................................... 39

3.1 Área de estudo....................................................................................... 39

3.2 Material e Método.................................................................................. 40

3.2.1 Equipamentos Utilizados....................................................................... 41

4 RESULTADO E DISCUSSÃO............................................................... 43

4.1 Implantação de Rede Geodésica de Alta Precisão............................... 43

4.2 Descrição dos Serviços Executados e Resultados Alcançados............ 44

4.3 Implantação das Obras Civis................................................................. 48

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................. 51

REFERÊNCIAS..................................................................................... 53
11

1 INTRODUÇÃO

A Engenharia Civil se dedica ao planejamento, projeto, construção,


acompanhamento e manutenção de obras, de pequeno, médio e grande porte, mas
para isso faz-se necessário um bom gerenciamento para se obter economia,
precisão e exatidão.
No entanto, é essencial que o engenheiro civil projete, construa e monitore
obras, de forma que as mesmas sejam, no mínimo, funcionais e seguras. Para que
isso ocorra é necessária a utilização, não somente, de profissionais altamente
qualificados e atualizados, como também, o emprego de equipamentos altamente
precisos, que possuam tecnologias adequada e de alta performance, de maneira a
proporcionar a produtividade, confiabilidade e segurança requerida.
Com isto, a Engenharia Civil interage diretamente com outros ramos da
engenharia, desde o estudo prévio de um determinado ambiente ou terreno, até o
momento de implantação, construção e monitoramente de uma determinada obra.
Esta interação possibilita a diminuição de possíveis erros que venham a ocorrer na
elaboração de um projeto e durante a execução da obra, evitando assim prejuízos
econômicos e vidas humanas.
Dentre os ramos da engenharia que interagem com a engenharia civil, cita-se
a engenharia de agrimensura e cartográfica, que por meio da topografia e geodésia,
fornecem posicionamento de pontos e conhecimento planialtimétrico de detalhes do
terreno com alta precisão, o que é essencial em obras civis, de pequeno, médio e
grande porte. Deste modo, para implantação de uma pequena obra pode ser
utilizada topografia convencional, enquanto que em obras de grande porte é
necessário estabelecer um conjunto de pontos no terreno, conectados entre si por
meio de medições e/ou observações.
A esse conjunto de pontos conectados entre si por meio de medições, dá-se o
nome de rede ou estrutura geodésica. Quando tais medições são feitas
considerando o sistema de coordenadas oficiais e único do país, diz-se que a rede
geodésica é georreferenciada. Geralmente, as estações de uma rede geodésica
possuem coordenadas plano-retangulares UTM (E,N,H), cartesianas geocêntricas
tridimensionais (X, Y, Z) e geodésicas (, , h) (TEIXEIRA, 2005).
12

No Brasil, têm-se a Rede Geodésica denominada de Rede Brasileira de


Monitoramento Contínuo (RBMC), composta atualmente de 102 estações
distribuídas por todo o país. O sistema de referência desta rede é o SIRGAS 2000
(Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas), que é considerado um dos
sistemas de referência mais preciso do mundo. O SIRGAS 2000, é desde
01/01/2005, o sistema de referência oficial do país.
Em obras de grande porte, exige-se que primeiramente seja implantada uma
rede geodésica, conforme definido anteriormente. Por meio desta, é feito o
levantamento topográfico planialtimétrico, para realização do projeto almejado. Logo
após, as estações desta rede são utilizados para locação da obra em campo. E, por
último, utilizam-se estas mesmas estações, para o controle e monitoramento da obra
em seu ciclo de vida útil. A eficiência desta rede geodésica, em todas estas
atividades, é garantida pelo fato de que as coordenadas de que cada uma das
estações que a compõem, possuem precisão ao nível do milímetro ou melhor do que
isso.
Deste modo, com vistas na obtenção de tal ordem de precisão em Redes
Geodésicas, para fins de utilização em obras de grande porte, pode utilizar o GNSS
(GPS em conjunto com o GLONASS) para o posicionamento bidimensional das
estações da rede, e o Nivelamento Geométrico, para obtenção altitudes e/ou cotas
das mesmas, tendo ao final, uma Rede Geodésica tridimensional.
Neste trabalho, a metodologia descrita anteriormente, foi utilizada para o
estabelecimento de uma Rede Geodésica Tridimensional na área a ser implantado o
Projeto Santa Rita, no município de Itagibá – Bahia. A partir desta rede foi realizado
o levantamento planialtimétrico do terreno, para o projeto da obra, a sua devida
locação, bem como, o controle e monitoramento durante a execução da obra.

1.1 Justificativa

Justifica-se este trabalho, com vistas ao fato de que uma Rede Geodésica de
alta precisão, possibilita ao engenheiro civil informações precisas e confiáveis, para
a elaboração do projeto, locação, execução e controle de obras de grande porte.
Deste modo, um projeto executado a partir de uma rede geodésica de alta
precisão pode-se ter um controle pleno de todo o projeto, possibilitando a diminuição
de falhas a que porventura venham acarretar danos indesejáveis.
13

1.2 Problema

Como uma rede geodésica pode contribuir para uma obra civil de grande
porte, de maneira que se tenha confiabilidade e precisão nas fases de projeto,
implantação/locação e controle/monitoramento da mesma?

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral

Descrever e analisar a metodologia e os procedimentos necessários no


estabelecimento de uma Rede Geodésica Local de alta precisão para Implantação e
controle das obras civis do Projeto Santa Rita em Itagibá-BA.

1.3.2 Específicos

a) Definir o conceito de rede geodésica e apresentar sua contribuição no


estabelecimento de obras de grande porte;
b) Apresentar os conceitos de Posicionamento GNSS e Nivelamento
Geométrico;
c) Apresentar as fases necessárias seguintes para se implantar esta rede
geodésica local;
d) Definir as observações e metodologias de cálculo e análise a esta rede, de
forma que tenha posicionamento tridimensional e de alta precisão;
e) Discorrer e analisar os resultados alcançados com a implantação da rede
geodésica no Projeto Santa Rita em Itagibá – Bahia; e
f) Contribuir para a literatura que trata de Rede Geodésica Local na Engenharia
Civil.
14

2 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

2.1 Geodésia: Definição e Caracterização

A palavra Geodésia de forma literal expressa a “divisão ou particionamento da


Terra”, e foi utilizado pela primeira vez por Aristóteles (384-322 a.C.). No entanto, tal
expressão não é suficiente para definir com clareza a amplitude de atuação e
importância desta ciência, havendo então necessidade de buscar, através de
autores renomados, conceitos e definições da mesma.
Deste modo, no entendimento de Gemael (1987), Geodésia é a ciência que
tem como objeto a determinação da forma e dimensões do nosso planeta, bem
como a determinação dos parâmetros definidores do campo da gravidade. Com o
acréscimo de uma outra componente que são suas variações temporais. No entanto,
com o desenvolvimento da era espacial a sua área de atuação inclui hoje outros
componentes do sistema solar, como por exemplo, a Selenodésia, que tem como
objetivo o estudo da forma, dimensões e movimentos da Lua.
Entretanto Tardi-Laclavere (1951), divide a Geodésia em duas partes que
são: Geodésia Teórica ou Matemática e Geodésia Operacional. Segundo ele, a
primeira trata do estudo da forma e das dimensões da Terra, enquanto a segunda,
estabelece os procedimentos para a medida de porções da Terra, que por suas
dimensões requerem a consideração da curvatura terrestre.
Assim Wilson (1908), define a Geodésia como sendo a ciência que soluciona
questões envolvendo a forma e dimensão da Terra, compreendendo ainda:
• A medida exata de uma linha de base de alguns quilômetros;
• Determinação da posição latitude e longitude;
• Ampliação de base, pela triangulação; e
• Cálculo da triangulação.
Neste sentido Bomford (1962), afirma que a Geodésia é a divisão da Terra,
cujo objetivo principal é o de estabelecer uma estrutura geométrica precisa para
apoiar os levantamentos topográficos.
15

2.1.1 Divisão da Geodésia

A consecução dos objetivos da Geodésia se dá por meio de operações


geométricas realizadas sobre a superfície terrestre (medidas angulares e de
distância) associadas a esparsas determinações astronômicas; ou utilizar medidas
gravimétricas que conduzam ao conhecimento detalhado do campo da gravidade; ou
mais modernamente, valer-se de medidas efetuadas sobre satélites artificiais
(GEMAEL, 1987). Considerando-se variedade de operações e consequentemente
de dados, a Geodésia pode assim ser dividida:
• Geodésia Geométrica;
• Geodésica Física; e
• Geodésia Espacial, ou Celeste ou ainda por Satélites.
Considerando-se o desenvolvimento tecnológico a Geodésia pode, ainda, ser
dividida em:
• Selenodésia; e
• Geodésia Marinha.
Do ponto de vista cientifico, a geodésia se divide em: Geodésia Superior e
Geodésia Elementar ou Geométrica. A primeira, de cunho essencialmente científico,
preocupa-se com problema da forma e dimensão da terra. A segunda, a Geodésia
Elementar, é essencialmente prática, preocupando-se em proporcionar à Topografia
uma rede de pontos fundamentais a qual esta possa amarrar os seus
levantamentos.

2.1.2 Atuação da Geodésia

Geralmente, a atuação da Geodésia se dá na solução de problemas, que


podem ser divididos em Científicos e Científicos-Práticos.
No que diz respeito à atuação cientifica, a principal tarefa da Geodésia é o
estudo da forma e das dimensões do nosso planeta, bem como, de seu campo
gravitacional externo.
A solução deste problema compreende (ZAKATOV, 1981):
1. Determinação das medidas e do tipo de superfície matemática regular que
represente a forma adequada da figura da Terra em sua totalidade. Considera-se
16

que tal superfície seja a de uma elipsóide de revolução achatado, também


denominado de elipsóide terrestre;
2. O estudo da figura real da Terra e seu campo de gravitacional exterior. Por
figura real da Terra se entende a superfície física real da Terra.
O estudo da figura real da Terra compreende a determinações de parâmetros
ou magnitudes geodésicas que expressam os desvios de sua superfície com relação
à superfície do elipsóide terrestre.
Outros problemas científicos da Geodésia são:
• Detecção e análise de movimentos tridimensionais da crosta terrestre;
• Determinação da estrutura interna da Terra;
• Determinação da diferença dos níveis médios dos mares e quantificação dos
movimentos das linhas de costa dos oceanos;
• Estudo dos movimentos dos pólos;
• Lançamento de satélites artificiais e monitoramento de seus movimentos, em
seu ciclo de vida útil;
• Dentre outros.
Atualmente, a observação e descrição do 'campo de gravidade' e sua
variação temporal, é o problema científico de maior interesse da Geodésia.
No que diz respeito aos problemas científicos-práticos, a Geodésia se ocupa
com o desenvolvimento dos mais modernos métodos e instrumentos para a
execução de medições e observações de alta precisão, como por exemplo:
• Medições lineares: precisão melhor do que 1:500.000;
• Medições de ângulos horizontais: σ = ± 0 ,7”;
• Medições de distâncias zenitais: precisão de poucos segundos;
• Nivelamento geodésico: σ = ± 0,05 mm/km;
Neste tipo de problema inclui-se a determinação de coordenadas geodésicas
(ϕ, λ, h) de pontos da superfície terrestre, a nível local, regional e global, com
relação a um sistema único de coordenadas. Deste modo, com os métodos
geodésicos se determina coordenadas com alta precisão de alguns pontos da
superfície terrestre, os quais são denominados de rede geodésica de apoio. Por
outro lado, como complementação da Geodésia, a Topografia – com seus métodos
utiliza os pontos das redes geodésicas de apoio para determinar os detalhes de
porções da superfície terrestre.
17

A Geodésia também oferece apoio às atividades de Cartografia. Neste


contexto estão inclusos as técnicas, metodologias e especificações para a
mensuração e representação de grandes extensões da superfície terrestre,
abrangendo em muitas aplicações cidades, estados e nações.
Em geral, o profissional ligado às atividades de mensuração lida comumente
com três superfícies:
a) Superfície Física da Terra: superfície que é palco das operações
topográficas, geodésicas e astronômicas;
b) Geóide, superfície que melhor representa a forma da Terra, o qual é obtido
pelo prolongamento do nível médio dos mares, não perturbado, através dos
continentes. Esta figura é bem definida fisicamente, porém de difícil tratamento
matemático, pois possui muitas irregularidades;
c) Superfície do modelo geométrico: superfície de referência, sobre a qual são
efetuados os cálculos geodésicos. Geralmente, esta superfície é o elipsóide
revolução, pois possibilita tratamento matemático e se aproxima muito do Geóide. O
elipsóide de revolução é obtido pela rotação de uma elipse meridiana em torno de
seu eixo menor.

2.1.3 Sistemas de Coordenadas

Um sistema de coordenadas, bidimensional ou tridimensional é a


representação de pontos do plano ou do espaço por meio de um conjunto de
números reais denominados coordenadas (CASTAÑEDA, 1986). No que se refere
ao posicionamento geodésico, cada ponto pode ser caracterizado pelas
coordenadas cartesianas geocêntricas tridimensional (X, Y, Z) ou pelas coordenadas
geodésicas (ϕ, λ, h).

2.1.3.1 Sistemas de Referência Terrestre Convencional

Um sistema de coordenadas cartesianas geocêntricas é, por definição, aquele


cuja origem coincide com o centro de massa da Terra (Geocentro) e cujos eixos (X,
Y, Z) são solidários com ela (VANICEK e STEEVES, 1996). O sistema de
coordenadas cartesianas geocêntricas mais comum em Geodésia é o CTRS. Este
18

sistema de referência é o mais utilizado pelos sistemas espaciais de posicionamento


(COSTA, 1999, p. 11).
Um CTRS é definido considerando-se as seguintes características (COSTA,
1999, p. 11; NIMA, 2000, p. 2-1):
• É geocêntrico, com o centro de massa sendo definido para toda a Terra,
incluindo oceanos e atmosfera;
• Sua escala é aquela definida pelo arcabouço “frame” terrestre local, dentro
do conceito da teoria relativística da gravitação;
• Sua orientação foi inicialmente dada pelo Bureau International de I´Heure
(BIH) para a época 1984;
• A evolução temporal de sua orientação não deve permitir rotação global
residual com relação à crosta terrestre.

Figura 1 – Representação do CTRS


Fonte: Teixeira (2005)

Na figura 1, a origem e os eixos são definidos como (NIMA, 2000, p. 2-2):


• Origem no centro de massa da Terra (G), definido fisicamente;
• Eixo Z é o eixo de rotação médio da Terra, que coincide com o Conventional
International Origin (CIO) e é positivo no sentido norte; o eixo de rotação médio é
determinado pelas estações de observação do International Earth Rotation Service
(IERS) desde 1988 em que o pólo norte fica designado como Conventional
Terrestrial Pole (CTP);
19

• O plano XZ é escolhido de tal forma que seja paralelo ao plano meridiano


médio de Greenwich;
• O plano XY corresponde ao plano equatorial médio;
• Os eixos X, Y e Z são ortogonais entre si e formam um sistema destrógiro.

2.1.3.2 Sistemas de Coordenadas Geodésicas

A superfície utilizada para representar as coordenadas geodésicas é aquela


que mais se aproxima do Geóide, ou seja, o elipsóide revolução, geometricamente
representado pelos seus parâmetros: semi-eixo maior (a) e achatamento (f). As
coordenadas referidas ao elipsóide de revolução são: latitude geodésica (ϕ),
longitude geodésica (λ) e altitude elipsoidal ou geométrica (h). Estas coordenadas
podem ser vistas na figura 2.

Figura 2 – Coordenadas Geodésicas


Fonte: Adaptado de Monico (2000)

Na figura 2 a linha reta PI é normal ao elipsóide de revolução, conduzida a


partir do ponto P. Deste modo, as coordenadas geodésicas mostradas nesta figura,
são definidas como:
• Latitude geodésica (ϕ) de um ponto P qualquer é o ângulo formado pela
normal do ponto P com sua projeção equatorial. Também é considerada como
sendo a latitude elipsóidica de P´, projeção normal (ou projeção de HELMERT) de P
20

sobre o elipsóide (GEMAEL, 1987). A latitude geodésica varia de 0º a ±90º, sendo


positiva no pólo norte, onde é representado por ϕ=+90º ou ϕ=90ºN. No pólo sul ela
é negativa, onde é representada por ϕ=-90º ou ϕ=90ºS.
• Longitude geodésica (λ): de um ponto P qualquer é o ângulo formado pela
elipse meridiana que contém Greenwich e a elipse meridiana que contém o ponto P,
medido sobre o equador. Também definido como o ângulo diedro formado pelos
meridianos geodésicos de Greenwich, o qual é a origem (λ=0º), e o meridiano do
ponto P. Cresce no sentido leste, variando de 0º 360º, ou positivamente no sentido
leste variando de 0º a 180ºE, e negativamente no sentido oeste variando de 0º a
180ºW.
• Altitude elipsoidal ou geométrica (h) é a distância do ponto P, na superfície
física da Terra, até o elipsóide (P´), contada ao longo da normal.

2.1.3.3 Relacionamento entre Sistemas de Referência Terrestre Convencional e


Sistemas de Coordenadas Geodésicas

Deste modo, um ponto P da superfície física da Terra tem a sua posição


definida sem ambigüidade pela tríade geodésica (ϕ, λ, h). A figura 3 mostra as
coordenadas geodésicas de um ponto genérico Pi, juntamente com suas
coordenadas cartesianas tridimensionais.

Figura 3 – Coordenadas Cartesianas e Geodésicas


Fonte: Teixeira (2005)
21

2.1.3.4 Sistemas de Coordenadas Planas Retangulares

Como observou-se anteriormente, a forma da Terra não é plana, e a


depender da finalidade ou da ciência ela pode ser representada por uma esfera,
elipsóide ou mesmo por sua forma real que é o Geóide. No entanto, quando se
retrata de representação da superfície, esta é feita em mapas, que são planos. A
partir de então as dificuldades começam a surgir, pois nem a esfera e nem o
elipsóide são superfícies desenvolvíveis, ou seja, não se pode planifica-las sem que
haja deformações. Deste modo, quando se deseja representar a superfície terrestre
em forma de cartas ou mapas, deve-se fazer uso dos sistemas de projeção, os quais
permitem – de forma aproximada – a transformação da superfície terrestre.
A maioria das projeções cartográficas são referidas a um plano, cone ou
cilindro, conforme ilustra a figura 4.

Figura 4 – Projeções Cartográficas


Fonte: Teixeira (2006)

A partir da utilização dos sistemas de projeção são obtidas as coordenadas


planas da superfície terrestre. Para que isto ocorra é necessário o estabelecimento
de uma relação pontual e unívoca entre a superfície de referência, esfera ou
elipsóide, e a superfície do desenho, a qual é plana. De forma geral, o que se trata
nesta relação é a estimação das coordenadas planas (N, E) a partir das
coordenadas (ϕ, λ) de um ponto qualquer situado na superfície de referência, que
22

pode ser a esfera ou o elipsóide. A terceira coordenada se refere a elevação do


ponto, que geralmente é a altitude ortométrica (H).
A projeção utilizada para representação cartográfica no Brasil é a projeção
Universal Transversa de Mercator (UTM), originada a partir da projeção conforme de
Gauss. Esta projeção consiste num cilindro transverso ao eixo de rotação da Terra.
A projeção UTM, originada a partir da projeção conforme de Gauss, é um
sistema de coordenadas retangulares útil às atividades de mensuração, pois permite
a representação de extensas áreas da superfície terrestre, efetuando significativo
controle de distorções provenientes dos efeitos da curvatura terrestre. Além disto, a
projeção UTM é amplamente utilizada para fins de mapeamento, pesquisa científica,
planejamento e execução de obras de engenharia, dentre outras.

2.1.4 Sistemas de Referência

Os sistemas de referência são utilizados para descrever as posições de


objetos, atividade esta que também é um dos objetivos da Geodésia. Quando é
necessário identificar a posição de uma determinada informação na superfície da
Terra são utilizados os Sistemas de Referência Terrestres ou Geodésicos, os quais
por sua vez, devem ter sua definição e realização de forma apropriada, precisa e
consistente (BOCK, 1996).
No entanto o que ocorre na Geodésia é que as medições são realizadas na
superfície física da Terra, mas os cálculos são efetuados na superfície do elipsóide
(modelo teórico), conseqüentemente, os resultados são reduzidos a esta superfície.
Segundo os autores, a Geodésia do século XIX praticamente se concentrou
na pesquisa dos parâmetros do melhor elipsóide, por meio de levantamentos
geodésicos associados à determinações astronômicas, e à medidas gravimétricas
(GEMAEL, 1987; ZAKATOV, 1981). Com o surgimento das Técnicas Espaciais de
Posicionamento, esta pesquisa ganhou mais um aliado que são os satélites
artificiais, os quais propiciaram maior rapidez e precisão na determinação dos
parâmetros definidores da figura terrestre.
Deste modo, em diversos países foram definidos vários elipsóides que
representavam a realidade regional e do momento na qual eram concebidos. No
entanto, com o passar dos anos, as técnicas e a instrumentação de mensuração
geodésica evoluíram, possibilitando a determinação de parâmetros mais precisos
23

para o elipsóide de revolução. Esta dinâmica resultava na substituição dos antigos


elipsóides pelos novos.
Tendo assim o elispóide SGR-67 corresponde à figura geométrica para a
Terra do antigo Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), que era o Datum Sul-
Americano de 1969 (South American Datum of 1969 – SAD69). Os parâmetros
adotados na definição do Sistema Geodésicos Brasileiro SAD69.
• Superfície de referência: Elipsóide Internacional de 1967 (UGGI67):
i. semi-eixo maior: 6378160 metros.
ii. achatamento: 1/298.25
• Ponto datum: Vértice Chuá, Coordenadas geodésicas:
i. latitude 19° 45′ 41″.6527 S;
ii. longitude 48° 06′ 04″.0639 W;
iii. Azimute (Chuá – Uberaba) 271° 30′ 04″.05;
iv. Altitude ortométrica : 763.28;
• Orientação elipsóide-geóide no ponto datum : ξ=0.31 η=-3.52 N=0 m
Enquanto que o elipsóide GRS80 representa a figura geométrica para a Terra
do atual SGB, denominado como Sistema de Referência Geocêntrico para as
Américas (SIRGAS), em sua realização do ano 2000, nomeado assim como
SIRGAS2000 e caracterizado por:
• Orientação:
 Pólos e meridiano de referência consistentes em ±0,005” com as
direções definidas pelo BIH (Bureau International de l´Heure), em
1984,0.
• Figura geométrica para a Terra:
 Elipsóide do Sistema Geodésico de Referência de 1980 (Geodetic
Reference System 1980 – GRS80);
 o Semi-eixo maior a = 6.378.137 m;
 o Achatamento f = 1/298,257222101.
• Estações de Referência:
 As 102 estações da rede continental SIRGAS2000, estabelecidas no
Brasil constituem a estrutura de referência a partir da qual o sistema
SIRGAS2000 é materializado em território nacional. Está incluída
nestas tabelas a estação SMAR, pertencente à Rede Brasileira de
24

Monitoramento Contínuo do Sistema GPS (RBMC), cujas coordenadas


foram determinadas pelo IBGE posteriormente à campanha GPS
SIRGAS2000.
• Época de Referência das coordenadas: 2000,
• Materialização:
 Estabelecida por intermédio de todas as estações que compõem a
Rede Geodésica Brasileira, implantadas a partir das estações de
referência. Informações sobre as estações do SGB podem ser
encontradas no Banco de Dados Geodésicos disponível pela internet
no portal do IBGE (SANTOS et al, 2005). A figura 5 ilustra a
distribuição das estações SIRGAS2000.

Figura 5 - Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas


Fonte: IBGE, 2008.
25

2.2 Rede Geodésica

Uma Rede Geodésica é definida por um conjunto de pontos materializados no


terreno, que posicionado e distribuídos adequadamente forma assim coordenadas
tridimensionais de alta precisão. A mesma quando conectada entre si por meio de
observações Geodésicas também é denominadas de Estrutura Geodésica
(SANTOS, 1999). Esta Estrutura Geodésica representa uma rede ou campo de
vértices que poderá ser de referência ou de objetos (FERREIRA et al, 2004).

Figura 6 – Rede Geodésica Brasileira


Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia/planimetrica.shtm

Assim de acordo com Teixeira (2005), uma Rede Geodésica possui


coordenadas que podem ser classificadas como retangulares UTM (E,N,H),
cartesianas geocêntricas tridimensionais (X, Y, Z) e geodésicas (, , h), que
conectadas a um sistema de coordenadas oficiais de um país recebe o nome de
rede geodésica georreferenciada.
26

A Rede Geodésica mais nova do país é denominada de Rede Brasileira de


Monitoramento Contínuo (RBMC), cujas coordenadas estão referidas ao
SIRGAS2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas), que constitui
um dos sistemas de referência mais precisos do mundo.
Desse modo uma Rede Geodésica tem a finalidade de servir de apoio ao
planejamento, expansão e controle de obras, bem como, para pesquisas científicas,
aulas, entre outros.
As Redes Geodésicas locais são implantadas principalmente para projetos de
engenharia, geofísicas entre outras e para procedimentos geodinâmicos
espacialmente limitados (TORGE, 2003).

2.3 Posicionamento por GNSS

A esta arquitetura denominada de sistema de navegação global por satélites


(GNSS – Global Navigation Satellite System), se deu a partir do desenvolvimento
das técnicas de posicionamento aliado ao avanço do conhecimento científico e
tecnológico mostrando que o GPS associado a infra-estruturas espacial (SBAS –
Satellite Based Augmentation System) e terrestre (GBAS – Ground Based
Augmentatin System) poderia ampliar a sua utilização do sistema.
Atualmente, o conceito de GNSS vem sendo empregado para designar o
posicionamento por satélites utilizando toda infra-estrutura citada anteriormente
somando-a a outros sistemas de posicionamento por satélite, tais como o
GLONASS, Galileo, Compass (China), etc. Trata-se de um futuro promissor para
usuários de posicionamento por satélites artificiais.
O posicionamento por GNSS objetiva à determinação da posição de objetos –
estacionários ou em movimentos – em relação a um referencial específico, e pode
ser realizado no método absoluto e no método relativo. O posicionamento absoluto
pode ser realizado pelas técnicas estática e cinemática, e é caracterizado pelo fato
de ter suas coordenadas referidas ao geocentro. O posicionamento relativo pode ser
realizado pelas técnicas estática, cinemática e diferencial, e é caracterizado pelo fato
de ter suas coordenadas determinadas em relação a um referencial materializado
por vértices de coordenadas conhecidas (MONICO, 2000).
27

Apesar de existirem vários métodos de posicionamento, este documento tem


como objetivo mostrar o método de levantamento geodésico utilizado neste trabalho,
que foi o posicionamento relativo.

2.3.1 Posicionamento Relativo

O método relativo consiste na determinação da diferença de posição entre


uma estação base (ou estação de referência) e uma estação móvel (ou estação
tinerante), com o objetivo de calcular o vetor entre estas duas estações. A estação
base possui coordenadas conhecidas com as quais se determina o vetor de posição,
que representa a posição relativa entre as estações, e dessa forma são obtidas as
coordenadas da estação móvel (MONICO, 2000)
Ainda conforme Monico (2000), o posicionamento relativo contribui para a
redução de erros, especialmente o erro dos relógios do satélite, o erro das
efemérides e o erro de propagação do sinal na atmosfera. Para o cálculo das
pseudodistâncias podem ser utilizadas observações da fase do código, observações
da fase do código suavizado pela portadora e observações da fase da portadora.
A precisão do método relativo é condicionada pelo comprimento da linha de
base, podendo variar de 1 a 0,1 ppm para linhas de base de até 100 km e atingir a
ordem centimétrica para as linhas de base de até 20 km. A figura 7 mostra o
princípio do Posicionamento Relativo.

Figura 7 – Posicionamento Relativo


Fonte: IBGE (2008)
28

2.3.1.1 Posicionamento Relativo Estático

O conceito fundamental envolvido nesta técnica de posicionamento relativo é


que dois ou mais receptores rastreiam simultaneamente, os satélites visíveis por um
período de tempo que é definido em função da distância entre os receptores.
Normalmente são incluídas como observáveis as duplas diferenças da fase de
batimento da onda portadora, pois oferecem maiores precisões que as
pseudodistâncias. No entanto, as pseudodistâncias são utilizadas no pré-
processamento para estimar o erro do relógio do receptor, ou calcular o instante
aproximado de transmissão do sinal pelo satélite (SEEBER, 2003).
Esta técnica permite as melhores precisões dentro da tecnologia GPS,
geralmente entre 1,0 a 0,1 ppm, ou mesmo melhor que isso. No entanto, cuidados
especiais devem ser tomados quanto a escolha de receptores, pois no caso de
linhas de base maiores que 10 a 15 km, onde a precisão requerida seja melhor que
1,0 ppm, é necessário o uso de receptores de dupla freqüência (HOFMANN-
WELLENHOF, 2001, p.141).

2.4 Nivelamento

Nivelamento ou levantamento altimétrico é o nome dado ao conjunto de


operações topográficas executadas em uma determinada região com o objetivo de
se determinar as diferenças de alturas, desníveis ou distâncias verticais entre os
diversos pontos do terreno. No entanto, o nivelamento destes pontos não termina
com a determinação da diferença de nível entre eles, mas, inclui também, o
transporte da cota ou altitude a partir de um ponto conhecido (RN – Referência de
Nível) para os pontos nivelados (CASACA, 2013).
No processo de determinação de cotas ou altitudes, os nivelamentos são
classificados, na devida ordem de precisão, em Geométrico, Trigonométrico e
Barométrico.

2.4.1 Classificação dos Nivelamentos

a) BAROMÉTRICO: neste tipo de nivelamento são utilizados barômetros de


mercúrio, barômetro metálico ou aneróide, termobarômetro ou hipsômetro para a
29

determinção rápida de altitudes. Baseia-se na diferença de pressão com a altitude,


tendo como princípio que, para um determinado ponto da superfície terrestre, o valor
da altitude é inversamente proporcional ao valor da pressão atmosférica. Dos três
métodos, é o que oferece a menor precisão (MCCORMAC, 2013).
b) TRIGONOMÉTRICO: é realizado através de Teodolitos e Estações Totais,
nos quais são fornecidos os ângulos vertical ou zenital, a partir dos quais são
calculados os desníveis entre os diversos pontos do terreno. Este método é mais
rápido que o Geométrico, porém de menor precisão (MCCORMAC, 2013).
O nivelamento trigonométrico, também denominado de nivelamento indireto,
divide-se em nivelamento trigonométrico de pequeno alcance e nivelamento
trigonométrico de grande alcance (ESPARTEL, 1987).
c) GEOMÉTRICO: é o método mais preciso para a determinação de
desníveis, o qual é realizado através de visadas horizontais com o instrumento
denominado de Nível de Luneta, ou simplesmente Nível (MCCORMAC, 2013).

2.4.2 Altitude Ortométrica

Altitude ortométrica é a distância contada, ao longo da vertical, de um ponto


qualquer da superfície física da Terra até o Geóide. Esta altitude possui significação
física, pois tem valor igual a zero (H=0,0m) no nível médio dos mares e, a água corre
desde um ponto de altitude ortométrica maior para um de valor menor. Isto torna a
altitude ortométrica útil para aplicações de engenharia, arquitetura e agronomia.

Figura 8 – Altitude Ortométrica


Fonte: Teixeira (2006)
30

Na figura 8 as grandezas Wo e W P, representam o geopotencial no Geóide e


no ponto P, respectivamente. A diferença entre eles chama-se Número Geopotencial
de um ponto P da superfície física da Terra, que corresponde ao trabalho da
gravidade para transportar a unidade de massa entre as duas superfícies
equipotenciais, ou seja, entre a superfície do geóide e do ponto P (GEMAEL, 1999).

2.4.3 Base Altimétrica Brasileira

A Rede Altimétrica Brasileira é composta de um conjunto de estações


materializadas no terreno, denominadas de Referências de Nível (RN) e
identificados por uma coordenada, que é a altitude determinada a partir de um ponto
origem ou datum vertical, que está localizado no município de Imbituba Santa
Catariana.
A altitude utilizada no Brasil é altitude Ortométrica, como já definida na seção
2.4.2. A figura 9 mostra a Rede de Referência de Nível Nacional (RRNN), o qual é
de responsabilidade do IBGE.

Figura 9 – Rede de Referência de Nível Nacional


Fonte: IBGE (2008)
31

2.4.4 Nivelamento Geométrico

O nivelamento geométrico é o método mais preciso e eficiente utilizado para


fins geodésicos ou topográficos através de níveis ópticos ou digitais, que visa a
determinação do desnível entre dois pontos no terreno a partir da leitura de ré e
vante em miras (estádias ou em código de barra) na posição vertical dos referidos
pontos. Corrobora e complementa o exposto ABNT (1994 p. 3) quando afirma que
nivelamento geométrico é:

Nivelamento que realiza a medida da diferença de nível entre pontos no


terreno por intermédio de leituras correspondentes a visadas horizontais,
obtidas com um nível, em miras colocadas verticalmente nos referidos
pontos (ABNT 1994).

Ainda de acordo com McCormac (2013) nivelamento geométrico ou


nivelamento direto, como também é conhecido, é definido como sendo o sistema de
medições altimétricas a partir da determinação da diferença de altitude, ou desnível,
entre dois pontos observados, mediante visadas horizontais em miras posicionadas
verticalmente.
O nivelamento geométrico ou de alturas é baseado no conhecido principio da
geometria, que afirma que planos ou superfícies esféricas paralelas são
eqüidistantes. Deste modo, os planos são horizontais e as eqüidistâncias são
medidas nas verticais.

2.4.4.1 Níveis

Os níveis são instrumentos aptos a definir com rigor e precisão um plano


horizontal ortogonal à vertical definida pelo eixo principal do equipamento. Para
consecução deste propósito é utilizado o instrumento denominado nível de luneta,
ou simplesmente nível, que pode ser ótico, digital e à laser, conforme mostra a figura
10.
32

Figura 10 – Tipos de Níveis


Fonte: Veiga (2000)

De maneira genérica o nível determina superfícies horizontais. Os principais


componentes deste instrumento são:
- Barra Horizontal;
- Luneta;
- Ocular com fios do retículo e estadimédicos;
- Nível de bolha (circular, tubular e bolha bipartida);
- Parafuso micrométrico e de focalização;
- Suporte com 3 ou 4 parafusos calantes; e
- 3 eixos: rotação, ótica (da luneta) e do nível da bolha ou tangente ao
mesmo.
A NBR 13133 classifica os níveis segundo o desvio-padrão de 1 km de duplo
nivelamento, conforme a tabela 1.

Tabela 1 – Classificação dos Níveis

Classes de níveis Desvio - padrão


1 – precisão baixa > ± 10 mm/km
2 – precisão média ≤ ± 10 mm/km
3 – precisão alta ≤ ± 3 mm/km
4 – precisão muito alta ≤ ± 1 mm/km
Fonte: ABNT (1994)
33

2.4.4.2 Miras

São réguas graduadas que normalmente são fabricadas em madeira, fibra de


vidro, metal e outras combinações, que podem ser dobráveis ou retráteis.
As miras são utilizadas na topografia para levantamentos com teodolitos
convencionais ou para nivelamentos geométricos por um nível de luneta através de
leituras que normalmente são com quatro algarismos que corresponderão aos
valores do metro, decímetro, centímetro e milímetro, sendo que este último é obtido
por uma estimativa e os demais por leitura direta dos valores indicados na mira
(MCCORMAC, 2013).

Figura 11 – Diferentes Modelos de Miras


Fonte: MYTOOLSTORE (2004)

2.4.5 Refração Atmosférica

Em todas as atividades topográficas e ciências afins, como por exemplo, a


Geodésia e Astronomia de Posição, o fenômeno de refração encontra-se presente,
como bem colocado por GEMAEL (1987): “refração...autêntico calcanhar de Aquiles
das Ciências Geodésicas”.
34

Nas visadas de um ponto a outro a refração atmosférica, também chamada


de refração terrestre em decorrência do ponto visado ser terrestre, “levanta” o alvo,
ou de outra maneira, pode-se dizer que ela “levanta” o ponto visado. Isto ocorre
porque o plano topográfico definido pelo ponto A é uma linha curva (e não uma linha
reta), de forma que a curvatura AS é dirigida para o centro de massa da Terra,
conforme pode ser visto na figura 12.

Figura 12 – Refração Atmosférica


Fonte: Teixeira (2006)

Uma outra forma de ilustrar este problema é mostrado na figura 13.

Figura 13 – Refração Atmosférica no Nivelamento Geométrico


Fonte: Teixeira (2006)
35

Devido ao efeito da Refração Atmosférica, no nivelamento geométrico, por


exemplo, a leitura de mira será maior do que a do Plano de Referência Horizontal,
gerando no operador a percepção de que o ponto ou o alvo (mira, nesta caso) foi
levantado.
Na presença da refração atmosférica, o erro de esfericidade (Δ) devido à
curvatura terrestre é menor, ficando definido pela seguinte equação:
Δh’−(1− k) Δh ,

onde:
Δh: erro de esfericidade devido à curvatura terrestre;
Δh’: erro de esfericidade e refração;
k: coeficiente de refração.
O coeficiente de refração varia em função das condições meteorológicas, de
forma que no Brasil cada região possui seu próprio coeficiente de refração, como
mostra a tabela 2; nesta tabela também são mostrados alguns coeficientes adotados
em alguns países da Europa.

Tabela 2 – Coeficientes de Refração

Fonte: JORDAN (1981) e GEMAEL (1987)

Não obstante a estes valores, no Brasil assim como na Alemanha a Diretoria


do Serviço Geográfico adotou o valor médio de k = 0,13. Deste modo, com este valor
a equação é reduzida para:
Δh’−0,87Δh.
36

Aplicando este valor para o erro de esfericidade correspondente à distância


de 500m, tem-se:
Δh’−0,87. 0,0196−0,0171m, valor este muito superior às tolerâncias
preconizadas pela NBR13133/1994 e a PR, nº 22 do IBGE, que são de 0,0085m e
0,0042m, respectivamente.

2.4.6 Operação do Nivelamento

O nivelamento geométrico, como já mencionado anteriormente, é o método


mais preciso para a determinação de desníveis, ou diferença de altitude, e pode ser
simples ou composto.

2.4.6.1 Nivelamento Geométrico Simples

O nivelamento geométrico é simples quando se determina as diferenças de


nível dos pontos a nivelar de uma única estação do instrumento, assim a mira é
colocada sucessivamente em todos os pontos do terreno a nivelar.

Figura 14 – Nivelamento Geométrico Simples


Fonte: Veiga (2007)

Procedimento de Campo. Instala-se o instrumento nível (de forma que sua


luneta forme um plano horizontal ao redor do eixo principal do mesmo) num ponto
qualquer do terreno, eqüidistante dos extremos, então evitará os erros de curvatura
37

terrestre e refração atmosférica pelo fato da anulação. Realiza-se a leitura na mira


posicionada num ponto de cota conhecida corresponde ao ponto, sendo
denominada de leitura de ré ou visada de ré. Após efetuar a leitura de ré, procede-se
a leitura de mira nos pontos seguintes, sendo denominada de leitura de vante ou
visada vante, obtendo-se assim pares de leituras ou lances.

2.4.6.2 Nivelamento Geométrico Composto

O nivelamento geométrico é considerado composto quando se torna


necessário estacionar o aparelho em mais de uma posição para nivelar o local em
estudo. Isto normalmente ocorre, quando o desnível é superior à altura da mira ou o
trecho a se nivelar é muito grande. Então se decompõe em trechos menores e
realiza-se uma sucessão de nivelamento geométrico simples.

Figura 15 – Nivelamento Geométrico Composto


Fonte: Veiga (2007)

No entanto de acordo com a NBR 13.133 (1994) os comprimentos das


visadas de ré e de vante devem ser aproximadamente iguais e de, no máximo, 80 m,
sendo ideal o comprimento de 60 m, de modo a compensar os efeitos da curvatura
terrestre e da refração atmosférica, além de melhorar a exatidão do levantamento
por facilitar a leitura da mira.
As miras devem ser posicionadas aos pares, com alternância a vante e a ré,
de modo que a mira posicionada no ponto de partida (lida a ré) seja posicionada, em
38

seguida, no ponto de chegada (lida a vante), sendo conveniente que o número de


lances seja par. Além disso, para evitar os efeitos do fenômeno de reverberação, as
visadas devem situar-se acima de 50 cm do solo.
O desnível entre os pontos será determinado a partir de vários lances, sendo
o desnível final calculado pela somatória dos desníveis de cada lance ou pares de
leituras.
Assim a qualidade dos trabalhos deve ser controlada através das diferenças
entre o nivelamento e o contranivelamento, seção a seção, e acumulada na linha em
estudo.
39

3 METODOLOGIA

3.1 Área de Estudo

A área de estudo relacionada para a criação deste trabalho foi à região onde
está implantado o Projeto Santa Rita, localizado no município de Itagibá-BA próximo
a divisa do município de Ipiaú à 140 km de Ilhéus e aproximadamente à 400km da
cidade de salvador, região que foi grande produtora de cacau e que sofreu
severamente os impactos sociais e econômicos com grande queda da produção de
cacau, agravada com a praga da vassoura de bruxa, que reduziu drasticamente as
plantações de cacau no sul do Estado da Bahia.
Nesta área existe um depósito de níquel sulfetado de 94,4 milhões de
toneladas de minério com teor de 0,61 % de níquel. O objetivo do projeto foi
implantar uma nova unidade industrial para processar 4,6 milhões de toneladas de
minério de níquel por ano, capacidade que poderá ser expandida sem restrições
para 6,4 milhões, a produção será de cerca de 155 mil e 400 toneladas por ano de
concentrado de níquel com teor de 13%, região que foi grande produtora de cacau.

Figura 16 - Mapa de Localização do Município de Itagibá-BA


Fonte - www.meioambiente.ba.gov.br/upload/apresentacaomirabelacepram_atual.
40

Trata-se portanto da implantação de um projeto de grande porte, que foi


conduzido em várias etapas, devendo desta forma considerar mecanismos de
controle para as diferentes fases de andamento da obra.
Neste contexto a rede geodésica de alta precisão ampliou e agregou subsídio
para facilitar a gestão do complexo no que diz respeita à implantação das obras
civis. Sendo que a implantação da rede geodésica serviu de apoio para controlar
toda estrutura construtiva em expansão como: os galpões, o refeitório, escavação,
pátio de estocagem, acessos, área de beneficiamento e outras construções.

3.2 Material e Métodos

O presente trabalho é um estudo de caso, onde as atividades desenvolvidas


visaram implantação de uma rede geodésica local de alta precisão que serviram de
apoio à condução das obras civis da estrutura de apoio ao funcionamento da
atividade principal que é a exploração mineral. Para obtenção de coordenadas
precisas (ϕ, λ, h) a cada marco implantado, foi utilizado o método relativo estático
onde cada vértice foi rastreado com precisões milimétricas.
A etapa inicial consiste no planejamento dos locais onde os marcos
geodésicos serão materializados, tendo em vista sua utilização para levantamentos
topográficos e cartográficos dentro da área de exploração. Estes devem localizar-se
em situações livres de grande tráfego ou em locais de difícil acesso, garantindo-lhes
a preservação.
Além disto, para escolha destes locais, serão feitos estudos para verificar a
estabilidade do solo, de forma, que cada marco, se enquadre no critério de
estabilidade espacial e temporal. Logo após, seguir-se-á a implantação destes
marcos no solo, os quais serão fabricados de concreto no formato tronco piramidal,
padrão do IBGE, com as seguintes dimensões (IBGE, 2008): altura de 60cm, base
quadrangular de 30cm e topo quadrangular de 18cm. Uma vez implantados os
marcos no solo, realizar-se-á a coleta dos dados, em que primeiramente efetuar-se-
á o levantamento GNSS com dois receptores Geodésicos de alta precisão.
41

3.2.1 Equipamentos Utilizados

a) Um receptor GPS Geodésico de dupla freqüência (L1/L2), da marca


Trimble Modelo Trimble 5700, com precisão de 5mm + 1ppm.
Acessórios:
02 Antenas GPS geodésica Trimble Zephyr;
02 Baterias interna de Lithium-Ion, com capacidade para trabalhar 10 horas
ininterruptas;
02 Cabos de antena GPS;
01 Cartão de memória Compact Flash 64 Mb;
01 Mala de transporte;
01 Bolsa para transporte do receptor rover;
01 Cabo USB para transferencia de dados em alta velocidade;
01 Medidor da altura da antena;
01 Suporte para fixação do receptor base no tripé;

b) Um receptor GPS Geodésico de simples freqüência (L1), da marca Trimble


Modelo Trimble R3, com precisão de 5mm + 1ppm;
À prova d’água, categoria IP67, resistente a vibração e queda de até 1m, com
bateria interna para mais de 8 horas, com porta para alimentação externa, porta
serial e USB com taxa de 1MB/s, slot padrão Compact Flash e conexão para antena
externa. Memória interna de 64MB com capacidade para armazenar 900 horas de
dados.

c) Software GNSS Magellan, em ambiente Windows, para transferência,


edição gráfica e processamento de dados, incluindo interface com vários
equipamentos do mercado, gerenciamento dos dados, transferência de dados,
processamento de linha de base estático e cinemático teste de fechamento, ajuste
de redes, transformação de coordenadas e relatórios diversos.

d) Software Trimble Geomatics Office - TGO, em ambiente Windows, para


transferência, edição gráfica e processamento de dados, incluindo interface com
vários equipamentos do mercado, gerenciamento dos dados, transferência de
42

dados, processamento de linha de base estático e cinemático teste de fechamento,


ajuste de redes, transformação de coordenadas e relatórios diversos.

e) Um Nível de Luneta, da marca LEICA, modelo NA828, com precisão de ±


1,5mm.
f) Um Notebook, Um Computador Desktop e Internet;

Entretanto, a fase experimental somente foi iniciada, após a realização de


uma extensa pesquisa bibliográfica buscando-se a fundamentação dos conceitos de
Geodésia, Rede Geodésica, GNSS, Nivelamento Geométrico, Sistemas de
Coordenadas e de Referência.
A sequência cronológica para execução deste trabalho foi:
1. Planejamento dos locais em que foram implantados os vértices da Rede
Geodésica;
2. Implantação e monumentação dos vértices;
3. Rastreio GPS;
4. Processamento e ajustamento das observações GPS;
5. Nivelamento Geométrico para obtenção de altitudes ortométricas;
6. Processamento e ajustamento das observações altimétricas;
7. Elaboração do relatório final do trabalho e apresentação.

.
43

4 RESULTADO E DISCUSSÃO

4.1 Implantação de Rede Geodésica de Alta Precisão

Toma-se importante destacar nesta pesquisa, que a metodologia descrita


anteriormente foi utilizada na implantação da Rede Geodésica referente ao projeto
denominado Santa Rita, pelo qual foi executada utilizando duas técnicas distintas de
mensuração:
a) Posicionamento por GPS; e
b) Nivelamento Geométrico.
No posicionamento por GPS utilizou-se duas técnicas de posicionamento.
Para o posicionamento da BASE utilizou-se a técnica estática, enquanto para o
posicionamento dos vértices da rede, utilizou-se a técnica stop and go. A razão para
a utilização desta técnica era a de oferecer uma boa precisão.
Na base o receptor GPS permaneceu ligado durante todo o período de
levantamento. Para o demais marcos, o período de tempo observado foi:
Stop and Go: 5 minutos + 15 minutos de inicialização.
Todas as observações GPS foram devidamente tratadas nos softwares TGO
da Trimble e GNSS Solution Magellan.

Figura 17 – Situação do Marco


Fonte - Dados da Pesquisa

No nivelamento geométrico utilizou-se visadas máximas de 40 m, e


posicionamento do nível entre as miras ré e vante à igual distância, a para se
44

minimizar os efeitos de curvatura terrestre e refração atmosférica. Mesmo assim,


efetuou-se correções relativas à refração atmosférica e à curvatura terrestre, através
da equação:
  68  10 9  (DH ) 2
As observações de nivelamento e conta-nivelamento foram tratadas
manualmente, por meio de calculadora científica devido as minuciosas correções
que se deve fazer, e a falta de softwares no mercado nacional, que tratam estas
observações com o rigor necessário.

Figura 18 – Nivelamento Geométrico


Fonte - Dados da Pesquisa

4.2 Descrição dos Serviços Executados e Resultados Alcançados

O presente trabalho aqui apresentado foi executado em duas etapas: sendo


que os resultados na primeira fase de execução consta na tabela 3 de coordenadas
e precisões da rede geodésica local, seguido da segunda fase executada como
mostra a tabela 4.
Assim foi executado um levantamento visando implantação do vértice de
apoio básico, para tal foi feito o transporte de coordenadas usando GPS de dupla
freqüência, marca Trimble, modelo 5700, com a instalação do equipamento sobre o
marco de concreto implantado na área em estudo de acordo com norma técnica,
contendo a inscrição BASE em plaqueta de alumínio, sendo feito um rastreio para
posicionamento do tipo relativo estático com duração superior a 9h, que serviu de
base para o posicionamento dos vértices. Foi utilizado o método de posicionamento
45

relativo estático (fase da portadora), de acordo com o item 5.4.2, na página 35 da


norma técnica para georreferenciamento de imóveis rurais, 2ª edição de fevereiro de
2010. A correção diferencial foi feita usando o Software TG Office, tendo como
referência, as observações ocorridas nas estações da RBMC, gerando coordenadas
que foram ajustadas de acordo com especificações que atendem ao exigido nesta
Norma.
Entretanto o levantamento dos vértices foi desenvolvido com receptor GPS de
única freqüência (L1), das marcas Trimble modelo R3, usando configurações
adequadas às condições exigidas pela norma. De acordo com as condições de
vegetação, faz a opção pelo método de posicionamento relativo semicinemático
(stop and go).
Para correção diferencial das observações GPS, cálculo e ajustamento das
coordenadas transportadas, foi feitas usando o software TG Office da Trimble e
GNSS Solution Magellan. Também foram observados critérios de distância máxima
entre linhas de base, tempo mínimo necessário de rastreio simultâneo de sinais GPS
para transporte de coordenada, ângulo de corte (máscara de elevação) de 15º,
número mínimo de 04 satélites, GDOP inferior a 8 e PDOP inferior a 5, taxa de
gravação de 15 segundos nas observações. O levantamento e processamento dos
dados foram configurados de acordo com o Sistema de Referência SIRGAS2000,
cujos parâmetros são definidos pelo IBGE.
Na primeira fase foi implantada apena uma base com sua descrição de BASE
I para servir de apoio para os vértices M001, M002, M003 e M004 ao longo da área
a ser implanta a obra.
Para a fase posterior foi adotado duas bases, pelo qual o motivo a BASE I
tinha sido removida, pois havia um projeto de construção sobre a mesma. Partindo
daí tornou necessário utilizar um dos vértices já implantado na primeira fase como
apoio básico especificamente o vértice M003 passou ser a BASE II e outro já
existente na obra com a descrição de MB58, como BASE III, portanto foram
implantados nesta segunda fase os vértices M005, M006, M007 e M008, como
podem ser verificados na tabela 4.
Após a pré-análise dos dados e o seu devido pós-processamento, obtem-se
as coordenadas horizontais e verticais, com suas devidas precisões, os quais se
encontram na tabela 3 e 4.
46

Tabela 3 - Coordenadas e Precisões da Rede Geodésica (Fase I)

COORDENADAS PRECISÃO ALTITUDE PRECISÃO


MARCO HORIZONTAIS HORIZONTAL ORTOMETRICA VERTICAL
E (m) N (m) (m) (m) (m)
BASE I 422.908,814 8.432.552,968 0,000 222,5740 0,0000
M001 423.433,847 8.432.828,220 0,003 223,1110 0,0020
M002 422.940,142 8.432.435,971 0,001 254,9330 0,0020
M003 422.363,461 8.432.246,941 0,001 184,6137 0,0025
M004 421.686,142 8.431.817,567 0,006 193,5537 0,0015
Fonte - Dados da Pesquisa

Tabela 4 - Coordenadas e Precisões da Rede Geodésica (Fase II)

COORDENADAS PRECISÃO PRECISÃO


COTA
MARCO HORIZONTAIS HORIZONTAL VERTICAL
(m)
E (m) N (m) (m) (m)
BASE II
422.363,461 8.432.246,941 0,001 184,6137 0,0025
(M 003)
BASE III
422.668,054 8.431.624,516 0,000 178.998 0,0000
(MB58)
M005 422.386,634 8.432.198,578 0,002 177,280 0,0020
M006 422.573,161 8.432.343,454 0,003 196,551 0,0020
M007 422.712,242 8.431.732,433 0,001 212,111 0,0020
M008 423.450,404 8.431.803,234 0,001 181,269 0,0020
Fonte - Dados da Pesquisa

De acordo com as tabelas 3 e 4 pode-se observar que obteve-se precisões


milimétricas para todas as coordenadas tanto horizontais como verticais.
Com relação às coordenadas horizontais, observa-se que as melhores
precisões foram obtidas nos marcos M002, M003, M007 e M008, cuja magnitude foi
de 0,001m. Provavelmente estas precisões elevadas se devem devido ao fato de o
comprimento da linha base ser pequeno. Exemplo BASE I – M002.
Por outro lado, a precisão mais baixa se deu no marco M004, provavelmente
pelo fato de sua localização está em condições de vegetação menos favorável,
47

assim houve interferências no momento do rastreio com perdas de ciclos, entre


outros fatores.
Já com relação a componente vertical, observou-se alta precisão em cotas de
todos os marcos. Porém a maior precisão foi no marco M004, com magnitude de
0,0015 m, enquanto que a precisão mais baixa se deu no marco M003, com
magnitude de 0,0025 m.
Os fatos que possibilitaram a obtenção destas altas precisões em cotas
foram:
a) Cuidado de colocar as distancias máximas de 40 metros de igual distancia
ré e vante minimizando assim o erro em relação a curvatura da terra;
b) Nivelamento e Contra-nivelamento;
c) Leitura de três fios na mira;
d) Correção do erro da refração atmosférica.
O desenho final da Rede Geodésica foi elaborado depois que os dados
estavam perfeitamente calculados e ajustados de acordo com as normas técnicas e
suas devidas precisões.

Figura 19 – Rede Geodésica


Fonte: Dados da Pesquisa
48

4.3 Implantação das Obras Civis

A partir da Rede Geodésica local, como visto pela figura 19, bem como, as
altas precisões em coordenadas horizontais e verticais, conforme visto pelas tabelas
3 e 4, seguem elencadas as figuras (de 20 a 25) das obras civis implantadas.

Figura 20 – Área de Mineração


Fonte: http://www.meioambiente.ba.gov.br/upload/apresentacaomirabelacepram_atual.

Figura 21 – Área de Mineração e Pilha de Estéril


Fonte: http://www.meioambiente.ba.gov.br/upload/apresentacaomirabelacepram_atual.
49

Figura 22 – Área de Beneficiamento


Fonte: http://www.meioambiente.ba.gov.br/upload/apresentacaomirabelacepram_atual.

Figura 23 – Correia Transportadora que leva o Minério Bruto até o Beneficiamento


Fonte: http://www.panoramio.com/photo/
50

Figura 24 – Área de Beneficiamento


Fonte: http://itagibaemfoconoticias.blogspot.com.br/

Figura 25 – Área de Beneficiamento


Fonte: http://www.revistaminerios.com.br/Publicacoes/

Com isto, o Projeto Santa Rita é atualmente uma das maiores jazidas de
níquel sulfetado a céu aberto do mundo, com vida útil de pelo menos 23 anos.
51

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo principal deste trabalho foi o de descrever e analisar a metodologia


e os procedimentos necessários no estabelecimento de uma Rede Geodésica Local
de alta precisão para Implantação e controle das obras civis do Projeto Santa Rita
em Itagibá-BA. Tal objetivo foi alcançado devido aos objetivos específicos
delineados, bem como, os levantamentos GPS Geodésicos/Nivelamento realizados
no local supracitado.

Portanto, para que se obtivesse precisões elevadas, tornou-se necessário


utilizar o GPS Geodésico obtendo erros milimétricos nas coordenadas horizontais,
dando assim confiabilidade durante a implantação e execução de toda obra. A
metodologia aplicada para se obter resultados milimétricos, foi a técnica de
posicionamento relativo estático. Pois esta técnica permite melhores precisões
dentro da tecnologia GPS, geralmente milimétricas ou mesmo melhor que isso, a
partir do processamento dos dados.

Já para as coordenadas verticais adotou-se o método de Nivelamento


Geométrico para obtenção de altitudes ortométrica, uma vez que tem como
superfície de referência, o Nível Médio dos Mares (NMM), possuindo então
significado físico, e que a torna útil para aplicações de engenharia. O método do
Nivelamento Geométrico possui alta precisão na obtenção de desníveis verticais, e
foi utilizado neste trabalho com os cuidados necessários para se minimizar os erros
de curvatura terrestre e refração atmosférica.

Não utilizou-se a altitude do GPS, pelo motivo de que a mesma não tem
significado físico, pois parte do elipsoide de revolução, que é uma figura puramente
matemática. Portanto, suas altitudes não podem ser aplicadas em projetos de
engenharia.

Pelo exposto acima e com base nos resultados obtidos no processamento


dos dados, infere-se que a metodologia aqui aplicada propiciou uma confiabilidade
muito grande para a implantação das obras civis da mineração do Projeto Santa
Rita, pois as precisões das coordenadas horizontais e verticais ficaram na ordem do
milímetro. Esta inferência é confirmada pelo grande número de obras civis
construídas no local. Em todas as fases, desde o levantamento planialtimétrico,
52

passando pela locação das obras e para subsequentes, utilizou-se esta Rede
Geodésica como informação primaria e fundamental. Deste modo, conclui-se que a
metodologia e os procedimentos adotados neste trabalho podem ser utilizados de
forma ampla para implantação de outras redes geodésicas locais, visto que a
mesma contribuirá de forma eficiente e confiável na execução de obras civis de
médio e grande porte.
53

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