A Teoria Da Verdade - César Meurer PDF
A Teoria Da Verdade - César Meurer PDF
A Teoria Da Verdade - César Meurer PDF
correspondentista
da Verdade
Comitê Editorial da
César Meurer
φ
Diagramação: Marcelo A. S. Alves
Capa: Carole Kümmecke - https://www.behance.net/CaroleKummecke
http://www.abecbrasil.org.br
111 p.
ISBN - 978-85-5696-397-0
CDD: 100
Índices para catálogo sistemático:
1. Filosofia 100
Sumário
Apresentação 9
Capítulo 1 11
A verdade no atomismo lógico de Russell
A concepção de fato 13
A concepção de crença 16
A relação crença & fato 19
Considerações finais 22
Capítulo 2 23
Pensamento, linguagem e mundo no Tractatus de Wittgenstein
Mundo, fatos e objetos 24
O pensamento 26
A linguagem 29
Considerações finais 36
Capítulo 3 37
A concepção e a definição de verdade de Tarski
A proposta de Tarski 39
A verdade atribuída a sentenças 41
Adequação material e correção formal da definição 43
Verdade em L 47
A solução de Tarski 48
O método recursivo 53
Satisfação 56
A solução não é correspondentista 66
Capítulo 4 73
Davidson contra a teoria correspondentista da verdade
O argumento da funda 75
Contra a concepção atomista do significado 76
Contra a concepção atomista da verdade 79
Reapresentações da conclusão 82
Sobre o alcance do argumento 84
O legado de Frege 85
Church: fregeano e autor do AF 95
Davidson: apropriações fregeanas 99
Referências 105
Apresentação
1
Este capítulo é uma versão revisada do artigo “Do mundo para a linguagem: a verdade no
atomismo lógico de Russell”, publicado na Revista Intuitio em 2014.
2
Uma parte do texto de Russell apareceu no The Monist, v. 28, 1918 e o restante no The Monist, v.
29, 1919. A matéria foi reeditada em 1956, na coletânea Logic and knowledge. Utilizo a edição da
Routledge Classics (2010), citando-a com as iniciais PLA.
12 | A Teoria correspondentista da Verdade
A concepção de fato
3
Kirkham constrói um quadro abrangente, no qual as teorias da verdade são agrupadas em projeto
metafísico, projeto da justificação e projeto dos atos de fala. São metafísicas aquelas teorias que
visam “identificar em que consiste a verdade; o que significa para uma afirmação ser verdadeira”
(Kirkham, 2003, p. 39).
César Meurer | 15
A concepção de crença
4
Kirkham (2003) analisa o correspondentismo de Russell a partir dessa obra.
César Meurer | 17
5
Em certas discussões filosóficas se distingue ‘proposição’ de ‘sentença’, ‘enunciado’, ‘frase’ e ‘juízo’.
No texto em exame, Russell usa sobretudo ‘proposição’ e ‘sentença’. Em algumas passagens, o leitor
é levado a crer que ele os toma como sinônimos. Interpreto que Russell não toma ‘proposição’ como
um objeto abstrato.
18 | A Teoria correspondentista da Verdade
6
Note o leitor que Russell lança mão do termo ‘significa’. Dependendo das nossas preferências
teóricas, essa palavra impulsiona distintas considerações. Penso que a teoria correspondentista da
verdade é, nesse sentido, também uma teoria do significado. Acerca desse ponto é interessante uma
passagem de Meu Pensamento Filosófico: “Foi em 1918 [...] que primeiro me interessei pela definição
de ‘significado’ e pela relação entre a linguagem e os fatos. Até então eu encarara a linguagem como
algo ‘transparente’ não tendo jamais examinado o que constitui a sua relação com o mundo não-
linguístico” (1960, p. 124). Tanto quanto sei, o primeiro texto de Russell dedicado ao significado é o
capítulo 10 de Análise da Mente (Russell, 1976).
7
Sobre o On Denoting, considero de grande proveito as análises de Pinto (2001) e Brito (2003, p. 53-
60). Dentre as inúmeras avaliações técnicas da teoria das descrições, gostaria de destacar
Chateaubriand (2001, p. 93-135) e Gamut (2009, p. 161-167). Sobre a influência da teoria das
descrições na filosofia posterior, considero apropriado mencionar o elogio de Wittgenstein (4.0031 –
1968, p. 71): “Toda filosofia é ‘crítica da linguagem’ [...] O mérito de Russell é ter mostrado que a
forma aparentemente lógica da proposição não deve ser sua forma real”. A teoria de Russell foi
contraposta em 1950, por Strawson, no On Referring (Strawson, 1975). Russell (1960, p. 213-219)
respondeu às críticas Strawson.
César Meurer | 19
Considerações finais
1
Este capítulo é uma versão revisada do artigo “Como se relacionam o pensamento e a linguagem
com o mundo? Notas de leitura do Tractatus Lógico-Philosophicus”, publicado na Revista Kalagatos
em 2013.
24 | A Teoria correspondentista da Verdade
2
Cito o Tractatus pelo número da proposição.
César Meurer | 25
O pensamento
A linguagem
3
O termo ‘identidade’ costuma ser usado em sentido ontológico (toda coisa é igual a ela mesma) ou
em sentido lógico (p se e somente se p). A expressão ‘identidade estrutural’, usada por Oliveira,
parece imprecisa à luz da tradição. A questão, de qualquer forma, é a assim chamada coincidência ou
coordenação interna e externa.
34 | A Teoria correspondentista da Verdade
Considerações finais
1
Este capítulo é uma versão revisada do artigo “Tarski: concepção e definição de verdade”, publicado
na Revista Problemata em 2013.
2
“O Conceito de Verdade nas Linguagens Formalizadas” foi originalmente publicado em polonês, em
1933. “O Estabelecimento da Semântica Científica” apareceu em polonês e também em alemão em
1936. “A Concepção Semântica da Verdade e os Fundamentos da Semântica” e “Verdade e
Demonstração” apareceram em inglês, em 1944 e 1969, respectivamente. Cito esses textos conforme
a tradução brasileira feita por Celso Braida, Cezar Mortari, Jesus Assis e Luiz Henrique Dutra,
publicada em 2007 pela Editora Unesp.
38 | A Teoria correspondentista da Verdade
3
Essa interpretação tem também motivos práticos. Popper encontrou nas ideias de Tarski uma
justificação do realismo. A atitude realista de Popper constitui-se como uma espécie de defesa contra
ideologias subjetivistas, tais como o comunismo e o nazismo (Cf. Słomski, 2003, p. 192).
4
Barrio (1998) constata que a concepção tarskiana de verdade tem um status triplo: (i) é uma teoria
matemática que define o conceito de verdade de modo a evitar paradoxos semânticos; (ii) é uma
definição eliminativa da verdade, que incorpora esse conceito em uma metalinguagem que não
contém conceitos semânticos e (iii) pretende reconstruir a ideia tradicional correspondentista de
verdade. “O que sustento é que se tomamos seriamente o caráter eliminativo da definição da verdade
de Tarski, não parece existir lugar para cumprir o terceiro objetivo: não parece haver motivo algum
para compatibilizar a definição com a ideia de verdade correspondentista” (Barrio, 1998, p. 41 – grifo
do autor; tradução minha).
César Meurer | 39
A proposta de Tarski
5
Esse é um exemplo simples de antinomia. Tarski cita outros (2007d, p. 211-213; 2007a, p. 167;
2007b, p. 25).
César Meurer | 41
6
Na última fase da carreira essa ênfase na sentença enquanto classe parece ter sido minimizada.
Considere-se, por exemplo, a definição de sentença oferecida que Tarski oferece em “Verdade e
Demonstração” (2007d, p. 204): “Sentenças são aqui tratadas como objetos linguísticos, como certas
sequências de sons ou de signos escritos”.
César Meurer | 43
7
Tarski chama de ‘clássica’ a concepção mais comum entre os filósofos: a correspondentista.
César Meurer | 45
x é verdadeira ↔ p
46 | A Teoria correspondentista da Verdade
Verdade em L
A solução de Tarski
8
Esse é um comentário informal acerca das diferenças de L e ML (Para um detalhamento, cf. Tarski,
2007b, p. 37-40).
9
A descrição estrutural de uma expressão consiste em descrever a expressão como uma
concatenação de elementos extraídos de uma lista finita e fixa de palavras ou letras.
50 | A Teoria correspondentista da Verdade
10
Axiomas constituem um conjunto de sentenças elegido como ponto de partida. Segundo Klimovsky
e Boido (2005, p. 119), o uso das palavras ‘axioma’ e ‘teorema’ é tributário de Aristóteles, em cujo
pensamento elas se aplicam, respectivamente, a verdades primárias, evidentes e a verdades
deduzidas a partir delas.
César Meurer | 51
11
Tarski não redigiu uma formulação geral do seu método, mas somente expôs o seu funcionamento
em certas linguagens (Cf. Gómes-Torrente, 2004, p. 28).
12
A inspiração para esse exemplo vem de Kirkham, que expõe o método recursivo de Tarski com um
exemplo acessível inclusive ao leitor sem formação em lógica (Kirkham, 2003, p. 210-215). Em
comparação com Kirkham, o meu exemplo avança na formalização de L.
13
Sentenças disjuntivas, condicionais e bicondicionais podem ser parafraseadas mediante certas
combinações de negação e conjunção. Quero, com isso, dizer que a capacidade expressiva da nossa L
não aumentará com o acréscimo dos operadores ‘v’, ‘→’ e ‘↔’.
52 | A Teoria correspondentista da Verdade
O método recursivo
15
Mortari (2001, p. 129 e ss) oferece um tratamento completo e acessível dessas e outras valorações.
54 | A Teoria correspondentista da Verdade
Satisfação
17
Não vou me alongar nessas explicações básicas de quantificação de primeira ordem. Ao leitor
interessado nesses e outros detalhes recomendo o livro de Mortari (2001, p. 98-117).
César Meurer | 59
18
k é um número natural distinto de 0 (zero) que indica a posição em uma sequência. A ideia é um
ordenamento enumerado que permitirá dizer, por ex., que o termo f7 deve ser correlacionado com a
variável v7.
19
Kirkham (2003, p. 221-222) oferece exemplos muito interessantes de sequências infinitas de
objetos que satisfazem sentenças abertas.
62 | A Teoria correspondentista da Verdade
20
Nossa L é muito restrita para exemplificar isso adequadamente. Introduzo um exemplo à parte,
inspirado em Haack (2002, p. 152): “a sequência ‹Curitiba, São Paulo, Porto Alegre...› satisfaz ‘(∃x)
(x é uma cidade entre y e z)’ porque, por exemplo, a sequência ‹Florianópolis, São Paulo, Porto
Alegre› satisfaz ‘x é uma cidade entre y e z’”.
64 | A Teoria correspondentista da Verdade
duas condições que devem ser atendidas para que uma sequência,
digamos, a sequência S, satisfaça uma sentença universalmente
quantificada [...]: (1) S deve satisfazer a sentença aberta que seria
criada ao se suprimir o quantificador. [...]. (2) Essa mesma
sentença aberta deve também ser satisfeita por toda sequência
que é exatamente como S, exceto pelo fato de que tem um objeto
diferente na quarta posição (Kirkham, 2003, p. 222).
autor: “Resulta que, para uma sentença, apenas dois casos são
possíveis: uma sentença é satisfeita ou por todos os objetos ou por
nenhum deles” (Tarski, 2007a, p. 175). Se é satisfeita por todos os
objetos, é verdadeira. Se é satisfeita por nenhum objeto, é falsa.
Essa é, em linhas gerais, a solução de Tarski. No que diz
respeito às sentenças completas, o artifício da satisfação não deixa
de ser curioso: sentenças verdadeiras são satisfeitas por todas as
sequências de objetos. Consideremos, por um momento, a
sentença ‘A neve é branca’. Ela tem zero variáveis livres. Conforme
Haack, sentenças com variáveis livres em número igual a zero são
sentenças niládicas. Pode-se dizer, então, que a sentença niládica ‘A
neve é branca’ é satisfeita, por exemplo, pelas seguintes duas
sequências de objetos: ‹Canoas, São Leopoldo, Porto Alegre,
Montevideo,...› e ‹Cenoura, beterraba, alface, pepino, repolho,...›.
Deve-se acrescentar que ela é satisfeita por todas as demais
sequências, quaisquer que sejam seu primeiro e demais elementos.
Outras sentenças verdadeiras, como por exemplo ‘A grama é
verde’, recebem tratamento idêntico.
Feita essa exposição, cabe retomar a terceira questão lançada
na introdução: por que a solução de Tarski não é uma teoria
correspondentista da verdade? Esse é o assunto do próximo tópico.
21
Tarski (2007d, p. 204) concede que Metafísica Γ 7, 1011b26 é a mais antiga explicação filosófica da
verdade.
68 | A Teoria correspondentista da Verdade
Davidson contra a
teoria correspondentista da verdade1
O argumento da funda
4
“The logical form of action sentences” apareceu em RESCHER, N. (Ed.) Logic of decision and
action. Pittsburgh: Pittsburgh University Press, 1967, p. 81-95. Posteriormente, foi incluído na
coletânea Essays on actions and events (1980). Cito-o conforme a segunda edição dessa coletânea
(2001e). “Causal relations” foi publicado no The journal of philosophy, n. 64, p. 691-703. Esse texto
também foi incluído na coletânea Essays on actions and events (2001b). “Truth and meaning”
apareceu na Synthèse, n. 17, p. 304-323. Posteriormente, foi incluído na coletânea Inquiries into
truth and interpretation (1984). Cito-o conforme a segunda edição dessa coletânea (2001g).
César Meurer | 77
5
A ontologia que Davidson recomenda, e que não é o meu ponto aqui, é uma ontologia de eventos
singulares.
78 | A Teoria correspondentista da Verdade
(1) R
(2) x̂ (x=x.R) = x̂ (x=x)
(3) x̂ (x=x.S) = x̂ (x=x)
(4) S
Pois (1) e (2) são logicamente equivalentes, como são (3) e (4), ao
passo que (3) difere de (2) somente por conter o termo singular
“(x=s.S)”, enquanto (2) contém “(x=x.R)” e estes se referem à
mesma coisa no caso de S e R serem iguais em valor de verdade.
Por conseguinte, qualquer uma das duas sentenças tem a mesma
referência se tiverem o mesmo valor de verdade. E, se o
significado de uma sentença é o que ela refere, todas as sentenças
iguais em termos de valor de verdade devem ser sinônimas – um
resultado intolerável (Davidson, 2001g, p. 19).
6
O texto apareceu no The Journal of Philosophy, n. 66. Posteriormente, foi incluído na coletânea
Inquiries into Truth and Interpretation (1984). Cito-o conforme a segunda edição da coletânea.
80 | A Teoria correspondentista da Verdade
Reapresentações da conclusão
O legado de Frege
7
Em Frege, ‘pensamento’ é um conceito denso. Em Der Gedanke, fica claro que o autor é um
platonista nessa matéria: o pensamento é uma entidade abstrata. “Chamo de pensamento algo sobre
o que a verdade pode ser legitimamente colocada em questão. Também o que é falso conto como
sendo um pensamento, tanto quanto o que é verdadeiro. Posso então dizer: o pensamento é o
sentido de uma frase, com o que não quero afirmar que o sentido de toda frase seja um pensamento.
O pensamento, que em si mesmo é não-sensível, veste-se com a roupagem sensível da frase
tornando-se assim apreensível para nós. Dizemos que a frase expressa um pensamento” (Frege,
1999, p. 05-06).
88 | A Teoria correspondentista da Verdade
valor será 18; se o argumento for 4 o valor será 132, e assim por
diante (Frege, 1978b, p. 37).
Frege notou que o conceito de função matemática pode ser
útil para analisar expressões linguísticas. Fica fácil acompanhar
esse passo se consideramos, por exemplo, a função sentencial ‘A
capital de x’. O raciocínio é essencialmente o mesmo do parágrafo
anterior: trata-se de uma função insaturada, que pode ser
completada por um argumento, o que nos dará certo valor. Se o
argumento for ‘Brasil’, o valor será ‘Brasília’. Se o argumento for
‘Uruguai’ o valor será ‘Montevideo’ (Cf. Frege, 1978b, p. 47). E o
que isso tem a ver com predicados?
O raciocínio pode ser aplicado em funções como ‘x é filósofo’.
Trata-se de uma função insaturada, que pode ser completada por
um argumento, o que nos dará certo valor. Se o argumento for
‘Donald Davidson’, o valor será ‘o Verdadeiro’. Se o argumento for
‘Dráuzio Varella’, o valor será ‘o Falso’.
Mas uma função insaturada, como por exemplo ‘x é um
filósofo’, tem referência? A resposta de Frege é sim. Para o autor,
predicados designam conceitos. Frege é um “lógico da extensão”
(1978a, p. 107). Quanto aos predicados, isso quer dizer que eles
designam o mesmo conceito se têm a mesma extensão. Rodrigues
Filho oferece o seguinte exemplo: “Os predicados ‘x é um bípede
naturalmente desprovido de penas’ e ‘x é um animal racional’
designam o mesmo conceito, posto que têm a mesma extensão,
mas apresentam critérios diferentes para determinar se um dado
objeto cai ou não sob esse conceito” (Rodrigues Filho, 2004, p. 46).
O lógico da extensão prevê que “sem prejuízo da verdade,
em toda sentença um termo conceitual pode substituir outro,
quando a ambos corresponde a mesma extensão conceitual; [...] os
conceitos só procedem de maneira diversa na medida em que são
distintas as suas extensões” (Frege, 1978a, p. 107). E acrescenta:
8
Para enriquecer a história do AF, cabe registrar que no mesmo período Gödel produziu um texto
sobre Russell onde se lê que “[...] se admitimos que o significado de uma expressão composta, esta
contendo expressões constituintes que possuem significado, depende somente do significado dessas
expressões constituintes [...] então segue que a sentença ‘Scott is the author of Waverley’ significa a
mesma coisa que ‘Scott is Scott’; e isso nos conduz quase inevitavelmente à conclusão de que todas
as sentenças verdadeiras possuem o mesmo significado” (Gödel, 1944, p. 128-129). Gödel
amadureceu uma versão diferente do AF, que não analisarei no presente estudo (Cf. Neale, 1995;
Chateaubriand, 2001).
96 | A Teoria correspondentista da Verdade
Sobre o que a Church está falando em (3)? Ele está falando sobre
o número de novelas Waverley que Sir Walter Scott escreveu ou
ele está falando sobre o fato de que Sir Walter Scott escreveu
essas novelas? Ou ambos, talvez? É por isso que as vírgulas, com
(2) essencialmente dentro delas. Esta cláusula está fazendo dupla
função; por um lado ela está ajudando a qualificar o inicial ‘o
número’, e, por outro lado, ela está apelando para aquela
sentença e para o ‘vinte e nove’ a fim de fazer uma própria
declaração. É por isso que (2) e (3) parecem estar dizendo quase
a mesma coisa (Chateaubriand, 2001, p. 142).9
9
No Logical Forms (Chateaubriand, 2001, p. 138), as sentenças em questão são (6) e (7).
98 | A Teoria correspondentista da Verdade
E Ruffino prossegue:
(1) R
(2) x̂ (x=x.R) = x̂ (x=x)
(3) x̂ (x=x.S) = x̂ (x=x)
(4) S
(1) s
(2) (ιx)(x = d ⋀ s) = (ιx)(x = d)
(3) (ιx)(x = d ⋀ t) = (ιx)(x = d)
(4) t
BURGE, T. Truth, thought, reason: essays on Frege. Oxford and New York:
Oxford University Press, 2005.
http://dx.doi.org/10.1093/acprof:oso/9780199278534.001.0001
DAVIDSON, D. The logical form of action sentences. In: Essays on actions and
events. 2.ed. Oxford and New York: Oxford University Press, 2001. p.
105-148. (2001e)
DAVIDSON, D. True to the facts. In: DAVIDSON, D. Inquiries into truth and
interpretation. 2.ed. Oxford and New York: Oxford University Press,
2001. p. 37-54. (2001f)
César Meurer | 107
DAVIDSON, D. Truth and meaning. In: DAVIDSON, D. Inquiries into truth and
interpretation. 2.ed. Oxford and New York: Oxford University Press,
2001. p. 17-36. (2001g)
GLOCK, H.-J. Esboço de uma biografia intelectual. In: GLOCK, H.-J. Dicionário
Wittgenstein. Tradução de Helena Martins. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1998. p. 21-38.
NEALE, S. Facing facts. Oxford and New York: Oxford University Press, 2001.
http://dx.doi.org/10.1093/0199247153.001.0001
STRAWSON, P. Sobre referir. Tradução de Balthazar Barbosa Filho. In.: RYLE et.
al. Ensaios. São Paulo: Abril Cultural, 1975. p. 267-286. (Os Pensadores)