Calculo Vibracao Corpo Inteiro Aeq Are Aren Vdve VDVR Atual
Calculo Vibracao Corpo Inteiro Aeq Are Aren Vdve VDVR Atual
Calculo Vibracao Corpo Inteiro Aeq Are Aren Vdve VDVR Atual
___________________________________
Prof. Herbert Martins Gomes, Doutor
Orientador DEMEC/UFRGS
_______________________________
Prof. Sérgio Möller, Doutor
Coordenador do Curso de Especialização em
Engenharia de Segurança do Trabalho
RESUMO
Este trabalho trata da análise e medição experimental das vibrações experimentada por
usuários de ferramentas de mão tipo marretas. Foi feito um estudo onde se focou na
caracterização das vibrações recebidas pelos operadores referentes ao segmento mão-braço. A
motivação para o trabalho surgiu com a necessidade de verificar o nível de conforto/segurança
de usuários de novos modelos de marretas fabricadas, as quais possuem cabos de materiais
diferentes assim como diferentes pesos. O estudo faz a análise no que se refere à vibração
transmitida ao usuário pelo cabo da marreta seguindo-se limites e indicações constantes na ISO-
5349 e Diretiva Européia 202/44/EC. Foi construído um protótipo de dispositivo para padronizar
ensaios comparativos entre as diversas marretas analisadas através de ensaios de queda livre e
impacto sobre bigorna. O equipamento utilizado nas medições foi o VI-400PRO da Quest
Technologies. Foram tomadas medições de aceleração nos três eixos referenciadas à posição
mais próxima da empunhadura da marreta. Resultados referentes a medições em três tipos de
marretas distintas são apresentados, incluindo análises referentes ao nível de vibração medido e
limites de segurança à saúde. Dos resultados apresentados verificou-se que a marreta com cabo
aço e alma de borracha tem uma capacidade muito maior de absorver o impacto que as demais
marretas analisadas.
i
ABSTRACT
This work is concerned with the analysis and experimental measurements of hand-arm
vibrations received by users of Impact Hammers. It was made a study that was focused on the
characterization of the vibrations received by the hand-arm of the operators. The motivation for
the work starts with the need to verify the comfort/safety levels of new manufactured impact
hammer models, which have different types of material handles and different weights as well.
The study analyzes the vibration transmitted to the user by the impact hammer’s handle
according to Standard limits indicated by ISO-5349 and European Directive 202/44/EC. A
prototype device was built to standardize the comparative tests among several impact hammers.
The device was conceived to work as a free-fall impact tester against a standard anvil. The
equipment used in the measurements was the VI-400PRO by Quest Technologies with the
software Quest Suite Pro. It is presented some results regarding measurements of three different
types of hammers, including analyses of the measured vibration levels and health risk limits.
Related to the presented results, it was verified that the hammer with steel cable and rubber
kernel presented the best performance related to impact absorption when compared with other
types of tested hammers.
ii
LISTA DE SÍMBOLOS
iii
LISTA DE FIGURAS
iv
LISTA DE TABELAS
v
ÍNDICE
RESUMO .........................................................................................................................................i
ABSTRACT ....................................................................................................................................ii
LISTA DE SÍMBOLOS .................................................................................................................iii
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................................iv
LISTA DE TABELAS ....................................................................................................................v
ÍNDICE ..........................................................................................................................................vi
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................7
1.1. Situação problema ...........................................................................................................8
1.1.1. Tema ........................................................................................................................8
1.1.2. Delimitação do tema ...............................................................................................8
1.1.3. Definição do problema............................................................................................8
1.2. Objetivos .........................................................................................................................9
1.2.1. Objetivo Geral.........................................................................................................9
1.2.2. Objetivos Específicos ..............................................................................................9
1.3. Justificativa......................................................................................................................9
1.4. Estrutura do trabalho .....................................................................................................10
2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................11
2.1. Quantificação da Vibração ............................................................................................11
2.2. ISO 2631 e ISO 5349 ....................................................................................................14
2.3. Vibração no segmento mão braço .................................................................................15
2.4. Métodos de avaliação da exposição da vibração...........................................................18
2.5. Efeitos da exposição à vibrações...................................................................................22
2.5.1. Desconforto Subjetivo ...........................................................................................22
2.5.2. Desconforto Subjetivo ...........................................................................................23
2.5.3. Efeitos não vasculares...........................................................................................23
2.5.4. Desordens Vasculares (Fenômeno de Raynauld) .................................................25
2.5.5. Outras Desordens..................................................................................................28
3. METODOLOGIA .................................................................................................................29
4. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS .......................................................................................31
4.1. Caracterização dos equipamentos utilizados.................................................................31
4.2. Caracterização das marretas analisadas.........................................................................33
5. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS.............................................................................35
6. RESULTADOS .....................................................................................................................37
7. CONCLUSÕES.....................................................................................................................41
7.1. Sugestão para futuras pesquisas ....................................................................................43
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................44
ANEXOS.......................................................................................................................................46
vi
1. INTRODUÇÃO
7
Além disto, como citado no artigo 1.2 da NR-1: “a observância das Normas
Regulamentadoras – NR não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que,
com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos
Estados ou Municípios, e outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho”.
Cabe também ao empregador, conforme NR-1, além de cumprir as exigências das normas
vigentes, fazer com que as mesmas sejam cumpridas, prevenindo os atos inseguros. Também
cabe a elas divulgar as obrigações e proibições aos empregados, orientando e punindo os
colaboradores pelo descumprimento das ordens, bem como adotar medidas que visem eliminar
ou reduzir a insalubridade e as condições inseguras de trabalho.
O não cumprimento das normas vigentes além de colocar a vidas dos trabalhadores em
risco pode em alguns casos acarretar em penalidades como embargo ou interdição, bem como em
passivos trabalhistas. Dentro deste contexto, pode-se afirmar que acatar as obrigações
especificadas para o empregador nas Normas Regulamentadoras relativas à medicina e segurança
do trabalho é hoje de suma importância para a continuidade de uma empresa.
1.1.1. Tema
Qual o modelo de marreta entre as analisadas que transmite menos vibração ao usuário?
8
1.2. Objetivos
Este trabalho tem como objetivo geral avaliar de forma quantitativa a vibração transmitida a
usuários, de forma a identificar o modelo de marreta que transmite menos vibração ao usuário e,
conseqüentemente, o modelo que menos influencia de forma negativa a saúde de quem a usa.
1.3. Justificativa
O risco de vibrações no segmento mão-braço cada dia mais afeta diversas pessoas nas
mais diferentes atividades. Os riscos são bastante aumentados com o uso de equipamentos de alta
vibração, assim como o uso regular e prolongado de tais equipamentos. Entretanto, investigações
têm demonstrado que os danos causados por vibração podem ser controlados e os riscos
reduzidos, se boas práticas de utilização forem adotadas ou se os níveis de vibração forem
gerenciados. Estes estudos têm mostrado também que o custo de tais controles não precisam ser
alto e podem usualmente ser diluídos pelos benefícios de se manter os trabalhadores saudáveis.
Adicionalmente, medidas de controle de vibração podem, em muitos casos, levar a um aumento
de eficiência através da diminuição da fadiga.
O propósito da avaliação do risco na vibração transmitida ao segmento mão braço é o de
possibilitar a tomada de decisões válidas sobre as medidas necessárias para prevenir ou controlar
adequadamente os riscos da exposição de trabalhadores acerca da vibração do segmento mão-
braço.
9
Neste caso em particular, vibração transmitida a usuários de marreta, não foi encontrada
literatura especifica que pudesse vir a auxiliar na tomada de decisão.
O capítulo um deste trabalho traz uma breve introdução do assunto e apresenta o objetivo
e a delimitação do mesmo. O presente trabalho também é justificado neste capítulo.
O segundo capítulo apresenta embasamentos teóricos envolvendo o tema escolhido, que
são necessários ao desenvolvimento deste trabalho. Neste capítulo serão revisados na literatura
diversos assuntos pertinentes ao tema.
Já o terceiro capítulo descreve a metodologia de pesquisa que será utilizada para o
desenvolvimento deste trabalho, bem como para a formação de conclusões.
Os quarto e quinto capítulos indicam os equipamentos utilizados bem como os
procedimentos empregados para a obtenção dos resultados.
O sexto capítulo descreve os resultados obtidos nas medidas em cada uma das marretas
estudadas.
O sétimo capítulo descreve as conclusões a que se chegou através da análise dos
resultados do capítulo anterior e por fim traz sugestões para a elaboração de pesquisas
posteriores a respeito do tema.
No oitavo capítulo são listadas a referências bibliográficas utilizadas e citadas neste
trabalho.
10
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Do mesmo jeito que a vibração pode danificar máquinas e estruturas, e por isto mesmo
deve ser controlada e/ou isolada. Segundo Regazzi, 2009, da mesma forma o corpo humano
também pode ser afetado e por isso existe a necessidade de medir e estabelecer limites para a
vibração, como agente de insalubridade no trabalho.
11
X (t ) = X sin(ωt ) (1.1)
Onde X é o deslocamento de pico, ω é a freqüência de vibração em rad/s e t é o tempo em s.
π
v = ω X sin(ωt + ) (1.5)
2
Indicando que a velocidade está com diferença de fase com o deslocamento de 900.
A aceleração de um objeto refere-se à taxa no tempo que ele altera sua velocidade e
representa a segunda derivada do deslocamento com respeito ao tempo. Pode ser expressa como:
d 2 x(t ) d v(t )
a (t ) = = = −ω 2 X sin(ωt ) (1.6)
dt 2 dt
Onde ω 2 X = amáx representa a amplitude máxima de aceleração em m/s2. Ela também pode ser
escrita como:
a (t ) = ω 2 X sin(ωt + π ) (1.7)
12
Isso indica que ela está com diferença de fase de 900 com a velocidade e 1800 com o
deslocamento.
No caso da vibração livre, o sistema vibra a sua frequência natural, já na vibração forçada
o sistema vibra com a frequência da força de excitação. Sob certas freqüências de vibração
forçada, as vibrações impostas pelas forças de excitação podem ser amplificadas pelo fenômeno
da ressonância. No caso do sistema mão-braço, estas freqüências se situam na faixa da ordem de
100-200 Hz.
Conforme Regazzi, o valor eficaz (RMS) é a medida mais importante de amplitude,
porque leva em conta tanto a cronologia da onda, como também considera o valor de amplitude.
Este valor está diretamente ligado à energia contida na onda e é o valor requerido pelas normas
de avaliação da exposição à vibração do ser humano.
Este valor pode ser avaliado pela equação:
T
1
arms = ∫
T 0
a (t )2 dt (1.8)
A figura 1 mostra a relação entre nível pico-a-pico, nível pico, nível médio e nível rms de
um sinal.
O valor pico-a-pico indica a máxima amplitude da onda e é normalmente usado onde o
deslocamento vibratório é parte crítica na tensão máxima de elementos do sistema.
O valor médio, por outro lado, é usado quando se quer se levar em conta um valor da
quantidade física da amplitude em um determinado tempo.
13
Figura 1: Parâmetros característicos de um movimento senoidal
(Fonte: B&K 1988 Apud Ximenes, 2006).
Para determinar a vibração diária, à qual o usuário de marretas está exposto, é necessário,
inicialmente, que se conheça o tempo de exposição do usuário à vibração. No caso da exposição
à vibração não ser contínua, deve-se multiplicar o tempo de duração de cada evento que
transmita vibração pelo número de vezes que ele é reproduzido no dia.
A severidade da vibração é determinada pela sua magnitude, freqüência, duração e
direção. A magnitude é medida em termos da aceleração das partículas oscilantes e é mais
convenientemente expressa em termos do seu valor RMS (root-mean-square), com unidade de
m/s2. Cada parte do corpo humano tem sua própria frequência natural de vibração, portanto, a
extensão pela qual o corpo humano é afetado depende da freqüência de vibração, à qual ele é
exposto. A duração define a quantidade de tempo que a pessoa está em contato com (exposto) ao
objeto que vibra e a resposta humana a esta exposição aumenta com o aumento da duração da
exposição.
A vibração é normalmente medida em termos da aceleração em três eixos ortogonais, x, y
e z, pois o corpo reage diferentemente a cada uma destas direções. ,
Conforme a norma ISO 2631, existem três tipos de exposição humana à vibração:
Vibrações transmitidas simultaneamente à superfície total do corpo e/ou a partes substanciais
dele, Vibrações transmitidas ao corpo através de superfícies de sustentação e Vibrações aplicadas
a partes específicas do corpo, como cabeças e membros.
As vibrações podem também ser classificadas como:
14
- Vibrações Contínuas: com amplitude e freqüência bem definidas e constantes
- Vibrações Aleatórias ou Multifrequências (banda larga): comportamento aleatório da
frequência e da amplitude
- Vibrações Intermitentes: mantêm determinado nível de vibração por determinado
número de ciclos, um decaimento transiente e subseqüente repetição do evento; podem ser
excitações de apenas alguns segundos.
- Choque impulsivo: excitação caracterizada por uma rápida subida para um valor de pico
seguido de um decaimento.
A Norma ISO 2631 está relacionada às vibrações transmitidas ao corpo inteiro. Estas, por
sua vez, são de baixa frequência e grande amplitude, situando-se na faixa de 1 a 80 Hz, mais
especificamente 1 a 20 Hz.
Já as vibrações localizadas (normatizadas pela ISO 5349), situam-se na faixa de 6,3 a
1250 Hz. Ocorrem principalmente nos trabalhos de escavação, na construção de galerias, pedreiras
e madeireiras.
Segundo Regazzi, os equipamentos de medição de vibração geralmente são combinações
entre transdutores, amplificadores, e detector-indicador de sinal com características metrológicas
controladas. Estes sistemas têm de estar calibrados e ajustados para medirem as referidas vibrações
nas diversas orientações em que elas ocorrem evitando problemas com ruídos interferente. Tabém
devem adquirir estes dados com taxas de aquisição suficientes para os níveis de freqüência das
vibrações a serem medidas evitando problemas de instrumentação de submamostragem como o
aliasing. Sendo que a calibração destes sistemas deve ser realizada em conjunto e as tolerâncias
que são especificadas na norma ISO 8041.
15
Tabela 1: Fatores que influenciam o efeito de vibração na mão.
Fonte: Ximenes, 2006
O Modelo apresentado por Griffin, 1990 (Figura 2), mostra um pouco da complexa
relação entre as muitas variáveis que estão relacionadas aos efeitos da HAV (Hand –Arm
Vibration). Alem das características da vibração, aspectos da resposta dinâmica do sistema como
um todo, propriedades do ambiente, e suscetibilidade do individuo são fatores que irão
determinar os efeitos causados ao indivíduo.
16
Resposta SINAIS E
AMBIENTE
Vibração dinâmica Temperatura SINTOMAS
Fluxo de ar
Impedância Vascular
Amplitude Umidade
Ossos/articulações
mecânica Barulho, etc.
Nervos periféricos
Frequencia Transmissibili Muscular
Ferramenta Sistema nervoso
dade
utilizada Direcao central
Absorção de Corpo inteiro
Duração energia Subjectivo
SUSCETIBILIDADE
INDIVIDUAL
Forca de pega
Treinamento Esforço
Postura
de
Angulo das mãos
habilidades Área de contato
Latência de Alterações
disfunção na
população
Incidência de
Prevalência disfunção
de disfunção
Figura 2: Ilustração conceitual da relação dos fatores causa/efeito da vibração transmitida pelas
mãos.
Fonte: Griffin, 1990.
17
Figura 3: Sistema de coordenadas ISO 5349
Conforme normas vigentes, ISO 2631, ISO5349 e diretiva Européia, podem ser
mencionados dois métodos para a avaliação da vibração.
O primeiro método, o R.M.S. ou A(8) indicado pela diretiva Européia, leva em
consideração choques ocasionais e vibrações transientes usando um tempo constante curto de
integração (Ximenes,2006). O Valor medido em m/s² é normalizado para 8 horas, ou seja,
representa uma exposição cumulativa através de uma aceleração média ajustada. A aceleração
ponderada é calculada da equação 1.9.
(1.9)
18
Figura 4: Nível de ação e exposição máxima conforme Diretiva 2002/44/EC
Fonte: Guide to good practice on Hand-Arm Vibration.
19
Já o método da dose de vibração (VDV), utiliza a quarta potência do histórico da
aceleração ao invés da segunda como é feito no método R.M.S. O valor da dose de vibração é
calculado como segue (Equação 1.10):
(1.10)
Quando a exposição for composta por dois ou mais episódios o valor deverá ser calculado
como segue:
(1.11)
Segundo Souza (2002) a literatura descreve várias técnicas que são utilizadas com o
intuito de estudar as situações de impacto. Entre elas pode-se citar a medida da força de reação,
medida das acelerações, dinâmica inversa e simulação através de modelos biomecânicos.
De acordo com Ximenes, 2006, em situações nas quais a vibração é passageira, ou seja,
de curta duração e causada por choques, o valor RMS subestima a vibração e, neste caso, é
utilizada a relação do valor de pico máximo dividido pelo RMS. Esta relação, denominada fator
de crista, dá uma noção de quanto impulsivo é um sinal e descreve melhor a vibração.
A comparação entre os dois métodos pode ser visualizada na tabela abaixo ( Tabela 2)
20
Tabela 2: Comparação das características fundamentais VDV e A(8)
21
Como pode ser observado na tabela em questão e na figura X, o VDV, ao contrário do
A(8), é mais sensível para choques e abalos e apresenta boa correlação com o conforto subjetivo,
mas é indicado somente para vibrações de corpo inteiro.
Segundo Bovenzi Apud Stellman (1998), A vibração é sentida por vários receptores
mecânicos na pele, os quais estão localizados na epiderme e tecidos subcutâneos. Eles são
classificados em dois tipos segundo sua velocidade de adaptação às condições ambientais a que
são expostos em de adaptação rápida e adaptação lenta. Os discos de Merkel e terminais de
Ruffini são classificados como receptores de adaptação lenta os quais respondem pela pressão
estática sobre a pele e a lentas mudanças de pressão e freqüências de excitação baixa (<16Hz).
Receptores de adaptação rápida são aqueles que respondem a rápidas mudanças nos estímulos e
são responsáveis pela sensação de vibração nos limites de freqüência de 8 a 400 Hz. Se
enquadram neste grupo os corpúsculos de Meissner e Pacini.
Segundo o mesmo autor, a resposta subjetiva à vibração transmitida à mão tem sido usada
em diversos estudos para obter limiares e curvas de igual sensação, desconforto ou mesmo
22
limites de tolerância ao estimulo da vibração a diferentes freqüências (Griffin 1990). Resultados
experimentais indicam que a sensibilidade humana a viibração diminui com o aumento da
frequencia tanto para conforto quanto níveis de vibração para desconforto. A vibração vertical
parece ser a causa de mais desconforto que vibração em outras direções. O desconforto subjetivo
tem sido também relatado como sendo função de um espectro de frequências, na força de
agarramento nos pontos de sustentação dos equipamentos.
A exposição severa a vibração transmitidas à mão pode causar aumento temporário aos
limites vibro-tácteis devido à diminuição da excitabilidade dos receptores da pele. A magnitude
dos limites temporários podem deslocar-se assim como o tempo para recuperação destes limites
pode ser influenciado por uma série de fatores como características do estímulo (frequência,
amplitude e duração), temperatura, idade do trabalhador e exposição anterior à vibração.
Exposição ao frio agrava a diminuição táctil induzida pela vibração, isto porque baixas
temperaturas causam o efeito vaso constrictor na circulação digital e reduz a temperatura da pele.
Em trabalhadores expostos à vibração que operam em ambientes frios, episódios repetitivos de
perda aguda da sensibilidade táctil pode levar a redução permanente na percepção e perda de
destreza manual, a qual, por sua vez, pode interferir na atividade do trabalhador aumentando o
risco de acidentes graves.
2.5.3.1 Ósseos
Danos a ossos e juntas induzidos por vibração são um assunto ainda controverso. Vários
autores consideram que danos em ossos e juntas em trabalhadores que usem ferramentas manuais
vibrantes não são similares àquelas devido ao processo de envelhecimento e a danos causados
por trabalho pesado em geral. Por outro lado, alguns investigadores têm reportado que as
mudanças das características esqueléticas das mãos, pulso e cotovelos podem resultar da
exposição prolongada à vibração transmitida à mão. Inicialmente investigações com raios-x
revelaram uma alta prevalência de vacúolos e cistos nos ossos da mão e pulso de trabalhadores
expostos à vibração, entretanto recentemente, estudos têm demonstrado nenhum aumento
significativo com respeito aos grupos de controle de trabalhadores manuais. Prevalência de
osteoartrose de pulso e cotovelo assim como osteofitoses têm sido reportadas em mineiros de
carvão, trabalhadores de construção rodoviária e operadores da indústria de forjaria expostos a
23
choques e vibrações de baixa freqüência mas alta amplitude com fermentas pneumáticas de
percussão. Por outro lado, há pouca evidência de um aumento na prevalência de degeneração de
ossos e juntas nos membros superiores de trabalhadores expostos a freqüências médias e altas
provenientes de serras ou esmeris. Dor local, inchaço e rigidez das juntas e deformidades podem
estar associadas com descobertas radiológicas de degeneração de ossos e juntas. Em poucos
países (incluindo França, Alemanha e Itália) desordens dos ossos e juntas ocorrendo em
trabalhadores usando ferramentas vibrantes manuais são consideradas uma doença ocupacional,
e os trabalhadores afetados são compensados por esta exposição.
2.5.3.2 Neurológicos
Tabela 4a: Estágios neuro-sensoriais da Escala de Stockholm para a sindrome de vibração mão-
braço.
Estágio Sinais e Simtomas
0SN Exposto a vibraçãoes mas sem sintomas
1SN Entorpecimento intermitente, mas sem perda de sensibilidade
2SN Entorpecimento intermitente ou persistente, reduzida percepção sensorial
3SN Entorpecimento intermitente ou persistente, reduzida discriminação táctil e/ou
destreza manual
24
Um diagnóstico diferencial cuidadoso é sempre requerido para distinguir entre uma
neuropatia devido à vibração de neuropatias adquiridas como síndrome do túnel do carpo (STC),
uma desordem devido à compressão do nervo mediano que passa através do túnel da anatomia
do pulso. STC parece ser uma desordem comum em certos grupos ocupacionais que utilizam
ferramentas de vibração, tais como perfuradores de rocha e trabalhadores da indústria florestal.
Acredita-se que tensões ergonômicas atuando na mão e pulso (movimentos repetitivos,
empunhaduras com força e posturas difíceis de se manter), somadas à vibração, podem causar
STC em trabalhadores que operem tais ferramentas manuais. Eletromiografias que meçam as
velocidades de respostas dos nervos motores e sensoriais têm sido úteis em diferenciar a STC de
outros tipos de desordens.
2.5.3.3 Muscular
Segundo Bovenzi Apud Stellman (1998), Giovanni Loriga, um médico Italiano, reportou
primeiramente em 1911 que trabalhadores de pedreiras usando martelos pneumáticos em blocos
de pedra e mármore em áreas de Roma, sofriam de ataques de dores nos dedos, lembrando a
resposta vasoconstrictora associada ao frio ou estresse emocional descrito por Maurice Raynauld
em 1862. Observações similares foram feitas por Alice Hamilton Apud Stellmann (1998) entre
trabalhadores de pedreiras nos Estados Unidos, e mais tarde por diversos outros investigadores.
Na literatura, vários sintomas e nomes tem sido usados para descrever as desordens vasculares
induzidas por vibração: dedos brancos, síndrome de Raynauld de origem ocupacional, doença
traumática vasopastica, e mas recentemente tem recebido o nome de Síndrome do dedos brancos
25
induzida por vibração. Clinicamente ela é caracterizada por episódios de dedos pálidos e brancos
causados pelo fechamento das artérias dos dedos. Os ataques são usualmente iniciados pelo frio e
duram de 5 a 40 min. Uma perda completa da sensibilidade pode ser experimentada durante o
ataque. Na fase de recuperação, comumente acelerada pelo aquecimento ou massagem local,
rubor pode aparecer nos dedos afetados como resultado do aumento de circulação de sangue nos
vasos cutâneos. Em casos raros avançados, repetidos e severos ataques vasopasticos podem levar
a mudanças tróficas (ulcerações ou gangrena) na pela das pontas dos dedos. Para explicar a
Síndrome de Raynauld induzida pelo frio em trabalhadores expostos à vibração, alguns
pesquisadores indicam um reflexo simpático exagerado vaso constritor causado pela exposição
prolongada à vibração danosa. Outros pesquisadores tendem a enfatizar o papel das mudanças
locais induzidas pela vibração nos vasos dos dedos (por exemplo, afinamento das paredes dos
músculos, dano endotelial, mudanças funcionais nos receptores). Uma escala gradual de
classificação da Síndrome dos dedos brancos, segundo Bovenzi Apud Stellman (1998), foi
proposta no Workshop em Stockholm em 86.
Um sistema numérico foi desenvolvido por Griffin (1990) para classificar os sintomas e
baseado numa pontuação de esbranquiçamento nas diferentes falanges. Diversos testes
laboratoriais são usados para diagnosticar a Síndrome dos dedos brancos. Especificamente, a
maioria destes testes é baseada no frio provocado e medições da temperatura da pele dos dedos,
ou da circulação sanguínea, e pressão antes e depois do resfriamento dos dedos e das mãos.
Estudos epidemiológicos têm apontado que a prevalência de Síndrome dos dedos brancos é
muito abrangente, podendo variar de menos de 1% até 100%. Ela tem sido associada ao uso de
ferramentas de percussão pneumáticas, outras ferramentas rotativas, martelos de percussão, e
brocas usadas em escavação. Esta síndrome é reconhecida como doença em diversos países.
Desde 1975 um decréscimo na incidência de novos casos desta síndrome tem sido reportado
entre trabalhadores da indústria florestal tanto na Europa quanto Japão após a introdução de
serras anti-vibração e da tomada de medidas administrativas quanto ao tempo de uso de tais
serras.
26
Tabela 4b: Estágios do distúrbio dos dedos brancos (Raynaulds).
27
Os vasos espasmos causados pela vibração, como o mostrado na figura acima, reduzem o
diâmetro das artérias até a completa obstrução, impedindo o fluxo sanguíneo e, com isso,
Alguns estudos indicam que nos trabalhadores afetados pela doença dos dedos brancos, a
perda auditiva é maior que a esperada com base no envelhecimento natural e exposição ao uso de
ferramentas que vibrem. Tem sido sugerido que a doença dos dedos brancos em trabalhadores
pode ter um risco adicional a danos na audição devido ao reflexo simpático induzido de vaso-
constrição nos vasos que fornecem sangue ao ouvido interno. Além de desordens periféricas,
outros efeitos adversos à saúde envolvendo o sistema endócrino e nervoso central foram
reportados em escolas de medicina ocupacional Russas e Japonesas (Griffin 1990). O quadro
clínico chamado de “doença vibracional” inclui sinais e sintomas relacionados à disfunção dos
centros autônomos do cérebro (por exemplo, fadiga persistente, dor de cabeça, irritabilidade,
distúrbios do sono, impotência, anormalidades no eletroencefalograma). Estes achados devem
ser interpretados com cautela e pesquisas epidemiológicas e clinicas são necessária para
confirmar as hipóteses de associação entre as desordens do sistema nervoso central e a exposição
dos trabalhadores à vibração transmitida ao sistema mão-braço.
28
3. METODOLOGIA
29
Segundo Yin (2001), este é o método preferido quando se colocam questões do tipo
"como" e "por que", sendo visto também como um método de investigação empírica de um
fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto real.
Optou-se pelo método do estudo de caso, por se buscar uma aproximação com o assunto
através do levantamento de informações no intuito de levar o pesquisador a conhecer mais a
respeito, ou seja, realizar uma exploração intensiva e detalhada dentro do contexto do assunto
estudado.
Para o desenvolvimento do trabalho serão coletados e analisados dados mediante
experimento prático.
Estes dados serão utilizadas pelo autor, para dar origem a novas informações, como
níveis de vibração transmitidos e serão confrontados com os níveis aceitos por norma.
30
4. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
31
O sistema utilizado está conforme as definições das normas ISO 8041, ISO 2631-1, ISO
5349 e ISO 10816 e é capaz de medir picos de aceleração de 0,003m/s² a 798m/s². O
equipamento possui um erro de +- 0,7 dB, e incerteza de 0,1%.
32
4.2. Caracterização das marretas analisadas
As marretas analisadas são produtos que possuem mesma origem, mas concepções de
projetos diferentes.
O primeiro modelo possui cabo de alma de fibra pultrudrada, revestida por resina, com
acabamento antiderrapante na empunhadura e montado com interferência em cabeça com olhal
elíptico de cone simples.
O segundo modelo possui cabo de madeira montado com interferência em cabeça com
olhal elíptico de cone simples.
Já o terceiro modelo possui cabo com estrutura interna metálica vulcanizada junto com a
cabeça da marreta.
Todas as marretas em questão têm nominalmente o mesmo peso, 5 Kg, mas existe
diferença significativa de peso entre o peso total delas (Tabela 5) devido ao tipo de material
utilizado para a confecção dos cabos, como pode ser observado na tabela abaixo. Como as
marretas em questão seguem os parâmetros definidos na norma DIN6475 e DIN1193, todos os
três modelos possuem comprimento total (cabo mais corpo) de 800 mm, peso da cabeça variando
entre 4,795 a 5,205 Kg e com as seguintes dimensões primárias 68x68x160mm.
33
Tabela 5: Marretas analisadas
Peso
Modelo Cabo
total (Kg)
Fibra 6,2
Madeira 5,7
Aço +
7,4
Borracha
34
5. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
35
No teste cada marreta foi erguida até 85°, como mostra a figura 8, e posteriormente solta
para que o impacto fosse resultado da queda do peso da própria marreta. Este procedimento foi
repetido três vezes com cada um dos modelos de marreta.
No experimento foi utilizado um acelerômetro Piezoelétrico de 3 eixos, como
mencionado no capitulo 4.1. Este foi fixado no cabo próximo da região de pega como pode ser
visto na figura 9. Para o experimento foi utilizado o sistema de coordenadas definido pela ISO
5349.
2 (y)
1 (x)
3 (z)
Um pino foi utilizado como trava do dispositivo. Uma vez retirado, iniciava-se a queda
da marreta em direção ao batente.
36
6. RESULTADOS
Os dados obtidos nos testes realizados com a marreta com cabo de madeira podem ser
visualizados no anexo IV, V e VI (arquivos @VIBHAV2, @VIBHAV3 e @VIBHAV4,
respectivamente) e de forma resumida na tabela 6 e 7.
Da mesma forma os resultados dos testes com a marreta com cabo de fibra podem ser
visualizados nos anexos X, XI e XII (arquivos @VIBHAV8, @VIBHAV9 e @VIBHAV10,
respectivamente)e de forma resumida na tabela 8 e 9.
Já os resultados os testes com a marreta com cabo de aço e borracha por sua vez podem ser
visualizados nos anexos VII, VIII e IX (arquivos @VIBHAV5, @VIBHAV6 e @VIBHAV7,
respectivamente) e de forma resumida na tabela 10 e 11.
37
Tabela 6: Resultados do teste de marreta com cabo de madeira.
Marreta com cabo de madeira
Medição X1 X2 X3 Y1 Y2 Y3 Z1 Z2 Z3 SOMA 1 SOMA 2 SOMA 3
Lpk 157,5796 211,5924 184,7141 168,4612 264,5453 289,4010 50,4081 85,8025 81,1895 m/s²
P-P 226,4644 301,3006 261,8183 228,5599 368,9776 398,5658 83,0807 119,6741 118,8502 m/s²
RMS 5,2602 7,8343 6,6145 4,7044 9,5280 10,1274 1,8302 3,2546 3,2174 7,2904 12,7574 12,5167 m/s²
MTW 13,4431 18,5567 15,6675 12,0880 22,5424 23,9883 4,5499 7,4731 7,3621 m/s²
CRF 29,9571 27,0085 27,9254 35,8096 27,7651 28,5759 27,5423 26,3633 25,2348
K Factor 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Max RMS 5,2602 9,5280 10,1274 m/s²
A(8), Max RMS 0,0820 0,1375 0,1462 0,1137 0,1841 0,1807 m/s²
Tabela 7: Marreta com cabo de madeira: tempo para atingir valores de exposição.
Marreta com cabo de madeira
X1 X2 X3 Y1 Y2 Y3 Z1 Z2 Z3 SOMA 1 SOMA 2 SOMA 3
VAE 2,50 m/s² 01:48 00:48 01:08 02:15 00:33 00:29 14:55 04:43 04:49 00:56 00:18 00:19
VLE 5,00 m/s² 07:13 03:15 04:34 09:02 02:12 01:57 >24 18:52 19:19 03:45 01:13 01:16
38
Tabela 8: Resultados do teste de marreta com cabo de fibra.
Marreta com cabo de fibra
Medição X1 X2 X3 Y1 Y2 Y3 Z1 Z2 Z3 SOMA 1 SOMA 2 SOMA 3
Lpk 263,9368 345,1437 271,3314 323,5937 354,8134 363,0781 138,9953 115,2126 106,6596 m/s²
P-P 360,1638 471,5199 375,8374 461,3176 508,7448 519,9960 188,7991 163,4933 149,9685 m/s²
RMS 9,0887 12,0921 9,7611 11,8168 12,9420 13,3660 3,8681 3,5563 3,2999 15,4014 18,0654 16,8765 m/s²
MTW 21,5526 28,6748 23,1473 27,9898 30,5844 31,6592 9,0782 8,2509 7,6648 m/s²
CRF 29,0402 28,5430 27,7971 27,3842 27,4157 27,1644 35,9335 32,3966 32,3221
K Factor 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Max RMS 11,8168 12,9420 13,3660 m/s²
A(8), Max RMS 0,1706 0,1868 0,1929 0,2223 0,2608 0,2436 m/s²
Tabela 9: Marreta com cabo de fibra: tempo para atingir valores de exposição.
Marreta com cabo de fibra
X1 X2 X3 Y1 Y2 Y3 Z1 Z2 Z3 SOMA 1 SOMA 2 SOMA 3
VAE 2,50 m/s² 00:36 00:20 00:31 00:21 00:17 00:16 03:20 03:57 04:35 00:12 00:09 00:10
VLE 5,00 m/s² 02:25 01:22 02:05 01:25 01:11 01:07 13:22 15:48 18:22 00:50 00:36 00:42
39
Tabela 10: Resultados do teste de marreta com cabo de aço e borracha.
Marreta com cabo de aço e borracha
Medição X1 X2 X3 Y1 Y2 Y3 Z1 Z2 Z3 SOMA 1 SOMA 2 SOMA 3
Lpk 68,7800 53,5797 54,7016 67,1429 66,8344 72,8618 157,2172 163,1173 169,8244 m/s²
P-P 116,5467 104,2317 106,4143 117,6251 114,8154 120,6424 277,9713 279,8981 285,1018 m/s²
RMS 1,1003 1,3583 1,3428 1,1350 1,3852 1,3980 2,0845 2,4746 2,5032 2,6161 3,1444 3,1660 m/s²
MTW 3,3304 3,4277 3,3845 3,3768 3,4554 3,5035 6,3241 6,2734 6,3314 m/s²
CRF 62,5173 39,4457 40,7380 59,1562 48,2503 52,1195 75,4223 65,9174 67,8422
K Factor 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Max RMS 2,0845 2,4746 2,5032 m/s²
A(8), Max RMS 0,0388 0,0386 0,0390 0,0487 0,0490 0,0494 m/s²
Tabela 11: Marreta com cabo aço e borracha: tempo para atingir valores de exposição.
Marreta com cabo de aço e borracha
X1 X2 X3 Y1 Y2 Y3 Z1 Z2 Z3 SOMA 1 SOMA 2 SOMA 3
VAE 2,50 m/s² >24 >24 >24 >24 >24 >24 11:30 08:09 07:58 07:18 05:03 04:59
VLE 5,00 m/s² >24 >24 >24 >24 >24 >24 >24 >24 >24 >24 20:13 19:57
40
7. CONCLUSÕES
Observando os dados expostos no capítulo anterior, pode-se dizer que a marreta com cabo
de madeira tem um comportamento parecido com a marreta com cabo de borracha, pois em
ambas marretas os picos de aceleração foram encontrados no eixo Y. Mas, ao mesmo tempo, não
semelhantes, pois os valores de X e Z não são proporcionais em ambos os casos. Também não
foi constatada nenhuma proporcionalidade entre o peso total da marreta e os valores de pico para
estes casos, pois a diferença percentual entre os valores de pico é praticamente 3 vezes maior que
a diferença percentual de peso.
Já a marreta com cabo de aço e borracha apresenta os maiores picos de aceleração no eixo Z
e valores de pico muito parecidos entre si nos eixos X e Y.
Como nos três casos o peso da cabeça da marreta é igual, a diferença de peso está
praticamente distribuída igualmente ao logo do cabo. Por isso também não é possível concluir
que a energia de impacto nos três casos é diretamente proporcional ao peso, pois os centros de
gravidade das marretas são diferentes nos três casos e consequentemente a altura de queda da
massa equivalente não é a mesma.
Analisando as médias das acelerações RMS nos três casos (Tabela 12), pode–se concluir que
a marreta com cabo de borracha é capaz de absorver a vibração transmitida ao usuário da marreta
no mínimo 5,63 vezes mais que a marreta com cabo de fibra e 3,65 vezes mais que a com cabo
de madeira. Estes valores acima mencionados seriam as relações diretas entre a média das
acelerações, mas como o peso da marreta com cabo de aço e borracha é maior, a energia de
impacto e, consequentemente, o pico de aceleração são maiores, o que nos leva a concluir que o
poder de absorção desta marreta é superior a esta relação.
No caso da marreta com cabo de madeira e a marreta com cabo de fibra, utilizando a
mesma analogia, só é possível afirmar que a marreta com cabo de madeira absorve no máximo
35% a mais da vibração, pois neste caso o peso da marreta com cabo de fibra é superior ao da
marreta com cabo de madeira.
41
Como pode ser observado na Tabela 13, estas relações refletem diretamente no tempo de
exposição necessário para atingir os valores definidos na norma ISO 5349, mas não nas
proporções anteriormente citadas.
Tabela 13: Tempo médio dos três experimentos para atingir valores (de ação e aceitável) de
exposição.
Tipo de marreta Aceleracao Tempo
VAE 2,50 m/s² 00:31
Marreta com cabo de madeira
VLE 5,00 m/s² 02:04
VAE 2,50 m/s² 00:10
Marreta com cabo de fibra
VLE 5,00 m/s² 00:42
VAE 2,50 m/s² 05:46
Marreta com cabo de aço e borracha
VLE 5,00 m/s² >20
42
7.1. Sugestão para futuras pesquisas
Este trabalho pode servir de base para uma pesquisa futura, na qual sejam mensuradas as
vibrações transmitidas ao usuário de marreta em uma condição real. Neste caso, seriam obtidas
as verdadeiras magnitudes de aceleração envolvidas no movimento e, realizando a medição em
janelas de tempo maiores, poder-se-ia então obter os verdadeiros tempos necessários para atingir
os limites oficiais de exposição.
Neste contexto não seriam possíveis comparações diretas entre os modelos de marretas,
pois em situações reais se torna muito difícil repetir os movimentos diversas vezes da mesma
forma. Neste caso, poder-se-ia então somente realizar a medição para um modelo e, com base
nos dados do presente trabalho, estimar os valores para os demais.
43
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
44
[15] PELMEAR, P. L., WASSERMAN, D. E.. Hand-arm vibration: a comprehensive guide
for occupational health professionals. 2nd ed. Beverly Farms, Massachusetts.: Oem
Press, 1998.
[16] PORTARIA FEDERAL Nº. 1.339/GM - MS, EM 18 DE NOVEMBRO DE 1999
[17] REGAZZI, Rogério Dias; XIMENES, Gilmar Machado. A IMPORTÂNCIA DA
AVALIAÇÃO DA VIBRAÇÃO NO CORPO HUMANO. Retirado do site:
http//:www.isegnet.com.br/.../Rogerio%20e%20Gilmar%20artigo%20vibracao.doc
[18] SOUZA, Vinícius Aguiar de, 2002. Análise de Impacto e Risco de Lesões no Segmento
Superior Associados à Execução da Técnica de GYAKU TSUKI sobre
MAKIWARA por Praticantes de KARATE DO Estilo SHOTOKAN. Dissertação
de mestrado, PROMEC-UFRGS.
[19] STELLMAN, J. M., Encyclopedia of Occupational Health and Safety, Vol. II, 4th
Edition, international labour office, Geneva, 1998
[20] VENDRAME, Antonio Carlos e PIANELLI, Cristiane. VIBRAÇÃO EM CORPO
INTEIRO EM OPERADORES DE EMPILHADEIRAS. Apresentação retirada do
site http://www.abiquim.org.br/12cong/pdfs/cristiana_pianelli.pdf
[21] VENDRAME Consultores e Associados: Apresentação sobre Vibrações retiradas do site
http://www.scribd.com/doc/6660241/VibracoesVendrame?page=32
[22] XIMENES, Gilmar Machado. Gestão ocupacional do corpo humano, aspectos técnicos e
legais relacionados à saúde e segurança. Dissertação apresentada ao curso de
Mestrado em sistemas de gestão da Universidade Fluminense. Niterói, 2006.
45
ANEXOS
Tabela 14: Lista de doenças relacionadas ao trabalho
LISTA DE DOENÇAS
RELACIONADAS AO TRABALHO DENTRE AS QUAIS A VIBRACAO
LOCALIZADA ESTA ENTRE A RELACAO DE AGENTES OU FATORES DE
RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL:
DOENÇAS DO SISTEMA Síndrome de Raynaud
CIRCULATÓRIO Acrocianose e Acroparestesia
Síndrome Cervicobraquial
Outros transtornos articulares não
classificados em outra parte: Dor Articular
Fibromatose da Fascia Palmar: “Contratura
ou Moléstia de Dupuytren”
Lesões do Ombro : Capsulite Adesiva do
Ombro (Ombro Congelado, Periartrite do
Ombro); Síndrome do Manguito Rotatório ou
Síndrome do Supraespinhoso; Tendinite
Bicipital; Tendinite Calcificante do Ombro;
DOENÇAS DO SISTEMA Bursite do Ombro; Outras Lesões do Ombro;
OSTEOMUSCULAR E DO TECIDO Lesões do Ombro, não especificadas
CONJUNTIVO Outras entesopatias: Epicondilite Medial;
Epicondilite lateral (“Cotovelo de Tenista”);
Mialgia
Outros transtornos especificados dos tecidos
moles
Osteonecrose: Outras Osteonecroses
secundárias
Doença de Kienböck do Adulto
(Osteocondrose do Adulto do Semilunar do
Carpo) e outras Osteocondro-patias
especificadas
Dados: PORTARIA FEDERAL Nº. 1.339/GM - MS, EM 18 DE NOVEMBRO DE 1999.
46
Figura 10: Dados do Acelerômetro triaxial Dytran MODEL3023A2 utilizado nas medições.
47
Figura 11: Especificações técnicas do VI-400PRO (Quest Technologies).
48
@VIBHAV2
49
@VIBHAV3
50
@VIBHAV4
51
@VIBHAV5
52
@VIBHAV6
53
@VIBHAV7
54
@VIBHAV8
55
@VIBHAV9
56
@VIBHAV10
57