Projeto Refrigeração Maçãs
Projeto Refrigeração Maçãs
Projeto Refrigeração Maçãs
U.C. Refrigeração
Projeto de dimensionamento de uma câmara frigorífica
para armazenamento de maçãs
3
11.3 Válvula de expansão............................................................................................................ 56
11.4 Válvula de isolamento de esfera ......................................................................................... 57
11.5 Válvula de retenção em linha .............................................................................................. 57
11.6 Válvula de regulação da pressão de evaporação................................................................. 57
11.7 Válvula de regulação da pressão de cárter.......................................................................... 58
11.8 Pressoestato........................................................................................................................ 58
11.9 Termostato.......................................................................................................................... 58
11.10 Visor de Líquido............................................................................................................... 59
11.11 Filtro secador .................................................................................................................. 59
11.12 Separador de óleo ........................................................................................................... 60
12 Referências ............................................................................................................................. 61
4
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Conceção da câmara frigorífica. .......................................................................................... 10
Figura 2 - Ligação de dois painéis de isolamento. ............................................................................... 11
Figura 3 - Pormenor de ligação dos cantos. ........................................................................................ 11
Figura 4 - Detalhe de montagem de painéis interiores de câmaras. ................................................... 12
Figura 5 – Constituição do pavimento. ............................................................................................... 12
Figura 6 - Características técnicas. Fonte: Isocor ................................................................................ 13
Figura 7 - Espessuras de acordo com temperatura. Fonte: Isocor ...................................................... 13
Figura 8 - Aplicação dos painéis isotérmicos. ...................................................................................... 13
Figura 9 - Barreira de vapor. ............................................................................................................... 15
Figura 10 - Carta Psicrométrica. .......................................................................................................... 16
Figura 11 - Palete de madeira normalizada. ....................................................................................... 18
Figura 12 - Caixa de fruta normalizada. 15kg ...................................................................................... 18
Figura 13 - Disposição das caixas e paletes. ........................................................................................ 19
Figura 14 - Chiller do tanque de pré-arrefecimento. .......................................................................... 23
Figura 15 - Representação Esquemática do ciclo ideal de expansão direta. ....................................... 34
Figura 16 - Funcionamento de um ciclo ideal de expansão direta. ..................................................... 35
Figura 17 - Representação do ciclo frigorífico teórico......................................................................... 36
Figura 18 - Parâmetros para a seleção dos evaporadores. ................................................................. 37
Figura 19 - Evaporador selecionado. ................................................................................................... 38
Figura 20 - Dimensões do evaporador. ............................................................................................... 39
Figura 21- Compressor selecionado. ................................................................................................... 40
Figura 22 Dimensões do compressor. ................................................................................................. 41
Figura 23 - Condensador selecionado. ................................................................................................ 43
Figura 24 - Dimensões do condensador. ............................................................................................. 43
Figura 25-Diâmetros normalizados de tubagens do tipo K ................................................................. 44
Figura 26-Dimensões normalizadas do isolamento ............................................................................ 48
Figura 27-Rugosidades Absolutas para vários materiais ..................................................................... 49
Figura 28-Tabela representativa do Diagrama de Moody ................................................................... 50
Figura 29-Valores de k para vários acessórios .................................................................................... 51
5
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Coeficiente Global de Transmissão de Calor (U) para diferentes espessuras- PUR. ........... 14
Tabela 2 - Propriedades de alguns isolantes. ...................................................................................... 14
Tabela 3 - Características psicrométricas exteriores de acordo com o RCCTE. ................................... 16
Tabela 4 - Características Psicrométricas Interiores. .......................................................................... 17
Tabela 5 - Cargas térmicas presentes na instalação frigorífica. .......................................................... 24
Tabela 6 - Características das paredes, teto e pavimento. .................................................................. 26
Tabela 7 – Fator de trocas de ar de câmaras frigoríficas..................................................................... 28
Tabela 8 - Calor cedido por metro cúbico. .......................................................................................... 29
Tabela 9 - Calor libertado pelas pessoas. ............................................................................................ 30
Tabela 10 - Calor libertado pelo produto. ........................................................................................... 32
Tabela 11 - Características Termodinâmicas do fluido R134a. ............................................................ 34
Tabela 12 - Modelo de Evaporador. .................................................................................................... 38
Tabela 13 - Características do modelo de compressor selecionado. .................................................. 40
Tabela 14 - Fatores de correção dos condensadores. ......................................................................... 42
Tabela 16 - Velocidades recomendadas. ............................................................................................. 44
6
1 INTRODUÇÃO
7
2 OBJETIVO
O armazenamento de frutas e verduras por métodos naturais, foi amplamente utilizado pelos
nossos antepassados para manterem os alimentos após a época das colheitas. A
disponibilidade de produtos frescos nos supermercados durante todo o ano reduziu a
necessidade do armazenamento doméstico. No entanto, ainda hoje existem benefícios no
armazenamento caseiro, o que é uma boa alternativa à compra de produtos no mercado fora
da época, em geral com preços mais elevados.
Nos tempos modernos as disponibilidades durante todo o ano de produtos frescos nos
supermercados, criaram a necessidade do seu armazenamento em condições controladas por
períodos longos. As hortas e pomares muitas vezes têm excesso de produção de frutas e
legumes que não se conseguem consumir durante a época. Deste modo, devem ser
armazenados para serem colocados no mercado fora de época em que a produção não existe
ou não satisfaz o consumo. Os comerciantes podem comprar os produtos na época, enquanto
são frescos e menos dispendiosos e, em seguida, armazená-los em câmaras de refrigerados
para os colocar no mercado numa data posterior.
Os alimentos armazenados que foram colhidos no pico da sua maturidade, geralmente têm
melhor sabor e um maior valor nutritivo. Uma vez colhidos frutos e vegetais devem ser
armazenados em condições apropriadas, as mais importantes das quais são a temperatura e
a humidade.
Os produtos hortofrutícolas são considerados vivos e permanecem como tal durante o após
colheita. Estes, estão sujeitos a alterações de carácter biológico, que não podem ser evitados,
mas que recorrendo a tecnologias podem ser retardadas. Os fatores biológicos envolvidos na
deterioração são:
• Respiração;
• Transpiração/Perda de água;
• Ação do Etileno.
8
3.1 RESPIRAÇÃO
A respiração tem sido considerada o índice mais adequado para expressar a atividade
fisiológica e também o potencial de armazenamento de perecíveis. A energia obtida da
oxidação de compostos orgânicos, principalmente açúcares, é utilizada na síntese de novas
substâncias. Uma fórmula simplificada da respiração pode ser escrita como:
𝑆𝑢𝑏𝑠𝑡𝑟𝑎𝑡𝑜 + 𝑂2 → 𝐶𝑂2 + 𝐻2 𝑂 + 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑣𝑖𝑡𝑎𝑙 (2880 𝑘𝐽)
É durante a respiração que é consumido oxigénio, produzido dióxido de carbono e vapor de
água, pois esta reação é essencial à libertação da energia necessária para maturação do fruto.
A respiração utiliza os hidratos de carbono até estes se esgotarem, seguindo-se o
envelhecimento, que se designa por senescência e morte dos tecidos. Deste modo a
respiração é responsável por grandes perdas de qualidade, assim como pela senescência
natural.
Durante a respiração o substrato (açúcar e glicose) combina-se com o O2, produzindo CO2,
H2O e calor. O calor resulta das reações químicas e orgânicas e designa a quantidade de
energia libertada pela respiração em função da oxidação completa de uma mole de Frutose.
A oxidação de uma mole liberta 2880 kJ. Quanto mais elevado o valor da taxa de respiração,
mais rapidamente se degrada o fruto e menor será o seu tempo de vida útil. Para minimizar
a taxa de respiração dos frutos é necessário conceber sistemas de manuseamento eficazes
com controlo da composição atmosférica.
O fruto perde água, diminuindo o seu volume, durante os períodos quentes e secos do dia,
mas, se ainda estiver preso à árvore, recuperará a humidade durante a noite. Depois da
colheita, o processo de transpiração continua, porém não há como recuperar a água. Esse
fenómeno faz com que as condições inadequadas de transporte e de armazenagem afetem
seriamente o valor económico do fruto, especialmente se for vendido com base no peso.
Para compensar alguma perda de peso devida à perda de água, não alterando o peso
comercial mínimo exigido por caixa, o produtor deverá colocar maior quantidade de frutas
em cada caixa. Como a grande maioria dos produtos perecíveis contém de 75 a 95% de água
e a sua humidade relativa, nos espaços intercelulares, é próxima a 100%, o vapor de água
tende a escapar dos tecidos dos frutos para o meio ambiente, como ocorre no
armazenamento de grãos muito húmidos.
Uma transpiração excessiva pode comprometer seriamente a aparência das frutas, tornando-
as enrugadas e com coloração opaca. A perda de água também afeta a firmeza dos frutos e
das hortaliças, os quais se apresentam flácidos, moles ou murchos, reduzindo
substancialmente seu valor comercial, principalmente para consumo ao natural. O peso
perdido durante o armazenamento dependerá, dentre outros fatores, do tipo, tamanho,
9
composição, estrutura e temperatura do fruto e, ainda, da temperatura, humidade relativa e
velocidade do ar de armazenamento.
3.3 ETILENO
11
Figura 4 - Detalhe de montagem de painéis interiores de câmaras.
4.2 ISOLAMENTOS
O revestimento é uma parte crucial da câmara frigorífica. Este é responsável por isolar a câmara, de
modo a minimizar as trocas de calor. Aquando na seleção do revestimento, tem de se ter em atenção
o seu custo, eficácia, durabilidade e a espessura.
4.2.1 Pavimento
12
Figura 7 - Espessuras de acordo com temperatura. Figura 6 - Características técnicas. Fonte:
Fonte: Isocor Isocor
4.3 TETOS
O método de construção do teto da central fruteira é do tipo suspenso, para conseguir um completo
envelope térmico e de vapor, e permitir a passagem de tubagens de redes da infraestrutura e também
as respetivas atividades de inspeção e manutenção. O teto é isolado com painéis isotérmicos do tipo
sandwich, com isolamento em poliuretano injetado com um peso específico de 35 kg/ m3.
4.4 PAREDES
13
4.4.1 Espessura dos painéis de PUR
14
que no interior a temperatura é de 0 ˚C e que no exterior são considerados 29 ˚C, então a espessura
mínima de isolamento é a seguinte:
0,023
𝑒= ∗ (29 − 0) = 0,074 𝑚 = 74 𝑚𝑚
9
Verifica-se então que a espessura mínima a utilizar é de 74 mm. No entanto, por motivos de
standardização deste tipo de painéis, serão considerados 80 mm de espessura para as paredes e teto
e com uma condutividade térmica de 0,026 Watt/m.°C;
4.5 PORTAS
• As portas devem ser revestidas por uma leve chapa metálica ou de plástico que
reforçam a proteção das portas. Portas em áreas mais sujeitas a choques devem ser
protegidas com chapas metálicas mais grossas, na sua totalidade;
• As portas de maior dimensão ou operadas com mais frequência e sujeitas a danos,
devem possuir igualmente proteções laterais nas paredes e, eventualmente, para
segurança das pessoas deverão ter proteção nas zonas de passagem;
• As portas devem estar localizadas de forma a abrigar com segurança os produtos e
facilitar uma operação economicamente eficaz das operações de carga e descarga;
15
• As dimensões específicas de uma porta podem requerer variações desta
recomendação. Normalmente uma altura de 2,5 metros é adequada para a
generalidade dos empilhadores utilizados.
5 CONDIÇÕES DE PROJETO
Figura 10 - Carta
Psicrométrica.
16
Para a conservação de produtos as condições de temperatura e humidade relativa são fundamentais
e devem permanecer dentro de limites definidos ao longo do dia e do ano. Através da temperatura
interior e da humidade relativa e com o auxílio da carta Psicrométrica (segue o mesmo raciocínio das
características Psicrométricas exteriores), foram retirados os seguintes valores que tomaram como
base de cálculo para as cargas térmicas:
Tabela 4 - Características Psicrométricas Interiores.
17
6.2 DIMENSIONAMENTO DA CÂMARA
6.2.1 Cálculo do volume útil da câmara
Para o cálculo de cargas térmicas é fundamental saber a quantidade de produto a conservar. Com
uma colheita de 300 toneladas por época e sabendo que a época começa em outubro e tem uma
duração de 6 meses, considerou-se que a quantidade de produto a conservar seriam 50 toneladas por
mês.
Através da massa volúmica das maçãs (120.5 𝑘𝑔/𝑚3 ) e da quantidade de maçãs a armazenar
(50000 𝑘𝑔) calculou-se o volume útil:
𝑚 𝑚 50000 𝑘𝑔
𝜌= ⇔𝑣= = ⇔ 𝑣 = 415 𝑚3
𝑣 𝜌 120,5 𝑘𝑔/𝑚3
No entanto, este volume contabiliza apenas o produto armazenado e, por isso, as dimensões terão de
aumentar, uma vez que é necessário ter em conta espaço para colocar os evaporadores, paletes,
circulação de ar e passagem de um empilhador.
As paletes têm um tamanho de 1.2 ∗ 1 ∗ 0.123 (𝑚) com uma capacidade carga de 580 kg, e as caixas
de plástico têm um tamanho de 1,091 ∗ 0,984 ∗ 0,12 (𝑚) e uma capacidade de 15 kg. Ambas as
medidas são normalizadas.
Considerando as dimensões do volume útil, 10,4 ∗ 8 ∗ 5 (𝑚), concluiu-se que eram possível encaixar
9 paletes em comprimento, 8 paletes em largura e 47 caixas em altura. Cada caixa suporta 15 kg.
𝑚 = 50000 𝑘𝑔
50000 𝑘𝑔
𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎𝑠 = = 3334
15 𝑘𝑔
18
6.2.2.2 Cálculo do nº de caixas em altura
Considerações:
• Uma vez que o volume útil leva em largura 8 caixas, decidiu-se criar um corredor central,
com cerca de 2 metros de largura, dividindo 2 fileiras de 4 caixas;
• Optou-se por dar uma distância entre as paredes da câmara de 2 metros;
• Considerou-se que que a câmara teria um pé direito de 7 metros.
Sabe-se que cada a câmara armazena 9 caixas em comprimento e 8 em largura, portanto a primeira
camada conta com 72 paletes. Como cada pilha de produto necessita de 5 paletes, concluiu-se que
seriam necessárias 360 paletes.
72 ∗ 5 = 360 𝑝𝑎𝑙𝑒𝑡𝑒𝑠
Após todas as considerações feita acima, chegou-se a um volume final da câmara frigorífica de
1450.4 𝑚3 com dimensões 14,8 ∗ 14 ∗ 7 (𝑚).
19
6.3 TANQUE DE PRÉ-ARREFECIMENTO
O tanque de pré-arrefecimento está situado na mesma sala onde é feito a triagem, a lavagem e a
calibragem de produto. Como estas fases não operam ao mesmo tempo, (a recolha das maçãs é feita
durante o dia e o tanque pré-arrefece o produto durante a noite, devido aos custos energéticos),
podem ser tratados como zonas isoladas, já que um não afeta o outro.
Como já mencionado anteriormente, a câmara foi projetada para armazenar 50 toneladas de produto
por mês. Considerando que um mês tem 30 dias, a capacidade diária da câmara é cerca de 1667 kg.
Também é recomendado para este tipo de fruta um pré-arrefecimento até a 8℃.
Tendo em conta o caso extremo do ar exterior, que apresenta uma temperatura de 29℃, o diferencial
térmico é de ∆T = (29℃ − 8℃) = 21℃. Da mesma maneira tem-se o produto a ser refrigerado (maçã),
com um calor específico acima da congelação de 3,65 kJ/kg*K. Logo o calor a retirar de 1667 kg de
produto será:
𝐽 127,78 ∗ 106
𝑄̇ = = = 2957,9 𝑊 ≈ 2,95 𝐾𝑊
𝑠 43200
Esta potência representa a potência necessária que o chiller terá de ter para ao fim das 12 horas ter o
produto à temperatura desejada de 8℃.
𝑚 1667
𝑉= = = 13,8 𝑚3
𝜌 120,5
Altura do tanque calculada tendo em consideração uma altura de 10 cm de água acima do nível das
caixas.
1 𝑚3 → 120,5 𝐾𝑔
14,43 𝑚3 → 𝑥
Obtendo deste modo uma capacidade de 1738 Kg de produto, satisfazendo assim os
1667 Kg de entrada diários havendo até uma folga para eventuais excessos de produto.
𝐽 133,22 ∗ 106
𝑄̇ = = = 3083,8 𝑊 ≈ 3,084 𝐾𝑊
𝑠 43200
A água será proveniente da rede, logo sabendo-se que esta sai da torneira em média a uma
temperatura de 15 oC, terá de passar pelo chiller para ser arrefecida até aos 8 oC. Então:
𝐽
𝑐𝑝á𝑔𝑢𝑎 = 4190 ⁄𝐾𝑔. 𝐾
Massa de água:
1 𝑚3 → 1000 𝐾𝑔
9,49 𝑚3 → 𝑥
X = 9490 Kg de água
𝐽 278,34 ∗ 106
𝑄̇ = = = 6443,1 𝑊 ≈ 6,44 𝐾𝑊
𝑠 43200
21
6.3.4 Potência do tanque de pré-arrefecimento
Sendo assim, a potência total do tanque de pré-arrefecimento será a soma das duas anteriores,
ou seja:
3
Volume específico água 𝜗 0,001 𝑚 ⁄𝐾𝑔
Variação térmica ∆𝑇 22 oC
𝐽
Calor específico água cp 4190 ⁄𝐾𝑔. 𝐾
Velocidade de tubagem V 1 m/s
Caudal de água:
9524 𝐾𝑔
𝑄̇ = 𝑚̇ ∗ 𝑐𝑝 ∗ ∆𝑇 <=> 𝑚̇ = = 0.108
4190 ∗ 21 𝑠
𝑉̇ 1,08 ∗ 10−4
𝑉= <=> 𝐴 = = 1,08 ∗ 10−4 𝑚2
𝐴 1
𝐴 1,08 ∗ 10−4
𝑑 = 2∗√ =2∗√ = 11,7 𝑚𝑚
𝜋 𝜋
22
Assim o diâmetro de tubagem normalizado selecionado é o tubo de 12´´.
23
7 BALANÇO TÉRMICO
É definida como balanço térmico, a porção de calor latente e sensível que deve ser retirado de um
ambiente de modo a serem mantidas as condições de temperatura e humidade estabelecidas para o
entreposto frigorífico.
A primeira análise a ser feita no projeto de refrigeração é o cálculo das cargas térmicas. Através do
cálculo das cargas térmicas pode-se efetuar uma previsão dos consumos de energia associados ao
sistema projetado e deste modo proceder a uma análise económica.
As cargas térmicas existentes numa câmara frigorífica dividem-se em duas classes: cargas térmicas
externas e cargas térmicas internas. As externas estão associadas às trocas de calor através da
envolvente exterior da zona onde se situa o estabelecimento. São cargas resultantes do fluxo de calor
através das paredes, teto, pavimento, renovação de ar e abertura de portas. As internas podem ser
dependentes ou independentes do produto armazenado. Na seguinte tabela estão discriminadas
todas as cargas térmicas presentes na instalação frigorífica:
Tabela 5 - Cargas térmicas presentes na instalação frigorífica.
Para fazer o balanço térmico tem de se saber todas as temperaturas inerentes ao processo. Já foi dito
anteriormente, aquando do dimensionamento do tanque, que a temperatura exterior (da rua) é de
29℃, sendo as maçãs pré-arrefecidas num tanque até à temperatura de 8℃. Daqui seguem para as
câmaras que se encontram a 0℃ e 90% de humidade relativa.
Para o cálculo das cargas térmicas através das paredes, teto e pavimento é essencial ter em conta o
modo como é feita a propagação de calor.
24
Existem dois tipos de propagação de calor existentes nas paredes, teto e pavimento, e que são:
condução e convecção.
A condução pode ser definida como o processo pelo qual a energia é transferida de uma região de alta
temperatura para outra de baixa temperatura dentro de um meio (sólido, líquido ou gasoso) ou entre
meios diferentes em contacto direto.
A lei empírica da condução de calor “Lei de Fourier” estabelece qual o fluxo de calor por condução,
em uma dada direção do fluxo e ao gradiente de temperatura naquela direção. Deste modo
determina-se a transmissão de calor por condução:
𝑞 𝜕𝑇
= −𝑘
𝐴 𝜕𝑥
Integrando esta expressão, tem-se:
Δ𝑇
q=k.A.
Δ𝑥
A convecção é definida como uma propagação de calor em que a energia térmica é transmitida
mediante transporte de matéria, havendo, portanto, um deslocamento de partículas.
q=h.A.ΔT
Q=U.A.ΔT
A equação acima é utilizada para efetuar o cálculo da carga térmica, visto que tem em conta as
transferências de calor referentes à condução e convecção.
1
• – Resistência térmica de convecção na superfície interna, como é ar consideramos hi=15
ℎ𝑖
Watt/m2.ºC;
1
• Σ 𝑘 – Somatório das resistências térmicas de condução das diferentes camadas que
constituem a parede (m2.ºC/Watt)
25
1
• – Resistência térmica de convecção na superfície interna, como é o ar
ℎ𝑒
consideramos hi = 30 Watt/m2.ºC
• Pavimento: Isolamento com cortiça de espessura 125 mm e com uma condutividade térmica
de 0,037 Watt/m.°C.
• Paredes e tetos:
1 1 𝑒𝑝𝑜𝑙 1 1 0,080 1
𝑈= →𝑅= + + = + + = 3,57𝑚2 . ͦ𝐶 /𝑊
𝑅 ℎ𝑖 𝑘𝑝𝑜𝑙 ℎ𝑒 15 0,023 30
por sua vez,
1 1
𝑈= = = 0,280 𝑊/𝑚2 . ͦ𝐶
𝑅 3,57
• Pavimento:
1 1 𝑒𝐴𝑁𝐶 1 0,125
𝑈= →𝑅= + = + = 3,44 𝑚2 . ͦ𝐶 /𝑊
𝑅 ℎ𝑖 𝑘𝐴𝑁𝐶 15 0,037
por sua vez,
1 1
𝑈= = = 0,290 𝑊/𝑚2 . ͦ𝐶
𝑅 3,44
Através dos valores calculados, é possível determinar a carga térmica da câmara de refrigeração. Para
tal, é necessário conhecer os seguintes parâmetros:
29 + 15
𝑇𝑠𝑜𝑙𝑜 = = 22º𝐶
2
Tabela 6 - Características das paredes, teto e pavimento.
Temperatura
29 31 32 32 34 22
exterior (ºC)
26
Assim estamos em condições para calcular a carga térmica:
De maneira análoga aos sistemas de climatização, uma instalação frigorífica necessita que haja uma
certa renovação de ar no interior da câmara, que basicamente é a substituição de ar tratado, por ar
exterior novo, que terá de ser novamente arrefecido. Esta necessidade deve-se ao facto de o produto
respirar e como tal, se o ar não for renovado, este chega a um nível de saturação e causa alterações
no produto.
Para determinar o caudal volúmico diário de ar exterior, é necessário calcular a taxa de renovação
de ar exterior (n). Esta taxa de renovação de ar depende da movimentação de produtos, máquinas e
pessoas entre o exterior e o interior da câmara frigorífica, e do volume da câmara. O cálculo da taxa
de renovação é obtido através da seguinte expressão:
27
70
𝑛=
√𝑉
O valor 70 na expressão da taxa de renovação de ar exterior é usado caso se trate uma movimentação
normal, caso seja uma movimentação intensiva substituía-se por 100. O caudal volúmico diário de ar
exterior é obtido através da seguinte expressão:
𝑉𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 = 𝑣 ∗ 𝑛
Deste modo, a câmara frigorífica apresenta a seguinte carga térmica relativamente à renovação de
ar:
70
𝑛= = 1,838
√1450,4
O ganho de calor devido à infiltração de ar externo pode contribuir com uma parcela significativa da
carga térmica total de refrigeração. Este fator é função do ar externo que se infiltra cada vez que as
portas do ambiente refrigerado são abertas. Ocorre principalmente devido às diferenças de densidade
entre o ar externo e o ar interno. A quantidade de ar que entra na câmara pode ser estimado, a partir
do fator de troca de ar (FTA) de uma câmara. Este fator depende do volume e tipo da câmara. O FTA
expressa o número de trocas de ar por dia (trocas/dia) da câmara e pode ser calculado a partir de
Tabelas.
28
Uma vez conhecido o volume de ar externo que entra na câmara por dia, pode-se determinar a carga
de infiltração pela equação:
274410
𝑄3 = = 3176,04 𝑊
86400
29
7.2 CARGAS TÉRMICAS INTERNAS
7.2.1 Carga térmica devida à iluminação (Q4):
Considera-se que os espaços frigoríficos, apresentam uma carga térmica de iluminação (q) de 10
w/𝑚2 . A fórmula utilizada para este cálculo é a seguinte:
Será considerado que as lâmpadas trabalham 4 horas por dia, e que cada lâmpada tem uma potência
de 12 Watt. Como a camara de refrigeração têm uma área de teto de 207,2 𝑚2 , logo apresenta a
seguinte carga térmica relativamente à iluminação:
4
𝑄4 = 207,2 ∗ 12 ∗ = 414,4 𝑊
24
• n – Número de pessoas;
• q – Quantidade de calor libertado pelas pessoas (W);
• t – Tempo de permanência na câmara (h).
São consideradas duas pessoas a trabalhar e com uma permanência de duas horas por dia.
Relativamente ao calor libertado por cada pessoa, é necessário fazer interpolações com base na
seguinte tabela:
30
Como a camara de encontra a 0 ºC, então o calor libertado é de 270 W, por sua vez considerando 2
pessoas a trabalhar na receção de pescado, então:
2
𝑄5 = 2 ∗ 270 ∗ = 45 𝑊
24
• n – Número de empilhadores;
• P – Potência do empilhador (W);
• t – Tempo de funcionamento do empilhador (h)
Considerando por exemplo que apenas existe um empilhador a funcionar 2 horas por dia e que o
mesmo apresenta uma potência de 14 kW. Deste modo a carga térmica é a seguinte:
2
𝑄6 = 1 ∗ 14000 ∗ = 1166,67 𝑊
24
Os produtos de origem animal ou vegetal encontram-se na maioria das vezes a uma temperatura
superior à temperatura da câmara frigorífica. Libertam uma determinada quantidade de calor até que
a sua temperatura fique em equilíbrio com a temperatura da câmara. Como se trata de câmaras de
refrigerados, utiliza-se a seguinte expressão:
Para o cálculo desta carga térmica é necessário ter em conta o calor específico das maçãs, que é cerca
de 3,65 kJ/kg.°C.
31
7.2.5 Carga térmica devida ao calor de respiração dos frutos (Q8)
Os frutos durante a armazenagem nas câmaras frigoríficas de refrigerados libertam uma carga
térmica designada por calor latente de respiração. Esta carga térmica é calculada pela seguinte
expressão:
𝑚 ∗ 𝑞𝑟𝑒𝑠𝑝 ∗ 24 50 ∗ 53 ∗ 24
𝑄8 = = = 736,11 𝑊
86400 86400
O valor de produto em causa é o máximo de capacidade para a câmara. Conforme calculado
anteriormente este valor é de 50 toneladas. É o caso mais desfavorável, já que é à capacidade máxima
que se vai verificar a maior carga derivada da respiração do produto.
Para selecionar o evaporador tem obviamente de se ter em conta todas as cargas térmicas inerentes
à câmara quer sejam interiores ou exteriores. A carga térmica intermédia é carga térmica a ser
removida na câmara de refrigeração, ou seja, é soma de todas as cargas térmicas calculadas
anteriormente. Desta forma a câmara de refrigeração em questão tem a seguinte carga térmica:
𝑄𝑖𝑛𝑡 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 + 𝑄4 + 𝑄5 + 𝑄6 + 𝑄7 + 𝑄8 = 14978,7 𝑊
A potência frigorífica intermédia é a potência que os evaporadores deverão assegurar para conseguir
retirar as cargas térmicas anteriormente calculadas. O cálculo de carga térmica é efetuado para um
período de 24 horas. Entretanto, devemos considerar um período de 16 a 20 horas de operação dos
32
compressores, de forma a possibilitar a descongelação, e também possíveis sobrecargas de
capacidade. Optou-se por se selecionar 20 horas de funcionamento. A expressão a utilizar é a seguinte:
𝑄𝑖𝑛𝑡 ∗ 24 14978,7 ∗ 24
𝑃𝑖𝑛𝑡 = = = 17974,4 𝑊
20 20
Esta é a potência que se irá utilizar para dimensionar os equipamentos da câmara frigorífica de
maçãs.
8 INSTALAÇÃO FRIGORÍFICO
33
Tabela 11 - Características Termodinâmicas do fluido R134a.
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Figura 16 - Funcionamento de um ciclo ideal de expansão direta.
Compressão (1-2):
O fluido frigorigénio sai do evaporador no estado saturado e ao entrar no compressor sofre uma
compressão até a pressão de condensação. Durante este processo a temperatura do fluido aumenta
acima da temperatura do meio envolvente, sendo que o fluido abandona o compressor no estado
sobreaquecido, entrando de seguida no condensador.
Condensação (2-3):
O fluido frigorigénio entra no condensador como vapor sobreaquecido onde é realizada a dissipação
de calor isotérmica até atingir o estado de líquido saturado, todavia, com uma temperatura superior
à do meio envolvente;
Expansão (3-4):
Expansão do líquido após condensação a entalpia constante através de um tubo capilar ou válvula de
expansão com o objetivo de regular a admissão de fluido frigorigénio ao evaporador. Durante este
processo a temperatura do fluido desce abaixo da temperatura do espaço que se pretende
refrigerar. O arrefecimento provoca uma diminuição da pressão, sendo o fluido frigorigénio
parcialmente vaporizado;
Evaporação (4-1):
Absorção de calor do espaço que se pretende refrigerar no evaporador, sendo o seu estado alterado
para vapor saturado e retornando ao Ponto 1.
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9 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS
Em primeiro lugar é definida a temperatura de condensação, sabe-se que é necessário haver uma
diferença de temperatura entre o ambiente e o condensador para que possa haver uma troca de calor,
no qual define-se que a temperatura de condensação tem um acréscimo de 15℃. Sendo a
temperatura ambiente de 29℃, logo a temperatura de condensação é de 44℃. A temperatura de
evaporação, determinada no capítulo dos evaporadores, é de -6ºC. Por fim, definiu-se um o
rendimento isentrópico da compressão de 85%.
Com recurso ao software “Solkane” e sendo o fluido de trabalho conhecido R-134a, foi possível
determinar o ciclo teórico da câmara frigorifica desprezando as perdas de carga, como é possível
observar na seguinte imagem:
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9.1 EVAPORADOR
O grupo frigorífico da instalação, apresenta um evaporador de expansão direta, com tubos em cobre,
alhetas e proteção em alumínio em alumínio. A instalação tem um evaporador que terá de ter
capacidade para retirar todas as cargas térmicas calculadas anteriormente.
O evaporador é equipado com ventiladores helicoidais com motores elétricos de uma velocidade, em
equilíbrio com a potência do grupo compressor.
O funcionamento dos evaporadores em regime é comandado por termóstato, com bolbo localizado
junto da aspiração dos evaporadores.
Para a seleção dos evaporadores utilizou-se o Software da “Centauro”, tendo em conta os seguintes
parâmetros:
Pela Figura 15, conseguimos perceber que o software centauro sugere a utilização de um evaporador
com uma potência corrigida de 24.81 kW. Apesar deste valor ser superior ao da carga térmica
calculada, não existe muita margem entres os dois valores. Assim, optou-se pelo modelo
imediatamente superior.
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Tabela 12 - Modelo de Evaporador.
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O evaporador selecionado “MT 4L2/36” tem então uma potência de 36.35 kW que é superior a carga
térmica anteriormente calculada, podendo assim funcionar corretamente nesta instalação.
𝑇𝑒𝑣𝑎𝑝 = −6º𝐶
9.2 COMPRESSOR
Para selecionar o resto do equipamento, analisa-se a potência total dos evaporadores. Desta forma a
instalação irá ter um total de 36.35 kW de potência, consideram-se os seguintes critérios:
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O compressor tem a função de aumentar a pressão desde a linha de baixa pressão até à linha de alta
pressão, fornecendo trabalho ao sistema e impulsionando o fluido a percorrer todo o circuito. O
compressor foi calculado pelo software da “Bitzer”.
4FE-25Y-
Compressor
40P
Etapas de capacidade 100%
Capac. Frigorífica 38,8 kW
Capac. Frigorífica * 38,8 kW
Capacidade Evaporador 38,8 kW
Potência absorvida 13,9 kW
Corrente (400V) 25,5 A
Faixa de Tensão 380-420V
Capacidade do Condensador 52,7 kW
COP/EER 2,79
COP/EER* 2,79
Vazão em massa 904 kg/h
Modo de operação Padrão
Temp. gás de Descarga não resfriado 90,3 °C
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Figura 22 Dimensões do compressor.
O fluido comprimido passa pelo separador de óleo, seguindo em direção do condensador, onde ocorre
a troca térmica com o exterior. Sendo assim de forma reduzida o modo de funcionamento do ciclo em
questão.
Sendo estes equipamentos bastante importantes numa instalação frigorifica terão de possuir
elementos de proteção tais como:
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9.3 CONDENSADOR
O condensador está especialmente destinado a realizar trocas de calor, rejeitando o calor que o fluido
absorveu no evaporador e no compressor, tendo a necessidade de ser arrefecido até ao seu ponto de
condensação.
A seleção dos condensadores é feita com base na potência frigorífica do compressor, e a potência
absorvida do mesmo (CTR – calor total de rejeição). Através da seguinte tabela da “Centauro”, é
possível retirar o fator de correção que corresponde à potência absorvida do compressor. Este
fator depende da temperatura de evaporação, condensação e do tipo de compressor:
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Figura 23 - Condensador selecionado.
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10 TUBAGENS
10.1 VELOCIDADE
A velocidade do fluído nas tubagens deve respeitar certos valores recomendados de modo a que não
surjam problemas como vibrações ou ruídos que possam ser prejudiciais para a instalação. Deste
modo é escolhida as tubagens normalizadas do tipo K, compatíveis com o fluído utilizado.
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10.1.2 Caracterização das diferentes linhas
(1) 𝑉̇ = 𝑚̇ ∗ 𝑣
(2) 𝑉̇ = 𝑉 ∗ 𝐴 ↔ 𝐴 = 𝑉̇⁄𝑉
4∗𝐴
(3) 𝑑 = √
𝜋
10.1.3 Aspiração
82,03
𝑉̇ = 0,5 ∗ = 0,041 𝑚3 /𝑠
1000
̇ 0,041
𝐴 = 𝑉⁄𝑉 = = 0,00372 𝑚2
11
4∗𝐴 4 ∗ 0,00372
𝑑=√ = √ = 0,069 𝑚 ≈ 69 𝑚𝑚 → 2 1/2´´
𝜋 𝜋
𝜋 ∗ 𝑑2 𝜋 ∗ 0.061882
𝐴= = = 0,003𝑚2
4 4
̇ 0,041
𝑉 = 𝑉⁄𝐴 = = 13,7 𝑚/𝑠
0,003
45
10.1.4 Descarga
20,31
𝑉̇ = 0,5 ∗ = 0,0102 𝑚3 /𝑠
1000
̇ 0,0102
𝐴 = 𝑉⁄𝑉 = = 0,00136 𝑚2
7,5
4∗𝐴 4 ∗ 0,00136
𝑑=√ = √ = 0,0416 𝑚 ≈ 41,6 𝑚𝑚 → 1 1/2´´
𝜋 𝜋
Velocidade corrigida:
𝜋 ∗ 𝑑2 𝜋 ∗ 0.037642
𝐴= = = 0,0011𝑚2
4 4
̇ 0,0102
𝑉 = 𝑉⁄𝐴 = = 9,3 𝑚/𝑠
0,0011
10.1.5 Dreno
0,89
𝑉̇ = 0,5 ∗ = 0,000445 𝑚3 /𝑠
1000
̇ 0,000445
𝐴 = 𝑉⁄𝑉 = = 0,000445 𝑚2
1
4∗𝐴 4 ∗ 0,000445
𝑑=√ = √ = 0,0238 𝑚 ≈ 23,8 𝑚𝑚 → 1 ´´
𝜋 𝜋
Velocidade corrigida:
𝜋 ∗ 𝑑2 𝜋 ∗ 0.02532
𝐴= = = 0,0005 𝑚2
4 4
̇ 0,000445
𝑉 = 𝑉⁄𝐴 = = 0,89 𝑚/𝑠
0,0005
46
10.1.6 Líquido
0,87
𝑉̇ = 0,5 ∗ = 0,000435 𝑚3 /𝑠
1000
̇ 0,000435
𝐴 = 𝑉⁄𝑉 = = 0,000435 𝑚2
1
4∗𝐴 4 ∗ 0,000435
𝑑=√ = √ = 0,0235 𝑚 ≈ 23,5 𝑚𝑚 → 1 ´´
𝜋 𝜋
Velocidade corrigida:
𝜋 ∗ 𝑑2 𝜋 ∗ 0.02532
𝐴= = = 0,0005 𝑚2
4 4
̇ 0,000435
𝑉 = 𝑉⁄𝐴 = = 0,87 𝑚/𝑠
0,0005
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Figura 26-Dimensões normalizadas do isolamento
Espessura do
Linha T (oC) D (mm) Espessura (mm)
catálogo (mm)
Aspiração - 6,6 61,88 30 32
Descarga 64,02 37,64 20 25
Dreno 44 25,3 20 25
Líquido 39 25,3 20 25
Para o cálculo de perdas de carga na tubagem, utilizou-se a equação conhecida na unidade curricular
de Redes de Fluídos
𝐿 𝑉2
∆𝑃 = 𝜌 ∗ 𝑓 ∗ ∗
𝐷 2
∆𝑃 ≡ 𝐷𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 (𝑃𝑎)
𝐾𝑔
𝜌 ≡ 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑓𝑙𝑢í𝑑𝑜 ( ⁄ 3)
𝑚
𝑓 ≡ 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜
𝐿 ≡ 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑢𝑏𝑎𝑔𝑒𝑚 (𝑚)
𝜌∗𝑉∗𝐷
𝑅𝑒 ≡ 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑦𝑛𝑜𝑙𝑑𝑠 =
𝜇
48
𝑒
𝑟𝑢𝑔𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 ≡
𝐷
𝜇 ≡ 𝑉𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 (𝑃𝑎. 𝑠)
De modo a calcular-se as perdas de carga nos acessórios das tubagens utiliza-se a equação:
𝑉2
∆𝑃 = 𝜌 ∗ 𝑘 ∗
2
𝑘 ≡ 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑎𝑠𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 𝑎𝑜 𝑎𝑐𝑒𝑠𝑠ó𝑟𝑖𝑜
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Figura 28-Tabela representativa do Diagrama de Moody
𝑒 0,002
= = 3,232𝐸 − 5
𝐷 61,88
Pela tabela representativa do diagrama de Moody, retira-se o valor de f:
𝐿 𝑉2 8 13,72
∆𝑃 = 𝜌 ∗ 𝑓 ∗ ∗ = 12,19 ∗ 0,021 ∗ ∗ = 3105,8 𝑃𝑎
𝐷 2 0,06188 2
50
Figura 29-Valores de k para vários acessórios
Para se calcular a perda de carga nos acessórios é necessário conhecer o valor da constante de perda
de carga associada aos mesmos, assim:
𝑉2 13,72
∆𝑃 = 𝜌 ∗ 𝑘 ∗ = 12,19 ∗ 1,01 ∗ = 1155,4 𝑃𝑎
2 2
𝐿 𝑉2 6 9,32
∆𝑃 = 𝜌 ∗ 𝑓 ∗ ∗ = 49,24 ∗ 0,01935 ∗ ∗ = 6568,05 𝑃𝑎
𝐷 2 0,03764 2
51
Para se calcular a perda de carga nos acessórios é necessário conhecer o valor da constante de perda
de carga associada aos mesmos, assim:
𝑉2 9,32
∆𝑃 = 𝜌 ∗ 𝑘 ∗ = 49,24 ∗ 15,79 ∗ = 33623 𝑃𝑎
2 2
𝑒 0,002
= = 7,9𝐸 − 5
𝐷 25,3
f = 0,01826
𝐿 𝑉2 3 0,892
∆𝑃 = 𝜌 ∗ 𝑓 ∗ ∗ = 1123,6 ∗ 0,01826 ∗ ∗ = 963,5 𝑃𝑎
𝐷 2 0,0253 2
Para se calcular a perda de carga nos acessórios é necessário conhecer o valor da constante de perda
de carga associada aos mesmos, assim:
𝑉2 0,892
∆𝑃 = 𝜌 ∗ 𝑘 ∗ = 1123,6 ∗ 4,74 ∗ = 2109,3 𝑃𝑎
2 2
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10.3.4 Perdas de carga na linha de líquido
𝑒 0,002
= = 7,9𝐸 − 5
𝐷 25,3
f = 0,01804
𝐿 𝑉2 13 0,872
∆𝑃 = 𝜌 ∗ 𝑓 ∗ ∗ = 1149,4 ∗ 0,01804 ∗ ∗ = 4032,17 𝑃𝑎
𝐷 2 0,0253 2
Para se calcular a perda de carga nos acessórios é necessário conhecer o valor da constante de perda
de carga associada aos mesmos, assim:
𝑉2 0,872
∆𝑃 = 𝜌 ∗ 𝑘 ∗ = 1149,4 ∗ 5,74 ∗ = 2496,8 𝑃𝑎
2 2
Assim com as perdas de cargas calculadas em todas as linhas, obtém-se a perda de carga total:
Perda de Carga
Linha Perda de Carga (tubagem)
(acessórios)
Aspiração 3105,8 Pa 1155,4 Pa
Descarga 6568,05 Pa 33623 Pa
Dreno 963,5 Pa 2109,3 Pa
Líquido 4032,17 Pa 2496,8 Pa
Total 14669,52 Pa 39384,5 Pa
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11 VÁLVULAS E ACESSÓRIOS
Os depósitos de líquidos permitem garantir que à entrada da válvula de expansão se trata apenas de
fluido no estado líquido, através da separação do vapor e do líquido, pela diferença de densidades. O
depósito de líquido é selecionado de acordo com o ábaco da “Bitzer”, tendo como referência a
potência do evaporador e o fluido refrigerante, sendo selecionado um depósito.
54
Pelo catálogo de depósitos de liquido e sabendo que este terá de ter uma capacidade mínima de 40
dm cúbicos, selecionou-se o modelo F552T da “Bitzer” com capacidade de 54 dm cúbicos.
55
11.3 VÁLVULA DE EXPANSÃO
A válvula de expansão é um órgão que tem como finalidade regular o fluxo de líquido refrigerante no
evaporador de acordo com a carga térmica e restringir esse mesmo fluxo de modo a permitir uma
queda de pressão do refrigerante líquido para que este atinha o seu ponto de ebulição. Portanto, tal
como a válvula de solenoide instala-se antes do evaporador. Os critérios de seleção da válvula de
solenoide são aplicados também à válvula de expansão. Deste modo seleciona-se a válvula ETS 6-40
da Danfoss.
56
11.4 VÁLVULA DE ISOLAMENTO DE ESFERA
A válvula de isolamento é uma das mais presentes na tubagem visto que esta é responsável pelo corte
total de fluido, havendo possibilidade de intervenções de manutenção ou reparações em
componentes da instalação. Assim escolhe-se então a válvula GBC da Danfoss.
Este tipo de válvula impede a inversão do escoamento do fluído na tubagem, ou seja, deixa o
escoamento fluir num único sentido, fechando-se automaticamente no caso de um gradiente de
pressão que crie uma inversão de fluxo. A principal aplicação destas válvulas é na descarga ou na
aspiração de compressores. Assim opta-se pela válvula de retenção NRV da Danfoss com ligação de
rosca.
Esta válvula tem como finalidade manter a pressão de evaporação constante, e, portanto, a
temperatura constante na superfície do evaporador, sendo deste modo montada na linha de
aspiração após o evaporador. Deste modo escolheu-se a válvula KVR da Danfoss.
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11.7 VÁLVULA DE REGULAÇÃO DA PRESSÃO DE CÁRTER
11.8 PRESSOESTATO
O pressostato serve para proteger o sistema de pressões de descarga excessivamente altas e pressões
de aspiração excessivamente baixas podendo estes ligar/desligar os compressores. Deste modo
seleciona-se um pressostato duplo que está conectado ao lado da baixa e da alta pressão. O
pressostato escolhido é o KP 17 WB com regulação de pressão no lado da baixa entre 0,20 e 7,5 bar e
regulação no lado da alta pressão entre 8 e 32 bar.
11.9 TERMOSTATO
O termostato, tal como o pressostato é capaz de cortar o fluxo de fluído, mas devido não a pressões,
mas a temperaturas extremas para o sistema aplicado. É escolhido então o termostato RT da Danfoss.
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11.10 VISOR DE LÍQUIDO
O visor de líquido é instalado depois do filtro secador na tubagem, servindo este para se poder verificar
o estado em que o fluído passa por ele. É portanto necessário ter em atenção o fluído, pressões e
temperaturas de trabalho e as dimensões da tubagem, assim escolhe-se o visor de líquido SGN da
Danfoss.
O filtro secador é concebido para proteger o sistema da humidade, ácidos e contaminantes sólidos.
Estes devem ser selecionados de acordo com a sua capacidade de proteção do sistema. Escolheu-se
assim o filtro secador DML da Danfoss.
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11.12 SEPARADOR DE ÓLEO
O separador de óleo tem como função fazer com que o fluído frigorígeno seja o menos possível
contaminado com óleo lubrificante proveniente do compressor, tendo-se optado pelo separador de
óleo OUB da Danfoss com uma pressão máxima de trabalho de 28 bar e um alcance de temperaturas
entre -40 oC e 120 oC.
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12 REFERÊNCIAS
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