Fichamento - Cenografia
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Fichamento - Cenografia
ESCOLA DE TEATRO
DEPARTAMENTO DE FUNDAMENTOS DO TEATRO
FICHAMENTO
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO (Pag. 5 e 6)
“[...] um espetáculo é composto por vários elementos organizados e orquestrados de tal
forma que o espectador possa apreciá-los no seu conjunto. Podemos dizer que todo e
qualquer tipo de espetáculo é o resultado de um trabalho coletivo.”
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CAPÍTULO 2
O LUGAR TEATRAL. A CENOGRAFIA (Pag. 7)
“O lugar teatral é composto pelo lugar do espectador e pelo lugar cênico - onde atua o
ator e acontece a cena. No teatro o lugar cênico é o palco, que, como edifício, muda de
uma época para outra e de um país para o outro.”
“O teatro romano era diferente do grego. Era dividido por classe social, onde os
melhores lugares eram reservados para uns poucos privilegiados.”
“O teatro grego era um lugar de reunião de uma comunidade, enquanto o teatro romano
era um edifício fechado para oferecer diversão a um grande público.”
“Na Idade Média não se construíam edifícios. O lugar teatral era a praça; o público
passeava à frente dos palcos – mansion. A representação era um acontecimento na
cidade e todos participavam. O Teatro oficial era religioso, no qual se representavam os
Mistérios.”
O Renascimento (Pag. 8 e 9)
“O caráter religioso vai desaparecendo e o Teatro profano volta a ser apresentado
inicialmente nos salões dos palácios dos príncipes, onde eram construídos os palcos e o
público era somente a corte.”
“[...] O edifício também foi pensado a partir do modelo greco-romano e era entendido
como um lugar de abrigo para um povo ideal, com divisões hierárquicas, onde esse
pudesse celebrar seus faustos. Por isso foi pensado com lugares definidos para cada
classe social.”
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“No teatro à italiana há separação entre: palco (lugar cênico) e platéia (lugar do
espectador). A representação na caixa ótica – o palco – fica distante do público como se
fosse uma janela aberta para o “outro mundo”.”
“[...] O mais famoso é o Globe, em forma circular. Podia abrigar de 1 600 à 2 300
espectadores.”
“A planta desses teatros podia ser quadrada, circular ou octogonal. O edifício era
recoberto por um telhado de palha deixando a parte central aberta.”
“[...] William Shakespeare viveu e apresentou os seus dramas nessa época. Todos os
teatros foram fechados em 1642 por decreto do governo, que considerava o teatro uma
arte imoral. Os edifícios foram todos demolidos.”
“Uma vez sentado, o espectador verá a boca de cena, fechada por uma cortina – o pano
de boca –, que ao abrir-se deixará à mostra os cenários emoldurados pelas bambolinas e
reguladores.”
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O CENÓGRAFO (Pag. 12 e 13)
“Ele conhece teorias e técnicas específicas, como por exemplo, história da arte e do
espetáculo, desenho, pintura, escultura, modelagem, composição e cenotécnica, entre
outros. Ele se expressa através de uma linguagem visual, e encena plasticamente um
texto dramático ou outra proposta de espetáculo.”
“A cenografia existe desde que existe o espetáculo teatral na Grécia Antiga, mas em
cada época teve um significado diferente.”
“[...] Assim, o Teatro e a cenografia da Grécia são diferentes dos de Roma, da Idade
Média, do Renascimento e do Barroco.”
CAPÍTULO 3
NASCEM NOVAS PROPOSTAS... NO FIM DO SÉCULO XIX (Pag. 19)
“O século XIX, o século das revoluções.. Mudanças sociais, aceleramento do tempo
cotidiano, pesquisa histórica, a busca constante do novo, a ruptura com o passado, os
descobrimentos científicos, o papel da mulher, Anarquismo, Socialismo, Marxismo, o
homem muda a forma de olhar a sua relação como mundo. O artista se assume como
intelectual.”
“[...] A cenografia deixa de ser um mero elemento decorativo, de apoio aos atores, para
fazer parte do conjunto do espetáculo: assim muda a relação entre cenário e atores.”
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“[...] Com a chegada da luz elétrica, a possibilidade de iluminar a cena faz com que se
perceba nitidamente o contraste entre telões pintados e a tridimensionalidade do corpo
do ator. Agora o ator pode ser visto até no fundo do palco.”
“A função dos cenários não é representar, mas ser um ambiente onde nascem,vivem e
morrem as personagens. [...] O cenário passa a ter uma utilidade precisa e se torna
indispensável ao espetáculo.”
“[...] Stanislavsky, com o cenógrafo Simov, chegaram mais longe. Buscavam nas
pesquisas captar o “estado da alma” para ser extremamente fiéis. [...] Como
pesquisadores científicos, que analisam através do microscópio, os artistas analisam e se
possível vivem a realidade que querem transpor para a obra.”
“[...] Famosas são as montagens de Antoine, como Les bouchers, onde os cenários eram
um açougue com pedaços de carne sangrando.”
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“Os questionamentos surgem, a crítica se manifesta contrária a esse excesso de verdade
em cena.”
“[...] Condena todo e qualquer exagero e diz que os cenários têm a função de sugerir e
traduzir a atmosfera do espetáculo.”
“[...] Um cenário único que tem a função de traduzir visualmente a farsa. O ator criará o
resto através de sua ação, movimento e atuação.”
CAPÍTULO 4
NO SÉCULO XX (Pag. 29 e 30)
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“O fim do século XIX e início do século XX corresponde à Belle Époque. A Exposição
Universal de 1889 consagra o Art Nouveau. A crença no progresso exalta a máquina, o
carro, o avião, o telefone.”
“[...]A iluminação também teve um papel importante, e Appia definiu a sua função no
espetáculo: o espaço/luz tem uma função psicológica, é a “alma” das personagens
transportada ao nível visual. Assim a luz passa a ser um elemento indispensável na
encenação.”
“Os Ballets Russos são um marco na dança, nas artes plásticas e no Teatro.”
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“[...] A pintura está em cena novamente. Contra o Naturalismo, os cenários buscavam
inspiração não na imitação do real, mas na imaginação.”
“[...] as críticas surgiram. Nem todos, especialmente os que fazem cenografia por
acidente, sabem lidar com as questões próprias da cena, como por exemplo cor e luz: no
lugar cênico, são totalmente diferentes que no quadro. Para tornar-se cenógrafo o artista
plástico deve conhecer os princípios da cenotécnica, história do Teatro etc.”
“[...] Em 1915, no manifesto “Teatro Futurista e Sintético”, isto é, “um teatro sintético,
atécnico, dinâmico, simultâneo, autônomo, alógico, irreal”, encontramos que o público
tem que deixar de ser preguiçoso, e para que isso aconteça a cena deve invadir a
platéia.”
“[...] A cenografia deve fazer parte do espetáculo, ser dinâmica como o é a ação teatral”
“Os cenógrafos expressionistas rejeitam tudo o que for supérfluo, os seus trabalhos
buscam o sentido profundo do texto dramático, na essência. Tocar a alma do espectador
é o seu objetivo. Desta forma, os cenários tendiam para a expressão simbólica, não o
mundo objetivo, mas o mundo povoado pelo sentir e ver através dos sentidos.”
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“A cenografia organiza um espaço funcional e expressivo a serviço dos atores e
especialmente do texto dramático.”
BAUHAUS (Pag.41)
“Fundada por Walter Gropius, a Bauhaus( termo que significa “casa de construção”), na
Alemanha, de 1919 a 1933, foi uma escola voltada à formação, à pesquisa e à reflexão
no campo das artes visuais: arquitetura, urbanismo, pintura, escultura, desenho
industrial e Teatro.”
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MOHOLY – NAGY (Pag. 42 e 43)
“Lazlo Moholy-Nagy (1895-1946), húngaro, ensinou na Bauhaus de 1922 a 1928.”
CAPÍTULO 5
VOLTANDO AO LUGAR TEATRAL (Pag. 46, 47, 48 e 49)
“O teatro à italiana é criticado sob vários ângulos. Em relação ao social, porque
apresenta uma nítida diferenciação na sua estrutura entre as classes sociais, isto é, o
público vê e ouve conforme suas posses.”
“O fato é que os que refletiam sobre o Teatro e o inovaram pensavam nele como um
todo, e o lugar teatral não ficou de fora. Por exemplo, Appia condena a separação, no
teatro a italiana, entre sala e cena. Craig prenuncia que o teatro no futuro será
completamente diferente do de sua época. Enfim, todos concordam que a condição
essencial de uma renovação da arte teatral passa necessariamente por uma nova
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arquitetura ou pela descoberta de um novo lugar teatral, uma nova sala/cena para uma
maior participação do público.”
FESTSPIELHAUS (Pag.49)
“É uma modificação parcial do teatro à italiana.”
“[...] São eliminados balcões, frisas e camarotes, nas laterais, ficando só os balcões de
fundo. Mantem da estrutura do teatro à italiana a divisão nítida sala/palco.”
“Lembramos que Meyerhold, admirando, como Fuchs, a relação que se estabelecia entre
público e ator nos teatros antigos, elisabetanos e japoneses, usará o proscênio
penetrando na platéia.”
A sala do Teatro dos Artistas era anfiteatro e o palco em três planos, exatamente como
previa Fuchs. Os espetáculos apresentados nesse teatro usaram a “cena em relevo”
como antítese da “cena profunda”. Com isso foi dado mais um passo para repensar o
lugar cênico e com ele o lugar teatral.”
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“A encenação, segundo Copeau, é o conjunto que compões a ação dramática. O ator,
seu desempenho, seus movimentos e gestos devem criar as personagens, suas relações e
ações. E para isso, ele afirma, “basta um tablado nu!”. Ele combate todo e qualquer
artifício que desvie a atenção do drama e dos atores. Faz tabula rasa para poder existir
uma nova cena. É contra todas as propostas passadas de cenografia, assim como as
técnicas introduzidas no teatro.”
“A luz era usada para sugerir a atmosfera, e os figurinos eram pensados para ressaltar as
personagens. O objetivo era chegar ao jogo dramático em seu estado “puro”.”
“[...] Um ponto importante a ser ressaltado: o uso da luz para criar efeitos, sempre para
envolver o público na magia do espetáculo. Para obter esses efeitos, supera o uso dos
refletores colocados em um único lugar ao deslocá-los para vários, tanto na sala como
no palco. Usa-os de tal forma que consegue criar um ritmo através da variedade de
zonas de luz e sombra de intensidades diferentes.”
“A cenografia ocupava todo o lugar teatral para fazer com que o público se sentisse
dentro de um universo dramático.”
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“Por problemas financeiros este teatro nunca foi construído, mas permanece nos sonhos
de muitos como um lugar teatral ideal e influencia até hoje os que se dedicam à
arquitetura teatral.”
CAPÍTULO 6
(A) PÓS 1945
INTRODUÇÃO (Pag.63 e 64)
“A II Guerra Mundial (1939-1945) maracá a civilização com dois fatos: o primeiro é o
extermínio em massa nos campos de concentração nazistas através de câmaras de gás e
outros meios tão terríveis quanto. O segundo: a bomba atômica.”
“O fato de os teóricos não usarem este termo em relação ao Teatro não quer dizer que
esta linguagem artística não esteja também numa faze Pós. Mas, independendo do nome
ou qualificação, o que podemos verificar é que houve novas propostas. E quando se fala
em teatro depois de 1945, temos que começar por dois nomes: Artaud e Brecht, que
foram a base deste período.”
“[...] para ele o Teatro é o espetáculo – que seja um ritual, uma criação onde a palavra
não é suprimida mas tem “mais ou menos a importância que tem nos sonhos”. Dava
primazia ao corpo e seu movimento: “Propondo um Teatro onde violentar imagens
físicas violem e hipnotizem a sensibilidade do espectador, que abandone a psicologia e
narre o extraordinário, que induz ao transe.”
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“A negação do Teatro Ocidental o leva a uma recriação com influência do Teatro
Oriental, baseado no gesto e na respiração do ator, no uso das máscaras e outros
elementos que possam exprimir uma forma de comunicação total com o público.”
“Entrando em contato com as teorias de Artaud ou lendo seus poemas ou sobre sua
vida, ninguém, amando-o ou odiando-o, fica indiferente. O mesmo fascínio, mesmo
propondo teorias opostas, exerce Brecht.”
“O Teatro Épico narra o drama. Este tem que transmitir conhecimentos. Nele o homem
como ser mutável é estudado e pesquisado. As tensões são colocadas ao longo e não no
fim. Cada cena é independente. O objetivo é levar o espectador a tomar consciência,
refletir e tomar atitudes.”
“[...] a função do drama não pode ser catártica, mas se contrapõe a este. Com este
objetivo, Brecht usou o “efeito de distanciamento”.”
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THEO OTTO (Pag. 68 e 69)
“_ Quando faço uma cenografia, devo esquecer tudo o que já fiz antes. Cada autor
necessita de meios específicos. Se o cenógrafo tem um estilo definido no Teatro, ele se
torna um vistuoso. Não pode esquecer estes princípios.”
“Na década de 40 e daí em diante, muitos teatros com esta forma surgirão nos Estados
Unidos na Europa e também no Brasil.”
“A capital das Artes , como era chamada Paris até 1945, perde o título definitivamente
para Nova York após a II Guerra Mundial.”
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“Julien Beck cuida dos cenários e dos figurinos. Usa materiais pobres para confeccioná-
los. A beleza nasce da criação, e não do material usado. Os cenários, desde o começo
econômicos, aos poucos desaparecem. A cenografia será o lugar escolhido – a rua, por
exemplo –, sem outras interferências mais que o corpo do ator e os movimentos no
lugar cênico e o público com sua participação.”
“René Allio e Polieri são cenógrafos que, na França, não se limitam a criar no âmbito
cenográfico que, na França, não se limitam a criar no âmbito cenográfico, mas propõem
novos lugares teatrais.”
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“As propostas de Peter Brook são de que a encenação se desenvolva em uníssono, como
a criação coletiva onde a participação de todos é essencial, e assim se possa obter uma
real unidade no espetáculo. Isso só é possível se houver uma perfeita sintonia entre
diretor e o cenógrafo; como isso não é fácil, aparecem vários diretores-cenógrafos,
como por exemplo o próprio Peter Brook, Lucchino Visconti, Franco Zeffirelli, Eugenio
Barba.”
“[...] acha totalmente desnecessários qualquer coisa que seja supérflua, cenários
decorativos, maquiagem, efeitos.”
“O que Grotowski propõe com suas teorias é voltar “ao momento mágico das origens”.
Portanto o Teatro “tem que ser ascético, um Teatro Pobre.”
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“[...] Disse que “a cenografia é a encenação visual do drama”, enquanto uma criação
que respeita e age conforme o objetivo do espetáculo. Em todos os seus trabalhos
podemos observar que colocou em prática a sua definição. Todos apresentam a
qualidade de uma obra onde se percebe a incansável busca da perfeição.”
“O cenário “é tão importante na sua ligação orgânica com o drama que mesmo em sua
ausência material, quando não esta representado por pintura ou construção que o
identifique, ele existe. É como suporte da realização dramática.”
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“Surge de uma reforma de um teatro, em 1961, e nessa época tinha a plateia nas duas
laterais e nomeio delas o lugar teatral. O grupo Oficina já tinha se apresentado em
lugares alternativos antes de ter o seu teatro.”
“[...] cada espetáculo foi mais ousado e agressivo; era preciso questionar tudo, e o
momento é propício: 1968.”
“[...] a cenografia ocupava todo o lugar teatral, os cenários eram carcaças de carros e
lixo urbano e industrial. O conjunto tinha um ar ameaçador e apocalíptico.”
“[..] A luz contribuiu, assim como todos os elementos cênicos, para provocar
espectador, como por exemplo a motocicleta usada como “cruz”.”
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