Recurso Excepcional Adesivo Cruzado - Pedro Miranda
Recurso Excepcional Adesivo Cruzado - Pedro Miranda
Recurso Excepcional Adesivo Cruzado - Pedro Miranda
RECURSO EXCEPCIONAL
ADESIVO CRUZADO
1
Especialista em Direito Processual Civil pela UFSC; Mestre em Direito pela PUC-PR; Douto-
rando em Direito pela PUC-SP; Advogado.
1 Introdução
2
Propõe o referido autor o arquivamento dessa classificação: “Merece ela, em nossa opinião,
ser arquivada para todo o sempre, além do mais, pelos equívocos que é capaz de gerar, e de
fato tem gerado, mercê da constante e notável flutuação dos critérios doutrinariamente sugeri-
dos para fundá-la” (Comentários ao Código de Processo Civil, p. 252-253).
3 Curso de Processo Civil, p. 411-412.
5 Nas palavras de Athos Gusmão Carneiro, “o vigente CPC, art. 500, em inovação merecedora
de aplauso quase geral, instituiu no Brasil o recurso adesivo (rectius, recurso ‘subordinado’),
sob três espécies: apelação adesiva, embargos infringentes adesivo e recurso extraordinário
[lato sensu] adesivo” (Observações sobre o recurso adesivo, RePro 18/161).
6
Cf. Pedro Miranda de Oliveira, O novo sistema recursal cível brasileiro, p. 50.
7 Cf. Sérgio Rizzi, Recurso adesivo, RePro 30/260.
3.1 Nomenclatura
8
José Carlos Barbosa Moreira, O novo processo civil brasileiro, p. 115.
9 Comentários ao Código de Processo Civil, p. 48.
10
Em outra passagem, afirma que “no art. 500, apenas se trata do recurso que se contrapõe ao
do primeiro recorrente; não se cogita do recurso que o reforça, como seria o interposto pelo
litisconsorte” (Comentários ao Código de Processo Civil, p. 306-312).
11
Muito bem explica Barbosa Moreira a distinção entre a figura do recurso subordinado e a do
recurso adesivo no direito português: “Ocorre a primeira quando, tendo ficado ‘vencidas’ ambas
as partes, uma delas aguarda o decurso do prazo normal de interposição, para só impugnar a
decisão por havê-lo antes feito o adversário; ‘o recurso subordinado pode ser interposto dentro
de 10 dias, a contar da notificação do despacho que admite o recurso da parte contrária’ (...). De
‘adesão ao recurso’ fala-se apenas com referência à hipótese de ‘sucumbência paralela’, como
condição legal, sob determinadas circunstâncias, para que a impugnação oferecida por um dos
litisconsortes aproveite aos outros” (Comentários ao Código de Processo Civil, p. 308-309).
12 Cf. José Afonso da Silva, Do recurso adesivo no processo civil brasileiro, p. XV-XVI.
16
Cf. Athos Gusmão Carneiro, Observações sobre o recurso adesivo, RePro 18/161. “Em ou-
tras palavras, ao contrário do que sugere uma sadia política legislativa, o regime legal anterior
favorecia o prolongamento do processo, talvez desnecessário e nem sequer verdadeiramente
querido pelas partes” (José Carlos Barbosa Moreira, Comentários ao Código de Processo Civil,
p. 305).
17
Sérgio Rizzi, Recurso adesivo, RePro 30/256.
18 Cf. Comentários ao Código de Processo Civil, p. 306.
Nesse sentido, a lição de José Afonso da Silva, a qual, pela clareza e elegância, merece ser
20
transcrita: “O recorrente adesivo, em verdade, interpõe sua apelação, ou seus embargos infrin-
gentes ou seu recurso extraordinário, utilizando-se desse procedimento especial que lhe faculta
a lei. Como tal, o recurso adesivo não tem outra natureza do que o de procedimento especial
daqueles (...) recursos: modo especial de interpô-los” (Do recurso adesivo no processo civil
brasileiro, p. 117-118).
21
Cf. Sérgio Rizzi, Recurso adesivo, RePro 30/255.
22 Princípios fundamentais: teoria geral dos recursos, p. 265.
23
Nesse talvegue, Nelson Nery Júnior (Princípios fundamentais: teoria geral dos recursos, p.
268). Em sentido contrário, Leonardo José Carneiro da Cunha: “Na verdade, analisando-se cada
uma das hipóteses de extinção do processo sem julgamento do mérito, conclui-se pela impossi-
bilidade de o réu recorrer da sentença terminativa, dada a ausência de interesse recursal, res-
salvadas, apenas, as hipóteses em que haja error in procedendo, a permitir o aforamento do
apelo, pelo réu, para se obter a anulação do julgado, sendo despropositada sua reforma” (Sobre
o interesse do réu em recorrer da sentença terminativa, RDPC 22/777).
24 Cf. Manoel Caetano Ferreira Filho, Comentários ao Código de Processo Civil, p. 52. E como
bem explica José Carlos Barbosa Moreira: “O interesse em recorrer adesivamente afere-se da
função processual do recurso adesivo, que é a de levar à cognição do órgão ad quem matéria
ainda não abrangida pelo efeito devolutivo do recurso principal, que portanto ficaria preclusa em
não ocorrendo a adesão. Se o órgão ad quem já poderia conhecer da matéria ao julgar o primei-
ro recurso, em princípio deve negar-se ao recorrente adesivo o interesse em recorrer, por falta
de necessidade” (Comentários ao Código de Processo Civil, p. 317).
25
No México fala-se de apelación adesiva “para designar a apelação interponível pelo litigante
que, embora vitorioso, pretende obter do órgão ad quem decisão mais bem fundamentada que
a do órgão a quo, e com esse fim ‘adere’ ao recurso do vencido” (José Carlos Barbosa Moreira,
Comentários ao Código de Processo Civil, p. 310).
26
Cf. Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade Nery, Código de Processo Civil comentado, p.
857.
27 Comentários ao Código de Processo Civil, p. 52.
28
TJSC, Ap. cív. nº 32.389, rel. Des. Xavier Vieira, DJSC 22/01/1992. Na mesma esteira: “Não
há que se conhecer de apelo adesivo quando não ventila ele, objetivando-lhe a reapreciação
sob ângulo diverso, de matéria também enfocada no recurso principal, uma vez que a parte não
abordada pela sentença e nem atacada recursalmente pelo vencido, transita de imediato em
julgado. Pretendendo a parte insatisfeita fazer prevalecer o seu entendimento, impõe-lhe a lei
que deduza recurso autônomo e específico no prazo previsto na legislação processual, eis que,
fora isso, a insurgência adesivamente interposta fica sempre circunscrita à matéria agitada no
apelo principal” (TJSC, Ap. cív. nº 96.001018-1, rel. Des. Trindade dos Santos, DJSC 31/03/
2000).
29
Direito processual civil, p. 438.
30
Comentários ao Código de Processo Civil, p. 314.
31 Do recurso adesivo, p. 105.
32
Comentários ao Código de Processo Civil, p. 73.
33
STJ, 3ª Turma, REsp. nº 41.398/ES, rel. Min. Eduardo Ribeiro, DJU 23/05/1994. Na mesma
direção: “A subordinação do recurso adesivo prevista no art. 500, III, da Lei Instrumental Civil, é
a de existência e de juízo de admissibilidade positivo do recurso principal. Descabida a exigên-
cia de vinculação de mérito entre os recursos adesivo e principal” (STJ, 4ª Turma, REsp. nº
332.826/MG, rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, DJU 08/04/2002). E, ainda: “O artigo 500 do CPC
não impõe deva o adesivo contrapor-se unicamente ao tema impugnado no recurso principal,
pois a lei faz referência apenas à sucumbência recíproca, à interposição do recurso principal, ao
atendimento do prazo para oferecer as razões e ao conhecimento do recurso principal como
condição para o exame do adesivo” (STJ, 3ª Turma, REsp. nº 203.874/SC, rel. Min. Waldemar
Zveiter, DJU 09/04/2001). Por último: “O recurso do aderente não tem como requisito contrapor-
se diretamente à matéria suscitada no recurso principal, sendo, sim, oportunidade para que o
aderente, conformado com a sua sucumbência parcial, diante da interposição do recurso princi-
pal, procure reformar a sentença na parte em que decaiu” (STJ, 4ª Turma, REsp. nº 262.650/RS,
rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJU 18/12/2000).
34
Em sentido contrário, Marcos Salvador de Toledo Piza, segundo o qual a “permanência do
recurso adesivo no Código de Processo Civil não será motivo de retardamento do processo nem
será tampouco uma porta aberta à parte relapsa que perdeu o prazo para o recurso principal”
(Recurso adesivo, RT 490/258).
35
STJ, 5ª Turma, REsp. nº 39.303/SP, rel. Min. Assis Toledo, DJU 06/02/1995.
36
Cf. STJ, 4ª Turma, REsp. nº 9.806/SP, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJU 30/03/
1992. No mesmo sentido: “A parte que, fora do prazo legal, apresentar apelação, não pode
interpor recurso adesivo” (STJ, 1ª Turma, AGA nº 153104/SP, rel. Min. Garcia Vieira, DJU 02/03/
1998).
37 RT 597/124.
38
Recurso adesivo, p. 56. Exemplifica o autor: “Uma eventualidade também não muito remota
é a coexistência, de lado a lado, de recursos adesivos e principais. Se Caio aciona Tício para
haver a, b, c e d, concedendo-lhe a sentença apenas a e c, recorrendo principalmente apenas
quanto à denegação de b, ao mesmo tempo em que Tício coisa idêntica faz, irresignado somen-
te com a concessão de a, surgirá para ambas as partes, inicialmente conformadas com os
demais capítulos da sentença, o interesse em aderir ao recurso do adversário de cada uma,
para obter, Caio, d, e para recuperar, Tício, c” (Recurso adesivo, p. 34).
39 Cf. Pedro Miranda de Oliveira, O novo sistema recursal cível brasileiro, p. 46-47.
41
Cf. Pedro Miranda de Oliveira, O novo sistema recursal cível brasileiro, p. 41-42.
42
Cf. José Carlos Barbosa Moreira, O novo processo civil brasileiro, p. 126.
43
Como já visto, há casos em que se dispensa a sucumbência, ou seja, quando o vencedor tem
interesse em interpor a impugnação adesiva, mesmo que vencedor.
44
STJ, 1ª Turma, REsp. nº 123.153/SP, rel. Min. Milton Luiz Pereira, DJU 29/03/1999.
45 STJ, 1ª Turma, REsp. nº 182.159/MG, rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJU 01/07/
1999. No mesmo sentido: “Processual civil. Recurso adesivo. Preparo. Exigibilidade. Art. 500,
par. único, do CPC. 1. O preparo do recurso adesivo só será devido quando também o for para
o apelo principal. 2. Estando a municipalidade desobrigada do pagamento do preparo do seu
recurso, a parte que recorreu adesivamente não está sujeita a esse ônus. 3. Recurso especial
conhecido e provido” (STJ, 2ª Turma, REsp. nº 40.220/SP, rel. Min. Francisco Peçanha Martins,
DJU 21/10/1996).
46
Cf. STJ, 4ª Turma, REsp. nº 173.747/MG, rel. Min. Barros Monteiro, DJU 05/06/2000.
47 Comentários ao Código de Processo Civil, p. 54.
Cf. STJ, 2ª Turma, EDREsp. nº 171.543/RS, rel. Min. Nancy Andrighi, DJU 14/08/2000.
48
vo, impõe-se intimar a parte nele recorrida para oferecer contra-razões” (STJ, 3ª Turma, REsp.
nº 178.822/DF, rel. Min. Waldemar Zveiter, DJU 02/04/2001).
julgamento se inclui na competência do então criado STJ (art. 105, III)” (José Carlos Barbosa
Moreira, Comentários ao Código de Processo Civil, p. 565-566).
Dessa forma, o papel do recurso extraordinário no quadro dos recursos cíveis à luz da Constitui-
ção Federal de 1988 é exatamente o de ser um dos instrumentos – ao lado da ação direta de
inconstitucionalidade e da ação direta de constitucionalidade – através do qual o Supremo exer-
ce a sua função de guardião da Carta Magna.
51
É precisa a observação de Manoel Caetano Ferreira Filho referindo-se aos recursos excepci-
onais, quando constata que, “se o acórdão (desprezando aqui a possibilidade de recurso
extraordinário contra decisão de primeiro grau) proferido em única ou última instância acolher
128-129. Ainda, o mesmo autor: “Dêem-se aos bois os nomes adequados, e a paisagem de
imediato se aclara. Recurso especial em que se alegue violação de lei federal – presentes todos
os outros requisitos de admissibilidade – é recurso de que se conhece, e ao qual, depois, se dá
ou se nega provimento, conforme se verifique, respectivamente, que a lei foi ou não violada”
(Julgamento do recurso especial, ex art. 105, III, a, da Constituição Federal: sinais de uma
evolução auspiciosa, RF 349/81-82).
Eis a doutrina de Manoel Caetano Ferreira Filho, que pela clareza e elegância, merece ser
54
56
TJSC, RE nº 97.008373-4, rel. Des. Jorge Mussi, DJSC 26/03/2002.
57 Cf. Gleydson Kleber Lopes de Oliveira, Recurso especial, p. 305.
60
Cf. Carlos Silveira Noronha, Do recurso adesivo, p. 113.
61 Código de Processo Civil anotado, p. 290.
7 Conclusões
Bibliografia