Aula 3 Configurações de Barra PDF
Aula 3 Configurações de Barra PDF
Aula 3 Configurações de Barra PDF
a. Confiabilidade adequada para o sistema elétrico, requisito este garantido principalmente por uma
escolha bem avaliada de sua configuração de barra;
b. Facilidades e segurança para a sua manutenção, facilidades para ampliações, boa visibilidade de seus
componentes etc., requisitos estes garantidos principalmente por um projeto de arranjo físico bem
elaborado;
c. Equipamentos do pátio de manobras com suportabilidade suficiente para atender às solicitações do
sistema e
d. Sistema de comando e proteção atuando corretamente de forma segura e eficaz.
Configuração em barra dupla com disjuntor e Meio
A figura mostra a configuração de barra de um pátio de manobras em
barra dupla com disjuntor e meio.
O termo “configuração de barra” pode ser entendido como sendo a
maneira pela qual os equipamentos do pátio de manobras estão
conectados, ou seja, a conectividade elétrica da subestação.
Corte típico de arranjo físico em barra dupla com disjuntor e meio
A figura mostra uma planta de corte típico (projeto) do arranjo físico desta configuração. O termo “arranjo
físico” pode ser entendido como sendo a maneira pela qual os equipamentos do pátio de manobras estão
dispostos fisicamente de forma a atender, entre outras coisas, à configuração de barra previamente definida.
Entretanto, alguns autores utilizam o termo “arranjo físico” tanto para a conectividade elétrica da subestação
como para a disposição física dos equipamentos no pátio da subestação.
Configuração de barra dupla com disjuntor simples a quatro chaves.
Corte típico de arranjo físico em barra dupla com disjuntor simples a
quatro chaves
Disposição geral e arranjo físico dos pátios de manobras da SE Samambaia-DF
9
Configurações de Barra
▸ Ao longo da vida útil da subestação, o sistema no qual ela está inserida sofrerá as
consequências desta escolha.
▹ Em barra simples;
▹ E as configurações do tipo barra dupla disjuntor simples.
▸ Uma das principais características das configurações deste grupo é que as contingências
simples externas a elas, no geral, são menos severas do que as contingências simples
internas à subestação, onde normalmente ocorre grande perda de circuitos.
11
Configurações de Barra
▹ Em anel simples
▹ Em barra dupla com disjuntor e meio.
▹ Em anel simples
▹ Em barra dupla com disjuntor e meio.
seccionadoras.
ociosos durante grande parte do tempo (mais de 95% do tempo), dado que
só operam em emergências.
20
21
Barra Dupla com disjuntor Simples a Cinco Chaves – BD-Ds-5 ch
23
24 Barra Dupla e Transferência com disjuntor Simples a Três e Quatro
Chaves – BD-T
Para usinas hidrelétricas de grande porte e elevado
número de máquinas, porém com média potência
unitária, pode ser conveniente (ou necessário) se
evitar configurações que em emergências
aumentem os riscos para o sistema.
A figura 15 apresenta a configuração em barra
dupla e barra de transferência com disjuntor
simples a três e quatro chaves.
Barra Dupla e Transferência com disjuntor Simples a Três e Quatro
Chaves – BD-T
É importante observar que a utilização de chaves de bypassnos baysde linhas juntamente com uma barra auxiliar (terceira
barra) proporciona alta flexibilidade operativa, reduzido número de manobras sem a alteração na configuração normal de
operação da subestação para o caso de liberação de disjuntores de linhas para manutenções e reparos.
Como indicado, a barra auxiliar pode ter comprimento reduzido, suficiente para alcançar os bays de linhas. Há usinas
hidrelétricas de grande porte no Brasil que se utilizam de configurações similares à apresentada.
Embora seja um tipo de configuração de barra em desuso devido à necessidade de se adotar uma terceira barra, para
determinadas situações específicas esta solução pode se mostrar viável e competitiva com outros tipos de configuração de
barra.
25
26 Barra dupla seccionadas com disjuntor simples a quatro chaves
BDS-Ds 4 ch
A figura apresenta uma configuração de subestação
em barra dupla seccionadas com disjuntor simples a
quatro chaves.
Esta poderia ser a previsão de configuração final de
todas as subestações de transmissão (ou de boa parte
delas) em extra-alta tensão em barra dupla e disjuntor
simples a quatro ou cinco chaves.
Durante a fase de projeto, espaços deveriam ser
reservados para que no futuro, caso necessário, novos
equipamentos pudessem ser instalados, melhorando o
desempenho da subestação.
27
Anel Múltiplo - ANM
Para barras do sistema elétrico em que é necessário maior segurança e
disponibilidade, a configuração em anel múltiplo será mais adequada.
A figura 18 apresenta um tipo mais usual desta configuração.
Destaca-se que há várias subestações em 230, 345 e 500 kV com
configurações similares a esta em operação no sistema elétrico
brasileiro.
Anel Múltiplo - ANM
A configuração continua a ser econômica, conectam-se oito circuitos com apenas nove disjuntores. Neste porte, a instalação
de um segundo laço elétrico, contíguo ao primeiro, conduz à estabilidade da configuração.
As dificuldades relativas à expansão da subestação não é minorada em relação à configuração anterior.
Observa-se que para conectar as chegadas de linhas, pátio de transformadores e pátio de autotransformadores tirando-se o
melhor proveito da configuração, como mostrado na figura anterior, haverá necessidade de se utilizar cruzamentos de
circuitos. Este recurso pode introduzir certas dificuldades no projeto do arranjo físico e atrapalhar a visualização de
equipamentos durante ações de manutenções no pátio.
É importante também mencionar que a configuração não é simétrica, isto é, há dois terminais na subestação (TR-1 e TR-2)
que são protegidos por três disjuntores, enquanto que os demais por dois disjuntores. Nestes terminais, o ideal seria evitar a
conexão de linhas de transmissão, de unidades geradoras e de elementos de compensação de reativos que requeiram
manobras frequentes.
Na hipótese de se ter contingências duplas envolvendo estes terminais, haverá a separação de circuitos na subestação
(formação de ilhas elétricas no sistema), com consequências que podem ser severas para o sistema elétrico.
28
29
Barra dupla com disjuntor e Meio BD-D1/2
Embora no Brasil praticamente não tem sido utilizada, a configuração em barra dupla
com disjuntor e um terço, mostrada na figura, pode ser uma solução de menor custo que
a configuração em barra dupla com disjuntor e meio e propiciar também um
desempenho superior em relação às demais configurações apresentadas.
A sua utilização em subestações com elevados fluxos de potência, exemplo, em
subestações elevadora/manobra de usinas hidrelétricas, cujo número de máquinas seja
aproximadamente o dobro do número de linha de saída, poderia ser uma solução
técnico-econômica ótima.
Esta configuração pode levar vantagem em relação à configuração em barra dupla com
disjuntor e meio na condição de perda das duas barras, pois a separação de circuitos se
dá em menor grau, podendo acarretar um ilhamento elétrico menos severo. Ressalta-se
que em determinados países, como o Canadá, esta configuração é largamente
empregada em subestações de extra-alta tensão.
34
Barra dupla com disjuntor Duplo BD-Dd
Para subestações muito específicas, com reduzido número de bays e alta capacidade de
potência por bay, como por exemplo, em conexões de usinas nucleares, a configuração
em barra dupla com disjuntor duplo pode ser uma solução apropriada.
A figura ilustra a situação. É importante observar que nesta configuração não há
disjuntor de interligação de barras.
Embora esta configuração seja de alto desempenho, uma eventual perda das duas barras
(baixa probabilidade) provoca a perda total de conectividade na subestação, ficando,
sob este aspecto, em desvantagem em relação às configurações em barra dupla com
disjuntor e meio e barra dupla com disjuntor e um terço.
Um pátio com esta configuração de barra é de custo elevado e só deve ser aplicado
quando um estudo quantitativo criterioso embasar a decisão.
35
Barra dupla com disjuntor Duplo BD-Dd
As configurações com conectividade distribuída, apresentadas anteriormente, têm sido projetadas no Brasil, de maneira
geral, com os equipamentos dispostos entre os seus barramentos, como indicado nos diagramas unifilares.
Porém, é possível para a mesma configuração de barra se ter um arranjo físico diferente, com os equipamentos instalados
fora das barras, como indicado na figura.
36
Classificação qualitativa
de configurações de Barra
37
Barra dupla com disjuntor Duplo BD-Dd
Nem todos os atributos de uma dada configuração de barra são quantificáveis. Muitos deles são qualitativos com base na
experiência acumulada e nas práticas de projeto. Por isto, tem certa dose de subjetividade e a sua graduação pode variar,
dependendo do grupo de técnicos que a definem. Abaixo são definidos os atributos usualmente adotados para classificar as
configurações de barra.
a. Flexibilidade operativa – FO
Caracterizada pela capacidade de disponibilizar um componente do pátio de manobras para manutenção ou reparo com um mínimo
de manobras, preferencialmente sem perda de continuidade na subestação.
b. Facilidades para expansão – FE
Caracterizada pela capacidade de realizar conexões de novos bays na subestação com o menor número de desligamento possível e
com interferência mínima nos bays já instalados.
c. Simplicidade do sistema de proteção – SP
Caracterizada pelo reduzido nível de intertravamento entre os componentes de manobra do pátio e pela ausência ou reduzida
necessidade de transferências da atuação da proteção.
38
Comparação Qualitativa entre as configurações de Barra decritas
Subestações Isoladas
a Gás SF6 - GIS
40
Subestações isoladas a gás SF6 (GIS)
As subestações isoladas a gás SF6 (GIS) possuem posição de destaque quando é necessária a redução de área para
implantação de subestações, envolvendo desde subestações de distribuição, passando por subestações de transmissão em
extra-alta tensão, até subestações de usinas hidrelétricas, instaladas no interior de casas de forças.
As vantagens da subestação isolada a gás SF6, além da compactação, são baixas indisponibilidades de seus módulos, quando
comparados com equipamentos isolados em ar: baixa necessidade de manutenção e longa vida útil.
As unidades de transporte, ou até mesmo bays completos montados, são testadas na fábrica e possibilitam a redução de
tempo e custos de montagem e comissionamento.
Equipamentos GIS são, em geral, de construção modular, com invólucro fabricado em alumínio.
Todos os componentes, como disjuntores, barramentos, chaves de terra, secionadoras, transformadores de tensão,
transformadores de corrente e conexões são montados em invólucros aterrados com gás SF6 como meio dielétrico.
41
Subestações isoladas a gás SF6 (GIS)
Até a tensão de 170 kV, as três fases da GIS são montadas em um único invólucro, sendo que para tensões mais elevadas, os
invólucros podem ser monofásicos (fases segregadas), trifásicos ou a combinação dos dois.
Embora os tempos médios de reparos dos módulos de uma GIS sejam maiores do que os tempos para os equipamentos
isolados em ar, as taxas de falhas são menores, resultando em menores indisponibilidades dos módulos blindados.
A combinação desta vantagem com um arranjo físico adequado conduz a subestação GIS à melhores indicadores de
confiabilidade.
42
Subestações isoladas a gás SF6 (GIS)
A figura mostra um corte de uma subestação GIS com
configuração em barra dupla com disjuntor simples a três
chaves. O invólucro é mostrado em azul, as partes vivas em
vermelho e o volume isolado a gás em amarelo.
Os dois barramentos ➀ estão dispostos em posição elevada na
horizontal. Em seguida, em compartimento vertical, estão
localizadas as duas chaves seletoras ② de barras, que se
conectam ao disjuntor ③, instalado no piso em posição
horizontal. Em seguida o transformador de corrente ④,
sobreposto ao invólucro, a chave seccionadora com chave de
terra no lado da linha ⑤, o transformador de potencial ⑥,
chave de terra ⑦ e, finalmente, a bucha SF6/Ar ⑧.
43
Módulos Compactos
Uma solução intermediária entre subestação convencional, isolada a ar, e subestação isolada a gás SF6 é o equipamento
compacto híbrido.
Neste caso, os equipamentos são isolados a gás SF6, permitindo sua compactação, porém a conexão é feita por barramentos
isolados a ar.
Estes módulos híbridos proporcionam redução de espaço e podem proporcionar melhores indicadores de confiabilidade para
a subestação, dependendo de sua configuração de barra.
São principalmente aplicáveis para substituição de equipamentos danificados ou superados, mas também para novas
subestações, principalmente na distribuição de energia.
44
Módulos Compactos
A LEGISLAÇÃO E AS
SUBESTAÇÕES DO SISTEMA
ELÉTRICO BRASILEIRO
47
Referências de Configurações de Barra
O documento “Padrões de Desempenho da Rede Básica e Requisitos Mínimos para as suas Instalações” , em seu Submódulo
2.3, estabelece que:
a. Pátios de manobras de subestações da rede básica com tensão igual ou superior a 345 kV devem ser concebidos com configuração de
barra em barra dupla com disjuntor e meio.
b. Pátios de manobras de subestações da rede básica com tensão igual a 230 kV devem ser concebidos com configuração de barra em
barra dupla com disjuntor simples a quatro chaves.
c. As configurações de barra acima são definidas para a fase final. Na fase de implantação da subestação podem ser avaliadas
configurações mais simples, dependendo da configuração da rede básica, a serem analisadas pelo ONS. Porém, devem permitir a sua
evolução para as configurações padrões definidas, com as áreas adquiridas já na fase de implantação.
d. As configurações padrões são definidas para subestações convencionais, isoladas em ar. Podem ser aceitas para análise do ONS
configurações com tecnologias diferentes como, por exemplo, as subestações isoladas em SF6– GIS.
48
Referências de Configurações de Barra
Com base nos custos do banco de preços da Aneel, é possível realizar uma estimativa de custos destas subestações. Ressalta-
se que este banco possui custos para as configurações de barra mais usuais existentes no sistema elétrico brasileiro e
representa uma boa estimativa, uma vez que tem como base os custos reais praticados em instalações já construídas.
49
Referências de Configurações de Barra
Com base nos custos do banco de preços da Aneel, é possível realizar uma estimativa de custos destas subestações. Ressalta-
se que este banco possui custos para as configurações de barra mais usuais existentes no sistema elétrico brasileiro e
representa uma boa estimativa, uma vez que tem como base os custos reais praticados em instalações já construídas.
BIBLIOGRAFIA
[1] MAMEDE Filho, João Mamede. Instalações Elétricas Industriais. LTC, 2002.
[2] MAMEDE Filho, João Mamede. Manual de Equipamentos Elétricos. Ed. 3. Rio de Janeiro: LTC,2005.
[3] NORMAS TÉCNICAS. NBR 14039 – Normas Abnt: Instalações Elétricas de Média Tensão de 1,0kV à 36,2 kV. Rio
de Janeiro, 2003.
[4] NORMAS TÉCNICAS. NBR 6548 – Normas Abnt: Eletrotécnica e Eletrônica, Transmissão de Energia Elétrica em
Corrente Contínua de Alta Tensão. Rio de Janeiro, 1981.
[5] NORMAS TÉCNICAS. NBR 7094 – Normas Abnt: Disjuntores de Alta Tensão. Rio de Janeiro, 1994.
[6] NORMAS TÉCNICAS. NBR IEC 60439-1: Conjunto de Manobra e Controle de Baixa Tensão. Rio de Janeiro, 2003.
[7] COPEL, Companhia Paranaense de Energia Elétrica. NTC 841001. Projeto de Redes de Distribuição Urbana. Ed.
3. Curitiba: Copel, 1999.
[8] COPEL, Companhia Paranaense de Energia Elétrica. NTC 841000. Projetos de Redes de Distribuição Compacta
protegida. Ed. 1. Curitiba: Copel, 1997.
EDERSON ZANCHET
Especialista em docência no ensino superior - FAG
Engenheiro de Controle e Automação - FAG
Departamento de Engenharia – FAG
Docente Disciplina de Eletrônica Industrial e de Potência