Fisiopatologia Da Morte de Jesus Cristo
Fisiopatologia Da Morte de Jesus Cristo
Fisiopatologia Da Morte de Jesus Cristo
Além disso, foi colocada uma túnica sobre seus ombros (um velho manto
de soldado, que fazia às vezes da púrpura com que se revestiam os reis,
"clámide escarlate"), e uma cana, parecida com o junco do Chipre e da
Espanha como cetro em sua mão direita.
CRUCIFICAÇÃO
O suplício da cruz é de origem oriental. Foi recebido dos persas, assírios e caldeus pelos gregos,
egípcios e romanos. Modificou-se em várias formas no transcurso dos tempos.
Em princípio o instrumento de agonia foi um simples poste. Em seguida se fixou na ponta uma
forca (furca), na qual se suspendia o réu pelo pescoço. Depois se adicionou um pau transversal
(patibulum), tomando um novo aspecto. Segundo a forma em que o pau transversal ficasse suspenso
no pau vertical, originaram-se três tipos de cruzes:
A crux decussata. Conhecida como cruz de Santo André, tinha a forma de X.
A crux commissata. Alguns a chamam cruz do Santo Antônio, parecia-se com a letra T.
A crux immisa. É a chamada cruz latina, que todos conhecemos.
Obrigou-se Jesus, como era o costume, a carregar a cruz desde o poste de flagelação até o lugar da
crucificação. A cruz pesava mais de 300 libras (136 quilogramas). Somente o patíbulo, que pesava
entre 75 e 125 libras, foi colocado sobre sua nuca e se balançava sobre seus dois ombros.
Com esgotamento extremo e debilitado, teve que caminhar um pouco mais de meio quilômetro
(entre 600 a 650 metros) para chegar ao lugar do suplício. O nome em aramaico é Golgotha,
equivalente em hebreu a gulgolet que significa “lugar da caveira”, já que era uma protuberância
rochosa, que teria certa semelhança com um crânio humano. Hoje se chama, pela tradução latina,
calvário.
Antes de começar o suplício da crucificação, era costume dar uma bebida narcótica (vinho com
mirra e incenso) aos condenados; com o fim de mitigar um pouco suas dores. Quando apresentaram
essa beberagem a Jesus, não quis bebê-la. O que poderia mitigar uma dor moral e física tão intensa,
quando seu corpo, todo policontundido, só esperava enfrentar seu último suplício, sem alívio algum,
com pleno domínio de si mesmo?
Com os braços estendidos, mas não tensos, os pulsos eram cravados no patíbulo. Desta forma, os
pregos de um centímetro de diâmetro em sua cabeça e de 13 a 18 centímetros de comprimento,
eram provavelmente postos entre o rádio e os metacarpianos, ou entre as duas fileiras de ossos
carpianos, ou seja, perto ou através do forte flexor retinaculum e dos vários ligamentos intercarpais.
Nestes lugares seguravam o corpo.
Os pés eram fixados à frente do estípede (pequena pirâmide truncada) por meio de um prego de
ferro, cravado através do primeiro ou do segundo espaço intermetatarsiano. O nervo profundo
perônio e ramificações dos nervos médios e laterais da planta do pé foram feridos.
Esta manobra colocaria o peso total do corpo nos tarsais e causaria tremenda dor.
Mais ainda, a flexão dos cotovelos causaria rotação nos pulsos em torno dos pregos de ferro e
provocaria enorme dor através dos nervos lacerados. O levantar do corpo rasparia dolorosamente as
costas contra a trave. Como resultado disso, cada esforço de respiração se tornaria agonizante e
fatigante, eventualmente levaria à asfixia e finalmente a seu falecimento.
Era costume dos romanos que os corpos dos crucificados permanecessem longas horas pendentes da
cruz; às vezes até que entrassem em putrefação ou as feras e as aves de rapina os devorassem.
Portanto antes que Jesus morresse, os príncipes dos sacerdotes e seus colegas do Sinédrio pediram a
Pilatos que, segundo o costume Romano, mandasse dar fim aos justiçados, fazendo com que lhe
quebrassem suas pernas a golpes. Esta bárbara operação se chamava em latim crurifragium (Jo 20,
27).
As pernas dos ladrões foram quebradas, mais ao chegar a Jesus e observar que já estava morto,
deixaram de golpeá-lo; mas um dos soldados, para maior segurança, quis dar-lhe o que se chamava
o "golpe de misericórdia" e transpassou-lhe o peito com uma lança.
Com esta análise, ainda que seja conjectura, aproximamo-nos mais da causa real de sua morte.
Interpretações que se encontram dentro de um rigor científico quanto a sua parte teórica, mas não
são demonstráveis com análise nem estudos complementares.
As mudanças sofridas na humanidade de Jesus Cristo foram vistas à luz da medicina, com o fim de
encontrar realmente o caráter humano, em um homem que é chamado o filho de Deus, e que
voluntariamente aceitou este suplício, convencido do efeito redentor e salvador para os que criam
nEle e em seu evangelho.
REFERÊNCIAS
1. Sermo de Passione
2. São Justiniano, Dial, c, Tryph, 97,98,104, e apol, 135; Tertuliano, adv. Marc,
3. Camargo Rubén. Jornal El Heraldo. B/quilla, Col 1990
4. Rev. Med. Jama 1986;255;1455-1463
5. Fragm, 16
6. Tractac in Joan, 36,4 - De obitu Theodos, 47 e 49
7. Séneca,Epist,101; Petronio, Sat 3,6; Eusebio, Hist,eccl,8,8
8. Carta Apostólica Salvifici Doloris 1984
9. Louis Claude Fillion. Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tomo III
Rubén D Camargo R .MD
E-mail: [email protected]
http://www.fluvium.org/textos/lectura/lectura407.htm