6º Ano Português
6º Ano Português
6º Ano Português
Todo avô toma remédio, usa dentadura e tira soneca depois do almoço. O meu, não. Não
toma pílula nem xarope. E, à tarde, fica acordado, brincando comigo. Dentadura? Isso ele usa. Mas,
de resto, é diferente.
Minha avó também não é igual às outras. Enquanto toda avó borda e faz bolo de chocolate,
ela só costura para fazer remendos nas roupas e só cozinha no fim de semana. E quase nunca está
em casa. De calça comprida (enquanto todas as avós do mundo usam saia), sai cedinho para
trabalhar e nos deixa sozinhos.
Daí, o guarda-roupa dela vira elevador. Basta eu entrar e me sentar nas caixas de sapatos
para vovô encostar as portas e, como ascensorista, anunciar:
– Primeiro andar! Roupas e bonecas. Segundo andar! Balas de goma, móveis e crianças
perdidas...
A parede da sala é transformada em galeria de arte com pinturas emolduradas em fita crepe
e, o tapete, em tablado de exposição de botões raros, que jamais combinariam com qualquer roupa
normal.
Ao cair da tarde, na garagem vazia, enquanto o papagaio e os cachorros conversam
misturando latidos, uivos e risadas, ele espalha alguns pedacinhos de papel pelo chão. É a
brincadeira do Pisei.
–Hã? Como assim? Pergunto. Essa é nova.
Vovô explica sua invenção:
– Memorize onde estão os papéis. Feche os olhos e comece a caminhar. Tente pisar em cima
deles. Pode ir perguntando "Pisei?" para facilitar. Ganha o jogo quem pisar em mais pedaços.
Eu começo.
– Pisei? Pergunto, dando o primeiro passo, apertando os olhos.
– Não!
– Pisei? Insisto mais uma vez, depois de caminhar um tiquinho.
– Não!
Ouço um barulho de chaves. Vovó chega, cansada, do trabalho. Diz "Oi". Sei que é para mim,
mas não posso abrir os olhos para responder. É quebra de regra.
– Tudo bem, vó? Quer brincar de Pisei? Convido.
– Agora, não, minha riqueza. Vovó vai descansar.
Vovô continua a me guiar, já sentado na cadeira de praia, lendo o jornal. Não vi, mas escutei
o barulho dela sendo armada e das folhas nas mãos dele.
Sigo.
– Pisei? Pisei? Pisei?
E nada.
Sinto meus pés tropeçarem em algo. Abro os olhos. Vovô, à minha frente, de braços abertos,
pronto para um abraço de vitória.
– Mas eu não pisei em nenhum papelzinho, vô, digo, meio desanimada, mas já engalfinhada
e feliz, nos braços dele.
– O vento foi levando tudo para o cantinho do portão, ele explica, sorrindo.
– E por que o senhor não me avisou? A gente poderia ter colado os pedacinhos no chão e
recomeçado...
– Porque eu queria que a brincadeira terminasse com você perto de mim.
(Texto adaptado. Edição especial com uma seleção de 27 contos para ler com crianças e adolescentes. Obras inéditas
de Tatiana Belinky, Pedro Bandeira, Ricardo Azevedo e Moacyr Scliar - Índice da edição especial - Junho 2012 – Nova
Escola.)
8) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por serem oxítonos:
a) paletó, avô, pajé, café, jiló
b) parabéns, vêm, hífen, saí, oásis
c) você, capilé, Paraná, lápis, régua
d) amém, amável, filó, porém, além
e) caí, aí, ímã, ipê, abricó
10) Sabendo-se que os numerais podem ser cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários,
podemos dar os seguintes exemplos:
a) uma (cardinal), primeiro (ordinal), leão onze (multiplicativo) e meio (fracionário).
b) um (cardinal), milésimo (ordinal), undécuplo (multiplicativo) e meio (fracionário).
c) um (ordinal), primeiro (cardinal), leão onze (multiplicativo) e meio (fracionário).
d) um (ordinal), primeiro (cardinal), cêntuplo (multiplicativo) e centésimo (fracionário),
e) um (cardinal), primeiro (ordinal), duplo (multiplicativo), não existindo numeral denominado
fracionário.
11) Classifique os encontros vocálicos conforme o código abaixo, em seguida, assinale a alternativa
que apresenta a sequência correta:
D – Ditongo ( ) caixa
T – Tritongo ( ) mãe
H – Hiato ( ) saúde
( ) cajueiro
a) D – T – H – D
b) D – H – H – T
c) D – D – H – T
d) H – T – D – D
e) T – H – D – D
Leia o texto:
O Sapo e a Borboleta
Dorival Pedro dos Santos. O livro dos acrósticos. Osasco (SP): Oriente das Acácias, 1994
12) No texto acima, podemos destacar três paroxítonas terminadas em ditongo. São elas:
a) batráquio, anfíbia, língua
b) brejos, anfíbia, língua
c) anfíbia, língua, espaço
d) batráquio, matagais, língua
e) guarida, respondeu, língua
13) Associe os verbos da coluna da direita aos verbos da coluna da esquerda de que são antônimos.
Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos
os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das
seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o
com seu passinho saltitante de volta à casa. A vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que
passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos
mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu
dono apontava lá longe. Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa
que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele
único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-
amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até chegar
o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto
de espera. O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a
esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando àquela hora ele
disparava para o compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se
esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares
voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era
jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas
quem esse cachorro está esperando?…Uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para
aquela direção.
17) Relacione as palavras destacadas nas frases com a classe gramatical correspondente,
associando as colunas. Em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
A) O cão ficou velho.
B) O jovem partiu para a guerra.
C) Havia duas pessoas na esquina.
D) Ele andou depressa até a praça.
E) O cãozinho voltou para casa.
F) Olá! Quem é você?
G) O soldado era jovem.
H) O cão nunca esqueceu seu dono.
( ) Advérbio
( ) Interjeição
( ) Preposição
( ) Substantivo
( ) Adjetivo
( ) Numeral
( ) Verbo
( ) Artigo
a) G – E – F – A – D – C – B – H
b) D – F – E – A – G – C – B – H
c) D – A – E – F – C – G – B – H
d) D – A – E – F – B – C – H – G
e) G – H – E – B – D – C – A – F
18) Classifique os pronomes destacados nas frases a seguir, marcando a opção que apresenta a
classificação correta respectivamente:
Seu dono não voltou, mas o cachorro nunca deixou de espera-lo__________________)
Esse texto nos conta uma história emocionante. ( _____________________ )
Ninguém mais se lembrava do jovem soldado. ( _____________________ )
Muita gente conhecia o cachorro e lhe fazia festinhas. ( _____________________ )
a) Possessivo; Demonstrativo; Indefinido; Pessoal do caso reto
b) Possessivo; Demonstrativo; Interrogativo; Pessoal do caso oblíquo
c) Possessivo; Demonstrativo; Indefinido; Pessoal do caso oblíquo.
d) Pessoal do caso reto; Indefinido; Interrogativo; Pessoal do caso oblíquo.
e) Pessoal do caso reto; Demonstrativo; Interrogativo; Pessoal do caso oblíquo.
19) Acerca da passagem do texto "A disciplina do amor": "Só o cachorro já velhíssimo (era jovem
quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina", podemos afirmar que:
a) a palavra jovem é classificada como substantivo nas duas ocorrências.
b) a palavra jovem é classificada como adjetivo nas duas ocorrências.
c) a palavra jovem é muda de sentido em cada uma das situações, passando a significar coisas
diferentes.
d) na primeira ocorrência ("era jovem"), é substantivo simples.
e) na primeira ocorrência ("era jovem"), é adjetivo; na segunda ("quando o jovem partiu"), é
substantivo.
20) Sobre o uso da crase, marque V ou F na coluna abaixo e, em seguida, assinale a opção que
apresenta a sequência correta:
( ) Não se usa crase antes de substantivos masculinos.
( ) Não se usa crase antes de pronomes pessoais.
( ) Não se usa crase antes de verbos no infinitivo.
( ) Não se usa crase nunca antes substantivos femininos.
a) V – V – V – V
b) V – F – V – F
c) V – F – F – V
d) V – V – V – F
e) F – V – V – F