1 - Ejì Ogbè PDF
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Eji Ogbè
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Baba Èjí Ogbè
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Baba Èjí Ogbè
Essência
a) Èjí Ogbè é conhecido como o primeiro Odù a se manifestar no àiyé, embora não seja necessariamente o mais velho, títulos
que a princípio pertenceriam a Îyûkú Meji e Òfún Meji. Èjí Ogbè representa o àba (ideação cósmica, “plano” de Olódúmarè
para o Universo) agindo na matéria branca, violenta e não diferenciada representada por Òfún, que emanou da “não-
matéria”, escura e misteriosa representada por Îyûkú. Por ser o primeiro Odù a “chegar” ao àiyé, Èjí Ogbè está associado à
vanguarda e à liderança. A ideia de que Èjí Ogbè carrega os planos de Deus para o Universo manifesto alude à inteligência, à
criação de um propósito; por isso se diz: “ Èjí Ogbè cria um caminho”; um meio especìfico para que a Vontade Divina se
cumpra em Sua manifestação cognoscível.
b) Em seus caminhos nasce Orí (consciência, livre arbítrio e potencial para sabedoria); a sabedoria; a precocidade de algumas
crianças; o ato de inverter posições para gerar esquecimento (?); o sistema respiratório, a coluna vertebral; os vasos
sanguíneos; o sistema linfático; o ìtá de Òrìñà, a sacralização de algumas árvores, o poder de obì, a caixa torácica, o sistema
nervoso central, a cobrança de honorários, os mensageiros do îrun que observam nossas ações, a denúncia anônima; o livre
arbítrio.
c) Os mitos contam que Èjí Ogbè foi mandado ao àiyé por Olódúmarè para promover a salvação de seus pais (e por extensão,
da humanidade). O conceito universal de messias se aproxima desse fato. O importante é saber que Èjí Ogbè traz concórdia,
paz e entendimento, quando os corações se abrem para essas bênçãos. Os ìtan também relatam o dia a dia de Èjí Ogbè,
revelando que à sua casa sempre chegavam pessoas com os mais diversos problemas, em busca de auxílio e orientação.
Essas características desse Odù apontam para a possibilidade de missão, quer seja religiosa ou assistencial.
d) Esse é o Odù Ìfá que ensina que os Ajogún não matam aqueles que o alimentam.
e) Ìfá ensina que Èñù (além de Orí, é claro), é o melhor amigo que uma pessoa pode ter. Èñù acompanhará o bom devoto,
favorecendo-o em oportunidades, lhe protegendo e instruindo; mas Èñù exigirá cuidados, consideração e gratidão por parte
do devoto. Èjí Ogbè deixa claro que ao amigo de Èñù, não faltará bênçãos.
f) Èjí Ogbè é o Odù que nos encoraja a encarar a morte sob um ponto de vista espiritual. Ele avisa que tudo aqui é
passageiro, que em breve nos reencontraremos com nossos parentes do îrun. Ìfá nos ensina aqui que o lugar de onde viemos
é o mesmo para onde retornaremos, e que as dificuldades da vida nos forçam a “olhar” para Olódúmarè. Em razão de todos
esses ensinamentos, Èjí Ogbè nos avisa a manter um comportamento honroso, sábio e bondoso, pois será isso que
ofereceremos a Olódúmarè quanto regressarmos ao îrun.
g) Foi nos caminhos desse Odù que Orí adquire seu àpèrè (suporte). Ìfá nos avisa que teremos sonhos e aspirações, mas que
precisaremos buscar pelos meios que tornarão possível a realização dos mesmos. Ìfá nos aconselha a estarmos completos
(em sem tratando de ita) para que tenhamos reais chances de alcançar nossos objetivos. Ìfá também nos avisa que durante o
processo de preparação pessoal devemos ter em mente a prioritária necessidade de busca pela sabedoria divina. Ìfá avisa que
sem tal sabedoria não estaremos “completos”, e dessa forma não obteremos sucesso em nenhum de nossos assuntos.
h) Nesse Odù, Olófin determinou que no corpo humano, Cabeça seria o líder, e os demais membros deveriam segui-lo e
obedecê-lo. Essa é uma alusão à necessidade de sucumbir à sabedoria os impulsos inferiores, que não raro nos trazem
consideráveis problemas. Oferendas a Orí favorecerão o autocontrole e a percepção daquilo que se deve ou não fazer em
dadas circunstâncias.
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i) Ìfá ensina que a manutenção de uma conduta nobre nos favorecerá em todos os aspectos da vida. Ele nos avisa que novos
desafios ou dificuldades se aproximam, e nos sentiremos tentados a agir de maneira a favorecer nosso sucesso, mesmo que
isso deponha contra nossa própria consciência. Ìfá diz que Olódúmarè acompanhará e abençoará aquele que não mudar sua
conduta, que se mantiver digno e correto, mesmo quando tudo pareceria mais fácil se ele assim não agisse.
j) Èjí Ogbè nos fala sobre a dificuldade de encontrarmos um sacerdote qualificado para tratar de nossos assuntos espirituais.
Esse fato sugere a necessidade de prudência antes de assumir compromissos religiosos, e sob outro ponto de vista também
pode ser entendido como um incentivo a se tornar o sacerdote raro que nós mesmos procuraríamos.
l) Foi nesse Odù que o Sol recebeu o nome de “Aquele que é conhecido por todos”. Ìfá diz que essa pessoa obterá fama e
destaque em seu meio, e que deve fazer as oferendas e os preceitos prescritos, para que dessa fama advenha diversas
bênçãos em sua vida. Ìfá revela que essa pessoa tem um profundo desejo de realizações, e que ele a auxiliará a realizá-los.
m) Esse Odù tem uma conotação ecológica, pois revela que as queimadas foram as principais responsáveis por Òñàlá ter
voltado ao îrun. Sob um ponto de vista simbólico, Ìfá nos alerta para a possibilidade de algumas situações nos gerarem tanto
desconforto, que chegaremos à conclusão que o melhor a fazer para nosso próprio bem estar é partir.
n) Èjí Ogbè é o Odù que explica o caráter ambíguo de Èñù, revelando entre outras coisas que ele incita a compaixão no
carrasco.
o) Nesse Odù aprendemos que a água é a primeira e mais importante oferenda ritual, pois simboliza a matéria primordial de
onde nasce toda a vida, e que em si contém todas as possibilidades.
p) Baba Èjí Ogbè é o Odù através do qual Ìfá nos ensina que não existem fatos isolados. Se um fato existe, ele deve sua
existência a outro; tudo está mais ou menos correlacionado. Essa sabedoria deve nos inspirar a buscar a causa existente
entre tudo aquilo que percebemos. A reflexão sobre a causa última há de nos transportar a outro nível de percepção da
realidade, a ponto de termos melhor domínio sobre nossas ações, pois estaremos mais cônscios de que as mesmas
certamente produzirão resultados.
q) Èjí Ogbè é o Odù que explica a situação em que uma pessoa faz oferendas constantes durante um bom tempo, sem ver as
devidas respostas às suas súplicas. Ìfá ensina aqui que essa pessoa está sendo testada. Ele diz que para essa pessoa,
desfrute e fé devem andar de mãos dadas. Ele assegura diversas bênçãos ao devoto que não perder a fé, mesmo quando as
coisas não acontecem como ele espera ou deseja. Se mantivermos o correto comportamento, teremos a oportunidade de
realizar grandes feitos nesse mundo.
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Ire
a) Ìfá ensina aqui que há uma estreita relação entre conduta pessoal e prosperidade. Inicialmente Èjí Ogbè não possuía o
status de líder entre os Odù, mas oferendas realizadas e ações piedosas o qualificaram para tal. Isso significa que além de
fazer ëbö, será preciso conduzir nossa vida no caminho da retidão, da bondade e da compaixão. Ìfá assegura que se esse
comportamento for adotado, Èñù providenciará excelentes oportunidades para que possamos atingir a prosperidade.
b) Ìfá avisa que nos depararemos com situações novas e inusitadas que estarão relacionadas à nossa prosperidade. Isso
poderá ser um novo emprego, uma nova função ou qualquer situação que se encaixe no contexto. Ìfá avisa que poderemos
ter êxito nessa nova empreitada, conseguindo sucesso e ganhos materiais, principalmente se fizermos oferendas a Àirà.
c) Ìfá nos avisa que há um lugar onde as pessoas estão satisfeitas com o que têm, embora não conheçam tudo aquilo que
podemos fazer por elas. Ìfá diz que se formos a esse lugar, levaremos a essas pessoas mais benefícios do que elas estão
acostumadas. A consequência disso será positividades para as pessoas em questão, e consideráveis bênçãos para nós
mesmos. Ìfá nos aconselha fazermos encantamentos com batata-doce para atingir esses objetivos.
d) Nos caminhos de Èjí Ogbè é possível conceber um filho após idade avançada, quando não se espera mais por essa bênção.
Ìfá assegura, nos caminhos de Olófin e Olókun, que a pessoa para quem aparecer esse Odù viverá até conhecer seus netos.
Além do sentido literal, é prudente considerar a hipótese de que os projetos pessoais mais caros, mesmo que ao longo da
vida não tenham encontrado um caminho para se manifestarem, poderão fazê-lo depois que a idade madura é alcançada.
Esse fato por si só justifica a manutenção da fé, assim como o aprimoramento pessoal, para que ao chegar o momento, tudo
possa de fato ser considerado uma bênção.
e) O correto planejamento é essencial para que haja sucesso quando esse Odù aparece. Fazer alguma coisa apenas porque há
o desejo de fazer não levará a nada. A derrota e a vergonha estarão esperando aqueles que se colocarem num caminho, sem
saber qual a distância a ser percorrida nem os percalços que caminho em questão oferecerá. Ìfá assegura maiores chances de
sucesso àqueles que se preparam com consultas prévias, oferendas e ações inspiradas por seus conselhos.
f) Através de Èjí Ogbè, Ìfá enaltece a importância do trabalho. Ele deixa clara a importância que a labuta tem em nossa vida,
e também avisa àqueles que não fazem esforços durante a juventude, que não terão razão para reclamar na velhice. De
forma cabal Ìfá evidencia que o trabalho é um dever de todos, pois afirma que “um preguiçoso não merece comer ”!
g) Ìfá nos avisa que as bênçãos do îrun estão procurando nossa casa no àiyé, mas elas só encontrarão o caminho se Èñù
assim o permitir. Ìfá também diz que um comportamento irritadiço pode descontentar Èñù, que propositadamente usará seus
meios para impedir que as bênçãos em questão nos encontrem. Ìfá nos aconselha realizar oferendas adequadas a Èñù, além
de manter um comportamento mais tranquilo e controlado, para que não percamos situações consideravelmente benéficas
que podem chegar a nossa vida a qualquer momento.
i) Ìfá nos fala aqui sobre uma viagem que pretendemos fazer. Ele afirma que se antes de viajarmos não fizermos as oferendas
prescritas, essa viagem será sinônimo de perdas. Ìfá diz que aquilo que poderemos perder devido a essa viagem dificilmente
será recuperado no futuro.
j) Através desse Odù os pais podem ter um papel decisivo na prosperidade do filho, se quando a criança ainda for pequena
oferendas forem feitas a Îrúnmìlà ou ao Ûlûdà da mesma, dependendo da orientação de Ìfá a esse pormenor.
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i) Através de Baba Èjí Ogbè, Ìfá nos ensina o valor de uma família. Ele revela que precisamos nos esforçar em nome de nossa
descendência, pois essa é mais importante que uma mulher ou prosperidade. Ìfá ensina que tanto a mulher como a
prosperidade são volúveis, e não se pode contar com elas em todos os momentos; mas a descendência é garantia que nossa
semente continuará indefinidamente. Devido a essa orientação, será sábio colocar a descendência como um dos principais
objetivos de nossa vida.
j) Talvez o melhor presságio de sucesso desse Odù seja o fato de que em seus caminhos Îrúnmìlà vem ao àiyé, com o
propósito claro de trazer e espalhar bênçãos nesse mundo. Ìfá avisa que no àiyé há energias negativas, que tentam frustrar
os planos superiores de abençoar as criaturas, mas Ìfá também diz que Îrúnmìlà conhece os caminhos que inequivocamente
trazem coisas boas a esse plano de existência. Tudo isso significa que por maiores que sejam as dificuldades encontra das, o
sucesso material se fará presente àqueles que seguirem os conselhos de Ìfá e descobrirem quais são esses abençoados
caminhos.
i) Ìfá diz que aqui há o medo secreto de chegar ao fim da vida sem realizar os planos pessoais ou ter acesso às bênçãos de sse
mundo Baba Èjí Ogbè é o Odù através do qual Ìfá nos orienta no sentido de não choramingarmos por nossas dificuldades. Ao
invés disso devemos fazer ëbö e depositar nossa confiança nas Divindades, pois elas nos garantirão diversas bênçãos se
agirmos dessa maneira. Ìfá assegura aqui que o devoto não morrerá pobre, nem passará pelo mundo sem conhecer coisas
boas, desde que ele pare de choramingar e faça com fé as oferendas prescritas.
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Ibi
a) Ìfá nos avisa sobre Ìbáwijî. Os motivos de tais conflitos podem ser os mais diversos, mas oferendas a Èñù ajudarão em
todos eles.
b) Apesar de evocar espiritualidade, Èjí Ogbè é um Odù de inimigos. Em seus caminhos nasce a denúncia anônima, motivada
pela inveja e desejo premeditado de prejudicar. Ìfá fala sobre os problemas que poderemos ter por não cobrar nada ou muito
pouco por nossos serviços. Apesar dessa considerável negatividade, Ìfá assegura proteção e justiça àqueles que se
mantiverem no caminho de retidão e cumprimento do dever.
c) Sucesso e inimizades andam de mãos dadas nesse Odù. Ìfá avisa que infelizmente um conduzirá ao outro. Uma das
características da inimizade é o desejo dos inimigos de nos destruírem, simplesmente por quererem ter sucesso onde outros
falharam. Ìfá aconselha oferendas a Èñù e Îrúnmìlà para obter proteção pessoal.
d) Por ser o líder entre os Odù Ìfá, é natural que a presença de Èjí Ogbè favoreça a liderança, em seus mais diversos
aspectos. O importante aqui é salientar que tal liderança pode ocorrer de forma precoce, o que irritará aqueles que se
consideram mais aptos à mesma. Em função desse fato, Ìfá nos orienta a fazermos ëbö, para que possamos vencer as
oposições que tentarão obstruir nosso caminho à vitória.
e) Ìfá nos avisa que problemas se aproximam. Devemos estar preparados para brigas, intrigas e discussões. Mas Ìfá também
deixa claro que tais situações visam nosso aprimoramento e crescimento como seres humanos. Devemos aproveitar toda
oportunidade para crescer e nos aproximarmos espiritualmente de nossos mentores. Ìfá aconselha oferendas a Ògún e
Îsànyìn para que a situação não fuja de nosso controle.
f) Ìfá nos avisa que infelizmente a difamação estará em nossos caminhos. Encontraremos difamadores em casa e na rua;
familiares e estranhos falarão mal a nosso respeito. Ìfá afirma que Òrìñà exigirá justiça, mas devemos fazer nossa parte
através de nossas atitudes e pensamentos, que sempre devem ser contrárias às mentiras que dirão a nosso respeito. Ìfá
aconselha oferendas a Ògún e Òñàlá para que possamos vencer nossos difamadores.
g) Ìfá nos avisa que as constantes tentativas e falhas de nossos inimigos em nos destruir podem levá-los a se unir para esse
propósito. Nesse caso eles se tornarão consideravelmente fortes, e poderão atingir seu objetivo se não tomarmos os cuidados
necessários. Para essa situação Ìfá aconselha oferendas a Èñù e Òrìñà Òkè.
i) Quando em ibi, Èjí Ogbè nos fala sobre a resistência que encontraremos em um lugar que pretendemos ir ou nos instalar.
Ìfá avisa que nos tratarão com hostilidade e desrespeito, mas ele também afirma que brigar com o povo de tal lugar não
atrairá nenhum benefício. Se as oferendas corretas forem executadas, Ìfá afirma que Èñù nos protegerá.
j) Ìfá nos fala aqui sobre uma disputa sem sentido, em que os lados envolvidos insistem em se considerar mais importantes.
A sabedoria de Ìfá nos ensina que tudo tem sua importância, e que todas as partes de uma engrenagem são essenciais para o
correto funcionamento de um organismo. Oferendas apaziguantes favorecerão o despertar dessa consciência, o que por si só
determinará o final do conflito em questão.
h) Ìfá nos avisa que um ancião terá sua capacidade de comando questionada, e as pessoas desejarão que ele abdique de sua
posição em favor de um líder mais novo. Ìfá avisa que esse novo líder ainda está despreparado, e se ele assumir agora as
funções do ancião, não demorará até que as pessoas tenham saudade do antigo líder.
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i) Ìfá afirma aqui que nós conseguiremos uma posição de destaque ou liderança em nossa vida, mas infelizmente conspirarão
para nos derrotar ou minar nossa influência. Ele diz que teremos amplas chances de vitória se fizermos as oferendas
prescritas, e também se nos tornarmos essenciais à vida daqueles que comandamos ou lideramos, assim como a água é
essencial na vida de todos os seres vivos.
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Comportamento
a) Como já foi visto, Orí “nasce” nesse Odù. Isso representa o potencial para inteligência e posterior sabedoria. Quando em
ire, Ìfá avisa que a presença dessas características atrairá a resolução adequada para diversos problemas; mas quando em
ibi, esse Odù representa os aspectos negativos da inteligência, como a arrogância, orgulho e descrença.
b) Ìfá fala sobre o desejo natural de auxiliar e orientar outras pessoas. Os filhos desse Odù possuem essa característica, e
deveriam sempre deixá-la agir.
c) Èjí Ogbè fala sobre a boa cabeça, aquela que houve os conselhos que lhe são dados e sente a necessidade de segui-los.
Esse foi o comportamento de Palmeira num dos ìtan desse Odù, e devido a esse fato se diz que uma pessoa alta terá boa
sorte quando Èjí Ogbè se manifesta, e o oposto poderá ocorrer a uma pessoa de baixa estatura. É provável que recebamos
conselhos de pessoas desconhecidas, ou que não possuam um grande conhecimento sobre nossos problemas mais sérios. É
preciso considerar com muita seriedade a possibilidade de seguir tais conselhos.
d) Esse Odù fala sobre a preocupação que os pais devem ter em relação à honra ou ao nome de seus filhos. Ìfá diz que os
pais ouvirão falar mal de seus descendentes, e deverão fazer o que estiver ao seu alcance para honrar o nome de sua família.
Toda essa problemática envolvendo filhos também se aplicam a outras pessoas que amamos, e também a nossos projetos
pessoais mais íntimos.
e) Quando em ibi, Èjí Ogbè fala sobre a estupidez do deslumbramento, que pode prejudicar a qualidade de nossas escolhas.
Ìfá nos orienta a sermos prudentes e pensarmos com paciência antes de tomar decisões; pois ao fazê -las, se pensarmos
apenas no benefício imediato perderemos oportunidades únicas de desenvolvimento e possível prosperidade.
f) Ìfá nos ensina através de Èjí Ogbè que as questões espirituais são as mais importantes de nossa vida. Não importa o
quanto os problemas e questões cotidianas possam exigir nossa atenção; as questões espirituais estão à frente. Ìfá fala que
essa consciência será muito útil em diversos momentos de nossa vida, servindo como um guia que certamente nos conduzirá
ao nobre cumprimento de nosso destino.
g) Nesse Odù os Ancestrais observam cada uma de nossas ações. Se agirmos de forma a trazer vergonha à lembrança deles,
eles não nos punirão, mas Ìfá avisa que Îrúnmìlà tomará as dores dos Ancestrais, e fará o incauto passar por consideráveis
vergonhas em sua vida.
h) Ìfá nos inspira através desse Odù a sermos honestos. Ele afirma que as dificuldades dessa vida nos entristecem, mas que
isso não é motivo para sermos desonestos. Ele também afirma que os caminhos da prosperidade se abrirão para nós, mas aí
teremos que optar se desejamos ou não sermos referência do que não presta no àiyé. Por último ele deixa claro que as
divindades não permitirão que o mal destrua a verdade.
i) Ìfá nos avisa aqui que nos depararemos com problemas consideráveis, que desafiarão nosso bem estar, nossa inteligência e
nossa fé. Ele também deixa claro que choramingar não trará solução, pois a mesma se encontra no ëbö e na paciência. Ìfá
nos ensina aqui que não há problema que essas duas dádivas não possam resolver. Podemos não perceber isso agora, mas
nosso futuro pode ser grandioso, se agora dermos os passos certos na direção correta.
j) Através desse Odù, Ìfá nos ensina o valor da ponderação. Ele diz que não devemos agir apressadamente com assuntos que
exigem paciência. Não devemos buscar a prosperidade como se esse fosse o único objetivo da vida, nem perder nosso tempo
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e energia atrás de conquistas mundanas. Ao invés disso, Ìfá nos aconselha a vida equilibrada, longe de barulhos e confusões,
para que possamos em paz descobrir a melhor maneira de passar pelo àiyé.
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Saúde, bem estar e proteção
a) A questão de saúde mais importante a ser considerada quando Èjí Ogbè se manifesta é a informação que esse Odù traz:
“Se alguém esconde suas doenças, será sepultado com elas”. Isso é um sinal claro de que qualquer alteração fìsica que ocorra
nos caminhos desse Odù merece atenção. Èjí Ogbè está associado ao nascimento de todas as coisas, inclusive das doenças.
Isso significa que a presença desse Odù, quando o ibi apontar para saúde, indica o surgimento de doenças potencialmente
graves; mas exatamente por se tratar de doenças “novas” ainda será possìvel tratá-las adequadamente.
b) Os mitos retratam Èjí Ogbè como um habilidoso médico, além de sacerdote. Esse fato gera esperanças quando doenças se
manifestarem através de seus caminhos.
c) Ìfá nos avisa aqui que uma pessoa ainda jovem poderá ficar gravemente enferma. O ëbö para essa situação estará nos
caminhos de Olófin e Olókun.
d) Apesar de ser um Odù ligado à luz, a manifestação negativa de Èjí Ogbè nos fala sobre a ação dos Ajogún, especialmente
Ìkú, Àrun e Ofò. Ìfá nos aconselha fazer ëbö para despistar tais infortúnios. Ele assegura uma vida longa e saudável como às
das rochas àqueles que fizeram as oferendas prescritas.
e) Foi nos caminhos desse Odù que o Abutre conseguiu sua cabeça branca, símbolo de longevidade. Ìfá nos aconselha a
executar os ritos necessários e por ele prescritos, para que possamos atingir a velhice com segurança, saúde e dignidade.
f) Ìfá nos alerta aqui sobre a insônia causada pela preocupação e angústia, e todos os males físicos e emocionais que tal
problema acarreta. Ìfá também nos avisa que se as oferendas corretas forem realizadas, a angústia que impede nosso sono
desaparecerá, no mesmo instante em que a solução de nossos problemas ficar mais óbvia à nossa vista. Ìfá também diz que
sem as oferendas, não faz sentido esperar pela resolução da insônia, nem dos problemas que a geram.
g) Baba Èjí Ogbè é o Odù Ìfá que faz alusão às práticas respiratórias que trazem alívio e bem estar, que são muito difundidas
no oriente. Ele deixa claro que o correto respirar alivia tensões e clareia o pensamento, tornando-nos mais aptos a entender a
complexidade de nossos problemas, e por extensão, de perceber a solução para os mesmos. Nesse Odù recebemos a
orientação para respirar profundamente e procurar um lugar tranquilo e afastado para refletir sobre os dilemas da vida e o
nosso papel nos mesmos.
h) A gravidez merece toda a atenção quando esse Odù se manifesta. Ìfá nos avisa sobre a importância de fazer ëbö com as
folhas por ele indicadas, para que eventuais dificuldades gestacionais sejam vencidas. Esse Odù fala sobre a ansiedade,
angústia e incerteza inerentes a uma longa noite de trabalho de parto. Ìfá se refere ao aspecto literal dessa situação, mas o
aspecto metafórico também pode ser considerado; dessa forma, antes que algo realmente importante e longamente esperado
(tal qual um filho) chegue em nossa vida, experimentaremos as sensações já descritas. O importante é que Ìfá nos assegura
que se seus conselhos forem ouvidos, tudo ocorrerá bem no final, e nossas expectativas serão superadas.
i) Ìfá diz que sob certas circunstâncias poderemos duvidar se desfrutaremos de vida longa. Ele nos aconselha a
abandonarmos tais pensamentos, pois o devoto receberá ire àikú se fizer as oferendas prescritas e manter a conduta correta.
Ìfá nos avisa a sempre mantermos o pensamento positivo a esse respeito.
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Relacionamentos
a) Ìfá deixa clara a necessidade de conversas francas e abertas entre um casal, por que nesse Odù, ao deixar se expressar
com clareza, alguém favorece para que ocorram mal entendidos do tipo “achei que você concordava...” Ìfá avisa que dessas
situações nascerá frustrações, que poderão rapidamente se transformar em animosidade e consequente dissolução de um
casamento.
b) Ìfá fala sobre relacionamentos enfraquecidos devido à falta de sintonia entre as partes, especialmente quando os planos de
um não correspondem exatamente aos planos do outro. Nessas circunstâncias, um filho poderá ser muito benéfico ao casal, a
ponto de salvar um casamento que aparentemente não tinha mais futuro.
c) Ìfá adverte à necessidade de fazer ëbö antes de se casar e antes de pensar em filhos, pois são consideráveis as chances de
nascer uma criança mal formada. Ìfá diz que se isso vier a acontecer, possivelmente o casamento não sobreviverá a todo o
sofrimento que envolve a questão, sendo consideráveis as chances de separação. Ìfá também diz que é a empolgação da
paixão que pode impedir alguém de fazer as oferendas necessárias no momento adequado. Toda essa complexa situação
sugere a necessidade de cuidados médicos mais modernos, no sentido de analisar o material genético do casal, pois há
chances de existirem incompatibilidades que favoreçam um feto mal formado.
d) A mulher que casar sob as bênçãos de Èjí Ogbè deve fazê-lo com um homem espiritualizado, preferencialmente um
sacerdote. Ela também deve ter em mente que por maiores que sejam os problemas de relacionamento, não deve irritar seu
marido a ponto de ele querer sair de casa. Ìfá diz que se a esposa não seguir esses conselhos, atrairá para si a ação dos
Ajogún; e caso ela já o tenha feito, será necessário realizar oferendas o quanto antes, pois como Ìfá ensina nesse Odù, “Os
Ajogún não matam aqueles que os alimentam”.
e) Ìfá diz que após um casamento frustrado, um homem poderá se deparar com grandes dificuldades financeiras, até que
possa voltar a prosperar. Quando isso acontecer, ele terá de seu lado uma mulher poderosa, mas geniosa. Ìfá diz que ao lado
dessa mulher o homem voltará a ter uma vida próspera, mas quando isso acontecer ele deve honrá-la, respeitá-la e nem por
um minuto pensar em trocá-la por outra, pois se assim o fizer estará chamando novamente a pobreza para sua vida.
f) Ìfá nos avisa sobre a possibilidade de nos interessarmos por alguém, que infelizmente também possuirá outros
pretendentes. Ìfá nos ensina que será através da inteligência, paciência e oferenda que conseguiremos convencer tal pessoa a
optar por nós. Mesmo se as coisas correrem como desejamos, Ìfá nos avisa que os outros pretendentes não desistirão assim
tão fácil. Nessa hora Ìfá aconselha oferendas a Èñù, para que consigamos escapar das dificuldades que nos serão geradas. Ìfá
também aponta para a possibilidade desse relacionamento nos beneficiar social ou economicamente.
g) Ìfá nos avisa aqui que sob certas circunstâncias poderemos nos deparar com a solidão. Ele fala sobre a importância que um
bom relacionamento pode ter para trazer estabilidade a nossa vida. Ìfá avisa que se o ëbö nos levar a esse relacionamento,
as dificuldades da vida ficarão mais suportáveis, e as pessoas falharão em nos separar de nosso verdadeiro amor.
h) Ìfá avisa ao homem que seja muito criterioso ao escolher sua esposa. São consideráveis as chances de alguém tomar uma
àjý como esposa. Ìfá diz que se isso acontecer, a saúde do infeliz definhará rapidamente, podendo inclusive levá-lo a morte.
Ìfá aponta uma dica para o homem saber se sua futura esposa é uma àjý: demasiada magreza (seria prudente desconsiderar
a hipótese de se casar com uma àjý gorda ou de constituição regular).
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Obras de Èjí Ogbè
1) Se faz oferendas a Èñù e também se confecciona um colar com sementes de gengibre para obter vitória numa causa
jurídica.
2) Se prepara o banho de Èjí Ogbè, composto basicamente por ìgbín, que tem por finalidade refrescar e acalmar o espírito,
preparando-o para momentos tormentosos que se aproximam.
3) Se faz oferendas com sal para que não falem mal daqueles que amamos.
4) Aqui se faz a magia da troca de posições, para que uma pessoa esqueça algo que deve ser esquecido.
5) Se faz oferendas (possivelmente a um Funfun ou ao Òrìñà familiar) antes de um casamento, para evitar separações e a
geração de crianças mal formadas.
6) Se faz ëbö diário de obì a Ìfá durante vários dias, para evitar a ação precoce de Ìkú.
7) Se faz constantes oferendas aos Ajogún, para que eles não encontrem motivos de nos molestar.
8) Se faz oferendas com cabeças de animais e outros elementos para acalmar Ìyàmi Àjý (nesse caso, simbolizada por uma
esposa ou companheira furiosa com o comportamento ingrato de seu marido).
9) Ìfá nos ensina aqui a fazermos pequenas oferendas em momentos de dificuldades, por que isso tornará possível fazer
grandes oferendas quando as dificuldades se transformarem em prosperidade.
11) Se faz oferendas a Èñù e à mãe de Òrìñànlá (?), para que possamos atingir posição de liderança entre os nossos, e para
que essa posição não possa ser questionada.
12) Oferendas a Àirá favorecerão sucesso e prosperidade em situações novas ou inusitadas, tal qual viagens, promoções,
novos empregos, etc.
13) Se faz encantamentos com ìgbín e dendê perante Èñù, quando precisamos ir a um lugar potencialmente perigoso.
15) Se prepara inñý com partes de antílope para que Èñù vire um lugar “de pernas para o ar”.
16) Se faz ëbö com batata-doce para levar benefícios a outras pessoas, e que para toda a situação envolvida no processo nos
favoreça com consideráveis e duradouras bênçãos.
17) Oferendas a Olófin e Olókun podem garantir a geração de um filho, mesmo após a idade madura. O mesmo vale para a
resolução de íntimos projetos pessoais.
18) Se faz ëbö com um carrego que é encontrado no rio, para salvar uma pessoa moribunda.
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19) Se faz oferendas a Olófin quando precisamos tomar uma importante decisão, para que a sabedoria e não o
deslumbramento inicial seja a nossa escolha.
20) Ìfá nos ensina aqui a preparar um àgbo que visa trazer diversas bênçãos.
“Winrin falará, dono da riqueza; a venda traz dinheiro para a casa. Owani está me procurando”.
“Estou na casa de Owà. Toda boa sorte que eu quero, que me procure rapidamente”.
“Ìfá, ponha em meu caminho coisas boas, assim como você tornou azul a roupa de agbè”,
“E deixou como osùn a roupa de alukï, assim como você ajudou odidû”;
“Mo fé eya Ijamö, a roupa que o rei usa é brilhante. Você ajudou Akísà a conseguir um reino”;
“Você fez Tûtûrûgún ser coroado; você faz banana-d’água se abundante”;
“Olu se saju, venha fazer o bem para mim. Ñënñë diworo, venha fazer o bem para mim”.
Riscaremos esse Odù e recitaremos o îfî. Usaremos tudo isso para banho.
21) Se faz oferendas de cães, tartarugas e caracóis a Ògún, Îsànyìn e Ògèrè, para que possamos suportar dificuldades,
intrigas e discussões que são inevitáveis, mas favorecerão nosso crescimento.
22) Se faz oferendas a Èñù e Òrìñà Òkè para não sermos destruídos por nossos inimigos, quando eles se unirem para nos
prejudicar.
23) Se faz oferendas a Èñù, Îrúnmìlà e Olókun, para que possamos conseguir um casamento que nos favoreça
materialmente, e para que possamos vencer nossos adversários nessa questão.
24) Se faz oferendas a Orí com um obì que descansou no pèpèlé de Ìfá. Isso nós faremos para atingir os meios necessários de
atingir nossos objetivos.
25) Se faz oferendas para Àyé (Ògèrè, Onílû) para sermos abençoados com um bom casamento, que entre outras coisas
possa nos favorecer materialmente.
26) Se oferece a Èñù um preá ornamentado com miçangas, para que ele permita que as bênçãos do îrun encontrem o
caminho de nossa casa.
27) Se faz oferendas a Èñù com bastante dendê, caso nos deparemos com resistência ou hostilidade em um lugar que
pretendemos ir ou nos instalar.
28) Se faz encantamentos com a folha òñibàtá e sua lama para se conseguir um relacionamento duradouro e estável.
29) Se faz as oferendas prescritas a por Ìfá (provavelmente a Èñù), para que uma viagem que pretendemos fazer não seja a
responsável por consideráveis perdas de oportunidades.
30) Ìfá aconselha o preparo de ògùn ìsòrà, que é um preparo para mantermos nosso corpo fechado às más vibrações e
perigos que nossos inimigos podem nos mandar. Cozinharemos ewé olobi sowo , ewé ëhin olobë, junto com a carne das costas
de uma ovelha. Adicionaremos iyëfá, osùn e o couro rasgado de um atabaque. Usaremos isso para banho, e ficaremos com
nosso corpo fechado. A isso chamamos ògùn ìsòrá. Para preparar essa magia recitaremos o öfî e seguiremos os passos a
seguir:
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Akinko, Asaro, Opa rabata;
Esses três se juntaram e foram abater um animal em Ìfû;
Quem gosta do braço, que fique com o braço.
Quem gosta da perna, que fique com a perna,
Quem gosta da cabeça que fique com a cabeça;
Îrúnmìlà pediu para deixarem as costas para ele.
Disseram, “Você, Îrúnmìlà, por que desejas as costas dentre todas as outras partes ”?
Ele respondeu que nas costas está a vitória;
É nas costas que lobisowo guarda seu dinheiro;
É nas costas que a mãe carrega seu filho;
Ele disse que seria vitorioso em Opa Iledi,
“Todos falam mal de mim, mas eu sairei vitorioso”.
31) Se faz uma magia, chamada ògùn awùrè ànu, para que possamos adquirir bênçãos graças a simpatia das pessoas.
Queimaremos o talo de öpë yekete, junto com preá e iyëfá. Com uma parte prepararemos oñè, e com a outra prepararemos
ëkî com leite. Tudo isso deixaremos à nossa cabeceira. Assim adquiriremos simpatia e bênçãos, e a isso chamamos ògùn
awùrè ànu. É preciso recitar o encantamento e seguir os passos a seguir:
32) Se faz as oferendas que Ìfá aconselhar para que possamos encontrar um sacerdote qualificado, que possa nos auxiliar a
resolver as questões espirituais, religiosas, sociais, amorosas e financeiras de nossa vida. As mesmas oferendas também
servirão para que possamos encontrar pessoas honestas em nossa vida.
33) Ìfá afirma que oferendas emocionadas a Îñun, feitas diretamente ao rio, trarão abundância de filhos (e por extensão, de
tudo aquilo que filhos simbolicamente representam).
34) Se faz oferendas a quem Ìfá aconselhar para que um ancião não seja deposto de seu cargo, para que alguém mais jovem,
inexperiente e ainda incapaz possa assumi-lo; o que resultaria em sofrimentos para todos os envolvidos na questão.
35) Ìfá nos aconselha a cobrir um obì com ûfun, e soprar ötí sobre ele logo que acordarmos. Esse obì será oferecido a Olófin
durante quinze dias. No décimo sexto dia levaremos o obì à colina, e rogaremos a Olófin por bênçãos, depois ofereceremos o
obì a Orí. Tudo isso nós faremos para que o embaraço e o sofrimento saiam do nosso caminho.
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36) Num recipiente com água fresca colocaremos iyëfá, sal e um pedaços de moranga. Tomaremos um pouco dessa água
periodicamente, que descansará ao lado esquerdo de Èñù . Faremos isso para respirarmos aliviados e para termos boas
notícias em nossos negócios.
37) Ìfá nos ensina aqui a preparar um òñè cuja finalidade é trazer tranquilidade a nossas vidas. Usaremos ewé oluse sajù,
iyëfá e acrescentaremos ao sabão, recitando o öfî:
“A doçura que chegou, venha para mim. Que todos venham me encontrar na tranquilidade”.
“È com tranquilidade que o àkàrà fica no dendê; é indiscutìvel a tranquilidade do mel”.
38) Os pais fazem oferendas ao Ìfá (ou Ûlûdà) do filho, para que o mesmo tenha prosperidade em sua vida.
39) Se faz um preparo para ajudar a virar uma criança no útero para a posição ideal de nascimento. Usa -se ewé òjìjì itàkùn
(BRACHYSTEGIA EURYCOMA, Leguminosae Caesalpinioideae), um fruto de odídi (AFRAMOMUM MELEGUETA, Zingiberaceae -
amorno), um peixe-elétrico, uma formiga-leão. Tudo é queimado e misturado com iyëfá, depois será à noite tomado com
àkàsà quente.
40) Se faz um encanto para que Îrúnmìlà nos ouça. Usa-se ewé ògùn bûrûkû, ewé ògùn málárere, ewé ògùngún. Moeremos
essas folhas com a cabeça de oriri (pombo-selvagem). Colocaremos o preparo num algodão e amarraremos tudo com fios
brancos e pretos. Deixaremos tudo isso ao lado de Ìfá.
41) Se faz um preparo para evitar brigas. Usa-se ûkö, uma fava de atàre. Colocaremos iyëfá na folha, depois enrolaremos a
fava na mesma. Canta-se o encantamento:
42) Se prepara uma proteção contra morte súbita. Usa-se ewé bùjé wýwý (Cremaspora Triflora, Rubiaceae), ewé àpadà
(Leguminosae Papilionoideae), uma fava de atàre, um sapo. Tudo será queimado e um àtin será preparado e posto em
dezesseis incisões feitas no pulso e na cabeça. Canta-se:
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43) Se faz um preparo para ire owó. Usa-se ewé ológbòkíyàn (PLEIOCERAS BARTERI, Apocynaceae - janaúba), ewé
àgbàwíkowéè (MILLETTIA THONNINGII, Leguminosae Papilionoideae), sabão-da-costa. As duas folhas serão piladas junto com
o sabão, enquanto o encantamento é pronunciado. Depois usa-se o sabão para banho.
45) Aqui se faz uma magia para provocar brigas. Usa-se pólvora Ëtú (pólvora), que será colocada numa panela de barro.
Jogaremos um fósforo dentro da panela (Não deixe que o fogo atinja os seus olhos, pois senão você também acabará
tomando parte da briga). Pronuncia-se a encantação:
Èjí Ogbè l’óníì dandan ni k’ó o lö rèé gbé bi bá wön Èjí Ogbè, neste mesmo dia você deve de levar o mal a eles
Èjí Ogbè àjàtúká ni înà òun Ëtúú jà Èjí Ogbè, fogo e pólvora sempre brigam até se separarem
46) Para ire iñëgún ötá se coloca um prato aos pés de Ìfá. Nesse prato se coloca dezesseis pedaços de obì com um atàre
(cada um representando um inimigo). Se oferece a Ìfá duas galinhas, sendo uma branca e outra preta. O ûjû da preta vai
apenas no prato, o da branca vai no igbá. O prato ficará aos pés de Ìfá pelo tempo que ele determinar, e o carrego irá para
onde ele mandar.
47) Para que um governo se estabeleça e cresça em poder, se faz uma torre de algodão com os nomes dos líderes envolvidos.
Essa torre é colocada aos pés de um Òrìñà funfun, que receberá ëbö misì (oito diferentes tipos de comidas, frutas e bebidas).
Ao final acende-se uma vela para cada cabeça.
48) Se faz constantes oferendas a Orí para que haja sabedoria e reais chances de sucesso e prosperidade.
49) Pode-se fazer um trabalho para fechar a vagina de alguém. Usa-se ewé padímï (malícia-das-mulheres). Um àgbo será
preparado, depois um anel será mergulhado na infusão. O homem deve bater com esse anel nas nádegas da mulher, para
que outro homem não a possua. Segue o encantamento:
Ewé padímï ló ní kí n padìmimï Padímï diz que eu devo fechar a minha vagina
Bí obìnrin bá n wû lódò a padímï Quando uma mulher se banha no rio, ela fecha a vagina
Bí ökùnrin bá n wû lódò a padímï Quando um homem se banha no rio, ele esconde o pênis
50) Se faz ògùn para tratar edemas. Usa-se ewé ògùngún (COLA GIGANTEA var. GLABRESCENS, Sterculiaceae), ewé ûgún
(ZANTHOXYLUM VIRIDE, Rutaceae), fruto de ûûrù (pimenta-da-guiné). Os ingredientes serão fervidos. Um pano branco é
molhado no ògùn e esfregado cuidadosamente no corpo. Canta-se:
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Ûgún o ni kó gún Ûgun diz que ela deve tornar-se perfeita
Èjí Ogbè gbé ìpá yìí kúrò Èjí Ogbè, leve esta inchação para longe
51) Para que alguém não perca seu negócio, se oferece a Èñù três galos. Um em cada esquina do negócio, e outro dentro do
estabelecimento. O carrego é montado com atàre, terra das duas esquinas, dendê e dinheiro. Ìfá diz que mais duas oferendas
serão necessárias (formando três ao todo). Checar quais são as outras duas e quais divindades as receberão.
52) Se faz um preparo para virilidade (ògùn arëmö). Usa-se ewé ikín irúkû (capim-guiné), ewé èsisi ilû (guaxima), raiz de
îgbîlî (Cissus POPULNEA, Vitaceae), potássio concentrado e sal. Tudo será pilado e seco. Com o àtin se riscará o Odù,
pronunciando-se a encantação. Depois o preparo será tomado com àkàsà quente todos os dias.
53) Para que a morte se afaste de uma pessoa, se faz ëbö com duas galinhas brancas e um animal morto encontrado na rua.
A carcaça será colocada dentro de uma cabaça. Receberá ûjû dos animais imolados. O carrego é envolto em pano branco e
colocado onde Ìfá disser.
54) Para que um filho-de-santo não vá embora, o babalòrìñà se limpa com um galo a branco. O peito do galo será aberto e
dentro se imola um caracol, depois coloca-se o Odù do afilhado e Èjí Ogbè. O carrego dormirá aos pés de Èñù e pela manhã
será enterrado na beira do mar. Se diz que o filho-de-santo só partirá no dia que o galo sair do jórojóro sozinho.
55) Se faz um preparo para ajudar uma mulher a engravidar. Usa-se ewé fèsoñûjû (CAMPYLOSPERMUM FLAVUM, Ochnaceae),
ewé òrómbó wýwý (limeira-da-pérsia), sabão da costa. Com esse preparo a mulher deve lavar a vagina. Prepara-se o òñè
cantando:
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O nascimento de Èjí Ogbè
Ìfá nos fala aqui de quando Òrìñànlá era casado com Àfin,
E desejava muito ter um filho.
Ao contrário do marido, Àfin não estava tão desejosa assim,
Mas depois de um tempo nasceu uma criança.
Sim, essa era a criança que Olódúmarè mandara ao àiyé,
No intuito de mostrar aos homens o que era bondade.
Quando a criança nasceu, acabou a comida na casa de Òrìñànlá,
E ele saiu para resolver esse problema.
Ele demorou muito a voltar,
E como as coisas ainda não andavam bem entre ele e Àfin,
Eles tiveram uma discussão. Òrìñànlá foi para a rua para não brigar,
E cheia de raiva Àfin pôs vinho de palma em sua caneca.
Ah! Òrìñà não podia bebê-lo! Era seu ëwî!
Quando ele chegou em casa, sentiu sede e pegou sua caneca para beber.
Foi aí que ouviu a voz de seu filho,
Que tinha apenas um mês de vida; “Pai, minha mãe pôs vinho nessa caneca”.
Òrìñànlá ficou boquiaberto com seu filho,
Mas também encheu-se de raiva e quis vingar-se.
À sopa que Àfin tinha preparado,
Ele adicionou sal sem que ela visse. Ah! Sal era o ûwî de Àfin;
Se qualquer um deles provasse seus tabus, certamente morreriam.
Quando Àfin chegou em casa estava com fome.
Quando ela foi servir-se da sopa,
Ouviu a foz de seu filho; “Mãe, meu pai pôs sal nessa sopa”.
Àfin também ficou muito surpresa pela precocidade de seu filho,
Mas também se encheu de raiva. Ela começou a gritar bem alto,
Até que os Ìrúnmîlû apareceram para saber o que estava acontecendo;
Cada um deles expôs seu caso;
O que ninguém entendeu era como uma criança possuía a faculdade de se expressar.
Eles chamaram a criança de “Eji Èjí Ogbè ni Èjí Ogbè onikîn”;
Aquele que veio ao mundo para salvar seus pais.
A partir daquele momento ele foi chamado “Èjí Ogbè”;
O que provê a dupla salvação.
Esse é o filho de Òrìñànlá e Àfin.
19
Èjí Ogbè realiza milagres no mercado
Ìfá nos ensina que aos poucos Èjí Ogbè tornou-se próspero,
E convidou outros awo para trabalharem com ele.
Entre esses awo havia um chamado Baba Jagba Lîrun,
Que criou Ìfá para um homem chamado Ajágbà,
No dia que ele tinha questões legais a serem julgadas.
Ìfá aconselhou oferendas com duas galinhas,
Um pedaço de barbante e gim.
Ajágbà ouviu e ofereceu o ëbö;
Com os elementos do ëbö,
Acrescidos de sementes de gengibre,
O awo confeccionou um colar;
Ornado com as penas das galinhas.
Esse colar ficou no pèpèlé de Èñù até o dia do julgamento,
E dali foi tirado com o ìrîfá.
Quando chegou o dia da causa ser julgada,
Ajágbà foi o vencedor.
Ele dançava e regozijava.
21
Olódúmarè absolve Èjí Ogbè de acusações injustas
“Quando a galinha começa a chocar seus ovos, muda o tom de sua voz”;
Essa foi a mensagem de Ìfá para Olayíòrí, a mãe de Èjí Ogbè,
No dia que as pessoas falavam mal de seu filho.
Sim; as pessoas estavam comentando,
Dizendo coisas ruins sobre a obra de Èjí Ogbè.
Ela foi aconselhada a fazer ëbö com quatro saquinhos de sal;
Ela ouviu e fez o ëbö.
Ela dizia, “Ninguém que prova do sal dirá coisas ruins sobre ele”.
Como um jogo, como uma brincadeira;
As pessoas começaram a fazer comentários positivos sobe Èjí Ogbè.
Aqueles que criticavam seus trabalhos,
Passaram a ter uma ideia diferente sobre a questão.
23
O casamento frustrado entre Èjí Ogbè e Eji Alî
Ìfá nos conta que Èjí Ogbè conheceu uma mulher chamada Eji alî
E por ela apaixonou-se perdidamente.
Ele pediu-a em casamento e Eji alî aceitou;
Ah! Ele já tinha consultado Ìfá há pouco;
E fora instruído a oferecer um cabrito a Èñù,
Para que o novo relacionamento tivesse mais chances de sucesso.
Em seu estado mental de paixão,
Èjí Ogbè esqueceu-se do ëbö.
Ele levou Eji Alî para casa,
E pouco tempo depois ela engravidou.
O filho de Èjí Ogbè já estava mal formado no útero;
Quando a criança nasceu, Eji Alî enervou-se com Èjí Ogbè;
Ela disse, “Você cura tantas pessoas, mas não seu filho ”?
Então ela partiu, deixando a criança para Èjí Ogbè criar.
Depois de algum tempo alguns Òrìñà foram à casa de Èjí Ogbè;
Eles disseram, “Você, Èjí Ogbè”;
Disseram, “Por que não o vemos com sua esposa há tempos ”?
Foi aí que Èjí Ogbè lhes falou sobre o ocorrido;
Então as Divindades o lembraram sobre o ëbö negligenciado.
Èjí Ogbè foi rapidamente a um awo que fez a oferenda em seu nome.
O mesmo awo preparou ògùn que foi esfregado nas pernas do filho de Èjí Ogbè.
A criança ficou boa.
Com o resto do ògùn que foi usado,
O awo disse que ele poderia fazer encantamento para trazer Eji Alî de volta;
Mas àquela altura ela já estava casada com um homem chamado Olumerì.
Então ele usou o ògùn para outra coisa.
Ele preferiu usar aquele àñë para fazer seus caminhos se cruzarem com os de Olumerì;
Ele já estava resolvido que iria embora de Ìfû devido aos invejosos que ali existiam;
Antes que partisse de fato,
Ele se encontrou com Olumerì e Eji Alî.
Èjí Ogbè os fez se abaixarem,
Ele os transformou em um só corpo e depois inverteu suas posições (?),
Para que eles nunca mais se lembrassem de todo o ocorrido.
24
Îrúnmìlà casa-se com Àiyé
25
Baba Èjí Ogbè é coroado rei entre os Odù Ìfá
27
Èjí Ogbè escapa das armadilhas feitas pelo rei de Ìfû
29
Èjí Ogbè precisa apaziguar sua esposa, Wérè
31
Ìkú não consegue levar Èjí Ogbè antes da hora prevista
Ìfá nos ensina que quando Ìkú soube que nem as Àjý,
Nem as pessoas, nem as Divindades ou os reis;
Que nenhum desses conseguiu destruir Èjí Ogbè,
Ìkú disse que queria vê-lo escapar de seu poder.
Então Ìkú disse a quem quisesse ouvir,
Que levaria Èjí Ogbè consigo ainda naquele ano.
Quando essa situação chegou aos seus ouvidos,
Rapidamente Èjí Ogbè foi se consultar.
O awo que lhe criou Ìfá chamava-se “Os Ajogún não criam caso na casa de Olódúmarè”;
Ele disse que Èjí Ogbè deveria oferecer um bode,
E duzentos sinos para Èñù;
Èjí Ogbè ouviu e fez o ëbö.
Os awo prepararam o sino ritualmente,
Depois os devolveram a Èjí Ogbè.
No momento do ritual ele pegou o sino;
Ele cantava, “Um sino sempre soará; ele sempre estará vivo para soar”.
Ìkú não pode matá-lo naquele ano.
Mas assim que o próximo ano entrou,
Ìkú disse que tiraria a respiração de Èjí Ogbè em sete dias.
Nesse mesmo momento Èjí Ogbè teve um sonho premonitório,
E pela manhã consultou Ìfá a respeito.
Seus awo disseram que Ìkú ainda não desistira de levá-lo de volta ao îrun,
E um ëbö era necessário para a situação.
Ele deveria oferecer um bode, um galo e vinte obì;
O bode e o galo deveriam ser oferecidos a Èñù;
Os obì deveriam ser levados à casa de Ìfá.
A cada dia pela manhã ele deveria romper um dos obì;
Ele deveria dizer, “Ìfá, permita-me vir aqui amanhã e abrir outro obì para você”.
Tudo isso Èjí Ogbè fez.
O prazo dado por Ìkú expirou, e Èjí Ogbè não morreu.
Ele dançava e regozijava.
32
Èjí Ogbè é desrespeitado por sua esposa
33
Baba Èjí Ogbè ajuda Möju a ter filhos
Ayé Sènrén ti dun, o dun ju îyin lo A vida da Batata Doce é tão doce quanto o mel
Òrìñà je àiyé mi o dun, Aláyun Gbáláyun . Òrìñà, deixe a minha vida ser doce, o Aláyun Gbáláyun
35
Água, Terra e Mercado são igualmente importantes
36
Ìkú não reconhece bujë
37
Por que Cabeça é mais importante que Olho
38
Um preguiçoso não merece comer
39
Îrúnmìlà casa-se com Torò, a filha de Olókun
“Pessoas com sérios propósitos não dão ouvidos aos cantos de agouro de um pássaro”;
“Dificuldades e problemas fazem surgir o que há de melhor no homem”;
“Paciência e ëbö fazem o impossível tornar-se possìvel”;
“Me dê um problema difìcil, ou até mesmo uma guerra para resolver”;
“Pois assim as pessoas poderão ver a força das Divindades”;
“Aprender com os erros do sábio é o que chamamos sabedoria”;
“Não aprender é o que chamamos insensatez”;
“Quem não faz ëbö justifica a palavra do awo”;
“Ao ignorar conselhos, tornarmos o nosso conselheiro um profeta”;
Essas foram as mensagens de Ìfá para Ajààgbîn (Aquele que aprende ouvindo conselhos);
E também para Aàgbîn (Aquele que não aprende ouvindo conselhos);
Quando a mando de Èjí Ogbè eles foram criar Ìfá,
Na região onde Ëjï (A discussão) morava.
Eles avisaram ao povo de lá para fazerem ëbö com cinco cães,
Sete tartarugas e sete ìgbín;
Pois assim poderiam resolver questões que gerariam conflitos constantes.
O povo ouviu e fez o ëbö.
Dois de cada elemento do ëbö eles ofereceram Ògún, pois junto com Îsànyìn,
Ele estava sendo fomentando intrigas e problemas entre eles;
Eles também ofereceram dois de cada a Îsànyìn,
Com exceção dos caracóis, pois Îsànyìn não os suporta.
Então eles deram quatro caracóis à Divindade da terra;
Os três cachorros restantes foram preparados e soltos;
Isso eles fizeram para que os cães vagassem ao redor da cidade.
É por isso que um filho de Èjí Ogbè deve criar cães
Os cães que eles soltaram, eles começaram a se reproduzir.
Em pouco tempo havia muitos cães na cidade.
Quando Ògún chegava disposto a criar problemas, os cães começavam a latir para ele;
Aí Ògún se enfezava, e saía perseguindo um cão até matá-lo.
Assim ele aplacava sua ira e desistia de criar problemas.
Quando Îsànyìn aparecia para criar problemas,
Os caracóis começavam a surgir pelo chão.
Ele se incomodava com aquilo e partia.
Foi assim que houve tranquilidade na região onde antes imperava Ëjï.
41
A morte não justifica tristeza
42
Òrìñà protege contra os difamadores de casa e os difamadores da rua
43
O porquê de as colinas serem imortais
“Olumini jinmini”;
Esse foi o awo que consultou Ìfá para Îrúnmìlà,
Quando Ìkú e Àrokan visitaram sua casa.
Ele estava tendo noites difíceis, com pesadelos.
Instruíram-no a fazer ëbö, e ele o fez.
Quando Ìkú entrou em sua casa ficou atônito, incapacitado!
Quando os Ajogún entraram em sua casa,
Ficaram atônitos, incapacitados!
Ele dizia, “Povo de Ipò, povo de Öfá”;
Ele dizia, “Vejam como o ëbö poupou-nos do sofrimento”.
Ele dizia, “Não fazer ëbö certamente não nos pouparia”.
45
Orí adquire sue àpèrè
47
Nasce a revolução política e a cerimônia do ìtá
48
Îrúnmìlà vem ao àiyé para trazer todos os tipos de bênçãos
49
É Cabeça que deve dominar Corpo
50
Descendência é mais firme que Mulher ou Prosperidade
51
O porquê de a bananeira dar tantos frutos
52
Îrúnmìlà, exemplo de bom caráter
53
O caminho de Oyigyigi Öta omi o
“É o esforço mortal”;
Vangloriou-se a Água;
“É uma luta a vencer”;
Respondeu a Estrada;
No dia do assustador duelo,
Estrada ruiu e formou vários outros caminhos menores.
Essa foi a mensagem de Ìfá para Oyigyigi Öta,
A rocha imperturbável que fica na beira do rio;
Oyigyigi Öta tornou-se imortal quando foi perguntar a Ìfá,
O que deveria fazer para não morrer precocemente.
Ela deseja ter uma vida muito longa;
Ìfá aconselhou-a a fazer ëbö uma cabra e onze bolsas com búzios.
Oyigyigi Öta ouviu e fez o ëbö.
O awo então lhe fez um preparo de folhas que lhe trouxe vida longa;
Desde então todos nós cantamos:
54
O assunto de Ìfá é mais importante
55
O Sol torna-se conhecido por todos
Ìfá nos ensina aqui que cada um escolhe seu próprio caminho,
Igual aos vinte búzios,
Que escolheram um caminho,
Mas não puderam terminá-lo;
Assim como os quarenta búzios;
Então eu digo que nosso pai Àgbönnírègún,
É aquele que pode completar seu caminho;
Ele diz que cinquenta búzios só podem completar seu caminho,
Por que ninguém esquece dessa quantia quando a conta.
Ìfá diz que essa pessoa tem anseios e realizará seus objetivos,
E ele não permitirá que ela seja esquecida.
56
O homem que se casou com uma Àjý
57
Îrúnmìlà recebe autoridade de Olódúmarè
zx
58
Ìfá nos inspira à honestidade
59
O valor da ponderação
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Os ancestrais nos observam do îrun
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Não existem fatos isolados
62
Èñù leva as bênçãos do îrun para a casa de Îrúnmìlà
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E que acabara de ganhar de suas próprias mãos o colar que ostentava;
Pediu a todos que o seguissem e os levou à casa de Îrúnmìlà.
Ao chegarem lá, Ajé foi a primeira a entrar.
Logo em seguida entrou Okùn e depois Ìdë.
O quarto que teria entrado seria Yalayala que, entretanto, suicidara-se.
Èñù pediu a todos que entrassem na casa de Îrúnmìlà,
Com tudo o que traziam.
Foram necessários vários dias,
Para carregar e ajeitar ali tudo o que haviam trazido.
A casa de Îrúnmìlà ficou repleta de bênçãos;
Èñù lembrou a Îrúnmìlà que o avisara de que a grande sorte estava a caminho;
Îrúnmìlà alegrou-se e dançou de felicidade;
Ao abrir a boca, Olódúmarè aí colocou a seguinte cantiga:
65
A ansiedade do trabalho de parto
E nós responderemos,
66
A fé garante bênçãos ao devoto
Olañi palorè;
Ìwà mi lëhin,
E mestre da cidade de Imökùn;
Esses foram os três awo que criaram Ìfá para Îrúnmìlà,
No dia que parecia que o grande mestre quis deixar o àiyé,
Deixando uma grande prosperidade atrás de si.
Declarou essa parábola:
67
Façamos ëbö para resolver nossos problemas
68
Öbàtàlá recebe o oyè de Àlàbàlàñë
69
Ao olhar para trás vejo bênçãos para mim
70
Ao amigo de Èñù não faltarão bênçãos
71
Arírà ajuda Îrúnmìlà a prosperar
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