Tornians 1 - Grim PDF
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SINOPSE ............................................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO UM .................................................................................................................................................... 10
CAPÍTULO DOIS .................................................................................................................................................. 31
CAPÍTULO TRÊS .................................................................................................................................................. 63
CAPÍTULO QUATRO ........................................................................................................................................... 92
CAPÍTULO CINCO ............................................................................................................................................. 110
CAPÍTULO SEIS ................................................................................................................................................. 132
CAPÍTULO SETE ................................................................................................................................................ 159
CAPÍTULO OITO................................................................................................................................................ 178
CAPÍTULO NOVE .............................................................................................................................................. 202
CAPÍTULO DEZ ................................................................................................................................................. 234
CAPÍTULO ONZE ............................................................................................................................................... 259
CAPÍTULO DOZE ............................................................................................................................................... 286
CAPÍTULO TREZE .............................................................................................................................................. 314
CAPÍTULO QUATORZE...................................................................................................................................... 337
CAPÍTULO QUINZE ........................................................................................................................................... 359
CAPÍTULO DEZESSEIS ....................................................................................................................................... 382
CAPÍTULO DEZESSETE ...................................................................................................................................... 397
CAPÍTULO DEZOITO ......................................................................................................................................... 417
CAPÍTULO DEZENOVE ...................................................................................................................................... 440
CAPÍTULO VINTE .............................................................................................................................................. 464
CAPÍTULO VINTE E UM .................................................................................................................................... 481
CAPÍTULO VINTE E DOIS .................................................................................................................................. 494
FIM ................................................................................................................................................................... 519
SINOPSE
O Rei Grim Vasteri é o guerreiro mais forte e temido no Império Torniano. Ele
é o Rei de Luda, irmão de sangue do Imperador e sua linhagem morrerá com
ele. Não terá descendência com nenhuma mulher que se unir a ele, uma vez que
está cheio de cicatrizes e é considerado inadequado. O Império Torniano está
morrendo desde que a grande infecção fez com que o nascimento de fêmeas
fosse algo raro. Desde então, estão pesquisando nos universos conhecidos por
fêmeas compatíveis. A descoberta do Imperador de uma mulher compatível em
uma nave de escravos mudou isso. Ele ordenou que Grim encontrasse o mundo
de origem de sua Imperatriz para que mais fêmeas desprotegidas pudessem ser
resgatadas, sabendo que Grim nunca teria permissão para se juntar a uma.
Lisa Miller é uma mãe viúva e com duas meninas, Carly e Miki. Seu marido
morreu há apenas um ano, depois de uma longa batalha contra o câncer e sente
sua falta imensamente. Os amigos querem que ela comece a namorar
novamente, mas em seu coração, sabe que não há um homem no planeta que
poderia amá-la com sua marca. Portanto, ficará sozinha.
Quando Lisa é pega sozinha e desprotegida no túmulo de seu marido, logo
depois acorda em uma nave alienígena indo em direção a outro mundo.
Recusando aceitar isso, confronta os grandes homens, exigindo que seja
devolvida as filhas. Ao ver sua chance de ter uma mulher, Grim concorda em
aceitar e proteger sua prole, se ela concordar em se unir a ele, e apenas ele.
Percebendo que esta é a única maneira de poder recuperar suas filhas, Lisa
concorda e se muda para o Império Torniano para sempre.
— As meninas estão bem. Eu as trarei mais tarde. Trisha está com elas enquanto
dormem. Apenas queria um tempo sozinha com você. — Ela pisca afastando
as lágrimas de seus olhos castanhos dourados enquanto olha para a lápide de
Mark.
— Sinto sua falta Mark. — Ela sussurra. — Sinto falta de nossas conversas.
Como sempre pode me fazer rir. Sinto falta de seus braços ao meu redor, me
segurando no meio da noite, me dizendo que tudo ficará bem. Sinto falta de
nossas brigas... sinto falta de fazer... — Lisa descobre que não pode continuar.
— Bem, isso é estranho. — Ignorando, ela olha para Mark. — Trisha quer que
eu conheça um amigo dela, mas disse que era muito cedo, e não acho que possa
mudar de ideia Mark Miller. — Lisa fica inquieta e levanta. — Pouco aconteceu
neste ano desde que você morreu. Não estou pronta para encontrar homens.
Não quero encontrar homens, não importa o que prometi quando estava
doente! Não há um homem no planeta que possa amar tanto quanto você, que
poderia amar nossas garotas tanto quanto você e não nos contentaremos com
nada menos Mark. Quero tudo... novamente... ou prefiro ficar sozinha.
O estalar de um galho, seguido por um grunhido baixo, faz Lisa girar, mas antes
que possa processar o que está vendo, o mundo fica escuro.
***
Através da porta da sala de controle, Grim olha para o pequeno planeta azul,
depois de semanas de busca sem fim, finalmente encontrou. Como uma espécie
tão primitiva, tão atrasada, conseguiu acumular tantas fêmeas mesmo deixando-
as desprotegidas? Como o planeta nunca foi descoberto? Dezenas de espécies
exploravam os universos procurando mulheres compatíveis, pois eram o
recurso mais valioso em todos os universos. Estavam todos a caminho da
extinção desde a grande infecção, incluindo o próprio Grim e os Tornianos.
Ela foi encontrada em uma nave de escravos Ganglian com destino ao mundo
natal, onde seria vendida a um alto preço por sua pele pálida e o cabelo vermelho
flamejante, pois os cabelos coloridos eram tão raros quanto as fêmeas. A
escravidão era contra a lei de Tornian e as naves Ganglian que as transportavam
eram proibidos em seu universo. Quando a nave de Wray interceptou uma,
descobriu Kim escondida, espancada e abusada, sua raiva não teve limites. Toda
a tripulação foi executada e Wray reivindicou Kim para si mesmo.
A Assembleia dos Lordes exigiu saber de onde ela veio, se havia mais mulheres
disponíveis, mas Kim recusou a dizer-lhes. Ela não ajudaria os Tornianos a
escravizar seu povo.
Muitos argumentaram com o Imperador, mas nesse ponto, Wray não hesitou.
Até que soubessem com certeza se suas uniões seriam bem-sucedidas, não
permitiria que capturassem mais que algumas. Grim sabia que também era uma
maneira de Wray acalmar a Imperatriz Kim, que continuava escondendo o que
sabia. Foi por isso que Wray confiou apenas a Grim o que sabia da localização
do planeta. Wray sabia que seu irmão nunca o traíria, mesmo que Grim não
tivesse permissão para se unir a uma das fêmeas.
— Grim.
Luuken voltou com a última mulher. Enquanto Veron caminha até o console
de navegação, Grim o bloqueou. Ninguém, nem mesmo o Capitão mais
confiável do Imperador tem permissão para conhecer a localização da Terra. —
Você prestou um serviço incrível a seus colegas guerreiros.
— Por que pensaria tal coisa? — Vernon não conseguiu esconder seu choque.
Encontrar fêmeas, com quem pudessem se reproduzir, era um presente da
deusa.
— Elas vieram voluntariamente Veron? Tiveram uma escolha? O que torna o
que fizemos diferente do que os Ganglian fizeram?
***
Lisa acorda com um sobressalto, afastando o que está cobrindo seus olhos.
Tentou levantar, sentiu-se tonta. Onde estava? O que aconteceu? Onde estão
suas filhas?
— Sim, estou aqui há mais tempo, cerca de uma semana. Beba isso. — Ela lhe
entregou um copo que outra mulher trouxe. Pegando-o com desconfiança, Lisa
olha para ela. Rebecca sorri de forma compreensiva.
— Não há nada nele, juro. Eles nos querem saudáveis. — Lisa a observou
enquanto bebeu, sentindo sede.
— Quem são eles? Há quanto tempo estou aqui? — Lisa perguntou.
— Não! Preciso que sair daqui! Eu tenho que chegar em casa! — Lisa se
debateu.
— Algo parecido. Vieram para Terra pelo que chamam de fêmeas desprotegidas
para que seus machos possam se unir a elas.
— Unir?
— Imagino significa sexo, se casar, ter filhos ou o que quer que seja. Callen é
um dos guerreiros. Ele nos traz comida. Pelo menos, se dispôs a responder
nossas perguntas, ao contrário do chamado Luuken. Ele a trouxe pelo caminho
que parece um buraco de classe mundial1. — Lisa claramente ouve a aversão da
outra mulher por ele. — Callen assegurou-nos que teremos permissão para
escolher o guerreiro com o qual nos uniremos e que ele nos cuidará e protegerá.
É considerado uma grande honra ser escolhido para se juntar com uma mulher,
então nos tratarão muito bem. Somente os mais dignos recebem esta honra e se
uma criança nascer, seu status na sociedade é grandemente elevado.
— Mas não estou desprotegida! E já tenho filhas! Não posso deixá-las! — Lisa
começa a ficar desesperada. Não poderia deixar suas garotas.
1
Que passa de um sistema solar pra outro.
— Viúva. Estava no cemitério, visitando o túmulo de Mark, meus filhos estão
com uma babá. Preciso chegar em casa! — As vozes das mulheres na sala
começam a se elevar.
— Houve um erro, Lisa precisa retornar à Terra. — Callen aponta para a mais
nova integrante na sala.
Lisa avança contra o macho. — Ouça-me, seu grande idiota azul! Precisa me
devolver à minha família e fará isso agora!
— Callen, ela não pode deixá-las desprotegidas. — Rachel coloca uma mão em
seu braço.
— Bem é, alguém errou e isto deve ser corrigido. — Todas as mulheres da sala
concordam.
***
— Ela está exigindo ser devolvida. Afirma que tem descendência. Está
perturbando as outras fêmeas. Elas estão ficando muito agitadas. — Grim
esfrega mãos cansadas em seu rosto, não precisava disso.
— Sim senhor. — Veron responde sabendo que Grim usará sua aparência
horrível para conseguir a aceitação feminina. Veron termina a comunicação,
sentindo por seu antigo amigo, enquanto ele nunca desejou descendentes, sabia
que Grim sim e isto foi roubado dele. Notificando Callen para trazer a fêmea,
Veron se senta e espera.
***
Lisa fica atônita ao descobrir que está de pé no que parece ser uma sala de
controle de algum tipo, mas não são os machos estranhamente coloridos que a
deixam atordoada, é a visão da Terra cada vez menor na grande janela que ocupa
de frente a sala.
— Não é possível. Ela não possui nenhum aroma masculino. — O som de uma
mão batendo em uma mesa faz com que ela pule, então percebe o que o macho
irritado está dizendo e olha pelo lugar.
Todos os machos olham para ela em choque, nenhuma fêmea grita contra um
guerreiro. Elas são intimidadas pelo seu tamanho e força, mesmo sabendo que
nunca seriam prejudicadas. A raiva expressada entre Veron e Luuken as deixaria
ofegantes e chorando.
— Você não parece. Agora me leve de volta para meus filhos. — Ela ordena.
— Sobre o que ele está falando? — Lisa volta para o macho que ficou.
— O que? — Lisa de repente percebe que não está falando em inglês, que eles
não estão falando inglês. — Não me importo! — Ela balança a cabeça. — Eu
quero meus filhos!
— Você agora sabe sobre nós, não pode ser devolvida. — Ele diz a ela com
pesar.
— Mas Veron. — Callen fala. — Ela tem prole...
Lisa se volta para Callen sabendo que ela tem um aliado ali.
— Você acha que esquecerei meus filhos! — Lisa pergunta da mesa ficando de
pé e encarando o macho muito maior. — Que iria me unir a um de vocês sem
elas! Está louco?
— O que? — Veron não podia acreditar que isso estava acontecendo. — Tudo
porque esta afirma ter filhos? — Veron olha irritado para Lisa.
— Sim.
— Suas fêmeas devem ser cadelas reais. — Lisa diz a Veron suavemente. —
Não sabem o quão longe uma fêmea humana iria para proteger sua prole ou
que podemos fazer com aqueles que os ameaçam.
***
Grim entra na sala de controle sem o conhecimento dos três discutindo e fica
tão atordoado quanto os outros machos. Que essa pequena mulher se atrevesse
a enfrentar um guerreiro Torniano, muito menos um dos Capitães do
Imperador era inaudito2. O que ela faria se fosse verdadeiramente desafiada?
— Eu aceito proteger sua prole. — Diz ele. — Desde que ela concorde em se
unir a mim e nenhum outro.
Lisa lentamente vira para encontrar a fonte da voz grave e profunda que lhe
causa arrepios e fica pálida. O macho de pé justo nas portas enormes é mais alto
que os demais, facilmente com um pouco mais de dois metros de altura e onde
eles são grandes, ele é enorme. Seu tom é da cor bronze e sua pele brilha sobre
os músculos duros, mas é o rosto e o pescoço que chama sua atenção. O bronze
é estriado com cicatrizes grossas e escuras que começam logo abaixo de sua
orelha cobrindo uma parte do rosto, garganta, pescoço e peito.
— E se ela puder explicar por que não possui nenhum aroma masculino. — Os
olhos cinzentos e escuros brilham perigosamente. Lisa engole tentando fazer de
repente a garganta seca trabalhar, mas antes que possa responder, Veron fala.
— Você não pode fazer isso Grim, não é adequado para se unir a uma fêmea.
—Veron argumenta.
— Essa não é sua decisão, Capitão. É dela. — Olhos gelados olham para Veron.
— Wray apoiará minha reivindicação se for sua escolha. — Todos os olhos se
voltam para dela.
2
Que jamais se ouviu soar ou de que nunca se escutou falar.
— Ele ficou doente, enquanto estava grávida de nossa segunda filha, há quase
quatro anos. — Grim observa enquanto seus olhos se encontram.
— Você espera que acreditemos que ficou com ele! — A descrença aparece na
voz de Veron.
— Você espera que eu acredite que manteve seu... voto. Por quase quatro anos,
sem receber alívio. — Ela vê facilmente a descrença nos olhos de Grim.
— É se você quiser minha proteção para sua prole. — Grim observa intrigado
quando a pele pálida da fêmea começa a ficar rosada.
— Bem. Não. Já faz mais de quatro anos desde que meu marido foi capaz de
aliviar-me, como você diz. — Ela responde com os dentes apertados. — Foi o
que o fez perceber que algo estava errado, mas naquela época era muito tarde.
Grim olha para pequena mulher, sem saber no que acreditar, seu irmão
informou-o de que elas eram diferentes das fêmeas de Tornian, mas certamente
nenhuma mulher ficaria com um homem incapacitado por tanto tempo. Ela
procuraria a proteção de outro, deixando sua prole com o macho.
Grim move-se para ficar na frente dela, tentando avaliar sua verdade, ele cruza
os braços sobre um enorme peito. — Você se unirá somente a mim.
— O que isso significa? — Ela sussurra levantando o rosto para manter contato
visual.
— O que isso significa? — E se é possível, seus olhos ficam ainda mais duros,
sua voz mais áspera.
— Você não pode se irritar comigo, com minha aparência e se juntar a outro
homem, deixando-me para proteger sua prole.
— Sua aparência... — Ela percorre suas cicatrizes com o olhar. — O que isso
tem a ver com qualquer coisa? — Ela pergunta honestamente confusa e até
surpresa. — Você vai me ferir? Ferir meus filhos? — Grim ouve o tremor sutil
em sua voz dizendo que ela está assustada, mas ainda assim ela o desafia.
— Nunca.
— Bem, se estiver sendo sincero comigo, uma vez que recuperarmos meus
filhos, eu me unirei a você de boa vontade.
— Apenas com você. — Ela concorda, depois de um momento e ele acena com
a cabeça e pressiona um botão no console.
— Temos um acordo.
— Então você deveria ter feito o que era necessário para protegê-la. Ela
concordou voluntariamente em se unir a mim. Foi testemunhado e gravado.
Está feito! — Ele se volta para a pequena mulher. — Venha, vamos recuperar
sua prole.
***
A mente de Grim acelera, por que a deusa de repente sorriu para ele? Uma
fêmea. Ele tem uma mulher. Olha para a pequena criatura andando ao lado dele.
Ela sequer chega ao seu ombro. Como será capaz de lhe dar descendência? O
que estava pensando?
Vê-la enfrentar Luuken, desafiando sem medo o macho maior, agitou algo nele.
Ela era feroz, uma guerreira por direito. E se falava a verdade, permaneceu com
o homem, mesmo quando ele não conseguia dar-lhe prazer ou protegê-la.
Recusava-se a abandonar sua prole. Nenhuma mulher de Tornian faria isso.
Eram do sexo feminino. Isso era tudo o que importava, no entanto, essa
pequena fêmea da Terra atuava como se fosse normal, até mesmo esperado.
Com certeza estava mentindo.
***
Lisa não podia acreditar com o que concordou. O que estava pensando? Seria
uma escrava sexual para um alienígena de quase dois metros de altura. Confiava-
lhe não apenas sua vida, mas também a vida de suas meninas e provavelmente,
as de qualquer futuro filho. O que estava pensando... exceto que, algo nele a
atraía... talvez fosse porque todos naquela sala agiram como se estivesse com
defeito, dizendo que não era apto. O que sabiam sobre Grim que ela não? Ele
disse que não iria feri-las, era uma idiota por confiar em sua palavra.
— Não. — Ela espera até que ele olhe para ela. — Meu primeiro nome é Lisa.
Meu sobrenome... o sobrenome do meu marido era Miller. É o nome de sua
família.
— Você passou a ter este nome quando se uniram? — Grim franziu o cenho
para ela.
— Para lá. — Ela aponta para a esquerda na cidade, levando-o para sua casa.
— Lá... no final da rua.
Grim verifica o lugar para o qual apontou. — Eu detecto três seres na habitação.
— A área por trás de sua casa é adequada para pousar. — Ele manobrou a nave
mais perto.
— Você não está preocupado em ser visto? — Ela não consegue esconder sua
surpresa.
— Será que meus filhos ainda poderão me entender? — Ele vê seu medo, mas
não o entende.
Grim a olha com suspeita, que jogo ela está jogando? — O Guia explicou isso
a você.
— Guia? — Ela agarra seu braço quando ele se afasta. — Qual Guia? Que porra
é um Guia?
— Eu acordei, com aquela coisa que estava cobrindo meus olhos e Rebecca
estava lá. Não havia ninguém chamado Guia, apenas as outras mulheres até que
Callen abriu a porta.
Ele concorda. Levantando-se, ele a mantém perto antes que lentamente a deixe
deslizar para baixo de seu corpo duro, deixando-a consciente de cada
protuberância, antes de finalmente se afastar.
— Peter! Que porra você está fazendo? — Grim olha para ela, sem medo,
afastando o macho maior e caindo de joelhos para envolver seus braços ao redor
de sua prole, que imediatamente mergulha em seus braços.
Peter se afasta da parede. Aquela puta! Ela realmente pensava que poderia fazer
isso com ele... para ele! Faria com que ela pagasse, suas filhas assistiriam e então
saberiam o que esperar se algum dia o desobedecessem.
Levantando o punho, ele se moveu em sua direção, pronto para mostrar a ela
como um homem de verdade controlava uma mulher. Um grunhido profundo
e ameaçador o congelou, seus olhos percorrendo a sala em pânico.
O que foi isso? Grim saiu das sombras da cozinha e se mostrou a ele.
— Que merda! — Ele tropeça para trás contra a parede, enquanto um gigante
ameaçador de dois metros se aproxima lentamente, seus grunhidos cada vez
mais alto. Uma vez que ele está ao lado de Lisa, para. Ela ergue os olhos para
consolar suas filhas e vê os olhos de Grim se alargarem enquanto olha para as
meninas antes de se estreitarem em Peter.
— Quem é o homem? — Ele exige pressionando a perna em suas costas.
— Peter. O irmão de Mark, Peter. — Ela vira a cabeça para localizá-lo. — Que
merda você está fazendo aqui, Peter? Onde está Trisha?
A boca de Peter abre e fecha como um peixe, mas nenhum som aparece quando
ele olha para Grim.
— Ele o que? — Lisa olha horrorizada para a mais velha. — Miki... — Suas
mãos voaram sobre seu bebê, encontrando contusões em seus braços. —Você,
bastardo! — Sua fúria é facilmente ouvida e Grim sabe se ela não tivesse as
jovens fêmeas trêmulas nos braços, o atacaria, então cuidaria disso por ela.
— Mamãe, quem é esse homem? — Carly sussurra, olhando por cima do ombro
para o homem grande se movendo ameaçadoramente contra o tio que está
deslizando no chão.
— Seu nome é Grim. — Ela diz levando-as para o quarto onde as coloca
sentada em uma cama. — Shhhh bebê — Ela acalma Miki ainda chorando. —
Ficará tudo bem.
— Onde você estava mamãe? Você foi com o papai? — Miki sussurra. — Não
nos ama mais? — Seus olhos de âmbar perdidos partem o coração de Lisa.
— É claro que ainda as amo! Sempre amarei! — Ela aproxima de suas filhas. —
Eu disse iria visitar o túmulo do papai. Lembra? Você já foi lá antes.
— Sim, bebê, a pedra. Fiquei presa lá, querida e demorou um pouco para voltar,
mas consegui e Grim se certificou disso. Eu nunca deixaria vocês.
— O que? Quem? — E de repente, ela percebe que está falando sobre Grim.
— Por que você acha, bebê? — Lisa olha para a menina mais velha.
— Não fale assim Carly Marie, não julgamos as pessoas por como elas se
parecem.
— Mas mamãe....
— Não! Eu sei como ele parece, mas ele as machucou? — Elas balançam a
cabeça. — Você não odiou como seus amigos olhavam para o papai?
— Eles achavam que ele era assustador, não era? — Ela assente com a cabeça.
— Ele era?
— Não mamãe.
— Grunhe? — Lisa olha para as garotas totalmente confusas até que se lembra
que não conseguem entender Grim. — É apenas seu idioma, bebê. Eu prometo
que em breve você será capaz de entendê-lo, então verá que ele não é assustador.
— Uma aventura? — Ela pode ver que ela conseguiu distraí-las do trauma que
Peter causou.
— Sim, uma aventura. Nós iremos morar com Grim... em algum lugar longe
daqui, um lugar chamado Tornian.
Lisa precisa respirar fundo antes de responder. — Nós não voltaremos, bebê.
Iremos morar lá.
— Mas...
***
Grim observa as três fêmeas da porta, enquanto ele não entende o que as
pequenas estão dizendo, pode sentir o medo delas. Medo dele, medo do homem
inconsciente na escada. Por algum motivo, seu medo dele machuca, mas Lisa o
defendeu... para sua própria prole. Por quê? Ele não fez nada para merecer. Está
forçando-a escolhê-lo, a ser dele.
Dele... Grim franzi a testa com o pensamento. Quando ele exigiu que ela se
unisse a ele e apenas a ele, assumiu que sua prole era do sexo masculino, todos
o fizeram. Ela não deu nenhuma outra indicação, se tivesse feito, Luuken a teria
reivindicado imediatamente e isso o incomodava.
Ela não completou o programa de educação, Luuken deveria ter estado lá para
instruí-la sobre como acessar a informação que seu cérebro já continha e porque
não o fez, ela não entendia seu valor em Tornian ou o valor de sua prole. Uma
vez que entendesse, iria descobrir que todo guerreiro de Tornian gostaria de se
juntar a ela. O poder que representava era imensurável, um homem com três
fêmeas... não aconteceu desde a infecção.
Ele seria desafiado uma vez que fosse descoberto. A mandíbula de Grim
flexionou com o pensamento. Desafiado pelo direito de mantê-la e não havia
nada que seu irmão pudesse fazer para impedi-lo. Eles reivindicarão que ele é
inadequado, que Lisa tinha o direito de se juntar a outro, por causa de sua falta
de compreensão e só ela apenas poderia impedi-los. Ela escolherá outro, pois
nenhuma mulher se uniria voluntariamente a alguém como ele, a menos que
forçada e poderia mentir para si mesmo, ele a forçou. Um rugido vicioso saiu
dele antes que pudesse evitar. Lisa salta quando se vira para encará-lo.
— O que está errado? — Ela pergunta, sua voz tremendo.
— Devemos nos apressar. — É tudo o que ele dirá. Acenando com a cabeça,
ela se afasta, tropeçando em uma cômoda, antes de se virar para se apressar até
o armário.
Grim solta um grunhido profundo, irritado consigo mesmo, não queria assustá-
la, nunca a ela, mas pensar nela se unindo a outro homem... quando já a
considerava sua. Ele não esperava isso, que se sentisse tão possessivo. Um
guerreiro não podia se permitir esse luxo. E se foi abençoado com uma união,
sabia que seu seria por limitado. Uma mulher podia escolher deixar seu macho
a qualquer momento... por qualquer motivo. A única esperança de um guerreiro
é que ela o presenteasse com descendência antes de partir, uma criança do sexo
masculino cimentava seu lugar ou permitia a permanência da fêmea. A casa de
Grim já corria um risco, uma vez que nenhuma mulher se uniu a ele e assim não
teria filhos para manter sua posição, de modo que seria dada a outro, Wray não
teria escolha, não agora que Van estava morto.
Conseguir que Lisa concordasse em se juntar a ele e apenas a ele lhe daria a
chance de mantê-lo, mas a adição de sua prole... apenas o Imperador seria mais
poderoso. E se ela escolhesse outro... seus pensamentos sombrios foram
interrompidos quando as fêmeas voltaram para o quarto, as jovens agarradas às
mãos de Lisa, olhos inseguros olhando para ele.
— Onde está sua bolsa? — Ele não sabe por que pergunta.
— Bem... eu...
— Você não tem nada que deseja levar? — As mulheres levavam tudo quando
saiam.
— Eu... sim. — Lisa olha para ele hesitante. — Bem, se houver tempo.
— Há sim.
— Pronto.
— Sim bebê, vamos colocá-lo na minha bolsa. — Grim não diz nada, apenas
caminha pegando sua mochila.
— Vamos.
— Sim.
***
As garotas se sentam quando Grim cuidadosamente as assegura em seus
assentos.
— Sim, é bebê.
— Estamos indo para o espaço? — Ela não consegue manter a excitação fora
de sua voz.
— Eu disse-lhe que vamos para uma aventura. — Lisa sorri para elas.
— Isso será incrível! — Um enorme sorriso nos rostos de Carly e Miki faz Grim
parar. Ele nunca viu nada parecido. É pura inocência e emoção, logo ele sabe
que fará o que for preciso para proteger estas jovens. São dele.
Grim sente seu medo, mas não sabe como aliviá-lo. Não sabe se pode... não se
ela escolher outro.
A viagem de volta parece muito mais rápida para Lisa, agora que eles têm as
meninas. Olhando atrás dela, sorri dos olhos arregalados e a excitação, embora
Miki não esteja tão feliz quanto a sua irmã mais velha. Ela sabe que Miki idolatra
Carly, mas é a mais tranquila das duas e menos confiante. Nunca experimentou
a segurança que Carly teve, Mark estava doente desde o dia em que nasceu. Não
houve férias familiares, nenhum pai a jogou no ar... sem carregá-la em grandes
ombros fortes. Ela aprendeu a ser pequena e silenciosa enquanto Mark se
tratava ou descansava. Tinha quase quatro anos, mas nunca foi uma criança.
— Isso mudará qualquer coisa? — A tristeza em seus olhos faz com que seu
coração doa.
— Poderia... se você quiser também. — Sua honra não o deixaria mentir para
ela.
— Você entenderá uma vez que encontrar com o Guia. — Ele não conseguia
falar com ela.
Lisa o observava, tentando descobrir o que ele não está falando. — Eles podem
tirar as meninas de mim? — Tirar-nos de você?
— O que Lisa? — Ele não percebe que se dirigiu a ela pelo nome, mas ela sim.
— Meninas.
— É realmente bom. Quero uma ponte para desembarcar, Capitão. Minha prole
precisa descansar. — Um momento de silêncio segue seu pedido.
— Confie em mim para saber como proteger minhas fêmeas. — Ele rosnou
para ela.
— Está tudo bem, bebê. Grim apenas está fazendo com que tudo fique seguro
para nós.
— Por um tempo bebê, não sei quanto tempo demorará para chegar a Tornian.
— Serão necessárias duas semanas da Terra para chegar à minha casa. — Grim
percebe que ela está se certificando de que ele esteja envolvido em sua conversa.
Ela o está incluindo.
Ele acenou rapidamente. — Eu sou o Rei Grim Vasteri de Luda. Meu irmão
confiou-me a tarefa de garantir que o planeta seja protegido.
— E seu irmão?
Grim observa sua expressão aberta e curiosa de perto. Esta mulher o confundia.
Ela o tocava e depois se afastava. Parecia... interessada... em seus pensamentos
e estava disposta a tocá-lo. Isso mudará uma vez que entender sua posição única.
Voltando aos controles, ele pousa a nave.
***
O quarto é frio... é a única palavra que Lisa pode pensar para descrevê-lo. Não
tem suavidade, sem cor, sem calor. Há móveis, uma mesa, várias cadeiras, uma
mesa e um sofá. Há portas de ambos os lados da sala, mas não tem ideia de
onde dão.
— Esta é a área comum. — Lisa balança a cabeça e não diz nada enquanto
segura as mãos de suas filhas. — A... — Ele hesita sobre a palavra. — As
meninas dormirão ali. — Ele aponta para o grande sofá e observa enquanto
olho para tudo. É tão amplo quanto uma cama de casal na Terra, ela senta-se
para verificar sua suavidade e assente com a cabeça para as meninas.
— O que é bebê?
— Nós estamos com fome. — Grim olha para ela interrogativamente.
— Trarei comida. — Ele rapidamente caminha até sua mesa, feliz em poder
fazer algo por elas.
***
Grim olha para cima da mesa quando a porta da sala de limpeza se abre. O som
o atinge primeiro... risadas, risadas jovens, despreocupadas e depois o cheiro,
inocência e fêmeas. Respirando profundamente, ele entra e algo dentro dele
muda. Estas são dele. Suas fêmeas. Por isso que foi treinado. Era o que ele
precisava proteger. Elas. Apenas elas. Ao vê-las caminharem em sua direção, ele
franziu a testa, as pequeninas estavam em um tipo estranho de cobertura que
escondia não apenas os braços e as pernas, mas também os pés.
Grim observa o ritual feminino com espanto. Ele nunca viu nada parecido. O
vínculo que essas três têm é tão forte, está lá na maneira como interagem umas
com as outras. Elas trabalham juntas, parecendo se divertir. Que estranho. Ele
nunca viu isso com mulheres de Tornian, mas então nunca viu fêmeas jovens
antes, especialmente com sua mãe.
Uma vez que são desmamados, os bebês são criados pelos machos da família,
completando as responsabilidades das mulheres. Grim sabia por instinto que
isso nunca acontecerá com Lisa. Ela realmente se preocupava com sua prole, já
provou, lutaria por elas.
— Trançado.
— Tranças, certo. — Lisa rapidamente faz uma trança no cabelo de Miki,
prendendo a ponta com um suporte de seu pulso. —Pronto. — Ela beija
rapidamente o topo de sua cabeça. — Carly?
— Certo. Deixe-me procurar algo para prender. — Uma batida na porta tira a
atenção de Grim delas. Levantando-se, ele se coloca entre a abertura e suas
fêmeas antes de pressionar o painel para abri-la.
— Sim, mas não azul. — Lisa sorri da admiração na voz de sua filha mais nova.
O azul era a cor favorita dela. Quando ambas as meninas de repente param ao
seu lado, ela olha para cima para encontrar os machos olhando fixamente para
elas.
— Diga a ela que eu e minhas filhas estamos bem. — Ela leva as meninas para
mesa.
— Ela disse que queria provas. Que minha palavra não era boa o suficiente. —
O olhar insultado no rosto de Callen a faz balançar a cabeça. — Não entendo,
por quê?
— Por quê? — Lisa levanta a mão e conta nos dedos. — Vamos ver. Você as
sequestra. Estão as leva para um planeta desconhecido para se unirem a machos
que elas não conhecem. Tudo porque precisa de fêmeas. Ah, nenhuma razão
para elas não confiarem em você.
— Diga a ela que agradeço a generosidade. — Lisa volta para suas filhas.
— O que?
— Fêmeas... — Callen descobre que não pode tirar seus olhos delas. —Você
sabia?
— Não.
— A deusa verdadeiramente o abençoou, meu Rei. — Callen sorri para ele antes
de se afastar lentamente. — Você será desafiado.
— Sim.
— Ela removeu o aparelho ela mesma. Luuken não estava lá. — Callen fica
confuso, olhando para Lisa.
— Ela terá o que quer. Está sob minha proteção. — Seu tom não é argumento.
— Sim, meu Rei. Direi para esperar sua convocação. Com uma leve reverência,
Callen sai.
***
— Mamãe estou com sede. — Lisa olha para Grim enquanto ele se senta.
— Você também precisa comer. — Ele leva um pedaço de carne até a sua boca.
— É rashtar. — Depois de um momento, ela abre a boca e mastiga.
— Podemos tentar? — Elas olham para Grim com expectativa e ele coloca um
pedaço em cada prato achando satisfatório cuidar delas.
— Hora de ir para cama. — Lisa anuncia uma vez que os pratos estão vazios.
— Eu te amo, mamãe.
— Mamãe?
— O que Carly?
— Você pode deixar uma luz acesa? — Lisa vira para Grim.
— O que elas precisam?
— A luz pode ser deixada acesa? — Ele acende as luzes. — Está bom? — Ela
pergunta às meninas.
— Lisa... — Grim coloca uma mão nas costas dela e sabe que deve deixá-las.
— Com um último sorriso para suas meninas, ela se deixa ser conduzida para
fora da sala. Uma vez que estão sozinhos, ela vira para ele.
— Eu selarei, elas estão seguras. — Seus olhos escurecem com desejo. — Tire
as roupas, Lisa.
Os olhos de Grim seguem cada movimento, sem perder nada. Seu desejo cresce
com cada centímetro de pele pálida revelada. Ela é tão diferente das fêmeas de
Tornian. Onde elas são altas, ela é pequena, onde seus corpos tendem a ser
masculinos, o dela é suave com curvas exuberantes.
— O restante. — A antecipação abaixa o tom de sua voz. Os seios que ela libera
são mais cheios que os das Tornianas, com grandes mamilos para chupar. Um
ninho de pelos castanhos esconde a beleza da mulher e quando o último pedaço
de tecido é finalmente removido. Ele não pode esperar para prová-la.
— Grim! — Ela segura seus bíceps, mas ele a ignora. Totalmente focado do
seio diante dele. Nunca viu nada tão bonito, nunca sentiu nada tão suave. Isto
é o que a deusa queria que o corpo de uma fêmea fosse. Suave e um refúgio
para um guerreiro das dificuldades de sua vida. Com um “pop”, ele libera seu
mamilo, voltando a atenção para o outro. As mãos que se aproximam de sua
cintura a mantêm imóvel, mas de repente ele percebe que ela não está tentando
empurrá-lo, em vez disso, está passando os dedos por seus braços para afundá-
los nos cabelos, soltando-o enquanto o puxa mais perto, seu gemido a faz ainda
mais atraente.
Inclinando-se para trás, seus lábios tocam o estômago macio e flexível. Este é o
lugar onde cresceram duas fêmeas frágeis, onde foram protegidas. É o lugar
onde, dependendo da deusa, sua prole prosperará em breve. Ele os colocará lá,
mas primeiro deve agradá-la.
Agarrando suas coxas, ele as separa, ficando entre elas. Seu cheiro único chama-
o quando os polegares gentilmente a abrem, revelando uma beleza nunca antes
vista. Ela é cheia, rosa e já reluzente. Nada parecido com o Serai, que permanece
seco até sentir prazer. Ele não pode esperar mais. Abaixando a cabeça, a prova
e quase perde a cabeça. Ela é tão doce e suculenta, como a baga mais madura,
separando seus lábios, continua explorando até encontrar sua baga e chupar.
— Oh Deus, Grim! — Lisa geme seu nome. Faz tanto tempo que se sentiu
assim. Talvez nunca e Grim não brincava, ele era direto e sentia-se incrível. Seus
quadris instintivamente se moveram. Grunhindo Grim coloca um braço ao
redor de seus quadris sem romper seu ataque.
— Por favor Grim... — Lisa não pode deixar de implorar. Lentamente, ele
pressiona o polegar na abertura da mulher, sentindo-a incrivelmente apertada.
Com cuidado empurra mais e geme quando descobre que ela é suave por dentro
também. A vibração a faz tremer. Ela geme em negação quando ele afasta o
polegar apenas para gemer quando é substituído por dois dedos que lentamente
se movem para dentro, esticando-a.
— Mais rápido, por favor Grim, mais rápido. — Obedecendo, ele morde
levemente o clitóris, fazendo com que ela gema enquanto um orgasmo intenso
a percorre.
Sem folego, Lisa não pode acreditar no que aconteceu. Realmente teve o melhor
orgasmo de sua vida, de um homem que não conhecia? Não, não homem...
macho... um alienígena. Como pode fazer isso com Mark? Ela o amava. Amou
desde os quinze anos até os dezoito anos. Ele foi seu primeiro e único amante,
sempre gentil, respeitoso e cuidadoso. Não sentiu com ele aquela paixão
explosiva escrita nos livros. Mas tiveram uma conexão única. Eles tiveram três
anos maravilhosos juntos antes dele ficar doente. Antes que o câncer tirasse sua
habilidade de ser um marido. Isso o machucou, ela sabia, feriu seu orgulho, seu
ego, por não conseguir ser intimo com ela e agora isso... oh Deus, o que Grim
estava fazendo?
Enquanto ela estava perdida em pensamentos, Grim tirou suas roupas e agora
estava pressionando seu pênis contra sua entrada. Assustada, ela se ergueu nos
cotovelos e não pode deixar de soltar um suspiro antes de se afastar
rapidamente. O grunhido cruel de Grim a congelou.
— Caberá, eu a preparei. — Ele pressiona a ponta de seu pau contra sua entrada
e dá um rápido e superficial impulso. Seus sucos a deixaram escorregadia, mas
seu corpo ainda luta para aceitá-lo, ao seu suspiro ele imediatamente para. Grim
a observa, aguardando até senti-la mais relaxada, depois empurra, movendo-se
lentamente para dentro e para fora até que ela o toma todo.
Ele está molhado de suor e tenta controlar sua fome, quer liberá-la tanto que
está tremendo. Agradece à deusa que ela possa tomá-lo, ela é tão pequena e
agora não pode esperar mais, saindo quase completamente, ele entra em outro
impulso.
Ofegante, quando o prazer começa a se construir novamente, Lisa envolve os
braços e as pernas ao redor dele e prende-se. Ali está... toda a paixão
descontrolada sobre a qual sempre sonhou.
Grim continua entrando nela, não pode acreditar em quão boa ela se sente.
Todo o calor apertado e sedoso e ela é dele! Sente que seu lançamento se
aproxima rapidamente e acelera seu ritmo entrando mais fundo. Logo ele lhe
dará sua semente e espera que ela arraigue.
Grim fica chocado quando Lisa grita novamente, seus músculos femininos
apertando-o dolorosamente, sugando-o ainda mais profundamente em seu
calor. Ele não consegue controlar mais seu orgasmo.
Grunhindo, Grim colapsa sobre ela, quase não conseguindo evitar esmagá-la.
O que acabou de acontecer? Seus pensamentos dispersos tentam dar sentido a
isso. O que ela fez com ele? Isso não deveria acontecer. O Serai nunca foi
lançado quando um homem estava nele. Ele nunca ouviu histórias de uma
mulher de Tornian se satisfazer desta maneira. Lisa o envolveu. Combinando
seus movimentos, participando... isso não era normal. Rapidamente ele se afasta,
olhando-a.
Lisa está flutuando em uma quente neblina sexual de satisfação até que Grim a
afasta e acusa.
— Eu lhe dei o prazer de mulher. Por que você teve outro? — Ele exige.
— Eu...
Grim se vira e mostra sua parte traseira linda. Ela nunca viu um traseiro tão
tonificado e musculoso. A culpa imediatamente a ataca. Mark tinha um bom
traseiro. Ela amava seu traseiro. Envergonhada de sentir muito prazer com
outro homem, ela segura o lençol.
Grim veste a calça antes de encará-la. — Você não fará isso novamente! — Ele
grunhe, observando-a pálida enquanto esconde seu corpo dele.
— Você não quer que eu goze quando estiver em mim? — Ela sussurra.
— Goze?
— Não! Não é normal, eu lhe darei prazer. Então terei o meu. É assim que se
faz.
— Você nem vai dormir comigo? — Ela pode dizer que ela o confundia.
Há duas meninas na outra sala dependendo dela. Precisa ser forte. Ela não
deixará que ele a faça sentir vergonha de suas respostas naturais também. O
problema é que ele não é dela. Ela mereceu esse orgasmo, maldição!
Especialmente após o dia assustador que teve. Olhando para cima, ela o
encontra ainda a olhando. Merda, ela pode ter prometido ficar com ele, mas isso
não significava que teria que fica ali com ele.
Grim observa suas ações confusas. — O que você está fazendo? Por que está
se cobrindo? — Ele pergunta.
— Você pode ficar com a cama. Eu dormirei com as meninas. — Ela mostra
que sua segunda pergunta é autoexplicativa.
— Você iria descansar comigo? — Ele pergunta hesitante. — Na mesma cama?
— Marido?
— Companheiro.
— Vocês descansavam juntos? — Ele franziu a testa. — Seu aroma não estava
no quarto. — Ela afasta o lençol, saindo da cama.
— O que há com você e o aroma de Mark? Durante o último ano de sua vida,
Mark estava muito fraco para subir escada. Eu tinha uma cama especial no andar
de baixo para ele.
— Sim. Eu dormia no sofá. Olha, não importa. — Ela passa uma mão trêmula
jogando seus cabelos bagunçados. — Eu nem sei por que estou lhe dizendo.
Aparentemente, não é a maneira Torniana, então deve ser errado. — Afastando-
se, ela deixa um guerreiro muito confuso.
***
Não! Sua voz interior grita. Peter as teria destruído. Ele não se importava com
nada e com ninguém além de si mesmo. Ali... ali elas poderiam ter uma chance.
Nunca conseguiu se dar bem com Peter, apesar de terem a mesma idade. Ele
sempre parecia tão frio, tão distante, especialmente quando comparado com
Mark. No entanto, não foi até depois do incêndio que quase levou tudo deles,
que ele realmente mudou.
Com a morte de seus pais, Mark e Peter ficaram muito ricos. Peter viajou,
comprou carros caros, joias e saía com mulheres que nunca o teriam olhado
antes.
Foi durante o último ano da doença de Mark que Peter começou a mudar. No
início, pensou que fosse para ajudar a apoiar seu irmão, seu único parente vivo.
Não demorou muito tempo para descobrir a verdade. Peter queria que Mark o
colocasse como guardião das meninas, dando-lhe controle sobre seu dinheiro.
Insistiu que Lisa não era capaz de lidar com isso, o que era uma besteira. A
verdade era que ele estava quebrado, gastou toda sua herança em menos de
quatro anos.
Lisa nunca disse a Mark como Peter tentou intimidá-la a assinar os papéis.
Como ele ameaçou as meninas. Como uma vez ele a pegou sozinha e precisou
lutar contra ele. Até então, Mark estava tão medicado que era preciso todas suas
forças apenas para se sentar. Não iria aumentar sua dor, mas documentou tudo
pelo celular. Após o funeral, ela conseguiu uma ordem de restrição usando a
gravação. Peter ficou furioso, mas deixou a cidade ou então pensou isso, até que
Grim a levou para casa.
Agora, Peter estava fora de suas vidas para sempre. Grim seria melhor? Ela
voluntariamente se entregou a Grim e o faria novamente para manter suas
garotas seguras, mas podia confiar nele? Ele não as machucou... não fisicamente,
mas isso poderia mudar. Poderia confiar nele com as meninas? Percebendo que
apenas o tempo diria, pegou uma almofada e deitou-se no chão, uma mão em
cada uma de suas garotas, instantaneamente adormeceu.
***
Grim não se moveu desde a saída de Lisa. Ele estava confuso. Ela o confundia.
Não agia como as fêmeas Tornianas. Não se comportava como uma delas. Wray
disse que eram diferentes, mas não entrou em detalhes e Grim não quis saber
na época, já que nunca teria permissão para ter uma, agora gostaria de ter
perguntado.
Pensando, ele percebeu que Lisa ficou tão surpresa com suas respostas como
ele esteve com as dela. Era realmente tão diferente de seu protetor anterior, seu
Mark? E se fosse assim, esse homem cuja cama ela compartilhou de bom grado,
conseguiu repousar ao lado dela. Ela lhe deu filhos. Como conseguiu infundir
essa lealdade nela? Fazendo-a ficar com ele, mesmo quando não conseguiu
protegê-la. Como Mark conseguiu isso?
Ele olha para porta fechada. Em seu desejo egoísta de tê-la, esqueceu tudo o
que aconteceu naquele dia. A força que ela mostrou ao enfrentar Luuken e
Veron, ao enfrentá-lo. Ela se entregou a ele em troca da recuperação de sua
prole, não explicando que eram fêmeas e manteve sua palavra. Permitiu que ele
se unisse a ela, derramasse sua semente dentro de seu corpo e o que ele fez... se
queixou. Esfregando as mãos ásperas sobre seu rosto assustado, respirou fundo.
Ele reclamou.
Como pode fazer isso? Ela não era Torniana, nunca afirmou ser. Obviamente,
as mulheres da Terra respondiam de forma diferente às uniões e enquanto o
surpreendia, sabia que também foi a liberação mais incrível de sua vida. Estava
disposto a perder isso? Apenas porque não era assim o que esperava ser?
Diferente não significava errado e Lisa era muito diferente das fêmeas
Tornianas, percebeu que gostava disso e precisava explicar a ela.
Voltando para Lisa, ele se deitou ao lado dela. Nunca descansou com uma fêmea
antes. Nunca ouviu falar sobre isso acontecer. Como poderia se aproximar?
Sabia o que queria fazer... queria apertá-la, segurá-la nos braços e dar-lhe calor,
sua proteção. Ela permitiria? Decidindo que havia apenas uma forma de
descobrir, cuidadosamente colocou um braço sob seus ombros, puxando-a para
ele, quando ela murmurava, ele congelou.
Sentindo calor, Lisa instintivamente rolou em direção a ele. Ela estava muito
cansada. Apenas queria dormir. Envolvendo-se em seu cobertor, ela se
aconchegou.
— Grim... — Sua cabeça se inclinou novamente quando ele tocou seu botão
em resposta, seus dedos bombeando mais rápido. Não conseguiu impedir o
gemido, enquanto seu orgasmo explodia através dela. Grim suavemente lambeu
seus sucos.
Quando ele acordou, ela estava ao redor dele, precisava tê-la. Ela se entregou a
ele, era dele e queria mantê-la. Ele a satisfez duas vezes no dia anterior.
Continuaria fazendo-o, sem lhe dar motivo para deixá-lo. Saindo de seu centro
doce, seus olhos cinzentos se fixaram nos dela enquanto entrava nela,
envolvendo-a com seu calor.
Sentindo-o à sua entrada, Lisa abriu mais as pernas, sabendo que nunca o
negaria. Quando ele entrou, ela não consegue impedir seu corpo de se arquear,
Deus, ele era tão bom... quando mais entrava, mais sentia seu corpo responder.
E de repente, lembrou-se de sua ordem da noite anterior, fechou os olhos
tentando distrair-se, dizendo a si mesma que isso era para ele, para o seu prazer
não o dela, que ele não queria suas respostas, apenas seu corpo.
— Estou tentando. — Ela sussurrou, seus olhos bem fechados. — Eu não vou
me mover. Pegue o que quiser. — Ainda assim, ela não conseguia evitar que sua
voz tremesse ou que uma lágrima escapasse de um olho.
— Olhe para mim, minha Lisa. — Ele ordenou audaz ao sentir sua dor. Sabendo
que ele a causou, partia seu coração. Grandes mãos seguraram delicadamente
seu rosto, seu polegar limpando a lágrima. — Olhe para mim, pequena... por
favor. — Ele implorou.
Olhando profundamente nos olhos de Grim, Lisa viu a verdade. Pode não ter
passado pelo Guia, mas de repente entendeu que os Tornianos não sabiam o
que realmente significava um homem e uma mulher se unirem. Unir. Era mais
que apenas o ato físico, era se conectar com aquela pessoa que o completava,
que o amava, que iria aceitá-lo, com seus erros, falhas e tudo.
Grim observava Lisa, via suas dúvidas, seus medos, colocados ali por ele, por
meio de suas ações. Há um momento na vida de cada guerreiro que ele sabe que
sua próxima ação mudará para sempre seu futuro. Aconteceu com ele quinze
anos antes, estava acontecendo agora. Precisava tomar a decisão certa desta vez.
Lentamente, ela começou a mover seus quadris, inclinando-os para levá-lo ainda
mais fundo, seu gemido a encorajou a agarrar seus ombros de forma hesitante.
— Sim pequena, guia-me. — Ela teria rido se ele não estivesse empurrado
profundamente, fazendo-a ofegar. Ela apenas teve um amante e deveria guiá-
lo? Os joelhos apertam seus quadris enquanto suas pernas envolviam seu
traseiro duro, subindo para encontrar seus impulsos mais fortes.
— Sim Grim... mais forte... por favor... — Seu encorajamento fez Grim soltar
sua paixão, uma paixão que era apenas para ela. Saindo quase completamente,
sentiu seu canal tentando sugá-lo de volta, ouviu seu gemido pela perda, assim
entrou novamente.
Grim a sentiu apertando-o com cada impulso e ele perdeu um pouco mais de si
mesmo, nada antes que sentiu foi tão bom, ela era parte dele, ele era parte dela.
Quando seu prazer chegou, perdeu o controle e com um último impulso, se
enterrou tão profundamente dentro dela, que não sabia como sairia.
Lisa não tinha certeza de como isso aconteceu. Ela foi dormir com as meninas
e acordou com Grim chupando-a. A noite anterior foi a mais confusa de sua
vida e quando pensou ter encontrado conforto em seus braços, ele a afastou.
Faria isso novamente?
— Logo.
— Você não me machucou Grim. — Ela o tranquiliza, mas não o olha nos
olhos.
***
Grim deita de volta quando a porta se fecha. Fez novamente! Ele a machucou.
Como? Ele a agradou, sabe que o fez, duas vezes e novamente sentiu-se incrível,
ainda assim ela se afastou dele. Por quê?
Deixando o calor da água fluir sobre ela, a mente de Lisa vagou. O que ela faria?
Como se certificaria que suas meninas sobrevivessem neste mundo estranho,
quando ela não sabia se queria? Nada fazia sentido, toda vez que achava que ela
e Grim se aproximavam, algo acontecia e ele a rejeitava. Talvez ela precise
daquele Guia.
Acenando com a mão para parar a água, virou-se e congelou. Grim a observava
silenciosamente, segurando uma toalha. Hesitante, ela se esforça para pegá-la.
— Diga-me o que fiz de errado? — Ele observa enquanto esconde seu corpo
exuberante dele antes de buscar outra toalha para remover a umidade de seus
lindos cabelos longos.
— O Guia está chegando Grim, uma vez que completar o programa, tenho
certeza que entenderei e pararei de cometer erros.
— Os erros não são seus, pequena. — Ele se aproxima, estendendo a mão para
acariciar sua bochecha.
— Mamãe? — Grim se vira para encontrar a menina chamada Miki atrás dele.
Passando por ele, ela fica de joelhos, ignorando o piso frio.
— Bom dia querida. — Lisa a puxa para perto, beijando o topo de sua cabeça
como se ela não a visse em uma semana. A verdadeira alegria em sua voz atinge
Grim, fazendo-o desejar que sua mãe fizesse o mesmo. — Você dormiu bem?
— Uh sim. — Ela murmura suavemente contra seu ombro, seus olhos ainda
em Grim. — Eu estou com fome.
— Trarei comida.
— Obrigada Grim.
— Obrigada Grim. — Miki imita sua mãe e em vez de sair, Grim se ajoelha ao
lado de Lisa, então fica no mesmo nível de Miki.
— Ele disse que você é bem-vinda. — Ela fica surpresa com o tom de posse
em relação a Miki. — Por que não vai acordar sua irmã enquanto eu me visto?
***
Luuken congela à vista de três fêmeas comendo na mesa de Grim. Ele não foi
informado sobre a prole feminina. E se soubesse nunca a teria recusado, ter três
fêmeas... o faria ainda mais poderoso que seu pai! Seu pai... Luuken se encolhe...
ele ficará furioso por Luuken ter perdido está oportunidade. Eles estão tão perto
de tirar Grim de Luda. Conseguiram apoio de outros Lordes poderosos,
prometendo que seria dada a primeira escolha das fêmeas trazidas da Terra. Era
ruim o suficiente que Grim se juntasse a uma, mas isso poderia ser consertado.
Apenas precisaria argumentar que Grim era inapto e a fêmea se juntaria a outro,
deixando Grim com filhos que não se beneficiariam de sua posição. Luuken
gostava deste pensamento, mas agora a prole que ele deixaria era feminina
fazendo Grim muito poderoso para derrubar... mas ainda assim... teria a chance
de consertar isso. Seu olhar intenso foi para as jovens fêmeas se aproximando
de sua mãe, sentindo uma ameaça.
— Meninas. — Lisa bloqueia a visão de Luuken de suas filhas. Ela não gosta da
forma como ele as olha. — Peguem suas mochilas e entrem no quarto, fiquem
lá até que as chame.
Grim olha para Luuken, vendo seu interesse em suas fêmeas. Luuken é a
primeira descendência masculina de Bertos Guttuso, um Senhor muito
poderoso e ambicioso que controla a região Etruria em Tornian. Ele também
teve uma mulher por quase cinco anos, deixando-o por um segundo homem.
Grim sabe que Bertos quer ser o rei de Luda. Que ele planeja sua queda. Com
certeza irá querer as fêmeas de Grim. Ele não conseguirá!
— Onde você estava quando Lisa acordou, Luuken? — O tom duro de Grim
afasta o olhar de Luuken da porta. — Você a trouxe para a Searcher, era sua
responsabilidade guiá-la. Ela poderia ter se ferido.
— Ela não deveria ter removido o aparelho educador. — Luuken afirma sem
rodeios, recusando-se a assumir a culpa das ações de uma mulher. Ele é Luuken
Guttuso, o primeiro macho de Lorde Bertos.
— Era sua tarefa e deveria cumpri-la! Perguntarei apenas mais uma vez Luuken.
Onde você estava? — A voz de Grim fica ainda mais áspera à medida que sua
raiva aumenta.
— Não preciso ser informado dos meus deveres, senhor. — Luuken zomba
dele. — Ela não deveria ter acordado. E se estivesse dormindo, eu estaria lá.
— Sim, Senhor. — Luuken leva seus olhos frios e duros para Lisa. — Você
precisa se deitar. — Ele ordena.
Lisa acompanha a conversa e não pode acreditar na arrogância de Luuken. Ele
não a tocará e sequer as garotas.
— Grim. — Ela fica de costas para Luuken, sem perceber o insulto que acabou
de cometer. Virar as costas para um guerreiro significa que você não o teme.
Que ele não é uma ameaça. Em alguns casos, é um sinal de confiança, mas não
ali. — Eu sei que isso precisa ser feito, mas não por ele. Deve haver alguém
qualificado, alguém que ainda não demonstrou seu desrespeito total pela minha
segurança. — O rugido indignado de Luuken é facilmente ouvido.
Grim olha para aquela pequena fêmea que a deusa lhe confiou, entendendo
instantaneamente. — Você teme que ele possa feri-la. — Sua voz suaviza
instantaneamente ao falar com ela.
— Ele não leva seus deveres a sério. Não confiarei minhas meninas a alguém
assim.
— Eu a trouxe! Eu a trouxe aqui! Ela não tem o direito de desafiar meu direito
de guiá-la. — Luuken declara com raiva.
— Silencio Luuken! Minha Lisa tem um ponto válido. Você falhou com ela por
não estar lá para guiá-la, então novamente, não admitindo seu erro de verificar
que não tinha descendência. Por que ela deveria confiar em você agora? Por que
eu deveria confiar em você?
Luuken fica em um tom doente de laranja, que Lisa assume ser como um
Torniano amarelo fica vermelho. — Envie Callen para completar o programa.
— Ele ordena.
— Você não pode fazer isso! Eu sou o primeiro varão de... — Luuken começa,
apenas para ser cortado.
— Eu sou o Rei Grim! — Grim ruge, fazendo com que Lisa se afaste com
medo, enquanto ele caminha em direção a Luuken, não parando até que o outro
se encosta contra a parede. — Você me desafia Luuken? — Sua voz suave. —
Porque se for assim, lutaremos até sua morte. — Lisa observa Luuken se
encolher.
— Não, Senhor. — Ele sussurra, mesmo enquanto se acalma, Lisa pode ver a
raiva em seus olhos.
— Então envie Callen! — Grim exige e vira as costas para Luuken de volta para
Lisa.
— Bem, não fiz um amigo, verdade? —Ela não faz realmente uma pergunta
quando se afasta dele.
— Grim? — Ela não sabe o que colocou aquele olhar duro, mas precisa falar
sobre suas outras preocupações, precisa proteger suas filhas.
— O que foi, minha Lisa? — A possessividade que ele dá ao seu nome toca
algo no fundo de seu peito, como se pudesse pertencer a alguém novamente...
já faz tanto tempo. Saindo do sentimento, ela se concentra no que precisa fazer.
— Sim. — Ele não tem certeza do por que ela está perguntando, mas percebe
que tem um motivo. — Foi desenvolvido para aqueles fora de Tornian
entenderem nossa história ao longo de muitos anos. A Imperatriz Kim e você
são as primeiras de sua espécie a usar o programa.
— Não. — Ele lhe dá um olhar confuso. — Por que o fariam? São criadas em
nossa sociedade.
Grim dá-lhe um olhar considerado, percebendo que ela está correta, novamente.
Dar as meninas informações para adultos pode causar grandes danos e ele nunca
permitiria isso. — Eu entendo suas preocupações e concordo. — Ele vê que a
surpreendeu. — Eu não deixarei nenhum mal para vir às nossas meninas, minha
Lisa. Prometi aceitar e protegê-las e o farei. — Ele lhe dá um leve sorriso. —
Mesmo que às vezes você precise me dizer como fazer isso.
— Você realmente não sabe nada sobre meninas, não é? — Ela lhe dá um olhar
de avaliação.
— Não. Nunca estive ao redor delas. Não conheço nenhum guerreiro que
tenha, mas estou disposto a aprender, especialmente se isso também a agradar.
— Ele lentamente se move para ficar na frente dela. — Eu não queria assustá-
la, minha Lisa. Minha raiva estava com Luuken, não você. Nunca deve me
temer, porque deixaria voluntariamente minha vida antes de prejudicá-la ou as
meninas. — Lisa olha para ele por um momento confuso antes de entender o
que está dizendo. E de alguma forma sabe que ele é sincero.
— Por quê? Por que diria tal coisa? — Ela sussurra, precisando entender.
— Eu aprenderei.
— Eu também tenho muito para aprender minha Lisa. Você não é de Tornian.
— Ele a observa. — É diferente, de formas melhores. — Ele lentamente levanta
a mão para tocar seu queixo. — Você é tão frágil, sua pele tão suave e ainda
assim permite que a toque. Parece gostar. — Confusão enche seus olhos. —
Sua prole... você cuida delas, protejendo-as, mesmo que isso signifique arriscar-
se. Não é assim que as nossas fêmeas são... mas deveriam ser.
Lisa olha para ele em choque. Não esperava tal declaração, pelo menos não
assim.
— Você me deu mais prazer do que qualquer guerreiro tem o direito de esperar.
Você é minha Lisa e não desistirei de você. Abriu meu mundo, me deu garotas
pequenas e também não desistirei delas, não por causa do que representam, mas
porque são parte de você. — Uma batida na porta impede que ela responda.
— Então você cuidará disso? O programa? Irá se certificar de que não haja nada
prejudicial nele?
— Sim Callen. — Ele espera Lisa entrar no quarto, antes de continuar. — Lisa
precisa completar o programa de educação e ser orientada sobre como acessá-
lo.
— Luuken...
— É inaceitável. — Grim o interrompe. — Para Lisa e para mim. Você irá guiá-
la e nossas meninas.
— Sim. — Grim faz uma pausa enquanto Lisa volta com as meninas.
— O que é minha Lisa? — Callen fica espantado com a gentileza na voz de seu
Rei.
— Eu gostaria que as meninas me observassem completar o programa primeiro.
Isso as ajudará a entender o que está acontecendo e acalmará seus medos. —
Grim olha para Callen.
— Você tem seu educador? — Ele pergunta, olhando para Grim enquanto o
entrega. — Falta apenas dez minutos do programa, já não estava enviando
ondas quando você o removeu. — Ele dá a Lisa um sorriso reconfortante. —
As meninas não precisam se assustar com o processo.
Ao ouvir Callen, Grim percebe o quão perto esteve de nunca conhecer essa
mulher incrível. Ele teria perdido a mulher e as meninas dela.
— Meu Rei?
— Lisa quer que elas aprendam a história de Tornian como os jovens Tornianos
fazem, eu concordo com ela.
— Garotas, este é Callen. Ele nos trouxe nossas refeições na noite passada,
lembra? — Callen vê as jovens o olharem, especialmente a menor.
— Esta é Carly. — Ela indica a garota mais alta. — E está é Miki. — Lisa sorri
pelo fascínio óbvio de Miki com Callen. — Você terá que perdoá-la Callen, a
cor favorita de Miki é azul e você é muito...
— Azul. — Ele termina por ela. Sorrindo, ele se ajoelha lentamente, mostrando
a mão e virando-a, então Miki pode ver o azul mais claro do outro lado. Ela
olha para ele. Depois de um momento, Lisa leva-as ao sofá.
— Ok, garotas, isso é o que acontecerá. Sabem que eu disse que em breve
poderiam entender o Grim como eu? — Quando elas acenam, continua. —
Bem, é por isso que Callen está aqui. Ele colocará esses óculos especiais em seus
olhos chamados de educador. — Ela mostra o dispositivo. — Eu vou primeiro.
— Sim bebê, mas fiquei tão animada para buscar você e Miki que não terminei
o programa, então terminarei agora, assim podem ver exatamente o que
acontecerá.
Grim observa sua mulher, espantado com sua bravura. Ela tem todo o direito
de lutar com o educador de volta, mas por suas filhas, ela não o faz.
O menor toque em sua perna o faz olhar para baixo para encontrar Miki
encolhida. Seus olhos, colados à mãe, enquanto ela procura conforto e
tranquilidade nele, tudo ficaria bem. Cuidadosamente, ele coloca uma grande
mão nas costas dela. Quando ela envolve os braços ao redor de sua coxa, ele
fica espantado, momentos depois Carly faz o mesmo.
Ele olha para as cabeças castanhas e percebe que elas confiam nele, por causa
de Lisa. Confiam nele para protegê-las, confortá-las e não consegue pensar em
nada que tenha feito para ganhar sua confiança e ainda assim elas confiavam.
Assim como Lisa. Ele olha para ela, ainda no sofá, Callen falando suavemente
e sabe que ele fará o que for preciso para não as decepcionar.
***
— Minha Rainha? — Não é até que Grim franze a testa que Lisa percebe que
Callen está falando com ela.
— Eu... — Ele olha para Grim por ajuda apenas para encontrá-lo lutando
contra um sorriso.
— Acredite em mim Callen, pode ser bom com uma fêmea Torniana, mas se
estiver interessado em uma da Terra, o que eles ensinaram a você é praticamente
inútil. — Ficando de pé, ela lhe dá um último conselho. — E para ser sincera,
suas fêmeas estão realmente ferradas. — Ela se volta para Grim. — Então
meninas, vocês estão prontas para poder dizer a estes homens o que fazer?
— Você quer fazer as duas ao mesmo tempo? — Callen olha para ela.
— Sim Senhor.
***
— Eu sou a mais velha, eu sempre vou primeiro. — Carly fala e Lisa sorri, sua
pequena guerreira, ela sempre foi a primeira, protegendo sua irmã. Inclinando a
cabeça, ela dá sua permissão a Callen. Depois de alguns minutos, ele coloca um
em Miki.
Trinta minutos depois, Carly está sentada parecendo confusa. — Você está bem,
querida? — Lisa fica de joelhos preocupada.
— Acorde Miki. — Ela ordena. — Eu quero ter certeza de que ela pode falar
com Grim também.
— Eu prometo.
— Mamãe, você sabia que Grim é um Rei? — Lisa sorriu. Suas garotas estão
tão fascinadas com Grim tanto quanto ela.
— Sim bebê, eu sabia. — Miki parece incerta e olha para Grim, então sussurra
em seu ouvido. Lutando com uma risada, Lisa olha para ela. — Por que você
não pergunta a ele?
— O que você quer saber, pequena? — Grim pergunta desfrutando do brilho
nos olhos de Lisa.
— O que se diz para Callen, garotas? — Lisa pergunta e elas ficam vermelhas.
— Obrigada, Callen.
— Vocês são bem-vindas, pequenas. — Ele olha para Grim. — Você realmente
foi abençoado meu Rei.
— Acho que todos nós fomos, Callen. — Cruzando os braços, Grim encontra-
se sorrindo.
***
O resto do dia passa rapidamente com as meninas testando seu conhecimento
e Grim responde pacientemente suas intermináveis perguntas. Ele fica
impressionado com a forma como suas mentes funcionam. Elas olham para
tudo de forma tão diferente de como os os Tornianos fazem ou é apenas as
fêmeas? Descobre que não quer sair quando precisa ajustar o curso da nave.
Prometeu voltar logo enquanto passa pela porta.
— Mas mamãe!
— Não Carly até você experimentar uma coxa de frango, não pode dizer que é
melhor do que um sanduiche com pasta de amendoim e Miki você não pode
dizer que sanduiche com pasta de amendoim e melhor que coxa de frango.
Agora é hora de tomar banho, vocês duas,
— Sim, mamãe. — Elas concordam de imediato, mas ela sabe que continuarão
a discussão no banho.
Oh, a vida de uma mãe solteira. Descansando a cabeça na parte de trás do sofá
ela franze a testa, isso era o que era agora? Uma mãe solteira? Ela tinha Grim.
Ele concordou em aceitar e proteger suas meninas. Agora entendia que ele seria
um pai ou manno3, mas o que isso significasse para ele. As fêmeas eram especiais
para os Tornianos. Será que ele apenas se importava com o que elas poderiam
trazer de benefícios para ele, como Peter? Realmente iria amá-las como suas?
Querer apenas o que fosse melhor para elas?
3
Pai na linguagem deles.
Balançando a cabeça, sabia que apenas o tempo diria. Percebendo tudo muito
quieto, foi para a sala de limpeza para ver as meninas. Uma batida na porta
exterior a parou. Olhando, ela considerou o que fazer. Estava em uma nave
alienígena com suas filhas e Grim não está ali. Ele assegurou que seu quarto era
seguro, que estavam seguras. Ainda assim, ela não iria se arriscar, não com as
meninas. Já havia irritado um Torniano hoje. Com a decisão tomada, ignorou a
batida. Quando a porta se abriu de repente, ela girou em choque quando três
machos grandes enchem a sala.
— Estamos aqui para levá-la e sua prole para um protetor mais apropriado. —
O homem verde a informa.
— Você não foi guiada adequadamente no momento da sua escolha. Não pode
ser responsabilizada por isso. Um homem apto foi escolhido para você e sua
prole. — O macho verde agarra seu braço.
— Acha que Luuken pode pedir que você leve minha rainha! Minha Prole? —
Grim pergunta com uma voz letal, se fosse possível, o homem ficaria branco.
— Saia enquanto você ainda respira! — Ele se volta para o macho, enquanto
Lisa passa sobre ele, ele se aproxima dela.
— Eu disse para ficarem aí dentro! Grim irá lidar com isso. — Com um último
olhar sobre o ombro, ela as empurra para a sala de limpeza.
***
Grim agacha, olhando para o macho agarrando suas bolas. — Você tocou
minha Rainha. — Sua voz é fria como a morte.
— Ela nunca foi devidamente guiada. — Ele sibila. — Ela tem o direito de
escolher um homem apto, um que possa protegê-la adequadamente e suas
jovens.
— Ela protege a si mesma muito bem, você não acha Korin? Talvez minha
Rainha deveria treiná-lo. — Seu orgulho por Lisa é facilmente ouvido. — Por
que a levaria para Luuken? — Quando ele não responde rápido o suficiente,
Korin tem o folego que recuperou cortado pela mão de Grim em sua garganta.
— Ela e suas jovens poderiam ser devidamente educadas! — Ele diz sufocando.
— Veron. — Grim chama. — Korin será punido por tocar minha rainha.
— Ele entrou em um lugar seguro para levar minha rainha e prole. Ele a tocou,
machucando-a, então será punido.
— Ele afirma que estava seguindo as ordens do Capitão Luuken, Senhor. —
Veron o lembra.
— Leve-o ao Capitão!
— Sim, Rei Grim. —Veron se curva, antes de puxar Korin do chão, forçando-
o a sair da sala.
— Callen.
— Você realmente acha que Luuken a teria prejudicado? Caso ele tivesse
completado o programa?
— Sim, acho. — Sua mandíbula flexiona com o pensamento.
— Conseguirei o que precisa para proteger suas fêmeas, meu Rei. — Com uma
reverência rápida, ele sai.
***
— Mamãe, o que está acontecendo lá fora? — O medo nos olhos de Miki parte
o coração de Lisa. Ela sempre tentou ser honesta com as meninas, foi necessário
com a doença de Mark. Ainda assim elas eram apenas crianças. Literalmente
entraram em um mundo alienígena e se as quisesse seguras, havia coisas que
precisavam saber.
— Há homens que não querem que fiquemos com Grim. Eles acham que ele
irá nos machucar.
— Mas ele não faria isso, mamãe! — A força da convicção de Miki surpreendeu
Lisa.
— Por causa de como ele se parece, bebê. Há Tornianos que acreditam que por
causa de suas cicatrizes, ele não deve ter uma família, que não pode protegê-los.
— Mas isso é tolo, mamãe. Ele parou o tio Peter. Parou aqueles homens. —
Carly dá-lhe um olhar confuso.
— Sim bebê, eu não disse que eles estavam certos, apenas que acham que estão.
— Eles podem nos afastar de Grim, mamãe? — Dois conjuntos de olhos cheios
de medo a olham.
— Não bebês, Grim nos protegerá. — Ajoelhando-se, ela os abraça e reza para
que não esteja mentindo. — Agora, deveriam se preparar para ir para cama,
então tomar um banho e verei quanto tempo falta para o jantar.
— Sim, mamãe.
CAPÍTULO QUATRO
Grim senta-se em sua mesa, encarando seus punhos cerrados de raiva. Luuken
tentou levar suas fêmeas. Ele percebe o que fez... seu pai? Bertos está por trás
disso? Precisava levar suas fêmeas a Luda, levá-las para onde estariam
protegidas, pelos leais a ele.
— Estamos bem, as meninas não viram muito. — Ela olha para ele. — O que
está acontecendo, Grim? Como eles abriram a porta? Você disse que era seguro.
— Ele era um inimigo antes de você. — Ele cuidadosamente toca seu rosto
para que seus olhos se encontrarem com os dele. — Ele nunca mais se
aproximará de você e das meninas. É meu voto Lisa. — Seu polegar acaricia
suavemente seu rosto até que finalmente ela acena com a cabeça.
— Isto não foi sua culpa Grim. — E de alguma forma, ela sabia que ele se
culparia. Essas ideias Tornianas sobre o que era responsabilidade do macho.
— Então o código deveria estar seguro. Você não tinha motivos para pensar
que não. É culpa de Luuken, não sua.
Ela balança a cabeça em negação. — Não Grim, não sou. A verdade é que,
enquanto eles me assustaram, ninguém sofreu. Você os parou antes que
pudessem.
—Você foi ferida! — Enquanto a raiva de Grim voltava, seu toque era gentil
em seu braço com hematomas.
— Parece pior do que é e acredito que o macho verde sentiu mais dor.
— Korin.
— O que?
— Você o conhece. — Ela vê a resignação em seus olhos quando ele acena com
a cabeça.
— Eu sinto muito. — Ele vê que ela realmente sente, mas não entende o
porquê.
— Ele não tinha escolha. Estava sob a autoridade de seu pai, precisava ir. —
Grim tenta fazer com que ela entenda.
— Ele não está agora. — Lisa não é tão indulgente com a traição de Korin a
Grim.
— Ele tem um irmão mais novo que ainda está sob a autoridade de Bertos.
Bertos é conhecido por manter seus guerreiros usando seus irmãos.
— Ele o está chantageando?
— Você faz isso? — Ela não consegue tirar o choque de sua voz.
— Obrigação?
— Sim. Eles então recebem uma compensação por seu serviço para que possam
atrair uma mulher. O nível de um guerreiro dentro de uma casa representa o seu
valor para uma mulher.
***
A comida está esperando por elas quando saem limpas e prontas para a cama.
Grim observa de perto as garotas, procurando a menor lesão. Ele fica surpreso
quando, ao invés de sentarem-se para comer, elas caminham até ele.
— Abaixe. — Carly diz. Olhando para Lisa, ele faz o que ela disse e fica
assustado quando os pequenos braços de repente envolvem seu pescoço. Com
desespero, ele olha para Lisa.
— Abrace-as de volta. — Ela sussurra. Com cuidado, ele envolve seus enormes
braços ao redor de seus minúsculos corpos, segurando-as. Quando o faz, ele
sente pequenos lábios em cada bochecha.
— Obrigada Grim. — Carly, a porta-voz, fala por elas. — Por nos proteger,
novamente.
— Eu...
— Tudo bem meninas, hora de comer, então cama. — Lisa diz para elas,
forçando as lágrimas de volta.
— Sim?
— Grim ainda não nos deu um beijo de boa noite. — Todos os olhos se voltam
para ele, apenas Lisa vê sua confusão e pânico. Caminhando até ele, ela hesita,
então beija ele levemente sua bochecha sem cicatrizes.
— Isso é o que elas querem. — Ela sussurra, aliviando sua tensão, mas percebe
sua indecisão. — Está tudo bem. — Ela diz a ele. — Lidarei com isso. — Antes
que ela possa se mover, ele passa por ela.
— Descanse bem Grim. — Ela diz a ele, sua pequena voz está cheia de
inocência. — Você está seguro conosco. — Depois de um momento, ela
também se vira para dormir.
Grim não sabe o que fazer com a umidade que de repente enche seus olhos. Os
guerreiros não exigem segurança, eles não choram. Rapidamente se levanta e
volta para mesa.
— Grim? — Ao ver o brilho da umidade, ela se move em direção a ele.
— Vá descansar Lisa. — Seu tom duro. — Eu irei logo. — Sem dizer nada, ela
o deixa com as meninas.
***
Sentado em sua mesa, Grim olha do sofá para o quarto. Três dias atrás, ambos
estavam vazios. Três dias atrás, sua vida estava vazia. Ele estava vazio. Agora
seu mundo estava cheio, cheio de fêmeas, de risadas e o que elas chamavam de
beijos. Também está cheio de perigos. Bertos... Bertos queria ser o Rei de Luda
e se não fosse por Lisa e suas meninas, ele teria sua chance.
Grim e Wray sabiam que Bertos estava tentando conseguir apoio para que ele
fosse removido do trono, ameaçou Lisa por isso, se Bertos pudesse levá-la a se
juntar a outro.... Wray não teria escolha senão concordar em remover Grim.
Por isso que ele forçou Lisa a concordar em se unir a ele e somente ele, antes
de buscar sua prole. Não sabia que o programa de aprendizado não foi
concluído, não sabia que não tinha nenhum Guia, mas se conseguissem provar
que ele a forçou, seria removido. Olhando para o sofá, percebeu que havia
coisas mais importantes do que ser Rei.
Lisa não sabe por que embalou essa camisola, nunca a usou. Comprou depois
da morte de Mark, para provar a si mesma que ainda era uma mulher, não apenas
mãe, mas está noite parecia certo usá-la.
Ela pensou o dia inteiro sobre o que aprendeu com Callen guiando-a nesses
minutos finais do programa e a realidade era que... não respondeu a nenhuma
de suas perguntas. Sim, ela poderia acessar a informação que recebeu, mas não
havia nenhuma explicação sobre a diferença entre as fêmeas da Terra e
Tornianas... talvez não percebessem que houvessem.
O que ela descobriu é que as fêmeas de Tornian eram muito egoístas. Escolhiam
um homem pelo que ele poderia lhe dar e se não lhes dessem o suficiente,
poderia seguir adiante. Eram inúteis como mães, abandonando seus filhos por
outro homem. Elas esperavam que os machos lhes dessem um orgasmo, mas
não os ajudava a alcançar o seu próprio. Uma vez que concebiam, exigiam que
o macho usasse as Serais. Não dormiam com seu macho, sequer os beijavam.
Os Tornianos, com medo da extinção, perderam o que torna a vida importante.
Que se trata de viver a vida, sem importar quanto tempo tenha. Que deveria
preenchê-la com o que é importante, aqueles que você ama, sua família e amigos
e não coisas.
Bem, ela mudaria isso, pelo menos para Grim, tomou está decisão quando suas
meninas o beijaram. A aceitação total dele, dizia que ela tomou a decisão certa.
Mark gostaria que ela continuasse, fosse feliz e se certificasse que suas meninas
fossem felizes. Ele iria querer que ela se apaixonasse novamente e Grim
continuava ocupando pequenos pedaços de seu coração com sua confusão e
choque, até mesmo na menor exibição de carinho.
— Shhhh... pare... não é sobre isso que quero falar. — Ela se aproxima
colocando dedos suaves em seus lábios antes de tocar a bochecha marcada, ele
se afasta.
— É sobre isso que precisamos falar. — Ela deixou sua mão pousar no peito
dele.
— Você não precisa tocar minhas imperfeições. — Sua pele escurece fazendo
as cicatrizes se destacarem ainda mais.
— Elas não são imperfeições. — Ela o deixa não apenas ouvir, mas ver sua
raiva. — São cicatrizes, cicatrizes que, por algum motivo, fazem você pensar
que isso o diminui como homem.
— Elas o fazem! — Ele combina sua raiva com o tom da pele dele.
— Como? Diga-me como? — Ela exige. — Porque não há nada que aprendi
hoje que explique isso!
— Eu não consegui me proteger! E se eu não posso fazer isso, como uma fêmea
poderá confiar em mim para protegê-la! Eu sequer a protegi em meu quarto!
— Você me protegeu! — Ela bate em seu peito com o punho, sabendo que
nunca o machucaria.
— Você ficou ferida! — Ele se afasta, sem poder mais olhar para ela, sabendo
que falhou.
— Ninguém.
— Nenhum.
— E você vê isso como uma falha? — Ele ouve a descrença em sua voz. —
Oito contra um e você sobreviveu.
— Por favor, Grim. — Ao pegar a mão, ela o puxa para sentar ao lado dela na
cama. — Eu preciso entender. E se as meninas e eu iremos viver em seu mundo,
preciso entender. Pode me dizer o que aconteceu? — Ela implora.
Grim olha para aquela mulher corajosa. Somente em lendas já ouviu falar de
alguém como ela. Enfrentava guerreiros, protegia o que era dela, mas ainda era
suave e... qual era esta palavra antiga... amorosa... sim, era isso... amorosa com
suas filhas. Precisava de algo dele, não de nada, mas de honestidade. Então ela
e suas filhas poderiam sobreviver no mundo em que foram forçadas a entrar,
um verdadeiro guerreiro lhe daria isso.
***
— Foi a quase quinze anos atrás, eu ia me encontrar com Risa. — Ele começa
a falar sobre algo que nunca contou a ninguém. — Uma mulher interessada em
se unir a mim.
— Vinte e cinco anos, tinha acabado de ser declarado Rei de Luda, isso me
deixou desejável para as mulheres. — Lisa queria argumentar que essa não era
a única razão, pelo menos não para ela, mas deixou passar. — Eu fui na frente
da minha Guarda, ansioso para conhecê-la, foi quando eles atacaram.
— Foram oito contra um, Grim. — Ela colocou uma mão gentil em seu braço.
— Não importa, fiquei gravemente ferido e Risa retirou seu interesse, juntando-
se a outro.
— Você é mais que adequado, Grim. — Ao ver sua descrença, ela se ergue nos
joelhos para olhá-los nos olhos. — Quem impediu aqueles homens de
machucarem as meninas e eu? Quem foi o único disposto a tirar minhas
meninas da Terra quando estavam desprotegidas? Você Grim, apenas você,
ninguém mais.
— Qualquer homem teria ido se soubessem que eram fêmeas. — Ele se obriga
a dizer a verdade.
— Não deveria importar que elas fossem fêmeas. São crianças e estavam
desprotegidas. Você foi o único disposto a fazer algo para protegê-las.
— Sim. — Ela admite. — Eu nunca o vi assim, mas sabia que não iria me ferir
e nem as meninas. Vai me deixar provar isso também? Deixe-me mostrar-lhe
que suas cicatrizes não importam, não para mim.
— Oito contra um Grim. — Ela beija toda a cicatriz, tentando aliviar a dor de
muito tempo. — Eles sabiam quem era o guerreiro superior, por isso o atacaram
assim. Você estava sozinho... foram covardes. — Ela segura seu rosto para falar
diretamente a ele. — Homens sem honra. — Ela se move para beijar as
cicatrizes em seu rosto. — Você provou ser o guerreiro mais apto. — Ela o
beija até sua boca. — Você sobreviveu a algo que teria matado qualquer outro
homem. Isso é algo para se orgulhar. — Sua língua sai para acariciar seu lábio
inferior. — Isso me deixa orgulhosa, Grim. Orgulhosa de saber que você foi
forte o suficiente para sobreviver. — Quando seus lábios se separam, ela desliza
a língua, provocando a dele.
— O que você está fazendo? — Ele sussurra com voz rouca, afastando-se o
suficiente para perguntar, seus olhos ardendo, sua respiração ofegante,
enquanto suas mãos apertam os quadris.
— Deixe-me mostrar. — Sem esperar sua resposta, ela coloca uma mão em sua
nuca, puxando a boca para ela. Quando ele abre, ela entra, sua língua brincando,
provocando e recuando, incentivando-o até se tornar um participante ativo.
Quando ela tenta se afastar, ele segura sua cabeça, mantendo-a no lugar.
Ele tem um gosto tão bom... Lisa não provou algo tão bom quanto Grim. Não
tinha certeza de como sobreviveu sem ele, queria tudo dele. Afastando a boca
dele, ela respira sem fôlego, enquanto tira freneticamente sua camisa.
— Tire isso. — Ela exige, os dedos desesperados tentando tocar a pele. Quando
ele a puxa pela cabeça, ela o empurra para trás.
— Lisa...
— Lisa... — Ele move as mãos sob sua camisola, segurando as coxas nuas
exuberantes, puxando-a contra sua ereção latejante, mas não a interrompe em
sua busca para explorá-lo, tocando o outro mamilo enquanto chupa.
Agarrando a barra, ela o observa enquanto tira lentamente. Antes que possa
jogá-la de lado, ele está com as mãos em seus seios.
— Oh... isso é bom, Grim... tão bom. — Ela se move contra ele, querendo mais.
Alcançando entre eles, ela abre sua calça, enchendo suas mãos com ele.
— Lisa! Pare! — Ele geme, mas ela o ignora, tomando mais. — Ainda não a
satisfiz.
— Nós podemos nos satisfazer... juntos... oh Grim, isso é tão bom. — Girando
seus quadris, ela toma tudo dele enquanto começa a montá-lo. Agarrando seus
quadris, ele a para.
— Grim? — Ela olha para ele, preocupada por ter ido longe demais. Usando
os músculos de seu incrível abdômen, ele se ergue tomando um mamilo,
movendo-a para cima e para baixo sobre seu eixo.
— Goze para mim, Lisa. — Grim ordena com sua voz rouca e desigual. — Eu
preciso sentir seu prazer. — Tomando sua boca, sua língua envolve a dela, seu
polegar tocando seu centro enquanto ele bombeia com força, enviando seu
corpo ao limite. Gritando em sua boca, ela explode. Engolindo seu grito, Grim
se move furiosamente antes de ficar tenso e inundá-la com sua semente.
— Louvada seja a Deusa. — Ele geme caindo de volta na cama, com ela contra
seu peito. Como viveu sem saber que tal prazer era possível? Suavemente ele
passa a mão para cima e para baixo em suas costas, perdendo-se na sensação.
Ela era um presente da deusa, mostrando que não o abandonou.
***
Deitada no peito de Grim, Lisa tenta recuperar o fôlego, para um homem que
nunca beijou antes, ele era um aprendiz rápido. — Você gostaria de falar sobre
outra coisa minha Lisa? — Grim pergunta com uma voz satisfeita. Levantando
a cabeça, sorri para o humor que vê nos olhos dele. Quem pensou que Grim
teria senso de humor?
— Oh, posso pensar em muitas coisas sobre as quais gostaria de falar. — Ela
brinca.
— Não por causa disso. — Ele diz divertido. — Porque a deusa fez você apenas
para mim. Ela a trouxe para minha vida para me completar. Então finalmente
entendi, sou digno de ser um guerreiro Torniano, de ser o Rei de Luda. Sou
digno de protegê-la e os presentes que você trouxe para minha vida.
— Eu... — Lisa engole com força. Grim acabou de dizer-lhe que a ama, na
maneira de Tornian. — Você era digno antes de me conhecer, Grim.
— Não, minha Lisa, não era, estava incompleto sem você. Será a única mulher
a quem irei me unir. Sua prole é minha, se a deusa nos abençoar com mais ou
não. Rodando para ficar de costas, ele começa a se mover, lentamente primeiro,
observando-a com uma intensidade que quase a assusta.
— Você é minha Lisa. Minha Lisa. Minha rainha. — Ele se move cada vez mais
com cada afirmação. — Ninguém, a não ser a Deusa, a tirará de mim! Tomando
sua boca, ele sela seu voto enquanto libera sua suavidade como somente ele
pode fazê-lo.
— Eu sou sua, Grim! Apenas sua! E você é meu! — Arqueando-se, ela o leva
ainda mais fundo e sente como se eles fossem um.
— Shhhh bebê, o que foi? Pesadelo? — Lisa segura Carly em seus braços, que
soluça. — Por favor, conte-me o que há de errado.
— Não mamãe. — Carly olha para ela com seriedade. — Ele me disse que
estava indo embora para o bem desta vez, que foi o acordo que fez.
— O que? — Lisa franze o cenho para ela. — Carly Marie, sobre o que está
falando?
— Mamãe, o papai não partiu, não quando deveria. Ele disse que não deixaria
seus três anjos lindos desprotegidos. — A respiração de Lisa fica presa, seus
olhos se enchem de lágrimas, foi assim que Mark sempre as chamou, seus três
anjos lindos. — Então ele e a Deusa, fizeram um acordo. Que se ela enviasse
seu melhor e mais digno guerreiro, então ele iria embora, deixando-o proteger
seus anjos. — Seus olhos pequenos se fixam nos dela. — Grim, mamãe. Papai
esperou que ela enviasse Grim.
— Oh bebê... — Colocando-a sob seu queixo, as lágrimas escorrem pelo rosto
de Lisa. O que ela deveria dizer? Olhando para cima, ela vê um Grim surpreso.
— Ela o fez?
— Doente? O que você quer dize com doente? — Ele quase grita.
— Você fica doente quando concebe, não permitirei isso. — Seu tom é sincero.
— Bem, realmente não acho que você tenha controle sobre isso. — Lisa não
pode deixar de sorrir.
— Grim... — Ele não pode dizer isso. — Você precisa de filhos para proteger
seu trono.
— Olhe para mim, minha Lisa. — Ele fica de joelhos na frente dela, suas mãos
na cintura. — Eu falei verdade, sua prole... suas meninas... são minhas. Eu as
aceitei e as protegerei, não como se fossem minhas, mas porque são minhas.
Seu Mark e a Deusa as confiaram a mim, o mais importante é você, não o que
precisamos. — Quando ele terminou, as lágrimas novamente escorreram por
seu rosto.
— Grim... — Ela segura seu rosto. — Não é o que você pensa... fêmeas, fêmeas
da terra... quando concebem, podem ficar doentes... nós chamamos de enjoos
matinais. — Ela percebe que ele está ouvindo. — Com Carly eu não fiquei
doente, nem uma vez, cansada nos primeiros meses, mas nunca doente. Miki
foi diferente. Vomitava quase todos os dias, no primeiro trimestre... depois
disso, fiquei bem.
— Sim, faz parte de estar grávida, pelo menos para fêmeas terrestres. Eu não
sei sobre Tornian, isso não estava no educador.
— Eu não quero você doente, minha Lisa. — Gentilmente ele beija sua palma.
— É apenas parte do processo Grim. — Ela esfrega o polegar nos seus lábios.
— Ficarei bem. — Antes que ele possa dizer mais, ela o beija gentilmente. —
É tarde, vamos descansar, podemos conversar mais amanhã.
Ajudando-a, Grim solta o robe que ela vestia, empurrando sobre seus ombros.
— Você quer sua camisola? — Os dedos dele acariciam levemente seus ombros.
— Não. — Ela passa as mãos por seu peito. Ao levantá-la, ele a coloca
cuidadosamente na cama. Tirando a calça, ele deita ao lado dela, puxando-a para
perto.
— Durma, minha Lisa. — Em seus braços, ela deixa seus batimentos cardíacos
acalmá-la.
***
***
Luda, Lisa vê o planeta ficar maior. Parece semelhante à Terra, pode distinguir
água e terra, mas as cores são levemente diferentes, mais verdes e marrons, em
seguida, azul.
— É ali, mamãe? — Miki pergunta. Olhando para baixo, ela vê suas filhas
olhando o planeta que se aproxima. Grim as levou para sala de controle para
que pudessem ver sua nova casa. Ele tirou dali todos aqueles que poderiam
arriscar sua segurança, ficando apenas o essencial.
— Nós estaremos lá em breve? — Carly olha para ela. Lisa sabe que suas filhas
ficaram um pouco inquietas com Grim, que não quis deixá-las sair do quarto.
Ela olha para Grim.
— Rei Grim. —Veron diz em um tom baixo. Grim sabe que ele está
preocupado.
— Está tudo bem, meu amigo, mas estou dentro dos meus direitos.
— Sim, mas terá que ser levado para Wray primeiro. Isso levará tempo, minha
Rainha e descendência estarão mais seguras em Luda, em seguida, Tornian.
Preciso de seu apoio para nos levar a Unical.
— Armados?
***
Lisa olha para cima quando Grim entra, ele está vestido de forma diferente, a
jaqueta negra agora está coberta com uma larga faixa púrpura e há uma espada
ao seu lado. No entanto, é sua atitude que chama atenção. Ele irradia poder,
força e perigo. Não é o homem que a amou tão gentilmente naquela manhã.
Era um guerreiro pronto para a batalha, pronto para proteger suas posses.
— Sim.
— Lisa... — Uma batida na porta o corta, fazendo-o se virar. Lisa ofega quando
uma dúzia de machos armados entram, todos vestidos de negro e púrpura,
semelhante a Grim.
— Meu Rei. — Um deles coloca uma mão no peito, fazendo uma pequena
reverência. — Tudo está preparado de acordo com suas instruções.
— Você deve se afastar para o Rei de Luda. — Um dos homens de Grim avança
em direção a Luuken.
— A Rainha de Luda não está sob sua autoridade Capitão Luuken. — Grim
responde, sinalizando para Alger e seus homens levantarem as armas. —
Afastem-se ou iremos atirar.
— Você se atreve a trazer armas a bordo da nave do Imperador! — A ira de
Luuken é facilmente percebida.
— Não! Mas ele não tem direito às fêmeas! — Ele argumenta. — Elas devem
ir para Tornian.
— Você a tem... por enquanto... Rei Grim. — Luuken zomba. — Mas ela nunca
será sua Rainha.
***
— Sim, meu Rei. — O silêncio que se segue faz Lisa olhar para encontrá-las
sendo observadas por todos os homens da sala.
— Mamãe... ele é tão bonito. — Miki fica olhando para cima hipnotizada pelo
macho azul escuro. Os outros machos rapidamente disfarçam uma risada, o que
faz as bochechas de Alger escurecer.
— Miki! Você deve pedir desculpas ao capitão Alger. — Os olhos de Miki vão
para Alger.
— Mas por que mamãe? — Ela lhe dá um olhar confuso. — Ele é. Ele é até um
azul mais bonito do que Callen. — Isso faz a boca de Alger se abrir e uma risada
escapa de Grim.
—Miki, garotos não são bonitos. — Carly informa com sua voz de irmã mais
velha.
— Sinto muito, Alger. — Carly prontamente faz como ela disse, mas Miki
permanece teimosa e em silêncio.
— Miki Renée....
— Ok, tudo bem, sinto por dizer que você é bonito, Argel.
— Capitão Alger, sinto muito por minha menina mais nova, ela não quis
ofendê-lo.
Alger fica alguns segundos sem responder. Ele é um homem de quase cinquenta
anos, um guerreiro, nunca durante todo esse tempo se envolveu ou
testemunhou tal conversa. Algo em seu universo muda.
— Obrigada Alger. Uma vez que ela o conhecer melhor, tenho certeza de que
seu fascínio desaparecerá. — Ela sente sua expressão chocada enquanto olha
para Grim.
Os guardas observam a interação entre o Rei e a mulher que ele declarou como
Rainha com fascínio. Não apenas ela toca suas cicatrizes, mas o Rei permite.
Eles percebem que seu planeta nunca mais será o mesmo.
O primeiro olhar de Lisa sobre sua nova casa a surpreende. É um castelo. Puta
merda! Grim não disse isto a ela.
— Minha Lisa? — Grim espera, afastando seu olhar de sua nova casa. — Bem-
vinda a Luda. — Sorrindo, ela caminha com ele e suas filhas para seu futuro.
***
Grim as leva mais profundamente ao castelo mal iluminado para outro conjunto
de grandes portas.
— Este andar é uma área de estar. Eu mostrarei tudo mais tarde. — Ele os
conduz para o quarto escuro até a escada. — Nossas áreas de repouso estão no
próximo andar. Ele para quando Lisa se inclina, sussurrando para as meninas.
— O que está errado? — Um olhar diz que algo está incomodando as meninas.
— Não é nada. — Lisa levanta Miki em seus braços, a menina olha para ele com
olhos assustados.
É uma grande área de estar aberta, esparsamente decorada com duas portas de
cada lado e outra na extremidade.
— O quarto mais próximo do nosso será das meninas. — Grim abre a porta,
revelando outra sala pouco iluminada. Descendo Carly, ele acende a luz,
revelando poeira e janelas sujas.
— Mamãe... — Miki move os olhos desapontados para ela.
— Ficará tudo bem, bebê. Faremos daqui nossa casa, certo? — Hesitante, ela
balança a cabeça.
— Senhor, sua refeição chegou. — Montfort diz atrás deles. Virando, Lisa vê o
macho e vários outros carregando pratos de comida.
***
Colocando Miki em uma cadeira, ela se vira para Carly. — Vou colocá-la. —
Em vez disso, Grim se aproxima, colocando-a ao lado de sua irmã.
— Montfort, quero falar com você lá fora. — Ele se vira para Lisa. — Cuide
das meninas, não vou demorar. — Acenando com a cabeça, ela começa a encher
os pratos.
***
— Por que minhas ordens não foram seguidas? — Ele perguntou de forma
ameaçadora.
— Senhor? — Montfort tropeça para trás, chocado, não apenas com a acusação
do Rei, mas também com sua ameaça de ataque. O Rei nunca fez isso com ele
antes. O que essa fêmea fez com ele?
— Foi pedido que preparasse os quartos. — Grim o empurra para o quarto das
meninas. — Isso parece preparado para você? — Ele pergunta.
— Sinto muito, Montfort. Eu deveria ter sido mais específico nas minhas
instruções. Todos nós ficaremos neste andar.
— Amanhã, Lisa irá orientá-lo sobre como preparar o quarto para nossa prole.
— Lisa... — Montfort está tão atordoado que não percebe que usou o primeiro
nome da Rainha. — Ela irá nos orientar, Senhor?
— Sim. Ela sabe o que é melhor para nossas meninas. O que as faz felizes.
— Sim Senhor. Existe mais alguma coisa, Senhor? — Montfort não tem certeza
de poder tomar mais. Uma mulher dormindo com um macho... o que mais no
universo virá?
***
Lisa ergue-se da mesa quando Grim volta. Ela pode sentir sua infelicidade na
reação das garotas à sua casa. Passando por ela, envolve seus braços ao redor
de sua cintura.
— Oh bem, acho que isso seria bom, quanto mais mãos, melhor. Vamos, você
também precisa comer. Tenho certeza que seus guerreiros têm centenas de
coisas que querem discutir com você. — Ao levantar a mão, ela o leva à mesa.
— Estava esperando por você. — Grim não sabe o que dizer, então ele se
inclina e a beija.
— Nós acabamos mamãe. — Lisa olha para os pratos vazios e sorri. Elas estão
se ajustando bem aos diferentes alimentos.
***
— Você não dormirá lá esta noite Miki. — Grim agacha diante delas. —
Nenhuma de vocês. Esta noite dormirão aqui com sua mãe e comigo, amanhã
o quarto estará devidamente preparado para vocês.
— Para o chuveiro, vocês duas, enquanto eu encontro suas malas. — Lisa diz a
elas.
— Sim, mamãe.
***
As meninas dormem antes que suas cabeças tocarem os travesseiros no sofá. A
emoção e o estresse do dia desgastando-as. Verificando duas vezes os
cobertores, Lisa ergue-se para descobrir que Grim acendeu o fogo que as
meninas imploraram antes.
— Elas ficarão fora toda a noite. — Caminhando atrás dele, ela coloca seus
braços ao redor de sua cintura.
— Você fez bem. É novo nessa coisa de pai, dê uma pausa. — Ela olha para
cima e vê o arrependimento em seus olhos.
— Lamento que o quarto não esteja preparado. — Ele olha triste para o sofá.
— Elas devem pensar que não foi importante para mim, não cuidei delas.
— Pare, Grim! — Ela exige. — Você disse que foi um mal-entendido, que eles
prepararam o quarto errado.
— Andar feminino? — Ao ver sua confusão, ele segura a mão dela, levando-a
para uma escada atrás de uma porta. — O que? Ela o olha confuso.
— Fico feliz por elas me considerarem inadequado, minha Lisa. — Ele a olha.
— Porque se o tivessem feito, eu não conseguiria dar tudo isso a você. Minha
Rainha.
Virando, Lisa olha para tudo aquilo. A sala ocupava toda a ala. Não apenas
brilhava, mas também estava cheio de coisas bonitas. Tapetes, todos os tipos de
móveis, tecidos em todas as cores e texturas imagináveis. Joias e correntes de
ouro e tigelas espalhadas pela sala.
— Por quê?
— Por que o que minha Lisa? — Ele a puxou de volta contra ele envolvendo-
a em seus braços.
— Por que tudo isso está aqui e não sendo exibido em Luanda? — Ela olha as
estátuas e as pinturas.
— É para o prazer apenas da fêmea. — Lisa olha para ele espantada. — É dela
para levar quando se juntar a outro.
— Está brincando, certo? — Ela não pode acreditar no que ele diz. —
Nenhuma mulher precisa disso, é algo egoísta.
— É a maneira Torniana.
— Graças a Deus... a Deusa... que eu não sou Torniana. Uma vez que o quarto
das meninas estiver pronto, teremos que decidir onde colocar o restante disso.
— Você recusa meu presente? — Virando em seus braços, Lisa pode dizer que
o magoou. Segurando seu rosto com as mãos, ela se certifica de que a
compreenda.
— Você é meu presente Grim, isso... — Ela gesticula para o lugar. — Eu não
preciso disso para ficar com você, eu te amo. Apenas preciso de você e das
meninas. — Grim olha para o quarto que contém as riquezas do planeta e
percebe que ela acabou de lhe dar o mais valioso tesouro, seu amor. Tomando
sua boca, ele lhe dá um beijo profundo.
— Faça como quiser, minha Lisa. Tudo o que quero é você... você e nossas
meninas. — Pegando-a em seus braços, ele a leva para cama.
CAPÍTULO SEIS
A manhã encontra o Rei e a Rainha deitados em sua cama, observando o nascer
do sol. Afastando o olhar de sua beleza, Lisa ergue-se no cotovelo para olhá-lo.
— Por que todos ficaram tão chocados quando disse que eu sou sua Rainha?
Você é o rei Grim, por que eu não seria sua Rainha? — Os olhos de Grim estão
cheios de indecisão. — Grim? — Ele sente que ela começa a ficar tensa. — O
que eu não sei? — Com um profundo suspiro, ele se senta mantendo-a perto,
suas mãos acariciando-a.
— Nos tempos antigos, quando o Rei escolhia se unir a uma fêmea, ela sempre
se tornava sua Rainha. — Não diz mais nada, ela espera. — Uma vez que uma
fêmea aceita o título, ela fica par sempre ligada a este macho, incapaz de se unir
a outros. Quando as fêmeas diminuíram, foi decidido que o título não poderia
mais ser forçado a uma fêmea. Ela deveria aceitá-lo de bom grado. Faz mais de
cem anos que não existe uma Rainha em Luda. Somente ao se unir ao Imperador
é o título ainda obrigatório. — Ele podia ver a mente de Lisa trabalhando,
classificando o que ele disse.
— Por que não dar o título? Não seria seguro seu lugar na sociedade? Ser
Rainha? — Seus dedos se moviam distraidamente em seu peito.
— Sim e Wray o fez depois da morte de sua primeira Imperatriz. Ele tinha dois
descendentes masculinos e decidiu que outros deveriam ter a chance de
participar.
— Ela estava em uma excursão e de alguma forma comeu uma baga de skua.
Ninguém sabe como. Havia outros arbustos na área, mas não se aproximaram
deles. Alguns acham que um pássaro a jogou em seu prato. Havia uma no prato
de Risa também, mas ela não a comeu.
— Não discuta semântica comigo, Grim. E se você não fosse emboscado, ela
seria.
— Você está irritada. — Ele olha confuso. — Por que ela estava lá?
— Não. — No entanto, Lisa percebe que está irritada. Está com ciúmes de
Grim saber onde a mulher que o rejeitou estava. Que ele a acompanhava.
— Minha Lisa. — Ele vira seu rosto para o dele com um dedo firme. — Conte-
me.
— Quem? Risa?
— Você acompanha de onde ela está. — Ela descobre que não pode encontrar
seus olhos. Não tem o direito. Quando ele estava sozinho, ela teve Mark. Deus,
ela não é melhor do que uma fêmea Torniana.
— Olhe para mim, minha Lisa. — Ele ordena. — Por que você está irritada?
— Porque eu sou uma cadela. — Ela diz-lhe com impaciência. — Estou com
ciúmes por você ter acompanhado uma mulher que o magoou tanto e não tenho
o direito. — Quando ela mostra seu lado feio, Grim sorri lentamente. — Pare
com isso! — Ela exige. — Você não deveria sorrir. Deveria gritar comigo por
ser tão egoísta.
— Acha que eu me importo com ela? — Seu sorriso se amplia. — Você está
com ciúmes de alguém que não vejo desde que ela era criança.
— Nunca o fiz, eu disse que a vi. O pai de Risa era o capitão da Guarda de Elite
do meu pai. Ela cresceu no Palácio.
— Mas você nunca a conheceu? — Ela não consegue manter a confusão fora
de sua voz.
— Não era permitido. Não até que ela estivesse disposta a se unir.
— Dezessete.
— Pensei que dezoito anos fosse a idade que uma fêmea pudesse se unir.
— Sim, mas quando fui proclamado Rei, Risa solicitou a Wray que pudesse se
unir a mim. Seu pai morreu na mesma batalha que o rei Rask, o irmão do meu
pai, o ex-rei de Luda. Ela temia ser forçada a se unir devido a sua morte e como
Wray já estava unido, ela me escolheu.
— Espere... espere... deixe-me ver se entendi. Risa cresceu na mesma casa que
você.
— Calma. Mas você nunca a conheceu, apenas a viu e quando seu pai foi morto,
ela quis garantir sua posição, então o escolheu, porque você foi nomeado Rei.
— Sim, mas se Wray morresse sem um herdeiro, eu o substituiria para que ela
ainda pudesse se tornar Imperatriz.
— Devolvê-la a Tornian.
— Sim.
— Então voltando à questão original. Seu povo acredita que prefiro ter a chance
de ser Imperatriz do que ser sua Rainha... e estar com você.
— Sim.
— Adivinha, apenas precisamos mostrar a eles, hein. — Lisa sorri com ele.
— Não. Você apenas mostra coisas para mim. — Seu sorriso sexy fez seu
sangue correr mais rápido, lembrando-lhe de como ela mostrou que suas
cicatrizes não eram importantes.
— Meninas, por que não vão se vestir na sala de limpeza enquanto pedimos o
café da manhã?
— Elas vão bater. Vamos, só temos alguns minutos antes de voltar e acredite
em mim, tão bom quanto é sua bunda nua, elas não precisam vê-lo. — Lisa se
afasta dele.
— Você sabe que sim. — Vestindo a camisola, ela se move para fazer a cama.
— Venha aqui. — Ele ordena, apontando para o local bem à sua frente.
Afundando os dedos nos cabelos, ele toma sua boca em um beijo profundo. —
Bom Dia. — Ele sussurra contra seus lábios sem fôlego.
***
— Sem ahhhh. Grim chamou alguns de seus homens para ajudar, então não irá
demorar muito e uma vez que estiver limpo, Grim tem uma surpresa para vocês.
— Você não descobrirá até que seu quarto esteja limpo, então o que diz?
Devemos começar?
Lisa decide que o quarto não parece melhor à luz do dia. Respirando fundo, ela
caminha adiante e se vira para as meninas.
— Bem, não fiquem paradas. Temos trabalho a fazer, começando por abrir
essas janelas. — Movendo-se para eles, Lisa tira as cortinas pesadas, enviando
uma nuvem de poeira pela sala. Tossindo, ela abre a janela, a brisa fresca
enviando mais poeira pelo lugar.
— Eu posso ver isso. — Ele franze o cenho para as cortinas que estão no chão,
elas poderiam ter se machucado.
— Sim, bem, as cortinas precisam ser retiradas, estão tão cheias de pó, que
duvido ficarem limpas.
— Somente por inalação de poeira, então agora que elas foram retiradas,
podemos fazer realmente a limpeza.
— Fico feliz por ter notado Montfort. — Lisa responde de forma assombrosa.
— Mas isso não significa que estamos desamparadas. As meninas ajudarão, caso
contrário, elas não apreciarão o que está sendo dado. — A boca de Montfort se
abre, não apenas por causa do que ela disse, mas porque se dirige a ele
diretamente.
— O que eu fiz de errado agora? — Ela olha para Grim com exasperação.
— Bem, isso é bobo! — Ela coloca as mãos nos quadris e inclina a cabeça. —
Você precisa se encontrar com seus guerreiros. Não tem tempo para ficar aqui.
— Meus guerreiros podem esperar. — O olhar no rosto de Grim diz que ela
terá uma batalha em suas mãos.
— Não, eles não irão. — Ela o olha suavemente. — Você é o único homem
que quero atrair. — Ignorando sua mão suja, ela acaricia seu rosto, acalmando-
o. — Eu sou sua, Grim.
Montfort olha surpreso. Ele olha de seu Rei para a mulher que reivindicou como
sua Rainha e sente como se estivesse se intrometendo. Ele não entende isso.
Não a entende. Que jogo está mulher está fazendo com o Rei? Ela fala com ele
com ternura, compreende seus deveres. Ela diz que o ama, uma frase antiga que
declara seu compromisso... na presença de outros. Voluntariamente toca suas
cicatrizes, mas quer ficar sozinha com outros machos, muitos outros machos.
— Eles são uma ameaça para nós Grim? Machucarão as meninas? — Ela ignora
Montfort.
— Eu sei que não é assim em Tornian, Grim... fêmeas e machos não tem
interação fora da união. — Ela ignora o suspiro chocado de Montfort. — Mas
é assim na Terra. Podemos interagir, ser amigos e até nos importar uns com os
outros, sem nos unir. Talvez seja algo que seus machos precisam aprender. A
mudança nem sempre é algo ruim... se fossem, eu e as meninas estaríamos muito
infeliz agora.
Ela trouxe tanto para sua vida, mais do que apenas as meninas, o aceitava, o
amava. Mostrou que seu mundo podia ser diferente, melhor, agora queria fazer
o mesmo por seu povo. Isso significa uma grande mudança, mas como ela disse,
nem sempre era algo ruim. Sorrindo, ele se inclina para beijá-la rapidamente.
— Sim, Senhor.
— Você terá cuidado, não irá, minha Lisa? — Ele suavemente segura seu rosto.
— Talvez não.
— Olá. — Lisa diz orgulhosa ao lado de Grim, desejando não estar coberta de
poeira.
— Hoje vocês irão arrumar o quarto das meninas. A rainha Lisa irá orientá-los
sobre o que ela quer, com a ajuda de Montfort. Entenderam? — Depois de um
momento de choque, eles respondem.
— Sim, Senhor.
— Eu a vejo está noite. — Ele diz a ela antes de assentir para Montfort.
***
— Não foi tão ruim quanto pensei que seria, Montfort. Além de polir e limpar
janelas havia somente poeira. Espero que os outros quartos estejam assim.
— Estão. O Rei exigia que fossem limpos apenas uma vez por ano.
— E você fez o que ele pediu. — Ela reconhece. — Obrigada, mas isso mudará
agora que há uma família morando aqui. Os quartos não utilizados serão limpos
a cada... — Ela procura a palavra. — Ciclo da Lua.
— Todo ciclo da lua? — Montfort não pode evitar o choque em sua voz.
— Sim. Isso irá controlar a poeira e manter as janelas limpas. E falando sobre
as janelas, as que estão na Câmara do Rei precisarão ser limpas hoje.
— Sim, Majestade. — Montfort diz com firmeza, suspirando e Lisa olha para
ele.
— Não, majestade.
— Posso perguntar por que?
— Somente o macho com quem uma fêmea se une pode usar seu nome. —
Montfort informa-a.
— Então, como você chama uma fêmea quando precisa conversar com ela?
— Bem, se dentro de meus deveres se for necessário falar com uma fêmea, sem
presença masculina, ela é sempre chamada pelo título de seu homem.
— Então, você é?
— Mulheres?
— Bem... há mulheres assim na Terra, não mentirei para você. Mas a maioria
procura um bom homem, um que a trate bem e esteja em casa à noite.
— Pode ser, eu acho. Sempre gostei quando meu marido me dava presentes,
mas era o que eram, presentes. Algo que ele pensou que eu gostaria, não algo
que exigia para ficar com ele. Mas é mais do que isso, é o restante, conversar e
ouvir, ser gentil e compreensivo um com o outro. Ninguém é perfeito Montfort,
todos cometemos erros, temos dias ruins. Estar disposto a perdoar o outro
quando não o trata bem. Trata-los como você gostaria de ser tratado.
— Na maior parte, sim, cada uma é diferente, assim como todo guerreiro aqui
quer algo diferente em uma mulher, eu acho.
— Ah. — Lisa olha ao redor da sala e sorri. Os pisos estão reluzentes, as janelas
brilhantes, o mobiliário polido. Agora, tudo o que precisa são os pequenos
toques e tudo está no andar de cima.
— Tudo bem, tudo bem. Você acha que eles podem arrumar o outro quarto
hoje ou são necessários em outro lugar?
— Oh, bem, gostaria que os quartos fossem arrumados primeiro, dessa forma
o pó não será transportado para uma área limpa. Depois disso, podemos
avançar para o primeiro andar e assim por diante.
— Você quer que o castelo inteiro seja limpo? — Ele não consegue esconder
seu choque.
— Bem... — Ela considera sua pergunta. — Sim, acho que sim. Uma vez que
verificar o restante, é claro. Tenho certeza de que não haverá muito que fazer,
mas preciso descobrir onde colocar tudo do andar de cima.
— Você exibirá seus tesouros em todo o castelo? Para todos verem? —
Montfort tem certeza de que o universo acabou de desmoronar.
— Para que todos apreciem. — Ela corrige. — Que bem fazem escondidos no
andar de cima daquele jeito? Após o almoço, as meninas e eu iremos para ver o
que elas gostariam em seu quarto. Precisaremos de ajuda para mover os móveis
e coisas do gênero, oh e quem faz roupas aqui? — Ela puxa sua camisa para que
ele entenda.
— O alfaiate tem uma mulher? Aqui no castelo? — Lisa não consegue esconder
seu choque.
— Ele tem uma casa de campo entre o castelo e a vila. Sua fêmea é Auyangian
não Torniana, o nome dela é Padma. Ela faz roupas para as fêmeas. — Ele diz
a ela como se isso explicasse tudo.
***
— Mamãe... é real? — Carly pergunta com os olhos bem abertos enquanto olha
para a generosidade na frente dela. Após o almoço e banhos rápidos, Lisa levou
as meninas até a escada para a surpresa.
— Sim, então vamos ver o que gostaria para seu quarto.
Não demorou muito para que as meninas começassem uma pilha do que elas
queriam e Lisa precisou deixar pelo menos a metade. — Vamos garotas,
realmente precisam de uma tigela cheia de diamantes?
— Sim, eles são, mas não são para um quarto de menina. Grim terá que decidir
o que fazer com eles. Agora, gosto do edredom, lençóis e travesseiros. As mesas
dos lados da cama estão bem e podem escolher duas coisas que deseja colocar
sobre elas. — Ela coloca um dedo na bochecha enquanto pensa. — Há uma
mesa para cada uma de vocês e aquela mesa baixa para que possam se sentar no
chão para desenhar ou jogar jogos e tapetes, é claro.
— Eu sei, bebê, mas Carly gosta de verde e vocês vão compartilhar um quarto.
— Sinto muito, Carly. — Miki se aproxima de sua irmã, seus pequenos olhos
cheios de lágrimas. — Você pode ter o verde. — Carly abraça sua irmãzinha,
no momento é tão preciosa que quase parte seu coração.
— Está tudo bem, Miki, eu gosto de verde, mas você ama o azul.
***
Finalmente, soltando o edredom, Lisa fica de pé. — Sinto muito, mas foi tão
engraçado. — Respirando fundo ela tenta controlar-se. — Tudo bem meninas,
paramos de rir, vamos voltar ao trabalho. — As meninas trabalham para tirar
os edredons. — Montfort, odeio pedir, mas você ou um dos homens podem
nos ajudar aqui? — Imediatamente, dois machos correm para frente, facilmente
capazes de manobrar o tecido volumoso através da porta, levando-o para o
quarto das meninas.
— Sim, Faber, o lado de fora das janelas também. — Ela o encontra lidando
com o que parece ser um guerreiro perturbado.
— Entendo, obrigada por ter certeza de que seja feito corretamente. Eu sei que
deve parecer bobo para guerreiros como estes, mas não há nada de errado em
querer que as coisas contidas em sua casa sejam vistas na melhor luz.
— Como nós as veremos. — Faber resmunga apenas alto o suficiente para ser
ouvido.
— Acho que você precisará esperar e ver. — Virando as costas ao guerreiro, ela
vê que todos os guerreiros da sala retornam rapidamente à sua tarefa. —
Montfort tem várias peças de móveis que as meninas escolheram que precisarão
ser movidas e se você conseguir uma escada pegarei as cortinas para que elas
possam ser penduradas em seu quarto também.
— Sim, Majestade.
***
— Majestade me deixe fazer isso! — Agee exige. Ver sua nova Rainha no topo
da escada faz seu coração quase parar.
— Grim! Você me assustou, merda! — Uma vez que está firme, ela desce para
entrar nos braços de Grim enquanto ele a tira da escada. — Oi. — Ela sorri
para ele, mas Grim não está sorrindo, ela poderia ter caído.
— Agee! Por que ela estava na escada? — Ele pergunta com raiva.
— Espere um minuto! — Lisa olha com raiva. — Você não pode culpar Agee.
Ele não sabia. Apenas apareceu e me pediu para descer.
— Sinto muito, Majestade. Eu deveria ter sido mais cuidadoso. — Agee ajoelha-
se diante dele.
Grim olha para os olhos sujos de Lisa, seu coração ainda está batendo com o
susto que lhe deu. Quando ele a viu escorregar... mas ela está certa, não era culpa
de Agee. Ele foi quem a assustou e ela está segura em seus braços agora.
— Levante-se Agee, minha Lisa está correta. Você não descumpriu seus
deveres.
— Grim, o que você está fazendo de volta tão cedo? — Ela volta sua atenção
para ele. — Achei que o veria somente na refeição da noite.
— Mesmo. — Agee não pode parar de olhar fixamente enquanto o Rei toca os
lábios de Lisa com os seus... parecendo ter muito prazer com isso. Virando
rapidamente ele começa a dobrar as cortinas.
— Grim...
— Eu tenho guerreiros que podem fazê-lo. Guerreiros que não ficarão feridos.
— Tudo bem. Provavelmente levará dois para fazê-lo de qualquer jeito. — Lisa
balança em seus braços. — Deixe-me sair para que possa ajuda Agee a levá-las.
— O quarto das meninas. Oh Grim, você deveria vê-lo. Seus guerreiros fizeram
um trabalho tão maravilhoso e quase não resmungaram. As garotas estão tão
excitadas.
— Não, na verdade não. Não importa. — Ela segura sua mão livre.
— Não. Não irei. — Agee fica chocado ao ver a pequena fêmea colocar as mãos
nos quadris e olhar novamente para o Rei. —Poeira, polimento E limpeza não
são algo que seus guerreiros são normalmente obrigados a fazer. Não pode
culpá-los se desagradar alguns e não quando deveriam estar com seu Rei. — Ela
ouviu conversas suficientes para saber que deveriam passar seu tempo com
Grim.
— Oh, não, você não! — Lisa fica entre os dois. — Agee não tem nada a ver
com isso e você não o colocará no meio da nossa discussão! — Ela se aproxima
de um Agee atordoado. — Você pode levar as cortinas, Agee? — Ela pergunta
com a voz mais doce que consegue. Os olhos de Agee vão para Grim.
— Faça como sua rainha diz, Agee. — Grim ordena bruscamente, mas seus
olhos nunca deixam Lisa.
***
— Você defende um guerreiro diante de mim? — Grim não pode evitar a dor
em sua voz.
— Bem, se achar que você está errado, sim, mas a palavra-chave aqui é de você
Grim. E se algum dos seus guerreiros fosse desrespeitoso com você, comigo ou
as garotas, gritaria seu nome. — Ela coloca uma mão em seu peito. — Todos
os machos o respeitam e a nós. Fizeram a tarefa que você atribuiu por causa
disso. Eles não me conhecem... sou uma fêmea... não de Tornian... não confiam
em mim e estou aqui dando-lhes ordens.
— Bom.
Mal pode acreditar que seja o mesmo quarto de antes. Os pisos brilhavam
exibindo as várias cores da madeira de Luda usadas nele. A cama está coberta
com um edredom azul e verde que foi feito para Lisa e está cheia de travesseiros
cominando. Há tapetes nos pisos, móveis altamente polidos sobre eles e
pequenas coisas sobre as mesas, a luz se filtrando através das janelas cintilantes.
Eles penduraram as cortinas para que a mamãe não fizesse. — Olhando para o
quarto, ele vê Agee e Kirk fazendo exatamente isso.
— Sim. — Carly assente com a cabeça. — E mamãe nos permitiu escolher tudo
o que queríamos do andar de cima. Bem, quase tudo, mas tudo bem, eu não
queria uma tigela de pedras espumantes de qualquer maneira.
— Ah.
— Sim, mamãe disse que você teria que decidir o que fazer com eles. — Carly
diz a ele.
— Sim.
— Perdão, meu Rei. — Faber entra, ignorando totalmente Lisa, enquanto
carrega as cortinas restantes, que foi ordenado a buscar. Passando pelo Rei, ele
bate em Lisa fazendo com que ela tropece em uma cadeira.
— Grim foi um acidente. — Ela colocou a mão em seu braço tentando fazê-lo
entender. — Com as cortinas empilhadas no alto, ele não podia me ver.
— Saia antes de desafiá-lo por sua ofensa. — A voz de Grim é mortal. Com um
rápido assentimento Faber sai do quarto, o silêncio que se segue é pesado.
— Sim, meu Rei. — Rapidamente ele reúne as cortinas restantes e retoma sua
tarefa. Olhando para suas filhas, Grim vê que sua raiva tirou a alegria de seus
olhos.
— Meninas mostrem a Grim o que fizemos na sala de limpeza. — Lisa sugere
esfregando uma mão suave sobre as costas de Grim.
— Claro que sim, Carly. — Grim preferiria chutar o traseiro de Faber, mas o
sorriso de Carly mais do que compensou isso.
— Venha, então. — Com confiança, ela segura sua mão, levando-o para longe.
Lisa segue mais devagar, pensando. Era a segunda vez agora que Grim reagia
ao que ele via como uma ofensa contra ela. O que o tinha preocupado tanto?
— Estou chegando.
CAPÍTULO SETE
— Grim? — Lisa pergunta enquanto ele se vira do fogo, parecendo lindo.
— O que é minha Lisa? — Ele se move em direção a ela, eles não tiveram
nenhum problema em colocar as meninas na cama, com todo o trabalho que
fizeram e com a excitação de seu novo quarto, elas rapidamente adormeceram.
— Porque está tão preocupado com minha segurança? — E se ela não estivesse
observando atentamente, ela perderia.
— Não é nada minha Lisa. — Sentado ao lado dela no sofá, ele toca seu copo.
— Você não experimentou o vinho Kofi. — Obediente ela toma um gole.
— Você é minha rainha, meu coração, como posso não me preocupar com
você.
— Eu entendo isso porque sinto o mesmo sobre você, mas não é apenas isto.
— Ela toma o vinho esperando, mas ele não diz nada. — Existe uma ameaça
contra as meninas?
— Então o que? Eu não sou uma mulher Torniana, Grim. Não vou correr
gritando no primeiro sinal de problemas. Não vou quebrar se você me disser a
verdade e acho que mereço isso.
— Eu sei que você é forte minha Lisa, mas tenho o direito de protegê-la.
— Não estou argumentando contra isso. Você tem e eu também o amo, mas
também tenho o direito de saber o que está acontecendo, especialmente quando
afeta não apenas a mim, mas também nossas filhas. Não posso proteger se não
sei que existe uma ameaça.
— Não tenho conhecimento de uma ameaça minha Lisa. — Ele se esforça para
brincar com um fio de cabelo solto.
— Sim. — Ele finalmente admite. — Ele quer você, Lisa, ele quer o que você
tem.
— Sim. Quando ele chegar em Tornian, irá até Wray e pedirá que você seja
levada para Tornian, você e as meninas. Para que seja apresentada àqueles
considerados aptos a união.
— Mas eu já escolhi. — Ela diz com firmeza. — Você, eu escolhi você Grim.
— Ele desafiará o meu direito a você, afirmando que não foi guiada e não sabia
o que prometeu. — Grim avisa.
— Não terei permissão para estar ali, apenas os elegíveis têm. — Colocando o
copo de lado, ela senta em seu colo.
— Será minha escolha e minha escolha sempre será você. — Inclinando-se, ela
beija seus lábios, selando seu voto.
— Quanto tempo nós temos? — Olhando para o fogo moribundo, sua mão
gentilmente acaricia seu peito nu. Grim não finge entender mal.
— Sim.
— Não falo sobre as garotas, Grim. Estou falando de você e do nosso povo, o
povo de Luda. Eles também são minha família e lutarei para protegê-los.
***
— Está correto! — O punho de Grim golpeia a mesa fazendo com que ela
balance. — Então, quem Lisa ouviu?
— Foi Faber, meu Rei. — Montfort informa-o. — Ele não limpou bem as
janelas no segundo quarto. A rainha entrou quando eu o estava corrigindo. Ela
explicou que queria que brilhassem, de modo que refletisse bem na casa de
Luanda e seus enfeites. Faber respondeu que ninguém jamais veria estes
enfeites.
— Ele questionou meu direito de dá-los à minha rainha? — Grim rosnou. —
Seu direito de fazer o que quiser?
— Eu não acho que ele quis dizer isso para sua Majestade, sua frustração pela
tarefa atribuída tirou o pior dele.
— Meu Rei, não está sendo muito duro por um momento de frustração? —
Alger pergunta com respeito. Ele treinava Faber para se tornar um membro da
Guarda de Elite, ele era feroz na batalha e Alger esperava que fosse tão protetor
quanto ele com seu Rei. Oya estava a cargo dos guerreiros que guardavam os
muros enquanto era um trabalho importante, não tinha o status da Guarda de
Elite.
— Mais dois dias para a ala do Rei, a Rainha quer que o primeiro andar seja
limpo antes de inspecionar o restante de Luanda.
— Ela mencionou que deveria ser para todos desfrutar. — Ele encolhe os
ombros. — Isso lhe agrada, então ela o terá.
— Sim, meu Rei. — Montfort responde. — Meu rei? Ele pergunta hesitante.
— Sim, Montfort?
— Eu sei o que ela quer, pode inspecionar o trabalho e se achar que não é
satisfatório, trabalharemos até que fique. Com as mudanças que a Rainha Lisa
está fazendo, precisará de vários funcionários, atribuídos a funções específicas,
para ser realizado de forma correta e eficiente. Nossos machos são muito
orgulhosos, se fizerem o trabalho inicial, entenderão que os resultados refletem
sobre eles e encontrarão maneiras eficientes de completar suas tarefas.
— Isso será bom, Montfort. — Grim olha ao redor da sala e se pergunta o que
Lisa pensará disso, o que ela irá querer fazer? — Ele mal pode esperar para ver.
— Alger.
— Meu rei?
— A Rainha pediu uma reunião com a mulher do alfaiate. Ela gostaria de roupas
para si e para as princesas.
— Gossamer se recusa a deixar sua fêmea sair de sua casa de campo meu Rei.
Todos os homens levam suas fêmeas até ela. — Montfort informa-o.
***
Colocando a pequena estátua no meio da mesa, Lisa volta para observar seu
trabalho. As cortinas ainda precisavam ser penduradas, mas de outra forma,
ficou satisfeita com os resultados, a sala parecia confortável e convidativa,
virando, se surpreende ao encontrar Grim a olhando.
— Bom dia. — Ela sorri, caminhando até ele. — Pensei que tivesse saído para
o dia. — Levantando-se nas pontas dos pés, ela o beija.
— Tive uma reunião inicial com Montfort e Alger. Queria voltar antes de
acordar. Eu pensei que poderíamos fazer a primeira refeição juntos.
— Estava deixando as meninas dormir, mas adoraria ter a primeira refeição com
você.
— Eu tentarei não fazer isso novamente. — Ele diz a ela, mantendo um rosto
neutro.
— Você não fará tal coisa. — Ela dá a seu braço um tapa brincalhão. — Posso
ficar cansada durante o dia.
— Você tem meu coração, minha Lisa. — Tomando sua boca, ele lhe dá um
beijo desesperado. — Deve cuidar de si mesma, pois não saberia como viver
sem você agora.
— Você deixará que os machos façam o trabalho hoje. Eles agora sabem o que
deseja. — Ele exige.
— Estudei Decoração de Interiores antes que Carly nascesse. — Ela diz seu
olhar percorrendo a sala.
— Fazendo tudo isso. — Ela move a mão. — Colocando cores, tecidos, móveis,
mudando aquilo que não está agradável. Eu gosto de fazer isso.
— Você faz isso muito bem, minha Lisa. Nunca vi um quarto tão bonito como
o das meninas.
— Obrigada! — Ela olha para ele e de repente percebe que realmente não se
importa com as coisas no andar de cima, apenas em como pode usá-las para
tornar sua casa mais bonita para todos. Como a Deusa sabia que eles precisavam
de tal criatura?
— Grim?
— Eu preciso que você faça algo com todas as joias no andar de cima. São
valiosas e você precisa levá-las.
— Existem joias, mas são usadas principalmente para decoração. Coisas que as
pessoas usam em seus corpos. — Com seu olhar confuso, ela tenta explicar. —
Há coisas chamadas anéis, vão ao redor de dedos das mãos e dos pés, pedras
são frequentemente colocadas neles, também há colares que ficam no pescoço,
brincos, ela tocou seu pescoço e orelhas.
— Você não usa estes para uma troca? — Ele toca a joia em sua orelha.
— Não. — Mark me deu os brincos quando Carly nasceu e o colar quando Miki
nasceu. — Ela sorri suavemente com as lembranças.
— Sim.
— Sim, nunca os venderia. Algum dia, darei para as meninas e elas podem dar
a suas filhas, algo de seu pai.
— Sim.
— Minha Câmara. — Seton sai para cuidar disso. Segurando o braço de Lisa,
ele a leve até o quarto.
***
No pátio de pedra, Lisa vira seu rosto para o sol com um sorriso satisfeito em
seus lábios. Abrindo os olhos, ela observa as meninas rir e atravessar o bem
cuidado jardim. Eles fizeram tanto na semana passada, os guerreiros e a equipe
de Grim tinham Luanda brilhando como os diamantes que Carly admirou.
Grim olhava com uma diversão silenciosa enquanto seus guerreiros ferozes e
ásperos subitamente obedeciam a suas ordens. Eles literalmente irradiavam
quando ela elogiava ou agradecia e fazia isso muitas vezes, certificando-se de
que cada um soubesse que notou seus esforços. Então todas as noites ela dormia
com ele, dizendo-lhe o que aconteceu durante o dia, perguntando sobre o dele,
certificando-se de que soubesse que ele era o único que queria. Como a vida
mudou.
Olhando-a agora, Grim não podia imaginar sua vida sem ela. Ela se vira ao som
de seus passos, o prazer de vê-lo facilmente aparece em seu rosto.
— Pensei que estivesse treinando com seus guerreiros esta manhã. — Ela diz
caminhando em sua direção.
— Estava. Agora estou com você. — Ele a puxou para seus braços, inclinando-
se para um beijo. Pressionando ainda mais perto, ela o aprofunda. Risadas os
separam e faz olhar para o jardim.
— Acho que devo olhar em que se meteram desta vez. — Lisa suspira, mas há
um sorriso em sua voz.
— Sim. — Ela se esqueceu disso até ontem. — Ele disse que a esposa do alfaiate
pode fazê-los.
— Mas Grim...
— Eu sei disso e entendo, mas realmente esperava ir até ela. — Ela tem um
olhar suplicante. — Gostaria de ver mais de Luda e não parece que ela mora tão
longe. Seria um problema ir lá? — Grim franze o cenho para ela. — Acho que
as meninas também gostariam disso.
— Bem, se é o que deseja, então será organizado. — Grim diz com relutância.
— Não. Enviarei uma mensagem para que a esperem amanhã. Você também
pode decidir qual o uniforme que deseja que sua guarda use enquanto estiver lá.
— Como Rainha você terá sua própria guarda. Alger enviou nomes e terminarei
de aprová-los hoje para que possam se preparar para a visita de amanhã. — Em
seu silêncio, ele franziu a testa. — O que está errado?
— Seus guerreiros... eles trabalharam toda a vida para serem membros da sua
Guarda de Elite. — Ela aprendeu o suficiente na última semana para saber que
ser membro da Guarda de Elite do Rei era uma grande honra. O status do
macho era elevado, assim como suas chances de atrair uma fêmea. O único
ranking mais elevado era ser um membro da Guarda Elite do Imperador.
— É importante para eles, esse status. Não quero que tenham que sacrificar isso
para me proteger.
— Você acha que eles não a protegerão? — Grim pergunta com irritação.
— Sim. Eles são bons homens Grim, pelo menos aqueles que trabalharam
comigo na semana passada. Merecem a chance de encontrar alguém. Não quero
interferir nisso. — Grim a aproxima, perguntando se seus guerreiros percebem
o campeão que eles têm em sua Rainha.
— Eles serão a Guarda de Elite da Rainha, minha Lisa. Não haverá maior honra
em Luda do que proteger minha rainha e prole. Isso será conhecido. Eles não
sofrerão por atendê-la. — O sorriso que ele recebe é lindo.
— Eles não podem usar o que os outros Guardas de Elite usariam? É a sua
casa, não é?
— Seus homens usam um medalhão preto que tem algum tipo de pássaro
esculpido nele.
— Então é o que meus guardas deveriam usar, mas não preto... — Grim pode
ver que ela está pensando.
— Isso pode ser feito, apenas precisa decidir. — Ele diz a ela.
— Tudo o que quiser, minha Lisa. — Ele acaricia sua bochecha com os dedos.
— Não, olhe para cima! — Com um sentimento de medo, Lisa ergue os olhos
para a grande árvore, vendo seus bebês aninhados em seus galhos a meio
caminho.
— Ok. — Lisa prende a respiração quando as meninas descem, uma vez que
estão ao alcance, Grim rapidamente as coloca no chão.
— Carly Marie! Miki Renee! O que vocês acham que estavam fazendo?
Assustou-me até a morte! — Lisa repreende quando Grim as coloca na sua
frente.
— Mas não aconteceu. — Grim segura o rosto entre as mãos. — Respire, meu
amor. Elas estão bem. — Ver o medo dela apertava seu coração.
— Mamãe? — Ao fechar os olhos, Lisa faz o que Grim diz e percebe que ele
está certo. As meninas escalavam árvores em casa, mas não estavam em casa,
na Terra ela as encorajava, até mesmo ria de suas palhaças. Mas por algum
motivo isso... — Mamãe... — O medo na voz de Miki a fez abrir os olhos.
— Tudo bem, bebês. — Ela se ajoelha diante delas. — Eu sinto muito. Mamãe
estava apenas tendo um momento. Então me diga, foi bom lá em cima? — Ela
não deixaria suas filhas restritas por seus medos. Foi algo que ela prometeu no
dia em que Carly nasceu. Suas filhas não teriam restrições em seus sonhos.
— Venha e veja mamãe. — Miki incentiva ao segurar sua mão.
— Eu adoraria bebês, mas não acho que estes galhos me aguentem. — Ela olha
os galhos finos da árvore, tentando não a visualizar caindo deles.
— Ah. — Miki olha da árvore para Lisa e de volta. — Acho que você está certa.
— Grandes aves que caçam. — Ele explica. — Eles voam alto no ar, mas
podem ver tudo abaixo deles. Apenas atacam quando devem. Apenas mata
quando forçado também. Eles protegem os céus de Luda.
— Como você faz. — Carly encontra seus olhos. — Você nos protege. Você e
seus guerreiros protegem as pessoas de Luda.
— Sim, é o que fazemos. — Ele concorda com ela. — É por isso que apenas
os Guerreiros da Guarda de Elite de Luda podem usar raptores. É um sinal de
que eles protegerão aqueles que não podem e matam somente quando
necessário.
Ambas as meninas o observam com olhos sérios. Miki finalmente fala. — São
todos os raptores como... — Ela hesita ao procurar a palavra. — Tão bonitos
quanto você?
Grim não consegue esconder o choque em seu rosto. — Eu não sou bonito. —
Ele nega. — Tenho cicatrizes.
— Mas você as conseguiu em uma batalha, não foi? — Grim apenas acena em
concordância e percebe que foi exatamente como aconteceu, em uma batalha.
— Então eles são... — Ela olha para Carly. — Uma medalha? — Ao aceno de
sua irmã, ela continua. — Medalha de Honra. Elas significam que você não
desistiu quando poderia, quando também seria mais fácil. Papai não o fez. —
Pequenos olhos tristes se encontram com os dele. — Ouvi as enfermeiras
conversando uma vez. Elas disseram que seria melhor para todos se ele
simplesmente desistisse. Perguntei ao papai o que elas queriam dizer e ele me
disse que estavam erradas, que a cada minuto que tinha com a mamãe e conosco
valia a pena cada segundo de dor que sofria. Que não havia honra em desistir
apenas porque é difícil. Então você é o Raptor Grim, porque não desistiu
quando ficou difícil, você protege a mamãe, nós e Luda.
Grim cuidadosamente puxa a menina para seus braços. Logo Carly também
estava lá. O que ele já fez para merecer esses presentes preciosos? Quando Lisa
se ajoelha ao lado dele, não consegue impedir que as lágrimas escapem de seus
olhos. Cuidadosamente ela as beija, sabendo que ele não quer que as meninas
as vejam, apenas há um guerreiro forte que pode tomar. Envolvendo seus
braços ao redor de sua família, ela agradece a Mark e a Deusa por permitir que
isso acontecesse.
— É hora de você ir, meu Rei. — Lisa dá um beijo suave antes de estender a
mão para cada uma de suas filhas. — Vamos meninas, Grim precisa ser o
Raptor.
— Sim, Agee. Já estive três vezes com você e uma dúzia com Grim.
Esperaremos seu sinal. — Com um aceno rápido, Agee sai do transporte,
certificando-se de que seus homens verifiquem a área. Voltando, ele protege a
porta.
— Minha rainha... — Sabendo que é esse o sinal, Lisa olha para as meninas.
— Prontas?
— Alfaiate, a Rainha Lisa e sua prole estão aqui para uma consulta com sua
fêmea. — Kirk informa o macho.
— Não são estas as ordens do Rei. — Agee lentamente afasta seu braço.
— Eu sei, mas para Padma precisará tirar nossas medidas, as meninas e eu...
bem, teremos que tirar nossas roupas. — A pele de Agee começa a escurecer.
— Os guardas terão que sair a qualquer momento. Não seria melhor que já
estivessem estabelecidos do lado de fora? — Agee olha de Lisa para Gossamer.
— Permitirei que Cottage faça uma verificação. Uma vez que for considerado
seguro, a Rainha e sua prole podem entrar com dois guardas. Ninguém mais
será permitido dentro. — Gossamer assente com a cabeça para Agee.
***
Dentro da cabana, Lisa não pode deixar de olhar para a bela criatura diante dela.
Ela é alta, com pelo menos um metro e oitenta, com a pele de ônix e olhos azuis
impressionantes. Seu cabelo é um arco-íris de cores, preso em pequenas tranças.
— Eu sou Lisa. Minhas filhas Carly e Miki. — Lisa indica as garotas, Padma
acena com a cabeça.
— Ele tem sua habilidade em grande consideração. Pode fazer roupas para
minhas meninas? — Padma observa as pequenas por um momento antes de
assentir.
— Por quê?
— Eu sinto muito.
— Não sinta. Eu não o faço. Tenho uma boa vida aqui com Gossamer e nossos
filhos, o que precisei fazer para sobreviver já não importa. Assim como você
com o Rei Grim... ou então eu ouço.
— Oh... — Lisa olha Padma com vergonha. — Então irá aceitá-la e fará nossas
roupas?
Padma se afasta, avaliando Lisa. Ela nunca encontrou uma mulher como ela e
conheceu muitas em seus anos. Está dizendo a verdade e não tentando usá-la
como muitos no passado. Essas mulheres se aproximaram dela por sua
habilidade em fazer roupas, mas sempre olhavam com desdém, pois não era de
Tornian, os olhos de seus machos vagavam por seu corpo por causa do que
uma vez precisou fazer para sobreviver. Todos queriam usá-la.
No entanto, essa mulher, ela é nova em Luda e se as histórias que ouviu fossem
verdadeiras, já fez grandes mudanças na Casa de Luanda. Há conversas sobre
ela dormir com o Rei, tocar suas cicatrizes. Não mostrou nada além de respeito
e aceitação desde sua chegada, Padma não demonstraria nada menos.
— Seria minha honra ajudá-la, minha Rainha. — O sorriso que ela recebe por
sua resposta se transforma em um franzir de testa enquanto Lisa se levanta
rapidamente.
— Olhamos com os olhos Miki, lembra-se? — Lisa olha para ver o que chamou
a atenção de Miki e fica espantada. É o coletor de sol mais bonito que já viu. As
cores são incríveis. Aproximando-se para olhar, Lisa percebe não são apenas as
cores aleatórias e a forma como foram colocadas que o faz parecer um
caleidoscópio.
— Padma, isso é lindo! — Ela se vira para encontrar Padma hesitante atrás dela.
— Você gosta?
— Meu filho mais novo, Dagan, o fez para mim. Meu Dagan, ele é especial...
não é um guerreiro... mas é digno. — Lisa pode ouvir a defensiva na voz de
Padma, mas não entende o porquê.
— É claro que ele é digno. Nem todos nascem para ser um guerreiro. O que
seria daqueles que cultiva a comida? Que cozinha? Faz roupas? — Lisa não tem
certeza do que está acontecendo, mas pode entender o orgulho de uma mãe por
seu filho.
— Ele pode fazer outro. Usa as peças de seu trabalho com Gahan.
— Gahan?
— Meu filho mais velho, ele treina com o fabricante de vidros do Rei.
— Você não parece acreditar que Travon irá aprová-lo. — Lisa olha para ela
interrogativamente.
— Bem, se o fizer, ele terá que encontrar alguém para cuidar das necessidades
de Luanda. — Padma diz com desgosto.
— Cuidar de suas necessidades? Você quer dizer que Gahan faz todo o trabalho
atual? — Lisa está chocada.
— Posso falar com Dagan para ver se ele está disposto a fazer coletores de sol
para mim? — Lisa retorna à sua conversa de antes, ignorando Gossamer.
— Ele está com seu irmão agora na loja de Travon. — Padma diz olhando para
Gossamer.
— Não é longe.
— O que ele está fazendo lá? — Gossamer pergunta. — Você sabe o que
Travon fará.
— Gahan disse que ele estaria fora hoje. — Padma diz calmamente.
— Está bem se eu falar com ele, então, na loja? — Lisa pergunta para Padma.
— Sim, é apenas...
— Claro Capitão. Meninas. Padma obrigada por tudo, estou certa de que
conversaremos em breve. Gossamer. — Lisa inclina a cabeça e sai da cabana.
***
Minutos depois, eles param em outra cabana, uma não tão bonita ou bem
conservada como a cabana de Padma. Tem ervas daninhas, as janelas estão sujas
e se não estiver errada a porta não fecha corretamente.
— Sim, minha Rainha. — Como antes, eles esperam até que os guardas
assegurem a área para sair.
— Nós vamos ver sobre como conseguir alguns desses belos coletores de sol
para Luanda.
— Nós teremos que esperar e ver. — Entrando na loja mal iluminada, eles a
encontram vazia.
***
— Eu lhe disse o que aconteceria se encontrasse este idiota aqui novamente! —
Um som na parte de trás da loja faz Lisa se mover rapidamente em direção a
ele.
O garoto mais velho olha com desconfiança enquanto Lisa se move em direção
a eles.
— Apenas uma vez, eu estava do outro lado da mesa quando ele entrou. —Lisa
cuidadosamente coloca uma mão reconfortante sobre a cabeça de Dagan.
Quando ele ergue os olhos, ela não consegue conter seu suspiro. Dagan é mais
velho do que pensava, seu pequeno tamanho e ações enganavam, mas agora
entendia, Dagan era o que na Terra seria chamado de síndrome de Down, seus
traços faciais deixavam isso claro.
— Dagan, meu nome é Lisa. Sua mãe me disse que você estava aqui.
— Eu não fiz nada! Eu juro! Sou um bom menino. — Dagan se enrola em uma
bola, tentando ficar tão pequeno quanto possível.
— É claro que você é um bom menino, Dagan! Não fez nada de errado! — Lisa
assegura-lhe. — Não estou aqui para machucá-lo.
— Verdade. Eu vim aqui para falar com você sobre o lindo presente que fez
para sua mãe.
— Presente? — Dagan rapidamente desenrola-se para sentar-se de frente para
ela, usando as mangas para esfregar o rosto. — Meu presente deixou mamãe
muito feliz. Ela colocou na janela.
— Ele não pertence à minha loja! Esta é a loja do Rei! Ele não tolera idiotas! O
homem diz. — Quem é você? — Ele pergunta.
— Ela é a Rainha, seu idiota! — Agee responde ao homem e Lisa não pode
deixar de sentir-se bem com sua expressão.
— Zaki, não há nenhum perigo aqui. — Ele acena com a cabeça e as meninas
se aproximam.
— Gahan, Dagan, estas são minhas filhas, Carly e Miki. Elas são parte da razão
pela qual estamos aqui. — Lisa observa enquanto as três crianças sorriem uma
para a outra.
— Não desta vez. Nós viemos ver se você poderia fazer alguns de seus coletores
de sol para nós.
— Eu sei e não, nós não queremos aquele. Gostaríamos que você fizesse
diferente, para que possamos pendurá-los em Luanda.
— Minha Rainha, o chão está frio. — Zaki informa, o que significa que ele
gostaria que se levantasse.
— Eu não posso fazer um para você, fêmea Lisa. — Dagan a olha com olhos
tristes. — Eu usei tudo o que Gahan me deu para fazer o da mamãe.
— Você deu meu material da minha loja para este idiota? — Travon grita,
tentando chegar a Dagan, que imediatamente se inclina.
— Ele usou minha sucata! O do meu trabalho principal! — Gahan grita de
volta.
— Não com meu forno, ele não irá! — Travon nega. — Eu decido o que
acontece aqui!
Agee olha para o homem e se pergunta se ele entende exatamente com quem
está gritando.
— Isso é bom. — Lisa ignora o homem. — Você gosta de vir aqui, Dagan?
— Eu venho aqui para ver Gahan. Ele fica longe e sinto sua falta. — Ele parece
adorar seu irmão mais velho. — E se não fosse isso, eu não viria aqui. — Dagan
olha para Travon rapidamente.
— Eu posso entender o porquê. Há outro forno que possa ser usado? — Lisa
dirige sua pergunta para Gahan.
— Há um pequeno em nossa casa, meu pai construiu para poder praticar, mas
não é possível para Gahan usá-lo sozinho, minha Rainha.
— Você não pode ajudá-lo? — Ela pergunta.
— Como Dagan disse, não fico muito em casa, sou aprendiz do Mestre Travon
e meu trabalho principal ainda não conseguiu sua aprovação.
— Essas taças são para o Castelo Luanda? — Ela se move para um olhar mais
atento. Agee e Kirk empurraram Travon de lado.
— Você fez isso? — Ela escolhe um, sente seu peso, desfrutando de sua bela
forma.
Lisa lança fogo com os olhos. — Tudo bem, porque eu não aprovo você! —
Ela olha fixamente para ele por um momento, certificando-se de que Travon
entenda o que ela quer dizer, depois vira as costas para ele, olhando para Gahan,
ela espera.
— É logo ali. — Gahan a guia para uma mesa no canto, onde um objeto grande
está coberto com um pano.
— Mas ela não é sua Rainha, Gahan. — Lisa não pode deixar de rir, levantando
a mão ela silencia Gahan.
— Dagan, desde que cheguei aqui, tentei fazer alguém... — Ela olhou sobre o
ombro para Agee e Kirk. — Chamar-me pelo meu nome, mas ninguém o faz,
por isso me agradaria muito se me chamasse de Rainha Lisa.
— Certo. Podemos mostrar a Rainha Lisa seu trabalho principal agora? — Ele
pergunta com entusiasmo.
— Você é surdo? — Agee não pode acreditar em quão estúpido este homem é.
— Ela é a Rainha Lisa da Casa de Luanda, declarada pelo próprio Rei. Essas
são suas crias femininas! Deve mostrar-lhes respeito ou morrer por sua ofensa
à mão do Rei! — Travon fica pálido. Ele não acreditou que a mulher realmente
possuísse o título, nenhuma fêmea o aceitaria.
— Eu... sinto muito... minha Rainha. — Ele se ajoelha e Lisa o ignora voltando-
se para Gahan.
— Você precisa da aprovação dele para abrir sua própria loja? — Gahan se
assusta com a pergunta dela.
— Eu... não preciso de sua aprovação, mas custa muito para abrir uma loja e
sem ser um Mestre... as pessoas não comprariam, mesmo que pudesse.
— Travon não deve ser o único Mestre que possa aprovar seu trabalho.
— Não, há outro, mas ele está a uma grande distância e eu teria que ficar com
ele por alguns anos.
— Bem, isso não é suficiente. — Lisa bate um dedo no lábio. — Ele não avaliará
seu trabalho e se tiver sua aprovação, permitirá que abra sua própria loja?
— Não, minha Rainha, eu então competiria com ele. — Lisa olha
silenciosamente de Gahan para o Raptor. Ela entende o que está dizendo, era
como as antigas sociedades na Terra, mas com certeza haveria uma forma. E se
Gahan não competisse com este outro Mestre, mas sim trabalhasse com ele...
— Eu precisarei falar com o Rei, mas acho que posso encontrar uma forma de
você ter sua própria loja, Gahan. Há muito para fazer para a Casa Luanda.
— E assim você permanecerá. — Lisa se volta para ele. — Até que o Rei diga
o contrário. — Ela zomba. — Gahan será o Mestre de vidro da rainha. — Lisa
deixa sua declaração no ar.
— Você acha que pode lidar com isso, Gahan? Serei muito exigente com você
e Dagan?
— Sim. Dagan será responsável por fazer coletores de sol. Luanda tem muitas
janelas.
— Minha Rainha... Dagan leva muito tempo para fazer um. Ele é muito exigente
no que quer.
— Bom. Isso deixará cada um muito mais especial. Serão vistos e apreciados.
Agora você e eu discutiremos o Raptor.
— Sim, eu sei o local perfeito para isso. Então, vamos falar do preço.
***
Ela então lhe deu o maior diamante na bolsa, dizendo para começar
imediatamente a construção de sua própria loja. O garoto quase caiu, assim
como Travon. Ela também o instruiu quanto ao que precisava fazer exatamente
para ficar como ela queria, também precisava ser feito rapidamente. Porque
tinha vários trabalhos que queria discutir com ele.
— Sim, vamos bebê, aposto que está com fome. — Ela sorri para ela.
— Sempre. — Agee diz a ela. Uma vez que verifica a área, Agee permite que
Lisa e as meninas saiam.
Carly e Miki correm enquanto Grim se dirige para baixo. — Grim! — Dizem
ao uníssono, logo elas são rapidamente engolidas em seus braços.
— Isso é porque nós paramos na loja daquele homem malvado, ele estava
batendo em um menino chamado Dagan, mas Agee e Kirk o fizeram parar,
então mamãe falou com Dagan e ele vai nos fazer os mais bonitos coletores de
sol, Grim, ele fará o meu azul e o de Carly verde, vai demorar um pouco, mas
está tudo bem, porque isso faz com que seja muito mais especial, certo mamãe?
— Todos ficam felizes quando Miki finalmente faz uma pausa para respirar.
— Sim! — Assim que Grim as desce, elas correm. Lisa vê dois dos guardas
segui-las.
— Homem malvado? — Grim pergunta.
— Oi. Senti sua falta. — Lisa fica nas pontas dos pés, puxando sua cabeça para
baixo para beijar seus lábios e Grim rapidamente aprofunda o beijo, com um
grunhido baixo, mas se afasta.
— Você não vai me distrair. Mudou seus planos sem aprovação. — Grim olha
para Agee com olhos duros. — Talvez estivesse errado ao escolher você como
o Capitão da minha rainha. — Agee se encolhe com a acusação, mas não diz
nada.
— Agora espere um minuto! — Lisa não pode acreditar que Grim apenas disse
isso. — Agee não fez nada de errado. Ninguém da minha Guarda fez.
— MINHAS ORDENS! — Grim não pode evitar gritar. O tempo que ela
esteve longe de sua proteção destruiu seu controle. Não importava que os
machos com ela foram escolhidos a dedo. Ele ainda não estava com ela,
protegendo-a.
— Eu pensei que eles fossem minha Guarda! Que seguissem minhas ordens!
— Lisa se afasta dele.
— Você não vai a nenhum lugar sem minha aprovação! — Ela não entendia
que ele apenas queria protegê-la?
— Dois de vocês a seguem! Agee! Comigo! — Grim diz, sentindo que não
consegue respirar, quando ela se afasta dele com raiva. Ela vai deixá-lo agora?
Irá negá-lo? Seus olhos planos encontram Agee enquanto ele se afasta, levando-
o ao seu centro de comando.
***
Percebendo o quão tarde está realmente, ele entra no quarto das meninas
primeiro, encontrando-as profundamente adormecidas. Arrumando seus
cobertores, ele se inclina, beijando cada uma, já que se tornou seu ritual noturno.
Em silêncio, ele fecha a porta antes de caminhar para seu quarto.
Ela o receberá? Exigirá que ele durma em outro lugar? Procuraria agora outro
homem? Que entenderá melhor suas necessidades? Agee explicou o porque quis
parar no fabricante de vidros e o que aconteceu. Grim conversaria com o
homem, mas não conseguiu encontrar culpa nas ações de Agee. Tudo foi feito
como Grim exigiu, como se ele estivesse lá. Mas não estava.
Ele assegurou a Agee que sua posição estava segura, que não encontrou
nenhuma culpa em suas ações e que reagiu inadequadamente. Agora, apenas
precisa fazer sua Rainha entender o que o fez reagir daquela forma. Ao abrir a
porta, encontrou o quarto vazio. Dirigindo-se à sala de limpeza, também está
vazia. Rapidamente descobre que Lisa não está em nenhum lugar.
— Onde está a Rainha? — Grim pergunta aos guardas enquanto desce a escada.
Ambos se afastam do Rei furioso.
Grim acena com a cabeça para os guardas antes de se aproximar de sua Rainha,
deixando-os saber que podem dar um passo atrás. Lisa se afasta dele, com o
coração partido, dá poucos passos e espera...
— O que é Grim? —Ela não irá facilitar. Ela está irritada. Tem o direito de
estar.
— Porque não posso estar lá agora mesmo... não com você. — Ela responde
honestamente.
— Você realmente tem tão pouca fé em mim, Grim? — Ela pergunta entre
irritada e ferida. — Que ao primeiro sinal de problemas eu poderia ir embora?
— Você saiu. — Ele responde.
— Eu não quero brigar com você, Lisa. — Grim diz, lutando pelo controle.
— Bem, isso é muito ruim porque eu quero brigar com você! — Ela responde.
— O que você fez hoje foi errado, Grim! Eu tenho duas crianças. Não serei
tratada como uma!
— Eu sei que você não é uma criança. — Ele diz com raiva.
— Sabe? Então por que está me tratando como uma? Por que eu preciso de sua
aprovação para ir a algum lugar? — Grim a olha fixamente sem querer
responder. — Responda Grim! — Ela exige batendo o pé.
— Porque eu não estava com você! — Ele ruge, seu controle finalmente se
rompendo. — Não importa que não haja ameaça! Poderia haver e eu não estava
lá para protegê-la!
— Você disse que ele era um bom homem. — A honra de Grim obriga-o a
admitir isso, sabendo que ela vai compará-lo a seu Mark.
— Ele era. — Virando, ela pode ver que ele acha que está comparando-os e de
certa forma, está. — Mas ele não era perfeito Grim. — Ele a olha e ela lhe dá
um sorriso triste.
— Eu tinha acabado de completar quinze anos, ele tinha dezoito e meu carro...
o transporte quebrou. — Ela olha para vê-lo acenar com a cabeça que entende.
— Mark parou para me ajudar. Ele era tão legal... tão bonito, que me apaixonei
antes de me levar para casa. — Grim vê seus olhos se suavizar com lembrança
e seu estômago se aperta. — Meus pais não ficaram felizes. — Grim não
consegue esconder sua surpresa e Lisa ri baixinho.
— Sim, pensei...
— Que até que ele ficou doente nossa vida foi perfeita? Fácil? Que nunca
brigamos?
Acenando ela continua. — Meus pais não ficaram felizes quando Mark e eu
começamos a namorar. — Vendo seu olhar, ela explica. — O namoro é quando
homens e mulheres humanos interagem, para que possam se conhecer.
— Sozinhos? Você ficou sozinha com ele! — Grim não consegue esconder seu
choque ou raiva.
— Eu me recusei a desistir dele porque sabia em meu coração que ele era meu
futuro, minha verdade se você quiser chamar assim. Apenas sabia. Deus, eu era
tão jovem. — Ela deixa as lembranças fluírem. — Todos tentaram nos separar.
Eu era muito jovem, eles diziam. Ele era muito velho. Nós éramos muito
diferentes. Todos... amigos da família... continuaram me dizendo que estava
errada, que não sabia o que estava fazendo, não podia saber o que realmente
queria, mas sabia. Sabia que devíamos ficar juntos, mas isso não significava que
sem problemas, brigas. — Pausando, ela lembra. — Talvez não no começo, no
começo era tão ingênua, tão apaixonada, que pensei que Mark fosse perfeito,
apenas depois que Carly nasceu, comecei a me irritar com a forma como ele me
tratava.
— É claro que sim. — Era uma briga Grim, não o fim do mundo. — Lisa lhe
dá um olhar incrédulo. — Você realmente pensou que o deixaria esta noite...
por causa de uma briga.
— É o que…
— Uma mulher Torniana faria. — Lisa termina por ele, sua raiva crescendo
mais uma vez. — Eu pensei que já tivéssemos passando por isso, porra! Não
sou como suas fêmeas Tornianas, Grim! Quando vai acreditar nisso? Elas são
as pessoas mais egocêntricas e egoístas que já vi e ainda não conheci nenhuma!
Deus! — Frustrada, ela se afasta dele.
— Lisa...
— Você sempre será minha Lisa, mas não pensei que quisesse ouvi-lo.
— Não.
— Não. Você não pode fazê-lo. Fica perdido quando tenta sempre agradar
outra pessoa, eu sei. — Ele vê uma tristeza profunda entrar em seus olhos.
— Minha Lisa...
— Posso terminar de contar sobre Mark? Você pode não gostar. — Ela adverte.
— É o que te fez minha Lisa, quero saber tudo. — Acenando, ela olha
novamente para as luas... por algum motivo, a confortam.
— Sim. — O sorriso dela desaparece. — Mas então ele ficou doente e não
brigamos mais.
— Você não tinha motivos para brigar. — Ele acena com a cabeça.
— Ah, havia muitos motivos para brigar. — Ela o corrige. — Ele tomou
decisões com as quais não concordei, decisões que nos afetaram. Deveria ter
conversado a respeito, mas eu não sabia, ele já estava lutando tanto, pode
entender isso? Sua doença já tirou tanto dele... sua capacidade de ser meu
marido, de ser homem... — Os olhos de Lisa se enchem de lágrimas. — Eu não
poderia tirar mais nada dele.
— Ele fez coisas que você não gostou? — Grim não consegue esconder seu
choque.
— Sim e eu não dizia nada. Escondia minha raiva, minha dor e isso aumentava
até que precisava respirar com calma ou explodiria. — Ela olha novamente para
as luas. — No começo, quebrava os pratos, muitos pratos, mas isso apenas
significava que eu precisava limpar a bagunça. — Ela encolhe os ombros com
a lembrança. — Mais tarde, quando as coisas ficaram realmente ruins, eu me
levantava no meio da noite, ia até a garagem e gritava. Algumas noites achei que
nunca fosse parar. Estava tão irritada, tão louca, tão solitária. Finalmente, ela
deixa suas lágrimas caírem por tudo o que perdeu. — Então ficava com raiva
por estar com raiva. Pode entender isso Grim? Ficar com raiva de você porque
está com raiva? — Ela não espera sua resposta. — E então Peter apareceu.
— O irmão de Mark. — Ele se aproxima suavemente limpando suas lágrimas
com os polegares. Lágrimas não pertencem ao rosto de Lisa.
— Sim. Pensei que ele ajudaria, mas apena estava interessado em ajudar a si
mesmo.
— Eu não entendo.
— Peter gostava de viver bem e já não tinha os meios também. É por isso que
ele estava tentando levar as meninas naquela noite. Porque se tivesse controle
sobre elas, controlaria seus fundos fiduciários. — Ela pode ver sua confusão.
— Um fundo fiduciário é muito parecido com seus diamantes, tem muito valor.
— Muito.
— Sim. Ele não as amava. Porra, ele mal sabia seus nomes. E se você não tivesse
voltado para elas... — Ela não pode esconder o medo sobre o que poderia ter
acontecido.
— Sim, estão, por sua causa, mas não posso voltar a ser aquela mulher Grim...
aquela fêmea. Aquele que recua e apenas concorda com tudo o que o homem
que ama diz. Especialmente, quando ela sabe que ele está errado. Isso irá me
destruir.
— Eu sei, mas haverá momentos em que você não estará, Grim. Precisa confiar
em mim e nos machos que atribuiu para nos proteger, que podemos fazer o que
for necessário até que você possa chegar lá.
— Isso é tudo que peço, Grim. — Ela lhe dá um sorriso malicioso. — Então,
você quer fazer as pazes agora? — Os olhos de Grim piscam.
— Vamos voltar para nossa Câmara, minha Lisa. — Ele fica surpreso quando
ela sai de seu alcance, um sorriso brincalhão nos lábios, desabotoando a camisa.
— Lisa! — Grim rapidamente olha para trás. — O que você está fazendo?
— Faça os guardas se afastarem, Grim. — Ela diz a ele enquanto tira a camisa
da calça.
— O que? — Sua mente não funciona quando sua pele cremosa e pálida brilha
sob as luas de Luda.
— A menos que você queira que eles vejam o que é seu. — Quando ele ainda
não se move, ela deixa a camisa cair revelando os seios cobertos de renda,
fazendo Grim ativar sua comunicação, ordenando aos guardas que se afastem.
— Viu, isso não foi tão duro. — Ela se aproxima para acariciar seu eixo. — Mas
algo está. — Ela provoca.
— Você é o único homem que quero Grim, mas quero tudo, o bom... o ruim...
o feliz e o triste. Quero ficar ao seu lado, não atrás. Quero ser sua Rainha, Grim.
Grim apenas pode olhar sua calça se abaixar. — Aqui sob as luas de Luda, com
o Raptor olhando, quero que você me faça sua, apenas sua.
Com a luz dourada das luas de Luda sobre eles, Grim levanta Lisa, capturando
seus lábios com um beijo faminto, envolvendo suas pernas ao redor de seu Rei,
Lisa mergulha no beijo. É o que ela precisa. Este é o homem que sempre
precisou.
— Você é minha Lisa! — Ele rosna, abrindo sua calça, ele solta seu eixo duro,
colocando-o em sua entrada. — Repita!
Lisa ergue o olhar para o macho acima dela. Ele está banhado à luz das luas,
seus olhos brilhando como o Raptor de Gahan. Ele realmente é o Raptor... seu
raptor.
— Eu sou sua Grim! Apenas sua! — Com as luas de Luda como testemunhas,
o Rei reivindica sua Rainha.
***
Acordando, Lisa procura encontrar Grim, apenas para encontrar seu lugar frio,
dizendo que ele se foi há algum tempo. Estendendo os braços sobre a cabeça,
ela sorri. Grim realmente gostou de fazer as pazes, insistindo que o fizessem
várias vezes. Não era de admirar que esteva cansada, mas as meninas acordariam
em breve e Gahan estaria ali depois do meio dia com o presente de Grim. Ela
também precisava conversar com Agee sobre sua ideia para seu símbolo de
Guarda, levantando-se, ela se prepara para começar seu dia.
***
— Então, o que você acha? — Lisa pergunta enquanto Agee olha para o
desenho que ela fez. É o medalhão preto que a Guarda de Elite do Rei
atualmente usa. Tentou imitar o Raptor de Gahan usando os lápis de cor de
Miki.
— Eu sei que não é uma versão muito boa, Gahan poderá fazer melhor, mas
eu queria sua opinião antes de decidir.
— Você quer isso para sua guarda? — Agee não consegue esconder seu choque.
Ele assumiu que isso era para ela e para as jovens, simbolizando a quem
pertenciam e não a sua Guarda.
— Bem, sim... — Ela olha para ele com incerteza.
— Tem joia charoite nele! — Ele não pode ocultar seu espanto.
— Uh... sim...
— Charoite é uma joia cara, minha Rainha. — Ele tenta fazê-la entender. —
Mesmo com a pequena quantidade usada nos olhos do Raptor.
— Então você está dizendo que os guerreiros não vão querer usá-lo? — Os
ombros de Lisa caem em decepção. Ela estava tão entusiasmada com isso.
— Não! — Agee explode, fazendo Lisa pular. — Não, minha rainha, não é o
que estou dizendo. — Ele olha do desenho para ela, forçando-se a controlar seu
tom. — Qualquer guerreiro se sentiria honrado em usar este símbolo! O
prestígio de ter dois charoites...
— Quatro. — Lisa relaxa em sua resposta. — Isso seria para o dia-a-dia e isto.
— Ela tira um desenho idêntico com a adição de sua borda colorida com
púrpura da Casa de Luanda. — Isso seria para ocasiões formais.
— Formais?
— Você quer dizer um uniforme de corte. Sim, cada guarda tem. — Agee olha
para Rainha, perguntando se ela realmente entende o que está dando à Guarda.
É mais do que um símbolo, fará todos saberem sua opinião sobre o valor de
seu guerreiro, o que é ótimo. Isso lhes dará uma maior chance de atrair uma
fêmea.
— Minha aprovação, minha Rainha? — Agee não pode acreditar que ela precisa
perguntar.
— Você é o Capitão da minha guarda, sua opinião é importante para mim. Não
posso me aproximar de Grim com isso, não até o Raptor ser entregue. E até
falar com Gahan, nem tenho certeza se isso pode ser feito, mas nada disso
importa se você e seus guerreiros não o usarem.
— Não haverá um guerreiro em Luda que não irá querer usar seu símbolo,
minha Rainha. — A verdade de Agee é facilmente ouvida.
— E a Guarda do Rei? — Ela olha para ele com incerteza. — Eu também estava
pensando que o símbolo do Rei poderia ser atualizado, com apenas os olhos
para o dia-a-dia e os olhos e a borda para o uniforme de corte. — Ela tira mais
duas folhas. — Daria aos guardas uniformidade quando necessário, mas ainda
lhes daria sua individualidade. Eles se importariam? — Lisa observa enquanto
Agee e o guarda da porta trocam um olhar. — Agee... — Ela alerta.
***
Gahan senta-se na sala de estar real e apenas isso deveria tê-lo atordoado, mas
a tarefa que a Rainha acabou de apresentar-lhe o deixou sem palavras.
— A Rainha fez uma pergunta, Gahan. — Agee alerta, sabendo que o jovem
macho está em estado de choque.
— Sim, com estojos de proteção para cada conjunto, feitos da melhor madeira
de Luda. — Gahan olha para ela.
— Sim, posso fazer as mudanças nos medalhões, mas os olhos... — Lisa estava
pronta para se levantar e fazer sua dança feliz quando o mas, entrou.
— Charoite é caro, minha rainha. Levou-me três anos para adquiri-lo para o
Raptor.
— Por causa da despesa ou da raridade? — Ela pergunta.
— Noventa e seis, dois para cada medalhão, vinte e quatro para os meus guardas
e vinte e quatro para o Rei.
— Minha rainha. — Gahan tem uma expressão triste. — Não tenho certeza se
sequer seriam vendidos a mim.
— Por que não? Você é o Mestre de vidro da Rainha. Precisa do charoite para
sua Rainha. Quem negaria?
Gahan olha para ela incapaz de falar. Ele ainda tem dificuldade em acreditar que
ela o quer como seu Mestre de vidro.
— Minha Rainha. — Agee fala. — Uma missiva sua, no papel de carta do Rei,
permitiria que o Mestre Gahan comprasse o charoite.
— Sim, minha Rainha. — Levantando-se, Lisa vai para a mesa que limpou na
semana anterior. Sentando, ela escreve, quando termina, o entrega para Agee.
— Não, aquele era para você. Isto é para a Guarda de Elite e apenas a Guarda,
então você precisa garantir que tenha suprimentos suficientes para que possa
fazer reparos quando necessário. — Pegando a bolsa, ela a abre. — Quanto?
Os olhos em pânico de Gahan vão para Agee, pedindo ajuda. Lentamente, Agee
separa duas pedras. — Isso não apenas comprará as pedras da minha Rainha,
mas permitirá que Gahan assegure os outros suprimentos que precisará.
— Obrigada, Agee. — Ela sorri para seu Capitão, então para Gahan. — E
obrigada, Gahan. — Uma batida na porta impede os homens de responder.
***
A raiva de Grim arde mais do que o sol de Luda e se ele não receber algumas
respostas, explodirá. Acordou com os raios suaves do sol acariciando a beleza
de Lisa. Planejou acordá-la com beijos suaves, seguido de mais fazer as pazes.
Em vez disso, foi interrompido pelo toque de seu comunicador.
— Sim, Senhor. — Junius servia seu Rei há muitos anos e durante todo esse
tempo, ele nunca o viu tão furioso. — Os escudos foram abaixados sobre a
Região dos Andes. Baccuus estava de serviço quando desceram e Lorde Focke,
governa essa região.
— Sim, Senhor.
— Sim, Senhor.
Grim nunca se sentiu tão ineficaz em toda sua vida! Nunca os intrusos chegaram
à superfície do planeta sem ser detectados e agora, quando têm três fêmeas, se
aproximam cinquenta quilômetros! Era inaceitável.
***
— Meu Rei, ela espera na porta. — As duas jovens estão com ela, juntamente
com Agee, Kirk e um macho que não conheço.
— Sim, meu Rei, ele chegou há pouco e foi escoltado pelo Guarda de Elite
Kirk. — Ele não diz mais, apenas olha para Alger.
— Sim, meu Rei. — Com uma reverência ele sai, apenas para se afastar para
Rainha. Junius fica chocado quando ela sorri para ele antes de caminhar até o
Rei, colocando os lábios contra os dele. Ela é seguida por duas fêmeas pequenas,
elas também sorriem para ele. Ele ouviu rumores sobre elas, que são muito
diferentes das fêmeas Tornianas, mas esperava que as histórias fossem
exageradas, agora não tinha tanta certeza.
— Oi. — Lisa sorri para ele. — Espero não estar interrompendo. Temos uma
surpresa para você. — Grim está prestes a dizer-lhe que ele não tem tempo
quando Miki segura sua mão, seus pequenos olhos brilhando com tanta
excitação que ele não pode decepcioná-la.
— Isso servirá. — Lisa gira e os olhos de Grim vão para um macho jovem que
ele não conhece. Ele está ladeado por Agee e Kirk e seguido por dois homens
de Montfort carregando uma grande caixa.
— Ali. — Lisa aponta. — Obrigada, Trist. Obrigada, Shaw. Grim, este é Gahan.
Ela apontou com a mão, indicando que ele deveria se juntar a eles. — Ele será
meu Mestre de vidro. — Lisa o informa.
— Sim, sim, claro, nessa mesa. — Gahan acena com a cabeça e depois se dirige
para a tarefa se abrir a caixa do Raptor.
Grim o observa de perto antes de olhar ao redor da sala, surpreso ao ver Junius
ainda na entrada.
— Minha Rainha. — Ele faz uma leve referência, mas seus olhos nunca deixam
Gahan.
— Alguém que faz coisas bonitas e o que ele trouxe hoje é maravilhoso, é
magnífico.
— Lisa... — Ele não tem tempo para suas coisas bonitas agora. Existe uma
ameaça e ele precisa acabar com ela.
— Realmente é Grim. — Carly diz. — Quando mamãe viu, ela disse que você
precisava tê-lo. — Grim se arrepende de suas duras palavras. Olhando para
Gahan, ele encontra Agee e Kirk bloqueando sua visão. — Ele solta um baixo
grunhido de desagrado.
— Sim, Senhor.
— Gostou, Grim? — Miki hesitante toca sua mão, olhando para baixo ele vê a
dúvida em seus olhos. — É um Raptor como você, como seus guerreiros. —
Ela o informa.
***
Lisa pode dizer que Grim está lutando com sua impaciência com a interrupção.
Obviamente, ele estava no meio de algo importante quando chegaram.
— Meninas, acho que Cook está esperando por vocês. — Ela lembra-lhes que
Cook prometeu fazer com que elas fizessem a versão de Luda dos cookies hoje.
— Trist e Shaw vão levá-las.
— Ok, mamãe. — Tchau, Grim. — Ambas lhe dão beijos e depois caminham
para porta.
— Leve Kirk com vocês! — Grim diz fazendo Lisa levantar uma sobrancelha
antes de se voltar para Gahan.
— Gahan, se puder me aguardar no corredor, estarei lá em alguns minutos, e
podemos finalizar os planos.
— Sim, minha Rainha. — Grim percebe que a reverência que ele faz a Lisa é
muito mais relaxada do que aquele que lhe foi dada. — Meu Rei. — Virando,
ele sai. Lisa aguarda até a porta fechar antes de voltar para Grim.
— Eu não ficarei muito tempo. Posso dizer que você está ocupado. Apenas
queria discutir com você os meus planos para os medalhões da Guarda.
— Medalhões?
— Sim, para designar que são membros da Guarda de Elite. Você me disse para
pensar sobre isso e o fiz.
— Sim, Senhor. — Grim passa uma mão frustrada através de seus cabelos,
virando-se para abordar Alger, ele vê Lisa ainda lá.
— Eu não tenho tempo para isso, Lisa. — Ele diz com impaciência.
— Apenas mais alguns minutos, por favor, veja os desenhos. Estes dois seriam
para minha Guarda e esses dois para a sua. — Grim se obriga a olhar para os
papéis enrugados que ela tira cuidadosamente de suas mãos. Parecem ser o
medalhão atual com algumas mudanças insignificantes.
— É claro que sim, por quaisquer funções que precisaremos assistir com o Rei
e Rainha de Luda.
— Você não participará de tais funções. Faça um para sua Guarda se isso lhe
agrada, minha Guarda não irá querê-lo.
— Eu não tenho tempo para isso, Lisa! Faça o que você fez desde que chegou,
não faz diferença para mim ou para meus guerreiros. — Grim responde seu
comunicador.
— Eles serão encontrados, Senhor. — Grim não tem certeza do que vê nos
olhos de seu Capitão quando finalmente o olha.
— O que é Alger?
— Eu fui o Capitão de sua Guarda desde que você se tornou Rei e antes disso
eu servi seu tio.
— Em todo esse tempo, tive a honra de servir uma Casa tão nobre. A força de
caráter que você mostrou desde que foi ferido é algo que todo guerreiro aqui
também aspira. Mas agora...
— Agora? — Grim não tenta esconder sua confusão. O que poderia fazer com
que seu amigo mais confiável questionasse sua escolha de atendê-lo? — Diga,
Alger! — Ele exige.
— É mais do que isso. — Alger o informa em tom baixo. — Pelo menos para
seus guerreiros. Você sabia que ela pediu a opinião de Agee? — Ele vê que o
Rei não sabe. — Ela temia que eles ficassem envergonhados de usá-lo, usar seu
símbolo, sem sequer entender o que está oferecendo.
— Um símbolo de seu valor, meu Rei. — Alger grunhe sem se sentir intimidado.
— Para todos verem. Já olhou para isto? — Ele balança o desenho. — Os olhos
serão feitos de charoite, dois em cada medalhão! Charoite que ela está pagando.
— Grim franze o cenho, pegando um desenho. — Ela também quer colocá-los
no medalhão da Guarda do Rei, então todos saberão o quanto são valorizados,
que eles importam. Você de todas as pessoas deveria entender isso, meu Rei. —
Ele vê que ele chocou Grim.
— Você realmente não entende o que ela significa para seu povo, o que faz por
eles. — Alger deixa a formalidade e fala com Grim como o amigo que ele é. —
Você trouxe esta mulher para Luanda para manter sua posição, mas isso não foi
o que aconteceu Grim. Ela o elevou e não por sua descendência de fêmeas. —
Alger caminha até o Raptor.
— Olhe para isso. — Ele o olhou e viu a verdade. — Ela viu você. Viu seu
valor. Você é o Raptor Grim, você protege Luda, mas ela... faz valer a pena
proteger, valer a pena morrer por isso. Ela é a beleza de Luda, porque faz cada
pessoa acreditar que são eles. Ela reconhece um esforço, agradece a menor ação.
Ela elevou a metade de sua casa a um nível de poder, talvez apenas como uma
pessoa, mas ainda... — Alger balança a cabeça sentindo como se ele estivesse
falando sobre um antigo.
— Todos sabem que ela é sua. Que ela tem sua prole. Pegou tudo o que lhe foi
dado e colocou para todos verem e apreciar. Ontem, ela escolheu um fabricante
de vidro comum, de origens questionáveis e fez dele o Mestre de vidro da
Rainha, dando-lhe os meios para abrir sua própria loja. Ela não é Torniana, mas
eu digo-lhe isso, não há um dos seus guerreiros que não morreria de bom grado
para protegê-la, ela é deles, tanto quanto sua.
— Eles ouviram sobre isso? — Grim pergunta em voz baixa, olhando dos
desenhos para o amigo. — Eles querem isso?
— Sobre o que você está falando, eu disse a ela para prosseguir. — Ele exige.
— Você disse a ela para fazer o que quisesse, porque não importava. Para você
ou seus guerreiros. Que não há motivo para que sua Guarda tenha um medalhão
de corte, porque não era digna de atender aos deveres de uma Rainha.
— Eu não disse isso. — Grim responde.
— Foi o que deu a entender com sua impaciência. Foi o que ela ouviu. O que
eu ouvi. Você a fez sua Rainha, mas negou tudo o que isso implica. Você a trata
como o faria com nossas mulheres e espera que ela se sinta digna? Vi a ferida
que infligiu antes de partir.
Grim move-se para seguir Lisa, fazendo uma pausa quando seu comunicador
soa, com os olhos ainda na porta ele atende ao seu dever.
***
Lisa está entorpecida quando sai da sala. Grim não quis dizer isso de verdade...
quis? Que nada do que ela fez desde que chegou foi importante. Todo o
trabalho que ela e seus guerreiros fizeram para fazer do Castelo Luanda uma
casa, um lugar para orgulhar-se, foi permitido apenas para mantê-la ocupada...
para agradá-la. Que ela não importava, não para ele, não como pensava, não da
maneira que queria.
— Sim, minha Rainha! — Seu sorriso é mais brilhante que o sol de Luda. — E
os desenhos? — Lisa percebe que os deixou onde Grim os jogou, ela não voltará
para buscá-los.
— O Rei deseja mantê-los. — Agee mal esconde sua surpresa pela mentira da
Rainha. — Você precisa deles?
— Agee, pode orientar Gahan? — Ela olha para seu Capitão, ignorando sua
preocupação. — Eu estarei na ala real.
***
— Mamãe! — Ouvindo a voz de Carly, ela se vira para ver sua filha carregando
uma forma com o que parece com biscoitos.
— Cookies mamãe! — Miki diz com entusiasmo enquanto ela corre com sua
irmã. — Eles são tão bons.
— Somente algumas mamães. — Cook não nos deixou comer muitos, algo
sobre não comer o jantar.
— Mamãe? — Carly olha para ela e o tremor em sua pequena voz aperta seu
coração.
— Está tudo bem, bebê. — Lisa finalmente diz, depois de engolir. Ficando de
joelhos, ela as aproxima. — Estes são tão bons que me fizeram pensar em casa.
— Sim, minha Rainha. — Afastando-se, franze a testa. Ele era um dos primeiros
Guardiões a servir uma Rainha em quase quinhentos anos. Ela encheu Luanda
com luz, orgulho e com as risadas de sua prole. Tratava todos os machos como
se fossem especiais, algo que nenhum deles já experimentou antes, ao mesmo
tempo em que deixa todos saberem que Grim é o único macho que ela quer.
Ela era sua Rainha e ele não apenas queria que ela ficasse, ele a queria feliz.
Precisa conversar com Agee.
***
— Eu sinto falta de casa, às vezes, também, bebê, mas tudo o que é importante
está aqui em Luda, não é? — Lisa volta sua atenção para suas garotas. — Vocês
duas estão aqui e isso é importante para mim.
— Eu não estou chorando bebê, acho que estou muito cansada. Ficamos
realmente ocupadas ultimamente, verdade?
— Acho que tem razão. — Lisa franze o cenho imaginando como ela pode lidar
com isso. — Vou falar com Montfort e ver se não podemos arrumar um
momento para vocês brincarem com os filhos dos outros, tudo bem? — E de
repente, uma explosão alta agita as janelas, seguido de um brilhante flash de luz,
fazendo com que todos pulassem. As garotas gritam e antes que Lisa possa
acalmá-las, os guardas entram na sala com armas levantadas.
As palavras de Alger o assombravam. Ele fez sua Lisa acreditar que não
importava para ele? Que ela não era digna? Isso era inaceitável. Ela era a única
coisa com a qual se importava, ela e suas filhas. Ele desistiria de tudo, tudo no
universo, apenas por elas.
Deixando seu olhar acariciar seu rosto e franziu o cenho para a escuridão sob
seus olhos, olhos que lentamente se abriram. O calor os enche até ela acordar
completamente, então o calor desapareceu e ela olha para as meninas.
— Shhhh. — Lisa puxa-as para perto enquanto Grim senta no chão. — Shhhh,
é apenas um trovão. Lembram-se? Está bem, acordem. — Ela tenta distraí-las.
— Grim! — Miki o vê por cima do ombro e se joga em seus braços. — Faça
com que pare, Grim. — Ela implora.
Puxando seu corpo trêmulo perto, Grim não quer nada além de poder conceder
seu pedido. — Acabará em breve Miki. Você está a salvo aqui em Luanda. Não
pode machucá-la.
— Ele pode nos ver? — Miki olha de Grim para janela, de volta para ele, seus
olhos arregalados.
— Claro, você lhe pertence, ele protege o que é dele. Sempre cuidará de vocês.
— Grim olha para Lisa, para ver se ela entende o que está tentando dizer. —
Todas vocês. Mas ele também precisa que o ajudem.
— Uau... — Miki sussurra. — Nós podemos fazer isso. Não podemos, Carly?
— Ela olha para sua irmã.
Ficando de pé, Grim levanta a mão para Lisa e espera, os olhos dela estão cheios
de confusão e dor, fazendo com que ele se pergunte se ela aceitará sua mão.
Lentamente, ela coloca a mão na dele, permitindo que a puxe, mas enquanto ele
tenta puxá-la para perto ela fica rígida. — Lisa... — Ele murmura.
— Tudo bem meninas. — Lisa diz quando elas terminaram. — Vamos para o
quarto, vocês precisam se preparar para a cama.
— Oh, mamãe...
— Lisa... —Ele apenas começa para ser interrompido desta vez pelo toque de
seu comunicador.
— Senhor, Baccuus foi capturado. Ele estará aqui em cinco minutos. — Junius
informa-o.
— Você precisa ir e eu preciso cuidar das garotas, boa noite. — Pela segunda
vez naquele dia, Grim sabe que a machucou.
***
Lisa limpa a lágrima de sua bochecha enquanto observa seus bebês dormirem.
Elas são tão bonitas, tão inocentes. Como sobreviverão neste lugar? Não
importa o que, Grim irá protegê-las, ela sabe disso. Sua honra não o deixaria
fazer menos. O que ela entendia, mas o restante...
Era possível? Poderia estar grávida? Franzindo o cenho, faz as contas, já fazia
mais de um mês que deixaram a Terra e durante todo esse tempo, ela não teve
seu ciclo, mas isso poderia ser por causa de tudo o que passaram. Sim, então
estava cansada, mas isso não significava necessariamente que estava grávida. Ela
ficou muito doente com Miki.
Não com Carly, sua voz interior a lembra, nem um dia. Levantando-se, a mente
de Lisa aceita o que seu coração sabe que é verdade e lentamente coloca uma
mão protetora sobre o estômago. Estava grávida, grávida do filho de Grim.
Inclinando a cabeça nas mãos, ela chora.
***
— Miki isso é meu! — Carly agarra algo colorido da mão de Miki, colocando-o
ao lado dela.
— Basta meninas! — Lisa está no limite. Ela sabe que as meninas estão agitadas,
as não consegue lidar com isso agora, suas emoções estão uma bagunça. Elas
precisam sair.
— Eu não disse fora, eu disse fora daqui. Vamos ver o que está acontecendo na
cozinha.
— Sim!
Ion e Nairn seguem a família real para cozinha. A maioria dos guerreiros evita
o guerreiro Tagma, também conhecido como Cook. Ele é um guerreiro de mal
gênio que se recusa a interromper sua rotina, de modo que ambos ficam
chocados com sua resposta à chegada das fêmeas.
— Pequenas! — Ele as cumprimenta com entusiasmo. — Vieram me ajudar
novamente hoje?
— Sim, algumas vezes. — Lisa lhe dá um sorriso triste. — Era algo que
gostávamos de fazer juntas.
— Não Tagma. — Ela balança a cabeça. — Este é o seu espaço e para ser
honesta, enquanto aprecio tudo o que já fez, não é nada como se estivéssemos
em casa. Eu seria mais um obstáculo do que uma ajuda.
— Tenho certeza de que não seria verdade, Majestade. — Ele imediatamente
nega.
— Eu tenho certeza. — Ela encontra seus olhos e ele não entende a tristeza
que vê ali. — E se tem certeza de que as meninas não atrapalharão...
— Nunca Majestade, eles são uma alegria. — Lisa acena com a cabeça antes de
virar para Ion.
— Deixarei apenas um guerreiro com elas. — Uma vez que ele chega, Lisa deixa
as garotas com uma ordem final.
***
Ion e Nairn seguem atrás da Rainha enquanto ela vagamente anda pelos salões
de Luanda. Ela para ocasionalmente, movendo algum item levemente ou
olhando um retrato pendurado na parede. Seu absoluto silêncio diz que sua
Rainha, que gostava de compartilhar seus pensamentos com eles, para ter suas
opiniões, não o fará hoje.
— Cherny. — Lisa acena com a cabeça para o homem que era o encarregado
desta sala.
— Eu não sabia que desejava usar a sala, Majestade ou eu teria certeza de que
estivesse tudo em ordem. — Cherny não pode acreditar que isso aconteceu. Ele
recebeu a honra de se certificar que a sala fosse mantida nos padrões da Rainha
e o dia em que ele se atrasa, é o dia que ela aparece.
Lisa ouve a angústia na voz de Cherny e olha ao redor da sala. — Não vejo nada
fora de ordem, Cherny. Na verdade, a sala está linda. Espero que em breve possa
adicionar à sua beleza os coletores de sol feitos por Dagan.
— Sim, lindos pedaços de... — Lisa descobre que não pode continuar, pois os
coletores de sol são outras coisas que não fariam diferença para Grim. — Sinto
muito, Cherny. Não tive a intenção de interferir em seu trabalho maravilhoso.
— Dando ao macho chocado um leve aceno de cabeça, ela rapidamente sai da
sala.
Ion olha para Nairn confuso com o comentário da Rainha. Por que ela diria tal
coisa? Era a Rainha de Luda. Esta era sua casa, mas não podiam ignorar a dor
que ouviram em sua voz.
— Acho que voltarei para a ala real. — É sua única resposta e logo se afasta.
***
Grim olha para o corpo machucado e sangrento de Baccuus sem remorso. Este
homem permitiu que intrusos entrassem em seu planeta. Este homem
comprometeu a segurança de Luda. Eles o interrogaram por horas e Grim
finalmente ficou satisfeito por ter recuperado todas as informações que ele
possuía.
Ele precisa informar Wray sobre o que descobriu, que esse ataque foi instigado
por alguém em Tornian. Baccuus não sabia quem, apenas que a seu pai foi
prometido um grande negócio para a nave entrar em Luda sem ser detectada.
Por sua vez, seu pai prometeu a Baccuus que seria colocado em posição no
poder na província dos Andes, elevando-o.
Ele não sabia quem estava no transporte ou o que faziam ali, apenas que
sinalizariam quando ele deveria permitir que o transporte de atravessasse os
escudos novamente.
***
Lisa olha para os muros que guardam Luanda, perguntando se poderia sair.
Grim a protege muito agora. Como ficaria uma vez que soubesse que estava
grávida? Suspirando, seu dedo segue o caminho de uma gota de chuva. Este
deveria ser um momento tão feliz. Uma nova vida foi criada. Em vez disso, ela
está sozinha no nível feminino contemplando suas escolhas.
Ela tinha alguma? Fez promessas a Grim, mas ainda assim... poderia ficar com
ele sabendo que também significava tão pouco? Quais eram suas opções? Ir
para Tornian e ser forçada a se unir a outro homem? Um que poderia ser como
Luuken? Pelo menos ali, as meninas estavam felizes e Grim parecia se preocupar
com elas e com o bebê? Ela tinha suas meninas, mas Grim nunca permitiria que
seu próprio filho fosse tirado dele. Ela poderia se afastar? Nunca!
Então, onde isso a deixava? Deixa ali... em Luda. Olhando ao redor da sala vazia,
Lisa se pergunta se foi muito apressada em limpá-la. Tinha tanta certeza de que
poderiam fazer isso funcionar. Agora... agora não tinha certeza de que poderia
dormir com Grim... não depois do dia anterior... e fazer sexo... como fazer sexo
com alguém que ama... quando ele não o ama?
Lisa sente seus olhos se encherem de lágrimas com o pensamento. Ela amava
Grim. Sim. Sabia com certeza, assim como sabia que amou Mark. Grim não a
amava... ele precisa dela, mas não a amava.
Infelizmente, não podia culpá-lo. Ela foi a única a expressar seus sentimentos.
Foi ela quem sugeriu sexo de fazer as pazes e foi a única a deixar suas emoções
saírem. Tudo o que Grim queria era se unir a uma fêmea, qualquer fêmea e ter
filhos. Ele não precisava amá-la para fazer isso.
Ela precisa concordar com isso. Não teria seu: felizes para sempre nesta história,
não para ela, mas poderia haver para suas meninas, se jogasse pelas regras de
Grim. Poderia fazer isso? Poderia voltar atrás? Dormir com Grim, unir-se a ele
e não o deixar destruí-la lentamente? Ela também tinha... suas meninas e este
bebê dependendo dela.
***
Grim acena com a cabeça para os guardas do lado de fora da ala real, movendo-
se para a escada, ele encontra Ion e Nairn na parte inferior.
***
Os passos impacientes levam Grim através da sala de estar vazia para sua
Rainha. Ele precisa vê-la, tocá-la, falar com ela. Precisa fazê-la entender que não
teve a intenção de machucá-la. Ela contou-lhe como ficou ferida com Mark e
ele não queria que ela pensasse que ele faria isso. Era diferente.
Entrando em sua câmara, ele está olhando rapidamente pelo lugar, mas não a
encontra. Uma busca rápida na sala de limpeza disse que estava vazia. Onde ela
está? Ion disse que ela estava ali, mas ele agiu de modo estranho. Quando avança
para chamar a Guarda, ele percebe que a porta para o nível feminino está aberta,
a luz vagamente brilhando. Porque ela estaria lá em cima? Não pertencia ali.
Rapidamente subiu a escada.
***
— Grim. O que você está fazendo aqui? — Ela pergunta com voz rouca.
— Nós? — Ele pergunta, seu coração acelerado. O que ela precisava pensar?
Pertencia a ele. E ele pertencia a ela.
Lisa olhou para ele, sabendo que o aborreceu com sua resposta. Seu coração se
partiu um pouco quando percebeu que não gostava de Grim chateado. Queria
vê-lo feliz, vê-lo sorrir. Queria dar-lhe o amor que foi negado toda sua vida.
Suspirando forte, ela volta para janela, aparentemente suas decisões foram
tomadas. Ela ficará com Grim, fazendo o que prometeu e encontraria uma
maneira de sobreviver como sua fêmea.
— O que tem nós, Lisa? — Agarrando seus braços, ele lhe agita levemente. Ela
se afasta dele ferida, mas não tanto como a expressão em seus olhos. Estão
cheios de uma aceitação dolorosa. Aceitação de que? — O que devo fazer para
agradá-la, minha Lisa... — Virando-a, gentilmente ele levanta seu rosto para ele.
— Diga-me... — Ele sussurra.
— Não é nada? — Isso o irritou. Ele olha para os olhos que ama e vê uma
tristeza profunda neles, uma tristeza colocada por suas palavras irrefutáveis,
palavras que ela acabou de devolver. Alger estava certo. Ele causou grandes
danos a quem nunca deveria ferir. — É por causa de ontem, por causa do que
eu disse? — Ele pode dizer que está certo.
— Isso importa minha Lisa. Qualquer coisa que coloca este olhar em seus olhos
é importante. Você é tudo que importa para mim. Não sabe disso? É minha
Rainha.
— Não... eu sou sua fêmea. — Ela o corrige e vê os olhos arregalados em
choque.
— Não. Eu lhe dei minha promessa Grim, meu voto, de me unir a você e apenas
você. Quis dizer isso e vou manter, mas isso não me faz sua Rainha.
— Não. — Ela olha para ele com os olhos firmes. — Uma Rainha fica ao seu
lado, Grim. Ela é sua igual, sua amante, sua confidente e sua amiga. Ela tem um
poder único e deveres para desempenhar, deveres que importam. Ela é todas
essas coisas Grim... mas não é isso que você quer. — A tristeza entra em seu
olhar. — Eu sempre serei a fêmea que tem sua prole.
Grim a olhou horrorizado. Foi isso que ele a fez pensar? Que apenas importava
para ele por causa de sua prole. Ele abre a boca para falar, mas não encontra as
palavras com o nó súbito em sua garganta.
— Está tudo bem, Grim. — Ele observa a tristeza desaparecer para ser
substituída por algo muito pior... aceitação.
— Não está bem! — Grim quer gritar de raiva, mas está tremendo. Como ela
pode pensar isso e acreditar, por causa do que ele disse? Que ela se achasse
indigna de ser sua Rainha... puxando-a para seus braços ele enterra o rosto em
seu pescoço, respirando seu aroma, seu calor, buscando conforto até encontrar
as palavras.
— Está tudo bem, Grim. — Ela sussurra, abraçando-o. — Eu entendo agora e
as coisas serão melhores. Eu prometo. — Ela tenta tranquiliza-lo, mas quando
seus olhos se fixam nos dela, vê ali a devastação. — Grim...
— Você acha que eu a usaria assim? Que eu penso em você como nada mais
que uma reprodutora? — Raiva lentamente aparece em seus olhos e voz. —
Você! Quem rasgou meu universo com sua verdade, com sua lealdade, com seu
amor! Você me mostrou que eu importava, que era digno, mas acha que penso
que não é? Não para mim? Não para meus guerreiros?
— Eu estava errado no que disse minha Lisa, em como disse aquilo. Estava
com raiva e impaciente e você estava lá. Sinto muito... lamento tanto, minha
Lisa. — Lisa olha seus turbulentos olhos cinzentos tentando ver a verdade. —
Diga-me, minha Lisa. Diga a verdade. Você disse que parte do amor é ser
indulgente quando se tem um dia ruim. Isso era uma mentira?
As lágrimas fluem pelo seu rosto. Ela quer responder, mas descobre que não
pode, em vez disso balança a cabeça e enterra seu rosto em seu pescoço
soluçando, liberando toda a dor do último dia.
***
Grim olhou fixamente para o fogo, segurando Lisa, relembrando o último dia
em sua mente. Passou de maravilhoso a terrível em questão de horas. Lisa disse-
lhe o que queria dele. Poderia dar isso a ela? Poderia deixá-la ser todas essas
coisas? Um amante era fácil, mas os outros? E se ela fosse sua confidente, isso
significaria que conheceria suas falhas, seus erros. Nenhum homem faz isso com
a sua fê... Grim franze a testa. Ele iria chama-la de fêmea. Algo que ele disse a
ela que não era. Então, o que era? Poderia deixá-la ser a Rainha que queria ser?
Olhando para baixo, ficou surpreso ao encontrá-la observando.
— O que você decidiu? — Ela pergunta suavemente sem censura em sua voz.
— Eu sei que é um homem forte e honrado que se preocupa não apenas comigo
e as meninas, mas com seus guerreiros e povo. Você me quer como sua Rainha,
mas quer me esconder, protegendo-me de todos os danos, mas não pode fazer
isso, não pode ter amor e em nenhum momento dor. Não pode ser feliz e não
ter tristeza. É chamado de vida, você precisa viver. O bom e o mal, Grim.
— Não consigo suportar a ideia de você ser ferida minha Lisa. — Ele admite.
A dor que ele vê nos olhos de Lisa diz a Grim que essas decisões, tomadas há
tanto tempo, ainda a machucavam. O que Mark fez que foi tão errado?
— Como ele não a protegeu, minha Lisa? — Ele acha que ela não responderá,
enquanto ela olha para o fogo.
— Ele assinou um DNR e não me disse. Nem perguntou. — Ela sussurra, sua
voz cheia de dor da lembrança.
— DNR...
Os olhos de Grim se arregalam. — Por que ele faria tal coisa? — Grim não
pode entender isso. Ele lutaria com todo o seu ser para ter apenas mais um
minuto com ela.
— Porque ele estava tentando me proteger. Pensou que seria mais fácil... para
mim... se escolhesse quando morrer. — Ela toca a lágrima rolando pela
bochecha com espanto. Não achava que poderia chorar mais. — Mas isso
piorou. — Ela enxuga a lágrima com raiva. — Ele teve uma reação a um novo
medicamento. Isso fez com que seu coração parasse. Havia um antídoto, mas
não podiam dar, a menos que seu coração estivesse batendo e não foi possivel
por causa da ordem. Ele morreu quando não precisava, Grim tudo porque
estava tentando me proteger de ser ferida, mas a verdade é que ele não confiava
em mim não quando isso realmente importava.
Grim olha para ela e pode ver a tristeza e a culpa em seu rosto. — Não foi culpa
sua Lisa.
— Não foi? — A dor em seus olhos rasga sua alma. — Eu não o enfrentei
quando deveria, sabia que ele estava errado. Eu o deixei tomar todas as decisões
importantes, nunca discutindo. Não lhe dei nenhum motivo para acreditar que
eu poderia tomar essa decisão.
— Você era muito jovem minha Lisa. Você ainda é. — E de repente, ele percebe
que ela é mais nova do que quando ele se tornou Rei.
— Não, eu não sou. — Ela solta seus braços para ficar de pé, afastando-se dele.
— Aquela garota morreu, Grim. Ela morreu com Mark. Morreu porque não
enfrentou o homem que amava e exigiu seus direitos. — Virando ela o encara.
— Então você precisa decidir se sou sua Rainha ou sua fêmea, Grim. Quero ser
sua Rainha. — Ela para orgulhosa diante dele. Está lutando pelo que quer desta
vez. — Eu quero ficar ao seu lado, ajudá-lo a fazer de Luda um lugar glorioso
para viver. Quero dar-lhe descendência, criá-los nesta casa, certificando-me de
que saibam que são amados, a cada minuto de todos os dias, não importa o que
seja, independentemente se for macho ou fêmea, saberão que importam. Eu
não posso fazer isso sozinha, Grim. Apenas posso fazer isso se você me deixar,
se acreditar em mim, confiar em mim...
Grim franze a testa enquanto ela fica à sua frente, desafiando-o por seu direito
de ser uma verdadeira Rainha. Por seu direito de ficar ao lado dele, como as
Rainhas antigas fizeram. Aceitando os riscos e se ele falhasse agora, ambos
perderiam.
— Quase trinta e seis horas atrás, uma nave atravessou nosso sistema de defesa
planetário. Doze foram deixados para trás. — Os olhos de Lisa se arregalam ao
que está lhe dizendo, porque está finalmente conversando com ela, lentamente
se senta de frente para ele.
— Alguém em Luda os ajudou. — Grim olha para ela com surpresa e acena
com a cabeça.
— Baccuus.
Lisa olha para Grim, entendendo o que ele quer dizer quando diz que o
interrogou. Ela quer ficar chateada com isso, mas descobre que não pode. Este
macho traiu Grim, permitiu intrusos a Luda, intrusos que poderiam prejudicar
seu povo.
— Ele disse o que você precisava saber?
— Ele me contou o que sabia. — O olhar de Grim diz-lhe que não dirá mais,
balançando a cabeça, ela fica em seus braços, olhando o fogo.
Quando ela não o questiona mais, Grim fica surpreso. Pensou que gostaria de
conhecer todos os detalhes, algo que ele não lhe daria. Em vez disso, ela relaxa,
então que ele percebe que confia nele, realmente confia nele.
— Hmmmm...
— Você será minha Rainha? Quero que seja minha Rainha. — Lentamente ela
o olha. — Você é tudo o que sequer sabia que queria ou precisava. Tentarei o
meu melhor para fazê-la feliz, mas sei que nem sempre isso acontecerá. Eu irei...
— Você vai o que Grim? — Virando-se para que eles fiquem de frente, ela
coloca as mãos nos ombros tensos. — Você sabe que pode me dizer.
***
Lisa ergue o queixo no punho enquanto olha para o Rei dormindo. Ele a
colocou sobre ele depois de ter feito o amor pela segunda vez, depois caiu em
um sono exausto. Deveria ter percebido que ele não dormiu na noite anterior,
estava nos olhos dele, mas sofria ao ver isto. Precisava fazer um melhor para
cuidar dele. Ele era dela.
O sinal sonoro de seu comunicador a fez se esticar para sua jaqueta, querendo
silenciar a maldita coisa antes de acordá-lo.
— A... Majestade?
— Deusa, adoro dormir com você. — Grim diz a ela quando finalmente pode
falar. Lisa sorri suavemente beijando seu peito.
— Quando você quiser, meu amor. — Depois de alguns minutos, ele se afasta
dela para que possam sentar-se. — Você realmente precisa ir?
Olhando para ela Grim percebe que ele não quer também. Seus lábios estão
inchados de seus beijos, os cabelos emaranhados de suas mãos e a pele corada
de sua paixão. Ela é a coisa mais linda que já viu, mas se obriga a acenar com a
cabeça.
— Lorde Focke é o pai de Baccuus. Ele fez Baccuus descer nossos escudos. —
Grim move as pernas sobre o lado da cama e fica de pé.
— Então é claro que você deve ir. — Lisa sabe o que é preciso. — Mas primeiro
tomará um banho e comerá.
— Você está cuidando de mim minha Lisa? — Grim percebe sua garganta
apertada.
— Sempre, meu amor. Agora vá tomar banho antes que eu o faça “descansar”
mais. — Ela sorri maliciosa. Inclinando a cabeça para trás, Grim ri enquanto ele
se move para a sala de limpeza. Deusa, ele nunca se sentiu tão bem antes.
Lisa sorri, não apenas por causa da risada de Grim, mas também por sua bonita
bunda nua. Deusa, o homem é musculoso e todo seu! Sorrindo, ela se levanta
pegando as roupas descartadas, cruzando a sala para se vestir com roupas
limpas. Movendo-se para seu comunicador, ela contata Cook para pedir um
refeição para Grim.
— Obrigada Tagma, mas sei que não é fácil satisfazer os apetites dos guerreiros
de Luanda, mesmo que você faça parecer.
— Mamãe? — Carly olha assustada. Ficando de joelhos, ela puxa as duas garotas
para perto.
— Shhhh, tudo bem, ficaremos bem. — Percebendo os sons da batalha
cessaram, sabe que eles estão com problemas. Ion teria dito se estivessem
seguras. Vendo uma grande rocha, de repente percebe onde estão e o que deve
fazer para proteger seus bebês.
— Meninas, preciso que vocês sejam muito corajosas para mim. Podem fazer
isso até Grim chegar aqui? — Eles concordam de imediato. Levantando-se, ela
rapidamente as leva a uma árvore.
— Eu quero que vocês subam nesta árvore e fiquem lá até que Grim vir para
vocês. Entenderam?
— Mamãe?
— Ouçam-me garotas. Machos ruins estão aqui. Eles querem nos levar de Grim.
Nós não os deixaremos fazer isso. Queremos ficar com Grim, não é?
— Sim, mamãe.
— Então precisamos ajudá-lo. Vocês duas subirão nesta árvore. — Ela aponta.
— Ficarão lá. Calmas até ver Grim. Somente Grim, garotas, ninguém mais.
Entenderam? — Lisa não confiava em mais ninguém com seus bebês. — Vocês
farão o que Grim disser. Ele sempre a protegerá.
— Prometemos, mamãe.
— Eu amo vocês, garotas, agora fiquem quietas até virem Grim, não importa o
que acontecer e as verei em breve. — Com um último olhar para seus bebês,
ela se afasta, subindo a colina. Uma vez lá, pode ver que os intrusos estão se
aproximando de onde as meninas estão, ela precisa distraí-los.
— Farber! — Com alívio, ela sabe que agora tem uma chance. — Nós
precisamos ir! — Ela luta novamente. — Há quatro guerreiros vindo em nossa
direção!
— Elas estão seguras. Precisamos ir. — Ela tenta sair de seu controle.
Lisa fica chocada quando Farber conversa com os guerreiros. Farber conhece-
os... ele está com eles...
— O que você fez? — Ela sussurra em descrença, atraindo sua atenção para ela.
— Luuken... — Ela sussurra, sabendo que está agora em uma merda profunda.
— Mesmo? — Farber a gira, então ela agora está de frente para Luuken. — Isso
realmente me incomoda Luuken, pensar que você teve um inconveniente. —
Lisa olhou para ele, recusando-se a deixá-lo ver seu medo.
— Deveria. — Luuken se aproxima, então ela fica entre dois machos de corpos
duros, seus lábios a centímetros dos dela. — Realmente deveria, Lisa, porque
sou o único a decidir quando sofrerá. — Antes que ela possa se afastar, sua boca
esmaga a dela, não deixando nenhuma dúvida sobre o que quer dizer. Gemendo,
ela sente gosto de sangue quando seus lábios não se abrem, mas ela se recusa a
conceder-lhe acesso.
— Com Grim. — Ela diz com arrogância, jogando a cabeça para trás. —
Seguras. Você nunca as tocará. — Rugindo seu descontentamento, ele grita com
os guerreiros.
— Nós não sabemos, meu senhor. Estavam com ela antes de atacarmos. Ela
deve tê-las escondido.
— Gee, você acha? — Lisa zombou, sabendo que cada minuto que os
mantinham conversando era mais um minuto para que Grim a encontrasse.
— Luuken! — Uma voz masculina chocada faz Lisa levantar os olhos cheios de
dor para encontrar Korin a vários passos de distância.
— O que há de errado Korin? — Farber lhe dá um sorriso malvado. — Não é
macho o suficiente para assistir um mestre segurar uma fêmea. — Ignorando-
o, Korin afasta os olhos de Lisa, para dirigir-se a Luuken.
— Bom ponto, Korin, eu sabia que você valeria a pena. — Tirando-a de Farber,
Luuken a puxa para seu lado. — Korin, Farber, tirem-nos daqui.
***
Focke ri com maldade. — É tarde demais, meu Rei. — Ele zomba. — A fêmea
e sua prole estão mortas... se a Deusa sorrir para elas, o que duvido que tenha
feito. — Alger observa o silêncio de Grim, seus olhos ficando em branco antes
de se virar com uma fúria assassina e fria.
— Todos os guardas para o jardim! — Ele ordena, seu tom mortal. — Lisa e
nossa prole devem ser encontradas. É a morte para qualquer pessoa que as ferir
o para quem ajudou. — Ele olha para Focke. Pegando suas armas, ele sai para
encontrar sua família.
***
Em poucos minutos, eles encontram dois guerreiros da Guarda Elite da Rainha,
gravemente feridos, cercados por seis guerreiros mortos e desconhecidos.
— Ela fugiu, senhor. — Ele tose sangue enquanto tenta se levantar. — Ela e as
pequenas... mais fundo no jardim... tentamos... quatro seguiram... — Ele cai de
volta ao chão.
—Grim! — O grito de Lisa corta profundamente todo macho que o ouve. Grim
gira ao redor, tentando verificar sua localização.
— Dois ficam com os feridos, o restante comigo! — Ele sai correndo na direção
de sua Rainha. Ao observar a área diante dele, pode facilmente ver onde os
guerreiros interceptaram Lisa e as meninas. Parando, ele franze a testa, de
repente encontra as pegadas de Lisa.
— Grim, aqui em cima! — Olhando para cima, Grim vê suas filhas, escondidas
com segurança nos galhos de sua árvore favorita, seus jovens rostos cheios de
medo.
— Fiquem aí. — Rapidamente, Grim escala a árvore puxando-as para a
segurança de seus braços.
— Não...
— Onde está Lisa? Onde está sua mãe, meninas? — Ele pergunta enquanto
pode, sabendo que elas estão assustadas.
— Ela foi para lá. — Carly aponta o caminho. — Ela disse que era muito grande
para subir em nossa árvore e encontraria outra. Ela nos disse para esperar por
você, Grim. Que não deveríamos falar com ninguém além de você. — Os olhos
cheios de lágrimas encontram o dele. — Quatro guerreiros correram atrás dela.
— Carly começa a soluçar. — Encontre a mamãe, Grim.
Grim rapidamente percebe o que Lisa fez. Ela protegeu suas filhas, levando os
guerreiros para longe, colocando-se em perigo em vez disso. Seu grito chamou
a atenção deles.
***
— Ele foi o vencedor em uma batalha de oito contra um! Cada cicatriz é um
emblema de honra, afirmando que não apenas é o guerreiro mais apto, mas
também é um sobrevivente. Qualquer um nestas condições teria sido derrotado.
—Lisa volta-se para ele, recusando-se a recuar.
— Não importa que ele tenha sobrevivido a esse ataque... ele não sobreviverá a
você! — Seu sorriso maligno a faz se arrepiar. — Quando o que ele fez a você
se tornar conhecido, nem mesmo o Imperador poderá salvá-lo.
— Grim não fez nada para mim. — Ela nega.
— Você não precisa estar respirando para fazer isso. — Luuken afirma,
colocando o pé com botas em suas costas, ele a pressiona no chão rochoso,
deixando o que disse fazer sentido. — Será totalmente documentado, claro, seus
ferimentos. Não apenas o dano externo, mas o interno, causado pelo flagrante
desprezo de Grim pelo mal que causou ao seu corpo durante as uniões. — A
risada Farber faz o medo escorrer pelas costas de Lisa. — Nós vamos claro,
fazer tudo o que pudermos para mantê-la com vida, mas infelizmente você é
pequena e fraca, sucumbirá aos ferimentos, poucas horas antes de nossa
chegada. Wray entregará as jovens fêmeas a mim pelos meus esforços,
garantindo minha posição.
Lisa ofega ao perceber o que Luuken está dizendo. Ele planeja estuprá-la
repetidamente, para que possa culpar Grim. Seus olhos vão para Korin antes de
se mover para Farber.
— Por quê? —Ela pergunta olhar para o homem no qual Grim uma vez
confiou. — O que você ganha com isso?
— Você, em primeiro lugar. — Seu sorriso é mortal, enquanto seus olhos
percorrem seu corpo. — Então eu serei o Capitão da Guarda de Luuken,
quando ele for o Rei de Luda.
— Você... Capitão... — Lisa não tenta ocultar seu desprezo. — Não consegue
limpar uma janela corretamente. Quem confiaria em sua segurança?
Especialmente quando já provou que não é leal! — Abaixando-se no chão
Farber a vira, empurrando os quadris, arrancando sua camisa.
— Grim! — Lisa grita antes de Faber segurar sua garganta, apertando, cortando
seu grito. O mundo começa a diminuir enquanto luta, tentando derrubá-lo, mas
é uma batalha perdida. Ele é muito pesado, muito forte, não pode impedi-lo. —
Grim! — Ela grita em silêncio. — Sinto muito.
***
O medo de Grim aumenta, sua Lisa era muito pequena e delicada, não
conseguiria se defender se esses guerreiros não tivessem honra. Levantando-se,
ele olha para Alger e pode ver seu Capitão sentir o mesmo. Voltando a seguir o
caminho raramente usado que levava a uma porta perimetral escondida, ele
congela ao segundo grito de Lisa.
Este é cheio de dor e terror antes de ser cortado abruptamente, fazendo com
que o coração de Grim pare. Ignorando qualquer tentativa de discrição, ele corre
pelo caminho, este grito está muito mais próximo. Ele irá encontrá-la.
***
Chegando ao grupo, Grim ergue a espada, atravessando todos os que estão entre
ele e Lisa. Luuken, assustado por sua presença repentina, tropeça quando Grim
se move, sua lâmina atravessando seu peito.
Grim ignora Luuken e cai ao lado de uma Lisa imóvel, seus olhos rapidamente
percorrendo seu corpo ferido e maltratado, o estado de sua roupa.
Lisa empurra, respirando e lutando contra o perto de Faber. Ela não desiste.
Não irá sem uma luta. Não deixará Luuken usá-la contra Grim.
— Lisa, shhhh, pare, eu tenho você, está segura. — Os olhos cheios de terror
vão para Grim antes de se encherem de lágrimas.
— Grim... — Ela sussurra, caindo na segurança de seus braços, chorando.
— Eu tenho você minha Lisa. — Com cuidado, ele vira seu rosto para ele,
avaliando o dano antes de se mover para sua garganta ferida, as roupas rasgadas
e marcas vermelhas irritadas em seus seios. Seus olhos vão para onde Luuken
está gemendo de dor e Korin sangrando, que rapidamente se rendeu à Guarda.
— Seguras em Luanda, cercadas não apenas por sua guarda, mas por toda a
família.
— Ion e Nairn?
— Foi Luuken, Grim. — Ela começa a tremer. — Ele... ele quer o seu trono,
ele iria... me estuprar, deixar seus guerreiros me estuprar, então me matar para
que pudesse reivindicar que você fez isso. — Sua voz se rompe, mas ela se força
a terminar. — Dessa forma, Wray não teria escolha senão removê-lo e tirar as
garotas de você. Oh Deus, Grim... — Ela enterra seu rosto em seu peito
enquanto o horror completo se afunda.
— Você pagará pelo insulto à minha rainha, Korin. Sofrerá muito. —Korin
inclina a cabeça para Grim, aceitando seu castigo, sabendo que merece.
Ouvindo-o, Lisa sabe que Grim não compreendeu. — Não Grim. — Ela se
afasta de seu peito, forçando-o a olhar para trás. — Não foi Korin. Foi Faber.
— Todos os olhos se voltam eles. — Korin me protegeu Farber tentou me
estuprar.
— Ela está confusa, meu Rei. — Farber nega, seus olhos cheios de raiva sobre
Lisa, tentando intimidá-la. — Korin a estava atacando quando os encontrei e o
impedi.
— Meu Rei, eu estava nos muros, apenas deixei meu posto quando ouvi um
grito feminino. Korin veio com Luuken. Você não pode acreditar em uma
fêmea ao invés de seus próprios guerreiros! — Farber continua negando seu
envolvimento enquanto olha para Lisa.
— Eu vim com o pai de Luuken, não nego, ele é o herdeiro de Lorde Bertos, é
meu dever, mas não ataquei sua Rainha. Foi-me dito que deveria ser levada a
Tornian, a para que pudesse se juntar às outras fêmeas. Não há honra em
prejudicar uma fêmea, você me ensinou isso.
Grim olha para o homem cujo treinamento inicial ele teve a honra fazer e não
pode ver nenhuma mentira nos olhos que o olha com firmeza.
— Você mente. — Os olhos de Grim voltaram para Farber enquanto ele levanta
sua espada, abaixando-a rapidamente, cortando o braço da espada de Farber. —
Você planejou contra seu Rei. — Ele se move novamente, atingindo-o no peito.
— Mas é por ferir minha Rainha que terá uma morte desonrosa. —Atingindo
o ventre de Farber com a espada, ele lentamente a gira, observando choque e
dor no rosto de Farber antes de virar as costas para ele, deixando-o cair no chão.
Lisa observa como Grim aplica sua justiça a Farber e sente o sangue desaparecer
de seu rosto. É demais. Ao vê-la balançar, Grim deixa a espada, mal a
alcançando antes de atingir o chão. Colocando-a em seus braços, ele puxa seu
corpo macio e volta para Luanda.
***
— Ela veio entregar suas roupas quando os Guardas retornaram com elas.
Insistiu em ficar com elas, mantendo-as calmas.
— Você não está bem. — Grim diz com os dentes apertados, lutando por
paciência. — Está ferida, tem cortes e arranhões. Suas roupas foram rasgadas.
— Grim descobre que não pode continuar. Sua Lisa, a coisa mais linda de sua
vida, foi ferida por sua causa.
— Grim. — Ela colocou uma mão em sua bochecha. — Isso não é culpa sua.
— Ele foi capaz de me atacar por causa de Baccuus, Focke e Farber. Você não
é responsável por suas ações.
— O curandeiro Hadar ainda está com Ion, afirma que ele ainda está em estado
grave.
— Quão mal ele está? — Lisa olha para o Capitão de Grim e rapidamente ele
desvia o olhar. Olhando para baixo, ela percebe por que, sua camisa rasgada está
aberta, mostrando mais do que deveria. — Sinto muito. — Ela murmura,
puxando a camisa.
— Hadar o tem na unidade de reparação profunda, mas está lutando com todos
seus ferimentos.
— Ele é a prioridade. — Lisa diz antes que Grim possa falar, deixando-o
conhecer o desejo dela. — E Nairn?
— Eles nos compraram tempo. — Ela olha para Grim, seus olhos se enchem
de lágrimas novamente. — Eles se sacrificaram, para que as meninas e eu
pudéssemos fugir. Representam o melhor de Luda. Devem ser tratados como
tal. Não há vergonha em serem feridos. — Ela olha para Alger se certificando
de que ele entenda.
— Claro que não, minha rainha. — Alger move a cabeça para ela antes de olhar
para Grim. — Há algo mais meu Rei, uma transmissão codificada do Imperador.
Lisa sente que Grim fica rígido sob ela.
— Grim... é uma mensagem de Wray. Você precisa ver o que ele quer. — Ela
diz a ele mesmo quando se aconchega no conforto de seus braços.
— Eu preciso ver que você seja cuidada. — Seu olhar lhe diz que não irá fazê-
lo e ela não pode argumentar. Faria a mesma coisa se fosse ele.
— Tudo bem. — Ela lhe dá um pequeno sorriso. — Então você vai me ajudar
no banho? Eu quero ficar limpa... preciso ficar limpa... antes de ver as meninas.
— Está tudo bem, Grim. — Ela sussurra apoiando a cabeça contra seu peito.
— Eu ficarei bem. Graças a você.
Grim descobre que não pode falar enquanto a levanta. Lisa descansa
confiantemente, absorvendo o conforto de seu toque. Instintivamente sabendo
que ele precisa tanto quanto ela. Isso não foi apenas um ataque contra ela. Foi
um ataque contra Grim, contra o Imperador.
— Ele...
— Não. — Abrindo os olhos, ela vê seu medo. — Você viu Peter, Grim. Ele
não é um homem Torniano, podia lidar com ele.
— Eu nunca disse a ele. — Ela vê a descrença nos olhos dele. — Ele estava tão
fraco até então, o que seria bom? Controlei-me e fiquei segura de que nunca
mais encontraria com Peter novamente.
— Mas não poderia ter lidado com Farber e Luuken, não sem você. Eu
precisava de você.
***
Lisa suspira cansada, deixando o apoio de cabeça na parte de trás do sofá. Deus,
ela estava tão cansada, o terror do dia tirando mais dela ou então pensou. Ao
fechar os olhos, ela não deixou de pensar sobre o que poderia ter acontecido,
ficaria louca se não o fizesse. Descobriu que com a doença de Mark, pensar no
que poderia ser feito e o que deveria fazer eram coisas diferentes.
Korin a protegeu por causa do que Grim lhe ensinou. Contra Luuken,
colocando em risco seu irmão, porque ainda tinha a honra que lhe foi ensinada
por Grim, algo mesmo Luuken não pode destruir. Ela percebeu que ele chamou
Grim de Senhor, dando-lhe o respeito que merecia e dizendo a Luuken, o
herdeiro de Lorde Bertos, que ainda considerava Grim seu verdadeiro Rei. Ele
sente sobre si olhos preocupados. Grim a queria na cama, para descansar e não
fazer amor.
— E Hadar. — Ela o tranquiliza. — Uma vez que ele acabar com seus
guerreiros.
— Senhor. — Ambos olham para Montfort de pé na entrada e ele não consegue
esconder o choque com a aparência de sua Rainha. O Rei a atravessou Luanda,
não permitindo que ninguém a visse e agora entendia o porquê.
— Sinto muito, meu Rei. Minha Rainha. — Ele abaixa os olhos, lutando para
impedir que se encham de lágrimas.
— Está tudo bem Montfort. — Ela tranquiliza, vendo-o lutar. — Eu sei que
parece uma bagunça, mas estou bem. — Ela lhe dá um sorriso encorajador.
— Eu trouxe uma refeição para você. — Ele corta suas palavras, não querendo
que sua Rainha veja o quanto ele está triste por sua aparência.
— Eu trouxe vários itens, Senhor, incluindo sopa que não deve irritar.
— Obrigada Montfort, isso parece maravilhoso. — Quando ela fica de pé, Grim
coloca uma mão gentil, mas restritiva em seu ombro.
— Mas as meninas...
— Com a minha guarda? Por quê? — Seus olhos vão para Grim. — O que está
errado?
— Não há nada de errado, minha Rainha. Verdade. — Montfort fala antes que
Grim possa. — Quando chegou a hora de sua refeição, a Guarda se recusou a
sair, mesmo alguns a cada vez e as pequenas se recusaram a comer, a menos que
sua Guarda também fizesse, então eles estão comendo juntos.
— Oh... — Lisa descobre que ela não pode falar, enquanto seus olhos
transbordam por estes homens carinhosos com suas filhas.
***
Grim observa sua Lisa enquanto ela come, quando ela hesita, ele tira a tigela,
alimentando-a. Que ela não discute diz-lhe a verdade, está sentindo mais dor
que diz. Quando a tigela está vazia, ela se inclina para trás.
— O que? — Ele vê o choque em seus olhos e sabe que ela entendeu mal.
— Você ficará aqui. Eu as trarei para você. Não sairá daqui, Lisa. — Sua voz é
severa.
— Eu prometo... basta fica aqui... por favor... — Ele vê a preocupação que ela
tem tentado esconder. Confiou nele quando disse que elas estavam ilesas, mas
agora precisava ver por si mesma. Era a mãe. Era seu trabalho, sua
responsabilidade... Grim finalmente percebe o que ele e todos os outros homens
Tornianos foram negados, algo realmente importante, o amor de uma mãe. Ele
se certificará de que sua prole o tenha.
— Eu as buscarei, minha Lisa. Apenas prometa que irá se comportar uma vez
que elas estiverem aqui. Preciso que você cuide de si mesma... por mim.
— Eu prometo, Grim.
***
— Mamãe... — Carly levanta uma mão hesitante, tocando sua bochecha ferida.
— Você está machucada. — Seus olhos vão para Grim.
— Foi a árvore, bebê. — Lisa teve tempo de pensar sobre o que dizer às
meninas e enquanto não gostava de mentir, não havia como explicar o que
realmente aconteceu. — Eu disse-lhe que iria encontrar uma e me esconder até
que Grim pudesse nos encontrar e o fiz. — Ela olha para Grim, vendo que ele
entende o que está fazendo.
— Eu julguei mal, bebê. — Ela vê sua confusão. — Cometi um erro, pensei ter
encontrado uma árvore boa e confiei, mas não foi e acabei me machucando. —
Ela vê o medo nos olhos das meninas. — Mas Grim me impediu de ficar
realmente ferida. Estes são apenas golpes e contusões... vocês duas já ficaram
assim antes, lembram-se? — Elas assentem. — Então não se preocupem, eu
ficarei bem.
— Eu prometo, bebê. Agora digam o que estão fazendo. Ouvi dizer que Padma
ficou com vocês.
— Sim, mamãe. — Miki diz com entusiasmo, seu medo anterior esquecido. —
Ela disse que precisávamos nos limpar antes experimentar nossas roupas
novas... — Ela se inclina para trás, deixando Lisa ver o que está vestindo.
Lisa olha e vê que ambas as meninas estão vestindo roupas que ela nunca viu
antes. Olhando para cima, ela vê Padma de pé ao lado da porta, Gossamer logo
atrás.
— Obrigada Padma. — O aperto na garganta de Lisa não tem nada a ver com
sua lesão.
— Não, não fiz nada que você não tenha feito pelos meus filhos. — Grim segue
a troca entre as duas fêmeas e percebe que ele nunca deu à mulher de Gossamer
o respeito que ela merecia. Ela obviamente amava tanto sua descendência
quanto Lisa e por isso, forjaram um vínculo que apenas elas realmente
entendiam.
— Eu... — Padma não sabe o que dizer. O que o Rei acabou de dizer mudará
suas vidas. As mulheres auyangianas eram vistas como escórias pelas fêmeas de
Tornian e no melhor dos casos, pelos homens também. Por isso, Gossamer
sempre a mantinha tão perto. Para o Rei proclamá-la com uma amiga... quer
dizer que estenderia sua proteção a ela e sua família.
***
— Sinto muito pela interrupção, meu Rei, mas recebemos outra mensagem do
Imperador, está exigindo uma resposta imediata.
— Grim. — Lisa chama sua atenção. — Vá ver o que seu irmão quer. As
meninas estão na cama, Hadar está aqui, eu irei para a cama assim que ele
terminar.
— Lisa...
Grim franze a testa sem querer deixar Lisa, mas sabendo que ela está certa, pois
Wray exigindo uma resposta imediata significa que é importante. Mas deixá-la...
— Sua Guarda está em toda a ala, minha Lisa. — Ele quer que ela saiba que
está segura e observa seu aceno de cabeça. Com um último beijo, ele se obriga
a deixá-la.
CAPÍTULO DOZE
Hadar observa os olhos da Rainha seguir o Rei. Esta é a primeira vez que
conhece a fêmea e está surpreso com o fato do Rei deixá-la sozinha com ele,
mas percebe que a porta foi deixada aberta e um guerreiro está do lado de fora.
Ele ouviu rumores de quão diferente ela era, não apenas em sua aparência, mas
também em suas ações. Uma fêmea Torniana nunca ficaria sozinha com ele. Ela
exigiria que o macho ficasse para protegê-la, mesmo que não fosse necessária
proteção.
Olhando para essa pequena mulher, ele percebe que ela estaria em seu direito
de estar gritando por proteção. Foi tratada mal, a condição de seu rosto e
garganta uma testemunha disso, mas em vez de exigir que o Rei permaneça, ela
o encoraja a cumprir seu dever, um dever que não a incluía. Ele entrou em
contato com o Curandeiro do Imperador após sua chegada, esperando que ele
pudesse dar-lhe algumas ideias em lidar com ela. As fêmeas Tornianas eram
muito exigentes com um Curandeiro, especialmente após sua chegada. Tudo
deveria ser exatamente como elas queriam e quando queriam, as irritações não
eram toleradas, toda a família gira ao redor de suas necessidades.
Era uma espada de dois gumes ter uma fêmea. Sem uma, um macho não teria a
chance de ter um herdeiro, mas causava um caos e drenava todos os recursos
da Casa.
E esta mulher causou um grande caos... Luanda foi virada de cabeça para baixo,
foi limpa e polida até que brilhasse como uma casa antiga. Os tesouros foram
exibidos em todo o castelo. O pessoal foi re-atribuído, muitas posições elevadas,
uma nova Guarda foi criada. Sim, ela causou um caos, mas de uma boa maneira.
Por isso que ele ficou especialmente chocado porque exigiu que ele terminasse
de tratar os guerreiros feridos primeiro. Uma mulher Torniana teria exigido que
ela fosse a prioridade, não importava quão insignificantes fossem suas feridas e
as feridas desta mulher não eram insignificantes. Seu lábio está partido, um
hematoma florescia em sua bochecha enquanto a garganta mostrava as marcas
de um estrangulamento. Ela estava ferida.
— Há algo de errado Hadar? — Sua voz áspera o fez perceber que estava
olhando-a por vários minutos.
***
Grim olhou para a mensagem de Wray e fechou os olhos. Com tudo o que
estava acontecendo, agora isso.
— O que é Grim? — Alger pergunta preocupado.
— O Imperador concedeu a petição exigindo Lisa seja levada para Tornian para
a Cerimônia de União. Devemos estar lá em três dias. — Grim segura seu
comunicador enquanto se aproxima para olhar o Raptor. Lisa o via assim, como
o defensor de Luda, mas como a defenderia agora e suas garotas?
— Ele não tem escolha. Nós dois sabemos disso, Alger. Ele me deu todo o
tempo possível para garantir minha união com Lisa. Agora precisa impor a lei.
— Mas não há lei para isso, ela não é Torniana. Não é diferente da Imperatriz.
— Grim levanta uma sobrancelha.
— A Imperatriz Kim não era considerada Torniana quando Wray viajou com
ela para Tornian. Houve várias tentativas de sequestrá-la antes de chegarem.
— Não importa, eles estão mortos e uma vez que chegaram, a proclamou sua
Imperatriz. Isso lhe deu a proteção da lei de Tornian. Assim, foi decidido que
qualquer fêmea adquirida pelo Searcher seria imediatamente declarada
Torniana, então não poderia ser tomada como eu fiz.
— Sim, agora precisamos nos preparar. — Grim se pergunta como contará isso
para Lisa.
— Senhor, não existe nenhuma maneira de estar lá em três dias. — Os
pensamentos de Alger começam a voar. A Rainha foi ferida e ele não sabe se
ela poderá usar as unidades de reparo, se não puder, será apresentada à
Assembleia maltratada e ferida, nenhuma desculpa será aceita.
— É claro, meu Rei, mas uma fêmea Torniana não estaria preparada para viajar
em tão curto período de tempo. Ela deve se preparar, arrumar tudo e ser
tranquilizada. — O olhar de Alger permite que Grim saiba que ele percebe que
Lisa não exigiria nenhuma dessas coisas. — Também para uma tão valiosa
quanto a Rainha e sua prole, há uma maior necessidade de proteção. Você será
negligente com seus deveres, como protetor da Rainha, se não solicitar uma
escolta imperial para chegar a Luda, garantindo a segurança das mulheres. O
Imperador certamente entenderá devido ao que aconteceu a Imperatriz. —
Grim levanta uma sobrancelha para o Capitão, um sorriso hesitante em seus
lábios.
— Você tem um bom ponto Alger, mas o que ganhamos com isso?
— Por agora Senhor, tempo. Levará vários dias para que o Imperador mobilize
a escolta, depois três dias para chegar a Luda. Isso dará à rainha e sua prole
tempo para se recuperar completamente dos eventos de hoje e para que
possamos planejar como garantir sua segurança.
— Nós, Alger?
— Sobre este assunto, meu Rei, sim. É nossa Rainha. Ela e sua prole pertencem
a você.
***
Hadar franziu a testa com a última leitura que obteve do scanner. Até saber que
tudo estava normal e nenhum dano permanente foi causado à fêmea do Rei,
mas essa última varredura profunda... indicava que ela estava carregando a
descendência do Rei.
— Parece que você carrega sua descendência. — Ele espera sua reação.
— Você sabe! — Hadar não pode esconder seu choque. Sua voz soou tão alta
que Risley entrou na sala.
— Está tudo bem, minha Rainha? — Ele dá a Hadar um olhar duro, não se
importa com quem é, ninguém perturba sua Rainha.
— Tudo está bem Risley, Hadar estava apenas expressando seus pensamentos.
— Você tem certeza, minha Rainha? — Ele hesita em sair.
— Não totalmente, apenas o suficiente para que nossas vozes não sejam
ouvidas.
— É claro, minha Rainha. — Com uma leve reverência, ele retorna ao seu
posto, fechando a porta a parcialmente.
— Por que você está tão chocado, Hadar? — Lisa se volta para ele. — Não é
este o propósito das uniões em Tornian? Ter descendência? — Lisa não tem
certeza do por que está sendo tão malvada com o curandeiro. Ele não disse
nada, mas não gostou de sua atitude. Como se ela fosse um inseto a ser
observado.
— O que? — Ele diz mais baixo para não chamar a atenção de Risley
novamente.
— Eu disse, ainda não contei a Grim. — Ela diz como se ele fosse uma criança.
— Por quê? — Hadar dá-lhe um olhar duro, imaginando o porque disso, mas
as fêmeas podem ser intrigantes.
— E ele será, por mim! — Lisa o informa, seu olhar dizendo que ela espera que
ele atenda à sua ordem.
— Não Hadar, não é! — Os olhos de Lisa estão duros. — É seu dever informá-
lo que não sofrerei nenhum efeito permanente dos eventos de hoje. É meu
dever dizer ao Rei que ele será pai.
— Eu tive duas filhas, Hadar. Acha que não sei o que precisa ser feito?
— Bem, de qualquer forma, apenas deve durar os primeiros três meses, então
passará.
— Suportar o que está por vir... — Lisa franze o cenho. — Sobreo que está
falando?
— À medida que a prole cresce dentro da fêmea. — Ele imita seu estômago
inchado. — A fêmea fica muito frágil, assustada, a menor irritação a leva a um
colapso. Muitas ficam o tempo todo doentes. Não é bom para a prole. Ela se
torna incapaz de se mover pela sexta lua e deve permanecer na cama. Depois,
há a apresentação.
— Por apresentação, suponho que quer dizer dar à luz. Ter o bebê... a prole
nascer... sair do meu corpo.
— Sim, é extremamente doloroso para a mulher. — Ele diz hesitante.
— Bem, não é uma caminhada no parque, mas não é tão drástico quanto você
diz. — Hadar dá a ela um olhar considerado. — Por que elas devem ficar na
cama? Quão grande são os bebês Tornianos quando nascem?
— Eles seriam grandes para você, de quatro a cinco quilos em termos terrestres.
— Você não entrou em isolamento? — Ele não consegue esconder seu choque.
— Permitiu ser... vista... quando você estava inchada? — Ele não consegue
esconder seu choque.
— Quando tive minhas filhas, sim, por que não? É uma coisa natural.
— Nossas fêmeas não gostam de ser olhadas pelos machos quando estão
inchadas, isso diminui sua conveniência.
— Acho que é uma questão de opinião. Mark adorou quando estava grávida de
Carly. Ele gostava de observar as mudanças no meu corpo, para sentir sua filha
chutar.
— Sim, bebês chutam no útero. — Ela franze o cenho para ele. — Você é um
curandeiro, certo? Como não sabe que os bebês chutam?
— Não, ela notifica uma fêmea mais velha, às vezes a que a apresentou, para
ficar com ela e ajudá-la. O homem ajuda a fêmea com um tributo.
— Tributo... você quer dizer que ele a paga? — Lisa não consegue esconder seu
choque.
— Sim.
— Então você realmente não tem ideia sobre bebês... descendência. — Ela o
olha surpresa.
— A menos que a mulher me chame, não tenho permissão para ficar perto dela.
— Ele reconhece.
— E o seu macho?
— Seu macho não é permitido perto dela até depois da apresentação e pode ser
um tempo ainda mais longo se a mulher sentir que a apresentação será muito
difícil. Ela pode decidir se unir a outro macho para que sua próxima
apresentação seja menos dolorosa.
— Você não pode estar falando sério! — Lisa não consegue controlar sua raiva.
— Que cadelas egoístas suas fêmeas são! — Ela sai do sofá, ignorando a dor
que o movimento repentino causa.
— Você está irritada... por quê? — Ele fica chocado ao perceber que ela
realmente está.
— Seu macho... ele estava lá quando sua prole foi apresentada? — Hadar não
pode esconder seu espanto.
— Ele cortou o cordão umbilical de cada uma delas. — Ela não pode deixar de
sorrir com a lembrança. — Mark ficou aterrorizado nas duas ocasiões.
Hadar a observa tentando entender o que ela está lhe dizendo. Cortar o cordão...
a linha de vida? O que liga a prole à sua mãe? Seu homem o cortou? Ele foi
permitido no quarto?
— É claro que sim. — Hadar percebe que falou em voz alta. — Depois de
cortar o cordão, Mark foi a primeira pessoa a segurar nossa filha, era o direito
dele. Eu senti a alegria em carrega-las. Ele mereceu ser o primeiro a segurá-las.
— Eu... — Hadar não sabe o que dizer. Esta não é a maneira Torniana, mas
ecoa dentro, isto... assim era a forma como a Deusa queria que fosse. Com a
garganta apertada, ele olha para a fêmea que acaba de mudar seu universo.
— Mas...
— Não farei isso com ele. Não permitirei que um momento de alegria seja
prejudicado pelo que Luuken fez.
— Sim.
— É claro, ele é meu para proteger. — Hadar ofega ao pensar que essa pequena
mulher protege o Rei. — Sabe Hadar, terminamos. Com certeza terminamos
por hoje. Estou dolorida, cansada e vou para cama. Você irá até Grim e
informará que estou dolorida e ferida, mas bem. — Ela o olha diretamente nos
olhos, certificando-se de que ele entenda. — E se disser qualquer outra coisa,
eu me certificarei que nunca mais chegue perto de mim ou de minha prole.
Hadar não acreditava que ela o esteja defendendo, nem sequer gostava dele.
— Grim. — Lisa pode sentir a raiva vibrando através dele. — Eles estavam
ajudando. — Ela tenta acalmá-lo. — Eu me levantei rápido e me senti fraca,
Hadar pediu a ajuda de Risley. Eles estavam me ajudando quando entrou. —
Ela enfatiza.
— Ela ficou fraca, meu Rei, é de se esperar... — Hadar olha para a fêmea nos
braços do Rei e percebe que ele não pode ir contra seus desejos. — Seu corpo
foi severamente estressado, ela precisa descansar, muito descanso. — Ressalta.
— Mas terá uma recuperação completa.
— Sim, Senhor.
***
Abrindo lentamente os olhos, Lisa vê o sol de Luda apenas começar a subir. Foi
uma longa noite de pesadelo, mas em cada um, Grim estava lá, segurando-a,
confortando-a, limpando suas lágrimas. Ele foi sua rocha, mas não estava ao seu
lado agora.
— Grim. — Lisa diz, encontrando-o no outro lado do quarto, usando apenas
sua calça folgada, falando em seu comunicador. — Ele não será curado. Hadar
pode tratar da infecção, mas nada mais. Ele pode sofrer.
— Sim, Senhor, muitas. Lorde Bertos estava plenamente consciente dos planos
de Luuken para a Rainha, como Focke. Focke prometeu a região de Etruria em
Tornian por seu apoio.
— O que é Alger?
— A Rainha também deseja ter certeza de que eles saibam que têm nossa
gratidão por tudo o que fizeram. — Grim se move em sua direção.
— Você não fez tal coisa! — Lisa fica irritada. — Como pode dizer isso? Eu
estou aqui agora por sua causa!
— Korin impediu Farber, não eu. — Grim com dificuldade consegue falar isso
e Lisa percebe que isso o está corroendo, que se não fosse por Korin, ela teria
sido estuprada.
— E ele é um dos seus Grim. — Ela segura seu com mãos amorosas, mas
firmes, forçando-o a ouvi-la. — Ele não teria conseguido. — Ela sussurra, com
medo do pensamento. — Você sabe disso. Luuken nunca teria permitido. Estou
segura e inteira por sua causa, Grim. Você parou Luuken e Farber, protegendo
as meninas e eu. Não aconteceu nada que não possa ser curado.
Ela segura seu forte guerreiro enquanto ele chora pelo que aconteceu com ela,
pelo que não conseguiu evitar. Mais tarde, quando ele ergue a cabeça, é a vez de
Lisa limpar as lágrimas nas bochechas de seu forte guerreiro.
— Tudo bem Grim... estou aqui. Amo você e não vou a lugar nenhum. —Ela
realmente queria dizer estas palavras para tranquilizá-lo, mas em vez disso, ele
fica rígido. — Grim? O que está errado?
Não era assim que Grim queria contar a ela. Queria evitar isso durasse o maior
tempo possível, como o ataque de Luuken... nada aconteceu como ele queria.
Olhando para Lisa... nos olhos de sua Rainha, percebe que ela tem fé absoluta
nele, mesmo agora. Fé em seu amor, fé para protegê-la, fé que juntos poderiam
derrotar qualquer coisa e quem era ele para discutir com a Rainha.
— Mas isso não faz sentido Grim. Por que se Wray concedeu a petição de
Luuken, ele atacaria? — Ela lhe dá um olhar confuso.
— Sim. Ele teria que provar que não era capaz de cuidar da minha prole e isso
aconteceu apenas uma vez em toda a história conhecida.
— Não... — Grim hesita sem querer explicar, principalmente depois do que ela
passou.
— Querido Deus!
— Claro que não, como poderiam? É o pior tipo de traição, ferir assim o próprio
filho. — Os olhos de Lisa se enchem de lágrimas com o pensamento.
— Alguns dizem que isso fez a Deusa tirar sua benção de todos os guerreiros
Tornianos. Que é o que fez nossas fêmeas se tornarem tão poucas. É seu
castigo, por abusar do seu presente.
— Talvez ela tenha decidido que você sofreu o suficiente, pelos pecados de
outro. — Ela lhe dá um leve sorriso.
— Então ele tem minha eterna gratidão. — Virando, ela estende os braços. —
Não posso imaginar minha vida sem você nela.
— Eu a machucarei.
— Nunca meu amor, nunca irá me machucar. — Grim olha nos olhos suaves
de Lisa e sabe que não pode negar nada, especialmente seu corpo.
Lisa envolve seus braços ao redor da cabeça de Grim, arqueando suas costas,
oferecendo mais. — Sim Grim... isso é tão bom.
Lisa está perdida nas maravilhosas sensações. A boca de Grim está criando
novas lembranças e apagando as de Farber. Este é o homem, o único que a
tocará dessa maneira. Ela matará o próximo macho que tentar. Ninguém toma
o que é de Grim e ela é dele.
Conhecendo Grim, sabe que ele nunca permitirá isso. Ela deixa a mão tocar seu
peito, provocando os mamilos, enquanto a outra trabalha para abrir a calça. Ela
precisa senti-lo, todo ele.
Grim solta seu mamilo com um pop, gemendo enquanto a mão de Lisa agarra
seu eixo grosso, acariciando-o.
— Deusa, Lisa...
— Você disse lento, Grim. — Ela diz a ele, sua voz cheia de necessidade e
desejo.
Agarrando seus ombros, Lisa se segura, enquanto Grim entra nela, apagando a
lembrança do toque de outra pessoa. Fazendo-o seu e ela somente dele,
novamente. — Deus Grim! Não pare! Nunca pare! — A necessidade de apertar
a fez gritar contra o peito de Grim quando ele se movia. O rugido de Grim ecoa
fora das paredes enquanto ele segue seu impulso mais tarde.
— A Deusa seja louvada. — Lisa sussurra mais tarde quando finalmente pode
respirar novamente. O peito de Grim se levanta sob ela enquanto ele ri.
— Acho que eu quem deveria dizer isso. — Olhando-o, ela vê sua diversão e
preocupação.
— Bem, eu precisava agradecer a ela também. Por trazê-lo para mim e por que
estou bem. — Forçando seus músculos lânguidos a se mover, ela se estica para
beijar seus lábios.
***
Inclinando-se, Lisa esfrega o estômago, sabendo que não há como comer mais.
Olhando para Grim, ela vê que ele está observando-a com uma careta.
— Você precisa comer mais. — Ele olha para a refeição ainda pela metade.
— O que foi minha Lisa? — Virando ele a vê franzindo a testa. — Você está
com dor? — Rapidamente ele está ao seu lado.
— Não, estou bem, de verdade. — Ela o tranquiliza rapidamente. — Por que
Luuken prometeu a Farber que ele seria o Capitão da Guarda do Rei, o Rei de
Luda? Luuken é de linhagem real? Um irmão?
— Não! — Ele tem que respirar fundo para se acalmar ao pensar nisso. — E
Luuken nunca poderia ser o rei de Luda, apenas alguém com o sangue do
Imperador é permitido ser Rei.
— Então, por que Farber acreditou nele? — Descobrindo que não poderia ficar
sentada, ela se levanta. — Por que ele se arriscaria? Por que Baccuus e Focke se
arriscaram, se nunca teriam uma chance? — Grim pensa a respeito do que ela
disse e empalidece percebendo há uma chance, uma chance que nunca
considerou, ele se pergunta se Wray o fez.
— Você se lembra do homem sobre o qual contei? Aquele que estuprou suas
fêmeas.
— Ele era o Imperador Lucan Bertos. Por seus crimes ele foi executado, sua
família destituída do direito de governar o Império Torniano. A Assembleia dos
Lordes votou e WyckVasteri da casa Vasteri foi escolhido como Imperador,
meu antepassado.
— O mais novo de Wray, Van foi morto há cinco anos quando seu transporte
caiu da ponte em uma tempestade.
— Sobre Tornian?
— Risa! — Lisa não pode acreditar. — Essa cadela sempre aparece, não é? —
Respirando fundo Lisa tenta juntar seus pensamentos. — Você... a Imperatriz...
Van... ela sempre está envolvida.
— Seria improvável que ela estivesse envolvida, minha Lisa. Bertos sim, mas
não Risa.
— Por quê? Porque ela é uma fêmea? — Lisa desafia.
— Bem... sim... ela apenas se preocuparia com o que poderia conseguir de seu
próximo macho.
— Você quer dizer se ele puder levá-la de volta a Tornian, certo? Foi o que você
disse que todas as suas mulheres queriam... ser Imperatriz.
— Sim...
— Uma fêmea pode adiar sua primeira união se não sentir que os machos
apresentados são apropriados. — Ele cala Lisa com a mão no alto. — Mas
apenas se seu pai permitir.
— Sim, ela sentia carinho por Risa e permitiu que ela ficasse.
Grim vai até uma janela e olha para Luda pensando sobre o que Lisa sugeria.
Isso ia contra tudo o que ele conhecia. Sim, suas fêmeas podiam fazer muitas
intrigas, colocando um macho contra outro, mas fazer isso, acabar com a vida
de outros?
Bem, caso se tratasse de Bertos... Bertos, ele podia ver... planejando... tentando
conquistar o apoio que precisaria para eliminar a Casa Vasteri. Virando-se para
Lisa, ele a vê observando-o com os olhos estreitos, preocupada. Ela não era
como suas fêmeas, mas ainda parecia entender como funcionava a mente delas.
— Sim.
— Ela estava em Tornian e queria ficar ali, no entanto, quando seu pai morreu,
pediu para se unir a você em vez de solicitar a proteção de Wray, então... por
quê? Que diferença isso faria, a menos que fizesse diferença para outra pessoa...
talvez Bertos. Ela poderia tê-lo conhecido em Tornian, não poderia? E se eu
estiver correta, Bertos já era o Senhor de Etrúria.
— Sim, ele era.
— Sim...
— Eles não tinham laços com a Casa Bertos? Nenhum irmão mais novo estava
treinando lá? — Grim ergue uma sobrancelha com a sugestão, isso nunca lhe
ocorreu. — Eu não sei se alguém pensou nesta possibilidade. Você acha que
Risa planejou com Bertos me matar, assim ele poderia se tornar Rei?
— Você não morreu. — Ela ressalta, grata pelo fato. — Bertos falhou. Você
mesmo disse como suas fêmeas não gostam de ficar desapontadas. O que não
entendo é porque ela não se uniu a você. É a mesma posição. — Ela o olha
questionando, quem não iria querer Grim?
— Porque eu não quero ser Imperador, não faria nada para isso. Apenas
planejava ser Rei até que Van tivesse idade o suficiente. Eu me tornaria seu
Conselheiro.
— Era fácil saber que não havia rivalidade entre Wray e eu, apenas me tornaria
Imperador se não houvesse outra escolha.
— Então, depois que Bertos falhou, ela decidiu seguir um caminho mais direto.
Assumiu que Wray tomaria outra Imperatriz.
— E se você estiver certa, Lisa, então a Imperatriz Kim está em grande perigo.
— É claro que sim, ele é seu irmão. — Entrando em seus braços, ela coloca as
mãos no peito, adorando a sensação de seus músculos flexionando seu toque,
ficando nas pontas dos pés, ela o beija.
— Faça o que precisa fazer Grim. Lidaremos com o restante mais tarde.
CAPÍTULO TREZE
A conversa de pequenas vozes cumprimenta Lisa enquanto ela entra na sala de
estar. — Bom dia, meus bebês. — Ajoelhada, ela envolve seus braços ao redor
de seus corpos preciosos, quando elas voam para seus braços.
— Nós estamos bem, mamãe. Você gosta da minha nova roupa, mamãe? —
Miki se afasta, então Lisa pode ver o lindo vestido azul.
— Obrigada Padma, por tudo. — Ela encontra seus olhos cheios de lágrimas.
— Você também, Gossamer.
— Não precisa agradecer, minha Rainha. Gossamer faz uma leve reverência.
— Gostaria de ver o que trouxe para você, minha Rainha? — Padma vê que ela
ainda está usando suas roupas da Terra e não eram apropriadas para uma
Rainha.
— Sim, muito, se tiver tempo. Há algo que gostaria de discutir com você. Isso
se estiver bem para você, Gossamer. — Ela olha para ele por sua permissão. —
Eu sei que você esteve longe de Dagan por mais tempo do que o planejado. —
Ela franze a testa um pouco. — Conseguiu falar com ele, não foi? Ele está bem?
— A preocupação na voz da Rainha é inconfundível e comove Gossamer, ao
ver que ela se preocupa com sua descendência mais nova...
— Ele está bem, minha Rainha, Gahan está com ele. — Ele assegura-lhe.
— Oh isso é bom. — Ela dirige sua atenção para Padma. — Vamos para o
quarto e olharei as roupas.
— Tudo bem para mim, desde que para Parma esteja de acordo. — Lisa olha
para ela.
— Você poderia enviar uma mensagem a Gahan para mim, Gossamer? — Lisa
olha para ele.
— Claro, Majestade.
— Diga-lhe que sinto muito, mas precisarei dos Medalhões para o uniforme de
corte para ambas as Guardas em seis dias. Eu sei que é pouco tempo, se ele não
conseguir não tem problema.
—Miki e eu podemos ver Cook? Ele disse que fará mais cookies hoje.
— Eu sei, mas são cookies... por favor... — Lisa olha para Kirk.
***
Lisa não pode acreditar no que o Padma fez em tão pouco tempo. Há vestidos,
calças e camisas como pediu, juntamente com sapatos e até mesmo um manto
que Padma explicou ser para quando as noites esfriaram.
— Você dormiu, Padma? — Lisa não consegue afastar a surpresa de sua voz,
enquanto ela se vira no espelho, admirando o longo vestido e fazendo Padma
rir.
— É claro que sim, mas não fiz tudo isso sozinha, Gossamer é muito hábil e
Dagan ajuda com as contas, ele é muito exigente.
— O que é necessário para fazer roupas uma vez tentei fazer roupas para Carly,
mas ficou horrível.
— Pode ser difícil, minha Rainha. — Padma diz a ela.
Por mais impressionante que fosse o Rei, é sua Rainha quem chama a atenção.
Porque ela é muito menor do que o Rei, mas apenas no tamanho. O poder que
ela irradia é inegável, como o sentimento que ela tem pelo Rei. É evidente pelo
olhar em seus olhos, na forma como ela se inclina tão levemente para ele, na
forma como o braço do Rei curva-se protetoramente ao redor dela, a mão em
sua cintura.
Ela usa um vestido púrpura em um tom mais profundo que se adapta ao seu
corpo, mostrando a beleza de suas curvas. Contra a pele pálida de seu peito,
descansa o emblema do Rei, preso em uma corrente charoites incrustados,
anunciando que ela era a Rainha de Luda e eles eram um.
— Eu nunca vi nada assim antes. É maravilhoso, lindo e triste...
— Sim, que um povo uma vez tão grande, pode se destruir. Olhe para eles, não
havia nada com que não pudessem lidar. — Lisa sorri para sua amiga.
— Eu concordo e é por isso que preciso de sua ajuda. Para que isso aconteça
novamente.
— Sim. Sente-se. — Lisa diz a ela que Wray concedeu a petição de Luuken e
que em sete dias ela irá para Tornian, para a cerimônia de união.
— Mas...
***
— Onde você acha que vai, minha Rainha? — Lisa não dá mais do que três
passos fora da ala real, quando seu Capitão aparece.
— Como? — Ela levanta uma sobrancelha, olhando para ele e os dois guardas
que se aproximam por trás dela.
— Ninguém foi informado de que você sairia de sua ala. — Ao som de pés
correndo, ela se vira para ver os membros restantes da Guarda invadir o
corredor, armas levantadas.
— Foi uma honra, minha Rainha. — Agee fala por todos os machos presentes.
Lisa nunca esteve na ala dos guerreiros e a expressão chocada no rosto de cada
macho, com certeza nenhuma mulher causou.
— Suponho que isso seja algo que uma fêmea não faz. — Lisa olha para Agee.
— Claro que não, minha Rainha, mas estamos nos acostumando com isso. —
Lisa para e aperta a boca.
— Agee... acho que você fez uma piada... — Ela vê a pele azul do Capitão
começar a ficar roxa enquanto ele ruboriza. — Eu gosto disso. — Ela sorri
então e continua.
***
— Você pode olhar as meninas por mim, Agee? — Lisa pergunta enquanto
deixam a ala dos guerreiros. Nairn e Ion estavam se recuperando bem de seus
ferimentos, embora ainda levaria vários dias antes que pudessem retomar suas
funções na Guarda. Ela estava realmente espantada com os avanços médicos
de Tornian. Seus ferimentos levariam semanas, se não meses, para se curar na
Terra, se tivessem sobrevivido.
— Bom, eu gostaria de ver Korin agora. — Ela sabe que seu pedido encontrará
muita resistência e não fica desapontada com o fato de sua Guarda parar de
repente.
— Isso não é possível Majestade. — Agee a informa.
— Claro que é. — Lisa olha para ele de forma inocente. — Você apenas me
leva até onde ele está preso.
— Por quê?
— Psst. — Lisa levanta uma mão ao seu comentário. — Korin nunca me feriu.
— Sinto muito, Majestade, mas não a levarei até Korin. — Olhando para ele,
Lisa pode dizer que não haverá nenhum problema com isso, o que ela supõe é
que o Capitão de sua Guarda saber quando dizer à Rainha não e manter-se.
***
— Tarbox tem o que ele precisa para assumir o controle da região? — Grim
olha para Junius.
— Ele acredita que sim, Majestade. Encontrou resistência, principalmente com
a Guarda pessoal de Focke, mas foram facilmente subjugados, uma vez que
souberam das acusações. Parece que ele fez mudanças que não agradaram a
todos.
— Lisa, o que você está fazendo aqui? Deveria estar descansando. — Grim se
aproxima imediatamente.
— Estou bem. Fui visitar Ion e Nairn. Eles estão bem e voltarão à Guarda antes
de irmos para Tornian.
— Você foi a ala dos guerreiros? — Os olhos de Grim vão para Agee.
— Sim, com Agee e dois guardas, todos foram muito bem-comportados, eu
juro. — Grim grunhe, deixando Agee saber que ele não está feliz com a visita
dela.
— Não fique irritado com Agee. — Ela ergue o olhar. — Eles são meus guardas,
Grim. Foram feridos me protegendo-me e aos meus. Não é apenas meu dever,
mas meu direito, garantir que eles tenham uma recuperação completa.
— Você não precisava ir à ala dos guerreiros para fazer isso. — Ele discute.
— Sim, precisava e deveria ter ido antes. Há mudanças que precisam ser feitas
lá, Grim. — Junius fica chocado quando todos os guardas da sala gemem. —
Nada drástico. — Ela olha os machos com um sorriso indulgente. — Apenas
algumas coisas pequenas, como acabar com o cheiro, realmente deve haver um
lugar melhor para armazenar suas roupas molhadas e também há a cor. Não é
de admirar que quase nunca sorriem é....
— A Rainha está correta Junius, outro poderia não ter percebido e você não o
fez. Confio que você continuará servindo seu Rei e Rainha também no futuro.
— Claro, Majestade. — Com uma reverência final para a Rainha, Junius sai.
***
— Eu quero ver Korin. — Lisa aguarda até a porta se fechar atrás de Junius
antes de fazer o pedido.
— Como você pode dizer isso? — Ele se afasta dela. — Por causa dele...
— Concordo e em um universo perfeito não teria sido, mas você mesmo disse
que Bertos está usando o irmão mais novo de Korin para controlá-lo. — Seus
olhos imploram para ele entender. — Ele estava apenas protegendo a quem ama
da mesma forma que você... e quando foi empurrado muito longe, escolheu me
proteger como você ensinou, arriscando seu irmão porque se Bertos
descobrisse...
— Sim. Já enviei uma mensagem a alguém em quem confio, para que ele seja
removido do cuidado de Bertos. — Ele se aproxima Lisa quando seus olhos se
enchem de lágrimas.
— Sinto muito, Grim. Eu deveria saber que você entenderia e faria alguma
coisa.
— Você desobedecerá minha ordem, Agee? Uma fêmea está em risco. Minha
filha!
— Sim ou não? — Ninguém nunca ouviu a voz da Rainha tão dura, tão fria,
todos os olhos vão para ela.
— Obrigada Agee. — Ela volta para Grim. — Fui capaz de fazer o Capitão da
minha Guarda, o macho que, além de você mesmo, acha mais apto para me
proteger, concordar em atacar outro macho, mantendo uma fêmea porque eu
disse que ela estava em perigo. — Ela observa Grim franzir o cenho. — Não
há nenhuma ameaça a seu irmão, como com Korin, apenas o dever de Agee de
proteger, ensinado por você e no final, o dever de Korin de proteger uma fêmea,
eu, superou seu dever para com seu irmão. Ele está em um lugar difícil, Grim.
Ao proteger-me, seu irmão sofre, mas se ele não o faz, sofre sua honra. O que
estaria disposto a desistir por alguém que ama, Grim?
— Leis ou justiça, Grim? Porque podem ser duas coisas muito diferentes, há
também a proteção. — Ela caminha até o Raptor reverentemente tocando sua
cabeça. — E há o controle. Bertos e Luuken estão controlando Korin por seus
próprios meios. Não se preocupam com ele, nem com Mabon.
Lisa lhe dá um olhar incrédulo. — Por favor... — Lisa levanta uma mão. —
Korin é leal a você, Grim. Ele admite isso toda vez que ele chama Luuken, de
o filho de seu Senhor e você, seu Rei. Sua lealdade a você nunca foi colocada
em dúvida, mas por causa da decisão de seu pai, ele precisou sobreviver às
exigências de Bertos, se quisesse proteger seu irmão. Você teria feito menos se
fosse Wray? Algum de vocês se fosse seu irmão? — Virando, ela se dirige aos
guerreiros mais confiáveis de Luda. — Eu ouvi dizer que vocês são verdadeiros
guerreiros, que tem honra. Mas o que é honra? Obedecer seu Rei sem dúvidas?
Alguns diriam sim... mas foi o que os guerreiros de Luuken fizeram ontem,
mesmo envolvendo estupros e assassinatos. Isto é honra? Korin foi o único que
disse que não. Ele foi o único que tentou impedi-lo.
— Eu quero falar com ele, não é inocente Grim, mas isso também não o torna
culpado. — Ela diz a ele.
— Talvez nada, talvez depois de falar com ele, veja que não vale a pena salvá-
lo... ou talvez seja a chave, a chave para Bertos. Ele pode ter a informação que
precisamos para saber o que Bertos realmente quer. — Ela vê que Grim entende
o que não está dizendo.
***
Korin estava deitado de costas na cela, olhando para o teto. Como sua vida
chegou a isso? Ele era um jovem tão orgulhoso, treinando com o maior
guerreiro do Império... então Grim foi atacado e seu pai o forçou a treinar com
Bertos. Era tão diferente lá, não importava como entrou na Casa Bertos apenas
o que o fez.
— Por que você me ajudou? — Seu olhar é inabalável. — Colocou seu irmão
em risco por uma fêmea que não conhece. Desobedeceu ao seu Senhor.
— Está dizendo que Bertos sabe que você está aqui? Sabe o que foi planejado?
— Lisa exige.
— Lorde Bertos não confia em mim. Minhas ordens eram ficar e obedecer
Luuken.
— Ainda assim você não o fez. — Korin descobre que não pode mais manter
o olhar da Rainha, sua vergonha aumenta.
— Porque não foi isso que me disseram e não foi isso que aprendi, sou um
verdadeiro guerreiro! — Korin grita com ela, fazendo todos os machos ficarem
tensos.
— E aprendi mais naquele ano do que todos aqueles combinados desde então.
— O que isso importa? Ajudei no sequestro de uma fêmea e não apenas de uma
fêmea, mas de uma Rainha. Minha vida deve cessar, é apenas o que está em
questão.
— Isto é o que você pensa? — Lisa pergunta. — Porque você fez a escolha
certa... a escolha difícil... deveria ser punido?
— Não importa, tudo o que importa é que falhei e pagarei por isso. — Lisa olha
para Grim e o vê franzir a testa.
— Como você falhou, Korin? Ao impedir que fosse estuprada? — Ela exige.
— Não! Isso nunca deveria ser permitido. Eu falhei em não a levar para Tornian
com as outras fêmeas.
— Sim.
— Bertos não disse nada sobre Lisa não chegar a Tornian? — Grim pergunta
ficando ao lado dela.
— Não na minha presença, foi-me dito para sair para preparar a nave. Tudo o
que ouvi foi que esta missão era imperativa.
— O Imperador?
Lisa vê a confusão honesta em seus olhos. — Sim, o Imperador, o que se diz
dele na Casa de Bertos?
— Sim, claro, mas o que quer dizer? Bertos fala diariamente sobre o Imperador,
principalmente de suas falhas como quando o fez...
— Quando o fez Rei de Luda, considerando que não tem a chance de produzir
descendentes. — Korin olha para Grim.
— Mas ele tem descendência, duas para ser exatas. Carly e Miki. — Lisa fala
rompendo o silêncio tenso.
— Ele acredita que pode facilmente desafiar a aceitação de Grim de sua prole
desde que seu educador foi removido indevidamente.
— Ele não é. — Korin diz calmamente, olhando para Lisa. — Bertos é tão
inteligente quanto mortal e sua fêmea é pior.
— Risa.
— Você não sabe nada de Mabon! — Os três homens se movem quando Korin
a enfrenta. Ela não se afasta,
— Já é tarde demais...
***
Com um olhar duro, frio, os olhos se fixaram nela, enquanto ele se sentava no
chão com as costas contra a parede. Estava imundo, ainda com as roupas que
vestia quando a atacou, pelo menos da cintura para baixo. Porque da cintura
para cima, estava nu, revelando seu peito ferido, que ainda não foi tratado.
— Olá Luuken, vejo que finalmente está onde pertence, em uma gaiola.
— Você cadela. — Ele diz.
— É Rainha Cadela para você, Luuken. Isso doeu? — Ela gesticula para a ferida
que Grim fez. — Espero que sim.
— Você não sabe com quem está lidando! — Fazendo uma careta, ele se
levanta. — Sou o Capitão Luuken, primeiro macho de Lorde Bertos! Ele não
irá tolerar que eu seja tratado assim! — Ele se move em direção à porta. — Irá
destruí-lo. — Ele ameaça,
— Com você assim? — Lisa zomba. — Este é seu terceiro fracasso Luuken,
derrotado por duas jovens e uma fêmea. Na Terra, três derrotas significam que
você está fora... feito... você e o seu senhor.
— Traga-me um curandeiro! — Luuken grita para ela, furioso por ela falar assim
com ele.
— Não. — Lisa responde altiva o olhando. — Você pagará por seus crimes e
Grim será o juiz. Não receberá nenhuma misericórdia de mim. É a definição do
que é um macho inapropriado. Agora todos podem ver.
Colocando o cabelo solto atrás da orelha, Lisa observa as meninas rir, enquanto
brincam com Dagan. Conseguiu convencer Gossamer a permitir que o jovem
especial fosse a Luanda com sua mãe, sabendo que ele e as meninas se tornariam
grandes amigos apesar das diferenças.
— Não apenas estão errados, estão perdendo uma das maiores bênçãos da
Deusa. — Lisa olha para a amiga. — Dagan é uma pessoa especial Padma.
Diferente? Sim. Um guerreiro? Nunca. Ele tem uma alma pura que vê a beleza
que outros não veem. A Deusa o dotou da capacidade de compartilhá-lo
conosco, com seus coletores de sol.
— Foi sugerido, mais de uma vez, que ele não deveria viver. — Padma
sussurrou, as lágrimas enchendo seus olhos. — Eles só veem o que ele não é.
— Não por muito tempo, logo o verão como nós, como um presente da Deusa.
— Lisa abraça sua amiga.
— Obrigada Lisa, por tanto tempo que tenho me preocupado com ele.
— É a maior alegria e o maior fardo de uma mãe, a preocupação com sua prole.
Você não pode ter um sem o outro.
— O que você está falando, Padma? — Lisa olha para ela franzindo a testa.
— Aparentemente não.
— O que você quer dizer em risco? — Lisa sente seu estômago se apertar.
— Isso aconteceu com você. — Lisa vê a dor nos olhos de sua amiga.
— Muitas vezes... até encontrar Gossamer. Ele não é um guerreiro, mas ainda
me protegeu, me fez sua fêmea, mesmo depois de tantos outros machos.... —
Ela não pode continuar.
— Sim, isso permite que uma fêmea escolha o macho que sente ser mais
adequado para ela.
— Espere! O que? Pensei que a mulher não tivesse escolha senão escolher um
dos machos que lhe era apresentado?
— Bem... isso é o que se espera, já que todos os machos são escolhidos pela
fêmea ou pelo pai dela.
— Sim. Ele contata os machos que são considerados apropriados e ela escolhe
um deles na cerimônia de união.
— Mas... você não sabe nada deles... não sabe o que podem fornecer.
***
É tarde quando Grim volta para a Câmara Real, sua cabeça cheia de milhares de
coisas que ainda precisavam ser feitas antes de partir para Tornian, mas agora,
tudo o que ele quer é manter sua Lisa perto. Sua camisa está a meio caminho
antes de perceber que a cama está vazia, entrando em pânico, gira rapidamente,
os olhos observando o quarto, acalmando apenas quando a encontra no banco
da janela, olhando para a escuridão.
— Por que você não está descansando, minha Lisa? — Ele se senta e coloca
seus pés descalços no colo, acariciando suas panturrilhas. — O que a está
incomodando?
— Sim.
— Então, como é que eu não sabia até hoje que fui declarada Torniana? Que
uma fêmea não Torniana pode ser abusada por homens sem consequências. —
Ela exige irritada com o pensamento. — Que a Cerimônia de União é tanto
sobre proteção quanto uma relação.
Lisa vê uma verdadeira confusão nos olhos dele. — Não. Eu também não sabia
que em uma cerimônia de união tradicional, a fêmea seleciona os machos
convidados antes de finalmente decidir sobre um. — Grim permanece em
silêncio. — Você sabia disso.
— Claro.
— Então, como esses doze machos foram escolhidos? Machos que nunca
conhecemos, de quem não sabemos nada?
Grim solta um suspiro pesado. — Foi decidido que levaria muito tempo para
você escolher entre os machos disponíveis, então cada Casa selecionou o mais
digno para ser apresentado.
— Ele é um bom macho. — Lisa concorda. — E se não fosse por ele, nunca
seria ouvida. Você nunca teria me ouvido.
— Sim, todos os seus machos merecem, mas não assim. E se for por este
caminho, onde ele termina? Proclama-nos Tornianas, mas nos tira o direito mais
básico. O direito de escolher o macho com quem queremos nos unir e o que é
pior, as outras fêmeas sequer sabem que têm esse direito. Você está
transformando-as em nada além de reprodutoras, Grim. — Ela se aproxima
dele. — Eu sei que não pode ser o que você quer.
Grim cuidadosamente afasta os pés de seu colo, levantando-se. Ele passa uma
mão frustrada pelos cabelos, tentando entender tudo o que seu amor lhe disse.
Ela está certa, isso não é o que ele quer... não é o que Wray quer. Wray não
queria enviar o Searcher, mas uma vez que foi descoberto que Kim concebeu,
muitos dos Lordes insistiram que seus homens recebessem a mesma chance que
o Imperador, todos liderados por Bertos.
— Isso não é como deveria ser, Lisa. Você deveria receber todas as informações
que qualquer mulher Torniana receberia.
— Não tinha razão para isso. As ordens do Imperador são sempre seguidas.
— Assim parece.
— Nenhum macho é permitido perto das fêmeas até a cerimônia de união. Elas
são guardadas em Tornian pela Guarda do Imperador, aguardando nossa
chegada.
— Wray disse que elas se recusam a falar com ela. Elas a culpam.
— Você pode culpá-las, Grim? Foram sequestradas da Terra e agora nem sequer
lhes é dito a verdade.
— A Imperatriz não deu a localização exata da Terra, Lisa. — Grim olha para
ela com olhos culpados. — Ela não sabia disso, mais do que você. Nós
conseguimos a informações da nave Ganglian, o restante era o pouco que ela
sabia sobre seu sistema. Nove planetas, um azul, um sol. Era tão vago que nunca
esperava encontrar.
— Sim. — Ele admite, sabendo que ela ficará irritada. Era algo que ele esperava
nunca precisar revelar.
— Eu estava fazendo o que meu Imperador ordenou, Lisa, pelo bem do nosso
povo. — Grim defende o que ele fez, mesmo que não concordasse.
— Seu povo? E o meu? — Lisa pergunta com raiva apenas para que ele segure
seus braços, impedindo-a de se afastar.
— Eu não mudaria nada minha decisão Lisa. Você entende isso? — Ele a
balança um pouco. — Pois se o fizesse, não teria você. — Grim se recusa a
liberá-la, entende por que ela está irritada, mas não deixará isso ficar entre eles.
— Merda, Grim! — Lisa grita, mas o calor em suas palavras se perde quando
ela coloca a testa no peito dele. — Por que foi você? — Ela sussurra. — Quero
ficar com raiva de alguém. Culpar alguém. E agora... — Ela se afasta.
— E agora? — Ele levanta seu queixo, vendo suas lágrimas, mas também seu
amor.
— E agora não posso, porque não mudaria nada Grim, pelo menos não para
mim. Não desistirei de você.
— Mas isso ainda não é certo. Kim e eu encontramos a felicidade. Mas isso não
significa que as outras irão.
— Isso também não significa que não irão. — Grim responde gentilmente. —
Há duas fêmeas da Terra que se juntaram a machos Tornianos e estão felizes,
isso é verdade, é um bom sinal de que as outras também podem.
— Pode ser apenas porque eles são machos de Vasteri. — Lisa lhe dá um olhar
provocador, eliminando sua raiva. — E se for esse o caso, não compartilharei.
Nós apenas as devolveremos à Terra.
Grim ri das provocações de Lisa e sabe que ele está perdoado. — Nenhuma
outra fêmea nunca me atrairá minha Lisa. Você é tudo o que sempre irei querer.
Deixe-me mostrar. — Pegando-a em seus braços, ele a leva para cama.
***
— Sim? Por quê? — Lisa pergunta. A fúria de sua pergunta surpreende Hadar.
— Por sua causa... — Ele diz a ela. — Não tenho conhecimento sobre o
tratamento das fêmeas da Terra e estava procurando informações sobre o
tratamento da Imperatriz.
— Eu... bem, suponho que sim, quem mais faria? — Hadar agora está
totalmente confuso.
— Sim, é o que se espera, mas como eu disse, as fêmeas Tornianas são muito
secretas sobre o processo.
— Acha que ela tem uma fêmea Torniana a ajudando? — Lisa não esconde seu
choque.
— Eu... bem, claro que sim. — Hadar franze o cenho para ela.
— Eu direi o que eu acho Hadar. Acho que Kim não deixou Yakar se aproximar
dela. Ela também não deixou uma fêmea Torniana se aproximar. Fêmeas da
Terra... são diferentes das suas...
— Conte-me sobre isso. — Hadar murmura antes que ele possa evitar e depois
fica pálido.
— Eu não tenho. Então, precisamos fazer algo sobre isso. — Ela olha para ele
esperando.
— Nós... nós... como em você e eu? — Hadar não pode acreditar no que está
ouvindo.
— Sim, você e eu. Até agora você já ouviu que em três dias uma escolta imperial
chegará, levando-nos a Tornian para a cerimônia de união oficial.
— Não. Há uma hora e um lugar para isso, mas não é agora. — Ela o olhou
duro. — Então, como eu estava tentando dizer, eu quero que você vá conosco.
— Você precisa vir conosco... se houver alguém aqui que possa assumir seus
deveres, não deixarei os guerreiros sem um curandeiro.
— Há outro que pode assumir meus deveres, mas por que você quer que eu vá?
Está preocupado com sua prole? Eu nunca as tratei. — Ele a lembra.
— Mas você disse que eu sei pouco sobre o que acontece com uma fêmea antes
que ela apresente.
— Eu não acho que isso será um problema, acho que Kim está mais perto de
apresentar do que qualquer um sabe.
— Por que acha isso? — Ele olhou para ela, intrigado com o pensamento.
— A intuição de uma fêmea, isso e o fato das fêmeas da Terra geralmente não
anunciarem que conceberam até que estejam com pelo menos três meses. Há
quanto tempo ela fez o anúncio?
— Trinta e oito.
— Você... — Hadar descobre que está sem palavras, esta fêmea fala como uma
guerreira.
Hadar resmunga sua descrença antes que ele possa evitar, então parece
horrorizado.
— Não se preocupe com isso Hadar. — Lisa sorri para ele. — Eu acredito na
amizade, sei que sempre posso contar com alguém, que sempre podemos contar
uns aos outros a verdade. Isso inclui quando alguém está cheio de merda. —A
boca de Hadar se abre. Ela acha que eles podem ser amigos...
Depois de vários minutos, quando Hadar não diz nada, Lisa se move
desconfortável, talvez tenha cometido um erro. — Sinto muito Hadar, se falei
demais. Eu sei que não é normal que os machos e as fêmeas de Tornian sejam
amigos, mas achei que porque você salvou a vida de Grim e que um dia
apresentará sua prole deveríamos tentar.
— Você também confia em mim...
— Grim confia em você. Isso é um grande apoio para mim. — Com seu olhar
confuso, ela suspira. — Significa muito. — Ele concorda. — E eu também
precisarei de alguém. Mesmo tendo duas descendentes, nunca fiz isso sozinha,
sempre havia um curandeiro junto com uma equipe de suporte se alguma coisa
desse errado.
— Desse errado?
— Sim, Hadar, errado. Não me faça começar. Milhares de coisas podem dar
errado, é por isso que cada bebê é um milagre. Quero você... — Lisa respira
fundo e começa novamente. — Eu gostaria que você me escaneasse novamente,
para que pudesse obter uma leitura... é a palavra certa? — Ele acena com a
cabeça e ela continua. — Leitura básica para comparar leituras futuras também.
— Você sente que algo está errado? — Ele olha para ela preocupada.
— Não, mas como você disse, só houve outra gravidez como a minha e ainda
não sabemos como será.
Lisa olha para ele, procurando conselhos. — Você acha que isso prejudicará o
bebê? — Lisa vê que está pensando seriamente sobre sua pergunta.
— Se é macho ou fêmea?
— Sim.
— Tão cedo? — Ela fica chocada. — Nós podemos dizer isso também na Terra,
às vezes, se o bebê cooperar.
— Bem, você precisa ver a posição correta. — Ela faz um movimento com seu
dedo mindinho que parece ser universalmente entendido pelos homens,
fazendo com que Hadar ruborize. Ela nunca conseguirá superar o quão fácil é
atrapalhar esses machos grandes com conversas sexuais. — E se as pernas do
bebê estiverem cruzadas...
— O que Hadar? O que você quer saber? — Lisa olha para ele com curiosidade.
— Eles dizem... eles dizem que na Terra há muitas fêmeas. — Ele olha para ela
com esperança. — Qual é a proporção? Para Tornianos é agora uma fêmea para
cada duzentos machos.
— Uma mulher para cada homem? — Hadar não pode evitar o choque ou a
inveja de sua voz.
— Verdade?
— Verdade Hadar e se você estudasse sua história, saberia que era assim antes
também.
***
Grim observa Lisa durante a última refeição. Ela parece bem, mas pediu para
ver Hadar hoje e entrou na unidade médica. O que estava errado? Ele olha para
as meninas, sabendo que não pode dizer nada na frente delas, isso iria assustá-
las.
— Você faz o que sua mãe diz Miki Renee e contarei uma outra história sobre
o Grande Raptor quando estiver na cama.
— Verdade, pequena, agora vá. — Grim aproveita a nova palavra da Terra que
aprendeu. Juntas, ambas as meninas se afastam da sala.
— Você realmente tem outra história para contar a elas? — Lisa lhe dá um olhar
amoroso enquanto recolhe os pratos.
— Vir conosco? Por quê? — Ele pergunta. Por que ela acha precisará de um
curandeiro?
— Depois que conversamos sobre como você encontrou a Terra, percebi que
Kim é uma vítima em tudo isso como o restante de nós.
— Vítima?
— Vítima, é como Korin por causa de Bertos, alguém que não tem controle
sobre o que está acontecendo com eles.
— Sim, se não tivesse você. Tenho certeza de que Kim sente o mesmo, mas as
outras mulheres, Grim, são vítimas porque não há ninguém que as cuide,
protegendo-as, na verdade... — Ela coloca os dedos suavemente sobre os lábios.
— Não é como você cuida de mim e das meninas e isso tem que ser tão
aterrador. E se for preciso confiar no que Bertos programou para aquele
educador, agora estaria com medo.
— Não, ela foi levada por Ganglians para ser vendida como escrava sexual.
— Exatamente meu ponto, ela foi levada para ser uma escrava, apenas para ser
resgatada por Wray. Eles se apaixonaram e ele a fez sua Imperatriz, mas isso
ainda não a deixa em casa, Grim. Apenas a coloca em outro lugar estranho onde
não conhece ninguém... e agora está grávida. Pode ser um momento assustador
para uma fêmea, mesmo na Terra cercada por pessoas que amam e se importam
com você. Kim não tem isso.
— Você ficou com medo quando concebeu? — Ele não gostava deste
pensamento.
— Claro, cada mãe é, bem, toda mãe da Terra, se preocupa com o que come, o
que faz. Você se preocupa que algo possa prejudicar o bebê. Milhares de coisas
podem dar errado, Grim, por isso que cada um é um milagre.
— Você se preocupou com ambas as meninas? Mesmo com seu Mark ao seu
lado?
— Eu sei que está. É por isso que quero levar Hadar. Ele me disse que se
consultou com o curandeiro Yakar quando cheguei, esperando que pudesse
ajudá-lo a lidar com uma fêmea da Terra, mas apenas disse que nosso sistema
nutricional e reprodutivo era muito parecido. Isso soa como um curandeiro que
examinou uma mulher que está grávida?
— Eu não acho que Kim confia nele, isso é importante para as mulheres da
Terra, precisamos ser capazes de confiar no nosso médico... curandeiro. Ele
estará lá conosco no momento mais vulnerável.
— E você acha que ela confiará em Hadar? — Grim olha para ela. — Por quê?
— Porque entre nós dois, penso que podemos convencê-la. Ele ajudou a salvar
sua vida Grim. Não fez parte dos planos de Bertos.
— Estou aprendendo. É por isso que deixei que ele fizesse uma varredura
completa na unidade médica. Não há base, nenhuma informação sobre as
fêmeas da Terra disponível para um curandeiro e se há doze casas diferentes,
com fêmeas essa informação precisa ser compartilhada para garantir que sejam
atendidas.
Grim segue Lisa até que desaparece, Deusa, ele amava essa fêmea. Ela era dele
e estava preocupada com ele, mesmo com tudo o que passou. Caminhando até
o armário, ele o abre, depois o painel secreto atrás. Chegando lá dentro, ele
remove duas caixas de madeira, cada uma escurecida com a idade. Abriu-as
apenas uma vez antes, quando se tornou Rei, apenas para verificar que existiam,
depois as devolveu ao lugar. Nunca pensou que fosse usá-los, agora achava que
era hora de serem vistos novamente.
Lisa olha para ele com olhos assustados que se suavizam ao perceber o que está
falando, o que está oferecendo. Cuidadosamente, ela aperta o punho com joias
da lâmina, sentindo-a instantaneamente quente e observando com espanto as
garras, fechando a mão em segurança.
Agee e Alger observam com admiração quando a Rainha puxa a Garra de sua
bainha, a luz do sol brilhando em sua lâmina. A Garra do Raptor... é algo saído
de uma lenda.
— Tudo bem, mostre-me o que preciso saber.
Nas próximas horas, Grim, Alger e Agee mostram como lidar com a Garra.
Onde atacar para causar o maior dano se fosse atacada. Ela consegue
surpreendê-los quando faz alguns movimentos defensivos.
— Treinaremos durante uma hora por dia até ficar confortável com a Garra em
sua mão.
— Você é perigosa minha Lisa. — Grim murmura contra seus lábios, forçando-
se a não continuar.
— Oh, minhas roupas! — Os machos sorriem quando pula para cima e para
baixo com emoção. — Acabamos aqui? — Ela olha para Grim.
— Por hoje sim. — Um sorriso aparece em seu rosto. — Vá para suas roupas,
eu a vejo na última refeição.
***
— Isso não pode ser o que geralmente é. — Lisa se aproxima, sussurrando para
Grim.
— Não, não é, geralmente é muito alto. — Grim levanta a voz para que todos
ouçam. Lisa olha para as garotas que estão observando os machos com
curiosidade desenfreada.
— Meninas... vocês precisam comer se quiserem ajudar mais tarde. — A
solicitação é tudo o que é preciso. Parece também relaxar os machos, pois
começam discretamente a conversar entre si. Logo o salão está cheio de vozes
e risadas.
Quando a refeição termina, Grim fica parado, o silêncio cai quando todos os
olhos se voltam para ele. — Como todos sabem, o Searcher chegará com uma
escolta imperial para que eu, a Rainha Lisa e nossas meninas possamos viajar
para Tornian para a cerimônia de união. — Um estrondo descontente começa
no corredor, mas para quando Grim franze a testa com frieza.
— Esta é a ordem do seu Imperador e será seguida! — Ele ordena. — Uma vez
que a cerimônia estiver completa, devemos voltar para Luda. — Isso traz um
rugido de aprovação e cada homem se levanta, enchendo os olhos de Lisa de
lágrimas com seu apoio.
— Guerreiro Ion, você foi escolhido para ser membro da Guarda de Elite da
Rainha. Uma honra que você ganhou com a bravura que mostrou em defesa
dela e de nossas meninas apenas há pouco tempo. Como tal, é para ser sua a
honra de ser o primeiro a usar o símbolo da Rainha de Luda. Grim coloca o
medalhão do peito de Gahan, em um peito que parece expandir quando é
colocado.
— Abaixe-se Ion, você é muito alto. — Carly diz-lhe, quando ele o faz, ela o
beija na bochecha, então sorrindo volta ao lado de sua mãe. Leva um momento
para que Ion se endireite, quando ele o faz, ele olha nos olhos do Rei, vendo
que ele entende.
— Obrigada Ion. — Lisa diz baixinho, apenas para ele. Ion quer responder, mas
descobre que não pode, em vez disso, se aproxima completamente, colocando
o braço em seu peito, tocando o medalhão recém-colocado e fazendo uma
reverência.
— Ainda acho que você é bonito. — Miki diz-lhe, alto o suficiente para todos
possam ouvir antes de beijar sua bochecha. Desta vez, as risadas não o deixam
envergonhado, ele considera um ótimo presente e toma a liberdade de
responder.
O salão entra em erupção quando o Rei puxa sua Rainha para seus braços e a
beija para que todos possam ver.
***
— Rei Grim, estou aqui para escoltá-lo, a fêmea da Terra e suas duas
descendentes para Tornian, para a Cerimônia de União. — O rumor de
desagrado que enche o salão faz a mão de Veron se movendo para sua espada.
— Isso não é... — Grim começa, apenas para ser cortado por um lamento agudo
e plano.
— Você estará segura... — Veron olha para o outro homem, que está tentando
ser ouvido pelos soluços, mas eles apenas aumentam.
— Nãoooooo... — Lisa cai de joelhos. — Não é seguro lá... fui atacada lá...
atacada em um lugar protegido... serei atacada novamente... morrerei se voltar
para está nave... — Com um gemido ainda mais alto, ela se afasta, mas não antes
de ver Alger agarrar sua espada, extremamente pálido. Dando-lhe uma
piscadela, ela cobre o rosto com as mãos e soluça.
Chocado, Alger precisa invocar todo o seu controle guerreiro para não rir da
performance da Rainha. Porque é exatamente isso, uma performance. Ela está
imitando perfeitamente uma fêmea Torniana. Olhando para os outros
guerreiros da Guarda Elite do Rei, ele vê que estão tão preocupados quanto
antes, olhando um para o outro e sutilmente ele ordena que eles permaneçam
onde estão.
— Eu... — Veron olha para Lisa, sem saber o que fazer. Esta não era a mesma
fêmea que encontrou antes.
— Veja o que fez! — Grim olha para o homem amarelo. — Você a aborreceu!
Sabe quanto tempo demorou para convencê-la a ir e agora... ela não irá parar
até chegarmos... ela ficará doente e a cerimônia de união será adiada ainda mais.
— Foi para o que a preparei, o que ela espera, sabe como são as fêmeas. Não
pode surpreendê-las e esperar que lidem bem com isso.
— A Assembleia exigiu garantias de que ela esteja em rota. — Grim rosna para
o homem amarelo, obviamente não feliz, mas finalmente acena com a cabeça.
— Você pode viajar conosco no Raptor. — Ele aponta para Veron. — Somente
você, comunicará ao Imperador e a Assembleia que não apenas ela embarcou
no Raptor, mas também sua prole feminina e que estamos em direção a Tornian.
— Então faça! A última vez que ela ficou agitada, se isolou por uma semana!
— Temos um curandeiro. Ela pode relaxar de modo que sequer saiba onde está.
— Kiril oferece. — Os lamentos de Lisa quase quebram as janelas.
— Não! — Veron finalmente precisa cobrir seus ouvidos. — Rei Grim, vamos
levar a fêmea ao Raptor para que ela possa se acalmar. — Com um
assentimento, Grim se vira e a pega em seus braços. Seu gemido não se reduz
até que ele pressiona seu rosto em seu ombro, para o alívio de todos.
***
Lisa já não tem certeza de que está fingindo estar doente. Os lamentos
incessantes, juntamente com o passeio acidentado, irritaram seu estômago,
dando-lhe uma dor de cabeça forte. Quem teria pensado que ser uma mulher
Torniana poderia ser tão cansativo.
— Grim. — Ela sussurra em seu ouvido. — Quanto mais tempo?
Grim olha bruscamente para ela, ela foi magnífica, agindo como uma mulher
frágil e fraca, mas agora vê que sua pele está realmente pálida e seus olhos estão
começando a ficar vermelhos.
— Envie Hadar para nossa Câmara. — Alger olha para ele, para a Rainha em
seus braços, balançando a cabeça.
— Será feito.
— Silêncio! — Grim ordena ao macho, puxando-a para mais perto. — Ela terá
o que quiser ou você explicará à Assembleia por que não pode comparecer à
Cerimônia. — Quando o macho recua, Grim sabe que ele voltará.
***
Uma vez a bordo do Raptor, Grim imediatamente leva Lisa para seu quarto,
colocando-a cuidadosamente em sua cama. Ao vê-la olhar atrás dele, ele se volta
para encontrar Veron e Kiril ali.
— Saiam! — Ele grita para eles. Sua Lisa está doente e ele não irá tolerar que
eles a olhem. Os machos imediatamente recuam para o corredor.
— Hadar está a caminho minha Lisa. — Ele sussurra, seus olhos cheios de
preocupação.
— Eu ficarei bem. — Ela lhe dá um sorriso fraco. — Vá, quanto mais cedo
terminar, mais cedo você poderá voltar para mim. — Acenando ele vai lidar
com Veron e Kiril.
— As fêmeas jovens estão ao lado. — Ele gesticula para a porta com dois
Guardas postados. — Você pode verificá-las. — Grim diz olhando para Kiril.
— Faça como ele diz Kiril. — Veron ordena ao perceber que Grim está
realmente irritado. — Verifique se as jovens estão ao lado. Eu ficarei aqui,
certificando-me de que a fêmea não saia. Volte para o Unical e sele
pessoalmente a escotilha. Permaneça lá até partimos, cuidando para que
ninguém seja removido. Uma vez que estiver no Searcher entre em contato
comigo e verificaremos que as fêmeas ainda estão a bordo.
— Isto não foi o que a Assembleia ordenou. — Kiril argumenta, chateado por
não viajar com as fêmeas, ele foi ordenado a separá-las de Grim.
Veron vê Kiril fugir, como o pequeno roedor que ele é. Indo falar com Grim
descobre que ele está sozinho no corredor. Franzindo o cenho, Veron olha para
as portas fechadas, esta fêmea... não é como ela era... ele realmente queria
mantê-la?
— Grim. — Veron tenta impedi-lo, mas descobre que ele está sozinho
novamente.
***
— E conseguiu, minha Lisa. Meus ouvidos ainda estão zumbindo. — Grim diz
a ela.
— Você tem sorte que estão apenas zumbindo, especialmente depois de dizer
que sou irritante. Vou mostrar o que é irritante. —Ela sorri para ele.
— Minha Deusa, Lisa você é uma benção. — Ele se inclinou beijando sua testa.
— Pode olhar as meninas para mim? — Lisa pergunta, seus olhos implorando.
— Eu sei que estão seguras, mas ficarão assustadas, especialmente com os
motores aquecendo.
— Eu ficarei com a Rainha até você voltar, Senhor. — Depois de mais um beijo
rápido, Grim acena com a cabeça para Hadar e sai.
Grim passa pela porta e Lisa corre para a sala de limpeza, vomitando.
— Pegue uma toalha. Molhada. — Ela murmura, quando finalmente pode falar.
Fazendo rapidamente o que ela pede, ele pega uma toalha, observando
atentamente enquanto ela primeiro limpa o rosto e a boca. Quando tenta ficar
de pé, ele está lá para apoiá-la.
— Cama. — Uma vez que ela está confortável, ele tira o scanner.
— E? Há algo de errado com meu bebê? — Quando ele não responde, ela
agarra sua camisa. — Hadar! — Ela exige.
— É feminino. — Seus olhos se enchem de lágrimas quando ele olha para ela.
— Você está carregando a fêmea do Rei.
— Você tem certeza? — Lisa agarra o scanner de sua mão, tentando entender
o que está vendo.
— Sim. Não há nada... — Ele mostra o dedo como ela fez antes.
— Fêmea. — Hadar corrige. — Por isso que você ficou doente? Carregar uma
fêmea a deixa doente?
— Não. Pode acontecer com qualquer um. Acho que fiquei doente porque...
um, o estresse recente... dois, soluçar e lamentar pode realmente irritar o
estômago... e três o passeio acidentado. Todas essas coisas combinadas me
deixaram doente.
— Eu não posso...
— Hadar, eu sei que se preocupa comigo e Grim, mas há mais em jogo aqui do
que apenas nós. — Ela olha para ele com olhos sérios. — O bebê está em risco?
— Eu não faria...
— Alguma de suas leituras indica que ela está estressada? — Lisa exige.
— Então eu preciso que você confie em mim Hadar, o que acontecerá nos
próximos quatro dias pode mudar o universo. Mudar o mundo em que este
bebê nascerá, mas para ela, agora mesmo, a espera não prejudicará.
— Certo.
— Farei o meu melhor Hadar. — Ele abre a boca para falar, mas ela o para. —
Basta pensar no poder que terá uma vez que Grim descobrir... apenas precisará
sugerir algo e ele provavelmente ouvirá... a vingança pode ser muito doce Hadar.
***
Veron fica na sala esperando que Grim fale. Nas últimas horas ele contatou o
Imperador, informando-o sobre a mudança de planos, através dos canais
oficiais para que todos acreditassem que foi uma decisão de última hora, a dele.
Também conseguiu falar com Alger sobre o momento antes da morte do Rei
Rask e enquanto o Capitão contava o que sabia, parecia irritado com a reação
que teve com a fêmea no Grande Salão, o que o surpreendeu muito desde que
Alger não interagia com ela.
— Não havia nenhuma razão para demorar todo este tempo, Capitão. — O uso
de seu título diz a Veron que Grim está muito irritado com ele, novamente fica
surpreso. Ele sabia que Grim sempre quis uma prole, mas ter que lidar com uma
mulher assim...
— Sinto muito, Senhor. — Veron escolhe suas próximas palavras com cuidado.
— Ela parece mais... frágil... do que quando nos reunimos anteriormente.
— Siga-me. — Ele ordena então sai da sala, sabendo que Veron obedecerá. Nos
corredores, os guerreiros assentem para Grim e encararam Veron. Percebendo
que estão indo para a sala de exercícios, Veron se pergunta por que e franze a
testa quando ouve risadas, risadas femininas. Grim entra, mas Veron congela na
porta, atordoado com o que vê.
A fêmea Lisa e suas duas descendentes estão emaranhadas nas esteiras de
exercícios, aparentemente jogando algum tipo de jogo que as faz rir
incontrolavelmente. Seis machos estão ao redor da sala olhando com diversão.
— O que você está fazendo agora? — Grim pergunta, caminhando até elas
Veron não pode conter o choque em seu rosto, não é a mesma fêmea que
chorou e gritou enquanto Grim a carregava até o Raptor. Esta era radiante... ela
era... o que ela e Grim estavam fazendo?
— Sim, eles fazem isso com bastante frequência, parecem ter grande prazer com
isso.
***
Grim olha para Lisa, feliz por ver que sua cor não apenas retornou, mas também
a felicidade. Olhando para a porta, ele vê Veron parado ao lado de Agee, um
olhar atordoado em seu rosto.
— Veron. — Ele chama e Veron lentamente caminha em direção a eles.
— Lisa, este é Veron, você já o conheceu antes, mas não foi apresentada. —Ele
serve a Wray como Capitão e é um amigo de confiança.
— Olá Capitão. — Lisa responde friamente, fazendo com que Grim a olhe
bruscamente. E de repente, ele percebe que Lisa não perdoou Veron por se
recusar a voltar para Terra, por dizer-lhe que deveria esquecer sua prole. Levará
tempo para ela confiar nele, como Grim, acredita que com o tempo, ela irá.
— E estas são nossas filhas. — Grim usa a palavra da Terra. — Carly e Miki.
— Ele coloca uma mão em cada ombro indicando qual é qual para Veron.
— Podemos brincar com aquela coisa que pula? Mamãe disse que precisávamos
perguntar a você. Então podemos? — Os olhos de Miki imploram.
Grim olha para o equipamento sobre o qual estão falando, é um material muito
elástico, como um trampolim. Os guerreiros treinam para aprender a controlar
o equilíbrio. Pode ser difícil dominar.
— Você pode tentar, uma de cada vez, mas se Kirk disser para parar, devem
fazê-lo. — Grim olha fixamente para suas filhas.
Grim observa os olhos de Veron seguirem suas filhas e entende o que o outro
macho está pensando e sentindo. Os machos Tornianos não têm esse tipo de
contato com sua prole, especialmente descendentes femininas.
— Sim. Assim é a mãe delas, minha Rainha. —Veron olha para Lisa, achando
seu aspecto ainda mais frio do que antes. — Lisa. — Grim murmura.
— Não Grim. — Ela o olhou com raiva. — Ele as deixaria sem proteção. Disse
que eu deveria me esquecer delas! — A voz de Lisa se levanta antes que obrigue
a si mesma a baixa-las para que as meninas não ouçam. — Nada poderia me
fazer esquecer minhas filhas, Capitão Veron. — A suavidade de sua voz não faz
Veron duvidar de sua raiva. Esta é a fêmea que o enfrentou, a Luuken e Grim.
— E quando Grim tiver um descendente macho, será tão querido como uma
fêmea.
— Eu... sinto muito... — Veron não pode ocultar seu choque e responde sem
pedir a permissão de Grim, seus olhos vão para ele.
— Está tudo bem, Veron. Minha Lisa fala com quem deseja. É comum que ela
converse com os machos. — Ele percebe que precisa engolir saliva com o
pensamento dela amar uma prole masculina tanto como uma fêmea.
— Verdade.
***
— Ela realmente é assim, Grim? — Veron espera até que ela se afasta para
perguntar.
— Sim. Ela realmente se preocupa com nossa prole mais que ela mesma. Atraiu
os guerreiros de Luuken para protegê-las, conscientemente arriscando-se. —
Grim franze o cenho com a lembrança.
— Eu preciso falar com ele Grim, com Luuken. — Veron se obriga a parar de
observar as fêmeas. — Ele tem a informação que precisamos.
— Ele está preso, junto com Korin, mas você precisa saber que não permiti que
ele fosse curado. — Veron compreende, na verdade foi muito indulgente, algo
que não esperava.
***
— Uma tela de fumaça, afastando a atenção do que ela fez. — Lisa ergue as
mãos com desdém. — Ela ficou em Tornian apenas até que Wray declarou que
teria outra Imperatriz, ela então escolheu um macho.
— Mas não Bertos. — Veron diz, passando uma mão frustrada pelos cabelos.
Por que esta mulher não entendia?
— Porque estava irritada! Bertos falhou com ela não matando Grim. Suas
fêmeas não toleram o desapontamento, Veron. Levou anos para perdoá-lo,
durante o qual nenhum membro da Casa Vasteri morreu. No entanto, dentro
de um ano de sua união com Bertos, Van morre, na região de Bertos. Como
você não pode ver as conexões? — Ela pergunta com raiva, de pé com as mãos
nos quadris.
— Porque você não tem nenhuma prova! —Veron descobre que também está
de pé, gritando de volta para ela, Grim se inclina em sua cadeira sorrindo. Veron
ficará muito irritado quando perceber o que está fazendo. Discutindo com uma
fêmea.
— Luuken é sua prova! — Lisa grita de volta para ele, não intimida pelo Capitão.
— Com o que ele tentou fazer comigo, a Grim, essa é a sua prova!
— Grim... — Veron olha para ele. — Você não tem nenhuma prova que pode
ser levada à Assembleia e sem ela...
— Então, é melhor encontrar Veron. — Grim diz, o sorriso deixando seu rosto.
— Antes que a Casa Vasteri não exista mais.
CAPÍTULO DEZESSEIS
Sem saber que seus dedos estão fazendo pequenos círculos no peito de Grim.
Lisa deixa sua mente vagar ao início da manhã. Seu tempo no Raptor passou
muito rápido. As meninas tiveram acesso total aos níveis superiores, felizmente
correndo de um lugar para outro, todos os homens cuidando delas. Elas
adoraram quando Grim as levou ao topo da nave, abrindo a cúpula para que
pudessem sentir que estavam viajando em uma bolha. Eram jovens e
despreocupadas novamente, chegar a Tornian hoje mudará isso.
Hadar a escaneava todos os dias, falando os resultados, mas ainda não disse a
Grim sobre o bebê, sabendo que isso causaria mais dificuldade para ele.
— Minha Lisa? Grim a chama, seus braços se fecham ao redor dela enquanto
ele acorda, rolando, a puxa sob ele.
— Estou aqui Grim. — Abrindo as pernas ela o leva para dentro. Eles se
amaram muito até a noite, sem querer perder um momento, mas agora o amor
era suave e lento, cada um querendo manter o momento, deixando durar para
sempre.
— Deusa, Lisa. — Grim geme enquanto ele empurra uma última vez e ela se
junta a ele no céu.
***
— Sim, mamãe. — Elas respondem com os olhos sérios. Acenando, ela coloca
sua própria capa, quando Grim a interrompe.
— Grim? — Ela olha para ele. Eles chegaram a Tornian pouco depois da
primeira refeição e agora estavam se preparando para se transferir para o
transporte pessoal do Imperador que os levaria até Tornian, onde se
encontrariam com Wray. A cerimônia de União estava programada para depois
da refeição do meio dia.
— Você a tem? — Ele pergunta e ela sabe que está se referindo à Garra.
— Sim. — Puxando para trás a manga de seu próprio vestido púrpura, ela revela
a Garra presa ao braço.
— Você a usará se for preciso, Lisa. — Ele ordena com olhos duros. — Nada
importa, apenas mantê-la e a nossas garotas seguras.
— Eu o farei. — Ela olha profundamente em seus olhos, sabendo que iria matá-
lo ficarem separados, mesmo pelo pouco tempo que demorará em se juntar às
outras mulheres antes da Cerimônia.
— Nunca duvide que farei o que for preciso para ficarmos juntos.
— Tem mais uma coisa... — Colocando a mão dentro da jaqueta, ele tira o
Coração do Raptor, entregando-o a ela.
— Grim... — Lisa olha para o colar em suas mãos. Ela já o viu antes, nas fotos
antigas do Rei e Rainha de Luda.
— E você é meu Grim, para sempre. — Sabendo que seu tempo é curto, Grim
se obriga a virar e sorrir para as meninas.
— Vocês duas estão muito bonitas. — Ele diz a elas, ajoelhando-se de frente a
elas. — Estão prontas para encontrar o Imperador?
— Ok. — O sorriso que ela lhe dá é radiante. Está prestes a levantar quando
Miki puxa seu braço, seus pequenos olhos cheios de dúvida.
— Claro que pode, você é minha, Miki. — A alegria que enche seus olhos
humilha Grim. Envolvendo os braços ao redor delas, ele olha para Lisa e vê que
ela entende.
***
Grim carrega suas filhas enquanto se movem rapidamente pelas pontes. Ele
preferiria ter suas mãos livres, mas levaria muito tempo para as meninas
andarem e não queria nenhum outro macho carregando estes presentes
preciosos, nem mesmo sua Guarda. Somente quando estavam seguros dentro
do transporte de Wray, ele as desceu, colocando-as em seus assentos.
— Kim estará lá? — Grim vê a preocupação que sua Lisa tem pela outra fêmea
e percebe que não deveria se surpreender. Ela mostrou isso para todos os
machos em Luanda, é claro que faria por uma dela.
— Eu pedi que ela estivesse lá, mas se Wray permitirá, eu não sei.
— Permitir?
— Ela carrega sua prole, minha Lisa. Nós somos muito protetores de nossas
fêmeas, você sabe disso, mas quando carregam nossa prole...
— Eu entendo Grim, mas a vida não para apenas porque nós concebemos. Não
podem nos trancar e esconder.
— Acho muito difícil ele permitir que ela esteja lá, minha Lisa. E se fosse você...
— Grim descobre que não pode continuar.
***
Lisa pode imediatamente dizer que o macho sentado diante deles é Wray. Sua
pele é como bronze igual a de Grim, embora não seja tão grande, não há dúvida
de que são irmãos de sangue. A mulher ao seu lado, com certeza não é Torniana.
Sua pele é ainda mais clara que a de Lisa e seus cabelos vermelhos flamejantes
estão longe do rosto tenso, os olhos verdes fechados. Ela está sentada ereta na
cadeira, o estomago inchado. Lisa não sabe como ela consegue.
— Não importa Wray, eu as aceitei. São minhas. Este é minha Carly e esta minha
Miki. — Ele sorri para cada uma. — Meninas, este é meu irmão, o Imperador
Wray e sua Imperatriz Kim.
Wray avalia a mulher reivindicada pelo irmão como sua Rainha. Ela é menor do
que aprecia pelas imagens do Searcher. Analisou o que aconteceu na sala de
controle e ficou intrigado com suas ações. Sua Kim, enquanto estava disposta a
enfrentá-lo agora, não o fez no início. Esta, no entanto, não apenas enfrentou
Veron, seu Capitão mais confiável, mas Grim, o guerreiro mais temido em todo
o Império. Agora estava diante dele, ao lado de Grim, olhando atentamente para
ele antes voltar sua atenção para Kim.
— O que há de errado, minha Lisa? — Ele franze o cenho para ela, sentindo
seu desconforto.
— O que foi? — Segurando seu rosto com as mãos, olha profundamente nos
olhos preocupados.
— Eu... eu sinto tanta raiva... tanto raiva... não entendo... mas tudo é
direcionado para Kim.
— Isso é porque é minha culpa. — Kim diz calmamente com uma profunda
tristeza, olhando das meninas para Lisa, depois para baixo.
— Não Kim, não é! — Wray explode com raiva. — Nunca foi sua culpa. É
minha. — Ignorando-os, Grim concentra-se em Lisa.
— Shhhh ficará bem. — Ele a puxa para a segurança de seus braços, sua raiva
por Bertos aumentando.
— Eles não falarão comigo. — Kim sussurra, finalmente olhando Lisa enquanto
gira nos braços de Grim. — Eu tentei, quando chegaram pela primeira vez...
para explicar... mas ficaram muito irritadas quando me viram. — Seus olhos se
enchem de lágrimas. — Eu... A Imperatriz não pode continuar.
— Sim, mamãe. — Eles saem rapidamente de suas cadeiras para fazer o trabalho
designado. Dando a Grim um beijo gentil, ela se afasta de seus braços e se move
para Kim.
Wray imediatamente a impede. Ele não deixará está se aproximar de Kim, sendo
do seu irmão ou não. — Kim ficou devastada quando as outras fêmeas a
atacaram verbalmente.
— Eu não sou como suas fêmeas como Kim também não, Wray. Não vou
machucá-la. — Ainda assim ele não se move. — Ela precisa sentar-se. — Lisa
tenta novamente passar por ele. — Não é bom para ela se sentar assim, não
quando está tão avançada. — Os olhos de Wray vão para Kim e veem o
desconforto que ela tentou esconder.
— Ela nunca machucaria sua fêmea, Wray. — Olhando para seu irmão, Wray
pode ver essa verdade em seus olhos e lentamente se afasta. Lisa está ao lado de
Kim em um instante, seu coração se partindo com a angústia em seus olhos.
— Sim.
— Por que você não disse alguma coisa minha Kim? — Lisa pode ouvir a culpa
e a preocupação com a voz de Wray enquanto ele se ajoelha do outro lado.
— Você é tudo o que importa minha Kim. — É nesse momento que Lisa
percebe que Wray ama Kim como Grim a ama e está tão preparada para lidar
com uma mulher grávida como Grim está.
— Mamãe? — Lisa se volta para sua filha mais velha. — Posso sentir o bebê,
como fiz com Miki? — Os olhos dela olham de sua mãe para a barriga inchada
de Kim.
— Quando você estava na mamãe, ela me deixava tocar sua barriga, você me
chutava. — Carly sorri para irmã. Um sorriso tão parecido com o de sua mãe
que o coração de Grim se aperta. — Às vezes eu cantava para você.
— Você fez? —Miki olha a barriga de Kim com admiração. — Posso também?
— Ela olha para sua mãe.
Limpando suas lágrimas, Kim ri. — Claro, por que não. Ele está muito ativo
hoje.
— Ele? Você sabe que terá um menino? — Lisa olha para Kim.
— Não, simplesmente assumi que seria, já que as mulheres são tão raras aqui.
— Segurando a mão de Miki, ela move para onde o bebê está chutando e é
recompensada com um enorme sorriso.
— Você não confia nele. — Lisa olha para ela balançando a cabeça de forma
compreensiva.
— Não. Não confio. — Ela diz, olhando para Wray teimosa, dizendo a Lisa que
isso é um argumento recorrente entre eles.
— Você foi ferida? —Os olhos de Kim vão para Grim. Ela apenas se encontrou
com ele uma vez e se sentiu desconfortável. Ele sempre foi tão distante e bem...
sombrio, mesmo que sendo o irmão de Wray, mas ao redor de Lisa e as meninas,
ele é diferente.
— Mamãe caiu de uma árvore quando os machos maus tentaram nos levar de
Grim. Ele os impediu. — Carly diz fazendo com que todos percebam que as
meninas estavam ouvindo atentamente.
— Sim, Carly. — O olhar que ela dá para Kim e Wray lhes diz para não dizer
mais. — Foi exatamente o que aconteceu.
— Sim. Ele é um bom macho Kim, leal à Casa Vasteri. — Kim olha para Wray,
que assente com tranquilidade.
— Então eu o verei. — Todos os três respiram com alívio, mas são de curta
duração. — Após a cerimônia de união.
— Você não irá à a Cerimônia Kim. — Wray franze o cenho para ela.
Kim aperta o braço de Lisa, ergue-se lentamente, quando se move Wray está ao
seu lado. — Eu irei à Cerimônia, Wray. — Ela diz com olhos firmes. — Estas
mulheres estão aqui por minha causa. Lisa e suas garotas estão aqui por minha
causa. Não me esconderei em nossa ala como uma criança assustada, enquanto
o destino delas está em perigo.
— Você não é... — Wray apenas começa para ser interrompido por Grim.
— Não diga isso meu irmão. — Grim decide que é hora de ajudar seu irmão.
— Elas não são Tornianas, não importa o que tenha declarado. Minha Lisa tem
todos os guerreiros em Luanda na esperança de poderem atrair uma fêmea da
Terra.
— Eles são bons machos, merecem uma boa fêmea. — Lisa olha para Wray
enquanto caminha para o lado de Grim. — Eu tenho certeza que você também
tem bons machos Wray, mas a forma como está conseguindo as fêmeas está
errado.
— Eu disse a ele isso, mas ninguém me ouviu. — Kim concorda com raiva.
— Eles irão agora Kim. Faremos com que ouçam. Todos nós. — Lisa diz com
confiança.
— Bem, primeiro...
***
O resto da manhã passa rapidamente, com Lisa explicando a Kim como tentará
convencer as outras mulheres.
— Isso é possível? — Kim olha para Wray em estado de choque. — Por que
nunca me disse isso? — Ela pergunta com raiva.
— Nunca pensei que você precisava saber. — Wray diz a ela.
Grim olha para Carly que, depois de afastar o prato, puxa sua manga. Seus olhos
cheios de antecipação.
— Sim, minha Carly agora seria um momento perfeito. — Ele diz a ela e se
inclina para trás, sorrindo.
Wray olha para o rosto sorridente de seu irmão, algo que ele nunca esperou ver
novamente, depois para a pequena que o olha tão atentamente.
— O que um Imperador faz? — Ela pergunta com uma voz cheia de inocência.
— Lisa! — Rebecca exclama, parado quando vê. Os olhos de Lisa vão para sua
amiga e outras mulheres. Parecem bem pelo tempo que ficaram em Tornian.
— Você está bem? — Rebecca pergunta. — Nós ouvimos rumores. — Ela olha
as garotas com um olho crítico. — O que você está fazendo aqui?
— Estamos muito bem. — Lisa diz a ela sorrindo. — Vamos, vamos nos sentar.
Há muito que preciso contar. — As mulheres fazem espaço para elas, mas antes
que Lisa possa sentar-se, uma voz insidiosa ecoa.
— Olá Risa. — Lisa responde, desfrutando do choque nos olhos das outras
mulheres.
— Você sabe quem eu sou? — Risa rapidamente se recupera. — Claro que sabe
quem sou. — Ela olha para as fêmeas atrás dela com presunção.
— Claro que sim. — Lisa concorda. — Você é a idiota que escolheu se unir a
outro quando poderia ter ficado com Grim.
— Como você ousa! — O rosto de Risa fica laranja em sua raiva. — Grim
nunca será Imperador! Ele será considerado inapropriado!
— Para você, ele é impróprio porque não merece um guerreiro tão grande. —
A raiva de Lisa é ouvida por todos. — Ele foi o único sobrevivente em uma
batalha de oito contra um... uma batalha que você armou com Bertos. — Risa
fica sem cor e isso diz a Lisa que ela estava correta o tempo todo. — Com
certeza você se lembra. — Lisa empurra. — Aquela à qual Grim sobreviveu.
Por isso que as bagas skua apareceram magicamente no prato da Imperatriz? —
Toda fêmea na sala ofega com a acusação de Lisa.
— Você não sabe de nada! Cadela estúpida! — Risa ignora a acusação de Lisa e
tenta recuperar o controle da situação. — Vocês não são mais que reprodutoras!
— Seus olhos se voltam para as meninas. — E elas também serão. — Ela
ameaça, chocada quando todas as mulheres ficam imediatamente de pé,
colocando-se entre ela e as jovens fêmeas. O baixo grunhido de Lisa faz com
que ela pule. É tão ameaçador quanto qualquer macho.
***
Lady Isis, da Casa Rigel, observa a interação entre Risa e a pequena fêmea da
Terra com grande interesse. Ela não é uma fêmea ambiciosa, ao contrário de
tantas na sala, tudo o que sempre quis foi ter um macho com quem pudesse se
importar e ver sua prole crescer. Algo que nunca ouviu nenhuma outra fêmea
dizer querer... até agora.
Que esta declarasse que ela era a Rainha de Luda a surpreendeu. Oryon contou
sobre ela, disse-lhe que o Rei Grim a reivindicou junto com a prole feminina,
mas não disse nada sobre ser a Rainha. Ela se recusou a acreditar nos rumores
que os machos contaram, de sua posição para Grim, especialmente depois de
ver as outras fêmeas se afastarem quando um macho se aproximava. Esta,
porém... esta fez reconsiderar, especialmente depois de todas se levantarem para
proteger as jovens. Talvez essas uniões funcionassem afinal.
Isis se perguntava se a acusação da fêmea sobre Risa ser responsável pelo ataque
de Grim e pela morte súbita da Imperatriz, poderia ser verdade. Havia rumores
na época, com o ataque de Grim e a morte de Adana tão próximos. Em caso
afirmativo, não teria feito algo? Oryon teria dito algo a ela. Eles tinham um
relacionamento incomum na medida em que realmente discutiam estes
assuntos, especialmente quando afetava sua prole.
***
Lisa observa como a fêmea cor de rosa, vestida de cor âmbar, dá um aceno leve
antes de seguir as outras fêmeas. Ela é mais velha do que as outras, manteve-se
longe e elas dela como se não fosse desejável. Está poderia ser Lady Isis? Sobre
a qual Padma lhe contou. Uma mulher Torniana que se recusou a se unir a
qualquer outro macho depois de seu primeiro descendente. Devolvendo o leve
assentimento, Lisa volta para as mulheres.
— Fizeram? — Lisa olha confusa. — Nada foi feito a mim. Porque pensa isso?
— Não! — Lisa respira fundo e tenta acalmar-se. Isso não está os levando a
nenhum lugar. — Bem, sim, ela é, mas não da maneira que você pensa. Por
favor... — Lisa olha para elas suplicante. — Apenas me deem uma chance de
explicar? Por favor... por favor... você me ajudou quando precisei, me ajudou a
buscar minhas meninas, deixe-me ajudá-la agora. — Depois que cada mulher
finalmente acena com a cabeça. Lisa gesticula para sentar-se.
— A Imperatriz Kim... ela foi tirada da Terra como nós. — Lisa olha para as
meninas, mas percebe que não pode evitar falar tudo. — Mas ela não teve tanta
sorte quanto nós.
— Não, não é! — Lisa corta-a. — E Kim fez tudo o que pode para impedir
isso, mas uma vez que se descobriu que ela ficou grávida, os outros machos
exigiram a mesma chance de ter descendência. Você recebeu toda a informação
correta sobre isso, sua civilização está morrendo.
— Eu... — Rebecca olha das outras para ela. — Eu nem saberia por onde
começar.
— Nem Kim. Entende agora? Kim... não sabia... Wray conseguiu retirar parte
da informação sobre a localização do sistema de navegação na nave Ganglian,
onde encontrou Kim, mas mesmo assim não os levou à Terra.
— Grim encontrou... pelo que Kim sabia. Nove planetas, um azul, um sol.
— Sim. Grim de Luanda... estamos aqui por causa disso. Nunca foi culpa de
Kim.
— Mas...
— Sim. Bertos quer ser Imperador, Risa quer ser Imperatriz e ela não se importa
com quem morra para isso acontecer.
— Matar?
— Sim. Ela tentou matar Grim. Matou a primeira Imperatriz de Wray, Adana e
o segundo filho dele morreu enquanto estava em sua Região. Agora querem
matar Kim e seu filho por nascer.
— Sim. — Lisa olha das garotas para as mulheres. — Há algo mais que vocês
precisam entender. Enquanto Kim e eu estamos muito felizes com nossos
homens e não desejamos voltar para Terra, não há garantia de que nenhuma de
vocês sentirá o mesmo. — Ela vê que todos estão ouvindo. — A maioria dos
machos que conheci são bons machos, que realmente as apreciariam, mas há
alguns como Luuken e Bertos. Que irão apenas usá-las, como diz Risa, como
reprodutoras. — Várias mulheres começam a chorar em silêncio.
— Estou sendo totalmente honesta com vocês, porque precisam entender, não
há como parar a cerimônia de união, precisam passar por isso... mas não
significa que são obrigadas a se unir a um homem.
— O que? — Rebecca olha para ela confusa e antes que Lisa possa explicar as
portas se abrem.
— Tudo dará certo. — Lisa rapidamente olha para as mulheres. — Por favor...
não posso explicar agora, estamos sem tempo. Preciso que vocês ouçam uma
vez que estivermos na Assembleia dos Lordes, realmente ouçam. Você tem
direitos e não importa o que pensem ou ouçam, Grim irá apoiá-las, eu prometo.
— Fêmeas, é hora de partir. — O macho diz novamente, desta vez com mais
força.
— Meninas. — Lisa segura suas mãos e elas passam a frente das mulheres.
***
Risa faz uma pausa na entrada da área da Assembleia atribuída à Casa Guttuso
e sorri. Esta será a última vez que se sentará ali, olhando para o lugar do
Imperador vazio, ela sabe onde pertence.
A Casa Guttuso, enquanto está no mesmo nível das outras Casas, fica mais perto
do Imperador, mostrando sua importância em Tornian. A Casa Luanda de Luda
é a única a sentar em um lugar mais elevado ainda abaixo do Imperador,
mostrando que quem quer que se sente lá, será o próximo na sucessão. Risa
sorri friamente para os assentos vazios. Hoje, Grim será finalmente destruído.
Hoje ele estará diante dos Lordes, mas também das fêmeas e dos maiores
guerreiros. Pois todos chegaram para esta Cerimônia de União sem precedentes.
Uma cerimônia pela qual ela e Bertos são responsáveis, o sorriso dela se amplia.
Grim ficará diante de todos e terá tudo despojado dele, seu título, seu status e
suas fêmeas, tudo isso por seu próprio irmão, assim como tudo foi tirado de sua
família há tantos séculos. Ainda sorridente, ela senta-se atrás de Bertos.
— Claro. — Risa lhe dá um olhar irritado. — Ela já desejou muito este homem.
Seu corpo amarelo era alto e forte quando o encontrou aos quinze anos, ali
naquela Assembleia. Ele também estava ali para uma Cerimônia de União. Risa
entrou na Cerimônia, através de uma passagem secreta que terminava nesta
mesma área, uma das muitas passagens secretas que descobriu quando era
criança. Bertos a descobriu, mas em vez de denunciá-la ao seu pai, ele permitiu
que ela ficasse, mas chegou a um acordo e naquele dia ela descobriu o verdadeiro
poder que uma fêmea tinha sobre um macho. Ela permitiu que ele a tocasse
como nenhum outro fez e em troca, ele prometeu fazê-la sua Imperatriz.
Ele falhou com ela, Grim sobreviveu, então precisou tomar as coisas em suas
próprias mãos e quando conseguiu, Wray a recusou, recusou-a! Bem, em breve
ela seria Imperatriz e então Wray saberia o que era ser recusado!
Olhando para Bertos, ela agora se perguntava o que viu nele. Sua cor amarela
brilhante desapareceu, sua força deixando-o muito antes de sua chegada em sua
Casa. E se não fosse por Luuken, ela nunca teria conseguido dar-lhe um
segundo descendente masculino. Não é que soubessem. Luuken era fraco,
enquanto Bertos acreditava que ninguém ousaria desafiá-lo.
— Elas não sabem que têm uma opção, tal como planejamos. Escolherão um
macho apresentado e todos saberão que é graças a você. Ninguém irá se opor.
Risa não dirá a Bertos que a fêmea de Grim afirmou saber sobre ela matar a
Imperatriz. Que sabe que ela está por trás do ataque a Grim. Em breve não
importará, pois ela será Imperatriz e ninguém toca a Imperatriz.
— Sim, ele disse que estavam tendo problemas no motor e chegariam mais
tarde.
— Aí tem sua resposta. Vire e aproveite o show que organizamos. —Risa
informa-o. Às vezes, achava que ele não era mais brilhante do que um jovem de
três anos. — Ele virá direto aqui. Não vai querer perder a grande Casa destruída.
Assentindo, Bertos faz o que diz.
***
— É claro que deve fazê-lo. Não se preocupe, Agee. — Ela olha de volta para
as mulheres. — Senhoras, esse homem é o Capitão Agee. — Ela gesticula para
ele. — Ele é o Capitão da Minha Guarda de Elite, um homem digno e com
honra, todos os guerreiros da Guarda Elite de Luda são.
— Você ficará de lado Capitão. É nosso dever escoltar essas fêmeas. — Ele
arregala os olhos quando vê o medalhão no ombro de Agee. Uma rápida análise
revela que cada Guarda de Elite de Luda usa um. Isto era um charoite?
— Não. — Agee rosna. — Nossa Rainha está dentro desse grupo, assim como
sua prole. Não confiamos em sua proteção. — Os guardas de ambas as Casas
levantam suas armas.
— Minha Rainha fez uma pergunta, responda! — Agee rosna para o macho.
— Então, pode entender que o Capitão Agee sente o mesmo, desde que seu Rei
lhe deu a mesma ordem, proteger sua Rainha e prole.
— Dito isto, sugiro que você permita que a Guarda da Rainha nos acompanhe,
como o meu Rei exige. — Ela levanta uma mão silenciando-o antes que possa
falar. — Enquanto você e sua Guarda escoltam a Guarda da Rainha, como o
Imperador exigiu. Dessa forma, todos são capazes de cumprir seu dever.
— Não foi o que o Imperador pediu. — Jaqua fica surpreso ao descobrir que
ele está discutindo com a fêmea.
— Como não? — Lisa pergunta. — Você não está nos escoltando? — Duplicou
nossa proteção, usando a Guarda da Rainha, garantindo nossa chegada segura.
A fé que seu Imperador tem em você está bem colocada.
A pele verde de Jaqua começa a escurecer quando ele olha para a pequena
fêmea, surpreso não apenas por sua lógica e elogio, mas por falar abertamente
com ele. Nenhuma fêmea fala com um macho com quem não está unida, ela
poderia querer se unir a ele?
***
Isis entra silenciosamente na área da Casa Rigel para sentar-se atrás de Oryon,
que está conversando com Ynyr, sua terceira prole. Ynyr está em Tornian há
quase um ano, recebendo treinamento especial da Guarda do Imperador para
que possa treinar guerreiros em Betelgeuse. Uma grande honra para um
guerreiro tão jovem, mas Ynyr sempre foi mais maduro que seus anos, quando
vira para reconhecê-la, ela sorri.
Ele é um macho tão bom, sempre atento e atencioso com ela. Tem mais de sua
coloração do que seu manno, mas tem a força poderosa de Oryon e a habilidade
mortal com a espada.
— Tudo está bem Isis? — A pergunta de Oryon afasta seu olhar de Ynyr.
— Sim, mas me pergunto se não teremos algumas surpresas neste dia. — Ela o
informa.
— Por que diz isso? — Oryon move-se para se sentar ao lado de sua fêmea,
deixando seus dedos tocar sua perna enquanto se senta. Ele nunca se cansa de
tocar essa fêmea e ela permite, mesmo depois de vinte e cinco anos. A Deusa
verdadeiramente o abençoou com sua Isis.
— A mulher do Rei Grim foi levada à câmara feminina, juntamente com sua
prole.
— Sim, ainda muito jovens, mas definitivamente fêmeas, ela e Risa tiveram uma
discussão.
— O que? — Oryon olha para ela preocupada. Risa não é uma mulher com
quem se mexe.
— Risa aproximou-se dela assim que chegou, tentando afirmar sua dominância.
— Oryon olha para a Casa Guttuso e vê Risa olhando para a cadeira do
Imperador.
— Risa enfrentou a fêmea de Grim, que não recuou. — Oryon a olha surpresa.
— Em vez disso, ela disse a Risa que era uma cadela estúpida por escolher outro
sobre Grim e então a acusou de não apenas de organizar o ataque de Grim, mas
de matar a Imperatriz Adana.
— Sim, foi bastante interessante que Risa não negou, mas optando por ameaçar
as jovens... — Isis olha para Oryon e ele vê... respeito nos olhos de sua fêmea.
— Todas as fêmeas da Terra na sala levantaram-se para proteger as jovens,
mesmo não sendo suas. — Oryon olha para ela, considerando o que disse.
— É dito que ela descansa com o Rei. — Ynyr olha de seu manno para sua mãe,
ele sabe que seu relacionamento é incomum, mas nunca ouviu falar deles
descansando juntos.
— É o que eles dizem. Também dizem que ela conversa com qualquer macho
que deseja, se o Rei estiver presente ou não.
***
Lisa sorri de forma reconfortante para suas filhas enquanto caminham, ela está
tão orgulhosa delas. Elas caminham diante dela, sem medo do que está por vir,
porque confiam nela e Grim e sabe que não as decepcionarão.
— Tudo dará certo Agee, confie em seu Rei. — Lisa o tranquiliza suavemente.
— Sim, minha Rainha. — Ele responde, seu braço cruza o peito e ele se inclina
para ela, seguido de toda a Guarda. Eles então se movem para ficar do outro
lado das fêmeas, prontos para proteger sua Rainha, se necessário.
***
Um ruído surdo ecoa através da Câmara enquanto a Guarda se curva para uma
fêmea, mostrando seu respeito por ela, antes de se afastar. A cor e brilho dos
Charoites em seus medalhões capturam os olhos de cada macho. Esta Guarda...
até mesmo a Guarda de Elite do Rei... tem charoite em seus medalhões? Por
que se curvariam para uma fêmea?
— Estou bem, Wray. Vamos fazer isso. — Ela sussurra, esfregando o estômago
enquanto o bebê se move novamente, com um aceno rígido ele endireita-se e
enfrenta a Assembleia.
Lisa olha com orgulho enquanto Grim avança com confiança na Câmara. Ele
é o Rei de Luda. Ele é o Raptor, com os olhos frios e ferozes, sem oferecer
simpatia para aqueles que ameaçam o que é dele. Somente aqueles que ele
protege sentem o calor do Raptor. Seus olhos imediatamente procuram e
encontram Lisa com as meninas antes de ir para a Guarda, garantindo que estão
seguras, ele se vira para enfrentar o Imperador.
— O ataque sobre o qual falou com Risa. —Rebecca a olha com espanto.
— Sim. — Ela olha e vê que todos estão ouvindo. — Eu preciso que você
acredite que a defenderei. Grim irá defendê-la, se você o deixar. Ele é um
homem honrado. Protege o que é dele.
Lisa não percebe que sua voz viaja até os Guardas do Imperador. Que todos a
olham com incredulidade, nenhuma fêmea fala sobre um macho dessa maneira,
com tal compromisso com tal... paixão. Jaqua olha para Agee e não vê nenhuma
surpresa em seus olhos, apenas a verdade. Ela realmente queria dizer aquilo?
Era possível?
***
— Rei Grim. — Wray saúda seu irmão. — Você está perante a Assembleia dos
Lordes para responder às acusações de que descumpriu as leis de Tornian. Qual
é sua resposta? — Olhando para Grim, Wray espera que seu irmão saiba o que
está fazendo.
— Minha resposta é que não descumpri nenhuma lei. — Grim anuncia para
todos ouvir.
— Você se uniu a uma fêmea fora da cerimônia. — Lorde Bertos fica de pé,
olhando para Grim. — Isso é contra a lei Torniana.
— Admito que foi fora da cerimônia de união tradicional, mas nada disso. —
Grim aponta para as fêmeas no círculo, — É tradicional. Dito isto, na sua
essência, minha união não quebra nenhuma lei.
— Que você possa sugerir tal coisa é uma indignação! — Bertos bate a mão na
borda na frente dele fazendo com que muitos pulem. — Uma fêmea é
apresentada apenas para o mais apropriado de todos os guerreiros Tornianos e
você, independentemente da linhagem do sangue. — Ele zomba de Wray. —
Foi considerado inapropriado! Portanto, sua união está fora da lei, assim, ilegal!
Elas serão removidas de sua Casa.
— Você fez demandas próprias! — Bertos está furioso por Grim anunciar a
todos que Luuken recusou a fêmea.
— Mais uma vez, culpa de Luuken, por não ter cumprido seu dever!
— Isso não importa! — Bertos desce seu punho novamente. — Machos
inapropriados não tem permissão para ter descendência. Elas serão removidas
e entregues a um macho apropriado!
Lisa já ouviu o suficiente, ninguém fala com Grim assim, não em sua presença,
mas antes que ela possa se mexer, as meninas o fazem.
— Carly! Miki! — O grito de Lisa faz Grim agarrar sua espada enquanto gira
pronto para proteger sua família. Ao ver suas filhas correndo para ele,
rapidamente fica de joelhos puxando seus corpos trêmulos perto quando elas
se lançam para ele.
— Não deixa que eles nos levem, Grim! — As meninas imploram, seu medo
ouvido por todos. — Queremos ficar com você! Nós te amamos.
— Calma. Tudo ficará bem. — Ele sussurra, beijando os topos de cada cabeça.
— Alguém morreu e fez você Imperador Lorde Bertos, para fazer tal decreto?
— Lisa desafia Bertos. — Um decreto que rompe a mais básica de todas as Leis
Tornianas? — Um suspiro chocado segue seu desafio, não apenas com sua
pergunta, mas também por ela se atrever a dirigir-se diretamente a Bertos, que
tira o olhar presunçoso de seu rosto.
— E se esse macho morrer, quem fica responsável por sua prole? — Ela
pergunta à Assembleia.
— Elas não são Tornianas! — Ele gesticula para Carly e Miki, que Grim abaixou
apenas para serem cercadas por sua Guarda.
— Elas não são? — Lisa pergunta com uma voz chocada, olhando para Grim,
mas ele não se engana, nem são seus guerreiros, que sabem o que está fazendo.
— Então por que estamos aqui? — Ela olha para os Lordes esperando a
resposta. — Esta Assembleia é apenas para as fêmeas Tornianas. Vocês não se
importam se outras fêmeas estão em risco, se forem abusadas... mesmo que seja
por machos de Tornian... homens tão apropriados, como vocês são. — Ela os
deixa ouvir seu desprezo. — Não é de admirar que a Deusa os tenha
abandonado. — Ela se volta para Grim. — Estamos prontas para sair meu Rei.
— Ela foi declarada Torniana! — Um dos Lordes olha com raiva para ela. —
Por um voto desta Assembleia, antes de enviar o Searcher. Ela é Torniana, assim
como sua prole. — Ele olha para ela com satisfação. Lisa apenas levanta uma
sobrancelha para o homem vermelho que reconhece ser Lorde Reeve, antes de
olhar para o Imperador aguardando.
— Você é. — Ele reconhece. — Toda fêmea trazida da Terra para Tornian foi
declarada assim.
— Então sou Torniana com todos os direitos e proteção como qualquer outra
fêmea? — Ela questiona.
— Sim. — Wray assente com a cabeça.
— Sim.
— Você não tentou negar a minha prole seus direitos? Aqui? — Lisa aponta
para o chão. — Na frente desta Assembleia?
— Nunca foi concebido para prole. — Bertos olha para seus apoiantes para
obter ajuda.
— O Imperador apenas declarou que era para todas as fêmeas da Terra trazidas
para Tornian, você o está desafiando?
— Meus Senhores, vocês sabem que não é para isso que a Lei estava prevista.
—Bertos leva seu caso para os Lordes.
— Então elas ficam com o macho que escolhi. Esse é o meu direito como uma
Torniana.
— Rei Grim. —Lisa se vira para encará-lo. — Pois ele foi o único macho
disposto a aceitá-las e protegê-las antes de saber que eram fêmeas, ele provou
repetidas vezes que é mais do que digno delas e... — Lisa olha para Grim, um
sorriso suave nos lábios. — Porque o amam tanto quanto ele as ama.
***
— Parece que as histórias sobre esta fêmea são verdadeiras. — Ynyr se inclina,
falando calmamente com seu pai. — Ela acabou de garantir a posição de Grim.
— Provavelmente. — Oryon diz. — Mas Bertos não aceitará isso. — Antes que
Ynyr possa responder seu manno sua suposição se prova correta.
****
— Ela deixou o círculo. — Bertos sai, fazendo com que muitos saltem
novamente, ele ainda pode salvar isso, sabe que pode. — Ela agora deve
escolher um dos machos apresentados para se unir. — Ele sorri maliciosamente
para Lisa, sabendo que ela recusará. Ele pode então argumentar que sua decisão
anterior é inadequada. Em vez disso, observa com espanto quando ela se vira
para ele, caminhando para sua prole. Ajoelhando-se, abre suas capas, jogando o
cinza ofensivo de lado, revelando roupas púrpuras por baixo.
— Devem fazer o que Grim disser, garotas. — Ela diz apenas para elas. —
Entenderam?
***
Grim dificilmente pode evitar agarrar sua Lisa, puxando-a para trás, não gosta
disso. Vai contra tudo o que aprendeu, tudo para o qual foi treinado, mas sabe
que é o único caminho para Lisa ajudar suas companheiras femininas.
Respirando fundo, ele solta a espada, olhando para baixo, vê suas filhas se
moveram para envolver seus braços ao redor de suas pernas, enquanto seus
olhos seguem sua mãe.
— Tudo ficará bem, pequenas. — Ele diz suavemente, colocando uma mão
gentil sobre cada uma, antes de voltar sua atenção para sua Lisa.
***
— A Cerimônia de União de Tornian é uma cerimônia antiga e respeitada. —
Lisa começa enquanto caminha em direção às mulheres. — Começou em um
momento em que o Império estava cheio de fêmeas, como maneira de conhecer
machos de outros planetas, expandir o grupo genético, mas depois da grande
infecção, quando ficou óbvio que a população feminina estava em declínio,
mudou, transformou-se na maldade que está acontecendo hoje, tornando-se
mais do que uma barraca de reprodução. — A declaração de Lisa é recebida
com gritos indignados, já que muitos estão protestando.
— Ela não pode falar assim! — Bertos grita enquanto o salão se acalma.
— Eu falo com vocês, sempre que quiser. — Lisa caminha até Bertos. —
Porque vocês são os que falharam! Não apenas estas mulheres, mas as suas
próprias! — Lisa caminha em direção a Casa Guttuso e Grim move as meninas
para Agee e Kirk, preparando-se para protegê-la. — Você foi responsável pela
programação dos educadores, não foi? No entanto, escolheu não lhes dizer que
tinham direitos. Encorajou os Lordes desta Assembleia a adquirir fêmeas
quando sabiam que estava errado. E você sabia! — Lisa acusa, virando-se para
confrontar os homens ainda de pé que agora estavam em silêncio, permitindo
que eles vissem sua raiva. — O voto foi de seis a cinco para enviar o Searcher,
então não me diga que não tiveram dúvidas. Um macho com honra admitiria
isso. — Lisa olha para as mulheres e vê que a estão ouvindo atentamente.
— Eles não contarão o que vocês merecem saber. Que vocês têm o direito de
saber! — Ela gesticula para a Assembleia. — Então eu irei. — Ela caminha na
frente das mulheres antes de se virar para enfrentar os machos. — Antes de
vocês escolherem os doze machos, um de cada Grande Casa do Império
Torniano, eles estão aqui porque são considerados os homens mais dignos de
sua Casa. Uma grande honra, uma que tenho certeza de que cada um deles
merece. — Lisa ergue a cabeça levemente para eles, surpreendendo a todos. —
Qualquer macho neste piso as tratariam como o centro de seu mundo... pois
vocês serão. São tudo o que está entre eles e a extinção de sua linhagem.
— Ou... — Lisa diz. — Caso não ache que nenhum macho apropriado foi
apresentado a vocês, por qualquer motivo, podem solicitar a qualquer macho
que tenha uma fêmea proteção até que tal macho seja encontrado. É a escolha
de vocês. — Levantando a mão, Lisa solta sua capa, permitindo que ela caia aos
pés de Grim, revelando não apenas seu vestido púrpura, mas também o Coração
do Raptor, orgulhosamente em seu peito.
— Isto é um ultraje! — Bertos grita. — Ela não pode escolher o Rei Grim! —
Muitos concordam rapidamente com ele. Ignorando-os todos, Grim se volta
para o Imperador para completar a cerimônia.
— Imperador Wray, Imperatriz Kim, eu apresento, minha Rainha. — Ele
enfatiza para certificar-se que todo o ouçam. — Rainha Lisa Vasteri da Casa de
Luanda. — Ambos se inclinam para eles.
— Você não pode fazer isso! — Bertos explode. Ele precisa parar isso.
Arruinará tudo. — Ele foi considerado inapropriado.
— Por você! — Lisa caminha até Bertos com tanta raiva que surpreende todos
que não a conhece. — Mas sua opinião é sem importância, Lorde Bertos, pois
cabe à fêmea julgar o mérito dos machos que lhe são apresentados e eu o
considero mais do que digno.
— Ele está neste piso! — Lisa faz um movimento com o braço enquanto se
certifica que todos possam ouvir. — Somente os dignos são permitidos no piso
durante a cerimônia de união, tornando cada homem aqui. — Gesticula para os
guardas e para os guerreiros. — Digno de ser escolhido.
— Talvez para você, Lorde Bertos. — A voz do Imperador corta os gritos que
seguem a afirmação de Bertos. — Mas tecnicismo ou não é ainda é a Lei, uma
Lei que esta Assembleia deve impor, portanto, a Rainha Lisa está dentro de seus
direitos na escolha do Rei Grim.
***
Lorde Oryon não consegue esconder seu choque quando a fêmea solta sua capa
para revelar não apenas a cor da cor da Casa Luanda em seu vestido, mas que
usa o Coração do Raptor. É o símbolo da Rainha de Luanda. Ele não foi visto
em mais de quinhentos anos. Para ela usá-lo, quer dizer que realmente aceitou
Grim como seu único macho.
***
— Parem com isso! — Lisa grita e mal é ouvida. Empurrando contra Grim, ela
tenta pisar ao redor dele, mas o encontra imutável. — Deixe-me, Grim. Deixe-
me falar antes disso realmente ficar fora de controle.
— O que diriam se contasse que, não importa quem estivesse no piso aqui hoje,
eu ainda escolheria Grim? — Lisa anuncia e a Assembleia olha para ela com
descrença. — O que diriam se fosse assim?
— Isso não seria possível. — Um homem branco mais velho diz, um homem
que Lisa reconhece como Lorde Oryon, que protestou fortemente ao enviar o
Searcher. Olhando atrás dele, vê a fêmea de cor de rosa de antes.
— Sim, Lorde Oryon, pois não existe uma lei Torniana mais sagrada que a
cerimônia de união. — Lisa pode ver a mudança na expressão de Lorde Oryon,
quando de repente a compreende. — Nenhum macho. — Lisa fala alto o
suficiente para que todos possam ouvir. — Induzirá uma fêmea a se unir a
outro... enquanto ela estiver carregando sua descendência. — Um silêncio
atordoado segue a declaração de Lisa.
***
Colocando uma mão gentil em sua bochecha cicatrizada, ela o deixa ver a alegria
em seus olhos. — Sim Grim. — Segurando uma de suas mãos levemente
trêmulas, ela a coloca em seu estômago ainda plano. — Seu filho está aqui,
seguro e saudável. — E de repente, ela ficou nas pontas dos pés e envolveu os
braços no pescoço de Grim enquanto dava-lhe um beijo apaixonado.
Movimentando-se a Guarda do Rei os rodeia protegendo assim a Rainha e suas
meninas.
— Por que você não me disse? — Ele sussurra pousando a testa contra a dela.
— Você deveria estar descansando. Hadar deveria estar aqui. Nós...
— Shhhh... ficará tudo bem Grim. — Ela o tranquiliza sem fôlego. — Eu ficarei
bem e também a sua filha. — Grim lentamente fica pálido enquanto a olha
surpreso.
— Filha... fêmea? — Lisa descobre que não pode deixar de sorrir para as
palavras de Grim.
— Assim Hadar me disse. — Ela sorri para ele. — Ele está muito entusiasmado
por poder documentar seu desenvolvimento.
— Acredite em mim Grim. — Ela sorri para ele. — Foi um prazer. —Enquanto
ela o beijava, Alger tossiu, lembrando-os de onde estavam. Com o maior
cuidado, Grim solta Lisa, enquanto ela enterra seu rosto flamejante em seu
peito, percebendo que toda a Assembleia ouviu cada palavra que ela disse.
— Minha Lisa? — Grim gentilmente inclina seu rosto para cima, preocupado
com o rubor que de repente apareceu em seu rosto.
***
Wray olha para seu irmão e não tenta esconder seu sorriso. É um dia de alegria,
mas olhando através da Câmara, percebe que não é para todos, pois ainda há
onze mulheres que devem completar a Cerimônia. Ele olha para Kim, seus
olhos cheios de arrependimento e vê a compreensão em seus olhos. Nunca em
sua vida se sentiu mais envergonhado de ser um macho Torniano, mas olhando
para estas fêmeas, sabe que não há honra no que deve fazer agora.
— Rei Grim. Rainha Lisa. Esta Assembleia reconhece sua união como válida.
— Dando-lhes um último olhar, ele volta sua atenção para as fêmeas restantes.
— É hora da cerimônia de união continuar. Que a Deusa abençoe todos, como
ela fez com o Rei Grim e a Rainha Lisa.
***
Bertos voltou a assentar-se. Todos seus planos estão caindo aos pedaços, tudo
por causa dessa pequena fêmea. Como isso aconteceu? Eles estavam tão perto.
— Bertos! — Risa diz. — Faça alguma coisa! — Ela exige. — Isso não pode
ser permitido!
— Alguma coisa! — Ela não pode acreditar que isso esteja acontecendo depois
de todos seus sacrifícios. — Isso é tudo culpa de Luuken! Tudo o que ele
precisava fazer era reivindicá-la e nós estaríamos governando Tornian. A raiva
de Risa aumenta enquanto observa os machos de Luda cercarem a cadela da
Terra. Terá que cuidar dela ela mesma.
***
Rebecca olha do Imperador para os machos que estão diante dela, para os
machos que cercaram rapidamente Lisa e suas meninas. E se ela entendeu bem,
Lisa era agora a fêmea de um homem muito poderoso. Um homem, que
segundo ela, estava disposto a ajudá-las. No entanto, este Grim agora não tinha
apenas uma mulher para proteger, mas também duas jovens e outra a caminho.
Ele ainda estará disposto a aceitar mais? Lisa parece pensar assim.
Os dedos de Lisa apertam com força o braço de Grim enquanto ela olha para
Rebecca. Não sabe o que mais pode fazer. Tentou o seu melhor para deixar
claro para as mulheres o que precisam fazer, por palavras e ações. Elas
entenderam? Todo seu futuro estava no que fizerem nos próximos minutos.
Olhando para Rebecca, ela espera que entenda o leve aceno que lhe dá.
Grim olha para a fêmea bravamente diante dele. Ela foi a única a ajudar Lisa
quando ela foi levada a bordo do Searcher. Também foi a única pessoa a
certificar-se de que a comida adequada fosse fornecida para suas garotas quando
ele nem sequer considerou isso. Ela era verdadeiramente uma fêmea especial.
Sabendo que todos estão esperando sua resposta, ele olha para Lisa e vê seu
amor, confiança e crença nele, quando ela dá um leve assentimento, o olhar dele
retorna para Rebecca.
***
Sorrindo, Kim senta-se novamente. Uma por uma, as mulheres pedem e são
aceitas sob a proteção da Casa Luanda. Lisa fez isso, ela fez o que Kim não
conseguiu, agora apenas esperava que a aceitassem. Quando suas costas doem
de repente, ela solta um suspiro assustado, Wray olha-a bruscamente,
aproximando-se, aperta sua mão com tranquilidade, enquanto a cãibra passa.
***
Grim se volta para o grupo de fêmeas que agora cercam Lisa e suas meninas.
Ele não pode acreditar que ela fez isso, aceitou todas as mulheres que pediram
sua proteção... cada... uma. Luda seria agora o lar de onze fêmeas. Deveriam ser
tomadas medidas drásticas para protegê-las. Olhando para Alger e Agee, ele vê
que eles entendem e já estão considerando as mudanças que devem ser feitas.
Olhando para as fêmeas, percebe que nunca soube que poderiam ter tantas
formas e tamanhos diferentes. As fêmeas de outras espécies sempre se
assemelham em tamanho e forma, mas não as da Terra... cada uma era única...
como se cada uma fosse sua própria espécie especial. O universo passaria por
muitas mudanças se elas decidissem se unir aos machos de Tornian.
Eles prometeram a essas fêmeas que seriam apreciadas pelos machos que
escolhessem, mas isso era uma mentira, pois os machos Tornianos não sabiam
como apreciar uma mulher. Ele não sabia como, não até Lisa ter-lhe mostrado
que não era sobre as coisas que ele poderia dar a ela, era sobre dar seu amor.
Sim, foi bom que nenhuma destas mulheres se uniu a um macho hoje, pois eles
precisavam ser educados sobre como cuidar de fêmeas como estas. Cuidar de...
ele olha atentamente para Lisa e enquanto ninguém mais notaria o toque de
fadiga ao redor de seus olhos, ele o faz. Permitiu que ela fizesse o que sentia que
deveria. Agora era hora dele cuidar dela. Ainda tinha muito o que explicar. Ele
percebeu que ela sabia há algum tempo que tinha concebido... que Hadar sabia.
Sim, sua Rainha tinha que explicar algumas coisas.
Virando para dizer a Wray que eles estavam saindo, encontra seu irmão
conversando com Aad, um membro confiável dos Conselheiros de Wray.
Franzindo o cenho, ele observa que Wray le algo que foi entregue antes de olhar
imediatamente para Grim. Algo estava muito errado.
***
Wray franze o cenho para Aad, que se aproxima e se inclina. O que poderia ser
tão importante que não podia esperar até depois da Cerimônia. Sem dizer uma
palavra, ele recebe a mensagem e seu rosto perde toda expressão quando a lê.
Virando, ele imediatamente procura seu irmão, pois isso o afeta tanto quanto
Wray.
— Wray? O que foi? — Kim pergunta suavemente. Olhando para Kim, ele quer
enviá-la para as Câmaras, mas sabe que ela se recusará.
— Há problemas. — Ele diz a ela, seus olhos ilegíveis. — Fique por perto minha
Kim.
— Claro que sim. — Ela lhe dá um olhar confuso. — Não se preocupe comigo,
Wray, faça o que for preciso, o que deve ser feito. — Com um aceno firme, ele
se volta para a Assembleia.
***
— Meus Senhores. — Wray fala e espera que a Câmara se acalme. — Hoje foi
um dia histórico na história do nosso Império, embora o resultado para muitos
não foi como queriam. — Ele olha para os guerreiros ainda de pé no piso. —
Todos agiram com honra, refletindo bem sua Casa. — Ele lhes dá um leve aceno
de cabeça, uma verdadeira honra do Imperador.
***
Grim carrega as meninas para os guerreiros levarem para sua área destinada.
Estava vazio no piso e agora completamente cheio. Parando apenas por um
momento para falar com Alger, ele gesticula para Lisa para se mover para as
cadeiras em frente à área.
— Sim, bebê? — Lisa sorri para ela enquanto coloca uma mecha de cabelo dela
atrás da orelha.
— Eu não sei, meu amor. — Lisa realmente olha para sua filha mais nova, bem,
é a mais nova agora e vê que ela está assustada. Ambas foram tão corajosas hoje
fazendo tudo o que ela pediu, sem reclamando. — Venha aqui, bebê. —
Tirando- a dos braços de Grim, ela a puxa para seu colo quando se senta na
cadeira enorme que Grim indicou. — Sente-se com a mamãe e descobriremos
juntas, tudo bem? — Assentindo, Miki rapidamente se aconchega no conforto
de seus braços. — Melhor? — Lisa pergunta.
— Sim. — Miki acena com a cabeça, segura nos braços de sua mãe.
Grim franze o cenho para Miki no colo de Lisa. Deveria estar segurando-a assim
quando estava carregando sua descendência? — Percebendo sua preocupação,
Lisa olha para ele.
— Você dirá o contrário? — Ele pergunta em voz baixa, com um dedo gentil
tocando seu rosto.
— Você tem muita explicação a dar minha Lisa. — Ele a deixa saber que não
será enganado.
— Eu sei, contarei tudo uma vez que estivermos sozinhos. — Olhando para
Carly ainda em seus braços, ela vê seu olhar esperançoso. — Ei bebê. — Ela
aponta para seu lado. — Venha sentar com a mamãe. — Grim a abaixa e com
suas garotas aninhadas em seus braços, Lisa volta sua atenção para Assembleia,
vendo que todos os olhos estão neles.
— Tudo bem, minha Lisa. — Grim a tranquiliza, sentando-se ao lado dela antes
de olhar para a Assembleia, fazendo com que muitos desviem o olhar. — Eles
simplesmente não estão acostumados a ver uma fêmea confortar sua prole.
Aprenderão.
— Como você não pode saber? — Risa pergunta alto o suficiente para que as
cabeças das Casas próximas se voltem para ele.
— Mantenha sua voz baixa, fêmea! — Bertos ordena, seus olhos furiosos
prendendo-a enquanto gira na cadeira. — Você não irá me envergonhar, Risa
ou pagará por isso. — Ele grunhe baixinho. — Lembre-se, eu sei o que você
fez!
— Não me ameace Bertos. — A fúria de Risa aumenta, mas ela abaixa a voz.
— Eu sou o única que conhece os segredos de Tornian. Eu sou o único em
quem o Imperador confia. Ameace-me e o destruirei. Lembre-se que não
importa o que fiz, nunca serei prejudicada. — O olhar que ela dá a Bertos é
puro mal. As portas da Assembleia se abrem fazendo com que Bertos não
responda, se virando, ele se instala com raiva no seu assento.
***
O Capitão Veron, com confiança, caminha pela Assembleia, parando apenas
quando fica na frente de seu Imperador, fazendo uma reverência.
— Capitão Veron, fui informado que você tem informações que considera
importantes para esta Assembleia.
Lisa recosta na cadeira, surpresa ela olha para Grim. As garotas cobrem seus
ouvidos, se aproximando mais, não pode acreditar no que está vendo e muito
menos ouvindo. Ela não achava que Veron a tivesse levado a sério, descartando
seus comentários como apenas imaginação feminina, mas agora percebe que ele
não apenas ouviu, mas tomou medidas. Realmente se preocupava com Grim e
Wray. O olhar de Grim diz a ela que nunca duvidou disso.
— Deixe-me dizer primeiro Majestade que não cheguei a essas conclusões com
base apenas em especulações. — Enquanto sua cabeça não se move, seus olhos
encontram os olhos de Lisa. — Eu usei todos os recursos disponíveis para mim
como seu Capitão para desvendar a verdade.
— E que verdade é essa Capitão?
— Primeiro, que o irmão de sangue deu manno, o Rei Rask, não foi morto em
uma batalha como acreditávamos, mas em uma emboscada, onde o Capitão
Busto também morreu ao tentar pedir ajuda. — Um suspiro de indignação é
ouvido na Câmara enquanto todos os olhos se voltam para Risa, que grita alto
cobrindo o rosto com as mãos.
***
— Ela é uma atriz terrível. — Rebecca, que estava atrás de Lisa se inclina para
sussurrar em seu ouvido. Ouvindo-a, Grim se vira. — Sinto muito. —Ela
sussurra rapidamente recostando-se.
— Tudo bem, Rebecca. — Grim diz suavemente. — Você está correta, mas
preciso que fique em silêncio e alerta. Há muito que ainda não sabe. — Grim
não sabe por que confia nesta fêmea, mas o faz, especialmente quando sem mais
explicações, ela concorda. Olhando para o piso da Assembleia, ela percebe que
Callen está franzindo a testa, ignorando-a, se concentra no macho lá parado.
— Capitão você tem provas disso? — Wray pergunta sentado rígido em seu
assento, o Capitão Busto era um amigo confiável.
— Ele testemunhou isso e não informou? — Wray não tenta esconder sua
indignação.
— Majestade, o guerreiro foi forçado a sair da Casa Luanda pelo Rei Rask e
temia que ninguém acreditasse. A única prova de que tinha foi do que viu e
ouviu, ele não sabia de quem as ordens vieram porque os guerreiros não usavam
cores. Ele acreditava que se avançasse seria acusado do crime por causa da
história dele com o Rei Rask.
— E você confia nele para lhe dizer a verdade? — Wray interroga com
incredulidade.
O guerreiro Jago entra na Assembleia com a cabeça erguida, sabendo que todos
os olhos estão sobre ele. Não hesitará. Ele não é mais aquele guerreiro confuso.
Não perderá sua honra novamente. Aproximando-se de Veron, ele para e faz
uma reverência respeitosa ao Imperador.
— Imperador Wray, contarei tudo o que sei, mas devo dizer que, enquanto eu
disse a Lorde Oryon por que fui forçado a sair da Casa Luanda, nunca falei com
ele sobre isso. Lorde Oryon é um guerreiro honrado e um Senhor deixando que
um macho questionável entrasse em sua Casa, permitindo que recuperasse sua
honra, não exigindo nada em troca, mas minha lealdade e espada. — Jago se
vira para encarar seu Senhor. — Sinto muito por trazer problemas à sua Casa,
meu Senhor. — Ele se inclina rigidamente para Oryon antes de voltar a encarar
o Imperador e dizer a verdade dele.
***
— Eu fui enviado para o Rei Rask para treinar com ele, porque meu manno
acreditava que precisava de uma mão mais forte. Ele estava correto. — Jago
admite. — Eu era um jovem irreverente que acreditava saber mais do que
guerreiros experientes. Era desrespeitoso e preguiçoso em minhas tarefas. À
noite, eu saía de Luanda para beber uísque e voltava apenas com o sol nascente.
— O Rei Rask mais de uma vez me chamou atenção com dureza, assim como
o treinador a qual fui designado, o Guerreiro Alger. Ambos tentaram me ajudar
a ver meu erro, dando-me mais chances do que merecia, mas minha mente
estava nublada pela bebida. — Os olhos de Jago se afastam de Wray quando a
vergonha lembrada aparece novamente.
— Uma noite estava de guarda nos muros, mas deixei meu posto para dormir.
O Rei Rask rescindiu seu acordo para me treinar. Ameacei o Rei e todos os
membros da sua Casa antes de ser forçado a sair de Luanda.
— Era meio-dia e estava dormindo por ter bebido muito na noite anterior
quando gritos me despertaram. Acordei para encontrar o Rei perto de mim com
vinte guerreiros avançando sobre ele. O capitão Busto de repente apareceu ao
lado do Rei e os guerreiros os cercaram.
— Com o que Majestade? Vendi minha espada dias antes. Tudo o que tinha era
uma pequena adaga. Mas não, não fiz nada, nada além de olhar e ouvir quando
os guerreiros se fecharam sobre eles. — Jago repete o que ouviu e viu.
**
— Rei Rask. —Um guerreiro vermelho avança para dirigir-se ao Rei. — É hora
dos verdadeiros governantes do Império Torniano cumprirem seu destino.
Você teve uma vida longa e honrada, mas termina hoje.
— Acredita que um cachorro como você pode tirar isso de mim? — Perguntas
Rask apontando sua espada para o guerreiro.
— Sim, pois nem mesmo com o Capitão da Guarda do Imperador ao seu lado,
você sobreviverá neste dia. — Ele olha para Busto. — Você não precisa morrer
hoje Capitão Busto. Deixe o campo e esqueça que esteve aqui.
— Você ousa sugerir que eu, Capitão Busto, Capitão da Guarda de Elite do
Imperador, abandonaria minha honra! — Busto não tenta esconder sua raiva
pelo insulto.
— Mas estou e agora você deve decidir se está disposto a morrer, porque eu
juro, você irá.
— Eu não tenho escolha e você, Capitão, está em número menor, dez para um.
***
— Foi naquele dia que finalmente percebi o que significava ter honra, ser
realmente um guerreiro, colocar outro antes de si mesmo. Depois de
testemunhar a morte desses dois grandes guerreiros, nunca tomei uma garrafa
de álcool novamente e me comprometo a cumprir o padrão que estabeleceram.
— Capitão Veron, se Jago nunca falou sobre isso, como ele afirma. — O
Imperador dá a Jago um olhar incrédulo que o faz enrijecer. — Como teve a
ideia de buscá-lo?
Alger olha para Jago e não vê o jovem macho irritado que ameaçou matar o Rei
Rask. Está diante dele um guerreiro maduro que não apenas mudou sua vida,
mas estava disposto a revelar a vergonha de seu passado, não apenas para a
Assembleia, mas também para o Imperador. — Eu acredito nele. — Um
sussurro começa na Assembleia. Wray olha de Alger para Jago.
— Nunca Majestade.
Wray fica em silêncio por vários minutos, ponderando o que Jago lhe disse e
olha para Lorde Oryon, um guerreiro que respeita muito. Oryon não teria
mantido o guerreiro Jago se não confiasse nele, com certeza deu-lhe uma
chance, pressionando-o ainda mais do que Rask, certificando-se de que fosse
realmente digno e que se recuperou.
— Guerreiro Jago, você pode retornar à sua Casa, mas permaneça disponível
para mais perguntas.
***
Bertos fica rígido em seu assento, ouvindo com uma crescente incredulidade.
Como esse Jago foi autorizado a testemunhar o ataque e não foi descoberto? E
se os guerreiros sobreviventes ainda não estivessem mortos, ele os mataria. Jago
ficou em silêncio por muito tempo apenas para falar agora... quando estavam
tão perto... quem foi o macho que levou isso para a atenção de Veron. O que
mais eles descobririam?
Risa levanta-se, abaixando as mãos ao ouvir Jago relatar a morte de seu manno.
Que ele ficou ao lado de Rask quando poderia ter se afastado é prova de que
não merecia sua herança. Ele poderia ter sido Imperador se tivesse desafiado
Wray quando seu manno morreu. Era seu direito como descendente do
Imperador Lucan. Ele o teria espancado, assegurando o trono por ela, verdade?
Não, ele tinha vergonha dessa conexão... Risa não, ela sentia orgulho de ser
descendentes de um macho que sabia como conseguir o que queria, mesmo que
isso significasse usar a própria prole. Era algo que Risa planejava fazer.
— Capitão Veron, você disse que houve vários eventos, o que mais descobriu?
— Majestade, o segundo ataque contra sua Casa foi o ataque ao Rei Grim. —
Todos os olhos se voltam para Grim, que fica imóvel ao lado de sua família.
— Isso teria obrigado você a nomear outro para governar Luda até que Van,
seu filho, tivesse idade. — Veron olha para ele se forçando a continuar. — Algo
que Van nunca fará.
— O ataque ao Rei Grim foi realizado por homens indignos, o mesmo como
com o Rei Rask. Não conseguimos conectá-los de qualquer maneira. — Wray
diz com os dentes apertados ao pensar que perdeu algo. Ele amava seu irmão,
ele era o único macho em quem confiava acima de todos os outros, sabendo
que sempre o protegeu, sua lesão e quase a morte o afetaram profundamente,
especialmente quando ele não conseguiu lhe dar nenhuma justiça.
— Sim, Senhor. Quando a ideia me foi apresentada pela primeira vez, fui
extremamente céptico, mas, um a um, consegui ligar os guerreiros.
— Você acredita que isso foi feito? — Wray não pode evitar a incredulidade em
sua voz.
— Sim, Senhor e uma vez que Jago me contou o que viu, eu fiz uma pesquisa
em cada estagiário na Casa Bertos voltando para quando o Rei Rask foi atacado.
Até agora, oito dos que foram treinados, têm um macho que desapareceu
quando ocorreram os assassinatos. Eles foram identificados como os machos
que mataram o Rei Rask e o Capitão Busto.
— Explique, Capitão!
— A reunião do Rei Grim foi uma armadilha desde o início, Majestade. Criado
pela descendência feminina do Capitão Busto, atualmente a fêmea de Lorde
Bertos, Lady Risa. — Os olhos de Veron vão para Risa.
Choque percorre a Assembleia. Uma fêmea? Uma fêmea fez parte disso,
desempenhou um papel na tentativa de derrubar a Casa Vasteri. Todos a olham
surpresos. Como lidar com isso? Um macho nunca poderia prejudicar uma
fêmea. Era uma sentença de morte.
— Risa... — Wray olha para a fêmea a quem deu sua proteção. Ela estava com
Adana quando ingeriu a baga de skua. Ela se apresentou a ele como sua
substituta após a morte dela.
A raiva de Wray não conhece limites quando olha para Risa, que olha para ele
em desafio aberto, sem vergonha ou remorso.
— Majestade, há mais...
— Van. — Wray já fez a conexão. — Seu descente mais novo foi morto na
região de Bertos e Risa, deixando a Casa Luanda desprotegida se Grim
morresse.
***
— Vocês não podem acreditar nisso! — Bertos implorar aos outros Lordes e
Reis. — Onde estão as provas? Eles não podem apenas falar o que quiserem,
onde isso vai parar? Quem eles acusarão depois?
***
— Exijo uma explicação! Como ele foi ferido? Por que não foi tratado?
— Está dentro do meu direito de negar o tratamento a qualquer macho que seja
considerado uma ameaça para o que é meu. — Grim ergue-se lentamente,
afirmando seu domínio, enquanto olha para Bertos.
— Elas nunca deveriam ser suas! — Bertos grita antes de procurar os outros
Senhores para conseguir apoio. — Meus Senhores, não importa o que
aconteceu aqui hoje, não importa quais falsas acusações tenham sido feitas,
minhas ações sempre foram no melhor interesse do Império. A fêmea deveria
ser trazida diretamente para Tornian para a Cerimônia. Apenas estava tentando
fazer cumprir a Lei que você estabeleceu, dando a um de vocês a oportunidade
de ter descendência.
— Está afirmando agora, depois de admitir nesta Assembleia que enviou seus
guerreiros a Luanda com o propósito expresso de sequestrar três fêmeas, que
não tinha conhecimento do que deveria ser feito com ela? — Veron pergunta
incrédulo.
— Minhas ordens foram para que ela fosse trazida à Assembleia para se juntar
a um macho apropriado! — Veron se vira para Korin.
— Então, quem é responsável pelo abuso que a Rainha Lisa sofreu nas mãos
de seus machos? — Veron pergunta.
— Abuso? Que abuso? — Bertos olha para Lisa. — O único abuso que eu vejo
é com minha prole!
— Majestade, fui chamado ao Jardim Real para tratar guardas feridos. À minha
chegada, encontrei oito machos caídos, seis mortos, dois gravemente feridos. O
guerreiro Ion e o guerreiro Nairn foram imediatamente colocados em unidades
de reparo, exigindo quase três horas de reparação profunda.
— Você está aqui para falar sobre as lesões da Rainha. — Bertos exige
recebendo olhares irritados de muitos guerreiros.
— Fui informado que a Rainha estava ferida, mas exigiu que cuidasse do bem-
estar de sua Guarda primeiro. Foi sua primeira pergunta quando cheguei quase
três horas depois. — Todos os machos olham para Lisa incrédulos, as fêmeas
são sempre as primeiras, os machos eram dispensáveis, especialmente os
guerreiros.
— Muito pelo contrário Lorde Bertos. — Hadar vira os olhos irritados para ele.
— A Rainha foi severamente abusada. Sua bochecha direita estava
profundamente machucada, seu lábio se partiu onde ela foi atingida, tinha
hematomas escuros em cada braço com a forma de dedos. — Hadar demonstra
em seu próprio braço como Lisa foi agarrada. — Cortes em suas mãos e joelhos
de quando foi jogada no chão. Sua garganta severamente traumatizada e inchada
de ser silenciada à força quando gritou por ajuda. — Hadar hesita em não querer
revelar o resto.
— Finalize curandeiro, Hadar. — Wray ordena com uma voz rouca.
— Sim, Majestade. — Hadar olha para Lisa e enquanto ela está pálida, lhe dá
um leve assentimento, deixando-o saber que está bem com o que ele está prestes
a dizer. — A parte de cima das roupas da Rainha Lisa foram rasgadas, deixando
arranhões profundos no pescoço, seios... — Hadar precisa engolir. — Seu peito
foi fortemente ferido por ser abusado.
— Ela foi estuprada? — Wray se obriga a perguntar sabendo que deve ser
conhecido.
***
Lady Isis se inclina para frente pressionando uma mão invisível nas costas de
Oryon. — Oryon. — Ela sussurra, lágrimas em sua voz pelo que a outra fêmea
sofreu. Ynyr olha para sua mãe preocupada.
— Shhhh Isis, será corrigido. Não permitiremos que isso fique impune. —
Oryon olha para sua prole e pode ver que eles estão totalmente de acordo. Para
que algo assim aconteça com uma fêmea, em nome da Assembleia, desonra
todos os machos Tornianos.
— Guerreiro Korin.
— Você acreditava que devia trazer a Rainha Lisa para a Cerimônia de União.
— Sim.
— Depois que capturamos a Rainha Lisa, Luuken ficou furioso por ter
conseguido esconder as jovens antes de encontrá-la. Ele bateu nela quando ela
se recusou a dizer-lhe onde estavam, então procederam contando a ela como
ela seria a queda do Rei Grim. Que quando seu corpo fosse apresentado a esta
Assembleia com um enorme dano interno e externo, que Grim seria despojado
de seu título e que ele, Luuken, receberia as jovens. — O suspiro de
incredulidade da Assembleia fez com que Korin pare.
— Farber acreditava que Luuken poderia se tornar Rei? — Wray não pode
evitar o tom de sua voz.
— Você não pode acreditar nele! — Bertos grita negando. — Ele foi capturado
enquanto permitia que uma fêmea fosse abusada, depois do relato do
curandeiro, isso não é relevante! — Ele dirá qualquer coisa para se salvar.
— Korin não permitiu que minha Rainha fosse abusada. — Korin não pode
esconder seu choque quando Grim fica de pé, falando em seu nome. — Ele
impediu Farber de estuprar a minha Rainha, protegendo-a até nossa chegada. É
por isso que ele está vivo, por que os outros estão mortos e Luuken ainda está
ferido. Ele mostrou honra ao protegê-la, sabendo que colocava seu próprio
irmão em risco.
— No entanto, permitiu que ela fosse ferida Rei Grim. — Lorde Reeve declara
ficando de pé. — E você permitiu que ele não apenas vivesse, mas fosse curado,
enquanto a descendência de um Lorde foi deixada para sofrer.
— Luuken vive apenas porque fugiu antes que minha espada pudesse atingi-lo,
deixando-o com a lesão que você vê. Que ele seja descendente de um Lorde é
irrelevante, assim como seu sofrimento. Quanto a Korin não ser apenas
poupado, mas curado... foi a pedido da minha Rainha por sua assistência.
Lisa fala brevemente com as meninas antes que tire Miki do colo e segure a mão
de Grim, orgulhosamente ficando ao lado dele.
— Eu nunca lhe dei esta ordem! — Bertos ergue-se com raiva olhando para
Lisa, fazendo com que todos ficassem rígidos. A mão de Grim se move para
sua espada.
— Luuken é sua prole, verdade? — Lisa desafia Bertos. — Enviado a Luda por
você, para nos levar à força para seu benefício, nega que ele estava seguindo
suas ordens?
***
Luuken olha para seu manno buscando orientação. O que estava fazendo?
Como proclamar sua inocência o ajudará? Como conseguirá o trono? Olhando
para Risa, vê um pequeno sorriso em seu rosto, o mesmo de quando despediu-
se de Van, sabendo que ele logo estaria morto. Os olhos voltam ao rosto
impassível de Bertos e percebe que seu manno não lhe apoia, assim como faz
com todos os que não são mais úteis para ele.
***
— Luuken você será acusado pelo abuso de uma fêmea Torniana. Como esta
Assembleia vota? — Wray pergunta.
— Não! Você não pode fazer isso! Eu sou o Capitão Luuken! — Luuken grita
se movendo em direção a Casa Guttuso. — Diga-lhes manno! Diga-lhes que agi
sob suas ordens! Como tudo faz parte do plano para tirar o trono de Grim para
que você possa ser nomeado próximo Rei de Luda! Diga-lhes! —Ele exige e
sente um vislumbre de esperança enquanto Bertos fica de pé.
Os olhos de Wray vão para os Lordes das Casas que Luuken mencionou, alguns
pareciam totalmente atordoados, dizendo a Wray que não perceberam com o
que concordaram, mas o restante estava claramente à vontade. Olhando para
outro dos de seus Capitães, os guardas se movem para bloquear entradas às
Casas, não permitindo que nenhuma deles saia.
— Adana?
— Tudo Risa, ela estava irritada, Grim sobreviveu e decidiu que poderia se
tornar Imperatriz por conta própria. Distraiu a Imperatriz enquanto estavam
comendo, colocando a baga de skua na próxima garfada. Ela planejava colocar
uma no prato do Príncipe Tora, mas a Imperatriz ficou doente tão rapidamente
que colocou no dela em vez disso. — Luuken não entende o que vê no rosto
do Imperador, parece como se ele... sente algo pela morte de sua primeira
Imperatriz. Por que isso? Ele conseguiu o que precisava dela.
— Risa estava certa de que você aceitaria sua oferta para ser sua nova
Imperatriz.
— Anos depois, Risa finalmente perdoou meu manno por seu fracasso,
concordando em se unir a ele. Juntos, planejaram a morte de Van. Sabotando a
ponte para que, quando seu transporte cruzasse, cedesse.
— Tudo isso para que ele pudesse ser Rei de Luda. — Wray diz com raiva.
****
Toda Assembleia fica em silêncio enquanto Luuken expõe a Casa Guttuso.
Como algo tão maligno foi permitido por tanto tempo sem que ninguém
soubesse? Alguns sabiam... alguns trabalharam com Bertos contra o Imperador.
Até onde seriam capazes de chegar?
Risa fica furiosa, como Luuken revela o que levou anos para realizar? Aquele
macho estúpido, fraco e patético! Isso era o recebia por dar Bertos uma segunda
chance. Para dar seus sentimentos ao único homem que a satisfez. Falha!
Novamente!
— Guarda Imperial, prenda Lorde Bertos e Lady Risa, escolte-os ao piso, para
que esta Assembleia possa julgar. — Wray ordena.
***
— Para o inferno com minha segurança! Kim está em trabalho de parto! —Ela
vê que ele não entende. — O bebê está chegando! Eu sou médica, porra, deixe-
me passar!
***
Ouvindo Rebecca, os olhos de Lisa vão rapidamente para Kim, que está
inclinada, pálida e ofegante.
— Grim! — Lisa puxa seu braço para chamar sua atenção. Ele não ouviu
Rebecca pelo barulho da Assembleia. — Wray precisa tirar Kim daqui. Ela está
pronta para apresentar! — Os olhos chocados de Grim se movem dela para
Kim, depois para Wray.
— Sim, obstetra. — Ela diz com raiva sobre o ombro. — Agora diga a este
idiota azul que se mova para que eu possa chegar a Kim.
— Oh, agradeço a Deusa. — Lisa volta para Grim. — Grim, precisamos chegar
a Kim.
— Ela está sendo levada para as Câmaras. — Grim olha o caos entrar em
erupção, agora que Wray levou a Imperatriz e sabe que ele deve intervir para
seu irmão.
— Silêncio! — Ele ruge com a voz mais terrível que Lisa já ouviu, fazendo com
que ela e todos na Assembleia parassem, olhando-o.
— Sim, Senhor!
— Nós ficaremos bem, Grim. Todas nós. Eu prometo. Agora faça o que é
preciso. — Dando-lhe um beijo rápido, ela segura as mãos das meninas,
rapidamente as conduzindo.
***
— Deus, Wray! — Kim grita quando outra contração a atinge, mais forte do
que a última. — Faça parar! — Ela implora.
— Não! — Kim grita, ela não deixará que aquele homem a toque.
— Wray. — Lisa rapidamente fica entra entre eles. — Esta é Rebecca. Na Terra,
ela era uma curandeira. Uma curandeira feminina. O que chamamos de
ginecologista obstetra. Ela pode ajuda Kim. É sua especialidade, fêmeas, bebês,
prole.
— Verdade. Eu preciso verificá-la, ver o quão perto ela está. — Wray olha para
Kim, que acena em consentimento. Rebecca rapidamente se move para o lado
dela.
— Meninas. — Virando, ela percebe que o quarto está cheio de guardas pálidos
e fêmeas nervosas. — Todos para fora! — Ela ordena e olha para a mulher que
conversou com Grim. — Qual o seu nome? — Ela pergunta.
— Abby.
— Obrigada. Meninas, devem ir para a outra sala enquanto Kim tem seu bebê.
— Não podemos ficar, mamãe? — Carly pergunta seus olhos cheios de emoção.
— Não, bebê. Este não é o lugar para você. Depois que o bebê nascer, está
bem? — Ela espera até que ambas as meninas concordem. — Agora devem ir
com Abby e as outras mulheres. Podem dizer a todas sobre Luda, já que elas
irão para casa conosco, ok?
— Sim, Majestade.
***
— Besteira. Leve seu traseiro ao lado de Kim. — Ela aponta. — Ela precisará
de você. — Wray a olha chocado, não apenas pela maneira como ela fala com
ele, mas por exigir que ele fique.
— A bolsa não estourou, preciso de toalhas, fios e uma tesoura, esse bebê não
vai esperar muito tempo.
— Os machos nunca são permitidos perto de uma fêmea uma vez que elas
concebem. — Lisa responde, voltando com muitas toalhas. — Hadar, você tem
seu scanner?
— Ok! — Rebecca olha para o dispositivo, então para Hadar. — Use a maldita
coisa, eu preciso para saber o que está acontecendo ali. — Ela ordena.
Lisa move-se para o outro lado de Kim, usando uma toalha úmida para limpar
o suor de sua testa. — Você está indo muito bem. Kim.
— Dói muito.
— Empurrar. O bebê está pronto, você está pronta, na próxima contração vai
querer empurrar. Faça.
— Você pode fazer isso, minha Kim. Estou aqui. Juntos podemos fazer
qualquer coisa. — Wray olha profundamente nos olhos dela antes de lhe dar
um beijo. Kim afasta a boca quando a próxima contração chega.
— Isto Kim, continue empurrando, eu vejo a cabeça. — Kim cai contra Wray
quando a contração termina.
— Isso. Você lutou por si mesma. Agora precisa lutar por mim, por nossa prole.
Eu sei que você pode fazer meu amor.
— Vamos Kim mais uma vez. — Olhando nos olhos encorajadores de Rebecca,
ela acena com a cabeça e à medida que a próxima contração volta, Lisa e Wray
a ajudam.
Wray está pálido, suas mãos grandes tremendo quando o corta, indica a
Rebecca, que daria por sua filha sua própria vida.
— Muito bom. Agora. — Rebecca envolve o bebê em uma toalha e a coloca
nos braços trêmulos de Wray. — Aqui está sua filha, Wray.
As lágrimas corram livremente pelas bochechas de Wray enquanto ele olha para
a filha. Movendo-se como se estivesse carregando algo frágil, ele coloca o bebê
nos braços esticados de Kim.
— Ela é linda minha Kim. — Wray diz a ela, sua voz cheia de admiração. —
Assim como sua mãe.
***
Hadar está atrás delas com espanto diante da verdadeira alegria que estas fêmeas
estão expressando pela outra. As fêmeas Tornianas expressavam ciúmes e se
sentem ameaçadas. Olhando para a Guarda, ele vê que eles também estão
chocados, mesmo com tudo o que a Rainha expressou.
— Mamãe, podemos vê-la? — Miki pergunta, pulando para cima e para baixo.
— Ainda não bebê, Wray e Kim precisam de algum tempo sozinhos. Talvez
mais tarde, ok?
— Gostaria muito de discutir com você o que fez com a Imperatriz. — Hadar
cuidadosamente toca o braço de Rebecca enquanto faz o pedido. — Há tanto
que não sabemos. Vocês são mais propensas a ter fêmeas? Os riscos são maiores
com mais apresentações? São muito menores do que as nossas fêmeas, houve
algo incomum com a apresentação da Imperatriz?
— Claro. Existe algo especial que devo fazer para a Imperatriz e o... — Ele
procura a palavra que elas usaram.
— Sim, bebê. — Hadar descobre que ele gosta dessa palavra, é muito mais
quente que a prole.
— Ela parece estar indo bem. Sua cor e respiração são boas. Precisamos checá-
la novamente em algumas horas, Kim também. Todas as cabeças se viram e as
vozes cessam quando o Imperador entra. Seus olhos rapidamente percorrem
toda a sala, olhando tanto a Guarda de Elite do Rei quanto a da Rainha.
— Preciso retornar à Assembleia. Lisa... — Ele olha para ela com incerteza.
— Eu ficarei com Kim. Nós todas ficaremos, Wray. Elas estarão protegidas. —
Ele acena com a cabeça e se vira para sair quando as próximas palavras de Lisa
o param.
— O Imperador não pode ficar desprotegido, Alger, não com a ameaça que
Vernon descobriu contra sua família. Uma vez que ele estiver com sua Guarda,
o Rei Grim irá decidir se devem retornar.
— Eu irei verificar Kim. Pode pedir uma refeição? Tenho certeza de que todas
estão com fome. Rebecca dirá o que Kim deve comer.
****
Kim está olhando o bebê dormindo em seus braços quando Lisa entra. — Ei.
— Lisa sussurra sentada na beirada da cama. — Como você está? — O amor
absoluto em seus olhos reconhece o dela e faz com que sorria.
— Ela é tão bonita. — Levantando uma minúscula mão, Kim beija os pequenos
dedos.
— Que dor? — Kim pergunta com um sorriso e Lisa sorri com compreensão.
— Pedirei a Rebecca que entre. — Lisa diz para ela caminhando até a porta.
CAPÍTULO VINTE E UM
Wray faz uma pausa quando entra na Assembleia. Grim está indo bem. Ele
nunca duvidou que ele o faria, pois, seu irmão nenhuma vez o decepcionou.
Sempre esteve lá quando Wray precisou, mesmo quando não conseguiu fazer o
mesmo por ele. Wray de repente entende o que Veron disse sobre guerreiros
honrados atacando seu irmão. Pois ele seria para o dele, não havia homem
melhor em todo o universo, como Grim. Ele silenciosamente agradeceu a
Deusa pelas bênçãos que concedeu.
— Obrigado por sua preocupação Lorde Oryon, você também Lady Isis. —
Wray dá a ambos um aceno de gratidão. — A Imperatriz e nossa filha, a Princesa
Destiny, estão descansando sob o cuidado do curandeiro Hadar e da curandeira
Rebecca. — As vozes começam a aumentar... outra fêmea, sussurram.
— Sim. Uma das fêmeas que tiramos da Terra era uma curandeira lá, uma
curandeira para suas fêmeas. Ela ajudou na apresentação da minha filha, até
mesmo exigiu que eu ficasse e ajudasse. — Wray entende o choque que percorre
a Assembleia.
Enquanto eles o fazem, Bertos e sua Guarda saltam sobre a grade, seguidos por
Lorde Reeve e sua Guarda, todos desembainhando espadas para avançar sobre
o Imperador. Grim imediatamente solta o grito de guerra do Raptor, lançando-
se ao piso da Assembleia, seu único pensamento em proteger seu Imperador. A
Casa Rigel o segue rapidamente.
Os corpos caem sob a Casa Vasteri. Ninguém é melhor que eles, quando juntos.
Por isso que seus antepassados foram escolhidos para governar o Império. À
medida que a ameaça diminui, os irmãos se olham e é quando termina.
Bertos, que está gravemente ferido, finalmente percebe que foi derrotado, mas
não aceita e com um último desafio, ele lança sua espada nas costas
desprotegidas do Imperador.
Ao ver o movimento de Bertos, Ynyr se lança entre Bertos e Wray derrubando
a espada no chão antes de matar Bertos.
***
Wray gira ao grito de Ynyr, observando com surpresa quando o jovem guerreiro
salva sua vida, antes de terminar com Bertos. Grim rapidamente se move em
frente a ele e Wray pode sentir sua raiva por não estar lá para protegê-lo. Com
a morte de Bertos, os guerreiros restantes são rapidamente despachados e o
silêncio reina de repente.
— Você é meu Imperador. Não estaria de nenhum lado senão ao seu lado,
Senhor.
— Majestade! — Wray gira com o grito, levantando a espada, assim como todos
os guerreiros. — Lady Risa! Ela fugiu! — Um guarda o informa.
— Sim, Majestade!
***
— Deus, um banho era muito bom. — Kim sorri enquanto Lisa lhe entrega um
manto.
— Certo, cadelas, quem ri agora? — A risada de Risa, seu sorriso maldoso, beira
o insano. — Quero que vocês vejam, quando matar a mais nova reprodutora
do Imperador. — Ao levantar a faca para atacar, Rebecca se vira, protegendo
Destiny e recebendo a facada na parte de trás. Seu grito de dor é repetido por
Kim.
Antes que Risa possa atacar novamente, Lisa a derruba. Risa tenta recuperar a
faca.
— Você acha que é tão especial. —Risa diz movendo a faca na mão,
ameaçadora. — Apenas porque tem descendência feminina... Grim também
chorará depois que eu terminar com suas pequenas reprodutoras.
— Você realmente acha que pode me ameaçar? — Ela olha para a arma que
apareceu na mão de Lisa e sabe o que é. — A mim? Meu manno era o Capitão
da Guarda Elite do Imperador.
— Quem não a ensinou nada! — Lisa desafia garantindo que ela esteja pronta
para o próximo ataque de Risa.
— Fique onde está cadela. — Risa ordena, vendo Kim tirar Destiny dos braços
de Rebecca. — Eu a matarei e ela também pode ser responsável por sua morte.
— Não a ouça Kim. — Lisa ordena, bloqueando a visão de Risa, ela a empurra
para trás. — Tire Destiny daqui! Você está realmente pronta para morrer hoje
Risa? — Lisa continua zombando. — Grim me ensinou como lutar. — Ela vê
que a entende. — Afaste-se agora e não os deixarei matá-la.
— Você é totalmente insana se você acha que algum macho se unirá a você
depois de hoje Risa. — Lisa vê Kim se levantar com Destiny se movendo
rapidamente para porta.
— Vá! — Lisa ordena à mulher que corra. Levantando-se, Lisa descobre que
está sendo forçada a um canto, algo que Grim sublinhou que nunca deveria
permitir.
— Agora você morrerá! — Risa diz e com os olhos enlouquecidos, ergue a faca
acima de sua cabeça.
Lisa percebe que apenas tem uma opção se quiser sobreviver. Prometeu a Grim
que faria tudo o que pudesse para voltar ao seu lado e o faria. Ele enfatizou que
seu tamanho menor seria sua vantagem contra um atacante maior, pois ela
poderia driblar sua carga, algo que eles não esperariam e faz exatamente isso,
afundando a Garra profundamente na barriga exposta de Risa, levando-a em
direção a porta.
***
Grim e Wray correm para a Câmara Imperial, chegando assim que Kim sai
gritando por ajuda, Destiny presa protetoramente ao peito.
— Risa! — Ela ofega enquanto os braços de Wray a rodeiam. Grim entra no
quarto levantando sua espada, para ver Lisa saindo de baixo do braço de Risa.
— Você está ferida? — Ele pergunta envolvendo seu braço livre ao redor dela,
vendo rapidamente o corpo imóvel de Rebecca e o lento colapso de Risa no
chão. — Lisa! — Ele lhe dá uma leve sacudida.
— Não... não estou ferida... Rebecca está. — Seus olhos vão para a poça de
sangue que se forma no chão. — Ela precisa de um curandeiro e uma unidade
de reparo. Risa... — Quando ela vai se virar, Grim pressiona seu rosto contra o
peito, ele não deixará que ela veja o golpe da morte que deu em Risa.
Entregando sua espada a Agee, ele suavemente agarra seu pulso.
— O que?
— A garra. — Ela olha para a faca sangrenta e a entrega para o Rei. — Lisa a
olha em estado de choque, vendo o sangue.
— Você fez o que era necessário para sobreviver minha Lisa. — Grim diz com
firmeza, entregando a Garra a Alger, que também entrou para proteger seu Rei
e Rainha. — O que nenhum outro poderia ter feito, não sem punição.
— Então eu serei... — Lisa olha para ele, de repente, mais com medo, de quando
Risa a atacou. — Eles iriam levá-la para longe de sua família?
— Mas eu matei... — As lágrimas enchem seus olhos mesmo sabendo que ainda
não tinha escolha...
— Porque você não teve escolha —, ele a agita novamente. — A culpa é nossa
por não ter certeza de que ficasse protegida.
— Você não poderia saber que ela entraria aqui... como ela também podia? —
Ela olha para ele interrogativamente.
— Descobriremos minha Lisa, mas isso é para mais tarde. Agora precisamos
cuidar de você e Rebecca. — Puxando-a do quarto, Hadar corre para ajudar
Rebecca.
***
Grim olha para o sono de Lisa, levou quase uma semana para resolver a
confusão causada por Bertos e seus apoiadores. As Casas estavam em um
tumulto, duas foram dizimadas, embora mais do que apenas a Casa Rigel foi em
ajuda ao Imperador, várias ficaram de lado aguardando o resultado, o que
enfureceu Grim.
Wray fez tudo com calma, já sabendo que as Casas eram fracas. Seus planetas
não eram ricos em recursos, portanto, seus machos não conseguiam adquirir a
riqueza necessária para atrair mulheres. O decreto de Wray de que uma fêmea
agora poderia escolher qualquer macho, independentemente de sua riqueza
mudaria isso, mas levaria tempo.
Com um dedo gentil ao longo da mandíbula, ele lembra o medo em seus olhos
enquanto correu para ele, o sangue escorrendo da Garra. Esteve tão perto de
perdê-la e sua filha por nascer. E se não a aceitasse como sua Rainha, dando-
lhe a sua Garra, ela estaria indefesa contra Risa. Agradeceria a Deusa até o dia
em que ela o levasse.
A passagem secreta que Risa costumava usar para entrar na Câmara Real foi
descoberta, juntamente com a extensa rede de passagens, anteriormente
desconhecida. Como Risa as descobriu, eles nunca saberiam, mas Wray confiou
a Veron a tarefa de mapeá-las.
Hadar foi diretamente para eles quando Rebecca estava fora de perigo, sabendo
que Grim gostaria de saber. Ele fez um extenso exame em Lisa descobrindo que
nem ela nem o bebê foram prejudicados no ataque de Risa. Lisa rapidamente
defendeu Hadar quando expressou seu desagrado em não ter informado que ela
concebeu. Ela explicou como ameaçou Hadar. Que ela queria contar a ele, então
seria uma coisa alegre. Então, ele foi forçado a levá-la a Tornian e não queria
fazer com que fosse mais difícil fazer o que todos sabiam que precisava ser feito.
Ela estava certa. Grim admitiu a si mesmo, seria quase impossível para ele.
Gostaria de anunciar que ela concebeu, assegurando seu lugar ao seu lado, mas
seria a coisa errada, pois os outros perderiam. Sua Rainha era sábia e sempre
respeitaria seus pensamentos e opiniões, mas nunca mais a permitiria ficar
longe.
Hoje eles voltariam para Luda, todos eles. Montfort preparava freneticamente
uma ala não utilizada para as fêmeas. Os guardas nos muros foram duplicados.
Já estava recebendo pedidos de machos ansiosos para serem considerados pelas
fêmeas, todos querendo chegar a Luda para conhecê-las. Lisa provocou que
seria uma boa prática para quando começaram a cortejar suas garotas. Ele
grunhiu seu desagrado. Ela apenas riu.
— Você está pensando muito. — Lindos olhos dourados olham para ele, tão
cheios de amor que tem certeza de que seu coração explodirá.
Lisa insistiu para que todos os membros da Casa Luanda fizessem as refeições
da noite juntos, para que pudessem conhecer Grim. Foi uma refeição como com
seus guerreiros no início, rígidas e silenciosas, mas finalmente todas relaxaram,
fazendo perguntas e pareciam satisfeitas com as respostas.
— A Casa Rigel promete apoiar e ajudar qualquer macho que o Imperador julgar
digno de ser um Lorde. — Lorde Oryon faz uma reverência ao Imperador. Wray
espera até que todas as Casas deem seu apoio antes de continuar.
— Minha gratidão, meus Senhores, por não apenas por seu apoio, mas pela
sabedoria que trazem nestes dias difíceis. Ouvi suas sugestões sobre quem
deveria ser escolhido e por quê. Consultei não apenas meus conselheiros, mas
também a Imperatriz, por sobre como ela vê as coisas de um ponto de vista
único no qual eu confio. — Ele olha para a Assembleia vendo que os deixou
surpresos. — Dito isto, a decisão final ainda é minha e apenas minha.
Começaremos com o Senhor do Planeta Vesta.
Grim e Lisa ficam chocados quando o nome de Cullen é anunciado, vendo que
ele está ainda mais chocado do que eles. A boca de Rebecca se abre enquanto
ela se vira para encarar o macho que estava ignorando.
— Senhor? — Cullen pergunta com voz rouca. Ele não pediu essa honra, não
se acreditava digno e havia Rebecca, seus olhos se movem para ela.
— Nunca Majestade! — Cullen fica rígido com a acusação. Ele jamais recusaria
seu Imperador.
— Então, tome seu lugar Lorde Cullen, A Casa Nizer agora residirá ao lado da
Case Rigel.
— Sim, Majestade. —Com um último olhar para Rebecca, Cullen se vira. Seus
olhos vão para Grim e ele faz uma reverência como um Guerreiro, uma última
vez, para o macho que o levou até esse ponto, seu Rei. Grim devolve a
reverência, mostrando todo seu respeito por Cullen. Caminhando, Cullen sai da
Casa Luanda, mudando-se para sua própria. Olhos aflitos seguem a partida de
Cullen antes de ficar em branco e Rebecca fica de frente para frente.
Todos esperam enquanto Cullen toma seu lugar na área ao lado da Casa Rigel.
Lorde Oryon levanta-se e faz uma leve reverência, reconhecendo sua mudança
de status, pois é a reverência é dada a um igual, não um guerreiro. Cullen devolve
o gesto.
— Minha próxima escolha foi muito mais difícil. — Wray continua. — A região
de Etruria é vital para o Império, com seus vastos recursos minerais que
impulsionam o Império, muitos ainda intactos. — Lisa percebe que Wray está
novamente explicando tudo isso por elas. — Uma vez que estava sob o domínio
do Imperador, mas há muitos séculos, tornou-se evidente que para gerenciar
adequadamente esses recursos, outro precisaria ser responsável, portanto, uma
nova Casa foi criada.
— Isto foi até que ele me recusou. — Todos olham com surpresa. Quem se
recusaria a governar a Casa mais poderosa do Império? — Wray ergue as mãos
para silenciar a Assembleia. — Não tenho nada contra Lorde Oryon por me
recusar. — Todos os olhos se voltam para a Casa Rigel para ver Lorde Oryon e
Lady Isis, sentados como um, sem mostrar arrependimento. — Lorde Oryon
acredita que ele não seja o macho certo para esta tarefa, que um macho mais
jovem é necessário para corrigir o mal de Bertos. Ele e Lady Isis estão felizes
com sua prole em Rigel e não desejam começar novamente. Acho que não
posso discutir com ele. É uma das razões pelas quais o queria para a Etrúria,
pois fala sua verdade, aquilo no qual acredita ser o melhor para o Império,
mesmo que não avance em sua própria posição. Algo que poucos tem a força
para fazer. Você tem meu respeito e gratidão, Lorde Oryon. — Wray faz uma
reverência longa, algo nunca feito, surpreendendo inclusive Oryon.
— É uma grande tarefa que atribuo a este macho, ao assumir uma Casa que foi
destruída por mentiras e enganos, que treine seus guerreiros para que sejam
honrados e dignos de serem chamados de Tornianos. — Wray pode ver que
muitos que queriam essa posição agora estão se afastando do que ele exigirá
deles. — Foi então que percebi que Lorde Oryon estava correto, ele não é o
macho que preciso, o macho que o Império precisa e com essa percepção veio
ao entendimento de que apenas um macho poderia competir com Lorde Oryon.
— Wray faz uma pausa dramaticamente, sabendo que tem a atenção de todos.
— Guerreiro Ynyr aproxime-se. — As ordens de Wray e os murmúrios são
ouvidos em toda a Assembleia. Guerreiro Ynyr? A terceira descendência de
Lorde Oryon?
Nenhum macho tão jovem, já foi nomeado Senhor, nem mesmo quando
substituiu seu próprio manno. Lady Isis gira em sua cadeira para olhar sua prole,
seu choque evidente. Lentamente, Ynyr se levanta.
— Você é minha escolha Guerreiro Ynyr, porque foi criado na Casa do seu
manno, aprendendo com ele o que realmente faz um macho honrado. Você tem
dois irmãos mais velhos e mais novos, então entenderá o que os guerreiros sob
a regra de Bertos tiveram que suportar. Também tem treinamento especializado,
ensinado aqui em Tornian, o que será necessário em Etruria. Há também a
questão de você salvar minha vida quando Bertos poderia ter me matado. —
Kim olha para Wray. O que ele estava falando?
— Devido a todas essas coisas, o escolhi para ser o novo Senhor de Etrúria,
mas há uma condição.
— O Guerreiro Korin será seu segundo no primeiro ano do seu reinado. Ele
está familiarizado com os guerreiros e poderá dar uma inestimável visão sobre
aqueles que podem ser resgatados. Depois deste ano, será sua decisão oferecer-
lhe um cargo em sua Casa ou permitir que saia. Pode aceitar esta condição
Guerreiro Ynyr? — Todos aguardam sua resposta.
— Sim Majestade, enquanto seu trabalho for eficiente, ele será livre para sair
quando um ano se completar. — Ynyr olha para o macho em questão parado
na parte de trás do que era a Casa Bertos. Wray sorri para Ynyr, que negocia
com o Imperador. Ele é filho de seu pai.
— Posso concordar com isso, já que estou negando o pedido do Rei Grim, de
que Korin seja enviado para Luda para completar seu treinamento como um da
Guarda de Elite da Rainha Lisa. — Wray vê o choque de Korin, que não sabia
do pedido de Grim. — Aceita, Guerreiro Korin? Apoiar um novo Senhor na
construção de sua Casa, para o bem do Império?
***
Kim prometeu-lhes que iria analisar isso e que as mudanças seriam feitas,
inclusive permitindo o contato com seus descendentes. Levaria tempo para que
os dois grupos aprendessem a confiar um no outro, mas hoje foi um bom
primeiro passo.
Seguindo as garotas, Lisa fica surpresa ao ver Abby sentada ao lado da sacada,
com uma mão apoiada, lágrimas escorrendo silenciosamente pelas bochechas.
— O que está errado? — Lisa fica imediatamente ao seu lado. Ela começou a
gostar muito da garota loira. Com apenas vinte anos, Abby estava sozinha desde
dezesseis anos, quando seus pais e irmão mais novo morreram em um acidente
automobilístico. Desde então, ela terminou o ensino médio e estava na
faculdade, enquanto trabalhava em dois lugares. Um dos quais era na biblioteca
da faculdade, de onde foi tirada.
— Abby, conte-me.
— Quando chegamos aqui, estava tão assustada, tudo e todos tão diferentes e
depois havia Risa...
— Eu sei, mas foi por causa dela que fiquei aqui. Ela não gostava que ficasse
aqui para poder escapar de suas provocações.
— Ela a provocou?
— A mim, Rebecca, todas, até mesmo suas próprias fêmeas. Ela era uma puta.
— Sim. Eu chorava. Queria ir para casa, não que houvesse algo ali, mas ainda
assim...
— Compreendo.
— Sim, quase todos os dias. Ele me contou sobre sua vida, eu falei sobre o
minha. Ele respondeu minhas perguntas, me fez perguntas.
— Então, descobriremos quem ele é e ele poderá ir a Luda. — Lisa olha para
ver Isis se aproximando. — Tenho certeza de que Isis nos ajudará a descobrir
quem é este homem.
— O que está errado? — Isis pergunta olhando para Lisa, como ela insistiu que
a chamasse e para a pequena mulher ao lado dela. Ela é uma bela criatura com
o cabelo tão claro que era quase branco, os olhos do azul mais profundo e com
tanta tristeza que partia seu coração.
— Porque uma vez que ele me vir, não irá me querer. Olhe para mim! — Ela
gesticula para suas curvas generosas.
— O que há de errado com sua aparência? — Lisa pergunta. — Você é linda.
— Eu não sabia. Não até que ele veio e conversou com Grim, eu reconheceria
sua voz em qualquer lugar. — Lisa pensa quer tentar descobrir com quem Abby
conversou, mas houve tantos machos conversando com Grim que não tinha
ideia.
— Porque vi a maneira como ele a olhou. Olhou para Kim. Não estou em
nenhum lugar perto do que vocês duas são.
— Kim sobreviveu aos Ganglians. Você sobreviveu não apenas a Grim, mas
Luuken, eu nunca poderia fazer isso! — Lisa deixa o comentário Grim passar.
— Abby, quando tinha dezesseis anos eu morava com meus pais. Você estava
sozinha, entrando na faculdade e se sustentando. Você é uma sobrevivente.
Sobreviveu a um sequestro, levada a um planeta alienígena e não deixou que
isso a quebrasse. Ajudou cada mulher aqui de alguma forma. Não pense que
não notei como está sempre ajudando alguém. Você é muito especial.
— Disse o que?
— Risa.
— Então aí tem sua resposta. —Isis diz a ela. — Ela estava com ciúmes de
você, Abby. Risa sabia que todos os machos iriam querê-la. Você é suave e eles
desejam isso. É pequena e isso os tornará ainda mais protetores. Então há seu
cabelo, é de uma cor nunca vista aqui antes e seus olhos, são a cor da Deusa.
Risa estava certa em temê-la, pois você será muito desejada.
— O que? Acham que apenas porque tive apenas um macho, não sei o que eles
querem? Eu tenho quatro descendentes masculinos.
Lisa não pode deixar de rir. — Isis, eu tenho muito a aprender com você.
— E eu com você. Nunca soube que descansar com um macho poderia ser
tão... agradável. — Ela sorri antes de sua atenção voltar para Abby. — Então,
quem é o macho? Confie em mim. Ele ficará muito satisfeito com você.
— Ele estará muito ocupado agora. — Ela sussurra. — Não tem tempo para
isso.
— Confie em mim, ele conseguirá arrumar tempo para alguém como você.
— Você tem certeza? — Abby olha para ela com olhos esperançosos.
— Sim...
— Meu Ynyr terá uma fêmea... eu terei uma filha... — Isis não tentou esconder
sua alegria.
***
Wray franziu o cenho para a nota que acabou de ser entregue. Por que as fêmeas
precisam retornar à Assembleia? Ele sabia que Kim planejou confrontar as
fêmeas, exigindo que elas começassem a trabalhar juntas. Ele se preocupou o
suficiente para que ele exigisse dois guerreiros na Câmara feminina com ela, algo
nunca antes permitiu e ela concordou. Agora parece que algo aconteceu.
Voltando para responder a nota, ele encontra Kim em sua área, carregando
Destiny. Franzindo o cenho, percebe que todas as fêmeas estão retornando.
Não deu sua permissão para isso. Quando abre a boca para dizer isso, ele a fecha
ao ver o olhar de Kim. Alguma coisa definitivamente aconteceu.
***
Grim gira enquanto as fêmeas sob sua proteção entram em sua área. O que elas
estão fazendo ali? Como chegaram ali? Lisa apenas lhe dá um sorriso secreto
enquanto ela e as meninas se sentam.
— Lisa.
— Sim?
— O que? — Olhando para as meninas, ele vê que elas estão sorrindo, antes
que ele possa perguntar mais a Imperatriz fala.
***
***
— Ela o ama, Grim. Parece que pode estar certo, não são apenas os homens
Vasteri assim. — Seus olhos se enchem de lágrimas. — Ela estará segura,
verdade?
— Sim, minha Lisa, Ynyr irá garantir isso, todos nós iremos.
— Esse é meu momento. — Ela diz a ele quando Kim termina de falar e fica
de pé.
***
Lisa lentamente deixa seus olhos percorrerem a Assembleia vendo que ela tem
toda a atenção. — A Imperatriz Kim está correta. Abby. — Ela gesticula e Abby
fica de pé. — Uma das fêmeas sob a proteção do Rei Grim encontrou um
macho, o qual ela acredita ser digno dela. Uma vez que o Imperador dissolveu
a Cerimônia de união Torniana, nós, suas fêmeas, decidimos que uma nova
tradição é necessária, uma mistura das duas culturas. Na Terra, há também uma
cerimônia em que um macho e uma fêmea decidem se juntar. São testemunhas
a família e os amigos de ambos, mostrando que apoiam a união. Eles se
encontram, os votos são pronunciados e as promessas feitas. Em Tornian, a
fêmea se vira de costas para o macho, retirando a capa e o macho coloca a sua
própria ao redor dela, mostrando sua vontade de cuidar e protegê-la. — Lisa
faz uma pausa.
— Como Abby será a primeira a escolher seu macho aqui em Tornian, é seu
direito decidir a cerimônia e acredito que ela escolheu muito sabiamente. Lady
Isis, se você e Lorde Oryon, junto com sua prole masculina, se apresentarem ao
piso da Assembleia, a Casa Luanda se juntará a vocês lá, para que todos possam
testemunhar essa ocasião feliz.
Oryon afasta os olhos chocados dela e se vira para Isis. O que está
acontecendo? O olhar que ela lhe dá está cheio de alegria e lágrimas, dizendo-
lhe que sim, um dos seus foi escolhido. Mas qual? Ele olha dos três sentados
atrás dele, vendo-os rapidamente se levantar, até Ynyr sentar-se em frente a ele,
parecendo surpreso. Que a Deusa fosse louvada. Sabendo que existe apenas
uma maneira de descobrir ele se levanta, estendendo o braço para Isis. Como
um, eles caminham, onde Ynyr se junta a eles.
***
— Duas famílias agora se unem. — Lisa fala. — Mostrando seu apoio à união
de machos e fêmeas. — Logo eles se tornarão uma família, uma tradição da
Terra. É a escolha de Abby também seguir a tradição Torniana de seu macho
cobri-la com sua capa, cercando-a com sua proteção, misturando as duas
tradições. — Virando ela dá a Abby um forte abraço. — Você tem certeza? —
Ela pergunta suavemente.
— Sim. — Ela diz suavemente fazendo Ynyr endurecer. Assentindo, Lisa volta
a olhar para Grim.
— Uma solicitação foi feita por esta fêmea por proteção na Casa Luanda, um
pedido que concordei com prazer. Abby agora afirma que encontrou um macho
digno dela e eu concordo. Ela escolheu bem. Com esta união, a Casa Luanda e
a Casa Rigel sempre estarão ligadas porque Abby é um membro da nossa
família. — Lisa move a cabeça. — Abby, escolha seu macho.
Ynyr não pode acreditar que isso esteja acontecendo. Esta é Abby, a fêmea com
quem passou tantas horas conversando? A única palavra não foi o suficiente
para ter certeza. Ele a procurou na semana passada, inventando motivos para
falar com o Rei Grim, na esperança de ouvi-la para que pudesse apresentar-se.
e era realmente ela, o escolherá? Como saberia? Ele e seus irmãos se
assemelhavam muito. O que ele faria se ela escolher um dos outros em vez
disso?
Quando ela ficou em pé, ele segurou sua respiração. Ela era a mais bela criatura
que ele já viu. Seu cabelo quase branco caindo por seus ombros e seus olhos tão
azuis como os da Deusa. Ela era tão pequena que todo instinto protetor nele
aumentou, mesmo que suas curvas exuberantes o chamassem para se afundar
nela, para encontrar sua libertação. Ele se forçou a desviar o olhar,
envergonhado por outra atraí-lo tão fortemente quando ele apenas queria ela.
Essa criatura incrível poderia ser ela?
Isis segura a mão de Oryon enquanto Grim fala. Eles ficam atrás de sua prole,
mostrando o apoio desta união e enquanto a alegria enche seu coração por Ynyr,
chora pelos outros, especialmente Ull seu mais velho, pois ele já foi rejeitado na
cerimônia de união para que isso aconteça duas vezes. Oryon olha para ela, a
pergunta com os olhos, ela olha para Ynyr, respondendo. Apenas ela vê a
emoção nos olhos de seu macho antes de se virarem para Grim. Ela sabe que
ele está sentindo o mesmo que ela, alegria e tristeza.
Ele é ainda mais bonito de perto, por trás de uma parede. Ele, de todos é uma
mistura de seus pais. Musculoso como seu pai, para nunca duvidem de sua força,
mas há delicadeza em seus olhos, como sua mãe, assegurando-lhe que ele nunca
iria feri-la. Não há gentileza nesses olhos agora, eles estão sobre ela, cheio de
perguntas e desejo, mas é por ela? Muito aconteceu com ele neste dia, ele iria
aceitá-la? Ela quer recorrer a Lisa, pedindo seu conselho, mas sabe que não
pode. Ynyr é agora um poderoso Senhor. E se for sua Senhora, então ela deve
ser capaz de passar por uma dificuldade, por ela e por ele.
— Abby. — Ele fecha os olhos quando diz o nome dela pela primeira vez.
Abby. Sua. — Minha Abby. — Os olhos que se fixam nos dela, brilham com
posse e desejo.
— É se me quiser... — Ela não pode deixar a dúvida fora de sua voz, mas ela
não desvia o olhar.
Os olhos de Ynyr se estreitam, ele não entende por que ela diria tal coisa, é claro
que a quer. Todo macho iria querê-la. Ele vê que está esperando sua resposta.
Ao descobrir que não consegue falar, assente com a cabeça.
Ainda de frente para ele, Abby solta a capa de Grim, deixando-a cair. No
entanto, ela vê o pânico nos olhos de Ynyr. O que está errado?
— Eu... — Ynyr olha para suas mãos. — Ele não carrega uma capa. Ainda não
escolheu a cor da sua casa.
— Aqui. — Isis passa para ele, removendo sua própria capa. — Use está até ter
a sua.
— Pare! — A ordem congela todos. Abby gira com o choque quando Lisa
interrompe a cerimônia. Grim franze o cenho para ela.
— Lisa...
— Eu tenho várias exigências para fazer antes que possa permitir isso. — Lisa
avança, seus olhos sem deixar Ynyr. — Acho que você seja um macho digno,
Ynyr. E se não fosse o Imperador, não o escolheria como Senhor, Grim não
teria removido sua proteção e Abby não o escolheria. — Ela começa. — Mas
você não sabe nada sobre como lidar com uma fêmea da Terra. Foi-me dito que
podemos ser irritantes. — Ela olha para Grim, vendo o sorriso em seus lábios,
sua Lisa não o deixará esquecer esse comentário. Alger tosse para cobrir sua
risada. Ela volta a atenção para os dois diante dela.
— Minha Lisa está correta, Lorde Ynyr. Muito do que nos ensinaram não se
aplica a estas fêmeas. Eu ficaria honrado em compartilhar o que aprendi com
você, para o benefício de sua fêmea, se você achar que tiver a necessidade. —
Grim responde, percebendo novamente como é abençoado por ter sua Lisa,
pois ela entende o orgulho masculino de Tornian.
— Você pode fazer isso, Ynyr? — Lisa pergunta. — Para proteger Abby.
— Abby, você também terá perguntas. Entenderá mal as coisas que Ynyr fizer,
pois os machos Tornianos são muito diferentes dos nossos. O que me leva ao
pedido final. — Os olhos dela voltam para Ynyr. — Desejo ter permissão para
me comunicar com Abby, que ela possa se comunicar comigo. Você descobrirá
que somos criaturas muito sociáveis, Ynyr e gostamos de interagir tanto com
machos quanto com fêmeas. — Abby fica surpresa quando Ynyr franze a testa,
Lisa fala com machos, por que não poderia? — É assim que fazemos e algo que
vocês terão lidar, juntos. Abby terá perguntas que apenas uma outra fêmea
poderá responder por ela. Problemas que apenas Kim e eu poderemos ajudá-la,
porque ambas estivemos em sua posição, sozinhas em um mundo estranho. O
que não pudermos ajudá-la, sua mãe poderá, ela entende melhor os costumes
de Tornian, mais do que Kim e eu. Pode concordar com isto, Ynyr?
Ynyr olha da Rainha de Luda para sua Abby. Ela está pedindo sua permissão
para se certificar de que Abby seja feliz, feliz com ele. Está tentando ajudar não
apenas a Abby, mas também a ele, certificando-se de que esta união seja
permanente. Algo que ele percebe que deseja muito.
Assentindo, Lisa volta ao lado de Grim e Ynyr envolve sua capa ao redor de
Abby, puxando-a para perto ele sente seu universo mudar.
***
— Porque você tentou tanto ignorá-lo. — Quando Rebecca não diz nada, ela
tenta novamente. — Ele nunca deixou seu lado depois que Risa a atacou. Ele a
levou para o médico. Sabia disso? Não deixou ninguém além de Hadar chegar
perto. Ele se preocupa muito com você.
— Ele é Torniano, Rebecca. Cabe à fêmea falar. Por que você não?
— Mas...
— Não Lisa, é assim que deveria ser. Eu estou aqui para ajudá-la, para ajudar
Kim e eventualmente, todas as outras mulheres que conceberem. Isso é o
suficiente para mim.
— Mas...
— Foi um longo dia. — Ela a corta. — Acho que irei para a cama. Você está
bem? — Ela lança um olhar crítico sobre sua amiga, vendo que ela tem um
brilho saudável, mas parece cansada e quem não estaria depois do que fez hoje?
— Estou bem.
— Você ouviu?
— Sim.
— O que faremos?
— Nada.
— Ela não está pronta, minha Lisa. Em seu coração, você sabe disso. Algo
aconteceu com ela, fazendo com que não queira acreditar em Cullen, confie
nele. Até que possamos fazer algo.
— Mas...
— Então rezarei a Deusa Grim, para que ela possa encontrar uma maneira de
reunir Cullen e Rebecca, que ela encontre um homem digno para todas as
mulheres, porque quero que todas sejam tão felizes quanto nós. Para ter o que
temos.
— Rezarei também, minha Lisa porque cada macho merece as bênçãos que ela
me deu. — Ele franze a testa, sua voz se tornando uniforme. — Enquanto essas
bênçãos não sejam para nossas filhas, nenhum macho nunca será digno.
FIM