Alexandre Shigunov Neto e Lizete Shizue Bomura Maciel

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A Importância da pesquisa para a prática pedagógica dos professores que atuam na

educação superior brasileira: algumas discussões iniciais


Alexandre Shigunov Neto e Lizete Shizue Bomura Maciel

A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS


PROFESSORES QUE ATUAM NA EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRA: ALGUMAS
DISCUSSÕES INICIAIS

Alexandre Shigunov Neto e Lizete Shizue Bomura Maciel

RESUMO
O objetivo deste trabalho é o de apresentar algumas reflexões sobre a temática da pesquisa
e sua relação com o professor dos Cursos de graduação. Consideramos que a pesquisa,
enquanto princípio educativo e científico, deva permear a formação e a prática pedagógica
dos professores que atuam na educação superior brasileira.
Palavras-chave: pesquisa, professor, prática pedagógica de qualidade

ABSTRACT
The objective of this work is to present some thoughts on the subject of search and its
relationship with the teacher of courses for graduation. We believe that the search, while
educational and scientific principle, should permeate the training and pedagogical practice of
teachers who work in higher education Brazilian.
Key words: research, teacher, practical pedagogical of quality

Considerações iniciais
Nossos questionamentos e observações sobre a pesquisa e a produção do
conhecimento estão fundados no olhar de quem “milita” em educação, isto é, de quem está
comprometido com as coisas da educação e, dentro dela, com a formação de professores
pesquisadores.
Assim sendo, quando pretendemos tratar sobre a docência e a importância da
pesquisa para os professores que atuam nos cursos de graduação da educação superior
brasileira, sentimo-nos mais tranqüilos, pois percebemos que há uma preocupação, mesmo
que incipiente, com a formação do docente da educação superior, que tenha, ao mesmo

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tempo, uma preocupação com o ensino e com a pesquisa. Estas duas dimensões são
bastante complexas na vida profissional do professor, em qualquer nível e em qualquer área,
pois não se nasce professor e nem mesmo pesquisador.
Para ser professor, visto como profissional que necessariamente precisa desenvolver
determinadas competências, é indispensável que ocorra uma formação específica e que lhe
forneça subsídios teórico-práticos para desempenhar a sua função com competência técnica
e política. Não é suficiente que o professor tenha um grande domínio de seu conteúdo
específico, é necessário que esse conteúdo esteja relacionado com o momento vivido pelos
homens, que conheça bem a sociedade contemporânea, que detecte e mostre aos seus
acadêmicos as contradições presentes em nossas vidas, que mostre porque os homens
estão produzindo, hoje, esse modo de vida – competitivo, com ênfase na eficiência, em
competências múltiplas.
A legislação educacional brasileira sempre marcou o sentido de ser professor e,
conseqüentemente, a preocupação com o processo de ensinar e aprender, voltada para a
educação básica, e para a formação do professor em nível superior.
Na década de 1970, por meio do então denominado Esquema I, a legislação brasileira
apontou para a necessidade de uma formação didático-pedagógica para aqueles que
estivessem interessados em adentrar ao magistério. A lei parecia indicar a necessária
profissionalização do professor, rompendo assim com o caráter do professor leigo.
Atualmente evidencia-se que a questão da formação de professores em nível superior,
não está mais adstrita, apenas, à área das licenciaturas, uma vez que vem sendo bastante
questionado e debatido a simples transposição de um profissional, conhecedor de sua
especificidade, mas desconhecedor do que seja uma prática pedagógica. É claro que como
qualquer outro profissional, não se nasce simplesmente professor, mas é necessária uma
longa formação para se professorar.
Detecta-se essa preocupação a partir do final do século XX, pois, começa-se a
destacar, no meio acadêmico, a necessidade, a importância e o valor da formação para a
docência em outras qualificações profissionais, em nível da educação superior, outrora
pouco considerada.
No entanto, além de levantar a urgência da melhoria da prática pedagógica dos
professores que atuam nos cursos de graduação da educação nacional, é necessário,
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também e principalmente, pensar na formação do professor que tenha um olhar investigativo,
portanto, um professor pesquisador.

A pesquisa e sua importância para os professores


O termo pesquisa ou como também é usualmente designada, a investigação, é o
processo humano por meio do qual o profissional adquire, ou produz um “novo”
conhecimento do qual ainda não conhecia.
A pesquisa pressupõe, alguns elementos fundamentais para sua realização, tais
como: a criatividade, a inovação, a elaboração própria, o questionamento da realidade, a
criação, a descoberta. Portanto, a pesquisa, de forma geral, no âmbito educacional
compreende a capacidade do professor pesquisador em elaborar e construir conhecimento
por si próprio, ou seja, é uma construção pessoal que pode ser coletiva, mas que sempre
traz benefícios para o coletivo.
Cabe uma observação importante, que a pesquisa apresenta múltiplos horizontes e
perspectivas e, deve ser, também, uma (re)descoberta da realidade.
A realidade é composta por muito mais do que somente aquilo que se pode
compreender e visualizar, nesse sentido, à ciência cabe o papel fundamental de captar e
compreender o todo da realidade, não a reduzindo a pequenos fragmentos da realidade.
Trata-se de uma indagação em que quero compreender a essência do significado de
pesquisa e torná-la comum a todos nós, estando sempre articulada com o ensino.
As discussões sobre a importância da pesquisa na formação e atuação do professor
pesquisador tem tido destaque entre os temas educacionais pesquisados por estudiosos
internacionais e nacionais nas últimas décadas. Fato este evidenciado pelos estudos e obras
publicadas, entre os pesquisadores internacionais pode-se destacar, Alarcão (1996),
Contreras (2002), Estrela & Estrela (2001), Estrela (2002), García (1992), Giroux (1997),
Gómez (1992), Nóvoa (1992 e 2002), Perrenoud (1993), Schön (1983, 1987 e 1992),
Zeichner (1992 e 1998). Já entre as contribuições de estudiosos brasileiros podemos
destacar, André (1994 e 2001), Corinta, Fiorentini & Pereira (1992), Cunha (1993), Demo
(2001, 2002 e 2004), Fazenda (1997, 2001 e 2001a), Lüdke (2001), Lüdke & André (1996),
Maciel (2001, 2002, 2002a e 2004), Pimenta (2002), Pimenta & Anastasiou (2002) e Veiga
(2002).
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Demo (2001) em sua obra intitulada “Pesquisa: princípio científico e educativo”
apresenta uma belíssima análise da pesquisa enquanto instrumento de formação, ou seja,
como princípio educativo. Na medida em que demonstra que a pesquisa deve ultrapassar as
“lides científicas” para, também, participar ativamente do processo de formação educativa
dos cidadãos.
A formação científica pode e deve tornar-se formação educativa quando
se funda no esforço sistemático e inventivo de elaboração própria, através da qual se
constrói um projeto de emancipação social e se dialoga criticamente com a realidade.
Predomina entre nós a atitude do imitador, que copia, reproduz e faz prova. Deveria
impor-se a atitude de aprender pela elaboração própria, substituindo a curiosidade de
escutar pela de produzir. (Demo, 2001,p.10)
A pesquisa deve possuir vários níveis/estágios, inclusive, a pesquisa sofisticada que
se concentra, quase que exclusivamente, nas Instituições de Ensino Superior (IES) públicas.
Nesse sentido, faz-se necessário, primeiramente, desmistificar a pesquisa e torná-la
mais acessível e próxima da realidade, do cotidiano, do dia-a-dia dos profissionais, da
sociedade, da sociedade, dos alunos, e, principalmente, dos professores.
Demo (2001) alerta-nos para o cuidado especial que se deve ter com a pesquisa,
especialmente, com o processo de libertação da pesquisa do exclusivismo sofisticado, para
que esta não cai na banalização.
A desmistificação mais fundamental, porém, está na crítica à separação artificial entre
ensino e pesquisa. Tomada como marca definitiva da nossa realidade educativa e
científica, muitos estão dispostos a aceitar universidades que apenas ensinam, como
é o caso típico de instituições noturnas, nas quais os alunos comparecem somente
para aprender e passar, e os professores, quase todos biscateiros de tempo parcial,
somente dão aula. É comum o professor que apenas ensina, em especial o de 1º e 2º
grau graus: estuda uma vez na vida, amealha certo lote de conhecimentos e, a seguir,
transmite aos alunos, dentro da didática reprodutiva e cada dia mais desatualizada.
Entretanto, essa imagem é parte constitutiva predominante, mesmo avassaladora, da
universidade: a grande maioria dos professores só ensina, seja porque não domina
sofisticações técnicas da pesquisa, mas sobretudo porque admite a cisão como algo
dado. Fez “opção” pelo ensino e passa a vida contando aos alunos o que aprendeu de
outrem, imitando e reproduzindo subsidiariamente. (p.12-13)
Esta dicotomia entre pesquisa X ensino implica necessariamente na dicotomia entre
teoria X prática.
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É necessário desmistificar o papel do pesquisador tradicional, torná-lo um profissional
a cargo da produção do conhecimento em prol da sociedade, e mais especificamente, no
caso educacional, em benefício da instituição escolar. Portanto, o professor pesquisador
deve produzir/construir conhecimento e, mais importante que isso, socializar sua
transmissão.
Cabe aqui uma observação importante, o professor pesquisador além de ser um ator
social também o é um ator político. Portanto, é impossível tentar desvincular o professor
pesquisador do âmbito social e político, pois a produção do conhecimento está sempre
necessariamente ligada aos interesses sociais.
Portanto, pode-se afirmar que é impossível, inviável e insensato desvincular o ensino
da pesquisa e vice-versa.
O conhecimento não pode ser tido como um bem exclusivo do âmbito acadêmico, pelo
motivo óbvio de que o mesmo pode ser produzido em qualquer ato e espaço humano.
Entretanto, o conhecimento produzido na academia difere de todos os outros conhecimentos
gerados por seu rigor e caráter científico.
Lüdke (2001), afirma que
na verdade, falar em produção de conhecimento pelo professor ainda é tabu. Em
primeiro lugar, porque as condições concretas de trabalho docente no Brasil tornam
extremamente improváveis as possibilidades de a pesquisa vir, a curto ou médio
prazo, a ser inserida no perfil profissional dos professores do ensino fundamental e
médio. Nas condições atuais, pesquisar é um fardo praticamente impossível de se
carregar. Em segundo lugar, há enormes resistências entre os acadêmicos e
formadores de professores em admitir essa possibilidade. Se a pesquisa do professor
se baseia no modelo científico tradicional, acusam-na de ser positivista e
ultrapassada; se a pesquisa do professor parte para outras abordagens, acusam-na
de ser pouco científica. (p. 30)
Partindo-se do princípio de que as relações hierárquicas entre professores e
pesquisadores devem ser questionadas e abolidas de nossa sociedade, isso implicaria no fim
do exclusivismo da pesquisa para professores da educação superior, pois, no momento em
que a pesquisa é tida como atividade fundamental para o exercício do magistério não pode
ser privilégio de categorias de professores, mas sim, parte integrante do exercício
profissional. A pesquisa tida como instrumento de reflexão e crítica apresenta uma estreita

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relação com a prática pedagógica dos professores, com isso o professor por intermédio da
pesquisa consegue ter uma atitude reflexiva e crítica sobre sua própria prática pedagógica.
Reflexão esta que ocorre em três momentos distintos, antes, durante e após, mas com um
único e exclusivo objetivo, a busca de uma prática pedagógica de qualidade. Assim, pode-se
afirmar que a pesquisa é tida como um instrumento fundamental para uma prática reflexiva.
Pode-se supor que a informação competente e a criatividade geram conhecimento que
conseqüentemente implica em emancipação do homem.
Portanto, a pesquisa deve atuar como princípio educativo, enfim, presente em todo e
qualquer processo educativo.
Demo (2001), afirma que para que o processo de desmistificação da pesquisa torne-
se realidade faz-se necessário, (re)formular o modelo de professor presente no âmbito do
projeto hegemônico neoliberal da mesma forma que
vale, então, rever o conceito de aprendizagem, relacionando ao de ensinar, sempre
restritos os dois a posições receptivo-domesticadoras. Educação aparece decaída na
condição de instrução, informação, reprodução, quando deveria aparecer como
ambiência de instrumentação criativa, em contexto emancipatório. O que conta aí é
aprender a criar. Um dos instrumentos essenciais da criação é a pesquisa. Nisto está
o seu valor também educativo, para além da descoberta científica. (p.18)
Parte-se do pressuposto teórico que o papel fundamental da pesquisa é descobrir,
criar e produzir conhecimento com o intuito de intervir e transformar a realidade. Entretanto,
para descobrir e criar é necessário, principalmente, questionar, portanto, o processo de
pesquisa implica em questionamento, em intervenção e transformação.
No entanto, esse questionamento não pode ser apenas entendido como ato isolado e
esporádico, mas sim como atitude processual. Ainda, é possível intuir que o ato de
questionar inclui um outro ato, o de comunicar criticamente o próprio ponto de vista.
Pesquisar, assim, é sempre também dialogar, no sentido específico de produzir
conhecimento do outro para si, e de si para o outro, dentro de contexto comunicativo
nunca de todo devassável e que sempre pode ir a pique. Pesquisa passa a ser, ao
mesmo tempo, método de comunicação, pois é mister construir de modo conveniente
a comunicação cabível e adequada, e conteúdo da comunicação, se for produtiva.
Quem pesquisa tem o que comunicar. Quem não pesquisa apenas reproduz ou
apenas escuta. Quem pesquisa é capaz de produzir instrumentos e procedimentos de

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comunicação. Quem não pesquisa assiste à comunicação dos outros.
(Demo,2001,p.39)
Outro elemento necessário para a pesquisa e a construção do conhecimento pelo
professor pesquisador é a curiosidade e a vontade de saber, base do espírito científico do
pesquisador.
A pesquisa enquanto princípio educativo e científico compõe todo e qualquer processo
emancipatório que pode contribuir para a formação
Desse modo, pode-se afirmar que a pesquisa é um processo cotidiano e componente
importante na formação do sujeito social competente, preparado para atuar ativamente na
sociedade pautada nos princípios capitalistas e neoliberais.
A pesquisa se confunde com a vontade e pelo apreço pela sabedoria, pelo
conhecimento. O que torna a aprendizagem criativa é a pesquisa, pois a submete ao teste, à
dúvida.
Nesse sentido, o que faz da aprendizagem algo criativo é a pesquisa, porque a
submete ao teste, à dúvida, ao desafio, desfazendo tendência meramente reprodutiva.
Aprender, além de necessário sobretudo como expediente de acumulação de
informação, tem seu lado digno de atitude construtiva e produtiva, sempre que
expressar descoberta e criação de conhecimento, pelo menos a digestão pessoal do
que se transmite. Ensinar e aprender se dignificam na pesquisa, que reduz e/ou
elimina a marca imitativa. (Demo,2001,p.43-44)
Assim, pode-se supor que o processo de aprendizagem construído por intermédio da
pesquisa é coisa distinta do aprender pela imitação, ou seja, pesquisa difere de imitação,
reprodução. Portanto, pesquisar não é apenas produzir conhecimento, mas é antes de tudo
aprender por meio da criação.
Ainda persiste dentro da academia, de certa maneira, a formação de “castas” ou de
“categorias”. É a criação de categorias dentro das Instituições de Ensino Superior (IES):
categorias dos que ensinam e categorias dos que pesquisam.
No entanto, ficar nesse acirramento é criar polêmicas, distanciando ainda mais esses
dois pólos.
Há necessidade de que seja realizada a desmistificação dessa polarização, pois
“quem ensina carece pesquisar; quem pesquisa carece ensinar. Professor que apenas

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ensina jamais o foi. Pesquisador que só pesquisa é elitista explorador, privilegiado e
acomodado” (Demo, 2001, p. 14).
Nesta fala percebemos a importância da pesquisa no ensino do professor. Para quê?
Para que rompa com a visão de reprodutor e transmissor de conhecimentos, produzidos por
outros, e supere essa condição, desenvolvendo a capacidade de elaboração própria do
professor.

A pesquisa e a prática pedagógica dos professores


Por prática pedagógica do professor compreende-se a atuação do professor, enquanto
profissional da educação que possui como objetivo último o aprendizado de seus alunos.
Assim, a prática pedagógica é o processo que envolve a atuação do professor desde a
pesquisa inicial para a preparação da aula até a etapa final desse complexo e amplo
processo, que corresponde ao aprendizado do aluno. Portanto, a prática pedagógica
corresponde a um conjunto de etapas formuladas pelos professores para o exercício de suas
funções profissionais. Entre essas etapas desse complexo processo pode-se citar: a
pesquisa inicial, a produção do conhecimento a partir de conhecimento produzido por outros,
a elaboração do plano de aula, a aula propriamente dita, a elaboração de conhecimento com
os alunos, a reflexão sobre a aula e o conhecimento produzido em conjunto com os alunos,
avaliação do processo. Cabe lembrar que esse processo é cíclico e contínuo.
Dessa forma, e considerando a prática pedagógica como o amplo e complexo
processo de atuação do docente na aprendizagem dos alunos são inconcebíveis a figura do
instrutor de ensino, presente no atual sistema educacional brasileiro, em todos os níveis de
ensino.
Esse instrutor de ensino também pode ser denominado de tecnólogo de ensino.
Profissional que se caracteriza como um mero reprodutor de conhecimentos produzidos por
outros profissionais e sua formação fundamenta-se no desenvolvimento de competências
para o exercício técnico-profissional, baseada no saber fazer. Uma das críticas formuladas
por pesquisadores nacionais (Maciel, Pimenta e Veiga) e internacionais (Tardiff, Estrela e
Perrenoud) refere-se ao tecnólogo de ensino saber fazer, mas desconhecer quase que
completamente os fundamentos do seu fazer. Além disso, também podemos formular um
novo questionamento: que conhecimentos foram adquiridos por esse profissional em sua
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formação inicial? Será que teve uma formação pedagógica para atuação no magistério? Tais
questionamentos direcionam-se diretamente para os cursos de bacharelado, onde não há
uma preocupação com a prática pedagógica dos professores. Mas essa é uma outra
discussão que pretendemos trazer á tona em novas pesquisas.
Na atual estrutura universitária brasileira encontra-se o absurdo do mero ensinar e do
mero aprender, esse momento lastimável e de graves implicações para a educação nacional
fazem parte de um processo mais amplo e estão inseridos na dicotomia entre professor X
instrutor.
Do lado do professor temos a visão empobrecida do ministrador de aulas, ainda em
grande parte pessoas que detêm apenas graduação, sem experiência comprovada no
campo científico. Fruto do mero aprender, naturalmente decaem no mero ensinar.
Esta caricatura se adensa mais ainda no professor biscateiro, marcado por condições
negativas de toda ordem: a) em seu campo de graduação é chamado a dar qualquer
matéria, como se possuísse versatilidade perfeita, não faltando casos em que é
chamado a desbordar o seu campo: há administradores que ensinam economia,
advogados que ensinam sociologia, educadores que ensinam filosofia; b) entende-se
como simples repassador de conhecimento alheio, que um dia estudou e aprendeu e,
em decorrência, imagina poder transmitir aos outros, de cópia em cópia; c) embora
possa sempre existir a “picaretagem”, predomina a luta pela sobrevivência, que não
deixa sequer tempo para pensar em qualidade formal e mérito acadêmico
conquistado.
Essas marcas expressam a impropriedade flagrante da função de professor,
banalizada na condição de repassador barato de conhecimento alheio. Deixando de
lado aquilo de que ele não tem “culpa”, essa figura não ultrapassa o patamar de
“instrutor”, porque não internaliza os conteúdos principais do conceito de pesquisa
como princípio científico. Não detém qualidade formal mínima, no sentido de ter
aprendido bem a sua matéria, até porque, pela via da aprendizagem imitativa, não é
viável qualidade formal satisfatória. (Demo,2001,p.47)
Esta colocação parece-nos bastante pertinente, e nos remete a alguns
questionamentos: que contribuição esse modelo de “professor” presente em nossas
instituições universitárias, especialmente, nas faculdades e universidades particulares, pode
oferecer para a educação brasileira e para a formação de nossos jovens?
Como é possível exigir o mínimo de qualidade de um profissional que não pode ser
considerado um professor, pois exerce inúmeras atividades, na maioria dos casos?
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Não seria o caso da sociedade questionar as instituições universitárias particulares
pelo modelo implantado e do professor formado?
Quais as políticas educacionais poderiam ser adotadas pelo Ministério da Educação
(MEC) para alterar essa lastimável situação?
Acreditamos que, primeiramente, seria necessário expurgar a noção de “mercado
educacional” imposto pelo projeto hegemônico neoliberal de nossa realidade, pois somente
assim poderíamos exigir um ensino de qualidade, a “volta” dos profissionais de carreira, no
caso, o professor pesquisador e uma maior preocupação com a qualidade dos profissionais
formados pelas IES.
Como uma última colocação gostaríamos que questionar o seguinte: como é possível
para o profissional que exerce outras atividades profissionais durante o dia e no período
noturno dedica-se ao papel de “professor” desenvolver pesquisa?
Mesmo que lhe tivessem fornecido na graduação e/ou na pós-graduação
(especialização, mestrado) a bagagem teórica e instrumental necessária para o
desenvolvimento competente de pesquisa não seria humanamente possível o
desenvolvimento da mesma. Visto que lhe faltaria tempo e, por que não, disposição,
incentivo e motivação, na medida, em que a pesquisa não corresponde a uma exigência e
prioridade das instituições universitárias particulares (aqui consideradas as Universidades, os
Centros Universitários, as Faculdades Integradas e as Faculdades).
O que poderia motivar um professor a desenvolver atividades de pesquisa quando não
lhe é oferecido às mínimas condições para seu exercício e quando este mesmo profissional
exerce a função de “professor” como uma forma de “bico”, que lhe proporciona status social
e uma melhoria na renda mensal?
O professor que não realiza pesquisa resume-se a mero ministrador de aulas,
transmissor de conhecimento alheio. Assim, Demo (2001), apresenta de forma clara essa
dicotomia entre o professor e o instrutor, da seguinte forma:
como não é difícil encontrar professor de metodologia na universidade que mal
consegue mostrar intelecção satisfatória dos textos que se está lendo e repassando.
Fez graduação escutando um “instrutor”, copiando fichas e anotações de aula,
“colando” provas, jamais tentou construir elaboração própria, nem isto lhe foi exigido;
tem de ciência a noção de algo que não faz parte do seu mundo profissional e
cotidiano. À falta de conteúdo , resta apenas a forma, como casta externa frágil e
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estranha: professor é aquela figura que, tendo graduação, é contratada para dar
aulas.Pior que isso, há instituições de ensino superior que assim se definem: apenas
dão aula e têm como professor típico esse biscateiro instrutor. (p.48)
Perante as transformações ocorridas e que ainda ocorrerão em nossa sociedade urge
“criar” um novo modelo de professor, diferente desse que está posto aí. Nesse sentido,
Demo (2001,p.48), propõe que a
noção de professor precisa ser totalmente revista, sem recair em preciosismos
importados de fora. O conceito desmistificado de pesquisa admite considerar
pesquisador também quem tem apenas graduação, até porque pesquisa – bem
compreendida – é possível e necessária já no pré-escolar. Assim, vale perguntar: o
que é professor? a) em primeiro lugar, é pesquisador, nos sentidos relevados:
capacidade de diálogo com a realidade, orientado a descobrir e a criar, elaborador da
ciência, firme em teoria, método, empiria e prática; b) é, a seguir, socializador de
conhecimentos, desde que tenham bagagem própria, despertando no aluno a mesma
noção de pesquisa; c) é, por fim, quem, a partir de proposta de emancipação que
concebe e realiza em si mesmo, torna-se capaz de motivar o novo pesquisador no
aluno, evitando de todos os modos reduzi-lo a discípulo subalterno.
Demo (2004) em seu livro "Professor do futuro e reconstrução do conhecimento"
apresenta algumas reflexões sobre a importância do professor na sociedade intensiva do
conhecimento e o perfil exigido desse "novo" profissional. Afirma, ainda que, faz-se
necessário um "novo" professor, diferente da visão tradicional de professor como mero
reprodutor de conhecimento alheio. Dessa forma, o professor é,
Necessariamente, pesquisador, ou seja, profissional da reconstrução do
conhecimento, tanto no horizonte da pesquisa como princípio científico, quanto,
sobretudo, como princípio educativo. O aluno que queremos formar não é só um
técnico, mas fundamentalmente um cidadão, que encontra na habilidade reconstrutiva
de conhecimento seu perfil, talvez mais decisivo. Tem pela frente o duplo desafio de
fazer o conhecimento progredir, mas mormente de o humanizar. Parece fundamental
superar a marca histórica do professor como alguém capacitado em dar aulas, porque
isso já não representa estratégia relevante de aprendizagem. Ser professor é
substancialmente sabre "fazer o aluno aprender", partindo da noção de que ele é a
comprovação da aprendizagem bem-sucedida. Somente faz o aluno aprender o
professor que aprende. Pesquisa é, pois, sua razão acadêmica de ser. A
aprendizagem adequada é aquela efetivada dentro do processo de pesquisa do
professor, no qual ambos - professor e aluno - aprendem, se sabem pensar e

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aprendem a aprender. A rigor, não existe mais profissional do ensino, porque este tipo
de atitude unidirecional é a que mais atrapalha a aprendizagem. Existe apenas
profissional da aprendizagem, que é o professor. Neste sentido, pesquisar é a
tradução mais exata do saber pensar e do aprender a aprender. (p.80)
A pesquisa implica em capacidade própria a de elaboração criativa e transformadora,
– negação da imitação, da cópia e da reprodução -, além da necessidade de formação
continuada por parte do professor pesquisador. Assim sendo, Demo (2001) afirma que do
“novo” professor exigir-se-á
Em termos muito simplificados, pode-se dizer que, no plano da teoria, é mister exigir
capacidade própria de elaboração, e, no plano da prática, capacidade de recriar teoria
e de unir saber & mudar. A exigência de elaboração criativa não deve ser
estereotipada em vezos sofisticados excepcionais. No contexto do questionamento
inquieto diante da realidade, já temos aí o início fecundo da criatividade, possível
mesmo num analfabeto, que embora não conseguindo produzir ciência, é capaz de
criar alguma sabedoria e muito bom senso.
Ainda é importante repisar a necessidade de atualização constante, que faz parte da
pesquisa como questionamento cotidiano, com vistas a evitar o instrutor que passa
uma vida toda dizendo sempre a mesma coisa, à revelia do progresso científico, o que
significa precariedade dupla: apenas copiar, e surrar a cópia. A universidade está
marcada fortemente por essa dupla precariedade, o que lhe transmite a imagem
insistente de conservadorismo: pro não estar fecundada pela pesquisa, predomina a
engrenagem burocrática respectiva, da qual faz parte o professor-papagaio, que
sempre diz a mesma coisa e já sequer sabe o que diz.
Por outra, ainda que se deva cotidianizar a pesquisa, há um mínimo de exigência
qualitativa que se defronta com misérias típicas da nossa sociedade, sobretudo com o
amesquinhamento profissional e salarial. Basta colocar a necessidade de elaboração
própria, para tornar-se imprescindível o acesso a livros, tempo para discutir e
escrever, condição econômica de auto-sustentação razoável. Demonstração ostensiva
1
dessa precariedade é o ensino noturno , que representa necessidade e banalização,
ao mesmo tempo. De um lado, sem ele, grande parte da população não teria qualquer
acesso, porque, antes de estudar precisa trabalhar para sobreviver. e outro, estudar à
noite significa acomodar exigências às condições concretas, coibindo aproveitamento
desejável e que somente é factível nos casos de dedicação integral. (p.50-51)

1
Nesse mesmo caso, podemos citar o exemplo das Instituições de Ensino Superior particulares, que se de um
lado, apesar de um grande número não ter, ainda, uma visível e real preocupação com a qualidade do ensino,
de outro, desempenham papel importante para o processo de democratização do ensino superior no Brasil.
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A Importância da pesquisa para a prática pedagógica dos professores que atuam na
educação superior brasileira: algumas discussões iniciais
Alexandre Shigunov Neto e Lizete Shizue Bomura Maciel
O processo da pesquisa pode, de uma forma, didática ser decomposta em aspectos
internos e aspectos externos. Os aspectos internos dizem respeito aos elementos que estão
diretamente ligados aos professores pesquisadores e que dependem exclusivamente de seu
interesse para se concretizar a pesquisa. Já os aspectos externos são aqueles necessários
para a realização da pesquisa, mas que não dependem exclusivamente do interesse do
professor pesquisador. Até o momento falou-se em componentes essenciais para a
realização de pesquisa, sem, contudo, apresentar aspectos que extrapolam as condições
inerentes e diretamente ligadas aos professores pesquisadores, motivo pelo qual agora
focaremos nossa breve análise sobre alguns desses aspectos. Para a concretização da
pesquisa são necessários, além dos aspectos internos (capacidade técnica, interesse,
vontade, qualidade, entre outros) condições mínimas de infra-estrutura, financeiras e de
tempo. Nesses termos, pode-se supor que o processo de pesquisa exige acesso a acervo
bibliográfico adequado, participação em eventos científicos (congressos, semanas
acadêmicas, seminários, colóquios), palestras, tempo para discussão, tempo para escrever,
tempo para discussão e apresentação dos resultados obtidos com a pesquisa, entre outros.
Portanto, são exigidas condições mínimas de infra-estrutura, financeira e de tempo para a
realização de uma pesquisa. Condições estas que não dependem exclusivamente da
vontade e interesse do professor pesquisador.
Para finalizar nossas considerações destacamos a preocupação em compreender que
a ausência da pesquisa implica na negação de um ensino de qualidade, pois
sem pesquisa não há ensino. A ausência de pesquisa degrada o ensino a patamares
típicos da reprodução imitativa. Entretanto, isto não pode levar ao extremo oposto, do
professor que se quer apenas pesquisador, isolando-se no espaço da produção
científica. Por vezes, há professores que se afastam do ensino, por estratégia, ou
seja, porque do contrário não há tempo para pesquisa. Outros, porém, induzem à
formação de uma casta, que passa a ver no ensino algo secundário e menor.
Se a pesquisa é a razão do ensino, vale o reverso: o ensino é a razão da pesquisa, se
não quisermos alimentar a ciência como prepotência a serviço de interesses
particulares. Transmitir conhecimento deve fazer parte do mesmo ato de pesquisa,
seja sob a ótica de dar aulas, seja como socialização do saber, seja como divulgação
socialmente relevante. (Demo,2001,p.51-52)

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Considerações finais
A pesquisa compreende a capacidade do professor pesquisador em elaborar e
construir, a partir do conhecimento produzido por outros, seu próprio conhecimento.
A pesquisa tida como instrumento de reflexão e crítica apresenta uma estreita relação
com a prática pedagógica dos professores, com isso o professor por intermédio da pesquisa
consegue ter uma atitude reflexiva e crítica sobre sua própria prática pedagógica. Reflexão
esta que ocorre em três momentos distintos, antes, durante e após, mas com um único e
exclusivo objetivo, a busca de uma prática pedagógica de qualidade. Assim, pode-se afirmar
que a pesquisa é tida como um instrumento fundamental para uma prática reflexiva.
Portanto, pode-se afirmar que a pesquisa é importante para a prática pedagógica de
qualidade dos professores pelos seguintes motivos:
● proporciona condições de interferir, modificar e melhorar sua prática pedagógica;
● possibilita a construção do conhecimento;
● possibilita refletir sobre os problemas do cotidiano da sala de aula;
● possibilita interagir com os alunos na busca do aprendizado;
● possibilita uma verdadeira preocupação com a aprendizagem dos alunos.
O saber docente é constituído dos saberes oriundos de diferentes fontes,
denominados de os “saberes das disciplinas, os saberes curriculares, os saberes
profissionais (compreendendo as ciências da educação e a pedagogia) e os saberes da
experiência” (Tardif; Lessard; Lahaye,1991,p. 216).
A pesquisa está sendo considerada por nós como parte fundamental dos saberes
profissionais, portanto, precisa ser apropriado pelo professor, em qualquer Curso de
Graduação da Educação Superior.
Essa urgência se faz necessária, pautada em que explicação ou compreensão? Faz-
se urgente porque está cada vez mais sendo marcada a separação entre o corpo docente e
a comunidade científica. Parece ficar evidenciado a divisão ocorrida na fábrica entre o
trabalho manual e o trabalho intelectual, em que os “sábios” produzem intelectualmente e os
“professores” executam essa produção, isto é, transmitem o conhecimento, sem uma
articulação entre ambos. Urge, portanto, que os professores tomem a docência em sua
totalidade, envolvendo ensino e pesquisa, duas dimensões que devem estar imbricadas na

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produção do novo conhecimento, em que o professor transforma a sua pesquisa em
conteúdos de ensino.

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