Apostila de Bibliologia e Introdução Bíblica
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BIBLIOLOGIA
A Doutrina das Escrituras
Índice
1. Introdução
2. Compreendendo a Revelação de Deus aos Homens
3. O que é a Bíblia? Que Livro é Este?
4. Uma breve história da Bíblia (Antigo e Novo Testamento)
5. Os Livros Aceitos Pelo Cânon
6. A Estrutura da Bíblia
7. Inspiração
8. Infalibilidade
9. Inerrância
10. Autoridade e Credibilidade
11. A Preservação da Palavra ao Longo da História
12. Tipos de Bíblia
13. Métodos de Tradução
14. Os perigos nas traduções
15. Os perigos nas interpretações
16. Conclusão
17. Bibliografia
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1. INTRODUÇÃO
Mateus 13:19 “Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o
maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do
caminho”.
O objetivo deste estudo é fornecer aos irmãos informações importantes sobre a
História da Bíblia, a sua formação e preservação baseada nos testemunhos dos profetas,
apóstolos e de Jesus Cristo, mostrando por meio da própria Bíblia e por relatos
históricos a realidade dos fatos. Sabemos que desde o início da história humana o
inimigo tenta corromper a Palavra de Deus e arrebanhar pessoas que estão “à beira do
caminho”, ou seja, pessoas que escutam a Palavra de Deus e como não a entendem vem
o inimigo e arrebata o que foi semeado em seus corações (Mt 13:19).
Esse estudo ajudará muito no evangelismo, pois teremos argumentos
convincentes para ajudar a própria igreja e também outras pessoas, pois devemos estar
preparados para testemunhar em favor da verdade e combater o erro.
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A. Natureza
Muitos homens extraordinários apontam o universo como uma manifestação do
poder, glória e divindade de Deus. A perfeição da natureza deixa o homem sem
desculpas para buscar uma revelação mais ‘especial’ do criador.
“Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das
suas mãos”. Salmo 19:1
B. História
Impérios nasceram e desapareceram; nações, povos e reinos passaram pela
história, e nela também Deus tem se manifestado com justiça. Na história o sistema
cristão encontra uma revelação do poder, da soberania e da providência de Deus.
“Por que não é do Oriente, não é do Ocidente, nem do deserto que vem o
auxílio. Deus é o Juiz: a um abate, a outro exalta”. Salmo 75: 6 – 7
“...de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra,
havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação;
para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está
longe de cada um de nós” Atos 17: 26 – 27
C. Consciência
A consciência humana não inventa coisas; e sim, atua com base num padrão
(certo X errado). Essa ciência revela o fato de que há uma Lei absoluta no universo, e
que há um Legislador Supremo que baseia esta Lei em sua própria pessoa e caráter.
“... os gentios (...) não tendo leis servem eles de leis para si mesmos; eles
mostram a norma da lei gravada nos seus corações, testemunhando-lhes também a
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A. Jesus Cristo
Usamos aqui ‘Jesus Cristo’ para descrever o centro da história e da Revelação...
Ele é a melhor prova da existência de Deus, pois Ele viveu a vida de Deus entre os
homens.
“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais,
pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de
todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a
expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder,
depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas
alturas” Hebreus 1: 1 -3.
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus
ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz” Isaías 9: 6
“Disse-lhes Jesus: (...) Quem me vê a mim, vê o Pai...” João 14:9
B. Escrituras
Usamos aqui ‘Escrituras’ para descrever a Revelação mais clara e infalível na
comunicação de Deus ao Homem. Ela descreve o relacionamento de Deus com a sua
criatura e a sua iniciativa em revelar ao homem seu caráter, natureza e vontade.
“Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos
nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro
dia, segundo as Escrituras.” 1 Coríntios 15: 3 – 4
A Revelação de Deus teve então uma incorporação por escrito na Bíblia. Ela é a
base do cristianismo e de todas as sua doutrinas. Portanto é a fonte suprema para a
Teologia. Por isso é muito importante um conceito certo e sua interpretação exata e
correta.
A Revelação Bíblica é Deus tornando conhecidos os Seus pensamentos, Suas
intenções, Seus desígnios, Seus mistérios (Is.55:8-9, Rm.11:33-34, Ap.1:1). A Bíblia é
a mensagem de Deus em palavras humanas.
Etimologicamente, revelação vem do latim revelo, que significa descobrir,
desvendar, levantar o véu. Revelação significa, portanto, descobrimento, manifestação
de algo que está escondido.
Revelação é o ato pelo qual Deus torna conhecido um propósito ou uma verdade.
Por exemplo: Simeão disse: “...luz para revelação aos gentios, e para glória do teu
povo de Israel” (Lc 2.32).
Paulo disse: “Faço -vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim
anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem
algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo”. E ainda: “..pois, segundo uma
revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há pouco,
resumidamente” (Ef 3:3 e Gl 1:11,12).
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Revelação é o ato pelo qual Deus faz com que alguma coisa seja
claramente entendida – “Mas o seu coração é duro e teimoso. Por isso você está
aumentando ainda
mais o castigo que vai sofrer no dia em que forem revelados a ira e os julgamentos
justos de Deus” (Rm 2.5 NTLH).
Revelação é, também a explicação ou apresentação de verdades divinas. O
Salmista disse: “A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos
simples” (119.130). Paulo: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem
salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro,
interpretação. Seja tudo feito para edificação” (1Co 14.26).
Revelação é a operação divina que comunica ao homem fatos que a razão
humana é insuficiente para conhecer. É portanto, a operação divina que comunica a
verdade de Deus ao homem.
“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração
humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou
pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas
de Deus” (1Co.2:10).
Argumento da Analogia: Os animais inferiores expressam entre si, com gestos e sons,
seus diferentes sentimentos. Entre os racionais existe comunicação direta de um para o
outro, quer por meio das expressões faciais e corporais, quer pela revelação de
pensamentos e sentimentos. Conseqüentemente é de se esperar que exista, por analogia,
uma revelação direta de Deus e o homem, uma vez que o homem é a imagem de Deus.
Portanto, é natural supor que o Criador sustente relação pessoal com Suas criaturas
racionais.
Argumento da Experiência: O homem é incapaz por sua própria força
descobrir.... a) que Precisa ser salvo; b) que Pode ser salvo; c) como pode ser
salvo; d) se há salvação.
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4.1 – Escritores
A Bíblia foi escrita por 40 diferentes autores que representavam 19 diferentes
ocupações (pastores, fazendeiros, pescadores, cobradores de impostos, médicos, reis,
etc).
São aproximadamente 50 gerações de homens.
4.2 - Tempo
Os primeiros 39 sub-livros da Bíblia foram escritos em hebraico ao longo de um
período em torno de 1.000 anos.
Houve um intervalo de 400 anos em que nenhuma Escritura foi redigida, exceto livros
apócrifos (não autênticos).
Depois disto, os últimos 27 sub-livros da Bíblia foram escritos em grego durante um
período em torno de 50 anos.
A Bíblia levou aproximadamente 1600 anos para se completar e possui no total 66
livros.
Lc 24:44 “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda
convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de
Moisés, e nos profetas, e nos salmos”.
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B - Aramaico
Grupo de dialetos intimamente relacionados com o HEBRAICO e falados na
Terra de Israel e em outros países do mundo bíblico (2Rs 18:26).
Estão escritos em aramaico os seguintes textos bíblicos:
Esdras 4:8-6,18; 7:12-26;
Daniel 2:4-7,28;
Jeremias 10:11.
B – Cópias
Embora não tenhamos mais textos autógrafos, porém, os milhares de cópias
espalhadas pelos cristãos do mundo e preservadas de geração em geração garantem a
sua fidelidade, pois Deus prometeu que sua Palavra não seria destruída (Sl 119:89; Is
40:8; Mt 5:18; Mt 24:35).
C - Apócrifos
Livros que a Igreja Romana, no Concílio de Trento em 1546, declarou
inspirados, embora não fizessem parte do CÂNON DO AT estabelecido pelos judeus de
Israel. Isso veio ocorrer por causa da Reforma Protestante.
Os católicos chamam esses livros de "deuterocanônicos", isto é, pertencentes ao
"segundo cânon".
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1 Ts 5:27 - “Pelo Senhor vos conjuro que esta epístola seja lida a todos os santos
irmãos”.
2 Ts 2:15 - “Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram
ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa”.
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Obs: As tradições “por palavra” que Paulo se refere, são as tradições que
os Apóstolos ensinaram, e estão registradas nos diversos livros do NT. Não faz parte a
tradição inventada logo após a morte deles, como afirma a Igreja Romana.
6. A ESTRUTURA DA BÍBLIA
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APOCALIPSE (1)
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7. INSPIRAÇÃO
A revelação geral e especial diz respeito ao material ou ao conteúdo do qual
Deus é apresentado ao homem. A inspiração diz respeito ao registro de tal conteúdo,
a Bíblia.
A palavra "inspiração" refere-se à maneira como a auto-revelação de Deus veio a
ser expressa nas palavras da Bíblia. Trata-se daquela atividade do Espírito Santo de
Deus através da qual Ele dirigiu os autores da Escritura, de modo que seus escritos se
tornaram uma transcrição da palavra de Deus ao homem. Chamar a Bíblia de
"inspirada" é simplesmente outra maneira de dizer que ela é a auto-revelação de Deus e
tem toda a autoridade. De fato, a inspiração divina da Escritura concede-lhe exatamente
aquela autoridade que o Espírito confirma.
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própria Bíblia refuta essa idéia: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para
o ensino...” (2Tm 3:16); e também “...nenhuma profecia da Escritura provém de
particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade
humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito
Santo” (1Pe 1:20,21).
“porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana;
entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.
porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto,
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homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe
1:21).
“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais,
pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho...” (Hb 1:1).
“Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana,
mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais” (1Co 2:13).
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não há contradição – Deus é o autor desse mandamento, mas Ele usou Moisés para
transmiti-lo aos homens. Em muitas outras passagens percebemos essa dualidade na
autoria da Escrituras (Compare Sl.110:1 com Mc.12:36; Ex.3:6,15 com Mt.22:31;
Lc.20:37 com Mc.12:26; Is.6:9,10; At.28:25 com Jo.12:39-41). Deus opera de modo
misterioso usando a vontade humana, sem anulá-la e sem que o homem perceba que
está sendo divinamente conduzido. Neste fenômeno, o homem faz pleno uso de sua
liberdade (Pv.16:1;19:21; Sl.33:15;105:25; Ap.17:17).
RESUMINDO:
Inspiração é a operação divina que influenciou os escritores bíblicos,
capacitando-os a receber a mensagem divina, e que os moveu a transcrevê-la com
exatidão, impedindo-os de cometerem erros e omissões, de modo que ela recebeu
autoridade divina e infalível, garantindo a exata transferência da verdade revelada de
Deus para a linguagem humana inteligível (2Co.10:13; 2Tm.3:16; 2Pe.1:20,21).
Dele ter produzido um livro que, embora nascido da experiência das suas
criaturas, é também, através de sua ordem soberana, a sua própria Palavra dirigida a
elas.
8. INFABILIDADE
Aplicada à Escritura, esta palavra deixa implícita a qualidade de não enganar.
Esta declaração significa que todas as afirmativas bíblicas são verídicas e dignas de
inteira confiança, em contraste com as palavras e declarações humanas "falíveis". Ela
afirma que a Escritura não engana porque trata-se do auto-testemunho do próprio Deus.
A infalibilidade das Escrituras refere-se à sua mensagem vista como um toldo.
Isto não quer dizer que certas passagens e textos não sejam infalíveis, mas que cada
declaração e trecho particular é infalível dentro do contexto da Escritura inteira.
A infalibilidade da Escritura está associada com a intenção na mente do autor.
"Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebeste, e
será assim convosco" (Mc 11:24).
"Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres"
(Tg 4:3).
"E esta é a confiança que temos para com ele, que, se pedirmos alguma cousa
segundo a sua vontade, ele nos ouve" (1 Jo 5:14).
8.1 - Como a Bíblia pode ser infalível se ela foi escrita por humanos falíveis?
O fato de a Bíblia ter sido escrita por seres humanos falíveis, não faz dela um
Livro defeituoso. Afinal de contas, mesmos seres humanos imperfeitos podem fazer
coisas perfeitas algumas vezes, e em especial se forem supervisionados por Alguém que
é infalível.
Os cristãos não afirmam que os homens que escreveram os livros da Bíblia
estavam sempre certos em tudo que disseram ou fizeram. Nós simplesmente
acreditamos que a Bíblia está certa quando ela afirma que Deus guiou estes homens em
sua tarefa de escrever as Escrituras de modo que o resultado é um livro infalível. O
apóstolo Pedro certamente disse muitas coisas erradas durante sua vida, mas Deus não
permitiu que ele cometesse nenhum erro quando lhe coube a tarefa de escrever suas
duas epístolas.
Paulo, inspirado por Deus, ao escrever sua segunda epístola a Timóteo, afirmou
que a Bíblia foi produzida por Deus e não por homens: “Toda Escritura é inspirada por
Deus, e é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a educação na
justiça” (2Tm 3:16).
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9. INERRÂNCIA
Se a Bíblia foi dirigida em suas próprias palavras pelo Deus da verdade podemos
ter confiança em que está livre de erros. Assim sendo, toda a vez em que a Bíblia
prescreve o conteúdo da nossa fé (doutrina) ou o padrão de nossa vida (ética) ou registra
os eventos reais (história) ela fala a verdade. Devemos novamente esclarecer que o grau
de inerrância alegado em qualquer caso particular é relativo ao que o texto pretende
ensinar; quando uma passagem da Escritura é interpretada de acordo com a intenção do
escritor e em harmonia com outras passagens bíblicas, sua verdade inerrante será
percebida claramente.
"E foram para Jericó. Quando Ele saía de Jericó,....., Bartimeu, cego mendigo,
filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho." (Mc 10:46-52)
"Saindo Ele de Jericó, uma grande multidão o acompanhava. E eis que dois
cegos, assentados à beira do caminho,...." (Mt 20:29-34)
"Aconteceu que, ao aproximar-se ele de Jericó, estava um cegoassentado à
beira do caminho, pedindo esmolas..."
Apenas para ilustrar como os tempos mudaram, até poucos anos atrás tudo o que
se precisava dizer para expressar convicção de que a Bíblia era plenamente inspirada era
"A Bíblia é a Palavra de Deus". Depois, foi preciso acrescentar "A Palavra inspirada de
Deus". Mais algum tempo passou e a frase cresceu para "A Palavra verbalmente
inspirada de Deus". Daí, para dizer a mesma coisa, era preciso dizer: "A Bíblia é a
Palavra de Deus, verbal e plenariamente inspirada". Depois, surgiu a necessidade de
dizer: "A Bíblia é a Palavra de Deus, infalível, verbal e plenariamente inspirada". Hoje
em dia é preciso usar uma bateria de termos teológicos: "A Bíblia é a Palavra de Deus,
infalível, inerrante nos manuscritos originais, verbal e plenariamente inspirada".
Apesar de tudo isso, é possível não comunicar exatamente o que se quer dizer!
10 – AUTORIDADE E CREDIBILIDADE
Autoridade é o direito ou o poder de exigir obediência. Existe uma crise de
autoridade amplamente difundida na sociedade contemporânea, onde a única autoridade
aceita por muitos é aquela auto-imposta conscientemente.
Em nossa sociedade pluralista toda autoridade tem sido questionada quanto a sua
legitimidade. Vivemos no tempo “da praça da alimentação” dos shoppings das grandes
cidades. Pluralismo é liberdade de se dizer, falar, pensar o que quiser sem que ninguém
tenha o direito de afirmar possuir “o” caminho certo ou “a” verdade sobre qualquer
assunto.
Na perspectiva da fé cristã, Deus tem o supremo direito e poder de exigir
obediência porque Ele é o Criador e Senhor de todos os homens.
Uma vez que o cristão compreenda este principio fundamental a questão de
autoridade torna-se praticamente a de descobrir a vontade e a mente de Deus em
qualquer assunto. Mas como encontrar Deus e descobrir sua mente e sua vontade? Mais
especificamente, Deus providenciou uma fonte pela qual cheguemos à sua verdade e
assim nos submetamos à sua autoridade?
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Nem Beltsazar (Dn.5), nem Dario, o Medo (Dn.6) são mais considerados
como personagens fictícios.
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(1 Coríntios 10:23-NTLH)
13.7 - Comparando o TR e o TC
Mateus 9:13
(ACF) “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício.
Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores , ao arrependimento.”
(ARA) “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos;
pois não vim chamar justos e sim pecadores [ao arrependimento].”
(NVI) “Vão aprender o que significa isto: ‘Desejo misericórdia, não sacrifícios’. Pois eu
não vim chamar justos, mas pecadores.”
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1 Timóteo 3:16
(ACF) “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em
carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo,
recebido acima na glória.”
(ARA) “Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na
carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado aos gentios, crido no
mundo, recebido na glória.”
Atos 8:37
(ACF) “E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio
que Jesus Cristo é o Filho de Deus”
(ARA) “[Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse:
Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus]”
Romanos 8:1
(ACF) "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que
não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”
(NVI) "Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus."
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Exemplo 1
Tradução do Novo Mundo - (Testemunhas de Jeová)
“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era
[um] deus” (João 1:1).
O que está escrito no texto grego?
Exemplo 2
Tradução da Bíblia de Jerusalém
“Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem
dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15).
A interpretação dada aqui, pelos Católicos Romanos, é que “Maria” pisou na
cabeça da serpente, e por isso, é co-redendora da salvação.
Em nenhum lugar da Bíblia há essa interpretação; nem pelos profetas, nem pelos
apóstolos.
Exemplo 3
Notícia: Alemanha publica uma versão politicamente correta da Bíblia - Agência
France Presse (AFP).
"Mãe nossa e pai nosso que estão no céu´”
Jesus "regressa" e não "ressuscita" (reencarnação?)
Usa sempre "fariseus e fariséias".
Usa sempre “Irmãos e Irmãs”
Só não usaram “Diabo e Diaba”, por quê?
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15.1 – Iluminação
Em relação à Bíblia, revelação trata de seu conteúdo ou material (ato ou
processo como Deus se revelou). Inspiração diz respeito ao registro de tal conteúdo
(como foi elaborado?), e iluminação trata do significado deste conteúdo (O que ele quer
nos ensinar).
O homem não salvo não pode compreender o ministério iluminador do Espírito
Santo já que está cego para a verdade de Deus (1 Co 2:14). Isto não significa que nada
possa aprender dos fatos da Bíblia, mas sim que ele os considera loucura.
Por outro lado o crente tem a promessa de ser iluminado para compreender o
significado do texto bíblico (Jo 16:12-15; 1 Co 2:9-16).
O propósito do ministério de iluminação do Espírito é glorificar a Cristo e não a
si mesmo (Jo 16:13).
15.2 – Interpretação
A iluminação, embora assegurada, nem sempre garante compreensão automática.
O crente deve estar em comunhão com o Senhor para experimentar esse ministério.
Deve, além disso, estudar, utilizando-se dos mestres dados por Cristo a Igreja
(Rm 12:7), bem como das capacidades e dos recursos de que dispuser.
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16. CONCLUSÃO
A Palavra de Deus é animação - no sentido de gerar vida, força e ânimo. É o
poder inerente para transmitir vitalidade ou vida ao ser humano. O Sl.19:7 diz que "a lei
do Senhor é perfeita, e restaura a alma..." e no versículo 8 diz que "os preceitos do
Senhor são retos, e alegram o coração...".
A Palavra de Deus é Viva - O elemento da vida que aqui se declara é mais do
que aquilo que agora tem autoridade em contraste com o que já se tornou letra morta; é
mais do que alguma coisa que fornece nutrição. Mas as Escrituras são vivas porque é o
hálito (espírito) do Deus Vivo (Jo.6:63; Jó 33:4). Assim tanto a Palavra Escrita (Logos)
como a Palavra Falada (rêma) são possuidoras de vida. Não há diferença essencial entre
elas, pois são apenas duas formas diferentes dela existir.
Em 1Pedro (1:23) lemos que a Palavra de Deus vive e permanece para sempre.
Assim a Palavra de Deus possui vida eternamente (Sl.19:9;119:160).
A Palavra de Deus é Eficaz – A palavra grega usada neste trecho éenergês de
onde temos a palavra energia. Trata-se da energia que a vida vital fornece. Por isso a
Palavra de Deus é comparada a uma poderosa espada de dois gumes com poder para
cortar, penetrar e discernir. Quando o Espírito Santo empunha a Sua espada (Ef.6:17)
uma energia é liberada dela para animar e realizar o seu propósito (Is.55:10,11). É com
este poder inerente à Palavra de Deus que o Espírito Santo convence os contradizentes
(Jo.16:8; 1Co.2:4) porque a Palavra de Deus é como uma dinamite com poder (dínamos,
Rm.1:16) para salvar e destruir (2Co.10:4,5;2Co.2:14,17; 1Jo.2:14; Jr.23:24).
É eficaz na regeneração: Comparada com a "água" (Jo.3:5; Ef.5:26), a Palavra
de Deus tem poder para regenerar, pois ela coopera com o Espírito Santo na realização
do novo nascimento (1Pe.1:23; Tt.3:5; Jo.15:3; Ez.36:25-27; Jo.6:63; Tg.1:18,21;
1Co.4:15; Rm.1:16).
É eficaz na santificação: A Palavra de Deus tem poder para santificar (Jo.17:17;
Ef.5:26; Ez.36:25,27; 2Pe.1:4; Sl.37:31;119:11). Com efeito, a santificação é pela fé
(At.15:9 e 26:18) e a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm.10:17).
É eficaz na edificação: A Palavra de Deus tem poder para edificar (1Pe.2:2;
At.20:32; 2Pe.3:18).
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17. BIBLIOGRAFIA
HALLEY, Henry H. Manual Bíblico. São Paulo: Edições Vida Nova, 1993
MILNE, Bruce. Estudando As Doutrinas Da Bíblia. São Paulo: ABU Editora, 1995
TIDWELL, J. B. Visão Panorâmica Da Bíblia. São Paulo: Ed. vida Nova, 1997
RYRIE, Charles C. A Bíblia Anotada. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1991
Apostila de Bibliologia de Lincoln Máximo Alves, Dezembro de 2006.
SHEED, Russel P. Novo Comentário da Bíblia. São Paulo: Edições Vida Nova, 1980.
GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução Bíblica: como a bíblia chegou até nós.
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