Apostila de Bibliologia e Introdução Bíblica

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BIBLIOLOGIA
A Doutrina das Escrituras

Índice
1. Introdução
2. Compreendendo a Revelação de Deus aos Homens
3. O que é a Bíblia? Que Livro é Este?
4. Uma breve história da Bíblia (Antigo e Novo Testamento)
5. Os Livros Aceitos Pelo Cânon
6. A Estrutura da Bíblia
7. Inspiração
8. Infalibilidade
9. Inerrância
10. Autoridade e Credibilidade
11. A Preservação da Palavra ao Longo da História
12. Tipos de Bíblia
13. Métodos de Tradução
14. Os perigos nas traduções
15. Os perigos nas interpretações
16. Conclusão
17. Bibliografia

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1. INTRODUÇÃO
Mateus 13:19 “Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o
maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do
caminho”.
O objetivo deste estudo é fornecer aos irmãos informações importantes sobre a
História da Bíblia, a sua formação e preservação baseada nos testemunhos dos profetas,
apóstolos e de Jesus Cristo, mostrando por meio da própria Bíblia e por relatos
históricos a realidade dos fatos. Sabemos que desde o início da história humana o
inimigo tenta corromper a Palavra de Deus e arrebanhar pessoas que estão “à beira do
caminho”, ou seja, pessoas que escutam a Palavra de Deus e como não a entendem vem
o inimigo e arrebata o que foi semeado em seus corações (Mt 13:19).
Esse estudo ajudará muito no evangelismo, pois teremos argumentos
convincentes para ajudar a própria igreja e também outras pessoas, pois devemos estar
preparados para testemunhar em favor da verdade e combater o erro.

1.1. Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira (CBB)


 A Bíblia é a Palavra de Deus em linguagem humana.
 É o registro da revelação que Deus fez de si mesmo aos homens.
 Sendo Deus seu verdadeiro autor, foi escrita por homens inspirados e dirigidos pelo
Espírito Santo.
 Seu conteúdo é a verdade, sem mescla de erro e por isso é um perfeito tesouro de
instrução divina.
 A Bíblia é autoridade única em matéria de religião, fiel padrão pelo qual devem ser
aferidas a doutrina e a conduta dos homens.
 Ela deve ser interpretada sempre à luz da pessoa e dos ensinos de Jesus Cristo.

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2. COMPREENDENDO A REVELAÇÃO DE DEUS AOS HOMENS


Se Deus não tivesse se dado a conhecer, nós jamais o conheceríamos. Revelação
é, portanto, o processo pelo qual Deus se mostra e se comunica ao Homem. A
possibilidade do estudo do Deus verdadeiro se deve ao fato dEle ter permitido que os
homens o conheçam. Esta possibilidade do conhecimento, do caráter, vontade, desígnios
e verdade de Deus se chama “Revelação”.
O propósito de Deus ter-se revelado ao homem foi que o Homem O conheça, e
aceite o plano dEle para sua vida, a Revelação Especial que é Jesus Cristo. Seu Deus
não tomasse a iniciativa de se revelar ou manifestar ao homem, a criatura jamais
conheceria seu criador, e eternamente longe e perdido dEle andaria.
A Revelação, no entanto, pode ser tanto “geral” como “especial”.

2.1 Revelação Geral


É a Revelação de alguns dos atributos de Deus ao Homem de formas naturais ou
não, e que não possui caráter salvífico em si, ou seja, que não salva o homem.
 A Revelação Geral mostra a solidão em que o homem se encontra e a necessidade de
uma busca ‘especial’ do plano de salvação que Deus elaborou, e também da sua verdade
e vontade.
 A Revelação Geral é comunicada a todo homem inteligente, por meio de fenômenos
naturais e não naturais, e também no decorrer da história.
 A Revelação Geral é também encontrada na natureza na história e na consciência do
homem.

A. Natureza
Muitos homens extraordinários apontam o universo como uma manifestação do
poder, glória e divindade de Deus. A perfeição da natureza deixa o homem sem
desculpas para buscar uma revelação mais ‘especial’ do criador.
“Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das
suas mãos”. Salmo 19:1

B. História
Impérios nasceram e desapareceram; nações, povos e reinos passaram pela
história, e nela também Deus tem se manifestado com justiça. Na história o sistema
cristão encontra uma revelação do poder, da soberania e da providência de Deus.
“Por que não é do Oriente, não é do Ocidente, nem do deserto que vem o
auxílio. Deus é o Juiz: a um abate, a outro exalta”. Salmo 75: 6 – 7
“...de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra,
havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação;
para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está
longe de cada um de nós” Atos 17: 26 – 27

C. Consciência
A consciência humana não inventa coisas; e sim, atua com base num padrão
(certo X errado). Essa ciência revela o fato de que há uma Lei absoluta no universo, e
que há um Legislador Supremo que baseia esta Lei em sua própria pessoa e caráter.
“... os gentios (...) não tendo leis servem eles de leis para si mesmos; eles
mostram a norma da lei gravada nos seus corações, testemunhando-lhes também a

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consciência, e seus pensamentos mutuamente acusando-se ou defendendo-


se” Romanos 2:14 – 15.

2.2 Revelação Especial


É a Revelação da pessoa de Deus em Jesus Cristo, com o objetivo ‘especial’ de
dar ao homem o único meio para sua salvação.
A Revelação Especial é encontrada nas “Escrituras” e em “Jesus Cristo”.

A. Jesus Cristo
Usamos aqui ‘Jesus Cristo’ para descrever o centro da história e da Revelação...
Ele é a melhor prova da existência de Deus, pois Ele viveu a vida de Deus entre os
homens.
“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais,
pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de
todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a
expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder,
depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas
alturas” Hebreus 1: 1 -3.
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus
ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz” Isaías 9: 6
“Disse-lhes Jesus: (...) Quem me vê a mim, vê o Pai...” João 14:9

B. Escrituras
Usamos aqui ‘Escrituras’ para descrever a Revelação mais clara e infalível na
comunicação de Deus ao Homem. Ela descreve o relacionamento de Deus com a sua
criatura e a sua iniciativa em revelar ao homem seu caráter, natureza e vontade.
“Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos
nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro
dia, segundo as Escrituras.” 1 Coríntios 15: 3 – 4
A Revelação de Deus teve então uma incorporação por escrito na Bíblia. Ela é a
base do cristianismo e de todas as sua doutrinas. Portanto é a fonte suprema para a
Teologia. Por isso é muito importante um conceito certo e sua interpretação exata e
correta.
A Revelação Bíblica é Deus tornando conhecidos os Seus pensamentos, Suas
intenções, Seus desígnios, Seus mistérios (Is.55:8-9, Rm.11:33-34, Ap.1:1). A Bíblia é
a mensagem de Deus em palavras humanas.
Etimologicamente, revelação vem do latim revelo, que significa descobrir,
desvendar, levantar o véu. Revelação significa, portanto, descobrimento, manifestação
de algo que está escondido.
Revelação é o ato pelo qual Deus torna conhecido um propósito ou uma verdade.
Por exemplo: Simeão disse: “...luz para revelação aos gentios, e para glória do teu
povo de Israel” (Lc 2.32).
Paulo disse: “Faço -vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim
anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem
algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo”. E ainda: “..pois, segundo uma
revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há pouco,
resumidamente” (Ef 3:3 e Gl 1:11,12).

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Revelação é o ato pelo qual Deus faz com que alguma coisa seja
claramente entendida – “Mas o seu coração é duro e teimoso. Por isso você está
aumentando ainda
mais o castigo que vai sofrer no dia em que forem revelados a ira e os julgamentos
justos de Deus” (Rm 2.5 NTLH).
Revelação é, também a explicação ou apresentação de verdades divinas. O
Salmista disse: “A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos
simples” (119.130). Paulo: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem
salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro,
interpretação. Seja tudo feito para edificação” (1Co 14.26).
Revelação é a operação divina que comunica ao homem fatos que a razão
humana é insuficiente para conhecer. É portanto, a operação divina que comunica a
verdade de Deus ao homem.
“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração
humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou
pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas
de Deus” (1Co.2:10).

2.3 Provas da Revelação


O diabo foi o primeiro ser a pôr em dúvida a existência da revelação: "É assim
que Deus disse?" (Gn.3:1). Mas a Bíblia é, de fato, a Palavra de Deus revelada.
Vejamos alguns argumentos:
 A Indestrutibilidade da Bíblia: Uma porcentagem muito pequena de livros sobrevive
além de um quarto de século, e uma porcentagem ainda menor dura um século, e uma
porção quase insignificante dura mil anos. A Bíblia, porém, tem sobrevivido em
circunstâncias adversas por mais de três milênios. Em 303 d.D. o imperador Dioclécio
decretou que todos os exemplares das Sagradas Escrituras fossem queimados em praça
pública. “As cinzas daquele crime tornou-se o combustível da divulgação” (Agnaldo). A
Bíblia já foi traduzida para mais de mil idiomas e dialetos, e ainda continua sendo o
livro mais lido do mundo.
 A Natureza da Bíblia:
o a) Ela é superior: Ela é superior a qualquer outro livro do mundo. O mundo, com sua
sabedoria e vasto acúmulo de conhecimento nunca foi capaz de produzir um livro que
chegue perto de se comparar a Bíblia.
o b) É um livro honesto: Pois revela fatos sobre a corrupção humana, fatos que a natureza
humana teria interesse em acobertar.
o c) É um livro harmonioso: Pois embora tenha sido escrito por uns quarenta autores
diferentes, por um período de 1.600 anos, ela revela ser um livro único que expressa um
só sistema doutrinário e um só padrão moral, coerentes e sem contradições.

 Argumento da Analogia: Os animais inferiores expressam entre si, com gestos e sons,
seus diferentes sentimentos. Entre os racionais existe comunicação direta de um para o
outro, quer por meio das expressões faciais e corporais, quer pela revelação de
pensamentos e sentimentos. Conseqüentemente é de se esperar que exista, por analogia,
uma revelação direta de Deus e o homem, uma vez que o homem é a imagem de Deus.
Portanto, é natural supor que o Criador sustente relação pessoal com Suas criaturas
racionais.
 Argumento da Experiência: O homem é incapaz por sua própria força
descobrir.... a) que Precisa ser salvo; b) que Pode ser salvo; c) como pode ser
salvo; d) se há salvação.

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Somente a revelação pode desvendar estes mistérios eternos. A experiência do


homem tem demonstrado que a tendência da natureza humana é degenerar-se, e seu
caminho ascendente se sustenta unicamente quando é voltado para cima em
comunicação direta com a revelação de Deus.
 Argumento da Profecia Cumprida: Mais de 300 profecias a respeito de Cristo
registradas nas Escrituras já se cumpriram integralmente. E dentre essas profecias, a
mais próxima do nascimento de Cristo foi pronunciada 396 anos antes de seu
cumprimento. Além disso, as profecias a respeito da dispersão de Israel também, se
cumpriram (Dt.28; Jr.15:4;l6:13; Os.3:4 etc); da conquista de Samaria e preservação de
Judá (Is.7:6-8; Os.1:6,7; 1Rs.14:15); do cativeiro babilônico sobre Judá e Jerusalém
(Is.39:6; Jr.25:9-12); sobre a destruição final de Samaria (Mq 1:6-9); sobre a restauração
de Jerusalém (Jr.29:10-14), etc.
 Reivindicações da Própria Escritura: A própria Bíblia expressa sua infalibilidade,
reivindicando autoridade. Nenhum outro livro ousa fazê-lo. Encontramos essa
reivindicação nas seguintes expressões: "Disse o Senhor a Moisés"(Ex.14:1,15,26; 16:4;
25:1; Lv.1:1; 4:1; 11:1; Nm.4:1;13:1; Dt.32:48) "O Senhor é quem fala" (Is.1:2); "Disse
o Senhor a Isaías" (Is.7:3); "Assim diz o Senhor" (Is.43:1). Outras expressões
semelhantes são encontradas: "Palavra que veio a Jeremias da parte do
Senhor" (Jr.11:1); "Veio expressamente a Palavra do Senhor a
Ezequiel" (Ez.1:3); "Palavra do Senhor que foi dirigida a Oséias" (Os.1:1); "Palavra
do Senhor que foi dirigida a Joel" (Jl.1:1), etc. Expressões como estas são encontradas
mais de 3.800 vezes no Antigo Testamento. Portanto o A.T. afirma ser a revelação de
Deus, e essa mesma reivindicação faz o Novo Testamento: “Outra razão ainda temos
nós para, incessantemente, dar graças a Deus: é que, tendo vós recebido a palavra que
de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como palavra de homens, e sim como,
em verdade é, a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós,
os que credes” (1Ts.2:13); “Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho.
Aquele que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no testemunho que
Deus dá acerca do seu Filho” (1Jo.5:10).
A Bíblia é a revelação escrita de Deus e, como tal, abrange importantes aspectos:
a) Ela é variada: Variada em seus temas, pois abrange aquilo que é doutrinário,
devocional, histórico, profético e prático.
b) Ela é parcial: “As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as
reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre...” (Dt.29:29).
c) Ela é completa: Naquilo que já foi revelado (Cl.2:9,10).
d) Ela é progressiva: (Mc.4:28).
e) Ela é definitiva: (Jd.3).

2.4 Por que era necessário um registro escrito?


Deus, em sua grande sabedoria, nos fornece um registro escrito de sua revelação.
O teólogo holandês Abraão Kuyper nota quatro vantagens de um registro escrito:
A – Por garantir maior inerrância na transmissão. São eliminados erros de
memória e erros de transmissão (“telefone sem fio”).
B – Pode ser divulgado universalmente através de traduções e reproduções.
C – Possui atributos de fixação e pureza. Facilita no aprendizado e
memorização.
D – Recebe uma finalidade normativa (legislativa) que outras formas de
comunicação não conseguem alcançar.

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O QUE É A BÍBLIA? QUE LIVRO É ESTE?


 É um livro composto por vários livros
 A palavra “Bíblia” vem do Grego “Biblos” que significa “livros”
 Cerca de 40 escritores em diferentes épocas escreveram inspirados pelo Espírito Santo,
ou seja, um único autor (Espírito Santo) e vários escritores (profetas e apóstolos).
 Está dividida em duas partes: ANTIGO e NOVO TESMENTO.
 Os nomes ANTIGO TESTAMENTO e NOVO TESTAMENTO focalizam as duas
grandes alianças feitas por Deus com Seu povo

3.1 - Antigo Testamento


A palavra “Testamento” corresponde à palavra hebraica berith – aliança, pacto,
contrato.
O Antigo Testamento é a revelação de Deus para o povo de Israel, apontando
para a vinda do MESSIAS, que haveria de ocorrer na PLENITUDE dos tempos.

 Aliança firmada com Moisés


o (Êxodo 19:5) “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha
aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a
terra é minha”
o (Êxodo 24:8) “Então tomou Moisés aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo, e disse:
Eis aqui o sangue da aliança que o SENHOR tem feito convosco sobre todas estas
palavras”
 Aliança com Adão (Gn 1:27-30; 2:16-17)
 Aliança com Noé (Gn 9:11-17)
 Aliança com Abraão (Gn 15:18;17:1-21)
 Aliança com Isaque (Gn 26:2-5,24)
 Aliança com Jacó (Gn 28:13-15 )
 Aliança com Davi (2 Sm 7:1-29)

3.2 - Promessa da Nova Aliança


Sendo a aliança quebrada pela infidelidade do povo, Deus prometeu uma nova
aliança que deveria ser ratificada com o sangue de Cristo.
“Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de
Israel e com a casa de Judá”. (Jeremias 31:31).
Nova Aliança = Aliança Eterna  “Não conforme a aliança que fiz com seus
pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles
invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o SENHOR. Mas
esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR:
Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e
eles serão o meu povo” (Jeremias 31:31-33).
Novo Testamento  Trata da NOVA ALIANÇA.
O Novo Testamento é a revelação de Deus para o bem de todos os povos.

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Jesus Cristo, o MESSIAS e SALVADOR veio na PLENITUDE dos


tempos, e com ele teve início a IGREJA, fundada sobre o alicerce do testemunho dos
APÓSTOLOS.
Os escritores do Novo Testamento passaram a chamar a primeira aliança de
“Antiga aliança”, porque foi substituída por uma aliança superior feita com o sangue de
Jesus Cristo.
“Porque isto é o meu sangue; o sangue do novo testamento, que é derramado
por muitos, para remissão dos pecados” (Mateus 26:28).
“Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e
se envelhece, perto está de acabar” (Hebreus 8:13).
“O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não
da
letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica” (2 Coríntios 3:6).

UMA BREVE HISTÓRIA DA BÍBLIA

4.1 – Escritores
 A Bíblia foi escrita por 40 diferentes autores que representavam 19 diferentes
ocupações (pastores, fazendeiros, pescadores, cobradores de impostos, médicos, reis,
etc).
 São aproximadamente 50 gerações de homens.

4.2 - Tempo
 Os primeiros 39 sub-livros da Bíblia foram escritos em hebraico ao longo de um
período em torno de 1.000 anos.
 Houve um intervalo de 400 anos em que nenhuma Escritura foi redigida, exceto livros
apócrifos (não autênticos).
 Depois disto, os últimos 27 sub-livros da Bíblia foram escritos em grego durante um
período em torno de 50 anos.
 A Bíblia levou aproximadamente 1600 anos para se completar e possui no total 66
livros.

4.3 – Outros nomes dado a algumas partes da “Bíblia”


 A Bíblia, na época de Jesus, era chamada de:
 “Moisés e os profetas”
 “Lei, profetas e Salmos”
 “A Escritura” ou “As Escrituras”

Lc 24:44 “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda
convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de
Moisés, e nos profetas, e nos salmos”.

4.4 – Línguas em que foi escrita


A - Hebraico
Língua em que foi escrito o Antigo Testamento, exceto alguns poucos trechos
que foram escritos em ARAMAICO.

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B - Aramaico
Grupo de dialetos intimamente relacionados com o HEBRAICO e falados na
Terra de Israel e em outros países do mundo bíblico (2Rs 18:26).
Estão escritos em aramaico os seguintes textos bíblicos:
 Esdras 4:8-6,18; 7:12-26;
 Daniel 2:4-7,28;
 Jeremias 10:11.

C – Grego Koiné (comum)


Língua difundida pelo império de Alexandre, o Grande, que viveu de 356 até
323 a.C. Ele conquistou o mundo civilizado desde a Grécia até a Índia. É também
conhecido como Alexandre Magno.
Deus preparou o cenário para que o NT fosse escrito nessa língua detalhista.
O grego koiné era a língua usada por comerciantes, médicos, escritores e
políticos.

4.5 – Tipos de Textos


A - Autógrafo
Texto original escrito por um profeta, apóstolo ou evangelista inspirado pelo
Espírito Santo.
Hoje não temos mais os autógrafos, somente cópias.

B – Cópias
Embora não tenhamos mais textos autógrafos, porém, os milhares de cópias
espalhadas pelos cristãos do mundo e preservadas de geração em geração garantem a
sua fidelidade, pois Deus prometeu que sua Palavra não seria destruída (Sl 119:89; Is
40:8; Mt 5:18; Mt 24:35).

C - Apócrifos
Livros que a Igreja Romana, no Concílio de Trento em 1546, declarou
inspirados, embora não fizessem parte do CÂNON DO AT estabelecido pelos judeus de
Israel. Isso veio ocorrer por causa da Reforma Protestante.
Os católicos chamam esses livros de "deuterocanônicos", isto é, pertencentes ao
"segundo cânon".

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5 – OS LIVROS ACEITOS PELO CÂNON


A questão sobre quais livros pertencem à Bíblia é chamada questão canônica. A
palavra cânon significa régua, vara de medir, regra, e, em relação à Bíblia, refere-se à
coleção de livros que passaram pelo teste de autenticidade e autoridade; significa ainda
que esses livros são nossa regra de vida. Essa palavra foi usada no Novo Testamento em
Gálatas 6:16. Mas, como foi formada esta coleção?

5.1 - Os testes de Canonicidade


Em primeiro lugar é importante lembrarmos que os livros já eram canônicos
antes de qualquer teste lhes serem aplicado. Isto é como dizer que alguns alunos são
inteligentes antes mesmo de se lhes ministrar uma prova. Os testes apenas provam
aquilo que intrinsecamente já existe. Do mesmo modo, nem a Igreja nem os concílios
eclesiásticos jamais concederam canonicidade ou autoridade a qualquer livro; o livro era
autêntico ou não no momento em que foi escrito. A igreja e seus concílios reconheceram
certos livros como Palavra de Deus e, com o passar do tempo, aqueles assim
reconhecidos foram colecionados para formar o que hoje chamamos Bíblia.

Que testes a Igreja aplicou?


1. Havia o teste da autoridade do escritor. Em relação ao Antigo Testamento,
isto significava a autoridade do legislador, ou do profeta, ou do líder em Israel. No caso
do Novo Testamento, o livro deveria ter sido escrito ou influenciado por um apóstolo
para ser reconhecido. Em outras palavras, deveria ter a assinatura ou a aprovação de um
apóstolo. Pedro, por exemplo, apoiou a Marcos, e, Paulo a Lucas.
2. Os próprios livros deveriam dar alguma prova intrínseca de seu caráter
peculiar, inspirado e autorizado por Deus. Estes não poderiam entrar em contradição
com qualquer outra parte das Escrituras já reconhecidas. Seu conteúdo também deveria
se demonstrar ao leitor como algo diferente de qualquer outro livro por comunicar a
revelação de Deus.
3. O veredicto das igrejas quanto à natureza canônica dos livros era
importante. Na verdade houve uma surpreendente unanimidade entre as primeiras
igrejas quanto aos livros que mereciam lugar entre os inspirados. Embora seja fato que
alguns livros bíblicos tenham sido recusados ou questionados por uma minoria, nenhum
livro cuja autenticidade foi questionada por número grande de igrejas veio a ser aceito
posteriormente como parte do cânon.

5.2 - A formação do Cânon


O cânon da Escritura estava-se formando, é claro, à medida que cada livro era
escrito, e completou-se quando o último livro foi terminado. Quando falamos da
"formação" do cânon estamos realmente falando do reconhecimento dos livros
canônicos pela Igreja. Esse processo levou algum tempo.

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Alguns afirmam que todos os livros do Antigo Testamento já haviam sido


colecionados e reconhecidos por Esdras, no quinto século a.C.
O primeiro concílio eclesiástico a reconhecer todos os 27 livros do Novo
Testamento foi o Concílio de Cartago, em 397 A.D. Alguns livros do Novo Testamento,
individualmente, já haviam sido reconhecidos como canônicos muito antes disso (2 Pe
3:16; 1 Tm 5:18) e a maioria deles foi aceita como canônica no século posterior ao dos
apóstolos (Hebreus,Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João e Judas foram debatidos por algum
tempo). A seleção do cânon foi um processo que continuou até que cada livro provasse o
seu valor, passando pelos testes de canonicidade.
A Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento produzida entre o terceiro e o
segundo séculos a.C.) incluiu os apócrifos com o Antigo Testamento canônico.
Jerônimo (c. 340-420 A.D.), ao traduzir a Vulgata, distinguiu entre os livros canônicos e
os eclesiásticos (que eram os apócrifos), e essa distinção acabou por conceder-lhes uma
condição de canonicidade secundária. O Concílio de Trento (1548) reconheceu-os
como canônicos, embora os Reformadores tenham rejeitado tal decreto. Em
algumas versões protestantes dos séculos XVI e XVII, os apócrifos foram colocados à
parte.

5.3 - Livros Não Aceitos pelo Cânon


Pseudopigráficos: Livros que foram rejeitados por todos.
 No Antigo Testamento – Enoque, Ascensão de Moisés, 3 e 4 de Macabeus, 4 Esdras, Os
 Testamentos dos 12 Patriarcas e outros...
 No Novo Testamento – Atos de Paulo, A Epístola de Barnabé, O Pastor de Hermas, o
Didaqué

Apócrifos: Literalmente – “difícil de entender” ou “escondido”... livros que


foram aceitos por alguns.
 Todos os livros fazem parte do Antigo Testamento – Tobias, Judite, Sabedoria de
Salomão, Jesus Sirac, Baruque, A Carta de Jeremias, 1 e 2 de Macabeus, A Oração de
Manasses, 3 Esdras, além de acréscimos aos livros de Ester e Daniel.

5.4 - O texto de que dispomos é confiável?


Os manuscritos originais do Antigo Testamento e suas primeiras cópias foram
escritos em pergaminho ou papiro, desde o tempo de Moisés (c. 1450 a.C.) até o tempo
de Malaquias (400 a.C.). Até a sensacional descoberta dos Rolos do Mar Morto em
1947, não possuíamos cópias do Antigo Testamento anteriores a 895 A.D. A razão de
isso acontecer era a veneração quase supersticiosa que os judeus tinham pelo texto e que
os levava a enterrar as cópias, à medida que ficavam gastas demais para uso regular. Na
verdade, os Massoretas (tradicionalistas), que acrescentaram os acentos e transcreveram
a vocalização entre 600 e 950 A.D., padronizando em geral o texto do Antigo
Testamento, engendraram maneiras sutis de preservar a exatidão das cópias que faziam.
Verificavam cada cópia cuidadosamente, contando a letra média de cada página,
livro e divisão. Alguém já disse que qualquer coisa numerável era numerada. Quando os
Rolos do Mar Morto ou Manuscritos do Mar Morto foram descobertos, trouxeram a
lume um texto hebraico datado do segundo século a.C. de todos os livros do Antigo
Testamento à exceção de Ester. Essa descoberta foi extremamente importante, pois
forneceu um instrumento muito mais antigo para verificarmos a exatidão do Texto
Massorético, que se provou extremamente exato.
Outros instrumentos antigos de verificação do texto hebraico incluem a
Septuaginta (traducão grega preparada em meados do terceiro século a.C.), os targuns

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aramaicos (paráfrases e citações do Antigo Testamento), citações em autores


cristãos da Antigüidade, a tradução latina de Jerônimo (a Vulgata, c. 400 A.D.), feita
diretamente do texto hebraico corrente em sua época. Todas essas fontes nos oferecem
dados que asseguram um texto extremamente exato do Antigo Testamento.
Mais de 5.000 manuscritos do Novo Testamento existem ainda hoje, o que o
torna o mais bem documentado dos escritos antigos. O contraste é surpreendente.
Além de existirem muitas cópias do Novo Testamento, muitas delas pertencem a
uma data bem próxima à dos originais. Há aproximadamente setenta e cinco fragmentos
de papiro datados desde 135 A. D. até o oitavo século, possuindo partes de vinte e cinco
dos vinte e sete livros, num total de 40% do texto. As muitas centenas de cópias feitas
em pergaminho incluem o grande Códice Siriatico (quarto século), o Códice Vaticano
(também do quarto século) e o Códice Alexandrino (quinto século). Além disso, há
cerca de 2.000 ledonários (livretos de uso litúrgico que contêm porções das Escrituras),
mais de 86.000 citações do Novo Testamento nos escritos dos Pais da Igreja, antigas
traduções latina, siríaca e egípcia, datadas do terceiro século,.e a versão latina de
Jerônimo. Todos esses dados, mais o trabalho feito pelos estudiosos da paleografia,
arqueologia e crítica textual, nos asseguram possuirmos um texto exato e fidedigno do
Novo Testamento.

5.5 – Resumo da Formação do Cânon do Antigo Testamento


 Conjunto dos livros do AT que a igreja cristã reconhece como genuínos e inspirados.
 No cânon aceito pelos evangélicos há 39 livros. O cânon católico tem a mais 7 livros e
algumas porções.
 O cânon do AT é o mesmo para os judeus e os evangélicos.
 Êxodo 24:12 - “Então disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e fica lá: e dar-
te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os ensinar”.
 Êxodo 32:16 - “E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma
escritura de Deus, esculpida nas tábuas”.
 Josué 8:32 - “[Josué] Também escreveu ali em pedras uma cópia da lei de Moisés, que
já tinha escrito diante dos filhos de Israel”
 Jeremias 30:1-2 - “A PALAVRA que do Senhor veio a Jeremias, dizendo: Assim fala o
Senhor, Deus de Israel, dizendo: Escreve num livro todas as palavras que te tenho dito:”

5.6 – Resumo da Formação do Cânon do Novo Testamento


 Conjunto de 27 livros do NT que a igreja cristã reconhece como genuínos e inspirados.
 O cânon do NT é igual para evangélicos e católicos.
 Os primeiros cristãos que receberam os escritos originais dos Apóstolos sabiam quais
eram os verdadeiros e providenciaram suas cópias para as outras igrejas.

5.7 – Textos que contribuíram na formação do Cânon do Novo Testamento


Colossenses 4:16 - “E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que
também o seja na igreja dos laodicenses, e a que veio de Laodicéia lede-a vós também”.

1 Ts 5:27 - “Pelo Senhor vos conjuro que esta epístola seja lida a todos os santos
irmãos”.

2 Ts 2:15 - “Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram
ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa”.

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Obs: As tradições “por palavra” que Paulo se refere, são as tradições que
os Apóstolos ensinaram, e estão registradas nos diversos livros do NT. Não faz parte a
tradição inventada logo após a morte deles, como afirma a Igreja Romana.

O Apóstolo Pedro confirma que as cartas de Paulo são Escrituras: “[Paulo]


Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de
entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para
sua própria perdição” (2 Pedro 3:16 ).

5.8 - Fechamento completo do Cânon


Os concílios efetuados pela Igreja de Roma, apenas reconheceram aquilo que já
era evidência entre as igrejas fiéis a Cristo.
Os concílios expurgaram os escritos falsos por não haver testemunho entre os
fiéis e também por conterem informações falsas.
A Bíblia não é um produto da Igreja Romana, é um produto do Espírito Santo.

5.9 - A diferença entre canônico e não-canônicos


A diferença essencial entre escritos canônicos e não-canônicos é que aqueles são
normativos (tem autoridade), ao passo que estes não são autorizados. Os livros
inspirados exercem autoridade sobre os crentes; os não inspirados poderão ter algum
valor devocional ou para edificação espiritual, mas jamais devem ser usados para definir
ou delimitar doutrinas. Os livros canônicos fornecem o critério para a descoberta da
verdade, mediante o qual todos os demais livros (não canônicos) devem ser avaliados e
julgados.
A Bíblia é a palavra de Deus, pois sua composição foi inspirada totalmente por
Deus.
A Bíblia contém a palavra de Deus, pois nem tudo o que está escrito é
propriamente a palavra de Deus (Mt 4:3,6,9).

6. A ESTRUTURA DA BÍBLIA

6.1 – Estrutura do Velho Testamento

PENTATEUCO LIVROS HISTÓRICOS


“Torá” – (5 livros) (16 livros c/ apócrifos – 12 livros s/ apócrifos)
GÊNESIS JOSUÉ ESDRAS
ÊXODO JUIZES NEEMIAS
LEVÍTICO RUTE TOBIAS*
NÚMEROS 1º SAMUEL JUDITE*
DEUTERONÔMIO 2º SAMUEL ESTER
1º REIS 1º MACABEUS*
2º REIS 2º MACABEUS*
1º CRÔNICAS
2º CRÔNICAS

* Somente na Bíblia Grega Católica – 4 livros apócrifos

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LIVROS POÉTICOS LIVROS PROFÉTICOS


E SAPIENCIAIS (18 Livros c/ apócrifos – 17 livros s/ apócrifos)
(7 livros c/ apócrifos – 5 livros s/)
JÓ Profetas Maiores: Profetas Menores:
SALMOS ISAÍAS OSÉIAS
PROVERBIOS JEREMIAS JOEL
ECLESIASTES LAMENTAÇÕES AMÓS
CÂNTICO DOS CÂNTICOS BARUC* OBADIAS (ABDIAS*)
SABEDORIA DE SALOMÃO* EZEQUIEL JONAS
ECLESIÁSTICO* DANIEL MIQUÉIAS
NAUM
HABACUQUE
SOFONIAS
AGEU
ZACARIAS
MALAQUIAS
* Somente na Bíblia Grega Católica – 3 Livros Apócrifos – Total 7 Livros Apócrifos
 Bíblia protestante possuí 39 livros no A. T.
 (5 pentateuco + 12 históricos + 5 Poéticos + 17 Proféticos)

6.2 – Estrutura do Novo Testamento

EVANGELHOS (4) HISTÓRIA (1)

MATEUS ATOS DOS APÓSTOLOS


MARCOS
LUCAS
JOÃO
CARTAS PAULINAS (13) CARTAS GERAIS (8)
ROMANOS 1º TESSALONICENSES HEBREUS
1º CORINTIOS 2º TESSALONICENSES TIAGO
2º CORINTIOS 1º TIMÓTEO 1º PEDRO
GÁLATAS 2º TIMÓTEO 2º PEDRO
EFÉSIOS TITO 1º JOÃO
FILIPENSES FILEMOM 2º JOÃO
COLOSSENSES 3º JOÃO
JUDAS

APOCALIPSE (1)

6.3 – A divisão em Capítulos e Versículos


As versões antigas da Bíblia ou os Manuscritos mais antigos não observavam as
divisões de Capítulos e Versículos que hoje temos. A Bíblia foi dividida em capítulos e
versículos pelo bispo católico Stephen Langhton entre 1227 - 1242 para facilitar a
citação, o estudo e a pesquisa das Escrituras.

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Os Massoretas dividiram o Antigo Testamento em versículos no século IX


O Novo Testamento e foi dividido em versículos por Robert Stephanus em 1551
na Reforma Protestante, e possivelmente ele tenha dividido novamente o Antigo
Testamento para que o mesmo fosse impresso, já que antes dele não havia ainda sido
inventada a impressora.

INSPIRAÇÃO - INERRÂNCIA - INFABILIDADE


 A Bíblia é inspirada por Deus  (inspirada = “soprada”, gr. theopneustos)
 Se é inspirada é inerrante.
 Se é inerrante, então é infalível.

7. INSPIRAÇÃO
A revelação geral e especial diz respeito ao material ou ao conteúdo do qual
Deus é apresentado ao homem. A inspiração diz respeito ao registro de tal conteúdo,
a Bíblia.
A palavra "inspiração" refere-se à maneira como a auto-revelação de Deus veio a
ser expressa nas palavras da Bíblia. Trata-se daquela atividade do Espírito Santo de
Deus através da qual Ele dirigiu os autores da Escritura, de modo que seus escritos se
tornaram uma transcrição da palavra de Deus ao homem. Chamar a Bíblia de
"inspirada" é simplesmente outra maneira de dizer que ela é a auto-revelação de Deus e
tem toda a autoridade. De fato, a inspiração divina da Escritura concede-lhe exatamente
aquela autoridade que o Espírito confirma.

"Porque toda a Escritura sagrada é inspirada por Deus..." (2 Tm 3:16)


"Porque toda a Escritura sagrada é soprada por Deus..." (2 Tm 3:16)

O termo inspirado vem de duas palavras gregas e literalmente significa "soprado


por Deus".
Dizer que a Escritura é inspirada é confirmar sua origem e caráter divino e
implica em algo mais forte do que a palavra inspiração. Mais corretamente, as
Escrituras são "expiradas", isto é, sopradas por Deus..
Inspiração é a ação supervisionadora de Deus sobre os autores humanos da
Bíblia, de modo que, usando suas próprias personalidades e estilos, compuseram e
registraram sem erro as palavras de Sua revelação ao homem.
A Inspiração se aplica apenas aos manuscritos originais (chamados de
autógrafos).
Quanto à inspiração da Bíblia, há várias teorias falsas, que não podemos
simplesmente ignorar, porque se não as identificarmos, poderemos até ser influenciados
por elas em alguns comentários que lemos. Umas são muito antigas, outras bem
recentes, e ainda outras ainda estão surgindo. Em algumas dessas teorias, a verdade vem
junto com a mentira, de maneira que muitos descuidados se deixam enganar.
Será que Deus encontrou homens excepcionais, dotados de visão espiritual e
dons naturais para garantir que a Bíblia fosse uma obra perfeita?... ou será que a
mente do escritor ficou vazia de suas próprias idéias enquanto Deus transferia
misticamente todo o conteúdo do que deveriam escrever? Será que Deus ou um
anjo ditou cada palavra tal como está escrito na Bíblia?... ou será que houve uma
parceria intelectual e acadêmica de cada escritor?
Vejamos, então, as principais teorias da Inspiração Bíblica.

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7.1 – Teorias sobre a inspiração


7.1.1. TEORIA DA INSPIRAÇÃO NATURAL – não há qualquer elemento
sobrenatural envolvido. Procura explicar a inspiração como sendo um discernimento
superior das verdades morais e religiosas por parte do homem natural. Assim como tem
havido, intelectuais, filósofos, artistas, músicos e poetas excepcionais, que produziram
obras de arte e de escrita que nunca foram superadas, também em relação às Escrituras
houve homens excepcionais com visão espiritual que, por causa de seus dons naturais,
foram capazes de escrever as Escrituras.
Refutação: Esta é a noção mais repulsiva de inspiração, pois enfatiza a autoria
humana a ponto de excluir a autoria divina. Esta teoria foi defendida pelos pelagianos e
unitarianos. É bom que se diga que os escritores da Bíblia, fossem eles homens simples
ou extremamente cultos, afastaram de si toda glória, confessando ser Deus o verdadeiro
autor de suas palavras (2Sm.23:2; At.1:16; 28:25; Jr.1:9).

7.1.2. TEORIA DA INSPIRAÇÃO MÍSTICA OU ILUMINAÇÃO – Os


autores bíblicos foram cheios do Espírito Santo como qualquer crente pode ser cheio
hoje. Inspiração, segundo essa teoria provém da intensificação ou elevação das
percepções religiosas de um crente. Cada crente tem sua iluminação até certo ponto,
dependendo do seu grau de maturidade espiritual e intimidade com Deus, e mesmo
assim alguns teriam mais percepção do que outros, ainda que fossem maduros na fé.
Refutação: Se esta teoria fosse verdadeira, qualquer cristão em qualquer tempo,
através muita “vida devocional”, poderia estar capacitado a escrever livros e cartas no
mesmo nível de autoridade que encontramos nas Escrituras. Schleiermacher foi quem
disseminou esta teoria. Para ele inspiração é "um despertamento e excitamento da
consciência religiosa, diferente em grau e não em espécie da inspiração piedosa ou
sentimentos intuitivos dos homens santos".

7.1.3. TEORIA DA INSPIRAÇÃO DIVINA COMUM -Compara a inspiração


que atribuímos aos escritores da Bíblia ao que hoje entendemos como sendo uma
“iluminação” concedida aos cristãos piedosos, em momentos de oração, adoração,
meditação e reflexão na Palavra... e que os capacita a escrever, ensinar, compor, etc...
Refutação: De fato, existe um tipo de “inspiração comum” concedida pelo
Espírito Santo aos que crêem e se dedicam ao SENHOR, mas ela se distingue da
inspiração conferida aos escritores da Bíblia e, pelo menos dois sentidos:
Primeiro: Trata-se de uma “inspiração gradativa”, isto é, o Espírito pode
conceder maior ou menor conhecimento e percepção espiritual ao crente, à medida que
este ora, se consagra e se santifica; ao passo que a inspiração dos escritores da Bíblia
não admite graus: o escritor era ou não era inspirado.
Segundo: A “inspiração comum” pode ser permanente (1Jo 2:27), enquanto que
a inspiração concedida aos escritores da Bíblia era temporária. Centenas de vezes
encontramos esta expressão dos profetas "e veio a mim a palavra do Senhor...",
indicando o momento em que Deus os tomava para transmitir sua mensagem.

7.1.4. TEORIA DA INSPIRAÇÃO PARCIAL - Ensina que partes da Bíblia


são inspiradas e outras não. Afirma que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas que
apenas contém a Palavra de Deus. Admite certas partes da Bíblia como
sobrenaturalmente inspiradas, ou seja, porções da Bíblia que de outra forma seriam
desconhecidas (relatos da criação, profecias, etc.)
Refutação: Se esta teoria fosse verdadeira, estaríamos em grande confusão,
porque quem poderia dizer quais as partes que são inspiradas e as que não o são? A

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própria Bíblia refuta essa idéia: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para
o ensino...” (2Tm 3:16); e também “...nenhuma profecia da Escritura provém de
particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade
humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito
Santo” (1Pe 1:20,21).

7.1.5. TEORIA DO DITADO VERBAL OU MECÂNICA –Segundo esse


pensamento, a inspiração da Bíblia aconteceu como um ditado literal da Palavra de
Deus aos escritores, como uma espécie de “transe”, onde praticamente não havia lugar
para a atividade intelectual, para a formação acadêmica, nem mesmo para o estilo de
cada escritor. Os autores não passaram de uma maquina de escrever humanas ou
ditafones que serviram como instrumentos para que a Palavra de Deus chegasse
eventualmente a incorporar-se no cânon sagrado.
Refutação: Mas esta atividade e este estilo são patentes em cada livro. Lucas,
por exemplo, fez cuidadosa investigação de fatos conhecidos (Lc 1:4). (Lc 1:3 "porque
me pareceu bem...". Partiu da vontade de Lucas e houve muitas pesquisas históricas de
primeira mão, dependência direta de fontes anteriores (1 e 2 Cr), empréstimos de outros
livros (2 Pe e Jd).
Pedro, que tinha uma maneira simplificada de escrever, fez menção ao estilo
mais elaborado do apóstolo Paulo: “...como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos
escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como,
de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de
entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais
Escrituras, para a própria destruição deles” (1Pe 3:15,16).
Esta falsa teoria faz dos escritores verdadeiras máquinas, que anotam o que lhes
é ditado, sem qualquer noção do que estão fazendo. Deus não falou com os escritores
como quem fala através de um auto-falante. Ele usou também as faculdades mentais dos
que escreveram. A inspiração não anulou a participação do autor, nem a intenção do
escritor diminuiu o poder da inspiração: “Amados, quando empregava toda a diligência
em escrevervos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a
corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé...” (Jd
1:3).

7.1.6. TEORIA DA INSPIRAÇÃO DAS IDÉIAS - Ensina que Deus inspirou


as idéias contidas na Bíblia na mente dos autores... apenas as idéias, mas nenhuma
Palavra... Segundo essa teoria, as palavras registradas por escrito são de
responsabilidade exclusiva dos escritores – eles teriam colocado no papel, à sua
maneira, as idéias que lhes foram inspiradas.
Refutação: Ora, qual seria a definição mais precisa de PALAVRA? Palavra é a
expressão do pensamento! Ë a verbalização daquilo que se pensa! Mas, como é que uma
idéia pode ser formulada sem o uso de palavras, ainda que no pensamento? E como é
que uma idéia pode ser exposta, em sua exatidão, sem o uso das palavras que deram
vida a essa idéia? Portanto, uma idéia ou pensamento inspirado só pode ser expresso por
meio de palavras inspiradas. Se Deus deu “idéias inspiradas”, Ele as deu através de
“palavras inspiradas”. Ninguém há que possa separar a palavra da idéia. A inspiração da
Bíblia mão foi somente "pensada", foi também "falada".

“porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana;
entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.
porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto,

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homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe
1:21).
“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais,
pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho...” (Hb 1:1).
“Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana,
mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais” (1Co 2:13).

7.1.7. A TEORIA DA INSPIRAÇÃO PLENA OU VERBAL – É considerada


como a teoria correta da inspiração bíblica.
Verbal – Implica que os autores não foram inspirados apenas em suas idéias
gerais, mas nas próprias palavras usadas por ele. A idéia é que cada palavra escrita nos
manuscritos originais teve a supervisão de Deus.
Plenário – A inspiração reivindicada se estende a toda a Bíblia. Deus fez com
que toda Escritura fosse escrita e não apenas as seções que levam as marcas da
inspiração mais claramente.
Em fim, a Teoria da Inspiração Plena ensina que todas as partes da Bíblia são
igualmente inspiradas; que os escritores não funcionaram quais máquinas inconscientes;
que houve cooperação vital e contínua entre eles e o Espírito de Deus que os capacitava.
Afirma que homens santos escreveram a Bíblia com palavras de seu vocabulário, porém
sob uma influência tão poderosa do Espírito Santo, que o que eles escreveram foi
Palavra de Deus. Assim, a inspiração plena ou verbal é o poder inexplicado do Espírito
Santo orientando e conduzindo os escritores escolhidos por Deus na transcrição do
registro bíblico, quer seja através de observações pessoais (1Jo.1:1-4)., fontes orais ou
verbais (Lc.1:1-4; At.17:18; Tt.1:12; Hb.1:1).., ou através de revelação divina direta
(Ap.1:1-2; Gl.1:12), preservando-os de erros e omissões, de maneira a garantir a
inerrância das Escrituras, e dando à Bíblia autoridade divina.
Explicar como Deus agiu no homem é tarefa difícil! Se já é complicado entender
o entrosamento do nosso “ser espiritual” com o nosso “ser corpóreo” espírito com o
corpo é um mistério inexplicável para os mais sábios, imagine-se o entrosamento do
Espírito de Deus com o espírito do homem! Ao aceitarmos Jesus como salvador
aceitamos também as Escrituras como revelação de Deus. A inspiração plenária cessou
ao ser escrito o último livro do Novo Testamento. Depois disso nenhum outro escritor,
nenhum outro servo de Deus pode ser considerado inspirado no sentido bíblico.

A autoria bíblica é, portanto Divina e Humana, simultaneamente:


Autoria Divina: Do lado divino, as Escrituras são a Palavra de Deus, no sentido
de que se originaram nEle e são a expressão de Sua mente. Em 2Tm.3:16 encontramos a
referência a Deus: "Toda Escritura é divinamente inspirada" (theopneustos = soprada ou
expirada por Deus). A referência aqui é ao que foi escrito. Então Deus “sopra” Sua
Palavra na mente do escritor (expiração), e este, por sua vez, ao receber este “sopro”
inspira (inala) a Palavra de Deus a qual será processada em uma mente humana,
recebendo dela sua influência, isto é, a maneira de se expressar.
Autoria Humana: Na perspectiva humana vemos certos indivíduos escolhidos
por Deus com a responsabilidade de receberem (inalarem) a Palavra e transformá-la em
escrita. Em 2Pe.1:21 encontramos a referência aos "Homens santos de Deus que falaram
movidos pelo Espírito Santo" (pherô = movidos ou conduzidos).
A própria Bíblia reconhece a autoria dual (Divina e Humana) em seu registro.
Veja, por exemplo, que Mateus (15:4) registra que Deus ordenou: “Honra a teu pai e a
tua mãe. E quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte”. Mas Marcos
(7:10) registra o mesmo texto dizendo que foi Moisés quem ordenou essa conduta. E

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não há contradição – Deus é o autor desse mandamento, mas Ele usou Moisés para
transmiti-lo aos homens. Em muitas outras passagens percebemos essa dualidade na
autoria da Escrituras (Compare Sl.110:1 com Mc.12:36; Ex.3:6,15 com Mt.22:31;
Lc.20:37 com Mc.12:26; Is.6:9,10; At.28:25 com Jo.12:39-41). Deus opera de modo
misterioso usando a vontade humana, sem anulá-la e sem que o homem perceba que
está sendo divinamente conduzido. Neste fenômeno, o homem faz pleno uso de sua
liberdade (Pv.16:1;19:21; Sl.33:15;105:25; Ap.17:17).
RESUMINDO:
Inspiração é a operação divina que influenciou os escritores bíblicos,
capacitando-os a receber a mensagem divina, e que os moveu a transcrevê-la com
exatidão, impedindo-os de cometerem erros e omissões, de modo que ela recebeu
autoridade divina e infalível, garantindo a exata transferência da verdade revelada de
Deus para a linguagem humana inteligível (2Co.10:13; 2Tm.3:16; 2Pe.1:20,21).

Provas da Inspiração Bíblica


1. O Testemunho da Arqueologia – Dr. Melvin Grove Kyle, um famoso
arqueólogo internacional, já disse que nenhuma descoberta arqueológica nos últimos
cem anos invalidou de algum modo qualquer simples declaração da Bíblia. Pelo
contrário, as descobertas tem confirmado as Sagradas Escrituras de modo admirável.
2. O Testemunho das Vidas Transformadas – Sua influência sobre o caráter e a
conduta de milhares de pessoas ao longo da história.
3. O Testemunho da Unidade – O fato de ter sido escrita num período de cerca
de 1600 anos por 40 autores diferentes, sem qualquer contradição, faz-nos pensar um
pouco.
4. O Testemunho das Profecias Bíblicas – João 10: 35. Mais de 300 profecias
do Antigo Testamento convergem para a pessoa do Senhor Jesus Cristo (Lucas 24: 27,
44 – 49).

Entre muitos cristãos conservadores há uma posição que se poderia chamar


de propósito inspirado da Bíblia. Isto significa simplesmente que, apesar de conter erros
de fato e discrepâncias insolúveis em seu conteúdo, a Bíblia possui "integridade
doutrinaria" e, assim, cumpre perfeitamente o propósito de Deus para ela.
Deus supervisionou, mas não ditou o conteúdo, Ele usou autores humanos e seus
estilos individuais e o produto final, nos manuscritos originais, era isento de erro
doutrinário.

Três comentários finais


A Bíblia ensina que ela é direta e soberanamente inspirada por Deus devendo,
portanto, ser obedecida como a sua palavra viva dirigida diretamente a nós.
Sempre haverá evidentemente, um elemento de mistério sobre a maneira precisa
pela qual a Bíblia foi produzida. Isto não deve surpreender-nos, pois o mistério
acompanha inevitavelmente todos os relacionamentos de Deus com suas criaturas. A
encarnação é igualmente um "mistério" para nós, pois jamais poderemos estabelecer
definitivamente como as naturezas divina e humana são unidas na pessoa de Jesus
Cristo.
Em última análise, a questão da inspiração é profundamente relacionada com a
nossa doutrina sobre Deus. Se reconhecermos Deus como aquele "que faz todas as
coisas conforme o conselho da sua vontade" (Ef 1:11), que "faz o que quer" (Sl 135:6
BLH) não encontraremos qualquer dificuldade básica. Nada há de incongruente no fato
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Dele ter produzido um livro que, embora nascido da experiência das suas
criaturas, é também, através de sua ordem soberana, a sua própria Palavra dirigida a
elas.

8. INFABILIDADE
Aplicada à Escritura, esta palavra deixa implícita a qualidade de não enganar.
Esta declaração significa que todas as afirmativas bíblicas são verídicas e dignas de
inteira confiança, em contraste com as palavras e declarações humanas "falíveis". Ela
afirma que a Escritura não engana porque trata-se do auto-testemunho do próprio Deus.
A infalibilidade das Escrituras refere-se à sua mensagem vista como um toldo.
Isto não quer dizer que certas passagens e textos não sejam infalíveis, mas que cada
declaração e trecho particular é infalível dentro do contexto da Escritura inteira.
A infalibilidade da Escritura está associada com a intenção na mente do autor.

"Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebeste, e
será assim convosco" (Mc 11:24).
"Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres"
(Tg 4:3).
"E esta é a confiança que temos para com ele, que, se pedirmos alguma cousa
segundo a sua vontade, ele nos ouve" (1 Jo 5:14).

8.1 - Como a Bíblia pode ser infalível se ela foi escrita por humanos falíveis?
O fato de a Bíblia ter sido escrita por seres humanos falíveis, não faz dela um
Livro defeituoso. Afinal de contas, mesmos seres humanos imperfeitos podem fazer
coisas perfeitas algumas vezes, e em especial se forem supervisionados por Alguém que
é infalível.
Os cristãos não afirmam que os homens que escreveram os livros da Bíblia
estavam sempre certos em tudo que disseram ou fizeram. Nós simplesmente
acreditamos que a Bíblia está certa quando ela afirma que Deus guiou estes homens em
sua tarefa de escrever as Escrituras de modo que o resultado é um livro infalível. O
apóstolo Pedro certamente disse muitas coisas erradas durante sua vida, mas Deus não
permitiu que ele cometesse nenhum erro quando lhe coube a tarefa de escrever suas
duas epístolas.
Paulo, inspirado por Deus, ao escrever sua segunda epístola a Timóteo, afirmou
que a Bíblia foi produzida por Deus e não por homens: “Toda Escritura é inspirada por
Deus, e é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a educação na
justiça” (2Tm 3:16).

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9. INERRÂNCIA
Se a Bíblia foi dirigida em suas próprias palavras pelo Deus da verdade podemos
ter confiança em que está livre de erros. Assim sendo, toda a vez em que a Bíblia
prescreve o conteúdo da nossa fé (doutrina) ou o padrão de nossa vida (ética) ou registra
os eventos reais (história) ela fala a verdade. Devemos novamente esclarecer que o grau
de inerrância alegado em qualquer caso particular é relativo ao que o texto pretende
ensinar; quando uma passagem da Escritura é interpretada de acordo com a intenção do
escritor e em harmonia com outras passagens bíblicas, sua verdade inerrante será
percebida claramente.

"E foram para Jericó. Quando Ele saía de Jericó,....., Bartimeu, cego mendigo,
filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho." (Mc 10:46-52)
"Saindo Ele de Jericó, uma grande multidão o acompanhava. E eis que dois
cegos, assentados à beira do caminho,...." (Mt 20:29-34)
"Aconteceu que, ao aproximar-se ele de Jericó, estava um cegoassentado à
beira do caminho, pedindo esmolas..."

Apenas para ilustrar como os tempos mudaram, até poucos anos atrás tudo o que
se precisava dizer para expressar convicção de que a Bíblia era plenamente inspirada era
"A Bíblia é a Palavra de Deus". Depois, foi preciso acrescentar "A Palavra inspirada de
Deus". Mais algum tempo passou e a frase cresceu para "A Palavra verbalmente
inspirada de Deus". Daí, para dizer a mesma coisa, era preciso dizer: "A Bíblia é a
Palavra de Deus, verbal e plenariamente inspirada". Depois, surgiu a necessidade de
dizer: "A Bíblia é a Palavra de Deus, infalível, verbal e plenariamente inspirada". Hoje
em dia é preciso usar uma bateria de termos teológicos: "A Bíblia é a Palavra de Deus,
infalível, inerrante nos manuscritos originais, verbal e plenariamente inspirada".
Apesar de tudo isso, é possível não comunicar exatamente o que se quer dizer!

9.1 - E os erros da Bíblia?


Existem algumas dificuldades na Bíblia, mas não há erros. Ninguém conseguiu
provar que a Bíblia está errada. Em alguns trechos houve erro do copista, mas com a
análise de outras cópias resolveu-se o problema. Outras passagens apresentam
divergências por causa da tradução, nem sempre as palavras traduzidas expressam bem
o que o autor quis dizer. Devemos considerar também o problema de interpretação dos
próprios homens.

9.2 – Uma ajuda para as dificuldades da Bíblia


Abaixo segue um livro que poderá ajudá-lo a compreender as dificuldades
encontradas na Bíblia.
Livro: Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia
Autores: Normam Geisler, Thomas Howe
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Editora: Mundo Cristão

10 – AUTORIDADE E CREDIBILIDADE
Autoridade é o direito ou o poder de exigir obediência. Existe uma crise de
autoridade amplamente difundida na sociedade contemporânea, onde a única autoridade
aceita por muitos é aquela auto-imposta conscientemente.
Em nossa sociedade pluralista toda autoridade tem sido questionada quanto a sua
legitimidade. Vivemos no tempo “da praça da alimentação” dos shoppings das grandes
cidades. Pluralismo é liberdade de se dizer, falar, pensar o que quiser sem que ninguém
tenha o direito de afirmar possuir “o” caminho certo ou “a” verdade sobre qualquer
assunto.
Na perspectiva da fé cristã, Deus tem o supremo direito e poder de exigir
obediência porque Ele é o Criador e Senhor de todos os homens.
Uma vez que o cristão compreenda este principio fundamental a questão de
autoridade torna-se praticamente a de descobrir a vontade e a mente de Deus em
qualquer assunto. Mas como encontrar Deus e descobrir sua mente e sua vontade? Mais
especificamente, Deus providenciou uma fonte pela qual cheguemos à sua verdade e
assim nos submetamos à sua autoridade?

10.1 – A Bíblia Única Fonte de Regra e Fé


No decorrer dos séculos os cristãos apelaram para uma variedade de vozes como
fonte da autoridade final.
Os credos – resumo das verdades cristãs que foram produzidos nos primeiros
séculos para declarar a essência da fé em uma época de confusão teológica. O Credo
Apostólico é o mais antigo e mais conhecido. Este credo fornece uma série de pontos
básicos para apresentar exposições da fé cristã, mas não serve como padrão e fonte final
da verdade cristã.
As confissões históricas – essas declarações da fé cristã pertencem ao período
da Reforma e pós-reforma. Ex.: Os 39 Artigos (1571) e a Confissão de Westminster
(1647), são mais completas do que o credo, contudo são declarações partidárias
refletindo as opiniões de um braço da igreja universal, e, portanto, contendo elementos
que não poderiam obter o apoio de outros. Por isso não servem como autoridade final.
A opinião da Igreja – A quem damos ouvidos: teólogos, pastores, comissões, a média da
opinião do povo, ou o que? Da mesma forma, se essa "mente", a opinião da Igreja, é
nossa autoridade final, qualquer conflito de opinião nos leva a um impasse, desde que
não há autoridade superior. O que pensar quando nem sempre a opinião da Igreja foi fiel
à "fé entregue aos santos", conforme nos mostra a história da Igreja.
A experiência cristã – Esta abordagem começa com a experiência humana atual de Deus
e tenta identificar as doutrinas expressas mediante essa experiência. Limita a verdade
cristã, excluindo qualquer verdade que estiver além de nossa experiência imediata,
como, por exemplo a doutrina da Trindade.
A "voz interior" – este ponto de vista é comum hoje, a "voz" sendo
freqüentemente interpretada como a inspiração do Espírito Santo. Ele inclui, é claro, um

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elemento de verdade; o Espírito Santo cumpre realmente um papel vital na


doutrina cristã da autoridade, mas ele opera essencialmente nas Escrituras e através das
Escrituras.
Nenhuma das fontes mencionadas acima podem nos levar a conhecer a mente de
Deus. Nenhuma delas tem a autoridade plena como fonte da verdade cristã, mas cada
uma delas tem algo a contribuir.
A Bíblia – A fonte final da autoridade, é o próprio Deus trino que revelou-se a
nós através das palavras da Bíblia. Isto combina três verdades:
1º - Deus tomou a iniciativa: Aprendemos Dele e nos submetemos à sua
autoridade direta por causa de sua decisão de revelar-nos a sua pessoa e a sua vontade.
Este processo é chamado de "Revelação" – o próprio Deus veio até nós em Jesus Cristo,
o Deus-Homem. Jesus Cristo é o mediador de todo o nosso conhecimento de Deus (Jo
1:1; Jo 14:6-9; 1 Co 1:30; Cl 2:3; Ap 19:13).
2º - Nosso conhecimento de Deus vem através da Bíblia. Ele fez com que ela
fosse escrita e nos fala hoje como falou ao povo quando essas palavras foram dadas pela
primeira vez.
3º - A Bíblia deve ser recebida como a palavra de Deus para nós,
reverenciada e obedecida como tal. Quando nos submetemos à sua autoridade, nos
colocamos sob a autoridade do Deus vivo que se revela a nós em Jesus Cristo.
Toda pessoa tem uma base de autoridade sobre a qual pensa e age. Para o crente, essa
base é a Bíblia.

10.2 - Evidências da autoridade da Bíblia


 Confirmada por Paulo: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para
ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de
Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Tm 3:16-17).
Paulo afirma que os seus escritos são mandamentos do Senhor: 1 Coríntios 14:37 “Se
alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são
mandamentos do Senhor”.
 Confirmada por Pedro: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da
Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por
vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo
Espírito Santo” (2 Pe 1:20-21).
 Confirmada por Jesus: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida
eterna, e são elas que de mim testificam”(Jo 5:39).
“Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele. Mas,
se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?” (Jo 5:46-47)

10.3 – Outras evidências da Autoridade e Credibilidade das Escrituras


Um livro tem credibilidade se relatou verídicamente os assuntos como
aconteceram ou como eles são; e quando seu texto atual concorda com o escrito
original.
Nesse caso credibilidade relaciona-se ao conteúdo do livro (original), e a pureza
do texto atual (cópia ou tradução). Por exemplo, as palavras de Satanás em Gn.3:4,5 são
inspiradas, mas não possuem autoridade, porque não é verdade, porém tem credibilidade
ou veracidade (quanto a sua transcrição) porque foram registradas exatamente como
Satanás disse. A veracidade das palavras de Satanás não se relacionam ao o que ele
pronunciou, mas sim como ele as pronunciou.

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 Aprovada no teste de canonicidade – Todos os livros bíblicos contidos na


Bíblia de versão protestante foram aprovados pelo “cânon”. O que dá a esta Bíblia
credibilidade.
 Inspiração – Todos os livros são considerados inspirados, isto é, supervisionados por
Deus em sua escrita. Isso dá maior autoridade para as Escrituras.
o Deus é o Autor da Bíblia, e como tal ela possui autoridade, mas nem tudo que está
registrado na Bíblia procedeu da boca de Deus. Por exemplo, o que Satanás disse para
Eva foi registrado por inspiração, mas não é a verdade (Gn.3:4,5); o conselho que Pedro
deu a Cristo (Mt.16:22); as acusações que Elifaz fez contra Jó (Jó.22:5-11), etc.
o Nenhuma dessas declarações representam o pensamento de Deus ou procedem dEle
(procedem apenas por inspiração), e por isso não têm autoridade.
o Um texto também perde sua autoridade quando é retirado de seu contexto e lhe é
atribuído um significado totalmente diferente daquele que tem quando inserido no
contexto. As palavras ainda são inspiradas, mas o novo significado não tem autoridade.

 Credibilidade do A.T. – Estabelecida por três fatos:


o Autenticado por Jesus Cristo: Cristo recebeu o A.T. como relato verídico. Ele endossou
grande número de ensinamentos do A.T., como, por exemplo: A criação do universo por
Deus (Mc.3:19), a criação do homem (Mt.19:4,5), a existência de Satanás (Jo.8:44), o
dilúvio (Lc.17:26,27), a destruição de Sodoma e Gomorra (Lc.17:28-30), a revelação de
Deus a Moisés na sarça (Mc.12:26), a dádiva do maná (Jo.6:32), a experiência de Jonas
dentro do grande peixe (Mt.12:39,40). Como Jesus era Deus manifesto em carne, Ele
conhecia os fatos, e não podia se acomodar a idéias errôneas, e, ao mesmo tempo ser
honesto. Seu testemunho deve, portanto, ser aceito como verdadeiro ou Ele deve ser
rejeitado como Mestre religioso.
o Prova Arqueológica e Histórica:
 a) Arqueológica: Através da arqueologia, a batalha dos reis registrada em Gn.14 não pode
mais ser posta em dúvida, já que as inscrições no Vale do Eufrates "mostram
indiscutivelmente que os quatro reis mencionados na Bíblia como tendo participado
desta expedição não são, como era dito displicentemente, 'invenções etnológicas', mas
sim personagens históricos reais. Anrafel é identificado como o Hamurábi cujo
maravilhoso código de leis foi tão recentemente descoberto por De Morgan em Susa".
(Geo. F. Wright, O Testemunho dos Monumentos à Verdade das Escrituras).
As tábuas Nuzi esclarecem a ação de Sara e Raquel ao darem suas servas aos
seus maridos (Jack Finegan, Ligth from the Ancient Past = Luz de um Passado Antigo).
Os hieróglifos egípcios indicam que a escrita já era conhecida mais de 1.000
anos antes de Abraão (James Orr, The Problem of the Old Testament = O Problema do
Velho Testamento).
A arqueologia também confirma o fato de Israel ter vivido no Egito, como
escravo, e ter sido liberto (Melvin G. Kyle, The Deciding Voice of the Monuments = A
Voz Decisória dos Monumentos).
Muitas outras confirmações da veracidade dos relatos das Escrituras poderiam
ser apresentados, mas esses são suficientes e devem servir como aviso aos descrentes
com relação às coisas para as quais ainda não temos confirmação; podemos encontrá-la
a qualquer hora.
 b) Histórica: A história fornece muitas provas da exatidão das descrições bíblicas. Sabe-
se que Salmanezer IV sitiou a cidade de Samaria, mas o rei da Assíria, que sabemos ter
sido Sargom II, carregou o povo para a Síria (2Rs.17:3-6). A história mostra que ele
reinou de 722-705 a.C. Ele é mencionado pelo nome apenas uma vez na Bíblia (Is.20:1).

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Nem Beltsazar (Dn.5), nem Dario, o Medo (Dn.6) são mais considerados
como personagens fictícios.

 As Escrituras possuem Integridade:


o a) Integridade Topográfica e Geográfica: As descobertas arqueológicas provam que os
povos, línguas, os lugares e os eventos mencionados nas Escrituras são encontrados
justamente onde as Escrituras os localizam, no local exato e sob as circunstâncias
geográficas exatas descritas na Bíblia.
o b) Integridade Etnológica ou Racial: Todas as afirmações bíblicas sobre raças tem sido
demonstrada como corretas com os fatos etnológicos revelados pela arqueologia.
o c) Integridade Cronológica: A identificação bíblica de povos, lugares e acontecimentos
com o período de sua ocorrência é corroborada pela cronologia Síria e pelos fatos
revelados pela arqueologia.
o d) Integridade Histórica: O registro dos nomes e títulos dos reis está em harmonia
perfeita com os registros seculares, conforme demonstrados por descobertas
arqueológicas.
o e) Integridade Canônica: A aceitação pela igreja em toda a era cristã, dos livros
incluídos nas Escrituras que hoje possuímos, representa o endosso de sua integridade.
Exemplares do A.T. e do N.T. impressos em 1.488 e 1.516 d.C., concordam com
os exemplares atuais. Portanto a Bíblia como a possuímos hoje, já existia há 400 anos
passados. Quando essas Bíblias foram impressas, certo erudito tinha em seu poder mais
de 2.000 manuscritos. Esse número é sem dúvida suficiente para estabelecer a
genuinidade e credibilidade do texto sagrado, e tem servido para restaurar ao texto sua
pureza original, e fornecem proteção contra corrupções futuras (Ap.22:18-19;
Dt.4:2;12:32).
As quatro Bíblias mais antigas do mundo, datadas entre 300 e 400 d.C.,
correspondem exatamente a Bíblia como a possuímos atualmente.

 Credibilidade do Novo Testamento - estabelecida por cinco fatos:


o Escritores Competentes: Possuíam as qualificações necessárias, receberam investidura
do Espírito Santo e assim escreveram não somente guiados pela memória, apresentações
de testemunho oral e escrito, e discernimento espiritual, mas como escritores
qualificados pelo Espírito Santo.
o Escritores Honestos: O tom moral de seus escritos, sua preocupação com a verdade, e a
circunstância de seus registros indicam que não eram enganadores intencionais mais sim
homens honestos. O seu testemunho pôs em perigo seus interesses materiais, posição
social, e suas próprias vidas. Por quê razão inventariam uma estória que condena a
hipocrisia e é contrária a suas crenças herdadas, pagando com suas próprias vidas?
o Harmonia do N.T.: Os sinópticos não se contradizem mas suplementam um ao outro. Os
vinte e sete livros do N.T. apresentam um quadro harmonioso de Jesus Cristo e Sua
obra.
o Prova Histórica e Arqueológica:
 a) Histórica: O recenseamento quando Quirino era Governador da Síria (Lc.2:2), os atos
de Herodes o Grande (Mt.2:16-18), de Herodes Antipas (Mt.14:1-12), de Agripa I
(At.12:1), de Gálio (At.18;12-17), de Agripa II (At.25:13-26:32) etc.
 b) Arqueológica: As descobertas arqueológicas confirmam a veracidade do N.T. Quirino
(Lc.2:2) foi Governador da Síria duas vezes (16-12 e 6-4 a.C.), sendo que Lucas se
refere ao segundo período. Lisânias, o Tetrarca é mencionado em uma inscrição no local
de Abilene na época a que Lucas se refere.

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Uma inscrição em Listra registra a dedicação da estátua Zeus (Júpiter) e


Hermes (Mercúrio), o que mostra que esses deuses eram colocados no mesmo nível, no
culto local, conforme descrito em At.14:12.
Uma inscrição de Pafos faz referência ao Proconsul Paulo, identificado como
Sergio Paulo (At.13:7).

Além de tudo o que foi dito, podemos ainda comprovar a Autoridade e a


Credibilidade das Escrituras pelo simples fato dela conter “vida”, tanto nos benefícios
que conquista para os que dela tem acesso como “vida em si mesma” pela imortalidade
de sua existência.

11. PRESERVAÇÃO DA PALAVRA AO LONGO DA HISTÓRIA


É a operação divina que garante a permanência da Palavra Escrita, com base na
aliança que Deus fez acerca de Sua Palavra Eterna (Sl.119:89,152; Mt.24:35; 1Pe.1:23;
Jo.10:35). Os céus e a terra passarão (Hb.12:26,27; 2Pe.3:10) mas a Palavra de Deus
permanecerá (Mt.24:35; Hb.12:28; Is.40:8; 2Pe.1:19).
A preservação das Escrituras, como o cuidado divino para a sua criação e
formação do cânon, não foi acidental, nem incidental, mas sim o cumprimento de uma
promessa divina. A Bíblia é eterna, ela permanece porque nenhuma Palavra que Jeová
tenha dito pode ser removida ou abalada; nem uma vírgula ou um ponto do testemunho
divino pode passar até que seja cumprido.

"Quando pensamos no fato da Bíblia ter sido objeto especial de infindável


perseguição, a maravilha da sua sobrevivência se transforma em milagre... Por dois
mil anos, o ódio do homem pela Bíblia tem sido persistente, determinado, incansável e
assassino. Todo esforço possível tem sido feito para corroer a fé na inspiração e
autoridade da Bíblia, e inúmeras operações têm sido levadas a efeito para fazê-la
desaparecer. Decretos imperiais têm sido passados ordenando que todas as cópias
existentes da Bíblia fossem destruídas, e quando essa medida não conseguiu exterminar
e aniquilar a Palavra de Deus, ordens foram dadas para que qualquer pessoa que fosse
encontrada com uma cópia das Escrituras fosse morta." (Arthur W. Pink. The Divine
Inspiration of the Bible = A Inspiração Divina da Bíblia)

A Bíblia permanece até hoje porque o próprio Deus tem se empenhado em


preservá-la. Quando o rei Jeoaquim queimou um rolo das Escrituras, Deus mesmo
determinou a Jeremias que reescrevesse as palavras que haviam sido queimadas
(Jr.36:27,28), e ainda determinou maldições sobre o rei, por haver tentado destruir a
Palavra de Deus (Jr.36:29,31). Ademais Deus acrescentou ao segundo rolo outras
palavras que não se encontravam no primeiro (Jr.36:32), pois a Palavra de Deus sempre
há de prevalecer sobre a palavra do homem (Jr.44:17,28; At.19:19,20).
Deve ficar esclarecido que Deus tem preservado apenas a Sua Palavra inspirada,
aquilo que deve ser considerado como revelação de Deus, e por isso mesmo não foi
preservado e não faz parte do Cânon Sagrado (1Cr.29:29; 2Cr.9:29;12:15;13:22;20:34;
2Cr.24:27;26:22;33:19). Em 2Co.7:8 Paulo faz menção a uma segunda carta que não
consta do Novo Testamento, sendo que a segunda carta de Coríntios que temos na nossa
Bíblia, provavelmente deveria ser a terceira.

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Hoje a estratégia de Satanás sobre a Palavra de Deus é diferente, pois já


que ele
não consegue destruí-la, procura desacreditá-la (negando sua inspiração) e corrompê-la
com interpretações pervertidas da verdade (1Tm.4:1,2; 2Ts.2:9-12). A nós pois, como
igreja, cabe a responsabilidade de defender e preservar a verdade (1Tm.3:15) com o
mesmo anseio que caracterizava a vida de Paulo (Fp.1:7,16).

12. - TIPOS DE BÍBLIA

 Por que existem diferenças entre algumas Bíblias?


 Qual é a melhor tradução da Bíblia?
 O que preciso saber para não ser enganado quando comprar uma Bíblia?

12.1 - Basicamente possuímos dois tipos de Bíblia:

A) Baseadas no Texto Tradicional ou Texto Bizantino


 Antigo Testamento  Texto Massorético (hebraico)
 Os Massoretas eram escribas judeus que se dedicaram a preservar e cuidar das escrituras
(Antigo Testamento)
 Substituíram os escribas por volta do ano 500 d.C. até 1.000 d.C..
 No hebraico antigo escrevia-se somente com consoantes, e as vogais eram
somentepronunciadas, isto é, as vogais eram transmitidas através das gerações do povo
judeu oralmente e não de forma escrita.
 Os Massoretas foram os responsáveis pela adição de vogais no texto hebraico moderno.
 Novo Testamento  Textus Receptus (TR) (grego)
 Obs.: estudaremos mais sobre esta tradução.
 Esta Bíblia é Preservada pela cultura Oriental

B) Baseadas no Texto Moderno ou Texto Alexandrino:


 Antigo Testamento  Septuaginta (grego)
 É o nome de uma tradução do Antigo Testamento para o idioma grego, feita no século III
a.C..
 Foi encomendada por Ptolomeu II, rei do Egito, para ilustrar a recém inaugurada
Biblioteca de Alexandria.
 A tradução ficou conhecida como os Setenta (ou Septuaginta, palavra latina que significa
setenta, ou ainda LXX), pois setenta e dois rabinos trabalharam nela.
 A Septuaginta foi usada como base para diversas traduções da Bíblia do Ocidente
 Novo Testamento  Texto Crítico (TC) (grego)
 Obs.: estudaremos mais sobre esta tradução.
 Preservado pela cultura Ocidental

12.2 - A Recuperação do Texto Bíblico

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Na idade Média, a Igreja Romana só permitia o uso do Latim, e o povo não


tinha acesso à Bíblia nem aos textos em grego.
A igreja Romana preservou a Bíblia em Latim, por meio da tradução de
Jerônimo, a “Vulgata Latina”.
No período entre 400 a 1400 d.C a Bíblia oficial do Ocidente era a Vulgata
Latina.

12.3 - Precursores da Reforma que lutaram pela divulgação da Bíblia (1376-


1416):
John Wyclif (traduz a Bíblia para o Inglês)
João Huss ou Jan Hus (condenado à fogueira por apoiar Wyclif)
Jerônimo de Praga (condenado à fogueira por apoiar João Huss)
12.4 – O Textus Receptus (Texto Recebido)
 No Império Bizantino (Império Romano do Oriente) a cultura grega foi preservada nos
períodos de 333 d.C a 1453 d.C.
 Os Bizantinos conservaram muitas cópias dos manuscritos do Novo Testamento em sua
língua original. Cerca de 5.000 manuscritos.
 Com a invasão do Muçulmanos em 1453, e o fim do Império Bizantino, os eruditos
cristãos fugiram para o ocidente levando consigo as cópias dos textos gregos. Esse fato
reavivou o estudo do grego no Ocidente.
 Após a invenção da prensa móvel por Gutenberg (1454), o Evangelho expandiu
poderosamente.
 Erasmo de Roterdã, um estudioso do grego, preparou um edição do Novo Testamento
tendo como base os melhores manuscritos bizantinos.
 Esse texto foi posteriormente denominado Textus Receptus (Texto Recebido) ou
 simplesmente TR.
 O TR foi editado por Erasmo (1516), depois por Estéfano (1546-51), depois por Beza
(1598) e os irmãos Elzevir (1624/1633)

12.4.1 - O Textus Receptus (TR) foi o texto Grego usado na Reforma


Bíblias produzidas na Reforma Protestante:
 Bíblia de Lutero – Alemão (1522)
 Reina Valera – Espanhol (1569)
 Rei Tiago (King James) – Inglês (1611)
 Diodati – Italiana (1649)
 João Ferreira de Almeida – Português (1681)
 Muitas Bíblias foram destruídas pela Igreja Romana e muitos crentes foram mortos por
causa das novas traduções da Bíblia.
 William Tyndale foi condenado e morto em 6 de Outubro de 1536 por traduzir a Bíblia
para o inglês.
 Por cerca de 400 anos (de 1500 a 1900), o maior avivamento do planeta, o
Protestantismo, usou um mesmo tipo de Bíblia, ou seja, Bíblias baseadas no texto
preservado pelo Oriente (Texto Bizantino).

12.5 - Como surgiu o Texto Crítico


 Cerca de 400 anos após a Reforma Protestante, o pesquisador Tischendorf descobriu
mais dois manuscritos gregos datados do quarto século:

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o Códice Sinaiticus (1844) no convento de Santa Catarina no monte Sinai. Esses


manuscritos estavam numa cesta de lixo prestes a se tornarem combustível para o fogão
do convento.
o Códice Vaticanus (1866) guardado em uma biblioteca do Vaticano (onde está até hoje).
 O Vaticano só permitiu que ele consultasse durante 14 dias, 3 horas por dia.
 Em 1882, dois bispos anglicanos, Westcott e Hort, fizeram um trabalho de Crítica
Textual baseando-se principalmente nesses dois manuscritos. A partir daí lançaram uma
versão revisada do texto grego.
 Esse texto passou a ser chamado de Texto Crítico (TC)
 O TC possui 7% de diferença do TR
 O trabalho de Crítica Textual consiste em determinar qual a versão mais provável do
texto original dentre as variantes dos manuscritos disponíveis.
 Porém foi dado um peso maior aos dois manuscritos descobertos (Sinaiticus e
Vaticanus) por serem mais antigos e mais completos. Daí surgiu o termo “melhores
manuscritos”.
 A partir 1882, foram lançadas novas Bíblias no mundo inteiro baseadas no TC
 Só após o ano de 1882, com o trabalho de Westcott e Hort é que houve toda a influência
nas Bíblias atuais.
 Essa diferença de 7%, no geral, não afeta nenhuma doutrina fundamental do
Cristianismo.

13. MÉTODOS DE TRADUÇÕES


Temos dois métodos de traduções:
 Método por Equivalência Formal
 Método por Equivalência Dinâmica

13.1 - Método por Equivalência Formal:
Traduz-se palavra por palavra do texto bíblico seguindo a estrutura do grego ou
hebraico, mas respeitando as regras do português. Acrescentam-se palavras em
caracteres itálicos para indicar que uma específica palavra não consta no texto base, mas
que precisou ser adicionada para dar melhor fluência ao texto.
Ex: Bíblia ACF da SBTB; RC da IBB; RC da SBB

Exemplo de tradução por Equivalência Formal


“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm”
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”
(1 Coríntios 10:23-ACF)

13.2 - Método por Equivalência Dinâmica:


Este princípio tenta usar uma tradução que se aproxime do sentido original do
texto usando a fluência da língua para a qual se está traduzindo sem, contudo, seguir a
estrutura do grego ou hebraico.
Ex: NTLH da SBB, NVI da SBI

Exemplo de tradução por Equivalência Dinâmica


Alguns dizem:
“Podemos fazer tudo o que queremos.” Sim, mas nem tudo é bom.
“Podemos fazer tudo o que queremos”, mas nem tudo é útil.

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(1 Coríntios 10:23-NTLH)

13.3- Tradução Formal - Vantagens e desvantagens


 É uma tradução Fiel ao texto base.
 Passa maior confiança ao leitor
 Possui uma leitura mais difícil, pois exige um nível cultural maior (leitura erudita)
 Possui expressões não tão comuns aos nossos dias:
 “mó de atafona” ---------------------- “pedra de moinho”
 “não se te dá” --------------------------- “não te importas”
 “com razão o sofrereis” -------------- “o tolerais facilmente”

13.4 - Tradução Dinâmica - Vantagens e desvantagens


 É uma tradução mais fácil de entender
 Facilita a leitura para as pessoas mais simples
 A fidelidade da tradução depende da fidelidade do tradutor
 Nem sempre há uma correlação de palavras entre o texto base e o texto traduzido

13.5 - Bíblias em português


 ACF = Almeida Corrigida Fiel da SBTB
o 100% TR (tradução formal)
 ARC = Almeida Revista Corrigida da IBB e SBB
o 98% TR e 2% TC (tradução formal)
 AEC = Almeida Edição Contemporânea da Ed.VIDA
o 96% TR e 4% TC (tradução mista) - Ex: Bíblia Thompson
 ARA = Almeida Revista e Atualizada da SBB
o 93% TR e 7% TC (tradução mista)
 Usa “[ ]” colchetes para indicar o que fazia parte da edição original de João Ferreira de
Almeida, ou seja, o TR.

13.6 - Bíblias totalmente baseadas no TC e que usam o método de tradução


dinâmica:
 NTLH (Linguagem de Hoje) - SBB
 Bíblia Viva - Editora Vida
 NVI (Nova Versão Internacional) - SBI
 Bíblia Católicas (todas)
 Tradução do Novo Mundo – Testemunhas de Jeová

13.7 - Comparando o TR e o TC
Mateus 9:13
 (ACF) “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício.
Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores , ao arrependimento.”
 (ARA) “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos;
pois não vim chamar justos e sim pecadores [ao arrependimento].”
 (NVI) “Vão aprender o que significa isto: ‘Desejo misericórdia, não sacrifícios’. Pois eu
não vim chamar justos, mas pecadores.”

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1 Timóteo 3:16
 (ACF) “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em
carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo,
recebido acima na glória.”
 (ARA) “Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na
carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado aos gentios, crido no
mundo, recebido na glória.”

Atos 8:37
 (ACF) “E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio
que Jesus Cristo é o Filho de Deus”
 (ARA) “[Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse:
Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus]”

Romanos 8:1
 (ACF) "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que
não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”
 (NVI) "Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus."

13.8 – Outras comparações entre o TR e o TC


Versículos completos que estão faltando nas bíblias baseadas no TC.
 Mateus 17:21
 Mateus 18:11
 Mateus 23:14
 Marcos 7:16
 Marcos 9:44 e 46
 Marcos 11:26
 Marcos 15:28
 Lucas 17:36
 Atos 15:34
 Atos 28:29

Versículos que contêm diferenças entre o TC e TR.


 Mateus 1:25
 Marcos 1:2
 Marcos 2:17
 Lucas 4:4
 João 3:13
 Lucas 22:43-44
 Efésios 3:9
 Apocalipse 1:11
 Apocalipse 21:24
 Apocalipse 22:14

14. OS PERIGOS NAS TRADUÇÕES

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Como povo de Deus, precisamos ficar atentos quanto às investidas do


inimigo. Devemos lembrar que o inimigo tenta corromper a palavra de Deus desde o
início da nossa era.
A situação hoje não é diferente. Em algumas traduções estão inseridas algumas
Ambigüidades. Devemos nos lembrar também que Satanás falou: “É assim que Deus
disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” (Gn 3:1)

Exemplo 1
Tradução do Novo Mundo - (Testemunhas de Jeová)
“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era
[um] deus” (João 1:1).
O que está escrito no texto grego?

Kai qeos hn o logos. (E Deus era o Verbo)


Sujeito da oração “o Verbo”.

Observações sobre o uso do Artigo: Nesse versículo, “Deus” é atributo.


Diante de um atributo o artigo é omitido. Então, a tradução correta é: “E o Verbo (a
Palavra) era Deus”.

Exemplo 2
Tradução da Bíblia de Jerusalém
“Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem
dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15).
A interpretação dada aqui, pelos Católicos Romanos, é que “Maria” pisou na
cabeça da serpente, e por isso, é co-redendora da salvação.
Em nenhum lugar da Bíblia há essa interpretação; nem pelos profetas, nem pelos
apóstolos.

Exemplo 3
Notícia: Alemanha publica uma versão politicamente correta da Bíblia - Agência
France Presse (AFP).
 "Mãe nossa e pai nosso que estão no céu´”
 Jesus "regressa" e não "ressuscita" (reencarnação?)
 Usa sempre "fariseus e fariséias".
 Usa sempre “Irmãos e Irmãs”
Só não usaram “Diabo e Diaba”, por quê?

15. OS PERIGOS NAS INTERPRETAÇÕES


Aprenderemos mais sobre a interpretação da Bíblia na disciplina de
hermenêutica. Contudo daremos um breve panorama a respeito desta disciplina.
Hermenêutica é o nome dado a ciência da interpretação bíblica.
A hermenêutica tenta responder a seguinte pergunta: Como podemos
compreender a Bíblia?

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15.1 – Iluminação
Em relação à Bíblia, revelação trata de seu conteúdo ou material (ato ou
processo como Deus se revelou). Inspiração diz respeito ao registro de tal conteúdo
(como foi elaborado?), e iluminação trata do significado deste conteúdo (O que ele quer
nos ensinar).
O homem não salvo não pode compreender o ministério iluminador do Espírito
Santo já que está cego para a verdade de Deus (1 Co 2:14). Isto não significa que nada
possa aprender dos fatos da Bíblia, mas sim que ele os considera loucura.
Por outro lado o crente tem a promessa de ser iluminado para compreender o
significado do texto bíblico (Jo 16:12-15; 1 Co 2:9-16).
O propósito do ministério de iluminação do Espírito é glorificar a Cristo e não a
si mesmo (Jo 16:13).

15.2 – Interpretação
A iluminação, embora assegurada, nem sempre garante compreensão automática.
O crente deve estar em comunhão com o Senhor para experimentar esse ministério.
Deve, além disso, estudar, utilizando-se dos mestres dados por Cristo a Igreja
(Rm 12:7), bem como das capacidades e dos recursos de que dispuser.

15.2.1 – Princípios básicos para interpretação


 Interpretá-la literalmente – Este principio, conhecido tecnicamente como o método
gramático-histórico, toma o sentido natural, direto, de um texto ou passagem como
sendo fundamental. Esta abordagem "literal" deve ser cuidadosamente distinguida da
"literalista". Esta última interpreta as palavras da Escritura de modo rígido, sem fazer
concessões a figuras de linguagem, metáforas, formas literária, etc.; para tomar um
exemplo extremo: "Pois os olhos do Senhor passam por toda terra, para cima e para
baixo" (2 Cr 16:9 BV) ensina a onisciência de Deus e não que um par de olhos celestiais
periodicamente varre todo o globo. Uma abordagem "literal" exige que interpretemos a
Escritura: 1) Segundo o significado original. 2) Segundo a forma literária (prosa, poesia,
parábolas, alegoria (Ez 16), mito, apocalíptica, fabula (Jz 9:8-15), etc. 3) Segundo o
contexto.
 Reconhecer o progresso da revelação – Lembre-se que a Bíblia não foi entregue
pronta de uma vez, como um livro completo, mas que chegou da parte de Deus através
de muitos autores, durante um período de cerca de 1600 anos. Isto significa que, no
processo de sua revelação ao homem, Deus pode ter acrescido ou até mesmo mudado
numa era aquilo que Deus dera em outra (como, por exemplo, a proibição do consumo
de carne de porco, outrora imposta para o povo de Deus, foi suspensa em nossa era, At
10:10-16; 1 Tm 4:3). Isso é muito importante; doutra sorte, a bíblia conteria
contradições aparentemente insolúveis (como Mt 10:5-7 {fim da lei} comparado a Mt
28:18-20 {inicio de uma nova era} salvação é para todos).
 A Escritura deve ser interpretada pela Escritura – "A regra infalível de interpretação
da Escritura é a própria Escritura; portanto quando surge uma questão sobre o sentido
verdadeiro e completo de qualquer Escritura, ela deve ser pesquisada e determinada por
outras passagens que falem mais claramente." (Confissão de Fé de Westminster).
 A Escritura só pode ser interpretada pelo Espírito Santo– A verdadeira
compreensão não nos é natural; é dom de Deus (Mt 11:25; 16:17) mediante o Espírito
Santo (Jo 16:13). Isto não nos isenta do esforço aplicado, nem implica em que possamos
isolar-nos de outros cristãos em nosso entendimento da Bíblia. É tolice esperar que
Deus nos ensine pela sua Palavra se negligenciarmos a maneira ordenada como nos traz
sua verdade, inclusive o dom exercido pelos mestres por ele escolhidos.

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16. CONCLUSÃO
A Palavra de Deus é animação - no sentido de gerar vida, força e ânimo. É o
poder inerente para transmitir vitalidade ou vida ao ser humano. O Sl.19:7 diz que "a lei
do Senhor é perfeita, e restaura a alma..." e no versículo 8 diz que "os preceitos do
Senhor são retos, e alegram o coração...".
A Palavra de Deus é Viva - O elemento da vida que aqui se declara é mais do
que aquilo que agora tem autoridade em contraste com o que já se tornou letra morta; é
mais do que alguma coisa que fornece nutrição. Mas as Escrituras são vivas porque é o
hálito (espírito) do Deus Vivo (Jo.6:63; Jó 33:4). Assim tanto a Palavra Escrita (Logos)
como a Palavra Falada (rêma) são possuidoras de vida. Não há diferença essencial entre
elas, pois são apenas duas formas diferentes dela existir.
Em 1Pedro (1:23) lemos que a Palavra de Deus vive e permanece para sempre.
Assim a Palavra de Deus possui vida eternamente (Sl.19:9;119:160).
A Palavra de Deus é Eficaz – A palavra grega usada neste trecho éenergês de
onde temos a palavra energia. Trata-se da energia que a vida vital fornece. Por isso a
Palavra de Deus é comparada a uma poderosa espada de dois gumes com poder para
cortar, penetrar e discernir. Quando o Espírito Santo empunha a Sua espada (Ef.6:17)
uma energia é liberada dela para animar e realizar o seu propósito (Is.55:10,11). É com
este poder inerente à Palavra de Deus que o Espírito Santo convence os contradizentes
(Jo.16:8; 1Co.2:4) porque a Palavra de Deus é como uma dinamite com poder (dínamos,
Rm.1:16) para salvar e destruir (2Co.10:4,5;2Co.2:14,17; 1Jo.2:14; Jr.23:24).
É eficaz na regeneração: Comparada com a "água" (Jo.3:5; Ef.5:26), a Palavra
de Deus tem poder para regenerar, pois ela coopera com o Espírito Santo na realização
do novo nascimento (1Pe.1:23; Tt.3:5; Jo.15:3; Ez.36:25-27; Jo.6:63; Tg.1:18,21;
1Co.4:15; Rm.1:16).
É eficaz na santificação: A Palavra de Deus tem poder para santificar (Jo.17:17;
Ef.5:26; Ez.36:25,27; 2Pe.1:4; Sl.37:31;119:11). Com efeito, a santificação é pela fé
(At.15:9 e 26:18) e a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm.10:17).
É eficaz na edificação: A Palavra de Deus tem poder para edificar (1Pe.2:2;
At.20:32; 2Pe.3:18).

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17. BIBLIOGRAFIA

HALLEY, Henry H. Manual Bíblico. São Paulo: Edições Vida Nova, 1993
MILNE, Bruce. Estudando As Doutrinas Da Bíblia. São Paulo: ABU Editora, 1995
TIDWELL, J. B. Visão Panorâmica Da Bíblia. São Paulo: Ed. vida Nova, 1997
RYRIE, Charles C. A Bíblia Anotada. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1991
Apostila de Bibliologia de Lincoln Máximo Alves, Dezembro de 2006.

SHEED, Russel P. Novo Comentário da Bíblia. São Paulo: Edições Vida Nova, 1980.
GEISLER, Norman e NIX, William. Introdução Bíblica: como a bíblia chegou até nós.

São Paulo: Ed. Vida.

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