9 Rural Como Categoria de Pensamento
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Introdução
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ley, que mais tem contribuído para esse tema, lida com a ambi-
güidade resultante da combinação desses dois níveis de análise
quando aceita o desafio de trabalhar com um universo – as pe-
quenas cidades – que é formalmente definido como urbano, se
acionarmos os critérios oficiais de classificação vigente, mas que
guarda também algo que o distingue de uma verdadeira “experiên-
cia urbana”, como chama a atenção, muito apropriadamente, a
autora (2002). Esses pequenos municípios estariam, portanto,
na interseção de dois códigos de relações sociais. Se, de um lado,
mantêm uma sociabilidade diferenciada – marcada pelas relações
sociais de interconhecimento – e uma “particular vinculação com
a natureza”, o que os aproximariam de uma realidade “rural”, por
outro, exercem também as funções de mediação na “integração
do mundo rural com sistema mais geral de cidades”, marcando de
maneira específica um modo de vida e de inserção na sociedade
nacional que não são os mesmos encontrados nas grandes cida-
des e nem nas pequenas localidades rurais.
A necessidade de se relativizar essa dualidade também é re-
forçada por dados de pesquisas baseadas na PNAD que permiti-
ram mostrar uma queda do emprego rural agrícola e um aumento
das atividades não-agrícolas (cf. DEL GROSSI et al., 2002). A esse
movimento foi designada a expressão de “novo rural brasileiro”
(GRAZIANO DA SILVA, 1996). No entanto, os dados estatísticos
mostram que essa novidade está muito mais no aumento do nú-
mero de trabalhadores que se dedicam às atividades de serviços
domésticos de baixo nível de qualificação do que na ampliação
de novos setores ocupacionais no meio rural (DEL GROSSI et al.,
2002).
Tal como o “renascimento rural” francês, a imagem do “novo
rural brasileiro” vai estimular uma série de estudos voltados para
a qualificação dessa nova tendência que têm como uma das prin-
cipais premissas a ruptura (ou relativização) da representação do
mundo rural atrelada à atividade agrícola. Para Graziano da Silva,
o crescimento das atividades não-agrícolas é uma decorrência da
ampliação do mercado de trabalho urbano para as áreas rurais,
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“um dia fora” ou deveria ter sido e que não é mais. A busca do
campo e da natureza responderia, portanto, ao desejo de restituir
uma “qualidade de urbanidade, civilidade; cortesia; afabilidade”
6 A autora recorre ao conforme define o Aurélio (DE PAULA, 2005).6
Dicionário Aurélio século
XXI para a noção de ur- Distinguir a categoria rural como elemento fundador desses
banidade.
mitos e como categoria analítica é um desafio para o pesquisador.
Ficam evidentes, nesse debate, os limites da capacidade analítica
dessas categorias, na medida em que a própria visão da realidade
que lhe sustentava está sendo colocada em dúvida. Seria o caso de
apreendermos as novas ruralidades a partir do recurso a outras
noções de conteúdo analítico que permitam identificar o lugar
que o espaço ocupa nas relações sociais, na formação dos ato-
res sociais, na construção de suas identidades e ações coletivas
(RÉMY, 1989). Assim sendo, podemos sugerir que a categoria
rural estaria muito mais próxima daquilo que Bourdieu (1993)
define como “categoria realizada” ou, dito de outra maneira, mas
na mesma direção, do que Rémy e Mormont definem como “ca-
tegoria operacional”, ou seja, “uma categoria de pensamento (po-
lítico-ideológica e relacional) do mundo social” que define iden-
tidades e sustenta reivindicações. Caberia, portanto, partir para
a análise das ruralidades contemporâneas com a atenção voltada
para essa distinção básica, para não incorrermos no risco de con-
fundir representações sociais com categorias analíticas.
Nesses termos, consideramos que a noção de rural corres-
ponde a construções simbólicas pertencentes a diferentes uni-
versos culturais que lhes atribuem significados distintos. Através
dessa classificação, é possível compreender a sociedade e cons-
truir uma representação do mundo social em torno do tempo
e do espaço (MORMONT, 1996) e de agir sobre ela como uma
“categoria operacional” (MORMONT, 1989) ou como uma “ca-
tegoria realizada”. Caminhando na mesma direção, os dois auto-
res chamam a atenção para a ambigüidade presente em categorias
como essas que transitam do senso comum ao discurso socioló-
gico. Bourdieu, ao tratar da pluralidade de significados da noção
de família, e Mormont, por sua vez, ao tratar especificamente da
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