Resumo de Logistica Rial
Resumo de Logistica Rial
Resumo de Logistica Rial
- Logística: compreende a orientação e a estrutura de planejamento que têm por objetivo a elaboração de um
plano integrado para o fluxo de produtos e informações ao longo de uma série de estágios de um negócio (que
constituem a cadeia de suprimentos).
- Cadeia de suprimentos: rede de entidades ou organizações que atuam em conjunto, de forma cooperativa,
para administrar o fluxo de materiais e informações, desde os fornecedores até os clientes finais.
- Cadeia de suprimentos do iogurte: a fazenda produzindo o leite, depois esse leite sendo tratado na
cooperativa de produtores, que será fornecido à fábrica de iogurte, e esta acrescentará outras matérias-primas
para produzir o iogurte, embalará o produto, irá distribuí-lo para um atacadista, que, por sua vez,
disponibilizará o produto nas prateleiras.
- Alguns aspectos importantes para a relevância da gestão da cadeia de suprimentos nos dias de hoje: as
transformações tecnológicas, econômicas, políticas e sociais que o mundo está passando; o uso continuado de
recursos renováveis e não-renováveis do planeta; a crescente procura por novas fontes de energia e por
matérias-primas que tem elevado os custos desses insumos industriais; o crescimento da percepção de risco no
ambiente de mercados, que torna a tomada de decisão cada vez mais dependente de informações; a crescente
competição entre as empresas pelo mercado e por lucratividade; e considerando-se que as empresas
competem em custos e diferenciação ou por nicho de mercado, qualquer fator que venha a provocar uma
possibilidade de ampliação da vantagem competitiva é bem acolhido pelas organizações.
- Principal objetivo do gerenciamento de uma cadeia de suprimentos: administração das relações entre os
seus membros integrantes, de forma que seja obtido um aumento da lucratividade para todos os seus
membros.
- Cadeia de suprimentos: rede de organizações conectadas e interdependentes, trabalhando conjuntamente,
em regime de cooperação mútua, para controlar, gerenciar e aperfeiçoar o fluxo de matérias-primas e
informações dos fornecedores para os clientes finais.
- Canal físico de suprimento: se refere à lacuna, em termos de tempo e espaço, entre as fontes de matérias-
primas imediatas de uma dada empresa e seus pontos de processamento internos (trata-se da distância e do
tempo compreendidos entre a saída de um suprimento qualquer do estabelecimento do fornecedor até sua
chegada nas instalações da fábrica que vai processá-lo).
- Canal físico de distribuição: diz respeito a essa lacuna entre os pontos de processamento de matérias-
primas na empresa até os seus clientes finais das mercadorias produzidas.
- Gestão da cadeia de suprimentos: é a ação integrada de gerenciamento dos fluxos do canal de suprimento
e do canal de distribuição.
- A gestão da cadeia de suprimentos constitui um conceito mais abrangente do que a gestão logística
- Missão da logística e gerenciamento de cadeias de suprimentos é a mesma: dispor os produtos e serviços
desejados no lugar certo e nas condições adequadas, proporcionando a melhor condição possível para a
empresa.
- A gestão da cadeia de suprimentos tem um conceito mais abrangente, na medida em que se preocupa com a
integração de todos os componentes, busca a melhoria do preço final, a redução dos custos intermediários e o
aumento da competitividade da cadeia como um todo.
- A logística não acaba no fluxo de produtos, que compreende o posto de aquisição de matéria-prima até o
consumidor final.
- A entrega do produto final ao cliente não encerra o gerenciamento da cadeia de suprimentos: Para
muitas empresas, há o que se chama de canal logístico reverso, que também precisa ser bem gerenciado. O
canal logístico reverso trata dos fluxos que são gerados após a entrega de um produto ao consumidor como,
por exemplo, nos casos em que os produtos foram danificados ou apresentaram defeitos e devem retornar aos
pontos de origem para conserto ou descarte. Há ainda os casos em que a legislação ambiental obriga o
recolhimento de embalagens ou também aqueles em que é economicamente interessante o seu
reaproveitamento (lembre-se do caso das baterias de celular ou mesmo da coleta seletiva de lixo).
- Quando uma empresa assume uma posição de vantagem competitiva em face dos seus concorrentes:
quando evidencia, durante um grande período de tempo, uma ou mais das seguintes características:
capacidade de manter um preço baixo em relação aos seus concorrentes; reputação de qualidade no
atendimento ou nos produtos que produz e comercializa; preferência por parte dos clientes; lucratividade
acima da média do setor em que atua.
- Vantagem competitiva: a empresa deve ser capaz de se destacar dos seus concorrentes, segundo a
percepção dos clientes, que estão sempre buscando o maior valor incorporado aos produtos, ao menor custo
possível.
- É esta a chave da vantagem competitiva: oferecer valor aos clientes e cobrar baixos preços.
- Para que uma empresa consiga sustentar uma vantagem competitiva por muito tempo, é necessário que a sua
administração esteja permanentemente orientada para o acompanhamento do mercado, de tal forma a
aproveitar as oportunidades que ele oferece, bem como ser capaz de se defender de eventuais ameaças.
- Os baixos custos permitem que uma empresa possa reduzir seus preços de venda sem comprometer as
margens de lucro (possibilitam que a empresa venda seus produtos e obtenha o mesmo lucro por unidade
vendida).
- Menores custos estão associados a um maior volume de vendas. Quanto maior a quantidade produzia, menor
o custo fixo por unidade.
- Curva de experiência: consiste no fato de que, à medida que os trabalhadores vão fazendo mais e mais
produtos, eles se tornam mais eficientes na sua produção em razão da experiência adquirida no processo.
- Tipos de valor em produtos ou serviços criados pela atividade empresarial: forma, tempo, lugar e posse.
A logística é responsável diretamente por dois, o tempo e o lugar, e, subsidiariamente, com a forma.
- Valor de forma: responsabilidade da produção na medida em que transforma matérias-primas em produtos
e serviços.
- Valores de tempo e lugar nos produtos e serviços: responsabilidade da logística, sobretudo por intermédio
dos transportes, dos fluxos de informações e do gerenciamento de estoques.
- Valor de posse: responsabilidade do marketing, das finanças e da engenharia, e é criado quando os clientes
são induzidos a adquirirem os produtos e serviços por meio da propaganda, do suporte técnico e das
condições de venda, tais como o preço e a disponibilidade de crédito.
- Os custos podem ser reduzidos por intermédio do aumento da produtividade, e esta pode aumentar em razão
de um correto gerenciamento logístico combinado com a gestão da cadeia de suprimentos, seja empregando
melhor a capacidade instalada, seja reduzindo estoques e integrando as distintas fases da cadeia.
- O gerenciamento logístico pode auxiliar a empresa a obter vantagem de valor na aquisição do produto,
sobretudo com a oferta de um excelente serviço de suporte ao cliente.
- Principais desafios que deverão ser enfrentados pela área da logística: as novas regras de competição
nos mercados (hoje as empresas conseguem se diferenciar por meio de suas capacidades e competências, e
são competitivas na medida em que conseguem criar valor para os consumidores, por meio de um
gerenciamento mais eficiente de seus processos internos em relação aos seus concorrentes); a globalização
dos setores envolvidos (empresas estão sempre à procura de vantagens competitivas, por meio da
identificação de mercados internacionais para os seus produtos); a tendência de redução nos preços de vendas
(empresas se deparam com a tendência de queda nos preços dos produtos, bem como uma redução no tempo
em que os produtos reduzem seus preços, como exemplo,os preços dos aparelhos de telefone celular, nas
máquinas digitais, nos aparelhos de DVD e todos os produtos que são muito afetados por inovações
tecnológicas); e a maior influência dos clientes nas relações de mercado (cliente passou a ser mais exigente
em relação à qualidade do produto quanto com relação aos serviços prestados, principalmente com o
crescimento da internet, que permiti a comparação de preços mais facilmente).
- As empresas que desejarem se manter competitivas deverão alinhar suas estratégias de tal maneira que
consigam oferecer maior valor para um menor número de clientes. E esta mudança de orientação, de um
crescimento baseado em volume para um crescimento baseado em valor, exigirá mais eficiência do
gerenciamento logístico.
- O uso da internet e o aumento das inovações tecnológicas podem ser considerados como desafios para
o gerenciamento logístico: produziram enormes mudanças no ambiente competitivo, alterando a forma pela
qual as pessoas se relacionam. A internet ampliou a visão das pessoas e aumentou o volume de informações
disponíveis, fazendo com que os consumidores adquirissem maior poder em termos de exigência de bons
produtos e serviços. Já a inovação tecnológica acelerada produziu uma enorme convergência tecnológica nos
produtos finais, gerando uma tendência de desvinculação às marcas ou de comoditização dos produtos
(veremos o que é isso em detalhes nas próximas aulas). Ambos os fatos tornaram o gerenciamento da cadeia
de suprimentos um elemento fundamental para a promoção da competitividade das empresas, na medida em
que podem gerar maior valor percebido e redução de custos.
Aula 3 – A cadeia de Suprimentos e a Estratégia Empresarial
- Componentes que uma estratégia vencedora deve considerar: clientes; fornecedores; concorrentes; e a
empresa (propriamente dita).
- Devem ser consideradas, também, as variáveis ambientais, que estão fora do controle da empresa, ou seja, a
empresa não tem condições de intervir nelas. São as denominadas oportunidades e ameaças.
- Oportunidades: eventos do ambiente que podem ser aproveitadas pela empresa. Exemplo, os Jogos Pan-
americanos, no Rio de Janeiro, em 2007, foi uma oportunidade para vários profissionais e empresas que
puderam trabalhar ou negociar durante os jogos.
- Ameaças: eventos do ambiente que podem prejudicar a empresa, independente da vontade desta.
- Classificação das decisões dos aspectos a serem considerados no aspecto da produção: duas categorias
de decisões: as decisões estruturais e as decisões infra-estruturais.
- Decisões estruturais em produção: são aquelas que influenciam, principalmente, as atividades de projeto.
- Decisões infra-estruturais em produção: são aquelas que exercem influência sobre a força de trabalho de
uma empresa, bem como as ações de planejamento, controle e melhoria.
- Exemplo de decisões estruturais: definições acerca do desenvolvimento de novos produtos ou processos; a
promoção de integração vertical (assumir o controle de todas as etapas da cadeia produtiva); condições das
instalações físicas; e escolha da tecnologia.
- Exemplos de decisões infra-estruturais: a organização e distribuição da força de trabalho; a definição da
capacidade de produção; a escolha dos fornecedores; a definição do nível de estoques; a definição dos
sistemas de controle e avaliação de desempenho; os critérios de melhoria. Vejamos agora o papel da Logística
no contexto estratégico da organização.
- A Logística deve atuar na estratégia da organização de tal forma a promover os seguintes objetivos:
redução de custos; redução do volume do capital empregado; e melhoria dos serviços aos clientes.
- Redução de custos: pode ser alcançada na medida em que são otimizados os custos variáveis relativos aos
transportes e à armazenagem. Normalmente, essa estratégia está relacionada à escolha dentre várias opções
possíveis de locais de armazenagem combinada com a escolha da melhor modal de transporte.
- Redução do volume do capital empregado: consiste na minimização do nível dos investimentos realizados
nos sistemas logísticos, para aumentar o RETORNO SOBRE OS INVESTIMENTOS.
- Ações que podem ser empreendidas no sentido de reduzir o volume do capital empregado: o embarque
diretamente para o cliente, para evitar a armazenagem; o uso de sistemas de estoques mínimos; o uso de
prestadores terceirizados de serviços logísticos etc.
- Estratégias de melhoria de serviços: consideram que os lucros dependem do nível de serviço oferecido aos
clientes.
- Em virtude das condições extremamente rigorosas do ambiente competitivo, os gerentes logísticos devem
ser capazes de seguir um conjunto de princípios orientadores da estratégia logística (“Quatro Rs” - das iniciais
em inglês), representados por: responsividade (responsiveness); confiabilidade (reliability); resiliência
(resilience); e relacionamentos (relationships).
- Princípio da responsividade: busca atender às exigências de prazos mais curtos de atendimento,
combinada com a flexibilidade. Assim, um fornecedor será dito responsivo na medida em que for capaz de
atender às necessidades específicas de um dado cliente, ou seja, um pedido customizado, num prazo curto.
Sua característica principal deve ser a agilidade (caracterizada pela capacidade de se movimentar com
velocidade e satisfazer sem demora a necessidade de um cliente).
- Para se estabelecer uma estratégia de longo prazo, é preciso conhecer os padrões da demanda futura. Como
os padrões de demanda futura são incertos, planejar a longo prazo torna-se arriscado, e isso fortalece o papel
da capacidade de agir rapidamente.
- Princípio da confiabilidade: está associado à capacidade de o canal logístico prover produtos que são
demandados pelos clientes, de tal forma que não ocorra qualquer perda de qualidade em termos de matéria-
prima ou de qualquer outro componente, nem tampouco falta de conformidade com as especificações do
produto solicitado.
- Para atender ao princípio da confiabilidade, é necessário que sejam implementadas mudanças ou
reestruturações nos processos que causam impactos no desempenho da empresa.
- Para que ocorra um aumento de confiabilidade nos processos logísticos, é preciso aumentar a visibilidade do
canal logístico, de tal forma que todos os componentes da rede logística tenham a perfeita compreensão do
que está ocorrendo na ponta de venda ao cliente.
- Princípio da resiliência: é a capacidade que um sistema tem de retornar ao seu estado original ou desejado
após terem cessados os efeitos da perturbação que o alterou.
- Principal objetivo de uma cadeia de suprimentos: centrado na resiliência de tal forma que as cadeias de
suprimentos possam resistir a distúrbios inesperados.
- Um dos problemas na gestão das cadeias de suprimentos, nos dias atuais: dificuldade da mudança de
cultura dos diretores e gerentes (para muitos deles, a chave do sucesso continua a ser a busca de soluções de
baixo custo para ampliar as margens de lucros).
- Característica mais importante das cadeias de suprimentos resilientes: a capacidade de reconhecer onde
está o seu elo mais vulnerável.
- Processos resilientes ao longo da cadeia de suprimentos: são flexíveis e ágeis, podendo alterar
rapidamente a sua configuração, como resposta às variações ambientais.
- Aspecto necessário para a obtenção de resiliência na cadeia de suprimentos: o acesso rápido à
informação (a informação deve ser obtida por meio de um processo colaborativo, que venha gerar
aprendizado ao longo da cadeia de suprimentos).
- Principal objetivo do compartilhamento de informações e conhecimento: consiste em constituir uma
comunidade na cadeia de suprimentos, por meio da qual passe a existir maior visibilidade dos distintos perfis
de risco a montante e a jusante da cadeia, bem como criar um compromisso compartilhado para atenuar e
gerenciar esses riscos.
- Benefícios proporcionados pelo compartilhamento de informações e conhecimento: o incremento da
qualidade; o compartilhamento de inovações; a redução de custos; e a integração entre a produção e as
entregas.
- O planejamento logístico tem como propósito responder perguntas acerca do quê, quando e como,
desenvolvendo-se em três níveis: estratégico, tático e operacional.
- Diferença entre planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento operacional: o
planejamento estratégico é considerado como sendo de longo prazo (superior a um ano); o planejamento
tático possui um tempo mais curto (períodos menores do que um ano); e o planejamento operacional envolve
a tomada de decisão no curto prazo, com vistas à tomada de decisões diárias ou a cada hora.
- Devido ao seu prazo de tempo mais longo, o planejamento estratégico admite o uso de modelos que
empregam dados incompletos e inexatos. Nesse nível de planejamento, os dados podem ser referenciados a
uma média.
- Algumas decisões na área de transporte: Decisão estratégica (seleção da modal); tática (leasing de
equipamento); e operacional (roteamento e despacho de item).
- Algumas decisões na área de armazenagem: Decisão estratégica (layout de instalação); tática (escolha dos
espaços para estoques); e operacional (separação de pedidos/reposição de estoques).
- Algumas decisões na área de compras: Decisão estratégica (desenvolvimento de relações entre empresas);
tática (contratação e seleção de fornecedores); e operacional (liberação de pedidos e agilização de compras).
- Planejamento logístico: busca a solução para problemas situados em quatro grandes áreas - níveis de
serviços aos clientes; localização das instalações; estoques de produtos; e modais de transportes.
- Giro de Estoque: representa o número de dias necessários para que todo o estoque seja vendido ou
empregado nas atividades operacionais da empresa.
- A empresa será tão eficiente quanto maior for o giro dos estoques.
- Giro de Estoque no ano: total de vendas anuais (do Demonstrativo de Resultados) dividido pelo saldo da
conta estoques no mesmo período.
- Giro de Estoque no dia: basta dividir o número de dias do ano (considerando-se um ano de 12 meses de 30
dias temos que o ano tem 360 dias) pelo valor do giro do estoque.
- Estudo de localização das instalações: deve se preocupar em atender à demanda a partir das fábricas, dos
vendedores ou locais intermediários de estoque, até a entrega ao cliente.
- Diferença entre rede de fluxo de informações e a rede de fluxo de mercadorias: No canal de
distribuição, que vai ao encontro do consumidor final, as mercadorias transportadas fluem a jusante do
processo (“rio abaixo”). Já as informações costumam fluir principalmente, mas não totalmente, no sentido do
cliente para as fontes de matéria-prima, ou a montante do processo (“rio acima”)
- O sistema logístico como um todo integra a rede de mercadorias e a rede de informações.
- Disponibilidade: é um elemento do serviço de suporte ao cliente, bem como um dos aspectos tratados pelo
gerenciamento logístico.
- As empresas bem-sucedidas são aquelas capazes de explorar essas circunstâncias presentes no ambiente de
mercado, de tal forma que oferecem maior valor ao cliente.
- Não é apenas nos mercados de consumidores finais que tal fenômeno tem se manifestado, nos mercados
empresariais também é perceptível a força do serviço ao cliente como um determinante de compra.
- Uma definição de valor entregue ao cliente pode ser a diferença entre os benefícios percebidos a partir de
uma transação e os custos totais incorridos nela, tal como a expressão a seguir:
Valor para o cliente = percepção de benefícios – custo total de propriedade
- O valor para o cliente pode ser também: Valor para o cliente = Qualidade X Serviço Custo X Tempo
- Qualidade: esse fator representa a funcionalidade, o desempenho e a especificação técnica da oferta.
- Serviço: é o fator que se manifesta por intermédio da disponibilidade do produto, do suporte e do
compromisso com o cliente.
- Custo: se refere a todos os custos da transação do cliente.
- Tempo: esse fator refere-se aos lead times envolvidos na operação.
- Empresas de sucesso no atual ambiente competitivo: são aquelas que souberam deslocar o foco dos
aspectos tradicionais do Marketing e do gerenciamento logístico para a promoção do valor ao cliente.
- Uma estratégia logística de baixo custo pode resultar numa logística eficiente, mas não numa logística
eficaz.
- Nova perspectiva de relacionamento entre o gerenciamento logístico da cadeia de suprimentos como
um todo e a efetividade da função Marketing: Atração do consumidor (Valor da marca; Imagem da
empresa; e Disponibilidade) X Relações com clientes (Serviços ao cliente; Parcerias e facilidades; e Pronta
resposta) X Eficiência logística (Flexibilidade; Fornecedores de baixo custo; e Uso intensivo dos ativos) =
Marketing efetivo (Participação no mercado; Retenção dos clientes; e Maiores retornos sobre o
investimento)
- A equação que estabelece o valor para o cliente, que é uma relação benefício/custo, considera quatro
fatores que são aumentados ou diminuídos de acordo com a situação: 1ª variável (qualidade) Quando o
produto é “commoditizado”, esse fator se iguala a um, porque a qualidade é constante e menos relevante na
equação. Água mineral sem gás, batatas etc., constituem exemplo disso. Por outro lado, telefones celulares,
aparelhos eletrônicos, automóveis etc. têm na qualidade alta representatividade na decisão de comprar.; 2ª
variável (serviço) Quanto mais diferenciado (oferecendo mais e melhores opções), maior peso tem na
equação, como comprar em shopping centers ou em lojas especializadas no produto. Em contrapartida, pode
representar zero, no limite, para o cliente, o que fará com que o valor seja igual a zero (isto é, fará com que
não ocorra a compra). Home theater é um bom exemplo de produto que exige uma venda especializada por
causa dos detalhes envolvidos.; 3ª variável (custo) O custo é o fator decisivo quando produtos são
“commoditizados” ou quando o preço é decisivo, como é o caso dos refrigerantes “tubaínas”.; e 4ª variável
(tempo) Quanto mais urgência o consumidor tem, maior peso este fator terá. O conceito de conveniência
justifica peso maior: quanto menor o lead time, mais importante para o consumidor. A compra de móveis
constitui exemplo em que há pouca relevância do fator (já que sabemos de antemão que haverá demora);
quando compramos uma pizza, queremos que chegue logo! Pesquisas de produtos na internet apresentam,
além dos preços, o tempo de entrega, para que o consumidor avalie o que lhe é mais conveniente, isto é,
quanto o tempo influencia a relação benefício/custo ou valor.
- O importante não é o produto ou serviço isoladamente, mas sim o valor percebido pelo cliente no conjunto
de relações com a empresa. Assim, a maneira pela qual a empresa mede a qualidade de seus produtos e
serviços deixou de ser a garantia interna dessa qualidade, para se concentrar no valor ao cliente, passando pela
satisfação externa do cliente.
- O ato de pensar em termos de valor ao cliente oferece uma visão mais ampla sobre as ofertas e os
clientes da empresa: permite saber por que os clientes resolvem comprar, continuam comprando ou deixam
de comprar; permite investigar acerca das necessidades dos clientes e como elas podem ser satisfeitas; permite
evidenciar quais são os clientes lucrativos e quais são aqueles que geram perdas para a empresa.
- A noção de valor para o cliente é um elemento determinante do tipo de cadeia de suprimentos que é
satisfatória para atender o cliente, bem como do tipo de serviço que é capaz de reter esse mesmo cliente. Para
cada tipo de produto ou serviço, bem como para as distintas manifestações de valor contidos na oferta ao
cliente, deverá ser elaborada uma estratégia adequada.
- Se o cliente preferir comprar em grandes lojas de departamentos, será preciso ficar em condições de ofertar
múltiplos produtos e opções, ainda que isso implique maiores custos de gerenciamento de estoques.
- Se o cliente atribuir valor a produtos inovadores, a cadeia de suprimentos das empresas que os produzem
necessitará ficar em condições de atendê-los enquanto a demanda pela inovação persistir.
- Se a empresa prometer produtos personalizados, a cadeia de suprimentos precisará ser suficientemente
flexível para viabilizar uma infra-estrutura que permita prover essa oferta.
- As estratégias apresentadas permitem concluir que é preciso considerar a cadeia de suprimentos como
elemento fundamental de qualquer estratégia de produto e de vendas, à medida que ela, por si mesma, seja
capaz de proporcionar vantagens competitivas, aumentando o nível de valor ao cliente.
- Classificação das percepções dos clientes em relação às ofertas da empresa (incluindo produtos,
serviços ou outros bens intagíveis): conformidade com as exigências (capacidade que a empresa possui de
oferecer exatamente aquilo que o cliente quer, e para a qual contribui a gestão da cadeia de suprimentos, ao
criar seleção e disponibilidade); seleção de produtos (envolve o fato de que existe uma ampla gama de
produtos que se apresentam com uma enorme variedade de estilos, opções, cores e formas); preço e marca (o
preço dos produtos/custo dos serviços constituem-se em aspectos fundamentais do valor para o cliente. Ainda
que o preço não seja o único fator a ser considerado pelo cliente, existe uma pequena margem de variação de
preços que costuma ser aceitável para determinados produtos); serviços com valor agregado (muitas empresas
não são capazes de competir apenas com base no preço, buscando novas fontes de receitas. Para obterem
resultado, as empresas desenvolveram ofertas com valor agregado que as diferencia das suas concorrentes,
permitindo estruturas de preços mais lucrativas); e relacionamentos e experiências (o nível final do valor ao
cliente consiste numa conexão entre a empresa e os seus clientes, por intermédio de relacionamentos. O
cliente considera que é melhor manter a situação do que buscar uma nova opção no mercado, pelo
relacionamento já está estabelecido).
- Diferença entre a oferta e a demanda, em relação a manifestação de custos: quando a oferta supera a
demanda, surgem custos de estocagem ao longo da cadeia de suprimentos. Se a demanda supera a oferta,
ocorrem perdas de vendas e provavelmente de participação no mercado.
-Outro fator que influi no preço: a marca do produto.
- Causas da tendência das empresas em acrescentar mais serviços aos seus produtos: 1ª. O processo de
“commoditização” dos produtos, que faz com que o preço seja um aspecto determinante para a compra, haja
vista que as demais características são similares, fato que reduz a lucratividade e a vantagem competitiva; 2ª.
A necessidade de manter a proximidade com os clientes (fidelização); e 3ª. O incremento da disponibilidade e
da capacidade da tecnologia de informação e comunicação, aumentando a disponibilidade das ofertas.
- Importante serviço com alto valor agregado, constatado atualmente: o acesso à informação.
- Tipo de relacionamento que merece destaque: relacionamento de aprendizagem (as empresas constroem
perfis dos seus clientes e usam essa informação tanto para aumentar as vendas quanto para mantê-los fiéis).
- Ao pensar em adquirir uma camisa para usar para trabalhar, deve-se avaliar as cinco dimensões que
permitem compor o valor do produto para o cliente: Conformidade com as exigências (Como roupa é
complexo, pela variação de características, esse quesito é fundamental: ter o modelo, a cor e o tamanho que o
cliente deseja; seleção e disponibilidade formam a idéia-chave); Seleção de produtos (é a principal dimensão,
pela variabilidade); Preço e marca (Se a estratégia do negócio não for explorar um nicho de mercado nem
investir na marca, o preço será fundamental e as vantagens dos custos de fabricação e estocagem devem ser
explorados); Serviços com valor agregado (deve ser vista como possibilidade de alguma diferenciação no
tratamento ao cliente. O atendimento adequado na escolha das camisas poderá criar um diferencial); e
Relacionamentos e experiências (dependerá da estratégia do negócio, mas tem menor importância diante do
ambiente de hipercompetição).
- Serviço ao cliente: é o elemento que associa de forma íntima a função logística com a função marketing nas
organizações, em razão da estreita ligação que a praça ou ponto-de-venda possui com a distribuição física do
produto.
- Elementos que constituem o serviço ao cliente, a partir do momento em que se estabeleceu a transação
fornecedor-cliente: pré-transação; transação; e pós-transação.
- Elementos de pré-transação: são aqueles que favorecem que se instaure um ambiente para um bom serviço
ao cliente. Compreendem desde um compromisso formal sobre as modalidades do serviço, tais como o tempo
máximo de entrega da mercadoria após a formalização de um pedido, até a fixação prévia de critérios de
embarque, ou até mesmo procedimentos relativos à devolução da mercadoria.
- Elementos de pré transação: são aspectos voltados tanto para a informação do cliente acerca do serviço
que lhe será prestado, como também para a elaboração de planos de contingência que permitam a superação
de eventuais imprevistos surgidos no decorrer do serviço, que impeçam ou retardem o cumprimento do
pedido.
- Elementos de pré-transação mais relevantes: • Política formal de serviço ao cliente (deve ser
comunicada interna e externamente, deve ser compreendida, deve permitir grau de especificação e
quantificação); • Acessibilidade (é preciso saber se é fácil fazer negócios e se os pontos de contato são
coerentes com as expectativas da empresa); • Estrutura da organização (é preciso verificar a estrutura de
gerenciamento do serviço ao cliente, bem como o nível de controle que ela oferece sobre os processos de
serviços); e • Flexibilidade do sistema (é preciso verificar se o sistema de entrega de serviços é adaptável às
necessidades específicas dos clientes).
- Elementos de transação: são aqueles que resultam diretamente na entrega do produto ou serviço ao cliente.
Representam as variáveis que estão diretamente envolvidas no desempenho da função de distribuição física,
tais como a confiabilidade do produto e da entrega. Exemplo, a decisão quanto ao nível de estoques, a seleção
da modalidade de transporte e a determinação do método de processamento dos pedidos são alguns exemplos
desses elementos.
- Elementos de transação mais importantes: • Ciclo do pedido (deve ser verificado o tempo entre o pedido
e a entrega, bem como a confiabilidade e variação da entrega); • Disponibilidade de estoque (é preciso
conhecer a proporção da demanda que é atendida pelos itens estocados); • Taxa de atendimento do pedido
(é preciso saber qual é a proporção dos pedidos completamente atendidos no tempo de espera declarado); •
Informações sobre a situação do pedido (é preciso verificar o tempo necessário para se responder uma
pergunta do cliente sobre uma informação requerida ou mesmo se os clientes são informados sobre eventuais
problemas ou se antes eles entram em contato).
- Elementos de pós-transação: representam o conjunto dos serviços necessários para dar suporte ao produto
em campo, ou seja, estão relacionados ao suporte ao produto em uso, inclusive suprimentos e acessórios.
- Elemento de pré-transação: faz sentir seus efeitos depois da venda do produto, mas seu planejamento deve
ser concebido nos estágios anteriores.
- Elementos de pós-transação mais importantes: • Disponibilidade de peças de reposição (devem ser
verificados quais são os níveis de estoques de peças de reposição); • Tempo de atendimento de chamada (é
preciso conhecer a proporção de consertos concluídos na primeira visita, bem como o tempo que o técnico
leva para chegar ao local da solicitação); • Acompanhamento/garantia do produto (é preciso saber qual é a
localização dos produtos depois de comprados, bem como saber se os prazos de garantia são suficientes para
atender às expectativas dos clientes); • Queixas e reclamações dos clientes (é preciso verificar o quanto a
empresa é capaz de lidar com as reclamações dos clientes, bem como com a necessidade de devoluções. É
preciso mensurar a satisfação do cliente com esta ação).
- Problemas críticos que não são resolvidos pela Contabilidade de Custos tradicional: o
desconhecimento geral acerca dos custos reais relativos aos serviços prestados aos vários tipos de clientes e
segmentos de mercado; o nível de agregação muito elevado em que os custos são captados, o que não permite
conhecer detalhes que muitas vezes são relevantes para o custo total do negócio e que ficam escondidos no
conjunto agregado de itens contábeis; o fato dos procedimentos de rateio dos custos indiretos serem
predominantes nas empresas, por critérios arbitrários; o fato de que os sistemas de informações contábeis
tradicionais são orientados por funções, em vez de focar nos resultados; e o fato de as empresas, em geral,
terem conhecimento do custo do produto, mas não do custo do cliente.
- Custeio ABC: tem o propósito de procurar, ao longo do canal logístico, os elementos que consomem
recursos.
- Vantagem do custeio ABC: permitir uma contabilização separada das características de cada cliente, em
termos de suas especificidades, quando se consideram os pedidos e as necessidades de distribuição.
- Custeio da missão logística: procura identificar os custos gerados como resultado de estratégias específicas
de logística e de serviço ao cliente, com vistas a atender segmentos de mercado selecionados.
- Etapas que devem ser cumpridas para o estabelecimento de um processo eficaz de custeio de missão
logística: 1ª Definição do segmento de serviço ao cliente (é preciso identificar as diferentes necessidades de
serviço dos distintos tipos de clientes. Nem todos os clientes compartilham as mesmas necessidades e
características de serviços e, por essa razão, devem ser submetidos a tratamentos diferenciados); 2ª
Identificação dos fatores que produzem variações no custo dos serviços (é necessário que seja feita a
determinação dos componentes dos serviços que causam impacto nos custos dos serviços, tais como o mix de
produtos (os diversos tipos de produtos), as características da entrega, o apoio de comercialização, o uso de
embalagens especiais, dentre outros aspectos; 3ª A identificação dos recursos específicos empregados para
atender determinados segmentos de clientes (conversão dos princípios do custeio ABC e o custeio da missão,
em virtude da idéia básica de que as atividades que geram custos devem ser definidas, bem como os
elementos geradores de custos específicos devem ser identificados); 4ª A atribuição de custos de atividade por
tipo de cliente ou por segmento (realizada a atribuição, para determinados clientes, dos custos específicos para
atender as necessidades dos serviços a eles direcionados. Deve ser enfatizado que não se trata de alocação de
custo (que é um conceito da contabilidade de custos), mas sim uma atribuição de custos, que só é feita para
um determinado cliente exatamente porque ele utiliza o recurso.
- Para que se possa fazer o custeio por missão de forma eficaz: o sistema de organização de custos precisa
ser reestruturado, de tal forma que o sistema de controle das contas contábeis deve ser capaz de permitir a
coleta dos custos, a partir da sua incidência por cliente, desde a geração do pedido até o faturamento e a
entrega final, com a posterior cobrança.
- Realização de uma análise de custos: 1º Valor bruto das vendas constante no pedido do cliente (-)
eventuais descontos concedidos ao mesmo = Resultado Líquido das Vendas; 2º Resultado Liquido das
Vendas (-) os custos diretos da produção ou os custos das mercadorias vendidas = Resultado Bruto após
Produção. 3º Resultado Bruto após Produção (-) os custos diretos de marketing e vendas, como custos diretos
relacionados com o cliente ou custos indiretos como gerenciamento da força de vendas, campanhas
publicitárias, etc = Resultado após Marketing e Vendas; 4º Resultado após Marketing e Vendas (-) Custos de
Serviços de Distribuição, como os custos diretos relacionados com o cliente como transporte, empacotamento,
manutenção do estoque, armazenamento, processamento do pedido, etc = Contribuição Específica do Cliente
para o Lucro da Empresa.
- Custos relevantes para a análise do custo total de manutenção de estoques: custo de colocação de
pedido, custo de desconto de preços, custo de falta de estoques, custo de capital de giro, custo de
armazenagem, custo de obsolescência e custo de ineficiência de produção.
- Custo de colocação de pedido: decorrente das transações relativas ao reabastecimento dos estoques.
Incluem as atividades administrativas de escrituração e preparação da documentação associada ao pedido, a
transmissão do pedido, o trâmite de pagamento ao fornecedor, bem como incluem os encargos associados à
manutenção de todos as informações relativas às operações do pedido.
- Custo de desconto de preços: uma conseqüência da prática comum entre os fornecedores, de concederem
descontos sobre o preço normal de compra para grandes quantidades no pedido. Os pequenos pedidos acabam
sofrendo com custos extras cobrados para que sejam evitados.
- Custo de falta de estoques: ocorre por falha na previsão das quantidades no pedido, acarretando falta de
suprimento para a produção e conseqüente interrupção da mesma. Os custos são tanto internos (ocorridos por
geração de ociosidade na linha de produção, com máquinas e operários parados) quanto externos (decorrem
do fato de consumidores insatisfeitos com o atraso na entrega abandonarem a compra e trocarem de
fornecedor, com danos para a imagem e credibilidade da empresa).
- Custo do capital de giro: refere-se à fonte de financiamento dos estoques, que são parte integrante do
capital de giro.
- Custo de armazenagem: composto por todos os custos associados à armazenagem física dos bens, tais
como a locação do depósito, a climatização e a iluminação.
- Custo de obsolescência: custo incorrido quando os estoques são armazenados por períodos muito longos e a
passagem do tempo os torna obsoletos ou deteriorados, como no caso de uma coleção de roupas que sai de
moda ou no caso dos alimentos que perdem o prazo de validade.
- Custo de ineficiência de produção: contempla aqueles desperdícios relacionados a superprodução,
processamento, fabricação de produtos defeituosos, movimento e espera que ocorrem no ambiente da
fabricação.
- Classes gerais de custos para a determinação da política de estoques: os custos de aquisição, os custos
de manutenção e os custos de falta de estoques.
- Custos de aquisição: aqueles relacionados com a compra de mercadorias para a reposição dos estoques, e
representam uma significativa força econômica que influencia as decisões quanto à quantidade de reposição.
- Custos de aquisição: incluem o preço ou o custo de fabricação do produto, que variam conforme as
quantidades pedidas; o custo de preparação do processo de produção; o custo de processamento do pedido
pelos departamentos de contabilidade e de compras; o custo de transmissão do pedido até o ponto de
suprimento, que hoje se vale mais de meios eletrônicos do que do correio; o custo do transporte do produto
quando as tarifas não estão incluídas na compra do produto; e o custo de qualquer manuseio ou
processamento dos produtos no ponto de recepção.
- Custos dos serviços de estocagem: referem-se aos seguros de cobertura dos estoques. Dependem do nível
de estoques, e buscam cobrir perdas que possam ser causadas por incêndios, tempestades ou furtos.
- Custos do risco de estocagem: são aqueles relacionados com deterioração, furtos, danos diversos e
obsolescência. São uma conseqüência do fato de que uma porção do total dos estoques acabará contaminada,
danificada, desperdiçada ou de alguma forma tornada imprópria ou indisponível para a venda.
- Custos de falta de estoques: se manifestam quando um pedido não pode ser atendido a partir do estoque ao
qual o mesmo é normalmente solicitado.
- Conseqüência decorrente da falta de estoques: as vendas perdidas e o atraso dos pedidos em andamento.
- Custo de venda perdida: ocorre quando um cliente, diante da situação de falta de estoque, resolve cancelar
o seu pedido.
- Custo de pedidos atrasados: ocorre quando o cliente, apesar do atraso, concorda em esperar o atendimento
do seu pedido, de sorte que a venda não deixa de ser realizada, mas apenas adiada.
- Empresa global: procura crescer seu negócio ampliando mercados e tenta reduzir seu custo economizando
nas compras e na produção.
- Componente fundamental para a decisão de uma empresa em se tornar global: a necessidade de
serviços no mercado, pois as empresas podem correr o risco de não atenderem às necessidades do mercado
global por causa da busca permanente da redução de custos.
- Fatores que aumentam a complexidade da tarefa logística: a variedade maior de produção; os ciclos de
vida mais curtos dos produtos; o crescimento do mercado; e o número de canais de suprimentos e de
mercados.
- Negócio global: é aquele que faz mais do que exportar. É aquele que vai obter suas matérias-primas e
componentes em mais de um país, e que terá vários locais de montagem ou de manufatura geograficamente
dispersos, o que possibilita a comercialização de seus produtos no mundo.
- A globalização ainda não conseguiu promover uma convergência das preferências dos consumidores. A
marca pode ser global, mas o produto precisa de certa customização, para atender as necessidades específicas
dos clientes.
- Nas empresas globais as fábricas produzem maiores quantidades para atender a demanda global. Para se
manterem competitivas, as empresas terão que melhorar seus serviços e baixar os custos constantemente. E
para isso, a cadeia de suprimentos deve ser cada vez mais eficiente e eficaz.
- As empresas globais devem ter o máximo de flexibilidade, e seus gerenciamento logístico é o fator
determinante para o seu sucesso ou fracasso.
- Razões que levam as empresas a se tornarem globais, se é nítido que o custo do transporte dispara
com a globalização: elas permitem a superação dos trade-offs envolvidos nos custos e ganhos decorrentes da
globalização. Se, por um lado, os custos de transportes aumentam, por outro lado, outros custos reduzem-se,
proporcionando no conjunto, um retorno sobre o investimento (ROI) superior.
- As empresas globais têm procurado programar estratégias de logística global a partir das seguintes
ações: fábricas focalizadas, estoques centralizados, adiamento e localização.
- Estratégia de fábricas focalizadas: estratégia baseada na idéia de que, limitando a amplitude e o mix de
produtos manufaturados em um único local, a empresa pode obter relevantes economias de escala.
- Negócio com orientação local: terá uma orientação “local para local”, onde cada fábrica, num determinado
país, produzirá toda uma série de produtos para venda nesse mesmo país.
- Negócio global: trata o mercado mundial com um só mercado e racionalizará sua produção, de modo que as
fábricas se concentrem na produção de menos tipos de produtos, mas em volumes de produtos focados,
capazes de atender tanto ao mercado interno quanto externo.
- Produção focalizada: através dela, as empresas passaram a dividir fisicamente seus recursos, montando
fábricas focalizadas em produtos, ou famílias de produtos específicos.
- Focalização da produção: permite que as empresas respondam de forma muito mais ágil às pressões
competitivas do mercado, o que pode garantir a sua sobrevivência.
- Trade-off mais evidente que pode aparecer na busca apressada de economias de escala para reduzir
os custos: o efeito sobre os custos de transporte (os custos de despachar produtos ao longo de grandes
distancias pode reduzir ou até eliminar a economia obtida nos custos de produção) e lead time para entrega
(leed times mais longos talvez precisem ser compensados pela manutenção de estoques no local, fato que
tenderia a reduzir as vantagens de custos na produção).
- Se as empresas priorizarem o baixo custo de produção apenas na sua estratégia global de negócios, elas
podem estar correndo risco em mercados nos quais a responsividade e a capacidade de oferecer variedade
maior de produtos são os principais fatores de sucesso.
- Estratégia de centralização de estoques: pode causar conflitos e não atingir um nível sustentável para sua
aplicação.
- Aspectos motivadores que levam a uma crescente busca pela integração das operações de produção e
logística, no âmbito da cadeia de suprimentos: necessidade de reduzir os níveis de estoque em função dos
elevados custos de oportunidade de manter estoques; necessidade de agilizar o atendimento ao cliente,
reduzindo o prazo de entrega e aumentando a disponibilidade, já que os clientes estão se tornando cada vez
mais exigentes; e necessidade de oferecer pra uma grande variedade de clientes, produtos desenhados
exclusivamente para atendê-los.
- Fatores que determinam o grau de centralização de estoques, e que devem ser analisados antes de se
tomar uma decisão: as características dos produtos; as características da demanda; o nível de exigência do
mercado; e a flexibilidade da produção.
- Características dos produtos: fator importante, pois um produto de alto valor agregado requer uma
centralização de estoques, caso contrário, o produto provoca um aumento considerável no preço final, devido
às movimentações que ocorrem nos estoques descentralizados.
- Características da demanda: relevantes para a centralização do estoque. Um produto de giro de estoque
rápido tende a ser um forte candidato para integrar a centralização de estoque, pois a alta taxa de demanda
(que justifica o alto giro) permite movimentação constante do material, não havendo assim, necessidade de
estocagens parciais.
- Nível de exigência do mercado: pode comprometer uma tentativa de centralização de estoques, pois o
prazo de entrega e disponibilidade de um produto aponta para a descentralização dos estoques, dependendo
fortemente do modal de transporte escolhido. Hoje, para diferenciar da concorrência, é preciso que o produto
esteja disponível para o cliente no lugar certo e na hora certa.
- Necessidade de flexibilidade na produção: é preciso maior flexibilidade, de forma que se possa adiar a
execução de determinadas etapas de produção até a colocação do pedido. Isso implica na descentralização dos
estoques de produtos semi-acabados.
- Quando a empresa adota a medida de centralização dos estoques, ela busca postergar ao Maximo o
transporte dos produtos, que são movimentados apenas quando o cliente final colocar o seu pedido.
- Descentralizar o estoque: significa antecipar seu transporte e movimentação por outras instalações
intermediárias no presente momento, com base em previsões de vendas futuras.
- Para decidir de forma eficiente com relação à alocação dos estoques, as empresas devem observar as
características do produto e da demanda, alem da decisão da coordenação do fluxo de produtos.
- Itens de bastante importância para a decisão acerca da centralização dos estoques: política de
atendimento; nível de serviço; e alocação dos estoques.
- Política de atendimento ao cliente: deve enfocar a busca do conhecimento nas necessidades dos clientes da
empresa que estão sendo atendidas, investindo em credibilidade, conveniência, facilidade, excelência e
antecipação.
- Nível de serviço: as atividades que compõem a operação logística devem ser estruturadas de modo a atingir
um determinado nível de serviço ao menor custo possível. Deve-se apresentar soluções que possam alcançar o
ideal em termos de nível de serviço e agregar valor para o cliente, sendo necessário monitorar o desempenho
da concorrência.
- Alocação dos estoques: não basta ter a expectativa de obtenção das vantagens decorrentes da centralização
dos estoques. Será necessário reestruturar toda área de logística da empresa e investir em um Centro de
Distribuição.
- A localização do CD precisa levar em consideração os locais onde se situam os fornecedores, os clientes, o
comportamento da demanda e da oferta na região, os custos de transportes e armazenagem, e o nível de
serviço ao cliente.
- Estratégia de localização e adiamento: a localização geográfica dos pontos de estocagem servem de base
para o plano logístico. A fixação do número, dos locais, e do tamanho das instalações e a determinação da
demanda do mercado para elas determinarem os meios através dos quais os produtos chegam ao mercado.
- A essência da estratégia de localização é encontrar a distribuição de mais baixo custo, ou alternativamente, a
de máximo lucro.
- Aspectos que devem ser levados em consideração em decisões acerca dos estoques: os níveis de serviços
ao cliente, a localização, os próprios estoques e o transporte.
- Estratégia do adiamento: baseia-se no principio de que os produtos devem ser projetados, utilizando-se de
plataformas, componentes e módulos comuns, mas a montagem ou customização final só ocorrem no
momento da destinação ao mercado final e/ou quando se conhece a necessidade do cliente.
- Processo de adiamento: retardar a decisão quanto à localização do processamento do produto final, bem
como a distribuição do mesmo, até o recebimento do pedido do cliente, com as características de
customização já definidas.
- Vantagens da estratégia do adiamento: estoque pode ser mantido em um nível genérico, com menos
variantes de produtos e com menos estoque total; o estoque é genérico, sua flexibilidade é maior, e seus
componentes podem ser incorporados em uma variedade de produtos finais; a previsão é mais fácil em nível
genérico do que no nível do item acabado.
- Principio da “customização em massa”: a capacidade de customizar os produtos o mais próximo da
demanda significa que se pode oferecer um nível superior de variedade a um custo total mais baixo.
- Tipos de adiamento existentes, que podem ocorrer de acordo com o local da cadeia de suprimentos em
que o produto vai ser customizado ou diferenciado: adiamento de forma (postergar as tarefas de
diferenciação) e adiamento do tempo (adiar a real fabricação do produto).
- Tipos de adiamento de forma: rotulagem; embalagem; montagem; e fabricação.
- Características da estratégia de adiamento de forma por rotulagem: para empresas potencialmente
interessadas em vender um produto sob diversas marcas; interessadas em produtos de alto valor unitário; e
interessadas em produtos de valor altamente flutuante.
- Características da estratégia de adiamento de forma por embalagem: empresas potencialmente
interessadas em vender produtos sob diversos tamanhos de embalagem; interessadas em produtos de alto
valor unitário; interessadas em produtos de valor altamente flutuante; interessadas em vender produtos com
varias versões; interessadas em vender produtos cuja cubagem é reduzida, se vendido desmontado.
- Características da estratégia de adiamento de forma por montagem: empresas potencialmente
interessadas em por dutos de alto valor unitário; interessadas em produtos de valor altamente flutuante;
interessadas em vender produtos com uma alta proporção de componentes em comum.
- Características da estratégia de adiamento de forma por fabricação: empresas potencialmente
interessadas em produtos de alto valor unitário e em produtos de valor altamente flutuante.
- Características da estratégia de adiamento de tempo: empresas potencialmente interessadas em produtos
de alto valor unitário; interessadas em ver grande numero de armazéns para distribuição; e interessadas em
produtos de valor altamente flutuante.
- Características do sistema de distribuição internacional: a produção ainda é doméstica, mas o marketing
e a distribuição são realizados no exterior.
- Características dos fornecedores internacionais: tanto as matérias primas quando os subcomponentes são
supridos por fornecedores estrangeiros, porém, a montagem final é realizada domesticamente.
- Características da produção offshore: o produto é originado e produzido em uma única fabrica no
exterior, e depois despachado para os depósitos domésticos para venda e distribuição.
- Características da cadeia de suprimentos global completamente integrada: os produtos são fornecidos,
produzidos e distribuídos em diversas fabricas localizadas ao redor do mundo.
- Forças que atuam coletivamente para promover a tendência em direção à globalização: forças
tecnológicas (se relacionam com os produtos e são evidenciadas pelo fato de que muitos subcomponentes e
tecnologias estão disponíveis em diversas regiões e locais ao redor do mundo, de tal forma que as empresas
globais de sucesso precisam utilizar esses recursos com rapidez e eficácia); forças do custo global (como a
existência de Mao de obra mais barata, tanto qualificada quanto a desqualificada); forças do mercado global
(compreendem as pressões criadas pelos concorrentes externos, assim como as oportunidades criadas pelos
clientes externos); e forças políticas e econômicas (como as flutuações das taxas de cambio e os acordos
regionais de comercio).
- Fluxo de informações logísticas: inclui as solicitações de peças de reposição, dados da demanda real,
reabastecimento, matérias primas, produtos acabados e dados sobre a minimização dos estoques. Todas essas
informações são disponibilizadas, em tempo real, ao longo do canal logístico, onde são visíveis pelas
empresas componentes da rede.
- Funções da Gestão global: estrutura da rede para otimização de produtos e transportes; desenvolvimento e
controle de sistemas de informação; posicionamento do estoque; decisões de aquisição; e modo de transporte
internacional
- Funções da Gestão local: gestão de serviços para o cliente; acumulação de inteligência de mercado;
gerenciamento de armazém e entrega local; analises de lucratividade do cliente; e contato com vendas locais e
gerenciamento de marketing
- Estrutura de controle eficaz: permite o gerenciamento das atividades de produção, aquisição de material e
distribuição em varias localidades.
- Aparecimento da Internet: as empresas passaram a dispor de uma grande capacidade para reunir e
disseminar informações, de forma que o capital passou a se deslocar de setores industriais menos eficientes e
passou a capitalizar negócios e setores mais avançados, com ênfase na Tecnologia de Informação (TI).
- Com a revolução promovida pela Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), as informações em
tempo real reduziram substancialmente as incertezas inerentes ao dia-a-dia dos negócios. A comunicação
instantânea resultou em um encolhimento dos prazos de entrega e em redução das horas de trabalho, que eram
necessárias para o fornecimento dos produtos e suprimentos.
- A TIC eliminou grande parte dos estoques supérfluos e dos excedentes de pessoal, transferindo-os para usos
mais produtivos e lucrativos.
- Mudanças ocorridas sob a ótica dos consumidores: A TIC permitiu a obtenção de informações online,
também permitiu que acompanhassem a entrega dos produtos, assim como encomendassem praticamente
qualquer coisa pela Internet, em qualquer horário do dia ou da noite.
- Uma vez que o ambiente de negócios atual é caracterizado pela turbulência e pela incerteza, ampliaram-se
os riscos envolvidos nas atividades empresariais.
- A demanda parece estar mais volátil do que no passado, pois os ciclos de vida dos produtos e das
tecnologias têm diminuído sensivelmente, e os lançamentos de produtos concorrentes dificultam a previsão do
comportamento da demanda.
- Ao mesmo tempo, aumentou a vulnerabilidade das cadeias de suprimentos aos distúrbios ou às
DISRUPÇÕES. Não são apenas os efeitos de eventos externos, tais como as catástrofes naturais, greves ou
eventuais ataques terroristas, mas também o impacto das mudanças na estratégia do negócio.
- Por que a TIC não seria um fator de redução da incerteza na tomada de decisão: por um lado, a TIC
amplia a visão de um tomador de decisão em particular, permitindo que ele leve em consideração uma ampla
gama de informações e aspectos, por outro, na ação conjunta de milhares de tomadores de decisão bem
informados, a velocidade com que as transformações ocorrem altera profundamente a capacidade de
percepção e manejo das mesmas, gerando um novo patamar de incertezas e ambigüidades. Com esse
processo, aumentam os riscos dos negócios, em suas múltiplas formas.
- Riscos empresariais: existem riscos que são externos à cadeia de suprimentos e outros que são internos.
- Riscos externos: podem surgir de catástrofes naturais, guerras, terrorismo e epidemias, ou de restrições
legais impostas pelo governo.
- Riscos internos: referem-se, basicamente, aos riscos decorrentes da estrutura e da gestão da cadeia de
suprimentos.
- Várias razões por que as modernas cadeias de suprimentos tornaram-se mais vulneráveis: enfoque na
eficiência e não na eficácia; Globalização das cadeias de suprimentos; fábricas focadas e distribuição
centralizada; tendência à terceirização; e redução da base de fornecedores.
-Enfoque na eficiência e não na eficácia: antigamente o modelo de negócio baseava-se muito na busca por
níveis mais altos de eficiência, mostrando que era possível eliminar custos através da redução de estoques, as
práticas justintime foram amplamente adotadas e as organizações tornaram-se cada vez mais dependentes de
fornecedores, já que não mais possuíam estoques que garantissem uma eventual interrupção no fornecimento).
Esse modelo pode tornar-se menos viável e o desafio no ambiente atual de negócios é determinar qual a
melhor maneira de combinar as práticas de “enxugamento” de estoques com respostas “ágeis” aos clientes.
- Globalização das cadeias de suprimentos: as cadeias de suprimentos têm sido expandidas pelo mundo
todo. Exemplo: os componentes podem vir de Taiwan, ser submontados em Cingapura, com montagem final
nos Estados Unidos, para venda em mercado no mundo todo. Geralmente, a motivação para a aquisição de
materiais e para a manufatura no exterior é a redução de custos.
- Fábricas focadas e distribuição centralizada: Algumas empresas optaram por “focalizar” suas fábricas de
tal forma que, em vez de produzirem toda a linha de produtos em cada local, optam por produzir menos
produtos em um único lugar. Assim, os custos de produção podem ser mais baixos, mas o produto tem de
percorrer distâncias maiores, geralmente atravessando muitas fronteiras.
- A essa tendência de produção em menor número de lugares, há uma tendência a centralizar a distribuição, de
tal forma que muitos fabricantes de produtos de grande demanda visam servir a todo o mercado, mediante o
emprego de alguns poucos centros de distribuição.
- Tendência à terceirização: antes, a terceirização de atividades era conduzida no interior das organizações.
Em toda a cadeia de valor das organizações a terceirização se verificou, com ênfase na distribuição, na
contabilidade e nos sistemas de informação.
- A terceirização envolve vários riscos, em especial a perda potencial de controle.
- Redução da base de fornecedores: tendência pela redução do número de fornecedores dos quais a
organização compra matérias-primas, serviços, componentes etc. Verifica-se a “terceirização única”, em que
um único fornecedor é responsável pelo suprimento de um item. Isso representa uma vulnerabilidade enorme,
pois todo o processo passa a depender da eficácia com que esse único fornecedor vai atender à empresa. Os
riscos aumentam.
- Como as empresas podem superar as turbulências sem maiores preocupações com suas
vulnerabilidades: Diante do aumento das turbulências e da volatilidade da demanda, o emprego dessas
inovações de gestão e o uso intensivo da TIC não garantem a superação das turbulências. O just in time é uma
técnica que enseja riscos de disrupção na cadeia de suprimentos, em virtude de falha de fornecedor. A
focalização da produção, apesar de permitir menores custos de produção, em razão dos ganhos de escala,
incorre no risco de a produção ter que percorrer distâncias maiores, geralmente atravessando muitas
fronteiras. Há, também, tendência de perda de flexibilidade, pois essas fábricas focalizadas costumam ser
projetadas para a produção de lotes grandes e padronizados. A terceirização pode ensejar a perda de controle.
A globalização da produção também enseja um trade-off: se, por um lado, permite ganhos com mão-de-obra
de baixo custo, por outro lado, expõe a empresa a maiores riscos, como resultado de lead times prolongados,
maiores estoques de segurança, e, potencialmente, níveis mais altos de obsolescência, especialmente em
mercados com ciclos de vida curtos, ou seja, as vulnerabilidades estão presentes e devem orientar a
identificação dos riscos.
- Determinação de um perfil do risco no fornecimento: Risco da cadeia de suprimentos = Probabilidade de
disrupção x Impacto
- Fraqueza da definição de risco: ela pode levar ao não-reconhecimento de que as cadeias de suprimentos
são mais vulneráveis onde a probabilidade de ocorrência é pequena, mas o impacto potencial pode ser
catastrófico.
- Fontes de risco de ruptura na cadeia de suprimentos: Risco no processo; Risco de fornecimento; Risco
na demanda; e Risco no controle.
- As decisões estratégicas tomadas pelas empresas causam impacto no perfil do risco do negócio de tal forma
a incorporar algumas ou todas as fontes de risco ora assinaladas.
- Etapas do processo para identificar o perfil de risco e as estratégias adequadas para gerenciamento:
(1) Priorize os direcionadores (fazer um mapeamento dos direcionadores da receita da empresa que
proporcionam suporte operacional para a estratégia geral do negócio. Exemplos: nos setores de
processamento, a receita depende muito da manufatura, já os atacadistas e varejistas devem se preocupar com
o estoque e a distribuição); (2) Identifique a infra-estrutura crítica (identifique toda a infra-estrutura:
processos, relacionamentos, pessoas, regulamentos, planejamento e equipamento que sustentam a capacidade
da empresa gerar receita); (3) Localize as vulnerabilidades (identifique os vínculos mais fracos ou críticos,
caracterizados pela dependência que os outros elementos têm deles); (4) Use cenários como modelos (as
organizações que apresentam os melhores desempenhos continuamente avaliam seus pontos fortes e fracos,
criando cenários baseados no espectro total de crises anteriores); (5) Desenvolva respostas (obtenha o
conhecimento das vulnerabilidades das operações, bem como a forma com que essas vulnerabilidades se
relacionam com as metas de desempenho e receita. Devem ser elaborados, então, os planos de atenuação de
riscos, que podem ser divididos em duas categorias: redundância e flexibilidade); (6) Monitore o risco do
ambiente de negócios (condições econômicas e mercadológicas, as preferências do consumidor, a regulação
no ambiente, os produtos e processos mudam. É preciso redesenhar o mapa de riscos da empresa ao mesmo
tempo em que ocorrem essas mudanças)
- Características das vulnerabilidades: • um elemento de que muitos dependem; • alto grau de
concentração, seja com relação a fornecedores, locais de manufatura, matérias-primas ou fluxos de
informações; • alternativas limitadas; • associação com áreas geográficas setores e produtos de alto risco
(como exemplo, áreas sujeitas a guerras, terremotos ou setores tais como o setor aéreo no Brasil); • pontos de
acesso inseguros para infra-estrutura importante.
- Planos de redundância: enfatizam soluções redundantes, tais como a preparação de backup de TI e de
sistemas de telecomunicações, aumento de estoques e promoção de contratos de longo prazo com os
fornecedores. Deve ser feita uma avaliação de custos e benefícios, pois os custos decorrentes deles podem
afetar a competitividade da organização.
- Planos de flexibilidade: propõem usos das capacidades da cadeia de suprimentos que não apenas gerenciem
os riscos, mas também aumentem a capacidade competitiva da organização. Exemplos, os planos flexíveis
podem empregar o design do produto como instrumento de agilidade, por meio da diferenciação postergada
ou, ainda, proporem redução dos lead times e treinamento polivalente dos empregados.
- Tipos de riscos que devem ser avaliados ao submeter uma empresa à avaliação: risco no fornecimento;
risco na demanda; risco no processo; risco no controle; e risco ambiental.
- Processo de gestão de riscos na cadeia de suprimentos: Entender a cadeia de suprimentos; aprimorar a
cadeia de suprimentos; identificar os caminhos críticos; gerenciar os caminhos críticos; melhorar a
visibilidade da rede; criar uma equipe de continuidade na cadeia; e trabalhar com fornecedores e clientes para
aperfeiçoar os procedimentos de gestão de riscos na cadeia de suprimentos.
- 1ª Etapa: Entenda a cadeia de suprimentos: muitas organizações não percebem a rede mais ampla de
oferta e demanda na qual estão inseridas. Se essa empresa falir, toda a rede estará comprometida.
- 2ª Etapa: Aprimore a cadeia de suprimentos: simplificá-la, melhorando a confiabilidade dos processos,
reduzindo a variabilidade dos mesmos e minimizando a complexidade. A variabilidade e a complexidade
adicionam risco à cadeia de suprimento, visto que a primeira implica processos instáveis com resultados nem
sempre previsíveis; e a segunda pode ter várias fontes: número de produtos e variações oferecidas, número de
componentes e/ou submontagens e número de fornecedores, clientes e sua localização.
- 3ª Etapa: Identifique os caminhos críticos (nós e vínculos): Os “nós” representam as organizações e
instalações, tais como fornecedores, distribuidores, fábricas e armazéns. Os vínculos são os meios pelos quais
os nós estão conectados. Esses meios podem ser representados por fluxos físicos, fluxos de informação ou
fluxos financeiros. O grau de vulnerabilidade em uma rede de suprimentos é determinado pelos riscos de
falhas nesses nós e vínculos. O desafio para o gerenciamento de riscos da cadeia de suprimentos consiste em
identificar quais deles são “críticos para o negócio”.
- As prováveis características dos caminhos críticos são: • lead time prolongado; • única fonte de
suprimentos sem perspectiva de solução no curto prazo; • dependência de infra-estrutura específica, tais como
portos e modais de transporte; • alto grau de concentração dos fornecedores e clientes; • Gargalos ou pontos
de estrangulamento por onde devem fluir as matérias-primas e os produtos acabados; • Altos níveis de riscos
que não são facilmente identificáveis, tais como os riscos na oferta, na demanda, nos processos, nos controles
e no ambiente.
- 4ª Etapa: Gerencie os caminhos críticos: Uma vez que tenham sido identificados os nós e os vínculos
críticos, a questão fundamental é: como o risco pode ser eliminado? Essa etapa deve envolver o
desenvolvimento de planos de contingência para que possa agir, caso haja falhas.
- 5ª Etapa: Melhore a visibilidade da rede: É preciso incutir a necessidade de gerar mais disposição entre as
organizações da cadeia de suprimentos para compartilhar informações entre si, mesmo que essas informações
não sejam boas notícias.
- 6ª Etapa: Crie uma equipe de continuidade na cadeia de suprimentos: Há necessidade de
implantar recursos para gerenciamento de riscos da cadeia de suprimento (crie uma equipe de
continuidade permanente na cadeia de suprimentos). É desejável que essas equipes sejam
multiprofissionais e tenham todas as habilidades necessárias para elaborar a análise e realizar a
implementação envolvida no processo de gerenciamento de risco na cadeia de suprimentos.
- 7ª Etapa: Trabalhe com fornecedores e clientes: fazer com que os fornecedores monitorem e
gerenciem as vulnerabilidades de suas cadeias (é possível obter um efeito “bola de neve”, em que cada
fornecedor trabalha com seus fornecedores de primeira linha para implementar procedimentos de
gerenciamento de risco na cadeia de suprimentos).
- A avaliação por parte dos clientes de qual produto adquirir é feita através da análise de ofertas, considerando
aspectos como o preço, a qualidade e o serviço.
- Serviço ao cliente: parte mais importante da estratégia de marketing orientado pelo mix de atividades
denominadas por “quatro P’s” (produto, preço, promoção e ponto de venda).
- Elementos que são concretizados em cada fase do processo de transação fornecedor cliente: Elementos
de pré-transação; Elementos de transação; e Elementos da pós-transação.
- Elementos de pré-transação: aqueles que propiciam o ambiente para um bom serviço ao cliente. Constitui
um compromisso formal sobre as modalidades de serviço. É durante essa fase (da pré-transação) que a
empresa permite ao cliente conhecer com exatidão o tipo de serviço que lhe será prestado.
- Elementos de transação: os que resultam diretamente na entrega do produto ao cliente.
- Elementos da pós-transação: serviços necessários para dar suporte ao cliente.
- É preciso saber quais dos principais atributos do serviço ao cliente têm maior ligação com a logística.
- Fator tempo: um dos fatores mais relevantes do serviço ao cliente.
- Pontos mais importantes, sob o ponto de vista logístico dos serviços aos clientes: • entrega pontual; •
índice de atendimento dos pedidos; • condições dos produtos; • exatidão da documentação.
- Elementos que se referem à dimensão logística do serviço ao cliente: estado do produto entregue;
pontualidade da entrega; precisão dos itens do pedido; e possibilidade de acompanhamento do status do
pedido.
- Tempo de ciclo de pedido: tempo decorrido entre o momento de pedido do cliente, a ordem de compra ou a
requisição do serviço, e aquele da entrega do produto ou serviço ao cliente.
- Componentes de um ciclo de pedido: o tempo de transmissão do pedido, o processamento e a montagem, a
disponibilidade de estoque, tempo de produção e o tempo de entrega.
- Importante componente do tempo de ciclo de pedido: o prazo do seu processamento e a montagem.
- Atividades incluídas no tempo de processamento: • preparação da documentação de embarque; •
atualização dos registros de estoques; • coordenação da liberação de crédito; • checagem dos pedidos para
verificação de erros; • atualização do status dos pedidos (tanto para os clientes quanto para os setores da
organização envolvidos no negócio); • encaminhamento de informações pertinentes aos setores de vendas,
produção e contabilidade.
- Montagem do pedido: inclui todo o tempo necessário para a liberação do embarque para despacho a partir
da recepção do pedido e a disponibilização dessa informação para o armazém. Compreende a atividade de
separação do pedido no estoque, a movimentação até a área de despacho, a colocação de embalagens e a
consolidação com outros pedidos de destinos semelhantes. No caso de não haver disponibilidade em estoque,
o processamento poderá incluir a produção.
- Outro aspecto a ser considerado no tempo de processamento: a disponibilidade de estoques (reflete no
tempo total do ciclo do pedido, pois, muitas vezes, força os fluxos de produtos e de informações a ocorrer fora
do canal estabelecido).
- Tempo de entrega, tempo exigido para transferir a encomenda do ponto de estocagem até o ponto do
cliente: último e principal elemento do ciclo do pedido.
- Aspectos que influenciam o tempo de ciclo de um pedido: prioridades no processamento de pedidos;
condições dos pedidos; restrições relativas ao volume.
- Prioridades no processamento de pedidos: o tempo de ciclo de pedido de um cliente especial pode ser
muito diferente do tempo que é padrão na empresa. A capacidade de distinguir ou de priorizar um cliente em
relação aos demais pode ser indispensável quando ocorrem pedidos em aberto.
- Condições dos pedidos: o tempo de ciclo do pedido vai se alterar se os produtos chegarem danificados ao
cliente. Medidas preventivas que eliminem esse risco devem implicar custos para as empresas e maiores
preços para os clientes.
- Restrições relativas ao volume: exemplo, o gestor logístico pode impor um tamanho mínimo de
encomenda ou exigir que o cliente preencha um formulário de pedido de acordo com condições
mínimas estabelecidas. Essas imposições podem influenciar o tempo de ciclo de pedido.
- Para saber se os procedimentos de melhoria aditados foram eficientes: é preciso comparar a variação
antes e após a gestão de melhoria. Deve-se calcular os desvios padrões finais (raiz quadrada da variância) .
Para ocorrer melhoria de processo, o desvio padrão final da última etapa deve ser menor do que o desvio
padrão da primeira etapa.
- O nível de serviço proporciona aos clientes influencia as vendas. Contudo, o fato de a logística dos serviços
ao cliente representar um dos elementos do conjunto desses serviços, não estabelece uma relação precisa entre
o volume de vendas e o nível de serviço logístico, uma vez que os compradores, em geral, não manifestam
suas preferências em serviços, nem reagem constantemente à oferta de serviços.
- Causas mais comuns de falhas na cadeia de suprimentos: • mudanças exigidas pelos clientes; •
dificuldades com expedição de novos produtos; • problemas na produção; • problemas com o
desenvolvimento; • problemas relacionados à qualidade.
- Efeitos dos serviços na fidelização dos clientes: a maioria dos negócios de uma empresa é realizado com
clientes permanentes, e, por essa razão, é importante que se busque a manutenção de uma base de clientes
cativos.
- Estágios da trajetória evolutiva do volume de vendas em função do nível de serviço ao cliente:estágio
limiar, estágio dos retornos decrescentes e estágio do declínio de vendas.
- Nem sempre incrementos equivalentes de melhorias nos níveis de serviços representam ganhos iguais em
vendas.
- Estagio limiar: na presença de um nível muito baixo de serviço ao cliente na relação entre o comprador e o
fornecedor, as vendas tendem a ser baixas. À medida que o nível de serviços se aproxima do que é oferecido
pela concorrência, também não ocorrem muitos avanços no volume de vendas. Quando o nível de serviço
atinge um estágio tal, a ponto de romper-se o limiar de diferencial com a concorrência, é verificado um
incremento nas vendas, que crescem a taxas crescentes.
- Estágio dos retornos decrescentes: à medida que os serviços vão sendo aperfeiçoados, chegando a um
ponto de saturação, as vendas tendem a crescer a taxas decrescentes. De um modo geral, as empresas operam
em algum estágio dessa segunda fase.
- Estágio do declínio de vendas: avançando no nível de serviços oferecidos, os custos incorridos não são
compensados, e a empresa até começa a evidenciar perdas de vendas entrando em declínio.
- Por que razão as vendas crescem com melhorias nos serviços: serviços melhorados significam custos
menores de estoques para os compradores, a qualidade dos produtos e o preço de aquisição não são afetados
pela melhoria do nível de serviços. Assim, os compradores são incentivados a aumentar sua fidelidade aos
fornecedores que apresentarem melhor nível de serviços.
- Explicação para a desaceleração da curva de vendas: ela resultaria da incapacidade dos compradores de
tirarem benefício dos serviços oferecidos, como também de políticas de compras que requerem mais de uma
fonte de suprimento.
- Outros modelos que permitem demonstrar a relação entre vendas e serviços logísticos: método dos
dois pontos; experimentos antes-depois; jogos de empresas; pesquisa junto a compradores.
- Método dos dois pontos: requer o estabelecimento de dois pontos dentro do estágio de retornos
decrescentes da relação entre as vendas e os serviços logísticos. Faz-se então uma ligação entre os pontos por
intermédio de uma reta, que seria uma aproximação em substituição à curva anterior.
- Experimentos antes-depois: técnica mais simples, baseada no fato de que o entendimento sobre a reação
das vendas a uma alteração nos serviços pode representar tudo o que é necessário para avaliar os efeitos sobre
os custos.
- Jogos de empresas: um dos principais problemas originados da mensuração da reação das vendas a
mudanças ocorridas nos serviços diz respeito à forma pela qual se poderia controlar o cenário do ambiente de
negócios, de tal maneira que apenas o efeito de uma alteração do nível de serviço aos clientes possa ser
detectado. A solução consiste na montagem de uma simulação em laboratório, conhecida pelo nome de jogo
de empresas, na qual os participantes tomam decisões dentro de ambientes controlados. Esse cenário
simulado busca reproduzir os elementos de incerteza da demanda, concorrência, estratégia logística e outros
aspectos que tenham relevância na situação investigada. O jogo deve envolver decisões acerca dos níveis de
atividades logísticas destinadas a gerar vendas compatíveis com os custos de produção. À medida que se dá
continuidade ao monitoramento da simulação, é possível obter dados extensivos para a geração de uma curva
de vendas-serviços.
- Pesquisa junto a compradores: método mais empregado para a obtenção de dados sobre os serviços aos
clientes. Direcionado para compradores ou pessoas capazes de influenciar a decisão de compra. Consiste na
utilização de questionários postais/eletrônicos para verificar o nível de influência dos serviços nos processos
de venda. Tem um custo relativamente baixo.
- Existem situações em que a incerteza do desempenho do serviço ao cliente não pode ser controlada com o
grau de acurácia pretendido pelos clientes, o que gera uma diminuição na sua satisfação.
- Ferramenta utilizada para a diminuição da incerteza do desempenho do serviço ao cliente: o
abastecimento do cliente com informações a respeito do pedido, o que permite a verificação precisa da
situação do seu pedido, ou quanto tempo vai demorar a chegada do produto. Permite, também, calcular se o
tempo prometido na pré-transação é realmente um parâmetro efetivo para futuras compras.
- Quando o serviço ao cliente é tratado como uma restrição pelo sistema logístico: quando não se verifica,
por parte dos gestores logísticos, uma relação vendas-serviços suficientemente nítida.
- Nível de serviços: baseado em fatores como os níveis de serviços estabelecidos pela concorrência, as
opiniões do pessoal de vendas e a tradição.
- Coeficiente de correlação: usado para medir a influência do nível de serviço no volume de vendas. Permite
estabelecer se essas duas variáveis estão fortemente relacionadas (quando o coeficiente se aproxima de 1) ou
inversamente relacionadas (quando o coeficiente se aproxima de -1), ou, ainda, quando não há correlação
(coeficiente próximo de zero).
- Análise da sensibilidade: usada nos casos em que é necessário projetar um sistema logístico em que o
serviço é considerado como uma restrição. Consiste na mudança de fatores constitutivos do serviço, e, a partir
daí, estabelecer o novo projeto de sistema a um menor custo.
- Tempo total do ciclo do pedido e suas variabilidades: podem ser representadas pela média e pelo desvio
padrão.
- Mensurações mais comuns de desempenho dos serviços aos clientes: (a) Quanto ao processamento dos
pedidos (tempo mínimo, máximo e médio de processamento de pedidos; e percentual dos pedidos
processados nos prazos determinados); (b) Exatidão na documentação dos pedidos (percentual de
documentos dos pedidos contendo erros); (c) Transporte (percentual de entregas no prazo; percentual de
pedidos entregues na data estabelecida pelo cliente; e danos e reclamações de prejuízos como percentagem do
frete); (d) Disponibilidade de produto e estoque (percentual de artigos em falta no estoque; percentual de
pedidos atendidos completamente; índice de atendimento e de atendimento médio ponderado dos pedidos);
percentual médio de itens de pedidos em atraso; e índice de atendimento dos itens); (e) Produtos danificados
(número de devoluções em relação ao total dos pedidos; e valor das devoluções em relação às vendas totais);
e (f) Tempo de processamento da produção/armazém (tempo mínimo, máximo e médio de processamento
de pedidos).
- Problemas acarretados por esse tipo de mensuração: são orientadas dentro da empresa, e o método pode
não estar centrado nas necessidades dos clientes.
- Contingências comuns e normalmente alteram drasticamente o planejamento: queda do sistema; e
recolhimento de produtos (recall).
- Não existe maneira de se prever contingências: não há planejamento logístico totalmente funcional e sem
eventuais problemas. Devemos buscar maneiras para diminuir, senão evitar que qualquer problema
interrompa o processo produtivo.
- Medidas utilizadas para evitar problemas que interrompa o processo produtivo: (a) fazer seguro contra
riscos; (b) planejar rotas alternativas de suprimento; (c) conseguir alternativas de transporte; (d) modificar a
demanda; (e) elaborar respostas rápidas a mudanças da demanda; (9) determinar estoques para situações de
ruptura.
Aula 11 – Os fundamentos do Transporte
- O transporte é responsável por grande parcela dos custos logísticos na maioria das empresas, de tal forma
que a movimentação de cargas absorve entre um a dois terços desses custos.
- Problemas de otimização: baseados em três pontos principais – a codificação do problema; a função
objetivo que se deseja maximizar ou minimizar; e o espaço de soluções associado.
- A utilização racional dos meios de transportes, oferecida a preços razoáveis, influi significativamente na
competitividade dos produtos comercializados e contribui para aumentar a economia de escala na produção,
reduzindo os preços dos produtos em geral.
- Quando o transporte é barato e de alta qualidade: incentiva a concorrência direta e indireta,
disponibilizando produtos em mercados que normalmente não teriam condições de arcar com os custos do
transporte. Assim, com a penetração em mercados geralmente inacessíveis, é possível aumentar as vendas de
outros produtos.
- Transporte barato: também contribui para a redução dos preços finais dos produtos.
- Distribuição: composta de transporte, estocagem e processamento de pedidos.
- Para a escolha do meio mais adequado ao transporte: é necessário estudar todas as rotas possíveis,
analisando os modais mais vantajosos em cada percurso.
- Classificação dos modais, quanto à modalidade: hidroviário; ferroviário; rodoviário; aeroviário; e
dutoviário.
- Fatores que o operador logístico deve levar em consideração ao escolher um serviço de transporte:
preço; tempo médio de viagem; variabilidade do tempo de trânsito e perdas e danos.
- A combinação da eficiência e da eficácia na operação depende das seguintes variáveis: preço; tempo em
transito e variabilidade; perdas e danos.
- Preço: representa o custo do transporte para o embarcador. Constituído pela tarifa da modal de transporte
correspondente, para o trajeto entre dois pontos, acrescida das despesas complementares relativas a serviços
adicionais, tais como tributos, seguros e preparação das mercadorias para embarque.
- Custo do serviço: constituído pela alocação dos custos relevantes como combustíveis, salários, manutenção,
depreciação e custos administrativos.
- Tempo em trânsito e variabilidade: principais características de desempenho do transporte.
- Tempo em trânsito: representado pela média dos tempos gastos nos transportes.
- Variabilidade: representada pelas medidas de dispersão relativas à média (o tempo em trânsito).
- Meta do operador logístico: consiste em reduzir tanto o tempo médio como sua variabilidade.
- Perdas e danos: um dos aspectos determinantes para a escolha dos transportadores, já que a integridade dos
produtos entregues constitui-se numa das mais importantes considerações relacionadas com o serviço ao
cliente, e é em função da perda de qualidade do mesmo que os embarcadores incorrem nos maiores prejuízos.
- Para determinar qual a melhor opção de transporte em termos de performance econômica: primeiro
deve-se aplicar a função objetivo para cada um dos modais. A fórmula geral da função objetivo deve utilizar
os pesos determinados para cada um dos três elementos (custo, variabilidade do tempo em trânsito e a média
do tempo de entrega), que são medidos em seus inversos (quanto menor o custo, por exemplo, será maior seu
inverso, que é uma medida de performance; o mesmo acontece tanto com a variabilidade como com a média).
Função objetivo de cada modal = peso do seu custo x inverso do seu custo (que é igual a 1/custo) + peso da
sua variabilidade) x inverso do desvio padrão dos tempos (que é igual a 1/desvio padrão). A que tiver maior
valor é a que representa melhor performance.
- Características do transporte ferroviário: é adequado para o transporte de matérias-primas e produtos
manufaturados de baixo custo, tais como carvão, madeira e produtos químicos, produtos agrícolas, derivados
de petróleo, minérios de ferro, produtos siderúrgicos, fertilizantes, entre outros.
- Vantagens do transporte ferroviário: adequado para longas distâncias e para o transporte de grandes
quantidades de carga, possui um baixo custo em relação aos demais modais. A parcela relativa ao custo
variável do deslocamento da carga é baixa por causa do maior volume transportado.
- Desvantagens do transporte ferroviário: menor flexibilidade no trajeto, necessidade maior de transbordo e
tempo de viagem demorado e irregular.
- Características do transporte rodoviário: transporta produtos semiprontos ou acabados, com menor porte
do que os produtos transportados pelas ferrovias.
- Vantagem do transporte rodoviário: possibilidade de transporte porta a porta, sem necessidade de carga
ou descarga entre a origem e o destino, que são inevitáveis nos casos dos modais ferroviário e aéreo. Trata-se
de um serviço disponível com maior freqüência, com grande velocidade e comodidade (em razão de ser porta
a porta). É adequado para curtas e médias distâncias, evidencia simplicidade no atendimento das demandas e
agilidade no acesso às cargas, permite menor manuseio da carga e menor exigência de embalagem, o
desembaraço na alfândega pode ser feito pela própria empresa transportadora. Atua de forma complementar
aos outros modais, possibilitando a intermodalidade e a multimodalidade.
- Limitações do transporte rodoviário: se deve às normas de segurança rodoviárias, que
limitam as dimensões e o peso dos fretes. Evidencia fretes mais altos em alguns casos e se mostra
menos competitivo para longas distâncias. Nas rodovias que apresentam estado de conservação
ruim, o custo com manutenção dos veículos é maior
- Características do transporte aéreo: adequado para mercadorias de alto valor agregado, em
pequenos volumes, ou com urgência na entrega. Principal atrativo é a rapidez origem-destino,
principalmente para grandes distâncias.
- A confiabilidade e a disponibilidade do serviço aéreo são boas, desde que as condições operacionais estejam
normais. A variabilidade do tempo de entrega é baixa, embora esse modal seja muito sensível às condições de
manutenção, meteorologia e congestionamento de tráfego nos aeroportos.
- Principais vantagens do transporte aéreo: transporte mais rápido; não necessita embalagem mais
reforçada (manuseio mais cuidadoso); aeroportos normalmente estão localizados mais próximos dos centros
de produção; possibilita redução de estoques via aplicação de procedimentos just in time.
- Desvantagens do transporte aéreo: menor capacidade de carga e do valor do frete mais elevado em relação
aos outros modais.
- Características do Transporte hidroviário ou aquaviário: utiliza veículos (navios, barcas, hovercrafts)
que usam como meio de deslocamento a água (mares, rios, canais). De custo operacional muito baixo, é
utilizado para grandes distâncias. Usado para transportar mercadorias como produtos de mineração,
commodities, produtos químicos e cargas líquidas. Sua capacidade é muito grande.
- Vantagens do transporte hidroviário: capacidade para grandes cargas a um custo variável baixo,
expressiva flexibilidade, custos de perdas e danos reduzidos e tempo de manuseio reduzido.
- Desvantagens do transporte hidroviário: geralmente é mais lento que o ferroviário; a confiabilidade e a
disponibilidade dependem de condições do tempo; maior exigência de embalagens para evitar danos à carga;
velocidade baixa e necessidade de transporte suplementar.
- Características do Transporte dutoviário: utiliza a força da gravidade ou pressão mecânica, através de
dutos para o transporte de granéis. É uma alternativa de transporte não poluente, não sujeita a
congestionamentos e relativa-mente barata.
- Produtos que possuem maior viabilidade para serem transportados em dutos: o petróleo e os seus
derivados. Existe também a possibilidade de transportar produtos sólidos suspensos em líquido, mas com
algumas restrições decorrentes da erosão do duto. Embora a movimentação de produtos seja lenta, ocorre
durante 24 horas por dia, o que torna a sua velocidade efetiva até maior do que os outros modais.
- Transporte dutoviário: um dos modais mais confiáveis em relação a tempo de transito, visto que são
praticamente nulas as interrupções causadoras de variabilidade nesse tempo.
- Vantagens do transporte dutoviário: freqüência da distribuição; custo variável baixo, uma vez que não
necessitam de mão-de-obra intensiva; velocidade efetiva maior do que a de outros modais, já que trabalha 24
horas por dia e 7 dias por semana; danos e perdas reduzidos.
- Desvantagens do transporte dutoviário: baixa velocidade, pois não passa de 5 a 7 Km/h; é limitado a
poucos produtos; possui custo fixo alto, sendo a de maior custo fixo, em razão da construção da infra-
estrutura e necessidade de controle das estações de bombeamento e recepção.
- Combinações de serviços intermodais possíveis: (1º) trem-caminhão; (2º) trem-navio; (3º) trem-duto; (4º)
caminhão-avião; (5º) navio-avião; (6º) caminhão-navio; (7º) caminhão-duto; (8º) navio-duto; (9º) navio-avião;
e (10º) avião-duto.
- Não existe combinação de transporte entre trem e avião. É proibido pelo custo de implantação, hoje, de uma
infra-estrutura combinada de aeroporto e de parque ferroviário. Utilizar o modal rodoviário é muito mais em
conta. Isso é diferente de modais possíveis, mas que não são utilizados.
- Combinação mais comum: transporte rodoviário-ferroviário
- Aspectos relevantes em relação aos custos dos transportes: nível de imobilização de capital em ativos
fixos; existência de economias de escala associadas ao seu uso (medidas em tonelada por quilômetro
transportado, ou seja, por meio do produto do peso transportado pela quilometragem percorrida); e presença
de rendimentos crescentes ou decrescentes de escala no consumo de combustíveis, de lubrificantes e de
materiais de reposição.
- Como a qualidade do serviço oferecido pelos diferentes modais de transporte pode ser avaliada: pelo
tempo de entrega médio (velocidade); pela variabilidade do tempo de entrega (consistência); pela capacitação;
pela disponibilidade; e pela freqüência.
- Comparação dos modais em termo de velocidade: o modal aéreo é o mais veloz, seguido pelo rodoviário,
ferroviário, aquaviário e dutoviário.
- Comparação dos modais em termo de tempo de entrega porta a porta: os benefícios da velocidade no
transporte aéreo são percebidos, sobretudo, nas grandes distâncias. Na prática, o tempo de entrega do modal
rodoviário e do modal ferroviário depende fundamentalmente do estado de conservação das vias e do nível de
congestionamento destas.
- Comparação dos modais em termo de consistência (capacidade de cumprir pontualmente os tempos
de entrega previstos): o modal dutoviário é a melhor opção, pois os dutos não são afetados por condições
climáticas e congestionamentos. Os modais seguintes, em escala decrescente, são: rodoviário, ferroviário,
hidroviário e aéreo.
- O baixo desempenho do modal aéreo em termos de consistência deve-se a sua grande sensibilidade a
questões climáticas e de segurança.
- Comparação dos modais em termo de capacitação (possibilidade de um determinado modal operar
com diferentes volumes e variedade de produtos): o modal hidroviário ou aquaviário é a melhor opção,
porque não apresenta limites sobre o tipo de produto que pode transportar, assim como o volume, que pode
atingir centenas de milhares de toneladas. Os modais dutoviário e aéreo apresentam sérias restrições em
relação a essas dimensões. O duto só trabalha com líquidos, gases e grãos; o aéreo, com produtos seguros de
pequeno a médio volumes.
- Comparação dos modais em termo de disponibilidade (quantidade de localidades em que o modal se
encontra presente): o modal rodoviário é a melhor opção, pois quase não apresenta limites. O segundo
modal em disponibilidade é o ferroviário, mas isso depende da extensão da malha ferroviária de um
determinado país ou de uma determinada região. O mesmo ocorre com a disponibilidade do modal aquaviário,
com a função da infra-estrutura portuária, de terminais e de sinalização.
- Comparação dos modais em termo de freqüência (possibilidade, medida em número de vezes que um
modal pode ser utilizado num dado horizonte de tempo): o modal dutoviário é a melhor opção, operam 24
horas por dia, podendo ser acionados a qualquer momento. Seguem, pela ordem de desempenho, o modal
rodoviário, o ferroviário, o aéreo e o aquaviário. A baixa freqüência do modal aquaviário resulta dos grandes
volumes envolvidos na operação, normalmente consolidados.
- A logística no Brasil é excessivamente cara, principalmente pela falta de investimento na infra-estrutura e no
transporte. Em nosso país o preço de frete é muito baixo, mas muitas vezes, o operador logístico gasta mais,
em termos relativos, por estar usando o modal de transporte que não é adequado para aquele produto.
- Tarifas do transporte: preços que as empresas cobram por seus serviços.
- Estruturas mais comuns de tarifas: • Relacionadas ao volume (dependem do tamanho da carga); •
Relacionadas à distância (variam ou não de acordo com a distância percorrida) e • Relacionadas à demanda
(determinam níveis de tarifas pouco ou nada relacionados com os custos da produção).
- Após a escolha do modal mais adequado, a decisão estratégica mais importante é aquela acerca de se ter
uma frota própria ou utilizar uma frota terceirizada.
- ROI = Lucro / Capital Investido
- Características da operação e do setor da economia em que a empresa atua que devem ser avaliadas
no processo de decisão em relação a propriedade da frota: o tamanho da operação; a competência
gerencial interna; a competência e a competitividade do setor; a existência de carga de retorno; e os modais a
serem utilizados.
- Quanto maior for o tamanho da operação de transporte, maior também será a probabilidade de que o
emprego de uma frota própria seja mais satisfatório do que a contratação de terceiros. Isso se dá devido ao
fato de que a atividade de transporte possui vantagens de economia de escala, que podem reduzir os custos
se a operação for muito ampla.
- A competência gerencial interna também é um fator determinante para a decisão de manter ou não frota
própria.
- A tendência no Brasil é a terceirização de frota.
Organização da cadeia de
Aula 15 -
suprimentos
- Organização administrativa: estrutura que viabiliza as condições para a criação, a
implantação, o controle e a avaliação dos planos estabelecidos.
- Questão fundamental para o perfeito funcionamento do sistema logístico,
sob a ótica da gestão logística e das cadeias de suprimentos: colocar os
colaboradores da empresa responsáveis pelas atividades logísticas em posições na
organização que facilitem e incentivem a organização plena entre elas.
- A logística e o gerenciamento da cadeia de suprimentos (logística/CS) constituem-se
em atividades essenciais que precisam ser desenvolvidas por todo o tipo de empresa
ou instituição, e é preciso que elas desenvolvam algum tipo de arranjo organizacional,
seja ele formal ou informal, para viabilizar o fluxo de produtos e serviços.
- Objetivos amplos de desempenho para as operações produtivas, que podem
ser associados para a atividade logística: qualidade, rapidez, confiabilidade,
flexibilidade e custo.
- Embora todos os responsáveis pelas áreas funcionais tenham os mesmos objetivos
(maximizar o lucro da empresa), a abordagem de interface da logística em cada área é
diferente.
- Principal responsabilidade do marketing: promoção dos produtos na mente dos
consumidores.
- Principal responsabilidade das operações: buscar produzir ao menor custo
unitário.
- Principal responsabilidade da função financeira: buscar minimizar os custos de
capital ou maximizar o retorno sobre os investimentos para a empresa.
- É necessário promover uma integração da logística/CS em cada uma dessas funções
(marketing, operações e financeira).
- Múltiplos objetivos podem ser perseguidos pelas áreas (ou funções
primárias), dependendo da abordagem: • objetivo qualidade (a qualidade reduz
custos, aumenta a confiabilidade); • objetivo rapidez (a rapidez reduz estoques e reduz
risco); • objetivo confiabilidade (a confiabilidade economiza tempo, economiza dinheiro
e dá estabilidade); • objetivo flexibilidade (a flexibilidade agiliza a resposta, economiza
tempo e mantém a confiabilidade); e • objetivo custo (o custo é afetado por outros
objetivos de desempenho).
- Algumas das responsabilidades do gerente de produção: • devem traduzir a
direção estratégica de uma empresa em ação operacional; • devem projetar a
operação, não só com relação aos produtos e serviços, mas também com relação aos
sistemas ou processos que os produzem; • devem planejar e controlar as atividades
das operações ao decidir quando e onde as atividades ocorrerão e, ao detectar, reagir
a quaisquer desvios dos planos; • devem aperfeiçoar o desempenho da operação com
referência a seus objetivos estratégicos, por meio da combinação de atividades de
melhoria; e • as responsabilidades indiretas incluem trabalho conjunto com outras
áreas funcionais do negócio.
- A estruturação da atividade logística e da cadeia de suprimentos é correlacionada
com a estrutura da organização, necessariamente.
- Motivos pelo qual a importância da logística/CS é diretamente ligada aos
produtos de algumas empresas, dependendo do setor no qual estão
inseridas: a logística/CS de alguma forma agrega valor ao produto; ou, por ser uma
commoditie, o produto tem sua formação de preços dependente do mercado
internacional, razão pela qual necessita possuir alguma flexibilidade nas MARGENS DE
CONTRIBUIÇÃO que passa a ser um elemento determinante para a sua competitividade.
- Margem de Contribuição: Preço de Venda (-) Custo Mercadoria Vendida (-)
Despesas Variáveis
- Aspectos determinantes da forma organizacional: tipo de gestão de materiais,
distribuição física e cadeia de suprimentos.
- Indústria extrativista: se caracteriza por englobar as empresas que produzem
matérias-primas básicas, principalmente aquelas voltadas para o fornecimento a outros
setores industriais, como as madeireiras, as empresas de mineração e as empresas de
projetos agrícolas. Nesses setores, a encomenda dos pedidos pode ser feita com até
um ano de antecedência e, em muitos casos, o maior percentual dos custos são
aqueles relativos ao transporte e à armazenagem.
- Setor de serviços: as atividades logísticas estão relacionadas com a conversão dos
suprimentos tangíveis em ofertas de serviços, como em hospitais e companhias de
transporte, e o setor de varejo, que compram bens especialmente para revenda.
- Prioridade no setor de serviços: a logística de abastecimento de suprimentos
para a prestação de serviços, ficando em segundo plano qualquer atividade de
distribuição.
- Evolução das atividades de desenvolvimento do projeto organizacional
logístico: Estágio I (atividades que eram importantes para viabilizar as compensações
de custos relativos à gerência logística. As atividades de transporte eram
administradas juntamente com as atividades de estocagem e de processamento de
pedidos, visando a redução de custos. As compras, o transporte de entrada e o
armazenamento de matéria-prima eram coordenados pela mesma área gerencial);
Estágio II (surgiram as estruturas formais, com a delegação de poder para um
executivo, responsável por todas as atividades logísticas relevantes, que consistiam
basicamente no suprimento físico e na distribuição física, embora essas etapas fossem
gerenciadas em separado, o que ampliou o controle sobre a coordenação das
atividades logísticas); Estágio III (referia-se à integração plena das atividades logísticas,
abrangendo tanto o abastecimento quanto a distribuição. Adquiriu a preferência tanto
dos especialistas quanto das empresas); Estágio IV (caracterizado pela gestão da
cadeia de suprimentos. Compreende a integração completa das atividades logísticas
do estágio III, com as atividades logísticas internas aos processos de transformação de
matérias-primas em produtos (produção)); Estágio V (consiste no gerenciamento da
cadeia de suprimentos entre as empresas que a compõem. A visibilidade ao longo do
canal e a Tecnologia da Informação e Comunicação são fatores essenciais para o
sucesso desse desenho multiorganizacional).
- Categorias que descrevem os esforços para coordenar a atividade da cadeia
de suprimentos: • informações compartilhadas; • alinhamento de canal; e •
eficiência operacional.
- Informações compartilhadas: compreendem a transmissão de informações
através da cadeia de modo que todas as operações possam monitorar a demanda
verdadeira, tornando-a livre de distorções que afetem os outputs (saídas).
- Alinhamento de canal: significa as ações de ajuste da programação, as
movimentações de materiais, os níveis de estoque, o preço e outras estratégias de
vendas, de modo a alinhar todas as operações da cadeia.
- Eficiência operacional: refere-se aos esforços que cada operação na cadeia pode
fazer para reduzir sua própria complexidade, reduzindo os custos de fazer negócios
com outras operações na cadeia e aumentando o tempo de atravessamento.
- Tipos de estrutura organizacional: informal, semiformal e formal.
- Organizações informais: se manifestam quando há um clima favorável na
empresa. Não dependem de qualquer mudança na estrutura organizacional existente,
mas requerem uma boa dose de coerção ou persuasão para obter a coordenação entre
os agentes responsáveis pelas atividades logísticas.
- Organização semiformal: parte da idéia de que o planejamento e a operação
logísticos encurtam o caminho entre as várias funções da estrutura organizacional da
empresa. O profissional de logística passa a coordenar projetos que abrangem diversas
áreas funcionais, numa estrutura conhecida como organização matricial. O gerente de
logística é o responsável pelo conjunto do sistema logístico, mas não tem autoridade
direta sobre as atividades que o integram.
- Organização formal: são estabelecidas linhas transparentes e definidas de
autoridade e responsabilidade para a logística/CS. Para isso, é preciso instalar um
gerente para que ele possa trabalhar de forma efetiva com as outras grandes áreas
funcionais da empresa (finanças, operações e marketing), criando um equilíbrio de
poder que colabora com os resultados econômicos da empresa como um todo.
- Principais atividades pelas quais os gerentes são normalmente
responsáveis: • aquisições; • armazenagem e manuseio de materiais; • transporte e
embalagem; • processamento de pedidos e serviço ao cliente; e • estoques e
cronograma de produção.
- Duas empresas que competem pelos mesmos clientes podem optar por organizar
seus negócios de maneiras diferentes. Cada uma irá procurar combinar suas
capacidades singulares de modo a satisfazer o que sabem ser as necessidades críticas
do cliente. Cada uma irá procurar criar um diferencial competitivo.
- A orientação do projeto organizacional costuma obedecer a três estratégias
corporativas: processo, mercado e informação.
- Estratégia de processo: tem por meta alcançar a máxima eficiência na
transformação de matérias-primas em produtos finais, passando pelo estágio de
produtos em processo (coloca os custos em primeiro lugar, buscando otimizá-los).
- Estratégia de mercado: se orienta pelo serviço ao cliente, deixando os custos em
segundo plano.
- Estratégia de informação: adotada por empresas que possuem uma expressiva
rede de representantes e organizações de distribuição a jusante de sua cadeia de
suprimentos, com expressivos estoques (a coordenação das atividades logísticas ao
longo dessa rede constitui-se no principal objetivo, e a informação ao longo do canal é
determinante para que o gestor obtenha êxito).
- O trabalho para estabelecer a estrutura organizacional que suportará as atividades
logísticas deve iniciar-se com a definição do posicionamento dessas atividades.
- Principais questões que devem ser decididas na definição do
posicionamento das atividades logísticas: • centralização versus descentralização
(agrupar as atividades perto da cúpula administrativa, ou mantê-las dispersas ao longo
das divisões das grandes empresas); • assessoria versus linha (são muitas as
empresas que não criam organizações dotadas de responsabilidade de linha, sobre a
movimentação ou estocagem de produtos. É mais interessante o estabelecimento de
uma organização de assessoria, ou consultoria, para o atendimento das questões
logísticas); e • utilizar modelos para uma empresa grande ou uma empresa pequena
(há problemas logísticos tanto nas pequenas empresas quanto nas grandes
corporações. As atividades logísticas são até mais importantes para as pequenas
empresas, haja vista que elas não tiram proveito das compras e remessas em grandes
volumes, ao contrário do que ocorre com as grandes organizações).
- A vantagem na adoção da forma centralizada assegura a manutenção de um rígido
controle sobre as atividades logísticas para auferir as vantagens decorrentes do
aumento de eficiência relativas aos ganhos de escala das atividades logísticas sob o
comando de um único diretor.
- Emprego de uma organização descentralizada permite reação logística mais rápida e
mais padronizada às necessidades dos clientes. Esse tipo é mais conveniente quando
as linhas de produtos possuem características distintas de marketing, de logística e de
manufatura, e em situações nas quais não é possível obter expressivos ganhos de
escala.
- Situações em que se deve alocar o profissional de logística numa função de
consultoria para as outras funções de linha, como marketing e operações: (a)
sempre que a opção por uma organização em linha puder causar conflitos indesejáveis
entre as equipes existentes; (b) nos casos em que as atividades logísticas forem menos
importantes do que as atividades de venda e produção; (c) quando o planejamento for
mais relevante do que a condução das operações; e (d) quando a logística for tratada
como um serviço compartilhado pelas divisões de produtos.
- Sob a ótica organizacional, a pequena empresa se configura de maneira centralizada,
porque, em razão de maior praticidade, ela não possui divisões de produtos.
- Se por um lado uma função logística integrada reduz o conflito entre as atividades da
logística em si, por outro lado, o acréscimo de mais uma área funcional amplia a
possibilidade de conflito entre a função logística e as demais áreas funcionais no
âmbito da organização.
- Superorganização: grupo de empresas que convergem seus processos de negócios
e objetivos mútuos (satisfação de clientes e maximização de lucros), mas que são
legalmente independentes entre si.
- Quantidade ótima de pedido = raiz quadrada de [ (2 x demanda anual do
produto x custo do pedido) / (taxa de manutenção do estoque x preço
unitário do produto) ]
- Custo anual da empresa fornecedora = (custo de preparação de produção x
demanda anual do produto) / quantidade ótima de pedido
- Esse plano permitirá estabelecer a estrutura que suportará os fluxos dos produtos:
estabelecer quantas instalações serão usadas, onde estarão localizadas, que produtos
e quais clientes serão atendidos, e que transportes ligarão essas instalações, dos
pontos de origens até os pontos de demanda.
- Exemplo de rede genérica com suas instalações: • pontos de origens (que são as
fábricas, os fornecedores ou portos); • armazéns regionais e armazéns de campo; •
pontos de demanda (que são os clientes, quer intermediários (varejo), quer finais
(consumidores). Esses elementos ligam-se entre si das maneiras mais diversas, criando
configurações diferentes.
- Aspectos básicos que devem ser considerados para planejar a rede logística:
geográfico (relacionado ao espaço) e o temporal (relacionado ao tempo).
- Tratamento da rede no seu aspecto geográfico: localizar as plantas (ou fábricas), os
armazéns e lojas de acordo com os custos.
- Principal tratamento da rede no seu aspecto temporal: o tempo de aquisição do
produto pelo cliente (como ocorrerá essa disponibilidade do produto - se próximo ao
consumidor, com a criação de armazéns próximos à demanda, ou com
reabastecimentos pela fábrica, ou ambos, como é o caso mais comum.
- A preocupação com a rede logística é justificada pelos custos: o planejamento
estratégico das grandes empresas tem incluído a rede logística, porque pode
representar economia significativa nos custos, assim como influir diretamente no nível
de serviço. Assim, tem a ver com a competitividade da empresa, diretamente.
- Elaboração do plano para criar a rede logística (sequência para um bom
projeto de rede): (1) levantamento de dados, com a construção de uma base
de dados; (2) sistema de processamento de dados, via computador, para
definir o projeto de rede; (3) análise do projeto de rede.
- Levantamento de Dados: primeiro passo para o projeto de rede logística.
Consiste na criação de um banco de dados, quer com dados específicos para
uma situação, quer com dados genéricos e que servirão de base para se
chegar a alguma informação.
- Diferença entre dado e informação: dado é o resultado de investigação,
cálculo ou pesquisa, por exemplo: “Conferiu os dados do computador” ou
“Os dados da polícia não coincidiam com os testemunhos”; e Informação é a
mensagem suscetível de ser tratada pelos meios informáticos; conteúdo
dessa mensagem, ou ainda, a interpretação ou significado dos dados,
produto do processamento de dados.
- Uma idade é um dado, a idade média de um grupo é uma informação. A
cotação do dólar hoje é um dado (de nada serve para o processo decisório).
É preciso gerar uma informação do tipo: a cotação de hoje dividida pela
cotação de ontem fornece a variação diária da cotação: se variou muito, se
variou pouco, negativamente, isso é uma informação e possibilita que eu
possa tomar uma decisão: se efetuo o pagamento em dólar hoje ou não.
- Os dados necessários para compor a base, em termos genéricos, podem ser
assim relacionados: (a) lista de produtos, compondo a relação, com códigos, de todos
os produtos que serão armazenados/transportados; (b). localizações; c. demanda por
produto – quantidade/unidade de tempo e a localização dos clientes são essenciais
para o dimensio-namento da rede; (d) transporte – taxas e custos; (e) armazenagem –
taxas e custos; (f). pedidos; (g) custos dos materiais; (h) tamanhos de embarque dos
produtos; (i) níveis do estoque; (j) pedidos processados; (k) custos de capital; (l)
serviços ao cliente – parâmetros e metas; (m) equipamentos e instalações com
respectivas capacidades; e (n) distribuição de vendas.
- Localizações: (1) clientes – relação dos clientes e seus endereços completos,
principalmente do CEP (código de endereçamento postal), porque esse código é
de ampla utilização, será extremamente útil para agregações por região; (2)
pontos de estocagem – relação dos armazéns, que podem ser regionais ou de
campo; (3) pontos de origens – relação das fábricas, fornecedores e portos,
incluindo, da mesma forma, endereço completo.
- Pedidos: (1) freqüência; (2) tamanho; (3) estação (sazonalidade); (4) conteúdo; (5)
tempos de trânsito; (6) tempos de transmissão; (7) taxas de preenchimento; (8) custo
do processamento; (9) localização da geração dos custos.
- Custos dos materiais: (1) compras; (2) produção.
- Níveis de Estoque: (1) por localização; (2) por produto; (3) método do controle de
estoque.
- Tipos de fontes: podem ser primarias ou secundarias. ]
- A fonte primária sempre é mais confiável e mais barata.
- Fontes primárias de dados de devemos utilizar e confiar: • Documentos operacionais
da empresa (documentos gerados nos processos normais da empresa; alguns são
relacionados com a Logística, como os conhecimentos de embarque, mas outros não
são, mas às vezes, mais importantes para a base de dados); • Relatórios contábeis
(esses dados servem na identificação dos custos, inclusive os custos logísticos. Alguns
custos não são revelados pela Contabilidade, principalmente nas atividades logísticas:
o custo de manutenção dos estoques e o custo de obsolescência do estoque. Mas não
é o caso de abandonar esses relatórios, pois eles constituem fonte válida para dados
de custos); • Pesquisa de dados logísticos (informações logísticas pesquisadas quando
os documentos operacionais e os relatórios contábeis não atendem a nossa
necessidade. Refere-se a trabalhos publicados pelas empresas sobre suas
experiências, como exemplo, a disponibilização de uma tabela de taxas de transporte e
distâncias, empresas de consultoria, revistas especializadas, Universidades ou
associações propiciam dados e informações relevantes para a base de dados. Há
informações não diretamente relacionadas com a Logística e que são necessárias,
como índices, taxas, séries históricas etc. que estão disponíveis para consulta); •
Pesquisa qualitativa (os gerentes e supervisores de empresa, consultores que estejam
prestando serviços, os funcionários que trabalham em vendas, compras etc., e os
fornecedores representam fontes de dados ou podem indicar fontes primárias.
- De posse dos dados logísticos, é necessária uma organização para obter os
melhores resultados no projeto da rede.
- Técnicas usadas para a codificação dos principais dados: a codificação do produto e a
codificação geográfica.
- Técnica da codificação do produto: consiste em usar uma tecnologia para registrar as
operações com determinado produto, a partir do seu código, com um mínimo de
possibilidade de erro. Isso quer dizer a leitura ótica do código do produto –
representado por um código de barras – permite registrar qualquer operação sobre
esse produto.
- Codificação geográfica: importante para a distribuição física, associada aos clientes e
seus endereços. Se os dados de vendas forem organizados em termos geográficos, isto
é, por localização, o planejamento da rede é facilitado. As análises sobre transporte,
estocagem e de localização das instalações são otimizadas se estão analisadas sobre o
mapa (temos uma base de dados geográfica).
- Natureza dos códigos geográficos que amparam os dados logísticos dos clientes: (a)
código de endereçamento postal (quando sua elaboração segue um critério de
geoposicionamento. Em caso contrário, você deverá construir uma tabela de conversão
CEP → localização geográfica); e (b) código de coordenadas de latitude e de longitude
(por meio de um sistema de geoposicionamento (GPS) é possível construir a malha
com todos os pontos de interesse – origens, armazenamento e de demanda – com seus
fluxos em termos quantitativos e qualitativos).
- Há sistemas GPS que permitem esse trabalho em qualquer região do mundo. Você
deve ter o trabalho inicial de definir a área e suas propriedades (capacidades do fluxo,
demanda máxima, oferta mínima etc.). Ao utilizar essa forma, a codificação geográfica
não se torna difícil.