Brincadeiras Na Educação Infantil

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FARTIGO

reitas CNDE
& REVISÃO
Corso HV

A Psicopedagogia na educação infantil:


o papel das brincadeiras na prevenção das
dificuldades de aprendizagem
Clariane do Nascimento de Freitas; Helena Vellinho Corso

RESUMO – O presente artigo é resultado do trabalho de conclusão do


curso de Especialização em Psicopedagogia realizado numa instituição
privada no interior do Rio Grande do Sul. A proposta era pensar numa
temática em que pudéssemos demonstrar e ampliar o conhecimento que
construímos ao longo do curso. Pensando nisso, este trabalho tem como foco
principal refletir sobre a relevância que uma simples brincadeira tem para o
processo de desenvolvimento das crianças e, em especial sua alfabetização.
Dessa forma, nesse trabalho mostramos que, a partir de algumas brincadeiras
comuns do cotidiano infantil, podemos beneficiar o desenvolvimento das
habilidades de leitura, escrita e matemática. Para tanto, foi realizada
revisão bibliográfica sobre os conceitos de aprendizagem e dificuldades de
aprendizagem, apontando sua relação com o desenvolvimento psicomotor
e, consequentemente, abordando a prevenção das disgnosias e dispraxias
como prevenção de dificuldades de aprendizagem. Posteriormente, apre­
sentamos o que alguns autores consideram habilidades necessárias para
a aquisição da leitura, escrita e matemática, habilidades estas que podem
ser estimuladas por meio de brincadeiras tradicionais. Brincar desenvolve
habilidades psicomotoras, psíquicas, afetivas e também cognitivas; faz parte
do desenvolvimento integral da criança. Entendemos que a proposta aqui
apresentada pode ser o pontapé inicial para uma intervenção institucional
com professores que atuam na Educação Infantil, de modo que eles possam
refletir sobre sua prática na escola.

UNITERMOS: Psicopedagogia. Educação Infantil. Brincadeiras edu­


ca­tivas. Alfabetização.

Clariane do Nascimento de Freitas – Graduada em Correspondência


Educação Especial; Especialista em Educação Es­ Clariane do Nascimento de Freitas
pe­cial - Déficit Cognitivo e Educação de surdos; Psi­ Centro Universitário Franciscano – UNIFRA
copedagoga; Mestre em Educação; Doutoranda do Conjunto III
Pro­grama de Pós-graduação em Educação, Centro Rua Silva Jardim, 1175 – Santa Maria, RS, Brasil –
Uni­versitário Franciscano, Santa Maria, RS, Brasil. CEP: 97010-491
Helena Vellinho Corso – Psicopedagoga, Mestrado Email: [email protected]
em Psicologia da Educação, Doutora em Psicologia,
Docente convidada do Centro Universitário Fran­cis­
cano Santa Maria, RS, Brasil.

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A Psicopedagogia na educação infantil

INTRODUÇÃO as crianças, em especial, na região sul do país.


A Psicopedagogia é a área do conhecimento Nossa intenção é trazer apenas algumas indica­
que trabalha diretamente com as dificuldades ções e suscitar a reflexão. Entendemos que as
das pessoas relacionadas à aprendizagem, pois brincadeiras aqui propostas não contemplam a
estuda como se dá esse processo1. Em geral, o diversidade cultural de nosso país, mas as esco­
psicopedagogo é procurado quando as dificul­ lhemos, além dos motivos já mencionados, por
dades já estão presentes, e seu papel é avaliar e serem atividades que não necessitam de outros
estabelecer um plano de intervenção. No entan­ recursos além do próprio corpo da criança.
to, a Psicopedagogia não se caracteriza apenas
como uma área que atua quando já existe o pro­ APRENDIZAGEM E DIFICULDADE DE
blema ou dificuldade, mas pode atuar também APRENDIZAGEM
de forma preventiva, no intuito de evitar que elas É possível conceituar a aprendizagem a partir
se instaurem. É a esse objetivo que se propõe a de diferentes perspectivas. Em uma perspectiva
Psicopedagogia institucional. Atuando nas esco­ neurocientífica, a aprendizagem “é um processo
las, o psicopedagogo trabalha com a dinâmica complexo e dinâmico, que resulta em modifi­
da instituição e com a formação de professores, cações estruturais e funcionais permanentes
orientando e auxiliando na organização das ati­ no sistema nervoso central”3. Atos perceptivos
vidades e, consequentemente, no processo de e motores são elaborados pelo córtex cerebral,
aprendizagem dos alunos2. ge­­rando aquelas modificações que, em última
A partir dessa perspectiva preventiva, en­ análise, originam a cognição3. Papalia & Feldman4
tendemos que, por meio de diferentes brinca­ defendem a ideia de que a aprendizagem acon­
deiras tradicionais, podem-se prevenir algumas tece devido à plasticidade do cérebro, ou seja, a
dificuldades de aprendizagem relacionadas às capacidade de se adaptar/modelar às mudanças
habilidades de leitura, escrita e matemática que no ambiente. Para Rotta5, a plasticidade cere­
são diretamente influenciadas pelo desenvol­ bral é responsável tanto pela reorganização
vimento psicomotor das crianças. Ocorre que, do sistema nervoso central após alguma lesão,
na maioria das vezes, o professor de educação como também é responsável pelo processo de
infantil não tem clara essa relação entre algu­ desenvolvimento normal, pois está relacionada
mas atividades lúdicas e a aprendizagem futura à flexibilidade que o cérebro tem de se modificar,
daquelas habilidades. Portanto, o objetivo deste à capacidade de aprender a partir da exposição
estudo é mostrar que, por meio de algumas brin­ a estímulos novos, ou seja, à cognição. Segundo
cadeiras comuns do cotidiano infantil, podemos a referida autora, as funções que envolvem a
beneficiar o desenvolvimento das habilidades de cognição como as gnosias (funções superiores
leitura, escrita e matemática. ligadas ao conhecimento), praxias (capacidade
Inicialmente faremos algumas considerações de realizar um ato motor voluntariamente) e
mais amplas sobre a aprendizagem, apontando a linguagem são a expressão da plasticidade
sua relação com o desenvolvimento psicomotor cerebral.
e, consequentemente, abordando a prevenção Na Teoria Psicogenética de Henri Wallon, a
das disgnosias e dispraxias como prevenção ideia de aprendizagem está centrada na inter-re­
de dificuldades de aprendizagem. Em seguida, lação dos domínios funcionais (afetividade, ato
discorreremos de forma mais específica sobre a motor, ato mental), onde “a cada estágio, um dos
aprendizagem da leitura, escrita e matemática, domínios predomina e o exercício e amadureci­
apontando como elas podem ser desenvolvidas mento de um, interfere no amadurecimento dos
através das brincadeiras na Educação Infantil. outros”6. Esse desenvolvimento se caracteriza
Ressaltamos que as brincadeiras apresenta­ como um processo dialético, e essa inter-relação
das foram escolhidas por serem populares entre acontece desde o nascimento. O bebê ao nascer

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é puro instinto, age impulsivamente para saciar como sendo uma educação global, pois associa os
suas necessidades; cabe ao meio (geralmente à potenciais intelectuais, afetivos, sociais, motores
mãe), interpretar seus gestos; gradativamente, e psicomotores da criança, dando-lhe segurança,
o bebê vai percebendo e utilizando esses gestos equilíbrio e organizando corretamente as suas re­
de forma voluntária, iniciando o processo de lações nos diferentes espaços em que tem de atuar.
comunicação e aquisição da linguagem, o início Nesse sentido, podemos compreender a edu­
da vida psíquica. A aprendizagem se dá nessa cação psicomotora como intervenção preventi­­va,
interação com o meio, que ora acontece por pois oportuniza que a criança se desenvolva
meio do aspecto motor, desenvolvimento e ex­ me­lhor em seu ambiente10. Em suma, do ponto
ploração corporal, ora, através das experiências de vista psicopedagógico, podemos entender a
de interação e constituição da personalidade. atenção ao desenvolvimento psicomotor como
A defasagem em um desses domínios interfere prevenção às dispraxias e disgnosias.
no desenvolvimento dos demais. Essa relação Como dispraxias entende-se as “alterações
também é percebida do ponto de vista neuroló­ no desenvolvimento do gesto, que é realizado
gico. Rotta7 comenta que inteligência e praxia em relação ao próprio corpo ou ao mundo dos
se constituem como “uma situação de causa e objetos, relacionados a uma intenção”7. Essas
efeito, uma vez que não só a inteligência estru­ alterações podem se apresentar de diferentes
tura as praxias, como ela é um instrumento da formas, como por exemplo: a) dificuldade em
inteligência”. usar adequadamente o lápis ou tesoura; b) rea­­
O campo da Psicopedagogia vê a atenção aos lização de atividades de forma desastrada, der­
aspectos neuropsicomotores como essencial para rubando o material, pois, geralmente, as crianças
o processo de aprendizagem. Como já menciona­ têm dificuldades em coordenar os movimentos
do anteriormente, a aprendizagem é um proces­ necessários para executar a ação; c) dificuldades
so, no qual existem muitos aspectos envolvidos, para colocar ou tirar as próprias roupas; d) lenti­
como a atenção, memória, percepção, e também dão ao participar de jogos e atividades próprios
habilidades psicomotoras, como o equilíbrio, a para a sua idade; e) dificuldade na montagem
manutenção da postura, motricidade ampla e de quebra-cabeças; f) transtornos de conduta,
fina, coordenação viso-manual, noção de ritmo dependendo do modo como essas alterações
e outros mais. Ao atendermos uma criança que afetam sua noção de esquema corporal e suas
apresenta dificuldades de escrita, por exemplo, relações com o espaço; g) distrações, problemas
dentre os aspectos que avaliamos está seu desen­ na fala e também na escrita7. Um aspecto im­
volvimento psicomotor, suas habilidades motoras. portante que a autora comenta é que “a criança
E, muitas vezes, o plano de intervenção tem como dispráxica sabe bem o que tem que fazer e não
um de seus objetivos desenvolver as habilidades tem dificuldades motoras para realizá-lo, mas
motoras que estão relacionadas aos movimentos impossibilidade de fazê-lo” 7. As dispraxias
que a criança precisa dominar com destreza para en­­volvem dificuldades da criança em relação
poder evoluir em seu grafismo. Nesse sentido, a seu esquema corporal e noções de espaço e
concordamos com Corso8 quando afirma que “o tem­­po, interferindo em sua autoconsciência e
desenvolvimento psicomotor está imbricado em nas relações que estabelece com o mundo. De
todos os processos de aprendizagem”. acordo com Rotta7, as noções de esquema corpo­
As noções da educação psicomotora se apro­­ ral envolvem funções como equilíbrio postural,
ximam dessa proposta, ratificando que a aten­­ lateralidade, freio inibitório, tônus muscular, e
ção ao desenvolvimento da criança desde o funções neuropsicológicas superiores (memória,
nas­cimento está diretamente implicada com seu atenção, percepção), as quais interagem entre
processo de alfabetização e conhecimento ma­ si num determinado tempo e espaço com dife­
temático. Vayer9 define a educação psicomotora rentes ritmos.

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As disgnosias são alterações ou atrasos na Desse modo, o brincar ajuda a promover a


integração das percepções. Essas percepções po­ apren­­dizagem, pois “o comportamento de brin­
dem ser mais simples, como a auditiva, olfativa car é uma maneira útil de a criança adquirir
ou tátil, mas também podem ser mais complexas, habilidades desenvolvimentais – sociais, intelec­
como o esquema corporal e as noções de espaço tuais, criativas e físicas”12. O brincar pode trazer
e tempo. Existem diversos tipos de disgnosias. benefícios intelectuais para a criança, como, por
Dentre os principais sintomas/características exemplo, favorecer a habilidade da linguagem,
po­­de-se citar: a) incapacidade de reconhecer ob­ incentivar o desenvolvimento cognitivo e a
jetos pelo tato, sem auxílio da visão; b) dificulda­ formação de conceitos. A brincadeira incentiva
des ou atraso na capacidade de reconhecer sons a criatividade e a imaginação através do jogo
não-verbais; c) dislalias que podem acarretar na simbólico, e também estimula o desenvolvimento
troca de letras na idade escolar; d) dificuldade das habilidades motoras fina e ampla, uma vez
em identificar e reconhecer objetos, fisionomias, que exercita/movimenta o corpo, desenvolvendo
cores e espaços; e) dificuldade ou atraso na in­ a coordenação motora.
tegração do esquema corporal; f) disfunção da Nesse sentido, o brincar deve ser conside­
noção de espaço, interferindo diretamente na rado o principal instrumento pedagógico, em
noção corporal, temporal e no ritmo, geralmente especial na educação infantil. Entendemos que,
levando à confusão direita-esquerda, em cima­ nessa faixa etária, a brincadeira é o meio mais
-embaixo, dentro-fora, perto-longe11. sig­­nificativo e interessante para as crianças de
As disgnosias e dispraxias interferem no desenvolver objetivos pedagógicos, tendo em
processo de leitura, escrita e também na ma­ vista que as próprias habilidades de atenção,
temática. No presente artigo, estamos falando con­­centração e controle corporal – necessários
do processo preventivo de tais disfunções. “A pa­­ra um ensino mais sistematizado – estão sendo
organização das praxias e gnosias juntas são a desenvolvidas. Antes de aprender a ler e escre­
base do desenvolvimento da inteligência, pri­ ver, a criança precisa brincar.
meiro da inteligência sensoriomotora, depois da Segundo Leal & Luz13, há uma grande con­
operatória e, por último, da inteligência abstrata tradição no processo educativo, pois a escola
e formal”11. Por essa razão, enfatizamos que o enfatiza o aprendizado de conteúdos específi­
professor deve conhecer como se dá o desenvol­ cos como a leitura e a escrita, mas não dá a
vimento humano para poder auxiliar as crianças de­­­vida importância às condições que afetam
nesse processo. e influenciam diretamente a aquisição de tais
ha­­­bilidades. Nesse sentido, as autoras apontam
O QUE O PROFESSOR PRECISA SABER... a importância do jogo como ferramenta pedagó­
Primeiramente, o professor deve ter clareza de gica para a aprendizagem e acrescentam: “A
que a criança é um ser integral e todos os aspectos escola a nível pré-escolar não deve considerar a
precisam ser observados e desenvolvidos, pois es­ brincadeira como atividade apenas para passar
tão interligados. Em segundo lugar, compreender o tempo ou diversão, mas analisá-la através de
a importância da brincadeira como um instrumen­ propósitos pedagógicos que visam o desenvolvi-
to pedagógico. Para Papalia & Feldman4: mento da criança”13.
“O brincar contribui para todos os domí- Entendemos que o professor, ao organizar
nios do desenvolvimento. Por meio dele, seu planejamento, precisa conhecer o real po­
as crianças estimulam os sentidos, exer- tencial que as brincadeiras escolhidas por ele
citam os músculos, coordenam a visão podem ter. Assim, com o intuito de contribuirmos
com o movimento, obtêm domínio sobre efetivamente para a prática dos professores, à
seus corpos, tomam decisões e adquirem medida que vamos explicitando quais aspectos
novas habilidades”. estão implicados no processo de leitura, escrita

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e matemática, comentaremos de que forma As crianças precisam compreender os comandos


algumas brincadeiras contribuem para o seu que a própria cantiga dá e realizá-los seguindo o
de­­­senvolvimento. ritmo da cantiga, como, por exemplo, o momento
em que mudam a direção da roda: todos devem
ASPECTOS DO PROCESSO DE LEITURA fazer essa mudança ao mesmo tempo para não
E ESCRITA E BRINCADEIRAS QUE OS se chocar com o colega. Outro aspecto que pode
FAVORECEM ser explorado nas cantigas são suas rimas, pois,
Trevisan et al.14 argumentam que “o apren­ de acordo com Moojen15, o reconhecimento das
dizado da leitura depende de habilidades ade­ rimas faz parte do desenvolvimento da consciên­
quadas de processamento da fala [...]”. Nossa cia fonológica e desde a educação infantil pode
língua se caracteriza como um sistema alfabé­ ser desenvolvida. Nesse sentido, outra sugestão
tico, sendo necessário que a criança estabeleça interessante é a cantiga ‘O sapo não lava o pé’
a relação entre o grafema e o fonema durante (Quadro 1), pois permite que a criança de for­
o processo de alfabetização. Moojen15 utiliza ma lúdica exercite a habilidade de aliteração,
o termo consciência fonológica para definir a processo um pouco mais complexo do que o
capacidade de refletir e operar com os fonemas exercício com as rimas.
a partir da consciência de que as palavras são Capellini & Souza17 comentam que, para es­
formadas por diferentes sons ou grupo de sons. tarem aptas a escrever, as crianças precisam de­
Para a referida autora, existe uma relação de senvolver várias habilidades, como o equilíbrio
reciprocidade entre a consciência fonológica e corporal, manipular objetos dentro da mão com
a aquisição da leitura e escrita e, consequente­ destreza, bem como apreender e soltar objetos
mente, uma relação de hierarquia entre as habi­ voluntariamente, ou seja, ter desenvolvido sua
lidades envolvidas. Por exemplo, a identificação coordenação motora fina. Tais habilidades po­
de um fonema no início das palavras é mais fácil dem – e devem – ser desenvolvidas já na primeira
do que no final; a segmentação parcial é mais infância. As autoras comentam que:
fácil que a completa, que só é atingida com a “A aprendizagem da leitura e da escrita
aquisição e o exercício da leitura e escrita. é um processo complexo e difícil para as
Lamônica16 diz que a falha ou o atraso no crianças em fase inicial de alfabetização.
de­­senvolvimento da linguagem interferem no Essa aprendizagem envolve habilidades
aprendizado da leitura e da escrita porque a crian­ cognitivas e motoras que exigem dos
ça apresenta um vocabulário pobre e di­­ficulda­ escolares o uso dos componentes sen­­
des para argumentar. É importante estimular a sório-motores e perceptivos, ou seja, a
criança a dialogar, questionar, exercitando suas capacidade de decodificação das pala-
percepções sensoriais, de modo que tenha con­ vras e a ação motora adequada no ato
dições de reconhecer e discriminar as palavras e de escrever.”17
desenvolva a consciência fonológica, habilidade Scoz et al.18 apontam outra situação de suma
fundamental para o processo de aprendizagem importância. Os autores afirmam que, quando
da escrita16. Além dessas habilidades, a “atenção, crianças têm dificuldade de postura e de con­
discriminação, memória, análise e síntese”16 trolar seus movimentos, acabam tendo dificul­
também são responsáveis por esse processo. dades de atenção e tais características podem
Con­­sequentemente, alterações nessas habilida­ ser encontradas em crianças que apresentam
des farão com que a criança tenha dificuldade disgrafia, pois apresentam dificuldade em rela­
em lidar com os estímulos auditivos e visuais ção à organização espacial, não respeitando os
que são necessários para a aprendizagem da limites das linhas e parágrafos, por exemplo.
leitura e escrita. Como sugestão de brincadeira, Brevemente, podemos dizer que as habilida­
apresentamos ‘Ciranda-cirandinha’ (Quadro 1). des a serem desenvolvidas são: a relação entra as

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Quadro 1 – Cantigas.
Nome da brincadeira: Ciranda Cirandinha
Autor desconhecido – cantiga popular
“Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar...
Rodar de mãos dadas
...vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar.
Pode dar meia volta se quiser, girando para o outro lado
O anel que tu me destes era vidro e se quebrou, o amor que tu me tinhas era pouco e se acabou.
Voltar a rodar enquanto canta
Por isso fulana de tal...
Todos falam alto o nome de alguém que está na brincadeira
...entre dentro dessa roda...
A pessoa chamada tem que soltar suas mãos e ir para o meio da roda
...diga um verso bem bonito...
Quem está no meio da roda tem que dizer alguma coisa bonita
...diga “adeus” e vá-se embora!
A pessoa que está no centro diz “adeus” e sai da roda e da brincadeira
Fonte: http://criancas.uol.com.br/novidades/2011/10/11/brincadeira-de-crianca-ciranda-cirandinha.jhtm
Nome da brincadeira: O sapo não lava o pé
Autor desconhecido – cantiga popular
O sapo não lava o pé
Não lava porque não quer
Ele mora lá na lagoa
Não lava o pé porque não quer
Mas que chulé!!!
* a medida que repetem o verso, substituem todas as vogais, por exemplo: “a sapa na lava pá...”
Fonte: http://letras.mus.br/temas-diversos/671440/

letras e os sons; a posição de cada letra; sua lo­ tijolo (dependendo do local onde a amarelinha
calização no espaço; a direção da escrita. Obvia­ será feita). Para isso, ela terá de ter um ponto de
mente, existem outras habilidades envolvidas, referência, saber em que direção movimentar seu
mas estas já são suficientes para termos a noção braço e, consequentemente, seu corpo. Outro
de que o processo de leitura e escrita englobam ponto positivo nessa brincadeira é o respeito aos
habilidades bastante amplas como o equilíbrio limites no momento de pular, pois não se pode
corporal, já citado anteriormente, noções de pisar na linha e existe uma ordem a ser seguida.
es­paço e tempo, bem como a acuidade visual Desenvolve o controle motor, freio inibitório,
e auditiva. Mesmo tratando-se de habilidades atenção, ritmo ao pular e seguir em frente. As
complexas, elas podem ser naturalmente viven­ noções de esquerda e direita também podem ser
ciadas e desenvolvidas pelas crianças quando se trabalhadas quando a criança escolhe com que
permite essa possibilidade através do brincar. pé vai pular.
Nossa sugestão de brincadeira que pode au­
xiliar a desenvolver essas habilidades é a ‘Ama­ ASPECTOS SOBRE OS PRINCÍPIOS DA
relinha’ (Figura 1 e Quadro 2). A criança deve se MATEMÁTICA E BRINCADEIRAS QUE
envolver na brincadeira desde o desenho dos OS FAVORECEM
quadros e números no chão, sendo estimulada Assim como na leitura e na escrita, as habi­
a observar, fazer traços mais ou menos retos, lidades na área da matemática precisam que
utilizando para isso lápis grossos, gravetos, giz outras habilidades prévias sejam desenvolvidas.
para quadro negro ou até mesmo um pedaço de Quando a criança chega à educação infantil, traz

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consigo conhecimentos informais sobre o pro­


cesso de contagem e que serão a base para a
apren­dizagem formal. Cabe ao professor, propor­
cionar diferentes experiências para que o aluno
seja desafiado e vá elaborando seus conceitos.
Segundo Corso19, quando uma criança apre­
senta algum tipo de dificuldade na área da ma­
temática, geralmente podemos identificar como
sintomas: as dificuldades na organização da me­
mória de trabalho, certa lentidão na consolidação
dos princípios de contagem, dificuldades em rea­
lizar os procedimentos de cálculo e nos proces­
sos executivos para a ativação de estratégias de
recuperação e, ainda, dificuldades referentes à
recuperação de fatos da memória de longo prazo.
De acordo com Bastos20, existem alguns sintomas
que podem ser mais frequentemente detectados,
como, por exemplo, escrita invertida de núme­
ros, dificuldades para efetuar contas simples e
reconhecer os sinais das operações, dificuldade
de memorizar fatos numéricos, dificuldade em
ordenar e organizar espacialmente os números
nas operações de multiplicação e divisão. Nesse
sentido, as diferentes experiências que podem
ser estimuladas e proporcionadas na educação
infantil, podem auxiliar as crianças a desenvol­
ver essas habilidades. Bastos20 comenta que:
“A intervenção em crianças com dis-
calculia será bem-sucedida quando as
Figura 1 – Amarelinha – esquema do jogo. noções de números elementares de 0

Quadro 2 – Brincadeira.
Nome da brincadeira: Amarelinha
Regras: O jogo começa com o primeiro participante jogando a pedrinha no número 1. Ele deve pular com um pé
só os quadrados, e com os dois pés, um em cada número, os retângulos. No céu, ele pula com os dois pés juntos.
Depois, precisa voltar pulando do mesmo jeito e, quando chegar ao quadrado 2, tem que pegar a pedrinha do
quadrado 1 e pular fora.
A pedrinha deve ir sendo lançada de número em número seguindo a ordem. Quando completar todo o jogo,
chegando ao céu, o participante deve fazer o percurso ao contrário. Para começar, ele deve jogar a pedra, de fora
do céu, no número 1 e ir pulando até lá para apanhá-la. Só pode pular com o mesmo pé com que começou o jogo
(não vale trocar de pé). Não pode apoiar a mão ou o outro pé no chão para pegar a pedrinha nem pisar na linha
ou fora do quadrado. Não pode pisar no quadrado em que estiver a pedrinha e não pode jogar a pedrinha no
quadrado errado. Quem errar passa a vez para o seguinte. Sempre que o jogador que errou voltar, ele recomeça
de onde estava. Ganha quem conseguir chegar ao céu primeiro sem errar (Figura 1).
Fonte: http://mapadobrincar.folha.com.br/brincadeiras/amarelinha/4-amarelinha-3

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a 9 (habilidade léxica), a produção de • Abstração – objetos de qualquer tipo po­


novos números (habilidade sintática), as dem ser colecionados e contados;
noções de quantidade, ordem, tamanho, • Irrelevância da ordem – os itens dentro
espaço, distância, hierarquia, os cálculos de um determinado grupo podem ser
com as quatro operações e o raciocínio con­tados em qualquer sequência.
matemático forem trabalhados, primei- É fundamental que o professor proponha
ramente como experiências não-verbais atividades que possam contribuir no desenvolvi­
significativas. A criança só irá trabalhar mento dessas habilidades. Podemos aqui utilizar
com fatos aritméticos mentalmente quan- novamente a sugestão da ‘Amarelinha’ (Quadro
do superar as etapas citadas.” 2), pois a criança experiencia com o próprio cor­
É preciso proporcionar à criança experiências po a contagem dos números, a ordem constante.
no âmbito do concreto, através da manipulação Como uma variação da brincadeira, pode-se su­
de materiais e da experiência com o próprio gerir à criança que no lugar do numeral, sejam
corpo (consciência do corpo no espaço). Bastos desenhadas as quantidades.
ainda afirma que, por meio das experiências do O senso numérico está igualmente implica­
dia a dia, devemos estimular a percepção de do na aprendizagem da matemática. Corso &
figuras e formas, a observação de seus detalhes, Dorneles21 definem o senso numérico como “a
semelhanças, diferenças através de imagens e facilidade e flexibilidade das crianças com nú­
objetos e, a partir disso, trabalhar com os núme­ meros e a compreensão do significado”. Ou seja,
ros e letras. “Possuir senso numérico permite que o
O professor deve ter clareza de que sua atua­ indivíduo possa alcançar: desde a com-
ção, antes de chegar ao ensino de conceitos ma­ preensão do significado dos números até
temáticos específicos como os procedimentos de o desenvolvimento de estratégias para
operações aritméticas, por exemplo, deve estar a resolução de problemas complexos
pautada na exploração de objetos, na observação de matemática; desde as comparações
do ambiente, na proposição de atividades lúdi­ simples de magnitudes até a invenção
cas. Entre as habilidades que o professor pode de procedimentos para a realização de
estimular, estão os ‘princípios de contagem’ e operações numéricas; desde o reconheci-
‘senso numérico’, aspectos fundamentais para mento de erros numéricos grosseiros até o
a aprendizagem da matemática. Quanto aos uso de métodos quantitativos para comu-
princípios de contagem, a criança os adquire ao nicar, processar e interpretar informação.
longo do seu desenvolvimento e a partir das ex­ Um senso numérico bem desenvolvido é re­
periências e interações que estabelece com o fletido na habilidade da criança de estimar
meio. De acordo com Gelman & Gallitel (apud quan­tidade, reconhecer erros em julgamentos
Corso19), são cinco os princípios que devem ser de magnitude ou de medida, fazer comparações
desenvolvidos pelas crianças: quantitativas do tipo, maior do que, menor do que
• Ordem constante – a ordem da contagem e equivalência. Crianças com senso numérico
dos números é sempre constante, portanto desenvolvido têm uma compreensão do que os
digo 1, 2, 3, 4, 5 e não 1, 3, 8, 9; números significam.”21
• Correspondência um a um (termo a ter­ Para que esse senso seja desenvolvido, cabe
mo) – para cada objeto tenho um nome ao professor propor atividades que possam exer­
de número; citar essas habilidades. Como sugestão, temos
• Cardinalidade – o valor do último número a brincadeira ‘Mamãe posso ir?’ (Quadro 3).
contado na série representa a quantidade À primeira vista pode parecer não ter relação
de itens da série; com o que está sendo discutido, mas através

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Quadro 3 – Brincadeira.
Nome da brincadeira: Mamãe posso ir?
Regras: Traçam-se, no chão duas linhas distanciadas mais ou menos de oito metros. As crianças ficam atrás de
uma das linhas e a “Mamãe” atrás de outra. A brincadeira consiste em avançar em direção à linha em que está a
“Mamãe”. Isto é feito através de vários tipos de passos, ordenados conforme a vontade da “Mamãe”. O diálogo
da brincadeira é o seguinte:
Criança: - Mamãe, posso ir?
Mamãe: - Pode.
Criança: - Quantos passos?
Mamãe: - Dois de formiguinha. (poder ser de outro tipo) avançado em direção à “Mamãe”. A que chegar primeiro
junto a ela será sua substituta.
Tipos de passos: formiguinha (colocar o pé unido à frente do outro); elefante (avançar com passos enormes,
terminando com um pulo); canguru (movimentar-se, pulando, agachando); cachorro (avançar de quatro pés,
isto é, usando os pés e as mãos).
Fonte: http://mapadobrincar.folha.com.br/brincadeiras/diversas/718-mamae-posso-ir

dos diferentes tipos de passos que podem ser pectos que devem ser desenvolvidos do ponto
dados, são estimuladas as noções de tamanho de vista neuropsicomotor, mas demonstram o
e quantidade. Para que as crianças consigam quanto uma simples brincadeira é importan­
fazer essa análise, o professor pode propor que, te para o desenvolvimento da criança. Mais
ao invés de dar o mesmo comando de passos a do que isso: evidenciam o quão fundamental
todas as crianças, cada uma pergunte quantos é a formação dos professores que atuam na
passos pode dar individualmente, pois assim educação infantil e também a relevância da
elas poderão visualizar e analisar a diferença abordagem psicopedagógica preventiva nesse
nos tamanhos e quantidades dos passos. nível de educação.
A brincadeira faz parte do universo infantil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS É a partir dela que a criança começa a interagir
Certamente, as brincadeiras que podem esti­ com o mundo e a se perceber fazendo parte
mular o desenvolvimento psicomotor das crian­ desse mundo. Brincar desenvolve habilida­des
ças e, consequentemente, beneficiar o processo psicomotoras, psíquicas, afetivas e também
de leitura, escrita e matemática não são apenas cog­nitivas. Podemos dizer que o brincar é o
as mencionadas neste trabalho. Estas foram se­ pre­lúdio para o desenvolvimento integral da
lecionadas por serem mais populares e, de certa criança. Nesse trabalho, enfatizamos apenas
forma, fazerem parte da cultura de nossa região. um dos potenciais das brincadeiras infantis que
Além disso, as possíveis intervenções utilizando é sua implicação direta no desenvolvimento
tais brincadeiras também não foram esgotadas, psicomotor das crianças e sua consequente
podendo ser feitas outras adaptações e análises. influência no desenvolvimento das habilidades
Do mesmo modo, as brincadeiras apresen­ envolvidas na aprendizagem da leitura, escrita
tadas estão longe de contemplar todos os as­ e matemática.

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A Psicopedagogia na educação infantil

SUMMARY
The Educational Psychology in early childhood education:
the role of play in the prevention of learning difficulties

This article is the result of the completion of course work Specialization


in Psycopedagogy held at a private institution in the interior of Rio Grande
do Sul. The idea was to think of a theme that could demonstrate and expand
the knowledge we have built over the course. Thinking about it, this work
is mainly focused on reflecting on the relevance that a simple game has for
children’s development process and in particular their literacy. Thus, this
work showed that from some common tricks of child everyday can benefit the
development of reading skills, writing and mathematics. For this purpose,
literature review was performed on the concepts of learning and learning
difficulties, pointing his relationship with psychomotor development and
consequently addressing the prevention of disgnosias and dispraxias as
prevention of learning disabilities. Later we present what some authors
consider skills needed for the acquisition of reading, writing and math
skills, these can be stimulated through traditional games. Playing develops
psychomotor, mental, emotional and cognitive skills as well; It is part of the
child’s overall development. We believe that the proposal presented here
can be the kickoff for institutional intervention with teachers who work in
kindergarten so they can reflect on their practice in school.

KEY WORDS: Psycopedagogy. Child education. Educational games.


Literacy.

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Trabalho realizado no Centro Universitário Franciscano Artigo recebido: 3/5/2016


(UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil. Aprovado: 11/7/2016

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