A Teoria Do Poder Marítimo de Mahan
A Teoria Do Poder Marítimo de Mahan
A Teoria Do Poder Marítimo de Mahan
RESUMO
Alfred Thayer Mahan (1840-1914) e Julian Stafford Corbett
(1854-1922) são os mais conhecidos teóricos da estratégia
marítima e naval. Mahan era entusiasta de Antoine Henri
Jomini (1779-1869); já Corbett apoiava-se em Carl von
Clausewitz (1780-1831) ambos teóricos da guerra terrestre
e que não chegaram a pensar sobre as particularidades da
guerra no mar. Ao lançar, em 1890, “The Influence of Sea
Power upon History” (1660-1783), Mahan procurou discutir
a história naval britânica e entender os instrumentos
de ação empregados pelo estado que possibilitaram o
predomínio dos mares por mais de trezentos anos. Corbett,
contemporâneo de Mahan, também desenvolveu ideias
sobre a concepção do poder marítimo ao final do século
XIX. Sua obra fundamental “Some Principles of Maritime
Strategy” (1911) tinha como propósito formalizar uma
teoria que agregasse as teorias e preceitos já existentes da
guerra naval, entretanto, sob uma ótica clausewitziana, que
o livrava das simplificações e dos reducionismos da época.
*
Bacharel em Ciências do Mar pela Escola Naval (1993); Especialista em Direito Internacional
pela Universidade Cândido Mendes-RJ (2011); Especialista em Relações Internacionais pela
PUC-RJ (2012); Mestre em Ciências Navais pela Escola de Guerra Naval (2013) e, atualmente,
Capitão-de-Fragata professor vinculado à EGN. E-mail- [email protected]
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INTRODUÇÃO
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cem ensaios (CROWL, 2008). Em 1890, lançou o seu clássico The Influence
of Sea Power upon History (1660-1783) em que discutiu a história naval
britânica, procurando compreender como a Grã-Bretanha (GB) dominara
os mares por trezentos anos e entender quais os instrumentos de ação por
ela utilizados para manter esse predomínio (ALMEIDA, 2009b).
Ao elaborar sua estratégia, ele buscava auxiliar na transformação
dos Estados Unidos da América (EUA) em uma grande potência marítima
e mundial (MELLO, 1997).
O inglês Julian Stafford Corbett (1854-1922) também desenvolveu
ideias sobre a concepção do poder marítimo ao final do século XIX. Ele
foi influenciado pelo historiador John Knox Laughton que o orientou nos
estudos históricos. Nesse período, seus escritos tiveram grande influência
na Marinha da Grã-Bretanha (GB) (ALMEIDA, 2009d).
A obra fundamental de Corbett é “Some Principles of Maritime
Strategy”, escrita em 1911, e que tinha como propósito formalizar uma
teoria que congregasse teorias e princípios de guerra naval, derivada da
formulação teórica de Clausewitz de guerra terrestre. Isso não significou
que Jomini fosse por ele desprezado, no entanto, considerava Clausewitz
como um teórico mais consistente e dele utilizou muitas ideias, que foram
aplicadas à guerra naval (ALMEIDA, 2009a).
Portanto, este trabalho tem como objeto analisar os principais
pontos (fortes e fracos) da teoria do poder marítimo de Mahan (seus
aspectos político-econômicos, militares e geopolíticos) à luz das críticas
efetuadas por Corbett e outros autores contemporâneos, abordando,
de forma sucinta, como esses autores influenciaram o poder marítimo
brasileiro sob o pensamento do almirante Vidigal. Ao final, apresentar-
se-á uma breve conclusão que constatará a importância de Mahan que com
suas ideias continua sendo fundamental para o debate estratégico, não
mais por suas respostas, mas com certeza, pelas perguntas que formulou.
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Segundo o historiador Almeida (2009b), Mahan preferia chamá-lo de “controle do mar”.
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A estratégia do corte da linha do “T” significava atacar em uma ou mais colunas a linha
de frente da esquadra inimiga. Essa estratégia tinha um ponto fraco que era a exposição
dos navios ao fogo melhor posicionado dos navios em linha de frente. Entretanto, após a
aproximação e o corte da linha inimiga, poder-se-ia atingir seus navios com canhões na popa
e na proa, para, posteriormente, ficar emparelhados com eles.
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a) Posição Geográfica
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Triângulo do Caribe
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Negociações entre os EUA e a URSS sobre o que fazer com relação à descoberta de mísseis
balísticos, com ogivas nucleares, em Cuba.
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b) Conformação Física.
c) Extensão do Território
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Disponível em: http://estudiosdelaener.blogspot.com.br/2010/07/perforacion-en-aguas-
profundas-el.html). Acesso em: 20jan.2015.
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d) Tamanho da População
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CARÁTER DA POPULAÇÃO
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f) Caráter do Governo
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É uma guerra que atinge o seu extremo natural, quando está livre dos efeitos moderadores
que lhe são impostos pela política ou pela sociedade. Como as guerras não se podem
conduzir a si mesmas e carecem da política e das sociedades para existir, Clausewitz teorizou
a impossibilidade da “Guerra Absoluta” por não poder se evitar estas influências.
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A guerra limitada de Clausewitz (1984) se pautava na limitação de interesse pelo objeto da
disputa, estabelecendo limites ao empenho com que se travará a guerra.
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do Chile fez com que a força aérea argentina, e não a marinha de guerra,
tivesse uma participação mais relevante e efetiva na guerra.
6 - Ele criticava também a ideia de que apenas os encouraçados
eram os navios mais importantes para a formação de uma esquadra. Para
Corbett, o exercício do controle do mar não dependia somente dos navios
de linha, mas sim das atividades de supervisão, controle, comunicação,
patrulhamento, regulação e proteção das LCM.
Para isso eram necessários outros navios que não os chamados
navios de linha, como os cruzadores, por exemplo (CORBETT, 1911)
(PROENÇA; DINIZ; RAZA, 1999). O Cruzador era um navio mais flexível,
sendo considerado um meio ideal para a patrulha e escolta de navios de
maior valor estratégico (ALMEIDA, 2009d). Hoje as fragatas, corvetas,
navios-patrulha, navios de apoio e anfíbios, porta-aviões e submarinos
compõem a panóplia de uma força naval equilibrada e moderna.
7 - A questão do bloqueio e do comboio. Para Mahan, o bloqueio
era desperdício de navios de linha. Para Corbett o bloqueio era o centro
da guerra no mar (CORBETT, 1911). Corbett considerava que a batalha
decisiva era relevante, no entanto, considerava difícil que ocorresse, pois,
a esquadra mais fraca evitaria o combate, realizando tarefas pertinentes a
sua dimensão e características, sem fornecer o controle do mar ao inimigo.
Assim o bloqueio era a única opção para a força mais forte.
O bloqueio seria de dois tipos: o aproximado para manter o inimigo no
porto e o afastado para atrair o inimigo para fora (PROENÇA; DINIZ;
RAZA, 1999). O bloqueio persiste até hoje como importante estratégia,
ainda dentro do conceito de guerra limitada de Clausewitz.
Ao finalizar algumas das críticas de Corbett à teoria de Mahan,
pode-se sublinhar que ele desejava alinhar as teorias e reflexões navais com
as sólidas estruturas clausewitzianas de seu tempo. Corbett concordava
com muitos de seus preceitos e escritos de Mahan, por isso não o renegou,
mas procurou enfatizar que o ideal seria que houvesse uma educação
aos oficiais de marinha que evitasse as simplificações excessivas e os
reducionismos de sua teoria.
As palavras de Corbett, em sua crítica após o lançamento de “The
Influence of Sea Power Upon History, 1660-178”de Mahan evidenciam
bem isso: “Pela primeira vez a história naval adquiria uma base filosófica,
que a partir de grande número de fatos históricos, grandes generalizações
foram possíveis, havendo poucos livros que tenham produzido efeito na
ação como no pensamento”.
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soft power e do hard power em uma estratégia que deve ser aplicada após
uma correta avaliação das diversas variáveis do sistema que ele chama
de novas áreas de importância a saber: alianças, parcerias e instituições,
desenvolvimento global, diplomacia pública, integração econômica.
Disso se pode perceber que os “novos campos da segurança” da
Escola de Copenhague, ou seja: militares, políticos, econômicos, societais
e ambientais se assemelham aos campos de segurança da estratégia smart
de Nye. Isso posto, esta seção, analisará criticamente o pensamento de
Vidigal no que tange aos preceitos de Mahan e sua trindade (shipping,
forte economia produtiva e colônias - que poderiam ser consideradas hoje
como parceiros comerciais privilegiados), de Corbett e dos demais teóricos
e estudiosos contemporâneos da estratégia marítima.
A TRINDADE MAHANIANA
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Concepção do Almirante francês Theophele Aube no final do século XIX que com orçamentos
reduzidos estimulou a aquisição de novos meios para sua marinha que possuía condição de
inferioridade em relação à Marinha britânica.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAIS
_____. O Poder Marítimo sob o Ponto de Vista Estratégico entre 1540 e 1945:
uma Comparação entre as Concepções de Alfred Thayer Mahan (1840-
1914) e Herbert William Richmond (1871-1946). Dissertação (Mestrado em
História Comparada) - Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Rio
de Janeiro, 2009d.
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FERES JR, João. A história do conceito de “Latin America” nos Estados Unidos.
Bauru, SP: EDUSC, 2005.
NYE JR., Joseph S. O futuro do poder. São Paulo, Benvirá: 2012. 334p.
SUMIDA, Jon. The Historian as contemporary analyst. Sir Julian Corbett and
Admiral Sir John Fisher. In: HATTENDORF, John; GOLDRICK, James. Mahan
is not enough. The proceedings of a Conference on the works of Sir Julian Corbett and
Sir Herbert Richmond. Newport: Naval War College Press, 1993, p. 125-140.
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