Pilares Cintados
Pilares Cintados
Pilares Cintados
Everaldo Bonaldo (1); Marcia Telesi (2); Luiz Roberto Sobreira de Agostini (3)
(1) Engenheiro Civil, Mestrando pelo Depto de Estruturas da Faculdade de Engenharia Civil, UNICAMP
email: [email protected]
(2) Engenheira Civil, Mestranda pelo Depto de Estruturas da Faculdade de Engenharia Civil, UNICAMP
email: [email protected]
Resumo
P = σh (Ω + 15 F) (Equação 1)
onde:
σh = tensão admissível do concreto
Ω = área da seção transversal do concreto
F = área da armadura longitudinal comprimida
IV Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto 3
O limite inferior para a taxa de armadura longitudinal (ρ) em 0,8% da seção transversal do
concreto era baseado na eventualidade de cargas excêntricas. Particularmente adotado
porque o coeficiente de segurança embutido na fórmula era considerado insuficiente para
pilares de concreto não armado, e também, para os pilares pouco armados.
O limite superior para a taxa de armadura em 3% pode ser explicado tão somente pela
falta de ensaios com armaduras maiores.
F
ρ= × 100 para 0,8% ≤ ρ ≤ 3% (Equação 2)
Ω
A distância entre os estribos não deveria ser superior a menor dimensão da seção do
pilar, nem passar de 12 vezes a bitola das barras longitudinais.
Os valores de σh variavam com a resistência cúbica do concreto, e eram calculados de
acordo com a tabela 1.
>160 60 se l ≤ 40 cm
70 se l > 40 cm
h – altura do pilar
l – menor lado da seção do pilar
P = σh x Ω + σf x F (Equação 5) ou P = σh (Ω + n F) (Equação 6)
Pmax = kh x Ω + σs x F (Equação 7)
onde:
kh = resistência prismática do concreto
σs = limite de compressão das barras longitudinais
A norma prescrevia para o concreto uma resistência cúbica aos 28 dias de 210 kgf / cm2,
então podia-se esperar uma resistência prismática aos 90 dias de kh = 0.8 x 210 = 168 kgf
/ cm2 . Tomava-se para o limite de escoamento ou de fluência do aço, σs = 2520 kgf / cm2,
então a carga de ruptura era dada por:
Como se queria uma segurança de 4,8 vezes, tinha-se para a carga admissível:
P = σh (Ω n + 15 F + 45 F z ) (Equação 10)
onde:
Ω n = área da seção transversal do núcleo cintado (limitado pelo eixo da armadura
transversal)
F = área da armadura longitudinal comprimida
Fz é a área fictícia da armadura de cintamento, dada pelo volume de aço dos estribos ou
da hélice por unidade de comprimento da peça.
IV Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto 5
π × Dn × f
Fz = (Equação 11)
s
onde:
Dn = diâmetro médio da curvatura da hélice do cintamento
f = área da seção transversal de uma armadura de cintamento
s = passo da hélice de cintamento
Como as hélices de aço não participam diretamente na carga, mas no sentido de que
aumentam a resistência do núcleo de concreto cintado acima de sua resistência própria,
foi introduzido na fórmula um aumento de superfície de concreto de m x Fz . Aqui m
representa um coeficiente encontrado por ensaios. Segundo estes ensaios, o coeficiente
para as hélices cilíndricas são variáveis em relação à resistência própria do concreto.
Quanto menor for esta, maior será o valor de m.
Na figura 2 foram tomados nas ordenadas os valores calculados para m nos ensaios com
um limite de 3000 kgf/cm2, como limite de fluência do cintamento. Nas abscissas foram
tomados os valores da resistência prismática do concreto (kh ).
A maior armadura possível de cintamento era, pois, segundo a norma, quando se tomava
a armadura longitudinal com 1/3 de F z e Ω n = 0,75 Ω, o qual se verificava com as medidas
usuais das seções transversais octogonais entre 30 e 60 cm de diâmetro,
O limite inferior para F z era calculado com o valor da carga sem cintamento igual ao valor
da carga com cintamento, ou seja:
Ω + 15 F = Ω n + 15 F + m x F z (Equação 16)
de onde:
Ω − Ωn
Fz min = (Equação 17)
m
com Ω n = 0.75 Ω e m = 45 se obtinha:
a) esbeltez da peça
le l
λ= ≤ 40 e ≤ 10
d 4 d
i i
onde:
le = comprimento de flambagem da peça
di = diâmetro do concreto confinado pelo cintamento
st ≥ φ t +3 cm
di
st ≤ 5
8 cm
At
At ≥ 0,005 Aci ≥ 0,5%
A ci
At
At ≤ 3 A s l ≤ 3 ⋅ ρs
A ci
onde:
Aci = área transversal do concreto confinado pelo cintamento
Asl = área da armadura longitudinal
ρs = taxa de armadura longitudinal
f) armadura longitudinal
As l > 6 φ10
A sl
As l ≤ 0,08 A ci ρs = ≤ 8% (inclusive na seção de emenda por transpasse)
Aci
φ l ≥ 10
onde:
φ l = diâmetro da barra longitudinal
5.2. Condições de emprego
É permitido o emprego de pilares cintados por armadura de projeção circular desde que
se tenha esbeltez λ ≤ 40, referida ao núcleo de concreto cintado. Admitindo-se que a
presença do cintamento seja equivalente a um aumento da resistência característica do
concreto de fck para o valor
At e
f ck,aparente = f ck + 2 f yk 1− 8 (Equação 19)
Aci di
onde
e = excentricidade do carregamento, já incluída a excentricidade acidental, devendo ser
di
e = ei + e a ≤ (Equação 20)
8
At = volume de armadura transversal por unidade de comprimento do pilar
π ⋅ φt 2
A t1 = (Equação 22)
4
Aci = área da seção do núcleo, definido pelo eixo da barra de cintamento
π ⋅ di 2
A ci = (Equação 23)
4
Com estas considerações, o pilar é calculado como se não fosse cintado, não se
considerando o concreto de revestimento do cintamento exterior ao núcleo. A resistência
total de cálculo da peça cintada não poderá, porém, ser considerada com valor superior a
1,7 vezes à resistência do pilar calculado como se não houvesse cintamento.
At
f ck,aparente = f ck + 2 f yk (Equação 24)
A ci
At
fck + 2 f yk
⋅ ( A ci − A sl ) + fsd ⋅ A sl
A ci
α ⋅ N d ≤ 0,85 ⋅ (Equação 26)
γc
onde:
fsd = reistência de cálculo da armadura de cintamento
Nd = força normal de cálculo
onde c é uma constante que se pode, em média, fazer igual a 5 e q é a pressão lateral do
concreto.
π × di
2
A ci = (Equação 33)
4
A t ≅ π × di × b (Equação 34)
R s = σ s × b ×1 (Equação 35)
2 R s = q × di × 1 (Equação 36)
resultando:
b
q = 2 σs (Equação 37)
di
b π × di At σ A
q = 2 σs × = 2 σs = s× t (Equação 38)
di π × d i 4 A ci 2 A ci
A experiência mostra que só haverá ruptura do concreto do cilindro quando o aço escoar,
de modo que o valor máximo da pressão lateral q será:
fy k At
q= × (Equação 39)
2 A ci
π × φt
2
A st = (Equação 41)
4
q × di × t = 2 A st × f y k (Equação 42)
onde:
A st × f y k
q=2 (Equação 43)
di × t
Não temos agora uma área de cintamento como no item anterior, mas podemos definir
uma área fictícia A t de cintamento dada pelo volume de aço dos estribos ou da hélice por
unidade de comprimento da peça:
At = = (Equação 44)
t 4t
A st × f y k π × d i 2 A t × fy k A t × fy k
q=2 × = = (Equação 45)
di × t π × di 4 A ci 2 A ci
Por prudência, a NBR-6118 (ABNT, 1978) indica um valor um pouco menor para o
aumento da resistência do concreto cintado apresentado no item anterior, de modo que:
At
p = fck + 2 ×f (Equação 48)
A ci y k
A NBR-6118 (ABNT, 1978) admite também que a eficiência do cintamento diminua com a
d
excentricidade da força de compressão, anulando-se para e ≥ i .
8
Em outras palavras, o valor característico da resistência do núcleo de concreto é:
6.3. Dimensionamento
6.3.1. Equação de equilíbrio
Em tudo o que se segue vamos supor e = ea (excentricidade acidental) para cálculo de
∆fck e, simultaneamente, trabalharemos com Nd,eq (Nd equivalente):
6
Nd,eq = 1 + Nd ≥ 1,1 Nd (Equação 51)
di
onde Nd,eq é a força normal de cálculo equivalente da peça.
As
ρ= (Equação 54)
A ci
onde:
- ρt = a taxa de armadura transversal;
- A s = a soma das áreas das seções transversais das barras longitudinais comprimidas de
aço;
- ρ = a taxa de armadura longitudinal.
Então, a resistência característica f ck* do concreto do núcleo pode ser escrita na forma:
fck*
σ *cd = 0,85 (Equação 56)
γc
Dividindo ambos os membros da expressão de Nd,eq por Aci, a equação de equilíbrio fica
na forma:
Nd,eq
= σcd
*
+ ρ × σ sd (Equação 58)
A ci
ou:
Nd,eq
=
0,85
[ ]
f ck + 2 ρ t × f y k (1 − 8η) + ρ × σ sd (Equação 59)
A ci 1,4
onde N’ d,eq é o valor de cálculo da força normal equivalente do pilar de mesma seção
transversal e mesma armadura longitudinal, sem efeito de cintamento.
Desenvolvendo a expressão acima, vem:
IV Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto 14
A ci × σ *cd + A s × σ sd ≤ 1,7 (A c × σ cd + A s × σ sd ) (Equação 61)
ou:
0,85
A ci [ ]
f ck + 2 ρ t × f y k (1 − 8η ) + A s × σ sd ≤ 1,7 A c
0,85
fck + 1,7 A s × σ sd (Equação 62)
1,4 1,4
da qual resulta:
f ck d2 σ sd
ρt ≤ 1,7 − 1 + 0,576 ρ (Equação 63)
2 f y k (1 − 8η ) di 2
f y k (1 − 8η )
onde fyk refere-se ao aço tracionado do cintamento e σsd ao valor de cálculo da tensão de
compressão nas barras longitudinais.
φ ≥ 10 e φ t ≥ 5
onde:
φ = diâmetro da armadura longitudinal
φ t = diâmetro da armadura transversal
2 cm
≤ e ≤ 40 cm
φ
di
φ t + 3 cm ≤ t ≤ 5
8 cm
2% ≤ ρ ≤ 8%
0,5%
400 ≤ ρt ≤ 3 ρ
2
%
di
Nd , eq
− σ cd
f
ρ t yk (1 − 8η )
Aci 1,7
ρ= − (Equação 64)
σ sd 1,4 σ sd
onde
f ck
σ cd = 0,85 (Equação 65)
γc
Façamos:
Nd ,eq
− σ cd
1,7 f yk
α1 =
Aci
(Equação 66) α2 = × (1 − 8η ) (Equação 67)
σ sd 1,4 σ sd
ρ = α1 − α 2 × ρ t (Equação 68)
M
P
α
1
N ρt
α1/α2
fck d2
α3 = 1,7 2 − 1 (Equação 69)
2 f y k(1 − 8η) di
σsd σsd
α 4 = 0,576 = 0,501 (Equação 70)
fy k (1 − 8η) f y d(1 − 8η)
temos agora a 5 a exigência:
5) ρt ≤ α 3 + α 4 × ρ
reta 2
0,08
região permitida
0,02
reta 1
ρ
t
Figura 7 – Região limitada pelas exigências 1 e 2 (AMARAL (1962)
ρ
ida
mit
per
reta 3
g i ão
re
3
ρt /
4 ρ =
r eta
ρ
t
ρt,mín
D reta 2 C
0,08
ida ρt/3
permit ρ=
reta 3
ão
regi reta
4
0,02
A B reta 1
0,24
ρt,mín
5
ta
re
a
id
it
ρ
rm
4
+α
pe
3
α
ão
gi
=
re
ρt
ρ
-α 3/ α 4
t
α3
D reta 2 F
0,08
a 4
ret
ida
mit
per E
reta 3
ião
reg
0,02
A B G reta 1
ρ t,mín
Figura 11 – Região permitida final no formato de pentágono (AMARAL (1962)
D F reta 2
0,08
reta 3
a 4
ret
0,02 G
A B reta 1
E
ρ
t
ρt,mín
Figura 12 – Região permitida final no formato de quadrilátero (AMARAL (1962)
M
P
ρ
t
Figura 13 – Região permitida juntamente com a equação de equilíbrio (AMARAL (1962)
7. Referências bibliográficas
MÖRSCH, E.. Teoría y práctica del hormigón armado. Barcelona: G. Gil, 1948.
dos SANTOS, L. M.. Cálculo de concreto armado. São Paulo: Editora LMS Ltda., 1981.