Psicopolitica Guerra Psico Cerebral

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· . .

,
PSICOPOL --
. CA

· AGuerra .
Psico~cerebral .
INTRODUC;AO A EDIC;AO ARGENTINA

a comunismo intenta a criac;:ao de um homem novo", total-II

mente novo e diferente daquele que tern conhecido a tradic;:ao


humana e crista dos pavos. Nessa tradic;:ao, como tive ocasiao de
expor em recentes obras, 0 homem trabalha para dispor de riquezas
que Ihe possibilitem viver; vive para conseguir um alto enriqueci-
mento cultural da vida, do pensamento; pensa, enfim, para aproxi-
mar-se de Deus, tJue e 0 seu Princlpio e Fim. a homem, definiti-
vamente, foi feito para contemplar Deus. Podera, e certo, ocupar-se
de muitas outras atividades, porem so na medida em que as mesmas 0
disponham e preparem para esta sua tarefa essencial, que e a (mica
para a qual foi criado.
a comunismo, em troca, ao suprimir Deus do horizonte do
homem, sustenta que ele nao e senao uma ferramenta de trabalho,
u,til na grande fabrica em que se transforma toda a cidade dos ho-
mens.
Essa transformac;:ao plena do conceito de homem implica numa
nova concepc;:ao do universo, no qual tudo ,tem de reduzir-se a um
processo dialetico no sentido hengel-marxista. au seja, a um processo
dos seres; do proprio homem, dos povos e da historia, numa luta
incessante e interminavel do ser e do nao ser, da mentira, do odio e
do crime. Tudo tem de converter-se em Guerra Revolucionaria contra
o homem. Guerra Revolucionaria pela conquista do poder de um
povo e, quando no poder, Guerra Revolucionaria para converter 0
homem em um mere escravo da nova sociedade revolucionaria.
Porem, para que a Guerra Revolucionaria seja realmente eficaz,
nao deve atuar apenas fora do homem e sim no homem, em sua
totalidade, alcanc;:ando nao so 0 corpo, mas tambem a alma. Dar 0
comunismo prestar cada vez mais atenc;:ao a ciencia da PsicopoJjtic
Q.LL...Ciencia da Igvager:n.,ccre!lr,gL.. Quando se fala de lavagem cerebral,
as pessoas tendem a pensar que isso nao se pratica senao em escala

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individual. Por isso, preferimos 0 nome de Psicopolltica, por fazer
referencia expl (cita ao pol (tieo ou coletivo, dimensao na qual 0
comunismo pratica de preferencia a lavagem cerebral. E essa, na
verdade, a. ciencia da domesticar;ao dos povos. Uma nova esp(kie de
ciencia arquitetonica que, lam;ando mao de todas as conclus6es das
outras ciencias humanas, em especial da Psicologia e Sociologia,
trabalha na elaborac;ao de urn novo tipo de homem domesticado .
Algo ja foi mostrado ao grande publico, do poderio desta ciencia
com, "1984", de Orwell, e com "Uma nova visita ao hQmem feliz",
de Aldous Huxley. Mas como esses sao livros de ficc;ao, oleitor
pode estar induzido a pensar que a pnltica desta formidavel ciencia
esta limitada ao campo da fantasia. Por isso, faz~se urgente e neces-
sario dar conhecimento aos leitores da Argentina do texto comunista
de Psicopol (tica, tal como chegou ao mundo Ocidental. 0 primeiro
material sobre Psicopolltica foi divulgado nos Estados Unidos no
ana de 1955, por Charles Stickley, e depois, em 1956, por Kenneth
Goff, que divulgaram realmente 0 mesmo texto usado pelo poderoso
policial da Uniao SoviEhica, Laurenti Beria. A edic;ao que ora apresen-
tamos e 0 texto de Stickley, que concorda substancialmente com 0
de Goff.
o leitor logo percebera que 0 grandioso progresso operado pelas
ciencias fisio-psicol6gicas e psiquiatricas, nos ultimos cinquenta
anos, tern side posto a servic;o dessa pratica de transformar;ao da
psique humana. Uma pratica, podedamos dizer, diab61ica de trans-
formac;ao do homem. Para isso, utilizam-se nao s6 das teorias da
Psicanalise da escola freudiana, sobre 0 "armazenamentb" no fundo
da consciencia de tudo 0 que 0 homem, ainda que sem se·aperceber
disso, recebe at raves dos sentidos, como tambem das teorias dos
reflexos condicionados, elaboradas nas celebres experiencias dos
caes, de Pavlov.
Pela pratica da Psicopol (tica, povos inteiros se convertem em
laborat6rios onde indiv(duos ou grupos, mais ou menos grandes, de
indiv(duos sao submetidos, com diferentes tecnicas, a urn tratamento
de domesticar;ao, como se fossem animais vulgares, dos quais nao se
trata senao de ter 0 maior rendimento com 0 menor esforr;o.Dessa
forma, ciencias nobillssimas, como a PoHtica e a Economia, que ate
aqui eram consideradas como ciencias de valor humano, convertem-se

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em tecnicas de domestica9ao co/etiva, que nao ultrapassam a esfera
da fisiologia animal. 0 homem nao e senao urn ser movido por di-
versos instintos, cuja manipula~ao, puramente fisiol6gica, ha de resol-
ver, em m1:ios de espertos psicopol hicos, os grandes problemas da
condu~ao dos povos.
o leitor argentino podera apreciar 0 valor e a importancia das
paginas que publicamos se tiver em conta que, neste preciso mo-
mento, nossa querida Patria esta submetida por for~s ocultas inter-
nacionais a Guerra Revoluciomkia comunista. Em consequencia,
tambem emnossa Patria ha de estar operando febrilmente urn grupo
de homens que, dotados de poderosos recursos internacionais e com
toda a atua~ao das Ciencias Psicopollticas e Sociol6gicas novfssimas,
propoem-se a efetuar a tarefa criminosa e diab6lica de apl icar em
nossas crian~as, adolescentes, jovens e ainda em certos homens ma-
duros, colocados em pontos chaves da vida nacional, esta ciencia da
domestica~ao do homem. Chegara 0 momenta de revelar algo sobre
esta materia. Basta, por ora, saber que urn dos centros mais ativos
dos vis(veis e constitu fdo, atualmente, pelo grupo, vastamente rami-
ficado, que se ' reune ao redor dos judeus comunistas, 0 psic61ogo
Jaime Berstein e 0 soci610go Gino Germani, da Faculdade de Filoso-
fia e Letras da Universidade de Buenos Aires.
o texto de Psicopol (tica, que pela primeira vez e publicado entre
nos, ha de contribuir para criar consciencia da terrfvel periculosidade
do comunismo.

Julio Meinvielle
Buenos Aires, IIFesta de Reis" de 1963.

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Nao se pode negar que as tecnicas da lavagem cerebral, esboc;adas
neste livro, estao sendo aplicadas, sob diversas formas, em todas as
partes do mundo.
Lenin, genio do mal, fez ver claramente que tinha grande inte-
resse no ataque a mente humana . 0 doutor Boris Socoloff, medico
que desempenhou urn importante papel nos acontecimentos que
culmi naram com a revoluc;ao bolchevista, revela, em seu livro liThe
. White Nights" (As Noites Brancas), certas conversac;oes (ntimas
entre Lenin eo Dr. Ivan Pavlov, que prepararam 0 terreno para as
experiencias sovieticas tendentes a uniformizar 0 pensamento e a
conduta humana. 0 Manual de Psicopol (tica alude a importancia
dos trabalhos de Pavlov.
No informe sobre 0 comunismo, preparado pela Real Comissao
Canadense, a sec;ao dedicada ao Desenvolvimento da Motivac;ao
Ideologica trata, de forma brilhante, de urn dos aspectos da lavagem
cerebral. Tal informe expressa que u as provas apresentadas demons-
tram que, na maioria dos casos, a motiva9ao estava intlmamente
relacionada com os recursos da Psicologia . .. ".
o ex-senador norte-americano Jack Tenney, de ativa militancia
como cristao e patriota, que dirigiu a investigaC;ao oficial sobre
atividades comunistas na California, particularmente em Hollywood,
e era considerado grande especialista na materia, declarou ao final
de seu informe sobre a lavagem da mente na America do Norte:

UEm circunstancias normais, os esfor90s de uma Infima


minoria para condicionar 0 cerebro de milhoes de cida-
daos, ou para "leva-los ao internamento em hosplcios,
pareceriam coisa incrlvel e ate hilariante. Mas estas nao
sao circunstancias normais, nem epocas normais. Vivemos
na era do Grande Engano, quando os ajuizados sao tidos
por dementes e os dementes estao convertidos em psi-
quiatras internacionais . . . ".

Basta que estudemos detidamente 0 texto de Psicopol (tica e 0


comparemos com os acontecimentos atuais em todos os parses oci-

5
dentais, para convencermo-nos de que estamos ante uma espantosa
realidade. Por exemplor nestes ultimos
l#F
anos, •vem-se fazendo cada
vez mais ublicidad~ m torno das cam anha r' "s ' II

o ex-comunista Goff, em sua declara~ao sobre a autenticidade do


Manual de Psicopolltica, alude a Lei de Saude Mental do Alaska.
Tal Lei produziu, nos Estados Unidos, uma onda de oposi~ao tao
violenta por parte dos ,g rupos cristaos e patriotas, que se criou uma
subcomissao do Sen ado para estudar esse assunto em especial. A
legisla~ao foi modificada posteriormente.

Durante as audiencias, fez-se notar que a legisla~ao aludida


pretendia estabelecer que qualquer cidadao poderia entrar em jUlzo
contra outro cidadao ou cidadaps e que "um trabalhador social ou
um higienista estaria autorizado a penetrar em qualquer lar norte-
americana - que todo cidadao considerou ate agora como sua
fortaleza - para fazer deter um indivfduo em virtude de um mere
testemunho oral .. ." (declara~ao do major Robert Williams, ex-
agente dos Servi~os de Informa~5es Norte-Americanos).
Tambem se apresentaram provas para demonstrar como ,um
indivlduo que, ao ser preso, estava em pleno gozo de suas fa~uldades, .
podia ser conyertido mediante a aplicacao de dragas, em urn enfer~
mo mental que logo era declarado hlsano pelos psiquiatras. Durante
as audiencias sobre a Lei de Saude Mental do Alaska, foi lida, como
uma das provas, a seguinte notfcia, aparecida em "The Los Angeles
. Examiner", de 6 de janeiro de 1956:

no doutor Nicholas A. Bercel, psiquiatra de Beverly Hills,


qualificou de grande adiantamento 0 ' novo metoda de
provocar enfermidades mentais em um indivlduo normal,
injetando-Ihe acido lisergico com dictilamida (LSD), com
o objetivo de estudar os resultados. Estes feitos amea9a-
dores indicam a necessidade urgente de fortalecer as
garantias constitucionais do indivlduo e de se resistir a .
qualquer tentativa, por mais sutil que seja, de menos-
preza-Ias".

E ditrcil saber ate que ponto se chegou quanto ao emprego de

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drogas e outrO$ metod os de controle mental nos pa (ses atnls da
Cortina de Ferro. Mas 0 famoso processo do Cardeal Midtzensty,
por exemplo, demonstra que os comunistas sabem ter em seus meto-
dos de controle tanta eficiencia, que logo podem apresentar suas
v(timas em publico, sem nenhum temor de que reajam. Naoha
duvida de que os comunistas estudaram exaustivamente todos os
metodos poss(veis de ofensiva contra a mente.
Em uma conferencia que pronunciou pela B.B.C., a 11 de no-
vembro de 1953, 0 doutor Sargent salientou que 0 ataque a mente
e 0 problema rna is grave que amea~a hoje a civi liza~ao ocidental.
o pronunciamento do doutor Sargent versou sobre 0 tema de dou-
trina~ao e descreveu a aplica~ao das teorias de Pavlov na pol (tica
atual. Pavlov e, por certo, urn dos criadores da Psicopol (tica. No
curso de sua conferencia, disse 0 doutor Sargent:

NOS medicos britanicos estao agora tratando de saber


o mais poss/vel acerca desses metodos tao t-err/veis e
eficazes :para trocar as idliias e as convic90es dos homen~,
em grande escala, porque, em ultima instancia, 0 destino
do mundo dependera de que as massas se resolvam a
N
adotar um outro modo de vida •

E isso e 0 que interessa fundamentalmente aos comunistas:


TROCAR, EM GRANDE ESCALA AS IOEIAS E AS CONVIC-
COES DOS HOMENS Por desgra~a, existe grande quantidade de
gente bern intencionada que esta sendo utilizada para levar adiante
o ataque a mente, sem se dar conta do que esta fazendo. 0 solapa-
mento dos princ(pios· morais cristaos, 0 debilitamento da fidelidade
em prol de urn poder internacional centralizado, tao capaz de criar
uma Utopia mundial, tudo isso forma parte do plano descrito com
clareza na presente obra. Por certo que, nesta introdu~ao, apenas
e poss(vel assinalar algumas das fontes desse ataque geral. Mas, faze-
mos notar a utiliza~ao da ONU e de alguns de seus organismos, para
que se perceba a seriedade do perigo de que falamos.

Enquanto muitos idealistas veem a ONU como uma esperan~a de


paz mundial, os comunistas a consideram como a plataforma mais

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importante, a partir da qual poderao dirigir a propaganda contra os
parses livres. Mas as provas mais alarmantes do insidioso ataque con-
tra a mente humana, dirigido por· homens que nao ocultam sua deci-
sao de exterminar a civiliza~ao crista, as encontramos em organismos
internacionais como a Organiza~ao Mundial de Saude e a Organiza9ao
das Na~oes Unidas para a Educa~o, a Ch~ncia e a Cultura (UNESCO).
Os autores do Manual de Psicopol (tica aplaudem com entusiasmo,
sem duvida, a seguinte declara~ao do doutor Brock Chisholm, diretor
da Organiza~ao Mundial de Saude:

UTivemos que engolir toda classe de PfJ90nhentas convic-


~5es que nos foram administradas por nossos pais, nossos
professores e por nossos mestres de religiao",

Em continua~ao, explica qual e0 remedio:

"Voltar a interpretar e por ultimo eliminar as nO~Qes do


bem e do mal , .. Quase todos os psiquiatras e psicologos
tem-se libertado dessas ataduras morais",

Centenas de mi Ihoes de libras, proporcionadas pelos cidadaos dos


pa (ses nao comunistas, sao utilizadas por gente como este doutor
Chisholm, por meio de diversos organismos internacionais, com 0 fim
de realizar exatamente 0 que aconselha 0 Manual de Psicopolltica.
Existem provas documentais que confirmam nossas afirma~oes. Mas
repetimos: 0 homem comum esta completamente alheio a guerra que
se trava contra sua mente e suas convic~oes. A imprensa mundial
pouco ou nada informa sobre certas conferencias tais como a Coo-
gresso International de Sat'Jde Mental realizado em 1948. Presidiu-o
o doutor Chisholm, e todos os oradores referiram-se a necessidade da
"cura mental" para quebrar os v(nculos de famrlia, nacionalidade e
religiao. TextOS escritos pelo doutor Chisholm e seus colegas esses
que tern rejeitado "toda nocao do bern e do mal" estao chegandq,e
todas as instituicoes em Que se processa a formarJo de nossas jlJven-
tudes. Nesses textos, afirma-se, com toda a clareza, que os patriotas
genu (nos tern que ser considerados como indiv(duos com sintomas de
desequil(brio mental, que necessitam de tratamento psiquiatrico:

8
precisamente 0 que recomendam os autores desse manual.
A seguinte declarac;ao de A.K. Chesterton, grande escritor e
patriota ingles, em seu peri6dicQ "Candour", de 26 de outubro de
1956, mostra outro aspecto da " cura mental":

"0 setor ocidental do projetado Estado Policial Mundial


parece estar preparando 0 caminho para silenciar seus opo-
sitores pol/ticos. Seus metodos teriam de ser algomais util
que os utilizados pelos assassin os e escravizadores do
Kremlin. Em certa carta enviada por um de meus melhores
correspondentes canadenses, le-se 0 que cito em conti-
nua9ao:

"0 Departamento de Saude continua dedicado a fazer com


que todo 0 mundo se ocupe da saude mental, de modo que
se torne natural a consulta ao psiquiatra e, depois, a inter-
na9ao em um hosplcio. Na televisao, prossegue a exibi9ao
de fotografias, captadas atraves de vidros, vioiadoras da
intimidade'do paciente, sem que este 0 saiba. Finalmen~e,
os enfermos, atores provavelmente, nos dizem quanta
melhoraram com 0 tratamento mental, depois de haverem
descrito os terr/veis sintomas anteriores. Tambem pela
televisao, um sujeito chainado Katz, da revista 'Mclean's,
foi entrevistado por outro indivlduo sifJistro. Disse que
grandes quantidades de um produto qu lmico destinado a
se utilizar no Teste 'N' (para demonstrar que 0 paciente
sofre de uma enfermidade mental) tern sido enviadas a
muitos palses. Logo chegara . uma dose a Toronto. 'Que
significa isso para 0 homem comum?', perguntou 0 entre-
vistador. 'Significa que esse teste logo sera coisa normal e
se aplicara em todo enfermo que ingresse em um hospital.
Tambem podera ser utilizado pelos medicos em seus con-
sult6rios~ A seguir, acrescentou: 'Nao se vai esperar que
um homem se ponha de cabe9a para baixo, para aplicar-se
tal teste. Sera aplicado as pessoas que falem 'com ju{zo' e
se a rea9ao for positiva, empregar-se-a em seguida 0 trata-
mento' ".

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o comentario de meu correspondente nao requer acresclmos.
u~ uma das coisas mais terrlveis que tenho ouvido", escreve-me e
acrescenta: ULogo receberemos a advertencia de que nossos filhos
deveriam ser tratados, visto que poderiam ter tendencias esquizQfre-
nicas".
Nao queremos que se pense, com alarmismo, que todos os
psiquiatras e psicologos sao charlataes ou comunistas disfar~ados.
Mas ja faz muitos anos que um pequeno grupo de psiquiatras e
psicologos cristaos temchamado a aten~ao, geralmente sem maior
ressonancia, para as ideias perigosas propagadas pela maioria de seus
colegas. Alguns ate tem chegado a falar em "negocio criminoso".
Por exemplo, 0 famoso cirurgiao de cerebro, doutor Percival Barley,
da Universidade de Illinois, tem declarado, sem rodeios, que esta
consternado ante os efeitos que se seguem a uma lobotomia . E suges-
tivo que 0 Manual de Psicopol (tica acentueo valor das opera~oes do
cerebro e do eletrochoque. 0 doutor Barley declara que a grande
revolu~ao neurocirurgica tem fracassado. E menciona algumas pe suas
horrendas consequencias, horrenda para qualquer cristao, mas satisfa-.
toria para os que se tem proposto a provocar 0 caos del iberadamen-
te" .
o doutor Barley tambem declara que a esquizofrenia sera curada
nao pela psiquiatria, mas pela farmacopeia.
Sua opiniao, no sentido de que os colapsos mentais sao funda-
mentalmente um problema de nutri~ao, tem side avalizada nada me-
nos que pela autoridade do doutor J. F. Cade, psiquiatra, diretor,
durante muitos anos, do "Royal Park Receiving Home" em Vit6ria
(Australia). Os que tiverem interesse pela materia poderrller 0 artigo
do doutor Cade, publicado no "Medical Journal Of Australia", de
28 de julho de 1956. 0 doutor Cade opina que as "explica~oes psi-
col6gicas e sociol6gicas nao parecem ter fundamento real" com
relac;:ao ao colapso nervoso, e acentua que a incidencia do dese"quil(-
brio mental e minima em certas regioes onde sao consumidos certos
alimentos, em especial as frutas com caroc;:o. Os psicopol (ticos tem,
logicamente, que rechac;:ar essa opiniao, a fim de fomentar sua cam-
panha em prol da "cura mental". Antes de abandonar este tema,
ofereceremos mais outro dado, digno de ser levado em conta no que

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se refere ao conteudo desse manual. 0 trecho seguinte, tornado de
uma declaraf;ao conjunta prestada pelo doutor John Maurice e
Gerald E. Wilcox, engenheiro civil, ante a sub-comissao do Senado
Norte-Americano sobre Lei de Saude do Alaska (ja mencionada), fala
por si s6:

"0 doutor Joseph Wortis e um desses propagandistas mais


proeminentes e de maior inf/uencia. 0 doutor Wortis estu-
dou com Sigmund Freud e introduziu, nos Estados Unidos,
o perigoso e duvidoso tratamento por choque. Praticou a
Psiquiatria no hospital de Bellevue e na Associa9ao de
Veteranos".

"0 doutor Wortis distribuiu ensinamentos a muitos psi-


quiatras jovens, tem feito numerosas conferencias e e
muito lido por seus colegas psiquiatras. Dez mil exemplares
de seu livro "Soviet Psychiatry" (Psiquiatria Sovietica)
foram vendidos aos universitarios -e aos medicos. As pro-
vas submetidas aComissao Judicial do Senado demons tram
que 0 livro e de propaganda sovietica, mais do que de
psiquiatria".

"0 doutor Mishchenko atestou que esse livro "representa


uma coletanea de elementos oficias sovieticos impregnados
do espfrito da filosofia comunista ... ".

"Quando foi interrogado pela comissao acerca de suas


conex5es com 0 Partido Comunista, 0 doutor Wortis
negou-se a responder, invocando a Quinta Emenda".

"Outro psiquiatra que agiu de maneira analogoa foi um dos


homens de maior influencia no Pentagono durante a Se-
gunda Guerra Mundial. 0 doutor Julius Schriber, que pre-
sidiu, em 1955, a Associa9ao de Saude Mental do Distrito
de Columbia e, em 1944/45, foi Chefe da S~ao de Progra-
mas do Plano de Orienta9ao do Exercito Norte-America-
no".

11
A grande maioria dos psiqiJiatras que atuam nos Estados Unidos
nao e crista .
._ Em seus ataques contra a mente, os comunistas tambem tem ten-
. t~do destruir 0 valor das palavras como um dos la~os entre a mente e
a realidade. Pavlov acentua a importancia das palavras como v(nculo
com a realidade. Em 1896, 0 fil6sofo frances Gustave Le Bon publi-
cou sua pequena, mas important(ssima obra, "A Multidao", na qual
fa~J.a notar que a maioria das revolucOes se tem feito trocando---o
significado das palavras. do qual tem resultado uma confusao de
ideias. Uma quantidade de gente repete, sem pensar, certas "instru-
~oes" premeditadas, sem perceber seus verdadeiros alcances. Um dos
fundamentos do sistema economico de livre empresa e 0 fator lucro.
Mas os comunistas, mediante sua contfnua propaganda inesrupu-
losa, tem conseguido criar a opiniao de que 0 fator lucro e maletico.
Com isso, tem conseguido estabelecer eficazmente 0 que poder(arnos
chamar de complexo de culpa em grande escala. Esta pequena obra
nao se ocupa em especial das perversOes do idioma, mas todo .aquele
que quiser desempenhar um papel ativo na luta contra 0 ataque a
mente deve inteirar-se desse aspecto da luta.
Muitos outros tambem se tem ocupado da questao. Recomenda-
mos, em particular, a leitura do grande livro de Charles Morgan,
intitulado "Liberties of the Mind" (Liberdades da Mente), especial-
mente a primeira parte. Morgan cita as palavras de um psiquiatra seu
amigo, que coincide no afirmar que agora e poss(vel obter 0 controle
total da mente.

"... estamos todos sen do condicionados para aceitar uma


limita~ao da liberdade ... Isso eo que temo inconsciente-
mente, ainda quando nos achamos preparados para superar
essa nova contamin~ao, que nao nos poderia danificar
antes de 1937 ... Mas a grande massa de nosso povo nao
conta com essa imunidade e n50 tem no~ao do perigo . ..
S possfvel imaginar inumeras maneiras mediante as quais
o grosso da popula~ao esta sendo condiCionado ou prepa-
rado para essa transforma~ao mental, essa perda da indivi-
dualidade e da identidade". /

12
Os acondicionadores da mente nao so estao utilizando as tecnicas
esbol;adas neste folheto; agora ~stao capacitados para empregar 0 que
se tem denominado ataque "subliminar" contra a mente humana ...tIi
anos que os psic610gos experimentados conhecem 0 efeito que tanto
as sons como as imagens nao percebidos conscientemente pod em ter
sabre a subconsciente. Ja se demonstrou que a gente pode estar ven-
da um filme, sem perceber que uma inscricio aparece com regulari-
dade na tela, a uma velocidade demasiado elevada para ser percebida
pela mente consciente , mas que causa um impacto no subconsciente.
A inscricao so pode ser vista quando a pel (cula e passada em camara
I nta. Uma firma inglesa aumentou recentemente, de forma notavel,
as vend~s de sua marca de sorvete, utilizando esse sistema. Um proce-
dimento ami logo pode empregar-se com 0 som.
Asaterradoras possibilidades do ataque "subliminar" sao, portan-
to, evidentes. Mediante a moderna propaganda centralizada. agora se
lorna poss(Yel que toda a comunidade seja Qbjeto de ataque, sem que
,perceba Q que esta aCQntecendo. Nao existe a menor duvida de que se
estao empregando todos os esforl;os para usar extensamente esse
metodo na guerra para 0 domlnio da mente e da alma do homem.
Portanto, nao surpreende que os psicopol {ticos expressem a
opiniao de que 0 comunismo pode ganhar a guerra sem provocar um
conflito mi.litar de importancia. 0 ataque contra a mente deve ser
enfrentado, e para resistir eficatmente nao cabe duvida de que as
igrejas cristas devem liderar a contra-ofensiva. A verdade e que 0
Estado secular nao pode enfrentar esse desafio, tal como se viu no
caso dos prisioneiros cristaos capturados durante a guerra da Con~ia
e submetidos a lavagem cerebral (a proposito, esses metodos foram
expostos em um filme americano, "0 Embaixador do Medo", que
desapareceu pouco depois de cartaz, sem voltar a ser exibido), 50-
mente aqueles que tinham uma fe profunda nas verdades fundamen-
tais puderam sair relativamente ilesos de tao terrfvel prova. Todos os
cristaos deviam estudar detidamente as conclusoes do texto da pre-
sente obra e logo se unirem ao grupo de patriotas da cristandade que
lideram a luta para salvar a mente do homem. A civilizal;aO ocidental
tern que ganhar esta guerra ou, do contnkio, perecera.
Eric D. Butler
Diretor da Liga dos Direitos.
Victoria (Australia).
13
f

UM EX-COMUNISTA FALA DA PSICOPOLfTICA

Kenneth Goff, ex-comunista e atualmente cruzado do antico-


munismo norte-americano, ·declarou 0 seguinte:

"Desde 2 de maio de 1936 ate outubro de 1939, fui filiado


contribuinte do Partido Comunista, no qual atuei com meu
proprio nome, Kenneth Goff, e tambem com 0 pseudoni-
mo de John Keats . .. Durante 0 perfodo em que fui mem-
bro do Partido, assisti aos cursos de doutrinar;ao na escola
situada no 113 E. de Wells Street, Milwaukee (Wisconsin),
que funcionava com 0 nome de "Eugene Debs Labor
School". Ali, fomos adestrados em todos os tipos de luta~
ffsicas e psicologicas, para destruir a sociedade capitalista
e a civilizar;ao crista. Como parte de nosso curso, estuda-
mos a fundo a questao psicopolftica".

"Tratava-se de submeter a mente de uma nar;ao por meio


da lavagem cerebral e da falsa cura mental; submeter povos
inteiros ao domfnio do Kremlin, pela submissao de suas
mentes. Eoi-nos ensinado que degradar a populCWao e
amnos desumano que homha,cde;i-Ia se 11m povo pode
sec conquistado sem luta, as fins da guerra deverao ser al-
canWJdos evi tando-se a destruif ao ~ {J viotencja'~

"Durante os ultimos anos transcorridos, observei, com


horror, 0 desenrolar da guerra psicol6gica sobre 0 povo
norte-americano. Primeiro foi a lavagem cerebral em nossos
soldados na Coreia e, logo apos, a bem financiada propa-
ganda em prol da. saude mental, levada a cabo por grupos
esquerdistas de influencia; como resultado disso, muitos de

14
nossos Estados tem aprovado leis que bem podem ser apro-
veitadas pelos inimigos de nossos palses, para torturar e
encarcerar os que pregam 0 Evangelho de Nosso Senhor
Jesus Cristo e se opoem a amear;a do comunismo ... Esse
texto era usado nas escolas clandestinas de doutrinar;ao ...
seu contet1do geral foi tirado do "Manual Comunista de
Adestramento para a Guerra Psicol6gica" e tem side usado
na America do Norte para instruir os quadros de militantes
comunistas".

Goff tambem explica que 0 ultimo capftulo do texto sobre


Psicopol ftica e um acrescimq ao curso principal e evidentemente foi
acrescentado em anos recentes, depois da primeira demonstra~ao do
poderio atomico como instrumento belico.

15
DISCURSO PRELIMINAR DE BI:RIA
SOBRE A PSICOPOLfTICA

Estudantes americanos d~ Universidade Lenin: dou-Ihes as boas ·


vindas a estas aulas de Psicopol rtica.
A PsicopoHtica e urn capftulo importante, ainda que pouco co-
nhecido, da Geopol (tica. E pOuco conhecida, porque for~osamente
e materia reservada a um pessoal de alta especializa~o, a camada
superior da "saude mental".
A Psicopol (tica e que faz progredir nossos grandes objetivos.
Nosso primeiro passo decisivo e produzir 0 caos maximo na cultura
inimiga. Nossos prop6sitos frutificam-se no caos, na desconfian~a, na
crise economica e na confusao cient (fica.
o psicopol (tico deve esfor~ar-se para produzir 0 caos maximo no
terreno da "cura mental". Deve recrutar e utilizar todos os organis-.
mos e meios dispon (veis da "cura mental". Deve trabalhar com empe-
nho para aumentar seus agentes e seus elementos, ate que finalmente
toda a classe da ci4~ncia psiquiatrica esteja miriada pelos princ(pios
e objetivos comunistas.
Para conseguir esses prop6sitos, 0 psicopol (tico deve eliminar
todas as variedades "domesticas" de cura mental na America. Os me-
todos de Freud, James, Eddy e outros que se usam nos parses mal
informados devem desaparecer; para isso, tem-se que os desacreditar,
difamar e ate anular por ordem dos governos, ate que ninguem Ihes
fa~a caso e s6 permane~am os metodos de "tratamento mental" de
orienta~ap comunista. Voces devem trabalhar para que todos os pro-
fessores de Psicologia, com ou sem premedita~ao, ensinem somente
doutrina comunista sob aparencia de Psicologia. Devem empenhar-
se para que todos os medicos e psiquiatras sejam psicopol(ticos ou
pelo menos colaboradores inconscientes de nossos fins.

16
Devem trabalhar para que cheguemos a dominar as mentes e os
corpos de todos os personagens importantes de cada na~ao. Isso tem
que ser conseguido mediante a acusa~ao de demencia, lan~ada com
tal respaldo de autoridade, que 0 estadista assim acusado fique desa-
creditado ante 0 povo. Devern esfor~ar-seno sentido de que 0 suic{-
dio causado por desordem mental seja algo habitual e nao provoque
comentarios nem investiga~5es.
AS INSTALACOES PARA TRATAMENTO DE DEMENTES,
QUE EXISTEM EM CADA PArS, PODEM CONVERTER-SE EM
PRISOES de milh5es de pessoas, as quais se podem privar de seus
direitos individuais e de toda a esperan~a de liberdade e aplicar trata-
mentos de choque e de cirurgia, para que jamais recobrem a razao.
Voces devem fazer com que esses tratamentos cheguem a ser algo
habitual e corrente, eliminando a interven~ao de qualquer outro tra-
tamento ou de quaisquer medicos que queiram procurar uma cura
verdadeira.
Devem voces conseguir impor-se como autoridades em Psiquiatria
e Psicologia; devem manejar os hospitais e as universidades. Devem
implantar a MISTI FICACAO de que so mente um medico europeu e
autoridade no terreno da Psiquiatria e, com isso, justificar a inter-
venc;ao DE GENTE ESTRANGEIRA E AD ESTRADA NO EXTE-
RIOR. Quando nos apoderarmos de Viena, se e que podemos faze-Io,
teremos um centro comum para nossas reuni5es, ao que todos voces
e outros psiquiatras poderao concorrer, como adeptos de Freud, para
receber diretrizes.
A Psicopol (tica e uma grave responsabilidade. Por seu intermedio,
poderemos varrer como insetos nossos inimigos; poderemos desmo-
ralizar os dirigentes capazes e os membros de suas fam !lias, levan-
do-os a loucura, por meio do EMPREGO DE DROGAS. Poder-se-a
elimina-Ios, atestando que estao loucos. Por meio de nossas tecnicas,
poderemos ate provocar-Ihes a demencia, quando opuserem resisten-
cia excessiva.
A Psicopol (tica pode mudar as convic~5es de qualquer indivfduo.
Depois de certos tratamentos nas maos do psicopol ftico, e possfvel
alterar, para sempre, a lealdade de um militar ou 0 patriotismo de
um estadista ou, do contrario, Destruir Sua Mente.

17
Sem duvida, podem existir riscos. Talvez ocorra que nossos
"tratamentos" sejam postos a descoberto. Pode suceder que se pro-
duza uma oposi~ao publica contra 0 "tratamento mental". Pode
suceder que todos os tratamentos mentais sejam postos em maos de
sacerdotes e fora do alcance de nossos psic610gos e psiquiatras. A
ansia capitalista de dominio, a desumanidade capitalista e um terror
geral da demencia podem constituir-se em defesa contra nossos pro-
cedimentos. Se assim suceder, se os investigadores chegarem a desco-
brir metodos para combater os procedimentos psicopol (ticos, voces
nao comerao, nem dormirao, nem economizarao um s6 centavo,
para organizar campanhas contra, para desacredita-Ios, comb ate-los
e anula-Ios. Porque seriam uma amea~ efetiva para nossa a~ao e
nossos esfor~os.
Em urn Estado capitalista, a filosofia e a corrup~ao imperantes
sao nosses melhores aliados. Tudo contribuira para a nossa campa-
nha destinada a domi nar e utilizar 0 "tratamento mental", difundin-
do nossas doutrinas e eliminando nossos inimigos dentro de· suas
pr6priasfrontei ras.
Utilizem os TRIBUNAlS, os JUfZES, a CONSTITUI<;AO DOS
PArSES, as ASSOCIA<;OES MEDICAS e seus regulmentos para
levar adiante nossos prop6sitos.Nao economizem esfor~os neste
sentido. E quando conseguirem impor-se, verao que podem aplicar,
COM TODA A LlBERDADE, NOSSAS PROPRIAS lEIS, e
que, organizando convenientemente nossas associa~5es psiquiatricas,
por meio de permanentes campanhas terroristas, ao afirmar nossa
eficacia, os capitalistas mesmo FINANCIARAO, DE SEU PRO-
PRIO BOlSO, UMA GRANDE PARTE DA CONQUISTA PACI-
FICA DAS NA<;OES.
A Psicopolftica pode criar 0 caos, deixar uma na~ao sem dirigen-
tes, eliminar nosses inimigos e, por meio do comunismo, criar, na
Terra, a paz mais absoluta que 0 homem jamais conheceu. Muito
obrigado.

18
HISTORIA E DEFINICAO DA PSiCOPOLfTICA

Ainda que de todo castigo se consiga obter algum resultado, e


mais certo que a meta e 0 fim de todo castigo e inculcar uma ideia
de impedimento ou obediencia nos castigados.
Desde tempos · imemoraveis, cada vez que qualquer governante
necessitava da obediencia de seus suditos para impor seus fins, tinha
que recorrer ao castigo. Assim sucedeu em todas as epocas da Hist6-
ria. Hoje em dia, a cultura russa tem desenvolvido metod os mais
seguros e definidos para recondicionar e conseguir a adesao de pes-
soas e povos e de exigir obediencia. Esse novo produto de urn velho
sistema se chama Psicopol (tica.
A estupidez e a estreiteza de objetivos das nal;oes que nao con he-
cem 0 raciodnio russo tem-nas levado a confiar em metod os que,
atualmente, ja nao concordam com 0 ritmo veloz e her6ico de nossa
epoca. E em vista do enorme progresso da cultura russa, no campo
das tecnicas mentais, iniciadas pelos gloriosos trabalhos de Pavlov e
continuadas, mais tarde, par outros cientistas russos, seria estranho
se nao houvesse surgido uma arte e uma ciencia dedicadas totalmente
a obter a lealdade e a obediencia dos indivlduos e dos povos.
Dessa maneira, vemos que os procedimeritos psicopol (ticos sao
fruto natural de certas praticas tao antigas quanto 0 homem, praticas
que sao correntes em todo grupo humane existente no mu ndo. Por-
tanto, nos· procedimentos psicopol (ticos nao ha problema de etica,
ja que e evidente que 0 homem sempre deve ser dominado contra a
sua vontade, para maior beneHcio do Estado, e for!;ado, por motives
economicos ou doutrinarios, a realizar a vontade e os fins do Estado.
Basicamente, 0 homem e animal, urn animal ao qual foi dado um
verniz de civilizal;ao. 0 homem e animal gregario, que forma grupos

19
para proteger-se a si mesmo contra as amealfas ambientais. Os que
agrupam e control am os homens devem, portanto, possuir tecnicas
especializadas para dirigiros impulsos e orientar as energias do Ho-
mem animal, para uma maior efici3cia no cumprimento dos fins do
Estado.
A Psicopol (tica, sob diversas formas, e usada ha muito tempo na
Russia, mas e materia pouco menos que desconhecida fora das fron-
teiras de nossa na«;:ao, salvo em lugares onde tern os transmitido nos-
sos conhecimentos e os temos utilizado para beneffcio da nalfao.
Em suma: A Psicopolftica e a arte e a ciencia de obter e manter
um domfnio sobre 0 pensamento e as convicr;:oes dos homens, dos
funciomirios, dos organismos e das massas e de conquistar as nar;:oes
inimigas por meio do "tratamento mental".
A Psicopol (tica subdivide-se em varias categorias, cada uma das
quais deriva, natural e logicamente, da anterior. A primeira trata da
constituilfao e anatomia do Homem, enquanto organismo pol (tico.
A segunda e 0 estudo do Homem, enquanto organismo economico
que pode ser controlado por seus desejos. Segue-se a classificalfao dos
objetivos do Estado com respeito ao indivfduo e ao grupo. Em segui-
da, vern 0 estudo das corwiclfoes. Segue-se 0 estudo da obediencia.
Logo apos, vern os exames dos reflexos condicionados do Homem.
Segue-se-Ihes 0 estudo do choque e da resistencia. Em continualfao,
vern a anal ise e a apl icalfao da Contrapsicopol (tica. Apos, segue-se 0
emprego da Psic'o pol (tica na conquista de nalfoes estrangeiras. Con-
tinuando, segue-se 0 estudo dos organismos psicopollticos fora da
Russia, sua composilfao e funcionamento. Segue-se-Ihe a crialfao
de filosofias servis nas nalfoes inimigas. A proxima e como combater
as diretivas antipsicopol (ticas na era atomica. A todas essas se podem
agregar as outras subcategorias, como a inutilizalfao do armamento
moderno por meio da atividade psicopoHtica.
A potencia e 0 alcance da Psicopol (tica nao podem ser subesti-
madas, em especial quando se aplica em nalfoes decadentes em virtu-
de de urn pseudo-intelectualismo, nas quais a exploralfao das massas
combina-se facilmente· com a~oes psicopollticas e, particularmente,
naquelas em que a cobilfa dos regimes capitalista ou monarquico ja
tenha ocasionado grandes contingentes de neuroticos, que oferecem

20
terreno fertil para a atividade das equipes peritas em Psicopol (tica .
. ESTUDANTE, entra dentro de tua missao: impedir a atividade
psicopol (tica em detrimento do Estado russo, como tambem levar
adiante, dentro e fora de teu pars, os objetivos e prop6sitos de nos-
sa Psicopol (tica. Nenhum agente russo poderia ter sequer remota
eficacia, se carecesse de urn born adestramento em Psicopol ftica;
por isso deves levar contigo uma reserva russa, para utilizar bem 0
que aqui te ensinarnos.

21
A CONSTITUICAo DO HOMEM COMO
ORGANISMO POLrTICO

o homem e urn aglomerado de celulas, e seria errado considera-Io


como indiv(duo. As colonias de celulas vao-se constituindo em diver-
sos orgaos do corpo, os quais, por sua vez, vao-se un indo para formar
o conjunto. Desse modo, vemos que 0 homem ja e, por si, urn orga-
nismo pol(tico, ainda que nao 0 consideremos em grupo.
A enfermidade poderia ser vista como deslealdade, pois, ao se
manifestar, origina a rebeliao de uma parte da anatomia contra 0
resto do conjunto; dessa maneira, produz-se, de fato, uma revoIUl;:ao
interna. Quando 0 coralfao, ao isolar~se do grupo, se nega a so[idari-
zar-se e servir ao resto do organismo, vemos que 0 funcionamento de
todo 0 corpo se transforma devido a essa rebeliao. 0 coralfao rebe-
la-se porque nao pode ou nao quer cooperar com 0 resto do corpo.
Se permitimos ao coralfao rebelar-se, os riDs, seguindo seu exemplo,
podem por sua vez rebelar-se tambem e negar-se a trabalhar em bene-
Hcio do organi.smo. Essa rebeliao, ao estender-se a outros orgaos e
ao sistema glandular, ocasiona a morte do indivrduo. Podemos notar,
pois, que a rebeliao significa a morte; portanto, nao podemos transi-
gir com a rebeliao.
o Estado, como 0 indiv(duo, e umaserie de conglomerados. As
entidades pol (ticas existentes dentro do Estado devem todas coope-
rar para beneHcio do Estado, porque, nao 0 fazendo, 0 mesmo Esta-
do pode desintegrar-se e morrer. Dar 0 perigo que traz a revolulfao.
Se estudamos 0 planeta Terra, tambem 0 vemos como umorga-
nismo completo. 0 organismo Terra e urn organismo individual. Os
orgaos da Terra sao as diversas ralfas e nalf5es humanas. Se qualquer
delas pretende isolar-se, a Terra ve-se amealfada de morte. A rebeliao
de urn pars, por pequena que fosse, contra 0 organismo total da Ter-
ra, daria, como resultado, a enfermidade da mesma e seria uma amea-

22
I;:a para a cultura do homem. Portanto, a enfermidade putrefata do
Estado capitalista, espalhando seu pus e seus germes pelos parses saos
do mundo, nao faria mais que ocasionar a morte da Terra, a menos
que ditos gern1eS fossem submetidos a obediencia e obrigados a
trabalhar para 0 bern maior do Estado mundial.
o Homem e constitu(do de maneira tal, que 0 indivfduo nao
pode funcionar eficazmente se em todas as partes e orgaos de seu
corpo nao reinar a ordem. 0 homem normal, em estado primitivo
e incut!?, e incapaz, tal como 0 demonstram os silvrcolas; por isso,
deve ser adestrado por rneio da educal;:ao, do exercfcio e do traba-
Iho, para que haja coordenal;:ao entre suas funl;:oes organicas. Somen-
te assim podera chegar a cumprir com eficiencia as tarefas que se Ihe
atribuem.
A crenl;:a no individualismo aspero, no determinismo pessoal, na
rebeldia, na imaginal;:ao e no poder criativo pessoal e tendencia que
predispoe as massas contra 0 bern de urn Estado Superior. Essas for-
I;:as rebeldes e selvagens nao sao Dutra coisa que enfermidades que
provocarao a separal;:ao, a desuniao e, por ultimo, 0 desmoronamento
do grupo a que pertence 0 indivfduo.
A constituil;:ao do Homem presta-se facil e total mente para urn
certo ordenamento positivo externo de todas suas funl;:oes, incluindo
a reflexao, a obediencia e a lealdade, que devem estar sob controle,
se e que se quer construir urn E~tado poderoso.
Se bern que 0 cirurgiao possa amputar urn membro ou urn orgao
para salvar 0 resto do corpo, deve ter-se em conta que esse recurso
nao e viavel no caso de nal;:oes inteiras. Urn corpo privado de orgaos
fica com suas possibilidades diminufdas. Urn mundo privado de seus
trabalhadores - que neste momenta sao escravos da estupidez e da
dememcia dos capitalistas e monarcas da Terra - permaneceria impo-
tente, 0 que por sua vez repercutiria no Estado. Assim como temos
visto que 0 vencedor, depois de uma guerra, tern forl;:osamente que
perdoar os habitantes do paIs vencido, assim tambem qualquer
esforl;:o tendente a DESPOVOAR uma regiao do mundo traria pre-
ju(zos para todos. Sem duvida, se considerarmos 0 mal que os germes
e bacterias hostis provocam no organismo, advertimos que, em favor
do organismo atacado, esses elementos nocivos tern que ser domina-

23
dos.
Em todo Estado, ha indivrduos que desempenham 0 papel de
virus e germes nocivos, os quais, ao atacar qualquer grupo de habitan-
tes com seu veneno pertinaz, produzem em urn orgao urna enfermida-
de que logo se estende ao conjunto.
A constituic;:ao do homem, como corpo individual, e a constitui-
c;:ao de urn Estado ou parte de urn Estado, como organismo POlitico,
sao analogas. A missio da Psicopol ftica e, primeiro, impor a obedi-
encia e os fins do grupo, e, ap6s, manter essa sujeic;:ao, mediante a eli-
minac;:ao de todos aqueles cuja ac;:ao eficaz puder fazer com que urn
grupo se isole do conjunto. Em nossa nac;:ao, as coisas estao bern orga-
nizadas e, ali, onde prevalece a razao, nao e diffcil erradicar as bacte-
rias rebeldes que poderiam ameac;:ar nossos organismos politicos. Mas
nas nac;:oes rnais atrasadas, nas que 0 Estado russo ainda nao domina,
nao e facil eliminar, de todo, 0 indivrduo rebelde. A Psicopolftica
proporciona os meios coni os quais se elimina essa parte da persona-
lidade que pert,urba 0 resto do organismo e, por conseguinte, 0 grupo
a que pertence 0 indivfduo.
Se ao homem-animal se permitisse viver sem a perturbac;:ao da
propaganda contra-revolucionaria, se Ihe fosse permitido trabalhar
tranquilo sob a conduc;:ao ordenada do Estado, verlamos que apenas
sofreria de enfermidades, e nao haveria males no Estado. Mas, quan-
do 0 indivlduo esta perturbado pela propaganda reacionaria, quando
e alvo de atividade subversivas, quando e induzido a criticar 0 Estado
e suas autoridades naturais, entao vemos que sua constituic;:ao se res-
sente. Dessa perturbac;:ao derivam outras perturbac;:oes adicionais em
seu corac;:ao e em outras partes de seu corpo. Tao verdadeiro e esse
princfpio que, quando se encontra, urn indivlduo enfermo, se se inves-
tigar a fundo, descobrir-se-a uma desordem em suas convicc;:oes e uma
alterac;:ao de dua obediencia a unidade do grupo a que pertence.
Ha alguns que embarcam em uma fantastica viagem espiritual pe-
10 que denominam "subconsciente" ou "mente inconsciente" e, por
meio da Psicoterapia, tratam de curar as perturbac;:oes dos orgaos do
corpo; mas e poss(vel observar que tem obtido resultados bastante
pobres. Esse enfoque carece de forc;:a. Quando, na Russia, foi desco-
berto 0 hipnotismo, observou-se que, muitas vezes, bastava dominar

24
o indivlduo indefeso, para conseguir-se sucesso. Tem-se que sanar as
limitac;oes da hipnose com 0 fim de aumentar a sugestionabilidade
dos indivlduos resistentes a tal metodo. Dessa maneira, muitas na-
c;oes tem conseguido curar-se, ao neutralizar os grupos rebeldes.
Da mesma forma que, com 0 hipnotismo, qualquer orgao pode ser
induzido a maior lealdade e obediencia, assim tambem, mediante 0
uso da energia necessaria, se consegue obter a lealdade e a obediencia
de qualquer grupo. Sem duvida, a violencia sabe ser destrutiva e, em
certas ocasioes, nao e posslvel recorrer a forc;a para obterem-se os
objetivos desejados. Portanto, e mister recondlcionar 0 indivrduo,
dominando sua vontade de rebeldia.
Do mesmo modo que e uma verdade aceita que 0 Hbmem deve
conformar-se ao seu ambiente, e tambem outra verdade ace ita - e 0
sera mais, a rnedida que 0 tempo passe - a de que inclusive 0 corpo
humane pode ser obrigado a gozar de boa saude.
A constituic;ao do Homem esta peculiarmente adaptada ao recon-
dicionamento de suas convicc;oes. Oilde as crenc;as imperantes sao as
de "pequeno burgues", as de capital istas, as ideias anti-russas, verifi-
ca-se que 0 corpo humane esta particularmente propenso a enfermi-
dade, 0 que explica as epidemias, as neuroses coletivas, os transtornos
eo caos que reinam nos Estados Unidos e outros pafses capitalistas.
Vemos ali que 0 trabalhador tem convicc;oes erroneas e inapropria-
das, e por isso esta enfermo. Para salva-Io e po-Io no caminho de um
grande Estado, necessita-se com urgencia fazer com que suas convic-
c;oes sigam 0 rumo conveniente. Oaf; ve-se com clareza que os objeti-
vos e a orientac;ao da Psicopolltica se afirmam, ao transformar essas
convicc;oes e libera-los dessa ma I entendida obediencia para uns pou-
cos - ainda nos pafses capitalistas - que nao desejam seu bem. Para
ajudar os trabalhadores assim escravizados, faz-se mister erradicar a
obstinac;ao dos . llderes perversos, utilizando a propaganda em geral,
ou qualquer outro rneio, e ainda a cooperac;ao dos proprios traba-
Ihadores. Tambem e necessario doutrinar as classes intelectuais nos
dogmas e princl'pios de cooperac;ao com 0 meio ambiente, e, dessa
forma, obter, para os trabalhadores, uma orientac;ao menos frustra-
dora, uma doutrina menos servil, e uma maior compreensao para com
as ideias do Estado Comunista.
Para essa meta se dirigem as tecnicas da Psicopolltica.

25
Deve insuflar-se, nas massas, urn permanente desejo de prosperi-
dade, mediante esperancas e visaes de fartura e comodidade, e esse
desejo deve contrapor-se a realidade da privacao e a amea.;:a de perda
de todos os fatores economicos em caso de ser desleal ao Estado,
com 0 prop6sito de anular a vontade individual nas massas.
Em uma nac;:ao de conquista, como os Estados Unidos da Ameri-
ca, nosso avam;:o lento e sub-reptrcio tern que aproveitar somente os
ciclos de prosperidade e depressao, i,nerentes ao regime das nac;:oes
capitalistas, com 0 fim de assegurarmos cada vez mais urn controle
maior sobre as vontades individuais. Para nossos fins, a prosperidade
e tao vantajosa como a depressao, porque, nas epocas pr6speras,
nossa propaganda deve insistir no fato de que a riqueza continua em
maos de uns poucos eleitos e fora do controle do Estado. Durante
uma epoca de depressao, s6 e necessario proclamar que isso eo resul-
tado da avareza de uns poucos e da geral incompetencia dos dirigen-
tes nacionais.
o manejo da propaganda economica nao pertence, em realtdade,
a esfera da Psicopol(tica, mas a Psicopolftica deve aceitar as rnedidas
economicas e adaptar os objetivos comunistas as mesmas.
As massas devem chegar, por ultimo, a convencer-se de que s6
mediante a aplicac;:ao de enormes impostos aos ricos e poss(vel aliviar
os trabalhadores "da carga opressiva das classes acomodadas" e, com
isso faze-los aceitar algo como 0 IMPOSTO DE RENDA, princfpio
marxista que foi infiltrado sutilmente dentro da estrutura capitalista
norte-americana, em 1909, apesar de 0 impedir a Constituic;:ao dos
Estados Unidos e de ter 0 comunismo pouco tempo de atividade na
America do Norte. Urn triunfo tal como a lei do Imposto de Renda,
se tivesse sido seguido por outros simi lares, teria convertido os
Estados Unidos, e nao a Russia, na primeira nac;:ao comunista do
mundo. Mas prevaleceram a virilidade e a prudencia do pov~ russo.
Pode ser que os Estados Unidos nao cheguem a ser comunistas de
todo ate depois da metade deste seculo, mas, quando isso acontecer,
tera side em virtude de nossa maior compreensao da Economia e da
Psicopol (tica.
o agente comunista perito em Economia tern como tarefa subor-
nar 0 pessoal dos organismos impositivos, para criar 0 maximo mal-

26
estar e 0 caos, assim como tambem influir para que se aprovem as
leis que convenham a nossos propasitos.
Os ricos, os especialistas em financ;:as, os conhecedores de assun-
tos de governo sao os objetivos especiais do psicopol ftico. A este
cabe a tarefa de anular os indivlduos que pudessem frear ou deitar a
perder os pIanos economicos do comunismo. Por isso, de cada perso-
nagem endinheirado, cad a estadista, cada pol (tico bern informado e
capaz, deve colocar-se ao lade urn agente psicopol Itico em posic;:ao de
confianc;:a.
As famflias das pessoas influentes pod em ser vltimas do acio e da
ambic;:ao, e tal circunstancia deve ser explorada, e ate criada, se e que
nao existe. As atividades normais de urn filho de rico devem ser de-
formadas e apresentadas como neurose, para, entao, com a ajuda
de uma oportuna aplicac;:ao de drogas ou de violencia, faze-Io cair no
delito ou na demEmcia. Isso fara com que, em seguida, urn perito em
"cura mental" ponha-se em estreito contato com a famflia, fato que
deve ser aproveitado ao maximo.
o corrunismo pode triunfar com facilidade, se junto a cada ho-
mem rico ou influente colocar-se urn agente psicopol (tico ou urn
especialista em "tratamento mental" que, mediante seus conselhos
ou por intermedio da esposa ou filha, possa dirigir a atuac;:ao de tal
personagem e assim embrulhar ou transtornar a polltica economica
do pafs; e quando chegar 0 momento propfcio de anular para sempre
esse homem influente, poder-se-a administrar-Ihe a droga ou 0 trata-
mento adequado para conseguir sua total eliminac;:ao, internando-o
como demente em urn hospfcio ou impulsionando-o ao suicfdio.
Colocado junto as pessoas influentes de urn paiS, 0 agente psico-
po/ftico tambem pode chegar a modificar a polltica, em outros ter-
renos, para beneflcio de nossa causa.
o capitalista nao sabe 0 que e a guerra. Creque e 0 ataque vio-
lento por me io de soldados e artefatos bel icos. Nao sabe que a guerra
mais eficaz, ainda que mais extensa, e a que se trava com pao ou, em
nosso caso, com DROGAS e com nossos sabios metodos. 0 capitalis-
ta nunca soube travar uma guerra verdadeira. 0 psicopolltico nao
tera muito trabalho para ganhar esta guerra em que esta empenhado.

27
o HOMEM COMO ORGANISMO ECONOMICO

o homem esta sujeito a determinados desejos e necessidades tao


naturais para 0 seu bem-estar, como 0 sao para qualquer outro
animal. Sem duvida, 0 homem tern a peculiaridade de exagerar
algumas dessas necessidades para alem do razoavel. Isso se evidencia
no crescimento das classes poderosas, os grupos pseudo-intelectuais, a
"pequena burguesia", 0 capitalismo e outros ma les.
Com razao tem-se dito que uma decima parte da vida do homem
esta absorvida pela pol (tica e as nove partes restantes pela economica.
Sem alimento, 0 homem perece; sem vestimenta, congela-se, sem ca-
sa, nem armas, fica amerce das feras. A aquisicao de bens sufici~ntes
para responder a essa necessidade de alirnentos, indumentarias e abri-
go e direito natural e razoavel de todo membro de um Estado civiliza-
do. 0 excesso de bens produz inquietude e perturbacoes. A supera-
bundancia de artigos de luxo, como sucede nos parses capitalistas,
tem 0 inconveniente de acentuar as caracterlsticas menos lisonjeiras
do Homem.
o indivlduo e um organismo economico, visto que requer uma
determinada quantidade de alimento e agua e deve manter em seu
interior uma certa quantidade de calor, para poder sobreviver. Quan-
do tem mais comida do que a que necessita, mais roupa do que a
indispensavel para proteger-se, entrega-se a uma certa ociosidade,
que entorpece sua inteligencia e sua · perspicacia e 0 exp5e a riscos
que, se nao estivesse nesse estado, poderia prever e evitar. Desse
modo, a fartura representa uma ameaca para 0 indiv(duo.
Sucede algo analogo com 0 grupo. Quando 0 grupo tem derna-
siados bens, a perspicacia de seus componentes se reduz em igual
medida e anula-se a eficacia geral do conjunto.
Manter um equiHbrio entre a fartura e a necessidade e incum-
bencia da economia propriamente dita e deve ser preocupacao do
Estado comunista.

28
o desejo e a necessidade sao estados de animo. Os indivrduos
podem ser educados para desejar mais do que Ihes seja possrvel
obter e, nesse caso, sentem-se infelizes. Grande parte da ambi<;:ao
dos capitalistas deriva-se de sua avareza. 0 capitalista explora 0 tra-
balhador muito mais do que 0 exigem suas proprias necessidades co-
mo capitalista.
Numa na<;:ao em que nao ha controle sobre seu equillbrio econo-
mico, 0 apetite do indivlduo e estimulado indevidamente mediante
incita<;:oes fantasiosas e sedutoras, do que resulta urn tipo de loucura,
pela qual cada indivlduo quer possuir mais do que necessita, e conse-
gui -Io as expensas deseus semelhantes.
Uma priva<;:ao interna demasiado prolongada pode provocar dese-
jos doentios que, se nao sao dominados, induzem por Sl so a acumu-
lar mais do que 0 necessario. A propria pobreza, tal como e cultivada
cuidadosamente nos parses capitalistas, pode gerar uma ambi<;:ao
desordenada. Assim como 0 vazio absorve as massas, assim tambem,
num pais em que se permite que as massas se vejam oprimidas por
urna priva<;:ao for<;:ada e em que 0 desejo e estimulado artificialmente,
a necessidade cliegara a ser cobi<;:a; nesse tipo de pa fses, e facil com-
provar que se explora a muitos em beneffcios de uns poucos.
Se, per rneio de tecnicas psicopol(ticas, se conseguisse frear essa
cobi<;:a excessiva, nos poucos que a pO$suem, 0 trabalhador estaria
livre para buscar urn equillbrio mais natural.
Temos aqui dois extremos. Tanto urn como outro sao uma lou-
cura . Se queremos desequilibrar um indivfdio, nao temos mais que
sacia-Io ou priva-Io por urn perfodo superior aos limites razoaveis, e
teremos provocado urn transtorno mental. Urn exemplo simples disso
e a alternancia de pressoes demasiado baixas e demasiado altas em
uma camara, excelente procedimento psicopolltico. As pressoes rapi -
damente alternadas provocam urn caos no qual 0 indivfduo nao pode
atuar e no qual outros for<;:osamente assumirao 0 controle.
Essencialmente, em um pars faz-se necessario eliminar os cobi<;:o-
sos, por qualquer meio que seja, e entao criar e manter um estado de
semipriva<;:8o nas rnassas, com 0 fim de assumir 0 poder e controlar
por completo_essa na<;:8o.

29
OBJETIVOS ESTATAIS PARA 0 INOIVfouO -
E AS MASSAS

Assim como vimos que um indiv(duo adoece quando cada urn de


seus orgaos deixa de funcionar para 0 conjunto, assim tambem com-
provamos que 0 Estado adoece quando os indivrduos nao obedecem
a normas rigorosamente codificadas e compulsivas.
Houve pessoas que, em epocas menos ilustradas, induziram 0
Homem a crer que os objetivos sao os que cada urn se fixa e persegue
por conta propria, e que, em realidade, 0 impulso total do homem de
fazer coisas superiores provinha da Liberdade. Devemos recordar que
esses mesmos, que professaram tal filosofia, foram tambem agueles
que mantiveram 0 Homem no mito da existencia espiritual.
Todo objetivo provem do rigor. A vida e urna contrriua fuga. Sem
compulsao e sem amea!;:as nao pode haver desejo de escapar da dor.
Sem a amea!;:a de castigo nao pode haver proveito. Sem controle rigo-
roso e firme nao se podem cumprir os objetivos do Estado.
Os objetivos estatais devem ser formulados pelo Estado para
obter a obediencia e coopera!;:ao de cada membro do Estado. Um
Estado sem objetivos assim estabelecidos e um Estado enfermo. Um
Estado sem 0 poder nem 0 desejo de fazer cumprir seus objetivos e
urn Estado enfermo.
Quando 0 Estado comunista distribui uma ordem e nao e obede-
cido, a consequencia e uma enfermidade. Quando a . obediencia
falha, as rnassas sofrem.
Os objetivos do Estado dependem da lealdade e obediencia para
sua realiza~o. Pretender . interpretar os objetivos do Estado e de-
monstra~o de teimosia, de cobi!;:a, de pregui!;:a, ou de individualismo
feroz e iniciativa ego (sta. Comprovar-se-a que os fins do Estado fo-
ram obstru rdos por algurna pessoa cuja deslealdade e desobediencia
sao resultados diretos de seu desajustamento social.

30
Nem sempre e imprescind(vel eliminar tal indivfduo. E posslvel
destruir suas tendencias opostas aos objetivos e ao beneffcio do
grupo. Os metodos da Psicopol (tica estendem-se desde a eliminac;:ao
do pr6prio- indivfduo ate a mera erradicac;:ao das tendencias que mo-
tivam sua falta de cooperac;:ao.
Nao basta que 0 Estado tenha seus objetivos. 0 cumprimento dos
mesrnos depende da lealdade e obediencia dos indiv(duos. Os que
estao submetidos a trabalhos forc;:ados tem pouco tempo para dedicar
a especulac;:5es ociosas, 0 que e muito conveniente, mas por cima
destes, desgrac;:adamente, tem de haver capatazes de diversas classes,
qualquer dos quais poderia gozar de tempo livre e carecer de ativi-
dade ffsica suficiente, 0 que influiria negativamente em sua conduta.
A Psicopolltica sana 0 inconveniente, quando essa tendencia
excede os limites da persuasao normal exercida pelas autoridades as
quais esta subordinado 0 indiv(duo em questao.

31
AN ALiSE DA lEAlDADE

Se a lealdade e urn fator tao decisive na organizac;:ao economico-


social, e necessario dedicar-Ihe urn pouco mais de atenc;:ao.
No terreno da Psicopol (tica, a lealda.de nao significa nada rna is
que disciplina, com respeito aos objetivos do Estado comunista.
A deslealdade implica em inctisciplina total e, com mais amplitude,
indisciplina com respeito aos objetivos do Estado comunista.
Quando pensamos que os objetivos do Estado comunista se
propoem ao maior beneHcio posslvel para as massas, vemos que a
deslealdade, enquanto visar a implantac;:ao do comunismo, significa
disciplina democratica. A lealdade para pessoas que carecem de
doutrinamento comunista seria pura e simplesmente indisciplina.
o remedio para prevenir a deslealdade esta compreendido nos
prindpios da disciplina. Em caso de deslealdade, tudo 0 de que se
necessita e disciplinar os propositos do indivlduo com respeito
aos objetivos do comunismo e ver-se-a que uma serie de circunstan-
cias desagradaveis desaparecem.
o corac;:ao ou os rins em rebeliao contra 0 restodo organismo sao
desleais a todo 0 corpo em conjunto. Para cura-Ios, so se necessita
faze-los voltar ao seu funcionamento harmonioso, dentro do organ is-
mo total.
Os metod os psicopol (ticos demonstram claramente essa possibi-
Iidade. 0 eletro-choque moderado produz a recuperac;:ao de qualquer
orgao rebelde. 0 choque e a ameac;:a de tratamento cirurgico, em ge-
ral, produzem 0 reordenamento de urn orgao rebelde, melhor que a
propria cirurgia. 0 bombardeio de raios X vale rna is que 0 valor
terapeutico desses mesmos raios para conseguir que 0 orgao desorde-
nado volte a funcionar de acordo com 0 resto do organismo.

32
Ainda que 0 eletro-choque nao tenha maior eficacia terapeutica
como remedio para curar urn enfermo mental , e inegavel que 0 seu
valor punitivo produzira no paciente uma atitude ma is submissa .
Nao existem estat(sticas. que indiquem que a cirurgia do cerebro
tenha outro valor que eliminar a personalidade individual, quando
esta obstrui 0 bom funcionamento dos orgaos. Essas duas descobertas
n,issas nunca pretencferam mod ificar a condi~ao de lucidez mental:
so sao eficazes e viaveis para introduzir um mecanismo punitivo ade-
quado na personalidade e faze-Ia desistir de suas tendencias ego fstas
com respeito ao organismo. Sao uteis para submeter a personalidade
recalcitrante, quando se opoe ao cumprimento dos objetivos estatais.
Ocasionalrnente, comprova-se que a anula~ao da perso~alidade rebel -
de, por meio de choque e cirurgia, permite, de novo, 0 funcionamen -
to ordenado dos orgaos que haviam reagido contra essa personal ida-
de. A utiliza~ao de eletro-choque e cirurgia cerebral, na Psicopol (tica,
demonstra com clareza que um Estado sao se compoe de organismos
e n·a o de personalidades.
o prirneiro passo para transformar a lealdade consiste na elimina-
.;:ao das lealdades pre-dominantes. Isso pode conseguir-se de duas ma-
neiras:
19) demonstrando que as lealdades anteriores tem ocasionado
males flsicos, comO encarceramento, violencias, priva.;:5es;
2~) erradicando a propria personalidade.

A prime ira, consegue-se mediante uma doutrina.;:ao firme e persis-


tente do indivlduo, no sentido de que suas convic~oes anteriores
tinham urna origem indigna. Uma das primeiras medidas para isso e
criar circunstancias que derivem, em aparencia, do motivo de suas
convic.;:oes; a fim de desequilibrar 0 indivlduo. Parte do metoda e
criar urn certo estado de animo no indivlduo, submetendo-o a vio-
lencia e logo proporcionando-Ihe provas falsas, para demonstrar que
o objeto de sua lealdade primitiva e, de per si, a causa de tal violen-
cia. Outra parte do mesmo metoda consiste em difamar ou degradar
o indivlduo visado ate 0 ponto em que 0 proprio objeto de sua leal-
dade, ou seja, seus superiores ou seu governo, 0 considerem indigno,
reneguem-no e contribuam para convence-Io de que suas convic.;:oes
. eram erroneas. Estes sao metodos moderados, mas que tem eficacia.

33

)
o grande incolweniente e que requerem esfor~o e tempo para fabri-
car as provas fatsas e distraem a atividade do agente psicopolltico.
Em mome~tos de apuro, 0 que e bastante comum, a pr6pria
personalidade pode ser transformada mediante 0 choque, a cirurgia,
o rigor e a priva~ao, e, em particular, por rneio da melhor das tecni-
cas psicopoHtitas: a persuasao, mediante 0 neo-hipnotismo. Este
metoda tem dais tempos: primeiro, adestrui~ao das lealdades primi-
tivas, e segundo, a implanta~o de lealdades novas. Um agente psico-
politico eficaz ~ ~ avisado, que trabalhe em 6timas condi~oes, pode
moctificar, mediante as tecnicas psicopollticas, a lealdade de um
indivrduo, com.; tal habilidade que nem sequer seus pr6prios compa-
nheiros suspeitC!rao da troca. Esse metodo, sem duvida, requer muito
. mais sutileza do que podem fornecer as circunstancias. 0 NEO-
HIPNOTISMO . MASSIVO pode obter, mais ou menos, os mesmos
resultados, quando aplicado por um agente psicopol (tico de grande
experil~ncia. 0 qbjetivo final de uma opera~ao desse tipo seria alterar
as lealdades de': urna na~o inteira, em pouco tempo, por meio do
neo-hipnotismQ; coisa que efetivamente Se Tem Conseguido nas
Regioes Menos (lteis da Russia.
Esta bem ·dernonstrado que a lealdade carece, por completo,
deste mrstico , componente denominado "qualidade espiritual".
A lealdade e uma questao total de dependencia economica e men-
tal, que pode ser alterada mediante persuasao violenta.Experiencias
".
com trabalhadores e camponeses demonstram que entregam tao fa-
cilrnente sua lealdade a um capataz como a uma mulher, e que, com
a mesma facilidade, trocam de objeto, depositando-a em outro indi-
vrduQ, retirando-a daquele a quem a prestavam antes. Isso se com-
prova, com multo rna is frequencia, entre as massas dos pa (ses capi-
"
talistas - que sofreram urna inseguran~a infamante - do que em um
pars adiantado .£omo a ·Russia. Nos Estados capitalistas, a sujei~ao e
tao abjeta, a ne:cessidade e a miseria sao tao extremadas, que a leal-
dade carece d~ fundamento etico e subsiste s6 com um carater de
sujei~ao, rigor e necessidade.

t: uma sorte que 0 comunismo se aproxime tanto do estado


mental ideal; pCsrque isso facilita, de certo modo, qualquer modifica-
~ao das lealdafiles, dado que todas as demais filosofias, que hoje

.:;,
34
prevalecem e se professam no mundo, sao algo degradante evil,
comparadas com 0 comunismo. Portanto, 0 agente psicopoiftico
trabalha com uma certa seguran~, porque sabe que pode substi-
tuir a lealdade de urn indivlduo por algo mais idealista, mediante
a razao somente, e a urgencia e 0 unico motivo que nos obriga a
recorrer aos distintos aspectos da tecnica psicopol ftica. Qualquer
indivlduo contrario a doutrina comunista tem, por for~, · que ser
considerado como pouco ajuizado e, por isso, esta plenamente
justificada a utiliza~ao dos metodos de tratamento mental para os
nao comunistas.
Com 0 firn de alterar a lealdade, e necessario estabelecer, pri-
meiro, qual e a lealdade predominante no indivfduo. A tarefa e facili-
tada pelo fato de que as na~5es capitalistas e fascistas nao pod em
contar muito com a lealdade de seus habitantes. E pode suceder que
as lealdades destes ja sejam demasiado debeis para demandar esfor~o
em erradica-Ias. Geralmente, apenas e necessario persuadir, mediante
a logica racional e esmagadora do comunismo, para conseguir que a
pessoa entregue sua lealdade aoEstado russo. Sem duvida, segundo
a importancia do indivlduo em questao, se fracassar a persuasao por
meio da propaganda comunista, deve-se recorrer, sem perda de tem-
. po, a violencia, ao eletro-choque ou a cirurgia cerebral. No caso de
se tratar de uma pessoa muito importante, sera necessario utilizar as
tecnicas mais delicadas da Psicopoiftica, para que nem a pessoa em
questao, nem os seus parentes e amigos se .dem conta da manobra.
Em tais casos, emprega-se a simples persuasao com 0 maximo rigor.
Em uma opera~ao semelhante, convem utilizar um agente psicopol f-
tico de muita experiencia, dado que urn passo em falso poderia dei-
xar a descoberto todo 0 processo. Se existem duvidas acerca do born
resultado da opera~o, e muito mais aconselhavel eleger, como alvo
do ataque psicopol (tico, pessoas chegadas ao indiv(duo em questao
e a ele ligadas por v(nculos afetivos. Os melhores objetivos podem s~r
a esposa e os filhos, sobre os quais se po de atuar sem reservas. Para
assegurar a lealdade de um personagem de muita influencia, pode
colocar-se-Ihe ao lado alguem que cuide do aspecto sexual ou familiar
em nome do comunismo. Talvez nao seja necessario comunicar a
esposa e os filhos, mas isso nao deixaria de significar uma vantagem,
se bem que na maioria dos casos nao seja poss(vel. Nestas epocas

35
modernas e dentro do domrnio. da realidade psicopol(tica, e surna-
mente simples provocar, mediante a utiliza¢ao de diversas drogas,
um estado de neurose aguda ou de demencia na esposa ou nos filhos
de algum personagem, 0 que por sua vez fara com que esses paden-
tes, com pleno consentimento do personagem citado e de seu gover-
no ou do organismo de que fa~am parte, passem as maos do especia-
lista psicopol(tico; este ultimo, em seu laborat6rio, com ampla liber-
dade, sem temor de investiga~oes ou de censuras, por meio do
ELETRO-CHOQUE, da neuro-cirurgia, do ATAQUE SEXUAL, do
hipnotismo, das drogas e outros recursos, podera . dedicar-se e per-
verter e alienar a personalidade desses pacientes e converte-Ios em
escravos psicopol (ticos, que, obedecendo ordens ou sugestoes, come-
terao ACOES ·INDIGNAS, desacreditanto desse modo 0 membro
importante de sua famrliaou obrigando-o, nos casos mais graves, a
adotar certas rnedidas que, por certa, Ihe serao ditadas pelo agente
psicopol (tico.
Em geral, quando 0 partido nao tem interesse pelas atividades ou
decisoes do personagem importante, sendo que so mente deseja impe- .
di-Io de atuar, 0 agente psicopol(tico nao tem por que se esfor~r e
e suficiente que se ponha 0 personagem em maos de algum psiquiatra
com forma~o psicopol(tica, 0 qual consegiJira neutralizar sua
influencia.
. Quando a lealdade de um indiv(duo nao pode ser alterada e quan-
do a opiniao, a influencia ou 'a eficacia de tal indiv(duo seja um impe-
dimento para os objetivos comunistas, nesse caso convem provocar-
Ihe uma neuroSe moderada, por qualquer rneio, e, em. seguida, fabri-
cando-Ihe antecedentes de desequil(brio mental, leva-Io ao suic(dio.
Os agentes psicopoHticos tem muita pratica neste tipo de a~o, rea-
lizada milhares de vezes, dentro e fora da Russia.
Um princ(pio fundamental da PsicopoHtica exige que a pessoa-
objeto seja, diante de todos, acusada, direta ou indiretamente, de
demencia e que depois caia em poder dos agentes psicopol (ticos ou
seus colaboradores, tudo isso em meio do maximo sensacionalismo .
e publicidade. A reputa~ao de sanidade de tal pessoa deve ser posta
em duvida, fazendo com queela ou os membros de sua fam rlia se
vejam implicados em atos irracionais. Esse tipo de atividade pode

36
denominar-se destrui~o parcial da lealdade e,quando levada a suas
ultimas instancias, facilita a implanta~o de convicCfOes distintas.
Provocando a loucura ou 0 ,s uiddio da esposa de algum personagem
importante, tem-se cons~uido preparar 0 terreno para uma mudanCfa
de atitude. E dar, com a ajuda do agente psicopolltico, e tacil chegar
a induzir uma lealdade mais adequada e benMica.
Dutra das razoes pelas quais a Psicopol (tica se ocupa da insania
e que tal estado edepreciativo, desonroso e desqualifica pUblicamen-
teo Dessa maneira, urn agente psicopol (tico situado perto de urn insa-
no pode refutar ou desqualificar qualquer acusa~o do mesmo, ale-
gando que toda sua familia sofre do mesmo desequil(bria mental.
Isso tern muita eficacia noS palses capitalistas, nos quais tanto se
teme a loucura, que nada os animaria a dar credito as acusaCfoes feitas
por urn demente. A propaganda psicopOlltica se ocupa e deve ocupar-
se constantemente em criar e intensifiear 0 halo de misterio em torno
da demencia, e deve acentuar qUaD tremendo e irremediavel e esse
mal, com 0 fim de justificar a falta de tratamento terapeutico no caso
dos dementes. Nos palses capitalistas, em particular, urn demente
carece de direitos perante a lei. Nenhum demente pode possuir bens.
Nenhum demente pode prestar testemunho. Isso nos oferece uma
perspectiva excelente para conseguirmos nossos objetivos.
Quando, publicamente, se lanCfam duvidas sob,re 0 jurzo sao de
uma pessoa em particular, e posslvel anulare desacreditar os fins e
as atividades de tal pessoa. Demonstrando a demencia de urn grupo
ou de urn governo, pode-se conseguir que 0 publico Ihes retire a
confianCfa. Ao magnificar a reaCfao geral contra a demencia; ao manter
permanentemente 0 tema da insania na atenCfao do publico, e utili-
zando depois essa reaCfaO popular contra os dirigentes da naCfao, e
poss(vel anular a a~o de qualquer movimento ou de qualquer gover-
no.
Uma das missoes pr'imeiras e fundamentais do psicopol (tico e
conseguir que 0 anticomunismo e a demencia cheguem a ser conside-
radas equivalentes. Deve-se conseguir que as pessoas terrninem por
crer que Ita paran6ia e uma forma de alienaCfao mental, na qual toda
pessoa se cre perseguida por comunistas". Assim, conseguir-se-a
anular e elimi nar a aCfao dos anticomunistas.

37
Em lugar de condenar a·morte os dirigentes pol(ticos, seria me-
Ihor for~-Ios a urn suiC(dio sob circunstancias que justifiquem seu
desaparecimento. Dessa maneira, poderemos eliminar todos os oposi-
tores do comunismo, deixar indefesas as multid5es que nos resistem e
provocar uma situat;ao de caos e anarquia, naqual nos sera facil im-
por as claras e temlveis doutrinas ccmunistas.
A habilidade do ataque psicopol(tico, nesta materia, vern muito
ao caso para evitar as suspeitas dos leigos e dos funcionarios estupi-
dos, ja que atuaremos com todo 0 respaldo da autoridade; e ao fazer
notar que os metodos psicoterapicos sao demasiado complexos para
a compreensao do povo, realizaremos uma revolut;ao total, que nao
despertara as suspeitas do povo, ate que seja urn fato consumado.
A alienat;ao mental e a rebeliao maxima, e pode ser a melhor
arma para eliminar velhas lealdades. Portanto, e de suma importancia
que os agentes psicopol (ticos se infiltrem na profissao medica do pa (s
assinalado como objetivo de uma conquista, e, dentro desse a.mbien-
te, exert;am uma pressao permanente contra 0 povo e 0 governo, ate
que a conquista seja urn fato. Eis a(, a essencia e a razao de serda
pr6pria Psicopol (tica.
Ao modificar as lealdades, temos que controlar os valores que as
sustentam. 0 animal homem e, antes de tudo, leal consigo mesmo.
Isso e suscet(vel de destruir, demonstrando-Ihe seus pr6prios erros,
demonstrando-Ihe que nao tern mem6ria; que nao pode racio.cinar
nem confiar em si mesmo. Em segundo lugar, 0 homem e fiel a seu
grupo familiar, a seus pais e irmaos. Isso pode destruir-se, criando-Ihe
urn grupo familiar que nao depend a dele para 0 sustento, rebaixando
o VALOR DO MATRIMONiO, · facilitando 0 div6rcio e, na medida
do poss(vel, pondo a cri~mt;a e a educat;ao dos filhos nas maos do
Estado. Em terceiro lugar, 0 homem e leal para com seus amigos e
para 0 lugar em que vive. Isso se destr6i, minando sua ·confiant;ci com
presumidas denuncias de seus vizinhos au autoridades de sua cidade.
o homem e, tambem leal para com 0 Estado e, para os prop6sitosco-
munistas, essa e a ON leA LEALDADE toleravel, uma ve.zque 0
Estado se fat;a comunista. Ate la deve destruir-se, por todos os
meios, a lealdade da JUVENTUDE para com 0 Estado, de forma
que nao se sinta obrigada para com ele, e de sua adesao aos movimen-

38
../
,-

tos de inspiral;:ao comunista, mediante promessas de urn futuro me-


Ihor sob 0 comunismo.
Obstruindo 0 FAcl L RECURSO A JUSTICA, fazendo propa-
ganda permanente contra 0 lugar, criando uma continua delinquencia
juvenil, obrigando 0 Estado a estabelecer leis que suscitem 0 desagra-
do na juventude, provocar-se-a 0 caos que favorece 0 comunismo.
Sob a suave aparencia deprestar' ajuda ao menor, estabelecer-
-se-ao leis rigorosas de trabalho para 0 menor, 0 que dificultara seus
direitos nasociedade. Ao dificultar-Ihe 0 ganho do sustento, ao obri-
ga-Io a depender de seus pais contra a sua vontade e assegurar-se, por
outras vias, a estreiteza economica dos pais, 0 adolescente se vera
impulsionado a rebeliao. Dai a delinquencia nao ha mais que urn pas-
so.
Pondo a seu alcance diversas classes de drogas e bebidas alcooli-
cas, elogiando sua rebeldia, excitando-os com literatura erotica e com
as pnit icas que se ensinam efetivamente na Escola de Psicopol (tica, 0
agente psicopol (tico pode criar as condic;oes necessarias de caos,
indolencia e envelhecimento, para logo seduzir os adolescentes com
a isca da liberdade total, quelhes oferecera 0 comunismo.
Tratar-se-a de conseguir a amplial;:ao do per(odo do servil;:o mili-
tar, ah~m do razoavel, mediante a provocac;:ao de guerras impopulares
e outros meios que obstem a carreira dosjovens, eliminando todas as
oportunidades de sua participal;:ao imediata na vida civil do pais.
Com esse recurso, o· patriotismo dos jovens pode ser minorado,
ao ponto de que ja nao sejam perigosos como soldados. Se bern que
tudo isso requeira decadas para conseguir-se, os curtos horizontes do
capitalismo nunca Ihe permitirao imaginar os prazos com que traba-
Ihamos.
Se se conseguir eliminar, efetivamente, o .orgulho eo patriotismo
nacional de uma so geral;:ao, esse pars estara ganho. Portanto, temos
que continuar com nossa propaganda, tendente a minar a lealdade do
cidadao em geral e do adolescente em particular.
o papel que toca, a este respeito, ao psicopol (tico e de suma im-
portancia. Em seu carater de autoridade em questoes mentais, 0
agente pode aconselhar toda a classe de medidas destrutivas. De sua

39
privilegiada posi~ao, pode assessorar, em todo 0 paiS, a educacao dos
meninos, de modo que estes, livres de seus caprichos~ privados de
jogar, possam atuar sem travas, nem responsabilidades para com seu
pars e nem para consigo mesmos.
Quando se trata de dirigentesde grupos juvenis, 0 agente psicopo-
Iitico tern muitas maneiras de aproveitar ou desacreditar sua influen-
cia. Para aproveita-Ia, tem-se que desviar cuidadosamente a personali-
dade do mo~o ou da jovem em questao, por vias criminosas, e conse-
guir seu controle por meio de extorsao e outros recursos. Quando tal
lideran~a naofor suscetlvel de utiliza~ao, quando resistir a nossos
esfor~os e existir a possibilidade de que se torne perigosa para a nossa
causa, nao se devem economizar esfor~os para chamar a aten~ao das
autoridades sobre 0 dirigente em questao e hostiliza-Io de uma ou
outra maneira, ate que se consiga po-Io em poder dos organismos
competentes. Quando isso for conseguido, e de supor-se que 0
agente psicopoiltico, em seu caniter de assessor de juventudes e
amparado pela autoridade da lei, podeni destruir 0 equil (brio·mental
do dirigente. ~ aconselhavel utilizar qualquer desses dois metodos
nos casos de intelectuais, de esportistas e de dirigentes de grupos
juvenis.
A questao de influir nas decis5es dos tribunais de menores e uma
das tarefas mais simples para 0 agente psicopoiltico. Em qualquer
pars capitalista, abundam tanto as injusti~as,que uma injusti~a a
mais passa despercebida. Nos tribuna is de menores .sempre ha pessoas
com tendencias desviadas, sejam ju(zes ou policiais masculinos ou I

femininos; se nao houver, deve-se providenciar para que haja. Pondo


os jovens e crian~as ao alcance desse tipo de, pessoas protegidas pela
"seguran~a" do carcere QU do alojamento para detidos, e obtendo-se
disso fotografias ou testemunhos incriminat6rios, e facil for~ar tais
pessoas a obedecerem nossas indica~5es e porem-se a nosso servi~o.
Os casos de delinquencia juvenil que comparecem ante os tribu-
nais de menores devem ser apresentados como "problemas mentais",
em vez de casos criminais. Os ju(zes, auditores e autoridades poli-
ciais que riao concordem com a existencia de tais "problemas nien-
tais" devem ser considerados incapazes, por nao possu (rem 0 conhe-
cimento cientlfico necessario, e, por isto, afastados. Isso ocasionara

40
vagas nos tribuna is, nas auditorias e na policia, as quais poderao ser
ocupadas por agentes psicopol (ticos, que se converteraQ, assim, em
jUlzes do pais, pela influencia exercida, e terao em suas maos 0 cen-
trole total dos delinquentes, cuja colaborac;:ao e necessaria para levar
a cabo qualquer revoluc;:ao.
Ao par em relevo sua autoridade em materia de problemas de
delinquencia juvenil e de adLiltos, os agentes psicopol Iticos chegarao
a ser tao necessarios, que ate as FOR<;AS ARMADAS requererao
seus servic;:os, na qualidade de "especialistas mentais", e, quando
isso ocorrer, toda a defesa armada da nac;:ao estara em suas maos.
Com ci simples expediente de colocar-se um agente psicopolltico
junto a cada tecnico ou depositario de segredos militares, 0 pais,
em caso de revoluc;:ao - como ocorreu na Alemanha em 1918 e 1919
- se encontrara paralisado por seu proprio Exercito e sua propria
Marinha, que estarao completamente em poder dos comunistas.
Portanto, vemos que 0 tema da lealdade e da obedief)cia e, em
reaUdade, a questao da conquista pacifica do inimigo.

41
A OBEDIENCIA

A obediencia e 0 resultado da violencia.


~

Quando estudamos a hist6ria da humanidade, comprovamos


que a opediencia aos novos governantes tem side conseguida me -
diante 0 dese'1volvimento de uma fon;:a superior a do governante
anterior. Uma : populac;:ao submetida e conquistada pela guerra
obedece ao cO[:1quistador, e 0 faz porque 0 conquistador evidencia
mais forc;:a.
Concomitanternente, a forc;:a e a violencia brutal, utilizadas
sem rnedida, servem para implantar a obediencia. A forc;:a. bruta,
quando atua durante certo tempo sobreum indiv(duo, consegue
submete-Io a qualquer princlpio ou autoridade.
A forc;:a e ~ <ant(tese da ac;:ao humanizadora. Para a mente huma -
na, significa 0 lyIesmo que a selvageria, a injustic;:a, a brutalidade e a
barbarie, ate 0 : ponto em que, sO com 0 evidenciar de uma atitude
desumana com certos grupos, consegue-se que obedec;:am.
Qualque~ organismo que tenha valor e decis~o para empregar a
forc;:a desumana, a selvageria e a brutalidade, sera obedecido. Uma
utilizac;:ao seme!hante de forc;:a e, de per si, um elemento de grandeza.
Exemplo disto 0 temos nada menos que em nossos grandes dirigentes
comunistas, os 'quais, em momentos cr(ticos da tirania czarista sobre ,
um povo esc~avizado, tiveram 0 valor de nao sentir escrupulos e con-
seguiram, assim, que se estabelecesse 0 governo comunista no Estad.o
russo.
Se se quer ~conseguir obediencia, nao se deve transigir por com-
paixao. Se se quer obter obediencia, nao se deve demonstrar miseri-
c6rdia. 0 homem e um animal que, em ultima instancia, entende s6
o que entende um animal.
Vejamos urpexemplo: um homem se neg a a obedecer e, por isso,
e castigadofisicamente. Depois de mais golpes, sua desobediencia e

42
menos ostensiva, e, a cada novo golpe, sua resistencia diminui mais.
Ao golpea-Io novamente, varias vezes, consegue-se, por fim, sua obe-
diencia pura e simples a pessoa que 0 golpeou. Isso e um fato com-
provado. Esta comprovado, porque e 0 fator principal utilizado pelo
Anirnal-Hornem, desde suas primeiras epocas. Eo unico princlPio de
eficacia demonstrada, 0 unico com 0 qual se obtem uma persuasao
ampla e permanente. Temos que aproveitar esta certeza: de que um
homem, quando alguem 0 golpeia uma e outra vez, muitas vezes,
terminara por crer hipnoticamente em tudo 0 que 0 causador dos
golpes Ihe diga.
A estupidez do mundo ocidental fica plena mente demonstrada
pelo fato de acreditar que no hipnotismo ha algo que concerne a
mente, a aten9ao e ao desejo do inconsciente. 1550 NAO E VER-
DADE . 0 hipnotismo s6 pode ter verdadeira eficacia, quando a
pessoa for golpeada e castigada duramente. Os especialistas ociden-
.tais afirmam que s6 vinte por cento das pessoas sao suscetlveis a
hipnose. Essa afirma9ao e TOTALMENTE FALSA. Se se Ihe ad-
ministra 0 castigo adequado, qualquer pessoa, em qualquer momento
e lugar, e suscetlvel ao hipnotismo . Em outras palavras, 0 hipnotis-
mo, quando se Ihe soma a for9a, tem uma eficacia invariavel. Quando
a inconsciencia nao puder ser induzida mediante a simples concentra-
9ao do hipnotizador, pode ind,uzlr-se por meio de drogas, do eletro-
choque ou de qualquer outro meio. E quando nao se consegue obter
a inconsciencia para implantar eficazmente uma convic9ao por meio
do hipnotismo, faz mister. amputar as se90es ativas do cerebro huma-
no, para deixa-Io inutil e inofensivo. De modo, pois, que 0 hipnotis-
mo e sumamente eficaz.
o objetivo do hipnotismo e implantar uma convic9ao. Em que
pode crer a pessoa? Pode crer em qualquer coisa que se Ihe ordene
com a necessaria brutalidade e for~. A obediencia da massa depende
do que se Ihe fa9a crer.
Isso e um fato conhecido pelas religioes desprezlveis, como 0
cristianismo. Este sabia que, se conseguisse Implantar uma cren9a
determinada nas massas, poderia escraviza-Ias com as fantasias cristas
de humanidade e miseric6rdia e deixa-Ias desarmadas . Mas nao e
necessario contar com esse ate de fe, para conseguir criar uma convic-

43
~ao. Basta demonstrar a necessaria for~a, brutalidade, selvageria e .
violencia, que criem uma convic~ao implfcita e imponham obedien-
cia. Como 0 comunismo e questao de convic~ao, seu estudo e 0 estu-
do da for~a.
Os primeiros psiquiatras russos, pioneiros deste ramo da Medici-
na, compreenderam muito bem que a hipnose se induz mediante 0
medo servil. Descobriram que tambem se poderia induzir previo
choque emocional por priva~5es extremas, em vez de castigos e dro-
gas.
Com 0 fim de criar um estado hipn6tico agudo em um indiv(duo,
um grupo ou uma na~o, deve-se ter sempre presente um elemento
de terror imposto pelos que governam. 0 psiquiatra se presta muito
para a dita fun~ao, ja que seus rigores se exercem em nome da ciencia
e sao surnamente complexos e incompreensfveis para 0 povo. 0 ter-
ror popular, inspirado · pelo psiquiatra, provocara 0 desequillbrio
mental em muitos indivfduos. As manobras dos psiquiatras, portanto,
podem dissimular-se sob 0 manto da autoridade e dar origem a uma
campanha de propaganda em torno dos diversos "tratamentos" que
se aplicam aos enfermos mentais. A campanha psicopolftica devera
sempre fazer notar que tais tratamentos sao terapeuticos e imprescin-
d (veis. As publica~5es psiquiatricas t~m de conter extensas listas de
presum fveis pacientes curados por esses meios. Mas essas "curas"
nao tem porque serem verdadeiras, na realidade. Nisto, 0 agente
psicopol (tico e seus seguidores sao as (micas autoridades que deci-
dem quem esta enfermo ou nao. Sua palavra sera a (mica norma
quanto ao valor terapeutico de tais tratamentos. Nenhum leigo se
anirnara a opinar sobre 0 estado do indiv(duo ql!e ja tenha sido
declarado insane pelo psiquiatra oficial. 0 pr6prio indiv(duo nao
estara em condi~5es de reclamar e sua fam f1ia ja estara desacreditada,
pelo fato de ter um caso de demencia em seu seio. Naotem que
haver mais autoridade na materia do que a do agente psicopolftico;
do contrario, descobrir-se-a que as violencias e rigores admi nistrados
sob pretexto de tratamento nao sao curativos.
Um agente psicopol (tico nao tem interesse em meios terapeuti-
cos, nem em curas. Quanto mais dementes houver num pars, maior
quantidade de gente havera sob seu domfnio e mais se facilitara sua

44
tarefa. Dado que 0 problema parece estar assumindo caracterfsticas
de gravidade incontrolavel, cada vez havera mais ocasioes em que sua
tarefa seja considerada urgente, 0 que justifica que recorra a trata-
mentos tals como 0 eletro-choque, a lobotomia pre-frontal, a leuco-
tomia transorbital e outras' classes de operac;:oes que, desde ha muito,
se vern efetuando nos prisioneiros pol iticos na Russia.
Para 0 interesse da operac;:ao psicopol (tica, converT\ que a possibi-
lidade de curar os dementes sejadescartada e eliminada a todo mo-
mento. Deve manter-se, a todo custo, 0 n(vel de violencia, para con-
servar a obediencia da populac;:aQ dentro dos limites necessarios. 56
dessa maneira pode-se consegui -Ia, mantendo-se, sem discussao, 0
ditame absoluto dos agentes psicopol iticos acerca da lucidez ou
loucura das personalidades publicas. Empregando a brutalidade
necessaria com os pacientes, 0 publico em geral chegara a crer em
qualquer coisa sobre essas figuras. Ale·m disso, e isso e muito mais
importante, 0 campo mental tern que ser ac;:ambarcado suficiente-
mente pelo agente p!ricopol itico, para que qualquer convlcc;:ao que
ele imponha seja acreditada hipnoticamente. 0 agente psicopol itieo,
ao controlar todas as' classes de psicologia de uma zona, pode conse-
guir a reforma completa da educac;:§o dos futuros dirigentes de urn
pais e, dessa maneira, prepara-Ios para 0 comunismo.
Para ser obedecido, deve fazer-se acreditado. 5e e acreditado
suficientemente, a obediencia, sem duvida, vira depois.
Quando se tern a sorte de conseguir fiear junto de urn persona-
gem pol itieo importante, 0 fator obediencia se torna fundamental.
Deve criar-se uma certa dose de medo ou temor na pessoa que esteja
sob tratamento, para que tal pessoa aceite, sem discussao e totalmen-
te, as ordens do agente psicopolitico e assim possa influenciar, por
sua vez, os dema is.
Criar esse estado de animo no povo e em seus dirigentes - sobre
a autoridade indiscutida do agente psicopol (tico - pode chegar-se a
conseguir com todo 0 exito. Nao e demasiado esperar que os agentes
psicopol iticos, em urn pa is como os Estados Unidos, possam chegar
a converter-se em assessores mais chegados dos personagens pol iticos,
ate 0 ponto de assessorar to do urn partido politico, em seus pianos
de governo.

45
o que importa sao os pianos de longo alcance. A convicc;ao e
engendrada por certa dose de terror e medo sobre os que governam
e isso impulsionara a obediencia.
A propaganda que melhor serve a psicopolltica e insistir, conti-
nuamente, no que as autoridades da saude mental consideram trata-
mento adequado a demencia. Esses tratamentos sempre devem incluir
uma certa dose de brutalidade. A propaganda devera acentuar, per-
manentemente, a quota crescente de demencia no pais. Todo 0 cam-
po do comportamento humane normal deve chegar a transformar-se
em comportamento anormal. Dessa maneira, qualquer urn que
incorra em alguma extravagancia, especialmente na excentricidade de
opor-se aos psicopollticos, podera ser silenciado pelas autoridades,
alegando-se que padece de desequillbrio mental. Assim, com ajuda de
circunstancias favoraveis, essa pessoa podera ir parar em maos dos
agentes psicopol (ticos, que se encarregarao de incapacita-Ia ou de
vencer sua resistencia, mediante castigos, drogas e hipnose.
Quanto a obediencia, a melhor e a obediencia automatica. As
ordens devem ser obedecidas sem que 0 sujeito as submeta a um·pro-
cesso racional. Portanto, 0 sujeito que recebe as ordens deve atuar
sem recorrer ao racioclnio, porque nao havera reac;ao consciente
em sua mente.
Para a PsicopoHtica, interessa que as pessoas pensem que urn
indiv(duo hipnotizado nunca age contra sua vontade, nem co mete
atos imorais, nem trabalha contra sua propria seguranc;a. Se bern que
isto possa ser verdade no caso do hipnotismo superficial, de salao,
nao sucede assim com as' ordens implantadas por hipnose posterior
a aplicac;ao do eletro-choque, das drogas ou do castigo violento. Na-
turalmente que os agentes psicopol (ticos tratarao de que todos igno-
rem esse fato, posta que, se chegar a saber-se que os indivlduos po-
dem cometer ac;oes atentatorias contra sua propria pessoa ou atos
irnorais quando estao sob 'a influencia de urn estado de hipnose
profunda, 0 ' proceder de muitos dos que trabalham inconsciente-
mente em favor do comunismo teria clara explicac;ao. As pessoas
que atuam sob ordens impostas em urn estado de hipnose profunda'
procedem, aparentemente, por vontade propria e de acordo com
suas convicc;oes.

46
../
Toda a questao da hipnose psicopolltica, em geral, depende, para
impor-se, de que as autoridades competentes declarem continuamen-
te que tal coisa nao e posslvel. E se alguem chega a denunciar uma
ac;ao psicopol (tica, as autoridades · competentes devem declarar, em
seguida, que se trata de urn absurdo e empregar todo 0 seu poder
para desacreditar 0 denunciante. Se se chega a descobrir alguns escri-
tos psicopollticos, e necessario quese os denuncie como uma impos-
tura, pondo-os em rid Iculo. Desse modo, as atividades psicopol Iticas
sao faceis de dissimular e defender.
Quando as atividades psicopol(ticas tiverem alcanc;ado certa
expressao, dar em diante e imposslvel desfazer sua obra, porque a
populac;ao ja estara submetida as ordens dos agentes psicopol (ticos e
seus seguidores. Esta questao da ubediencia e essencial. 0 mais im-
portante e que se consiga ocupar postos de influencia, dos quais se
assessorem os funcionarios acerca de qualquer suspeita em torno das
manobras psicopol (ticas. Portanto, deve colocar-se urn agente psico-
politico junto de cada FUNCIONARIO DO GOVERNO. Quando for
requerida sua opiniao sobre qualquer den uncia, podera ser usada sua
influencia para desbaratar qualquer intento de oposic;ao e, dessa for-
ma,o pars sera dominado pelo comunismo.
A PSICOPOU'rICA DEVE APELAR PARA 0 FANTASTICO,
PARA DESPISTAR OS LE~GOS. ESSA E SUA MELHOR DEFESA,
MAS, ANTES DE TUDO, REQUER OBEDIENCIA IMPLrCITA
POR PARTE DOS FUNCIONARIOS E DO POVO EM GERAL,
CONSEGUIDA PELA INDOLE DAS MANOBRAS PSICOPOLfTl-
CAS NO TERRENO DA SAODE MENTAL.

47
ANATOMIA
DOS REFLEXOS CONDICIONADOS NO
HOMEM

o homem e um animal de esHmulos e rea~oes. Sua capacidade de


raciodnio e, inclusive, sua etica e sua moral dependem desse mecanis-
mo de reflexos condicionados. Isto ja foi demonstrado por alguns
russos, como Pav~ov, e tais prindpios tern sido utilizados para reduzir
os recalcitrantes, educar crian~as e produzir urn comportamento
6timo em determinados setores humanos.
Ao nao ter vontade pr6pria, 0 Homem e facilmente dirigido por
seus reflexos. Basta criar urn esHmulo, na anatomia cerebral do
homem, para que tal esHmulo reaja e responda cad a vez que' o solici-
te uma ordem externa.
o funcionamento dos reflexos condicionados e de facil compre-
ensao. 0 corpo cria imagens de todos os atos que se sucedem no meio
circundante. Quando esse meio inclui a brutalidade, 0 terror e a vio-
lencia, a imagem mental que se forma contem todos esses ingnidi-
entes ambientais. Se 0 indiv(duo e maltratado no momenta em que
fixa a imagem, os maus-tratos voltarao a manifestar-se cad a vez que
a situa~ao se reproduza por ordem externa.
Como exemplo, digamos que urn indivrduo e golpeado e, enquan-
to sofre 0 castigo, recebe ordem de determinadas pessoas. 0 indivI-
duo em questao experimentara, depois disso, a mesma sensa~o de
dor, cada vez que pretenda desobedecer. A sensa~ao de dor, uma vez
implantada, agira como vigilante, porque a experiencia ensina, ao
indiv(duo, que nao pode lutar e que sera castigado se desobedecer a
determi nadas pessoas.
Os reflexos condicionados sao algo bastante complexo. Tal como
demonstra com clareza 0 hlpnotismo, existem series inteiras de
ordens que se referem a numerosas a~oes, produzidas por meio de

48
castigos corpora is, choque ou terror, e que ficarao latentes ate que
voltem a ser evocadas por certas semelhan9as com as eircunstancias
ambientais ligadas ao castigo.
Esse estlmulo denomina-se "incidente de castigo" e, para ativar 0
mecanisrno de reflexo, basta uma pequena parte do est(mulo, a qual
e sufieiente para evocar a imagem mental que provocara a dor ffsica.
Enquanto 0 indiv(duo obedecer a imagem ou cumprir as ordens im-
plantadas pelo est (mu 10, ver-se-a livre da dor.
Esse e 0 sistema com que se regula a conduta das crian9as nos
parses eivilizados. Quando 0 pai ve que nao pode obter a obediencia
e a boa conduta da crian~ de forma imediata, recor-re a violencia
. Hsica; depois de castigar fisicamente a crian9a em diversas ocasioes,
tern a satisfa9ao de comprovar que a crian~ obedece imediatamente,
quando 0 pai ordena. Como os pais sao benevolos com seus filhos,
raras vezes aplicam 0 castigo sufieiente para obter a maxima obedien-
cia. A · resisteneia do organismo humane ao castigo pode ser muito
grande, 0 reflexo de obedienda total e impl leita obtem~se 56 com
est(mulos suficientemente brutais, que ocasionem preju(zos Hsicos
ao organismo. 0 metoda dos cossacos para domar cavalos selvagens
e urn born exemplo. 0 cavalo nao se quer sujeitar, nem obedecer as
ordens do cavaleiro; 0 cavaleiro monta e, pegando uma garrafa de
vodka, aquebra entre as orelhas do animal. 0 cavalo, molhado ate
os cascos, coni os olhos cheios de alcool, confunde 0 IIquido com
sangue e, a partir deste instante, quebra-se sua resisteneia para
sempre. Os cavalos nao se domam quando 0 castigo e leve. Ha aqueles
que sentem escrupulos sentimentalistas, quando tern que "quebrar
o esp(rito", mas quando 0 que se quer e dominar 0 animal, ha de se
utilizar a brutalidade, para conseguir-se obediencia total.
Os mecanismos corporais de reflexos condieionados funeionam
de tal modo, que a dar e a ordem se subdividem para atuar reeiproca-
mente. A imagem mental do castigo nao ocorrera se 6 indiv(duo
. nao desobedecer a ordem. Em muitas obras primitivas russas, diz-se
que esse e urn mecanisme de sobrevivencia; hoje €I usado com plena
eficaeia para a sobrevivencia do comunismo.
o importante e implantar, no organismo, urn est(mulo capaz de
provocar 0 reflexo adequado. Enquanto 0 corpo obedecer ao est(-

49
mu 10, cad a .vez que este apare~a, nao sofrera as consequencias dolo-
rosas do mesmo. Mas, se chega a desobedecer aordem, ele atua para
castigar 0 indiv(duo. Assim, cria-se uma circunstancia 6tirna, princl-
pio basico da PsicopoHtica. Urn estlmulo bem arraigado subsistira
dar em diante, a rnaneira de mecanisme policial dentro do indiv(duo,
para faze-Io obedecer as ordens e indica~5es que se Ihe dem. No caso
de desobediencia, 0 refh~xo entraria em a~ao. Como as ordens sao
dadas junto com a violencia, nao e preciso repeti-Ias; se <> indiv(duo
chegar a afastar-se a grande distancia do agente psicopoHtico, con:ti-
nuara obedecendo a este, ou, do contnirio, experimentara grandes
sofrimentos e angustias. Esses prindpios, elaborados na Russia desde
as primeiras epocas de Pavlov, mediante cont(nuas experiencias,
tem chegado, por fimr a constituir um poderoso instrumento para a
nossa causa. Porque os parses menos adiantados e instru(dos da
Terra, que carecem desses metodos, quenao os compreendem e
estao anestesiados por nossos pr6prios agentes psicopol (ticos - que
negam e pretendem desconhecer tais metodos - terao que sucumbir
ante eles.
a corpo tem menos resistencia ao est(mulo quando esta fatigado
e mal alimentado. Por conseguinte, tais est(mulos devem ser utiliza-
dos quando as resistencias dos indiv(duos tenham side dominadas
pela fome e 0 cansa~o. Quando se Ihes impede de dormir por muitos
dias, ou se Ihes nega 0 alimento necessario, consegue-se um estado de
receptividade 6timo para 0 est (mulo. Sa, entao, se Ihes aplica 0 ele-
tro-choque, e, durante 0 mesmo, se Ihes ordena obedecer ou realizar
certas coisas, nao tem outro .recurso que 0 fazer, pois, do contnirio,
. .voltara a atualizar-se a imagem mental do eletro-choque. Esse rneca-
nisrno altamente cient (fico e de grande eficacia nao pod~ ser subesti-
made na tecnica psicopol (tica.
A a~ao das drogas produz, no indiv(duo, um esgotamento artifi-
cial, e se Ihe sao administrados drogas eeletro-choque e se for castiga-
do cada vez que se Ihe atribuir uma serie de ordens, 0 indiv{duo fica-
ra alterado definitivamente; essa opera~o se denomina hipnose por
drogas e dor.
a aprendiz da ciencia psicopol (tica deve estudar muito bem a
questao da hipnose e a sugestao p6s-hipn6tica. Deve prestar grande

50
atem;ao ao "mecanismo de esquecimento", vale dizer, a persuasao
da mente inconsciente. Deve observar, em especial, que quando a
uma pessoa em estado hrpn6tico e dada uma ordem e, enquanto sub-
sistir esse estado, diz-se-Ihe que esquel;a tal ordem, voltara a executa-
la quando, ao seu redor, se produzir 0 sinal adequado para 0 reflexo,
depois que tenha "safdo" do transe hipn6tico.
Ap6s haver assimilado bern estes ensinamentos, 0 agente devera
pratica-Ios com criminosos e presos, ou com pessoas que estejam ao
seu alcance, induzindo transes hipnoticos mediante drogas e implan-
tando sugestoes hipn6ticas, ao mesmo tempo que faz sentir dor a
pessoa drogada. Depois, tera que estudar as real;oes da pessoa quando
'!despertar", e produzir os sinais adequados para que atue 0 reflexo
das doses subliminares das distinta~ drogas e da vioh~ncia, traduzidas
em termos de choque eletrico QU novas doses de drogas, para provo-
car uma obediencia otima as ordens. Terc~ que estar persuadido de
que 0 homem nao conhece outro metoda melhor, de que nao ha
outro metoda posslvel, para que 0 paciente saiba 0 que eSta suceden-
do, mas se mantenha em estado de obediencia condicionada, ainda
que ignore a causa que a produz.
Ao utilizar criminosos e prisioneiros, 0 estudante de Psicopolftica
devera desde logo experimentar a violencia sem prival;oes, adminis-
trando choques eletricos, castigos flsicos e taticas de terror, acompa-
nhados dos mesmos mecanismos utilizados na hipnose, e observar 0
comportamento da pessoa quando ja nao atue 0 rigor.
o estudante de Psicopol ftica devera observar cuidadosamenteos
que dao sinais de protesto, a fim de impedir qualquer tentativa de
recordal;ao das ordens implantadas. Com 0 fim de completar sua
aprendizagem, devera · convencer-se, por si mesmo, da eficacia da
Neurocirurgia para a inutilizal;ao do prisioneiro insenslvel.
A audacia do agente psicopolrtico pode aumentar, se Ihe for
demonstrado que a acusal;ao de "insania" desacredita e anula a efica-
cia das declaral;oes de uma pessoa que der sinais de rebeldia ou de
recuperal;ao, quando se conseguir aplicar nessa pessoa o .tratamento
de hipnose com drogas e dor.
Sera conveniente, tambem, que pratique 0 metoda de provocar

51
ataques de dem€mcia a vontade, simplesmente com urn sinal as pes- ·
so as que tenham recebido 0 tratamento de hipnose com drogas e dor,
e tambem que pratique 0 modo de provocar os ataqLJes aludidos me-
diante 0 contato com certas pessoas · em certos lugares e sob certas
circunstancias.
A Neurocirurgia, tal como se tern desenvolvido na Russia, tam-
bern devera .ser praticada pelo estudante de Psicopol ftica, para infun-
dir-Ihe plena confian~a de que: 1) a opera~o e elementar; 2) da a
certeza da erradica~ao do mecanisme de reflexos; 3) provoca 0 creti-
nismo, 0 idiotismo e a falta de coordena~o do paciente; 4) haverc~
ausencia quase total de comentarios a respeito dos fracassos da
Neurocirurgia.
Outro campo de experiencia para 0 estudante de Psicopol ftica e
a ofensiva no campo sexual, para comprovar a impotencia do pacien-
te submetido ao tratamento de hipnose com drogas e dor, e recordar
essa ofens iva cad a vez que se Ihe inculquem habitos de lubrici~ade.
o sexo e, para todos os animais, urn estfmulo poderoso, e nao 0 e
menos para 0 homem. Se seconseguir provocar cantatos sexuais
entre as mulheres de uma famflia-objetivo e certoshomens determi-
nados, sob 0 controle dos agentes psicopol (ticos, isso pora nas maos
destes ultimos uma arma excelente para quebrar os la~os familiares
e acarretar 0 descredito publico sobre os objetos da mariobra psico-
pol ftica.
o homem pode ser adestrado do mesmo -modo como se adestra
urn cachorro ou urn cavalo. Mediante a hipnose com drogas e dor,
podem ser inculcados 0 masoquismo, a-lasCfvia e outras perversoes
adequadas aos fins da Psicopolltica.
As tecnicas psicopolfticas pod em facilmente conseguir a transfor-
ma~ao das convic~oes, dos afetos e lealdades, coisas que deve apren-
dero psicopolltico iniciante, antes de empreender opera~oes psico-
pollticas de grande envergadura.
A completa simplicidade da hipnose por drogas e dor, uso de
eletro-choque, das drogas, de inje~oes que produtem a loucura e
demais elementos deve ser dissimulada por completo sob uma no-
menclatura tecnica, ou sob 0 pretexto de nao prejudicar 0 paciente,

52
ou mediante uma atitude autoritaria, ao mesmo tempo em que se
empenha em ocupar postos chaves no pa(s-objetivo.
Ainda que 0 agEmte psicopol (tico que trabalhe nas universidades,
onde pode dirigir os programas da cadeira de psicologia, possa sen-
tir-se tentado Ii ensinar alguns dos princ(pios da Psicopol (tica aos
. estudantes de Psicologia mais suscetlveis, tern que ser advertido de
que deve limitar sua atividade a transmitir os princ(pios comunistas
sob apan!ncias de Psicologia e cingir-se a produzir, nos estudantes,
uma rnentalidade inclinada a adotar as ideias comunistas sob pretexto
de rnodernos princ(pios cientrficos e como guia para sua pr6pria
a~o. 0 agente psicopol (tico jamais deve inteirar por completo os
estudantes ace rca da questao dos reflexos condicionados, nem tam-
pOllco deve fazer-Ihes conhecer - exceto aos que serao seus futuros
colegas - 0 alcance exato da. P.sicopol (tica.

53
DEGRADACAO, CHOQUE E RESISTENCIA

A degradal;:ao e a conquista marcham juntas.


Para conquistar uma nal;:§o, primeiro ter-se-a que a desmoralizar,
seja mediante a~o de guerra, seja dominando-a por meio de humi-
Ihantes tratados ou entregando seu povo amerce dos exercitos ini-
migos. Sem duvida, a degrada~o pode realizar-se de forma rna is
eficaz e insidiosa mediante a difama~o permanente e organizada.
A difamal;:ao e a arma melhor e mais importante da Psicopolltica
em geral. Tem-se que levar a cabo, de maneira sistematica, uma cam-
panha de difamal;:ao das instituil;:oes, dos dirigentes, dos costumes e
dos herois nacionais; mas, em termos gerais, essa tarefa corre por
conta dos membros do Partido Comunista e nao dos agentes psicopo-
Iiticos.
o objetivo da difamal;:ao e da degradac;:ao e 0 proprio h"omem.
Ao atacar a personalidade e a moral do homem e ao provocar, por
meio da contaminal;:ao da juventude, um ambiente de degradal;:ao
geral, facilita-segrandemente 0 domrnio sobre a populal;:ao.
Existe uma curva no processo de degradal;:ao que, em sentido
descendente, chega ate um ponto no qual a resistencia do indivlduo
e quase nula e onde qualquer ac;:ao exercida sobre ele 0 submetera
a estado de choque. Desse modo, pode-se vexar, maltratar, desmo-
ralizar e degradar urn prisioneiro ate que 0 minima gesto de seus
carcereiros 0 fac;:a tremer. Assim, a menor palavra de seus inimigos
o fara obedecer, mudar de convicl;:oes e aceitar qualquer ordem.
No ultimo extrema de sua degradac;:ao, chegara ate a assassinar seus
companheiros de quartel~ As experiencias realizadas com prisioneiros
alemaes tem demonstrado que, com' apenas setenta dias de alimentos
infectos, de prival;:ao do sono e de alojamento em condil;:oes quase
intoleraveis, pode conseguir-se submeter 0 prisioneiroa urn estado de
choque abaixo do limite de sua resistencia, com 0 qual se consegue

54
faze-Io obedecer, como hipnotizado, a qualquer ordem que se Ihe
de. Dessa maneira, pode-se obter obediencia servil de milhares de
prisioneiros, sem ter que se ocupar pessoalmente de cada um, e se
consegue modificar suas cren~as e dirigir sua conduta futura, depois
de haverem side devolvidos aos seus.
Minando as resistencias de uma pessoa, de urn grupo ou de uma
na~o, por meio da desmoraliza~ao e degrada~ao constantes, e poss(-
vel induzir um estado de choque.
o primeiro que se tem de desmoralizar, em uma na~ao, e 0 pro-
prio homem. As na~oes que gozam de um alto n fvel etico sao mais
diffceis de conquistar. Nelas as convic~oes sao muito solidas, a
adesao aos dirigentes e fanatica e 0 que chamam de integridade es-
piritual nao se pode minar pela violencia. Nao convem atacar uma
na~ao nessas condi~oes. 0 propos ito basico da Psicopolftica e reduzir
o n fvel da na~ao ate um ponto em que seus habitantes possam ser
dominados e escravizados. Por isso, 0 indivfduo e 0 objetivo da
Psicopol ftica. Tem-.se que rebaixar 0 homem em sua estrutura espiri-
tual, ate degrada-Io a condi~ao puramente animal; tem-se que 0 obri-
gar a nao pensar em .si mesmo, nem em seus semelhantes como
capaies de resistencia espi-ritua I e de nobreza.
o melhor recurso para as primeiras etapas da desmoraliza~ao e
a propaganda de "carater cient (fico". Com ela, deve-se demonstrar
que 0 homem e um mecanisme carente de individualidadee que as
rea~oes individualistas sao produto de anomalias mentais. As massas
devem chegar a estar convencidas de que qualquer indivfduo que se
rebele, de qualquer maneira, contra os esfor~os e os intentos de
escraviza~ao, deve ser considerado como urn desequilibrado, cujas
excentricidades sao fruto de neurose ou de demencia, e que deve ser
posto, de imediato, sob tratamento em maos dos agentes psicopo-
Ifticos.
Urn grande passo nessa campanha serial dirigir-se as For~as Arma-
das da nacao e convence-Ias de que os desobedientes devem subme-
ter-se a uma "cura mental". A escraviza~ao da na~ao pode fracassar
se se possibilitar liberdade de a~ao a tais indivfduos rebeldes, que po-
.dem apelar aos demais cidadaos, chamando-os a reflexao e recordan-
do-os de seus deveres e de suas convi~oes tradicionais. A menos que

55
se ponham os indivlduos em questao bern guardados, entregando-os
aos agentes psicopoHticos, surgirao complicacoes que serao obstcku-
los a conquista da nacao.
Os funcionarios do governo, os estudantes, os que leem e os que
assistem a espet.kulos publicos ·devem ser doutrinados, por qualquer
meio que seja, para persuadi-Ios de que os rebeldes, os ambiciosos, os
dirigentes natos sofrem de inadaptacao, que s6 pode ser curada com
o "tratamento mental" administrado pelos agentes psicopollticos,
disfarcados de cientistas.
Com essa difamacao em grande escala, ajudada pelas cunhas eco-
namicas que se apliquem ao paiS, e relativamente fikil isolar entre si
os cidadaos e conseguir que cheguem a duvidar da prudencia do pr6-
prio governo e que ate clamem por sua escravizacao.
Os programas educacionais psicopol Iticos devem visar aos jovens,
futuros dirigentes do pars, para doutrina-Ios ace rca da animalidade
humana. Essa doutrina deve chegar a por-se em rnoda. Os jovens de-
vem chegar a convencer-se de que as ideias eo comportarnento indi-
vidual sao coisas suspeitas. Sobretudo, deve inculcar-se-Ihes que a
salvacao do homem enra(za-se somente em sua completa adaptacao
ao ambiente em que vive.
Os programas educativos da PsicopoHtica podem ser aplicados
melhor se forem estabelecidas como obrigat6rias algumas materias,
como, por exemplo, a Psicologia e praticas afins, e assegurando-se de
que 0 ensino seja dirigido por psiquiatras adestrados como agentes
psicopoi (ticos.
Como parece que, em alguns parses, e a Igreja 0 6rgao de maior
influencia na elevacao espiritual, todas e cada uma das organizacoes
e praticas religiosas devem ser desacreditadas. Tem-se que persuadir
o povo de que 'a religiao e algo fora de moda, mediante 0 doutrina-
mento psicopoHtico; que a alma nao existe e que 0 homem e nada
mais que urn animal. Os metod os fathos do cristianismo induzem os
hornens a realizar atos her6icos, com seus ensinamentos de uma vida
futura. Isso deve ser eliminado, para conseguir-se a obediencia das
massas. Por isso, tem-se que conseguir que se deixe de acreditar nas
igrejas e fazer desaparecer 0 poder da religiao.

56
Urn ponto do programa psicopol ftico de degradac;:ao consiste em
denunciar toda famrlia que tenha convicc;:oes religiosas e, se se conse-
guir provocar algum caso de dem€mcia ou neurose em tal familia,
responsabilizar por isso as crenc;:as aludidas_ A pessoa de arraigada
religiosidade devera ser cad a vezmais respon save I pela sua propria
saude mental e dever-se-a tratar de leva-la, cada dia mais, para a
zona de influencia dos agentes psicopol (ticos.
Quando se pervertem as instituic;:oes nacionais e se provoca urn
estado de degradac;:ao geral, juntando a isso 0 manejo da Economia
com 0 objetivo de. causar escassez e crises, com poucos impactos
poderc~ abter-se, das massas, uma reac;:ao de obediencia ou de histeria ..
Dessa rnaneira, a menor ameac;:a de guerra, so a menc;:ao de bombar-
deios aereos fara com que a populac;:ao instantaneamente · capitule,
em busca de paz. Isso significa .uma larga e ardua tarefa para 0 agente
psicopol (tico, mas, para lev~-Ia a cabo, nao serao necessarios mais de
vinte ou trinta anos, tendo, como temos, a nosso alcance"os instru-
mentos com que realizar nossos fins.

57
ORGANIZACAO DE CAMPANHAS
DE SAODE MENTAL

Os agentes psicopol (ticos deverao estar continuamente de sobrea-


visa para as ocasioes de organizar clubes ou grupos de salide mental ,
"para 0 aperfeit;;oamento da comunidade". Ao suscitar, dessa forma,
a cooperat;;ao da populat;;§o em conjunto para os programas de salide
mental, poder-se-a espalhar 0 terror da aberrat;;§o mental entre a
massa. Ah~m disso, cada urn desses grupos de salide mental, orientado
adequadamente, pode conseguir, finalmente, uma pressao legislativa
sobre 0 governo, para assegurar a situat;;§o do agente psicopol (tico e
obter que se Ihe conc~am subs(dios e recursos governamentais, com
o que 0 governo diligenciara sua pr6pria queda.
As organizat;;oes de salide mental devem eliminar cuidadosamente
de suas fileiras todo aquele que tenha conhecimentos corretos sobre
tratamentos e curas mentais. De tal maneira, devem excluir-se. sacer-
dotes, pastores, psicanalistas profissionais, bons hipnotizadores ~
dietistas especializados. Estes possuem conhecimentos sobre as aber-
rat;;oes menta is e seu tratamento e, ·por sua experiencia, ao observar
os hosp(cios e de ler literatura sobre 0 tema, cedo au tarde passa-
riam a suspeitar das atividades dos agentes psicopol (ticos. Deve-se
difama-Ios e excluf-Ios como "inabeis", "charlataes" e "impostores".
Nao se deve permitir que em qualquer nat;;§o subsista nenhuma
organizat;;§o de salide mental que tenha fins terapeuticos validos. Por
exemplo, 0 uso da acupuntura chinesa no tratamento de desequiH-
"brios f(sicos e menta is sera conceituado como absurdo e descartado
por completo, dado que tern certa eficacia e - 0 que e mais impor-
tante ainda - aqueles que a aplicam tern experiencia da verdadeira
salide mental e de seus princfpios .
. No terreno da salide mentl:ll, os psicopol(ticos devem ocupar e
manter, por diversos motivos, a posit;;ao de autoridade na materia.

58
Sempre existe 0 perigo de que os problemas de saude mental sejam
resolvidos por algum indiv(duo ou algum grupo que poderia fazer
perigar os fins da PsicopoHtica nas associa.;:oes de saude mental.
Os funcionarios estatais, as personalidades de proje.;:§o e outras
pessoas desprevenidas no referente a questao da saude mental devem
ser convidadas a C()laborar ativamente com os grupos de saude men-
tal.. Mas a totalidade de tais atividades devedestinar-se a proporcio-
nar melhores facilidades para 0 agente psicopol (tico. A tais grupos
tem-se que convencer continuamente de que a questao das enfermi-
dades mentais e tao complexa que, seguramente, nenhum deles pode-
ria entender nada a respeito. Desse modo, a associa.;:ao mantera urn
carater cultural e financeiro.
Quando ja existirem associa.;:oes dedicadas a saude da comunida-
de, havera de infiltrar-se nelas e absorve-Ias, se isso nao for poss(vel,
terao elas que ser desacreditadas e difamadas, para logo serem denun-
ciadas como perigosas as autoridades do lugar.
,.

Quando surgirem alguns desses grupos dedicados a saude mental,


nao control ados e host is a Psicopol (tica, 0 agente psicopol (tico deve-
ra recorrer a mescalina, ao peyte e a outras drogas que provoquem a
demencia temporaria. Entao se enviara urn paciente - control ado pe-
10 psicopol (tico - para que se submeta a urn pequeno tratamento dos
psiquiatras do grupo opositor. Estes ultimos, no afa de demonstrar
sua capacidade, atuarao geralmente com entusiasmo. Chegada a uma
etapa media do tratamento, 0 psicopol (tico aplicara, as ocultas, uma
inje.;:ao demescalina, peyte ou outra droga, QU oeletro-choque, que
produzira sintomas de loucura no indiv(duo tratado pelo grupo rival.
Entao, 0 caso sera denunciado as autoridades competentes e 0 paci-
ente sera imediatamente levado para urn lugar dominadopor psico-
pol (ticos. Os funcionarios pensarao, assim, que 0 grupo oposto pro-
voca a loucura com seus metod os incompetentes e tal grupo sera, por
conseguinte, total mente desacreditado e se Ihe proibira atuar.
A conveniencia de uma ampla organiza.;:§o para a saude mental se
poe em evidencia, quando se observa que qualquer · governo pode
ver-se obrigado a proporcionar facilidades para as atividades psicopo-
I(ticas, em forma de salas de psiquiatria nos hospitais, ou de controle
total das institui.;:oes nacionais em maos de agentes psicopol (ticos,

59
e funcionamento de cl (nica"s nas quais a juventude possa ser posta em
contato com os mesrnos e submetida a tratamentos que convenham
aos fins psicopol (ticos.
Esses grupos constituem uma forc;a pol (tica, que logo pode pro-
pugnar por qualquer lei ou poder d~sejado pelos agentes psicopol (-
ticos.
A manutenc;ao do domfnio sobre as citadas organizac;oes de
saude mental se consegue apelando principalmente para a educac;ao.
o agente psicopol (tico deve assegurar-se de que os psiquiatras sob
seu controle, os que atuam sob suas ordens, tenham tido urn ades-
tramento de longos anos. Quanto maior seja tal adestramento, maio-
res serao as probabilidades de exito do prograrna psicopol(tico, ja
que os grupos opositores que podem "surgir nao contarao com essa
experiencia de longos anos.
Desde que se consagrou como capital da Psicanalise, Viena tern
sido considerada como a capital da PsicopoHtica. Ainda que 'nossas
atividades ja ha muito superaram ados gruposfreudianos, aproximi-
dade de Viena com a Russia e a necessidade de que os agentes psico-
pol (ticos tenham "estudos mais especializados" no berc;o da Psicana-
lise, facilitam a transmissao eo contato com a alto comando psico-
pol (tico. Por isso, deve acentuar-se constantemente a Psicanalise e
deve-se mante-Ia aparecendo como parte fundamental do adestra-
mento psicopol (tico.
A Psicanalise tern urn vocabulario valioso, mas uma aplicac;ao
bastante pobre, sendo ineficaz como antrdoto as convicc;oes implan-
tadas pela Psicopol (tica. As associac;oes de saude mental podem
po-Ia em voga e, aprendida sua tecnologiain6cua e acreditados alguns
de seus fenomenos, os membros dos grupos de saude mental estarao
convencidos de que conhecem muito sobre a questao, visto que
poe 0 acento no sexo, que e urn instrumento conveniente adegrada-
c;ao e serve admiravelmente -para os fins da desmoralizac;ao psicopo-
I(tica. De modo que as literaturas recomendadas a tais grupos devem
ser de (ndole psicanal (tica.
Se em qualquer cidade importante do pars sob conquista se for-
marem grupos de pessoas interessadas em eliminar a delinquencia

60
juvenil, cuidar dos de mentes e fomentar a atividade psicopol ftica, 0
exito dos programas psicopol fticos esta assegurado, dado que os gru-
pos em questao representam aparentemente urn grande setor da po-
pula~o. Ao difundir uma incessante propaganda referente ao habito
das drogas, da hornossexualidade e dos costumes depravados, por
parte da juventude, ate os pr6prios jurzes do pars se verao impulsio-
nados a reagir violentamente contra os jovens, com 0 que se granjea-
ra a inimizadee 0 desapego da juventude.
Quando tais associacoes de salide mental estiverem bern enraiza-
das, dever-se-a, entao, ter linhas psicopol fticas de comunicacoes es-
tendidas entre 0 governo e os cidadaos mais p~oeminentes. Nao e
necessario ser demasiado otimista para esperar que a influencia dos
grupos citados consiga que se estabelecam urn pavilhao psiquiatrico
em cada hospital do pars, equipes de psiquiatras em cada batalhao
e regimento do exercito do pafs, que os institutos oficiais tenham
pessoal total mente controlado pelos agentes psicopol(ticos e que,
nesses institutos, se internem os funcionarios publicos Emfermos,
sobre os quais os agentes psicopol (ticos possam ter uma grande
influencia.
Se se puder estabelecer urn pavilhao psiquiatrico em cada cidade
do pars, com seguranca, cedo ou tarde todo cidadao proeminente
caira em poder dos ag'entes psicopol (ticos ou de seus seguidores.
o prestfgio dos psiquiatras entre as Forcas Armadas e os Servicos
de Seguranca da nacao sob conquista poderia significar uma afluencia
de dados superior a qualquer outra fonte. Se cada piloto que ensaia
urn novo modele de aparelho, se cada elemento de ligac§o do Estado-
Maior fosse submetido ao exame dos agentes psicopol (ticos, a simpli-
cidade com que e possfvel obter informacoes, mediante a aplicacao
de certas drogas cujo efeito nao se recordara depois, anulara por com-
pleto qualqueracao anticomunista. Se a nacao estiver persuadida de
que todo soldado ou oficial rebelde ou recalcitrante deve ser posto
nas maos dos agentes psicopol(ticos, 0 pars perdera seus melhores
defensores. Desse modo, pode apreciar-se a conveniencia das orga-
nizacoes pro salide mental, posto que as mesmas podem lograr seus
objetivos e seus fins exercendo uma aparente pressao pol ftica sabre 0
governo.

61
o financiamento de uma opera~ao psicopol ftlca fica pesado, a
menos que corra por conta do governo e dos cidadaos. Ainda que
seja poss(vel obter grandes somas de dinheiro dos pacientes e de suas
fam rlias, que desejam interna-Ios, sem duvida e diflcil obter os mi-
Ihoes necessarios, a menos que se conte com a coopera~ao do gover-
no. Essa cooperac;:ao e melhor obtida por meio das associac;:oes de
saude mental, compostas de personagens destacados, que utilizem
sua capacidade organizadora para influir sobre 0 governo. Assim,
poderao financiar-se muitas atividades psicopol(ticas que, de outra
maneira, nao se poderiam levar a cabo.
o psicopol (tico deve esforc;:ar-se por formar numerosos grupos
de saude mental e deve tratar de eliminar, por todos os meios, as
organizac;:oes de verdadeiro saneamento mental, como a acupuntura
da China, as de Cit~ncia Crista e Diahhica nos Estados Unidos, 0 Cato-
licismo na Italia e Espanha e os grupos de Psicologia Pratica na Ingla-
terra.

62
COMO ATUAR ANTE a ATAQUE

D agente PSiCDPDI (tiCD pDde ser DbjetD de ataques pessoais DU


CDmD integrante de urn grupD. PDde ser acusadD de cDmunista, pDr
Dbra de alguma denuncia. PDde ser atacadD pDr incDmpetencia pro-
fissiDnal. PDde ser denunciadD pelas famrlias dDS pacientes a quem
tenha prejudicadD. Em tDdDS 0.5 casDs, sua cDnduta ante esses ata-
ques deve ser equilibrada e cDmedida. Deve fazer valer seus muitDs
anDS de pr;hica e apDiar-se em sua autDridade no. campo. da Psiquia-
tria.
Se 0. agente pSiCo.PDI (ticD naD tiver trabalhadD bern, 0.5 grupDs
hDStis podem denuncia-ID e par em duvida a sua eficacia 'em certDs
tratamentDs psiquiatricDs, tais CDmD 0. chDque, as drDgas e a NeurD-
cirurgia. PDrtantD, 0. agente PSiCDPDI iticD deve ter, a seu alcance,
numerosDs dDcumentDs que Dferecam estatfsticas elDquentes CDm
respeitD a curas pDr meiD dDS tratamentDs aludidDS. NaD e necessariD
que uma 56 de tais curas seja verfdica: 0. que cDnta eque seja bern
dDcumentada e impressa, de mDdD que se tDrne prDva cDn·vincente
ante urn tribunal.
Se 0. que se poe em duvida e sua lealdade, 0. agente PSiCDPDI (tiCD
devera explicar sua.s relaf;oes CDm Viena CDm 0. argumentD de que
essa cidade e urn centro. de estudo para tDdas as questoes mentais.
Mais ainda, devera par em rid (CUID - empregandD sua autDridade
- 0. ju (Zo. da pessoa que 0. ataca e, se pDss(vel, invDcar 0.5 nurnerosDs
CaSDS de difamaf;aD que pDssa haver nDS arqu iVDS do. pa (5.
Se alguem prDcura denunciar a PsicDterapia CDmD arrna PSiCDPD-
Iftica, a mel~Dr defesa e atacar a lucidez do. denunciante. A seguir,
tem-seque esgrimir co.m 0. argumentD da autDridade. DepDis, cDnvem
esgrimir CDm a validez dDS tra.tarnentDs psiquiatricDs, pDr meio de
cifras extensas e impressiDnantes. Dutro recurSD eficaz e a elimina-

63
~o concreta do atacante, submetendo-o a um tratamento capaz de
provocar urn estado de insania que dure tanto quanto durar 0 proces-
so. Esse recurso e muito eficaz, mas muito perigoso de aplicar.
A Psicopol (tica deve evitar 0 assassinate e a vioh~ncia - que possa
ser utilizada com 0 ailtparo de.alguma instituif;:ao - contra as pessoas
declaradas dementes. Quando 0 agente psicopol (tico ou seu grupo
obtiver um triunfo, devem compilar-se e arquivar-se dados infamantes
sobre . seu presumivel atacante, ' para serem usados com 0 objetivo
de desalentar qualquer investigaf;:ao.
Oepois de certo pedodo de doutrinaf;:ao, 0 pars deve estarpersua-
dido de que a demencia se cura com metodos de vioh~ncia psicopoll-
tica. As atividades psicopol(ticas se converterao em unico tratamento
reconhecido contra os insanos. Ate se pode chegar a sancionar, como
ilegal, a omissao doeletro-choque e da neurocirurgia nos tratamentos '
para enfermos menta is.
Para rnelhor defesa das atividades psicopol (ticas, exagerar-se-ao
as complexidades das tecnicas psiquiatricas, psicanallsticas e psico-
logicas. Qualquer audit6rio deve ficar aniquilado ante a termilogia
muito comp!icada de transcrever. Tem-se que aproveitar, ao maximo,
o halo de misterio que rodeia vocabulos como paranoia, esquizofre-
nia e outros semelhantes.
Nao e necessario que os testes psicopol (ticos guardem muita
coerenciaentre si, q-uando dirigidos ao grande publico. Os diversos
tipos de demencia serao classificados de acordo com uma terminolo-
gia confusa e dif(cil. A enfermidade verdadeira se dissimulara, mas 0
aparato verbal servira para manifestar, ante um tribunal, ou ante uma
mente inquisitiva, que existe urn enfoque cient(fico demasiado
complexo para a compreensao do leigo. E de imaginar que um juiz
ou uma comissao investigadora nao aprofundarao muito a questao da
demencia, visto que seus proprios componentes - parte das massas
doutrinadas - ja estarao intimidados, posto que oelemento de
terror das atividades psicopol (ticas ja tera tido ampla difusao, por
meio de revistas e jornais.
Em caso de uma audiencia ou urn ju (zo publico, exagerar-se-a 0
perigo da demencia e sua ameaf;:a a sociedade, ate que 0 tribunal ou a

64
A PSICOPOLl'rICA E A DIFUsAo DO COMUNISMO

As na~oes reacionckias sao de uma (ndole tal, que atacam uma


palavra sem entende-Ia. Como a conquista de uma nac;ao depende
de se implantarem convic~es comunistas em seus habitantes, nao e
necessario que, em princ(pio, se aplique a palavra comunismo as
medidas educativas utilizadas. Nos Estados Unidos, par exemplo,
temos conseguido alterar as obras de William James e outros, ate
faze-las mais aceitaveis, e temos introduzido os princ(pios de Karl
Marx, Pavlov, Lemarack e os dados do materialismo dialetico nos
textos estudantis de Psicologia, ate 0 ponto em que qualquer urn que
estude a fundo a Psicologia prontamente se convertera em candidato
serio a comunista militante .
. . . Como todas -as catedras de Psicologia nos Estados Unidos
estao ocupadas por pessoas afinadas com nossas ideias, 0 uso desses
textos esta assegurado. sao aceitos como verdadeiros e ensinados a
fundo.
A pressao constante sobre os legisladores estadunidenses pode
conseguir uma legisla~o que obrigue todos os estudantes universi-
tarios e secundariosaseguir cursos de Psicologia.
Ao difundir, amplamente, as classes mais cultas da popula~o,
os prindpios comunistas, relativamente simplificados, conseguir-se-
a que, no momenta de optar entre capitalismo e comunismo, 0
comunismo Ihes parecera mUito mais razoavel.

65
comissao se convem;:a de que a funr;:ao do agente psicopol (tico seja
uma necessidade vital, que nao deve sofrer interferencia de indiv(-
duos irracionais.
A melhor defesa e um ataque imediato contra 0 ju(zo do atacan-
teo Oeve-se por em evidencia que "so os insanos atacam os psiquia-
tras". A sociedade deve chegar a estar convencida de que paranoia e
urn estado no qual 0 indivlduo acredita ser perseguido pelos comunis-
tas. Esse metoda defensive sera su rna mente eficaz.
Como parte de uma defesa efetiva, deve-se eliminar toda Psicote-
rapia verdadeira, pois a subsistencia desta significara 0 perigo cons-
tante de que as atividades psicopol Iticas sejam deScobertas.
Nos parses capitalistas, os assuntos judiciais se manejam com
tanta torpeza, que invariavelmente os casos sao estampados nos jor-
nais. Essas coisas as arranjamos muito melhor na Russia, onde os
acusados chegam ao tribunal com a vontade condicionada para
reconhecerem-se culpados dos crimes que se Ihes imputam.
Qualquer rumor ou libelo que aparer;:a contra as atividades
psicopol (ticas sera ridicularizado; seus propagadores ou seus editores
serao acusados imediatamente de impostores e, logo apos, de demEln-
cia, e~tado que, em verdade, Ihes sera imposto, uma vez que se Ihes
administrem as drogas necessarias.

66
REMEDIOS VIOLENTOS

A justificac;:ao geral da violencia, no tratamento dos dementes,


pode levar a opiniao publiCa a aceitar que do colete de forc;:a se passe
a metodos mais brutais.
Ao aumentar a brutalidade do "tratamento", satisfar-se-a a
expectativa do publico e de nada valerao os protestos do indiv(duo
quesuporta 0 tratamento, visto que imediatamente depois do tra-
tarnento encontrar-se-a incapacitado. Afamflia do indivlduo em
questao ja se torna suspeita pelo fato de ter em seu seio urn indi-
v(duo demente. Os protestosdessa famflia nao serao levados em
conta.
Quanto mais violento for 0 tratamento, mais poder conseguira
o agente psicopolltico. As operac;:aes cerebrais deverao chegar aser
metoda comum e corrente. Apesar de que as cifras das mortes devam
ser escamoteadas na medida do poss(vel, ao agente psicopol (tico; sem
. duvida, nao deve importar muito essa media de desaparecimentos.
Gradualmente, 0 publico tera que se ir acostumando ao eletro-
choque, considerando-o como urn princlpio muito terapeuticoe,
depois, como tranquilizador; logo se inteirara de que, em geral, preju-
dica a coluna vertebral e os dentes e, por ultimo, de que pode matar
o paciente ou produ;zir serias lewes na coluna e na dentadura. E
muito problematico que algum leigo se anime a presenciar a aplicac;:ao
de urn s6 eletro-choque. Por certo que tampouco poderia tolerar
assistir a uma lobotomia pre-frontal, nem a uma leucotomia transor-
bital. Sem duvida, seria conveniente que .os leigos se inteirassem
desses detalhes, na medida do poss(vel, a fim de aumentar, assim, 0
prest (gio da Psicopol (tica.
Quanto mais violento for 0 tratamento, mais incuravel parecera
a demencia.

67
Dessa maneira, conseguir-se-a que a sociedade alcance urn nlvel
tal, que seja posslvel que qualquer recalcitrante possa ser processado
e entregue aos agentes psicopollticos, para que se Ihe aplique 0
eletro-choque e seja reduzido a uma total docilidade, pelo resto de
sua vida.
Mediante umapropaganda continua e crescente com respeito
a vioh~ncia do tratamento, 0 publico chegan1 a acostumar-se com a
presenc;adesses automatos e, inClusive, a se utilizar delescaso neces-
, sario. Desse modo, urn grande setor da sociedade, em especial 0 dos
inconformados, pode ser reduzido a escravidao por meio da Psi co-
pol (tica.
Por esses meios diversos, 0 publico pode chegar a convencer-se
de de que os unicos remedios para a cura da demencia sao 0 choque,
a tortura, a priva~ao, a' degrada~ao, 0 descredito, a violencia, a muti-
la~ao, os castigos de todo tipo e a morte. Ao mesmo tempo, tem-se
que convencer a sociedade de que a loucura aumenta, dia a dia,.entre
seus membros. Isso criara urn estado de emergencia e dara ao papel
do psicopol (tico foros de providencial e imprescind (vel.

68
RECRUTAMENTO DE IOIOTAS UTEIS

o idiota util e urn indiv(duo bem adestrado que atua com urna
obediencia total ao psicopoHtico (ainda que sern 0 saber).
Posto que quase todas as pessoas doutrinadas tem de sofrer
certo grau de tratamento no terreno mental, nao sera dif(cil persua-
dir os que atuam nesse terreno a que se submetarn a urna cura mode-
rada, mediante drogas ou choques temperados. Se se conseguir isso,
imediatamente 0 resultado sera urn idiota util, conseguido a base de
hipnose por dor e drogas. 0 recrutamentodesses elementos revela-se
rnais eficaz quando se efetua entre os estudantes dos "tratarnentos
rnentais" que sofram - ainda que em pequeno grau - de a~gurna de-
praVaf;aOOU que tenham sido "tratados" por agentes psicopol (ticos.
o recrutamento fica facilitado fazendo-se com que 0 terreno da
salide mental se torne atrativo, financeira e sexualrnente.
o grau de promiscuidade provocado entre os pacientes mentais
pode resultar altamente proveitoso para 0 agente psicopol (tico enca'r-
regado do recrutamento. 0 idiota util podera, assim, satisfazer seus
impulsos lubricos e estes, devidamente registrados, podern ser utili-
zados como elernento de extorsao para conseguir sua obediencia (em
caso de falhar 0 tratamento da hipnose por dor e drogas).
As prornessas de ocasioes ilimitadas de de~afogos sexuais, de do-
rnfnio sobre os corpos ealrnas dos pacientes indefesos, de completa
impunidade, podem servir de isca, no terreno da saude mental, para
muitos indiv(duos que servirao extraordinariamente aos fins psico-
pol (ticos.
Como 0 psicopol(tico tem sob seu controle os dementes do pais,
cuja grande maioria tem instintoscriminais, e como pode chegar a
recrutar elementos entre as fileiras dos · criminosos, chegara a ter
enormes quantidades de individuos a sua disposif;ao, para qualquer

69
a~o que se Ihe ocorra executar. Como os insanos sao propensos a
cometer toda classe de excessos sem nenhuma vacila~ao, quando se
Ihes aplica 0 tratamento adequado de castigos e persuasao, a degrada-
~ao da juventude, 0 descredito dos dirigentese 0 suborno da justi~
se tornarao algo sumamente $imples.
o psicopol(tico tern a vantageni de poder denunciar, como dese-
quillbrio mental, qualquer atitude discordante ou qualquer intento
de hostilidade contra seus pr6prios fins.
o psicopolltico deve infiltrar-se nas · institui~5es e evitar, na
medida do posslvel, a pratica privada, pois a primeira alternativa
Ihe proporciona 0 maior numero de seres humanos para usar a ser-
vi~o do comunismo. Quando tiver atua~o privada, deve ser s6 entre
famrlias de gente rica e de funcionarios do governo.

70
DESTRUIC;AO DOS GRUPOS RELIGIOSOS

!: sabido que, ate ha pouco tempo, toda a questao de desequilf-


brios menta is, quer se tratasse de uma simples preocupa~o ou de
uma esquizofrenia, era do dom(nio da igreja e somente dela.
Tradicionalmente, nas na.90es civilizadas e nas selvagens, eram os
sacerdotes que tinham a seu cargo 0 cuidado com 0 estado mental
das pessoas. Essa tendencii:J ainda subsiste no Ocidente, para grande
preocupa~o dos psicopol (ticos, sofrendo oposi9ao somente por es-
for90s cientlficos, em esferas oficiais e nunca nos ambientes privados.
o magn (fico instrumento que nos proporcionou Wundt de nada
nos valeria, se nao fosse a insistencia dos governos dos parses civili-
zados no sentido de utilizar "metodos cient(ficos" para os problemas
mentais. Se esses metodos nao tivessem apoio ofiCial e se se descui-
dasse urn s6 minuto, as massas voltariam a recorrer aos sacerdotes,
aos ministros, e ao clero, em questoes de saude mental.
Hoje em dia, os "metodos cientlficos" na America e na Europa
nao poderiam subsistir se nao contassem com 0 apoio dos governos.
Tem-se que ocultar muito bem 0 fato de que a media de desequi-
Ifbrios mentais tern aumentado, desde que se passou a utilizar esses
"metodos cientfficos". Deve fazer-se grande ru(do, invocando 0
"ritmo da vida atual" e outros muitos como causas do aumento das
neuroses no mundo. A n6s pouco importam as causas, se e que exis-
tern; mas 0 que nos importa e nao tolerar as tendencias que canali-
zam as neuroses em dire9ao a igreja. Se ao publico se permitir que
escolha por si s6, sem pressao oficial, 0 lugar ao qual levar seus
seres queridos enfermos, elegera os hosp(cios de religiosos e evitara,
como se fosse. peste, aqueles nos quais prevalecem os "metodos
cient (ficos" .
A menor provocat;:ao,.as pessoas se inclinarao, de imediato, a

71
par todas as questoes mentais nas maos das igrejas. E sao muitas as
igrejas a se ocuparem dessas questoes, muitas e muito habeis. Esse
terrivel monstro, a Igreja Catolica Romana, ainda exerce firme do-
mlnio no campo das enfermidades menta is do mundo inteiro e seus
destros sacerdotes sempre estao a espreita, para dominar 0 povo. A
Igreja Fundamentalista e a de Pentencostes realizam campanhas em
prol da saude mental, que, devido a seus resultados, conquistam
muitos adeptos para 0 culto cristao. No terreno das curas menta is, a
Igreja da Ciencia Crista de Boston (Massachusets, EE .UU) distingue-
se por sua influencia sobre 0 publico e sustenta muitos hospitais.
Tem-se que fazer desaparecer tudo isso. Tem-se que as ridicularizar,
difamar e desacreditar todas as suas curas, denunciando-as como
superstil;:oes. Uma quinta parte da atividade do agente psicopol itico
deve ser dedicada a com.bater essas ameal;:as. Assim como na Russia
tivemos que destruir algreja, depois de muitissimos anos de arduo
trabalho, assim tambem devemos destruir a fe em todas as nal;:oes
que 0 comunismo se propoe a conquistar.
A dem€!ncia deve ser algo que impressione os sacerdotes e pro,-
fissionais. Seus melhores exitos devem ser apresentados como casos
extremos de dem€!ncia, sejam quais forem os meios empregados para
tal fim.
, Nao ha que se preocupar com 0 ' efeito sobre 0 publico. 0 que
importa e 0 efeito sabre as esferas oficiais. Todas as instituil;:oes da
nal;:ao devem chegar a sentir odio profundo das curas religiosas.
Tem-se que infundir, nos jUlzes e fiscais, a crenl;:a absoluta de que a
Ciencia Crista ou qualquer outro metoda religioso de saude mental
e inoperante, mau, perturbador, odioso e intoleravel.
Tem-se que persuadir todas as associal;:oes medicas para que
apoiem esta' campanha; tem-se que apelar para a sua venalidade e,
tambem, para seu sentido de humanidade, para que colaborem em
destruir as organizal;:oes religiosas preocupadas com 0 cuidado dos
dementes. Ha que se cuidar de que essas associal;:oes medicas ten ham
somente militantes comunistas como assessores nesta materia, por-
quetais associal;:oes devem ser aproveitadas, ja que sao estupidas e se
alarmam facilmente. Sua fachada e suas atividades devem servir de
rneio a nossos fins. Temos que conseguir que sejam cumplices nossos,

72
para nossos prop6sitos, para que caiam sob nosso domrnio e nunca
possam voltar a livrar-se dele.
Estamos lutando na America, desde princ(pios do seculo, para
que desapare~ a influencia crista e ja 0 estamos conseguindo.Ainda
que pare~a que somos clementes para com os cristaos, recordem-se
que ainda temos que conquistar 0 "mundo cristao" para nossos fins.
Quando isso ·for obtido, terminara nossa tolerancia: Aqui na Russia,
ja os temos como macacos amestrados. Ignoram que Ihes damos
redeassoltas, ate que os macacos dos outros pa (ses tenham ca (do
em nosso la~o.
Tem-se que trabalhar ate que "religiao" seja sinonimo de "de-
mencia". Tem-se que conseguir que os magistrados municipais,
estaduars e federais nao titubeiem em denunciar os grupos religiosos
como inimigos publicos.
Recordemos que todos os parses estao governados por minorias
que s6 fingem consultar as maiorias. 0 mesmo sucede na .America.
o empregado subalterno e 0 legislador eminente sao ambos credulos
e faceis de enganar~ Nao ha porque convencer as massas. A unica
coisa a fazer e trabalhar sem cessar para conquistar os funcionarios,
utilizando a difama~o pessoid, a mentira, a calunia e a propaganda
contrnua, de modo que os mesmos magistrados e funcionarios of i-
ciais sejam aqueles que lutem por n6s, contra a igreja e os psiquia-
tras profissionais.
Do mesmo modo que os funcionarios, os medicos de boa fa
tambem se tornem credulos, se se lan~ mao da rivalidade profis-
sional. E da mesma forma que aos cristaos, tambem os liquidaremos
quando for chegado 0 momento.
Devemos ser como a trepadeira sobre a arvore. Usaremos a
arvore para trepar e depois, estrangulando-a, utilizaremos sua seiva
para nutrir-nos e fazer-nos crescer.
Devemos eliminar todos os obstaculos de nosso caminho. Temos
que· utilizar, como instrumento, qualquer autoridade ao nosso
alcance. E afinal, com 0 correr do tempo, eliminaremos toda a auto-
ridade que nao seja a nossa e triunfaremos, para maior gl6ria do
Partido.

73
PERIGOS QUE SE DEVEM EVITAR

Ha certas manobras perigosas que poderao restringir a conquista


psicopolltica. Em razao da importancia dos setores dos quais provem,
tem-se que tomar a iniciativa e estrangula-Ias antes de nascer.
Certos grupos importanfes e poderosos do paIs talvez proponham
que os dementes sejam postos aos cuidados daqueles que, durante
secu.os, se ocuparam dos enfermos menta is nos povos e tribos: os
sacerdotes. Tem-se que combater toda a iniciativa tendente a colocar
sacerdotes a frente dos institutos de saudemental, invocando a
incompetencia e os desequil furios motivados pela religiao. A co~sa
mais nefasta para urn operador psicopolltico seria que 0 cuidado dos
alienados fosse atriburdo ao clero.
Se existem hospitais de alienados que funcionam a cargo de gru-
pos religiosos, devem ser desacreditados e fechados, a qualquer preco,
porque poderia suceder que 0 numero de curas realizadas nesses insti-
tutos chegasse ao conhecimento publico, que 0 compararia 'com 0
numero de fracassos das instituicoes oficiais, e isso poderia ocasionar
urn movimento geral em favor de entregar ao clero 0 cuidado dos en-
fermos mentais. Tem-se que prevenir isto e impedir toda a possibili-
dade de que assim suceda . .
As leis de urn pars devem ser elaboradas cuidadosamente, a fim
de negar todo direito individual aos desequilibrados. Qualquer suges-
tao de emendas constitucionais que estabelecam penas para os que
maltratam os alienados deve ser violentamente combat ida, com 0
pretexto de que as medidas violentas sao as unicas que dao resultado.
Se a lei chegasse a proteger os alienados, como nao sucede norrnal-
mente, todo 0 programa psicopol(tico seria certamente derrubado.
Tem-se que desestiml!lar qualquer movimento tendente a inspe-
cionar as ordens de internacao, requeridas para hospitalizar os enfer-

75
r

mos mentais. Estas devem ser deixadas, por completo, em maos de


pessoas controladas por agentes psicopol rticos. Deve proceder-se com
urn mlnimo de formalismo, e a lei deve prescrever a recuperaf;ao dos
alienados mediante internamento em hosplcios. Desse modo, qual-
quer movimento para aum.entar os tramites legais nos casos de en-
fermidades mentais deve ser desestimulado, dada a sua (ndble urgen-
teo Para facilitar isso, 0 melhor e instalar urn pavilhao de psiquiatria
e estudo de enfermos mentais em cada hospital do pais .
Te~se que impedir a publicaf;ao de qualquer escrito referente
a Psicopolftica, ainda que ocasional. Toda a literatura existente
sobre 0 tema das enfermidades mentais e seu tratamento deve ser
suprimida, primeiro p~r [azoes de seguranf;a, e depois porque sua
terminologia complicada se faz incompreenslvel. As cifras e esta-
tlsticas de curas e falecimentos nao devem ser publicadas em jor-
nais. Qualquer investigaf;ao que vise a estabelecer se a Psiquiatria
e a Psicologia tern contribu Ido para curar os enfermos deye ser
descartada e ridicularizada; para isso, devem mobilizar-se todos os
recursos dos psicopol (ticos. A principio, pode ignorar-se, mas se
tal coisa nao .e pass (vel , ha de empregar-se todo 0 peso da influen-
cia dos agentes psicopolrticos de todo 0 pars utilizando toda a
classe de taticas; ' para fazer oposir;:ao, devem aparecer publicaf;oes
especializadas, que declarem enormes quantidades de casos curados
pela Psiquiatria e Psicologia e, se necessario, devem publicar-se
estatrsticas de curas fictrcias nas publicaf;oes jurrdicas, para que
sirvam de "antecedentes" para desestimular todo 0 esforf;o que
pretenda aclarar este ponto.
Se se descobrem as conexoes comunistas de urn agente psico-
politico, deve-se atribuir 0 fate a negligencia do mesmo e imediata-
mente 0 tirar de sua profissao. Os que escrevem obras que preten-
dam demonstrar que a sociedade sofre violencia e escravidao total
por obra dos especialistas menta is, devem ser difamados ou impul-
sionados ao suicidio, com 0 fim de desacreditar tais obras.
Toda a legislaf;ao que contribua para liberalizar os tratamentos
mentais deve ser combatida e eliminada imediatamente. Os trata-
mentos mentais devem gravitar nas esferas autorizadas e nao se deve
admitir outra autoridade ' ou opiniao que nao sejam as suas, para

76
evitar revela~5es perigosas.
Os movimentos pr6 eleva~ao da juventude devem ser podados e
destru (dos, ja que poderiam par obstaculos nos intentos ~e fomentar
a delinquencia juvenil, 0 habito de estupefacientes, 0 alcoolismo e a
promiscuidade sexual.
Os agentes comunistas dedicados a imprensa, ao radio e a televi-
sao devem ser protegidos, dentro do possfvel, eliminando-se, median-
te as tecnicas psicopol (ticas, toda pessoa que os tentar atacar. Tais
agentes, por sua vez, devem dar publicidade - ate on de for poss(vel
- aos beneHcios das atividades psicopol fticas, com 0 r6tulo de
"ciencia" .
Nao se deve permitir a existencia de nenhum grupo dedicado ao
estudo das enfermidades mentais dentro das fronteiras da Russia e
seus sate lites. So mente podem continuar exercendo-o os agentes
psicopol (ticos bern conhecidos, e somente em beneHcio do governo
ou contra prisioneiros inimigos.
Deve ser combatido todo 0 esfor~o tendente a excluir as For~as
Armadas da a~o dos psiquiatras e psic610gos.
Toda investiga~ao acerca do "suicfdio" ou do desequillbrio men-
tal repentino de qualquer dirigente politico deve ser realizada s6 por
agentes psicopol (ticos ou por "idiotas uteis", seja ou nao a Psicopo-
Iftica responsavel ~elo mesmo.
o crime e a vioh~ncia contra pessoas que lutem contra 0 comunis-
11'10 em urn pars devem ser descartados como prejudiciais e proibidos.
Sornente devem empregar-se a difama~ao e a acusa~o de demEmcia.

77
RESUMO

Nestes tempos de recursos ilimitados, em que os antagonismos


nacionais possibilitam uma guerra nuclear entre as potencias capita-
listas, a Psicopoi(tica deve atuar com maior efic.kia que nunca.
Todas e cada uma das atividades e campanhas psicopol (ticas
devem ser usadas para colaborar com as atividades de outrosagentes
comunistas dispersos pela nal;ao-alvo.
o fracasso da Psicopol (tica poderia ocasionar 0 bombardeio de
nosso pr6prio pais.
Se a Psicopoiftica con$eguir seu objetivo em todas as . nal;oes
capitalistas do mundo, nao ocorrera uma guerra nuclear, porque a
Russia tera dominado todos os seus .inimigos.
. .
o comunismo ja ocupa uma sexta parte do mlUldo habitavel.
As doutrinas marxistas tem-se infiltrado nas partes restantes. Em
todas as partes, temtriunfado uma prolongal;ao da ordem social
comunista. 0 comunismo nao se tern imposto pela for~ das armas
e sim pela conquista das mentes. A Psicopoiftica e a expressao rna is
refinada de tal conqu ista.
o operador psicopol(tico deve triunfar, porqueseu triunfo signi-
fica um mundo de paz. Seu fracasso poderia significar a destruil;ao
das partes civilizadas da Terra, "por meio das armas nucleares utili-
zadas pelos dementes capitalistas".
o fim justifica os meios. A degradal;ao das massas humanas e
menDs ' desumana que sua destruil;ao mediante a guerra nuclear,
porque, para 0 animal que 56 tem uma vida, essa vale rnais do que
a morte .
. 0 fim da guerra e a domina~o do povo conquistado. Se um
povo e dominado sem luta, 0 fim da guerra sera conseguido sem
destruil;ao material. Eis af um prop6sito louvavel.

78
o psicopol(tico tern sua recompensa no controle quase infinito
dasrnassas e na suprernacia cornunista sabre a estupidez dos inimi-
gos do Povo.

79
Milhares de crian~as em idade escolar estao sendo for~ada$ a tomar
an fetaminas, muitos milhares tem sofrido lobotomias e controle
eletronico da mente, que agora esta sendo rapidamente desenvolvido.

PASSOS NA DIREf;AO DO CONTROLE DA MENTE

Pelo Deputado Federal norte-americano


JOHN G. SCHMITZ

A suprema ditadura e 0 controle direto da mente humana. E a


culminac;:ao logica do impulso na direc;:ao da escravizac;:ao do homem
pelo homem, que tanto tern maculado a historia do mundo.
Em tempos mais simples, escravizavam-se os corpos dos hornens
com 0 emprego de forc;:a bruta,chicote e correntes. Eles eram postos
a trabalhar para seus donos, assistidos por feitores, dirigidos e vigia-
dos. Era-Ihes dito que deveriam aceitar seu destino passivamente, ~
os submissos frequentemente faziam isso; mas homens e mulheres de
coragem nao faziam. Havia fugas e rebeli5es. Com 0 tempo, a cons- -
ciencia do homem ocidental nao toleraria mais uma perversidade tao
flagrante e a escravidao, comoinstituic;:ao legal, foi abolida em firis
do seculo passado em todas as nac;:5es do ocidente.
Mas, tao logo foi legal mente abolida, a escravidao ressurgiu sob
nova forma, rnais sutil e rnais perigosa, disfarc;:ada em propaganda, e
firmou-se em nome de ideologias nobres. Tendo deixado de ser legal
como instituic;:ao privada, a escravidao torno\,J-se publica. Ao inves
de permitir que _alguns ' homens escravizassem outros homens, 0
Estado agora escraviza todo mundo e chama a isso de igualdade. Uma
vasta estrutura nova, sob urn partido unico, urn conselho comunitario
ou _Soviete, pol (eia secreta, urn I(der glorificado e urn aparato admi -
nistrativocompacto foram estabelecidos para escravizar total me nte 0
homem, tanto no pensamel1to como na ac;:ao, usando todos os instru-
mentos de propaganda, para convencer os homens submetidos a essa
escravidao e aqueles geogratica e politicamente fora de seu alcance
de que tudo isso era born. Assim foi 0 sistema na Alemanha Nazista,

80
e assini e 0 sistema na Uniao Sovietica, na China Mao (sta e em toda
ditadura comunista.
o controle do pensamento pela propaganda, apoiando 0 controle
ditatorial da palavra e da ac§o pela forc;a, tern feito mais maldade nas
nac;5es totalit.kias do seculo XXdo que os mais crueis escravizadores
dos tempos antigos. Mesmo assim, as tecnicas modernas para manter
a ditadura nao sao inabalaveis. A propaganda e altamente eficaz, mas
nao convence a todos indistintamente. Havera sempre alguns hom ens
"que nao sucurnbirao, cujas mentes permanecerao livres. E como a
meia-verdade e a mentira seguem uma a outra, numa corrente aparen-
temente interminavel, 0 numero dos ceticos tende a crescer.
Mesmo na Russia Sovietica, 0 "Pravda" nao e universal mente
acreditado. E a ma ioria dos nossos homens aprisionados pelos comu-
nistas na Coreia resistiu com grande sucesso it lavagem cerebral.
Mais instrutivo e 0 exempio, agora quase esquecido, de milhares de
prisioneiros chineses (vermelhos) capturados na Guerra d.a Coreia -
homens que tinham vividb exclusivamente sob a influencia da pro-
paganda comunista ....:. que pediam para ir para Formosa em vez de
serem mandados de volta para seus lares, na China sob controle
comunista.
E houve tambem os jovens lutadores pela liberdade da Hungria,
na insurreic§o de 1956, mu itos dos quais nada tinham conhecido
ah~m da ditadura, primeiro sob os naz"istas e depois sob os comunis-
tas. Mesmo assim, eles al")siavam pela liberdade, ousavam lutar por ela
e morriam tentando conq"uista-Ia, apesar de tudo 0 que seus professo-
res e os propagandistas oficiais tinham feito para retirar tais pensa-
mentos de suas mentes.
Como resultado, 0 moderno totalitarismo, em sua busca por
m"elhores meios de"escravizar seus concidadaos, tern procurado urn
metoda de controle direto da mente humana, at raves da ac;ao qu 1-
mica e trsicasobre 0 cerebro. Ate muito recentemente, a discussao
dessa perspectiva restringiu-se ao campo da ficc;ao futurolOgica, de
que e exemplo 0 livro "1984", de George Orwell. Mas agora acumu-
la~se evidencias de que 0 cOlitrole direto da mente pode tornar-se
tecnologicarnente posslvel dentro em breve.

81
No exterior, nos pafses onde 0 totalitarismo e evidente, pouco
tern side dito a respeito do controle da mente. Seus Ifd~res, numa
atitude coerente com a finalidade de seus lugubres pianos de controle
ffsico e qufmico da mente humana, mantem-se silenciosos quanto
aos mesmos. Nossos cientistas ou psicologos nao fazein 0 mesmo.
Eles, ao contrario, ja falaram e fizeram 0 suficiente para nos darem
motivos de sobra para faze-los parar enquanto e tempo.
Ainda ha tempo. Mas nos devemos saber 0 que eles estao fazendo
aqui nos EUA equao rap ida mente se movem.
o Dr. B.F.Skinner, considerado por muitos 0 Ifder dos psicologos
da America de hoje, deu a conhecer esse novo controle da mente
humana em seu livro amplamente discutido "Beyond Freedom And
Dignity" (" Ah~m da Liberdade e da Dignidade"), publicado em fins
de 1971. Nesse livro, 0 Dr. Skinner deixa bern claro seu empenho em
promover a mudanc;:a dos homens da maneira que ele considera dese-
javel, por todos os rneios que faraD essa mudanc;:a a mais certa, mais
difundida e aceitavel, mas total mente sem considerac;:ao para' com
seus direitos. De fato, como 0 tftulo desse livro indica, Skinner rejei-
ta a ideia de que os homens tern direitos, dizendo que sua liberdade
e dignidade devem ser sacrificadas para formar "0 novo homem", na
imagem coletiva. .
As tecnicas necessarias para alcanc;:ar a meta do Dr. Skinner, no
processo de construc;:ao definitiva do Estado totalitario, estao agora
em rapido desenvolvimento e estao . sendo testadas atualmente em
milhoes de americanos. E estao mostrando diabolica eficiencia.
o crescente uso do controle da mente em crianc;:as de nossas ·
escolas publicas foi trazido a luz em setembro de 1970, pelo Senador
Cornelius J. Gallagher. Pesquisadores de drogas descobriram que a
anfetamina - conhecida por aqueles que a usam como "speed" (ve-
locidade) - atua· em adultos e adolescentes como estimulantes, mas
tern efeito contra rio em crianc;:as de turmas atrasadas nas escolas,
deprimindo-as e tornando-as d6ceis e .submissas. Com grande entu-
siasmo, professores e diretores de escolas publicas comec;:aram a cola-
borar com "doutores interessados", dando anfetaminas - mais fre-
quentemente, urn tipo deanfetamina contida numa droga chamada
"Ritalin" - as crianc;:as que apresentavam problemas de comporta-

82
mento na escola. Elas sao chamadas hiperativas e consideradas
atacadas de "disfum;ao do cerebro", urn disturbio vagamente defini-
do, desde que, como seu proprio nome indica, nenhum dana real do
cerebro pode ser encontrado onde se supoe que exista. De acordo
com 0 Senador Gallagher, pelomenos urn quarto de milhao de crian-
«;as nos Estados Unidos estao sob aa«;ao de "Ritalin" ou drogas
similares contendo anfetamina.
Conquanto pare«;a ser realmente anormal 0 "comportamento
hiperativa" de algumas crianc;:as, ha grandes possibilidades de que
os diagn6st1cos desse disturbio sejam feitos de maneira abusiva. E,
acima de tudo, urn diagnostico que professores e diretores incompe-
tentes e pregui«;osos podem utilizar em qualqlier crian«;a que cause
problemas e que, devido as limita«;oes desses "educadores", nao possa
ser controlada. Esses problemas, que devem ser longamenfe pensados
e esclarecidos, pod em ser resolvidos drogando-se as crian«;as. Todo
pai sabe quaoativas as crian«;as perfeitamente normais sao, ou podem
ser, quando faltam a disciplina e os estfmulos adequados para suas
mentes.
Hatestemunho · de aplica«;ao de doses substanciais de "Ritalin"
em crian«;as de escolas publicas de Omaha, Nebraska e Little Rock,
ArkansaS. Em todos os casos, 0 testemunho revelava uma colabora-
«;ao Informal mas real entre autoridades dessas escolas, pessoal medi-
co local e cI (nicas envolvidas no estudo e distribuic;ao de drogas
contendo anfetaminas. 0 resultado dessa colaboraC;ao, de acordo com
o testemunho, foi induzir grande numero de crian«;as a tomarem
"Ritalin" regularmente, com forte pressao sabre os pais relutantes
em concordar - incluindo . ameac;as de desforra contra as proprias
crianc;as, na escola.
Considere-se 0 testemunho de Mrs. Daniel H. Youngs, ex-mora-
dora de Little Rock, Arkansas.

"A pressao foi extrema. Nos recebfamos quase que diaria-


mente notas dos professores das criam;as e chamados da
escola. Afirmavam-nos que nossas criam;as estavam falhan-
do em todos os assuntos. Nos sabfamos 0 que eles queriam
conseguir com isso, pois conhecfamos pais nas vizinhan(:as

83
que submetiam suas criam;as ao programa porque nao po-
diam aguentar a pressao. Acredite-me, nao era nada bom
ver as personalidades de nossos filhos modificadas pelo uso
de drogas . ..

Meu esposo e eu nao tfnhamos a quem recorrer. N6s sabfa-


mos que as autoridades escolares nao iriam fazer nada. A
essa altura, . n6s sentimos -que tfnhamos apenas duas alter-
nativas: deixar Arkansas ou ficar e lutar. N6s decidimos
ficar e lutar. Sabfamos que havia centenas de criam;as
drogadas, e confiavamos que algUfim, em algum lugar, nos
ouviria e ajudaria a par um fim a este programa. N6s esta-
vamos erradosl".

Mrs. Youngs pediu ajuda a nada menos que quinze autoridades


e outras pessoas. Nenhuma delas pode ou desejou fazer qualquer
coisa para proteger nossas crianc;:as.
Num comuriicado especia.1 para a Saude Publica, apontei 0 perigo
do crescente uso de "Ritalin" naS crianc;:as das classes atrasadas das
nossas escolas publicas, descrevendo em detalhes urn · caso que me
chamou a atenc;:ao, de urn acontecimento que eu conhec;:o p~r expe-
riencia pessoal, valendo a pen a ser divulgado. Envolveu urn menino
de sete anos, cujos testes mostraram que ele era urn por cento supe-
rior em inteligencia as demais crianc;:as do Estado de Maryland e que
foi examinado por urn psiquiatra e urn pediatra, que disseram ser ele
perfeitamente normal. Apesar disso, devido- a insistencia de sua esco-
la, aquela crianc;:a foi forc;:ada a tomar "Ritalin" por urn per(odo de
alguns meses, durante os quais nao aprendeu quase nada. Quando
sua mae finalmente 0 tranferiu para uma escola particular e tirou-Ihe
a droga, ele progrediu rapidamente e uma vez mais obteve resultados
acima do norma I. .
Como essa experiencia mostra, uma breve exposic;:ao aos efeitos
dessas drogas de controle da mente humana pode nao causar preju(-
zos duradouros as crianc;:as, embora 0 risco exista e cresc;:a a medida
que as drogas sao rriais frequentemente usadas. Mas a cirurgia cere-
bral e irreverslvel. Seus efeitos sao permanentes. E a cirurgia ce-
rebral esta comec;:ando a ser usada em crianc;:as "hiperativas", com

84
"disfum;ao cerebral". 0 "Washington Post", de 12 de marc;:o de
1972, transcreveu um Relatorio publicado em 1970 num periodico
medico, no qual 0 Dr. Orlando J. Andy, Professor e Diretor de Neu-
rocirurgia na Escola de Medicina da Universidade do Mississipi ,
expos 0 seguinte caso:

"Um menino de nove anos, com inteligencia normal, foi


descrito como "hiperativo", agressivo, combativ~, explosi-
vo, destrutivo e "sadista" por seu medico. Para controlar
seu comportamento e torna-Io mais maleavel, ele foi
operado. Foram feitas aberturas em seu crania e intro-
duzidos eletrodos, profundamente, em seu cerebro, para
coagular ambos os lados do talamo, 0 centro regulador
das em090es cerebrais.

Nove meses depois, a Opera9aO foi repetida em um so


lado. Depois disso, seu miKJico relatou que o .comporta-
mento do menino estava "visivelmente melhor", estando
ele apto a retornar a "Escola de Educa9aO Especial". Mas
seus siiltomas reapareceram um ana mais tarde e ere foi
submetido a uma nova Opera9aO, desta vez no fornice
(tr(gono cerebral), outra parte do sistema regulador das
em090es. · Seu medico' entao constatou "memoria para
acontecimeiltos recfmtes danificada", um sinal de perigo
cerebral, e 0 menino passou a ser descrito como "muito
mais irritavel, negativista e combativo". Consequentemen-
te, lesoes adicionais destrutivas foram feitas no local das
. duas primeiras opera90es, 0 talamo. Seu medico entao
constatou que 0 paciente estava "novamente recuperado,
ajustado e mostrava melhora consideravel no comporta-
mento e memoria", mas concluiu: "intelectualmente, no
en tan to, 0 paciente esta arruinado"."

Uma primeira e superficial reac;:ao a este fato -: seis investidas


contra 0 cerebro de uma crianc;:a, tentando controlar seu comporta-
mento - pode ser a consternac;:ao de saber que, apos tudo isto, nao
houve "melhora". Mas, pensando melhor, imaginamos que poderia

85
ter side pior se 0 tratamento tivesse alcan~ado sucesso, se,tivesse side
possfvel "domar" essa crian~a por meio da destrui~ao de seu cerebro.
Pois 0 cerebro e 0 lugar onde 0 homem pensa e sente. !: 0 instrumen-
to de sua mente, como 0 violino e 0 instrumento do concertista. A
destrui~ao deliberada de parte do cerebro inevitavelmente reduz as
capacidades de pensar e sentir. Certamente, tal "cura" e muito pior
do que qualquer doen~a.
A hist6ria completa do "retorno da lobotomia e da psicocirurgia"
foi divulgada pelo Dr. Peter R. Breggin, urn membro do Corpo 00-
cente da Escola de Psiquiatria de Washington e ex-Professor da Escola
de Medicina de Harvard, em um primeiro artigo publicado pelo Sena-
dor Gallagher no "Diario do Congresso", de 24 de fevereiro de 1972.
Nesse trabalho, 0 Dr. Breggin relatou que a horripilante opera~ao
conhecida como lobotomia prefrontal foi feita em 50.000 pessoas
ate 1950, tendosido, a partir desse ano, completamente abandonada,
por causa da evidencia de que tendia a transformar homens e mulhe-
res em !'vegetais humanos". Mas 0 Dr. Breggin diz que a lobcitomia
esta agora fazendo seu renascimento de forma mais sofisticada, en-
volvendo, menos drastica porem mais prolongadamente, a mutila~ao
do cerebro, como no caso daquele menino de nove anos do Mississipi.
Tal psicocirurgia nao esta mais limitada somente a sala de opera~5es e
ao bisturi. Tem side desenvolvidas tecnicas para enfraQuecer areas
selecionadas do cerebro por meio da implanta~o de eletrodos ligados
a uma corrente eletrica, os quais podem, quando ativados, destruir
tecidos cerebrais. a Dr. Breggin, descrevendo como 0 "psicoterapis-
ta" fala com 0 paciente enquanto os neurocirurgi5es ligam a corren-
te, verificando, desse modo, 0 efeito da destrui~ao cerebral nas emo-
~5es do paciente, alertou:

"0 proprio paciente nao pode perceber quando seu cere-


bro ~sta sen do coagulado, mas 0 terapista pode, visto que a
destrUl9aO do tecido lobo frontal e imediatamente eviden-
ciada por uma p'erda progress/va de todas as fum;oes huma-
nas relacionadas com os lobes frontais - perspicacia,
empatia, sensibilidade, consciencia, julgamento, responsa-
bilidade emocional, etc.

86
Recentemente, na Inglaterra, urn juiz determinou que fosse feito
esse tipo de opera~ao cerebral em urn vendedor de sorvetes, como urn
meio de impedi-Io do "jogo compulsivo". So mente urn protesto pu-
blico salvou, no ultimo instante, aquele homem de se tornar urn
subhumano.
De acordo com urn Relatorio do Dr. Robert G. Heath, Chefe do
Departamento de Psiquiatria e Neurologia da Universidade Tulane,
de New Orleans, publicado no "Medical World . News" ("Notfcias do
Mundo da Medicina"), tern-se desenvolvido meios palos quais indi-
'v"(duos, com esses eletrodos implantados, podimi usa-los para estimu-
lar centra is de prazer em seus proprios cerebros, acionando bot5es
de controle, 0 que, natural mente, significa qu~ alguma outra pessoa
poderia controla-Io da mesma maneira. Eles poderiam ser implanta-
dos nas centra is de dor, como 0 foram nas centrais de prazer. 0 Dr.
Breggin indubitavelmente nao exagera quando diz que 0 potencial
totalitario dessa tecnica quase supera 0 que se possa imaginar.
o Dr. Jose Delgado, Professor de Psicologia da Universidade de
Yale, mostrou-se favoravel a tudo isso,em seu livro de 1969, "Physi-
cal Control of the Mind" ("Controle F(sico da Mente"), enos rela-
torios publ icos posteriores. 0 Professor Delgado declarou:

I~ tese deste livro e a de que agora dispomos da tecnologia


necessaria para a investiga¢ao experimental das atividades
mentais, e de que alcam;amos um ponto crftico na evolu-
r;ao do homem, a partir do qual a mente pode ser usada
para influenciar sua propria estrutura, fum;oes e ihten-
r;5es. ... Nos podemos controlar, de uma certa distancia,
as funr;5es biologicas dos organismos vivos. Gatos, macacos
ou seres humanos podem ser induzidos a curvar um mem-
bro, rejeitar alimentos, ou sentir excit8r;aO emocional, sob
a influencia de impulsos 'eletricos que, ativados por ondas
de radio intencionalmente emitidas de um lugar distante,
VaG atuar no interior de seu cerebro. Um sistema duplo de
comunicar;ao via radio poderia ser estabelecido entre ' 0
cerebro de um indivfduo e um computador . .. ansiedade,
depressao e ftJria poderiam ser identificados pelo computa-
dor, que acionaria 0 estfmulo inibitorio especffico".

87
o Dr. Delgado descreveu experiencias nasquais 0 estrmulo ele-
trico no cerebro fon;ou indiv(duos a agirem em oposi~ao direta a sua
pr6pria vontade. Ele previu, mais adiante, investiga~5es dentro das
fun~oes do neuronio, relacionadas com a aplica~o de eletricidade no
cerebro, que possibilitarao a defini~ao, em termos reais, de conceitos
altamente controvertidos, tais como "liberdade", "individualidade'"
e "espontaneidade", mais efetivamente do que em "discuss5es se-
manticas e ilus6rias". Visto que mais tarde ele continuou a atacar
especificamente a convic~ao de que 0 indiv(duo tern "0 direito de
desenvolver sua pr6pria mente . . . enquanto permanecer indepen-
dente e auto-suficiente", e evidente onde ele espera chegar com esse
"esclarecimento" .
Uma pessoa que recentemetlte viu e ouviuo Dr. Delgado, num
Congresso de Etica e Tecnologia Medica, realizado em Washington,
disse que nao pode evitar lembrar-se constantemente do Dr. Fran-
kenstein, embora felizmente 0 Dr. Delgado nao tivesse 0 monstro
com ele ... ainda. Nao e de estranhar, pois, que 0 Dr. Breggin"esteja
fazendo tanto para denunciar esse perigo que cresce rapidamente
e pleiteando uma legisla~o - federal e estadual - que pro(ba total-
mente a psicocirurgia. Se tal legisla~ao nao for promulgada, ou ate
que ela 0 seja, ele insiste em a~ao direta na Justi~a contra a psi co-
cirurgia e pressao publica contra hospitais que permitem essas opera-
~oes.

o Senador Gallagher descreveu 0 Relat6rio em que 0 Dr. Breggin


expos as provas que reuniu como "um dos documentos mais chocan-
tes que eu ja vi" e propos uma decisiva a~ao corretiva. Eu iria rna is
adiante do que ele: acredito serem inteiramente necessarias e justifi-
cadas nao s6 as a~5es corretivas como as preventivas. Devem ser
terminantemente proibidas tanto a mutila~ao do cerebro,com qual-
quer inten~ao que nao seja para remover tecidoclaramente afetadb,
como tumores, como 1ambemqualquer tecnica para controlar men-
tes pela implanta~o de elementos estranhos no cerebro. 0 verda-
deiro insane talvez possa ser tratado pelos metodos tradicionais,
cujos maus efeitos ,colaterais sao usual mente revers(veis nos doentes,
mas ninguem pode ser for~ado a sofrer tal tratamento sem ter primei-
ramente uma oportunidade de ser ouvido em ju(zo, com a assistencia

88
de urn advogado de defesa.
Nao ha exagero na enfase com que se den uncia 0 perigo do con-
trole direto da mente,num mundo onde ha tanta gente ansiosa por
usa-Io para subordinar a vontade de outros homens as suas proprias.
o efeito em nossa na~ao (EUA) de urn programa obrigatorio de
controle das mentes, como 0 que tern sido divulgado, poderia ser
tao irreversivelmente monstruoso, quanto 0 seu efeito num · indivf-
duo. Ele pode extinguir nao somente aliberdade, mas tambem 0 pr6-
prio anseio natural por ela. Tal perversidade e tao horrfvel, que re-
. pugna ~te mesmo pensar nela; contudo, nos devemos te-Ia em nosso
pensamento, por nao ser mais somente uma sombra terrfvel no futu-
ro, mas uma amea~a com que nos defrontamos aqui e agora.

The Review Of The NEWS (EVA)


Mar90/1972

89
MENSAGEM A TODOS OS CRISTAOS DOS PAisES LlVRES

Apelo divulgado por um grupo de . Bispos da Igreja


Ortodoxa Russa Livre - nao catolica - reunidos em
Frankfurt am Main (Frankfurt sobre 0 MenD - Alemanha
Ocidenta/), em 26 e 27 de junho de 1971.

Da Russia nos chegam not(cias terrlveis: 0 Governo ateu, conven-


cido da impossibilidade de criar, por meio de propaganda, 0 "homo
sovieticus", submetido pelo terror aos ditadores, envia os defensores
da fe e outros . cidadaos, que defendem 0 direito de pensar de um
modo diferente daquele do Partido, ao que se chama de "Hospitais
PsiquiatricosEspeciais". Ali, sao submetidos a ac;:ao de drogas que os
convertem em idiotas, incapazes de resistir e defender sua fe e reduzi-
, dos a impotencia.
o Professor de Matematica Vasili Ivanovitch, que esta internado
no Hospital Psiquiatrico Especial de Leningrado, escreve:

NNao tenho medo da morte e prefiro que me fuzifem! E


repugnante e terr/vel pensar que mancharam e esmagaram
minha alma! ... 0 homem perde aqui sua individualidade,
seu espfrito se dilui, suas faculdades emotivas se destroem,
sua mem6ria desaparece. Mas 0 mais terr(vel do tratamento
e que faz desaparecer tudo 0 que constitui 0 carater pes-
soal proprio. E a morte da cria'tividade. Os que estao sub-
a
metidos ar;:ao da aminazina nao podem nem ler depois de
assimilci-Ia, convertem-se intelectualmente em seres nulos e
primitivos".

No Ocidente, acaba-se de receber, enviado clandestinamente da


Russia, 0 relato "As Recordac;:5es da 'Casa Vermelha", escrito nos
"hospitais" de Moscou por Guenedi Mikhailovitch Chimanov. Chima-
nov afirma que, depois do "tratamento" a que esta sendo submetido,
saira do hospital para voltar a sua casa "idiotizado".

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Nos, bispos livres da Igreja Ortodoxa Russa, nao podemos calar.
Alexandre Soljenitzin chama a reclusao de pessoas sas nestes hospi-
tais psiquiatricos de "uma variante das camaras de gas".
Clamamos aconsciencia do mundo, em nome da Igreja Ortodoxa
Russa e em nome de nosso povo sofrido e perseguido.
Condenai os crimes comunistas contra a humanidade, do mesmo
modo que haveis condenado os do nazismo.
Fazei pressao sobre os criminosos.
Fon;ai os governos dos pa (ses Iivres, as organizal;:5es internacio-
nais, a imprensa, a televisao e 0 radio a tomarem a defesa dessas pes-
soas mutiladas por medicos-verdugos.

·REVISTA ROMA - ANO V - N? 22 - Buenos A ires. 1971 -72, pag. 61 e 62.

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PSI , C 0 C 1 R U R G 1 A

Considerada uma maravilha da Medicina por uns e condenada


como ameaca a humanidade por outros, a psicocirurgia - operacao
no cerebro para modificar 0 comportamento humane - esta sendo
investigada por uma Subcomissao de Salide do Senado, presidida por
Edward Kennedy.
Veterano pesquisador desse campo da ciru'rgia, 0 medico Q.J.
Andy, da Universidade de Mississipi, disse, em 24 Fev. 73, no orgao
parlamentar, que a tecnica pode produzir curas assombrosas.
Relatou 0 caso de urn dos seus pacientes,um homem de 33 anos,
que apresentava comportamento violento e agressivo desde a intan-
cia, alem de alcoolatra e viciado em drogas. 0 paciente tentara 0 sui-
cfdio seis vezes e encontrava-se preso.
Andy operou-o ha oito anos e disse que agora 0 homem esta bern
casado, e possui um pequeno negocio em que emprega cinco pessoas.
o psiquiatra Peter R. Breggii1~ da Escola de Psiquiatria de Was-
hington, declarou que essas operacoes podem causar mais mal do que
bern aos pacientes, pois elas reduzem suas inteligencias e Ihes rou-
bam, mesmo, 0 que muitos chamariam de suas almas - a humanidade
bcisica.
Breggin - que exige do Governo a proibicao total da psicocirur-
gia - disse que essa tecnica poderia ser usado num futuro mais negro
como instrumento para 0 controle totalitario do comportamento.
"0 ditador sera um cientista do comportamento e pol (cia tera' como
arma a psicocirurgia", salientou.
o medico Bertran S. Brown, diretor do Instituto Nacional de
Salide Mental, disse na audiencia que considera imp rescind (vel 0 con-
trole da psicocirurgia, mas nao especificou qual seria a modalidade de
controle. Salientou que ninguem sabe quantas operacoes desse tipo
sao realizadas atualmente nos Estados Unidos.
Ate 0 momento, a Subcomissao ainda nao definiu a posiCao do
Senado diante do controle da psicocirurgia pelo Governo.
(Notfcia da UPI/Washington - "0 Globo" e "Correio Braziliense",
de 25 Fev. 73).
93
**

Ver PSICOPOLfTICA, Cap(tulo XII, a pagina 77:

*As opera~5es cerebra is deverao chegar a ser metoda comum e


corrente. Apesar de que as cifras das mortes devem ser escamoteac;tas
na medida do poss(vel, ao agente psicopoHtico, sem duvida, nao deve
importar muito essa media de desaparecimentos.*

Ver, ainda, P~SSOS NA 01 RECAO DO CONTROlE OA MEN-


TE, as paginas 95, 96 e 98:

*( . . . ) Mas a cirurgia cerebral e irrevers(vel. Seus efeitos sao


permanentes. E a cirurgia cerebral esta come~ando a ser usada em
crian~as "hiperativas", com "disfun~ao cerebral". (... )~

94
.PSICOPOLITICA
Quando Nikita Kruschev visitou os Estados Unidos em 1960, disseao
Presidente John Kennedy :.
"Este e um gr'a nde paiS, mas nos 0 destruiremo,s com uma arma que
vocesdesconhecem" .
Muito~ estudiosos afirmaram tratar-se da " arrna ideoI6gica".
Enganaram-se. A "arma" nao e a ideologia (esta e divulgada aberta-
mente por todo 0 mundo); a arrna e a Psicopolltica.
Didamos que 0 plano do Imperialismo comunista para a conquista
do mundo co_mpoe-se de duas frentes de ac;ao traduzidas em duas formas
de guerra: uma extE;!rna e outra interna. A extern a e a guerra subversiva
"convencional", por meio da ideologia, da desmoralizac;ao dos governan-
tes civfs e mi litares, da subversao das massas, do desestabelecimento da
ordem social vigente, do terrorismo e da guerrilhas, entre outra'S ativida-
des afins. Por sua vez, a guerra interna e a psicopolltica, que e 'tambem
subversiva, mas agora, a subversao da mente humana. Enquanto a guerra
externa atua no ser social, a guerra psicopol Itica atua no ser humano.
Formada com base nas ideias de Pavlov, Wundt e, Freud, a Psico- .
polftica dirige-se ao campo psico-cerebral da humanidade com apoio e '
atuac;ao na psicologia, psiquiatria, psicanalise e na parapsicologia (utilJ-
zando a hipnose). No campo pSlquico, atua atraves da hipnose, da
degradac;ao moral, cuftural e intelectual. No campo cerebral, sua atuac;ao
se volta para a pura e simples de$truic;ao do cerebro huma'no: Para tanto
os comuni~tas criaram oeletrochoque, a psicocirurg'ia e diversas drogas
nocivas ao cerebro. '
Inicia.ram duas campanhas internacionais, uma pr6-saude mental pela
ciencia e outra de desmoralizac;ao das instituic;oes psiquiatricas religiosas
(porque dizem: estas, curam). ,
Ja em 1925 Lenin e Pavlov trabalharam juntos na elaborac;ao da
Psicopolltica.
Haquanto tempo a Psicopol ftica esta sendo usada contra 0 mundo e
o Brasil? .
Este livro denuncia 0 plano e a atuac;ao nefasta da psicopol ftica . .
Todos os cidadaos' civfs, militares, partamentares e governantes tern <>
dever de ler este livro. Nao se trata de conhecer maisum livro sobre as
taticas guerreiras dos comunistas, trata-se de defender, com urgencia, a
sanidade psico-cerebral do povo brasileiro, da' sua familia e a 'sua propria.

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