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MIRANDA, Marilia Gouvea de; RESENDE, Anita C. Azevedo.
Sobre a pesquisa- ação na educação e as armadilhas do praticismo. Revista Brasileira de Educação, v.11, 2006, p. 511-518.
Introdução
- O conceito de pesquisa-ação incentiva a discussão da relação entre teoria e
prática. Portanto, ela pode ser definida como um processo de formação do conhecimento que estabelece a relação entre prática e teoria. - A pesquisa-ação, desde o início, é definida por incorporar a ação como sua dimensão constitutiva. Com isso, o pesquisador não deve deixar dúvidas em relação à prática em seu processo de investigação. - Nesse tipo de pesquisa, a investigação se converte em ação e intervenção social, possibilitando a atuação do pesquisador na realidade investigada.
Conhecimento e intervenção social
- A possibilidade do conhecimento, ao longo dos anos, passou a ser entendida como
a forma pela qual a verdade é obtida e através de quais procedimentos e instrumentos isso acontece. - A compreensão desse mundo faz com que novas propostas surjam para que haja o conhecimento da realidade. - “A descrição do caminho da pesquisa e de sua metodologia era já exposição do objeto investigado e confirmação de sua verdade” (MIRANDA e RESENDE, p. 513).
Pesquisa-ação e prática social
- A trajetória da pesquisa-ação é investigada desde os anos de 1940 até o presente.
- A pesquisa-ação requer do pesquisador leituras que adotam uma perspectiva mais experimental, além de projetos que visam a solução de problemas coletivos. - Segundo René Barbier (2002), a pesquisa-ação ainda não foi suficientemente explorada na área das ciências humanas. De acordo com Barbier, a pesquisa-ação é “uma arte de rigor clínico, desenvolvida coletivamente, com o objetivo de uma adaptação relativa de si ao mundo” (p.67). - Carr e Kemmis (1988, p. 142-143) descrevem cinco exigências acerca da pesquisa-ação: 1) ela deve rejeitar noções que envolvem racionalidade, objetividade e verdade; 2) deve admitir a possibilidade de utilizar a interpretação de docentes; 3) deve encontrar meios para distinguir interpretações que estão ou não ideologicamente distorcidas; 4) cabe a ela preocupar-se em identificar aspectos sociais que interferem na obtenção de resultados racionais; 5) reconhecer que a finalidade da teoria seria informar e guiar a prática dos educadores.
O praticismo e seus riscos
- O pesquisador não deve apenas compreender o mundo através da contemplação,
mas deve buscar forma de transformá-lo. - O anseio pela transformação social não deve implicar na perda na mediação teórica para a compreensão da realidade. O praticismo pode afetar na formação inicial e continuada do professor, já que esse não deveria se abster de adquirir uma formação teórica. Com isso, é possível observar que há a necessidade da proposta de efetivar a teoria com a prática. - As consequências do praticismo são diversas: “o aligeiramento da formação, a descaracterização da universidade como agência de formação de professores, a banalização da pesquisa, a redução das condições de autonomia e rigor para o exercício da crítica” (MIRANDA e RESENDE, p. 517).