COPEL
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1. FUNDAMENTAÇÃO DE FATO:
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simplesmente completar tudo quanto até então em vigor no trato de questões
atinentes a relações de consumo). Que o diga o Desembargador SÉRGIO CAVALIERI
FILHO, do TJRJ.:
“... é forçoso reconhecer que o Código do Consumidor brasileiro
veio a lume não simplesmente para atualizar a legislação até então
existente, mas sim para criar um novo d i r e i t o (...) Não se pode
dar ao CDC uma interpretação retrospectiva, que consiste, na bela
lição de BARBOSA MOREIRA, em interpretar o direito novo à luz do
velho, de modo que nada ou quase nada venha a mudar” (Cidadania
e Justiça, Ver. da AMB, n.º7, set. 99, pgs 22/23).
Havendo Relação de Consumo entre as partes, posto que figura como Autor
no pólo ativo, um consumidor, na verdadeira acepção da letra da lei, conforme
estatui o caput do artigo 2º do CDC. Noutro prato da balança, no pólo passivo,
encontra-se um fornecedor, revestido das características elencadas no artigo
3º também do CDC.
1. consumo
2. consumo médio
4. ICMS
5. PIS/PASEP
6. Cofins
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Constata-se que, sem que exista previsão legal, a sociedade empresarial
requerida vem efetuando o repasse do “encargo financeiro” referente às
aludidas contribuições sociais para os consumidores.
2. FUNDAMENTAÇÃO DE DIREITO:
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“2. Deveras, malgrado as atribuições contidas no inciso VII, do artigo 19, da Lei
9.472/97, ressoa evidente a ausência de interesse jurídico da ANATEL no presente
feito, uma vez que a eventual condenação na devolução dos valores pagos
indevidamente pelos consumidores a título de COFINS e da contribuição destinada
ao PIS não encontra repercussão em sua esfera jurídica, mas tão-somente na da
concessionária (Precedentes do STJ: REsp 1.053.778/RS, Rel. Ministro Herman
Benjamin, Segunda Turma, julgado em 09.09.2008, DJe 30.09.2008; REsp 716.365/RS,
Rel. Ministro Francisco Falcão, julgado em 07.11.2006, DJ 14.12.2006; e REsp
792.641/RS, Rel. Ministro Francisco Falcão, Rel. p/ Acórdão Ministro Luiz Fux, Primeira
Turma, julgado em 21.02.2006, DJ 20.03.2006).
“3. Consectariamente, tratando-se de relação jurídica processual instaurada entre a
empresa concessionária de serviço público federal e o usuário, não há interesse na
lide do poder concedente, no caso, a União, falecendo, a fortiori, a competência da
Justiça Federal (Precedentes da Primeira Seção: AgRg no CC 52.437/PB, Rel. Ministro
Humberto Martins, julgado em 28.05.2008, DJe 16.06.2008; AgRg no CC 61.804/CE,
Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 12.03.2008, DJe 31.03.2008; e AgRg
no CC 59.036/PB, Rel. Ministro Carlos Fernando Mathias (Juiz Convocado do TRF 1ª
Região), julgado em 12.03.2008, DJe 05.05.2008) - (REsp 859.877/RS, Rel. Ministro LUIZ
FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/10/2009, DJe 19/11/2009)”.
Convém ponderar, ainda, que “a competência da Justiça Federal vem taxativamente prevista
na Constituição. Dessa forma, conclui-se que a competência da Justiça Comum é subsidiária”, conforme
leciona o jurista Alexandre de Moraes1.
Do mérito:
“(...) Essa prática das concessionárias é abusiva (art. 39, caput, do Código de Defesa
do Consumidor) na mais ampla extensão possível do termo: viola de uma só vez os
microssistemas da legislação tributária, administrativa, de telecomunicações e de
proteção do consumidor. Sem falar que, em operações massificadas desta natureza,
especialmente no trato com os chamados sujeitosprofanos – na hipótese, milhões de
consumidores não 'iniciados' em complexas transações e operações técnicas,
comerciais, financeiras ou tributárias –, o fornecedor é sempre tentado (embora
muitos, imbuídos de responsabilidade social, resistam) a utilizar a filosofia do 'se
colar, colou', valendo-se exatamente da 'fraqueza ou ignorância do consumidor' (art.
39, IV, do CDC). Realmente, quantos consumidores se dão conta de uma diferença de
poucos reais em sua conta telefônica? Ou, entre aqueles que chegam a descobrir a
ilegalidade, quantos se dispõem a levar avante um processo judicial como este,
considerando-se todos os óbices formais e informais ao acesso à justiça no Brasil? A
técnica do 'se colar, colou' é a antítese dos princípios da boa-fé objetiva e da
transparência, que integram a linha de frente do Direito do Consumidor. Pior ainda
quando tal técnica perversa se manifesta na composição ou preço, não de produtos e
serviços de consumo valiosos, que são mais propensos a controle atento e efetivo pelo
consumidor, mas de micro operações multiplicadas por milhões de vezes,
individualmente irrelevantes ou insignificantes (pelo prisma da vítima), mas, quando
agregadas, extraordinariamente importantes e lucrativas (na ótica do fornecedor). Por
tudo isso, também no campo do Direito do Consumidor, conclui-se que é indevida a
cobrança do PIS e da COFINS na fatura telefônica” - (REsp nº1.053.778/RS).
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Direito Constitucional, Editora Atlas S.A., 21º edição, ano 2007, página 560.
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O Superior Tribunal de Justiça, seguindo a lição do Ministro Herman
Benjamin, firmou a orientação jurisprudencial no sentido de que:
“(...)3. É indevido o repasse do PIS e da COFINS na fatura telefônica, por ausência de
expressa e inequívoca previsão na lei.
4. Tarifa líquida é aquela que exclui os impostos e contribuições incidentes na operação
individualmente considerada.
5. O PIS e a COFINS, nos termos da legislação tributária em vigor, não incidem sobre
a operação individualizada de cada consumidor, mas sobre o faturamento global da
empresa.
6. O fato de as receitas obtidas com a prestação do serviço integrarem a base de
cálculo dessas contribuições – faturamento mensal – não pode ser confundido com a
incidência desses tributos sobre cada uma das operações realizadas pela empresa.
7. Essas receitas também compõem a base de cálculo do Imposto de Renda e da
Contribuição Social Sobre o Lucro, já que, após as deduções legais, constituirão o lucro
da empresa. Nem por isso se defende que a parcela do IRPJ e da CSLL relativa a uma
determinada prestação de serviço seja adicionada ao valor da tarifa.
8. Somente o ICMS, por expressa disposição legal, deve ser objeto de destaque e
cobrança na fatura, repassando-se diretamente o ônus ao assinante.
9. O repasse indevido do PIS e da COFINS na fatura telefônica configura “prática
abusiva” das concessionárias, nos termos do Código de Defesa do Consumidor, pois
viola os princípios da boa-fé objetiva e da transparência, valendose da 'fraqueza ou
ignorância do consumidor' (art. 39, IV, do CDC)”.
10. O acréscimo indevido na tarifa não tem natureza tributária, ainda que a
concessionária afirme que se trata de mero repasse de tributos. Inaplicabilidade do
art. 167 do CTN. (...)” (REsp nº1.053.778/RS)”.
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colou' é a antítese dos princípios da boa-fé objetiva e da transparência, que integram a linha de frente do Direito
do Consumidor. Pior ainda quando tal técnica perversa se manifesta na composição ou preço, não de produtos e
serviços de consumo valiosos, que são mais propensos a controle atento e efetivo pelo consumidor, mas de micro
operações multiplicadas por milhões de vezes, individualmente irrelevantes ou insignificantes (pelo prisma da
vítima), mas, quando agregadas, extraordinariamente importantes e lucrativas (na ótica do fornecedor).
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Excelência, constata-se sem nenhuma dúvida que o tema em debate é
CONSUMERISTA e busca que seja proibida à empresa ora demandada repassar os
valores relativos às contribuições da COFINS e do PIS para os consumidores
finais dos serviços de distribuição de energia elétrica e, consequentemente,
devolver em dobro os valores pagos a maior.
Não busca o Autor que o tributo em questão não seja pago, ou seja, não
há, portanto, pretensão de desconstituir a sua força impositiva fiscal. O que
pretende é que o Poder Judiciário decida sobre a possibilidade ou não de a
empresa demandada repassar aos
consumidores os valores pagos relativos à COFINS e PIS.
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o meio ambiente deve ter em seu favor o benefício da dúvida no caso de
incerteza (por falta de provas cientificamente relevantes) sobre o nexo
causal entre
determinada atividade e um efeito ambiental nocivo.
Assim, ao interpretar o art. 6º, VIII, da Lei n.8.078/1990 c/c o art. 21 da Lei
n. 7.347/1985, conjugado com o princípio da precaução, justifica-se a
inversão do ônus da prova, transferindo para o empreendedor da atividade
potencialmente lesiva o ônus de demonstrar a segurança do
empreendimento. Precedente citado: REsp 1.049.822-RS, DJe 18/5/2009.
REsp 972.902-RS, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 25/8/2009”.
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de telefonia fixa aos consumidores do aludido serviço, conforme consta do
seguinte informativo:
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cobrados a título de repasse do PIS e da COFINS podem ser surpreendidos pela
interrupção de fornecimento do serviço público de distribuição de energia
elétrica, o qual, conforme explicitamos, possui a nota da indisponibilidade.
Das Provas:
CONCLUSÃO:
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sempre vinha sendo levada a sério. Com maior razão, toda e qualquer situação
abusiva sujeita-se agora, sob a égide do CDC., a restrições (além de multas e
outras penalidades severas). Distanciamo-nos, finalmente, de massacres como os
comentados por VITÓRIO CASTELO BRANCO, ao observar: “Desde que a sociedade se constituiu
em tempos imemoriais, os mais fortes venciam o mais fraco pela força bruta, tomando-lhes as armas, os bens e até
mesmo as mulheres”.
GOETHE, em seu tempo, já alertava que “... as mentes de algumas pessoas eram como
botas de sete léguas, cobrindo com dois passos a mesma distância que os comuns dos mortais percorrem num dia
inteiro”. A Ré calçou aquelas botas quando da elaboração do contrato, como era de
costume antes do providencial advento do CDC. Salvando a pele dos explorados
pelos grandalhões, o nóvel código mudou essa mentalidade.
Desse modo, MM Juiz, não mais se pode fazer tabula rasa diante da
modernização de nosso Direito à medida que a realidade destes tempos bem se
ajusta aos comandos legais aprimorados pela experiência a serviço do interesse
social, contrapondo-se ao ranço misoneista das mesmices e comodismos de
antanho. Muita coisa mudou, outras tantas vêm ainda mudando e sempre para
melhor, nomeadamente a nova safra de legisladores, estudiosos, em especial
jovens aplicadores do Direito e sobremaneira da J U S T I Ç A! Ignorar ou
desprezar essa modernidade seria como rasgar todo o conjunto de conquistas e
apagar da lousa a preciosa recolha de aperfeiçoamentos jurídicos ajustados à
época atual.
3. REQUERIMENTOS:
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no valor de R$ 500,00 ou outro valor que este Juízo reputar
adequado, devida enquanto perdurar o descumprimento da decisão.
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ALESSANDRA FRANCISCHETTI RIBEIRO DA FONSECA
OAB/PRnº37.423
OAB/PR nº26.050
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