Leadbeater, C. W. - O Homem Visível e Invisível
Leadbeater, C. W. - O Homem Visível e Invisível
Leadbeater, C. W. - O Homem Visível e Invisível
C. W. LEADBEATER
O HOMEM VISÍVEL
E INVÍSIVEL
As auras de diferentes tipos de indivíduos, segundo a
observações de um hábil clarividente.
Tradução de
JOAQUIM GERVÁSIO DE FIGUEIREDO
EDITORA PENSAMENTO
SÃO PAULO
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Título do original:
Man, Visible and lnvisible
3
ÍNDICE DAS LÂMINAS COLORIDAS
Páginas
I. O Significado das Cores: Frontispício 42
II. Os Planos da Natureza 10
III. As três Emanações Divinas 19
IV. Involução e Evolução 23
V. O Corpo Causal do Selvagem 35, 68 e 73
VI. O Corpo Mental do Selvagem 40 e 70
VII. O Corpo Astral do Selvagem 36, 40, 47 e 72
VIII. O Corpo Causal do Homem Comum 49, 68 e 73
IX. O Corpo Mental do Homem Comum 50, 70 e 73
X. O Corpo Astral do Homem Comum 36, 47, 51, 60 e 72
XI. Um Impulso Súbito de Amor 53
XII. Um Impulso Súbito de Devoção 55
XIII. Um Acesso de Cólera 56
XIV. Um Acesso de Medo 58
XV. O Homem Enamorado 60
XVI. O Homem Irascível 61
XVII. O Avaro 62
XVIII. Abatimento Profundo 63
XIX. O Devoto 65
XX. O Cientista 66
XXI. O Corpo Causal do Homem Evoluído 68, 70 e 73
XXII. O Corpo Mental do Homem Evoluído 70 e 73
XXIII. O Corpo Astral do Homem Evoluído 36, 70, 71 e 72
XXIV. A Aura de Saúde Normal 75
XXV. A Aura de Um Enfermo 75
XXVI. O Corpo Causal de Um Adepto 79
NOTA DO AUTOR
O Autor deseja prestar seus mui sinceros agradecimentos aos dois amigos teósofos que
elaboraram as lâminas desta obra: o Conde Maurício Prozor que as desenhou e pintou do
natural, e a Stª. Gertrudes Spink, que dedicou muitos dias a copiá-las pacientemente por um
processo especial, a fim de reproduzi-las fielmente em fotogravuras.
4
CAPÍTULO I
COMO PODEMOS CONHECER O HOMEM
Antes de expor os princípios gerais, é mister explicar alguns fatos descobertos por
meio da clarividência. O primeiro ponto que devemos compreender claramente é a
maravilhosa complexidade do Universo que nos rodeia e que contém muitas coisas
desconhecidas no campo da visão comum.
Sabemos todos que a matéria existe em diferentes condições, que se podem
mudar variando a pressão ou a temperatura. Temos três estados notórios de matéria:
sólido, líquido e gasoso. A Ciência nos demonstra que sob certas variações de
temperatura ou de pressão, todas as substâncias podem existir em qualquer dos
referidos estados. Creio que existem ainda algumas substâncias que os químicos não
conseguiram reduzir de um estado a outro. Mas admite-se geralmente que assim
como a água pode solidificar-se a baixa temperatura e vaporizar-se a uma
temperatura elevada, também todos os sólidos que conhecemos poderiam converter-
se, sob certas condições, em líquidos ou em gases, todo líquido em sólido ou gás, e
todo gás em líquido e mesmo em sólido. Sabemos que o ar pode liquefazer-se, e que
alguns outros gases têm se solidificado.
A química oculta nos mostra ainda outro estado de matéria mais sutil que o gasoso,
ao qual se podem reduzir todas as substâncias conhecidas. Chamamos etérico a esse
estado da matéria. Afirma a Química que o que a Ciência entende por éter, não é uma
substância distinta e homogênea, mas simplesmente um outro estado particular da
matéria ordinária. Assim, por exemplo, o hidrogênio pode assumir o estado etérico em
vez de gasoso; e o ouro, a prata ou qualquer outro elemento, pode tomar os estados
sólido, líquido, gasoso e também o mais sutil que denominamos etérico. Do mesmo
modo que em nosso mundo há elementos normalmente sólidos, como o ouro, outros
normalmente líquidos, como o mercúrio, e outros normalmente gasosos, como
oxigênio, assim também há substâncias normalmente etéricas, ainda que por meio de
um tratamento especial estas possam ser reduzidas ao estado gasoso ou conduzidas a
outro estado ainda mais sutil.
A ciência oficial nos fala dos átomos de oxigênio, hidrogênio ou de quaisquer das
sessenta ou setenta substâncias que os químicos denominam elementos.
Teoricamente, nenhum destes elementos pode ser decomposto, e cada um deles tem
seus átomos próprios. Etimologicamente, a palavra átomo significa que não pode
dividir-se. Não obstante, a ciência oculta nos diz que muitos cientistas têm já
suspeitado * que os referidos supostos elementos não são tais no sentido literal da
palavra; que os chamados átomos de oxigênio ou hidrogênio não são o último grau de
divisão da matéria, e por conseguinte, tais átomos não passam de moléculas que sob
certas condições podem decompor-se em átomos.
* Esta obra foi escrita no fim do século XIX; no século XX as descobertas cientificas
já provaram a decomposição do átomo em elétrons, íons, etc. (N. do T.)
7
Repetindo este processo de divisão, obtém-se um número infinito de átomos
físicos idênticos, o que denota que há uma substância fundamental de todas as
substâncias. As diversas combinações destes átomos últimos nos dão o que a Química
chama átomos de oxigênio, de hidrogênio, de ouro, de prata, de platina, etc., que em
sua extrema divisão deixam livre certo número de átomos idênticos, com a única
exceção de que uns são positivos e outros negativos.
Embora estranho ao nosso presente trabalho*, é de profundo interesse o estudo
destes átomos e das possibilidades de suas combinações.
* Para mais detalhes, veja-se a obra “Química Oculta”, de Besant e Leadbeater.
Tais átomos só são últimos sob o ponto de vista de nosso plano físico. Isto é, há
métodos por meio dos quais podem ser divididos, mas então nos dão uma matéria
pertencente a um diferente plano da natureza, que já não se dilata nem contrai
segundo os diferentes graus de calor ou de frio a que a submetemos. Esta matéria sutil
não é simples, mas, sim, complexa; e também existe numa série de estados peculiares,
análogos aos sólido, líquido, gasoso e etérico da matéria física. Levando mais adiante o
nosso processo de subdivisão, chegamos ao átomo último do plano da natureza a que
os ocultistas chamam mundo astral.
Pode-se repetir este processo, pois subdividindo o átomo astral, chegamos a outro
mundo superior e mais sutil, embora sempre material. Uma vez mais encontramos ali a
matéria em condições definidas e em diferentes estados correspondentes a esse nível
superior. O resultado final é que nossas investigações nos conduzem ao átomo do
quinto plano da natureza, que a Teosofia denomina mundo mental. Tanto quanto nas
permitem nossos conhecimentos, não tem limites esta possibilidade de subdivisão,
pois o limite está em nossa capacidade de observação. Contudo, sabemos o suficiente
para estar seguros da existência de diferentes planos, que em certo sentido são
mundos que constituem as partes de um todo prodigioso.
A Teosofia chama planos, ou melhor, mundos, a estas diferentes regiões da
natureza. Para nosso estudo, convirá imaginá-los uns sobre os outros, segundo os
diferentes graus de densidade da matéria de que estão compostos, tal como aparecem
na lâmina II. Mas é necessário advertir o leitor que esta disposição é adotada
convencionalmente, como um símbolo, e que de modo algum representa a verdadeira
relação entre os diversos planos, que em realidade não se acham uns sobre outros,
como as prateleiras de uma estante, senão que ocupam todos o mesmo espaço,
interpenetrando-se uns aos outros*.
* Tenha-se em vista que os nomes de mahaparanirvânico, paranirvânico e
nirvânico expostos na Lâmina II, equivalem, respectivamente, aos de ádico,
anupadóquio e átmico com que mais comumente hoje o denominam. Por outro
lado, desde a publicação da primeira edição desta obra, evoluiu algo mais a
exposição da Teosofia, e a ordenação dos mundos ou planos está invertida, pois se
considera agora como primeiro o ádico ou mahaparanirvânico e como sétimo, o
físico. Vai esta advertência para prevenir confusões.
A Ciência reconhece que mesmo nas substâncias mais densas os átomos jamais se
tocam, pois cada um tem seu campo de ação e de vibração, e cada molécula, por sua
8
vez, possui um campo ainda mais amplo; de sorte que sempre há espaço entre estes
átomos ou entre estas moléculas. Cada átomo físico está banhado num mar de matéria
astral, que enche os seus interstícios em todas as circunstâncias possíveis.
Está universalmente aceito que o éter interpenetra todas as substâncias
conhecidas, desde o sólido mais denso até o gás mais rarefeito. E assim como este se
move com toda a liberdade entre as partículas da matéria líquida ou sólida, assim
também a matéria astral o interpenetra e se move com toda a liberdade entre as suas
partículas. A matéria mental, por sua vez, interpenetra a matéria astral nas mesmas
condições. Portanto, estes diferentes planos da natureza não se acham nada separados
no espaço, mas todos eles existem ao nosso redor, de maneira que, para vê-los ou
estudá-los, não temos nenhuma necessidade de locomover-nos no espaço. Basta
despertar os sentidos por meio dos quais podemos percebê-los.
9
Lâmina II
10
CAPÍTULO III
CLARIVIDÊNCIA
13
CAPÍTULO IV
OS VEÍCULOS DO HOMEM
16
CAPÍTULO V
A TRINDADE
Lâmina III
19
Assim, pois, "ainda que seja Deus e homem, não são dois de modo algum, senão
um só Cristo; não pela descida de Sua divindade na carne, mas pela ascensão de Sua
humanidade a Deus." É um só pela Unidade essencial e por Sua gloriosa virtude de
elevar com Ele tudo quanto adquiriu ao descer à matéria inferior. Mas isto concerne
mais essencialmente à sublime e divina descida representada na lâmina III.
O cisma mais profundo da Igreja cristã foi o da divisão dos ramos do Oriente e do
Ocidente, nas igrejas grega e romana. Embora considerações políticas e econômicas
houvessem influído neste cisma, a razão doutrinal que serviu de pretexto foi a suposta
corrupção da verdade, realizada no concílio de Toledo no ano 589, com a introdução
no Credo da palavra filioque. Assim se resumia a questão: “Procede o Espírito Santo só
do Pai, ou do Pai e do Filho?" No interesse da unidade da Igreja, teria sido mais
conveniente prescindir de uma questão tão especulativa e tão afastada de todo
conhecimento; mas a controvérsia teológica é sempre mais inflamada nos problemas
mais intrincados, menos importantes e de menor interesse. Nosso diagrama permite
ver o fundo da questão; além disso, ensina que ambos os antagonistas tinham razão, e
se houvessem compreendido o problema que tanto discutiam, não teria ocorrido o
cisma.
A Igreja romana sustentava, razoavelmente, que não podia haver manifestação de
um Poder que, pertencente a um plano supremo, se manifestasse no terceiro plano
sem deixar pegadas de sua passagem no segundo, e assim afirmava que o Espírito
Santo procedia do Pai e do Filho. Por outro lado, a Igreja grega se atinha
absolutamente à distinção das três manifestações, e com razão protestava contra a
processão* da primeira manifestação através da segunda. Isto poderia ser
representado em nosso diagrama por meio de uma linha diagonal traçada através da
primeira, segunda e terceira manifestações.
* Em têrmos teológicos, chama-se processão do Espírito Santo à eterna
manifestação do Espírito Santo, procedente do Pai e do Filho. - E. Littré
(Dicionário).
A linha pontilhada que figura à direita da lâmina II, demonstra como desce o
terceiro aspecto da Divindade através dos planos, manifestando-se finalmente no
nirvânico. Esta é a chave do problema, e demonstra-nos a absoluta harmonia entre as
duas opiniões divergentes.
Comparando a trindade do Ego humano com a superior Trindade divina, notamos
de que maneira maravilhosa é o homem a imagem de Deus. Os conceitos ortodoxos
são tão cruamente materialistas que se interpretou literalmente este trecho, referindo
a imagem ao corpo físico do homem como se Deus houvesse dado ao corpo do
homem a forma que, segundo predisse, seria a que o Cristo assumiria ao vir à terra.
Isto é um exemplo notável de confusão mental, mais estranha ainda nos teólogos.
Se examinarmos a lâmina II, veremos o verdadeiro significado destas palavras. Não
o corpo físico do homem, mas, sim, a constituição de sua alma reproduz com
maravilhosa exatidão o processo da manifestação divina.
Assim como os três aspectos da Divindade se resumem no plano supremo, assim
também a Chispa divina do espírito do homem tem trino aspeto no plano nirvânico.
20
Em ambos os casos, o segundo aspecto da Divindade pode descer ao plano imediato
inferior e revestir-se da matéria do mesmo; e também o terceiro aspecto pode descer
aos outros dois planos imediatamente inferiores, seguindo o mesmo processo. Assim,
pois, em ambos os casos existe a Trindade na Unidade... distinta em sua manifestação
e em sua essência.
Cada um dos três Aspectos, Pessoas ou Manifestações do Logos, tem sua função
especial a cumprir, na preparação e desenvolvimento do Ego humano. A lâmina III nos
ajudará a explicar estas funções. Do mesmo modo que na lâmina lI, as subdivisões
horizontais designam os planos acima dos quais figuram os três símbolos pertencentes
à série descrita por H. P. Blavatsky em A Doutrina Secreta. O círculo superior com um
ponto central representa o primeiro aspecto do Logos e significa a manifestação
primordial de nosso sistema solar. O segundo aspecto do Logos está simbolizado por
um círculo com um diâmetro horizontal, que expressa a dupla manifestação
relacionada com a segunda Pessoa de qualquer das duas Trindades. O círculo inferior
contém a cruz grega, que é um dos símbolos mais comuns do terceiro aspecto do
Logos.
21
CAPÍTULO VI
AS EMANAÇÕES DIVINAS PRIMORDIAIS
22
ocupemo-nos do arco descendente.
Para compreendê-lo melhor, examinemos a lâmina IV, que à primeira vista parece
muito diferente da lâmina III, mas, em realidade, ambas estão em Íntima
correspondência. A coluna da esquerda, pintada de diversas cores, representa o
mesmo que a curva descendente figurada no lado esquerdo da lâmina III. Os desenhos
de forma piramidal que completam a lâmina IV, representam, em diferentes graus de
progresso, as primeiras etapas da curva ascendente, correspondente ao lado direito
da lâmina III.
Lâmina IV
23
Conforme a etapa de sua descida gradual na matéria a segunda emanação recebe
diferentes nomes. Costuma-se chamá-la, em conjunto, Essência Monádica, sobretudo
quando se reveste da matéria atômica dos diversos planos; mas quando, em seu curso
descendente, infunde sua energia na matéria do nível superior do plano mental,
chama-se-lhe Primeiro Reino Elemental. Depois de inverter todo o período de uma
Cadeia planetária em efetuar esta evolução, desce ao nível inferior ou rúpico do
mesmo plano, e anima então o Segundo Reino Elemental durante outra Cadeia
Planetária. A etapa seguinte abrange os subplanos do astral, onde se chama Terceiro
Reino Elemental ou também Essência Elemental do plano astral. Nas etapas do
segundo e terceiro reinos elementais está a segunda onda de vida intimamente ligada
ao homem, pois participa em grande parte de seus diversos veículos e influi em seus
pensamentos e ações.
Quando a segunda onda de vida e energia divina chega ao extremo inferior do seu
curso, imerge na matéria física, e durante os primeiros passos de sua ascensão, anima o
Reino Mineral da Cadeia Planetária em que atua. Nesta etapa evolutiva se chama "mônada
mineral”, que depois ascende a "mônada vegetal”, e posteriormente a “mônada animal”.
Todavia, estes termos são algo errôneos, pois fazem parecer como se uma só e grande
mônada animasse o reino em conjunto.
Ao contrário, nem mesmo quando começa a manifestar-se no primeiro reino
elemental, a essência monádica não é única nem homogênea, porém múltipla, e não existe
apenas uma corrente de vida, porém muitas correntes paralelas, cada qual com suas
características próprias. O processo tende constantemente para a diferenciação, e a medida
que as correntes descem de reino em reino, se dividem e subdividem cada vez mais. Pode-
se imaginar homogênea a segunda emanação nas etapas anteriores à nossa presente
evolução; mas ninguém a pôde ver jamais em tal estado. No final desta grande etapa de
evolução, separa-se em individualidades e converte-se cada homem em seu Ego distinto,
conquanto ainda pouco evoluído.
De certo modo, encontramos condições intermediárias entre os dois pontos extremos,
mas sempre há subdivisões, mesmo antes do processo da individualização. Não devemos
esquecer que tratamos aqui da evolução da vida ou da força animada por ela, e não da
evolução da forma. Neste caso, a energia em atividade encerra, sem dúvida alguma, as
qualidades adquiridas durante a encarnação física. Por exemplo, no reino vegetal cada
planta isolada não possui uma alma; mas, sim, uma enorme quantidade de plantas é
animada por uma alma coletiva. No reino animal, acentua-se a subdivisão da alma coletiva,
e ainda que em certos insetos uma alma coletiva possa animar milhões de corpos, nos
animais superiores a alma coletiva anima um número relativamente reduzido de corpos.
24
CAPÍTULO VII
A ALMA ANIMAL COLETIVA
Para alguns estudantes, parece algo difícil compreender a ideia da alma coletiva,
mas seu símile, de origem oriental, talvez a torne mais inteligível. Pode-se comparar a
alma coletiva à água contida num recipiente. Se tirarmos desse recipiente um copo
cheio de água, teremos neste a representação da alma de um animal isolado. A água
do copo está separada por determinado tempo da do recipiente e toma a forma do
copo que a contém. Suponhamos agora que adicionamos na água do copo uma matéria
colorante, que lhe empresta um matiz determinado. A matéria colorante simboliza, em
nossa hipótese, as qualidades adquiridas pela alma isolada, durante a sua encarnação
transitória.
A morte do animal corresponderá ao ato de verter a água do copo no recipiente. A
matéria colorante se mistura então com a massa total do líquido, tingindo-a
debilmente. De maneira análoga, as qualidades desenvolvidas pelo animal durante a
sua vida, irão formar parte, depois da sua morte, da totalidade da alma coletiva. Depois
disto, seria impossível tirar do recipiente um copo de água idêntica à do primeiro, e
cada copo tirado de novo estará forçosamente matizado com a cor do primeiro copo.
Se fosse possível tirar do recipiente exatamente as mesmas moléculas de água, de
sorte que reproduzissem o primeiro copo, equivaleria a uma verdadeira reencarnação.
Mas a alma transitória é reabsorvida pela alma coletiva, e assim se conserva
cuidadosamente tudo o que foi adquirido durante a separação temporária.
Considerando em conjunto a evolução do reino animal, num momento dado não se
tira um só copo do recipiente, porém muitos ao mesmo tempo, e cada um deles
transmite à alma coletiva a sua parte de qualidades evoluídas. Num mesmo momento,
manifestam-se muitas qualidades diferentes em cada alma coletiva, que se expressam
de maneira peculiar em cada animal. Deste modo se adquire o instinto, que algumas
espécies possuem congenitamente. No instante em que o patinho sai do ovo, busca
instintivamente a água e mergulha nela sem medo algum, porém com grande
consternação da galinha, se acaso o incubou. Com efeito, o fragmento da alma-grupo
que se encarna no pato, sabe perfeitamente, por anteriores experiências, que a água é
o seu elemento natural, e os filhotes não temem obedecer ao seu instinto natural.
Constantemente se nota uma tendência cada vez mais definida para uma
subdivisão determinada, que se manifesta de maneira curiosa, semelhante à divisão
das células.
Podemos imaginar que na alma coletiva, que se supõe anima uma grande massa de
matéria astral, começa a formar-se uma espécie de tenuíssima película, comparável a
um tapume que gradualmente se fosse formando para separar a água de um
recipiente. No princípio, a água se filtraria através do delgado tapume. Suponhamos
agora que os copos de água tirados de uma das divisões fossem por nós vertidos,
depois de utilizados, na mesma divisão do recipiente. Teríamos assim, pouco a pouco, a
25
água de um lado diferente da do outro, e supondo que o tapume se tenha tornado
impermeável durante este processo, haveria dois recipientes em vez de um.
Esta operação se repete constantemente até chegar-se aos animais superiores,
cuja alma coletiva anima um número relativamente pequeno de corpos. Tem-se
observado que tão só os animais domésticos, e mesmo assim nem todos, podem
individualizar-se, ou seja passar do reino animal ao reino humano.
Convém recordar que apenas transcorreu a metade da evolução de nossa cadeia
planetária, e até o fim desta evolução não ascenderá o reino animal ao reino humano.
Deduz-se, naturalmente, que os animais que alcançam ou estão prestes a alcançar a
individualização, avantajam-se consideravelmente à massa total, e seu número tem de
ser, forçosamente, muito reduzido. Contudo, estes casos se apresentam algumas vezes
e são bastante interessantes, pois nos ensinam como viemos à existência num
remotíssimo passado. O reino animal da Cadeia Lunar, da qual proviemos, se acha em
nível inferior ao reino animal de nossos dias; mas os princípios que presidem ao
processo da individualização são sempre os mesmos.
26
CAPÍTULO VIII
O ARCO ASCENDENTE
28
CAPÍTULO IX
OS ESTADOS DE CONSCIÊNCIA NO HOMEM
31
CAPÍTULO X
A TERCEIRA EMANAÇÃO DIVINA
34
E como o método apropriado à evolução de suas qualidades latentes necessita das
vibrações do exterior, é indispensável que desça a um nível inferior, para encontrar
vibrações que o impressionem.
Lâmina V
39
CAPÍTULO XII
O QUE MANIFESTAM OS DIFERENTES CORPOS
Convém ter em mente que estes corpos ocupam o mesmo espaço e se interpenetram
40
mutuamente. De sorte que, observando clarividentemente um selvagem, veríamos o seu
corpo físico envolto numa nuvem luminosa, de forma ovoide, com o aspecto figurado nas
lâminas V, VI ou VII, segundo seja a espécie de clarividência empregada.
Os sentidos astrais só nos permitiriam ver o corpo astral desse homem. Examinando-o,
conheceríamos as paixões, emoções ou sentimentos que ele experimentaria no momento
da observação, assim como aquelas a que tivesse por hábito ceder.
O corpo astral é o campo em que se manifestam os desejos e o espelho onde
instantaneamente se reflete todo ato sensual* e se manifesta todo pensamento, por
pouca relação que tenha com a personalidade. A matéria do corpo astral proporciona
forma plástica aos tenebrosos elementais que o homem cria e atualiza com os seus
maus desejos e malignos sentimentos, tanto quanto aos benévolos elementos criados
pela bondade, gratidão e amor.
* Isto é, todos os atos efetuados por meio dos sentidos físicos.
As manifestações do corpo astral são fugazes, pois as suas cores, brilho e
mobilidade variam a cada momento. Um acesso de cólera encherá o corpo astral de
relâmpagos de um vermelho escuro sobre fundo negro. Um terror súbito o envolverá
instantaneamente de uma nuvem cinzenta, de pavorosa lividez. Contudo, este corpo
astral tão instável tem momentos de relativo repouso, que nos permite observar um
grupo definido de cores que conservam aproximadamente a mesma disposição.
Escolhemos um destes momentos para traçar a lâmina VII (página anterior), que, como
veremos mais adiante, proporciona bom número de indicações referentes ao tema que
nos ocupa.
A visão mental nos permitirá conhecer o corpo mental do homem de que tratamos,
segundo aparece na lâmina VI (página anterior). Comparando quanto possível as
respectivas cores, o corpo mental concorda quase com o corpo astral em estado de
repouso, mas é capaz de expressão mais ampla, pois nele vemos o grau de
desenvolvimento intelectual e espiritual que no caso de que tratamos se reduz a bem
pouca coisa, porém que mais tarde terá considerável importância, como o veremos
posteriormente. O exame do corpo mental nos permite coligir a que categoria pertence
o homem, assim como o uso que tem feito de sua existência até chegar ao ponto em
que se encontra na encarnação atual.
A visão causal nos deixará ver o corpo causal do selvagem, e o seu exame nos
mostrará o progresso realizado pelo Ego na evolução que o impulsiona para a
Divindade. Vê-se, pois, que nos diversos planos onde circula a vida, o homem é um
livro aberto aos olhos do clarividente hábil e capaz de empregar os diferentes graus de
visão, pois nem a dissimulação nem a ficção são possíveis para ele nos planos
superiores. Tal como é o homem, assim aparecerá ante o observador imparcial.
Digo imparcial, porque cada qual vê os demais por meio de seus corpos, como
quem contempla uma paisagem através de um vidro de cor. Enquanto não se prevenir
contra esta influência, o clarividente estará exposto a considerar as suas características
pessoais como predominantes no paciente que ele observa. Bastar-lhe-á um pouco de
prática e atenção para ver clara e exatamente os corpos alheios.
41
CAPÍTULO XIII
AS CORES E O SEU SIGNIFICADO
Lâmina I
42
Por exemplo, a cólera está representada pela cor vermelha escarlate, e o amor pela
carmesim e pela rosa. Mas muito amiúde tanto a cólera como o amor levam
profundamente marcado o selo do egoísmo, e então a cor de terra cinzenta,
característica deste vício, alterará a pureza das cores respectivas, no grau em que se
encontre mesclada com aqueles sentimentos. A cólera e o amor podem também
mesclar-se com o orgulho, que imediatamente manifestará uma tintura alaranjado-
escura. No decurso de nossa investigação, observaremos muitos exemplos de
combinações semelhantes, assim como dos tons delas resultantes; mas devemos
primeiramente aprender o significado das cores primárias, segundo passamos a expor
em seguida.
Preta. As densas e negras nuvens no corpo astral denotam ódio e maldade.
Quando, por infelicidade, uma pessoa cede a um acesso de cólera passional, as
terríveis formas de pensamento do ódio aparecem flutuando em sua aura como as
espirais de uma espessa fumaçada.
Vermelha. Os relâmpagos de um vermelho-escuro sobre fundo negro denotam
habitualmente cólera. Com esta cor se mistura algo da cor terrosa, segundo a
intervenção do egoísmo na cólera experimentada. O que amiúde se chama "nobre
indignação" num indivíduo oprimido ou ofendido, pode manifestar-se por meio de
relâmpagos de um vermelho-escarlate brilhante sobre o fundo normal da aura.
Vermelha-escarlate opaca. Esta cor, difícil de descrever, é indubitàvelmente indício
de sensualidade.
Cor de terra. A cor de terra vermelha, sem brilho, quase de mofo, denota avareza.
Este tom aparece geralmente em franjas paralelas que atravessam o corpo astral,
dando-lhe aspecto muito raro.
Cinzenta. Um tom denso, cinzento-plúmbeo, expressa profundo abatimento.
Quando é habitual, costuma dar ao corpo astral um indefinível aspecto melancólico e
triste. Esta cor tem de comum com a da avareza a curiosa particularidade de dispor-se
em franjas paralelas. Tanto uma como a outra parecem encerrar sua infeliz vítima
numa espécie de jaula astral.
A cinzenta lívida, tom horrível e espantoso, indica medo.
Carmesim. Indica amor e constitui a mais formosa de quantas cores que ao
observador oferecem os corpos do homem comum, mas naturalmente varia muito,
segundo a natureza do amor. Pode estar empanado, obscurecido ou acentuadamente
tinto da cor opaca do egoísmo, se se trata de amor que anela correspondência, em vez
de unicamente o que possa dar e dar-se todo inteiro, em voluntário sacrifício, por amor
ao seu amado. Neste último caso se manifestará por uma maravilhosa cor de rosa que,
quando excepcionalmente brilhante e matizada de cor lilás, denota amor espiritual
pela Humanidade. São inumeráveis os matizes intermediários. De outro lado, pode
estar matizado por outros sentimentos diversos, como orgulho, ciúmes, etc.
Alaranjada: Denota sempre orgulho ou ambição. Apresenta quase tantas
variedades como a precedente, segundo o tipo de cada característica deste
sentimento. Não é raro vê-la unida à irritabilidade.
Amarela. É uma cor de indício muito bom e denota sempre certo grau de
43
intelectualidade. Seus matizes são extremamente variados e às vezes demasiado
complexos para admitir a mistura de outras cores. Geralmente, o amarelo é mais
escuro e menos brilhante quando se aplica a inteligência, de preferência, a objetos
inferiores e predominantemente egoístas. É de tom de ouro brilhante, e eleva-se
gradualmente à esplêndida, clara e luminosa cor de limão, quando se dedica a
inteligência a objetos cada vez mais elevados e impessoais.
Verde. Nenhuma cor envolve significados tão variados; portanto, a sua interpretação
correta requer algum estudo. A maioria de seus significação demonstra uma espécie de
adaptabilidade, no princípio má e falsa, mas algumas vezes boa e simpática. A verde-
cinzenta é uma das variedades difíceis de descrever, a não ser pela palavra "lodoso".
Denota trapaça e astúcia. Predomina no corpo astral da maioria dos selvagens;
infelizmente, porém, não é raro encontrá-lo entre os homens mais civilizados, que há muito
deveriam ter transposto o grau evolutivo indicado por esta cor. À medida que o homem
progride, ela melhora de tom e transforma-se em esmeralda viva, o que significa
versatilidade, engenho e fecundidade nos recursos, porém já sem a tendência de fazer mal
uso dessas faculdades. Este tom indica o desejo de “fazer-se indispensável", não com a
intenção de enganar outros e induzi-los a erro, e sim, de se fazer simpático e de obter
elogios e favores. Posteriormente, à proporção que se desenvolve a compreensão, a
faculdade indicada serve para ajudar os demais e conforta-los. As vezes esta cor se
converte num maravilhoso verde-azulado, pálido e luminoso, de matiz delicado, como se
pode ver num céu puro durante um por de sol. Então representa algumas das mais
elevadas qualidades da natureza humana, como o são a profundíssima simpatia e
compaixão com o poder de perfeita adaptabilidade, que só estas características podem dar.
No começo de seu desenvolvimento, uma brilhante cor verde-maçã parece estar sempre
acompanhada de uma grande vitalidade.
Azul. Um azul transparente, ainda que intenso, indica geralmente devoção. É suscetível
de ser matizado pela maioria das cores que indicam as características acima mencionadas,
resultando todos os matizes possíveis, desde o anil e o violeta intenso até o cinzento-azul-
plúmbeo que caracteriza os adoradores de fetiches na África. As cores do amor ou medo,
da hipocrisia ou orgulho, podem mesclar-se com a de devoção, e oferecem ao observador
uma imensa variedade de combinações. O azul pálido, como o do ultramar ou cobalto,
denota impulso para um nobre ideal espiritual; pode transmutar-se gradualmente em azul
violeta brilhante, que denota elevada espiritualidade, e é geralmente acompanhado de
cintilantes estrelas de ouro, indício de elevadas aspirações espirituais. Facilmente se pode
imaginar a quantidade quase inumerável de combinações e modificações que podem
derivar de todas estas cores, de maneira que expressem com grande exatidão as mais sutis
variedades do caráter, os sentimentos mais complexos e os mais fugazes. O brilho do corpo
astral em conjunto, seus contornos mais ou menos definidos, o grau relativo de radiação de
seus diferentes centros de atividade, são outros tantos elementos que o observador deve
ter para compreender o significado integral do que vê.
Por último, diremos que as faculdades psíquicas desenvolvidas ou em vias de
desenvolvimento, manifestam-se por meio de cores ultra-espectrais, de maneira que é
impossível representá-las com as cores do plano físico. Os diferentes tons do ultravioleta
44
denotam desenvolvimento das puras qualidades superiores mais requintadas, ao passo que
as tristes combinações do infravermelho revelam a perversidade do homem que se dedica
às práticas perniciosas e egoístas de magia negra. O desenvolvimento oculto manifesta-se
não somente pela presença na aura das cores correspondentes a este estado, mas
também pelo intenso brilho dos diversos corpos, pelo aumento de suas dimensões e
por seus contornos mais definidos. As lâminas em cores que seguem em continuação
o demonstram com perfeita clareza.
45
CAPÍTULO XlV
O SELVAGEM
Se desejamos formar uma ideia dos diversos corpos humanos, é indispensável não
esquecermos nunca de que as partículas de matéria que os constituem estão
constantemente animadas por um movimento rápido. Em alguns casos, que
oportunamente mencionaremos, estes corpos apresentam franjas precisas e linhas
claramente traçadas. Na maioria, porém, as nuvens de cor não se confundem, mas
volteiam sem cessar umas sobre as outras, aparecendo e desaparecendo por causa
deste movimento.
Em rigor, a superfície da névoa luminosa de cores brilhantes se assemelha a uma
cascata e nela se vê um torvelinho de partículas, que tão rapidamente se levantam da
47
superfície como caem de novo mudando incessantemente de lugar. Assim, as diversas
cores não conservam sempre as respectivas posições representadas nas lâminas VII e X,
embora se movam aproximadamente na ordem indicada. A amarela, a rosa e a azul
não se encontram sempre agrupadas como as representamos, mas o seu movimento é
giratório, sem mover-se do vértice do oval. Sempre são vistas próximas da cabeça do
corpo físico, enquanto que as que caracterizam egoísmo, avareza, dolo ou ódio tendem
sempre para baixo, e as que denotam sensualidade flutuam habitualmente entre
ambas.
A cada grau de vibração de que resultam as cores, corresponde uma classe distinta
de matéria astral ou mental, na qual se expressam; e a posição média de cada cor, na
movediça névoa da aura, depende da densidade da matéria correspondente. Toda a
matéria do corpo astral, ou pouco menos, pode vibrar passageiramente a impulsos de
uma súbita onda de paixão; mas voltará ao seu estado normal, exceto a porção da
matéria peculiar da cólera, quando cessa o arrebatamento. Cada homem tem a sua
idiossincrasia particular, e não existem dois exatamente iguais; mas cada exemplo que
apresentamos assinala o termo médio de sua categoria, e as diversas cores de seus
corpos aparecem na parte do oval, que ocupam em estado normal.
Nas lâminas está bosquejado o corpo físico para dar ideia de suas dimensões
comparadas com as dos demais corpos. As dimensões destes variam pouco entre eles,
exceto no homem sumamente desenvolvido, cujos veículos mais sutis aumentam
consideravelmente, como veremos mais adiante.
48
CAPÍTULO XV
O HOMEM COMUM
Lâmina VIII
49
O significado das cores é o mesmo neste plano e nos inferiores, embora neste
estado indiquem qualidades positivas, adquiridas permanentemente pelo Ego.
Conquanto estejam muitas "oitavas" acima das que representam as mesmas
qualidades nos planos inferiores o seu exame demonstra que o homem desenvolveu já
parte da inteligência superior, algo da verdadeira devoção e do amor realmente
desinteressado. Seja qual for a medida em que ele manifeste estas qualidades nos
planos inferiores, pertencem-lhe para sempre, como um capital permanente e
qualidades intrínsecas em todas as encarnações que o futuro lhe reserva. Seu corpo
causal nos manifesta também um ligeiro tom de delicada cor violeta, indício de amor e
devoção capaz de se converter em um supremo ideal. Também se observa um ligeiro
tom verde-claro, que representa simpatia e compaixão.
Lâmina IX
50
relação ao selvagem. Não somente a inteligência e a devoção ocupam uma área maior,
mas também ganharam consideravelmente em qualidade. E ainda que estejam longe
de ser perfeitamente puras, apresentam certamente um conjunto de tons muito
melhor do que o da lâmina VI (página 40). O orgulho ocupa um espaço semelhante ao
anterior, mas é de natureza mais elevada. Se o homem é ainda orgulhoso, orgulha-se
antes das boas qualidades que imagina possuir do que de sua superioridade física, no
exercício da força bruta ou da crueldade. A cor escarlate, ainda em proporção
considerável, indica propensão para a cólera; mas observar-se-á que no oval que
representa o homem comum, está localizada mais baixo do que o estava no selvagem,
o que demonstra melhoramento da qualidade da matéria de que está composto o seu
corpo mental.
No oval do selvagem temos observado um verde vicioso, que indica trapaça aliada
à avareza e ao egoísmo. As vibrações produtoras desta cor só se levantam numa
matéria mais densa e grosseira do que a do escarlate, que indica cólera. Pelo contrário,
o verde notoriamente mais agradável do corpo mental do homem comum transmite as
suas vibrações a uma matéria um pouco menos densa do que a da cor escarlate. Daqui
provém a aparente mudança das posições respectivas destas cores. O verde melhorou
de tal maneira, que indica certo grau de versatilidade e adaptabilidade, mais bem do
que trapaça e astúcia. A cor terrosa das tendências egoístas se encontra ainda em
grande proporção no corpo mental do homem comum; mas observa-se que é um
pouco mais viva e algo menos repulsiva.
Lâmina X
51
Na lâmina X veremos o corpo astral do homem comum, advertindo que concorda
aproximadamente com o seu corpo mental, embora as cores sejam um pouco mais
grosseiras e manifestem muito claramente certas paixões inexprimíveis no mental.
Contudo, denota melhoramento considerável em relação ao corpo astral do selvagem
(lâmina VII). Demonstra menos sensualidade, embora, infelizmente, seja ainda uma das
características predominantes; mas no fundo é menos brutal e deixou de ser o tom
predominante. O egoísmo continua muito acentuado, e certamente que o homem
neste estado é ainda capaz de dolo para conseguir seus propósitos; mas o verde de seu
veículo astral parece já se dividir em duas qualidades distintas, demonstrando que a
astúcia propriamente dita se converte gradualmente em adaptabilidade.
A lâmina X representa um corpo astral de qualidade mediana entre a classe de
pessoas a que pertence; indica a condição média deste corpo, ou seja, quando está em
relativo estado de repouso. O corpo astral de uma pessoa comum está tão raras vezes
em repouso, que formaríamos uma ideia muito incompleta dos aspectos que pode
tomar, se descuidássemos a analise das mudanças que nos oferece sob a influência das
impressões súbitas ou das ondas de sensação. Alem disso, há certas características do
espírito, mais permanentes, que modificam o corpo astral e merecem descrição à
parte.
52
CAPÍTULO XVI
EMOÇÕES SÚBITAS
Lâmina XI
53
1º - Apareceram as espiriais ou torvelinhos de cor viva e de forma definida, que são
duradouras e irradiam uma luz intensa que provém do interior. Cada uma delas é uma
forma de pensamento, engendrado anteriormente no corpo astral, no momento de
projetá-la para o objeto do afeto. Estes torvelinhos nebulosos de luz vivente são difíceis
de pintar, pois sua beleza excede a toda descrição.
2º - O corpo astral está cheio de linhas horizontais de luz carmesim, animadas por
vibrações ainda mais difíceis de descrever com exatidão do que as formas de
pensamento, por causa da extrema rapidez de seu movimento. Não obstante, o artista
acertou em expressar o efeito geral.
3º - Uma espécie de envoltura muito tênue, cor de rosa, cobre a superfície inteira
do corpo astral, de sorte que todo o interior é visto através da mesma, como se através
de um globo de cor. Na lâmina, percebe-se este véu somente nas bordas.
4º - Uma onda de cor carmesim envolve o corpo astral, dando de certo modo o seu
tom peculiar a todas as demais cores. E aqui e ali se condensa em franjas flutuantes e
irregulares, à maneira de nuvens em formação.
Este brilhante fogo artificial do plano astral só durará alguns segundos, e em
seguida retornará o seu estado normal; mas cada impulso do mesmo sentimento
produz seu efeito. O tom carmesim permanente da parte superior aumenta um tanto,
e deixa as partículas do corpo astral um pouco mais aptas para assimilar a primeira
próxima onda de afeto que se produza. Por transitório que seja um impulso
semelhante, como se repete muitíssimas vezes, seus efeitos se acumulam.
Vejamos, por outro lado, como entra em ação a benéfica influência exercida sobre
outra pessoa, pela irradiação das vibrações cheias de vida, amor e gozo.
DEVOÇÃO
A lâmina XII (próxima página) é quase idêntica à XI, com a diferença de que o azul
substitui o carmesim; representa o efeito momentâneo de um impulso de devoção,
que envolve e transporta o místico ao estado de contemplação. A sua manifestação
toma as mesmas quatro formas que temos observado no caso de um impulso de afeto.
As espirais que cintilam em forma de torvelinhos, as linhas horizontais que vibram com
rapidez, a envoltura exterior e as franjas nebulosas têm precisamente o mesmo
significado, substituindo somente o afeto pela devoção.
Um impulso tão perfeito de devoção é bastante raro, e muito menos comum do
que um impulso de amor igualmente perfeito. Algumas vezes aparece uma onda de
sentimentos desta natureza, mas geralmente sem o mesmo grau de precisão, num
devoto em adoração diante altar ou de uma imagem da Virgem. Geralmente, as linhas
paralelas são menos regulares e acentuadas. As espirais claramente definidas da lâmina
estão substituídas por amorfas nuvens azuis, que se veem amiúde nas igrejas,
destacando-se lentamente como os torvelinhos de uma densa fumaça, por cima da
cabeça dos fiéis.
Todavia, não se observam estas nuvens na igrejas da moda, onde os homens
54
pensam nas vicissitudes de sua última especulação comercial, enquanto que as
senhoras se deliciam em sua mútua crítica aos vestidos. Igualmente nada semelhante
se vê em certas assembleias religiosas, onde os pensamentos não se detêm
humildemente na adoração e devoção, mas a arrogância e presunção pessoais
transbordam do palavrório e das pomposas arengas dos oradores, assim como da atitude
dos circunstantes, sempre dispostos à controvérsia e à caça de heresias. Encontra-se, pelo
contrário, positiva devoção entre os dissidentes iletrados, acompanhada de hinos
sentimentais, embora desarmônicos. Também se encontra algumas vezes entre pobres
camponeses reunidos numa capela católica, e ainda mais amiúde entre os abnegados e
devotos fiéis da Igreja ritualista. Esta devoção pode não ser inteligente, pois as grandes
nuvens azuis raramente se iluminam com a débil luz dourada; mas é sincera tal qual se
manifesta, e tem por efeito, indubitavelmente, realçar aqueles que a experimentam.
Não obstante, na grande maioria dos casos a devoção parece ser sempre vaga e mal
definida, e é realmente difícil observar uma manifestação tão perfeita como a que
apresentamos em nossa lâmina.
Lâmina XII
55
CÓLERA INTENSA
Lâmina XIII
56
O caso que aqui apresentamos é o de um homem arrebatado pela ira, absolutamente
fora de si, que naquele momento havia perdido todo domínio sobre si próprio e era capaz
das mais atrozes crueldades. Num tal estado, pode cometer qualquer crime, ou realizar um
ato tal que toda uma vida de arrependimento não poderia apagar. Embora, a rigor, a
educação e o medo ao castigo o impedissem de cometer violência, os terríveis relâmpagos
do ódio penetram o corpo astral dos demais à maneira de pontudos punhais, ferindo assim
a todos os que o rodeiam, conquanto menos visivelmente do que se os agredisse
fisicamente.
Sente-se um grande horror ao considerar que, sendo um perigo para os demais,
naquele momento a paixão o domina por completo; o elemental do desejo é o dono
absoluto, e o homem real perdeu temporariamente o domínio sobre o seu corpo. Nestas
condições, outra vontade mais poderosa pode eventualmente apoderar-se do timão da
barca abandonada, e disputar sua posse ao capitão legítimo quando torne a si; isto é, que
quando o homem está arrebatado pela ira, expõe-se a ser "tomado" e obsedado por um
desencarnado de natureza análoga, ou por algum elemental artificial cujas vibrações sejam
sincrônicas com as que o dominam. Neste caso, não somente constitui um perigo para os
seus semelhantes, mas também se acha em estado terrivelmente perigoso.
O caso que escolhemos para exemplo é raro, pois tal estado só duraria, em regra
geral, alguns minutos; mas aproximadamente as mesmas características se apresentam
em todo aquele que se abandona a um acesso de cólera violenta. Se soubesse sob que
aspecto aparece à visão daqueles que o podem ver, quando se deixa arrastar por um
acesso de cólera, esforçar-se-ia de toda maneira para evitá-lo. O arrebatamento passa,
mas deixa suas pegadas.
No corpo astral da generalidade dos homens há sempre certa quantidade de cor
escarlate, que denota a propensão para a cólera e irritabilidade. Cada acesso de ira
acrescenta algo à matéria do corpo astral, e aumenta a sua capacidade para responder
com mais facilidade que antes a estas repulsivas vibrações.
Convém também recordar que a cólera, mesmo que não seja permanente, fica
registrada para sempre na memória da natureza. Embora o elemental criado pela
malevolência deixe de existir depois de um lapso proporcional à intensidade do mau
pensamento gerador, perdura a vivente fotografia de todos os instantes de sua vida, e
os resultados de suas mais remotas ações aumentarão, com estrita justiça, a conta
kármica de seu criador.
O MEDO
Lâmina XIV
58
CAPÍTULO XVII
CONDIÇÕES MAIS PERMANENTES DO CORPO ASTRAL
Lâmina X Lâmina XV
60
e tanto as boas como as más cores são agora brilhantes e claramente definidas. Há,
neste caso, uma intensificação da vida em determinadas modalidades.
Observar-se-á também que o azul da devoção melhorou notavelmente, e tal foi o
progresso realizado, que um pálido tom violeta aparece no alto do oval e indica a
capacidade de responder a um ideal realmente elevado e altruísta. Por outro lado, o
amarelo do intelecto desapareceu completamente, e um espírito burlão diria que a
estupidez é a característica de tal estado.
Dificilmente parece possível que depois deste brilhante estado possa o homem cair
de novo na condição representada na lâmina X. Contudo, assim sucede na maior parte
dos casos; mas ainda então, o carmesim aumenta consideravelmente, e sua cor é mais
viva do que antes. A experiência de um verdadeiro amor é evidentemente muito
vantajosa para o Ego, que assim progride positivamente, embora possa ser
acompanhada de muitas coisas pouco desejáveis. A afeição intensa e desinteressada
que algumas crianças sentem por outras de mais idade, é um poderoso fator para o seu
progresso, pois que, estando este afeto livre de toda relação com a natureza animal
inferior, é para elas um benefício efetivo. Sucede o mesmo com as flores das árvores
frutíferas: sua forma, amiúde muito bela, não tem utilidade aparente, mas seu objetivo
é atrair a seiva que produzirá o futuro fruto.
O IRASCÍVEL
Lâmina XVI
61
Vamos examinar como se expressam no corpo do homem certas peculiaridades de
caráter. O caso de homem irascível é um exemplo adequado. Do modo como o
podemos ver na lâmina XVI, há em seu corpo astral, habitualmente, como nota
dominante, uma larga faixa escarlate. Mas o que especialmente o diferencia dos
demais homens, é a presença, em todo o corpo astral, de pequenas manchas
flutuantes da mesma cor escarlate, um tanto parecidas em sua forma a pontos de
exclamação provenientes de pequenos acessos de cólera provocados pelos miúdos
desgostos que constantemente ocorrem no curso normal da vida. Cada vez que uma
pessoa sofre uma contrariedade, por exemplo, ao encontrar o café frio, ao perder o
trem, ou ao entornar uma criança o tinteiro, o homem irascível deixa escapar uma
exclamação de impaciência ou de cólera, e um pequeno relâmpago escarlate revela o
seu indômito sentimento. Em certos casos, estes leves impulsos de um temperamento
indisciplinado se dirigem para a pessoa merecedora da repreensão; mas em muitos
outros casos, permanecem simplesmente flutuando, suspensos na matéria do corpo
astral, e apresentam o aspecto estampado na lâmina pré-citada. Estas manchas se
enfraquecem gradualmente, porém, logo outras as substituem, pois ao homem
irascível jamais faltam motivos de enfado.
O AVARENTO
Lâmina XVII
62
Outro espetáculo surpreendente, embora, por felicidade, menos comum, é o
representado na lâmina XVII. O fundo difere um pouco do corpo astral comum, mas
nota-se a ausência total da devoção e alguns afetos muito inferiores ao normal. A
avareza, o egoísmo, a malícia e a adaptabilidade, ou melhor, a astúcia, são intensas,
mas de outro lado, há muito pouca sensualidade. Todavia, a característica mais notável
se encontra na curiosa série de linhas paralelas, quase horizontais, que atravessam o
oval e causam a impressão de que o homem está encerrado numa jaula. Estas linhas de
cor opaca, quase de folhagem tisnada, estão unidas e claramente assinaladas em suas
bordas superiores, porém fundem-se em baixo, numa espécie de nuvem. Este é o exemplo
da avareza caracterizada, tirado de um caso extremo e naturalmente pouco comum. Mas
grande número de pessoas, ao que parece, tem em sua natureza alguns elementos do
avarento, e os manifesta por uma intensificação da cor da avareza, ou por uma ou duas
destas linhas na parte superior do corpo astral. O tipo selecionado como exemplo é
excepcional, e raras pessoas estão completamente dominadas por este vício. Enquanto o
vício persiste, parece ter por efeito a paralisação de todo desenvolvimento, e é muito difícil
desfazer-se dele uma vez tenha dominado a personalidade.
ABATIMENTO PROFUNDO
Lâmina XVIII
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Sob muitos aspectos, o corpo que se vê na lâmina XVIII se assemelha ao precedente.
Não obstante, temos aqui linhas de um cinzento opaco em lugar das linhas terrosas, e o
efeito global, do ponto de vista do observador, é indescritível pelo seu ar triste e
deprimente. Neste caso, parece que não está ausente nenhuma qualidade, e temos por
base as cores comuns do corpo astral, mas todas veladas por linhas carregadas de profunda
tristeza. A lâmina representa uma pessoa dominada por um acesso de extremo
abatimento, embora haja grande número de graus intermediários entre o exemplo
escolhido e o representado por um corpo astral em estado normal. Pode não haver mais do
que algumas das linhas que caracterizam o abatimento, e ainda podem ser transitórias, ou,
em casos não tão determinados nem persistentes, a espessa nuvem apenas tem o tempo
necessário para ordenar-se em linhas. Não obstante, são muitas as pessoas que se
abandonam a estas emoções e se deixam envolver na nuvem do desespero, de sorte que o
mundo inteiro lhes parece coberto de um véu de negrume. Não percebem que com esta
atitude retardam seriamente a sua própria evolução, perdem a oportunidade de muitas
experiências aproveitáveis, e assim causam, sem necessidade, injustiças e sofrimentos a
todos os que as rodeiam.
Não há estado psíquico mais contagioso. Suas vibrações irradiam em todas as direções,
e seus dissolventes e funestos efeitos penetram em todos os corpos astrais que se lhe
aproximam, quer pertençam a um encarnado ou a um desencarnado. O homem que deste
modo se entrega ao desalento, é um perigo tanto para os vivos como para os mortos, pois
nestes tempos de nervosismo e especulações intelectuais, a maior parte das pessoas
dificilmente resiste ao contágio destas tristes vibrações. Só está ao abrigo de tão terríveis
influências quem compreende o porquê da vida e a encara do ponto de vista filosófico e
prático, capacitando-se de que tem o dever de ser feliz, por ser essa a vontade do Logos.
O estudante de Teosofia deveria distinguir-se dos demais pela perfeita serenidade com
que tem de afrontar todas as dificuldades, assim como pelo gozo radiante que experimente
ao ajudar os demais. Felizmente, podemos estar rodeados de boas influências, do mesmo
modo que o podemos estar das más. E o homem suficientemente sábio para ser feliz se
converterá num centro de felicidade para os demais, num verdadeiro sol que irradie luz e
alegria ao seu redor, na medida em que lhe permitam as suas oportunidades, num
colaborador d'Aquele que é o manancial de toda a felicidade. Assim, pois, todos nós
devemos contribuir para o desaparecimento das tristes linhas do abatimento, a fim de
que o Ego, seu prisioneiro, fique livre na esplendente luz do amor divino.
O DEVOTO
Para terminar o estudo dos diversos aspectos do corpo astral, será conveniente
examinar dois tipos bem diferentes, de cuja comparação teremos muito que aprender.
O primeiro está representado na lâmina XIX, e poderíamos dizer que corresponde
ao devoto. As cores de seu corpo astral nos demonstram as suas características
particulares. Vemos que possui algo, embora pouco, da cor violeta-pálida, que indica a
possibilidade de ser atraído por um elevado ideal. A nota dominante deste tipo é um
64
desenvolvimento pouco comum da cor azul, indício de uma profunda religiosidade.
Infelizmente só se vê uma pequena porção da cor azul-clara-pura, que representa a
devoção desinteressada. Em sua maior parte, é de um tom mais escuro e barrento, que
indica a existência de uma quantidade regular de desejos e interesses pessoais.
Lâmina XIX
O CIENTISTA
Lâmina XX
66
O observador não pode deixar de ficar maravilhado ante o contraste que apresenta
o corpo figurado na lâmina XX, em comparação com o que acabamos de descrever. As
principais características da lâmina XIX são a devoção (ou um aspecto da mesma), o
sensualismo e uma pequena parte de intelectualidade. No tipo representado pela
lâmina XX já não há nada de religiosidade, e o sensualismo é muito mais limitado do
que o é na generalidade; mas o intelecto ao contrario, esta em grau anormal. O afeto e
a adaptabilidade estão debilmente representados; são de mediana qualidade e
parecem eclipsados pelo desenvolvimento da inteligência. Com efeito, o tipo que
examinamos não está ainda suficientemente evoluído para possuir ao mesmo tempo
todas estas qualidades em seu aspecto superior. Também se observam nele, se bem
que em mediana proporção, o egoísmo, a avareza e certa tendência para ciúmes. Mas
a característica preponderante é a grande quantidade de amarelo dourado, que
demonstra uma inteligência muito desenvolvida e, sobretudo, dirigida para a aquisição
de conhecimentos. Nomeio do amarelo se eleva um grande cone de cor alaranjada
brilhante, que indica a presença de uma notável quantidade de orgulho e de ambição,
unidos ao conhecimento científico. Contudo, o tom particular do amarelo exclui toda
ideia de envilecimento do intelecto para fins puramente egoístas.
Convém observar que o hábito da ordem no cientista influi na disposição das cores
astrais, que propendem a dispor-se em franjas regulares, e os limites entre estas são
mais definidos do que nos exemplos precedentes.
Os corpos representados nas lâminas XIX e XX correspondem, evidentemente, a
dois tipos distintos de desenvolvimento; e se cada um deles tem o seu aspecto bom,
também tem assinaladas desvantagens. Vamos agora examinar os veículos do homem
superior, que possui em alto grau as diversas e equilibradas qualidades, de sorte que
cada uma sustém e fortalece as outras, em lugar de dominá-las ou reprimi-las.
67
CAPÍTULO XVIII
O HOMEM EVOLUÍDO
A palavra "evoluído" é relativa e convém explicar o que significa neste caso. Corpos
evoluídos são os de todo homem de pensamentos puros, que resoluta e conscientemente
põe seus afetos e aspirações nas coisas elevadas. Contudo, não correspondem aos de um
homem muito avançado na senda que conduz ao Adeptado, tanto no concernente à
intensidade como à disposição. Mas os corpos evoluídos indicam-nos que o seu possuidor
investiga a verdade, eleva-se sobre os interesses terrenos e vive por um ideal. Nesta
categoria, há uns mais adiantados num sentido do que no outro. O exemplo proposto é o
de um homem equilibrado, no meio termo dos que chegaram ao nível de que falamos.
A lâmina XXI representa o corpo causal. Comparada com as lâminas V e VIII, vê-se qual
foi o progresso do homem e em que aspecto se manifesta. Observamos que nele se
desenvolveram belas e numerosas qualidades, pois o esplêndido e matizado globo está
cheio de delicadas cores que simbolizam as modalidades superiores do amor, abnegação e
simpatia, com acréscimo de um intelecto refinado e espiritual, e de constantes aspirações
para o Divino. A este propósito disse eu no sexto manual teosófico, O Plano Mental:
"Este corpo, de matéria inconcebivelmente tênue e imponderável, de intensa e
palpitante vida, como fogo vivente, à medida que aperfeiçoa a sua evolução, transforma-se
num globo de radiantes cores, cujas vibrações ondulam em cambiantes matizes
desconhecidos na Terra, e de brilho, suavidade e transparência indescritíveis. Imaginai, por
exemplo, as cores de um pôr de sol no Egito, e acrescentai a maravilhosa suavidade de uma
noite de estio dos países do Norte. Emprestai a estas cores mais luz, transparência e
esplendor, de modo que se vantagem à mais policroma pintura, e todavia, quem não as
tenha visto, jamais poderá imaginar a beleza das radiantes esferas que brilham no campo
visual do clarividente, ao remontar a este mundo superior.
Todos os corpos causais deste tipo estão cheios de vivente fogo que provém de um
plano superior, com o qual parece unido cada globo por fio cintilante de luz tão intensa,
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que nos recorda a passagem das Estâncias de Dzyan: "A chispa pende da Chama pelo
tenuíssimo fio de Fohat." Quanto mais cresce e se nutre o Ego do inesgotável manancial do
Espírito divino, por meio do canal luminoso do qual está suspenso, mais se estende e se
dilata este canal sob a ação do fluido que o inunda. Depois, no próximo subplano, vê-se
como uma torrente de luz que une a terra ao céu. Mais em cima ainda, resume-se numa
esfera imensa donde brotam ondas de vívida luz, como um oceano sem limites em cujo seio
parece fundir-se o corpo causal: "O fio que une o Vigilante Silencioso à sua sombra, é mais
forte e radiante a cada mudança. Os resplendores da aurora se converteram no glorioso
esplendor do sol meridiano. Esta é a tua roda atual, diz a Chama à chispa. Tu és eu mesma,
minha imagem e minha sombra. Eu me revesti de ti e tu és meu vahan*, até o dia do sede
conosco, em que sejas tu mesmo e eu."
* Veículo. N. do T.
Que de impotência sente a gente ao tentar descrever esta glória! Contudo, o artista
conseguiu representar com suma habilidade o que nenhum pincel é capaz, e embora a
imagem física melhor executada esteja muito longe da transcendental realidade, oferece,
não obstante, um ponto de apoio que nos permite formar uma ideia da inexplicável
realidade.
Uma das mais formosas características do homem evoluído é uma aptidão para
canalizar a força que recebe do alto. De seu corpo causal se vê emanarem torrentes desta
força em diversas direções, pois a ausência do egoísmo, sua atitude compassiva e sua
generosidade permitem à força divina expressar-se nele como um poderoso manancial por
cujo meio chega àqueles que não estão bastante fortes para recebê-la diretamente.
Converter-se deste modo em esmoler de Deus, é um privilégio digno de nossos esforços, e
está ao nosso alcance, seja qual for o grau de nossas forças.
As brilhantes chispas que coroam a parte superior do oval indicam a atividade das
aspirações espirituais, que aumentam em muito a beleza e magnitude do conjunto. Por
humildes que sejam as ocupações do homem no plano físico, estes raios não deixam de se
elevar constantemente do corpo causal, pois, quando o Ego está desperto em seu próprio
plano e começa a compreender o que é, assim como a natureza de suas relações com o
divino, aspira sempre pela fonte donde emanou, e permanece indiferente a quantas
atividades exerça nos planos inferiores por tempo determinado. Não nos esqueçamos de
que mesmo a mais nobre personalidade permanece sempre como uma débil e pobre
expressão do Eu. Assim, pois, desde que homem superior começa a romper o seu próprio
véu, abre-se diante dele um campo de ação quase ilimitado, um horizonte imenso, do qual
não pode dar-nos ideia alguma a nossa limitada vista física.
Os pensamentos e aspirações espirituais manifestam-se no homem evoluído por meio
de uma refulgentíssima auréola, que constitui o canal dispensador da energia divina, de
sorte que quanto mais potentes e definidas sejam as suas aspirações, maior será a graça
que receberá do alto.
A medida que o observador estuda um ser cada vez mais elevado, não só fica
69
surpreendido de quanto os seus corpos se sutilizaram e melhoraram como também de
quanto se assemelham uns aos outros. Admitindo entre as diversas cores pertencentes aos
planos causal e mental a mesma diferença que há entre os tons da escala cromática, a
lâmina XXII é quase uma reprodução da lâmina XXI, e ainda mais notável parecerá a
analogia entre as lâminas XXII e XXIII.
Lembremo-nos, contudo, que ao compará-las entre si, as cores astrais são de um tom
inferior às do plano mental. Comparando-se as lâminas XXII IX e VI, ver-se-á que é muito
notável o progresso do corpo mental desde o selvagem até o homem liberto de egoísmo.
Notar-se-á que o orgulho, a cólera e o egoísmo desapareceram, e que as cores restantes
não somente se intensificaram até ocupar a totalidade do oval, mas também a sua
tonalidade melhorou até o ponto de causar uma impressão completamente distinta.
70
Cada cor é mais harmônica e delicada, pois desapareceu todo sentimento egoísta. A
estas cores se acrescenta a violeta pura com estrelas de ouro, que denotam aquisição de
novas qualidades superiores. A energia que irradia do corpo causal atua igualmente através
do mental, embora com menos força. O corpo mental reproduzido é de um tipo muito
elevado; está bem desenvolvido e contém todas as possibilidades de um rápido progresso
na Senda, quando lhe soar a hora.
O CORPO ASTRAL
A primeira vista, o corpo astral do homem evoluído (lâmina XXIII) se parece muito com
o mental, porém nada mais é que seu reflexo na matéria do astral. Esta analogia nos indica
que o homem venceu já, inteiramente, os seus desejos pelo predomínio do mental, e que
sua já desperta razão e capaz de resistir com firmeza ao furioso assalto das paixões. Não
havendo dado ainda os primeiros passos na Senda, persiste nele a propensão para irritar-se
eventualmente, ou ceder a certas necessidades imperiosas e pouco desejáveis. Mas sabe o
suficiente para reprimir, quando quiser, as manifestações de ordem inferior e sustentar
contra elas uma luta constante, em lugar de ceder ao seu domínio. Se bem que estes
defeitos possam ainda influir temporariamente no corpo astral, não poderão produzir
nele impressões duradouras, e cederão por último ante as vibrações muito mais
potentes das qualidades superiores.
Lâmina XXIII
Nas mesmas condições, porém num estado ainda mais avançado, o mesmo corpo
mental se converte em reflexo do causal; mas então, os impulsos do Eu superior são
os únicos guias do homem.
71
Esta lâmina explica um interessante fenômeno, relativo à cor amarela, que
representa o intelecto. Esta cor se apresenta, invariavelmente, no ponto superior do
oval, próximo à cabeça. Daqui o refulgente nimbo que circunda a cabeça dos santos.
Com efeito, o amarelo é a cor que mais se destaca no corpo astral, e quando uma
pessoa algo desenvolvida leva a cabo um esforço de qualquer natureza, seja num
sermão ou numa conferência, as suas faculdades intelectuais são submetidas a uma
atividade inusitada, e então se intensifica a auréola amarela. Em alguns casos que
observei, esta auréola desceu aos limites da visão física, e foi percebida por muitas
pessoas que não tinham outro poder visual além do próprio ao nosso plano. Nestes
casos, não é que as vibrações astrais diminuam de intensidade até descer mais abaixo
do grau vibratório que as separa da vibração física, senão que, pelo contrário, são cada
vez mais enérgicas, até o ponto de provocar vibrações sincrônicas, mesmo na densa e
grosseira matéria do plano físico. Os pintores da Idade Média, que aureolaram a
cabeça dos santos, tomaram essa ideia da percepção acidental deste fenômeno, ou
das tradições dos clarividente. Recordemo-nos também de que às vezes há
representada uma cruz na auréola do Cristo. Esta adição, estritamente imaginária, não
é desmentida pela observação oculta, pois amiúde se tem visto que as figuras
geométricas que simbolizam certos pensamentos elevados de transcendental alcance,
se encontram nas auras de pessoas muito evoluídas*.
* Veja-se o livro Formas de Pensamento, de Annie Besant e C. W. Leadbeater.
O estudante tirará algum proveito comparando cuidadosamente os exemplos que
apresentamos. Em primeiro lugar examinará cada corpo causal em sua relação com o
corpo mental e o astral, que são suas expressões parciais, e compreenderá deste
modo a relação entre os diferentes corpos. Depois, comparará os três corpos astrais
das lâminas VII, X e XXII, para notar os progressos realizados no corpo de desejos, que
é o que o clarividente percebe mais facilmente, e também o único que é visível ao
indivíduo dotado de desenvolvimento psíquico comum.
72
A mesma comparação poderá ser feita entre as lâminas IX e XXII,
74
CAPÍTULO XIX
A AURA DA SAÚDE
Até agora nos ocupamos exclusivamente das relações entre os corpos do homem e
os planos superiores. No entanto, nossa exposição seria incompleta se silenciássemos a
respeito da matéria física extremamente sutil que a visão do clarividente percebe
formando parte da aura humana. A maior parte desta matéria é etérica, e constitui o
que se chama Duplo Etérico; não de maneira alguma um corpo distinto, e sim, uma
parte do corpo físico. Ao clarividente aparece como uma nuvem de vapor, debilmente
luminosa, de um cinzento violáceo, que interpenetra a parte densa do corpo físico e se
estende ligeiramente ao seu redor. Poderemos compreendê-lo melhor consultando as
lâminas XXIV e XXV. Esta matéria etérica é o laço que une o astral ao físico, mas além
disso serve de veículo à força vital no plano físico.
O sol, dispensador de calor e luz, é para nosso mundo a fonte de toda a vida, e no
sentido mais íntimo da palavra, é também a origem da força vital que nos inunda e
enche constantemente a atmosfera terrestre. É mais ativa quando o sol brilha, e nossos
corpos vivem unicamente para absorvê-la. Uma das funções da parte etérica do baço é
absorver esta energia vital, especializá-la, transformá-la ao passar por este órgão, e dar-lhe
um aspecto diferente.
75
A força vital é invisível como todas as demais; no entanto, difundida ao nosso redor na
atmosfera, manifesta-se em forma de milhões de partículas tênues, incolores, mas de
intensa atividade. Depois de absorvidas no organismo humano por meio do baço, as
partículas tomam uma formosa cor de rosa pálida, e como os corpúsculos sanguíneos,
circulam ao longo das artérias, veias e nervos, tanto na superfície como no interior do
corpo. Procuramos representar em nossa lâmina o aspecto geral desta corrente, sem
pretender dar ideia exata do sistema nervoso.
Não há dúvida de que essa corrente é necessária ao funcionamento regular dos nervos,
pois quando deixa de atuar, não há sensação. Sabemos que o frio pode intumescer uma
perna, deixando-a insensível ao tato. A razão desta insensibilidade é a carência de
circulação do sangue; mas quem tenha estudado magnetismo, sabe quão fácil é produzir
insensibilidade por meio de passes magnéticos, os quais não alteram a circulação do
sangue, pois o membro conserva o seu calor, mas suspendem a circulação do fluido vital e o
substituem pelo do magnetizador. Tanto quanto nos permite comprovar a nossa visão, os
nervos permanecem intactos e em perfeito estado, mas não cumprem a sua missão
transmissora, pois o fluido que os anima não está em relação com o cérebro do paciente, e
sim, com o do pensador.
Num homem em perfeito estado de saúde, o baço funciona ativamente, a força vital se
especializa por completo e irradia para o exterior em todas as direções. Por conseguinte,
uma pessoa que se encontre neste caso, não somente é capaz, pelo uso ou não de passes
magnéticos, de ceder propositalmente uma parte de seu fluido a outra pessoa, mas verte
sem cessar, embora inconscientemente, vigor e vitalidade em todos aqueles que dele se
aproximem. Por outro lado, um homem a quem uma enfermidade ou outro motivo
qualquer impeça de especializar para seu uso uma quantidade suficiente da força vital do
mundo, age, às vezes, embora inconscientemente, à maneira de esponja, e absorve o fluido
já especializado de todo ser sensível que tenha a infelicidade de se achar perto dele, e
amiúde com grave prejuízo para a saúde da vítima.
Muitas pessoas têm experimentado algo deste fenômeno, pois têm encontrado entre
suas relações pessoas cujas visitas lhes deixaram sempre uma impressão de fadiga e
inexplicável languidez, tal qual a que costumam sentir os que frequentam as sessões
espiritistas, sem tomar nenhuma precaução contra a absorção de sua força vital durante as
manifestações.
Esta radiação produz um efeito surpreendente na parte puramente física da aura
humana. Sabido é que continuamente se eliminam do corpo humano partículas sutis de
matéria densa física, seja pela transpiração, seja por outros meios. O clarividente vê numa
ligeira neblina cinzenta o conjunto destas partículas que, em muitos casos, outra coisa não
são senão diminutos cristais geométricos, entre os quais estão os cubos de cloreto de sódio
ou o sal comum.
Esta parte puramente física, que emana do corpo do homem e o envolve por todos os
lados, é a aura da saúde, pois suas condições estão determinadas pela saúde do corpo. É
ligeiramente azulada, quase incolor, e parece estriada, isto é, composta de uma infinidade
de linhas retas que irradiam simetricamente em todas as direções, e saem dos poros do
corpo humano. Tal é, pelo menos, o estado normal destas linhas, em perfeita saúde: são
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regulares, e tão completamente paralelas quanto o permite a sua radiação. Mas em casos
de enfermidade, as mesmas se tomam irregulares ao redor do corpo, entrecruzando-se na
mais completa desordem, ou encurvando-se como as pétalas de uma flor murcha.
É conveniente fixar-se bem neste curioso aspecto. Ao emitir o corpo são uma
constante radiação de força vital, produz na aura de saúde a rigidez e paralelismo das
linhas; mas tão logo cessa esta radiação, as linhas se tornam irregulares e confusas. Uma
vez restabelecido o paciente, reorganiza-se gradualmente a radiação normal desta energia,
e as linhas da aura retomam a ordem regular. Enquanto as linhas forem firmes e retas, e a
força irradiar delas de um maneira contínua, parece estar o corpo quase por completo ao
abrigo de mórbida influências físicas, como os bacilos patogênicos que a projeção da força
vital repele. Mas este sistema é muito insuficiente, e é fácil aos agentes mórbidos entrar no
organismo quando por qualquer motivo - debilidade causada por ferimento, lesão, trabalho
excessivo ou agudo abatimento moral, ou desregramentos de uma vida irregular - é mister
uma vitalidade extra para superar o dano ou perda sofridos pelo corpo, pois que neste caso
há notável diminuição da energia das radiações.
Convém notar que é possível deter, por meio de um esforço de vontade, a radiação
vital no limite extremo de suas linhas, e construir ali uma espécie de escudo ou capa
absolutamente impenetrável aos germes patogênicos. Um esforço maior pode torná-lo
igualmente impenetrável às influências elementais do plano astral, enquanto persistir o
esforço volitivo.
As lâminas XXIV e XXV (página 75) representam os tipos da aura de um corpo são e de
um corpo enfermo, respectivamente. Não se deve esquecer que esta aura é quase incolor.
Está composta de matéria física, e não necessita, portanto, para ser vista, de uma visão tão
desenvolvida quanto para a parte astral da aura. Mas nos primórdios da clarividência
costuma-se perceber o corpo astral antes da aura da saúde, em razão do brilho radiante
das cores do primeiro e de seu contínuo movimento.
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CAPÍTULO XX
O CORPO CAUSAL DO ADEPTO
As lâminas deste livro serão provavelmente bastante instrutivas para aqueles que
ainda não podem ver nenhum dos corpos superiores do homem, e é com esta
esperança que as publicamos. Quanto às pessoas que os podem ver, mesmo
reconhecendo o mérito do trabalho do artista e a sua habilidade, estarão
unanimemente de acordo em que nenhum esforço humano pode estampar na tela ou
papel, de maneira adequada, nem o mais ínfimo dos planos superfísicos. Se isto é
assim, quanto maior não será a impossibilidade de representar a aura do Adepto, isto
é, a aura do homem que não só alcançou a meta da Humanidade, porém que a
transpôs e se converteu no super-humano?
As dimensões do corpo causal do Adepto cresceram extraordinariamente. Seu
radiante fulgor resplandece como o Sol. Seu brilho confunde e transpõe os limites da
imaginação. E tal a sua magnificência, que não saberíamos dar ideia da beleza de sua
forma e de sua cor, pois na linguagem humana não há palavras que descrevam estas
radiantes esferas. O corpo causal do Adepto por si só exigiria um volume, mas só
alguém muito avançado na Senda poderia descrevê-lo satisfatoriamente.
Todavia, facilmente se vê que o corpo causal do Adepto não só é muito maior do
que o do homem vulgar, mas suas cores estão dispostas de maneira destacada.
Cessaram já de se mover qual nuvens turbulentas, e estão ordenadas em vastas
divisões concêntricas, penetradas por todas as partes pelos raios de vivida luz, que
brotam do Adepto como de um centro de força. A ordem das cores muda segundo a
categoria a que o Adepto pertence, de maneira que se podem distinguir muitas
variedades entre estes esplendentes veículos.
Parecerá estranho que, dado o caráter oculto do tema que nos ocupa, as cores não
tenham sido reveladas perfeitamente pelas imagens de Buda, que se veem
grosseiramente pintadas nos muros dos templos de Ceilão. Esse grande Instrutor está
habitualmente representado com uma auréola, cujas cores e disposição geral seriam
manifestamente impróprias e inadmissíveis, se se referissem a um homem vulgar, ou a
um simples Adepto (falando com toda a reverência). Portanto, estas figuras são a
pintura grosseira e material do corpo causal de um Adepto do tipo particular a que
pertencia aquele grande Ser. É igualmente muito notável que os rasgos da aura da
saúde estejam assinalados em algumas daquelas primitivas figuras.
Embora seja impossível pintar o corpo causal do Mestre, não será ocioso dar uma
ideia aproximada das dimensões e aspeto relativos do corpo causal de um de Seus
discípulos mais adiantados, que alcançou o quarto grau na Senda, isto é, o de Arhat, se
se adota a terminologia dos livros orientais*. É o que se tentou fazer na lâmina XXVI
(próxima página).
* Veja-se o livro Auxiliares Invisíveis, de nossa autoria.
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Lâmina XXVI
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