E. Cauly - Curso de Instrução Religiosa - Tomo 1 - Catecismo Explicado PDF

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m

CURSO
DE

INSTRUÇÃO
. RELIGIOSA
PARA USO
DOS CATECISMOS DE PERSEVERANÇA, DAS
CASAS DE EDUCAÇÃO E PE SSOAS DO MUNDO
POR

Monsenhor CA U L Y
VIGÁRIO GERAL DE R EIMS


,......................:········.........................................................)
Honrado com um breve d e S. S . o P op a Leão XIII

• TOM O I •
1 CATECISMO EXPLICADO ~
i DOGMA - MORAL - SACRAMENTOS - CULTO ~
5 :
r. ............................................... -'••••···········••1•••············•1•••••• . . -• o=I
N o obra completa, sffo 4 tomo&, independente• u m d o o utro

LIVRARIA FRANCISCO ALVES


EDIT OR A PAULO DE AZEVEDO LTDA.
mo DE J ANEffiO 1 SÃO PAULO 1 B ELO HORlZONTE
Rua do Ouvidor, 166 Ru Líbero Badaró, 292 Rua Rio de Janeiro, 655

TODOS OS DIREITOS RESER ADOS .

Pr~ Cr .$ 60,00
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CURSO DE INSTRUÇÃO RELIGIOSA
TOMO 1

No t a . - Logo a pós cada pergu ntá, as primeiras li nhas em gr ifo podem ser
decoradas e rec itadas p elos a\u nos.

LI ÃO PR ELI MI A R
Da D outrina cristã
Nome cr istão . - Doutrina cristã. - Fo ntes da do utr ina. - Di visão do
eurso de Instrução r eligio a. - Necessidade do estado da religião. -
D isposições para êste estudo.

1. - Que é wm cristão?
R. - Cristão é aquêle que é batizado, crê e prof essa
a doutrina e a lei de Cristo.
A palavra cristão vem de Cristo ( imgido ou sagrado ) ,
que é o nome dado ao Filho de Deus feito homem, e
ignifica : discípulo de J esu. Cri to. Ora, um cri tão, ou
di cípulo de <1$so Senhor J esus r isto, é aquêle que,
endo batizado, cr ê e profe sa a doutrina cristã.
Donde resulta que, para ser ver dadeiramente cristão1
trê condições são necessárias : 1. 0 ter r ecebido o sacra-
mento de batismo; - 2. 0 cr er, i t o é, admitir como ver-
dade, tudo o que ensina a doutrina cristã; - 3. 0 pro-
f e sar ou praticar o que ela manda.
É evidente, não fiz mo nada mais do que fiz er am os
pagãos ou o fi lhos dos infiéi par a merecer mos a graça
do bati mo ; logo, à pura bondade de Deus é que devemos
ê te fav or ; temo r azão, portanto, em dizer que, se
somos rist ãos, é pela graça de Deu .
2. - Que é a doutrina cristã?
R. - Doiitrina cristã é o conjunto das v erdades
ensinadas por J esiis Cristo, pregadas pelos apóstolos e
propostas pela I greja por meio dos seus pastores.

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4 D O U T R I N A O R I S T Á.

A palavra doidrina signifiéa: en ino em geral, e mais


vêzes ensino r eligio o. A cr es ~ entando a palavra cristã,
entendemos: en ino vindo de Cristo, e podemos então
definir a doutrina cristã: o conjunto das verdades
en inadas por J esus Cristo, pregadas pelos apóstolos
e propostas pela
I greja por meio de
seus pastores.
Foi Nosso Senhor
quem tomou, na sua
vida terrestre, a ini-
ciativa dêste ensino
destinado a aper-
feiço~r a lei de
Moisés. Empregou
os três últimos anos
de sua vida para
dar a conhecer as
veri!ades que de-
víamos crer, os de-
ver es que tínhamos
de cumprir. Os
ap óstolos receberam
primeiro as instru-
ções de J esus Cri to,
RELIGIÃO - A doutrina cristã encontra-8e pregar am-nas por
sobretudo no Evangelho; baseia-se na sua vez, completan-
Oruz e na santíssima Eucaristia.
do-as com algumas
explicações. Hoje, esta doutrina cristã é comunicada pela
I greja, que a transmite por seus pastor es: bi pos ou
sacerdotes.
3. - Onde se acha a doutrina cristã!
R. -A doidrina cristã acha-se nos Evangelhos, nos
A tos dos apóstolos, nas Epístolas e no ensino tradicional
da Igreja.

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DOIJTRINA CRISTÃ

Os Evang elhos narram as ações e resumem os en-


sinamentos de Nosso Senhor. Foram escritos de de o
primeiro século pelo quatro evangelistas que lhes deram
o nome: S. Mateus e S. J oão, ambo apó tolos; S . Marcos
e S. Lucas, discípulos, êste, de S. Paulo, e aquêle, de
S. Pedro:
O livro dos Atos do.s apóstolos, escrito por S. Lucas,
conta os primeiro acontecimentos do cristianismo e as
pregações dos apóstolos.
As Epístolas são cartas que os apóstolos dirigiram
às principais Igrejas que tinham fundado e nas quais
desenvolvem os ensinamentos do Evangelho .
O conjunto dêstes livros, - completados pelo
Apocalipse, ou revelação de S. J oão, - forma o que se
chama Novo T estamento.
"Enfim, a I greja recebeu tradições orais dos apóstolos; ·
em seguida, na série dos séculos, por meio dos doutores
e concílios, esclareceu e desenvolveu, muitas vêzes, as
verdades contidas nos livros santos : estas tradições e
explicações formam o ensino tradicionàl da Igreja.
A doutrina cristã, encerrada no Novo Testamento e
explicada pela I gr eja, foi resumida no livro elementar
que se chama Cat ec~smo. - A palavra catecismo significa:
., ensino verbal, por pergunta e respostas. Deu-se o mesmo
nome à instrução r eligiosa, que se tran mite desta forma,
e, por exten ão, ao livro que expõe a doutrina cristã.
4. - Que contém a doutrina cristã?
R. -A doutrina cristã contém: 1. 0 verdades que
dev emos crer, 01i o dogma; 2. 0 dev eres qiie temos que
cumprir, ou a moral; 3/' meios de santificação, principal-
metne a oração e os sacramentos; 4.0 cerimônias religiosas.
Daí provém esta divisão do catecismo do nosso
curso de Instrução r eligiosa em quatro partes: a 1.ª,
intitulada símbolo dos apóstolos, explica as verdades que

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6 D O UTR I NA CR I STÃ

devemos cr er; a 2.ª , com o título de mandamentos de


De'l!s e da Igreja, dá a conhecer o principais deveres
da moral cristã; a 3.ª trata da oração e dos sacramentos
e ensina o meios de antifie.ação que nos oferece o cris-
tianismo ; uma 4.ª parte no inicia no verdadeiro culto-·
pela explicação das festas e cerimônias da I greja.
5. - Que necessidade tem o homem de estudar a doutrina
cristã?

R. - D evemos estitdar a doutrina cristã 1.0 porque


somos criaturas ligadas a Deus por deveres religiosos qite
devemos conhecer para os cumprir; 2. 0 porque êste estudo
é ·u m preceito positivo da lei divina; 3.0 porque a ciência
da religião é a mais bela, a mais consoladora e a mais
n ecessária; 4. 0 pela importância que as questões religiosas
t êm na vida social.
1. 0 Sendo uma criatura dependente de Deus e obri-
gada para com êle a uma crença e a deveres religio os,
o homem deve estudar a r eligião a fim de conhecer seu
ensinamentos e praticar os deveres que ela impõe. É
obrigação de razão e de consciência.
2. 0 É também preceito positivo da lei divina e cristã:
de sua execução depende nos a salvação e ninguém pode
entrar na vida eterna se não crer nas verdade .nece ária
e não observar os mandamento . - Daí a obrigação, para
os sacerdotes, de ensinar a doutrina cristã, e, para os
fi éis (seja qual fôr a idade e o sexo ), a obrigação de
aprendê-la as i tindo primeiro ao catecismo e depoi à
instruções. ·
3. Acre centemos ainda que a ciência da religião é
0

a mais bela) a mais consoladora, a mais necessária da


ciências. - É a mais bela, porque fala de Deu e eus
atributos; de no a alma, seu devere e seu destino ;
é a mais consoladora, porque no ajuda na provaçõe e
nos sofrimentos dê te mundo; é a mai n ecessária, enfim,

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.-
DOUTRINA CRISTÃ 7

porque Deus não nos julgará sôbre o pouco ou o muito


de ciência humana que tivermos adquirido, mas sôbre
o modo com que praticamo o no o deveres para com
~le, para com o próximo e para conosco : ora, tudo isto
não se aprende enão no e tudo da r eligião.
4. 0 Enfim, as que tõe r eligiosas ocupam tão impor-
tante lugar na vida ocial que não temo o direito de ficar
est ranhos ou indiferentes. O cristão ério e inteligente
deve e tar habilitado a explicar ua fé ; deve também
poder defendê-la contra os ataque dos ímpios e combater
a ignorância dos que, sem a conhecer, a torto e a direito,
falam da religião.
Por ê tes motivos todos, torna-se o estudo da religião
cada vez mais neces ário.
6. - Quais são as disposições necessárias para o estudo da
religião?

.R. - A religião dev e ser estudada com amor, humil-


dad e de espírito e pureza de coração.
1. 0 O amor desta ciência tão bela e tão útil: "Os que
procuram a sabedoria hão de encontrá-la, diz o Espírito
Santo, e ela se lhes manife tará" (Sab edoria, v.)
, 2. 0 A h'umildade do espírito; pois, é aos pequenos e
ao humilde que Deus e compraz em manifestar suas
luzes. O próprio Platão r ecomenda, com razão, aos que
procuram a verdade "a ciên cia da ignorância", isto é, o
sentimento da própria fraqu eza.
3. 0 A pureza do coração . " A abedoria, diz ainda
o Espírito Santo, não habita no cor ação que pratica o
mal: a perfeita virtude aproxima de Deus o homem"
(Sab edoria, I 6) . É fato de experiên ia cotidiana, que
um procedimento menos correto, menos digno, gera a
escuridão no e pírito e e conde os raios luminosos do
ensino divino.

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. 1

8 DOUTRINA CRISTÃ

CONCLUSÕES PRÁTICAS

1.0 Ser cristão é uma graça incomparável; se pensarmos so


esta do infe.liz dos pagãos de outrora e dos infiéis de hoje, daremos
graças a Deus por nos ter concedido o favor do batismo, e toma-
r emos a r esolução de honrar o nosso título de cristão, cr.endo com
f é firme e praticando com generosida de tôda a doutrina cristã.
2. 0 No intuito de melhor conh ecer a doutrina cristã, o discípulo
de J esus Cristo gostará de ler ainda o catecismo, que a resume com
tanta perf eição, e os Evangeihos que a contém no seu texto primi-
tivo. Aperfeiçoa rá sua instruçã o pela fr equentação dos catecismos
de perse·verança ou dos cursos de instrução reiigiosa estabelecidos
em casas de edu cação. Mais t arde, entreterá e desenvolverá ainda
seus conhecimentos pela assistência às prát icas e instruções de sua
pa róquia. E se lh e for possível, frequentará mesmo algum curso ·
superior de Instruçã o religiosa.

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PRIMEIRA PARTE

VERDADES QUE DEVEMOS CRER


ou
íMBOLO DO APó TOLO

LI 'Ã PRE LI M i r A R
ímholo
Vário~ simbolos : 1 . 0 dos apóstolo ; 2. 0 de Nicéia ; 3. 0 de santo At nãsio.
- DevereR do cr1st o para com o simliolo.
7. - Qu e é sfmbolo, em g era l, e qua nto ímbolo principais
há n a I greja?

. - , 'írn olo , a 7n·of i 'fio d [' para o cri tão .


É a fórmula q u lh · r ·11m a cr nça o inal qu os
dist inoue do· infiii"
H á, na 1orl'ja, t rê· ·ím bolo principai: : o ímbolo
do a1HJ.~ t o l r1 ou cr do o de N 1c{ia o ri€ ·anto .l tan<Í. io.
palavra ·ímbolo i...,nifica marca, inal a in a
·trrnilari r. l>á-.· · t 11011. 1\ profi ão d e ft.'· do c•·i ão ,
à fórmula ·renc;a.\ por ·er ela inal ou
m arca qu ti ngnir do. infil·i. . ímbolo
tarnbé· m para êle um tanda r tc , inal <l reunião ;
' q uando a ua f(> ; atacada, ag r u p am- em r eJor <lê le,
como ol<la<lo jun to iL bancl •ira.
Há, na Tg r ja eatólica, trê p r incipai ímbolo .
primeiro r mni an ig o 'mbolo do. apú. olo . É
p rofi, üo d e fé qn vem do empo apo tólico e
•ont r m , m doz art ig , a prmc1pa1. v r Ja<le <la r eli-
g iã eri · ã.
E ta fórm u la foi comp fi \.i po a m
ub an •· a l e
ímholo d
r do. por cau

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SÍ M BOLO

O 2. 0 símbolo é o de Niééia, que se r eza na missa,


composto no concílio de Nicéia em 325, onde foram
condenados Ário e seus sectários, que atacavam a divin-
dade de J esus Cristo. Os bispos ali r eunidos desenvol-
veram o símbolo dos apóstolos na parte que se r efer e a
êste dogma tão importante. - No mesmo éculo, outro
herege, Macedônio, ousoii contestar a divindade do
Espírito Santo, negando que fôsse coeterno e consub-
stancial ao Padre e ao Filho. · O concílio geral de
Constantinopla, em 381, sancionou o dogma católico e
acres ~ entou ao símbolo de icéia a passagem na qual e
enuncia que o Espírito Santo procede do Padre e do
Filho e deve ser adorado juntamente com o Padre e o
Filho. '
O 3. 0 símbolo leva o nome de Santo Atanásfo por
ser atribuído a êste doutor , bispo de Alexandria no IV.0
século. Êste símbolo desenvolve os precedentes na parte
que se r efere aos dogmas da santíssima Trindade e da
I ncarnação de osso Senhor. Santo Ataná io combateu
com tanto zêlo e fôrça os erros de Ário que atacavam estas
verdades, que se deu o , seu nome a esta bela fórmula,
admirável na clareza e precisão. Não há porém, plena
certeza de ser êle o autor. O sacerdotes r ecitam o
símbolo de santo Atanásio no domingo, no ofício do
breviário.
8. - Quais são nossos deveres de cris·tãos para com o símbolo?

R. - Os fi éis dev em sab er de cor e receitar amiúde o


símbolo dos apóstolos, crer em cada mn dos seus artigos
e estar prontos a dar t estemunho desta f é mesmo com
perigo da própria vida.
1.0 P elo meno , devemos saber de cor o símbolo dos
apóstolos, r ecitá-lo amiúde, todos o dia , e fôr possível,
nas or ações da manhã e da noite, para alimentar nosso
espírito e nosso coração.
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C R E D O 11

, 2.0 Rezando o símbolo, devemos cr er inteiramente


cada um dos eus artigos.
3. 0 Quando as circuntâncias o exigirem, quando
tivermo de confe ar a fé ou cumprir um dever de
cristão, devemos pro:fe sar exteriormente as verdades do
ímbolo, e e tar prontos, como os mártires, par a morr er
ante do que r ejeitar um só artigo)

CONCLUSÃ O PRÁTICA

Durante os três primeiros séculos do cristia nismo, onze milhões


de mártires, homens, mulheres, crianças, velho , preferiram perder
a vida nos suplícios mais horríveis a r enunciar ao símbolo. Hoje
em dia~ nos países infiéis, encontram-se cristãos apenas convertidos
que mostram a mesma cor agem. Assim no Ugandá, no centro da
África Equatorial, pereceram, por causa da f é, em 18 6, no meio de
atrozes tormentos, 150 cristãos r ecém-batizados pelos Padres
Brancos. Se é verdade que nós não temos que derramar o sangue
pela fé e não encontramos as ameaças dos perseguidores, contudo
devemos lutar contra o respeito hu mano e a pu silanimidade que
todos os dias fazem t antas vítimas. Que a memória e o exemplo
de nossos pais e irmãos na fé, nos animem a combater impávidos
na luta pela virtude e pelo dever.

'" 1. 0 ART I GO
Creio em Deu s, Padre todo poderoso , criador do
céu e da terra
Divisão do a3sun to.

9. - Quais são as principais verdades que t ernos _ocasião de


explicar neste artigo ? -

R. - N este prim eiro artigo fala remos : de Deus, de


ua existên cia, de suas perfeições e do mistério da santís-
sima Trindade j 2.0 da criação em geral, da cri ação dos
anjos e do homem, do pecado original logo seguido da

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12 SÍMB OLO

promessa do Messias. L embraremos também as profecias


que conservaram esta granfle esperança.
E studar emos todos êstes pontos em outr os tantos
parágrafos.
§ 1. - De u s : su a existência.
10. -Indicai as principais provas da existência de Deits.

R. - Entre as provas da existência de Deits, lem-


bramos qiwtro principais qite estão ao alcance de tôdas as
inteligências : 1. 0 a revelação)· 2. 0 o t estemunho da razão)·
3.0 o testernnnho de todos os povos, e 4. 0 o testemunho do
senso íntimo, 01t da consciência.
1. 0 A rev elação. - Primeiro, cremos em Deus :r>orque
se r evelou, isto é, porque êle mesmo se deu a conhecer.
" To comêço, diz o hi toriador agrado, Deus criou o céu
e a t erra". Criou, logo existe. - Depois, manifestou-se a
Adão, Noé, Abraão, ao · patriarca , a Moisés. E quando
êste pergunta a Deus como e debaixo de que nome <leve
dá-lo a conhecer ao faraó: "Sou, diz êle, aquele que é".
- Mais tarde, no monte Sinai, o Sen11or manifesta-se e
diz a seu povo : "Sou J eová, o enhor; não adorareis
deuses alheios; sou o Deus todo podero o ... "
Enfim, Deus se r evelou e deu- e a conhecer ao mundo
no eu Filho úni co, J e us Cristo, " de modo que, diz S.
J oão, vimos a ua glória ... , e êle se fez carne e habitou
entre nó ."
O próprio Deus r evelando-se, eis a primeira e
irrecusável prova da sua exi tência.
2. 0 T estenmnho da razão. - ·A razão diz que não há
efeito sem cau a. Quando vemo uma ca a, um quadro,
emu estátua, concluímo que houve um pedreiro, um pin-
tor, um e cultor que fez ê te trabalho. Ora, t emo diante
dos olhos o espetáculo do céu, da terra, de tudo o que
existe; é preciso que tanto obj etos t enham uma causa ;
esta causa não é o homem: logo, é Deus.

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D E U S 18

Debalde haveríamos de procurar a causa dos seres


atuais em outros sere que os produziram; é preciso,
afinal, remontar a uma causa primeira, que é Deus.
A razão diz ainda que, quanto mais bela é uma obra,
tanto mais p erfeita é a cau a. . . Ora, o e petáculo do
mundo, o céu com sua imen idaae e seus milhões de
astro , a terra com tôdas a uas maravilhas, demonstram
um er infinitamente inteligente e oberanamente pode-
roso. É êle que chamamo Deiis.
3. 0 O t estemitnho de todos os povos. - É fato sabido
que, em todo o tempo e em todos os países, os povos
bárbaro ou civilizados, antigos ou modernos, sempre
acreditaram na existência de Deus. Como prova, temos
os templos, os altares, os a ~ rifícios; a adorações, que se
encontram por tôda a parte na antiguidade, entre os
Judeus, Gr gos, Romanos, A sírios, Per as, Egípcios, etc.,
e hoj e ainda entre os Chinese , índios da América e da
Oceania, elvagens do centro da África, etc., como ates-
tam as narrações do mi sionários e dos viajantes. Sendo
univer al, e ta crença não pode proceder do êrro: con-
firma, poi , a verdade.
4. 0 Enfim, o senso íntimo e a consciência proclamam
a exi tência de Deus. Instintivam nte, na paz da alma e
,., sobretudo na p na , exclamamos: " Meu Deus! " É o grito
do coração e da natureza. É ainda esta convicção que se
revela na voz da con ciência, que nos indica de antemão
o bem e o mal, repreende e castiga se fazemos o mal,
anima e felicita quando fazemos o bem, e diz que seremos
castigado ou recompen ado con:e<>rme merecermos. Esta
voz que nos in trui, e ta testemunha que nos julga, é
Deus de quem nos a alma não pode prescindir.
Assim, a existência de Deus aparece como uma
verdade tão clara e tão certa, que só o insensato pode
· r ~j eitá-la. Entretanto, homens há que se dizem ateus e
:pretendem que Deu não existe. Muitas vêzes enganam-se
14 C R E D O

a si mesmos, e o coração lhes desmente as palavras, como


os atos lhes contradizem as t eorias: porque, no perigo e
na dôr , voltam-se logo para Deu a quem se r ecomendam.
Aliás, em vão n egari am a Deus; não podem trazer uma
umca razão ólida cont ra nossas prova , nem um só
argumento sério a fav or do seu ateísmo.
CONCLUSÃO PRÁTICA

Um Árabe dizia : "Estou convencido que há um Deus do


mesmo modo que reconheço pelos \7 estígios impressos n a a reia, o
l ugar onde passou um homem ou um animal". - À vista do universo,
n ã.o podemos debmr de exclama r: "Deus passou p or ali!" - O
sá bio Lineu procla mava que por t ôda a p a rte encontrava a Deus
na criação. - Newton incli nava-se cada vez que ouvia pronuncia r o
no me de Deus. - O p róprio Voltaire, reconhecendo a ha rmonia do
mundo, dizia:
Eu, quanto mais refli to, t a nto menos me convenço.
Que êste relógio anele e não teve quem o fab ricasse.
Não paremos nesta concl usão teórica; mas, como f a ziam os
santos, e em particula r são Fran cisco de Assis e são F ra ncisco de
Sales, aproveitemos de todos os seres da criação p a r a nos elevarmos
a Deus e canta rmos o hino perpétuo do nosso reconh ecimento.
§ II. - D e u s: sua nature za, su a s perfeições.
Deu s definido egundo sua natureza. - Várias perfeições d e Deu s: l.º
perfeições essenciais; 2. 0 atr ibu los operativos; 3. 0 atr ibutos ·morai s.

11. - Q1lem é D eus?


R. - D eils é um espírito p erfeitíssi?no, et erno, criador
do céu e da t erra .
Tal é a definição exata que pod emos dar de Deus,
graças à r evelação. Os anti gos filó ofos, embora reco-
nhecessem a existência de Deus, enganavam-se sôbre a
natureza dêste Ser supremo; quanto a nós, cristãos,
abemos o que êle é.
É um puro espírito, isto é, um Ser invi ível, ainda
que r eal ; é uma inteligência vivente, sem corpo nem
figura, que não e pode ver nem tocar. - ua natureza
consi te ainda em não ter comêço, nem fim , pois é eterno ;

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D B U B 15

consiste t ambém em r eunir em si mesmo tôdas as per-


f eições em grau infinito.
E m segu ida, em r elação ao mundo e a nó , é o
Cr iador , i to é, de nada fez o céu e a terra e tudo o que
encerram ; é também o mestre absoluto do universo inteiro,
isto é, governa tudo e poderia aniquilar tu do.
12. - Quais são as principais perfeições de Deus?

R. - H á em D eus perfeiçoes oit atrib1itos de diversos


gêneros : 1. 0 a eternidade, a nnidade, a irnplicidade, a
imiitabilidade, a imen idade, que são atributos constitu-
tivos da natureza divina; 2. 0 a inteligência, a vontade
e a onipotência, que ão atributos operativo ; 3. 0 a sab e-
cloria, a bondade, a santidade e a providência qiie são
perfeições morais. ·
ma p rf eição ' uma qualidade que torna melhor
qu m a po ui. Falando d Deu diz mo que é infini-
t amente perfeito, tem tôda a p rfeiçõe de ejávei e
po ívei , a po ui num grau infinito, ua perfeições
não tendo limite .
Todavia eria rro acreditar que a perfeiçõ em
Deu , ão di tinta uma da outra , e portanto múltipla .
Não, D u tem a ob rana perf ição, ' o infinito e e ta
palavra explica tudo. 1a no o e pírito limitado, quando
' con idera Deu, não tem a fôrça de ver tudo m conjunto
perc be nAl atributo ou perf içõ d div r o ênero .
l:Jií perfeiçõe qu con tituem a e Ancia divina e não
per t ncem enão a Deu . ão:
1. 0 A tcrnidad . - Deu , o er nece ario, a au a
primordial, mpre exi tiu exi tirá empre; de de que
exi te por i me mo não pode ter nem comAço nem
uce ão, nem fim.
2. 0 A unidade. - E ta qualidade p rtence igualmente
à e ência divina· d outro modo, Deu não eria mai o
'er upr emo. A razão diz que ba ta um Deu para ex-

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16 C R E D O

plicar tudo e o infinito não podendo ter igual a si mesmo,


vários Deuses se excluiriam uns aos outros.
3. 0 A simplicidade. - Esta palavra exprime a
exclusão de tôdas as imp erfeições do composto e da
matéria; é i to que significa a expressão : puro espírito.
4. 0 A irnidabilidade. - Deus não muda, não pode
adquirir nem perder cousa alguma; não modifica suas
previ ões nem ua vontades, e as, variações que lhe atri-
buímos não existem senão em r elação a nós.
5. 0 A imensidade. - Sem limites no tempo, Deus
também é ilimitado na extensão. Está em tôda a parte,
no céu, sôbre a t erra, em todos os lugares, não como os
corpos que neces itam de parte determinad_as de espaço,
mas como os espíritos e, 'm ai ou meno , como nossa alma
que e tá tôda inteira em cada parte do corpo.
, H á em Deus outras perfeições que se designam pelo
nome de atribidos operativos e são os princípios dos
seus ato ; possui-os no supremo grau, mas permite que
o homem os possua também em certo grau. São:
1.0 A inteligência : que e chama em Deus oniciência
ou sabedoria infinita; por ela Deu vê tudo junto: o
passado o presente, o futuro e até os nos os mais secretos
p ensamentos, e isto em alterar em nada a nossa liberdade.
2. 0 .Li. vontade : em Deus é uma faculdade livremente-
ativa para fazer o que lhe apraz; a vontade humana é a
imagem da Yontacle divina, com esta qiferença, porém,
que em Deus a p erfeição infinita exige que ua vontade
não se dirija senão para o bem.
3. 0 A onipotêncfo: Deus fez e pode fazer tudo o que
quer , sem e fôrço e por sua só vontade, exceto tudo o
que envolve pecado ou contradição.
Enfim, Deus possui ainda outras perfeições que se
chamam atributos niorais. São como que as virtudes de
Deus, que as criaturas racionais devem procurar imitar .
A esta categoria pertencem:

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J) E U· S 17

1. 0 A sab edoria : é a perfeição moral em virtude da


qual Deu se determina empre para fins dignos de su a
infinita perf ição.
2. 0 A bondade: é a propen ão que leva Deus a
promover o bem d uas criatura . - A bondade de Deus
é tão manif ta, que co tumamo de io·ná-1 por ê te
atributo, dizemo : o boni Deus ! Quando a bondade de
eu e exerc a favor do pecador e tende a convertê-lo
e conceder-lhe o perdão, chama- e rni ericórdia.
3. 0 A antidad : por e ta palavra de jo·namos o ódio
in finito ao mal. a r alida le, D u ' anto: pois não
pode amar o p cado é, p lo ontrário, autor de tôdas
a v tud . A antidad , t m como con quên ia a .i1l tiça
que con i te em ca tigar o mal e r compen ar a virtude.
4. 0 Enfim, a providência : é uma p r feição qu e
abrang a abedoria, a bondade e a olicitude de Deus
no govArno do mundo. Em virtude l ua providênci·a,
D u cuida de tôda a criatura . Gov rna o mundo fí ico,
o ol, o a tro , a terra, a ·taçõ , o oceano. Vela em
particular ôbr o hom m, "não permitindo que um
cabelo caia da no a cabe a m ua ordem". Governa
igualmente o povo , e a história da humanidade não é
enão o r e ultado da a ão de Deu ôbre o imp rio ,
como o mo tra Bo uet no seu admirá,vel livro de Hi tória
' univer al.
Alguma de orden aparente , no mundo fí ico ou
no mundo moral, n ão modificam o dogma da Provid Ancia
porque, ne te mundo, não podemo apreciar o motivos
de Deu ; ó na eternidade ' que havemos de avaliá-los
p erfeitamente.
CONCLUSÃO PRÁTICA

" enhor, exclama o profeta Davi, de longe adivil1hastes os


meus pensamentos, previstes tôdas minhas vias ... Conheceis em mim
o antigo e o presente. Onde poderei fugi r de vossa face~ Se subir
ao céu, ali estais; se descer no abismo, ali estais ainda e é vossa
dextra que me conduz.

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18 C B. E D O

Eis que as trevas não têm escuridão para vós e a noite vo


aparece luminosa como o dia.
N ada vos está escondido e as vossas vistas presenceiam minhas
imperfeições.
Todos hão de ter a sua vida escrita no livro de vosso julga-
mento" (Salmo CXXXVIII, 9).
"Como poderei, pois cometer o mal, dizia o patriarca J o é,
e pecar na face de meu Deus~" ( Gên. XXXIX, 9) .
§ III. - Mistério em geral. - Trindade.
I. D efini ção do mi stério . - Mi stérios na natureza e na religião. - II. Mis-
tér io da san t íssima Trindade. - N ós o conhecemos pela i'evelação.
Como podemos con cebê-lo. - Operações das três pessoas divinas .

1. - Mistério em geral
13. - Que é um mist ério?
R. - A palavra mistério (cousa escondida) significa,
em geral, cousa que não compreendemos. Na religião,
mistério é uma verdade que não podemos compreender,
mas devem os cr r, porque Deus a revelou.
Eviden te é que Deus, e pírito infinito conhece mais
cou a que o homem, e pírito limitado. e lhe aprouver
r evelar alguns do con hecimentos que excedem no o
horizon tes r e trito , ter á t ôda a liberdade de o fazer e
então r eceberemos o conhecimento da verdade que Deu
quiser descobrir . É po ível dizer que t eremo a inteli-
gência de a ver dade e a compreender emo como Deu a
compreend . Não, porque pode acontecer que e ta ver-
dade exceda o no o entendimento ne te mundo. E então
tal verdade f icará para nó mi tério incompreensível ;
contudo deveremos a reditar. Porque? Porque Deu , que
a enuncia e r evela, endo a própria ciên ia e a própria
verdade, não po le enganar- e nem n()'anar a n inguém.
14. - erá de estranhar haver mistérios na religião?
R. - A rel1.gião, s ndo vínculo, ou laço d ttniiio ntre
Deus, infinito nas uas perfeiçõ s, o hom m, s r finito
e limitado nos eu atribtdos, concebe- e que haja na

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D E U S 19

1·eligião, itm lado inacessív el à inteligência humana, e


encontremos mi"stérios incompreensíveis.
Aliá não é unicamente na religião que há mi térios.
Na própria natureza e na ciência , vemo um em número
de fato que pa am a raias da no a inteligência.
Lançado à terra o grão de trigo se corrompe, germina e
produz e enta ou cem grão da me ma e pécie; a
lagarta tran forma- e em cri álida e borboleta ; o a tros
giram no e paço; a comida, feita carn , angue, etc. ; a
luz, o vapor , a eletricidade : ei outra tanta cousas
r epleta de mi térios, apesar de tôdas as explicações
apre entada . Com maior razão, não é de e tranh~r haver
mi térios em Deus e na religião.
R esumem- e os mi t érios da religião em três prin-
cipai : da antíssima Trindad e, da Incar~ação e da
R edenção.

II. - Mistério da Santíssima Trindade?


15. - Que é o mistério da Santíssima Trindade ?

R. - É o mistério de um só Deus em três pessoas


iguais e realmente distintas: Padre, Filho e Espírito Santo.
Estas três pe oas distintas entre si, não são contudo
senão um só Deus, porque têm uma mesma natureza
divina. A primeira pe oa é chamada Padre ou Pai,
porque é o primeiro e gera de tôda eternidade o Filho
consubstancial a êle; a segunda é chamada Filho, porque,
de tôda eternidade, é ·gerada pelo Padre, tendo a mesma
natureza ou substância que êle. A terceira pessoa é o
Espírito Santo, que procede a um tempo do Padre e do
Filho, de de tôda a eternidade igualmente ; de maneira
que as três pessoas divinas são iguais em tudo, não tendo
senão uma única e mesma substância, sem ser uma mais
antiga, nem mais poderosa, nem mais perfeita que as
outras.

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20 C R E D O

Mistério da Santíssima Trindade.

16. - Como conl1 ecemos o 'mistério da Santíssima T rindade?

R. - Nós o conhecemos porque o próprio D eits no-lo


revelou.
Êste mistério era pouco conhecido dos Judeus; mas,
no Evan gelho, No o Senhor fa lou amiúde de seu Pai e
do E spírito Santo, e ensinou que form avam com êle um
só e me mo D eus. Mandou os apóstolos batizar as nações
em nome do Padre, e do Filho e do Espírito Santo. São
J oão diz : "São trê no Céu que dão testemunho:_o Padre,
o Verbo (ou o Filho ), e o E pirito Santo, e êstes três
são um só" (I Ep ist., v, 7 ).
A Trindade manifestou-se no batismo de osso
Senhor e na transfiguração: o Padre, falava do alto do
céu; o F ilho, e tava glorifi ado, e o Espírito Santo bai-
0

xava n êle sob a forma de pomba ou de nuvem luminosa.


P or isso, a crença na autíssima Trindade sempre f ez
parte do dogma católico: os símbolos da nos a fé e mais
especialmente o de Santo Atanásio, declaram expressa-
mente esta verdade.
D E U S 21

17. - Podemos oonceber o mistério da SanUssima T rindade?

R. - inda C[tte não seja possível entendermos o


mi ·t '1·io da antí ima Trindade, podemos, todavia,
conceb ·-lo, i to ', fazer id 'ia d ·ze.
o doutor er

ra, o amor r cíproco


àriam nte ub i -
anto. Pro-
u também,

Pox· outra par , para facilitar a onc p ão dêste


u multiplicou m todo lugar, na natureza,
ímbolo da ua Trindade. Hajam vi ta a raiz,
o ramo, formand uma 6 planta; no ol: o
fo o, a luza o alor, .faz ndo õm nte um a tro; na
famltia: o pai a mã a riança que ão uma como
trindad hi. t rra. vida do hom m ncerra tr• vida :
animal , int L ual, obr na ural. ua alma, principal-
m nt , orno qu o r trato da Trindade e l te; er
írni o, t m la trê facu ltlad en ibiliclad , intelig·ncia,
ontad ; la 6 o princípio do u pen amento e do eu
' atla uma de ta tr• cou a : princípio, pen a-
p r onalidad teríamo

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22 C R E D O

18. - Quais são as obras ou operações das tTês pessoas da


Santíssima T rindade?
R. -Atrib{;,ímos geralmente ao Padre a criação, ao
T.i1ilho a redenção e ao Espírito anto a santificação.
Na realidade as três pessoas divinas cooperam em
tôdas essas obras.
Por terem a me ma substância divina, a trê pes oas
divinas não e manife tam exteriormente uma em outra
e tudo, no mundo, é ua obra comum. - ão obstante,
por apropriação e modo de falar, atribuímo geralmente
ao Padre a criação, como obra de poder; ao Filho a
redenção como obra de sabedoria, e ao Espírito anto a
santificação, como obra de antidade. a realidade, as
três pes oas divinas cooperam em tôda estas obra .
Devemo notar, entretanto, que a redenção foi a obra do
Filho por ter sido levada a efeito pessoalmente por êle;
pois é unicamente a segunda pessoa que e fez homem,
e nos remiu.

O mistéri-0 da Santíssima Trindade excede qualquer inteligência cria.d.a;


conta-se que santo Agostinho quis devassá-lo e foi rrprerndido por um anjo,
que lhe disse ser mais fácil a uma criança colocar tiida a água do ar
num buraquinho do que a um doutor entender o mistério da ma. Trindade

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D E U S 23

CONCLUSÃO PRÁTICA

Quer ermos devassar o mistério da Santissima Trinda de não


poderia tra zer vantagem alguma. a uto Agostinho experimentou
fazê-lo, com seu grande gênio, e foi por um an jo lembrado da
humild ade conveniente ao uos o espírito limitado.
:E: p ref eri el mover -nos à gratidão pa,ra com a a ntís ima
Trindade que envolve com seus favo re tôda a no a vida de
cri tão: em nome da Santís ima Trindade é que omos batizado
cri mado , purificados na penitência, santificados na extrema-
unção. E a derradeira prece que a I g rej a dirigirá a Deus por nós,
na hora da agonia, será esta: " P ar te, alm a cristã, em nome do
P adre que te criou, em nome do Filho que te remiu, em nome do
Espírito Santo .que te santificQu".
Portanto, esforcemo-nos por hon rar a Trindade sacrossanta,
f azendo com piedade o sinal ~a cruz que a rememora, e rezando
com atenção o Glória Patri e a Doxologia que termin a os almos
e hinos litúrgicos. ·

§ IV. - A criação.
Explica ção. - Ord em d a criação. - Reflexões acê r ca da na rra~11o de Moi sés.

19. - Que significam estas palavras: criador do cé1i e da


terra?

R . - S ignificam que Deus, pelo poder da sua palavra,


fez de nada o céu e a t erra, e tudo o qu êles contêm.
Entre a obra de Deus e a do homem, vai esta grande
diferença: para faz er qualquer cousa, o hom em precisa
ter elemento : o pintor , tela e tintas; o escultor mármore
ou madeira; o arquiteto, materiai . P elo contrário, Deu
cria, arranca ere do nada por uma simples palavra:
" Dis e e tudo foi feito " .
P ela palavra céu, entende-se aqui não ó o firma-
mento e o a tro , ou a matéria que devia rvir a formá-
lo , enão ainda o céu com eu moradore , o anjo · da
me ma forma, p la palavra t erra, entende-se tudo quanto
ela encerra: minerai , água, plantas, animai e homens.

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24 C R E D O

Oriação do mundo.

20. - Qual fo i a orclem seguicla na criação?


R. - A ordem em qiie a criação vem narrada no
Gén esis) é a segilinte :
'No princípio) D eus crioii o céu e a terra.
No primeiro dia) cr iou a luz.
No segundo dia) f z o firmamento.
No t erceiro dia) separoii a t erra das águas.
No quarto dia, f z o sol, a lua e as e trêlas.
No quinto dia, criou as aves os p ixes.
No sexto dia, fez os r'pteis o quadrúpedes e, na
tarde dêste mesmo dia, f z o homem à sua imagem e
sem elhança.
No 'ti mo dia, descansou".
Ei aproximadamente orno narra Moi é , no livro
do Gêne i , a obra da cria ão:
"No prin cípio, Deu riou o céu e a terra", i o é,
se(1undo a xplieação de . anto .Ago tinho, a ma éria que
havia de servir a formar o mundo ideral e terre tre.

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o Jt J 2G

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ti iu ilu111i1111r l 11l ('l·F t11' <> 1u1111do.
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o 110111 , cl 111111' 1 • Dr poiH l'rv. brolnr 11 H pli111l11 R us {1r-
orrH, pl'Odu 1t, i11 lo <·nd n qu ul 11111n H 111 11l c co 111'on11 IL RUU
'H P '• i .
to qual'LO din f<·v. 11 lu n o Ró l 11 H N1 (l'Ôl11 H . l]R l11 1:1
L1' H p11J 11.v r11 A ITH 11111 t' il1 u111 f.!<• 111 11Í111t(' l'Q d 11mrnvilh11s:
o NO l ('O L'pO ll1111i11 nHO, 1.400.000 \l l1'CH 111ainr qll (' n (,(' l'l'lt'
H l li ll (111 o l l1(1 r d 1(' 1(' OR 1'11 i()H ( li o-1OH ll tlt 11 da <l 11 r 11 11 ! (1 H
11oil ; !11 1il nJ>< 111ill1 Õl'H de eH lr0111K o <•füla u111a 11111rnv illm
di vi1111 ' 111lli!11J>< d l•1drC1 ol11 R Rílo 111ni <r('R (lll n o Rol.
o q li i 1d o <l i 11 l (' 11 H I' eÍ'Í li R li V 'A <1 li p o n n1 OR
nn'H <' OH irn ixrH (Ili a r 11 l' l1 (' 11t o o· a no e OH ri os .
li o H('XIO di11 l ll R (• ri ll os 1111i1111ti8 1 l'I' '8lrc1:1,
·(• pl l' iH C' q11 1l(lr (11wd <•J>< (•11 d11 l1111 R<' u11do a Htm l'ii p (1 ·i
B o ll'X ll kll (.:T11d o ohHl'r vn (lu D ·uH iu ci11 lod11, Hwi
obrn ll l'll l>011 . Por<- 111 l'11ll nv11 u1u r i · 1m t.11rll cl G1'1t
ll! l\R lll () di11 l)(' ll H H I' (' 0111 (' 11 111 Ni d ikH( : f/l (l ('(Jilll(JS (1
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26 C R E D O

Bíblia não pretende revelar a idade do mundo, mas


somente que não é eterno; tão pouco pretende Moisés dar
lições de astronomia ou de outras ciências; 3. 0 que, se-
gitndo a Bí blia, os seres atitais não seriam conseqitência
de transformações sucessivas.
1. 0 O vocábulo hebraico usado por Moisés e traduzido
pela palavra dia signi.fica igualmente, no texto primitivo,
um per íodo indefinito, e é licito, portanto, interpretá-lo
em sentido diferente de uma duração de vinte e quatro
horas. ·
2. Quanto à antiguidade do mundo, a Bíblia revela
0

somente que não é eterno, mas não det ermina a data da


sua criação. As informações da Bíblia não são suficientes
para o e tabelecimento de uma cronologia segura. Ao
dividir a obra do Criador em seis períodos, Moisés não
e obrigou a dar a or dem exata em que as cousas foram
criada . O fim que se propunha era mostrar aos judeus
que tudo vem de Deus.
3. 0 A Bíblia menciona que a plantas e os animais
foram criados segundo sua espécie e dá a narração da
formação particular do homem : donde r esultaria que os
sere atuais não são a consequência de transformações
sucessivas.
4. 0 Enfim , depois de ter cr iado o mundo em sete
épocas, Deus entrou no seu repou o : é a origem do
repou o do sábado, da divisão do tempo em semanas, e
da santificação do sétimo dia.
CONCLUSÃO PRÁTICA

Vivemos no meio das obras da criação quase sem darmos por


elas. E contudo, ao fitar o céu, ao contemplar a terra com sua s
maravilhas, ao lançar as vistas ao oceano, quem não haveria de
exclamar com Davi: "O' Senhor, quão admiráveis são as vossas
obras, e como é grande o vosso nome em todo o universo!"
Deus é grande nas grandes cousas, e não é pequeno nas cousa s
'ínfimas. "Uma fôlha de árvore, diz santo Agostinho, é tão dif~cil

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A N J O S 27

de se form ar como o firm amento, e a criação de um mero cabelo


necessita t anta virtude como a criação do corpo int eiro " . .Admiraç-ão,
gratidão : serão êstes os nossos sentimentos habituais.

§ V. - Os a njos.
Os anjos. - Sua existência. - Prova. - Os nove coros dos anjos. - An jo
da guarda; seus serviços: nossos dev eres com êle. - Os demônios.

22. - Que são anjos?

R. - Os anjo são pitros espíritos, que D eus criou


para sua glória seit serviço.
O nome anjo ignifi a nviado ou men ageiro, p or que
D eu· os manda para executar a ua orden . Manife -
tar a m- , por vêze , ao homen ·, com orpo de mpr' -
timo ; ·ua natur za, porém, é completamente e piri tual e
superior à do hom m. O anjo ão dotado de inteliO'ência
vontade, p oder, b leza, qu excedem o qu encontr amo
de mai p r f ito ntre hom n .
uma noit , um anjo exterminou 1 5.000 homen
do x' r cito l 'enaqueribe. " i, diz ão João, um an jo
baixar do céu: tinha grande poder a terra a hou-
ilumina<la com o e pl ndore da ua gl 'ria ( Apoc.
:xvm, 1) .

, 23. - omo sab emos da exis tência dos anjos?

R. - · onliec mo a exi t'ncia do anjo p la revela·


ção por ua milita manife taçõ narrada no Antigo
e no ovo T iam nto.
É ta uma verda l d f' que d vemo
po itivo de Moí ' do prof ta do
e p riucipalm nt pela própria palavra de Je ri to.
I greja p roclamou-a dogma católico 1 mbrado no quar-
to con ílio d atrão (121 ) e no concílio do ati ano
(1 70 ) . eria, portanto her ge quem r jeita e ta
cr ença como certo racionali ta modernos.

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28 C R E D O

Os filó ofos antigos, - Platão entre outros, -


achavam muito razoável que fôsse admitida entre o ho-
mem e a Divindade, a exi tência de ser e mais perfeitos
que nós. Também, é fato que merece a atenção, o terem
acreditado todos os povos antigo e modernos: P ersas,
índios, Chineses, Gregos, Romanos, como ainda hoje os

Quedri dfls maus anjos.

elvagen da África, da Améric.a, da Oceania na exis-


t ência de espírito uperiores, com o nome de d euses ou
demônios, bons ou maus gAnios. É claro que e ta crença
universal não se originando na razão, deve er atribuíd.a
a uma revelação primitiva.
24. - Que sabemos a respeito dos anjos?

R. - A r espeito dos anjos sabemos que foran


criados antes do homem, no estado de santidade e f eli ci
dacle. Snbm eticlos a uma prova, alguns se rebelaram
foram, expulso do céu. Os anjos bons são numerosíssimo
e geralmenff. os dividimos em três jerarquias q1ie abrar

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A N J O B 29

Qem três coros cada iima. Conhecemos nomeadament e :


S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael.
O anjo foram criados antes do homem, num estado
de santidade e felicidade. Depoi de os ter criado justos
e santos, Deus quis experimentar ua fidelidade como fez
t ambém para c.om o homem no paraí o terrestre. Chefia-
do por Lúcifer, alguns rebelaram-se contra Deus deso-
bedeceram por orgulho, e, em castigo da ua r evolta,
foram imediatamente precipitado no abismo do inferno.
São os maus anjos, ou demônios .
O anjo fiéis, - e são mais numerosos, pois julga-se
que a têrça parte õmente desobedeceu, - foram confir-
mado na graça e na glória, i to é, já não podem mais
ofender a Deu ; gozam da sua presença; ua ocupação
é louvá-lo e executar as suas ordens e são felizes para
sempre; ão o bons anjos.
abemo mai que o bons anjos são numerosí simos.
O profetas, especialmente Daniel e S. João, na suas
visõe , falam de milhões e milhões de ahjos que cercam
o trono de Deus.
Não são todos iguais·. Ba eados em algumas passa-
gen da Escritura agrada, é costume admitirmos, com
S. ~jQ o A.reopagita, que o anjo e dividem em três
j&rarqiiias, abrangendo e.ada uma três coros, vindo a ser
ao todo nove coros de anjo , como segue:
1.ª jerarquia: serafins, - qiieriibins
2.ª jerarquia: dorninações, po-
t estades;
3.ª jerarquia: arcanJOS, anJOS.
Entre os anjo , conhecemo nomeadamente: são
Mignel, chamado arcanjo, cujo nome ignifica: "Quem e
semelhante a Deu !"; ão Gabriel, arcanjo também, cujo
nome quer dizer " Fôrça de Deu "; ão Rafael, mandado
a Tobia : seu nome e traduz por " Remédio de Deus".

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30 C R E D O

25. - Quem é o anjo àa guarda?

R. - O anjo da guarda é um bom anjo a quem


ass1:ste, por ordem de Deus, o dever de guardar e proteger
a cada um de nós.
Há, pois, entre os bons anjos, alguns a quem Deus
confiou a missão de nos defender.
A crença no anjo da guarda é baseada na sagrada
Escritura. " Deus, diz o Salmista, ordenou aos seus anjos,

Sa11to anjo da guarda , proteg ei-me sempre.

que nos guardas em". - "O anjo do Senhor está sempre


ao lado dos que temem a Deus, e ampara-os contra os
p er igo " (Salmos, xc e xxxm). Tal era já a crença
j udaica.
Mas Nos o Senhor a confirma no Evangelho, quando,
pedindo aos discípulos que não dêm escândalo à crianças,
acrescenta: " Eu vo-lo declaro, seus an jos contemplam
sem ces ar a face de meu Pai" ( . Mat., xxm, 10).

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A N ,1 O fl fl 1

MniR d 11L1 inn, ~< 1•1il111 n t, n 1


bnR niln l 01·
j 1rnl nn Hn 1•n ln 11~R 1•il.11rn 1 qn n T 1· .iu.1 oR 1• inoR n,R
cio ,(lfiOR, íl R l )íl,l')ljlli nR, 1 m t 11111h m A ll R n 11J A LnL 11111 H.
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32 C R E D O

nas aflições, precisamos r ecorr er à ua poderosa inter-


ce são.
27. - Que sab emos do s demônios?
R. - Sab emos qiie os demônios foram condenados
aos suplícios do 1ºnferno para onde prociiram arrastar as
nossas almas em pr egando, para isso, as t entações e as
ob sessões.
Depois da sua queda, foram o demônios ou mal!S
anjos, éxpul os do céu e sentenciados aos suplícios eter-
nos do inferno. Entretanto, com o beneplácito de Deus,
avultado número de demônios andam pelo mundo, onde
t r azem o eu inferno consigo. Movidos pelo ódio que ·têm
a Deus pela r aiva contra os homens, usam, para nos
p erder e arra t ar também ao inferno, de dois meios que
Deus lhes con ente:
1.0 As t entações, isto é, más inspirações e ciladas
~s contr a a nossa alma, devido à nossa natureza
~l'l'
·~eT"·-~~~a..• da qual se aproveitam;
2.0 As obsessões ou possessões; entendemos por estas
palavra , o tormentos ensíveis que os demônios exer cem
às vêzes no cor pos. Muito fr equentes no tempo de Nosso
Senhor, as posse sõe do demônio ão raras hoje em dia,
porque o seu império foi de baratado por J esils Cristo.
CONCLUSÃO PRÁTICA

Por m aior que sej a o poder do demônio, "Deus é fi el, diz Sã o


P aulo, e não há de per mitir que a tentação supere as nossas fôrças".
T emos a certeza de triunfa r se empregarmos a vigilância, a oração,
as invocações a Ma ria e a confiança em nosso bom anjo.
É par ticul a rmente útil dar todos os dias ao nosso anjo da
g ua rda pr ovas do nosso afeto e g ratidão, nas oraçõe da manhã
e da noite. Será vantajoso usarmos desta pequena reza, enriquecida
de p reciosas indulgências :
A njo de Deus, meu fie l guarda, vós a quem a divina bondade
confiou o cuidado da minha pessoa, neste dia (ou nesta noit e)
alumiai-me, guardai-me, dirigi-me e governai-me. - 100 dias de
indulgência cada vez, sendo plenária uma vez no ano, a 2 de outubro

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li M F: M 33

na hora da mort (P.io V 1); Pi o V 1J ucrcH<' 11lo11 1w1 11 i11<111lg(l 11 c· ia


pi núrin um a v z todoa OI:! 11 1<'A H, npli ·fLv 1 :w H d ·f'1 111toH.
§ VI - 0 ho111 (' m
Jri11cito do A dno o Jr,va . - n,.r;n içlto do 11 0 111 1· 111 - A 11111111 li"""""' :
J.º HUba lllnC'ill oapiri lu11l ; 2. 0 li vro; :J. 0 i111orl11l .

28. - arrai n criação rio 71 ri 111 riro liom1·111 1· d!I 11n1111·1ra


1n 11lli er.

H. [) us criou o JJri111<'i1·0 lt omn n, for111ando o s n


·ortHJ elo lim o da l f rrn r• 1i11i11rl o a fssf corpo 1l'l'lla atina
i morf al.
fC nt ÍOll -/11 (' rf fJ)()is 11111 prOf11nrfo S01 10 (', /1(' SSf' f f lll)W,
to111011 c/Nr• 111110 cosfrfo, de (jll <' fon11011 o r· or1>0 de h'vo,
lh <' d 11 11 1110 0/1110 sr•111f ll1011f (' r1 d f' Jldrio.
Dr1>0i s dr criar o m1 1nc lo nia trria l, par<'(' u 1 r 11 s

r ro lh r - um granel Ir. íg11i o, isH


" J11 a ·amos o lt m .m ;\ n SHa imag m r srmrlh an ·a".
D pois, e· ntinu a Moi R6s, formou o corpo cio hornrm c·orn
o barro ela l rra, baf ,jon -lh n rosto 11m sô pro d vida,
o hom m rgu u-sc, nt ra i nal c1otaclo d alma.
34 C R E D O

Para o homem lembrar-se da sua oriO'em Deus lhe


pô o nome de Adão, que ignifica "tirado da terra".
Logo Adão começa a desempenhar eu papel de chefe da
criação : dá ao animai nome adequado . Mas, de novo,
fala Deu e diz : ão é bom ficar o homem sozinho ;
façamo para êle uma companheira que lhe seja seme-
lhante". Então, mandou a Adão um ono profundo du-
rante o qual " tirou-lhe uma das costelas, formando com
ela o corpo da primeira mulher". Ao de pertar, Adão
exclamou : "Eis aqui os o dos meus o so e carne da
minha carne". E Deu chamou a esta primeira mulher
Eva, nome que ignifica "mãe do vivo "
29. - Que é p ois o ho11iem?
R. - O homem ' uma criatura racional, composta de
corpo e alma.
Por seu corpo, de e trutura mai perfeita que o dos
animais, já o homem assume o primeiro lugar entre os
sere dêste mundo. O filó ofos e poetas do pagani mo
tinham r econhecido no homem uma con tituição superior;
a beleza do rosto, onde se r etratam · eus pen amentos ; a
majest ade da cabeça, que e alça para o céu enquanto os
animai. andam debruçado para a t erra; sua aptidão em
viver sob todo o climas e em t ôdas as r egiões ...
O que con titui, porém, a verdadeira superioridade
do homem é a alma criada à imagem e sem~lhança de
Deus.
30. - Que é a alma?
R. - A alma é um espírito imortal, que Deus crio1t
para r ·unido oo corpo do homem.
É substância . piritual, como a de D u e do anjos,
ainda que m no perfeita de tinada a er unida a um
..corpo e ervida por órgão .
Dizemo que e ta alma ' feita à imag m e seme-
lhança de Deu . om ef ito, é um e pírito como DeuB

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li O M E M 35

é um e pírit~; orno "le, embora em menor grau, ela pode


onh r, amar e d t rminar- e livrem nte; como êl , há
de viv r t rnamente. Enfim, - segundo breve expli-
ar mo , - u compl tou ê te traço de sem lhan a
divina reve tindo a alma humana de ju tiça, antidade
e inoc"ncia, de tinando-a a gozar da felicidade eterna.
O hom m foi criado, com efeito, para conhecer a Deus.
amá-lo, por ê t meio alcançar a vida eterna.
J. A exis'tência da alma é negada pelos materialistas,
seita "não de filosófos, mas de mentirosos" como dizia
Pa cal. izem nó , espiritualistas e católicos, que a
alma xi te, ' di tinta do corpo. sagrada Escritura
n nhuma dúvida deixa a ... te respeito. Acabamos de vê-
lo, no ato da cria ão do homem, a alma é alguma cousa
e piritual, qual sôpro que dimana de Deus. palavra
alma no depara em cada página dos livros santos, e
m todo lugar, designa cou a real, distinta do corpo.
" a mort , o pó volta à terra donde tem ido tirado, e
o e pírito ou a alma, vai para Deus que a tinha dado"
(Eccl., n, 7). Portanto, a xi t "n ia da alma humana
é dogma fundamental, a fé nêle é neces ária para a
alvação.
Eleva-se a razão humana at' o conhecimento e a
rteza da xi t"ncia da alma pelas me mas considerações
que a levam a aceitar a existência d Deu . onhecemos
eu por ua obras no a alma p los atos dela.
Averiguamo fàcilmente, em nó m mo , fato que os
fil' ofo atribu m à n ibilidad , à intelig"ncia, à von-
tade. Ma a mat'ria, no so corpo, portanto, não é capaz
de entfr, pensar, qii rer. É preci o, poi , q'Õe haja outro
prin ípio, e " te prin ípio chama-se alma.
II. ompl tamo ta no ão da alma humana, acres-
centando que ' livre imortal.
1.0 É livre i to ', p d colb r e praticar o bem ou
o mal. E ta lib r lad é afirmada p la agrada Escritura.
36 C R E D O

e pela Igreja nos concílios; aliás, a promessa de r ecom-


pensas, e a ameaça de castigos baseiam-se nesta liberdade;
não haveria mérito nem culpa se não fôssemos livres.
Ora, em todos ós lugares e sempre, houve leis, tratados,
r ecompensa e castigos; logo, acreÇl.ita-se universalmente
na liberdade humana.
P or outra parte, sentimos que somos livres, e o
fatalismo, negação do livre arbítrio, acha-se r ebatido
p ela própria consciência individual que apregoa nossa
liberdade, e pela discordância que se nota entre os
princípio dos fatalista e seus atos: sempre, na prática,
um fatalista porta- e como ente dotado de con ciência e
usando da sua liberdade.
2. 0 A alma é iniortal, isto é, não morre com o corpo,
o qual não passa de invólucro. " Deus, diz a Escritura,
criou o homem sem têrmo e sem fim " ( Sab.~ rr, 23 ) .
Era dogma da r eligião mosaica; é o ensino po itivo de
osso Senhor, que não somente proclama a vida imortal
da alma, ma ainda revelou o mistério" da r es urreição
do corpo a fim de compartilhar o destino et erno, feliz ou
infeliz da alma.
A abedoria antiga, na pessoa dos filósofos Sócrates,
Platão, Cícero, Sên eca, professou a crença na imortali-
dade da alma. Cremos n ela, n ós cristão , p elo ensino da
r evelação e da I gr eja, e porque a razão diz que : 1.0 sendo
a alma espiritual e simples, não pode morrer: com efeito,
a morte é a decomposição das partes que con tituem um
ser; ora, a alma, una e indivi ível, não pode decompor-
se nem morrer; 2. 0 não há tão p ouco aniquilamento
para a alma; e a própria ciência ensina que nada pode
p erecer na criação, Deus não faz uma exceção para as
almas, criatura de ordem superior; 3. 0 enfim, a alma é
imortal, porque tem o desejo inato de viver, e Deu não
deve iludir êst e desejo; ela tem fome e sêde de ventura,
e Deus, que não corresponde à sua expectativa neste

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H O M E M 37

mundo, deve ati faz -la na outra vida; é livre, e por-


A

tanto preci a en contrar, al' m d t e mundo, a recompen a


A

ou o ca tiao que não acha, cá na terra.


Ela preci a, numa palavra de uma vida futura,
porque a ju tiça de Deu , que não exer ce empre na
vida pre ente r equer outra vida onde o bem r eceba r e-
compen a definitiva e o mal, definitivo castigo.
CONCLUSÃO PRÁTICA

"Quando eu não tive se outra prova da imo rtalidade da alma


senão o triunfo do mau e os sofrimentos do justo ne te mundo,
dizia João J acque R ouseau, isto não me deixa ria a menor dúvida.
ma contradição tão palmar e taria a pedir-me alguma solução.
Eu diria comigo : ão acaba tudo para mim om a vida; na morte
tudo entr a na ordem".
Aí fica a esperança do justo; êle conta com a imortalidade,
e diz como . P aulo : "Padeço, mas não tou confundido" ( II
Tim. r, 12 ). Aí deve ficar o tormento do pecador e se o êxito, as
prosperidades temporais o afagarem, muito tem que recear em outra
vida , o desfôrço da justiça de um Deus que tem ao seu di po r a
eternidade.

§ VII. - O estado d e in.ocência. - A queda.


Estado d e inocê ncia ou de justiça original. - Con dição a preench er para
êle p erpetuar-se. - Qu eda do homem. - Suas consequ ência s.
Tr ansmissão da culpa original.

31. - E m que estado criou Deus Adão e E va?


R. - Deits criou Adão e Eva num estado de santi-
dade e ventura, reserv ando-lhes o céu como recompensa
da sua fidelidade.
É i to que chamamos estado ele inocência ou de
jiistiça original, cujo quadro vem traçado na história
sagrada, e cuja lembrança ficou impressa na memória
de todo o povo com o nome de idade áurea. Neste feliz
estado, possuíam nos os pais dote portentosos no corpo
e na alma.
l.º Qiwnto ao corpo, o homem entregava-se ao tra-
balho em custo, nem sofrimento nenhum; nada abia de
38 C R E D O

incômodos ou doenças; e não tinha de morrer. Depois de


ter auferido na terra todo o gozos da . ordem natural,
devia ser levado para o céu, remanso de uma felicidade
pura e perene.
2. 0 Quanto à alma, estava exornada de todos os
dons naturais, aos quais a bondade divina tinha ajuntado
dons sobrenaturais. - Na ordem natural, era uma
inteligência perfeita, isenta da treva e dúvidas da
ignorância; vontade norteada para o bem, livr e de tôda
tendência ao mal ; coração que ia e pontâneamente a Deus
e ao que é bom, alheio por completo ao triste pêso da
concupiscência. - a ordem sobrenatural, Deus comu-
nicava à alma do no os primeiro pais luzes mais
perfeita que as da razão : pale trava com êle , co~sentia
que o ama em, e a tôdas a alegria dêste mundo acres-
centava a prome a de fazê-los participar da própria
ventura, e i to durante a eternidade. A palavra que dá a
síntese, o r esumo dê te privilégio obrenaturais, é a de
graça, princípio de antidade, caridade e glória.
32. - Pusera Deus uma condição para êste estado perpe-
tuar-se?

R. - im, Deus lh es impusera de não tocarem no


fruto da árvore da ciência do bem e do mal.
olocando nosso primeiros pai no Paraí o terre tre,
Deus pô , para que tamanha felicidade não tive e fim,
um único e fácil r equisito, ao preenchimento do qual,
porém, ligava a máxima importância. Deixou que Adão e
E va prova em todo o frutos do jardim de delícias, com
exceção do fruto de uma árvore, que apelidou árvore da
ciência do bem e do mal. Depoi , acre centou: " o dia
em que comerde dê te fruto, morrerei ". Importava e ta
ameaça na perda de todos o don extraordinário e
sobrenaturai próprio do e tado de inocência, para Adão
e todos os seu descendentes.

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H O M E M 39

33. - Contai a queda do homem.

R. - O demônio, disfarçado sob a forma da serpente,


logrou induzir a primeira mulher a desobedecer a D eus.
Eva of erece1t depois o fruto a Adão que . imitou a
companheira.

Eva escuta a serpente e desobedece a Deus.

·, I
Pouco tempo havia que o homem estava de posse da
sua felicidade no Paraí o terre tre, quando o demônio,
invejo o de sorte tão ditosa, resolveu perder a raça
humana. Di farçou-se sob a forma de erpente, chegou-se
a Eva, por ser ela mais fraca, apresentou-lhe a tentação
debaixo do engôdo da en ualidade, do orgulho, e levou-a
a desobedecer a Deu . A mulher comeu da fruta proibida,
e a ofereceu a Adão, que imitou a companheira, comendo
êle também. Logo, abriram-se-lhe os olhos, e entenderam
quão grave era o seu pecado. Pouco depois, o enhor
mo trou-se ao. culpados, ouviu sua confissão e pronunciou
a sentença. A pena especial de Eva foi a dôr e sujeição
/

40 C R E D O

ao seu marido; a de Adão, o trabalho difícil, e para


ambo , o sofrimento e a morte. Deus os expulsou do
Paraíso t errestre, porque, para êles, a f elicidade estava
acabada.
34. - Quais foram as consequências do pecado original?

R. - Nossos primeiros pais perderam a graça santi-


ficante, vifom diminuídos os seiis dons natiirais, foram
privados de direito à visão sobrenatiiral de Deus e comu-
nicaram aos seiis descendentes êste estado de decadência.
Gravíssimas foram as consequências da queda das
no sos primeiro pais, para êles próprios e seus descen -
dentes :

1.0 Perderam a justiça original ou graça santificante
que os fazia amigos de Deus, e de envolta com esta graça,
o privilégio ,todos que a ela e tavam ligados, conservando
somente as faculdade e senciais da natureza humana.
2. 0 Esbulhados dos dotes sobrenaturáis próprios do
estado de inocências, Adão e E va foram ainda feridos
natiiralmente, i to é, os dons naturais, e bem que lhes
não fô , em tirados sofreram diminui ão. _ As im, qiianto
ao corpo, sentiram os e pinhos do trabalho, da dôr, da
doença e, por último, da morte; quanto à alma, em sua
inteligência ala travam as trevas ou ignorância; na sua
vontade, entrou a malícia ou inclinação ao mal; na sensi-
bilidade ou no coração, e ta fraqueza ou con cupiscência
que nos leva a procurar o prazer sen ível.
3. 0 Desherdados e feitos objeto de horror aos olhos
de Deus, foram nossos primeiro pais despojado de todo
o direito à vi ão e à po se obrenatural de Deu , i to é,
ao céu que tinha sido prometido à ua fidelidade . Esta
privação con titui o que se chama a r eprovação ou morte
da alma.
4. 0 Enfim, Adão e Eva, já não tendo mai a graça e
seus privilégios, não os podiam tran mitir aos eus des-

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1 •

H O M E M 41

candente ; comunicaram-lhe , por ém, eu e tado de deca-


dência : é o que e denomina pecado original.
35. - Passo1i o pecado de Adão a todos os seus descendentes?
R. - im o pecado de Adão pa sou a todos os seus
d scendent ; por isso, todos nós, nascemos com a nódoa
do . pecado do nos o primefro pai, sujeitos às m esmas
mi 'rias qiie êle.
E ta verdade é claramente en inada pela agrada
E critura, e e pecialmente por . Paulo (Epístola aos
Romanos, v). O concílio tridentino a proclamou dogma
católico, e a tradição da Igreja, ne te particular, é
con tanta e univer al. l\1a é um mi tério acima da razão.
Tudo quanto podemo dizer a re peito, é que o pecado
original, endo para no os primeiro pai pecado atual,
não é para eu descendente enão pecado habi'tiwl; nem
por is o deixa de ser em cada um de nó um e tado de
morte da graça, e portanto, mácula e ca tigo a um tempo.
Tôda as tradiçõe admitiram ê te e tado de deca-
dência, e a razão não pode achar inju tiça ni to. Muita
vêze , herdam o filhos os defeitos e vício do pai: a
tran missão do pecado original é tão aceitável como e tas
outra tran mi ões certíssimas. É aliás autorizada a
crença que. quem morrer com o só pecado original, não
' é, por is o, condenado ao inferno, senão, unicamente, à
privação de ver a Deu . É o parecer de auto Agostinho,
que põe no limbo êstes desventur ados.
Ninguém é isento do pecado original, a não ser a
santís ima Virgem. · Somente ela apareceu no mundo sem
mácula: e a glorio a exceção constitui o privilégio da
I maculada Conceição, de que breve passaremos a falar .
CONCLUSÃO PRÁTICA

O homem é um deus decaído que se lembra dos céus.


Ao recordar-se da sua grandeza antiga, deve abençoar a infi-
nita misericór dia que o tinha levantado tão alto e feito quase igual
42 C R E D O

aos anjos. Ao lembrar-se da queda e das misérias do corpo e da


alma que dela resultaram, o homem deve abençoar e adorar a
infinita justiça. Felizes de nós podendo hoje passar das lástimas
para a esperançai Devido aos méritos do Redentor, onde avultara
o pecado, ai transbordou a graça ... "Feliz culpa, exclama santo
Agostinho, que nos valeu tal r edenção 1" Devemos, todavia, merecer
a aplicação dêstes méritos pela humildade, a penitência, a fé,
r ecorrendo ao Redentor prometi<}o ao mundo, que veio para nos
salvar.
§ VIII - O Messias prometido.
Primeira promessa de um Salvador. - O Messias esperado: 1.º promessas
divinas ; 2. 0 profecias; 3. 0 figuras do Messias. - O libertador esperad o
por tôdas as nações: seu reino preparado p ela Provid ência.
36. - Deus abandonou o homem depois do pecado?
R. - Não, mas prometeu-lhe um R edentor ou Salva-
dor, chamado o M essias. ·
A primeira promessa deu-se no próprio berço do
mundo. Ta sentença lavrada ·c.ontra a serpente infernal,
lemos estas palavra : "Hei de pôr inimizâ'de entre ti e a
mulher, entre ua raça e a tua: esmagar-te-á a cabeça,
e tu pelejarás para mordê-la no calcanhar" (Gên., rrr, 15 ) .
Tôdas as tradiçõe entenderam por estas palavras
que da raça humana havia de na c.er o vencedor do
demônio, e a mulher bendita que daria à luz êste liber-
tador, é a Virgem Maria.
Deus deixou correr quatro mil anos antes da vinda
do Messias, para os homens sentir em melhor, diz Bossuet,
quanto precisavam desta vinda. Entretanto, a partir da
promes a, puderam os homens salvar-se, conquanto, à
prática exata dos seus deveres e da sua r eligião, unissem
a fé no Messias prometido, pois eram o merecimentos
d êste Messias prometido que lhes dariam a salvação.
37. - Que meios emprego11 Deus para tornar 'mais vivas a
expectativa dos povos e sua esperança no Messias?
R. - Durante os séc1ilos de expectativa, Deiis não
cessou de m1tltiplicar as promessas, profecias e figuras
do futuro libertador.

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MESSIAS 43

de

. tando para
a cu j a
I rael

na cer de
ua paixão,

qu m d ia
ia .
ia mo

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44 C R E D O

ciou o fim de todos os sacrifício antigos, substituídos


pelo sa crifício único e puro do Calvário.
3.° F i guras do Messias. - Ao pas o que ia renovando
prome sa e profecia. , Deus fazia pa ar por baixo do
olhos de seu povo per onagens que delineavam de ante-
mão o ri t o fu tur o, sua vida e ua obras. Aqui e tão
a principais figuras:
Adão, pai do gênero humano, figurava J esus Cri to,
pai do p ovo do eleito .
Abel, mor to por eu irmão, repre enta o Salvador
atraiçoado e imolado .
lioé alva ua família na arca, e J e u alva os fi éis
na I greja.
M elquiss ed ec, r ei e pontífice, ofer ece um acrifício,
imagem da E ucari tia.
I aac, vítima no mon te Moriá, é figura de J e u
ri to no alvário.
J osé, vendido por eu irmão , alva ua família,
como J esus salva seu povo.
Mois' s, libertador do I raeli tas, legi lador da sua
nação, é a imagem fri ante do verdadeiro libertador.
ansão, pre ageia o ri to vencedor da morte,
salvando o mundo.
Davi, rei p r eguido, depoi vitorio o, indi ca a
tribul açõ de -Xo. o nhor eu. triunfos.
, alomão. prín ip pacifico glorio o, anuncia o reino
elo H.ecl ntor.
J ona , é: a figura da rc» . urreição.
Elias, leYac1o num carro d foo-o. annn ia a a censão
ele J e u 'ri to. etc.
38. - Xão esperai·a o mundo pagílo tamu fm um l i bertador?
R. - irn, a sp rança d um M .. ia lib rtador ra
univcr. al, nr'io ·ó no povo ju l u, ma. ainda m iodo. os
povos pagão .

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M li 11 411

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46 C R E D O

II. 0 E III. 0 .AR TIGOS


Creio em Jesus Cristo, um só <Seu filho, Nosso Senhor,
o · qual foi concebido do Espírito Santo, nasceu de
Maria Virgem.
Divisão do assunto.

39. - Quais são os principais ensinos que dimanam dêstes


dois artigos do símbolo?

R. - Dêst es dois artigos, que reunimos por ambos


dizerem respeito à m esma p essoa de Nosso Senhor, teremos
que deduzir : 1.º o mistério da I ncarnação e as verdades
dogmáticas que se lhe prendem; .2. 0 falaremos da Virgem
Maria e suas prerrogativas; 3.0 depois, daremos a conhecer
a vida de Nosso Senhor.
§ 1. - Mistério da Incarnação.

Deíini~ão da Incarnação. - Narração do fato: razão da s ua exis tên cia. -


Jesu Cristo, seus nom es. - Verdades dogmáticas que se d erivam da
Incarna~ão; 1.0 natureza di vina; 2. 0 natureza humana ; 3 .0 unidade de
pessoa; 4. vontades e du as operações distintas .
0

40. - Qu e é o mistério da Incarnação?

R. - A I ncarnação é o mistério do Filho de Deus


feito homem, ou segundo a t eologia : é a iinião da natu-
reza divina e da natureza humana na única pessoa de
J esiis Cristo.
Dizendo que o Filho de Deus se :fez homem, enten-
demos que a segunda pe oa da Santíssima Trindade,
exi tindo como o Padre desde tôda a eternidade, espírito
invisível como êle, veio, num momento determinado,
revestir a no sa natureza humana e tomar na terra um
corpo e uma alma semelhante aos no os no seio da
beip-aventurada Virgem Maria.
Cumpriu-. e êste mistério acêrca do ano de 4004 do
mundo. O aniYersário dêste acontecimento c.elel{ra-se todos

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I N C A R N A Ç Ã O 47

o ano a 25 de março; devido à importância da


Jn arna ão do ; ilho d us, ' ne ta ' poca que e inicia
o computo do. ano da era cristã.
T. O Evang lho narra de qn modo s deu Ast
sue o mi. terios . h gada a hora da ProvidAn ia, o anjo
Gabri l foi manda ~o por Deus a uma Virg m da Judéia,
·hamada Maria, ujo e. pô o tinha o nome de Jo '. Ambos
moravam na .P qu nina cidad de azaré. O anjo in-

A Anun ciarão d e M arin e a ln ca ,.,,nç{io do Verbo.

r zando
48 C R E D O

um Filho, a quem terei de pôr o nome de J esu . Será


grande e hão de chamá-lo Filho do Altí imo ... "
Maria receava que êste mi têrio lhe vie se empanar
o brilho da virgindade. O anjo aquietou a Virgem (
" O Espírito Santo, di se êle, e tará convo co, e a virtude
do Altí simo cobrir-vo -á com a ua ombra: porque o
fruto que de vó na cer erá chamado Filho de Deu ".
Maria di se então: " Eis aqui a e crava do enhor, faça- e
em mim segundo a vo a palavra" . E nesta me ma hora,
in arnou-se o Verbo de Deu .
Vê-se, pela narração evangélica, que a Incarnação de
os o enhor é misterio a. J esu po ui no céu um Pai
eterno ; preci a apena , na terra, de mãe eg undo a carne,
e ' i to que no leva a dizer dêle : " Foi concebido do
E spírito anto, na ceu de Maria Virgem".
II. A razão da Incarnação é a eguinte: Para o Filho
de Deu ofrer e r esgatar-no , era neces ário ter êle um
corpo qu pudes e padecer, e alma humana que lhe
permitis e r epresentar em ua pessoa a humanidade
cu lpad a: é, poi , por ter- e incarnado que No o enhor
pôde sofrer e morrer, de ta forma r emir-no da e cravidão
do pecado, livrar-no da penas do inferno, e merecer-no
a vida etena.
41. - Qu m ' J esus Cristo e qu e signif icam os nomes pelos
quais designamos a sua pessoa ?
R. - .Jesu Cristo é o filho de D 1ts f ito homem.
O norn ele .Jesus quer diz r alvador. risto significa
ungido, consagrnclo pela unção santa.
Chamam os também, a .J sus Cri lo d ,\ o o enhor,
porqn Al ', d fato, o nosso sob rano .
, egundo o que di ri lo ' o Filho de
Deu · feito hom m. - e con ideramos
pe.. oa, achamo · nêl não ó o doi · on -
tituC'm a natureza humana, i to ' o torpo a alma, ma
um tercei ro l m nto, o divino, qu ap rf içoa todo o

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I N C A R N A Ç Ã O 49

eu ser, deixando subsistir a unidade de pessoa : é a


divindade ou natureza divina.
Se atentamo no ignificado dos nomes que damos
ao Salvador de cobrimos ali um en ino completo: J esus
quer dizer alvador, porque, com efeito, é para nos salvar
e no r emir que o Filho de Deus baixou à terra.
Cristo significa imgido, sagrado, ou consagrado pela
unção santa. De ignava-se outrora, pela palávra Cristo,
o rei, acerdote ou profeta, que tive e recebido a consa-
gração dos anto óleo ; ora, J esu Cristo foi a um tempo
r ei, sacerdote, profeta, e consagrado por eu sangue.
Chamamos a Jesus Cristo Nosso Senhor, por ser êle,
de fato, no o oberano e nosso mestre; e êle o é por um
título duplo: enquanto Criador, êle nos fez o que somo ;
enquanto Salvador, êle é quem nos conquistou, r esgatan-
do-nos e saldando êste resgate com seu sangue.
42. - Quais são, no tocante à Incarnação de No sso S enhor,
as verdades da f é católica?
R. - A fé católica ensina que há em J esus Cn:sto
dnas naturezas, a natiireza divina e a natureza humana;
que há, confado, nêle uma só pessoa, a do Filho de D eus;
que as duas nati1rezas, porém, ficam distintas, t endo cada
uma sua vontade e sitas operações.
Examinemos cada um dêstes pontos.
1.0 J esiis Cristo possui a natiireza divina. " É Deus".
E sta verdade prova-se: 1.0 pelas primeiras palavras do
Evangelho de S. João: "No princípio era o Verbo, e o
Verbo er a Deus. . . E o Verbo se fez carne e habitou
entre nós" .
.;Jo Em muitas circunstâncias, dec.larou Nosso Senhor
ser Filho de Deus, semelhante em tudo a seu Pai. É
com a acusação de proclamar-se Filho de Deus que foi
condenado à morte.
~ .º À autoridade da sua palavra, ajuntou Jesus
Cristo a autoridade das suas obras. Provou sua divindade
5'() O R E D O

por muití simo milagres, repetindo aos Judeus: "Se não


acreditais na minha palavra, crede em minhas obras".
E deu, em abono desta verdade, o mais assombroso dos
milagres, sua própria ressurreição.
Com tôda a razão, pois, o concílio de Nicéia pro-
clamou, em 325, a divindade de Nosso Senhor e condenou
Ario que a atacava no seu princípio: a geração eterna
do Verbo.
II. J esus Cristo, possui a natureza humana : "É
homem". - Com efeito, tem um corpo semelhante aos
no os. " O Verbo se fez carne", diz S. João. E os
Evangeli tas mostram Nosso Senhor a nascer em Belém,
a trabalhar em azaré, a passar fome e sêde, a padecer
e chorar, a morrer na cruz, posto no sepulcro, tornando
a aparecer cheio de vida, deixando-se ver e tocar por
eu apóstolo . - Possuía igualme:qte alma semelhante
à nossa, di tinta da divindade: é esta alma que sentiu a
tri teza, o t emor, a dôr. J e us Cristo tinha, portanto,
r ealmente a natureza humana, e não um corpo de
empré timo.
III. Em Je us Cristo, não há senão uma só pessoa,
que é a do Filho de Deus. - A sim reza o concílio de
Éfeso ( 431 ), de encontro à here ia de estório, patriarca
de Constantinopla, que pretendia houvesse em Nosso
enhor uma pe soa divina e uma pe soa humana, sendo
a Virgem Maria, mãe somente desta última. - O
Evan gelho apresenta, pelo contrário, em J êsus Cristo,
uma única e mesma pe soa, ora chamando-o Filho do
homem, ora Filho de Deus: com certeza, é sempre a
me ma individualidade, o mesmo que nasceu e sofreu, que
fez milagr es e morreu; e sua mãe deve ser chamada Mãe
de Deus, pois é mãe de Jesus Cristo, que é Deus.
IV. Em J esus Cristo, há ditas naturezas distintas,
e tamb ém duas vontades, e d1WS operações. - É o ensino
do concílio de Calcedônia ( 451) contra Eutiques, monge

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1 N C A R N A Ç Ã O 51

de Constantinopla, o qual levado por um ardor desco-


medido na defesa da unidade de pessoa, deu no êrro
oposto e ensinou a unidade de natureza, afirmando que
a natureza humana era absorvida pela natureza divina.
ão, as duas naturezas subsistem, distintas, -sem
confusão nem misto, depois da união hipostática. Isso
resulta do que dis emos acima, a respeito das duas na-
turezas. Portanto, também, - contràriamente àquilo
que pretendiam S érgio e os monotelitas, partidários de
uma única vontade, condenados no terceiro concílio de
Con tantinopla ( 6 O), - a duas vontades e as duas
operações da natureza divina e da natureza humana
permanecem distintas e não confundidas. Em Nosso
Senhor, que a vontade humana fô se submetida à vontade
divina, não padece dúvida; assim muito di tintas as
vemo no jardim das Oliveiras: " Meu pai, cumpra-se a
v.ossa vontade, que não a.minha " ( . Lucas, xrr) . O mesmo
se dá com as operações; não se confundem: externava-se
a natureza divina pelos milagres, pela transfiguração, a
r e urreição, a a cenção; e a operação humana traduzia-
se por meio de ato pertencentes e sencialmente à no sa
natureza, como seJam comer, beber , dormir, sofrer,
morrer . ..
CO ' LUSÃO PR;\TICA
endo as du as naturezas, divina e humana, unida em vossa
pessoa, ó J esus, meu Salvador, vosso ato todos, vossa palavras,
vossos sofrimentos e principalmente vossa morte, têm um valo r
infinito, e de vós posso dizer: "Meu Deu me amou, padec u e
morreu por mim! ... " Qual não deve ser a minha gratidão 1
Por outra con equ ência, ó J e u , tudo quanto compõe a vos a
humanidade: vos a carne, vosso sangue, é adorável. Posso e devo
tributar-lhes o culto suprémo da adoração qu e p ertence a Deus.
Por isso é que eu, com a Igreja católica, mãe minha, adoro por um
verdadeiro culto de latria o vo o corpo sagrado na santíss-ima
E 1tearistia, pois a santís ima Eucari tia não é enão vós mesmo.
Pelas mesma razões, tributo um culto ao vo so agrado oração,
porque foi unido substancialmente à vos a divina pe soa e tem sido
a um tempo fonte do sangue divino que me resgatou e órgão do
amor incomparável que me tivestes.
52 O & E D O

§ II. - A Y irgem Maria.


A sant!ssima Virgem. - Suas quatro grand es prerrogativas: 1.º Imaculada
Conceição; 2 .0 Maternidade divina; 3. 0 Virgindade perpétua; 4 .0 Assunção.

43. - Dai-nos a conhecer a santíssima Viry·em Maria e suas


prerrogativas.

R. - Maria era uma hitmilde filha de J 1tdá, da


estirp e real ele Davi. E1·am seus pais são J oaqitim e santa
Ana. Aos três anos consagrou-se a Deits no t emplo de
J erusalém e ali permaneceit até que desposasse 11,m homem
virtuoso e humilde chamado Jos é.
D eiis, que a destinara a ser a mãe de J esits Cristo;
adorn ou-a com tôdas as graças e a I greja nela reconhece
quatro grandes prerrogativ as: a I rnacitlada Conceição, a
Mat ernidade divina, a Virgindade perpétua e a Assimção
glo1·iosa.
Maria era uma humilde filha da· tribo de Judá; sua
família descendia da raça real ae Davi. Seu pai e úa
mãe chamavam-se J oaquim e Ana. D esde a idade d e três
anos, fôr a ofer ecida a Deu no templo de J eru além, e
ali fi cara. Piedo as mulher es tinham zelado por ua
educação, amoldando seu e pírito à cien cia divinas, e
eu coração à prática de tôda a virtude . Ficou entregue
a seu de velos até qu e a deram em ca amento a um
homem virtuoso, humilde como ela, chamado José~ Deus,
que a de tinava a er mãe de o o enhor J e u Cri to,
a tinha adornado com tôdas a graça e ela era a mais
santa das criatura .
~ I gr eja aponta em No a enhora qi1atro grandes
prerrogativas que foram a base, o ali cerce da ua an-
tidade e da sua glória: 1.0 a I maculada onceição; 2.0 a
Maternidade cl1'vina; 3.0 a Virgindad e p rpétua, e 4. 0 a
A ssunção gloriosa.
I. I macnlada onceição. - Com e tas palavra ,
entendemos qu e a \ irgem Maria, por favor e pecial e
em con ideração do méritos futuro do eu divino Filh o,

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M A R l A 53

foi preservada do pecado original desde o primeiro ins-


tante da sua exi tência. - Já que não a manchara a
culpa original, ela não t eve que sofrer os tristes resul-
tados; sua inteligência não foi cercada das treva da
ignorância como a nos a, nenhuma inclinação tinha que
lhe impeli e a vontade para o mal, seu coração desconhe-
cia a concupi cência. - É esta verdade um dogma de fé
definido pelo Sumo Pontífice P io IX, em 1854, na presença
de mai de duzentos bispos. Todavia, tal verdade não se
pode chamar n ova.~amb ém dantes era a cr ença geral da
I gr eja ba eada na E scritura agrada. Pois, bem devia a
inimizade que Deus pusera, no princípio, entre a serpente
e a mulher, r epelir tôda a idéia de pecado, e até do pecado
original, para esta inimizade ser completa!
13-Ao saudar a Maria "@eia de gr aça, bendita entre
tôda as mulheres", n ão nos dizia o anjo que ela era
mais santa do que nossa primeira mãe 1
C - Assim falava a_ tradição, e a razão, por sua vez, 7\b
parecia exigir que aqÍiela de quem havia de nascer J esus
Cri to, a antidade incarnada, não fô se, um instante
sequer, debaixo do poder do demônio, fato que o e pírito
infernal não deixaria de eternamente lançar em r o to ao
Filho e à Mãe.
I I. Mat rnidade divina. - Ê te privilégio re ulta
do que temos dito: Maria endo a verdadeira mãe de
J es u , que não ' enão uma p essoa em duas naturzea ,
ela pod e deve er chamada M ãe d e D eiis. nica entre
tôda a criaturas, Nos a enhora po ui e ta prerrogativa
em par, e a I gr eja o afirmou olenemente contra estória,
no concílio de É fe o ( 431) , e mai tarde acr escentou à
audação ang élica a egunda parte de ta oração: "Santa
Maria, mãe de Deu , roO'ai por nós p ecadore . . . "
III. 1Tfrg1'ndade perpétua. - Dá- e a entender par
e ta palavra que a autíssima irgem, tendo milagro-
amente dado à luz o o enhor depoi de o ter con-
54 O R E D O

cebida por operação do Espírito Santo, ficou sempre


virgem, ante como durante e depois dêste parto divino.
- Já no século quarto, um concílio de Milão proclamava
e ta doutrina que é a de tôda a Ig;reja.
São J o é, e pôso da antí ima Virgem, não é pai
de No o Senhor; foi somente seu protetor- e pai adotivo,
e é por cau a da sua dedicação que é chamado impropria-
mente pai de Jesus.
IV. As unção gloriosa. - É crença sempre aceita na
Igreja, - sendo proclamado êste ponto dogma de fé, a
1.0 de ovembro de 1950 - que a Santíssima Virgem,
t endo falecido em Jerusalém, cêrca do ano de 54 de J. O.,
r essuscitou logo e foi levada, corpo e alma, pelos anjos, ao
céu. F e tejamo ê t e glorioso aniversário a 15 de agôsto.r
CON CLUSÃO PRÁTICA
Exorna da com estas prerrogativas tôdas, aparece Maria como
o vulto ideal que divisava S. João no Apocalipse: " O sol como um
ve tuário a cercava; a lu a e tava debaixo dos seus pés ,e uma coroa
de doze estrêlas lhe ilumina\7 a a fronte" . Seja para nós um prazer
reverenciar esta esplêndida visão repetindo com júbilo as palavras
do anjo Gabriel : Ave Maria ...
Em 1 5 , ao baixar a augusta Virgem ao nosso degrêdo, em
uma montanha de Lourdes, na F rança, revelava-se por seu mais
belo privilégio: "Eu sou, di e ela, a I m aculada Conceição" . Have-
mos de corresponder a seu desejo, e merecer seus favores dizendo-
lhe amiúde: O' Maria concebida sem pecado, rogai por nós que
recorremos a vós!
§ III. - Vida oculta d e No so Senhor J esus Cristo.
I. Vida particular; nascimento; primeiros anos; vi da oculta em Nazaré. -
II. Vida pública; escolha dos apóstolos; pregação do Evangelho. -
missão divina confirmada: l.º pelo cumprimento das profecias; 2 .0
pela sublimidade da doutrina; 3. 0 pelos milagres.

l. - VIDA PARTICULAR DE OSSO SENHOR

44. - Narrai o nascimento e os primeiros anos de J esus


Cristo.
R. -Nosso Senhor J esus Cristo veio ao mundo em
B elém, nurn hitrnilde presépio. Avisados pelos anjos,
vieram adorá-lo os pastores da montanha e os re1·s Magos

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/
VIDA OC U LTA DE JESÚS 55

acudiram do Oriente, trazendo-lhe presentes. Oito dias


depoi , na circuncisão, recebeit o Menino o nome de J esus.
Após quarerita dias apresentaram-no ao templo,
conforme preceitua a lei de Mois és.
P erseguida por H erodes, teve a sagrada Família que
fugir para o Egito onde J esus ficou enqitanto reinou o
· tirano.
Voltaram para Nazaré e J esus ali crescia em idade ~~
e e~ab edoria, perante Deus e perant e os homens.
1
(}
osso Senhor J esus Cristo veio ao mundo em Belém, -
num presépio, a 25 de dezembro, dia do Natal, no ano

NATAL. - No presépio, o Menino J es us é adorado pelos anjo s.

do mundo 4004, segundo reza a cronologia senão a mais


exata, pelo menos a que se adota mais geralmente.
De conformidade com uma ordem do imperador
romano, Cé ar Augusto, que mandava fazer o r ecensea-
mento de eus E tados, intimando que todo o habitante
f ôsse inscrever- e no país donde era originário, lá se
foram Maria e Jo. é, moradores de Nazaré, a caminho de
- '
{

56 C R E D O

Belém, cidadezinha da Judéia e pátria de Davi, de quem


ambos descendiam. Ali, durante a noite, no seio da
pobreza, num e tábulo abandonado, onde tinham sido
constrangidos a abrigar-se, nasceu o Menino . J esu , o
Salvador prometido ao mundo.
Anjo participaram o fato ao pa tore na montanha,
e êstes vieram ao presépio, os primeiros a adorarem seu
libertador. Uma e trêla no Oriente tr-0uxe a nova ao r eis
Magos, que acudiram a reconhecê-lo, ador á-lo e ofer ecer-
lhe seus presentes: ouro, incenso e mirra. (F esta da
Epifania, 6 de janeiro ).
Oito dias apó o nascimento, r ecebeu o Menino p
nome de J erns, na circuncisão. - Quarenta dias depois,
segundo prceituava a lei de Moisé , foi apresentado ao 1
t emplo, enquanto Maria, por sua vez, cumpria a obrigação
legal da P urificação (2 de fevereiro ). - É nesta ocor-
r ência que e r ealizou a entrevi ta do santo velho S imeão
e da profeti a A na.
Achava-se ainda em B elém a anta Família quando,
ameaçada pela perseguição de H erodes, teve que .procurar
r efúgio no Egito. A im é que o Menino J e us foi salvo
do morticínio dos I nocentes. ,
No degrêdo viveu o Salvador seus prjmeiros anos.
Morto H erodes, a santa família regressou e veio morar
em Nazaré. J esus, ali, cre eia em idade e em sabedoria,
perante Deu e perante os homens.
45. - Dai a conhecer a vida ocuita de J esus.

R. - A piedade, a oração e o trabalho foram os


rnisteres do Menino D eus desde que voltou do Egito até
os 30 anos, quando iniciou a sua vida pública.
Aos 1.2 anos deixou-se ficar três dia no templo de
J erusalém a fim ele mostrar que devemo dar a D eus a
primazia sôbre todos os demais afetos.

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VIDA 00 LTA DE JES 57

" .Je 11· lhe· rra ·ubmi··o", re 11me o Eia11gelho. e a


lrrul1~·1w fltrf CPrtlfl que au.r,tliava a , Jo f na Jwmild
fJrof1.· 1ír1 rir carptnle1ro.
58 C R E D O

n eceu, sem os pais saberem o que tinha sido feito dêie:


Depoi de três dia de angú tias ·e pesquisas, acharam
o filho no templo, entre os doutore , escutando-os e
interrogando-os.
J esus dava, por ê te p oceder , o exemplo da fideli-
dade à ordens de Deus, do zêlo que devemos trazer no
estudo da r eligião e da primazia que devemos dar a Deus
sôbre todo os afetos, até sôbre os da família.
De volta em Nazaré, J esus "era submisso e obedecia";
a isto limita-se o que r efere -o Evangelho. A tradição
acrescenta que auxiliava a S. José, seu ,pai adotivo, nos
afazere da humilde profissão de carpinteiro, ensinando-
nos por eu exemplos a vida pobre, singela e afanosa.
Tinha un dezoito, vinte anos, -há quem diga trinta,
quando S. José morreu; J esus, seu filho adotivo, lhe
cerrou o olho , e até a idade de trinta anos, ficou sendo
o amparo de Maria.
II. - VIDA PÚBLICA DE .r osso S EN HOR.

46. - Relatai os principais acontecimentos da vida p·ública


de Jesus Cristo.

R. -Aos 30 anos) Nosso Senhor J esiis Cristo recebeit


o batismo no Jordão e retirou-se nitm deserto onde passou
40 dias em jejiins e orações.
Ao safr, escolheu os sens apóstolos e com êles per-
correu a Jiid éia e a Galiléia, anunciando o Evang elho)
provando que era o Filho de D eus, o Messias esperado
que vinha redúnir os hom ens.
Chamamo. vida pública de osso Senhor os três
últimos anos da sua exi tência na terra, consagrados à
pregação do Evangelho.
Aos trinta anos, Nosso Senhor J esus Cristo r ecebeu
o bati mo de S. João, no rio Jordão. A voz divina que
se fez ouvir nesta função ·olene, deu princípio ao seu
ministério público.

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VID PÚBLICA DE JESUS 59

o entanto para preparar-se à sua mis ão retirou-se


o alvador primeiro 110 de erto e ali ficou jejuando por
quarenta dia ; queria en inar com i o o e pírito de
penitência qu tão bem a enta à nos a religião. Feito
ê te jejum deixou qu o demônio o tenta e, para mo trar
como devemo r e i tir.
Ao air do de erto, ,J e us e colheu os primeiros
di ípulos: imQ,o P dro, que devia er o chefe e André,
irmão de P edro; dcpoi , Tiago e J oão, ambos filhos de

Agonia de J esw à vist<i de nossos pecados.

Zebedeu, todos pescadores chamados nas margens do lago


de Genesaré; F ilipe, Bartolomeu, Tomé, Mat eus o publi-
cano; Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão o Cananeu e
J udas I scariote completaram o número de doze apóstolos.
Nosso enhor começou a instruí-los da religião que
trazia ao mundo. P ercorria com êles as províncias da
Galiléia e da Judéia, fazendo até algumas excursões nos
confins do país de Canaã. Comunicava-lhes o Evangelho,
anunciando que era o Filho de Deus, o Salvador ou

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60 C R E D O

Me sia e perado desde o comêço do mando e chegado na


t erra para remir todos os homens.
4 7. - Como provava Nosso S enhor J esus Cristo sua missão
divina?

R. - N os o S enhor provava a siia missao divina


r ealizan do as profecias qiie lh e diziam r espeito, pregando
iima doutrina int eiramente divina e fa zendo niimerosos
riú lagres rematado pelo da própria R essurreição.
No o 'enhor provava ua missão divina : l .0 reali-
zando a profecia que diziam r e p eito à sua pessoa e
vaticinavam a época de ua chegada, sua descendência da
t ribo de Judá, eu nascimento em Belém, sua paixão,
sua mor te, ua r es urreição, enfim a reprovação dos
Judeu e a vocação do · gentio ;
2.0 Pregando uma doutrina inteiramente divina e
mo trando- e exemplo vivo de tôdas a virtudes. Começava
dando o exemplo; dep oi ministrava o ensino. Gostava de
tornar sua doutrina fácil p êla clareza, pela singeleza, e
muitas vêze en inava em ·p ar ábola . As mais notáveis
ão a da S emente, do Samaritano, do bom Pastor, do
Filho pródigo;
3. 0 E m abono de ua doutrina, fazia numerosos
milagres. Entr e os mais alientes temos a multiplicação,
no de erto, de cinco pãezinhos, que deram para o sustento
de cinco mil pe oa. ; grande número de curas de doenças
e possessões do demônio; a cura do cego de nascença e do
paralítico da pi cina probática impression ou obremaneira
o povo. Citam-se ainda tr ês ·r essurreições praticadas por
No o Senhor: a do filho da viúva de Naim, a da filha
d.e J airo, chefe da sinagoga, e a de Lázar o, feita com
tamanho br ilho, poucos dias antes da paixão. Enfim,
J e us Cri to devia pôr o remate a todos êstes milagr es
pelo pr odígio mais estupendo ainda da sua própria
R essurreição.

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P A I XÃ O E M O RT E DE JESUS 61

ON LUSÃO PRÁTI A

Ainda que não tivéssemos ou tr os mui tíssimos testemunhos a


evidenciarem a di vindade da nos a santa relig ião, ba ta riam o
nsino e as obra de J esu ri to pa ra excita r nos a admiração.
Que doutrina subl imei Ond ac ha r mos noções tão clara 1 t ão
belas sôb re eus, nossa alma, nossos dev re , a vida futura' Onde
oncontra r mos moral tão 1 vada tão pura ' T riam jubilado os
fi lósofos da a nt iguidade, se tivess m pos uído tal Me tre. . . E ao
par de suas lições, que exempl o de humanidade, d d icação, ca ridad 1
paciência e r signação l
O ' J esus ! não nos coub a dita do ouvir vos as pnlav ra , nom
cont mplar vossas obras; t mos porém o E vangelho. É n te livro
que iremos buscar o que temos a certeza de achar: vosso nsi no e
vossos el.'<emplos.

/V IV . 0 A TI o
Padeceu sob o pod er de Pôncio Pilatos, foi
crucificaclo, morto e e pultado; de ceu ao inferno

Divisão do a sunto

48. - Que ensina o q11arto artigo do símbolo?

. - En ina as verdade qite diz rn resp ito à paixão


de os o n hor e à ua rnort na crnz, a irn corno ao
fa t o q1t d ram d epois da ua rnort at, o mom nto da
r ·u1'?' ição.
H avemo d r umir o
artigo, lividindo-o em tr ~
1.0 la paixão rn'orte d
do rnist 'rio ela R denção,
.º da ep ultura de
t ve lugar a de cida
l imbo.
62 C R E D O

§ 1. - Pa ixão e morte de Jesus Cristo.


Quinta-feira santa. - Sexta -feira sa nta: diver sos interrogatórios ; a
flagelação ; Jesus crucificado. - In cid e ntes notáveis.

49. - Narrai as principais circun .~tâncias da Pai.-cão de Nosso


S enhor.

R. - A paixão de J ews Crúto começou na tar~e da


quinta-'f eira santa com a instituição da divina Eucaristia,
na ú ltima Páscoa celebrada com os apóstolos.
Após a ceia última, sofreii J esus os tormentos da
agonia no jardim das Oliv eiras e deixou-se prender pelo
bando de soldados q1.ie J udas, o traidor, giiiava.
A n oite J esus passoii-a r ecebendo apupos e insultos
dos soldados.
Na madrugada de sexta-feira, Pilatos o interrogou e,
não achando nêle crim e algum, entregoii-o a Herod es.
O príncipe dev asso, porque J esiis não se dignou de
responder-lhe, mandou que o rev estissem com as vestes
dos lou cos e o dev olveu a. Pilatos.
N ovo interrogatório. Pilatos, embora não o encon-
trasse culpado, deixou qu e os soldados romanos o flag e-
lassem e lhe pusessem, na cabeça, a coroa de espinhos.
Mas os jiideus vocif eravam : " Cru cifica-o!"
O Salvador, carregando a pesada cruz, subiu as en-
costas,, do calvário onde o crucificaram entre dois ladrões.
Os benefícios der ramados por osso Senhor Jesus
Cristo, o brilho de seus milagr e tão falados e a santidade
de tôda sua vida, tinham desper tado a inveja e o ódio
dos Jud eus e n omeadamente, dos fari eus e sacerdote da
lei. Ê stes r esolver am p erdê-lo e negociaram o aju te com
o traidor J udas.
A paixão começou n a Quinta-feira santa, à tarde
(J7 de março do ano de Roma 7 2. 34. 0 da era cr istã ).
J aqu ele dia, pela última vez, celebr ou J e u. ri to a
P áscoa com eus apóstolos, e in tituiu a divina Eucaristia.

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P A IXÃO E M OR TE DE JESU S 63

Entrada a noite, r et irou-se ao jardim das Oliveiras para


fazer oração· e eus apóstolos o acompanharam ; porém,
ficavam a alguma distância enquanto J esus rezava,
pro trad o no chão, derramando suor de sangue. Judas
e colher a e a hora para o entregar aos sacerdotes judeus
e aos fariseus. Um bando de soldados e de furiosos
prendeu a No so enhor e o levou nessa mesma noite à
casa do su mo acerdote Cai faz . Jesus pernoitou num
pôsto de gu ar da, nas mãos de soldados que o apupavam,
cuspindo-lhe n o rosto, dando-lhe bofetadas com êste in-
sulto : " Adivinha quem é que te bateu".
No dia imediato, Sexta-feira santa, de madrugada,
Nos o enhor foi conduzido ao palácio do governador
( romano da J udéia, Pôncio Pilatos, que o interrogou e o
r econheceu inocente. Mas êste juiz f r aco não teve ânimo
de soltá-lo.
Cient e de que J esus tinha nascido na Galiléia,
mandou-o ao seu soberano leO'al, H erodes, que se achava
então em J eru além. H erode interrogou a o so enhor.
P or ser ê te homem, príncipe intrometido e oberbo e
nenhum juiz, n egou-se J esu a re ponder. Então, me-
t eram-lhe o ve tido do louco e o devolveram a ilatos.
1t te abriu novo inquérito, que não trouxe mais
prova de culpabilidade. Ma , para agradar à multidão
que pedia a morte de J e u , ilato condenou-o ao suplício
cruel da flagelação. epoi c1i to, deixou que lhe pu e em
uma coroa de pinho na cabe\a, e, na mão, um caniço,
ímbolo zombeteiro da ua r ealeza; então, apre entou-o aos
J ud us, pensando que a vi ta da vítima os movesse à
compaixão ; ma com grande celeuma pediram ua morte.
Ainda tratou ilatos de alvá-lo, aproveitando o poder
que tinha de libertar um pre o por oca ião das festa da
ã coa. " quem querei , di e êle, que eu mande soltar,
a Bar rabá , - era um facínora terrível, - ou a J e us,
chamado ri to Y turba-multa exclamou: " olte Bar-
Inat. Relli . - a
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64 C R E D O

r abás ! " Vendo que nada lograva, Pilato~ abandonou


J esus par a que f ôsse crucifi cado.
O Salvador foi carregado com uma cruz pesada, e
levaram-no para fora da cidade, ao mont e Calvário; ali
o cr ucificaram entre dois malfeitor es. Era meio-dia.
A pós três horas' de agonia, J esus deu um grande grito,
e expirou. Todos os anos, a S exta-feira santa nos traz
e ta lembrança imorredoura_)
50. - Q?1e se deu de not ável co1n a rnorte de No sso S en hor
J esus Cristo?
R. - o momento da morte de J esits, o sol escitreceu,
trerneit a terra, part fram-se os r ochedos e m ortos ressusci-
taram e apareceram, na cidade santa. Era a afirmação de
que estava cumprida a R edenção.
P ara J esu como par a t odos os homens, a morte foi
a separação da alma e do corpo. A divindade, porém,
in eparável da sua pes oa, permaneceu unida ao corpo
e à alma, separado embora. Desta art e, a alma, unida
à divindade, podia r eceber as ador ações dos anjos ; e o
corpo, por igual endo unido à divindade, podia r eceber
as adoraçõe que se t ributam a Deus.
N"o momento ela morte de osso Senhor, para pro-
clamar a grandeza do acontecimento q-µ e acabáva de
uceder , o sol escureceu não omente para a Judéia, mas
no mun ]o inteiro (são Dioní io o Areopagit a assevera
ê t e prodígio ) ; a terra estremeceu ; r ochedos partiram-se,
e podem-se Yer ainda no Calvário vestígio dêstes trans-
torno . Enfim, mortos r e uscitar am e apareceram na
cidade anta para afirmar que a Redenção estava
cumprida.
COX LUSÃO PRÁ'rIC.\

Qu ando estamos na pre en ·a do crucifixo, consideremo-lo


atentamente.. . Olh emos o Sall· ador pregado na crnz, os pés e as
mão trau pa sados com pregos, a cabeça coroada de espinhos, o
l ado aberto pela l ança do soldado. . . Paremos nesta contemplaçã o,

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R E D ENÇÃ O 65

e perguntemo-nos a· nós mesmos quanto J esus risto sofreu. Então,


como S. Paulo, digamos conosco, pois é um a verdade absoluta:
"Cristo foi morto por mim, por causa dos meus p cnclos". Sim,
por mim, como se eu tivesse ido 110 mundo o único p cndor preci·
sando de redenção. Mais de molde ainda vêm stas r fl exõ s para
quem se prepara à confissão.

(' - § II. - Redenção.

Idéia precisa da r edençlío. - Suas qu atro qualidad es: foi 1. 0 r eal ; 2.0 livre;
3. 0 su perabundante; 4 .0 uni versal.

51. - Qite é o mistério da R edenção?

R. - O nii tério da R edenção é o mist 'rio de Nosso


/
Senhor J esus Cristo m01•to na cruz para r emir todos os
homens.
A humanidade caída tinha que r esolver êste pro-
blema : achar entre o c'u e a terra medianeiro assaz
grande, vítima bastante anta para expiar o crime da
t erra e acalm ar o céu irritado. O pec.ado de Adão, nos o
primeiro pai, e todos os pecados que a êste tinham segui-
do, formavam, por a sim dizer, uma ofen a infinita, pois
avalia-se a extensão da ofensa pela condição da pes oa
ofendida e pela inferioridade da pessoa que comete a
ofensa. A injúria feita a Deus pelo pecado do homem
era, portanto, como que infinita. Ora, o homem, criatura.
limitada, finita e culpada, não podia oferecer a Deus
r eparação infinita, io·ual à ofensa. Veio Nosso Senhor
J esu Cristo : tomou nossa natureza para a sumir tôda a
r espon abilidade da raça humana. I gual em tudo a seu
Pai, inocente, santo e infinito como Ale, Deus e homem
a um tempo, ficou em nosso lugar, satisfez por nós ;
apre entou uas obras que tinham valor infinito, sua
oração, seu trabalho, seus sofrimentos, sua morte; e então,
sendo a reparação perfeitamente igual à ofensa, e infinita
como ela, êle nos remiu: é o que chamamos mistério da '1
R edenção. h

.' 1
C R. E D O

52. - Quais são as quatro qualidades da Redenção!


\

R. - A r edenção qite J esus Cristo ofereceu a Deus


por nós foi ':!ª~' 7,jvre, superabundan_te e univ ersal.
Quatr o qualidades ou condições principais teve a
r edénção que J esus Cristo ofer eceu p or nós a Deus.
1.° Foi real, i to é, J esus Cristo tomou realmente o
nos o lugar; padeceu verdadeir amente e derramou seu
sangue. Logo, satisfez a Deus de modo adequado e
completo; e por causa dos sofrimentos e dos méritos in-
finito de seu F ilho, Deus r ealmente nos perdoou. É o
que S. Paulo exprime dizendo : " Fomos r econciliados
com Deus pela morte de seu Filho, e p or êle havemos
de ser salvos" (Rom., v, 9-11 ) .
2.° F oi livr e. Segundo a justiça, n enhuma obrigação
tinha Deus de r emir-nos. A sua pura bondade e caridade
imensa levaram osso Senhor a vir ofer ecer-se: daí
r esulta para nós o dever de uma gratidão sem limites.
3.? Foi superabundante. Com efeito, por terem seus
atos valor infinito, J esus Cristo, com uma . oração, um
ato qualquer de desagravo, uma gota de sangue, podia
nos r emir. . . l\Ias, consagrando-nos sua vida, suas penas,
seu sangue todo e seus tormentos, fez mai do que era
necessário, querendo a im manifestar-nos melhor seu
amor e inspirar-nos mais horror ao pecado.
4.° Foi 'Universal, isto é, a morte de J esus Cristo foi
oferecida para todos o homens em geral e para cada um
de nós em particular, para o que precederam a reparação
como para o que a seguiram, o cri tãos e também os
judeu , infiéi. , e maiore pecadore . P ara ter parte na
r edenção, basta querer e r ecorrer ao manancial da gr aça,
isto é, ao sacramento . Se há homen que não se salvam,
a culpa é dêles somente.

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S E P U L T U R A D E J E S V S 67

CONCLUSÃO PRÁTICA

O meio de aproveitarmos a redenção do Salvador, é unirmo -


nos com êle. "Sou a videira, dis e êle e vós sois os ramos. ortado,
não pode o ramo dar frutos por si mesnÍo. Assim, vós nada podereis
fazer para a vossa salvação se não e tiverde unidos comigo .. .
Mas aquele que permanece em mim e no qu al perm a neço, dará
pingues fruto . Se não permanecer unido ao p' da vide, será um
sarmento inútil, será enj eitado com o galho estéril; de secar-se-á,
será apanhado para lenha, e há de arder sem consumir-se" (S .
João, xv, 1 e seguinte).
Que significa isto, senão que o hom em foi e fica perfeitamente
r ehabilitado na pessoa de Jesus CristoY porém, se êle não participar
pessoalmente desta rehabilitação, "o Cristo de nada lhe valerá" ;
pelo contrário tem parte na graça da redenção se estiver unido
com J e us Cristo pela f é e as boas obras, e principalmente pela
recepção dos sacramentos.
§ III. - Sepultura de Nosso Senhor. - D escida aos infernos,
53. - Que signif icam estas palavras: Foi sepultado?
R. - Significam que, depois da morte, o corpo de
Nosso Senhor J esus Cristo foi env olto num lençol e
depositlfido em um túmnlo. -
P~ a tarde da sexta-feira, vieram, a n;iando de
Pôncio Pila to , certificar-se da morte de Jesus. Os soI-
dados partiram os membros dos dois supliciados ; vendo
porém, o Salvador j á morto, não lh e quebraram os o sos.
Um soldado lhe traspas ou o coração com golpe de lança
e da ferida jorrou sangue e água.
Com a licença do governador romano, dois discípulos,
J osé de Arimatéia e Nicodemo, despregaram da cruz .o
corpo de Nosso Senhor, embalsamaram-no, conforme o
uso dos Judeus e depositaram-no não longe do Calvário, •
em sepulcro cavado na ro cha. Trancaram a entrada com
pedra pesada. Então, os fariseus e sacerdotes judeus
puseram os selos na pedra do sepulcro e deixaram j unto
do túmulo uma guarda composta de soldados romanos,
"para que, diziam êles, os discípulos não viessem tirar
o corpo e não espalhassem depois o boato de ter êle
r essuscitado".

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J .

. õB C R E D O

54. - Que querem dizer estas palavras: desceu aos inf ernos?
R. - " Desceu aos infernos" quer dizer que depois da
m orte de J esus Cristo, sua alma desceu ao limbo, onde os
justos esperavam sita vinda para serem lib ertados.
Os infernos, aos quais se alude aqui, não são o lugar
de tormentos onde eternamente padecem os réprobo ;
mas êste vocábulo designa lugares vulgarmente chamados
limbos, onde as almas dos justos, mortos na graça de
D eus, aguardavam a sua libertação. Ali, não sofriam;
desfrutav am até uma tal ou qual ventura natural, porém
não viam a Deus. Ali é que deviam estar Noé, Abraão,
I saac, J acó, os patriarcas, os profetas, numa palavr a :
t odos o que tinham sido fi éis à lei, pondo no Mes ias
prometido tôda a esperança. Eram alma santas; o céu,
t odavia, estava vedado aos homens de de o pecado de
Adão, e só os o enhor J esus Cristo havia de no-lo
fr anquear, entrando nêle, primeiro.
A chegada do Salvador àquele lugar de expectativa,
trouxe a tôdas as almas ju tas júbilo imen o, pois era o
anúncio e o penhor da sua libertação próxima. Não é,
contudo, neste dia que elas entraram no céu; ali J esus
Cr isto as levaria somente no dia da Ascensão.
CONCLUSÃO PRÁTICA

P ara todos nós, há de chegar um momento, t alvez pr óximo,


em que entra remos nesta morada estreita e sombria que chamamos
sepul cro. Oxalá mereçamos, po r uma vida santa, entrar nela sem
r eceio, como osso Senhor, com o sossêgo de uma esperança
completa!
Também para nós, não será o t úmulo senão breve passagem :
" Senho r, exclama o profeta Da vi, não deixareis minha alma no
desamparo no seio da terra, não permitirei que o vos o santo vej a
a corrupção do túmulo . . . Vós me abristes o caminhos da vida;
a contemplação da vossa f ace encher -me-á de aleg ria, e as felicidades
que em mim derramar vossa direi ta não conhecerão resfriamento . .. "
(Salmos, xv ).

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RESSURRE I ÇÃO 69

V. 0
ARTIGO
Ao terceiro dia rc urg iu dos mortos .
§ úni co . - R c urre ição de No o enh or J u Cri to.
Narração da resR urreição . - Pro,·ns cl ~R l grnncle milagre: l.º certeza <ln.
morte elo nlvador; 2. 0 apariç ões; 3. 0 tes temunho dos apóstolos e
dos cri tãos .

55. - Como e quando se deu a ressurreição de J esus Cristo?


R. - No t i·c iro dia depois da sua morte, úto ', na
manhã do domingo 20 de março do ano de Roma 7 2, e 34
da ra cristtí, J e u Cri to, por um ato do s u próprio
pocl r, r uniu ao corpo a alma e saiu glorioso do túmulo.
Era no despontar da aurora: vigiavam o soldados.
Nenhum, contudo, vm o alvador air do sepulcro. Mas,

J esus ressuscita.

n ste momento, houve grande abalo na terra, e quando os


uarda am drontado voltaram do seu espanto, a lage
que fec:hava a entrada do epulcro estava derrubada; um
anjo estava sentado em cima e o túmulo e tava vazio.

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7Ó C R 111 D O

Foi o que averiguaram as santas mulheres vindas de


madrugada para os cuidados de uma sepultura mais
completa; foi também o que viram os apóstolos, P edro e
João que e apres aram para o túmulo, logo ao ouvirem
os primeiros boatos da ressurreição de Nosso Senhor. -
Todos o anos, no dia santo da Páscoa, celebramos
o aniver ário dê te fato memorável que põe o r emate à
mis ão do alvador e prova a divindade da sua pessoa
e da sua obry
56. - Será a ressurreição de J esus Cristo fato certo!
R. - im, entre os fatos históricos não há nenhiim
qiie seja mais solidamente demonstrado qiie a ressurreição
de J esus Cristo. É fora de dúvida que J esus esteve real-
m ente morto e é certo também que foi visto por várias
pessoas durante os qiiarenta dias qiie ficou na t erra após
a ressurreiçao. Enfim, os apóstolos e os mártires não
sacrificariam a própria vida, o cristianismo não lograria
adeptos se êsse milagre não foss e patente.
1. 0 É absolutamente fora de dúvida que J esus Cristo
e tava r ealmente morto; a flagelação, a coroação de es-
pinho , a crucifixão, uma agonia de três heras, a perda
de todo seu sangue, é, com certeza, mais do que se ne-
ce sitava para causar a morte de Nosso Senhor. Aliás
Pilatos o verificara antes de autorizar José de Arimatéia
a tirar o corpo; também os soldados o sabiam, e é por isso
que não lhe partiram as pernas. Por outra _parte, o golpe
de lança, vibrado no coração, era o bastante para dar a
morte, e enfim, três dias de sepultqra em túmulo fechado,
sem luz, nem ar, nem comida, no meio de cem libras de
p erfumes, t eriam asfixiado um homem de boa saúde. A
morte de No so Senhor é, portanto, muito real e muito
certa.
2. 0 Ora, não é nem menos real nem menos certo, que
se tornou a ver J esus Cristo vivo, não só um dia, mas por

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RESSURREIÇÃO 71

quarenta dias que pa ou na terra depois da ressurreição,


e ne te ponto, são muito o te temunhos. O Evan()'elho
menciona dez aparições diferentes, vária da quais ali
vêm pormenorizadas. Eis as principai :
o me mo · dia da r e urreição, de · manhã, J esus
apareceu a Maria Madal ena; depoi à anta mulher es,
que vinham para t ermin ar a embal amação; a S. Pedro;
de tarde, aos dois discípulos de Emaús; depois aos dez
apóstolos, reunidos no enáculo, faltan do ão Tomé.
No domingo imediato, apareceu de novo J esu Cristo
no Cenáculo ( ão To mé achando- e pre ente com o
mais apó tolo ) e mandou ao di cípulo incrédulo que
lhe toca e as ferida ; êste, per feitamente convencido,
exclamou: " Meu Senhor e meu Deus!" Outro dia,
mostrou-se num monte de Galiléia, na presença de
quinhentas e tantas testemunhas; depoi , nas margens
do lago de Genesaré onde houve outra pesca milaO'ro a;
enfim, no dia da Ascensão, no monte das Oliveiras, à
vista de n-u merosa multidão a quem queria mostrar o
último milagre.
3. 0 O que abona ainda o fato da r essurrei ção é o
testemunho dos apó tolo , dos mártir es e de todos os
primeiros cristãos. É sabido que a princípio, os apó tolós
·.todos eram incrédulos: deram fé na r essurreição somente
pela evidência, e não se podiam iludir a r espeito de um
fato que viam com os olhos e t ocavam com as mãos.
Creram; e não sq creram, como também sofreram todos
a morte para confessar sua fé em J esus Cristo e na r es-
surre1çao. Outro tanto fiz eram as mais t estemunhas
qpesar das ameaças, das perseguições e da morte.
Enfim, era preciso q11 e êste fato fôsse patente, 'i
evidente, para dar como r esultado a conversão de tantos
judeus e pagãos. Ninguém podia ser cristão, que não
acreditasse na r essurreição de J esus Cristo. Era êste
fato um dos maiores t estemunhos para os quais apelava
72 C R E D O

S. Paulo a fim de converter os povos, e conseguir seu in-


tento. Com efeito, nada há que melhor prove a divindade
de Nosso Senhor e da sua r eligião do que esta r essurreição
gloriosa, previ11mente anunciada na face de um povo
inteiro e levada a efeito pelo próprio poder de J e us.
CONCLUSÃO PRÁTICA

"Se .Jesus Cristo não ressuscitou, escrevia S. P aulo, nossa fé


é vã; se êle ressuscitou, logo, t ambém nós havemos de ressuscitar.
Ora, Cristo, primícias dos que dormem, ressuscitou dentre os mortos;
após êle ressuscitarão aqueles todos que creram na vinda" ( I Cor.,
xv). É esta a nossa fé, e é também a nossa esperança; mas repara
o Evangelho, e era a própria palavra que .Jesus ressu citado dirigia
aos discípulos de Emaús. "Foi preciso que o Cristo sofresse antes
de entrar na glória". Volvamos o olhar, pois, para o nosso modêlo
e, se como êle, quisermos participar da ressurreição gloriosa, como
êle também, morramos para o orgulho, o egoísmo, os bens dêste
mundo. Para nós, tal morte será o caminho da vida.

VI. 0 E VII.º ARTIGOS

Subiu ao céu, está sentado à mão direita de Deus,


P. adre todo podero o, donde há de vir, a julgar os
vivos e o s mortos.

§ único. - Ascensão d e No so Senhor.


Narra ção da a scen são de Nosso Senhor. - As razõ es da ascen são. - Volta
d o Sal>ador no fim do mundo para julgar os homens.

57. - Contai a ascensão de osso Senhor J esus Cristo.

R. - N itma q_iânta-f eira, quarenta dias após a res-


surreição, J esus atravessou as ruas de J erusalém com
num erosos discípulos. E m B etania, nas encostas do m onte
das Oliveiras, deu-lhes os derradeiros conselhos e elevou-se
ao céit com o rosto e as vestes resplandecentes.

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•.

A S C E N S Á O 73
;:_
Quando J. e. acabou de pa ar quarenta dias
t rra, d poi da res uneição, ora mostrando-se aos
ípulo para o. instruir ainda e convencê-los, ora de-
apar e ndo para o aco tumar om ua au. Ancia, os o
nhor r uniu de novo eu apó tolo em J eru al'm, no
ná ·ulo. Era na quinta-[eira, quadrag 'simo dia depois

Por virtude pr6pri'IE, J esus sobe ao céu.

da ressurreição (28 de abril do ano 7 2 de Roma, 34.0


da era ristã). Era eh gada a hora de voltar para seu
Pai. J sus atrav . sou as ruas da cidade com seus discí-
pulo ·ujo número ia avultando enquanto caminhavam;
conduziu-o m Betania, e dali à enco ta do monte que
havia de pr . en iar o prodígio da a cen ão. Deu-lhes os
d rradeiros con elho e a bênção, e, à vi ta dAles, elevou-
e maj to am nte para o céu, com o rosto e as vestes
r e plandecent s de luz.
Ficavam a testemunha de olhos fitos no céu, a ver l
se J e us não tornava a aparecer. Baixaram à terra dois
anjo que vieram dizer : "Homens de Galiléia, êste J esus
1[
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I

74 O R E D O

que acabais de ver subindo ao céu, dali, na mesma forma,


há de descer um dia" (Atos dos ap,óstolos, r) . Tal é o •
acontecimento que r ememora anualmente a festa da
A scensão/

58. ----' Porque subiu Jesus Cristo ao c6u!

R . - J esiis siibiii ao céii, para: 1. 0 r ecompensàr a


s1ia santa hiimanidade pelqs trabalhos e sofrimentos que
tiv era; 2. 0 abrir-nos as portas da morada celestial; 3. 0
servir-nos de advogado e rnedianeiro junto a seu Pai.
~
1.0 Para • que sua santa humanidade gozasse da feli-
cidade e da glória que merecera por seus trabalhos e
sofrimentos. Ali "está sentado à mão direita de Deus
P adre Todo Poderoso"; isto significa · que Jesus Cristo
está agor·a na mansão do r epouso e da glória, ocupando
lugar de honra junto de seu Pai, e com o mesmo poder.
2. 0 ubindo ao céu, Nosso Senhor queria, como êle
próprio tinha anunciado, abrir-nos as portas da morada
celeste, e preparar-nos um lugar e uma coroa em seu
reino. De fato, é no dia da Ascensão que Jesus Cristo
introduziu no céu a multidão dos eleitos que aguardavam
a libertação e podemos esperar que um dia, como êles,
ali entraremos.
3. 0 J esus Cristo e tá agora no céu para exercer,
junto de seu Pai, uma rnediação contínua e todo poderosa
em nosso favor; de~empenha as funções de advogado e
pontífice, isto é, continua intercedendo por nós junto de
Deus. São João, no Apocalipse, o viu debaixo da figura
de um cordeiro imolado ao pé do trono do Eterno, para
mostrar que J esu t em no céu as cicatrizes de suas chagas
e as oferece, de contínuo, com sua morte, pelo perdão dos
nossos pecados. "Com tal pontífice e tal medianeiro,
conclui S. Paulo, fiquemos cheios de confiança! '
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ASCENSÃO 75

59. - E xplicai as palavras do s6ti1no artigo: Donde há de vir


a j1tlgar os vivos e os mortos.

R. - E xprirnirnos as im no a fé no dogma da res-


surreição geral e do jnízo últirno.
O próprio J u ri to tinha anun iado aos seus
discípulo p rante o tribunal d aifaz, que havia de
voltar à terra para jul gar o vivo o mortos. . anjo ,
n ão, r p tiram ta importante verda l .
Qu m há de apar r no fim do mund , é o m smo J u ,
com o corpo glorifi ado, c mo tava no dia em que se
elevou ao éu; e, conforme xpli ar emo no capítulo dos
Novíssimo , não julo·ará õm nt quem já estiv r morto,
senão que os próprio vivo hão d morr r prim iro, e
então hão de r uscitar para s r m jul()'ad com os mais
homens no vale d Josafá, no dia do J iiízo geral.

ONCLUSÃ O PRÁTICA

· Eliseu, ao ver seu mestre, o profeta Elias, levado ao céu, em


carro de fogo, exclamava : "ó pai, por tõda a paite vos seguirei,
não hei de abandonar-vos 1"
Exclamemos, nó tamb ' m, à vista do uos o Red ntor subindo
para a glória: "ó Mestre, qu ro s guir-vos ao céu I"
Mas, ai vem santo Agostinho que nos diz: " :rão obe o orgulho
ao céu com o Deus da humildad , n m a avareza com o D us pobr ,
nem a moleza com o Deus das dores, nem a voluptuosidade com o
Deus casto, nem vício algum com o pai de tõclas as virtud s" . P ara
o alto, portanto, voem os p nsam ntos e os corações ! Mas deixemos,
cá em baixo, o despõjo dos nossos pecados, que nos haviam de
estorvar a ascensão.

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76 C R E D O

V III. 0 ARTIGO
Creio no Espírito San to.
§ único - E pírito San to .
Conh ecimento do E spírito Santo. - Suas manifestações e seus símbolos. -
Obra particular do E spíri to Santo: a santificação.

60. - Quem é o E spírito anto ?


R. - O Espírito anto é a terceira pessoa da san-
tíssima Trindad e, qiie procede do Padre e do JJ'ilho e
t em a mesma natureza qiie êles.
Já o temo dito falando da Trindade, o E pírito
Santo procede do Padre e do Filho por efeito do amor :
é o fruto do afeto eterno do Padre para com o Filho, e

O E • p f r it o a nto <lPsce sô bre os <tp6.- t ol os e os transform a.

o eterno amor ele graticlão do Filho para com o Padre.


É um . ó Deus com a. clua: outra pe · oa ·, à quais é
igual m tudo, po 'UÍndo a me ma natureza diYina.
A sua diYinclade foi impugnada p elo hereo- :Ma-
ceclônio, no éculo quarto, o que deu lugar, no concílio

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ESP ÍRITO SANT O 17

d d finida
qu 1 m no ímbolo da
anto, qu ' tamb'm nhor,
e dá a vida, pro d do Padre ( do Filho) (1) ,- ' ado-
rado O'lorificado juntamente com o Padr o <ilho, e
falou p lo prof ta ".
61. - ]fani f es tou-se o Esvírilo anto ao mundo?

R. __:_ O E vírito anta pairoii ôbre o rniinelo para


omii.nicar-lhe a f cmididad a v1·ela; f aloii p los prof ta
elo Antigo T tam nto; mo trou- rnoelo vi ív l no
bah· mo el No s o nhor J u ri to, rn f orrna de
pomba; na tran figuração ob a apar Ancia d niiv rn e,
no dia elo P nt cost s, na língua de fogo que d e rani
ôb1· os apó tolo .
( o princípio, o E pí:rito anto tinha pairado por
sôbre o mundo para comunicar-lh e a f undidad a
vida, e, no coner fa idad , tinha falado p lo prof ta. ;
manife tou- e no ovo 'l' , tam nto d modo vi ível:
1.0 o bati mo de o o nhor, d baixo da form a
d pornba, para mo trar qu é a man. i füo, a inoc.An ia,
o am r fi 1.
2. 0 a tran figuração d · J u ri to no monte
'l'abor. Apar eu então ob a forma de niivern lumino a
, para mo trar qu sua a ã b nfazeja t mp ra o ar do-
mui to vivo , ilumina , m d lurnbrar , aqu nta s m

(1) Estn pnrte: do li ilh o, Fillo11u c, !o i ncrcscentndn somente no


com ôço do s culo IX.
78 O R E D O

significar que dava aos apóstolos perfeita inteligência das


verdade ensinadas p or No so Senhor J esus Cristo; as
línguas indicavam o dom milagroso, que êles recebiam
de entender e falar as diver sas línguas dos povos que
tinham de evangelizar; o fogo, enfim, indicava os ardores
da caridade, o grande zêlo, a grande coragem que haviam
de animar os apóstolos para irem pregar o E vangelho ao
mundo inteir~ ·
62. - Para os outros cristãos, qual ~ a ação particular ào
E spírito Santo?

R. -A ação particiilar do E spírito Sooto, em relação


a cada wni de nós, é a santificação. Opera em todos os
sacramentos e, principalmente, na confirmação e na or-
dem. l n pira e dirige a santa I greja e habita, de modo
especial, nas almas dos jiistos.
(A ação particular do E pírito Santo, em r elação a
cada um de nó , é a santificação ; êle é quem invisivel-
mente comunica às no a almas a graça que as faz santas.
Vemo-lo operando em todos os sacr amentos : purificando-
no e fazendo-no filho de Deus no batismo, r econciliando-
no com Deus na penitência, vivificando em nosso bene-
fício a carne e o angue de J e u Cristo na E ucaristia,
purificando e fortificando o enfêrmo na extrema-iinção,
antificando o cônjuge no rnatrimônio para os auxiliar
no cumprimento de seus deveres.
Há, todavia doi sacramentos nos quais o E spírito
Santo . e comunica mais e pecial e eficazmente : é a
confirmação na qual recebemos a plenitude dos seus dons,
e a ordem, na qual o mini tro de Jesus Cristo r ecebe a
plenitude da luz, da fôrça e da §iantidade, como os
apó tolos, para cumprir fielmente seus deveres · e fazer
dignam ente a obra de Deus.
Enfim, o Espírito Santo habita de modo particular
na alma dos justos; é sua luz, sua fôrça, seu consôlo.
É êle ainda que, depois de ter presidido à fundação da

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ESPÍRITO SANT O 79

Igreja, a conduz, dirige, e por ela continua a santificar


as almav
CONCLUSÃO P RÁTICA

Se o Espirito Santo é a luz, a êle devemos recorrer nas trevas


ou nas dúvidas; se é o consôlo, devemos implorá-lo em nossas
tristezas; se é a f ôrça, devemos pedir-lhe socorro em nossas
fraquezas e misérias.
"Com o E spirito de Deus por Mestre, diz o papa são Leão,
breve chegamos a gostar daquilo que nos parece difícil e austero".
As orações da Igrej a t êm eficácia particula r; não podemos
encarecer demais a recitação do hino Veni Creátor e da sequência
Veni, sancte Spíritus, que são do ofício do P enteco tes; encerram
as mais belas e mais tocantes súplicas ao Espírito Santo. Os cristãos
piedosos costumam santificar o trabalho e os principais atos pelo
Veni sancte . . . e a À ve Maria.
Vinde, Espirito Santo, enchei Veni, sancte Spíri tus, repie
o coração dos vossos fiéis, e tuórum corda fid élium, et tui
acendei nêles o fogo do vosso
amóris in eis ignem accénde..
amor.
V. Enviai, Senhor, vosso v. Emítte Spiritum tuum, et
Espírito para êle nos dar nova creabúntur.
vida.
8. E renovareis a face da R. Et renovábis fáciem terrae.
terra.

OREM O S O RÉMUS

, Deus, que iluminais os cora- Deus, qui corda fidélium sancti


ções dos vossos fiéis com as Spíritus ilustratione docuísti,
luzes do Espírito Sa nto, dai- nos• da no bis in eódem pí ritu
pelo mesmo Espírito a r eta recta sápere, et de ejus sem-
sabedoria e f azei-nos gozar per consolatióne gaudére. P er
sempre da sua consolação. Por Christum Dóminum ostrum.
J esus Cristo Senhor osso.
Assim seja. R. Amen.
Ave Maria, etc. Ave Maria, etc.

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80

I X .0 AR TI GO
Cre_io na Santa Igreja Católica, na comunhão
dos santos
Divisão do assunto

63. - Que ensinos contém o nono artigo do símbolo!

R. -Jtste artigo trata da Igreja, da sua institi1,ição


e constituição, do seu poder de ensinar, dos caracteres qite
a distinguem, dos seus membros e do dogma da comunhão
dos santos.
Ê te diver o a unto vêm tratados em outros
tantos parágrafo .
§ 1. - ln ti tuição e con tituição d a Igre ja.
Noção da I greja. - Sua instituição. - Constituição da Igreja primitiva e
atual. - Soberano Pontifica, bispos, f iéis.

64. - Que é a I greja?

R. - A anta I greja católica é a sociedade de todos


os cristãos que profes am a mesma f é, e recebem os mesmos
sacramento , sob a 9bediência dos legítimos pastores e
principalmente do papa.
A palavra igreja vem de um vocábulo grego que
significa assembléia. Define- e a I greja: a ociedade dos
cristão , governado por no santo padr e o papa e pelos
bi pos debaixo da autoridade do papa.
onvém e ta definição à I greja verdadeira, e tabele-
cida por o o nhor J e. u ri to, e veremo que cabe
a I greja católica romana, e a ela ó. Reparemo de de já
que, para er membro ele ta Igreja, é preci o: 1. 0 er
cri tão, i to é, er batizado e crer em J e u risto; 2. 0
r econhecer como hefe upr mo o pontífice romano que
ocupa vi ivelmente na terra o lugar de Je u ri o,
fundad or e chefe invi ível ela I greja; e 3. 0 obedecer aos

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I G R E J A 81

pa tore . legítimos, i to é, ao que estão regularmente


e tabelecido , e permanecem ubmi o~ à autoridade do
papa.
65. - arrai a instituição ou estab elecimento da Igreja.
R. - J e u Cri to congregou doze discípnlos, que
chamoii apó tolos. D eii-lhes o poder de comiinicar a
oiitros os n inos e direitos qiie lhes tinha transmitido.
Al 'm dos apó tolos, osso enho1· t eve outros discí-
pnlo e a mitltidão sempre crescent e dos que creram na
s·iia palavra.
Vindo Il;ª terra para fundar uma ociedade r eligio a
de fi ' i , iniciou J e u ri to e ta obra no primeiro ano
do u mini tério público. onoTegou primeiro doze
di ípulo que chamou apó tolos ou nviado . En inou-os
, como queria que fô m eu auxiliare e sucessores no
govArno da I greja, Ale os fez bispos dando-lhes o poder
de comunicarem a outro os en ·inos e direitos que êle
me mo lhe tinha tran mitido.
Al'm do apó tolo o o enhor teve di cípulos,
de ordem inf rior, m número de etenta e doi no comêço,
avultando Ale empre mai com a multidão dos que
creram na ua palavra.
o dia imediato a P enteco te , mercê da numerosas
conver õe que fiz ra ão P edro, contava á I greja em
J ru além oi o mil pro élito , e achava- e fundada com
tôda a condi õe de uma ociedade bem e tabelecida.
66. - Dai a conhecer a constituição primitiva e at1lal da
Igreja.
R. - J esus Cri to, ant de deixar a terra deu a
. P edro a primazia ôbre o demai apó tolos. ~ tes,
no gov Arno da multidão do fi 'i , eram aiixiliados pelos
di cípulo . ·
con titnição da I greja é, hoje ab oliitamente a
rne ma. o v 'rtfo , o papa uce or de P edro, chefe vi-
ível de t ôda a Igreja. Abaixo, os bispos, siwessores dos
82 C R E D O

apóstolos. P ara ajudá-los, os vigários e sacerdotes. E n fim,


os simples fiéis fo rm am o r ebánho confiado à solicitude
dos pastores .
...'N-o princípio, os apóstolos eram todos iguais e não
tinham senão um chefe, J esus Cristo. P or ém, antes de
deixar êste mundo, quis J esus Cristo instituir um vigário
ou sucessor . E scolheu a Simão P edro, declar ou que que-
ria fazê-lo base e alicer ce da sua I gr eja, prometeu-lhe as
chaves do r eino dos céus e o encar regou de apascentar ou
governar o r ebanho inteiro, pastor es e fiéis. E sta provi-
dência r ematou a constituição da Igreja.

" Quem vos escuta, me escuta. - Ide, ensinai tôda,s as naçõe1. .. E1tarl'I
convosco até a consumação dos séculos."

Vemos nela a j erarqºu ia assim estabelecida : no vér-


tice, P edro, seu chefe supremo; abaixo, os apóst olos que
administram e governam, ajudados por auxiliar es esco-
lhidos entre os primeir os discípulos; enfim, a multi dão
dos fiéis, que escuta e obedece.

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I G R E J A 83

A constituição da I greja, hoje em dia, é exatamente


a mesma. Temos no vértice, nessa santo padre o papa,
vigário de Jesus Cristo, sucessor de são Pedro, chefe vi-
sível de tôda a I greja, pai e doutor de todos os cristãos.
Abaixo, os bispos, sucessores dos' apóstolos, encar-
r egados do govêrno espiritual das dioceses, sob a autori-
dade do nosso santo padre o papa. São auxiliados pelos
vigários e sacerdotes, seus coadjutores, qu~ trabalham
sob a sua autoridade, na salvação das almas; alguns,
como os vigários, dirigem uma freguesia; outros, como
os coadjutores e capelães, são auxiliares.
Os simples fiéis formam, como outrora, o r ebanho
confiado à solicitude dos pastorev
CONCLUSÃO PRÁTICA

" J esus Cristo, diz S. P aulo, amou a sua I g reja até entregar-se
à morte por ela" (Ef., v.) É êste mesmo sentimento que, no
decorrer dos séculos, norteou sempre os pastores da Igrej a. P apa,
bispos, sacerdotes, todos amam a I greja, dedicam-se sacrüicam-se
por sua causa.
Em paga, estremeciam os primeiros cristãos aos seus chefes
jer árquicos. Com que gratidão respeitosa rodeavam S. Pedro, os
apóstolos e os sacerdotes, que lh es traziam a verdade e a graça ! . ..
F ilhos e her deiros dos primeiros cristãos, amemos o soberano pon- J
t ífice, os bispos, os sacerdotes. . . Muito de coração, r ezemos por
êl es. Desta união há de brotar a fôrça, e realizaremos o voto de
Nosso Senhor : um só rebanho e um só pastor 1

§ II. - Ensino da Igre ja.


P oder de ensinar confiado aos pastores. - Fontes do ensino: 1.º E scritura
sagrada; 2 .0 tradi ção; 3. 0 concílio. - Infalibidade; 1.º da Igrej a ·
em geral ;· 2. 0 do papa em parti cular.

67. - A q1tem é que o poder de ensinar f oi conf iado por


J es1.1.s Cristo ?

R. - O p ode r d e ensinar foi conf iado por N osso


S enhor J esus Cristo a S . P edro e aos apóstolos, e na
p essoa dêst es, ao papa, siicessor d e S . P edr o e aos bispos,
sucessores dos apóstolos.
'"

84 O R E D O

Aos apóstolos reunidos, - P edro estando ha frente


dêies, - disse Nosso S.enhor : " I de, ensinai, tôdas as
nações. . . Ensinai-lhes a guardar o que eu próprio vos
confiei . . . Eis que estarei convosco até a consumação dos
séculos" (S. Mat., xxvm).
A S. P edro, em particular, disse Jesus Cristo :
"Apascenta meus cordeiros, apascenta minhas ovelhas"
(S. Jo ão, x x r), isto é, instrui, faze viver da verdade meu
r ebanho todo, a Igreja inteira, pastores e fiéis.
Passou êste poder do ensino ao papa e aos bispos,
pois devia durar até a consumação dos séculos. São êles
que continuam a er mestres do ensino, que ficam únicos
juízes da doutrina, que a explicam e a r esguardam de
todo o êrro . Agr emiam, contudo, para o desempenho desta
missão de instruir os fi éis, auxiliares que são os sacer-
dotes. E êst e corpo congr egado dos pa tores forma o que
se chama I gr eja docente, enquanto os fiéis são a Igreja
discent e. '
68. - Donde tira a I greja se1i ensino?
R. - A I greja tira o seii ensino da Sàgrada Escri-
tura, da tradição e dos concílios .
1.0 Da Es critura Sagrada, cujos principais livros,
quer do Antigo, quer do Novo Testamento, já enumeramos
(n.º 3). Ali é que se acha e crita a palavra de Deus;
ali é que estão encerradas as verdades reveladas por Deus
e que os pastores devem transmitir aos fiéis.
2. 0 Da tradição : a · iro apelidamos a palavra de Deus,
vinda dos apóstolo até o no sos dias ssm ei' esor-ita,
ma comunicada primeiro oralmente, .,, .
3. 0 Do concílios. Damo êste nome às grandes
assembléias da I gr eja docente. O concílio é chamado
geral ou ecumênico, quando representa a I gr eja universal,
tendo sido convocados todo os bi po e sendo êle pre idi.do
pela autoridade do papa e sancionado por êle; nacional,

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IGREJA 85

quando se r eunem os bi pos de uma nação sob a presi-


dência de um delegado do papa; provincial, quando
con ta dos bispos de uma província eclesiástica, sob a
pre idência de um patriarca, metropolitano ou arcebispo.
As deci ões dos concílios, e pecialmente dos concílios
ger ais, são a matéria 'do ensino da I greja.
69. - Na I greja, como são garantidas a integridade e a
exatidão do ensino.

R. - A integridade e a exatidão do ensino são garan-


tidas na I greja pelo privilégio da infalibilidade.
Entende-se por esta palavra a prerrogativa que J esus
Cri to deu à sua Igreja de não poder enganar-se no ensino
da verdade r eligió a. Envolve, e ta infalibilidade, duas
cou a : 1. 0 a assistência divina que preserva a I greja de
qualquer êrro : é o que e chama infalibilidade negativa;
2. 0 o poder de formular deci õe dogmáticas ou morais
obrio·atória para todos os cristão : é o que se denomina
infalibilidade po itiva.
O priviléO'io da infalibilidade r esulta da promessa
formal de No o enhor: "Ei , diz êle, que estar ei con-
vo co at' a con umação do éculo " (S. Mat., xxvm, 20 ) .
Ali onde e tá J e u ri to, aí está a autoridade: aí não
pode exi tir o êrro.
otemo , entretanto, que e ta promes a não diz r es:
peito enão à r eligião, e portltllto, a I greja é infalível
õmente na que tõe de fé, e.o tume ou di ciplina geral.
70. -A quem cabe o privilégio da infalibilidade?
R. -Blste privilégio cabe : 1.0 à I greja em geral;
2.0 ao papa em particular.
I. A I O'reja em geral é infalível; a prome a que
aduzimo era dirigida ao colégio dos apó tolo , endo
P edro o chefe. Em con equência, pa a ê te privilégio,

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86 C R E D O

não a cada bi po pessoalmente, senão à congregação dos


bispos em ger al, t endo como cabeça, o Sumo Pontífice.
Disto resulta que, em matéria de fé, pode um bispo
enganar-se; a totalidade dos bi p os, por ém, nunca. Por
isso é que a I greja é infalível: 1.0 no sentido positivo,
quando, reunida em concílio geral, debaixo da autoridade
do papa, ela decide que doutrina r e peitando à fé
ou aos co tumes deve ser
acreditada e aceita por
tôda a Igreja; 2. 0 no
sentido negativo quando,
sem ser reunida em con-
cílio, mas ficando dis-
persa, acha-se ensinando
de comum acôr do e em
união com o soberano
pontífice, um ponto de
fé ou de moral. Com
efeito, prometeu J esus
Cristo estar com sua
I greja "todos os dias" e
não somente quando es-
tives e r eunida. ftle a
r e guarda, poi , do êrro
ainda que dispersa, em-
bora a I greja não pos a Em matéria de religião, o papa '
infaUvel.
formular definição moral
ou dogmática e tando ausente o papa, que é seu c.hefe,
fonte da ua infalibilidade po itiva, órgão pr incipal e
essencial das suas definições.
II. Afora a infalibilidade concedida à Igreja em
geral, po ui o papa individualmente o me mo privilégio
da infalibilidade, quando fala, como e diz, ex cáthedra,
isto é, quando, de empenhando ua funçõe de pa tor e
doutor de todos os cri tão , em virtude da sua suprema

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IG&lil.TA 87

autoridade apostólica, expõe, para a I greja inteira, uma


decisão a r espeito da fé e dos co tumes.
Êste privilégio da infalibilidade p essoal do papa
resul.t a de promessas especiais feitas a S. Pedro, e na
pessoa dêste, aos seus sucessores. Nosso Senhor lhe disse :
"Tu és P edro, e ne ta pedra edificarei minha I gr eja e
as portas do inferno não prevalecerão contra ela"
(S . Mat., xvn). Se P edro chegasse a ensinar o êrro,
havia o inferno de prevalecer contra a verdade, o que é
oposto à promessa divina.
Disse-lhe mais: "Rezei por ti, para que não desfaleça
a tua fé. Quando convertido, fortalece teus irmãos"
(S. Lucas, xxrr). Ora, a oração de Nosso Senhor é eficaz;
resulta que P edro, encarregado de fortalecer os outros,
não pode cair em êrro.
Enfim, por três vêzes, disse-lhe J esus Cristo:
"Apascenta minhas ovelhas, apascenta meus cordeiros"
(S. Jo ão, xxr) . Ora, se acontecesse S. Pedro ou seu su-
cessor ensinar o êrro, já não seria mais guia do rebanho,
senão que êle próprio careceria ser encaminhado de novo
para a verdade; seria o contrário daquilo que reza a
ordem de J esus.
Êstes são os t estemunhos nos quais o concílio geral
do Vaticano se firmava, qua·rído, a 18 de julho de 1870,
apelando neste ponto para a tradição antiga, proclamou
a infalibilidade pontifical dogma de fé, que os cristãos
têm de admitir, sob pena de caírem na heresia.·

CONCLUSÃO PRÁTIC~

J eims Cristo disse aos apóstolos e seus sucessores : "Quem


vos escuta, a mim escuta; quem vos despreza, a mim despreza".
Quando obedece aos pastores da Igrej a, um cristão tem certeza de
não se iludir: é a J esus Cristo que obedece. Se por outra parte,
chegasse a desprezar os ensinos da Igreja, t eria que recear o juízo
do próprio Jesus Cristo.

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88 C R E D O

Louvado seja o Salvador J esus por nos -ter dado dupla garan·
tia, dupla certidão : a Igreja e o p apa; dupla autoridade para
conservarmos a fé verdadeira: o concílio e a cadeira infalível do
pontífice romano!
"Santa Igreja romana, mãe das Igrejas e mãe de todos os
fiéis,. Igreja escolhida por Deus par a unir seus filhos na mesma fé
e na mesma carida de, com tôdas as ver as da nossa alma, amaremos
e defenderemos tua uni ade. Antes de eu olvidar -t e, I greja romana,
olvide-me eu ~mim próprio. Fique sêca a minha língua e pregue-se
ela imóvel na minh a bôca, se não fo r e sempre a primeira na minha
lembrança, se eu não te puser no p rincípo de todos os meus cânticos
de alegria!" (BOSSUET ) .

§ III. - Caracteres ou sin ais da Igreja.


Diversa s igr ejas crist ãs : 1.º Igreja C'atóli ca; 2 .0 igr ejas protesta ntes; 3. 0
ig r ej as cismáticas. - Noções sôb1·e os car act er es da verdad eira Igreja:
l.º u n idade; 2 .0 santida de; 3. 0 catoli cid a de; 4 .0 apostolicidade. -
Aplicação à I g1·eja católi ca qu e os p ossui em gra u eminente. - Faltam
n as ou t ras igr ej as .

71. -Deve haver, na terra, várias I grejas verdadeiras?

R. - N ão, N osso S enhor J esu s Cristo estabeleceu 'itma


só Igreja j êle a f ez depositár ia e gu arda dos seiis ensinos,
da sua aiitoridade e dos $eus poderes j qiiis que houvesse
um só rebanho e w1n só pastor. Portanto, deve haver na
t erra uma única I greja verdadeira.
Vemos, entr etanto, vária igr ejas cristãs, reconhe-
cendo J esus Cri to como chefe e seu Evangelho como ~ei,
difer indo porém na cr ença e no culto, e que pretendem
igualmente estar de posse da verdade. Estas igrejas
formam três grupos principais: 1.0 a I greja católica; 2. 0
as igrejas protestantes; 3. 0 as igrejas cismáticas, grega
ou russa.
A I grej a católica, também chamada I greja romana,
por t er ela como chefe nosso santo padre o papa, cuja
sede está em Roma, é a mais antiga e mais numerosa:
r emonta até o apóstolos e Jesus Cristo.
As igrejas protestantes tiveram seu comêço no século
X VI; formam três seitas principais: os luteranos, que

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I G R E J A 89

reconhecem Lutero como chefe e são mais numerosos na


Alemanha; os calvini ta , cujo chefe é Calvino, acham-se
na Suíça e na França ; os anglicanos, que reconhecem
como fundadores H enrique VIII e I abel, ocupam espe-
cialmente a Inglaterra, endo o r ei ou a rainha chefe
r eligio o do anglicanismo.
Enfim, as igrejas ci máticas remontam ao século IX.
Fócio patriarca de Constantinopla, deu origem, naquela
época, ao ci ma grego con umado no éculo XI por Miguel
Cerulário: encontra-se ainda no Oriente. No século XV,
a Rú . ia, obedecendo ao patriarca de Moscou, separou-se
de Con tantinopla; e, no comêço do século XVIII, P edro
o Grande con tituiu definitivmaente a I greja russa, a
cuja fr ente e tabeleceu o Santo Sínodo, sendo os membros
dê te nomeados por êles : e ta escolha ficou privilégio do
czar ou imperador da Rússia. Por êsse fato, caíu a
Igr eja russa mais ou menos sob a dependência do poder
temporal.
É evidente que não tendo J. C. fundado senão uma
única I gr eja, não podem essas sociedades diferentes,
achar-se, ·ao mesmo t empo, na verdade.
72. - Quais são os caracteres da verdadeira Igreja?

R. - Os caracteres da verdadeira I greja são a uni-


dade, a santidade, a universalidade e a apostolicidade.
Se os quisermos conhecer, é preciso consultarmos o
E vangelho, onde acharemos a vontade exata de Jesus
Cristo, a r e peito da Igr eja que fundou.
Ora, notamos: 1.0 que J esus Cristo-pregou uma única
r eligi ão, enviou os apóstolos a pregarem a mesma
doutrina, e quis que todos os :qiembros da sua Igreja
obedecessem a um mesmo pastor. A Igreja, portanto,
deve ser iirna, e a unidade, que será o seu primeiro
caráter , deve abr anger unidade de crença, de sacramentos,
de govêrno.

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2. 0 J esus Cristo, ao estabelecer a Igreja, quis que por


ela se santificassem todos os homens; deixou-lhe, neste
intuito, uma doutrina santa e santificante, e meios de
santificação, que não devem permanecer estér eis, senão
manifestar-se por obras santas. P ortanto, sua I gr eja deve
ser santa, e a santidade, que será o seu segundo caráter,
não deve ser somente interior, mas exterior e r eal ; não
bastará que possua doutrina e sacramentos adequados à
santificação dos fi éis, mas terá ainda de mostr ar santos,
heróicos na prática da virtude, operando milagres e dando
frutos de conversão e de caridade.
3. 0 J esus Cristo quis que a sua r eligião fôsse difun-
dida entre todos o povos, até o extremo da terra, e os
apóstolo fiz essem quanto possível para anunciá-la a tôda
e qualquer criatura. Portanto, a I grej a deve abranger ·
todo os países e todos os tempos; será, pois, universal
ou católica, e ê te terceiro caráter da I grej a diz r espeito,
no me mo t empo, ao espaço e ao número.
4. 0 Enfim No o Senhor escolheu os apóstolos para
que fô sem seu di cípulos e depois propagas em a sua
doutrina. Logo, a I gr eja verdadeira deve ser apostólica,
e ê te quarto caráter con ta de dua partes: deve ser
apo tólica quanto ao mini t ério, isto é, os pa tores para
ser em legítimos, preci am r emontar aos apó tolos por
uma suce. ão não interrompida; e apostólica quanto à
doutrina, i to é, a Yerdadeira I greja não deve ter alte-
rado a doutrina dos apó tolo .
Donde concluímos haYer quatro caracteres da verda-
deira I greja : uma, anta, católica, apo tólica.
73. - P ossui a I greja católica 1·omana os quatro caractere&
da 1:erdade?
R. - i. im, ela os possui de moncira admirável, o que
não acont ece com as demai sociedad cri tãs .
1.0 A I gr j a católica é uma. Tem unidade de dou·
trina · todo o fiéi que dela faz em parte, acreditam nai

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I G R E J A 91

mesmas verdades e admitem o mesmo símbolo; - tem


unidade de sacramentos, pois quem não os admite todos
não é católico; - t em unidade de chefe, pois, r econhecer
o pontífice romano como suprema autoridade é um dos
·requisitos para ser católico.
2. 0 É santa. Po ui doutrina santa e santificante: o
Evangelho, em tôda sua integridade; - meios de santi-
fi cação verdadeiramente eficazes: os sacramentos; - e a
santidade da Igreja patenteia-se por sinais exterior es :
obras de caridade, frutos de conversão entre os infiéis
e, na sociedade, a presença de santos que mereceram
ser inscritos no rol dos eleitos que podemos invocar,
e portanto, praticaram virtudes heróicas e fizeram
milagres.
3. 0 A I greja romana é verdadeiramente católica, ou
universal. Com efeito, está e palhada em tôdas as
partes do mundo: conta membros seus em todos os con-
tinentes e nas ilhas mais longínquas em que as outras
igrejas não penetram. Sôbre ocupar o espaço de maior
extensão, tem ainda superioridade quanto ao número;
hoj e há j~llQQ,.QQQ_ de católicos;
~tféfõifoo de ci máticos; iii.oo0.000 de her eges e
mais cristãos não católicos;
.,--1.51i000.000 de confucionistas, budistas, etc. /
sôbre l'..900.000.66& de habitantes na t erra .
.<,,t.,4 a.ooo.ooe
4. 0 Enfim a I greja católica é verdadeiramente
apostólica: pois, com o símbolo dos apóstolos, conservou
tôda a doutrina, todo o ensino dêles; por seu ministério
ainda ou seu govêrno, é apostólica. Com efeito, perdu-
rou, na cadeira de Roma, a sucessão legítima e jamais
interrompida dos papas; e por outra parte, não há sede
episcopal que não r emonte aos próprios apó tolos ou não
tenha sido estabelecida por um dos seus sucessores
legítimos, e não esteja em comunhão com o pontífice
r omano.

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92 C R E D O

É preciso concluir, portanto, que a I greja católica


po sui todos os caracteres da verdade, e é portanto, a
verdadeira I greja de J esus Cristo.

74. -Porque não são verdadeiras as outras igrejas!

R. - Porque não possuem todos os caracteres da


verdade.
1. 0 Não têm imidade. Vemo , de fato, que tôdas, esta
fuai , aquela menos, al~eraram a doutrina ; com diversas
crenças e diversos sacramentos, não têm um mesmo chefe
visível, mas obedecem a tantos chefes particulares quantas
são a eitas dissid entes.
2. 0 Não têm santidade. Se tiverem conservado algo
da moral cri tã e uns poucos meios de santificação, a
santidade exterior manifestando-se pelo milagre, pelo
heroísmo da virtude, pelos frutos de conversão entre os
infiéis, falta-lhes por completo ; não t êm santo~, no sen-
tido rigoroso da palavra.
3. 0 ão são católicas : extremam-se geralmente no
país em que nasceram, e não se difundem em todo o
universo. Quanto ao número de seus membros, é muito
inferior ao dos católicos: os protestantes reunidos não
pas am de 2~000.000 e os cismáticos da Europa e do
Oriente não excedem ~.000.000.
ioo
4. 0 Enfim, não são apostól1'cos. Com efeito, começa-
r am por r ejeitar a doutrina dos apóstolos ou por falseá~la,
e seus pastores, longe de ser em sucessores legítimos dos
apó tolos, ou se arrogaram a própria missão, ou foram
separados de ta ucessão legítima pela autoridade r egu-
larmente estabelecida.
Logo, não podem as seitas protestantes ou cismáticas
fazer jus ao título de Igreja verdadeira de J esus Cristo.

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lQRli1 .T A 03

ON LUSÃO PllÁ'l'l A

Filhos do I gr ja católica, c1 v mos agrael • r u D us por nos


t r f eito nus e r no s io da v l'Cladc. D v mos up gar -nos ·om tôelus
as fô rças da nossa alma à sn 11 ta Ig r ja r om:wn , mú e m stru dns
igr jU1:1 particu lares qu lh o íícnm tlllielas.
J.,nsti111 cmos a sorL' elos nossos irmãos separados qu o ll 11 ha m
110 ôrro pod em esta~· d boa :M · p la p nl:wrn a arielud , o bom
xemplo trn l alh mos 11a m elida das 1101:11:1ns fô rças, n 0 11 arni nhú-los
para a font ela vorcla do, sob o cajado do pa1:1tor único, sucos1:1or
c1 são Pe lro e c1 J sus risto osso Senhor.
:ÊJ nest pcHsnmcnlo c1 uuifio 11 a .f6 o n a cnricl a cl qu e o Soh ·
rano Pontífi multiplicou os chnurnclos às igr jas elo Ori nte ela
Ingl11t rrn csfo rço u·ii cm r aLnr r laçõ s diplom út i n1:1 ·om todos
os p aís s cismáticos; o co11vlcln toc1os os ri 1:1 tãos 11 uma oraçúo
co mum.
"Onclo st(t P clro, ali sLá a I g reja", c1l1:1sc santo Ambrósio.

§ I V. - 'lemlJ1·u Ju l g rcju .
orpo 11 h11 11 d t• J grej11. - üo ai•o JIH' mbroa d11 l groh• : 1.º os inti éis; 2. 0
os h e rrires; 3. 0 os ciR111 Miros ; 4. .0 OR apó stalua; 5 .0 os oxco mun gu dos.
- E ·pli cn.çíí.o tlu nt (Lx imu : Fora J n l g 1·cjo , o üo Jul s o lvuç õo.

75. - Para a salvação será necessário ser m muro ila I greja?


I .- iin pa1·a s ,. salvo pr ciso s r rn mbro da
l gr ja.
Mas podem s ser m mbros da I greja l e dois modos.
Distin guem-se, com efeito, os m mbros que p rtenc m
ao orpo la I r eja, os qn pertenc m à alma.
A I r ej a, á 11a t rra, pode s r onsicl rada como
sociedad visível. este caso, é comparada a um corpo
vivo : o papa seria a cabe ·a ; os bispos, membros principais
os fi ' is, membros s cundários. Para p rt . ncer ao corpo
da I gr eja, ' prc iso faz r profissão exterior de f é atólica;
portanto, s r batizado crer tudo qnanto a I gr ja ensina
s r submetido ao papa e aos pastores legítimos.
Mas a I gr eja pod s r tamb ' m consid rada como
sociedad invi sív 1 elas almas unidas a D us p la caridade
perf ita ou pela graça santificante. E sta graça, derramada

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94 O & E D O

nos corações pelo Espírito Santo, é o que chamamos


a alma da I gr eja, pois ela é, na realidade, o que lhe
comunica a ".ida, como a alma para o nosso corpo.
Ora, para pertencer à alma da I greja, não é neces-
sár io ser batizado e fazer profissão de fé católica.
Deparam-se, fora do cri tiani mo, almas retas que amam
a Deus e o servem, ainda que no êrro: se tiverem a
caridade perfeita ou graça santificante, pertencem à alma
da I grej a.
I nferimos desta explicação que, para ser salvo, é
mister pertencer à alma da I greja e os pecadores, embora
membros do corpo da Igreja, não serão salvos por não
pertencer em à alma. E inversamente hão de ser salvos,
por pertencer em à alma, homens afastados do corpo da
I greja.
76. - Quais são os que se acham fora da Igreja?

R. - A cham-se fora da Igreja os infiéis, os hereges,


os cismáticos, os apóstatas e os excomungados. Os peca-
dores, são membros da I greja, porém, membros mortos
enquanto não recuperarem a graça santificante.
1. 0 Os infiéis : a sim são chamados os que não foram
batizados e não têm a fé em Jesus Cristo: como os judeus,
maometanos, idólatras.
2. 0 Os hereges, isto é, os que, p_ertinazmente, não
querem acreditar uma verdade revelada por Deus e en-
sinada pela Igreja como artigo de fé. Entre os hereges
modernos, podemos nomear os protestantes: luteranos,
calvinistas, etc.
3. 0 Os cismáticos: êste nome se dá aos que se sepa-
ram da Igreja, recusando aceitar os pastores legítimos e
obedecer-lhes, conservando, no entanto, a fé nas verdades
r eveladas. Por exemplo, no século XI, os adeptos do
cisma grego; mais tarde os do grande cisma do Ocidente,

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I G R E J A 95

nos quais pode- e encontrar boa fé maior; no século


décimo exto, os do ci ma anglicano de H enrique VIII.
4. 0 O. apóstatas: as im ão designados os que foram
batizado e renunciam à fé de Jesus Cristo que tinham
profe ado. Juliano, imperador romano, conhecido com
o apelido de .Apó tata, é um dê tes; também seriam
apó tata , hoje, o que se arreda em do catolici mo para
abraçar o maometani mo, o po itivismo, etc.
5. 0 Enfim, o excomungados, i to é, os que a Igreja
expele do seu grêmio por causa de crimes ; de de logo,
p erdem tôda a participação dos sacramentos e bens es-
ri tuais da I greja: ex. os franco-maçõ.es, os que aceitam
duelo.
Quanto aos pecadores, permanecem ainda membros
da Igreja, porém, membros mortos; todavia, podem
recuperar a vida, recebendo de novo a graça santificante.
77. - Explicai a máxima: fora da I greja, não há salvação.

R. -Esta máxima implica a exclusão do céu para


os qiie não pertencem à alma da I greja. Fora da Igr ejGJ
católica, não há salvação para os que a conhecem e não
querem aceitar a verdadeira 'f é, porque, então, acham-se
em estado de r evolta contra .Deus.
E ta máxima é verdadeira na sua significação geral.
J e us Cristo, com efeito, disse no Evangelho: "Se alguém
não renascer na água e no E pjrito Santo, - não fôr
batizado, - não entrará no reino de Deus ". E em outra
passagem: "Quem não crer será condenado" . .É a exclusão
do céu sentenciada contra os infiéis, hereges e apóstatas.
Di e mais: "Se alguém não atender à I greja, seja
êle tratado como pagão e publicano". estas palavras
temos a exclusão dos cismáticos e excomungados.
A I greja, contudo, de acôrdo com o espírito do seu
fundador, fez, desta máxima, aplicação justa e misericor-
diosa a um tempo. Longe de repelir aqueles todos que
In st. R elig. - 4
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não pertencem à ua comunhão exterior, isto é, a seu


corpo, ensina que para ser salvo, basta pertencer à sua
alma. E na prática, discrimina duas categorias de homens :
os a quem não foi pregado o Evangelho, e os que o
conhecem ; e ela diz :
1.0 Os a quem não foi comunicado o Evangelho, não
fazem parte do corpo da I greja : todavia, serão salvos se
pertencerem à ua alma, por outros têrmos, se amarem,
de ejarem, e buscar em a verdade, se obedecerem à própria
consciência alumiada pelas luzes natu,rai , e cumprirem
os preceitos da religião. que julgarem ser verdadeira.
estas condições, pode a sua salvação achar-se dificul-
tada, porém, não é impossível.
2. 0 Quanto aos que conheceram o Evangelho, hão de
ser julgados segundo a sua lei. Se tiverem sido educados
e formados no catolicismo, não podem salvar -se fora desta
Ig reja católica, qu e é a única verdadeira.
e e tiverem no cisma ou na here ia e souberem,
quando chegado à idade de r azão, que a I greja católica
está de po se da verdade, não poderão salvar -se perma-
necendo fora desta I greja, pois, deve-se seguir a verdade,
de de que é conhecida. e tiverem apenas dúvidas quanto
à superioridade da Igreja católica, cumpr e-lhes e tudar,
inteirar- e do fato e abrir o coração à verdade, caso
ela se lhes manifeste ; pois é crime preferir as trevas à
luz. Enfim, e julgarem, com tôda a boa fé, er verdadeira
a eita a que pertencem; e por outra parte, forem fiéis
no de empenho do dev re que pre creve essa r eligião,
que julo-am boa; ne te ca o, não o condena a Igreja,
ma im, crê e en ina que hão de er alvo porque, p ela
intenção e caridade, pertencem à alma da Igreja.
Re umimo : fora da lo-reja católi a, não há alvação
para o que a conh cem não querem aceitar a verda-
deira fé, porque, então, acham- e em e tado de revolta
.
contra Deus .

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CON CLUSÃO PRÁTICA

unicamente Deus sabe o número dos eleitos qu e há de colocar


na eterna mansão. J amais devemos desesperar por completo da
salvação' de quem quer que sej a; mas, na Igreja cat6iica, conforme
dizia um dos chefes do protestantismo, M elancht on, à sua mãe que
morria, a salvação é ?nais certa.
Demos graças a Deus por êle nos t er oferecido, no catolicismo,
uma fé mais certa, meios mais eficazes, e segurança maior no
tocante à nossa salvação e à dos nossos irmãos.
Assim como reza a I greja, rezemos pelos infiéis, hereges, cismá-
ticos, pecadores e a té pelos próprio apóstatas e excomungados para
êles se converterem e viverem. As obras da Propagação da f é, da
Santa I nfância, de São Francisco de Sales, também da Arquicon-
f raria de No ssa Senhora das Vit6riàs, apresent am meios f áceis
p ara cumprirmos êste grande ato de caridade.

§ V. - Comunhão dos santos .


Noção da comunhão dos santos. - Di,ersas r elações: 1. 0 dos fi éis da terra
entr e si; 2. 0 dos fi éis da terra com os santos do céu; 3. 0 dos fi éis da
terra com as alm as do purgatório. - Os qu e estão fora da c-omunhão
dos santos.

78. - Que entendeis por comunhão dos santos?


R. - A comunhão dos santos é a participação dos fiéis
nas orações e outras boas 'obras que se fazem na Igr eja.
Por comiinhão dos santos, - união comum entre os
santos, - entende-se que todos os membros da I gr eja,
pa terra, no .céu e no purgatório, são unidos entre si como
Ínembros de um mesmo corpo de que é chefe J esus Cristo.
Dá-se o nome de santos a todos os membros da Igreja
que se acham na graça de Deus, isentos de pecados mor-
tais. Ora, podemos encontrar êstes membros santos em
três lugares diferent es :
1. 0 Na terra, onde, levando vida piedosa, trabalham
para merecer o céu e lutam contra o demônio, o mundo
e a carne. Compõem a I greja que milita, chamada, por
êste fato, I greja militante ;
2.0 No céu, onde gozam de Deus, triunfam e reinam
com J esus Cristo: form am a Igr eja triwnfante ;

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98 C R E D O

3. 0 No purgatório, onde, ainda que santos, pois não


têm culpa mortal, acabam de expiar e purificar-se : é a
Igreja padecente.
Jo entanto, embora os membros estejam em três luga-
r es diferentes, formam, assim mesmo, uma sociedade única.
De fato, é uma no seu chefe, que é Jesus Cristo;
uma no seu vínculo, que é a caridade; uma no seu têrmo
final, que é o céu.
Ora, seja qual fôr o lugar onde se achem, os membros
da I greja têm, entre si, comunidade de bens espirituais,
e r elações recíprocas que diferem, no entanto, segundo o
estado atual.
79. - Explicai as diversas relações dos membros da comunhão
dos santos, e as vantagens que proporciona.

R. - A comunhão dos santos pode ser considerada


debaixo de três pontos de vista : 1.0 a comunhão dos fiéis
da terra entre si; 2. 0 a comunhão dos fiéis da terra com
os santos do céii, e 3. 0 a comunhão dos fiéis da terra com
as almas do piirgatório.
Ora, aqui estão os efeito desta tríplice união ou
sociedade:
1. 0 O fiéi da terra têm entre si comunhão de bens
e pirituais. Dá-se com êle o que acontece numa família
muito unida ou numa a ociação cujas riquezas pertencem
a todos. Cada membro traz no tesouro comum os próprios
lucro , ma cada um tem ali seu quinhão e pode tirar o
que preci a. Assim, na I greja, há um tesouro de bens
e pirituais: o fundo que con titui o capital consta dos
méritos infinitos de Jo o Senhor e do mérito_s supera-
bundantes de Nossa Senhora e dos anto . A I greja da
terra vai derramando ali suas riqueza : sacramentos,
frutos do anto sacrifício da mi a, orações públicas, etc.
Os próprios fiéis da terra ali trazem ua boa obras,
esmolas, penitências, orações, etc. E a cada um dêles,

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I G R E J A 99

cabe uma parte. Quem faz uma boa obra con erva o
mérito pe oal; comunica, porém, aos outros, o mérito
sati fatório de ta obra boa.
~·º Exi te entre o fiéis da terra e os santos do céu
uma comunhão de inter ce ão e de benefícios. A Igreja
triunfante lembra- e da terra onde sofreu a provação;
contempla a I greja dêste mundo no meio das lutas, das
dificuldades, e então inter cede podero amente a favor dos
fi éis vivo , conforme foi relevado a S. João no Apocalipse.
Por ua parte, os fiéis da terra honram aos santos do
céu; congratulam-se com êle por eus t riunfos, imploram
- seu auxílio, e, con ervando-lhes os exemplos, esmeram-se
em imitá-fos para, um dia, r eunirem-se com êles na glória
eterna.
3. 0 Os fi éis da t erra e os santos do céu têm, com as
almas do purgatório, comunhão de simpatia e caridade.
Prim'eiro, a I gr eja do céu e a da t erra estão compadecidas
dos sofrimentos das almas do purgatório, incapazes por
completo de valer-se a si próprias. Os santos do céu
intercedem e oram muito eficazmente para suavizar as
dores da expiação e diminuir-lhes a duração. Por sua
vez, os fiéis da terra oferecem, para alívio das almas
padecentes, orações, jejuns, esmolas, e especialmente o
santo sacrifício da missa:, a comunhão e as indulgências.
Do seu lado, as almas do purgatório, ainda que
entregues aos uplícios, saúdam e honram a Igreja
triunfante e já vão r ezando pela I gr eja militante; muito
mais poderosa, todavia, há de ser a interces ão destas
almas a favor dos seu benfeitores, quando elas estiverem
no céu.
80. - Quais são, na terra, os que não t êm parte na comunhão
dos santos?
R. - Não t êm parte na comunhão dos santos os que
estão fora da I greja. P ara os pecadores, porque perten-
cem ainda ao corpo da I greja, cabe-lhes diminuta porção

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100 ·C lt E D O

dêstes tesouros, principalmente graças preciosas de


conversão.
Não têm parte na comunhão dos santos todos os que
estão fora da I greja: infiéis, - hereges, - cismáticos,
- apóstatas, - excomungados; são outros tantos ramos
cortados, privados da graça e excluídos da comunhão dos
santos, que existe somente entre os verdadeiros fiéis .
Quanto aos pecadores, não deixam de auferir algumas
das vantagens da comunhão dos santos, porque pertencem
ao corpo da I greja. Como ficam em e tado de pecado, não
trazem ao tesouro comum nenhum concurso ativo, porque
suas obras são mortas e sem mérito. Por outra parte, a
porção dêste tesouro que lhes cabe é diminuta, consistindo
especialmente em preciosas graças de conver ão.
Para colher na sua plenitude os frutos da comunhão
dos santos, é necessário pertencer à alma da I greja, i to
é possuir o estado de graça. Os que participam da vida
divina de J esu risto, desfrutam tôdas as vantagens,
e as obras boas que praticam neste estado r edundam em
benefícios para o tesouro da Igreja.
CONCL SÃO PRÁTICA

1.0 Importa muito viver habitualmente no estado de graça,


afim de participar plena e eficazmente das vantagens da comunhão
dos santos.
2.0 m do meio mai seguros de salvação, é manter união
estreita com a I greja triunfante p lo culto e a invocação dos santos.
3.0 Se tom armos vivo in terê e nas almas padecentes do
p urgató rio se ofertarmo para alívio destas pobres infelizes,
mormente das ma i desamparada , as nos a orações e obr as boas,
a santa missa, as ind ulgência , gra njea remo avultado núme ro de
intercc so res junto de D u . ma das obras de m:lior va lia é sem
dú vid a o ato her6 ico : con i te cm abandonar m proYcito da almas
do purga tório, tôd as as nossa obras sati fatórias neste mun do,
e até os socorros que no forem ministrados no ou ro.

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R EM ISSÃO DOS P ECADOS 101

X. 0
ART I GO
Creio na r emissão d os p ecados.
§ único . - R emissão dos pecados.

Dogma da r emi são dos pecadoa. - Oriitom Q transmi11são dêate poder .


Meios de r emissão.

81. - Q11e se d ev ~ entendBr por estas palavraa: creio na


remissão dos pecados ?
R. - I sto qiler dizer qiw J esils Cristo deit à sua
Jgq·eja o poder d e perdoar os pecados.

"Os pecados serão r emilidos a quem os remilirdes e serão r etidoi a


quem os reliverdes. " É o poder das chaves do céu.

Cremos nêle, não somente porque êste dogma vem


expr so n o símbolo, ma. porque r esulta clar amente das
palavr:as que No so Senhor disse aos apóstolo : "Recebei
o Espírito Santo; os pecados serão r emitidos aos a quem

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102 C R E D O

os remitirdes, e serão retidos aos a quem os retiverdes"


(S. Jo ão, xx, 23).
Por isso é que o concílio de Trento, contra o protes-
tantismo, proclama solenemente que Jesus Cristo deixou
à Igreja o pocl.er de perdoar os pecados, sendo esta
verdade dogma de fé.
82. - Mostrai a origem e tranS?nisão do poder da remissão
dos pecados.

R. - Só Deus po.de perdoar os pecados. JEste poder


pertence a J esus Cristo porque é Deus, como também
porqu e pagrm com seu sangue as nossas i1liquidades. Ora,
J esiis Cristo o transmitiu aos seits apóstolos : " Os pecados
serão r emitidos a qitem os remitirdes". Portanto, a Igr eja
t em o poder de perdoar o pecados.
Deu é o er poderoso e infinito que o pecado ofende;
logo, exclu ivamente êle t em direito e faculdade de
p erdoar. Ora, Aste poder que o único Deus possui por
natureza, pertencia a J e'u Cristo, Por muito títulos.
Primeiro, por ser Deu , êle o r epartia com o Padre; como
homem, gozava dêle, já que a divindade e tava unida à
natureza humana; como alvador, enfim, tendo pago com
seu sangue a dívida do no o p ecado e alcançado o
no o perdão, podia dá-lo conforme lhe aprouve e. De
fato, amiúde usou dê te poder durante ua vida como o
mo tram: a amaritana, Madalena, o ladrão arrependido
e e pecialmente o paralítico curado para ate tar ê te
direito e Poder.
Mas o direito que tinha o o enhor de r emitir
o pecado , êle o podia comunicar a quem qui e e, da
me ma maneira que outro Poder qualquer; êle o fêz:
"A im como meu P ai me enviou, di e o o enhor,
a im também vo envio; o pecado erão re:i;nitido
àquele a quem o remitirde ... ".

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REMISSÃO DOS PECADOS 103

Dirigiam- e e ta palavra ao apó tolo ma o


poder que ela outorgam deve pa ar ao uce ore
1 gítimo , ao bi pos, que o comunicam, êles próprio , ao
acerdote . om efeito, na terra, empre haverá p ecados
que perdoar. empre também, há de p rdurar o fruto da
morte do alvador e deverá er aplicado. A Deus,
portanto, pertencia providenciar para haver, até o fim
do éculo , mini tro que fize em e ta aplicação e é a 1

ordinação acerdotal que transmite ao acerdote ês e


poder como todo o mai direi tos que a si tem ao eu
mini tério.
otemo que e ta remi ão dos pecados é completa-
mente gratuita por parte de Deu ; de modo algum
podíamo merecê-la, nem com oraçõ , nem com expiações.
J e u Cri to, e ó êle, a mereceu por nó com seus
sofrimentos e ua morte. Por outra Parte, o poder da
Igreja é ab oluto, sem limites, nem re trições, como a
própria r eparação oferecida por o so Senhor. Portanto,
a I greja pode perdoar-nos as faltas tôdas, sem embargo /
do grande número ou da culpabilidade. J e u Cristo
excetua tão õmente o pecado contra o E pírito Santo,
i to é, a impenitência final ou crime de quem nã:o quer
arrepender-se.
83. - Por qile meios remite a Igreja os pecados?

R. - A I greja perdoa os pecados aplicando as


merecimentos de J esus Cristo por meio dos sacramentos.
Os pecados mortais, que nos privaram, na totalidade,
da graça de Deus, a Igreja os perdoa pelos sacramentos,
ordinàriamente pelo batismo e a penitência, e excepcional-
mente pela extrema unção.
É o me mo J e us Cristo quem in tituiu êstes meios:
o bati mo, especialmente com o fim de remitir o pecado
original; a penitência, para ab olver os pecados atuais;

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104 C R E D O

e a extrema-unção, para suprir, quando fôsse preciso,


a penitência, para o que se achas em impossibilitados
çle recebê-la.
Tratando-se de pecados veniais, podemos alcançar o
perdão pela oração, o jejum, a esmola, e geralmente por
tôdas a obra boas, conquanto o arrependimento as
acompanhe.
CONCLUSÃO PRÁTICA

A remissao dos pecados é, com certeza, um dos poderes de


maior importância que J esu s Cristo deb:ou à sua I greja, e êste
artigo do símbolo é para nós manancial -ae consolação ...
Imen a de• e ser a nossa gratidão ao recebermos tamanha
graça. Precisamos, com frequência, confia nça e amor recorrer à
confi ão. É com o propósito de trazer e tímulo à nossa confiança,
diz ão Franci co de ale , que Deus põe todos os dias, nos nq_ssos
lábios, esta palavra : " Creio na remissão dos pecados" .
Mas, para afervorarmos a nossa f é nesta verdade e podermos
fruir as suas vantagens, rezemos atentos e contritos, todos os dias,
a oração Confiteor.

XI.º E XII.º .AR TIGOS

Creio na ressurreição da carne, na vida eterna


Divisão do assunto

84. - Que dão a conhecer os dois últi1nos artigos do símbolo?

R. - ~st es dois artigos ref erern-se aos novíssimos do


homern; pois, a 1·essurreição dos mortos e -a v ida eterna
inculcarn oiitras verdades : a rnorte, o jiiízo particular
e o final, o céu, o inferno e o purgatório.
São estas as principais verdades abrangidas pelos
dois últim os artigos do símbolo, e às quais chamamos
comumente novíssimos. Vamos €studá-la sucessivamente
em outr os tantos parágrafos.

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1 .

MORTE E JUÍZO P ART I CU LAR 105

§ 1. - Morte e juízo part icular.

Morte. - Ensino da fé. - Ju ízo p articular. - Pronunciada a sen tença, a


alm a começa a goza r ou a padecer.

85. - Que é a morte e que ensina a f é a éste respeito ?

R. - A morte é a separação da alma do corpo. A fé


ensina q1ie : 1. 0 todos morreremos; 2.0 a morte é o castigo
do pecado; 3.0 é incerta a hora da m orte; 4. 0 a morte -
determina irrevogàvelmente a sorte de cada um.
Morte é a separação da alma do corpo. A união dêstes
dois elementos con tituía a vida : sua separação acarreta
a morte.

S ão J 01Jé, padroeiro da boa morte, alcançai-no• a graça d e m or rer


como v6s, nos braços de Jesus s Maria .

Ne te moro nto, a alma, - que é imor tal, que não


pode corromper- e como o corpo, poi é um e pírito, nem
d ixar de exi tir, poi a isto e opõe sua natur eza, -
comparece diante de Deu para ouvir o primeiro juízo.
O corpo, por ém, permanece na ter ra, entra em decompo-

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106 C R E D O

sição, corrompe-se, e posto no túmulo, reduz-se a pó


misturado com a t erra.
Morte boa é a morte no estado de graça; morte infeliz
é a morte em estado de Pecado mortal. A primeira é
tanto para desejar quanto a segunda é para t emer.
A r espeito da morte, en ina a fé: 1. 0 a necessidade
que a todos se impõe de morn~r uma vez: "É lei, diz
S. Paulo, que todos os homens hão de morrer " . Aliás,
vemo esta verdade diàriamente proclamada pela história
e a experiência.
2. 0 A morte é ca tigo do pecado: verdade é que o
homem é mortal por natureza, sem atender ao pecado ;
contudo, por um privilégio concedido à sua natureza,
Deus o tinha feito imortal.
3. 0 A morte, certa quanto ao fato, é indeterminada
quanto à circunstância de dia, hora,. modo : " Vigiai e
orai, diz o Evangelho, porque nada sabeis do dia nem da
hora em que o juiz há de vir" (S . Mat e·us, xxv).
4. 0 Enfim, a fé diz que a morte determina, irrevo-
gàvelmente, a sorte de cada um, segundo os méritos.
Depois da ruol'te, o hon:.e m não pocle mais merecer;
por isso é que S. Paulo fala: " Enquanto temos tempo,
façamos o bem"; poi além, continua São J oão, "é a noite
em que ninguém pode mais trabalhar " .
86. -Dai a conhecer o juízo particular.
R. - Logo depois da morte, comparece a alma perante
D eus para serem jiilgadas suas ações boas oii más : é o
juízo particular.
Nada há mais certo que êste primeiro juízo. São
Paulo, dep oi de lembrar a lei da morte, acrescenta
imediatamente: Depoi da morte, o juízo".
Em todo lugar, a razão humana r econhece e pro-
clamou a certeza dê te juízo particular. Todos os povos
e todo os filósofos admitiram, além do túmulo, r ecom-

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MO R T E E J U f ZO PARTI O U L AR 107

pen a e castigo para a alma imortais; ma para dar


e ta anção, um juízo é nece ário.
A revelação t€m completado e ta noçõe . ar- e-á o
primeiro juízo entre Deu e no a alma, no me mo lugar
onde expirarmo , na pre ença do anjo da guarda como
te temunha e do demônio como acusador. Ê_te juízo '
muito rigoro o: ver a ôbre tudo quanto podemo ter feito
quer no bem, quer no mal, ôbre no a palavras, e até
ôbre no o pen amento . " O nhor de vendará o
âmago do coraçõe ', diz o pi·ofeta J eremia , e ão Ma teu
acre centa que daremos conta até "de uma palavra
inútil".
87. - Qite é f eito da alma depois do juízo particular?

R. - Nos a alma, depois do juízo particular, e


esperando o juízo geral, vai para o céii, o purgatório ou
o inferno, conforme tiver m erecido.
A sentença da ju tiça divina cumpre-se no mesmo
in tante em que está pronunciada: a alma inteiramenw
pura entra logo a gozar as inefávei delícias do céu;
imediatamente começam, para a almas justas que têm
contudo alguma cou a para expiar, as penas temporais do
purgatório; e o inferno r ecebe as almas maculadas pelo
,pecado mortal.
Alguns Padres antigos tinham pen ado que ficavam
as r ecompen as adiadas para até depois da r essurreição
geral; tal parecer foi r eprovado pelo concílio de Lião
( 127 4) ; e o de Florença ( 1445 ) declara que as almas
ju tas estão imediatamente aceitas no céu, e as almas dos
r éprobos logo descem para o inferno.
Reparemos que a alma, para gozar ou expiar, não
exige a pre ença do corpo. Cá na terra, ela tem suas
alegrias e seus padecimentos distintos das dores do corpo;
e Deus, por seu poder, na espera da ressurreição, a faz
participante da felicidade dos anjos ou do suplício dos

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108 C R E D O

demônios que não têm corpo. Sem embargo disso, sofrem


os r éprobos na alma uma dôr análoga a que sentimos
quando o fogo toca nosso corpo.

CO CLU SÃO PRÁTICA

"Lembrai-vos dos novís imos, di se o Espírito Santo, e nunca


j amais haveis de pecar ' 1• - Com ef eito, se refletirmos que a todo
inst ante, a mor te pode surpreender-nos como já tem surpreendido
a muitos out ros, que ela nos há de deixar para sempre no es-
t ado de j ustiça ou de condenação em que nos tiver colhido; se
p ensarmo enfim que se lhe há de seguir, ato imediato, o juizo em
que será sentenciada nossa sorte eterna, consentiremos então em
ofender a Deus mortalmente?
Consentiremos então em desafia r os perigos da morte no
estado de pecado? Con entiremos em ar rostar sem receio os juízos
do Deu s vivo? . ..
ó morte, conselheira boa és tu 1. .. ó juízo, como é saudável
a t ua lembrança 1... Sim; ·hei de pensar na morte para me apa·
relhar, no juízo p ara o temer, no inf erno para evitá-lo, no céu para
merecê-lo.

§ II. - R e llrre içã o do corpos.


D ogma da r essurreição. - Qualidades dos corpos glo r iosos: 1.0 impassibilid ade;
2.0 clareza; 3. 0 agilidad e; 4 .0 sutili dade. - Os corpos dos réproboa.

88. - E:rplicai o dogma cat6lico da ressurreição dos corpos.


R. - O corpo a alma, d pois da morte, não serão
et rnam nte s parados. m dia por seu poder, D eus os
r unirá,- nlão, o corpo tomará ua vida de n ov o,- é o que
se d f in : r s urr ição da carne.
É um tloO'ma a óli o ncerratlo no no o diferentes
ímbolo , pro lamatlo claramente no concílio de Latrão
(12r ) que e acha ba eado não na razão humana, é
verdad , ma im na r eYelação.
E ntregue à próprias fôrça , a r azão humana não
chegaria, com efeito, a de cobrir nem a demon trar e ta
verdade.

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R E S S U R R E I Ç ÃO DA CAR N E 109

Ela acha muito justo e conveniente que o _corpo


tenha parte nas recompensas ou nos ca tigos que a alma
tiver merecido, assim como êle teve parte em nossas ações
boas ou más, é certo; mas, nisto se limitam os en inos da
razão: e se povos como os Judeus e o Per as, filósofos
como Platão, acreditaram na re urreição futura, viera-
lhes esta noção por ·uma r evelação primitiva.
O dogma da r essurreição dos corpos já e tava nas
tradições dos Judeus, mas devemos sua revelação precisa
especialmente a J esus Cri to : " J a. verdade, na verdade,
eu vo-lo digo : vem chegaJJ.do a hora em que todos aquele
que estiverem nos túmulos, ouvirão a voz do Filho de
Deus. Quem tiver feito o bem irá para a r essurreição do
juízo ( S. J oão, V, 29 ) . Eis o ensino que desenvolve
S. Paulo: "Qual semente, o corpo é lançado à t erra,
cheio de corrupção, e há de r essuscitar incorrutível ; é ·
semeado na ignomínia, porém há de r essuscitar na glória
(I Cor., l ).
~
Se bem que nos pareça extraordinária essa doutrina
da ressurreição, encontramos todaYia presságios e símbolos
em todo lugar na natureza. "Tô.das as cousas, diz
Tertuliano, conservam-se perecendo; tôdas as cousas
tornam a viver morrendo". De fato, o grão_de trigo é
.metido no chão antes de germinar e produzir uma espiga.
'As estupendas metamorfoses do bicho da sêda no reino
animal oferecem a ima gem da nossa transformação futura.
J esus Cristo, enfim, Pelas ressurreições que fez e por sua
própria r essurreição, deu-nos um penhor da nossa.
89. - Quais serão as condições e as qualidades dos corpos
ressitscitados?

R. - Os corpos réss11 sritados não mais hão de morrer.


S erão substancial e idênticarnente os rnesrnos que na vida
presente. Aos corpos dos eleitos atribiiern-se quatro quali-
dades: a irnpassibilidacle, a clareza, a agilidade e a suti-
110 C R E D O

lidade. Os corpos dos réprobos não serão espiritualizados


nem participarão das qitalidades que acabamos de
emtmerar.
Todos os corpos ressuscitados para nunca morrer, e
serão substancial e idênticamente os mesmos que na vida
presente. E ta será uma condição comum a todos os corpos
res uscitados, mas são Paulo acre centa que " nem todos
hão de ser mudados". Haverá, com efeito, diferenças
notávei entre os corpos dos eleitos e os dos réprobos.
Atribuem-se aos corpos gloriosos transfigurados
quatro qualidade .
1.0 I mpassibilidade. - Não entirão mais fome nem
sêde, nem o rigor das e tações, nem aflição, nem doença,
nem morte. S. João, no Apocalipse, revela e as vantagens
preciosas.
2.° Clareza. - " Os justo , diz o Evangelho, hão de
brilhar como e trêla na eternidadtl" (S. Mat., xm ) .
A im r e plandecia o o Senhor na transfiguração sôbre
o Tabor, e na A censão gloriosa.
3. 0 Agilidade. - Céler es como o e píritos, rápido
como a faí ca elétrica, instantâneo como o pen amento,
tran portar-se-ão os corpo gloriosos de um lugar para
outro: a sim fazia o o enhor depois da r e urreição.
4. 0 Bidilidade. - Em virtude de ta propriedade, os
corpos dos eleitos serão de alguma maneira e pirituali-
zados; nenhum e tôrvo material lhes poderá demorar ou
impedir o movimento. Dê te modo, J e u Cri to re u -
citado atravessava o rochedo do epulcro, mo tr avia- e ao
discípulo mesmo com as porta e janela do apo ento
fechada .
Quanto aos corpos r e suscitados do réprobos, não
serão e piritualizado , não participarão das qualidade
que acabamos de enumerar. O império da carne dominará
nêle mai violento que dante ; erão passíveú, atormen-
tados por todo o males r eunidos. Em vez de erem

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R. E S S U R. R. E I Ç ÃO DA C A R. N E 111

brilhantes, serão tenebrosos e escuros j em lugar da


agilidade, terão o pêso que os conservar á prisioneiros ;
em lugar da sutilidade, a froii xidão que embar gará todo
impul o da alma.
uma palavra, para os corpos dos eleitos será a
glória; para os dos réprobos, a ignomínia, a vergonha.
CONCLUSÃO PRÁTICA

Somos nós que assentamos, cá na terra, as condições futuras


dos nossos corpos ressuscitados. "O homem, diz são P aulo, há de
colher o que tiver semeado". - Se tratamos nosso corpo com r es-
peito, mortificação, penitência, nós lhe preparamos uma eternidade
de luz, brilho e glória. P elo contrário, se o arrastamos miseràvel-
mente no gôzo de tôdas suas vontades, nas satisfações da gula e da
sensualidade, nós lhe preparamos uma eternidade de trevas e de
vergonha.
É preferível, e muito, perder aqui na terra, por amor de Deus,
um dos olhos, a mão, a perna, isto é, o que mais prezamos, a perder,
a um t empo, alma e corpo por t ôda a eternidade 1

§ III . - Ju ízo último.


Verdade do juizo fi nal. - Sinais que o anunciam. - Circunstâncias do
juízo final. - Moti vos dêste juízo.

90. - Que é juízo final?


R. - J uízo final. ou jiiízo geral, é o qiw todos os
"IJ,ornens t erão de ouvir no firn do mundo, e no qual hão
de comparecer em corpo e alma.
É diferente do primeiro juízo pronunciado invisivel-
mente entre Deu e nossa alma, porque o juízo final será
visível e público. Ali estarão presente todo o homens
r e uscitado ; J e u Cristo em pe oa pre idirá, desem-
penhando a funçõe de juiz, porque foi no o r edentor.
É ê te o en ino que o próprio J e us Cri to deu pela
narração antecipada do juízo final que fez a seus
apó tolo . Na paixão, fala terminantemente ao sumo
sacerdote : "Havei de ver o Filho do homem vindo com
maj e tade ôbre as nuvens do céu, para julgar a todos

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112 O R. E D O

os homens" (S. Mat., xxv) ; e os anjos, depois da


Ascensão, comunicaram a mesma mensagem.
O fato do juízo geral é, pois, certíssimo ; a época,
todavia, não é conhecida. Prende-se esta época ao fim do
mundo, e J esus Cristo, h,J.terrogado neste particular,
n egou-se em anuir ao p edido dos seus apóstolos. No
entanto, êle se dignou de indicar alguns ~inais precursores.
91. - Quais são os sinais que anunciam o f im do mundo e o
juízo geral?

R. - Podemos resiimi-los em quatro principais: 1. 0 a


pregação do E vangelho por t ôda a 'terra; 2. 0 a apostasia
dos homens e dos povos; 3. 0 a apariçãão do Anticristo;
4.0 sinais no sol, na; lua e nas estrêlas e o f ogo devorador
que consumirá a t erra.
1.0 A pr egação do E vangelho por tôda a terra; ela
foi confiada aos apó tolos, e é somente quando fôr
r ealizada que há de chegar a "con umação" (S. Mr.ct,,
XXIV) .
2. 0 A aposta ia dos homens e dos povos. A pregação
do Evangelho por tôda a terra se há de seguir um
enfraqueciment o ger al da f é. Sedutor es de tôda a ca ta,
falso cristos, profetas mentirosos, hão de arrastar fora
da I gr eja multidões inteiras e tratarão de seduzir os
próprios eleitos ( . Mat., ib .).
3. 0 A aparição do Anticri to. - São Paulo fala
ne ta aparição de um homem de pecado, no me mo tempo
que a apo tasia geral. "Quererá sentar no templo de
Deus, como se fôs e Deu . . . Terá o poder de atanaz,
com t ôda a orte de prodígio enganad rcs" (II T ess., rr) .
l\ias então, reaparecem Enoc e Elia para fazer frente ao
Anticri to. Ê te os fará morrer, d poi de terem con-
vertido a nação judaica inteira; ma será efêmero o
Anticristo ( . Paulo, ib., e Apocalipse, xr).

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.rufzo FINAL llS

4. 0 Durante estas lutas, haverá, diz Nosso Senhor,


" inais no sol, na lua, e nas estr ~ las; os céus serão
abalado ; dar-se-ão n a t€rra tremor es desusados; o mar
se achará numa agitação violenta, e os homens ficarão
mirrados de pavor" ( . Mat., xxv) . Enfim, um fogo
devorador acender-se-à por tôda parte e consumirá a
terra (Ep. de S. P edro, m). este cataclismo geral, hão
de morrer os homens e o mundo há de acabar.
92. - Dai a conhecer as principais ciraunstd.ncias do jufao
ú ltimo. , i.-.i
R. -Ao clangor da trombeta, os mortos ressuscitados
reunir-se-ão no vale de J osaf á. Os anjos separarão os bons
do s maits e J esus pronunciará a sent ença de r ecompensa
para ps jitstos e de condenação para os répro bos.
1.° Com o clangor da trombeta dos anjos, todos os
mortos hão d€ r essu citar. O mar. a terra e a morte hão
de r estituir suas vítimas; as almas serão r eunidas aos
r espectivos corpos, e Deus ajuntar á todos êstes €Xér citos
vivos, no vale de J osafá ou do juízo. Então há de aparecer
o filho de Deus, visível no seu corpo r es uscitado, levando
a cruz glorio a, r odeado pelos doze apó tolos, para julgar
as tribos de I rael e todos os povos da t erra. Isto será
o., prelúdio do juízo. ·
2.0 Depois, ter á lugar o grande julgamento do gênero
humano. O Senhor, consoante a expressão da sagrada
E scritura, desvendará as consciências, e todos os segr edos
dos corações ser ão manifestado . Para vergonha dos peca.
dores, suas faltas serão publicadas perante o mundo
inteiro, e as boas obras dos justos divulgadas para glória
dêstes. Depois, os anjo hão de S€parar os bons dos maus,
colocando os eleitos à direita, os r éprobos à esquerda
(S. Paulo, I Cor., rv).
3. 0 Em seguida, haverá a sentença, pronunciada pelo
Juiz soberano. Aos justos, o Salvador: Jesus dirã: "Vinde,

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114 C 1t E D O

benditos de meu Pai; entrai na posse do reino que vos


tem sido preparado desde o comêço do mundo".
Dirigindo-se aos maus, êle lhes <lirá: " Ide, malditos,
ao fogo eterno que t em ido prep arado para o demônio e
seus anjos " (S . il!lat., xxv ) . ,,
Logo depois desta dupla sentença, os justos entrarão
com J esus Cristo na vida et erna, e os r éprobos, com os
demônios, irão Pana o suplício et erno. - E então a t erra
e tôda. a criação mat erial não ser ão aniquiladas, senão
purificada e tran fo rmadas em céu n ovo e em nova
t erra (II S. Pedro, m ) .
93. - Porque t erá liigar o juízo f inal?
R. - O juíz o f1.nal terá lugar para q1te se citmpra a
jiistiça completa para com J esus Cristo, para com D eiis
e para com os homens.
1.0 Para com J esus Cristo . - F oi menosprezado e
crucificado pelos J udew , blasfemado p elos hereges,
in ultado pelos ímpios, ultrajado pelos maus cristãos; a
justiça requer que a reparação seja completa e o mundo
inteiro o contemple na glória.
2. 0 Para com D eus. - Aqui, na terra, impugnaram,
muitas vêze , o proceder da Providência ; os malvados vão
prosperando, e então acoima-se de fraca e defi ciente a
divina sabedoria; os justos pa sam sofrimentos, e então,
é a bondade de Deus que se ataca. Ora, o juízo ger al há
de justificar a conduta de Deus com todos e qualquer
um, e sua ju tiça há de ficar evidenciada até nos mais
ínfimos pormenores.
3. 0 Para cornos homens. - Há na terra muitas almas
justas a quem só cabe em partilha a injúria e o de prêzo;
vemo , pelo contrário, Lomeus mau que parecem t er
êxito e granjear estima; o juízo final há de endireit ar
tudo, pondo no seu lugar verdadeiro e competente a honra
e a vergonha. O bem desconhecido o tentar-se-á na luz;
o mal oculto surgirá aos olho de todos.

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o o É u 115

Por êste motivo , o juízo geral será uma reparação


completa e justa.
CONCLUSÃO PRÁTICA

ão J erônimo, levando em Belém a vida mais austera e mais


penitente, julgava sempre ouvir a trombeta tremenda ressoar nos
seus ouvidos, com estas l alavras: " Erguei-vos, 6 mortos, vinde
a juizo ! " E ficava aterrorizado e multiplicava as penitências. Qual
não deve ser no so temor, nosso arrependimento ao pensarmos no
juízo 1
Se a lembrança do juízo geral é terrível para os culpados,
consola muito a alm a justa e provada. E ta diz com máxima segu-
r ança : " Senhor, bem o sei, oi me u Rendentor vivo. Um dia, vos
verei na minh a carne. m dia, manifestar-me-eis vo sa justiça,
vossa bondade, vos as mi ricórdias ! "

§ IV. - O céu.
O céu : sua ex istência. - V entura do céu. - Ven tura essencial e felicidade
acidental.

94. - Qile é o céu? - Em que provas se baseia sua existência?

R. - O céii, ou _paraíso, é um lugar de delícias onde


os anjos e santos gozam ternamente de ventura p erfeita,
venido e amando a D eiis. -j
Comprovam a existência do céu, além da palavra de l
Deiis, a nossa própria razão, o nosso coração, o t estemunho
de todos os povos, de tôdas as regiões, de tôdas as
filosofias.
Onde está êsse lu gar~ Não podemos determiná-lo;
porém, emPre que a agvada E critura o menciona, usa
da expr são " subir ao céu"; é por isso que costumamos
pôr o céu no alto, além dos páramo imensos em que se
movem os a tros.
Quanto à sua existência, nada há mais certo.
Primeiro, a razão diz que o bem tem de ser recompensado.
Ora, isto nem empre acontece neste mundo; portanto,
a justiça de Deus exige outro lugar de recompensa :
é o céu.
1'
116 O R E D O

Oreio na vida eterna.

Mai : no o cor ação t em fome e êde de ventura;


e não pode saciar-se na t erra: logo, Deu deve sati fazê-lo
num mundo melhor .
Todos os povos, tôdas as religiõe , tôda as filosofias
admitiram a -exi tência de um céu ou lugar de ventma.
Os pagãos o denominaram Campos ElíseOS j n ós o
chamamos paraí o ou céit.
Excusado é provar que a revelação especialmente
ensina a existência do céu, pois estas expre ões encon-
tram-se muití simas vêzes na sagrada E critura.
95. - Em que consiste a felicidade do céu?
R. - A felicidade do céu vem sintetizada nestas du as
palavras : isenção de todo o mal, posse de todo o bem .
1.0 I senção de todo o mal. - "Lá, como diz ão João,
não haverá mais chôros, nem gritos, nem máO'oas. Deus
enxugará tôdas as lágrimas, e a morte não existirá mais"

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o o t u 117

(Apoc., xr). Logo, nem sofrimentos, nem doenças. O


corpo er á libertado de tôda as misérias, . livre de tôdas
a nece idade .
Lá não há mai ignorância, dúvidas, incertezas,
nem pecado ; a alma também ser á livre de tudo quanto
a perturba.
2. 0 O céu é a posse de todos os bens. - quem os
poderá enum erar? • ão Paulo diz: "O olliar do homem
não viu jamais, seu ouvido nunca percebeu, nem seu
coração entendeu ·o que Deus re erva aos que o amam"
(I C01·., II).
Quem poderá anali ar esta felicidade 1. . . Para o
corpo, é gôzo em limites dos quatro predicados da
glória; para a alma, é a ati fação plena de tódos os
desejo .
ma palavTa concretiza a ventura essencial do
paraí o: V?. ão beatífica i to é, contemplação que torna
feliz. Vê- e a Deus a sim como é, "face a face", diz são
J oão, na ua natureza e pes oa ', acrescenta o concílio
de Florença. êle vemos mais tudo quanto se pode
divi ar, não só com o olhar, senão também com a
intelig"ncia.
Então, vendo a Deus, nós o amamos como sumo bem,
e nêle amamo tudo quanto é .amá' el, tudo quanto
legitimamente t emo amado na terra.
ão somente vemo e amamos a Deus, mas nós, quais
os anjo po uímo-lo e gozamos dêle, e como êles ainda,
achamos ne ta po se t e ouros, riquezas, delícias. Enfim
e ta ventura imen a é per ne, eterna. Jão a diminui o
r eceio de ver "ste gôzo, ê te amor , esta po e acabarem.
Aí fica o que eon titui a ventura essencial dos eleitos.
H á mai uma felicidade acidental, que dimana do mérito
particular de cada um e é propor cionada a êste· mérito.
- "Há várias morada no céu", diz são João.
"Também o brilho difere como no astros", diz são Paulo.
Há vária aitréolas de glória : mártires, doutores, virgens,

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118 C R E D O

para premiar os três grande méritos diferentes : dedi-


cação a Deu , - en ino da verdade, - prática da perfeita
ca tidade. Enfim, existem graus na vi ão e gôzo de Deu ,
de acôrdo com o número e grau da virtude que tivermo
praticado. ·
CONCLUSÃO PRÁTICA

"A terra me parece vil quando penso no céu!" repetia muitas


vêzes santo Inácio de Loiola. - anto Agostinho não ficava nunca
cansado de pensar no céu, nem podia meditar ba tante ne tas
palavras: "Veremos a Deus; havemos de amá-lo; havemos de
possuí-lo!" Como estas grandes almas, conservemos no espirito o
pensamento do céu. Encontra remos nesta lembrança um manancial
de zêlo para cumprirmos o bem, tesouros de paciência para supor-
tarmos as penas da vida presente, fonte de fôrças e vigilância para
evitarmos as menores faltas. Pois, não o esqueçamo , para entrar
no céu, é preciso ter a inocência, a justiça absoluta. " ada que
não seja im aculado, impoluto, ali pode penetrar", diz são João;
é preciso ter pago até o último ceitil para alcançar a recompensa
suprema.
§ V. - O in ferno.
Infern o: sua ex istência. - P enas do inferno: 1.0 pena da reprovação: 2. 0
pena do s sentid os. - Diferença nas penas.

96. - Qiie é o inferno? será preciso acreditar na sua


existência?
R. - O inferno é um litgar de tormentos onde os
réprobos ão para sempre separados de D eus e padecem
com os d mônios n1tm fogo que jamais se extinguirá.
Provam a exist Ancia do inf rno a razão humana, as
filosofias e as religiõe , tanto da antiguidade como as dos
t empos mod rnos, e, sob retudo, as r it rada afirmações
de J sus risto.
nde fica e lugar Nem a razão, nem a revelação
A

o dizem; todavia a expr ão u ada no no o livros


santo , "de er ao inferno" daria a ent nd r qu o lugar
de uplício tá colocado na va ta r giõ que ocupam

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I N F E R N O 119

o interior da terra, onde se encontram, com efeito, oceanos


de fogo.
A existên cia do inferno nunca foi po ta em dúvida
p ela filosofi a e pela r eligiões, quer da antiguidade
quer do tempo modernos.
A me ma razão humana, que r eclama r ecompen a
na outra vida, exige, além túmulo, ca tigos para os
culpado que a ju tiça pr ente não alcança.
pagani mo prof ava e a cr ença. Platão fala
muito do uplí io do mau e da " sua e panto a e

O inferno e:r1xtr e é eterno.

lolorosa t rnidadc". p ta O're()'o e latino , H omer o,


Yir()'ílio, YÍ lio, ck. crevcram o inf rno ou o Tártaro,
Iaomr n iua no ..\l ·orã a xi tência d ca tigo eterno .
A revda ·ão, a rc. peito ela xi t"ncia do infern , '
po-,itiYa; J 'U 'ri ·to, no Ernn()'elbo, r p te at' quinze
vêz que há um inf rno; a I O'r ja mpre pr oclamou e a
v nla<le dogma de fé.

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120 O B E D O

97. - Quais &ão as diferentes penas do inferno?


R. - No inferno os réprobos padecem duplo gênero
de suplícios : a pena da reprováção e a pena do sentido.
ésse duplo siiplfo.io jamais há de ter fim.
1. 0 A pena da reprovação consiste na privação da
vista de Deus. Esta privação é cheia de angústias, pois a
visão de Deus é o bem supremo do homem, e o fim
último da existência. Ora, esta privação da visão de
Deus vem incluída de modo claro na sentença : "Retirai-
vos, malditos! . .. "
2.° A pena do sentido consiste nas dor es causadas
pelo fogo vingador, e pelos mais tormentos reunidos, aos
quais se ajunta a companhia horrível dos demônios e dos
precitos. - Qual é êste fogo 1 Se bem que sua natureza
não seja definida e · -&~sta
· · . ~ inferimos antes, pela
linguagem da sagrada Escritura e dos doutores, que é
fogo material. A palavra fogo é repetida onze vêzes por
Nosso Senhor, falando dõ inferno. Encontra-se também
no Evangelho a palavra verme roedor, várias vêzes
empregada para indicar um suplício dos réprobos:
entende-se com i so o r emorso que atormenta os maus.
Acrescentemos ainda que o fogo do inferno é dotado pelo
poder de Deus, de propriedades peculiares : atua direta-
ment e sôbre as almas ·e sem mediação do corpo, causa
n elas sofrimentos análogos aos que produz a chama.
3. 0 Enfim o duplo suplício do inferno é eterno .
Nos o Senhor o assevera: " I de, malditos, para o fogo
eterno" ( . Mat., xxv, 41 ) . "O fogo que devora os
r éprobos arde eternamente, e o verme que os rói nunca
morre" (S . Marcos, XI, 42 ).
Tudo quanto dissemos, constitui as penas essenciais
do inferno; excedem o que se pode exprimir, e todos os
r éprobos as sofrem. Também há pena que se podem
chamar acidentais. De fato, cada um sofre pessoalmente

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O PURGAT Ó R IO l Zl

na medida da suas culpas, e sofre o gênero de suplícios


adequado às falta que cometeu. "Os réprobos, diz a
sagrada E critura, serão ca tigados do modo por que
tiverem pecado" ( ab., XI, 17). Cada r éprobo padecerá
na memória no entendimento e na vontade, um suplício
que será seu ca tigo individual e próprio.
CONCLUSÃO PRÁTICA

P ara uma pessoa cair no iuferno, basta morrer em estado de


pecado mortal, e por um pecado mortal únjco incorremos neste
castigo tremendo, ainda que tivesse sido nossa vida anterior uma
vida santa.
P onhamos sentido particularmente neste aviso de são .João ;
"Os covardes, incrédulos, abomináveis, homicidas, fornicadores,
envenenadores, idólatras, mentirosos serão mergulhados no tanque
ardente de fogo e enxôfre que é a segunda morte" (Apoc., XXI, 8) .
P ara ir ao. fogo eterno, basta não ter o vestido nupcial da
inocência e da caridade, ter sido rude e sem compaixão para com os
pobres, qual o mau rico da parábola, ter sido um servo inútil,
deixando os t alentos r ecebidos de Deus inutilizados, criarem fer-
rugem: quem o diz, é Nosso Senhor.
O fogo eterno! quem sabe se pensamos bastante nissof ...
"O inferno, dizia o P. Bridaine, é um relógio, cujo pêndulo
está a dizer e repetir sem cessar no silêncio dos túmulos: "Sempre,
sempre! nunca, nunca !" E durante estas revoluções assombrosas,
ali estão milhares de r ép robos exclamando: "Que horas sãof" e
·outros milhares respondem : "A eternidade !"

§ VI. - O purga tó rio .


Purgatório. - Provas da sua existência. - As p en as do purgatório.
Alívio das almas do pur gató rio: l.º dever; 2. 0 meios.

98. - Que é o purgatório? Provai sua existência.

R. - O purgatório é iim liigar de sofrimentos onde as


almas dos jiistos acabam de expiar seus pecados antes de
entrarem no céii. , .
A existência do piirgatório é uma verdade de f é
definida pela Igr eja; está de pleno acôrdo com a razão e
todas as religiões a admitem.

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122 C R E D O

Por causa da semelhança dos suplícios, costumam


colócar o purgatório na vizinhança do inferno. No
entanto, êste lugar não é o dos réprobos e o suplício das
almas que ali se acham não é a reprovação eterna : é um
lugar onde expiam e reparam, na certeza de serem
admitidas no céu; aem quando a purificação é completa.
Êste lugar intermediário é igualmente tl'ansitório:
não deve durar sempre, e após o juízo final, não existirá
mais; só haverá céu e inferno.
1. 0 A existência do purgatório é verdade de fé
definida pela Igreja. Depois dos-concílios de Lião (1274),
Florença (1445 ), eis aqui o que foi declarado contra os
prote tantes pelo concílio de Trento : "A Igreja católica
en ina que há um piirgatório, e a almas ali prêsas são
aliviadas pelos sufrágios dos fiéis" (Sess . xxv) .
2. 0 Ê te ensino está de pleno acôrdo com a razão.
Entendemos que a justiça divina, nada podendo intro-
duzir no céu que seja maculado, exija, de uma parte,
r eparação pelas mínimas faltas. Compreendemos muito
bem, p or outra parte, que não condene a suplícios eternos
alma nas quais ó t em que cen urar faltas de menor
monta: logo, o piirgatório é neces ário.
3.0 Tôdas as r eligiões admitiram penas expiatórias.
Era também a crença dos judeus; J udas JJ1acabeii, depois
de uma batalha, no dia imediato, pedia se ofereces em
sacrifícios _pelos mortos, a fim de que IÇes fôssem
perdoados seus pecados. Ora, para quem estiver no
inferno, já não há mais redenção pos ível; logo, a oração
p elos morto upõe a exi tência do piirgatório.
No E vangelho, os o Senhor fala de um lugar donde
ninguém poderá sair sem ter pago até "o último óbolo".
E em outro passo, aludindo ia.o pecado contra o E pírito
Santo, declara não ser e ta falta remi tida "nem nesta
vida, nem na outra". Demon tram estas últimas palavras

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O PURGATÓRIO 123

haver pecado cujo perdão se alcança na outra vida:


portanto, há um purgatório.
- O apó tolo são Paulo ensina positivamente que
certos cri tão , tendo feito obra imper feitas, poderão ser
salvos, ma "pa sando pelo fogo" (I Cor., m, 11-15 ).
É esta a noção do purgatório ensinada por t ôda a tradição
católica.
99. - Quais são as penas do purgat6rio?

R. - Como as do 1'nferno, são de duas qualidaiies :


a pena da reprovação e a pena do sentido.
1. 0 P ena do dano. - No pi1rgatório, consiste na
privação da vista de Deus, ma privação t emporária.

Podemos aliviar as almas do purgatório por : orações, missas,


comunhões, esmolas, indulgências, etc.

E a dôr é tanto mai pungente para as alma padecentes


quanto melhor conhecem da a bondade de Deus, e o
amam como o obera no bem; porém é minorada e
con olada p ela e p rança.

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124

2. 0 Pena do sentido. - Consiste, como no inferno, em


tormentos sensíveis. ÂJ3 penas do purgatório superam
todos os suplícios da terra; no sentir dos doutores,
baseados em r evelações particulares, pode durar muitos
anos e mesmo séculos.
100. - Podemos aliviar as almas do purgatório, e de que
modo?
R. - Sim j podemos abreviar a duração das penas
das almas, no purgatório, com orações, boas obras,
indulg ências e principalmente com o santo sacrifício da
missa e a comunhão.
Sim, podemo aliviar as almas do purgatório; é o
ensino claro do concílio de Trento, firmado de uma parte
na sagrada Escritura, conforme acabamos de ver, firmado
também por outra parte na grande lei da solidariedade
ou união fraterna que irmana os fiéis da terra e os fiéis
do outr o mundo.
J á que podemos aliviar as almas padecentes do
purgatório, é dever para nós fazê-lo.
1. 0 É dever de humanidade, pois são irmãos nossos,
por meio de Adão e por J esus Cristo.
2. 0 É dever de caridade fraterna e cristã, pois curtem
dores cruéis sem nada poder a favo r de si próprias, e
pelo horizontes que a fé nos descortina, sabemos que são
almas remidas pelo sangue de Jesus Cristo e dignas, um
dia, das recompensas eternas;
3. 0 Será muitas vêzes dever de jitstiça, pois estas
almas são as de no sos pais, benfeitores, amigos, que
padecem, quem sabe e por causa de nós, por pecados
que direta ou indiretamente os levamos a cometer;
4. 0 Enfim, é dever de interêsse . pessoal, pois quem
auxilia as almas do purgatório, quem as livra dos tor-
mentos granjeia, junto de Deus, advogados e protetores

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O PURGATÓRI O 1,25

que hão de orar por êle; isto nos valerá também porque
Deus empregará conosco a me ma mi ericórdia que tiver-
mos mostrado para com os outros. -
Os meios de aliviar' as almas do purgatório são
muitíssimos.
Temos : 1.0 a oração, cuja eficácia verifica até na
outra vida; 2. 0 o santo sacrifício da missa, que o concílio
de Trento encarece e pecialmente por cau a dos seus
méritos infinitos, a im como a comimhão; 3. 0 as esmolas,
que apagam o pecado e cujo mérito podemo ceder em
proveito das alma dos defunto ; 4.0 enfim, as inditgên-
cias, podendo a maior parte, segundo o ensino e as per-
mi sõe da anta I gr eja, er aplicada por-via de sufrágio,
à almas do purgatório.

CONCLUSÃO PRÁTICA

I. Polo que nos re peita pe oalmente, devemos e morar-nos


em escapar às chamas do purgatório, e andar bem lembrados que
nolns há de cair: 1. 0 qualquer pecador, - perdoado muito embora,
- que não tivor feito cabal penitência e a quem sobrar algum
éijvida para com a justir,;a d Deus; 2. 0 todo o ju to imperfeito,
isto 6, o que vai cometondo p cndo v niais sem fazer reparação
suficionte. s poqu na negligôncias, as mentiras leves, os cuidados
vaidoso e um tanto sen uais, n palavras pouco caridosas, i to tudo
1 va ao purgatório.
II. Quanto às almas padecent do purga ório, seja para nós
um d ver rigoro o socorrê-las. Quanto m ios preciosos e fáceis
desprezamos . . . Quantas hora d ama rgo ofrer podíamos poupar-
lbes e aplicá somos a e ta pobre alma o m rito atisfatórfio das
no as oraçõe , do no o trabalho das no as dore , as indulgên·
elas ligadas à ladainha , ao "Anjo do enbor", ao rosârio, às
jaculatórias 1 etc.

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126 O SINAL DA CRUZ

LIÇÃO COMPLEMENTAR
Sinal da Cruz.
Sinal da cruz: diversos modos d e fa zê-lo. - Suas vantagens : 1.º ensino;
2. 0 ora ção; 3. 0 arma p oderosa.

101. - Que é o sinal da cruz?

R. - O sinal da cruz é o distintivo, o lábaro do


cristão. ltle o separa dos infi 'is. Traça-se fazendo três
cruzes, com o dedo polegar direito, na te ta, nos lábios,
no peito, ou então, 'uma só cruz com a mão direita, da
testa ao peito e do ombro esqiierdo ao direito.
Í É um movimento da mão pelo qual r epre entamo a
figura da cruz. - De de que No o enhor J e us Cristo
nos remiu, morrendo por nó na
cruz, tornou- e ê te instrumento
de suplício, objeto glorificado:
a cruz ocupa na I greja lugar
de honra, impera ôbre o edi-
fício r eligio o , encontra- e na
e trada 1 e tá no peito dos
valente , brilha como jóia no diadema do r ei e e tá
dependurada no pe coço da pe oa cri tã . Por'm, não
ati feito ainda com tai homenagens, o cri tão , de de
a or igem da no a religião, fizeram u o do sinal da cruz,
já traçando-o com a mão ôbre i me mo , da te ta ao
peito, e do ombro e querdo ao direi o (b nzer); já
faz endo menor ê te me mo inal, no coração com o
p olegar; ou então, trê vêze da me ma forma na te ta,
no lábio e no coração (persignar), como na mi a, no
momento do evangelho; já, enfim, traçando-o com a mão
dir eita em cima do objeto a que queremo dar a bênção.
E m qualquer de ta forma , o inal da cruz veio a
er o lábaro do cristão, di tintivo que mo tra imediata-
mente o fiel batizado e o epara do infiéis.

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O SINA L DA CRU Z 127

O inal da cruz é, poi , de alguma maneira, uma


profissão de f é e!ll ínte e, um como resumo do símbol~
102. - Que vant agens oferece o sinal da cruz?

R. - É a iim tempo ensino, - oração, - e arma


poderosa contra o demônio e a tentação.
1.0 É ensino. - Com efeito, lembra de modo sucinto
os três principai mistérios de no a santa r eligião. -
Ao traçarmo sôbre nós o sinal da cruz, pronunciamos
e ta palavras: "Em nome do Padre, e do Filho, e do
E pírito anto" . Ora, aí e tá o enunciado muito claro de
primeiro mistério : santtssima Trindade.
o mesmo instante, formamos sôbre nós o sinal da
cruz; ora, ~ ta figura da cruz na qual morreu por nós
o Filho de Deu feito homem, lembrava visivelmente o
mistério da redenção.
P or outra parte, Jesus Cristo não podia ter sido
pregado na cruz e morrer por nós, se dantes, não tivesse
tomado corpo semelhante aos nossos, se não se · tivesse
feito homem; logo, confessamos, implicitamente, pelo
sinal da cruz, o mi tério da incarnação.
2. 0 É oração. - Porque, ao fazermos o sinal da cruz,
elevamos o nosso pensamento para Deus e para seu Filho
único, Nosso Senhor J esus Cristo, e confiamo-nos na sua
proteção todo poderosa. É por isso que iniciamos ordinà-
riamen te nossos atos de religião pelo sinal da cruz, e os
terminamos da mesma maneira. Quando temos pouco
tempo para r ezar, o sinal da cruz supre, de algum modo,
a oração mais extensa.
O sinal da cruz é ainda or ação quando o traçamos
sôbre nó mesmos ou sôbre o objeto para o qual solici-
tamos a bênção de Deus. Com efeito, é pela cruz que nos
foram mer ecidas tôdas as graças, e o sinal da cruz as
atrai com abundância.
Inst. Reli&-. - li
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128 O SINAL DA C R UZ

3. 0 O sinal da cruz é arma podero_sa contra o de-


mônio e suas t entações. - Desde que Nosso Senhor
J esus Cristo, morrendo na cruz, destruiu o império do
demônio, êste sinal sagrado derruba e afugenta o' eterno
inimigo das nossas almas. Por isso é que a partir dos
primeiros séculos, a I greja se valeu do sinal da cruz
para expelir o demônio do corpo dos possessos e dos
' catecúmenos apresentados ao batismo ; ainda hoje, em-
prega-o nos exorcismos e na administração de todos os
sacramentos.
Mas os fi éis também o podem usar muito eficazmente
para arredar o e pírito impuro e as más tentações. Muitas
vêzes, um mero sinal da cruz conseguiu expelir o de-
mônio, p ôr côbro a tôdas suas ciladas, e dar em terra
com t ôdas as suas armadilhas.

CONCLUSÕES P RÁTICAS

P ara o sinal da cru z r eunir tôdas est as vantagens e produzir


todos êstes efeitos, é preciso fazê-lo com f é e piedade, isto é, com
a atenção e o respeito p r óprios de um ato religioso. Senão é ato
sem significação, sem mérito nem p réstimo.
O verdadeiro cristão: 1. 0 esmera-se em fazer bem o sinal da
cruz, com regularidade, gravid ade, pensamento no que diz e no que
faz .
2. 0 :Jl:le o faz amiúde, nomeadamente de manhã, logo ao acor-
dar; de noite, antes de adormecer. Principia por êste sinal sagrado
suas orações, seu trabalho e principais ações.
3. 0 Vale-se do sinal da cruz nos perigos e tentaçõe . O estan-
darte que foi dado ao imperador Constantino como arma poderosa
e penhor da vitória, foi a cruz. T ambém ao cristão a f é lhe diz :
"Por êste sinal hás de vencer".

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SEGUNDA PARTE

DEVERES
QUE TE~OS DE CUMPRIR
ou
MORAL CRISTÃ

LIÇÃO PREL IMI NAR


A moral e as diversas leis.
Moral em geral. - Moral natural e moral cristã. - Dtversae leis: 1. 0 natural;
2. 0 divina positiva; 3. 0 humana.

103. - Que se entende por moral?


R. -Moral é o conjimto das regras que servem para
nortear os costumes e atos livres do homem, de acôrdo
com as luzes da reta razão e de harmonia com a vontade
vositiva de Deus.
Para o homem desempenhar seu papel e alcançar a
eterna bem-aventurança não somente cumpre-lhe acreditar
nas verdades que a fé ensina e se acham r esumidas no
símbolo, acresce ainda observar os preceitos que Deus
impõe, quer na lei natural exarada no fundo da cons-
ciência, quer nas leis positivas que Deus revelou.
Distinguimos, com efeito, duas partes na moral i
uma natural, a outra cristã. A moral natural determina
os co tumes segundo a r eta razão ; é a que a filosofia
en ina e convém a qualquer homem, seja qual fôr a sua
r eligião. A moral cristã vai ma~s longe. Além_de preceituar
tudo quanto encerra a moral natural, aperfeiçoa-a inspi-
rando-se mai alto; toma, como normas, não só as luzes
da simples razão, senão os ensinos ministrados pelo próprio
D eus, por osso Senhor J esus Cristo e apresentados aos
fi éis pela autoridade da I greja. Enquanto a primeira só
atende à razão e se denomina orgulhosamente moral
filosófica ou mdependente, não hesita a segunda, mais
130 DECÁLOGO

perfeita, em confessar-se dependente de Deus. Com efeito,


D eus está na base, êle é quem manda. Está no vértice:
êle é ·quem julga, pune a desobediência ou premeia a
fidelidade.
104. - Dai a conhecer as diversas leis.

R. - Temos a lei natural, a lei divina positiva e as


leis humanas: eclesiásticas oii civis.
ão há propriamente senão ~mna só lei: a suprema
vontade de D eus; é desta que as outras tiram a sua fôrça.
o entanto, essa lei absoluta e eterna pode ser comunicada
de vári os modos. Portanto, distinguimos:
1. 0 A lei natural. - É a lei et erna de Deus, apro-
vando tudo o que é bom, condenando o que é mau, lei
manifestada ao homem p ela razão, ou gravada pelo ins-
tinto na consciência que não foi depravada ou enuviada.
" É ela, diz santo Tomaz, o r eflexo da luz divina em nós,
a p artici:ração_da firiatura inteligente na lei eterna".
2. 0 A lei divina positiva. - É a que Deus acrescenta
à primeira; t r ata das cou as que, p or si próprias, podem
ser indiferentes, tornan do-se contudo boas ou más, em
con equência de uma or dem que, em p articular, Deus nos
clá: por exemplo, esta ou aquela prática de religião, esta
ou aquela proibição. . . Vár ias vêzes, Deus promulgou
lei par a o homem, especialmente em duas épocas: pelo
ministério de Moisés, deu a lei judaica ou mosaica, e, por
J esu Cri to, a lei evangélica ou cristã. Chamam-se ainda
antiga lei e nova lei. '
3. 0 Há também leú humanas. - ão leis feit as pelos
homens, e cujo fim é o bem-estar das sociedades. H á duas
. e pécie : umas dimanam da autoridade religiosa; outras,
da autoridade civil. Aquelas são chamadas leis eclesiás-
ticas; estas, leis civis.
Por termos que desenvolver aqui a moral cristã, isto
é, os deveres que os cristãos têm de praticar, trataremos

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D E C Á L O G O 131

suces ivamente dos mandamentos da lei de Deus ou pre-


ceito divinos contidos no decálogo, e dos mandamentos
da Igreja, impostos a todos os fiéis.
CON CLUSÃO PRÁTICA

o sermão do monte, pronunciou o divino Mestre esta sentença:


" em todos os que clamam: Senhor, Senhor, hão de entrar no
reino dos céus; somen te há de entrar, quem fizer a vontade de meu
Pai que está no céu". (S. Mat ., vu, 21) .
Importa, pois, sobremodo, conhece rmos a vontade de Deus e a
ela nos submetermos plenamente. Ora, não se encont ra esta vontade
na mor al i ndependente, não; mas, sim, n ~ manifestação que Deus,
pela moral r evelada e especialmente pela moral evangélica ou cristã,
f ez das suas intenções e das suas ordens. Davi dizia, falando da
antiga lei de Moisés : "Vossa lei, ó Deus meu, é objeto contínuo da
miiiha meditação". Qu an to mais razão não temos nós para f azermos
da lei mais perfeita de Cristo, a matéria dos nossos estudos, o norte
da nossa vida !. . . H avemos, pois, de estudá-la, com espírito dócil,
nos mandamentos da lei de D eus e da I greja.

MANDAMENTOS da LEI de DEUS


ou
DECÁLOGO

;
No t a. - Logo apó s cada p ergunta, as primei ras linhas em grifo podem ser
decoradas e r ecitadas pelos alunos.

NOÇÕES GE RAIS
Decálogo: históri a, preceitos. - Obrigação do observar o decálogo.

105. - Que é o decálogo?


R. - A palavra decálogo designa os mandamentos
da lei de Deus. São dez :
1.0 Amar a Deus sôbre tôdas as coitsas ;
2. 0 Não tomar seu santo Nome em vão;
3. 0 Guardar domingos e festas;

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132 DECÁLOGO

-4.0 Honrar pai e mãe;


5. 0 Não matar;
6. 0 Não pecar contra a castidade;
7. 0 Não furtar;
8. 0 Não levantar falso testemunho;
9.0 Não desejar a mulher do próximo;
(
10. 0 Não cobiçar as cousas alheias.
A palavra decálogo (de dois vocábulos gregos, dez
e palavra) emprega-se para designar os dez mandamentos
que Deus promulgou para seu povo no monte Sinai; e
Nosso Senhor rena.vou no Evangelho.

No Sinai, D eus entrega o decálogo a Moisés.

Êstes preceitos existiam antes, pelo menos quanto à


substância, na lei natural, que Deus tinha gr ;:i.vado no
coraçã:o do homem desde o comêço do mundo. Porém,
ficavam esquecidos, e Deus, diz Bossuet, re olveu lavrar
n a pedra o que o homem já não podia mai ler no coração.
\. Moí é narrou esta maravilhosa promulgação, da
qu al tinha sido testemunha, ou melhor, medianeiro. Era
DECÁLOGO 139

para o ano de 2500 da criação, uns 1700 anos antes de


J e us Cristo. O povo hebraico, liberto das cadeias do
Egito, tinha atrave ado o mar Vermelho, e chegara às
fraldas do Horeb. Cinquenta dia tinham decorrido desde
a aída do Egito; o povo todo e tava arranchado ao pé
do monte; somente Mois's r ecebera ordem para galgar
a encosta. De repente, ao levantar do sol, densa nuvem
envolveu a montanha que apareceu completamente abra-
sada. Em meio do r elâmpagos e do trovão, reboou uma
voz temerosa que dizia, para todo o povo ouvir:
I. " ou eu o Senhor, vosso Deus, que vos tirei da
terra do Egito, ela casa ele servidão. Diante de mim, não
terei outro deuses. Ião far ei imagens esculpidas, nem
qualquer figura para adorá-las ou servi-las.
II. ão jurareis em vão o nome do Senhor vosso
Deus.
III. Lembrai-vos de santifi car o dia do Senhor.
IV ... Honrai vo o pai e vo a mãe para terdes sôbre
a t rra vida dilatada.
V. Não matarei .
VI. o pecado de impureza.
Ião furtareis.
.. ão levantarei falso te temunho contra o
próximo.
I . ão de ejareis a mulher elo próximo.
X . Não obiçarei ua ca a, n em seu servo, nem sua
criada, nem eu boi , n em seu jumento, nem cou a alguma
do que lh pertenc " (&codo, xx) .
F ormulado ê te dez preceito , Deu os escreveu
ôbr dua tábua de pedra que entregou a seu servo
Moi é .
primeira tábua trazia o trê primeiro manda-
mentos que determinam nos o devere para com D eus :
a egunda, os ete outros que determinam nossos deveres

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134 DECÁLOGO

para com o próximo. Sabe-se que Moisés, ao encontrar


o povo de Israel prostrado em adoração diante de um
bezerro de ouro, em justo arroubo de cólera, quebrou as
tábuas da lei: Deus lhe entregou outras; conservaram.-
nas preciosamente na Arca de aliança, debaixo do Ta-
bernáculo, e mais tarde, foram depositadas no Santo
dos santos do templo de Jerusalém. Desapareceram no
incêndio da cidade e do templo, quando êstes foram
assolados por Nabucodonosor.
106. - Temos obrigação de observar os mandamentos da lei
de Deus?

R. - Sim: somos obrigados a observar os manda-


mentos da lei de Deus, e basta pecarmos gravemente
contra um s'ó dêles para merecermos o inferno.
Sim, devemos observar os mandamentos da lei ·de
Deus, pois:
1.0 Sendo o decálogo r esumo da lei natural e desen-
volvimento dos dever es sagrados que nos dita o consciência,
r esulta, para t odo o homem, a obrigação severa, rigorosa,
de obser vá-los como os conhece.
2.0 osso Senhor, longe de revogar os preceitos do
decálogo, pelo contrário, promulgou-os de novo no
E vangelho.
Um dia, veio u m jovem perguntar-lhe: " Senhor, que
me cumpr e fazer para ter a vida eterna?" Respondeu
J esus : "Observai os mandamentos. - E quais manda-
mentos 1" Entrou então o Salvador a lembrar os preceitos
do decálogo.
Logo vigoram tanto debaixo da lei cristã como ,de-
baixo da lei judaica.
3. 0 Mais; Deus é juiz e remunerador: há de r ecom-
pensar os que seguirem seus mandamentos; há de punir
os que os postergarem, de modo que, quem não quiser
obedecer por amor, assim mesmo deve fazê-lo por receio,

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D l!l O Á L O O O 135

s ntimentó

ou o ca t igo da

1
nlnndo dn l i qu d rn, dizin l us no povo c1 tara 1. "Mi nh as
pnlnv rna hii d s r grnvndns no t u orn~iio; tu ns m ditnrús nn
tun morndn nos cnminhos, n11l 1J d nclo l'm e l' a, no n orclnr s;
s l'iiO c1 algnmn sort sc riln1:1 nn ln n rnfi , nns pol'tns do. tuo.
nsn . .. " ( Dou t., rv, 619) .

1. 0 MA Mi T
Amai· u D u ôbt tôda a ou a .
Divi siio d nsstmto

107. - Q?w orclona D ous pel o vrimciro manclamontol


R. - Deus ord na <lfretarnente de amá-lo e adorá-lo ;
mas, por ·ste fato, enc rra implícit a e indfretamente a
obrigação de crer em eits nêle pôr tôda a espemnça.

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13'6 1.º MANDAMENTO

Dali, quatro deveres: 1.0 crer em Deus; 2.0 esperar


,nêle; 3. 0 amá-lo com todo o coração; 4. 0 adorá-lo e não
adorar senão a êle só.
Satisfazemos à três primeiras obrigações pela prática
de três virtudes: f é, esperança, caridade. Estas virtudes
são chamadas teologais, por terem Deus como objeto
imediato e se relacionarem diretamente com êle. Teremos,
portanto, que e tudar primeiro estas três virtudes e os
deveres que impõem.
Quanto à quarta obrigação imposta pelo primeiro
mandamento, é preenchida p elo culto ou adoração. Êste
dever dará ensejo de e tudar primeiro o culto qiie devemQs
a D eus, depois o pecados que se podem cometer contra
a adoração, e enfim, os diferent es ciiltos que tributamos:
1. 0 a No a Senhora; 2.0 aos anjos e aos santos; 3. 0 à
cruz, às relíquias e à imagen._s.
§ 1. - Fé.
Fé. - Sua necessidade. - Verdades que é preciso efonhecer e crer. - Princi·
pais pecados: l.º contra a f é em geral; 2. 0 contra a f é interior; 3 .0
contra a f é exterior.

108. - Que é a fé?


R. - A 'fé é iima virtude sobrenatural infundida por
D eiis, pela qual cremos firmemente tôdas as verdades
reveladas pelo mesmo Deus e propostas pela Igreja.
A fé é chamada virtude por ser, com efeito, incli-
nação, hábito da alma, que leva ao bem; sobrenatural
porque não e pode adquirir, nem praticar com as únicas .
fôrça humanas, senão que é formada em nós pela graça
e tende para um bem não terrestre e natural, e sim
espiritual e eterno.
E ta di posição, - como a . da esperança e da cari-
dade, - nos é comunicada no batismo. Pela fé, cremos
finn ernente, isto é, sem dúvida alguma, tôdas as verdades
reveladas por Deu e ensinadas pela Igreja, e se as cr emos,

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F É 137
'
é pela autoridade da palavra de D eus, isto é, nós nos
firmamo na veracidade de D u , que não pode iludir-nos
nem enganar- e. O te temunho que dá o homem pode
falhar; o de D u , por'm, ' infalível, e nisto funda 7se a
certeza ab oluta da fé dos cristão .

FÉ. - R adica-se na cruz e na santíssima Eucar istia; como os anjos,


eleva-se até o céu,; alcançci a palma do martí rio e da vit6ria.

109. - Será a f é neces ária à salvação? Quais são as verdades


qiiedevemos 11iais circunstanciada?nente conhecer e acreditar para
sermos salvos?
R. - im, a f é é ab olidaniente n ece sária à salvação ;
ela é o fundam ento e a raiz da jiistificação.
Para nos salv annos, devemos crer implicitamente
tôdas as verdades por D eiis reveladas e ensinadas pela
I greja e, de modo explícito e particular :
1. 0 A existên cia de iim Deits único, que tiido criou
e tudo gov erna por sua P1·ovidência;
2. 0 A exist ência da alma imortal e da vida fiitura,
onde D eus recompensa os bons e castiga os maus : por-
!anto, certeza do céii e do inferno;

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138 DE CÁL OGO

3. 0 Os três principais mistérios de nossa santa reli-


gião : trindade, in carnação e redenção.
I. im, a fé é absolutamente nece sária à salvação.
" em ela, diz ão Paulo, é impo ível agradarmos a
Deus" (H ebr., xv, 6) e, portanto, impo ível alcançarmos
o céu. Segundo reza o concílio de Trento, é o fundamento
e a raiz da justificação. em a fé, não se pode obter o
perdão, n em chegar à glória.
II. O objeto da fé é o conjunto das verdade
revelada . Porém, não há necessidade de acreditar da
mesma maneira tôdas as verdades da f é. Umas, devemo
crer explicitamente, i to é, em particular e no porme-
nores; outra , basta crê-las implicitamente, isto é, em
geral. Se eu dis er, por exemplo: " Creio tudo quanto
cr ê e ensina a anta Igreja", faço um ato de fé implícita
em todos o dogmas revelados por Deus. Esta fé geral,
porém, não é suficiente. H á verdades que o cristão deve
cr er de modo explícito e particular, as quais, portanto, tem
de conhecer detalhadamente. este número incluem-se:
1. A exi tência de um Deus único, que tudo criou
0

e tudo governa por sua Providência;


2. 0 A existAneia da á'lma imortal e da vida futura,
onde Deu r ecompen a os bons e castiga o maus: por-
tanto, certeza do céu e do inferno;
3. 0 É nece ár io também conhecer e crer o três
principais mi tério de nos a santa r eligião: trindade,
inearnação e r edenção.
Para o cr i tão, é também dever, ainda que não tão
r igoroso talvez, contudo grave: a) conhecer e cr er os
artigo · do ímbolo; b) aber, ao meno quanto às idéias,
a oração dominical, os mandamento da lei de Deus e da
I grej a ; c) aber e crer o que ensina a I(7reja a re peito
do sacramentos já r ecebidos ou por r eceber, e enfim,

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ESP E RANÇA 139

conhecer a di po ições requeridas para sua conveniente


e digna recepção.
Acr e centemos ainda que não ba ta ter a fé interior,
isto é, a que r eside no coração ; mas é necessário, às vêzes,
profes á-la ext eriormente por palavras e atos. Nosso
Senhor declara que há de r enegar perante o seu Pai os
que o tiverem r enegado perante os homen (S. Mat., x,
32) . Ora, esta obrigação de professar exteriormente a
f é exi te sempre que o silêncio ou a abstenção havia de
ser injúria a Deus ou à religião, ou dar ao próximo
escân dalo grave.
. 110. - Quais são os principais pecados que se podem cometer
contra a f é?

R. -Pode-se pecar contra a f é :


1. 0 P or n egligência em instruir-se pessoalmente das
verdades que citmpre saber e crer.
2. 0 P or falta de zêlo e cautela deix ando-se afrouxar
oit perder a f é.
P eca-se contra a f é interior por infid elidad e, heresia
e apostasia e, contra a f é exteri or, por indiferença prática
e por respeito humano.
Especialmente hoj e em dia, são muitos, infelizmente
' os pecados contra a fé .
I . Mencionemos primeiro, nas disposições gerll;is:
1.0 A neglig ência em instruir-se pessoalmente das
verdades que cumpre saber e crer, e, para os pais e
mestres, o descuído do importante dever de mandar
instruir os filhos e empregados.
2.0 A f alta de zêlo e caut ela nos que possuem a fé
e a deixam afrouxar ou perder-se. A leitura de livros
contra a fé, o convívio com pessoas ímpias ou de f é
apoucada, são um perigo contra o qual devemos andar de
sobreaviso.

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140 D E C Á L O G O

II. Contra a 1é interior, há três pecados principais,


São:
· 1.0 A infidelidade. - Consiste em não querer aceitar
a fé, . nem acreditar na doutrina cristã. A ' infidelidade,
contudo, é falta, somente quando voluntária, isto é,
quando rejeitamos a verdade, de caso pensado.
2. 0 A heresia. - É pecado daquele que nega,
teimando, alguma verdade da fé. A heresia acarreta a
excor11//.mhão para quem faz profissão exterior e obstinada
de algum êrro contra a fé: filiando-se.. por exemplo aos
herege , ao seu culto, de modo habitual e continuado.
Certos erros modernos condenados pelo Sílabus de
Pio IX ( 1864), pelo concílio do Vaticano (1869-70),
por Pio X na Encíclica Pascendi (1907 ), arrolam-se nas
heresia ; por exemplo: o ateísmo, que nega a Deus; o
racionalismo, muito chegado à incredulida~de, que não
quer admitir senão o que abrangem as raias da razão;
o materialismo, que nada vê nem crê além da matéria
sensível e palpável; o cepticismo ou dúvida voluntária das
verdades da fé, terminando por não aceitar mais certeza
alguma; o modernismo, fal a adaptação da doutrina
católica às preten as exigências da sociedade atual.
3. 0 A apostasia. - É o pecado de quem, tendo feito
profis ão da fé católica, a rejeita completamente, passando
para a infidelidade, o judaísmo, o maometismo etc.... H.
Para os cri tãos, o materialismo, o niilismo e o tal chama o
livre pensamento con tituem uma espécie de apostasia.
III. Enfim, relativamente à 1é exterior, notamos
como faltas principais:
l.º A indiferença prática. É descuído repetido
que leva a eximir-se por êste ou aquele pretexto, dos
devere religio os que a fé impõe. Muito fàcilmente tal
descuido pode vir a ser estôrvo que causa a perda da fé
em quem o comete, e dá escândalo ao próximo.
ESPERANÇA Hl

2. 0 O respeito humano. - É uma cobardia; consiste


em corar da fé, em não ousar parecer cristão por mêdo
da crítica ou dos juízos do mundo.

CONCLUSÃO PRÁTICA

Propriamente falando, não é a fé o resultado dos nossos


esforços ou da nossa vontade, é um dom de Deus; o primeiro meio,
então, para adquiri-la e conservá-la será pedir êste dom pela oração.
"Senhor, diziam os di cipulos, fortalecei, aumentai a nossa fé' '·
Entretanto, robustece-se pela in strução r elig iosa, pelo estudo do
cristianismo nos livros sérios, e critos por quem coul1ece a r eligião.
O cristão de ve acautelar- e contra os maus livros. Existe em
Roma uma congregação chamad a do índice, fundada por Pio IV,
em 1()94. Assiste-lhe o dever de examinar os livros e condená-los
quando perigosos quer para a fé, quer para os co tumes. egundo
as regras do í ndice, revistas em 1 97 por ordem de Leão XIII, é
proibido expr essamente ler livros de hereges tratando especialmente
de matérias r eligio as. Aquele que, ciente, infringe e ta proibição,
não só é culpado de desobediência g rave, como também in orre
na excomunhão r eservada ao umo Pontífice.
lll proibido igualmente, sob pena ele pecado, ler jornais e
revistas, cujo plano determinado é combater a religião ou os
costumes.
§ II . - E perança.
Eeperançn: eeu duplo objeto. - Tr ês motivos de espernuçn cri stã :
P ecados contra a pernnçn : 1.0 presunção ; 2. 0 desesp êro.

111. - Que é a esperança?

R. - A perança ' itma virfode sobrenatitral infun-


dida por D u pela qual confiamo alcançar do m esmo
Deits a viela t erna e o m io n eces ária para con egui-la.
e p rança, como a fé, tem origem obrenatural;
vem de D u · receb mo-la no bati mo · eu fim ' obre-
natural, como o da f ' ; põe a mira em bens m lhor do
que o ben da t rra. orno a f é, ' nece ária à alvação.
E critura aO'rada fala amiúde da obrigação depormo
em Deus a no a confiança.

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142 D E C Á L O O O

e per ança tem objeto duplo:


O primeiro, e encial e final é o cétt, glória eterna,
uprema bem-aven urança, con i tindo na vi ão e no gôzo
de Deus. É o próprio fim da no a criação.
O egundo obj eto, ão o ocorro de que carecemo
para alcançar êste fim . ma palavra o re ume: a graça.
oncebe- e que Deu , querendo ê te fim sobrenatural,
e tá obrigado a propor cionar-no meio para a ingi-lo.
O Rei-Profeta diz : " Deu no dará graça e glória"

ESPERA N ÇA. - Â.peaar da coroa de upin/1oa, .ent e a lu z celutlnl que rem


do culto e, com-0 4ncora in abalável, tem certeza de alcançar u m dia a palma
da vit6ria.

( almos, LXXXIII, 12). Portanto devemos e perar a luz,


a fôrça, o ocorro, a per everança, e me mo o arrependi-
mento se fôr preci o.
P elo que r espeita ao bens temporms, é sômen e de
modo indireto que ão objeto da no a e perança; is o é,
devemo e perar de Deu o que fôr nece ário, pois emos
dêle prome a formal, e e perar ainda o. ben. úteis,
contanto que esta no a esperança seja submi sa e
ESPERANÇA 143

conformada à vontade de Deu , não sendo ê tes bens


prejudiciai à no a alvação.
112. - Qitais são os motivos da esperança cristã?
R. - Podemos apontar três motivos de esperança
que lhe comitnicam certeza absoluta :
1. 0 A bondade infinita de Deusj
2. 0 As promessas formais de Deusj
3.0 Os m éritos de J esus Cristo.
{ l. 0 A bondade infinita de Deiis . - A simples razão
diz, com efeito, a sim como a fé, que Deus nosso Criador
e Pai, é bom e poderoso. Por outra parte, somos pobres
e infelize . Sua bondade e no sa fraqueza compelem,
portanto, Deus a conceder-nos os socorros que esperamos.
2. 0 As promessas formais de D eus. - "Há de ser,
êle me mo o diz, no sa r ecompensa infinitamente grande".
Com razão, fala o apóstolo são Paulo:
" Êle fêz a prome sa, e esta promessa, jurou cumpri-la
para dar à no sa e perança mais fôrça" (Hebr., VI, 17);
e sabemo que Deu não mente.
3. 0 Os méritos de Jesus Cristo. - De antemão,
No so Senhor pagou a graça e a glória que esperamos,
não com ouro ou prata, mas com o preço do seu sangue .
.'.' Deu , diz ainda S. Paulo, dando-nos seu Filho, por êle
deu-nos tudo" (Rom., VIII, 32). " Mas êste Filho, tendo
oferecido sangue e vida por nossa salvação, vem a ser
ba e egura da nos a esperança" (I Tim., 1, 1).
/
113. - Quais são os principais pecados contra a esperança?
R.- Os pecados contra a esperança resumem-se em
dois : pecados por excesso e pecados por falta. O excesso
chama-se presimção j a falta chama-se des espêro.
/Í>resimção é confiança excessiva pela qual, ousada-
mente, contamos com o céu e a graça. Deixar de con-
verter-se por enquanto, a pretexto que Deus é muito bom

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144 D E O Á L O G O-

para nos abandonar ao inferno e será bastante pedirmos


perdão na hora da morte; contar com as próprias fôrças
e cuidar que sem a graça havemos de salvar-nos; ficar
na oca iões de pecado dizendo : "Qual ! hei de resistir... " ;
não no valer dos _meio estabelecidos por Deus, oração,
sacramento , pen ando que poderemos assim mesmo
morrer na graça: eis pecados de pre unção.
O apó tolo são Pedro, pela grande confiança que
tinha em i próprio e por ua tríplice apostasia, vem a
er exemplo frisante da pre unção e suas consequências.
D esespêro, pelo contrário, é desconfiança excessiva
e voluntária da bondade de Deus, que nos leva a desco-
roçoar, e afa ta-no do no o fim, do céu. Eis pecados de
de e pêro : julgar- e r éprobo, aconteça o que acontecer,
por cau a da falta cometida , do maus hábitos que
e t em; considerar- e, na adversidade, desamparado dé
Deu ; queixar - e da Providência; . desejar a morte;
uicidar-se ; arredar- e por de ânimo, da oração e dos
acr amento fi cando a im sem fôrça, sem defesa ... Caim.
e J udas apr e ent am, ambos, exemplos do pecado de
dese pêr o, o qual geralmente, é mais grave que o pecado
de presunçã~/
CO'NCLUSÃO PRÁTICA

"Cometer pecado mortal, diz santo I sidoro, é dar a morte à


alma; entregar-se ao desespêro, é de cer ao inferno" . - "Amanhã,
vou me converter, diz o pecador ousado. - Insensato! Tesponde
o Senhor, esta mesma noite, Deus há de pedir a tua alma".
O verdadeiro cristão vai caminhando entre êstes dois abismos:
desespêro e presunção. Confia em Deus, mas desconfia muito de
si próprio. Antes da culpa, a justiça de Deus o assusta ; depois
dela, espera na misericórdia divina.
"O bom ladrão, diz santo Agostinho, foi convertido e salvo
na hora da morte. Sim, mas o mau ladrão não recebeu o mesmo
f avo r. Aqui está um que se salva na l!ora da morte : não desespereis.
É um só: não fiqueis confiados demais".

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CARIDA D E 145

§ III. - Oaridade .

A C'aridacl e: objeto duplo . - I Amor ele D eus: cariciado perf ita e imp erfeita.
- P ecados opo tos ao amor de Deu s.

114. - Qite é a caridade?

R. - A caridade é mna virt~l de sobrenatiwal infitn-


dida por D eus pela qnal o arnarnos sóbre tódas as cousas
e ao y1·óxirno corno a nós mesmos por amor de Deus.
{É o acramento de bati mo que infunde na alma

ÜAlUDADE. -Ama a D eus de todo o coração, e, vor amor de D eus, ama


ao vr6ximo como a si mesma, a exemvlo ele são V icente de Paulo e dai
Irmãs de Ca,.idcide.

a caridade, virtude cristã e sobrenatural, assim como


infunde a fé e a e perança. Ela tem objeto duplo:
primeiro, Deils, que amamos por êle mesmo, acima de
tudo o mais; depois, o próxinio que amamos por D eus;
e eis porque, na lei evangélica, o amor do próximo muito
se distancia do mero sentimento de altruísmo, humanidade
ou filantropia. Nada fo i mais vêzes nem mais claramente
definido por osso Senhor do que esta dupla lei da

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146 D E O Á L O G O

caridade, que é, pode-se dizer, o resumo da religião.


"Amareis, diz êle, o Senhor vosso Deus, é o primeiro e
maior dos mand~mentos e aqui tendes o segundo manda-
mento, semelhante ao primeiro: Amareis ao vosso próximo
como a vós mesmos " (S. Mat. , xxn, 37-39 ) . Portanto, a
caridade é considerada como a mais perfeita das virtudes
t eologais, e diz ainda S. P aulo que a fé, capaz embora
de r emover os montes, não teria, sem a caridade, valor
algum.
P assemos agora a explanar seu duplo objeto: Deus
e o próxim ~

1. - Amor de Deus.

115. -Há quantas maneiras de amar a Deus?

R. - Distingiiimos duas : uma é chamada caridade


perfeita; outra, caridade imperfeita.
A primeira consiste em amar a Deus por êle mesmo,
pelas perfeições que o tornam infinitamente amável e
não pelos benefícios que nos depara: pois, neste último
motivo, transparecem uns laivos de egoísmo, e haverá
nisto algo de menos generoso . Desenvolvendo esta caridade
perfeita, manda o preceito que amemos a Deus "acima
de tôda as cou as, com todo o nosso coração, com tôda
a nossa alma, tôdas a nossas fôrças" (S. Mat., xxn) .
Para ser perfeito, portanto, o amor de Deus deve
exceder todos os demais afetos, de forma que estejamos
prontos a sacrificar tudo ante de separar-nos de Deus.
Êste amor patenteia-se melhor nos atos que nas palavras;
poderemos crer que o possuímos quando fizermos tudo
quanto Deu~ manda, e evitarmos tudo quanto proíbe.
Enfim, nos o coração, nossa alma, nossas fôrças estão
na verdade consagradas a Deus, e lhe oferecemos todos
os nossos afetos, nossas ações tôdas, refe_rindo-lhe tudo
CARIDADE 147

de tal modo que eja êle deveras a nossa meta última,


o nosso escopo final.
Se a caridade não tiver as condições que aduzimos,
será somente imperfeita. Isto não significa que tal
caridade seja culpada, ou de censurar, não; pois ainda
que imperfeita, a caridade é boa, é um sentimento honroso
que leva a amar a Deus por gratidão. Porém, esta cari-
dade imperfeita é in uficiente por si mesma: não satisfaz
por completo ao preceito, por isso cumpre fazermos mais,
de vez em quando, atos• de caridade perfeita.
116. - Quais são os pecados opostos ao amor de D eus?

R. - T odo e qualqiier pecado é oposto ao amor de


Deus. Opõem-se mais diretamente à caridadé: 1.º o ódio
de Deusj 2. 0 o esquecimento de Deusj 3. 0 as preferências
qne damos às criaturas.
Qualquer pecado, em geral, é opo to ao amor de
Deu , porque tôda a de obediência importa numa falta
de amor para com Deu . Qualquer pecado mortal em
particular, é contrário, essencialmente, à caridade, pois
apaga esta virtude no coração do culpado.
Mas os p ecados mai diretamente opostos ao amor
., de Deus ão:
1.0 O ódio de Deus, pecado do qual nem podemos
fazer idéia, sendo Deus a própria bondad e; e no entanto,
há quem o insulte, quem o bla feme, e se esmere em
derrubar-lhe o reino e a religião ; é o ódio que o perturba
e lhes transtorna as faculdades.
2. 0 O esqiiecirnento de Deus. - Externa-se pelo
de cuido ou de gô t o nos deveres religio os.
3. 0 A preferência que damos às criaturas contra
Deu , quando amamo nossos pai ou outras pe oas mais
que Deu , ou me mo, tanto como êle.

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148 DECÁLOGO

CONCLUSÃO P RÁTICA

R elativa aos atos das virtudes teologais.

"Se alguém ·me amar, diz N osso Senh or, guardará a minha
palavr a " . O amor de Deus prova-se portanto pelas obras. É o que
levava o ap óstolo S. J oão a dizer: " Quem disser que conhece a
Deus e não observar seus mandamentos é um mentir oso".
Uma das manifestações mais excelentes do nosso amor de Deus
ser á levantarmos p ara êle nossos p ensamentos e n osso coração,
rezando os at os das virtudes t eologais.
O cristão é obriga do a f azer affVs de fé, de esperança e
caridade :
L o Quando ch ega à idade de r azão e conhece seus deveres
p ara com Deus:
2. 0 N a hora da mo r te, quando est á p ara voltar a Deus.
3.0 De t empos a t empos ~o decor rer da vida . P or esta expressão
de t empos a t empos, entende-se ger almente t odos os meses mais
ou menos, e quem passasse êst e prazo, talvez comet esse pecado
grave. T odavia, desempenha seu dever o que reza alguma oração
• contendo êstes atos, como seja o P adre No sso, o Sím bolo, se bem·
que n ão empregue a fó rmula própria dos atos.
4. 0 H á casos especiais em que temos de f azer at os de fé, de
esperança e caridade; ser á por exemplõ, quando estivermos tenta dos
contr a esta ou aquela virtude, quando quisermos cumprir certos
deveres r eligiosos que os exigem, como receber os sacr ament os de
penitência, de eucaristia.
Ato de fé. - Eu cr eio firmemente que há um só Deus em três
pessoas realmente distintas, Padre, Filho e E spírit o S anto ; que
dá o céu aos bons e o inferno aos maus para sempre.
Cr eio que o Filho de Deus se fez homem, padeceu e mor reu
n a cruz para nos salvar, e ao terceiro dia ressuscitou. Cl'eio t odo o
mais que crê e ensina a Santa I greja Católica, Apostólica, Roman a;
p orque Deus, verdade infalível, lho revelou. E nesta crença quero
viver e morrer.
Ato de esperança. - Eu espero, meu Deus, com firme
·confiança, que, pelos merecim entos de meu Senhor Jesus Cristo, me
dareis a salvação eterna e as graças necessárias para consegui-la ;
porque Vós, sumamente bom e poderoso, o ha,·eis prometido a quem
observar fielmente os vossos mandamentos, como eu proponho faze r
com o vosso auxílio.

I,
A lt lDADlC 149

A lo r7o rnrir7rul . - lil11 os nmo, m u D 11 a, c1 t elo o l'll i'Lo


R0b r tOdn R íl A (' 111;1\A, 101·q11 HO ÍH inri 11i l11111 nL b m nrnftv 1;
nn leA <pr (l rO Jl rd r tncl o rp1 VO H ore nd 1'. P or n ni or d vóA, nrn
no pr6x i1110 •0 111 0 1t rnirn llll'H lllO .
A to.q 1·0.~11111 i do ,q, - M 11 l 11 R, (' r io L11do q11nnto nAi11n. voARlt
Tgr jn i H!Hll'O 111 ÓH, porq 11 HO ÍH •lc•111 ônc•i1t i110f(, lllllO · a
ll br IOdnH !lf! HO ÍH bo ndncl inrin il a.

li. - A mor <lo próx imo.


T"O" d o 1' ffi'M <Jll nhl'nn g m : 1,0 o 11m01· <loR ln lml goR; 2 .0 n Rmo ln ; A.º 1\
l'l'OC o fr11 1o r11 11 - P m•11eloH 1•0 111,.,. o 111110,. 1\0 p 1·6 . lmo.

] 17. - E.r,71/irfl i o d ever dri Mi·irlrir7 1wrri roni o pr6ximo.

H,. - JI cori dad 7){(1·n corn, o p1·6r1'mo


clri q1/(/l o m1111(/o ant ir;o 11oclo .rn/J?'a, q11, Nosso i.

l ro11 x à 1 ?'?'Ct. C1 cmsis l m amor o pr6ximo is t


os hom 11s in O?JJ !Í l o. 71 or !) 11 s.

O IJ111 11 H1111,,11·1tu110 : 11,c1111111/o 111•1·/n1 10 rl n 1·111'irl111f n 11111·n 00111 o 11r6:rimo.

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150 D E C Á L O G O

os pais; depois, os irmão , irmãs e demais parentes;


depoi , no o amigos, benfeitore , concidadãos, e enfim,
os estrangeiros.
A caridade cristã leva a amar o próximo por D eus,
i to é, no intuito de agradar a Deu , tomando o próprio
J e us Cri to como modêlo e objeto da no a caridade.
O cri tão trata de não se conformar Un.icamente
com um sentimento de humanidade, ma reve te seus
atos carido o com intenções mai nobres, procurando
in piraçõe em fonte mais elevadas e perfeitas. Lem-
bra- e : 1. 0 que o mandamento de amar o próximo não
se ba eia õmente na lei natural, que ordena de amar
os semelhantes, senão na lei po itiva de Nosso Senhor:
"Eu vo dou, diz êle, um mandamento novo, é que vos
amei un aos outro " ( . João, xm, 34) ; 2. 0 que todos
o homens, já irmão por cau a de Adão, foram unidos
mai estreitamente ainda por Jesus Cristo, que a todos
re gat ou com seu angueJ
118. - Quais são os principais deveres que abrange o preceito
da caridade para com o próximo?

R. - A regra geral ' amar ao próximo como a nós


m es mos. L ogo, cumpre: 1. 0 não term os raiva de ninguém;
2. 0 des ejarmos, p elo contrário, para todos, o bem espiritual
e t emporal que desejamos para nós mesmos; 3.0 fazermos,
de fato, aos outros, todo o bem que razoavelmente quisé-
ramo nos fizessem; 4. 0 orarmos pelo próximo.
llías, no detalhe, deparamos, no dever da caridade,
três obrigações especiai : J. 0 o amor dos inimigos; 2. 0 a
esmola; 3. 0 a correção fraterna.
1. 0 O amor dos inimigos não ' n nhum conselho de
l erfeição, ma sim preceito impo to por osso enhor,
"E u "º digo: mai vo o inimigos, fazei bem aos que
vo odeiam" ( . Mat . v, 44). Perdoarmo no fundo do
coração, rep lirmo qualquer ódio ou de ejo de vingança
aceitarmo · a. desculpa de quem nos ofendeu, e a pedir
CARIDADE 151

e abrangê-lo pelo menos na caridade comum; é isto,


quando menos, o que exige de nós o preceito de Cristo.
A não er as im, com que direito poderíamos dizer a
Deus: " P erdoai-nos as no sas dívidas assim como nós
perdoamos .. . "?
2.0 A esmola, tão pouco, não é somente conselho,
ma im, preceito po itivo para todos o que a podem
dar. O mau rico da parábola é condenado ao inferno, só
por não ter dado esmola. ob pena de falta grave, e na
proporção de suas posse , as pessoas ricas devem aliviar
o pobre que e acham em n ecessidade comitm, ist o é,
os que a cu to ganham o sustento; com mai r azão têm
de auxiliar a quem e ~ch a em n ecessidade mais urgente,
dando até mais que o supérfluo.
3. 0 A correção fraterna. - É obra de caridade
espiritual, como a esmola é obra da caridade corporal.
on iste em avisar o próximo do eus defeitos e das suas
falta , quando isto s pod fazer sem inconveniente sério
e quando, aliás, há motivo de esperar fruto da correção.
Ê te dever a i te e p cialmente aos uperiore .

119. - Q1tais são os pecados contrários ao a1ltor do próximo ?


R. - on tifaem falta contrária ao amor do pró-
., ximo o de citido do d vere acima lembrados e, mais
particularmente, o ódio a discórdia e o e cândalo.
de cuido do devere acima lembrado pode cons-
tituir falta contrária ao amor do próximo. Há, porém,
vano pecado mai particularmente oposto a esta
virtude. a ordem natural, ão o ódio e a dis córdia; na
ord m piritual, o escândalo.
1.0 ódio ' ntim nto de averão contra o próximo;
leva-no a ficar om raiva dêle ou a de ejar que lhe
aconteça alO'um mal: a injúria , mau trato , ferimentos,
homi 1c1io daí r e ultam naturalmente. ódio violento
e r fletido é m dúvida pecado mortal.

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152 D E C Á L O G O

2. 0 A discórdia. - E sta palavra designa, em geral,


qualquer dissensão que divide espíritos e corações, e
.quebra, com palavras azêdas ou proceder desleal, o
vínculos da caridade.
3. 0 O escândalo fere o próximo na alma. Chama-se
escândalo qualquer palavra ou ato que vem a ser, para
o próximo, ocasião de ofender a Deus. - Teremos ensejo
de falar nesta falta quando explicarmos o quinto man-
damento.
CONCLUSÃO PRÁTICA

"Se alguém possui bens neste mundo, escreve S. João, e vendo


o irmão em apuros, f echa o coração, e nega-l he socorro, como pode
o amor de Deus p ermanecer n êl e~ Irmãos bem amados, amemo-nos
uns aos outros, pois a caridade é de Deus. Se alguém dis~e r: "Amo
a Deus", e não deixa de odiar o irmão, é mentiroso; pois, como
pode êst e, não amando ao irmão que êle vê, ama r a Deus que êle
não vê~" ( I S. João , III ) .
Os mestres da vida cristã distinguiram e encarecera m sete
obras de misericórdia espiritual: 1. 0 corrigir os que erram; 2.0 '
ensinar os ignora ntes; 3.o da r conselhos a quem precisa; 4.0 consolar
os aflitos; 5. 0 perdoa r as ofensas; 6. 0 sofrer com paciência as
injúrias; 7.0 rezar pelos vivos e p elos mortos.
Distinguem e encarecem também sete obras de misericórdia
corporal: l.º dar de comer a quem tem fome; 2. 0 d51.r de beber a
quem tem sêde; 3.o ve tiros nus; 4. 0 resgatar os cativos; 5. 0 visitar
os doentes e prisioneiros ; 6. 0 hospedar os estrangeiros e viajantes;
7.0 sepultar os mortos.
Debaho dos farr apos é Deus que divisamos; estende a mão
o pobre, mas é Deus qu em recebe (S . Ambrósio).

§ IV. - Adoração.
1. - Culto de adoração ou de latria devido a Deus.
Adoração o u culto d e latria. - Qu a lidades elo culto; deve ser: 1. 0 interior;
2 .º exterior ; 3. 0 públi co. - D ver ela adoração .

120. - Que é adoração?


R. - Adoração ou culto de latria é a honra oit home-
nagem sup1·ema devida a Deus como ao criador e sob erano
senhor de tôdas as cousas.
A D O R A Ç Ã O 159

Quanto mai acima de nós é o ser, tanto


maior honra lb d ra, o ato p lo qual a criatura
re onh e a Deu 01110 u riador e enhor absoluto
'de tôda a ou a ' a honra uprema: ' a adora ão. E
porqu há um ó cria 1or, úni o m tr soberano, re ulta
daí não p rten r o ulto da adora ão enão ao único
D u conforme lembra o primeiro pr ceito do decálogo.

Oulto d e adoração devido a D eus; lem de &er interior, exterior e público.

12 1. - Q1le qualidad es deve t er o culto q1le tribiitamos a Deils ?

R. - D ve ter três qiialidades principais; ser : inte-


rior, ext rior e público :
1. 0 D ve er int rior, isto é, a verdadeira devoção
deve originar- e no coração, e nossa homenag ns tôdas,
e não ü1cluí em a do espírito e da vontade, nenhum
valor t riam. "Os verdadeiro adoradore , dizia Nosso
enhor à Samaritana, hão de adorar o Pai em espírito e
em v rdade" (S. J oão, 1v, 21). Os sentimentos de fé,
sperança, amor e r espeito p rfazem o culto interior.
2. 0 . D ve s r ext erior, isto é, manife tar-se por meio
de atos. O homem, com efeito, não é puro espírito : tem

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154 DECÁLOGO

também um corpo. Ora, deve a Deus a homenagem do


seu ser inteiro, e o corpo deve tomar parte no culto com
atos visíveis, que são: oração vocal, práticas religiosas,
postura respeitosa na presença de Deus. É fato sabido
que o homem é levado a externar seus sentimentos e o
sentimento da adoração mais que qualquer outro. Além
di so, tais manifestaçõe são o amparo do culto interior.
3. 0 D eve ser público, isto é, mostrar-se algumas vêzes
publicamente nas reuniões e assembléias religiosas. O
homem não foi criado para viver isolado; pertence à
sociedade que tem também seus deveres a preencher para
com Deus, e então é preciso, para dar bom exemplo, como
para o cabal e completo desempenho dêsses deveres so-
ciais, que todos participem destas homenagens públicas
e solenes: assistência à missa, aos ofícios da Igreja, às
cerimônias públicas.
122. - Quando devemos particularmente adorar a Deus?

R. - D evemos adorar a Deus todos os dias, de


nianhã e à noite; aos domingos, dia especialmente con-
sagrado a Deus; antes de lhe apresentarmos as nossas
súplicas.
Há tempos determinados para a adoração : 1.0 todos
os dias, de manhã e de noite ; 2. 0 no domingo, especial-
mente consagrado a Deu ; nesse dia, impõe-se a Igreja
o dever de assistir ao santo sacrifício da missa, que é o
ato âe adoração por excelência.
Enfim, deYemos adorar a Deus sempre que necessi-
tamos o seu socorro e começar geralmente nossas orações
por um ato de adoração, pelo qual rememoramos a
presença e majestade infinita de Deus. Tendo-lhe t ribu-
tado as nossas homenagens, estaremos melhor preparados
para apresentar os nossos requerimentos: fim, êste, da
oração.

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A D O R A ÇÃ O 155

CONCLUSÃO PRÁTICA

" A t o de adoração. - Meu Deus, creio que estais aqui presente;


adoro-vos e vos amo de todo o coração; dou-vos infinitas g raças
por me haverdes criado e f ei to na cer no gr ' mio da Igreja a tólica :
por me liaverdes conservado nesta noite (ou neste dia) e preservado
de morte repatina. Em união com os merecimentos de J esus
ri to, de sua Mãe antíssima e de todos os santos, ófereço-vos
todos os meus pensamentos, palavras e obras, para vossa maior
gl ória, m ação de graças po r todos os benefício s que de Vós tenho
recebido e em satisfação de meus pecados. Dignai-vos, Senhor, de
preserva r-me neste dia ( ou nesta noite) do pecado e livrai-me de
todo o mal. Amém".
Esta forma da nossa vassalagem para com Deus, vem mui to
de molde no princípio de todos os nossos atos religiosos e não
podí amos achar expressão mais adequada dos nossos respeitos e
homenagens ao entrar mos numa igreja.

II. - P ecados contra a adoração.


P rincipais pecados opostos à adoração: I . irreligião; 1.0 t entação de D eus;
2.0 ir reverênc ia; 3. 0 sacrilég io. - II. Superstição : idolat ria ; 2 .0 culto
ilegi ti mo ; 3. 0 s up erstições propr iam en te dita s; 4.0 s upers tições modern a s.

123. - Q1tais são os principais pecados opostos d adoração ?

. - II á duas classes de pecados opostos à adoração:


1.0 o pecados de irreligião ou deficiência éj,e adoração;
ãe a t ntação de Deus, a irreverência e o sacrilégio; 2.º
os pecados por excesso : a 'idolatria, o citlto ilegítimo e a
uperstição. ..
Entre as superstições, são mais notáveis certas ope-
11ações magnéticas o espiritismo.
pecado opo to à adoração podem r epartir-se em
dua ela e : un , por defi ciência, ão chamados pecados
de irreligião; outr o , por exce o, chamam- e pecados de
superstição.
I. principai pecado de irreligião são: a tentação
de Deus, a irreverência e o sacrilégio.

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156 D E C Á L O G O

1.0 T entação de D eus. - Tentamos a Deus quando


r equeremos, sem motivo razoável, favor es extraordinários
ou milagres somente para experimentar o poder divino
e sem tomar meios eficazes, idôneos p ara os alcançar.
2. 0 Irr everência. - É o pecado de quem trata sem
respeit~ a r eligião, seus ministros, os lugar es santos,
obj etos bentos, etc.

O sac;;:ílego Heliodoro é castigado pelos anjos.

3. 0 Sacril 'gio. - É mais grave que a irreverência :


é a profanação das cou. as santas. De muitas maneiras
pode-se cometer o sacrilégio : a) para com as p essoas
con agrada a Deus p elas ordens sacr a . votos de r eligião,
ou voto de castidade, eja ferindo-as, eja cometendo, de
parceria com elas, p ecado c1e luxúria; b) para com os
l11gares santos, igrejas, ccmit(,rios, profanando-os pelo
incêndio, homicídio. ato<; indecentes, sepultura de um
infiel ; e) para com as cousa, santas : sacramentos, antos
óleos, vasos sagrado , r elíc1nias, cruze , im agen , para-
mentos e ve tcs sacra ; é sacril ~gio reeeber indignamente

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A D O It A ÃO 157

um acram nto, m I a1-ti •ular


faz r d bj to d ult , 1.
obr tud ultrajar a. ·anta
II. on i te em tributar
devidos
· não a u , tl m que êle
m mo não apr va.
j i o prin ·ipai p ad up r ti ão:

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158 DECÁLOGO

É adivinhação quando se espera o conhecimento do- por-


vir ou de cousas ocultas por meios incapazes por si
mesmos: consultar adivinhadores, indagar dos astros, do
vôo dos pássaros, das cartas, da sorte ominosa ou feliz,
buenadicha, etc.
É magia, experimentando fazer cousas maravilhosas
que passam as fôrças do homem, não podendo ser levadas
a cabo senão com auxílio do demônio. A magia torna-se
sortilégio, feitiço ou malefício quanào redunda em pre-
juízo do próximo. - A I greja condena estas práticas
t ôdas, como Deus as r eprovava para seu povo; quem a
ela se entregasse com acinte de impiedade, cometeria
certamente culpa grave. A ignorância e a boa fé podem
de culpar certa gente menos culta e pode-se admitir em
alguns casos a pouca importância da matéria.
4.0 Enfim, poderiam ser às vêzes supersticiosas
e culpadas certas práticas antigas que aparecem de novo
hoje em dia: operações magnéticas que produzem, além
do ono e do sonambulismo, certos efeitos extraordinários,
ciência das doenças e dos remédios, conhecimento do
futuro ,etc .. . .
Outro tanto diremos da mesas que giram, e, mais
ainda, que falam . A crendice popular muito exagerou os
efeitos extraordinários de tais proces os; apesar de
poderem esta práticas explicar- e às vêzes natural-
mente, a I greja não as recomenda; quando feitas por
influência diabólica, são sempre r eprováveis. O espiri-
tismo, evocação e consultação dos espíritos do outro mun-
do, não é menos ímpio, nem menos diabólico. Deus, na
antiga lei, o proibira rigorosamente. Com igual zêlo e
vigor, reprova-o atualmente a Igreja, e a experiência
demon trou que tem razão. Estas superstições, essencial- .
mente más, importam no transtôrno de tôda a religião, de
tôda a moral; lançam a perturbação nas famílias, e levam
muitas vêzes à ruína, à loucura, ao crime ou ao suicídio.

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OU LTO 1>0 9. S A NT OS 159

OONOL SÃ O PJÚTTCA

À8 vêze9, 09 inimígo9 da religião chamam 09 crl.!Jt.ác8 as 1)-


ticiosos; é censu ra que nã-0 cabe de modo algum à I r ja. :WJ
ao n ino da razá-0 e da reve~o, o verdadeiro cri.!Jt.ác r rva para
Deus só as suas ador~es. abe dí ·m.Í11.ar o culto v rdadeíro
l gíttr1w d udo o que se parece com sup rlltíefi,o; evita tanto as
obaervá:ncúu 11iúJ e riãfculaa quanto a.cata e ve:n ra as eeri:mõnia;
usos autorizados peJa lgr ja. - Deseonfia parlieu.larrnen d do
o que podia ser conluio diaból1eo, e anda sempre lembrado desta
palavra. de um santo doa r : "Qu m gri«:ejar com o d mànfo não
poderlí. jamais alegrar·se com Je as ·sio '. (8. Pedro Crúólogo

§ V. - Culto da an1· 11ima irgem , anj() e anto .

olt.o de duHa oo de boora ; blpeTdoUa. - L ·tlmldtull> u1Dld:&d do cu!W


aos nu ·os e saotos. - Legi i:mld.Ad do cuJto ~ecl11l hibuUdo li
s11ntlsslmA vi rgem.•

124. - Que culto pr 8tarMa il antiasi111a V irg m, aos an jos


e santos!

ulto qu tributamo a santís ima Virgem, aos


anto não ' a adoração ma sim lwm 11ag ni de
r p ito.
ão

ln8 . Ri!U g. -

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160 DE C ÁLOGO

I greja alienta muito bem e ta diferença; a Deu falamo :


"O pão no o de cada dia n o dai hoje, perdoai-nos, etc ... ";
- · a o a Senhora: " Santa Maria, mãe de Deus, rogai
por nó ... "; - a Nos o Senhor : " Tende piedade de nós";
- ao anjo e santo : "Inter cedei por nó "
125. - Será 9 culto dos anjo e dos santos razoável e legitimo?

R. - irn, ê te culto é perfeitamente razoável e


legítimo. Os anjos e os santos são nossos modelos, nossos
benfeitores e as suas orações t êm grande poder junto ao
trono de D eus.
Ê te culto con ta de doi ato : nó o honramos e
inv ocamos.
ju ta que honrá-los?
• P oi , não damo , na terra, mo tra de veneração e r espeito
pais, ao no o uperiore , e particularmente
ao grande homen qu e di tinguem por eus benefício
ou seu pr di cado ~ Guardamo ua lembrança e lhe
eri gimo estátua . O anjos ão criatura mai perfeita
qu n ó e amparam-no ; o anto ão benfeitore e
modelo : logo, baseia - e na razão e na gratidão o culto
que lh tributamo . E ncontra apôio também na tradição
ai tã, isto é, no en inos e exemplo da I greja de de a
sua origem.
2.0 Que eja lícito proveitoso inv ocá-los, não padece
dúvida. i\a t rra, a or ação do ju to já tem poder e é
deferida por Deu ; di to orno ci n e ; e então, não é
razoável pen. ar que no éu, muito maior crédito há de
ter e ta oração~ É ju. tamen e o que r ezam a sagrada
Es ritura . . . nia. e J er mia o profeta, falecido de
havia muito , oravam efi azm nte pelo povo de I srael
( 11 Macab., xv).
:Muita razão, poi t m o concílio triden ino ao
encarecer a audável e útil invocação ao antos ; a

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CULTO DO S SANTOS 161

expenen cia, aliá , todo os dias, desdobra às nossas


vi tas, prova de utilidade e eficácia das nossas orações
apre. entada a Deu por intercessão dos anjos e santos.
126. - Não devemos a li ossa enhora wrn culto especial?

. R. - Sim) a santíssima Virg em tem direito a home-


1iagens speciais e up riores às que tributamos aos santos,
porque ' JYlãe de Deus) nossa JYlãe) e a mais santa e mais
I poderosa das criaturas.
IÁ me mas razões que militam a favor de homenagens
tributada ao anj os e santos, e fl.S tornam legítimas,
reclamam, para a santí sima Virgem, culto especial.
1. 0 Ela é JYlãe de Deus) e por êste título, ocupa, na
criação, lugar glorioso e único.
2. 0 É nossa JYlãe; j á tinha para nós extremos, afeto
d mãe, pois f ôr a chamada a cooperar com seu Filho
na obra da no a r denção ; mai ainda, J esu , na cruz,
no deu Maria como Mãe quando no disse, falando a
ão J oão, que nos r epre entava : " Eis aqui vo sa Mãe!"
Ora, uma mãe merece provas e peciais de t ernura e
gratidão.
3. 0 Enfim, a autíssima Virgem foi, na terra, mais
santa do qu e todos os el ito , e no céu, é a mais poderosa.
P or esta r azõ t Adas, empre a Igr eja praticou e
n inou a devo ·ão a No a enhora. Vinte séculos de
gr aça benefí cio abonam a onfian~a em Maria, mos-
tram que e ta confiança não é cousa inútil, mostram
quanto a()'radam a Deu a homenagens que tributamo
à ua Mãe, que tamb ' m a()' ora veio a er nossa Mãe.
ONCLUSÃO PRÁ1'ICA

Rodeados de contínuo pela proteção dos nossos amigos do


céu, não deixemos passar um dia sequer sem dirigirmo u m ato
de a mor uma oração a s qu foram constituídos sp cialmente
para nos ampara r : ao anjo da guard a ; ao santo padroeiro, cujo
nome recebemos no batismo; aos santos uja vida nos fa la mais

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162 D E C Á L O G O

à alma, ou se parece mais com a nossa, e especialmente àquela qull


é consider ada como Padroeira universal de todos os cristãos.
Vantajosamente nos serviremos para êste fim das orações que
a Igreja põe nos lábios dos fiéis :
"Anjo de Deus, que por divin a piedade sois minha guarda e
proteção, inspirai-me, defendei-me dirigi-me e governai-me. Amém":
"Grande Santo, cujo nome tenho a honra de trazer, orai por
mim, protegei-me para eu poder servir a Deus como o servistes na
terra e glorificá-lo eternamente convosco no céu''. "
O cristão devoto de Nossa Senhora gosta de repetir a bela
oração de São Bernardo :
"Lembrai-vos, 6 puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu
dizer que algum daqueles que recorrer am à vossa proteção, implo-
r aram o vosso socorro, fôsse por vós desamparado. Animado eu,
pois, com igual confiança, a vós Virgem entre tôdas singular, como
a minha mãe r ecorro; de vós me valho, e gemendo sob o pêso de
meus pecados, me prostro aos vossos pés. ão r ejeiteis as minhas
súplicas, 6 Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-vos de as
ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Amém".
(300 dias de ind. cada vez).

§ VI. - Cu1to das relíquia , cruzes, e imagens.

Culto às rel!quias : legítimo, útil. - Culto à cruz. - Culto às santas Ímag~ns.

127. -Dai a conhecer o culto das relíq~ias e o que se deve


pensar a respeito.
R. - O ciilto das santas reUquias é muito legítimo e
miâto útil. Não se refere aos próprios objetos venerados,
mas aos santos de quem são os restos preciosos.
Chamam-se relíquias dos santos principalmente os
r estos de seus corpos, seus 013 os, e também, em sentido
mais lato, ôs objetos que usaram, os instrumentos do seu
suplício, etc. Os eu despojos mortai ão naturalmente
mais importantes e mais dignos do no o r e peito.
A I greja católica concede às r elíquias um culto que
não é absoluto, i to é, limitado aos próprios objetos, se-
não relativo, isto é, remonta até os antos de quem êste
objetos são restos preciosos.
C~LTO DAS RELÍQ U IA S 163

(r. ~ste culto é muito legítimo . - Com efeito, gosta-


mos de conservar e venerar o que nos fica dos nossos
pais, do no os amigo , do grandes vulto que ilustraram
no a terra. Achamos muito ju to que seus r e tos mortais
sejam cer cados de r e p eito ; guardamo piedosamente
qualquer lembrança de sua pessoa. E então, não seriam
os santos digno de honra igual 1 Seus corpos foram
templos do Espírito Sant o; hão de r essuscitar gloriosos;
honrá-los não será justo? A I gr eja sempre o acr editou,
e desde o princípio do cristianismo, teve r eligioso r espeito
para com os corpos dos santos e dos mártires. O concílio
de Trento definiu que êste culto era muito legítimo.
II. É mitito útil. - H averá cousa mais própria que
a presença dos r est os mortais dos santos para levantarmos
até o céu os nos os pensamentos? Muitas vêzes também
vemos, no Antigo e no Novo Testamento, que Deus re-
compen a com favor es e prodígios, o r e peito às santas
r elíquias. Os o so de Eliseu ressuscitam um morto; as
roupa que u ou ão P aulo curam os enfermos. E nfim,
o milagr es, muitas vêze r ealizados no túmulo dos santos
e especialment e dos mártires, ão um estímulo para a fé
do povo. ._/
128. - Falai do culto da santa cruz.

R. - A s parcelas do sagrado lenho em qiie se realizoit


o mistério de n ossa redenção foram sempre objeto de
v eneração es pecial. Merecem igiialmente o nosso respeito,
pela lembrança qu e despertam, as criizes fe itas de madeira
oit de metal.
A cruz que erviu ao suplício de No o Senhor tinha
sido enterrada no próprio monte do alvário. P esquisas,
ordenada por anta Helena, tronxeram a de coberta da
ver dadeira cruz, a 3 de maio de 326. elebra- e o aniver-
sário na f esta da I nvenção da santa Crnz. Desde então,
entrou a er obj eto de grande veneração. Neste lenho

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164 D E C Á L O O O

sagrado se realizara o mistério da nossa r edenção; por


seu aconchêgo, Jesus Cristo o tinha santificado; com seu
sangue, êle o tinha enrubecido; no século VII, a ver,dadeira
cruz caiu no poder de Cosroés, rei da P érsia. Heráclio,
porém, imperador de Const antinopla, obteve sua resti-
tuição. Êle fez timbre de levá-la pessoalmente, e com todo
o fausto, ao próprio lugar donde fôra tirada, isto é, à
I gr eja da R essurreição, em J erusalém (628 ) . É o ani-
versário dest a solenidade que se f esteja sob o título de
E xaltação da santa Cruz, a 14 de setembro.
Desde a descoberta da verdadeira cruz, foi conside-
rado felicidade e riqueza possuir algum fragmento dela;
e tributa-se a estas pias r elíquias culto especial. Não é
isto, com tôda a certeza, adoração da madeira, mas sim
d ' Aquele que morreu na cruz, e é neste sentido que se
deve entender a expressão aceita: adoração da cruz.
Conforme o modêlo da cruz do Salvador, muitas
outras cr uzes foram feitas, de madeira, de metal, etc.
E tas não são r elíquias; por ém, devido à lembrança que
desper tam, merecem também nosso r espeito e veneração.
129. - Que se deve pensar do culto das imagens?
R. - O culto das sagradas imagens é tão antigo como
o cristianismo. O cristão não adora as imagens. São
predosas lembranças que lhe falam aos sentidos e ao
coração com preciosíssimas vantagens para a S'IW piedad!J;;x
Entende-se por ciilto das santas imagens a honra que
se tributa, na I greja católica, às r epresentações, pintadas,
e culpidas, ou gravadas, de osso Senhor J esus Cristo,
de Nossa Senhora, ou dos santos. Êste culto é t ão antigo

r
como o cristiani mo; as imagens que se achar am nas
catacumbas, são prova evidente. o oitavo século, foi
impugnado o culto das imagens, com furor ímpio, pelos
iconoclastas ou quebradores de imagens. No século
dezesseis, renovaram os protestantes a her e ia e impiedade
dos iconoclastas.
OU L T O DA S I M AO E N S 165

egundo con ílio de icéi a (787 ) e o concílio de


'I'r nto (1545-1563) determinaram, contra os hereges, ser
muito louvável o ulto da anta imag n , não encerrar
Ale Arro algum, muito m no ainda, n nbuma idolatria.
om efeito, A te uLto não dirige diretamente à imagem,
ma sim, a quem stá r pre ntado pela imagem.
cr i tã não a adora; vê ali p i dosa lembrança, e
d la se vale c mo d um meio que se dirige aos sentidos
para m lhor falar ao coração e o levantar mais alto. "O
culto à I magens, c nclu i o con cílio tridentino, deve-se,
portanto, conservar na I greja, tal qual empre existiu e
nêlr. os fi 'is hão d ach ar preciosíssimas vantagens para
a sua piedade".
CON LUSÃO PRÁ'l'l A

Se o retrato de um pai, mãe, irm ão, amigo, muitas vêzes •


desperta m nós sentimentos bons e p iedosos; se co m a vi sta desta
imagem surgem em nosso â ni mo p nsam nto el vados, resoluções
generosas, muito mais podemos sperar das inspirações saudáveis
que hão de nascer ao co nt mp larmos a rep resentação el e J esus
cru ificado, ou ou t ra santa im agem ou uma reliquia a utêntica e
v relad irai . ..
Os nossos pa is nn fó muito bem entendiam a ling uagem, os
nsin amentos el as imag ns, das repr sentações santas ; por isso, as
b las ig r jas e caL d rais spl' ndid as el a id ade médi a eram verd a·
deiros po mas nos qu ais cultivava o spírito, se abrasava o
·o ração com o espetáculo das sculturas, pin turas, vitrais coloridos,
çu desenhos que falavam à vista.
xalá ncontr mos d novo 111 todo o lfl. r cristão o crucifixo,
que 6 ensino m od~lo; a imagem da Virgem, cuja b leza doce e
inocente i ncita. à vi rtud onvida à confia nça; cstatuaz inhas dos
11antos prot tor s da famí lin: algumas pia reHquias, tesouro caro
e pr cioso: a um t mpo sa lvagua rd a e on sôlo ! ... Oh 1 que m nos
da rá fó robu tai Frui remos co m ela piedade, honra e alegria no la r.

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166 D E C Á L O G O

II. 0
MANDAMENTO

Não jurar o santo nome de Deus em' vão.


Divisão das matérias.

130. - Que proíbe Deus pelo segundo mandamento!


R. - Pelo segundo mandamento, Deus proíbe dire-
tamente pronun ciar em vão o nome do Senhor. Esta
proibição compreende os jiiramentos vãos, as blasfêmias,
as imprecações e a transgressão dos votos ou promessas.
Ma indiretam ente, ou na significação mais lata, o
obj eto do segundo mandamento é levar-no a; respeitar o
san to nome de Deus em tudo e. por tôda a parte : pois,
consoante r epara o catecismo do concílio tridentino, "não
são as letras, n em as ílabas que e têm de considerar,
nem o nome na ua feição, mas sim, a cou a expressa
por êste n ome : isto é, o poder e a majestade eterna de
u m Deus u no e trino " . Donde r esulta haver vários
modos de faltar ao acato devido ao anto nome de Deu ;
por i so é que entre a proibições do egundo mandamento,
compreendemo quatr o cousas: 1.0 juramento feito em
vão; 2. 0 blasfêmia; 3. 0 imprecações, e 4.P transgressão dos
v otos que se t êm feito.
Esta matéria serão explanadas no quatro pará-
grafo consagraclo ao de envolvimento do segundo
preceito.
§ 1. - Juram e nto.
Noção do juramento. - Tr ês requi s itos para sor líc ito. - R eg r as r ela t ivas
à execução do jurnmento.

131. - Que é juramento?

R. - J uramento é um ato religioso no qual tomamos


a D 11s pessoalmente on por alguma criatura ua, como
testemunha da verdade do que as everamos ou da since-
ridade das vrome sas que fazemos.
2. 0 MANDAMENTO 167

Deus é tomado pessoalmente como testemunha


quando eu nome é pronunciado, por exemplo: "Juro
diante de D u . . . ", ou quando se faz um ato que vale
tanto como esta palavra : a im levantar a mão diante
do crucifixo ou ôbre o anto Evangelho. - Toma- e a
eu como te temunha indiretamente por suas criaturas
dizendo por xemplo: "Apelo para o céu e a terra como
que estou falando verdade ... "
Para haver juramento, é preciso ter vontade de
tomar a Deu como te temunha. :í!J te dizere : " Eu
juro . . . Dou minha palavra de honra . .. " ão jura
verdadeira , àmente quando a entendemos no sentido
que acabamo de indicar.
O juramento é invocatório, . quando e toma a Deus
por testemunha de uma cou a pa ada ou presente, como
e vê no e:templo acima; é chamado promissório quando
u ado para afiançar uma promes a, garantir um c'ompro-
mi o; eria imprecatório, e apelá emo pàra Deus
orno juiz e vingador do perjúrio. Exemplo: " Deu me
dê a morte; caia eu no inferno, se eu não disser a
verdade ... , se eu não cumprir o prometido ... "
132. - Será permitido o jiiramento? Em qiie condições ?
R. - im, o juramento é permitido e até pode vir
a ser obrigatório.
Deve, porém, er feito conforme a verdade, com juízo
e somente em cousas ju tas.
empre foi con iderado como ato r ligio o, mesmo
no pagani mo. omano chamavam o juramento
acramento, i to ', cou a agrada. O .próprio Deus o
empr ga na E critura e aprova o eu u o na lei judaica;
" ó cumprirei vo o juramento ' ( . Mat., v., 33).
Todavia, o juramento foi in tituído apena para
r emédio contra a fraqueza humana: a êle devemo
r ecorrer unicamente em grave ocorrências. Por se

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168 D E C Á L O G O

afastarem o hornen dê te princípio, é que osso Senhor


censurou o abuso das juras. " Digo-vos de não jurar, nem
pelo céu, nem pela terra. . . Falai : É; ou : não é, tudo
quanto acre centásseis seria ruim" (S. Mat., ib . ) . Por
P, ta palavra , não e há de inferir que o juramento seja
proibido totalm ente. Sempre, pelo con tr ário, foi reconhe-
cido corno legítimo, na prática da I greja, mediante certas
condições.
1.0 O juramento deve er feito con forme a verdade:
se fô e u ado para a everar cousa falsa, ser ia falta
grave, denominada perjúrio.
2.0 Deve er feito com juízo, isto é, em ca o de
nece sidade ou utilidade grave. É permitido, e me mo
ordenado, a quem e tá legltirnarnente chamado perante
o tribunal ; quando exigido por um superior; quando se
assum e u m encar go, ou se entra em funções públicas.
3.0 Deve ser conf orme a justiça, isto é, não pode
ser pronunciado quando se trata de cousa má, ilícita ou
inj usta. Ião é permi tido, port anto, prometer com jura-
mento de vingar-se, de comet er crimes ; nem prometer da
mesma forma cousas que intentamos não cumprir.
133. - Que reqras se hão de seguir na execução do j uramento
promissório?

1.0 Sempr e que o j ur amen to foi feito com os n eces-


sário r equisitos, egundo a ver dade, o juízo e a j u tiça,
é pecado ger almente grave não o cumprir, a não ser
que alguma causa legítima nos r eleve de ta obrigação.
J uramen to político, civil, juramento religioso no que
r e peita à con iência, todos impõem a me ma obr icração.
Assim acontece, porque violar o juramento é fazer
injú r ia a Deu que foi tomado como te temunha ou
caução pela prome sa; e ta grave falta é con iderada
como perjúrio.

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2. 0 MANDAMENT O 169

2. 0 o entant o, se fizemos o juramento por sermos


colhidos de improvi o, ou em consequência de engano, ou
impelido por um receio gr ave, que estorvava a razão e
tolhia a liberdade, êle já não obriga mais.
3. 0 Não obriga t ão pouco quando foi feito para
alguma cou a má ou injusta. Neste caso, foi pecado o
fazer a promessa, e cumprindo-a haveria outro pecado;
exemplo, o juramento das sociedades secretas.
4.0 O juramento f ica sem fôrça se a sua realização
e tiver tornado impo ível por causa de circunstâncias
ocorrida de de a pr ome sa, faz endo que esta promessa
seja irrealizável ou ilícita; ou ainda se a pessoa a quem
demos a pr ome sa nos r eleva do seu cumprimento.
5.0 E nfim, em certos casos, e por motivos válidos,
pode a I gr eja, na pes oa do papa e dos bi spos, conceder
di pen a ou comutação de um compromisso feito com
j uramento.
CONCLUSÃO PRÁTI CA

Como regra geral e afo ra a necessidade absoluta, deixemo-nos


de ju ramento. Seja a nossa bôca por t al f orma a costuma da à
ver da de, que um sim, um não sejam quan to basta para sossegar a s
pessoas com quem temos de lida r : é o desejo de. J esus Cristo. P elo
m"esmo sentimento de respeito profundo para o nome de Deus, não
empreguemos as fórmulas parecid as com o ju ra mento :
E u juro. . . por Deus . .. , palavra de honra . . . , etc.
o tocante ao juramento prestado nas ociedades secret a s de
Maçons, Solidários, Livres P ensadores, lembremo-nos que é cr imi-
noso, pois e tas sociedades t ôdas almej am oculta ou cla ramente o
desmoronamento de tôd a autoridade civil ou religiosa. Clemente
XII, Bento XIV, Pio VII, Leão XII, P io I X, L eão XIII senten-
ciaram a pena de excomunhão reservada contra os que p resta rem
tais juramentos. Mais, Leão XII terminantemente declarou ser n ulo
o juramento ímpio e culpado pelo qual os sócios se comp r ometem
a guardar silêncio e juram matar quem fizesse revelações.

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1710 )ECÁL O G O

§ II. - Blasf êinia.


Blasfêmia: diversos modos de blasfemar. - Gravidade dê ste pecado.

134. - Que é a blasfêmia?

R. - A blasfêmia é uma palavra injuriosa a D eus,


aos santos oii à religião.
Há blasfêmia não õmente quando o di curso se faz
diretamente contra D eus, mas ainda se fôr contra os
santos ou contra a religião. Com efeito, até neste caso,
é Deus que fica injuriado indiretamente, pois êle é autor
da r eligião e fonte das graças e virtudes dos santos, e
No o Senhor di se aos que o r epresentam: "Quem vos
despreza, a mim despreza" (S. Liicas, x, 16) .
Blasfema- e contra Deus de três maneiras:
1. 0 egando as perfeiçõe que po sui, como sua
justiça, ua providência, etc. ; ou atribuindo-lhe o que
é contrário à sua natureza, como a malvadez ou outra
imperfeição qualquer.
2. 0 Amaldiçoando a Deus, desejando que lhe suceda
algum mal, ou que não exi ta.
3.° Falando de D eus ou dos seus atributos com
de prêzo ou escárneo. A im, Juliano o Apó tata, por
exemplo, blasfemava quando dirigia a Nosso Senhor
esta apó tr ofe : ' Tu vence te, Galileu !"
135. - Fa lai na gravidade da blasfémia.

R. - T ôdas as blasfêmias contra D eus, quando


pronunciadas com r flexão, ão pecados mortais, porque
iiltrnjarn a majestade de D eus.
P or i o, na antiga 1 i, o enhor ord enou de apedrejar
o bla femo . ln pirando- e ne te me mo entimentos
de re p ito para com o anto nome de Deu , a legi lações
cri tã editaYam contra o bla f mo pena evera , iguais
à infligida. ao homicida e ladrõe . ão Luiz, rei de

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Ó 1 A N D A ~ t N T 0 J11

injúria

11
ho-

PllÁTl

" E u qui s ra nnt morr r, di zia


ouvir bl rt r ma r tuntus v z ~ o
nin r d us nl'Lo drL pnrn rmularmos

(J ) N ito d v moa trnnhnr 0111 c11 atl go qu hoj o nos pu1: e bfrrbnro 1
mns p rf ltnm nt d u Ord o om na 1 la tta snn çõ e dnqu ol t mpo.

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172 D E C Á. , L O G O

tomemos, quando menos, o louvável costume de oferecer a Deus


r epar ação quando acontece ouvirmos blasf emar , e rezemos uma ou
outra das seguintes jaculat órias :
Bendito seja Deus !
Bendito sej a o seu san to nome !
Bendito seja J esus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro
homem!
Bendito seja o nome de J esus!
Bendito seja J esus no san tíssimo Sacrament o do altar.
B endito sej a o eu Sacratíssimo Coração !
Bendita sej a a grande Mãe de Deus, Maria Santíssima!
Bendita sej a sua santa e imaQulada Con.ceição !
Bendita seja o' nõ"m é áe~ aria, Virge;'.u Mãe !
Bendito sej a S. J osé, seu castíssimo E spôso !
Bendito sej a Deus nos seus anj os e nos seus santos!
(Um ano de indulgência cada vez, plenária uma vez nos mês
pa ra quem as rezar todos os dias. - R escrit os de 1810 e 184 7) .

§ III. - Imprecaçõe s.

Vá.rias imprecações: 1.º contra n ós mesmos; 2. 0 contr a o próximo ; 3. 0


con t ra entes privados de enten di mento. - Apreciação.

136. - Que são imprecações ?

R. - I m precações são palavras de ódio, ou raiva,


desejando, para nós mesmos oit para o próximo, a morte
on qualquer outra infelicidade.
A imp r ecação é o contrário da bênção. Abençoar
alguém, é de ejar o bem p ar a êle ; fazer imprecação, é
amaldiçoá-lo, entr egá-lo à inf elicidade.
Examinemo as ~mprecações:
1.° Contra n ós mesmos. - Assim, as fórmulas de
jur amentos imprecatório : " Morra eu . .. caia eu no in-
ferno .. . se eu disser mentira, e eu não tir ar desforra!"
Se pr onunciamos estas palavras de caso pen ado e seria-
mente, que podemos esperar senão sermos logo atendidos
e condenados pela própria bôca ? ão está escrito que
" Deus atender á às imprecações dos maus " 1 (E cl., rv, 6).
2.º MANDAMENTO 173

2.° Contra o ~próximo. - São os primeiros e mais


ordinário ímpeto com que se externa a cólera. A morte,
a condenação, o inferno, são as expressõe mais u adas e
mai rulpada ; havendo reflex ão, são certamente pecado
mortal. onforme o grau de atenção e a importância do
mal de ejado, a outra imprecações serão mais ou menos
grave .
3.° Contra ntes privados de razão. - Na verdade,
a imprecação não ' tão culpada ne te ca o; mas empr e
é mo tra de raiva ou de impaciência, e também é ingra-
tidão para com Deu amaldiçoar uas criaturas e desco-
nhecer os erviços qu e no prestam.
CONC LUSÃ O PRÁTI CA

Se bem que m uitas vêzcs, n a imprecações, ha j a a ntes estou -


va mento e impaciência do que reflexão e má von tade, é muito
dif ícil descul par totalmente as fó rmulas imprecat óri as ; são sempre
contrá rias à caridade cristã e ao r c peito próp rio. - Quanto a os
que já ti ve ra m êste hábito, dev m faze r esforços pa ra emend a r-se,
e neste pro pó ito : l. º desmentir logo e sin cera mente dia nte de
D eus as imprecaçõ s que lh es scaparem ; 2. 0 repará-las por uma
palavr a de bênção ou um a oração a f a vor dos entes contra qu em
exprimira m desejo d infe li cid ade.

'§ IV. - Voto.

Noção do voto. - V á ri as espécie d e votos. - Ob r igação qu e d ecorre do


voto - Circun stâ n cias qu e d is pe nsa m do seu cumprim ento.

137. - Que é voto ?

R. - Voto é wma promessa livre, feita a Deus, pela


qual nos empenhamos, em consciência, em ciimprir iima
boa obra que não seja embargo para outra mais perfeita.
e ta defini ção, encontramos a condições exigidas
para constituir voto verdadeiro, legítimo e obrigatório.
prome a que encerra deve ser livre; e fô se feita a
poder de temor ou violência, a ponto de ser a razão muito

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174 D E O Á L O G O

pertu,rbada, não seria válida. Sendo ato de adoração e


dependência, o voto só pode ser oferecido a D eus; pode,
na verdade encerrar promessa cujo objeto seja honrar a
santíssima Virgem ou os santos; mas é com Deus que
êste voto nos liga. O voto não é mero propósito, resolução,
mas sim, compromisso r eal, pelo qual fic.amo_s vinculados,
em consciên cia, e sob pena de pecado. Enfim, cumpre
que a matéria do voto, isto é, a cousa prometida, seja
, possível, boa, não trazendo obstáculo para cousa .melhor,
como se impedisse a prática de um dever prescrito pela
lei de Deus ou da I greja, ou pela obediência aos superiores.
138. - Quais são as várias espécies àe votos?

R. - 0 voto pode ser: 1. 0 público ou privado; 2. 0


t em porário ou perpétuo ; 3. 0 absoluto ou condicional;
4. 0 pessoal, real oii misto ; 5.0 simples ou solen e.
1.0 Voto público é o que um Superior eclesiástico
legítimo r ecebe em nome da I greja; privado, no e.aso
contr ário. ·
2.0 O voto é t emporário ou per pétu o, segundo esta-
belece a obrigação par a um tempo det erminado ou para
a vida inteira.
3. 0 É absoluto ou condicional, conforme é feito sem
reserva nem condições, ou depende da r ealização anterior
de uma condição que apontamo . E xemplo : " Se eu sarar
ou se escapar dês te perigo, faço voto de ir a tal r omaria ... "
O voto, então, é obrigatório àmente n o caso de realizar-se
a condição.
4. 0 É pessoal, real ou misto. P essoal quando a pessoa
se compromete a cumprir pqr si mesma o ato prometido:
real, quando a matéria do voto é um objeto ou bens que
se possuem. Exemplo: "Faço voto de dar cem cruzeiros
aos pobres". E sta espécie de votos não obriga somente
a pessoa que os faz, obriga também os herdeiros. Misto
quando a matéria contém a um tempo cousa pessoal e
2.º MANDAMENTO 175

cousa real. Exemplo : " Levarei um ex-voto à Aparecida".


Neste caso, a parte real se transmite aos herdeiros.
5.0 Enfim, di tinguem-se votos r eligiosos de obedi-
ência, pobreza e castidade. O votos r eligio o são solenes
ou simples conforme uma di tinção estabelecida pelo
ódigo de Direito anônico. ·
139. - Que obrigação decorre do voto?
R. - eja qital f ôr a esp 'cie do voto, desde que reuna
a.s condições enunciadas para constititir voto verdadeiro,
há obrigação rigorosa de c1imprir a promessa f eita a Deus.
A honra e a ju tiça o pre orevem, e a lei divina o
diz expr e amente : " ó cumprirei vo o voto ao
nhor" ( . Mat ., v, 3 ) . endo gra e a matéria, é
pecado mortal não umprir um voto. diar a ua
ex cução por um tempo demorado, por n O'ligência e
sem motivo razoável, eria falta. ada no con trange a
fazer voto , r conh e-o a aO'rada E critura; ma e
no tiv rmo mp nhado por prome a, Deu não quer
d longa na execução.
140. - ão haverá razões que possam de truir a obrigação
do voto?

R. - im, quatro ca1t a podem d trwir a obrigação


irnpo ta p lo voto :
1.0 M1tdança d circun tância .
2. 0 irritação on anulação pela aidoridade legítima.
3. 0 di p n a m virtude do poder cl iá tico.
4. 0
comutação.
1. Mn dança d circun tâncias. -
0
a cou a e
tornou impo ív l ou má· a pe oa, por algum rans-
tôrno no eu e ta 1o ou na na fortuna acha inabili-
tada e.e a ntão a obriO'a ão lo voto, para alO'um empo
ou para mpr conform impedimento fôr temporário
ou permanente.

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176 D E C Á L O G O

2. 0 A irritação ou anulação pela autoridade legítima.


- Assim o pai e a mãe podem anular votos feitos por um
menor; um marido, os votos da espôsa, quando vão de
encontro ao direitos dêle; um superior e um mestre os
dos seus subordinados no que toca ao direito respectivo
dos primeiros.
3. 0 A disp ensa . - Em virtude do poder eclesiástico
de que ão depo itários, podem o papa e os bispos dis-
pen ar do voto , havendo porém razões e contanto o
motivos aduzido não sejam ilu órios. Do votos privados
ó e tão r e ervado à Santa é o de perpétua e perfeita
ca tidade e o de entrar numa Ordem religiosa de votos
solene e só quando feitos de modo absoluto e depois de
completos os dezoito anos de idade.
4. 0 Enfim, a comutação. - Consiste em mudar a
obra prometida por outra obra boa. E ta mudança só
pode er• feita por aquele que tem faculdade de conceder
dispensa. om a comutação, fica o dever de cumprir,
enão a primeir a obrigação, pelo meno a que lhe foi
ubstituída.
CONCLUSÃO PRÁTICA

O vo to é ato religioso bom em si mesmo, e dá mérito maior à


obras que cumprimos depois de as termo prometido a Deus; por
outra par te, torna culpados e criminoso os que o formaram desati-
nadamente, com pouca reflexão. P or isso, antes de fazer voto, é
preciso rezar, refletir, consultar um direto r pru dente e e clarecido,
e não empenhar-se antes de ter recebido parecer favorável.
Quando o voto foi feito com estas condições de prudência e
submisão, será preciso guardar escrupulosamente a palav ra dada
a Deus. " F eliz neces idade, exclama santo Agostinho, que nos
obriga a fazer o que há de melhor. Ânimo, pois, e per ever ança.
Contai com o socorro d ' Aquele que recebeu vossas promessa e
reclama a execução".

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3.o MANDAMENTO 177

III. 0
MANDAMENTO

Guardar domingos e festas.

Divisão do assunto.

14 1. - Que ordena Deus pelo terceiro mandamento?

R. - O t erceiro rnandarnento manda honrar a D eus


corn obras de piedade cristã, nos domingos e dias sant os.
a lei cristã, como na lei judaica, cornpreende o
preceito da santificação do dia do S enhor, duas cousas :
1 .0 abst nção ele obras servis; 2. 0 prática de certos atos
religiosos.

No domingo, o cristão: l.º obstém·se de obras servis; - 2. 0 assiste à


santa missa e praticet outros atos religiosos.

Por ê te mandamento, Deus ordena de santificar o


dia do enhor , con agrando-o mais e pecialmente ao eu
ervi ço. A lei de Moi é dizia: " Lembra-te de santificar
o dia do ábado". E ra, de fato, o áb ado que devia ser
antificado p lo povo antio-o, em memória do descanso
de Deu depoi de ter criado o mundo. H aver algum

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178 n ·E e Á Lo ao

tempo consagrado ao culto de Deus, é preceito do direito


natural. Mas, de de a origem do mundo, o próprio Deus
tinha-se re erv:ado um dia sôbre ete, e Moisés somente
lembrou êste dever. Cousa digna de r eparo, em todos os
povos encontra-se a tradição fiel da divisão do tempo
em semanas e da santificação de um dia por semana : é
prova de sua instituição primitiva.
A lei do sábado, sendo abrogada na morte de Jesus
Cristo, a im como as outras cerimônias dos Judeus, os
apó tolos lhe sub tituiram o domingo, porque êste dia
fôra consagrado por dois acontecimentos importantes· do
cristiani mo : r e urreição de Nosso Senhor e <lese.ida do
E spírito anto sôbre o apóstolos no dia do Pentecostes.
a lei cristã, como na lei judaica, compreende o
preceito da antificação do dia do Se.nhor., duas , cousas :
1. 0 ab st enção de obrâs s ervis~· 2. 0 prática de cer.tos atos
religiosos. Vamos fálar <lestas dua,s obrigações.

§ 1. - Obras servis e trabalho proibido no domingo.

D istinção das obras; 1.º sei;vi s e p roibid a.11 ; 2.0 lib'erais e p ermiticlas; 3. 0
comuns ou mistas, toleradas. - R azÕes que a.u torizam o' tra.ball10 do
a oming~: 1.º ciostume; 2. 0 n ec.essida de. pú)füca.; 3. 0 carid ape ; 4 .0
.
precis ões do culto ; 5. 0 r eceio de prejuízo importante ; 6. 0 dispensa .
-,
i42. - Quantas espécies de obras- distinguimos?

R. - Distinguúnos três es'P.écies.: _1. 0 oeras servis;


2.º obras lib erais; 3.0 obras comuns O'U mistas.
I. P or obras servis, entendem- e o trabalhos ma-
n uais, e em geral, as obras na quais o corpo tem maior
parte que o espírito. São chamadas servis porque, de
ordinário, são de empenhadas por ser vos, operários, cria-
dos, que a elas se entregam para ganhar a vida. Arar
o campo, construir casas, lavr ar a pedra, trabalhar no
ferr o, na madeira, coser , tecer , fazer "croché", etc., são
obras servis.
3.º MANDAMENTO 179

II. Chamam-se obras li berais as em que o espírito


tem papel mais importante que o corpo e tendem dire-
tamente à cultura ou ati fação da inteligên cia. L er
escrever, e tudar, de nhar, pintar, cantar, tocar música,
são obras liberais. A sim foram apelidadas, porque
outrora, eram exercidas por pe oa de condição livre.
III. Obra com'uns ou mistas são as que são feitas
pelo espírito e pelo corpo, não dependem de n enhuma
profi ão rv:il ou liberal e ão prati ada por qualquer
pes oa: vestir, cuidar da limpeza, andar, viajar, brincar,
e até, caçar e pe car, são obras comuns ou mistas.
143. - Q1lais são a obra proibidas no domingo.?
R. -As ·obras servis são proibidas no domingo,
embora realizadas gratuitaniente oii em favor de alguma
boa obra.
ão permitidas as obras liberais, ainda que delas se
tire proveito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . _. . . . . . . . . . . ..
. . . . A necessidade oii o costiime podem autorizar certas
compras e vendas.
AB obra sernis são proibi la no dia de guarda,
ainda que realizadas em auferir lucro, gratuitamente, ou
até a favor d alguma boa obra. É g ralmente admitido
gue é pr ci o trabalhar dua ou trA hora , seguidas ou
n ão, para com ter- e p calo mortal. O trabalho ervil
de dura ão menor é pecado venial, a não r que fôsse
feito por de prêzo da lei, ou com e cândalo, pois então,
o p cado podia er mortal. /
Quanto à obras lib rais e comiin , é permitido fazê-
la ao domingo, ainda que delas e iire algum proveito.
im, o médico tabeliã , e critore , arti tas, etc.,
pod m cobrar a remuneração de ua funçõ e o preço
de ua obra já que ão autorizada .
Geralmente o negócios e compras ão proibidos no
domino·o, por erem ob táculo para a santificação dêste

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180 DECÁLO GO

santo dia; contudo, a necessidade ou o costume pode


autorizar certas compras.
Os jogos, divertimentos honestos, viagens, são permi-
tidos, conquanto seja re ervado o tempo devido para o
desempenho do deveres religiosos .
. 144. - Quais razões podem autorizar o trabalho do domingo?
R.-Podem autorizar o trabalho aos domingos: 1. 0
o costimiej 2. 0 a n ecessidade públicaj 3.0 a caridade para
com o próximo j 4. 0 as precisões do culto j 5. 0 o receio de
prejiiízos importantes, 6. 0 a dispensa.
1. 0 O costiime introduziu certas derrog~ções ao
princípio geral da abstenção das obras servis. Quando
está legitimamente estabelecido, aceito ou tolerado pela
Igreja, podemos conformar-nos com êste costume. Assim
é permitido ao domingo, cozinhar alimentos, pôr em
ordem cou as da casa, fazer certas compras que não
foi possível executar durante a semana, etc. Tolera-se
que o padeiro , carniceiros, pasteleiros se entreguem no
domingo ao seu mi t er es, se não puderem atender de
out ra maneira aos pedidos dos fregueses, contanto que
não deixem de assistir à missa. ·
2. A necessidade púb lica. - Dá-se êste caso quando
0

uma preci ão urgente r eclama socorro pronto, como seja


apagar incêndio , concertar pontes, vias férreas, etc., se
aconteceu algum desarranjo. Os marinheiros, carteiros,
empregados do correio, do t elégrafo ou da estrada de
ferro, podem igualmente fazer o trabalho que o serviço
exige, cuidando porém em cumprir o preceito da assis-
tência à missa.
3.0 A caridade vara com o próximo pode autorizar
certo trabalho urge1;te, por exemplo, para levar socorro
na doença ou pobreza extrema, se não houver possibili-
dade de fazê-lo em outro tempo. Uma mãe de fam ília,
ocupada a semana inteira, p oderá empregar nos cuidados
3.º MANDAMENTO 181

da ca a ou do filho , o único tempo que lhe sobra, ainda


ao domingo.
4. 0 A preci õ s do c1tlto. Adornar ou armar altares,
to ar ino , obra permitida no domingo: o erviço
divino a por outra parte, são feitas para honrar
a D u.
receio de prejiiízos importantes pode legitimar,
m c rto ca o , o trabalho do domingo, por exemplo, no
ampo, na ' poca das colheita , na O'rand u inas tocadas
a foo·o, onde a u p nsão do trabalho haveria de acarretar
grande perda , etc.
6.0 Enfim a dispensa pode er concedida pelas auto-
ridad ecl iá tjca . Quando a nece idade não é evidente
e ab ol'uta e apre entam- razõe séria , deve-se pedir
autorização. O bispo pode, ne te casos particulares,
di p n ar eu dioce ano , e o viO'ário, us paroquianos.
Entr tanto, a di p nsa geral e permanente não pode ser
conced ida, n m p lo papa, pois a lei do descanso domi-
nical é preceito divino.
CON LUSÃO PRÁTI A

Ao povo de I sra 1, Deu comunico u outrora promes as e amea-


ças : "Guardai meu dia do sábado, e umular-vos-ei de bênçãos,
v'ossas terra serão fértei , gozarei das doçu r as da paz; serei vosso
Deus, e vós sereis meu povo. . . Mas, se desprezarde minha lei, a
sterilid ade, a fom , a guerra e suas fune tas consequências são
os flag los com qu h i de castigar vossa infidelidade. O céu, para
vós s rá d fe rro, e a terra, como que de aço" (Levit., xxvr) .
Pode-se dizer que a hi tória tôda do povo juçleu foi a realização
dêstes oráculos.
om a lei da graça, vigoram a mesmas promes as o ameaças
•umprindo-se à risca para os indivíduos, as famí lias, as naçõe . A
violação do descan o dominical nun ca deu a felicidade. O t i:abalho
do domingo não enriquece a ninguém ; muitas vêze , pelo contrário,
ocasiona ruínas, e o Espírito Santo disse: " O pecado infelicita
os povos".
Pautemos invariàvelmente a nossa vida pelo seguinte regu-
lamento :

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182 D E C Á L O CJ O

1.0 Não f azer, ao domingo, obra servil alguma;


2.o ão deixar t rabalha r, de form a alguma, as pessoas que
estiverem a nosso serviço;
3. 0 ão abrir loj as, oficinas, usinas, etc. sem necessidade
verdadeira; ,
·, 4.0 ada vender nem comprar no domingo, exceto em caso de
necessidade imprevista;
5.° Fazer com antecedência as encomendas nas lojas de quem
respeita o domingo.
Assim daremos a Deus honra, e à patria, prosperidade e glória.

§ II. - Atos <religiosos a praticar no domingo.

145. - Quais são os atos religiosos pelos quais santificGITTl.-Os


o domingo?

R. - O único ato reli:gioso) essencialmente necessário,


sob pena de falta grQ/Ve) é o santo sacrifício da missa.
A I greja, porém, aconselha· a assistên cia aos ofícios
religiosos, as leituras piedosas e as obras de misericórdia
espiritiial e temporal.
1.0 O primeiro e principal ato religioso, o único, até
e sencialmente n eces ário, ob pena de falta grave, é a
as istência ae santo acrifício da missa. É por êste ato
e pecialmente que adoramos a Deus, e lhe agradecemos,
pedimo perdão e solicitamos graças. Não há que estra-
nhar, portanto, se a I greja, intérpret e da vontade divina,
fez da mis a o meio principal de santificar o domingo.
Quando explicarmos o segundo mandámento da
I greja, diremos as condições r equeridas para bem se
ouvir mis a, e a únicas razões que podem dispensar a
prática dêste dever importante.
Quem não pudesse assistir à missa deveria substituir
ê te ato religioso por alguma oração, sendo pos ível e
e pecialmente pela união do e pírito e coração com o
sacerdotes e fiéis presentes ao santo sacrifício.
2. 0 Embora seja a assistência à missa o único ato
obrigatório sob pena de pecado mortal, afastar-se-ia do
3.º MANDAMENTO 183

espírito da Igreja, e não cumpriria o fim do preceito, i to


é, a antificação do domingo, aquele que e limita se a
esta prática r eligio a. Por i o, dá- e o conselho de as is-
tir a outras cerimônias; como a bênção que nos dá o
santí imo Sacramento; o ofícios e práticas da noite,
em que r ezamo e apr ndemo o no os deveres. Essas
diver a cerimônia , todavia, não ão con iderada como
obrigatórias, nem ob pena de pecado venial, mormente
quando há alguma razão para nos di pen ar.
3. 0 As leituras piedosa , a visita ao santíssimo Sa-
cramento, a vi itas ao doentes ou às pe soas aflita ,
tôdas as obras de mi ericórdia e piritual ou corporal são
meios excelentes de bem santificar o domingo. A I greja
não as ordena como preceito; porém aconselha sua prática
com tôda a instância da sua eterna solicitude para os
no sos mais caros interêsses.
CONCLUSÃO PRÁTICA

A lei divina, proibindo o trabalho do domingo, procu ra facul-


t ar-nos mais vagar para nos entr garmos ao serviço de Deus
e ao cultivo de nossa alm a; logo, não é bastante conced r descai1 o
ao nosso corpo; mas o domingo deve ser di a ele D eus. Assim há de
11er se dermos ao nosso Criador mais algum t empo pela a sistêneia
assid ua à missa e outras cerimônias. Deve ser tamb'm dia da alma;
e o ser á pela meditação, oração, reflexão sôbre os nossos atos
p assados, estudo dos nossos deveres e boas resoluções que hão de
nà'.scer com a reflexão e a oração.
Depois, se todos forem fiéis a ês e dever r eligioso, há de se r
ainda o domingo dia da f a11iília. · ste dia, reunem-se todos os
membros da família; gozam o mesmo descanso, rezam ao mesmo
Deus, aprendem deveres comuns, a uferem mesmas al grias; aleg rias
profan as que vão de envolta com os excessos, prazeres ilícitos e
remorsos, não, estas não; mas sim, as verdadeiras alegrias do
coração que se encontram principalmente em familia, nos diverti-
mentos honestos. Na verdade, as melhores al g rias são as que a
r eligião proporciona: "Alegrai-vos, diz São P aulo, mas alegrai-vos
no Senhor" (Filip., rv, 4).

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184 D E C Á L O GO

IV. º MANDAMENTO
Honrar pai e mãe.
Divisão do assunto.
146. - Quais são as obrigações que encerra o quarto
mandamento?

R. - O I V .º mandamento prescreve diretamente os


dev er es dos f ilhas para com os pais. I ndiretamente, po-
rém, abrange os deveres dos pais, dos superiores e dos
inferiores.

Honrar pai e mãe. J es1ts observa o 4 . 0 mandamento.


J
O quarto mandamento pre creve dir etamente os
devere dos filhos para com, os pais. " Honra teu p ai e
tua mãe, reza a lei, para viveres longo t empo sôbre a
terra que D eus te há de dar" . Mas, indiretamente,
abrange, o me mo preceito, outros deveres que nem
enumera, de tão naturais que êles parecem, e deveres,
entretanto, que, hoje em dia, é bom lembrar : deveres
dos pais para com os filhos.

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4.º MANDAMENTO 185

autoridade
d e então o
lprocam nte,
para om as
baixo de suas

117J rt fl 1"

Expli' ar mo ta div r a obricraçõe nos s cruint s


parácrrafo .

§ I. - D evcrc dos filho tJarn com o pais.


Resum m· m qu ntro : 1.0 respeito; 2 .0 a mor ; 3 .0 obod iê n cia ; 4 .0 a s ist ê ncia
espir itu a l o corpornl.

14 7. - Q1iais são os dev res elo f ilho s para com o pais?

R. - Os fWw d vern ao pais r sp ito, arnor, obe-


d1º ' ncia a si r n ia.

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186 D E C Á L O G O

Firma-se êste amor na natureza; os próprios animais


não deixam de mo trar apêgo aos autores de seus dias;
in pira- e também na gratidão : quem dirá quantos sacri-
fício não se impu eram os pais; por quantos trabalhos
e pena não pa saram a favor de seus filhos! "Meu filho,
diz a sagrada E critura, não vos e queçais dos gemidos
de vossa mãe" (Ecl., vrn, 29).
O amor filial deve primeiro ser interior e sincero;
depoi , externar-se por palavras afetuosas e bondosas,
e e pecialmente por atos delicados, paciência com os
defeitos, doçura, carinho, solicitude. Odiar em lugar de
amar, r alhar em lugar de suportar, seriam certamente
falta graves.
III. Ob ediência. - É contida no mandamento divino.
orno e pode, de fato, desobedecer e honrar? "Filhos,
diz . P aulo, obedecei aos vossos pais, segundo a vontade
de Deu , que isto é justiça" (Ef., vr, 1) . As leis humanas
não meno que a con ciência, preceituam a obediência aos
pais de acôrdo com .a autoridade legítima.
eguindo o exemplo de J e us Cristo, o menino cris-
tão praticará a obediência p erfeita, isto é, pronta, sem
hesitação nem relutância; alegre, sem que'ixa ou mau
humor; inteira, em tudo quanto não fôr de encontro aos
mandamentos da lei de Deus ou da I greja. O único ponto
em que ce a a obediência é no caso de ordenarem os
pais o mal. Então, é hora de r e ponder com o apóstolo
são Pedro: "Preci o obedecer a Deus antes de obedecer
aos homen " (Atos, v, 29). E ainda, esta resistência não
deve ser de provida de man idão e r espeito.
O pecado de desobediência é mortal empre que se
comete em matéria grave, de oposição com uma ordem
terminante dos pais; nos casos de menos importância,
a falta é venial, tornando-se porém maior se a desobe-
diência fôr habitual.

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4.º MANDAMENTO 1 7

IV. Assistência. - Consi te em auxiliar os pais nas


sua necessidades corporais ou espirituais : 1. 0 nas neces-
sidades corporais, ajudando-o com nossos de velos, nosso
dinheiro, na doença, velhice, pobreza. A caridade cristã
já impunha êste dever; com mais instância ainda vem
a gratidão prescrevê-lo: "Cuidai da velhice de vosso
pai. . . Amaldiçoado é o que provocar a ira de sua mãe"
(Ecl., m, 13 ).
2. 0 Nas nece idade espirituais devemos aos nossos
pais auxilio e socorro durante a vida, rezando por êles,
levando-o a aproximar- e de Deus, facilitando-lh es, es-
pecialmente na doença, os socorros da religião. Depois
da sua morte devemo rezar pelo descan o de sua alma,
e cumprir religiosamente suas últimas vontades.
CONCLUSÃO PRÁTICA

Queremos saber o que Deus promete para a observação ou a


violação do quarto mand amento~ Aí está o que referem os livros
santos: '
Primeiro, ameaças contra quem não o observar:
"Maldito seja o que não honrar seu pai e sua mãe (Deut.,
X.XVII). Sejam os olhos que insultarem o pai a rrancados pelos corvos
da torrente e tornem-se pasto da prole da água ( Prov., xxx, 17).
E depois, promessas a favor dos que forem fiéis :
"O que honra seu p ai e sua mãe é como o homem que vai
ajuntando tesouros. O que honrar o pai achará alegria nos próprios
filhos e, um dia, será atendida a sua oração" (Ecl.., rn, 5) .
Enfim, uma vida dilatada na terra, o que pode significar dias
prolongados, e também posteridade f eliz e abençoada e especial-
mente a vida eterna no outro mundo: é esta a recompensa que o
próprio Deus garante aos que forem fiéis aos deveres da piedade
filial. -
§ II. - D ever es dos pais par a com os filhos .
Tr ês de\•eres principai s: 1.º a feição; 2. 0 edu<:ação; 3. 0 exemplo.

14 8. - Quais são os principais deveres dos pais para com


os f ilhos?
R. - Os deveres dos pais para com os 1ilhos resu- /
mem-se na afeição, na educação e no exemplo.

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188 D E C Á L O G O

I. Afeição. - A própria natureza depositou nQ


âmago do cor ação do pai e da mãe, o sentimento do afeto
levado até a ternura. Por i so, podemos notar que em
parte alguma, não formularam os nos os santos livros a
obrigação para o pais de amarem os filhos. Mas devem
amá-lo de maneira verdadeiramente cristã, sobr enatural,
segundo a vontade de Deus que os deu. Êste amor será
sern fraque za, isto é, isento · de tôda complacência mole
para eu defeitos; sem preferência, pois muitas vêzes
a predil çõe são injustas e perigosas; sem egoísmo, isto
é, devem os pais lembrar-se que os filhos são de Deus
antes de pertencer em ao pai e à mãe, e então se Deus os
pedir pela morte ou pelõ sacerdócio ou pela vocação
l·eligio a, devem oferecer êste sacrifício a Deus com
genero idade e ubmissão.
II. Edit cação. - Êste dever é duplo; abrange os
cuidados a dar ao cor po e os que é preciso dar à alma.
A educação corporal diz r espeito a tudo quanto se iela-
ciona com a vida material e terrestre : comida, roupa,
exigência da saúde, colocação conveniente dos filhos
segundo a sua condição. A educação espiritual, muito
mai importante, consiste em formar cuidadosamente o
(Jspírito e o coração dos filhos. Forma-se o espírito pela
in trução, de acôrdo com a condição das famílias; essa
instru ção deve ser, ante de tudo, r eligiosa e cristã.
Forma-se o coração e a alma dos filhos, observando seu
pro edimento , avisando-os dos seus defeitos, melhorando
o seu gênio. Muitas vêzes, é necessário empregar para
isto a correção, c.om acêrto e prudência, sem dúvida,
por ém com ânimo e firm eza, sempre lembrando a palavra
do E spírito Santo: " Quem ama ao filho não lhe poupa
o castigo" (E cl., xxx, 5) .
III. E xem plo. - Vem de molde o dito do grande
Vieira: " As palavras sem exemplo são tiros sem bala" .
F énelon dizia: "Serão de pouco proveito as lições se os

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4.º MA NDAME NT O 189

exemplo a de mentirem'. Com efeito, o melhor estímulo


para o bem , o ex mplo. im o entendia Nosso Senh or,
poi ante de impor prec ito , começou dando exemplos.
O pai dev m, portanto pôr · o maior empenho em n ão
d ixar que u proced r de toe dos seus conselhos, e
cuidar particularmente da ob ervância exata das práticas
relio·io a , como a ora ão cotidiana, antificação do do-
mrnO'o ob diAncia à lei da ab tinência, frequentação
da anta me a etc.
CONC LUSÃ O P RÁTI CA

Será proveitoso meditarem os pais cristãos nos conselhos


comovente que são Luís, rei de França, quando estava p ara morrer,
dirigia ao filho F elipe, conselhos que tinha escrito com a própria
mão : "Meu filho, a primeira cou a que a mbiciono para ti, é amares
a Deus com todo o coração e d ejares sofrer t ôda a espécie de
tormentos antes do que o ofenderes mortalmente. Vai confessar-te
muitas vêzes e escolhe confessor sábio e prudente, que tenha ânimo
de censurar tu a falt as e mo tra r-te o def ito . Assi te com devoção
ao ser viço divino. Ama o bem, seja onde f ôr, odeia o mal se,ja
qual f ôr. Tem dó dos pobres, re peita seu direito como o direito
do ricos. Ampara, protege, am a, hon ra t ôdas as pessoas da Igreja.
Eu te supli co, meu querido filho, lembl'a-te de mim e da minha
pobre alma e procura em todo o reino socorro de missas, rezas e
esmolas. Eu t e dou tôdas as b ênçã os que um bom pai pode dar ao
filho estremecido". F lizes os filho s que r eceberem tais conselhos;
mais f elizes ainda o que receberem tai exemplos 1

§ III. - D eve res dos infe riores p a ra com os supe riores.

D everes parti culares: 1.0 ci os n lu nos pa r a com os mes tres; 2 .0 cios servos para
com os donos; 3 .0 d os súd it os par a com o sob erano e a s a utoridades ;
4 .0 dos fi éis parn com os chefes es pir ituais.

149. - Quais são os deveres dos inferiores pa~ a com os


su periores?

R - Os dever es dos inferiores para com os superiores


variam, conforrne a natureza da autoridade e a condição
dos inferiores.

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D E Ç Á L O G O

Nas condições d e inferioridade, enoontramos: 1.0 os


al'lmos, que dependem dos mestr es ; 2. 0 os servos ou
criados, que obedecem a senhor es ou donos; 3. 0 os súditos,
que estão debaixo de uma autoridade temporal ou civil;
4.0 os fiéis, que tê.m acima de si superiores espirituais
ou eclesiásticos. O.ra, eis aqui seus deveres respectivos.
I. Aos mestres que se ocupam da instrução e da
educação, delegado e r epresentantes dos pais, na obra
mai e pinho a e delicada, devem os alimos os mesmos
sentimentos e a me mas atenções que ao pai e à mãe,
portanto: 1·espeito, pois os mestres são imagem a um
tempo de Deu e da família; amor, baseado na gratidão
pelo maior do benefícios; obediência às si;ias ordens
legítimas e aos eus bons conselho , principalmente no
tocante à instrução e à educação ; finalmente, senão
assistência, pelo menos o pagamento de uma dívida ·de
justiça, dando-lhes retribuições <ionvenientes. "Nunca,
dis e Aristóteles, se pode dar aos mestres o valor dos
se:i:-viços que prestam".
II. Os servos, operários ou criados, devem aos donos
ou senhore : respeito, pois é de Deus que êstes r ecebem
a autoridade: "É o Senhor a quem devereis servir quando
os servirde ", diz são Paulo (Gol., xxm, 24); portanto
cuntinua o Apóstolo, os criados devem considerar Deus
na pes oa dos superiores, cumprir com tôda a boa vontade
suas ordens, auxiliando-os com afeto, sem os ID:elindrar
por palavras impertinente : ob ediência no trabalho r eque-
rido e no modo de executá-lo: é dever rigoroso de justiça;
enfim, a fidelidade, i to é, devem geralmente advogar os
interês e dos donos, não lhes causar nenhum prejuízo
e empregar conscienciosamente o tempo que têm de dar
ao serviço.
III. Os súditos de um Estado devem ao soberano
e aos seus delegados (ministros, o'ficiais, magistrados,
juízes, etc.) honra e respeito; pois sua autoridade, já ·

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4.º MANDAMENTO 191

que ' legítima, vem de Deu : "É por mim, diz êle, que
o r ei governam e o le o·i ladore di criminam o que é
ju to " (Ecl. x 2). "O oberano acre centa . Paulo, é
mini tro de Deu para o bem' (Roni., xm). - egundo,
a obediêncfo em tudo o que fôr .ju to e não e afastar
da lei d Deu e da Io-r ja: ja tôda a alma, fala ainda
. Paulo ubmi a ao podere , porque o pod r vem de
Deus (R rno., xm). Mai : ' Quem r e i te ao pod res, a
Deu r ei te' (Ib .). Diz m mo o apó tolo . Pedro:
" b d i ainda que o m tre ejam de apiedados e
aborrecido ( . P dro, u, 1 ) . Deve- e à pátria, e
portanto ao qu a governam, o pagamento do irnposto
qnitativo; é ainda . Paulo quem o en ina: "Pagai o
tributo a quem fôr d vido" (Rom., xm). Deve- e até se
" fôr nece ário, o impo to do sangue, quando é reclamado
para a ua def a. Enfim, todo o cidadão eleitor fica
obrigado, perante o paí e a própria con ciência, a votar
unicamente a favor d candidatos que re peitam a Deus,
a r eligião, o dir ito, a ju tiça, e tôda a liberdades cristãs
e ábia .
IV. O fi 'i t Am sitpe1·iores espirituais ou ecle iás-
tico , que ão: o papa, o bi po , pároco , acerdote ...
A êle devem re peito religioso pelo caráter sagrado de
que e tão r eve tidos. " orno , diz . Paulo, embaixadores
de ri to, cooperadores de Deus, mini tro de J esus,
admini tradore do seus mi térios" (II Corínt., VI, 4).
O re peito empre deve exi tir para com o mini tro, sem
embargo dos defeito ou das imperfeiçõe do homem. Em
egundo lugar, amor filial e grato por todos os benefícios
que dêle e recebem na ordem da graça, desde o berço
até o túmulo; depoi , obediência perfeita, como a Deus,
em tudo quanto se refere à religião. Enfim, os fiéis
devem ao mini tros do culto assistência temporal e
espiritual : temporal, contribuindo, de acôrdo com a ordem
estabelecida na satisfação das precisões dos sacerdotes e

In st. Relig. - 7

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192 D E C Á L O G O

pontífice , pois segundo a palavra de S. P aulo, " o oficial


mer ece salário", e quem erve no altar p recisa viver do
r endimento do altar; o fi éis devem prover especialmen te
às neces idades do Sumo Pontífice, muito mais urgentes
hoje em dia; enfim, a sistência espiritual, ajuda com o
socorro de sua oraçõe aos ministros da I greja, que sacr i-
fi cam. tempo, saúde e vida em prol das almas, recolhendo,
muitas vêze , em paga, a ingratidão.
150. - Devemos respeitar e ob edecer a tôdas as leis, impostas
pela autoridade civil?

R. - im ). d evemos respeitar e ob ed ecer a tôdas as


leis impostas pela a1üo1·idade civil) contanto que não sejam
cont?'árias à lei d e D eus.
151. - Que outras ob rig ações nos vmpõe o quarto mandamento
para com a sociedade civil?

R. - O qum·to mandamento impõe-nos a obrigação


de, na m edida d e nossas f ôrças, promovermos a prospe-
1·idade e o bem da sociedade civil, onde nascemos, que é
a no a pátria.
152. - De que modo concorremos para a prosperidade de
nossa pátria?

R. - Concorremos eficazmente para a prosperidade


da nos a páfria, se procuramos que seja governada por
cidadãos idôn eos, r es peitadores da r eligião e da moral.
153. - Qlle ha'vemos de fa zer para que a nossa pátria seja
bem governada por cidadãos idôneo , respeitadores da religião e
da moral?
R. - Para qu e a nossa pátria seja governada por
cidaclüos idôneos, 1·es peitadores ela religião e da moral)
d eve mos exercer o dir eito elo voto segundo os r estritos
ditam es da consciência.

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4,0 MA N D AMEN TO 193

154. - Quais são os ditam es da consciênc-ia com relação a-0


direito do voto?

R. - Os ditames da reta consciência com relação ao


direito do voto ão que ela não nos permite concorrer com
o voto para a eleição de homens sem capacidade, sem
r eligião e sem moral, 01t 'filiados a seita inimigas da
I greja.
CON LU ÃO PRÁTICA

Quanta felicidade e quanta paz na socfodade domés tica, quanta


s gurança no Estado, e qu a nta b 1 za harmonio a na I greja, todos
os deveres que aduzimo fo sem fielmente cumprido por todo o
inferiores ! - o comêço do cristia ni mo, notou a oci dad pagã,
que m todo luga r e s mpr , os cristão eram r p ito o , ob di nt ,
d licados; começou a admirar, d pois entrou a amar uma religião
que pedia alcançava tão b los r ultado . Re p ito, amo r, obe-
diên ia, dedicação: is a virtude cuja prática há d con ervar a
escola, o lar pat rno, a nação bra il íra e a oc i dad mod rna ,
que o torno o pírito d ind I nd ência d r volta om1 r a alta
o am aça solapar.

§ IV. - D cve re do up c ri o r p a ra co m o in fe rio r .

Dever s p11rtic ul6res: l.º elos me tre pnr11 rom os elisclpulo ; 2. 0 elos donos
1mrn C'O m o criado ; 3.0 dus elivcr 11 11utorielud para com o súditos;
4 .0 do chores piritunis pnrn com o lióis.

" 155. - Qua i são o cl t' rc elo S'ltpcrior s para com os


inf eriores?

P ar a vamo

eh f
autoridad
r ligio a.
I. vAz do pai ,
dvm rem confiado ,
af ição fraqu za pareia-

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194 D E C Á L O G O

lidade, antificada por intuitos · cristãos; educação inte-


lectual e moral baseada no cristianismo e reunindo man-
sidão e firm eza ; quando neces ário, correção, prudente
e justa, e sempre, bom exemplo.
II. Os donos e as donas de casa, os chefes de 'itsina
ou de oficina devem aos operários, criados, empregados,
etc., o alário conveniente, segundo a ju tiça : "Não fique
a recompen a do jornaleiro, um dia sequer, nas vossas
mãos", dizia Tobias a seu filho (Tob. , rv, 15 ) . Com o
alário aju tado, devem ainda a comida necessária, os
cuidados exigidos pelas doenças que o serviço tiver
oca ionado e, às vêzes, socorros particulares, conforme
pre creve a caridade.
Mandando, empre devem usar de mansidão e bon-
dad e, lembrando-se destas palavras da sagrada Escritura:
"Quando tiverdes um servo fiel, amai-o como vossa alma,
e tratai-o como irmão". (Ecl . xxxm, 21 ) . - " Xão há
mais escravo, nem homem livre; todo são filhos de
.Deu " (Gal., m, 2 ) .
l ão devem andar esquecidos da alma dos que lhes
for em ubmetido , mas vigiar no seu proceder, repre-
endê-los quando útil, facultar-lhes os meios de praticar
os dever r eli gio os e dar-lhe bom exemplo.
III. Os que são depositários ela autoridade temporal
ou civil deYem aos subordinados jitstiça e proteção. São
obrigado a manter com firmeza a ordem p1~iblica, defender
pes oa ou propriedades contra ataque inju tos, r espeitar
e faze r re ·peitar as leis civis, manter e proteger a liber-
dade r eJigiosa, entre a liberdades t ôdas, a mais preciosa,
a mais sagrada.
IV. O superiores eclesiásticos, representantes da
autoridade espiritu al e religiosa, devem aos subordinados,
o ensino religioso proporcionado às suas necessidades ; os
socorros do seu ministério em tôda as precisões da alma,
na saúde ou na doença; a correção dos escândalos, maus

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5.0 MANDAME TO 195

idã à firmeza;
nCim, nf rme
a n idad

V. 0
M ND MEN'rO
Não m a tar.
Divi ã o d as unto.

156. - Que pro íbe D eus p lo quinto man lam nto?

matar e
d

111 SIDO
dá, por
pr e ito
OU!O O d -

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196 DECÁLOGO

Enfim, por e en ão o man am n


dani icar a vida na ural do pró_ imo. i
·orpo proíbe por i...,.ual pr'judicar a vida d
que denomina vida obrrnat irai, pr vo ando
pelo e cândalo.

- 'Ao li T.AR - O n •Jo•o r.a(m ma l a o (r lo b•l.

Di"i<1in•mo <'m doi


manr1am n ''; o
a 1·1rln nfl/11ral, " o
e J>Ín "ª' do pr/1 imo

§ J. - n tur 1.

J i . - r omo p d,. ca or pr"J o à ralt

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5. 0 MANDAMENTO 197

158. - Qite é suicídio e q11e idéia se deve formar dêle?

R. - O si1,icídfo, crime de quem dá a morte a si


p1·óprio, é pecado graví simo, pois constit1ti um atentado
contra Deiis, injiistiça contra a sociedade, crueldade para
consigo e grande cobardia.
1. 0 É atentado contra Deus, cujos direitos u urpamos.
õmente êle é me tr da vida: ' "le quem no-la deu e só
"le no-la pode tirar. oncedeu-no o u o dela, porém não
a propriedade.
2. 0 É injiistiça para com a sociedade, que no criou,
educou, in truiu e, portanto, tem direito ao erviços que
lh podemo pr tar. Quem e mata rouba à família um
m mbro, à pátria um cidadão, qu lhe podia er útil.
3. 0 É criieldade para consigo; com efeito quem se
dá a mort impô - e um mal pre ente, e de penha- e
na ond na ão t erna, poi ordinàriam nte perde a vida
no própri ato do crime, m haver t empo para o arre-
pendimento.
4. 0 Enfim, long d r ato de coragem, não pa sa o
ui ícli d cobardia; dá abo da vi 1a quem não po ui
a . devida nerlYia para uportar uma dôr fí ica ou moral.
r enhuma razão pod de ulpar o uicídio voluntário:
para in pirar horroIJtd" e rim , n ga a IO'reja o o orro
da ua ra õe e a..a honra da epultura cri tã ao
qu morr m p lo uicídio em t er em dado prova de
arrependim nto.
É proibido ainda apre ar a hora da morte por um
trabalho exc ivo, intemp rança ou avareza; expor-se
à morte, a não r por d dicação, para o bem público
u por caridad ; ferir- , a não er para evitar perigo
d morte provável, e enfim de ejar a morte, levado pelo
d ânimo.

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198 D E C Á L O G O

159. - Que é homicídio?

R. - H omicídio é a morte dada voluntária e _inj~­


. _mente ao próximo.
H omicídio é a morte dada voluntária e injustamente
ao próximo. P õe-se-lhe o nome de parricídio, fratricídio,
infanticídio, regicídio segundo fôr a p essoa assassinada,
um pai, irmão, filho, r ei.
O homicídio é crime horrível, formalmente proibido:
"Não matar " (Deiit., xxv); atentado contra o soberano
domínio de Deu ; injustiça para com a vítima, sua fa-
mília e a sociedade. Por i so, geralmente, as leis humanas
condenam à morte os as a sinos e a I greja os declara
excomungados.
É culpado de homicídio - não de fato, mas por
intenção, - quem t em de ejo de ma ar e procura fazê-lo,
embora não o con iga.
O homicídio por im prudên cia não é culpado no
mesmo gr au; pode ser , contudo, falta mai ou menos
gr ave, conforme a imprudência cometida .

159 bis. - H averá casos em que se pode matar alguém sem
que haja culpa de homicídio?

R. - II á 3 casos em que o homicídio é permitido :


1.0 para exerc r o clii'eito da sociedade; 2. 0 em caso de
gii erra; 3. 0 em caso de legítima defesa.
O homicídio é permitido em trê circun tâncias:
1.0 É direito da ociedade de faz er- e do criminoso ,
e a pena de rnort tendo ido entenciada pela ju tiça,
é lícito aos executores infligir e ta pena.
2. 0 O direito da gu erra autoriza o oldados a ferir
ou matar o inimigo , sendo a guerra ju ta e legitima-
mente declarada.

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5. 0 MANDAMENTO 199

3. 0 O direito da defesa legítima permite, - caso não


haja outro meio de livrar- e, - de matar o agres or f- <tC
inju to que ameaça no a própria vida ...-
160. - Que é duelo e como devemos apreciá-lo?

R. - Duelo é o combate entre dua p ~ que lutam


com perigo de perder em a vida oit sairem f eridas, e isto
diante de testemimhas designadas e tendo determinado o
l1t ar e a hora do encontro, assim como o modo de com-
bater. - O ditelo é rigorosamente proibido pelo direito
natural, pelo direito divino e pelo direito eclesiástico.
O duelo é rigoro amente proibido:
1.0 P elo direito natiiral. - enhum homem, com
efeito, t em direito na ua vida, nos seu membros, nem
tão pouco na vida ou no membro alhei os.
2. 0 Pelo direito divino. - A lei que proíbe o homi-
cídio, proíbe com a mesma fôrça, expor-se a perder a
vida ou atacar a vida do próximo. E sta falta é tanto
mais grave que o combatente e expõe e expõe o adver-
sário a morrer no próprio ato de pecado mortal e a cair
no inferno.
3. 0 P elo direi.to eclesiástico. - Com efeito, a I greja
une suas condenações às de Deus ; fere com excomunhão
os, atores e testemunhas, e nega-lhes a sepultura cristã
se falecer em sem t er feito penitência.
É êrro pensar que os chefes militares t êm direito
de impor o duelo aos subordinados : se o fizerem, será
violando o direito e violando a lei e seria ainda o caso
de r esponder com a palavra do Apóstolo. "Melhor vale 1
obedecer a Deus do que aos homens".
l'
161. - Não há outras cousas condenadas pelo quinto manda- 1
mento ? 1 '
l

R. -Ainda que o preceito não fal e senão de homi-


cídio, proíbe mais tudo quanto pode ser origem dêle, oit

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200 D E C Á L O G O

a êle nos levar, e com maior razão as pancadas, feridas,


· mili1'lação.
e o mau trato infligidos ao prox1mo são graves
em i m smo ou nas suas con equências, a falta é
mortal, e impõe o dever de compen ar todo o preJmzo
que re ultar. - Se esta falta e dirigiu a um sacerdote ou
a pe oa consagradas a Deus, há excomunhão r eservada
ao papa. (' ~"'

ão õmente ão proibido os maus tratos, mas o


Evangelho de J e u Cri to, aperfeiçoando a antiga lei,
que tolerava a de forra e autorizava a pena do talião,
' olho por olho , dente por dentes", vai até con denar
todo o ódio, t ôda a injúria, tôda a palavra e mesmo todo
o pen amento contra o próximo. "E eu vos digo, - declara
o o enhor, - que e um homem qualquer deixa entrar
no e.oração a raiva contra o próximo, merece ser julgado
pela ju tiça de Deus; que se êle di ser ao irmão Raca
(i to é, palavra de afronta ou desprêzo), merecerá ser
ca tigado e e êle o chamar de loilco, merecerá o próprio
inferno" ( . Mat ., v, 22).
CONCLUSÃO PRÁTICA

O pre ervativo de t odo pecado col!tr a o quinto mandamento,


é a caridade : a caridade para com Deus no resguarda do de espêro
e in pira-no a re ignação; a caridade para com o próximo nos faz
e quecer e perdoar, afasta do nosso coração todo o sentimento de
ódio ou desejo de vingança.
Quando a caridade mora no coração, domina-o, senhoreia
tôdas as impaciências, os impetos, as primeiras emoções da eólera;
leva S. Gzialb erto, não a vingar-se, mas sim a atirar-se aos braços
do assassino de seu irmão; leva S . Francisco de Sales a ouvir
sossegado as injúrias e a redarguir: "Assim mesmo, amo-vos como
a um irmão". Portanto é com tôda a razão que o apóstolo . João
conclui: " 0 que ama seu irmão habita na luz, e para êle não há
ocasião de pecado" (I S. João, n, 10 ) .

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() . o ?lf A N D A M ll1 N 11' 201

§ n. - lclu I' plrlhtul : cíi nclulo .


Jnsofin dulo : v~ r lns s p •I s. - lll" 1•l11 çn n t oll\g l1•11 . - 1Gsufi 11d11lnH 1r rn vos o
f1· 1111 nt s.

1 >2. - 11 6 s1li 11rfolo ?

a of ?1d ?' a, D 11 s,

f íl ZC'l' J'll' im
•0 11 Hn p r 1win s
111 1 cm p(1bli ,
1 ·1·pjn,1 l. m um

l l3. - Q11.e l mos JUJ11Hfl,t âo peMrlo cl IJO 11rla.lo?

lt . -

nsi ndo t· qu dá s fin-


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202 D E C Á L O G O

dalo trabalha com o demônio para perder almas que Jesus


Cristo veio remir com o sangue. Ora, se já é criminoso
tirar ao próximo a vida do corpo, quanto mais grave não
é o crime de perder-lhe a alma!
2.0 O mal produzido pelo escândalo, é muitas vêzes,
irreparável. O próximo escandalizado pode, por sua vez,
t er comunicado a outras vítimas o mal que lhe fôra ·
transmitido. E quem há de dizer o sem número de
pecados que um primeiro escândalo pode ter causado?
E onde se há de ministrar o r emédio?
São estas graves r eflexões que faziam Nosso Senhor
dizer no E vangelho : "Ai daquele que der escândalo !
Melhor f ôra para êle que lhe suspendes em ao pescoço
uma pedra de moinho e o jogassem ao ·mar!" (S. Mat.,
X VIII, 7 ) .

164. -Apontai algims escândalos mais f reqitentes e 7níJ-iS


graves?
R. - D evemos considerar corno culpado de escândalo
grave :
1. 0 Quem fa z alarde da impiedade e dá ex emplo
triste e nefasto, empenhando-se em a1>agar a f é nas almas
e o sentimento r eligioso nos corações.
2. 0 Quem pitblica, compõe, vende livros ou jornais
tratando de assuntos imorais ou ímpios.
3. 0 Quem escreve peças de t eatro con tra a religião
ou os costumes, ou as representa.
4. 0 Quem faz ou expõe estátuas, pinturas, 'fitas ou
desenhos imodestos.
5. 0 Quem ostenta a depravação e ofende as leis da
decência por seu traje ou suas atitudes.
Acu ar-se dêste pecados na confis ão não é bastante:
cumpTe r eparar o mal feito e se foi público e con ide-
Tável, também a r eparação ou r etratação tem de ser
pública e solene.
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I

6.º E 9.º MANDAMENT OS 203

CONCLUSÃO PRÁTICA

l.º Relativamente ao escândalo recebido, impõe-nos a caridade


o dever de interpretar com indulgência a palav ras ou atos duvi-
dosos ; a vigilância manda qu e afa temos do nosso espírito os maus
efeito que poderiam produzir e a generosid ade deve levar-nos a
pôr em prática o conselho do divino Mestre : "Se vossos olhos,
vossos pés ou vossas mãos, - i to é, o que mais prezais neste
mundo - forem ocasião de e cândalo, arrancai-os e atirai-os para
longe de vós" (S. Mat., xxvm , 8).
2. 0 Rela tivamente ao e cândalo dado, cumpre: nunca dizer
palavra nem fazer a to algum que possa ser ocasião de escândalo
e de queda; deixar de faze r até aq uilo que pode nos parecer bom
mas não é ordenado, logo que percebemos que assim podíamos
escandalizar os fracos; repara r os escândalos de palavras por
con elbos melhores, os escândalos de ação por melhores exemplos. ·
"Senhor, repetia o santo rei Davi, purificai-me dos meus
pecados secretos, e poupai ao vosso servo o castigo dos pecados
alheio que podia ter causado" (Salmos, xvm, 13 ).

VI. 0
E IX. º MANDAMENT .OS

Não p ecar contra a castidade.


Não desejar a mulher do próximo.

Divisão do assunto.

165. - Que proíbe Deus pelo sexto e nono mandamentos?

R. - P elo sexto rnandarnento Deus proíbe os pecados


de luxúria, isto é, qualqiier ato exterior contrário à santa
virtude de pureza. O nono preceito vai alérn. Condena
o desejo voluntário, o simples pensamento do mal.
A pureza, que se chama também modéstia cristã, bela
virtiide, virtiide angélica, manda que respeitemos o nosso
corpo qual templo a Deus consagrado, e condena tudo
quanto lhe poderia embaciar a inocência.

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204 D E C Á L O G O

O nono preceito vai além, e debelando o mal na


própria raiz, condena até o de ej o voluntário, o simples
p ensamento do mal. "No coração é que se ongmam os
atos vergonho o " (S. 111at., xv, 19). Poi· i so quis Josso
Senhor , renovando e aperfeiçoando a antiga lei, proibir
o próprio de ejo do mal.

Sodoma é destruída· por uma chut•a de fogo: pecou contra


o 6. 0 mandamento.

O atos e.rteriores e interiores contra a pureza formam


o objeto dir to das proibições dos preceitos exto e nono,
que reunimos por tratarem do mesmo a sunto; mas êstes
dois manclamentos proíbem indiretamente tudo quanto
pode Yir a ser ocasiüo de pecado contra a pureza.
Dividiremos cm três parágrafo. a explicação e
diremos: 1.0 os pecados contra a santa virtnde, assim
como suas ocasiões; 2. 0 a gravidade dos pecados de
luxúria; 3. 0 os preservati1.Jos e remédios contra ê tes
pecados desastrados.

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6. 0 ' E 9. 0 MAN D AMENT O S 205

§ 1. - Pecados proibidos pelos VI.º e IX.º mandame nt.o s .

Atos exteriores. - Atos interiore . - Principais ocasiõ es de irnpur za : 1. 0


rnlts leituras; 2 .0 espetácuJos ; 3. 0 da nsas e bail ; 4. 0 r e uniões
mundanas.

166. - Qitais são os principais pecados proibido por êstes


dois preceitos?

R. - O sexto preceito proíb e atos ext eriore , e o nono,


atos interiores opostos à p1ireza.
P elo nome de atos exteriores, deve- e entender tudo
o que e manifesta para fora. ão:
1.0 Tôdas a açõe indecent es, denominada ainda
impiirezas ou pecados v ergonhosos, porque constrangem
quem os comete a corar perante Deus e perante os
homens. Cometidos a ó ou com alguma pe soa, êstes
pecados ão mortais por natureza, e podem mudar de
espécie conforme a pe oa , os l ugare , os atos. Então,
tais circun tância devem s r declarada na confissão.
2. 0 Os olhar s mau , isto é, fitos, sem necessidade e
com reflexão, sôbre pessoas ou objetos que podem levar
ao mal; ão qua e empre p ecado mortais, por causa, ao
menos, do per igo próximo de con entimento.
3. 0 A conv ersas de honestas ou livres, palavras ou
cantos obsceno ou de significação dupla, pronunciadas
ou ouvidas com intenção ou perigo próximo de excitar em
si mesmo ou nos outros a impressão do mal, ão pecados
mortais.
Com o nome de atos interiores, contra a pureza, é
preciso entender o que e dá tão somente no e pírito e
no coração. ão :
1.0 O maiis pensamentos livremente consentidos.
A idéia do mal, e a rep elirmos; a própria impressão
que a acompanha, e fôr combatida, não ão pecados.
Mas é no beneplácito da vontade demorando-se e com-

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206 D E C Á L O G O

prazendo-se no gôzo excitado pelo pensamento, que está


o pecado; é mortâl se a cousa é verdadeiramente má e o
consentimento inteiro; venial, se a matéria fôr leve ou
o con entimento imperfeito.
2. 0 Os maits desejos. - Ao simples pensamento,
ajuntam-se então a intenção e vontade de cometer o ato
mau. Neste caso, t êm a malícia e a gravidade do mesmo
ato, se o consentimento fôr inteiro.
167. - Qiiais são as principais ocasiões exteriores de pecados
contra a lJUreza ?

R. - As principais ocasiões ext eriores dos pecados


contra a pureza são as más leititras, os maus espetáculos,
as reimiões mimdanas, as danças e os bailes.
Chama- e ocasião de pecado tudo quanto, no estado
de n ossa natureza decaída, leva mais particularmente ao
mal, e oca ião ext erior então, a que encontramos fora do
nosso e pírito viciado e do nosso cor ação inclinado para
a corrupção, no obj etos, nas pe soas ou circunstâncias
que levam · ao pecado. Diz-se que a oca ião é próxima,
quando leva diretamente ao mal e acarr eta qua e sempre
uma queda; remota quando leva indireta e fracamente
ao pecado.
E xcusado é dizer que a mesma lei que proíbe o peca-
do or dena também de fugir da ocasiões que conduzem
a êste pecado, especialmente e forem próximas. Ora, as
principai ocasiões dos pecados contra a pureza ão:
1.0 Más leiturns; êste têrmo geral abrange : os livros
ímpios, que abalam a fé e atacam a moral pur a ; os livros
licenciosos, em que se apresenta o vício em tôda a sua
realidade; os romances mais ou menos perigosos, onde
a paixão entra em cena de modo cativante; as fôl has
diárias ou revistas periódicas que, sôbre trazerem todos
os inconveniente do romance, têm o perigo de excitarem

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6.o E 9.o M A N D A M E N T O S 207

mais a curiosidade ; e enfim os livros fút eis, que, embora


não sej am absolutamente maus, falseiam o juízo, desviam
a imaginação, fazem perder o gôsto da piedade, e aos
p ou cos causam a derrota da virtude. A má leitur a é
pecado mortal t ôda as vêzes que é f eita em livro conde-
n ado pela I gr eja, se oubermos da condenação, e mais,
quando, ainda que o livro não seja formalmente proibido,
deixa e ta leitur a "pen amento , idéias, impre ões cuja
·ver dadeira culpabilidade é fácil r econhecer .
2. 0 E spetáculo . P or ua n atur eza, os e petáculos
não são mau em absoluto; podem me mo contribuir a
elevar a alma, quando tiverem em mira um fim moral, e
ão admitido até na ca a de educação cri tã. Mas em
no· o· t empo , o e p táculo público , tornaram- e cou a
diferente. A mai da vAzes, ão e cola de imoralidade
em que o v tc10 ai glorificad o e a virtude ludibri ada.
Abra am a imagina ão e qua e fatalmente arra tam a
vontade para o mal: por i o con tituem oca ião de pecado.
m autor drarn áti o, - Alexandre Duma , - con-
f e ·ou qu e a mãe prudente não devia ir ao teatro, e mui to
m no ali levar a filha. Dizia hateaubriand ao j ovem
zanam: " Eu l he p ço, nunca va a itir ao e petáculo ;
ali não ganhava n a fa e havia de perder muito" .
Pela cou a qu e ouvem ou e contemplam, se o
e petáculo fôr oca ião d p en amen o ou impre sões
ruin , a arr tanclo p ri(l'o de con entimento, então, sob
p ena de falta O'rave, ' pr ci o ab ter- e.
3. 0 Dan a e baile. - Em i me ma, a dan a não é
má, e e não pa a e de exercício corporal, nem e poder ia
c n urar. Entretanto, por muita circun tância , pela
m ú ica que ouv , p ela ou a que e vêm, a fr equen-
ta ão la pe oa qu ali encontram, pelo traj e que
e ve t rn p la lib r lad qu e toma, é qua e sempre
pecad o. fora certa r euniões na família, onde tudo corre

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208 D E C Á L O G O

segundo os ditames da boa ·educação, devemos evitar a


dansa, mormente os bailes pú blicos, e principalmente
certas dansas moderna que em si mesmas são muito peri-
gosas. Eis o parecer de S. Francisco de Sales, que era santo
muito bondoso, muito indul()'ente : " Dos bailes digo o que
dizem os médicos a r espeito dos cogumelos : os melhores
não prestam". E de fato, ão sempre ocasião de leviandade,
muita vêzes de luxo, d e ciumes, mais vêzes ainda, de
estouvamen to, e finalm ente são a ruína da piedade e da
virtude. Será portanto sempr e mais acertado evitá-los.
Os baile apelidado " bailes de caridade" apresentam os
me mos perigos e êste não é meio do qual os cristãos
p odem lançar mão par a exercer a sua caridade. Os
p róprios bailes de c1·ianças não deixam de apre entar
inconvenientes de muitas e pécies.
4.0 As reimiões miindanas são muito perigosas tam-
bém ; a ociedade de pe soas de sexo difer ente, o brin-
quedos, os canto , a leviandade que ali muitas vêzes
imperam, o luxo que se quer o tentar à viva fôr ça, as
amizades que se travam e as con equentes familiaridad es,
etc., tudo faz concluir que devemo fugir de tais r euniões
sob pena de culpa grave, se forem oca ião próxima de
pecado.
CONCLUSÃ O PRÁTICA

" Quando o hom em, diz S. Bernardo, dá la rgas à ambiç,ão, é


um homem quem peca, peca porém com o anjo; quando a avareza
o avas ala, peca, mas como o homem ; mas se anda a reboque dos
de ejos baixos da carn e, peca como a bêsta".
"Quem a mar o l e rigo, nêle há de perecer" (Ecl., m , 27) .
Afugentamos as outras tenb-t <;Õcs lut ando contra elas, dizem os
santos; as tentações contra a pureza só podem se r vencidas fugin do
delas.
Ponderemos os conselhos que dfl S. Francisco de Sales a
respeito da dansa e que podem, da mesma fo rma, aplicar-se aos
espetáculos e outras reuniões m1111dana.s: "Se tiverdes de ir a o
baile, constrangido por uma oca~ião de que vos não podeis livra r

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6.º E 9. 0 MANDAMENT O S 209

de maneira alguma, ponde entido que seja a vossa dansa muito


re ervada. Dan ai pouco e r aras vêze . . . Refleti no seguintes
pensamentos: "Enquanto estou dansando, várias · almas ardem no
inferno por terem dan ado, como eu ... Várias pessoas oram a Deus
e cantam seus louvores; não são mais aj uizada do que eu~ . ..
Vários, neste momento, comparecem perante Deus: também eu posso
ser chamado. Jesus Cristo, a antí sima Virgem, os anjos e os
santos me consideram e t êm dó de mim... (Vida devota, liv. III,
cap. xxxm ).

§ II. - Gravidade dos pecados contra a pureza.

Gravidade dos atos : consequência. - Apreciação dos atos interiores.

168. - Apreciai a gravidade elos atos contra a pureza.

R. - Os atos contra a virtude de 1ntreza não sàmente


ão gravíssirnos aos olhos de Deits e da consciência honesta,
mas acarretarn ainda consequências terríveis neste mimdo
e para a eternidade.
Quanto aos atos interiores, podem tanib ém ser peca-
dos mortais, sendo a matéria grave e se nos demorarmos
volimtàriamente n êles com prazer consentido.
O pecados de ações são geralmente gravís imos. O
ap.óstolo S. Paulo, dep oi de ter enumerado as diferentes
qualidades, declara terminantemente que quem os cometer
não entrará no r eino do céu; logo, êstes pecados são
mortaú.
Com efeito, as ações criminosas degradam o homem,
apagam nêle as feições da semelhança divina, e rebaixam-
no ao nível do irracional. É contra êstes pecados que
o Senhor entenciou os anátemas mais terríveis: "Meu
espírito, diz êle, não há de morar no homem, porque o
homem é carne" ( Gên., vr, 3). Contra êles ainda é que
exerceu o castigo com mais rigor; hajam vista o dilúvio, o
incêndio de Sodoma e Gomorra, a ruína de Babilônia, etc.
Êste pecados vêm a ser mais graves para cristãos,
cujo corpo e alma se tornaram, pelo batismo, pelos sacra-

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210 D E C Á L O G O

mentos, mormente pela Eucaristia, membros de Jesus


Cristo· e temp~os do Espírito Santo.
Não somente são gravís imos aos olhos de Deus e da
consciên cia hone ta, mas êst es pecados contra a pureza
acarretam ainda conseqiiências t errív eis neste mundo e
para a eternidade.
1.0 E scurecem a inteligência : " O homem que se -
materializa, diz S. Paulo, embrutece ; não entende mais
as cou as de Deus" (I Cor., m, 14) .
2.° Cegam e entorpecem o coração; tornam-no incapaz
de afetos puro e hone t o , arruínam a paz das famílias,
e levam muitas vêzes ao crime.
3.0 Geram na alrna, primeiro, o esquecimento de
Deus, depois o desgôsto da r eligião, enfim, a impiedade,
muitas vêzes, o ódio a Deus e a tudo quanto o representa.
4.0 E specialmente quando se tornam triste costume,
derribam saúde e fortuna, impossibilitam qualquer ato
generoso e dedicado, produzem moleza, cobardia, acabando
pelo de ânimo, e não raro, pelo d esespêro, a impenitência
e o inferno.
Quanto ao atos interiores, podem também ser pe-
cados mortais, endo a matéria grave e se nos demo-
r armo voluntàriamente nêle com prazer consentido.
Ê tes pecados de pensamento e desejo trazem - como
consequência quase necessária as ações culpadas, apre-
sentam mais o inconveniente de multiplicar-se tão
fàcilmente que quase nem podemos dar por êles, nem
p or tanto emendar-nos. Enfim, povoam o e pírito de lem-
branças e imaginações que impo ibilitam tôda r eflexão
e oração.
CONC LUSÃO PRÁTI CA

T em r azão, pois, o E spí ri to Santo eo dize r : "Gua rd ai o vosso


coração com temor " (P rov ., rv, 23). O início do mal é sempre um
pensament o; fortifica -se o mal pelos desejos; desenvolve-se pelas

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6.º E 9 .0 MANDAMENTOS 211

ocasiões, e pelo costil?lie torna· e por a im dizer f atal. Por d mais


t em a experiência abonado êste orácnlo do E pírito an to: "O
adolescente eguirá seu caminho e ainda qu ando tiver encane ido,
não se arredará de ta via" (Ib icl. xxn, 6); e também ê te reparo
de Jó: "Hão de pulular aind a no eu o o o vícios da juventude
e dormirão com êles no pó do túmulo" (J 8, xx, 11 ) .
Quer isto dizer que o vício impuro é inco rrigíveH Não; ma é
preci o desarraigar o mal no comêço, opor-lhe remédios enérgicos,
querer com afinco remar para a virtude contra a correnteza da
paixão, confiar-s a um diretor hábil e firme, e, depoi conta r com
a graça de Deus.

§ III. - Preservat ivo e remédio co ntra a impureza.


Meios habituai de preser vação. - Procedim ento na s te nta ções. - R emédios
depois do pecado.

169. - Indicai os remédios e preserva"tivos con·t ra a impureza.

R. - A fim de conservarmos tão delicada virtitde


importa andarmos sempre acautelados. Citemos como
preservativos : 1. 0 o arnor e a estima da pitrezaj 2. 0 o gôsto
ria oração e do trabalho j 3.0 a mortificação dos sentidos,
principalmente da V1'sta j 4. 0 a fitga das ocasiões.
A virtude de pureza é delicada ; nós a levamos em
va os quebradiços e por tôda a parte as ciladas e os
inimigos nos rodeiam. Importa, primeiro, andarmos
a'.cautelados por m eios de preservação que vêm a ser:
1.0 O amor e a estima da piireza, virtude dos anjos
que Deus premeia no homem, deparando-lhe, na terra e
no céu, r ecompensas e p eciais.
2. 0 O gô to do trabalho e da oração . O demônio nos
tenta sobretudo quando nos acha na desídia, na ociosi-
dade; também Deus abandona à própria :fraqueza e às
suas perversas inclinações os que não rezam. ·
3.º A prática habitiial da mo1·tificação dos sentidos,
especialmente da vista, pela modéstia dos olhares; do
gô to, pela prática da temperança; do ouvido, evitando
tôda conversa ruim, todo canto torpe ; da imaginação,

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212 D E C Á L O G O

fugindo das más leituras, combatendo certo cismar


perigoso; do coração, repelindo todo afeto muito vivo
"que não quiséramos contar à nossa mãe" .
4. 0 A fuga de tôdas as ocasiões que apontamos:
leituras, espetáculos, bailes, reuniões ou frequentações
perigosas.
Nas t entações que se apre entam sem estarmos
expo tos, devemos :
1. 0 Desconfiar de nós mesmos, não contar com as
próprias fôr ças, mas sim esperar em Deus e no poder da
sua graça.
2.0 Afugentar so segadamente a tentação, ocupando-
nos com outra cousa, entregando-nos a um trabalho ativo,
a uma conver ação que divirta, etc. Erguer também o
coração para Deus pela oração, para a santíssima Virgem
e o nos o bem anjo p or um apêlo entranhado e confiante
à sua prot eção.
3. 0 Opor à ten tação pensamentos sérios, a lembrança
da mort e, do juízo e do infern o, r ememorar a presença
de Deus que nos vê ; escutar a voz da honra e da cons-
ciência, r efl etir nas nefandas con equência do pecado . ..
E nfim, dentre os rem édios contra os pecados, o pri-
meiro e principal é reconer à confissão frequ ente, sem
deixar à alma t empo para enlanguecer e entorpecer-se
no v1c10. Ma é preciso t er na confis ão sinceridade
perfeita, dar a conhecer uas chagas, como o doente r evela
ao médico t odo o seu mal, e submeter -se com energia e
confi ança à direção do confessor, aceitando sua deci ões
e seguindo seus conselhos.
A comitnhão f requ ente, feita com preparação exce-
lente e di po içõe de fervor e confiança, erá a um t empo
pre ervativo e r emédio : comunicar-no -á a própria fôrça
de Deus, e é o meio t odo poderoso para con ervar mos a
inocência ou r ecuperar mo a virtude, ainda me mo
quando tivé semos dado quedas la timáYeis .

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7.o E 1 0 .o M A N D A M E N T O S 213

CONCLUSÃO PRÁTICA

Consagração a Maria Santíssi1na. - (Para se rezar todos os


dias de ?nanhã e de noite, de joelhos). - ó minha Senhora e minl1a
Mãe! Eu me ofereço todo a Vós, e, em p rova de minha devoção
para convo co, vos con agro ne t dia os meus olho , os meu ouvidos,
a minha bôca, o meu coração e inteiramente todo o meu ser. E
porque sou vosso, ó incomparável Mãe, guardai-me, defendei-me
com cousa e propriedade vos a .
(100 dias de ind., uma vez ao dia, para quem a rezar de
manhã e de noite; plenária no fim do mês) .

Aspirações nas tentações.


ó minha oberana, ó minha Mãe, lembrai-vos de que so u vosso;
guardai-me, def endei-me, como vos o bem e propriedade vossa.
O faria concebida sem pecado, rogai por nós que a vós
recorremos.


VII. 0
E X. 0
MANDAMENTOS

Não furtar.
Não cobiçar as cousas alheias.
Divisão do assunto.

170. - Que proíb e Deus pelo sétimo e pelo décimo manda-


1nento?

R. - P elo sétirno rnandarnento, D eiis proíbe tornar


ou reter injiistarnente o bern do próxirno. - P elo décirno,
D eus qiier estancar a fonte das injustiças, remontando
até a origern, o princípio : condena o desejo de apossar-se
por nieios ilícitos das coiisas alheias.
Reunimos em um mesmo capítulo êstes dois manda-
mento' por se referirem ao mesmo objeto: respeito da
propriedade dos outros. Violamos a propriedade alheia
quando tomamos o que é dos outros ou quando lhes

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214 D E C Á L O G O

causamos algum prejuízo, eja de que modo fôr . Não


somente é proibido tomar, ma quem e achar de po e
de uma cou a pertencente ao prox1mo, e o ouber , não
poderá ficar com a tal cou a: há obrigação de restituí-la.

,Seio Luís, rnuddo de j!lst•ç11, ol,;errn e faz obserrnr o 7. 0 mandamento.

Enfim, é proibido cobiçr1r, 1 to é, de t>ja r d modo inju to


e arnn'nlo a-; c:ou"ia alheia-; São esta difc>rcnt que tões
qn P "\ P lll e. . tudarla ·no· ti(· I><ll'<Ígrafo· triltando: 1. 0 das
v1ínas ma11r1ras rlr. i·1olor o. c11n /tos al h 10.; 2. 0 da
O]Jrcr·1or·rlo qur sr dr1·r fr1_r 1 dos prc11rln · r'o111ctul os con-
tra o sft11110 e o rlfci1110 111011rlr1111111fo: :L 0 rla obrigação
d r rrst1t11ir.

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7.o E 1 0 .o M A N D A M E N T O S 215

§ 1. - Dive r as m a ne ira de violar o dire ito do próximo.

Noção do roubo: suas diferentes espécies. - D etenção injusta. - Prejuízos


ca usados in justamente. - Violação dos compromissos.

171. - De quantas rnaneiras ofendemos os direit os do


próximo?

R. - Ofendemos os direitos do proximo principal-


mente de qiwtro maneiras : 1 .0 t omando injustament e
cousas alheias : é roubo j 2. 0 fic ando com elas, injiista-
m ente: chama-se det enção injiista j 3. 0 caiisando-lhe pre- .
jiiízos injiistamente j 4.0 não execidando as promessas
escritas oii v erbais : é violação dos compromissos.
I. Roubo /~furtô ou u urpação de cou as alheias
contr a a vontade do dono. D enomina-se gatunagem,
quando a cou a e tiram por e perteza; rnpina, quando
e tiram por viorncia, fôr a; fra1ide, quando há dolo na
mer cadoria ou no trabalho; iisura, quando e dá empres-
tado com juro exce ivo , acima do que é p ermitido pela
lei e o co tum e aceito; acrilégio, e a cou a furtada fôr
obj eto aoT·ado ou e o Íê:!to e der em lugar santo. E ta
última circun tância acr e centa ao r9ubo nova malícia,
que muda a e p écie.
II. A det enção injusta con i te em r eter ilegl.tima-
mente o que pertence ao próximo. É culpado de detenção :
1.0 todo aquele que não paga a dívida quando pode,
ou não importa em ganhar, com o trabalho, dinheiro
para a aldar; 2. 0 aquele que recu a devolver o que lhe
foi confiado como depó ito; 3. 0 quem fica inju tamente
com uma cou a achada em proêurar qual é o dono; 4.0
qu m não cumpre a obrigaçõe de ju tiça ligada a uma
heran ça que r ecebeu : por exemplo, dívidas que ainda
exi tem, piedo a fundaçõ e daquele cuja fortuna se
her dou.

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216 D E C Á L O G O

III. Chama-se preJiiizo injusto todo ato ou partici-


pação a um ato que pode redundar em prejuízo ou perda
de algum bem para o próximo. Somos culpados de
prejuízo injusto: 1. 0 sempre que fazemos, contra nos a
consciência, algum ato prejudicial ao próximo destruindo,
por exemplo, ou estragando, o que lhe pertence, ou ain.da,
impedindo-lhe, por meios injustos, de realizar lucros
lícito ; 2. 0 quando cooperamos no seu prejuízo ordenando
a injustiça ou aconselhando-a, auxiliando-a ou deixando-a
cometer-se, embora fô e nos a obrigação impedi-la; ou
ainda comprando e ocultando cousas que sabemos terem
sido roubadas.
IV. Violação dos compromissos. - Compromisso é
uma convenção escrita ou verbal, p ela qual várias pes-
soa e empenham umas para com outra . Os principais
compromi sos ão : a promessa, pela qual nos empenhamos
em dar um bem, um objeto; a doação, ato pelo qual dis-
pomo a favor d e uma pessoa, e gratuitamente, de parte
ou da totalidade dos no os bens; se vigorar somente
depoi da morte de quem dá, vem a ser testamento; a
v enda, at o e crito ou verbal, pelo qual passamos a outrem,
mediante preço aju tado, a propriedade de uma cousa :
denomina- e troca, quando se recebem outros valores em
vez de dinheiro.
ão executar ê tes compromissos, quando estão feitos,
é violação da palavra dada ou pecado mais ou menos
grave, conforme o prejuízo causado à pe oa ofendida nos
seu direito .
CONCLUSÃO PRÁTICA

O móvel ordinário do roubo e das injusti<;as cometidas p a ra


com o próximo é a avareza. "Os que se querem tornar ricos, diz
são P aulo, entregam-se a desejos perniciosos que os arrastam para
a condenação; pois a avareza é a raiz de todos os males" (I
T im., vr, 9). O r emédio a esta má inclinação e o desapêgo das
cousas dêste mundo.

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7.o E 1 0. o M .A. N D AME N TOS 217

Outra fonte de inju stiça é a falta de sinceridade e de fran-


queza. O homem honesto tem uma palav ra só, e o verdadeiro cristão
não ábe o que é mentir. Traz nas suas p alav ras e promessas a boa
f é mais plena, avaliando as cousas segundo seu valor, dando aos
atos p úblicos, o caráter da legalida de, isto é, fazendo-os de acô rdo
com as p rescrições da lei, sem jamai sacrificar a consciência ao
interêsse.
"A sociedade lia veria de perecer, diz Santo Tomaz, se os
homens pudes em roubar os bens uns dos outros."

§ li. - Apreciação dos pecados d e injustiça.


R eg ra s de apreciação: 1.º inju stiça em geral; 2 .0 roubo s importa ntes; 3. 0
pequenos furtos; 4. 0 desejos injustos.

172. - Dai regras para apreciarmos a gravidade das falta s


contra a jitstiça.

R. - O direito natural, as leis divinas e humanas


condenam as injustiças cometidas contra o próximo.
Não somente os atos podem constitiiir falta grav e, se
é grave a matéria, mas at' os desejos injustos e plena-
m ente consentidos.
I. Qualquer inju tiça cometida para com o próximo,
eja qual fôr a maneira, - constitui prejuízo seve-
ram ente proibido:
1.0 P elo direito naforal, que não consente façamos
ao~ outro o mal que não qui éramos nos fizessem a nós
me mo;
2. 0 P elo direito divino, que diz: " Não furtar ";
3. 0 P elas lei hwrnanas, que, em tôda a parte,
condenam o rou bo e o e.a tigam.
II. Em me mo o roiibo é falt a grav e, pois são
P aulo leclara que o " ladrões não entrarão no céu"
(I , orint., vr, 10 ). ontudo, e ta palavra diz r e peito
ao que cau am prejuízo con iderável.
ra, é . admitido geralmente que, em matéria de
inju tiça, 90 para 100 cruzeiro furtados de pessoa rica,

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f / /
0

218 D E O Á L O G O

~O para 60 cruzeiros de pessoa de condição comum, 20


para 30 cruzeiros de jornaleiros, e 10 cruzeiros e até
menos de pobres, constituem matéria grave e, portanto
pecado mortal.
III. Pequenos furtos e fraudes leves são só pecados
vema1s. o entanto, estando moralmente unidos, e se,
no propó ito de quem os comete, devem formar certo
total, ou ainda quando prejudicam à mesma pessoa,
vêm a sér pecado mortal logo que a matéria se tornou
con iderável.
IV. Já o temos dito, não somente os atos de injustiça
são proibidos, mas ainda os simples desejos injiistos. O
décimo mandamento os condena e são Paulo declara que
"ê e de ejos pernicio os arrastam para a perdição"
(I , Tim., VI, 9) . Ma quando é que os de ejos injustos
erão pecados mortais?. . . Sempre ·que a matéria é
grave, segundo a interpretação que damos acima, e vêm
acompanhado de inteiro cons timento. Não importa
que os de ejos sejam utílizado ou não : o pecado está
no coração e na vontade; simple desejos, porém, não
obrigam a fazer r e tituição.
CONCLUSÃO PRÁTICA

1. 0 ão é licito aos meninos tirar ben de eus pais, a p re-


texto que êstes bens da família lhe caberão um dia e já são dêles.
Aquele modo de falar não é exato; há verdadeiro prejuízo causado
aos pais, perda possível para com os irmãos, as irmã ; e em todo
caso, os pequenos furto s cometidos em casa são indício de uma
inclim1 ção p erversa, que não deixaria de avultar se não fôsse
r efreada.
2.o É êrro pensar que os prejuízos causados a uma sociedade
abastada ou ao E sta do não são pecados, por serem ricos e ta socie-
dade e o E stado. P ara haver pecado mortal, talvez seja nece ário
um prejuízo mais considerável do que di semos em nossa apreciação
geral; mas o pecado sempre existe.
3. 0 É injustiça grave roubar uma nação pela •anexação vio-
lenta e ilegítima de suas províncias, e é injustiça sacrílega usurpar

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7.o E 10.o M A N D A M E N T O S 219

os bens e as propriedades da Igreja; são o fruto da caridade dos


fiéis, foram reconhecidos legítimos por compromissos e tratados,
ficam sendo o tesouro dos pobres: por todos êstes motivos, devem
ser respeitados.

§ III. - Obrigação de restituir.

D ever da r estituição. - A quem cabe êste dever. - R azões que podem


adiar ou suprimir a obrigação de r estituir.

173. - Será um dever a restituição?

R. - A consciência e a lei divina impõem o dever


rigoroso de restititir o que foi tirado injiistamente. A
restituição ·deve ser feita à pessoa lesada ou aos seus
herdeiros. )

A restituição, i to é, o ato de devolver ao próximo o


que lhe foi tirado injustamente, é dever rigoro o: 1. 0 A
consciência ensina ê te d·ever e diz que devemos compensar
o prejuízo que temos causado a outros, como desejamos
que o outro compensem o prejuízo que nos podem ter
cau ado. 2. 0 A lei divina impõe esta obrigação : "É
preciso devolver ao próximo o que lhe temos tomado"
(Ezeqitiel, xxxm, 15 ). " Dai a Cé ar o ue é de César"
( . Mat., xxrr, 21 ) . 3. 0 A I greja sempre adotou como
r egra ê te axioma de santo Ago tinho: "Sem r estituição,
nãe> há remi ão !" e o direito civil r econhece o mesmo
p1incípio : obriga os ladrões a re tituir.
A r e tituição deve er feita a quem sofreu o prejuízo
ou aos seus herdeiros se tiver falecido. e não se conse-
guis e de cobrir quem ofreu o prejuízo n em os herdeiros,
poder-se-ia re tituir ao pobres, ou fazer em nome do
legítimo proprietário uma obra de beneficência ou alguma
obra de caridade para uma igreja pobre.
A r estituição deve-se fazer qiianto antes, moralmente
falando, e i to ob pena de ter que indenizar a pessoa
prejudicada pelo atraso voluntário.

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220 D E C Á L O G O

147. - Quais são os que têm obrigação de restituir?


R.-Têm obrigação de re titiiir : 1. 0 os que roubam)·
2. os que retêm o roubo; 3. 0 os que para êle concorrem.
0

1.0 Todos aqueles que, pe soalmente e de qualquer


modo, causaram algum prejuízo ao próximo. -
2. 0 O que, sem terem roubado pe oalmente, e tão
de posse de um bem alheio, estando perfeitamente côn cios
do fato. Logo que entram a duvidar e, portanto, logo que
cessa a po se de boa f é, a i te-lhe a obrigação de devolver
a dita cousa, ou seu valor e e tiver empenhada. Contudo,
se a compraram de boa fé, têm direito contra o vendedor.
3. 0 Quando vária pe soa concorreram no prejuízo,
ficam solidàriamente, i to é, uma na falta da outra,
obrigada à re tituição na seguinte ordem: 1.0 o detentor;
2. 0 quem mandou; 3. 0 quem levou a efeito o ato; 4. 0
quem acon elhou ou facultou os meios; 5. 0 quem deixou
fazer, devendo ou podendo impedir; 6. 0 quem recebeu.
175. - ão há razões que adiam ou apagam a obrigação de
restitu'ir?

R. - A inabilitação rnoral ou fí ica parle su vender,


por algum t empo, a obrigação ele restifoir ). a remissão,
a compensação e a pr scrição apagam por completo esta
obrigação.

P or gr ave que eja a obrigação de r e tituir, há porém
razões qu <:> a adfom, ou . u pendem por algum tempo,
deixando ub istir o princípio da obrigacão, que tornará
a vigorar a.. im qne a. razões não exi tir m mai . ão:
1.0 I nabilitação física, isto f:, se o devedor nada
t em, ou se, re tituinclo, caís. rm mi. fria extrema, pode
diferir, a não er que o crrdor :e achr no. me mo apuro .
2. 0 I nabilitação nwral : cxi. te' se o dev dor não
pode ainda re ·tituir cm p rder a r puta ·ão ou d cair

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7.o E 10.o M A N D A M E N T O S 221

notàvelmente de uma p o ição que adquiriu legitimamente ;


um prazo lhe fi ca então concedido, a não ser que o
próprio credor e teja na mi éria .
. Outras causa apao·am p or completo a obrigação de
r e tituir; ão :
1. 0 A remissão livre e e p ontânea da dívida p elo
credor;
2. 0 A compen ação qu e o próprio credor já teria
tirado do bens do devedor ;
3. 0 A pre criçao, na condições legais, isto é, se o
detentor de boa f é teve, durante o tempo determinado
pela lei, a po e con tínua, p acífica, de um obj eto com o
título de dono : então, ê e obj eto fica definitivamente
seu e êle o pode con er var. I ão e dava o mesmo, se no
comêço tivera dúvida e parti cularmente se tivesse estado
de má f é.
"' . CONCLUSÃO PRÁTICA

A restituição leal pode ser pon to de pa rtida de gra nde virtude.


Zaqueu, no E vangelho, é exemplo fri sante desta verdade : "SenJ1or,
disse êle a J esus, vou da r metade da minha fortun a aos pobres, e
se tiver causado prejuízo a alg uém, restituir-lhe-ei qu atro vêzes
o valor ". E Nosso enh or o abençoo u, dizendo: "Hoj e entrou nesta
casa a salvação, porque ta mbém êste é filho de Abraão" (S. L uc.,
XIX, 9) .
A r estituição pode ser fei ta em egrédo, pessoalm ente ou por
intermédio de alg uém, por medianeiro discreto, pelo confessor, o
dono est ando info rm ado ou f icando na ig nor â ncia, e a té a pretexto
de presente feito ao credor . . . Se rá bom da rmos e mol as, às vêzes,
com o intuito de preenchermos as obrigações de justiça que podíamos
t er p ara com os pobres.

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222 D E C Á L O G O

VIII. º MA DAMENTO

Não levan tar falso testemunho.

Divi ão do a sunto.

176. - Que proíbe Deus pelo oitavo mandamento?

R. - P elo oitavo mandamento D eiis proíbe dar teste-


m1mho falso ern juízo j proíbe mais a detração, a calúnia,
a adulação, o juízo e a suspeita temerária e qiialquer
espécie de rne?'1 tira.

Ananias e Safira mentem ao Espírito Santo e são feridos de morte.

Proíbe diretamente o falso testem11nho e a mentira.


Depoi de ter condenado o que podia prejudicar a vida e
os ben do próximo, o decálogo remata o enunciado dos
nossos deYeres para com êle; quer que sejam as nossas
palaYra de ac.ôrdo com a Yerdade e reproYa tudo quanto
poderia danificar a reputação do próximo. O fal o
testemunho está claramente mencionado na proibição,

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8.º MANDAMENTO 223

porque é o pecado que traz o prejuízo mais direto e mais


culpado à verdade e à honra do próximo; a mentira
indica-se logo depois por ser muito parecida com o falso
te temunho. - Ma indiretamente, o oitavo mandamento
proíbe também tudo o que havia de contribuir à difa-
maç:ão do próximo, isto é, à perda da boa fama. Vamos
tratar sucessivamente: 1.0 do falso testemunho; 2. 0 da
mentira; .3° da difamação e suas várias espécies.
§ 1. - Falso testemunho.

Noção do falso testemunho : apreciação moral. - Proceder a observar


r elativamente aos depoimentos em juízo.

177. - Que é fal so testemunho, e como devemos apreciar esta


falta?

R. - Falso testemunho, no sentido geral, é uma


afirmação falsa quer de cousa boa, quer de cousa ruim,
a respeito de outrem. Mas, no sentido exato do vocábulo,
~ ~m depoimento contrário à verdade, feito perante um
JUtZ.

i nclui três pecados: 1. 0 é 1mentiraj 2. 0 é perjúrio j


3. é injustiça.
0

Daí r esulta que o falso t estemunho só pode ser


cometido diante da justiça, depois do juramento de dizer
a verdade, a verdade tôda, e nada senão a verdade.
Santo Tomaz r epara acertadamente que o único falso
t estemunho inclui três pecados: 1.0 é mentira; 2. 0 é
perjúrio; pois antes de depor, jurou-se que se diria a
verdade; 3. 0 é injustiça, porque sempre resulta algum
prejuízo, já para um indivíduo, já para a sociedade.
Por estas circunstâncias e por causa da injúria feita
a Deus, que é a soberana verdade e entretanto invocado
como testemunha da mentira, é, êste pecado, mortal por
sua natureza. Porquanto a Sagrada Escritura enuncia
o falso testemunho entr e os pecados que Deus aborrece
In1t. Relig. - 8

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224 D E C Á L O G O

em extremo. A lei de Moisés queria que não tivessem dó


das falsas testemunhas, mas que lhes arrancassem olhos
por olhos, dentes por dentes (D eid ., XIX, 18 ) .
Em tôdas a nações, o Código penal inflige conde-
nações rigorosas às testemunhas falsas.
178. - Qual é o proceder a observar relativamente a depoi-
mentos perante a justiça?
I. Para quem é chamado perante a justiça, há
obrigação grav e ele comparecer e dizer a verdade.
P or ém, o direito natural e o direito divino isentam
dêste dever :
1. 0 Os confessores, para com as pe soas cujos crimes
só conhecem de confi são ;
2. 0 Os parentes, em linha ascendente e descendente,
do acusado ou eus aliados em primeiro grau;
3. 0 As pes oas obrigadas ao sigilo profissional, como
os médicos, advogados, etc., para com seus clientes.
II. P erante a ju tiça, deve-se dizer a verdade e a
verdade tôda; seja ela favorável ou prejudicial ao incul-
pado, não importa.
III. D epois de iim falso t estemunho, isto é, se
arontecesse fazer- e um depoimento falso, há obrigação
de consciência em ressarcir, e portanto, em retratar-se
diante dos magistrados, embora à custa da reputação e
sem embargo das penas em que se pode incorrer.
Deve-se reparar igualmente todo o prejuízo causado
à honra, fama, e ben do próximo, pelo fal o testemunho.
Estas diretivas tôdas en ·em igualmente para o que
subornam falsa te temunha e as incitam a depor contra
a verdade.
CO:-<CLUSÃO PRÁTICA

Ê uma circunstâueia olenc na ,·ida a em qu somo chamados


para depo r perante a justiça humana; da no sa declaração pode
sair a salvação do inocente ; ou, pela condenação do verdadeiro

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8 .º MANDAM E N TO 225

culpado, pode resultar o proveito geral da sociedade. E st as consi·


derações devem nortear as nossas palavras e con ser vá-las na
simplicidade, fr anqueza e sinceridade. - L embremo-nos então da
palavra divina : " H á seis cousas que Deus odeia . . . , uma sétima que
êle detest~ . é a mentira e o f also testemimho" (Prov., vrr, 19 ) .
Há out ro pecado que tem muita relação com o falso testemunho
e se chama f also em escrito. Escrever atas falsas, alterar uma at a
autêntica ou usar de documentos falsificados são outras tantas
faltas graves que impõem a obrigação de reparar todos os conse·
quentes prej uízos.
1
§ II. - Mentira.
Várias esp~cies de mentiras. - Equ!vocos e restrições mentais. - Ou t ras
p ecados: 1.º h ipocri sia; 2. 0 di1simulação; 3. 0 adulação.

179. - Que é mentir? Apreciai a mentira e as suas várias


espécies.

R. - Mentir, é, e er , falar de modo diverso de


seu pensamento com intenção de enganar. Distinguem-se
a mentira joco a, a oficiosa e a perniciosa.
H á di f er ença na gravidade da mentira. A men tira
jocosa e a mentira oficiosa são ordinàriamente pecados
v eniais; a memtira perniciosa há de ser pecado mortal se
causar prejuízo sério à caridade, à jiistiça, à f é ou aos
bons cost1imes.
A mentira não é õmente uma p alavra contr a a
verdade, pode er igualmente um inal ou ato que se
façam no intuito de iludir o próximo.
Di tinguem-se trê e pécie de mentiras: 1.0 mentira
jocosa, que e diz brincando, a modo de gracejo ; 2. 0
mentira oficio a, que e diz em proveito p r óprio ou para
ob equiar os outros; 3. 0 mentira perniciosa, que se diz
oro vontade ou probabilidade d cau ar dana ao próximo.
eja qual fôr a sua natureza, a mentira é sempre
ruim , e nenhuma razão a pode de culpar. oro efeito,
mentir é abu ar da linguagem que Deu no comunicou
para externar o no ·o p en amento ; ' in ultar a santi-

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226 D E C Á L O G O ·.
dade de Deus e sua soberana verdade; é faltar à caridade
e às r elações de franqueza e sinceridade que devem unir
os homens. Por isso, No so Senhor disse que a mentira é
obra do demônio, justamente chamado pai da mentira, e
o apóstolo são João declara: "O lugar dos mentirosos é
no tanque de enxôfre e fogo" (Apoc., xx1, 8).
H á contudo difer enças na gravidade da mentira .
.A mentira jocosa e a mentira oficiosa são ordinàriamente
pecados veniais ; mas a mentira verniciosa há de ser
pecado mortal, se causar prejuízo sério à caridade, à
ju tiça, à fé, aos bons costumes.
180. - Que idéia deve-se fa zer dos equívocos ou restrições
mentais?

R. - Os eqiiívocos e as restrições mentais, quando


pr6prias para enganar realmente os ouvintes, são de fato
m entiras, e devem evitar-se.
Não o serão quando, devido às circunstâncias ou ao
costimie aceito, se entendem f àcilmente .
Chamam-se equívocos palavras que têm duplo sentido
e <!onvém para uma interpretação diferente da que se
t em no e pírito. E xemplo : O dono está~ Resposta : N ão
está; para dizer: " Não recebe". Ou ainda o equívoco
será uma escapatória. E xemplo: " Fez isto ?" Resposta: ·
P orque o teria eit f eito?
.As restrições nientais são frases incompletas por si
mesmas, falsas no seu sentido natural e ordinário, mas
verdadeiras por alguma palavra subentendida : Um
mendigo pede esmola, responde-se : " Jada tenho", suben-
tendido : "para lhe dar".
Os equívocos e as restrições mentais, quando próprias
para enganar r ealmente os ouvintes, são de fato mentiras,
e devem evitar -se.
Se, porém, devido às circunstância ou ao costume
aceito, se entendem fàcilmente, não são mentiras. Usam-se,

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8.º MANDAMENTO 227

contudo, tão s mente quando houver motivo plausível,


orno eja, para furtar- a uma p ero-unta indi er eta, para
não rev lar s gredo . 'fai xpre õe nunca ão autori-
zada no com romi o , em justiça ou na onfi ão.
) ; )._

181. -Não há outros pecados que se equiparam à mentira!


R. - im, alguns p cado há parecidos com a men-
tira. São a hipocrisia, a dissimulação e a adulação.
1. 0 A hipocrisia. É mentira em ato, que con i te m
aparentar qualidad qu não e tem para outro no
jul arem m no culpado ou mai virtuo o . o o nhor
profligon no Evano- lho te ví io det táv 1, e o f z
A

com tanta fôrça qu c1 v mo con id rar a hipocri ia


orno pecado grave ( . Mat ., ' ' I e xxm).
rdade

ruim.

li

ri o
nmb

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2'28 DE C Á L OGO

nem quando falassem, depois, alguma verdade". E com muito acêrto,


compara Santo Tomaz a mentira a uma moeda falsa que todos
desprezam.
Nunca é licito dizer alguma mentira, por leve que seja; ainda
que, - cousa impossível, - ela houvesse de redundar em glória de
Deus e da r eligião, salvar a vida a um inocente, livrar tôdas as
almas do purgatório, assim mesmo, não se devia pronunciar esta
mentira, pois, antes de ofender a Deus, devemos aceitar para nós
e para os outros as maiores infelicidades.

§ III. - Difamação.

Di!amaçllo : 1.0 calónia; 2.0 murmuração ; 3. 0 juízo temedrio; 4 .0 violação


dos segredos.

182. - Que se chama difamação?

R. - Chama-se di famação tudo quanto fere a boa


f ama do próximo, ou preju dica a sua honra. São muitos
os modos de dif amarj os prin cipais são: 1. 0 a calúniaj 2.0
a murmuração ou maledicência j 3.0 os juízos temeráriosj
4.0 a violação dos segredos.
I. A calúnia. - Caluniar é atribuir falsamente a
algu ém defeito que n ão tem ou falta que não cometeu.
A calúnia sempre encerr a mentira, ofensa à caridade e
injustiçaj portan to, é sempre necado, quer seja dirigida
contr a o indivíduo,' quer contr a a r eligião, a Igreja, o
papado, o clero. . . A gravidade dê te pecado infere-se
da importância do mal atribuído ao próximo. Deve-se
r eparar esta falta restabelecendo a verdade junto daqueles
a quem foi feita a calúnia e compensando todo o prejuízo
que dela resultou.
II. A murmuração. - Murmurar é descobrir sem
necessidade as faltas ou defeitos do próximo. Dêste modo,
ofende-se a caridade e é pecado, a não ser que tenhamos
o dever de dar conta do procedimento dos outros ou
seja vantajoso para a sociedade darmos a conhecer suas
faltas .

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8.o MANDAMENTO 229

Quando conhecidas estas faltas, falar n elas não é


murmurar, contanto que não seja por malvadez e
intenção de prejudicar. - Mas, excetuando-se estas
circun tância , dizer ou escrever mal do próximo é pecado
cuja gravidade varia segundo a importância do mal
revelado. Deve-se reparar a murmuração diminuindo o
dano que o próximo sofreu na r eputação, desculpando
uas fraquezas e mostrando tôdas as boas qualidades que
pode ter.
III. J iiízo temerário. - É o mau .conceito do próximo
formado sem provas suficientes. :É'.iste juízo pode ser
interior, e não o comunicamo ; · exterior, no caso con- ,.
trário, e então a culpa é maior. Sendo o juízo temerário
- r efletido e versando sôbre pontos que podem danificar
gravemente a reputação alheia, é pecado mortal. Com
efeito, julgar o;; atos dos outros é arrogar-se um direito
que somente a Deus assiste; portanto, é fazer -lhe injúria;
também é ofen a contra a caridade : "Não julgueis, disse
osso Senhor, e não sereis julgados; não condeneis e
não ereis condenados" (S. Lucas., vr, 37 ) .
Quando o juízo temerário foi comunicado a outros,
cumpre repará-lo, como a maledicência e a calúnia.
. IV. -Violação do segrêdo. - É uma como difamação
violar o segrêdo que nos foi confiado ou podemos t er
descoberto. Distinguem-se : segrêdo de convenção, r esul-
tando da promessa formal de não falar; segrêdo de
vrofissão, con equente da natureza das funções que se
desempenhar nos misteres de médico, advogado, tabelião,
etc. ; o egrêdo sacramental, imposto aos sacerdotes para
as cousas ouvidas de confissão. A lei do sigilo confissional
é tão rigorosa, que não é permitido nunca transgredi-la,
ainda com perigo da própria vida; os outros segredos
devem se guardar fielmente, a não ser que o bem público
exija sua revelação. Afora esta ex·ceção> a violação de
segredos importantes seria falta grave.

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.~

230 MAND A MENTOS DA IGREJA

Enfim, é também ato indiscreto e culpado, extorquir


os segr edos alheios, e depois divulgá-los, ler car ta ende-
·r eçada a outro e especialmente abri-la sem autorização
expres a ou tácita. Quem tivesse cometido indiscrições
destas deveria guardar segrêdo absoluto a r espeito da9
cousas descobertas assim sorrateiramente.
CONCLUS ÕES PRÁTICAS

1. 0 P el o que é de nossa conta pessoal, evitemos a difama ção


do próximo, lemb rando-nos destas máximas dos nossos Livros santos:
"Os detra tores são odiosos e dignos de morte" (R om., I, 30 ) . -
"0 reino dos céus não é para os murmuradores " ( I , Cor., XI, 10) .
2.0 ão demos ouvidos fà cilmente a quem está caluniando,
murmurando, fazen do juízos t emerários, apregoando segredos. ã o
haveri a qu em fale mal do próximo se não hou vesse ninguém muito
serviçal para lhes prest a r atenção. "O caluniador e aquele que o
escu ta são ambos possessos do demônio da discórdia; um traz êste
demônio na língua, o outro no ouvido". - Se não p udermos impor
sil êncio, mostremos qu e a detração nos desagrada : " O rosto severo
põe peias à lingua que mu rmura" (Ecl., xxv, 23) .
3. 0 Enfim, se tivermos que sofrer a calúnia ou juízos menos
caridosos dos outros, lembremo-nos· do nosso modêlo, J esus calu-
niado, e das suas palavras : "Sereis bem-aventurados, quando os
homens vos odiarem, quando falarem mal de vós. . . Alegrai-vos
então, porque grande bá de ser a vossa recompensa no céu" (S.
M at., v, 11).

MANDAMENTOS da IGREJA

NOÇÕES GE RAI
Orig~ m dos mnndnm entos da IgTeja . - Pod er que a Igreja possui de fazer
leis: sanção. - D ever de obedecer à Igreja . - Motivos dos seus
man.dnm entos.

183. - Que se chamam mandamentos da I greja?


R. - Dá-. e êste nome a certos preceitos que dizem
res peito a todos os fiéis e são estab elecidos pela Igreja,

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MANDAMENTOS DA IGREJA 231

isto é, pelos superiores eclesiásticos rev estidos da própria


autoridade de J esus Cristo.
Certo é que Nos o Senhor, ao instituir a Igreja, quis
fundar uma sociedade duradoura; ora, uma sociedade
não pode manter-se em autoridade e sem leis. É por
isso que o divino fundador da Igreja estabeleceu nesta
sociedade uma autoridade espiritual. independente dos
poderes humanos; é a do Soberano Pontífice e dos bispos.
Tal autoridade, porém, não t eria efeito nenhum, se não
lhe fôsse lícito legislar; por i so, a I gr eja sempre usou,
desde a sua origem, do direito de fazer mandamentos
para todos os seus súditos, isto é, para os fiéis batizad~s.
184. - Mostrai como é que a Igreja tem o poder de fazer
mandamentos e dar-lhes uma sanção.

R. - O poder de fa zer mandamentos deduz-se da


m esma natureza desta sociedade chamada I greja. Além
disto, êste direito foi claramente expresso pelo próprio
J esits Cristo. A I gr eja pode tamb ém assegurar a execução
dos seus mandamentos, pronunciando, contra os rebeldes,
penas eclesiásticas ou censuras, como a sitspensão, a
interdição e a excomunhão.
"Ide, disse Jesus Cristo, aos apóstolos, ensinai a
todos os povos, mostrai-lhes o meio de observar tudo
quanto eu mesmo vos prescrevi" (S. Mat., XXVIll, 19).
"'l'udo quanto ligardes na terra será ligado no céu, e
tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu" J

(S. Mat ., xvm, 19). E em outro passo: " Quem vos escuta,
a mim escuta, quem vos despreza a mim despreza e a
meu Pai que me enviou" (S. Lucas, x, 16 ). Dirigiam-se
essa palavras aos apóstolos reunidos; logo, é ao corpo
reunido do papa e dos bispos que p ertence, primeira-
mente, faz er leis que obriguem a todos os fi éis. Mais, o
Sumo Pontífice, t endo recebido "as chaves do reino dos
céus" e pleno poder para governar o rebanho inteiro,

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232 MANDAMENTOS DA IGREJA

cordeiros e ovelhas", isto é, fiéis e bispos, tem pessoal-


mente o direito de fazer leis para tôda a Igreja.
Ora é esta, na realidade, a origem. dos preceitos
chamados mandamentos da Igreja : são a obra dos
concílios gerais ou dos papas.
II. A Igreja, que tem o poder de fazer mandamentos,
tem também a necessária autorjdade para assegurar sua
execução. Pode pôr uma sanção às suas leis, infligindo
penas eclesiásticas ou censuras, pronunciadas contra os
rebeldes. Estas penas são :
1.0 A suspensão, que priva um eclesiástico, por
algum tempo ou para sempre, do exercício de suas
fun ções, do seu ofício ou dignidade;
2. 0 A interdição, que priva do uso de alguns sacra-
mentos, da celebração pública do ofício divino e da
sepultura cr istã ; ·
3.0 A excomunhão, que expulsa da sociedade dos
fi éis o culpado, priva-o dos sacramentos, da presença aos
ofícios, da sepultura cristã.
185. - Somos, porventura, obrigados a ob edecer aos manda-
mentos da I greja?
R. -Sem dúvida; o poder que a Igreja tem de fazer
leis, inculca, para os fiéis, a obrigação de obedecer a estas
leis corno às de Deus, e é pecado mortal transgredi-las em
matéria grave.
No entanto, os mandamentos da Igreja, como tôdas
as leis humanas, podem admitir dispensa. Com efeito, o
Sumo Pontífice concedeu particularmente dispensa da
observação de algumas festas, outrora obrigatórias, de
certos dias de abstinência, etc.
Mais, os mandamentos da Igreja, como as leis
humanas, podem deixar de ser obrigatórios para quem
se acha impossibilitado de cumpri-los ou quando há
dificuldade grave e excepcional em executá-los.

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MA N DAMENTOS DA IGREJA 233

Te te caso, para r espeitar o princípio da obediência


à I grej a, para não se expor a um r elaxamento culpadõ,
convém não e dispensar fàcilmente a si mesmo, mas
r ecorrer à autoridade da I gr eja, isto é, submeter suas
razões quer ao bi po, quer ao pároco ou ao confessor.
186. - Porque será que a I greja f ez mandamentos r
R. - O intuito da I greja foi auxiliar-nos, dirigindo-
nos na observação dos mandamentos da lei de D eus,
tornando assim a prática dêstes preceitos mais clara e
mais fácil.
A;:, im : Deu mandou que o adorássemos e ordenou
que um dia por semana lhe :fôs e consagrado; a Igreja
determina as formas da adoração e o modo de santificar
o domingo.
J esu Cristo impôs a obrigação de confessar-se e de
comungar; a I greja determinou a época em que convém
preencher êstes dever es.
Iosso Senhor prescreveu a penitência; a Igreja
indicou os meios: o j ejum e a abstin ência.
São muito razoáveis, portanto, as prescrições da
I g.r eja. Vê-se também que são pouco numerosas as que
di zem r espeito a todos os fi éis ; resumem-se a cinco
mandamentos.
Todavia, a I gr eja fez muitas outras leis para várias
classes de pessoas ; uma ão r elativas à liturgia, isto é,
ao culto, à administração dos sacramentos, e interessam
particularmente os sacer·dotes; outras constituem o direito
canônico e det erminam os r egulamentos r elativos às
ordenações, à jerarquia eclesiástica, às ordens religiosªs;
enfim, a Igreja t em uma legislação especial completa a
r espeito do casamento cristão.
Tratamos aqui somente dos cinco mandamentos que
inter essam a todos os fiéis.

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MAN D A MEN TOS DA IGREJA

CONCLUSÃO P RÁTICA

H á quem pense que uma desobediência à lei da Igreja é muito


menos culpada que uma transg ressão à lei de Deus : é êrro. Sem
dúvida, sempre vai a diferença, que cer t as leis de Deus não admitem
nunca exceção nem dispensa alguma, como : o respeito de Deus,
do seu nome, da moral pura, et c., enqu anto as leis da I grej a admitem
dispensa legítima ; mas afora êstes casos de dispensa, a ofensa à
lei da I g reja equivale à ofensa à lei de Deus : "quem vos escuta,
a mim escuta", disse Nosso Senhor.
Delineando aos fiéis normas de proceder, mostra-se a Igreja
'co~o mãe extremosa, que ampara o f ilho para êle não se magoar;
regula nossa liberdade pa ra est a não se extraviar . . . Sêde pois
, bendit a, 6 I g rej a santa, por t erdes determinado nossos dever~s
semanais no tocante à religião e à penitência; trimensais quant o
à mortificação pelo j ejum : anuais para a recepção dos sacramentos
de penitência e Euca ristia.

1. 0
MA DAM E N TO

Ouvir missa inteira nos domingos e festas de guarda.

Divisão do assunto.

187. - Que manda a I greja pelo primeiro mandamento.

R. - P elo prirneiro rnandamento a I greja m anda-nos


ouvir missa com atenção, do comêço até o fim , todos os
domingos e festas de preceito .
P elo primeiro mandamento, or dena a I gr eja direta-
rn ente de assistir à niissa nos domingos e dias santos e
i?;dir etarnerit e de santificar como o domingo os dias d e
festas de guarda.
Em dois parágrafos, trataremos da assistên cia à
missa e das f estas.
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- t

DOM I N OO S E F E S TAS DE O tr AR D A 235

§ 1. - A sistência .à missa.
'
D ever da assistência à missa. - Razões que podem di spensar da missa: l.º
impossibilidade fisica; 2. 0 impossibilidade moral; 3. 0 cari dade; 4. 0
costume; 5. 0 dispensa. - Como se deve ouvir mi ssa. - Missa paroquial.

188. - E xplicai a orig em desta obrigação e apontai as razões


que nos podem dispensar.

R. - A I greja ordena de ouvir missa nos domingos


e f estas de guarda. E sta prescrição remonta à mais alta
antigitidade. A assistência ao santo sacrifício da missa
praticava-se desde o t empo dos apó tolos (At., m, 42 ).
Os mais antigos concílios não tardaram em impor a
obrigação sob pena ele ciilpa grave . Ainda hoje, é esta a
legislação da I greja.
Ao pas o que se iam in tituindo festas cristãs (sendo
a .primeiras, a P áscoa e P entecostes, e tabelecidas pelos
apó tolo ) , estendeu a I grej a a e tas solenidades a obri-
gação de a i tir à santa mi a, que é o ato de adoração
por excelência.
É en ino comum e univer al que não se pode, por
culpa própria, p rder a mi a no domingo e nos dias de
fe ta de guarda, sem cometer pecado mortal ; esta obri-
gação começa com a idade de razão.
I 00 reja, purém, admite razõe plausíveis que po-
dem leooitimar a falta à mi a. Re umem-se em cinco
principai :
I. I rnpo s1'bilidade física. Os doente , que têm de
ficar de cama ou no quarto, os pri ioneiros guarda os
numa ca a em que não há rviço r eligioso, o pas ageiros
ou tripulante que não tAm capelão, etc., acham-se, pelo
fa.to de ta impo ibilidade, dispen ados de assi tir à
IDI a.

II. I mpo sibilidade moral. - De ioona- e, com estas -


palavra , uma dificuldade muito grande e verdadeir a-
mente excepcional, para as i tir à mis a: os aleijados, os

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236 MANDAMENTOS DA IGREJA

convalescente , os que moram a grande distância da


igreja, ou estão impedidos pelo mau tempo ou por estrada
intran itável; o que têm de ficar tomando conta de uma
casa que não pode ser abandonada sem inconvenientes
graves; o filhos ou criados, que os pais ou donos não
deixam ir à missa, senão de pedem-nos ou maltratam-nos;
militare pre o por seu serviço; êstes todos têm como
de culpa legítima a impossi bilidade moral.

A. missa é o mais perfeito exercício de piedade .

III. Caridade. - E la isenta da obrigação da missa


as pessoas que têm de cuidar dos doentes, de vigiar
criancinha , os que são chamados para levar algum
socorro urgente, em caso de incêndio, de invasão, etc.
IV. O costurne, em certos países, autoriza a não
a istir à missa em dia de luto, ou para uma jovem pessoa
quando se publicarem os proclamas de casamento, não
havendo outra missa que pudesse ouvir.
V. Enfim, em caso duvidoso, se as razões que se
jul~ar ter são suficientes, pode-se pedir dispensa ao pastor

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DO M I NG O S E FESTAS DE OUARD·A 2'37

legítimo, que há de concedê-la para casos particulares,


sendo. razoávei o motivo aduzidos.
Importa notar que nem a viagens, nem trabalhos
apressados, são por si mesmos razões de bastante valia
para dispensar da mis a, que é um dever rigoroso e
es erícial da vida cri tã.
189. - Como se deve ouvir missa para cumprir o preceito !
-
R. - Para v erdadeira assistência à rnissa quatro são
as condições requeri'das. Quanto ao corpo, é preciso: 1. 0
estar realmente presente ao santo sacrifício j 2. 0 assistir
a uma missa inteira. Qiianto ao espírito e ao coração, é
preciso ouvir missa : 1. 0 com atenção j 2. 0 com devoção.
I. É necessário estar real e corporalmente presente:
não cumpre o preceito o que ouve mis a achando-se numa
casa pegada; nem fora do edifício, salvo porém, se, por
muito pequena, a igreja ficar de portas abertas, unindo-
se o ouvinte ao povo e acompanhando as orações do
sacrifício.
II. Deve-se ouvir uma missa : não duas partes de
missa seguidas, mas a mesma, de de o princípio até o
fim. A omi são de uma parte importante, como desde
o·· comêço até o ofertório inclu ive, como a consagração,
ou como a comunhão, do sacerdote, tornaria nula a
a i tência. Quem faltou a uma parte importante da
mis a, pode suprir ouvindo a mesma parte em outra missa,
com a condição de que a consagração e a comunhão sejam
da mesma missa.
III. A atenção externa consiste em excluir qualquer
ocupação externa incompatível com a participação a um
ato de culto público. Me mo acompanhada de distrações
do espírito é suficiente para o cumprimento do preceito.
IV. A devoção é mais que a atenção: não somente
será preciso que o espírito se ocupe com santos pensa-

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238 MAN D AMENT O S DA IGREJA

mentos, mas também que o coração esteja unido a Deus


por sentimentos de piedade. As orações do santo sacrifício
fàcilmente farão na cer estas di po ições na alma de quem
as rezar atentamente, em união com Jesus Cristo que se
imola no altar. Para o estrito cumprimento do preceito,
basta a intenção de honrar a Deus.
190. - Será tamb ém preceito a missa paroquial?
R. - A missa paroquial não é obrigatória. Deve,
porém, ser preferida sempre que possível.
É chamada missa paroquial a que se celebra na
igr eja da fregue ia a que perten cemos por nossa residên-
cia ordinária; e particularmente a em que se canta e se
faz em a leitura do Evangelho, os anúncios e as instruções.
A missa paroquial não é obrigatória, e já que se· ouve
uma mi sa, seja qual f ôr, cantada ou r ezada, em igreja
ou capela, fica sàti feita a obrigação de as i tir ao santo
sacrifício. empr e que é po ível, deve-se preferir a mi sa
par oquial ; pois :
1.0 É celebrada pelo igár io em benefício dos
p aroquiano~ ;
2.0 Aprendem- e melhor os dever e do cri tão;
3.0 O paroquiano dão, uns ao outro , o bom
exemplo mútuo, unem- e mai int imamente na caridade,
e comunicam às suas or ações maior eficácia e poder.
CONCLUSÃO PRÁTICA

1.º o regulamento de vida do cristão, deve-se encontrar


êste artigo: unca perder a missa do domingo, nem sequer uma
vez por acaso. Lembre-se êle da piedade e do zêlo dos p rimeiros
fiéis para assistir à missa, o exemplo dos nossos maiores, nossos
pais na fé, nos dias de perseguição; o dos cristãos nos paises lon-
ginquos, pouco civilizados, e então não terá vontade de ceder aos
caprichos, a pretextos falazes, para se eximir do mais rigoroso
dever da religião.
2.º O melhor método para bem assistir à missa, é usar de
livro e acompanhar as ora~ões litúrgicas. - Com muito proveito

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DOM I N GOS E F E S TAS DE GU ARDA 239

também, podemos r efletir na paixão de Nosso Senhor, da qual o


santo sacrifício é reprodução, ou nos qu atro fins do sacrifício:
adorar, agradecer, pedir perdã o, solicitar graças. - Enfim, pessoas
menos habilitadas podem rezar orações vocais, nomeadamente o
t êrço.
3. 0 . P.ensemos nestas palavras do concilio tridentino: "Cuide
o bispo em avisa r o povo de que deve vir à sua paróquia, se puder
fàcilmente, para ouvir a palavra de Deus" (S ess., x:nv, oap. IV).

§ II. - Fe tas.

Distinção das festas. - Dias santos ou f estas de obrigação. -


F estas de devoção.

191. -Que sab eis das festas e que ·ordena o primeiro manda-
mento a respeito?

R. - Entre as f estas da Igr eja umas são de obriga-


ção, e outras simplesmente de devoção. Nas f estas de
obrigação, como nos domingos, cumpre: 1. 0 abster-se de
t ôda obra servil; 2. 0 assistir à santa missa; 3. 0 praticar
alguns atos de religião e ocupar-se mais particularmente
do mistério da f esta.
P elo prim eiro mandamento ordena a Igreja que
santifiquemos como o domingo os dias santos ou festas
de obrigação, que instituiu em honra de Nosso Senhor,
dá santí sima Virgem e dos santos.
A f estas são geralmente dias de alegria consagrados
a celebrar aniversários faustosos. As religiões tôdas
tiveram festas; a r eligião mosaica em particular tinha
as grande solenidades da P áscoa, do Pentecostes, dos
Tab ernácitlos, da Dedicação do T emplo. Também a
r eligião cristã naturalmente havia de ter seus dias de
alegria, seus aniversários instrutivos e consoladores.
Entre sa festas d-a I greja, umas são de obrigação, e /
outras simplesmente de devoção.
As festas de obrigação são as que os fiéis devem
santificar. - Segundo as leis gerais da Igreja, as festas

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240 MANDAMENTOS DA IGREJA

de guarda seriam bastante numerosas, mas sem conside-


ração dos inconvenientes que sua observação apresentava,
especialmente para a classe menos abastada, ficaram
reduzidas às 10 seguintes: 1. 0 festa do Natal (25 de
dezembro); 2.° Circimcisão de Nosso Senhor (1. 0 de
janeiro; 3. 0 Epifania (6 de janeiro); 4.0 Ascensão de
Nosso Senhor (Quinta-feira, quarenta dias depois da
Páscoa) ; 5.° Corpo de D eus (11 dias depois do Pente-
costes); 6. 0 I maculada Conceição de Nossa Senhora (8 de
dezembro ) ; 7. 0 Assunção de Nossa Senhora (15 de agôs-
to) ; 8.0 f esta de são P edro e são Paulo (29 de junho) ;
9. 0 f esta de Todos os santos (1.0 de novembro); 10. 0 festa
de são Jos é ( 19 de março ; dispensada no Brasil, exceto
no Ceará e na diocese de Garanhuns ) .
Naqueles dias como no domingo, cumpre: 1.0 abster-
se de tôda obra servil; 2. 0 assistir à santa missa; 3. 0
depois, praticar alguns atos de religião e ocupar-se mais
particularmente do mistério da festa.
192. - Que chamais f estas de devoção e que convém fazer
naqueles dias?

R. - F estas de devoção são as que a Igr eja oferece


à piedade dos fiéis, sem, contudo, impor-lhes a obrigação
de as celebrar.
Portanto a obras servis não são proibidas, nem é
necessário ouvir missa nesses dias.
_Quase todos os dias a Igreja festeja algum mistério
da vida de o so Senhor, de No a Senhora ou dos
santos: F esta do Sagrado Coração de J esus, E x altação
da santa Criiz, Purificação, Animciação, Nossa Senhora
dos Anjos, Nossa Senhora das Mercês, a festa de são Jos é,
são J oão Batista, dos doze apóstolos, de são Vicente de
Paulo, do orago da paróquia. É bom santificar estas
festas de devoção pela as istência à mis a, que os vigários
devem oferecer por todos seus paroquianos, com alguns

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CONFI SSÃ O ANUAL 241

exerc1c10s de piedade, e especialmente pela santa co-


mitnhão j deve-se entrar no espírito da Igreja r efletindo
no mi térios que se comemoram, r ezando a os o Senhor,
ossa Senhora, ou os santos, conforme o obj eto da f esta.
CONCLU ÃO PRÁ'rICA

Os dias de f estas cristãs são para os verdadeiros fiéis, dias de


alegria e júbilo; lembram a pátria, o céu. :ros cautos da Igreja,
ouve·se como que o éco da harmonia dos céus ; as preces públicas
dila tam o coração, e as belas cerimônias do eulto estão cheias de
encanto e de grandes esperanças.
As festas cristãs não são como as festas mundanas; aquelas
não deixam perturbação nem remorsos; são de t odos, ricos e pobres :
reunem, no mesmo recinto, todos os fi lh os da g rande familia; e o
homem sente-se melhor e mai feliz.
Portanto, devemos amar as festas da Igreja e as celebrar com
f ervor e alegria.

II. 0
lVIAND M ENTO

Confes ar- e ao menos uma vez cada ano.

§ único. - Conii ão anual.

Preceito dn confissão nnual. - Modo de cumpri-lo. - Gravidade do preceito.


193. - Q1te ordena o segmido mandamento da Igreja?
R. - O egundo mandamento da I gr j a obriga a
todos os cri tãos qu tiv rem o uso da razão, a se
conf essarern ao menos uma v z cada ano.
a ce e ta obrigação com a idade de razão, isto é,
quando o juízo e tá ba tante de envolvido para se poder
fender mortalmente a Deu , na idade de ete anos, mais
ou meno.
No o enhor J e us ri to, in tituindo o sacramento
da penitência, fazia da confi são, por êste fato, um dever

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242 MANDAMENTOS DA IGR EJA

para todos os fiéis ; não determinava, porém, quando é


que se havia de preencher. Mas, para obstar ao relaxa-
mento e ao descuido dos fiéi , formulou a Igreja, no
concílio de Latrão, em 1215, o seguinte edito: "Que todo
o fiel de um e outro sexo, tendo atingido a idade de
discrição, confesse só, exatamente, todos os seus pecados
ao próprio sacerdote e faça e forços para cumprir a

Oonfessar-se ao menos uma vez cada ano.

penitência que lhe fôr impo ta" ( Can. , XXI). Vem


completado te preceito pelo da comunhão pascal, cuja
A

teor e anção aduziremos n o seguinte capítulo.


194. - Que é preciso fa ze r para observar exatamente êste
preceito da Igre ja?
R. - Para cu mprir exalam nte te preceito da
A

I gr ja, o cristão deve, t odo os ano , faz r uma confissão


sinc ra dos seu pecados. O t empo mai oportuno para
curnprir o pr c ito anual da conf i ão ' a quaresma.
1. 0 É preci o, ao meno uma v z cada ano aproxi-
mar-se do tribunal da penitência, e por uma confi ão
CONFISSÃO ANUAL 243

sincera dos seus pecados, entrar de novo na graça de


Deus.
2. 0 O concílio de Latrão não determinou precisamente
a época da confi ão anual. Entretanto, já que mandou
cornimgá sernos na P áscoa, e a r ecepção da Eucaristia
exige o e tado de graça, é u o fazer -se aquela confis ão
junto com a comunhão pa cal.
3. 0 Reza o concílio que se deve fazer a confissão ao
próprio sacei·dote; mas, por e tas palavras, de ignaro-se
o papa para a I greja universal, o bi po para a diocese,
o vigário ou eu coadjutores para a paróquia; depois,
segundo o co tume e a interpretação geral dos bi pos,
qualqiier sacerdote aprovado pode ouvir as confi sões,
seja êle da diocese ou não, e sem pedir permissão especial.
4.° Fica o mandamento sati feito somente por uma
boa confissão, seguida da ab olvição sacramental. Uma
confissão nula não preenche o fim, que é trazer de novo
o pecador na graça de Deus; muito menos, se fôsse
sacrílega.
5. 0 Enfim, quem tivesse deixado passar um ano
sem confis ão, ou fazendo-a mal, ou não r ecebendo a
ab olvição, não deve pen ar que é permitido esperar até
o' ano seguinte; dá-se, com a confissão, o que se dá com
uma dívida: deve-se saldar quanto antes, já que não foi
paga na época do vencimento. As delongas, sendo
voluntárias, aumentam a culpa.
195. - S erá muito grave o preceito da confissão anual!
, R. - Sirn, êste preceito 6 muito grave e pode che-
gar a pecado mortal o não cumprimento do dever da
confissão anual.
E também, êste preceito, que parece severo, não será
para maior vantagem nossa ? É muito para r ecear, com
efeito, se vivermos no pecado, que aconteça morrermos

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MAN D AMENT O S DA I GRE J A

n o pecado: e é êste per igo terrível que a Igreja quer


arredar de nós.
CONCLUSÃO PRÁTICA

Ao estabelecer a confissão, manifestou Nosso Senhor mise-


ricórdia imensa, e quando det ermina a época para o desempenho
dêste dever, procede a Igreja com tôda a sabedoria e bondade.
Sabe que confessar as faltas, é o meio- de curá-las; sabe que ali
encontra o nosso coração paz e ânimo. A sociedade inteira podia
auferir, nesta prática, lucros sem conta, reparações proveitosas,
desaparecimento de ódios e vinganças, supressão de muitos crimes ...
E então precisamos ainda de ameaças para a prática do
preceitoY
Impondo a obrigação de nos confe sar ao menos uma vez cada
ano, a Igreja indica o t êrmo de rigor; mas assim, mostra também
um desejo : que vamos confessar-nos mais amiúde. É necessário
fazê-lo, sempre que nos sentimos culpados de pecado mortal, para
não permanecermos num estado perigosíssimo, que nos expõe ao
inferno e nos priva de todo mérito; é necessário ainda fazê-lo
quando nos sentimos levados ao pecado : pois, o que nos preservará.
das quedas, é a confissão fr equente.
Por isso, os bons cristãos vão confessar -se geralmente todos os
meses, e os que querem progredir na virtude, mais vêzes ainda,
t ôdas as semanas, ou quando menos, todos os quinze dias.

III. 0
MANDAMEN TO

Comungar ao menos pela Pá coa da r essurreição.

§ único. - Comunhão pascal.

Preceito da comunhão pascal. - Regras para esta observação. - Oomunhiío


em artigo de morte. - Gravidade do preceito da comunhão.

196. - Que ordena o terceiro mandamento da I greja?

R. - O terceiro mandamento da I greja obriga a


todos que atingem a idade da discrição, a fazer a
comunhão cada ano no tempo pascal.
COhlUNH,ÃO PASCAL 245

enhor fez da comunhão um dever quando


com rd s a carne do Filho
u an()'u , não ter i a vida

p ara

omunoar ao nv1ios pela Páuo1• 1/a re .vttrrrição .

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24~ MANDAMENTOS DA IGREJA

diferir, por algum motivo plausível a execução dêste


preceito ... " ( Can., XXI ) . Estas disposições foram con-
firmadas pelo concílio de Trento (Sess., XII, can. rx).

197. - Que se deve observar para o desempenho fiel do


preceito àa 9omunhão?

R. - Para o fiel desempenho do preceito da co-


munhão, cumpre observar que a obrigação da comunhão
pascal entra em vigor com a idade de discrição. A oo-
m-unhão deve ser f eita no t empo indicado pelo bispo e
na própria paróquia.
1.0 A obrigação da comunhão pascal entra a vigorar
com a idade de discrição . Não é propriamente a idade de
r azão, ma , sim, o momento em que o menino começa a
r aciocinar, isto é, aos . sete anos, mais ou menos. Então
começa a obrigação de satisfazer a ambos os preceitos da
confissão e comunhão.
2. 0 A comunhão deve ser feit a em tempo de Páscoa,
isto é, no intervalo determinado pelo bispo de cada diocese
para o de empenho dêste impor tante dever. Geralmente
o tempo de Páscoa dura quatro semanas: começa na
dominga da Paixão, quinze dias antes da Páscoa, e termina
na dominga do Bom Pastor, quinze dias depois da Páscoa.
No Brasil, porém, o tempo pascal começa na dominga da
Setuagésima e vai até o dia 29 de junho. Embora
tivéssemos comungado pouco antes da época marcada, há
obrigação rigorosa de aproximar-no da mesa sagraq.a
naquele prazo. Deixando passar o tempo da Páscoa sem
comungar, fica o dever de satisfazer ao preceito quanto
antes: a demora aumenta a culpa.
3. 0 Já não se dá com a comunhão pascal o que se
dá com a confissão anual. Para esta, podemos ir onde

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COMUNHÃ O P ASCA L 247

quisermos, e com quem nos aprouver; quanto à comunhão


pascal, deve ser feita na própria paróquia, a não ser que
se alcance do próprio vigário a licença de fazê-la em
outra parte. Todavia, os e trangeiros e os viajantes podem
comungar no lugar onde e tiverem no t empo da P áscoa.
Geralmente, os bispos autorizam os internos dos hospitais,
das casas religiosas e dos colégios, a fazer a comunhão
pa cal na capela dos r espectivos estabelecimentos, quando
está r egularmente feito o ser viço religioso.
4.0 Enfim, para satisfazer ao preceito, é preciso que
a comunhão seja bem f eita, isto é, com tôdas as disposições
da alma e do corpo r equeridas para uma boa comunhão :
jejum, estado de graça e intenção r eta.

198. -Não há também obrigação de comungar em artigo


de morte?

R. - A Igreja sempre considerou como uma obri-


gação a recepção da divina Eucaristia em artigo de
morte.
A Igrej a, intérprete do pensamento de J esus Cristo
e desejando a segurar a r ealização da prome sa: "Aquele
que comer minha carne e beber meu sangue t erá a vida
eterna", sempre consider ou como uma obrigação a r e-
cepção da divina Eucaristia em artigo de morte. E stas
palavras devem aplicar-se a todos os que estão em p erigo
próximo de morte, quer r esulte êste perigo da idade
adiantada, quer se origine em qualquer outra cousa,
emprêsa arri cada, operação delicada e difícil.
P or ém, ficam dispensado da comunhão em artigo
de morte os doentes que não têm bastante discernimento
ou não podem comungar por impossibilidade material;
por exemplo, se o estômago não pudesse SlJ,portar nada
ou se o doente tivesse vômito».

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..
248 MANDAMENTOS DA IGREJA

199. - Será miiito grave o preceito da comwnhão pascal!


R. - Sim, êste preceito é gravíssimo e não se pode
transgredir voluntàriamente sem cometer pecado mortal.
A sim fala a Igreja. De fato, há ali desobediência, em
matéria importante, à vontade de J e us Cristo e da santa
Igreja; é de prezar o maior benefício de Deus, recusando
a um tempo a p e oa divina de J esus Cristo, sua graça,
e as vantagens prometidas aos que recebem sua carne
e seu sangue ; é finalmente escandalizar o próximo e
incorrer assim na r esponsabilidade d.e tôdas as negli-
gências e as infrações que o mau exemplo pode ocasionar.

CONCLUSÃO PRÁTICA

Se soubermos avaliar o b enefício da comunhão, não espera-


r emos que o preceito nos constr anja. Por est as palavras ao menos,
a I greja dá a conhecer seu desejo de ver-nos comungar mais vêzes.
O concílio de T rento exprime o voto que os fiéis comunguem tôdas
as vêzes que ouvem a mi sa, segundo .a, admirável prática dos
primeiros cristãos.
Por outra parte, se pensamos na honra e na graça que nos são
concedidos pela recepção da divina Eucaristia, e nas vantagens
que nos proporciona, então torna-se patent e que a comunhão deve
ser o anelo, o objeto dos esforços constantes da alma que ama a
J esus Cristo e quer progredir no bem.
Foi esta verdade que levou o P apa P io X a convídar, com a
maior instância, todo os católicos, e mais especialmente os jovens,
a comungar todos os dias.
H avemos de corre ponder ao convite amável e delicado que
Nosso Senhor nos dirige pela bôca do Sumo Pontífice. J: a santís-
sima comunhão, receber J e us Cristo amiúde, e todos os dias, é,
atualmente, o único meio de conservar nossa virtude e progredir
no caminho do bem, da perfeição e da salvação.

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J E J UM E ABSTIN~NO IA 249

I V. 0
MANDAMEN T O

Jejuar e abster-se de carn e quando manda a


Santa Madre Igreja.
§ 1. - Jejum.

Prescri çõee do q uarto mandamento. - Dias de jejum: 1.0 qu1Lresma: 2.0


t êmporas; S. 0 vigllias. - Obri gações compreendidas na - lei: 1.º
abstinência; 2. 0 un idade de refei cão; S. 0 hora da r efeição. - Faltas
~ontra· a lei do jejum. - Oausas que di spensam do jejum.

200. - Que manda a Igreja pelo qiiarto mandamento?


R. - P elo qiwrto mandamento a I greja manda-nos
j ejuar e fa zer abstinência na qiwresma, em alguns dias
do advento, nas quatro t êmporas e nas vigílias de preceito.
A penitência é dever indi pensável do homem
culpado: o arrependimento interior não basta; é a
penitência ou ato exterior de desagravo que expia
verdadeiramente. Por isso, Nosso Senhor manifestou
claramente · êste princípios, levando, não por causa de
seus pecado , senão pelos no sos, vida penitente, e
de larando de modo terminante esta verdade : "Se não
fiz erdes penitência, todos perecereis" (S . Luc., xm, 3).
Ora, ' a I greja quem interpretou em nosso lugar
êste preceito, dando, no quarto mandamento, a lei da
penitência. Dentr à penitAncia corporais, escolheu a
I gr ja e prescrev u aos fiéis, o jejum e a abstinência.
J ejiim é a privação de comida, privação senão absoluta,
ao m nos parcial; abstinência é a privação de carne e
alimento preparados com carne.
I greja lançou mão de tas duas espécies de
penitências: 1. 0 por já terem sido praticadas em tempos
anteriore pelo Judeu e pelos pagãos, e porque Nos o
enhor a tinha confirmado com seu exemplo ; 2.0 porque
ficou provado pela xperiência que e ta penitências são
geralm nte mai fáceis de praticar por todos os fiéis;

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250 MANDAMENTOS DA IGREJA

sem prejudicarem à saúde, trazem preciosas vantagens


espirituais, levantam o espírito, sofreiam a carne,
amortecem as paixões.
Foi por isso que a Igreja nos impôs o jejum e a
abstinência em certos dias.
201. - Quais são os dias àe je jum estabeleoiàos pela Igre ja!
R. - São os quarenta dias da quaresma, os doze das
têmporas e as vigílias ou vésperas de certas festas.
I. Quaresma. - Julga-se que o jejum da quaresma .
é de instituição apostólica: foi estabelecido para honrar
e imitar o jejum de Nosso Senhor Jesus Cristo no deserto,
e preparar , pela penitência, todos os cristãos à solenidade
da P áscoa e à comunhão que devem fazer naquela época.
A quar esma, também chamada quarentena santa,
dura quar enta dias. Começa no dia de Cinzas e acaba
n o sábado de Alelúia. Os domingos da quar esma não são·
dia de jejum. Regul armente, não havendo dispensa,
devem ê tes quarenta dias ser santificados pelo jejum e
pela abstinência ( 1).
II. T êmporas. - São os três primeir os dias de cada
e tação do ano : quarta, sexta e sábado. As têmporas caem
as primeiras, na primeira semana da quaresma; as
egundas (têmporas do Espírito S anto ), nas primeiras
quarta-feira, sexta e sábado dep ois da dominga do
P entecostes; as terceiras (têmporas de setembro), nas
1.ª8 quarta-feira, sexta e sábado seguintes à festa da
Exaltação da Santa Cruz; as quartas (t êmporas do
advento), nas l.ª 8 quarta-feira, sexta e sábado seguintes
à 3.ª dominga do advento.
Atribue-se a instituição das t êmporas a S. Calixto I,
papa, em 218. As épocas aludidas foram escolhidas·
(1) A lei da quaresma é muito modificada, hoje em dia, p elas
disp ensas que os Snrs. bi spos ol>têm de Roma. Ver o Indulto sôbre o jeju m
e a abstinência, n. 0 209.

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J'l!:.JUY E ADSTJN1]NCIA

1.0 para santüicar e consagrar a Deus, pelo jejum e pela


abstinência, as primícias de cada estação; 2. 0 atrair as
bênçãos de Deus sôbre os frutos · da terra, cuja prospe-
ridade depende do tempo e da estação; 3. 0 pedir a Deus
bons sacerdotes e ministros cheios de zêlo pelas ordena-
ções que se fazem nesses tempos do ano.
III. Vigílias . - Dá-se êste nome à véspera das fes-
tas. Quer endo a Igrej a preparar-nos a celebrar mais
piedosamente as grandes festas, impôs a seus filhos a
obrigação de jejuar e fazer penitência nas seis vigílias:
1.0 do P entecostes ou da festa do E spírito Santo; 2. 0 da
fe ta de . J oão Batista; 3. 0 da festa de são P edro e são
P aulo; 4. 0 da Assunção de Nossa Senhora; 5. 0 da festa
de Todos os santos; 6. da festa do Natal. (Ver o Indulto,
n. 0 209 ) .

202. - Quais são as obriga.ções que encerra a lei do jejum!

R. - ão trAs : 1. 0 abstinAncia; 2. 0 unidade de re-


f eição; 3. obs rvação da hora desta única refeição.
0

I. A.b tinA11cia : on i te na pri' ação de carne e


alimentos pr parado com carne. ab tinência é conse-
qu Ancia ordinária da 1 i do jejum; m mo o que estão
di p ado. d jejuar tAm de ob en ar a ab tinAncia, se
ainda e ta parte da lei ' po . ivel para êles.
II. n1"dade d r f ição : o a própria e ência
do j jum ecl iá tico. A di p a da ab inAncia deixa
ub i tir a obrigação de uma r feição única. E ta não
deve prolongar- e com in enção de iludir a lei.

perar m pr juízo para a


d , a r f ição do dia uinte.

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252 MANDAMENTOS DA IGREJA

Em virtude dêste axioma: "O líquido não destrói o


jejum", é permitido beber para tirar a sêde, fora das
r efeições, água, cerveja, vinho, café, e geralmente o que
entendemos por bebidas.
III. H ora da r ef e1:ção. Nos primeir os tempos da
Igreja, fazia-se, na quaresma, a única r efeição somente
ao pôr do sol, e nos mais dias de j ejum, para as t r ês horas
da tarde. Hoj e, porém, costuma-se fazer esta r efeição
para as cinco da tarde, tomando de manhã a consoada.
Também po,de-se inverter essa ordem.
203. - Dai uma apreciação moral das faltas cometidas contra
a lei de j ejum.

1.° Comer carne por culpa própria, em dia de absti-


n ência, é pecado mortal : fica o pecado r epetido tantas
vêzes quantas refeições houve, porque há, cada vez,
desobediên cia em matéria grave.
2.0 Transgredir a lei do jejum quando a ela estamos
suj eitos, quebrando a unidade de r efeição sem causa
suficiente, é pecado mortal, se a lei fôr violada em matéria
grave; por ém, o pecado é único seja qual fôr o número
das outras r efeições.
3. 0 H averia ainda falta grave em adiantar conside-
r uxelmente, e sem r azão plau ível, a hora da única ou
principal r efeição.
204. - Quais são as cousas que isentam desta lei?

R. -As causas qu e dispens am legitimamente do


JeJurn são :
1. 0 A idade. A ob rigação do jejum com eça aos vinte
e um anos e t nnina aos essenia.
2. 0 A impossibilidade fí ica ou moral.
3. 0 O trabalho . quando prnoso, cansativo ou demo rado.
4. 0 A disp ensa.

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~EJUM E ABSTINtNCIA 258

1. 0 A idade. - Não há obrigação de j ejuar para


quem não tem vinte e um anos completos; também para
os que chegaram à idade adiantada (regra, sessenta anos),
que já não lhes permite impor-se privação de comida sem
estar ba tante incomodados.
~2 . 0 A impossibilidade física ou moral; a impossibi-
lidade física dispensa os doentes, convale centes, etc.
A impossibilidade moral é uma dificuldade excepcional
para praticar o jejum; os pobres, que apenas 'têm com
que preparar uma refeição suficiente, as pe soas de
compleição fraca, são dispensadas, em virtude da impos-
sibilidade moral.
3. 0 O trabalho, quando p eno o, cansativo, demorado,
é de culpa legítima para a lei do j ejum : consideram-se
como di pen ados, por esta razão, os lavradores, padeiros,
operários, etc., e também os que o trabalho intelectual
ou o u o da palavra incomodaria bastante se jejuas em.
4. 0 Enfim, a dispensa. Quando é evidente a impos-
sobilidade de j ejuar, não se preci a pedir licença ou
dispensa. Ma , caso haja dúvida, pode-se obter dispensa
do uperior ecle iá tico. O papa pode dispensar todos os
fiéis ; o bi po, seu dioce anos, em certos casos particulares.
Os vigários podem dispensar seus paroquianos em casos
particulare e pessoais. Quanto aos simples confessores,
não têm vropriamente direito de dar di pen a; no entanto,
a favor de eus p enitentes, podem interpretar a lei e
declarar isentos os que tiverem motivos razoáveis.
É escu ado dizer que devem ser verdadeiras a razões
adiizidas, p ara se obter di pen a; do contrário, esta seria
nula. - Licitamente alcançada, a di pensa r eleva de todo
o pecado; é pe soal e deve restringir-· e nos têrmos da
licença; a im, quem tem di pensa da lei do jejum deve
sempre observar a da ab tinência, se esta ficar possível.
Enfim, o que usam de alguma di pensa devem oferecer,
em compen ação, esmolas, boa obra , orações, quando
podem.

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254 MANDAMENT O S DA IGREJA

CONCLUSÃO PRÁTICA

Se é verdade que há muitas pessoas isentas do j ej um pelas


razões acima explicadas, não fica menos certo que muitas, com boa
vontade e espírito de mortificação, poderiam praticar o jejum
eclesiástico com as diminuições que a I greja quis introduzir no
cumprimento desta lei. ossos pais na fé, os primeiros cristãos, a
obser vavam em todo o seu rigor, e não ficava m mais doentes nem
viviam menos t empo.
Os médicos o confessaram: "A temperança é mãe da saúde".
A experiência das ordens religiosas mais severas vem abonar esta
regra.
T ambém, ainda que se hou vesse de sofrer, teria o j ejum, assim
mesmo, sua razão de ser : "Mato o meu corpo, di.z santo Isidoro,
para êle não me ma ta r a alma". E santo Agostinho : "Para doma r
um cavalo gordo, insofrido, rebelde, reduz-se a sua comida; para
domar meu co rpo, imponho-lhe o j ejum".

§ II. - Abstinência.
Dias de abstia ência . - L ei da abstinência : o que proibe, o que p ermite. -
Cau sas qu e di spensam da abstin ê ncia.

205. - Que proíb e a I greja pela abstinênciâ?

R. - A I greja proíbe geralmente aos fiéis comer


carne nos dias de jejum e nas sextas-! eiras do a;no, exceto
o caso d e impedimento justo e de dispensa.
A I greja completa as im a lei da penitência: impõe
a ab tinência tôdas as sextas e todos os sábados do ano,
onde não houver permi são especial ( 1). A abstinência
de carne na ex ta-feira é de origem apostólica. Êste dia
tinha sido escolhido para fazer penitência como lembrança .
da paixão e da morte de J e us Cristo. A abstinência do
sábado é também muito antiga na Igreja; foi estabelecida
em memória da sepultura de Nosso Senhor. Êstes dois
dia de penitência devem ervir de preparação ao
domingo.

(1) Vâr o indulto, 11 . 0 209 .

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JEJUM E ABST I NtNC I A 255

206. - E x plicai a lei da ab stinência.

R. -1.º A lei de ab tinAncia proíbe, nos dias em qiie


é ele preceito, a carne e o 1caldo de carne do animais qiie
vivem na t erra oii no ar.
2.0 , P ermite a carne dos animais q1ie na cem e vivem
na ág1ia.
3.° Começa a vigorar na idade da razão.
I. A lei da abstin Ancia proíbe, - todo os dia em
que ta ab tinência :fôr de preceito, - u ar de carne e
caldo de carne. Por e ta última expre ão, entende-
não somente a do animai qu vivem na terra e
da ave que viv m no ar, enão tamb'm eu angue e
todo o adubo d carn . E ta proibi ão abrane1ia outrora
a banha, o ovo , a manteiga, o laticínio , por rem
A te alim nto proveni nte do animal; hoj e por ' m
podem- u ar.
n. A 1 i da ab tinAn ia não proíb

u o u o da
1 gí imo, não
ão tolerado .
u o do lugar.

Inst. Relig. - 9

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256 MANDAMENTOS DA IGREJA

Contudo, a falta é venial quando a matéria é leve :


umas poucas gramas de carne, uma iguaria somente
adubada com carne, podem ser consideradas como matéria
leve.
207. - Não há causas que podem dispensar da ab stinência!

R. - Sim j são as m esmas que dlispensam do jejir,m,


com a dif erença qir,e dev em ser mais sérias tratando-se da
abstinência, pois é mais fácil deixa1· de comer carne do
que j ejuar.
E tas causas são as seguintes:
1.0 A idade. - A obrigação de fazer abstinência não
exi te antes da idade de razão : comer carne ou não, é
por i cousa indiferente ; quem não tem a razão, portanto,
n ão pode p ecar, sen<!o incap_az de desobediência.
2.0 A impossibilidade física ou moral. - Há impos-
sibilidade fí ica p ara os doent es, convalescentes e todos
aqueles cuja saú de, no con ceito de médicos conscienciosos
ou p essoas sérias, exige alimentação mais fortifica;nte.
H á impossibilidade moral para os pobres, que só a
muito custo conseguem arranjar outros alimentos que
não carne ; p ara os soldados, que r ecebem a co~ida do
E stado ; p ar a os filhos, operários, criados que não podem
obter de seus pais ou mestres os alimentos devidos, nem
deixar a casa sem graves inconvenientes.
3. 0 Quanto ao trabalho, não é mot ivo suficiente para
dispensar da lei da abstinência, se n ão f ôr excepcional-
mente penoso. As viagens, também não são razão plausível,
salvo para os passageiros nos p aquetes, os viajantes ou
caçadores cujas provisões escasseiam. ·
4. E nfim, em caso de dúvidas, os super ior el3 têm o
0

direito de conceder dispensas, mas dispensas particulares


somente e p or motivos verdadeiros e razoávei . Convém
então recorrer à autoridade : bispo, pároco ou confessor;

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PAGAR DÍZIMOS 257

xpor as raz- s conformar-se com a r e posta que fôr


dada.
P r cau a dos preJui zo que à r ligião ou a Ales
pr prio uma r e u a podia a arr tar, ficam os hotéi. e
. taurant autorizad a rvir carne aos que as. i.m o
p direm em dia a ab tinAncia. Quanto às p soa que
t Am de cozinhar o .alim nto , tão d çmlpadas quando
ob d cem à ord n de us sup riores ou me tr , man-
cJn1.do A te· om autoridade, sp cialmente om ameaças.
OON L SÃO PJtÁ'rIOA

Mui to frouxos são os cristaos qne sacrifi am sua r eligião e


p erd m a alm a por um a s n. un1ic1ade na r f i~ão, p lo praz r de
um petis o 1 " u d us o v ntr , dis são Paulo; m1:1s seu fim
será a ruína terna" (Filip., m, 19). Em que pe à paródia que
fazem da palavi·a do divino M tr : niio 6 o qu ntrn 11 0 corpo
que o conompe, s não o qu el 1 sai. . . r pond -lh s a voz ela
I greja : " om f,eito, n ão é um bo ado de carn que la nça ao inferno,
mas si m o ato de r volta e d son ualidad que saiu do cor ação".
Outros violadoro elas l i da ab tinôncia são os o cravos do
respeito hum a no, que, cm mbargo elos gritQs da consciência,
po tergam um pr ceito cuja im portân ia r az5 o d s r conhecem
muito b m. P ara êst s fal u o alvador : "Taml m u co rar i d les
p rante meu Pai" ( . L nc., rx . 26) .
unca viol mos a l i da ab tin n ia n m por g1tla, n em por
resp eito humano.

V. 0 MAN AMENTO

P agar dízimos segundo o co lume.

208. - Como se obs.TJrva o q1tinto 1na'l1 lamen·to da Igreja:


Pagar àfaimos segundo o costume?

R. - Ob serva-se o qu!Ínt"o man lamento da Igr eja,


rconfr~b1iindo
com o n ecessário para o rnstento do. culto
e dos ministros da religião.

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258 MANDAMENT O S DA IGREJ A

Todos os fiéis, na medida de suas posses, são


obrigados a concorrer com o seu óbolo para o sustento do
cuito, ornamentação e conservação das igrejas e oratórios
públicos e também para a sua restauração.
Exortem pois os Rvds. pároco ao fiéis que
contribuam com o necessário para ê se fim.
Outrotanto se deve dizer para o óbolo de ão Pedro,
o sustento do clero, às obras de vocações ecle iá ticas e
r eligiosas, a boa imprensa, a propagação da fé, etc.
209. - I ndulto sôbre o jeju111, e a abstinência.

De acôrdo com uma decisão da Santa Sé sáo os seguintes


os dia de jejum ou abstinência no Bra il:

1. 0 Dias de....jejiirn corn abstinência de carne:


Quarta-feira de cinzas; Sexta-feira da Semana Santa.
Vigília da A unção de i\o a Senhora (14 de agí) to),
quando não cai em domingo, e Sexta-feira que precede a
Vigília do X a tal.
2.0 Dias de ab stinên cia de carne sern jejurn :
Tôdas a exta -feiras da Quare ma.
1. Está abolida a lei qu~ vedava, me mo aos que não JeJua-
va m, o uso de ovos e laticínios em certos dias do ano, principalmente
na quaresma.
2. Nos dias de jejum com abstinência, estã o obriga dos a
guardá-la os que estiverem legitimamente excusados ou dispensados
de jejum, como os menores de 21 ano e maiore de 60 ano .
3. E stá igu almente abrogada a lei que p roibia a promiscui-
dade de carne e peixe na mesma refeição nos dias- de j ejum.
4. A lei da abstinência só proíbe carne e caldo de carne nos
dias de preceito; e permite quaisquer condimentos, inclu ive a gor-
dura dos animais.
5. Nos domingo de todo o ano, no dias anto de guarda
fora da qua resma e nas vigílias antecipadas, ce sa a obrigação do
j ejum ê da abstinência.

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I N D U L T O S Ô B R E O ;r E ;r U M 259

6. obrigação la :i b ti n ·n n n, id a l d 7 a no
ompl to a do j j um vai d mpl Lo aos 60 om -
çado .
7. P od hora '! j nn ta r com a da
n oada, no
anto
re o-
ro a
rosá ri

A '
APENDICE A MORAL

J. - A on ciência .

Noção el a on sci •n cin . - Vári as espécie d ns i •n cin : l. º v rd ttcl irn ou


fal sa; 2 .0 erta ou duvidosa ; 3.0 pr v(Lv · 1 o u impr v(Lvol ; 4 . s ru p ul osa
ou larga . - Norm ns práti ca s d pro · d r nestes di( r n tes casos.

210. - Que é consciência ?

R. - To ntido g ral, pode- definir a consci ' ncia,


" r gra g rol do n o o ato ".
da 1 i d Deus e da
formam para nó , o
om Ale e tá de

E ta r gra int rior harn a- consciência.

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260 C O NSCI:~NCIA

Antes do ato, a consciência é luz que nos diz se é boa


ou má a cousa que estamos para fazer. Durante o ato,
é um juiz que proclama ser bom ou mau o que vamos
praticando, e isto, sem embargo dos nossos preconceitos
ou paixões. Depois do ato, premeia-nos pela satisfação de
termos cumprido um dever , ou castiga-nos p elo remorso
de t ermos feito o mal.
Jo entanto, para a consciência tornar-se, na prática,
norma certa, é mister que seja bem formada; do contrário,
daria decisões falsas e não seria mais o intérprete auto-
rizado de Deus e da sua lei.
211. - Não se podem distinguir várias espécies de.
consciências ?

R. - Sim, segundo os diferentes pontos de vista em


que nos colocamos, a consciência pode ser: reta ou errônea,
certa ou, diividosa, provável ou improvável, escrupulosa
ou larga.
I. _ o ponto de vista da v erdade: a consciência é reta
ou verdaãeira, quando seus julgamentos são concordes
com a lei r eal; errônea ou falsa, quando o julgamento
que pronuncia é oposto à verdade : por exemplo, é o caso
de quem pensa faz er cousa boa mentindo para obsequiar
o próximo.
O êrro é vencível, quando a consciência pode sair
d êste engano de apreciação; é invencível quando há
impossibilidade moral de descobrir. o engano.
o... II. No ponto de vista da :::;:t~ a consciência é

l /)c.ycerta, quando julga com prudência e sem mêdo de errar


que tal ato é bom, mau, ou lícito; d1!JV,~d9 a, quando hesita
para decidir-se. - A dúvida é 1/J{.,e'c iitiva, quando a
que tão é encar ada t eori camente j pr'J!tica, quando a cousa
p or faz er é atual e p essoal; per plexa, quando, colocada
entr e duas alter nativas, a consciência vê pecado em ambos
o casos.

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C O NSC i tNC I A 261

III. No ponto de vi ta dos rnot1ºvos que ervem para


e tear o julgamento: a con ciência é provável quando e
fi r ma sôbre r azõe graves, embora falív eis; i?nprovável
quando tem r azões pouco valio as.
As opiniões, ão, portanto rnais oii rnenos prováveis
conforme a gravidade do motivo ; mas também, niais ou
nienos seguras segundo afa taro mais ou menos a ocasião
de pecar .
~" I V. No ponto de vi ta do proceder geral : a con ciência
(;. é escrnpulosa, quando por motivos frív olo ou falso ,
ela e tá com mêdo de fazer o mal e vê pecado em todo
lugar ; larga, quando, por um princípio contrário, julga
ser t udo permitido e trata como faltas leves as que ão
ver dadeiramente graves.
E m meio de ta interpretações múltipla da lei,
importa delinear , para a consciência, norma certa.

212. - Dai as regras práticas para a consciência.

R. - P rincípio geral : "Nunca é permitido proceder


contra a ·consci'ncia quando rnanda on proíb e wrn ato".
oro efeito, há pecadq empre que se tem vontade
' de fazer o mal; ora, proceder contra a con ciência é
quer er o mal. "Tudo quanto não e tá de acôrdo com a..
con ciência, diz ão Paulo, é pecado " (R om., xrv, 52 ) .
O pecado então cometido, é aquele mesmo que e julga
cometer , mortal ou venial, confor me a idéia que fazemos
dêste pecado.
Aplicações particulares :
I. E stando em êrro invencível, pode-se, e até, deve-
se-lhe obedecer ; se estiver em êrro vencível, não erá
lícito egui-la, pois o êrr o seria voluntário e culpado;
também não é permitido proceder contra ela. Que se há

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262 CONSCitNCIA

de fazer então? Retificar a consciência pela oração, o


e tudo, o conselho de homen culto e consciencioso .
III. Quando a consciência e tá em dúvida não teórica,
ma prática, não é permitido proceder ne ta dúvida
prática, poi eria expor- e ao mal : ma
acima, devem- e tomar providência para air do e tado
de dúvida. Contudo, se ape ar de todo o e forço ,
p ermanece e a dúvida, formar- e-ia a con ciência com
ê te princípio reflexo: " ma lei duvido a não obriga"
· e procederíamo egundo o partido mai favorável à
liberdade. J
om a con ciência perplexa, deve- e tomar o partido
meno ruim, e a sim não e comete pecado.
IV. o ca o de mais ou menos probabilidades de
uma opinião, deve- e tomar empre o partido mai eguro
quando e trata de cousa absolutamente necessária à
salvação, como eja a crença no artigo de :fé, ou a validez
de um acramento, ou ainda a vida e o interê e de
algu'm. - Ma , fora dê te -ca o , pode- e aceitar uma
opinião meramente provável, ainda que não a mai egura,
de de que ela e ba eia ôbre razõe éria . Ê te alvitre,
que e apelida probabilisrno e favorece a liberdade, pode-
e adotar na prática, egundo en iná . Ligório, cuja
doutrina foi reconhecida ortodoxa pelo oberanos
Pontífices.
V. Não é lícito proceder contra a con ciência,
escrupulosa muito embora; ma e o e crúpulo , ou
temore da con ciência não forem :fundado , erá preci o
vencê-lo por uma con ciência mais e clarecida, e ob ervar
cegament a pre criçõe dada por um diretor pruden e.
I. E nfim, a consciAncia larga, achando- e rn Arro
vencível, não pode ser norma para o no o ato : obe-
decendo-lhe, comete- e um pecado mai ou meno grave,
conforme a gravidade do mal que se faz realmente.

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PEC ADO 263

CONCLU SÃO PRÁTICA

A consciência que Deus tem da do a ca da um de nós é ret a por


si me ma; mas em consequência do p cado origin al, a ignorâ ncia,
os preconceitos, a má doutrina e o mau s exemplo falseia m
esta consciênci a. - É necessário endireitá-la pela oração, o estudo,
a sinceridade e uma resistência corajo a à paixões e aos ma us
exemplos. Precisamo chegar a f orma r em nó mesmos uma cons-
ciência reta, certa, trilhando o bom caminho, afastado igualmente
do escrúpulo e do relaxamento.
Enquanto não tivermo ainda esta r etidão, cumpre a tendermos
à voz de nossa consciência apesar de l aborar em êrro; do contrário,
pecamos : mortalmente e ela nos ap resenta o a t o como mortal,
venialmente se o julga venial .
, "Mas a vossa pal av ra, ó meu Deus, é um como f acho colocado
a meus pés, uma como lâmpa da alumiando minh a s sendas" ( Salmos,
CXVIII, 105).

§ II . - Pecado.
"oção e divisão do pecado: orig in al e atu a l. - D e qu a ntos mod os se pode
cometer o p eca do atual. - Distin ção específi ca e num éri ca ci os p ecados.
- Düerença entr e p ecados r ela tivamen te à s u a gra vid a de: mor tais, veni a is.

213. - Que é pecado e há quantas espécies de pecados?

R. - Pecaqo, em geral, é desobediência aos manda-


mentos de Deus ou da I greja.
Para haver verdadeiramente, desobediência, e
'portanto pecado, são duas as condições que se devem
achar r eunidas: adv ertência ou atenção do espírito ao
valor moral, bom ou mau, do ato que se pratica, e
consentimento da vontade ao ato julgado mau: sem isto,
não seria ato humano, nem responsável. <..1 ./)

Considerado no seu princípio ou causa, divide-se o


pecado em duas espécies: original e atual. - P ecado
original é aquele com que todos nascemos culpados,
aquele que provém da nossa origem e foi cometido por
no sos primeiros pais. Falámos dêste p ecado no estudo da
qu eda original e dos seus resultados. - P ecado atual é
aquele que comete, por um ato da própria vontade, quem

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264 MORAL CRISTÃ

j á tem idade de razão. Em relação a Adão, o p ecado


original era atual; para nós, não é mais atual.
214. - De q1iantos mpdos se comete o pecado at1ial?

R. - D e qiwtro modos se pode cometer o pecado


atual : por pensamento, por palavras, atos e omissão.

Todos, nascemos culpados do pecado origino),; s6 Maria Santissima


teve conceição imaculada.

·1.0 Por pensamento : o pensamento é a representação


de uma cousa no espírito; se a cousa é ruim, injusta ou
deshonesta e se nela nos comprazemos -com advertência
e consentimento, é pecado de pensamento. O d:esejo,
também, é pen amento ao qual vem ajuntar-se a intenção
ou vontade de fazer um ato contrário a lei de Deus, o
que o torna mais grave.

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PECAD O 265

2. 0 Por palavra : quando se prof r m di cur o que


of nd m a Deu , como a bla rmia, murmuração, men-
tira, t .
3. 0 Por ato : quando e faz o que proíb a lei de
u ou da Igr ja, omo trabalhar no domino·o, injuriar
o pr' ·mo, matar roubar, comer carn m dia proibido.
4. 0 Por omis ão: quando deixa d cumprir uma
cou a ord nada, como não fa z r ua ora õ diária , não
a i tir à mi a do domingo, não comungar na Pá coa.
215. - Que se entende por d i tinção específ ica e numérica
dos pecados?

ão difer nte quanto à e p 'ci : com


ontra a adoração não é o m mo que a
ta o me m que a c 'l ra. Há tantas
cado quanto pr c ito difer nt e

216. - Dai a conhecer a di tinção dos pecados atuais a


respeito da s1ia gravidade.

R. - ão rm todo o p cado afaais a m esma


gravidade: há pecado mortaú e pecado veniais. Di f rem :
1. 0 na ua natiirezaj 2. 0 nas suas consequências.

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266 MORAL CR IS-TÃ

I. Na sua natureza. - Com efeito, o pecado mortal


é desobediência à lei de Deus reunindo os três requi itos
seguintes: 1. 0 matéria grave, isto é, infração à lei em
ponto importante; 2. 0 plena advertência do espírito na
malícia do ato; 3.0 perfeito consentimento da vontade a
êsse ato julgado grave ou à causa que o devia produzir.
O pecado venial é também desobediência à lei de
Deus faltando, porém, um ou outro dêstes r equisitos, e
tendo, portanto, somente matéria leve ou semi-advertência,
ou consentimento imperfeito.
II. Nas suas consequências. - Com efeito, o pecado
mortal tira à alma a vida da graça, isto é, a santidade, a
semelhança com Deus, e logo, sua amizade, o direito à
vida eterna; 2. 0 imprime na alma uma 'nódoa: é uma
mancha ou diformidade moral, que a torna merecedora
das vinganças divinas e das penas eterna do inferno;
3. 0 priva a alma de todos os méritos entesourado pela
boas obras precedente e a torna incapaz de adquirir
novos mérito para o céu enquanto ela permanecer nesse
estado. Suas boas obras ão nulas; contudo, têm por efeito
mover Deu à misericórdia.
O pecado venial não acarreta estas con equências
grave : 1. 0 não tira à alma a vida da graça, somente
enfraquece e re fria a amizade de Deu ; também não faz
perd er a vida eterna, enão que adia a pos e do céu. -
2. 0 Verdade é que êle também é nódoa; porém, nódoa
delével, que não de trói a antidade nem a emelhança
com Deus: de figura-a somente; merece também punição,
mas punição t emporal, ne ta vida ou no purgatório. -
3.0 Enfim, não tira os méritos nem impede a aqui ição
de outro ne te e tado: todavia, enfraquece a luzes da
inteligência e a fôrças da vontade, diminui o ardor da
caridade e, dê te modo, ao pouco , conduz ao pecado
mortal.

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P E C A D 0 26 7

CONCLUSÃO PRÁTI A

É com tôda a razão que e cha ma o pecado mortal: o maior


de todos o males: em si mesmo, porquant é f nsa a D u , ingra-
tidão, revolta ; m r lação a n ós, porqua nto é nódoa v rgo nho a qu ,
m lugar da imag m de Deu , põe a imagem do demônio; na ua
con equência 1 porqu a nto fecha-nos o céu ab re- no o inf rno. E
para i o tudo, ba ta um único pecado mortal.
Muito bem comprcen d ra o mal do pecado mo i: tal, a mãe de
ão Lui , r ei da França, quando dizia ao fi lh o aind a jov 111: "Meu
f ilho sabei qu anto vos amo; e contudo, u ante qui nt ve r-vos
morrer qu cometer um único pecado mortal 111
O pecado v nial também é grande mal ; não se as ola a alma
como a falta g rave, prepara o caminl10 para todos os strago de ta.
"Aquele que meno prezar a co usas pequena h:l ele ir Te valando
aos pou cos" (Ecl., x rx, 1) . O que julga mos pecado venial pod
s r p ca do mortal, poi é difícil, às vêzes, p rceb r a cli tância que
medeia entre os doi . E também m certos casos, pod 111 as matérias
leves, aj unta ndo-se, con tituir mat' ria g rave e po rtan to p ecado
mortal. E enfim, não é na da o purgatório'
Por estas razões o cristão que ama a D us foge até do pecado
venial ; e mera-se em não cometer nenhum d caso pensado e vol un -
tàriamente.
§ III. - P ecado capitai •

Os sete p cados cap ita is: noção e conseq u ê ncia : l.º sob rba 2. 0 avareza;
3. 0 lux úria ; 4 . 0 inveja; 5. 0 gula; 6. 0 có lera ; 7 .0 preg uiça.

217. - Qiiantos são os pecados capitais?

l . - São set e j chamam-se capi tais por serem cabeça,


f ont e, p1'incípio de mititos outros : 1. 0 soberbaj 2. 0 avarezaj
3. 0 liixúriaj 4.0 invejaj 5.0 gula j 6. 0 cóleraj 7 .0 preguiça.
Mai pr ' priamente se poderiam denominar vícios do
que p ecados. O vício é disposição ao mal, inclinação
de r eoTada, con. equência do p ecado original: pode
existir sem o pecado. - O pecado é um ato causado
muitas vêzes por e ta inclinação; pode encontrar-se de
pas agem sem ser vício. Porém, é fato averiguado pela
experiência, que os vícios capitais fàcilmente se exte-
riorizam em atos e são, por natureza, pecados mortais.

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MORAL CRISTÂ

A Escritura sagrad_a fala a resp eito do orgulho:


"O orgulhoso e tá em abominação aos olhos de Deus"
(Prov., XVI, 5) ; a re peito da preguiça: " Lançai o servo
inútil na trevas exteriores" (S. Mat ., xxv, 30); e a
r e peito dos mais pecados capitais : "Nem os avarentos,
nem os bêbedos entrarão no céu" (I, Cor ., VI, 10) . "As
obra da carne são a luxúria, a cólera, a inveja. . . Quem
delas se torna culpado não possuirá o r eino de Deus"
(Gal., v, 19).
Como todos os mais pecados, os pecados capitais
serão õmente veniais, se a matéria fôr leve ou o consen-
timento imperfeito.
218. - Dai uma noção pormenorizada de todos os pecados
capitais e das principais faltas qiie deles resultam.

R. -1.º Soberba oii orgitlho : é a estima e amor


desprdenado de nós mesmos, que nos leva a desprezar os
oiitros e a elevar-nos acima dêles, referindo a nós mesmos
o q1te devíamos referir a De1,is . .
É o primeiro de todos os pecados; foi o pecado dos
anjos no céu, de Adão no paraíso terrestre ; é o primeiro
vício que desponta em nós, e o último que em nós morre.
Da soberba nascem: a ambição, desejo insaciável das
honras e posições; a vanglória, que faz alarde das quali-
dades, etc. ; a ostentação, que procura pôr em r elêvo seu
espírito, sua riqueza, etc.; a hipoci·isia, que oculta seus
defeitos e arremeda a virtude; a teima que se aferra ao
próprio juízo; a desobediência, que não escuta ou menos-
preza os superiores; o desprêzo do próximo, etc.
R.-2.º Avareza: é o amor desordenado aos bens da
t erra, mormente ao dinheiro.
Há certo amor aos bens da terra que é legítimo: é
um estímulo para o trabalho, previdência para o futuro;
porém, desejar as riquezas, não para usar delas llcita-

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t•q1' 1i td 1•1t do t'H P 1•110 1 o11111 1111•11• 111 11 1! 0 do 1•111·11 í1o, 111 • Dli
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I
7
270 MORAL C RISTÃ

egoísmo medonho, que leva a pen ar ilnicamente em i;


o crime ou o ódio, o homicídio, o sacrilégios e todos os
crimes.
R. - 4. 0 I nveja : é a tri teza causada pelo bem do
próximo oii a alegria pelo rnal qit!!_ lhe acontece, senti-
rnentos êstes que se originam no desejo inju to do bem
alheio.
A inveja, filha do orgulho, é pecado do demônio.
"É pela inveja do demônio que a morte entrou no mundo"
( ab., m, 24 ) . A inveja é tortura e uplício contínuo
para aquele que e entrega a e ta inclinação. De mai a
mais, dá origem a pecados em conta: siispeitas injii tas,
calúnia, miirmuração, discórdia, ódi o e até homicídio. -
" Qual a traça para a roupa, diz ão Ligório, o verme
para a madeira, a ferr ugem para o ferro, a im é a inveja
para o cor ação do homem; ela o r ói e o devora; é ainda
o verme que corrói o ve tido de honra da virtude, a
f errugem que mareia o brilho da reputação.
R. - 5. 0 Gitla : é o amor desordenado do comer e do
beber.
Comer e beber é obrigação nec.e ária à vida e à aúde.
Deu pôs ne te ato puramente animal uma en ação agTa-
dável para aceitarmo melhor a obrigação aborrecida e
peno a. A gula con i te -em transformar a nece idade em
gôzo, e é de ordem comer e beber em r egra .e em preci ão,
com exce o na quantidade, muita delicadeza na .quali-
dade, com avidez ou com muito luxo. pior gula ' a
em briagiiez; e fôr completa, até tirar o u o da razão,
sendo também voluntária por parte de quem e embriaga,
é pecado mortal, e incorre na r e pon abilidade de todo
o pecado que se podem cometer ne te e tado. As
con equência ordinária ão: o esquecimento da alma,
da salvação, do deveres cristãos; e pecialmente a trans-
gressão das leis elo jejiim e da ab tinência; à embriaguez

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PECA DO 2'71

eguem- e as rixas, cóleras, blasfêmias, impureza, as as-


sínio à vêzes.
R. - 6. 0 fr a: é o movimento desordenado da alma
pelo qual se repele com violência o qiie de agrada : leva
à vingançq,.
H á urna ira legítima e anta : a de Nosso Senhor
contra os profanadores do templo, a do pai ou da mãe
contra o :filhos r ebeldes. Fica todavia e ta ira submissa
à razão; p elo ·contrário, a cólera criminosa não é mais
senhora ele si. O efeito ão: ódio, vingança, injú1·ias,
blasf êniias, imprecações, pancadas e, à vêzes, du elos e
assassinios. É por isso que falou o E pírito Santo:
" A ira e o furor ão ambos detestávei " (Ecl., xxvrn) .
"'Quem der largas à cólera, às rixas, às dissensões, não
entrará no céu " ( Gal., v ) .
R. - 7. 0 Preguiça : é o amor d esordenado ao descanso
que nos faz omitir os nossos deveres.
Di tinguem- e a preguiça corporal e a preguiça
espiritiial : a primeira é uma frouxidão cheia de neo·li-
gência para o trabalho e o · deveres do e tado ; a segunda,
grande el e gôsto e de cuido para a oração e os deveres
r eligio o . Quem vence ou sofreia esta frouxidão, êste
de gô to, faz um ato de coragem e adquire méritos;
quem .se deixa levar por êles cai na cobardia e no pecado,
sendo pecado mortal e o descuido fôr grave.
A preguiça é mãe de todos os vícios; gera principal-
mente a ociosidade e a perda de t empo, origem da
ignor ância e ela incapacidade; produz a inconstância, a
infid lidacle ao ·ompromissos e a inidilidade da vida;
de brava o caminho para tôdas as tentações, nomeada-
mente para a gitla e a iiiipureza ; finalmente vai dar na
miséria e no desgôsto da vida.

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272 MO RA L CR I S T Ã

CONCLUSÃO P RÁTICA

Cada um de nós, leva no coração o germe de tôdas as paixões,


e por tanto de todos os pecados capitais. Porém, há geralmente um
para o qual sentimos propensão mais forte; a êste chama-se por isso
pecado ou paixão dowinante. Importa conhecê-lo muito bem, e
assesta r baterias contra êste inimigo, cujo triunfo seria nossa
der rota e cuja ruína será nossa vitória contra todos os mais pecados.
O orgulho, a luxúria ou amor do bem-estar, a preguiça são os três
vícios a que se relaciona, as mais das vêzes, a paixão dominante.
Para corrigir a paixão dominante, é preciso : L o ter vontade
sincera, firme e enérgica; 2. 0 pedir todos os dias o auxílio de Deus
na oração; 3.0 fo rmar todos os dias resoluções atuais e particula-
res; 4. 0 examinar-se de noite muito detidamente, e quando fôr o
caso, humilh a r-se a arrepender-se rezando fervoros o ato de contri-
ção; 5. 0 quando o descuido tiver sido maior, impor-se penitência
voluntária, humilhação, pena ou privação corporal; 6. 0 enfim, fazer
ótimas confissões, notando cuidadosa mente os progressos ou as
f altas e comunican~o o r esultado ao diretor; comungar segundo
o parecer dêste, mas sempre com fervor .

§ IV. - Virtudes.
Noção e divisão das virtud es. - As qua'tro virtudes <iardiais: 1. 0 prudência;
2 .0 justiça; 3. 0 fortaleza; ~. 0
t emperança. - Virtudes morais opostas
aos sete pecados capitais.

219. - Que é virtiide e como se dividem as virtudes?


R. - V irtude é uma disposição da alma que nos leva
a fazer o bem e a evita'f' o mal.
I. Consideradas na sua origem, dividem-se as vir-
tudes em infusas e adquiridas. As primeiras são inatas
em nós, isto é, são obra da natureza ou da graça ; as outr as
são antes fruto do trabalho e do esfôrço.
II. Consideradas em si mesmas, as virtudes são
nafo,rais ou humanas, e sobrenaturais ou cristãs. As vir -
tudes natiirais ou humanas são as que praticamos p elas
únicas luzes da r azão, somente com as fôrças da natureza,
t endo em mira um bem natural ou terrestre. As virtudes
sobrenaturais ou cristãs são as que se inspiram nos mo-

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\rt&TUDES 213

tivo da f' e praticamos com o ocorro da graça, t endo


em mira a felicidad eterna.
III. Enfim, quanto ao seu objeto subdividem-se em
teologais e morai . As virtude teologais ão as que se
r eferem diretam nte a D eus: f é, esperança e caridade.
virtud momis ão a que n01teiam o nosso
proceder e determinam o no os co tume para com
no o semelliante e para conosco, r eferindo-se a Deus
ó de modo indireto. - A virtude morais são numerosas;
podem contudo r e umir-se em quatro principais, que s,ão
como que o alicerce da outra e se chamam, por esta
razão, virtndes cardiais. ão: 1.0 prudência; 2. 0 justiça ;
3. 0 fortal eza e 4. 0 temperança.
220. - Dai a conll ece r cada uma das virtudes cardiais.

A quatro virt1tdes cardiais foram conhecidas e


en inada pelo filósofos do paganismo, como virtudes
natiwais. o cristiani mo, tornaram-se sobrenatiirais; a
graça as fortificou e llie deu rumo melhor.
R. - I. Prudência é uma virtude pela q'ual escolhemos
e tomamos os m eios mais próprios para bem desempenhar-
mos nossos deveres.
A prudência h1trnana diferencia o bem do mal, o
fal o do verdadeiro, procede com tino e acêrto no uso
das cou as da vida. A prudência cristã, alumiada pela
luz de Deus, procura conselho , foge dos escolhos, evita
as ocasiões perigo as, acautela-se contra a presunção e a
leviandade : norteia seguramente todos os nossos atos,
todos os nossos passos.
R. - II. Justiça é a virtude que nos leva a dar a
cada itm o que lhe pertence e respeitar os direitos alheios:
esta é a justiça natitral.
A justiça cristã .é mais perfeita. Na primeira plana,
coloca nossos deveres para com Deus, não ~e limita em

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274 MOR AL CRISTÃ

dar ao próximo o que lhe é devido : reina no âmago da


no a alma, impera no no sos p ensamento , nos nossos
sentimentos para com os outros, torna-nos humildes,
de confiados para conosco, segundo a ju tiça ab oluta o
exige do pecadores.
R. - III. Fortaleza natiiral e pagã consiste no ânimo
qiie temos para siiportar as desgraças, r esistir às paixões,
empreende1· cousas difíceis e virtuosas.
Quando virtude sobrenatiiral e cristã, dá-nos coragem
para ven cermos e sofrermos tudo antes do que ofender
a Deu . Pode- e dizer que é r emédio para tôdas as
fraqueza , lenitivo e arrimo em tôdas no sas provas,
alavanca podero a na prática de todos o nossos deveres.
R. - IV. T emperança. - É iima virfade qiie nos
leva a evdar os excessos e a usar de tudo com moderação.
No p aganismo con istia principalmente em refrear·
as paixõe e os desejos, mormente os de ejo sensuais.
A temperança cristã não ó proíbe o abuso dos alimentos
e de t udo quanto lisonjeia os sentidos, mas r egula até
os no o entimentos no gôzo das cousas da vida, condena
os prazeres culpados e limita o uso dos que são inocentes.
Permite o gôzo dê tes últimos; não quer porém que nêles
vamo procurando no a ventura, no o fim último.
Nos alicerces de tas virtudes cardiais, ergueu o
Evangelho o edifício da p erfeição cristã. Tornou e tas
virtudes sobrenaturais mais p erfeitas: propôs, não como
dever, ma sim como c.on elho, não como obrigação geral,
mas sim como fidelidade a uma vocação privilegiada, de
levar até o heroísmo a prática destas virtudes no estado
chamado vida religiosa. Firma-se o e tado religio o ôbre
três votos ou compromissos que são a prática eminente
das virtudes morais : os votos de pobreza, castidade e
obediência.

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;

VIRT D ES 275

221. - Dai a con hecer as outras virtude ?norqi opostas aos


pecados capitai .

R. - 1 .0 ) À ob erba opõ -se a hiirnildade cristã.


2. 0 ) À avareza opõe-s o d e ap êgo do b ns da t erra.
3.0 ) À luxúria opõ - eaca Mdad e.
4.0 ) À inveja opõe- a ca1·idad .
5. 0 ) À gula opõ - a obnºedad .
6. 0 ) .d cólera opõ - a mansidão cristã.
7 .0 ) À pr g11 iça opõe- e a diligAncia.
1. À ob erba opõ - a hmnildade cri tã virtude
0

d conhecida do mundo paO'ão · leva-no a di tinguir


no o defeito r eferir a D eu o b m que em nós se
encontra a confe ar-no de bom O'rado inferiore aos
outro .
2.0 À a ar a opõ - e o desapAgo do ben da terra.
De ta virtude o o enhor fez a ba e da ua religião:
amaldiçoou a riqueza, ab n oou a pobreza, declarou
indigno de eo'ui-lo aqu 1 que, pelo meno de coração
não r nuncia e a tudo quanto po ui .
3. 0 À l11 x úrfo opõe- a ca tidade virtude qu incute
,, o horror da cou a de hone ta . Praticada na perfeição
chama-se vfrg1ºndade, virtude aJJO' ' lic.a pela qual renun-
ciamo a todo o prazer en ual.
4. 0 .d inveja opõe- e a can·dad e, qu leva a partilhar
a tri tezas do próximo como e fo em nó
aleO'rar-nos por todo o bem que êle ente. -
é a virtude cara cterí ti ca do e.ri tiani mo : '
amarde un ao outro , di e o o
conhecer- e-á que oi m u di cípulo
5. 0 À g?1la. opõe- e a sobriedade, que no afa ta de
qualquer exce o no comer e no b ber. E a virtude,
quando aplicada à ob ervância exata do preceitos da

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276 MO RAL CR I STÃ

penitência impostos pela I greja, chama-se abstinência ;


abr angendo outros sacrifícios voluntários, é chamada
mortificação.
6. 0 À cólera opõe-se a mansidão crútã, virtude
elogiada por J esus Cristo e que leva a suportar com
paciência aquilo que nos conj;raria.
7 .º Enfim, à preguiça em geral, opõe-se a diligência,
que nos leva a cumprir os nossos dever es com muita
coragem e constância. Com proveito se há de combater
a preguiça espiritirnl pela exatidão nos exercícios de
piedade, e a preguiça corporal, pela atividade e pelo
trabalho.
CONCLUSÃO PRÁTICA

Assim como cada um de nós tem um defeito dominante que


combater, assim nos devemos esmerar na aq~isi ção 'de uma virtude
dominante, quer por descobrirmos em nós o seu germe, quer por
ela nos agradar mais, quer porque a julgamos mais indispensável
ou útil à nossa vocação pessoal. A virtude dominante de Nossa
Senhora por exemplo, era a humildade; a de são José, a castidade;
a de são João, a caridade; a de são P a ulo, o zêlo. Em t empos mais
recentes, são Francisco de Assis especialmente amou a pobreza;
são Francisco de Sales, a mansidão; santa Teresa, a penitência;
são Vicente de Paulo, a dedicação.
Façamos a escolha da nossa virtude predileta, e sem descui-
darmos as outras, envidemos, para aperfeiçoamento desta, os nossos
mais generosos e p erseverantes esforços. A reflexão, a oração, os
exames, a meditação, a comunhão frequente são os meios de que
havemos de lançar mão para adquirir e aperfeiçoar esta virtude.

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DA GRAÇA 277

TER EIRA PARTE

MEIOS QUE DElTS ESTABELECEU


PARA NOSSA SANTIFICAÇÃO

L I ÇÃO PRELI MI NA R
A GRAÇ A
Snntificação. - Noçõ s ge-rnis dn graça . - Divisão da. ma térias.

222. - Como é que D us nos santifica?

R. - Deu no

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27 DA GRAÇA

Para comunicar e a graça, Deu e abeleceu doi


meio · orr1ç1io P • ncrnm1 nto.. Pelo primeiro dê e meio .
peclimo o Ol·orro de Deu : e Deu . por ua na nri>za e
por ua prome a . em que no. con('eder ê e ocorro.
~Ta • ·o. o . 'enhor .Je u ('ri o. por um a o rle pura

l'l'l!J nrnçiío r o• Mrrrrarrirnto•, nfr.(1nramo1 o~ pr -wn 'I '


n,,,. m,r,cl!U J ,•u~ f]ruf,

P Ji,·n· '"Hl nd , de 1•rmino11 e <'n 111011 m"i" '111" no<:


Jllh" 1'111 <'Ili eom1111hiio mai ín lllla '0111 í·J,., 1·m pPn lrnn-
do- ,. "Ili dar !{ra1;a a quem 11 a dí 'hn-
mam- " meio Je an ifiea iio · orar;iio
Impor a rlar urna no ·ii11 nrni corn11l • H da J.!nw:i, 11111•
í.· fru o dl>I

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1 -

DA GRAÇA 279

223. - Dai a defin ição da graça e dizei suas várias espécies.

R. - A graççi é iim dom interno) sobrenatiiral e


gratiiito,. que D eus nos dá em relação à vida eterna.
Podernos agrupar as .graças sobrenatiirais :
1. 0 relativarnente ao rnodo ou à rnaneira como são
concedidas : ern graças interiores e graça exteriores.
2. 0 na sua natureza) divide-se a· graça em atiial e
habitual.
Chama-se graça, em geral, qualquer dom que Deus
concede gratuitamente já na ordem natural) já na ordem
sobrenatiiral. Por ordem natural, entende-se o que se
refere ao espírito, ao corpo, aos bens da vida pre ente,
l'l felicidade dêste mundo. Por ordem sobrenatural,
/
entende- e a vida uperior da alma, o bens acrescentados
à ua natureza e r elacionado com a antidade e a
felicidade numa vida mais p erfeita.
Mais particularmente usa-se o vocábulo graça para
de ignar os bens desta ordem sobrenatural, e é neste
entido que se define a graça: dom sobrenatural que
Deus concede por pura bondade, em con ideração dos
mérito de J e u Cri to, para alcançarmo a vida eterna.
Podemos a im agrupar as graças sobrenatiirais:
1. 0 R elativamente ao rnoclo ou à maneira como são
concedida : em graças interiores e graça ext eriores . -
As primeira ão comunicadas diretamente p elo próprio
Deu : ão bon pensamento , afetos piedoso , impulsos
genero os que nos movem para o bem. As graças exte-
rio1·es são meios que Deu di põe em redor de nós para
incitar-no ao bem: bons exemplo , educação cristã,
leituras piedo a , exortações, etc.
2. 0 Na ua natiireza, divide-se a graça em atiial e
habifoal. - A primeira é transitória; não permanece, e
por i o, chama- e atual. - A outra, po ta por Deu em
no a alma, ali mora constantemente; torna-nos justos e

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,
280 D A GRAÇA

santos e transforma-se em . estado : é o estado de graça,


que dura até o perdermos pelo pecado mortal; ela se
denomina graça habitual ou santificante.
Atendendo à sua importância, empr egaremos para
explicação da graça atilal e da graça habitital os dois
primeiros parágr afos de ta lição preliminar; acre centa-
r emos terceiro parágrafo sôbre o m érito, fr uto da graça
santificante e da graça atual.
§ 1. - Graça a tual.
D efi nição . - Necessidade da graça . - Graça sufi ciente sempre concedida.
- Eficáci a da graça.

224 . - Que é graça atual?

R. - A graça atual é um dom sobrenatural, transi-


tório, que ilumina o nosso entendimento, move e conforta
a nossa vontade para praticarmos o bem e evitarmos o mal.
Êste socorro divino, que nos chega em tempo
oportuno, é luz para a inteligência, estímulo para a
vontade, bom impulso, finalmente, que nos auxilia e no
entanto precisa da nos a cooperação; para ter efeito e
desempenhar seu papel, a graça atual precisa do nosso
concurso. De acôrdo ju tamente com êste resultado, diz-se
que a graça é s1.t ficient e ainda que pelo fato de nossa
liberdade ou de nossa oposição, não produza os frutos
por Deus determinados; diz-se que é eficaz quando
preenche êste fim, quando os produz.
225. - Será necessária a graça de Deus, e como?
R. - Sim, a graça de Deus é absolutamente necessária
ao homem para êle fazer obras de salvação : privados dêste
socorro, nada podemos cumprir que seja proveitoso para
a vida eterna, nem dar um passo no caminho do céit.
"Nada podeis sem mim ", diz os o enhor ( . J oão,
xv, 5) . Entendem-se e ta palavra na ordem sobrenatural.
- pois, na ordem natural, o homem, embora culpado e

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GRAÇA ATUAL 281

caído, pod , m o au ílio da o-ra a, conhecer alo-umas


v rdad como a e ·j t"n ia de u e certo princípios
da 1 i natural. Pod tamb'm, m a graça, e mesmo sem
f', umprir alo-um bem n ta ord m natural, Todavia, a
gra a ne . ária para "l conh r t"da a 1 i se bem
qu natural para "l b rvar tod o pr ceitos e vencer
tô 1a a t ntaçõ . om maioria de razão, a graça é
ab ol1ttarnente n ces ária para cumprirmo uma obra que
no torn digno da alva ão. e o pá aro não pode
levar- e no ares em o auxílio das a a , menos ainda
pod o homem sem a graça, ubir para as sublime alturas
cele t s.
ond havemos de concluir: 1. 0 sem a graça não
pod mo t er a f', nem m mo o princípio da fé: "Nin-
u 'm diz No o nhor poderá vir a mim, se meu
Pai não Ui der a gra a" ( . João, vr, 44); 2. 0 sem esta
me ma graça, o homem pecador não pode sair do seu
infeliz e tado, nem o ju to per v rar na justiça.
226. - erá sempre dada ao homem a graça sufioiente para
salvar-se?
R. - irnj Deits dá-nos a graça atual sempre que
d la preâ arno on a pedimo com as devidas disposições.
or uma parte, s a graça ' nec ária, certo é, por
outra, que nun a ' negada a qu m faz o que pode para
alcançá-la. om ef ito, ate ta e en ina a Sagrada Escritura
qu D u "qu r . alvar a todo. o b.omen " (I, 'l.'im., n, 4) ;
Joo-o, dá a todo ra a ufi ientes de salvação. Se muitos
não conseguir m a salvação, será por negligência ou má
vontade. us nos deu a liberdade e a respeita, para
d poi recompensar-nos e correspondemo à sua graça e
a ti()'ar-nos s re. i timos. •
Ma. fica c rto que:
1.0 O justo t"m gra a ufi iente para per sever ar:
" D u não qu r qu ejamos tentados acima das no as
fôrça" (I, Cor., x, 13) .

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282 DA GRAÇA

2. 0 Os pecadores, endurecidos embora, podem con-


verter-se: " Deus não quer a morte do ímpio senão a sua
conversão" (E zeq., xxxm, 11) .1
3. 0 Os próprio infiéis ainda podem salvar-se: têm
a lei natural e, e a observar em, Deu r ecompensará e ta
fid elidade.
4.0 Tamb é~ as crianças que morrem em bati mo
não são privadas da graça suficiente à salvação; por
ventura, se não a po suirem, é o resultado de ocorrências
que não dependem diretamente da vontade de Deus.
227. - É sempre eficaz a graça de Deus?

R. - Em si m esma, a graça de D eus é todo poderosa.


Mas Deiis r espeita a li berdade elo homem, que pode
r esisti?· à graça · e impedir-lhe a eficácia.
Em si mesma, a graça de Deus é todo poderosa.
" P os o tudo, dizia ão Paulo, naquele que me fortalece"
(F ilip. , IV, 13) . P or i so vemos que, à vêze , produz efeitos
de modo infalível, deixando contudo, ao homem, liberdade
de r esi tir. ão Paulo, falando da própria conversão,
diz : " A graça de Deus não foi estéril em mim; trabalhei
mai que todo os outro : não eu, contudo, mas sim a
graça de Deu comigo" (I , Cor., xv, 10 ) . O acôr do entre
esta graça eficaz e a no a liberdade é mi terio o muita
vêze ; porém, é muito r eal, e é dogma de fé que a graça
eficaz deixa a no a liberdade tôda ( Co-nc. de Trento,
se . VI, IV ) .
Por outra parte, acontece infelizmente muita vêze
que o homem, p or efeito de sua livre vontade, impede a
graça de Deu de ser eficaz. É isto que exprimia J e u
risto chorando ôbre J eru além: " Quanta vêze não
qui eu r eunir teu filho como a galinha ajunta o eu
pintinho debaixo da a a não qui e te! " (S. Mat.,
xxm, 27 ) . É precisamente e ta r e i tên ia à graça que
constitui a culpabilidade do pecador .

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GR/\-ÇA HAB I TUAL 283

CONCL ÃO PRÁTICA

grça d D u é neces ária à no sa al\7ação: "Se algu ém


li er que em a in piração prévia do Espírito Santo em eu
auxílio, o homem pode crer, e pera r, ama r ou arrepend er - e devid :t-
m nte p ar a alcançar a g raça da justificação, contra êle ej a a n:'.t-
tema ! " (Concilio de 1'rento, ess. VI, c. m ) . São P aulo até fal a :
" m a raça do E pírito Santo nem é po ív 1 pro nun ciaTmo
utilmente o nome de J e us" (I, Cor., xn, 3) . 11: te ensino deve
inspi ra r-no constante s ntim nto do hmnanidacle desconfiança.
PoT outra parte, somos c rto de teT empre a graça de Deus
enquanto dela não nos tornamos indig nos, e aí temos motivo de
grande confiança na infinita bondad '! Deus. 'rod avia, devemo
r cear de 11 ão corr spoud r à a raça de modo sufici nte : " A terrn
muitas vêz s regada pela chu va do céu, que nada produz s não
pinho brenh as, é terra cond nada e próxima ela maldição"
(Hebr., v1, 7). Qual a conclusãoi É que dev mo pedir humilde-
mente a graça, e a la corre ponder dôcilmente.

§ II. - Gra ça habitua l o u a ntificante .

D eí ini ~ão .
- E feitos da gr aça sa ntifi cante. - Meios el e nl a nçá-la , de
aum entá -la, de p erd ê-la.

228. - Q 1te é a graça habitital 0 1t santifican te?

R. - A grnça sanMfi cante ' nrn dorn sobrenafo,ral


?·n er nt à n os a alma, que nos f az santo , filho adotivos
d D us h rd iro do c'ii.

va a
por amor no
amor benefício

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284 DA GRAÇA

229. - Quais são os efeitos da graça santificante?

R. - A graça santificante jiistifica a nossa alma,


dá-lhe celestial beleza, fazendo-a participante da natureza
divina, outorga-lhe direitos à recompensa do céit e a torna
capaz de 1azer obras m eritórias.
1.0 Quando concedida à alma em estado de pecado
mortal, a graça santificante traz esta alma do estado de
p ecado para o de graça : chama-se então jiistificação,
significando que faz justo e santo o que era pecador e
culpado.
2. ° Com o estado de inocência e de justiça, á graça
santificante comunica à alma celestial beleza, divina
semelhança com Deus : por i so, Deus a ama com amor
inefável e vem morar n ela, segundo a próprfa palavra de
No so Senhor. Feita participante da natureza divina, a
alma tem direito .à f elicidade de D eus: é digna do céu.
3.,0 Quando concedida à alma que já a possui, a
graça santificante aumenta sua formosura, seus tesouros,
seus méritos, e dá-lhe um direito correspondente a um
acréscimo de recompensa e de glória no céu.
4. 0 Enfim, a graça santificante nos torna aptos a
faz er obras meritórias para a vida eterna, enquanto nossas
obras tôdas fi cam mortas e sem valor para o céu se dela
estivermos privados.
230. - Como se pode adquirir, ai1mentar ou perder a graça
santificante?

R. - Adqiiire-se pelo batismo a primeira v ez e


recupera-se pela contrição perfeita oit a penitência;
aumenta-se pela oração, as boas obras e os sacramentos;
e perde-se pelo pecado mortal.
1.0 Adquire-se pela primeira vez a graça santificante
no batismo. Quando a t emos perdido por nossas culpas,
recupera-se por meio do sacramento de penitência ou pelo

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MÉRITO 285

ato de caridade pe1"f ita. on erva- e ob ervando fiel-


mente a 1 i d Deu e fugindo do p ado mortal.
2. 0 A:nmenta-se a graça antificante pela oração, as
boa obra , e e pecialmente a participação dos sacramentos
que receb mo quando omo justos e santos. Sempre
pode cre cer mai e mai ; é n e te entido que o Espírito
anto falou: "A enda do ju to, qual uma luz pura,
eleva- e e alumia empre mai , até chegar ao dia claro
e perfeito" (Prov., rv, 1 ) .
3. 0 A ·graça antificante pe1·de-se pelo pecado mortal,
e um único ba ta para no arTebater êste te ouro e
também todo o mérito de no as boas obras anteriores.
Se porém, a alma culpada recuperar a graça santificante,
eus méritos pa ados tornar a viver; mas as obras feitas
no estado de pecado ficam inúteis para o céu.
CONCLUSÃO PRÁTICA

"Oh 1 alma santa, exclama santa Teresa, se pudesses ver o


que és pela graça, tu morrerias de felicidade quando deparasses
esta beleza mil vêzes maior que tôda a beleza criada 1" Ora, êste
portento de formosura é aniquilado por um só pecado mortal, e a
divina semelhança substituida então pela fealdade, pela degradação.
Quanta cautela não devemos tomar para evitar o pecado 1. . . Há
outra reflexão com que não pod emos deixar de tremer: é esta
palavra da Sagrada E scritura: " inguém sabe se é digno de amor
ou de ódio" (Ecl. IX, 1). unca temos certeza ae nos achar em
estado de' graça... Porém, Nosso Senhor nos dá mais esfa palavra
consoladora: "Quem me ama, guardá os meus mandamentos" (I,
João XIV, 21). E o apóstolo da caridade, são João, completa essa
certeza moral dizendo : "Se o nosso coração não censurar nada,
podemos ter plena con!iança em Deus" (I, João, nr, 21).
§ III. - Mérito.
Noção do mérito. - Suas condições - Dond e vem a grandeza do mérito.
231. - Que é mérito?
R. - Mérito, - qiie se consideia aqiii como obra
m eritória, - é wrna obra boa feita com o socorro da graça
por amor de Deus, e digna, aos olhos dêle, ç,e recompensa
eterna.

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286 DA GRAÇA

m'rito, portanto é fruto da ()'ra ça e por nó


me mo orno incapaz de fazer obra que eja diO'na
de recompensa e.ele te. om a graça, pelo contrário o
homem pode praticar ato meritório . Ora, no mérito
do homem, pode-se di tinO'uir mérito de ju tiça mérito
de conveniAncia.
O mérito de justiça con titui verdadeiro direito à
r ecompen a; o mérito de conveniência não é m'rito
ab oluto, outorgando direito rigoro o à recompen a · ma
im, conforme o nom indica, certa conveniAncia digna
de consideração, de maneira que chamar- e-ia igualmente
mérito de misericórdia, porque é ba eado principalmente
na mi ericórdia de Deu .
232. - Quais são as condições do 11iérito?

R. - Para qualquer m 'rito, i?npr cinclív l o


socorro da graça atital, que n1lnca falta. Para ter m 'rito
de justiça ' preciso : 1. 0 o e tado de graça; 2. 0 of r e r a
Deu a boa obra com intenção santa. - Para t r 11i 'rito
de conveniência, basta faz r qualquer boa obra, com
int nção de f '.
Para qualquer m'rito o ocorro da graça atual '
impre cindível; ma e ta condição dependente de Deu ,
nunca falha. É por i o que õm nte tratamo aqui da
condiçõe exigida por parte do homem.
1. 0 Para ter mérito de jiistiça, con tituindo acr' cimo
de graça ne te mundo e de glória no outro, ' preci o:
a) ter o e tado de graça; b) oferecer a Deus a boa obra
com intenção anta. e te sentido No o • enhor declara
que quem der, em eu nome, um copo de áO'ua fria a um
pobre, não p rderá a r ecompen. a. Infere- e dali que ó
o ju to podem aquirir mérito de ju tiça.
2. 0 P ara ter mérito de conveniência, ba ta fazer uma
boa obra qualqu er, com intenção de fé, i to ' , para agradar
a Deus e em vista da alvação. Todo podem as im merecer

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MÉRITO 2 7

de Deu O'ra a atuai e o auxílio nece ário para vitar


o l ecado e adiantar- e na virtu d . próprio p ador
pode a im po r ua ora çõ e b a obra , mer
O' raça da om i ão.
233. -Donde pro vém a grand eza do 111érito?
R. - A grm1 d ~a do m ' rit o d p nd da antidad da
p e soa qn trabalha, da xc léncia ou dific uldad da obra
e da p rf ição com qii ' f ita.
~ grand za do m' rito depende: 1. ~ da pe oa ou da
diO'nidade e antidacl e de qu m t rabail1a. O m ' rito de
Je u ri to por exemplo, é infinito; o m'rito do ju to
é incomparàvelm ente maior que o do pecado r l or que a
graça o faz filho e amigo de Deu .
2. 0 Da exc l Ancia ou clificnldade da obra. A im, uma
grande e mola é mai meritória que uma mola pequena
f eita pela me ma pe oa. Ma o óbolo da viúva mai · vale
ao olh o d J e u ri to que o ouro dado pelo ri co .
3. 0 D a perf ição i to é, da pureza de int nção, do
fervor e principalm ente da cari dade com que se trabalha.
E ta dispo içõe com efeito comu nicam à obra valor
tal que ato ainda o mai indiferente podem, ao olhos
de Deu adquirir mérito extr aord inário.
CONCL SÃO PRÁTICA

O tempo em que podemos granj ea r méritos é a >ida p r e ente:


"Enquanto temo tempo, pratiquemo o bem", diz ão Paulo
(Gal . v1, 10 ) . Se não t i.ermos zêlo e coragem para cumprir obras
difícei ou brilh antes, seja esta falta de grandes méri tos suprida
p elo espírito de f é, pelas in te nções pura" em todo o no sos atos
mais ordinários e mais simples. Quem dirá o mérito sobrenatural
de cada um dos nossos di as oferecidos a D eus no est aclo cl graça! ...
Oh! pensamento consola dor ! O pecado r ainda pode p repara r a sua
9aJvação pela oração e as obra de penitência, e o justo entesou ra r
m éritos, subir mais a lto na santidade e na glória ... E p a ra isto,
qu e é p reciso faz er ' R eza r, sofrer, trabalhar e sobretudo ama r-vos,
ó J esus 1•••

In st. R elig. - 10

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28 O ~ A Ç Ã O

A ORAÇAO -
O Ç õES G ERAIS
Deíini~iío . - Várias espéc ies de orações. - Did siío d o a ss u nto.

234. - Qu e é oração?

R . - Ora r; ii.o é a el ev ação d e nossa alma a Deus,


paro o adorar , agradec er-lh e, pedi r graças e implorar o
perdiio dos nos< os pecad os .
~\
pala na orar, no srnticlo exato, quer dizer pedir:
a oração . pois, dife r e na r ealidade da adoração, ato pelo
qua l r econhecemos sim plesmente no sa infe rioridad e e
dep endência par a com Deus. :Jfa e. ta confissão humilde

Omr, é elei:<tr a alma «lé D eus 7J<t rci adorar, cigmcl ecer, im plora r
perdão e pedir novos fa v ores .

do no so nada traz muito naturalm ente a oração sôbre os


no sos lábi o e também a expre ão da nossa gratidão.
Assim , num mesmo ato, confundem-se, muitas vêzes, todos
os nossos dever e para com Deus: criaturas, nós o

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O R A Ç Ã O 2 9

adoramo · filho cumulado de benefício , nós lb aO'ra-


dec.emo ; fraco olicitamo graça ; pecador implora-
mo o perdão.
235. - Distinguem-se quantas espécies de orações?
R - D ua e pécie : m ental e vocal. A oração vocal
pod ser particular on pública.
A oração rn ntal ' a que faz no fundo do coração
em pronunciar palavra . im faz er or ação mental '
elevar o e pírito e o coração a D u , ocupa r - em ilêncio
com a verdade que no deu a conhecer r efl etir n ela
debaixo do eu olhar, formar entim ento piedo o e
r e oluçõe incera de tornar- e melhor. A oração mental
é certamente mai excelente· em ela, t Ada a outra
perderiam o eu mérito e encial; a ora ção mental 'zinha,
porém, não ba ta ; preci amos r ecorrer à or ação vocal.
A oração vocal é aquela na qual externamo por
palana o entimento do coração. P ar a er or ação
ver dadeira não dev con i tir U.nicamente no movimento
do lábio , ma im, >ir acompanhada do entimento
interiore de f é e piedade. Que o corpo também r eze de
alguma maneira , é ju to, natural, eg undo a ordem e
êle o faz pela palavra. Mai é fa to proYado pela expe-
ri ência, que a oração vo,,al, ao pa o que mantém e
de perta a atenção do e píri to, ene ao pre tíO'io do culto
exteri or e público, dá boa edificação ao próximo e a todo
permite a união na oração comum. Ora, é muito proveitoso
r ezar em comum, pois J e us Cri to prometeu bênção •
especiai ao que se r euni em para r ezar. "Se duas ou
trê pessoas se r eunirem para faz er oração em meu nome,
disse êle, e tarei no meio delas" ( S. Mat., xvm, 20 ).
Nas orações vocais, podemo distinguir orações
particulares e públicas. Damos o nome de oraçõe parti-
culares às que fazem.os em no a vida privada, ou ozinho ,
ou com nossa familia, e o nome de orações píiblicas às

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290 O R.AÇÃ O

ordin àriamente feitas na igreja, em ben efí cio da sociedade


cristã, como a missa, o ofício divino e mais cerimônias
r eligiosas. O breviário que r ezam os ministros da I grej a,
é também oração pública.
A impor tância dêste dever da or ação requer que o
es tud emo · por extenso num par ágrafo prim eiro, em que
trataremos da ornr;ão em geral, e em mais dois outros
parágrafos nos quais falar emo especialmente das duas
orações: Padl'e nos o e Ave Maria.
§ 1. - Oração e m g e ra l
Obrigação d e reza r. - T e mpo marcado para a oração. - Qualidades da
oraç-ão: 1.º atentão; 2. 0 hum ildad e; 3. 0 co nfiança; 4. 0 perseverança. -
Acolhime n to qu e tê m nossas orações.

236. -Haverá para nós obrigação ele rezar?


R.-Siin; é n ecessário fazer oração fr eqnentenient e;
proq11 e J es us Cristo o Ol'd ena, e o nosso bem t emporal e
et er no o exige.
'l'emos obri gação d e r ezar e poderemos apontar três
motivo :
1.0 O mandamento div1·no. - É terminante : " Ado-
rarás o enhor teu :Deus " . Ora, um dos elementos
constitutivos da oração, é ju tamente a ador ação: antes
de pedirmos socorr o a Deus, devemos ser conven cidos do
seu poder, da sua infinita grandeza como tamb ém da
nossa miséria.
2. 0 Os ensinos e os exernplos de NossQ Senhor .
Éle fala no Evangelh o: " É preciso orar sempr e"
º (S . L1tcas, xvm, 1 ). Não é mer o con elho, mas sim preceito.
Em outro passo, diz : " Vigiai e orai " (S. Mat ., xxv1, 41 ) .
Ao ensino, acrescentou o exem plo. Muitas vêzes,
passava a noite t ôda em or ação; para fie.ar mais
sossegado, r etirava- e n o jardim das Oliveiras. a sua
agonia, quanto mais sofria, mais orava ; não porque
precisasse, mas por amor de n ós, para deixar-nos o
exemplo.

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O RA Ç Ã O 291

3.0 No a própria n ece ielad no impõ ma oração


como dever , ainda que D eu não no tive e da ]o o
mandam ento. É Yerdade eviden e qu e n ão podemo. viver
em D eu ; par a o orpo para a al ma . pr ci amo do
eu ocorro· . ua g ra a ' ab olu ta mente ne ana para
faz rmo o bem vitar mo. o mal, per enrarmo at' o
últim o dia . ra , endo D eu· o pod r infinito, a infinita
bonda de n' , a mi. éria xtrema, não erá na ural não
r á indi p en ável q ue l he dirijamo no a úplica .
237. - Quando é preciso rezar?

R. - O bom cristão eleve rar : 1. 0 todo o dia ele


ma nhã à noite; 2. 0 ao domingo . dia con agrado a .Y os o
nhor · 3.0 no nwmcnio: d t niação no p rigo
obr lu do na hora da morl .
N"o.. o , 'e nh or di ·:e: · ·1~ p r <:.1 o orar em1 re, e
nun ca ce.:a r ' (•'. L uca-, .xnu 1) . E ·ta ' pala>'l'a .
. ig ni f icam qu a ora<;ão d w ser contínua, habitual. para
o ora ·ã r i. tão , pela oft>rta a D eus ele tôtla: a n 'isa
a ·õ :, d vem s fazer com qu e. tas ac;õ s . jam uma
oração p q>~ tu a. • ·ão . ignificam, por{·m. que elevemo .
. tar . mpr r citando fórmula de ra ·ão.
p rec ito elo • ah·aclor . rá cabalm nte prren-
toma rm o · cliàriamcn e algnn · ins an para a
oração, pri nc ipa lment de nranliii tl' noil : ele manhã
para Ih ofr recerm n . · e.ora ·ão r o: frabalho. elo clia,
logo ao dr. p rt a r, nqua n to ·píri o r · ú melhor cli . po"t
ma i · . {• rio· ck n itr, para agraclrc r o · fay r .., rec bi<lo
durant li a e n. agrar a D u: . ono qu , . em i ·t ,
ri a r n id r{w r l perda ele temp .
- ·º H á um cl ía qne . de\'P mai.' e"pt'eialmcn P
con. a ~ra r it orac;ão: (> clía do ,"enhor. o r1n111i1110. ~\ mi-. a
ra c; ão p or e_ e lê ncia . rac;ã cl pr l'l'ito; a: maí
e rim ônia); , ervem, tle p is, Iara cumprirmo Jí~namrn
o d ver J a r a~ão.

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292 O R A Ç Ã O

3.0 Enfim , há momentos particulares na vida em que


o dever da oração se torna mais urgente: é nas tentações,
nos perigos e nas penas, para alc:ançarmos os socorros
nec.es ários à lu ta, fugirmos do perigo e suportarmos as
provações qu e nos manda a Provid ência.
238. - Como deve mos r ezar ?

R. - É preciso rezar com, atenção, humildade, con-


f iança, v ers everan<;a e ern nome de Nosso S enhor Jesus
Cristo.
1.0 Atenção. - l~e zar com atenção, é pensar em
D eus e n o qu e se pede, afas tando do espírito, quanto
po sível, qualquer distração, pelo menos qualquer dis-

O pu bl ica n o rcw com hum i ldad e e é jtLst ijica d o, o q lle 11ão acont ec e
parn o o,.gulh oso fnriseu. D eus d et estei os orgulhosos.

tração voluntária. Tomemos cuid ado, quan do oramos,


de não incorrer nesta censura de Nosso Senhor dirigida
aos fariseus: "Ê te povo me honra com os láb ios, mas o
seu LOração está longe de mim (S. Mat. , xv, 8).

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OR AÇÃ O 293

2. 0 H wrnilclacle. - Rezar com humildade, é r econhe-


cer- e, em con ideração da própria baixeza e da grandeza
de Deu , indigno de comparecer na pre ença de sua
maje tade e de obter suas graças.
Na parábola do Fariseu e do publ1ºcano, claramente
patenteia o o enhor que a n o sa oração, para ser
eficaz, deve ser feita com humildade.
3.° Confiança. - Ter confiança, quando se r eza, é
ter certeza inabalável que D eus atend erá aos nossos
pedidos conform e forem úteis e proveitoso para a nossa
sah·ação; a bondade de Deus, seu poder, sua promessas,
tudo garante o bom acol himento das no a úplicas.
O ccnforião do Evang-elho, imploran do a cu ra do servo
enfermo, é exemplo magnífico de oração confiante.
4. Perseverança. - Rezar com per everança é não
desanimar ainda quando Deu. nã,o atende log-o ao nosso
rogo . No o enhor encar eceu muito. no Evan!!elho, a
n ece idade da p er everança na oração. A parábola do
J uiz, e a do solicitante que chega de noite, o provam
muito bem. O exemplo da ananéia é demon tração da
eficácia soberana da oração per everante.
5. 0 Enfim, J e u ri to qui que r ezá s mos ern seu
nome. Êle, com efeito, con tituiu-se medianeiro e pontífice
no o; e lembrar a Deu o noD;Je de eu Filho Redentor,
é o me mo q_ue trazer-lhe debaixo da vista , eu m 'ritos,
eu ofrimento ua morte, i to é, a quantia paga para
no merecer a graça que imploramo . Jesu Cri to
também o declarou po itivamente: 'Tudo quanto
pedirde a meu Pai em meu nom êle 'o-lo dará"
( . Jo ão, xv1, 23 ). Por i o é que a Igreja, mo trando-nos
como devemo re correr à mediação do nome de J e us
r i to, termina tôda a ua prece por e ta palavras:
N' vo pedimo tai graça por J e u ri to o o
enhor, que vive e reina, etc." .

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O R A Ç Ã O

239. - A t ende se mpre D eus às nossas orações q1iando f eitas


com as cond ições qu e acaba mos de i nd icar ?

R. - > ini, D 11 s alencl s rnp1· e às orações bem f eitas


e co ncede-nos b ns preciosos quando os favores olicitaclos ,
cs lüo ele acúrdo coni os seus desígnios.
Deus sempre at ende à. oraçõe bem feita ; é verdade
qu e não dá sempre o qn e p edimo e desejamo , poi , à
vêzes, acont ece soli citarmos favo r e que não e tão de
ac:ônlo com os ele. íg nios ele Deu n em com no so verda-
deiros inter êsse. ; mas Deus, n e te ca o, concede-no outro
bem, mnito mais precio o. P or quan to, empre devem os
n ossos r equ erimento vir acompanhado de ta condição:
'·<.:,onquanto aqui lo que p eço e teja conforme à vontade
divina".
:M aior cer teza t er emo de er atendido no sentido
exato da n ossa oração, q uan lo pedirmos a D eus o que
poc1 E' a um en tar a sua glóri a, t raz er-n os a alvação ou a
sah ac;ão do pró.xjmo, poi s orno ciente de que e tas
cousas estão na vontad e de D eu s.
Quanto aos ben temporais como aúde, riqueza, bom
êx ito em no sa · emprêsa , podemo também p edi-lo a
Deus, c.lcsc1e que o façamo com di crição, curvando-nos
ele antemão à ua santa vontade, e fazendo t en ção de
u sar muito bem dê te favo r es, caso a Providên cia no-los
con ceda.
CONCLUSÃO P RÁ'l' ICA

"A oração ó para a a lma o que é a res piração pa ra o orpo.


, e a re piração pa ra r por inten, alo ou se efetua r difi cilmente, o
corpo p assará, mal ; as im , fa lta nd o a oração ou sendo ra ra, a a lma
p assa mal, e e t á em grand e perigo . Se a re piração ce sa r de t odo,
o corpo morre rá; deixa ndo por completo de reza r, as im também
morre a a lma" (P. Fab er ) .
"É uma ve rd ad e e t a, que experim entei, pois tive en ej o de
sondar a a lm a de muitos jo ve n . Ora, nun ca encontrei a inocência
que não f ôs e sob o a mpa ro, sob o scudo da oração; a u ente e ta,
só f icava a fraqu eza" ( P. F elix) .

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O RAÇÃO DOllII Nl C;\L 295

"Ante da prece, a par lba i a ,-o a alma nã o proceda i como


alguém que t nta a Deu (Ecl., xvrn, 23 ) . - ' \' ó e tai pedin do
e nada recebei, porque e't ai pedindo mal' ( . T iago, I \", 3 ) .
"Quem ora muito b m a.be ,·fr cr bem' ( ' . .1 gos tinh o) .

§ Ora ção dominica l.


Origem e ex c lê ncia . - E xpli c a~ ã o su má r ia: l.º p rolóqu io ; 2 .º tr ês pedid os
r efÊrr nt s à " lória el e D e us; 3. 0 qu a tro ped id o r la ti vos à no ' ª' pr ri 'õe .

240. - Dai a conh ecer a orig em e.i:celência da O ração


domin ical.

R. -Amai e.rcel nt d . tôda oraç õ ' a Oração


dominical on o Padr !\ o o, po rqll foi n inada por
J 1t Cri to, n!lm urto r ·umo, n c rra tud o quanto
d v mo p clir a D u
Já vá ria vêze Xo o nhor tinha verb r acl o a
maneira . oberba e defeituo a c.om qu e o far i eu
co tumavam orar. -m dia, como a aba . de r ezar,
cllecraram- e a êle o di cípulo e di . eram-lhe : '· enh or ,
en inai-no a rezar ' . - E o 'enhor r e p on deu: Quando
orar de direi : "Padre no. o que e. tai no éu, . anti-
fi ado eja o vo o nome ; venha a nó o YO o r eino;
seja feita a vo a Yontacle a · ·im na terra como no céu .
O pão no o le cada dia n o dai hoj e ; perd oai-no
no a dh ida. a im como nó perd oamo. aos
d evedor e ; não no deix: i cair em tenta ão; ma
no do mal. Amém " ( . íllat., vr, 9; . liiwas, XI.
E ta or ação é ublime po1' ua orig m, poi não é
compo ição de um homem enão do próprio No o e:qhor
J e u Cristo. Melhor do que nenhum outro, êle . abia
da nos as preci ões e ela maneira c.om que u Pai queria
que pedí emo ; locro, deu-no a verdadeira fórmula da
oraç:ão. - É tam bém sublime por i me ma, poi , num
curto r e umo, encerra tudo quanto pod mo de ejar para
Deus e para nó me mo . Portanto. convém r ecorrer -
mos de prefer ência a e ta or ação em tôda a no a
nece sidades.

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/
296 O R A Ç Ã O

241. - Dai uma explicação sumária d~ Oração dominical.


R. - A Oração doniinic al consta primeir o de pequeno
prolóqn •o heio de ensino ; depo1·s, de sete pedidos, sendo
trê para a glória de De1t e os quatr o últimos para as
própria n ces idades.
prolóquio ó t m e ta palavra : P adre n osso, que
e tai no 'n. . . omeçamo dando a Deu o n ome de
Pai para lembrar que orno eu fi lho e animar -nos a
r zar com maior c.onfian a. a antiO'a lei mandou Deu
que o chama em o enhor po<lero o e ter rível " e
r temido· na 1 i nova deu- e a conhecer ob o
nom d Pai qu ria er chamado por ê te nome suave.
Qual o filh qú não terá ronfiança poden do pronunciar
e ta doce palavra : "Meu Pai!"
1a Deu quer que falemos: Padre no so; aí vai
uma lição d fraternidade. Proíbe que a oração do cri tão
ja pr ce O'OÍ ta feita ó para i; r memor a-nos que
orno irmão todo e cumpre orarmo un pelo outros.
Portanto, ao r citarmo a Oração dmninical, pensemos em
no o irmão do mundo inteiro e o que pedirmos para
tamb 'm o pediremo para êle ao nos o Pai
comum.
cre c.entamo : Q1te estm's no céu. É para lembrar
o pen am nto da no a pátr ia. Deu , na verdade, está
pre ente m tôda a par te. O céu, por ém é o lugar da
ua O'lória: ' dali qu e manife ta com mai e plendor.
O céu ' também o luO'a r do no o de tino futuro. Prin-
cipiando a no a or ação, elevaremos poi o no os corações
para b e ' u onde r ina Deu no o Pai, lembrando-nos
que nó também e per amo r einar lá com êle um dia.
eguem trAs p dicl?Js que dizem re p eito à glória de
Deus :
I. Santificado seja o vosso nome. - Para o nome do
Senhor ser antificado, é mister qu e seja conhecido. Ora,
mais de metade da população total do nosso globo não

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O RA ÇÃ O D O M I NICAL 297

conhece o nome d o verdade iro D eu . . . E também ,


quanto não há, d entre o que o conhecem qu e o ultra j am
em vez de abençoá-lo. P or e. ta primei r a palavra
p c' imo. que the..,.uem o infiéi ao conheci mento d o
v rdadeiro D eu · que o here..,.e , ci máticos e peca clore
am m irvam. adorem e glo r ifiqu m, na verdade e na
ca r idade, ao Pai comu m de todo o fiéis, e o católi co
o hon r em e abençoem, como quer er abenç oado e er vido.
II. V enha a nó o vosso rein o. - D eus é r ei, e
nin..,.u ém pod diminuir eu pode r infinito ôbre a cria ção.
'I'oclavia, há um r eino ele D eu que depende da livr e
vontade do bom en . Êle pode r eina r alma
p or ua '"'Taça, omente e não pu erm o mba rg-o a e ta
ua r al eza. Ai! ão tanta a alma em qu não
r ina, p orque ão culpada de pecado Yer gada ao jngo
do demônio.. . . P d imo que tôda a alma ac item o
r ino de D eu e ejam, por ua doci lidade admitida a
r inar um dia com ~I na glóri a .
III. ja f ita a vo a vontad a im na t 1·ra como
no c' u. - P or ta palavra , pedi mo que o homen
cumpr am na te rra a YOntade cl D eu com tan o zêlo
ra faze r a

falta pa r a

chama mo

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29 O &A Ç Ã O

no importemo com o dia eg uinte: " Cada dia t r az


seu afazeres e eus cuidados", e ainda porque êle quer
que rezemo todo os dia . Quanto à vida do corpo, só
pedimos o que é indispensável, o pão; mas podemos
entender também com i to: comida, roupa, morada. "O
homem não vive somente de pão '', di e J esu Cristo;
pos ui alma que vive da verdade, da palavra de Deus.
Fortanto, devemos pensar também naquilo que precisa-
mo para a vida da nos a alma: eu pão de cada dia,
i to é, a graça de Deu , a verdade, e principalmente o pão
por excelência, que lhe dá a vida: a antí sima Eucaristia,
pão d e cada dia.
V. P erdoai-nos as nossas dívidas assim corno nós
perdoanws aos nossos devedores. - Por estas palavras,
r ogamo a Deus nos conceda o perdão do no sos pecados
e a gr aça de uma sincera p enitência. Com efeito, infeliz-
mente, cada dia somos p eca lores, e o próprio justo, dis e
o E pírito Santo, comete o pecado ete vêzes no dia.
Portanto, é diàriamente que convém implorar a miseri-
córdia divina. - Nosso Senhor, porém, a êste pedido
acrescentou uma lição de indulgência: quer que perdoemos
ao · que no ofenderam, e e ta no a indulgência para
com o outros será a condição do nos o pr6prio perdão.
Condenar- e-ia a si próprio, quem tive se no coração
algum sentimento de ódio enquanto vai pedindo a Deus
que lhe perdoe como êle me mo perdoa.
VI. "t\ ão nos deixeis cair em t entação. - Com estas
palavra , rogamos a Deu· que afaste de nós as t entações,
ou quando menos, não no · deixe cair. A tentação, são
a · más in spirações que podem vir, ora do demônio, ora
do mundo, ou de nós mesmos. São ainda as provações e
adversidades que a D eus apraz mandar-nos. 1 ão podemos
e perar ficar livres de qualquer tentação : ela, com efeito,
é n ecessária para acrisolar a nossa virtude e fazer-nos
ganhar mérito" Pedimo pelo meno a Deu a graça de
r esistirmos à t entação; a e ta oração, contudo, devemos

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AUDAÇÃO ANGÉLICA 299

unir a vigilân ia para não ficarmos expo ·to v luntària-


mente à eta do inimigo.
VII. Ma livrai-no do rnal. - O mal m geral, '
tudo quanto é ruim ou peno o. Pedimo a Deu no livre
de qualquer mal: o mal que no podia acometer o corpo,
como ofrimento doen a, r ev e , perda do ben ou de
p e oa e tremecida ; e ainda do mal muito mai terrível
que a ola no a alma, a cilada do demônio, inclinaçõe
perv er a o pecado e ua tri te con equên ia : a. pena
ne te mundo e o inferno na eternida 1e.
Quanta razão não tínhamo · em diz r que a or ação
dominical, numa fórmula certa preci a, ontém tudo o
que podemo p e Er de melhor! última palavra Am ' m
é um d ejo que ap r ova, confirma e r enova o conjunto
dê te ped ido . im , meu Deu a im ·eja !
ON L ÃO PRÁTICA
P a ra auferirmo da recitação da oração dominical todo os
fruto que podemos e pcrar e nos p rometeu J e u ri to, é mister
reagir contra o ostume, o hábito chamado rotina, pela qual muitas
vêz vamo rezando ta belí im a oração s m l ie<lade, em refle -
xão. m Padre nosso, bem rezado, vale por i 6, longa fórmulas.
"E tu dai meditai a oraçõe tôda , diz anto Ago tinho; não
enco ntrarei nenhuma , creio, que não e ache na orai;ão do enhor '.
Acostumemo-nos a recitar a oração dominical atenta e pau a -
dam nte, pen a ndo cm cada palana que e tamo pronunciando.
uidemo f' p cialmente m ter no coração a onfiança d um filho
qu e fala com eu Pai. Finalm nte, eja e ta oração o no so remédio
cm tôda a nece idade , na tentaçõe e na pena : ' S ja f eita
<1 vossa vontade! . . . rão nos deixei· cair! . . . Livrai-no elo mal . ..

§ Ili. - a ud ação a ngé lica .


Origem desta oração. - Expli cação . umária das pala nas da sauda~ão angéli ca.
24 2. - Dai conhecer a orig em dei oração chamadà audação
ang élica.
R. - A andação ang 'lica con la d 3 part c113a
origem ão a palavm do anjo Gabri l a Maria a de
santa I ab l a Maria a que compô a I gr ja.
E ta oração, dirigida a enhora não tem,
como a oração do mini al J e u orno autor. ão

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300 O R A Ç Ã O

se acha, tão pou co, integralmente no Evangelho; no


entanto, tem origem muito nobre, e por sua importância,
mer ece lugar imediato depoi do Padre :Nosso. Consta
de trê parte , as três de origem diversa.
A primeira parte é formada com a palavras que o
anjo Gabriel dirigiu a Maria, quanclo veio participar-lhe
o mi tério da Incarnação: Ave, Maria, disse êle, cheia
de grnça, o enlwr é convosco, bendita sois vós entre as
mulh eres (S. Lu cas, 1, 28 ) .

"Ave, Ma ria, ch eia d e graça, o Senhor é co ni· osco, bendita


sois 1:6s entre as mulher Ps.,,

A segunda parte consta das palavras que santa


I ·abel, mãe de são João Batista, disse à Virgem Maria,
. ua parente, quando e. ta a -veio Yi itar em H ebrão.
I abel r epetiu, depois do anjo; B endito sois vós entre
as mulh res, e ontinuou: E bendito é o fruto do vosso
v entre (S . Lu c. , 1, 42 ) .
A ter ceira parte foi composta muito mais tarde e
acrescentada p ela I greja,ao texto da andação angélica.
Era no concílio de Éfeso ( 431). Acabavam os Padr es

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SA DAÇÃO ANOtLIOA 301

do

rogai por nó
da 110 a 111ort . E . ta
qu o papa el tin
palavra . foi
243. -Expl icai bret· mente o cntic1o da • palal'ras da .J ve
M aria .

A primeira A t• u 'º
aúdo, ' Cnn
u ado pelo próprio anjo abri l. à
antí iBrn \ -irg m r e p ito muito pr fundo
Mãe de D us, raính a do anjo a mai
anta de tôda a cria ura .
Mar ia é o nom antí 1ma \'ira m e ianifica
a um tempo oc a110 d amargura, tr ' la do mar, ilmni-
nadora. ra ::VIaria ' · to tudo: ua vida foi r pa ada-
de tanta prova e l or qu bem pod comparar oro
a água amarga do o eano. Em boa hora também foi
chamada fr'la do mar poi brilhou na e curidão.
e pancando a t_reva , como um raio de e p rança, a
anunciar J e u ri to Yerdadeira luz· no me mo
entido, nó hamamo a iluminadora d ()'Anero
humano.
Cheia de graça. - E ta palana ianificam que a
antí ima "'\ irO'em não recebeu a graça d Deu imple. -
mente como nó enão que foi cumulada de graça, e
como inundada : no eu e pírito, dotado de luze tão viva ;
no seu coração tão perfeito e tão anto; na ua alma,
tão rica de todo o dons e particularmente aformo eada
pelo privil 'gio da maternidade divina; até no corpo,
reflexo de tôda a graça interiore de faria .

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302 O R A Ç Ã O

O enhor é convosco. - E stas palavra indicam que


a divindade é muito particularmente unida com Maria :
o Padr e a trata como filha estr emecida, o Filho como
sua mãe, e o E spírito Santo corno espô a fi el.
B endita sois ent1'e as mulher es. - P or e ta palavra ,
r econhecemos, com o anjo Gabriel, a superioridade de
faria ôbre tôdas as mulher es que viveram antes dela
ou hão de viver depois.
Ela é com efeito a mais santa, a mai privilegiada
de tôdas a. criatura ; só ela r ecebeu o incomparável
privilégio c1a im aculada Conceição, e só ela deu ao mundo
um Salvador. Enquanto Eva transmitiu a seus filho. a
vergon ha e o pecado, Maria no comunica a salvação e
a vida.
E bendito é o fruto do vosso ventre, J esits. -
In dicamos com estas palavras que a maior glória da
Santíssima Virgem dimana daquele que é verdadeira-
mente se u 1,-,ilbo seg undo a carn e e p ossui por natU?·eza,
e não já como Maria por pi·ivilégio, tôda · as bênçãos:
·co m efeito, não só possui o poder, a antidade, a glória,
como também é abençoado, glorificado por eu Pai, pelos
anjos, por todos os homen .
Santa Maria, Mãe de Deus. - E stas palavras
lembram a um tempo a santidade de Maria e sua
maternidade divina, e têm por fim desp ertar em nosso
coração sentim entos de confiança em qualquer momento,
para lhe diri girmo · ardentes súplicas.
Sendo Santí sima, sendo Mãe de Deu por e colha
divina, f eita mãe no sa p ela participação que tomou em
n es a r edenção e p ela palavra efi caz e poderosa que J esus
pronunciou no Calvári o, confiando-nos à sua maternal
t ernura: " Eis vosso fi lho "; porventura poderia Nossa
Senhora fechar os ouvidos e o eoração ao grito da nos a
miséria .

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A DA ÇÃ O A " GÉLI A 303

R ogai por nó p cador s. É o úni co r oO'o que


dirigimo a o a nh or a em pormenorizar o d esejo
ou a pre i õe .
Ah! ' po r que ela o melhor que nó . Qu al-
qn er mãe adi ' inha a n ec do filh o, e a mãe ele
um D eu abe tudo quanto preci. am eu. fill10 adotiv os.
Nó no limitamos portanto em lembrar a ela que sorno.
pe ador e : é ê te com certeza o mai el oqu ente apêlo
para ua compaixao caridade.
Ag ora. - E ta palavra indica a n ece idad e de
ocorro para a h ora pre ente · a todo o in tante da n o. a
vida andamo. em a lg um a neces. idade partic ular ; a<rora,
é o mom ento atual do p erigo, da luta ou da prova; é
também o t empo oportuno para a mi ·eri córdia elo Filho
e o pod er da M:ãe.
E na hora da no a morte. - Outra h ora, contudo,
mai a ombr o a e temíY el, há ele Yir: se rá o m omento
do último e deci irn a alto elo demônio , hora esta que há
de determinar no. a ort eterna. de ixando- no. p a ra . em-
p r e no amor ou na inimi zade d e D eus; h ora. p ortanto.
na qual se r á mai urgente t er Maria co mo advogada e
ampar o. É por i o que lh e pedimo , junto com o auxílio
par a a hora pre ente, a i tência especial para a hora
irnp revi ta da no a morte. Ani éni. A . si1n eja ! É desejo
meu, ó faria !
CONCLUSÃ O PR1ÍTI CA

om as palan a da Saudação angélica, a Igreja co mpôs duas


oraçõe que mui to nos incita a reza r: oraçõe fáceis e enriquecidas
de numerosa indulgência .
., A primeira é o 1 ·rço ou o rosário. O têrço con ta do símbolo
dos ap6 tolos, de um Paclre No sso, de trê LI. ve JI arias. . . após a
quais e rezam cincoenta A ve Marias .. . permeiando, entre tôdas
as dezena o Glória Patri . . . e um Padre No sso . . . - O rosário e
compõe de t rê têrço , ou de quinze dezena que l'1 rezam meditando
durante cada dezena sôbre um dos quinze mistérios da no a reden-
ção: mistérios gozosos : 1. 0 Incarnação; 2.0 \ i itação; 3.o Jafü·i -
dade de No so enhor; 4. 0 Pre entação ao templo· 5. 0 J esus
achado no templo.

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304 O R A Ç Ã O

Mistérios dolorosos : 6. 0 Jesus no horto das Oliveiras; 7.° Fla-


gelação; 8. 0 Jesus coroado de espinhos ; 9.o J esus levando a cruz ao
Calvário; 10.0 J esus crucificado.
Mistérios gloriosos: 11.º Ressurreição; 12. 0 Ascensão; 13.0
Descida do E spírito Santo; 14. 0 Assunção de ossa Senhora; 15.0
Ma ria coroa(la rainha do céu e da t er ra.
Para lucrar as ind ulgências do t êrço, é preciso usar de têrço
indulgencia do por alguém que tenJ1a poder par a isso, e para lucrar
as do rosário acresce ainda meditar sôbre os mistérios e ser afiliado
à confraria do Rosário.
A segunda oração aconselha da pela Igreja é o Anjo do Senhor,
que se reza três vêzes ao dia, ao tocar do sino, de manhã, ao meio-
dia e de noite. Essa bela oração é oriunda dos tempos das Cru ·
zadas, e hoje em dia, foi aceita como lema e di visa pela Aliança
católica; lembra-nos o mistério da I ncarnação. Eis a fórmu la:
O Anjo do Senhor anunciou Angelus Dómini nun tiáYit
a Ma ria. Mariae.
E ela concebeu do E spírito Et concépit de Spíritu
Santo. sancto.
Ave, Maria, cheia de graça. Ave María, etc.
Eis aqui a escrava do Senhor: Ecce ancilla Dómini.
Faça-se em mim segundo a Fia t mihi secúndum verbum
vossa palav ra. tu um.
Ave, Maria, cheia de graç,1. Ave María, etc.
E o Verbo se fez homem. Et Ve rbum caro factum est.
E habitou entre nós. Et habitávit ín nobis.
Ave, Maria cheia de graça. Ave María, etc.
Roga i por nós, santa Mãe de Ora pro nobi s, sancta Dei
Deus. Génitrix.
P a ra que sejamos dignos das Ut digni efficiá mur p romis·
prom essas de Cristo. siónibu s Christi.

OR EM OS OR E hl US

Infundi, Senhor, como vos Grá tiam tuam, quaeswnus,


pedimos, a vossa graça em nossa Dómine, méntibus nostris in-
alm a, para que uós, que pela fúnde, ut qui, Ângelo nutiánte
a nunciação do anjo viemos ao Christi Filii tui I ncarnatiónem
conhecimento da incarnação cognóvimus, per P assiónem
de J esus Cristo, vosso Filho, ejus et Crucem a d Resurrectió-
pela sua paixão e morte, seja- nis glórium perducãmur. P er
mos conduzidos à gloria da eúmdem Ch ristnm Dóminum
ressurreição. Pelo mesmo Jesus nostrum. Amen.
Cristo Nosso Senhor. Assim seja.

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SACRAMENT O S 305

OS SACRAMENTOS

:roTA: - Logo apó caca perguJ1ta, a primeira linhas em


grifo podem er decorada e recitadas pelos alunos.

I TRODUÇÃO
Os sacramentos em geral.
oção do sacramento. - Utilidad e. - Divisão do a s uni.o.

244. - Donde vem o nome sacramento, e qual é, na religião,


a utilidade do sacramento?

R. - A palavra sacramento vem elo latirn sacra-


mentmn, fonnando- e esta do vocábulo acer, que quer
dizer santo ou sagrado. D esigna os ritos ou cerimônfos
de tôdas as religiões.·
A 'utilidade do sacramento, ou sinal exterior, é
irnpressionar os sentidos e dirigir-se à natureza sensível
para elevar as almas até as COJtSa!i invisíveis e espirititais.
Em geral, emprega- e a palavra sacramento, na
E critura agrada e também no autores profano , para
exprimir cou a religio a e anta, e muitas vêzes para
de ignar um inal exterior, de tinado a produzir alguma
antidade. - Em tôdas a religiõe encontram- e, de
fato, certo ritos e cerimônia cujo fim ' antificar o
homem, purificá-lo da sua falta , e e treitar mais sua
relaçõe com Deus. o sentido lato, podem e ta cerimônia
· denominar- e acramentos.
A religiõe pagã não de cuidaram ê tes meios
exteriore : a água lu tral, os acrifício , a cerimônia do
culto eram eus sacramentos.
e te sentido geral, como acabamos de explicar,
houve também na religião primitiva do povo de Deus, e
mais tarde, na religião mosaica, umas e pécies de sacra-

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306 SACRA ME N TOS

mentos : a ár vor e da vida no Paraíso terrestre, a


circ.uncisão prescrita a Abraão e aos patriarcas como
sin al da aliança com Deus, e, depois de Moisés, o cordeiro
pa cal e o sacrifício da lei judaica, podem er conside-
r ados orno rito sacramentais notando-se, no entanto,
que o efeito produzido nas almas er a proporcionado tão
somente à fé, ao arrependimento e às disposiçõe dos que
u a em dê te meio in tituído. pelo próprio Deus.
Muito difer entes são o sacr amentos da nova lei,
do quais pas amo a tratar. Para o estudarmos com
método e proveito, primeiro, ne ta lição preliminar ou
introdução, dar emo a conhecer os sac.ramentos em geral
e para i o: 1. 0 explicaremo a noção j 2. 0 indicar emos os
efeitos; 3.0 ver emos o que e há de entender pelas ex-
pressões: rnini tro, sujeito e cerimônias do sacramento.
Concluir emo ê te detalhes preliminares dando algumas
no ~õe ôbre os sacramentm·s. Logo, encetar emos o estudo,
mais profícuo então, de cada sacramento em particular.

§ I. - Noção g e ral dos acramentos da lei nova.

Definição. - E lementos n ecessár ios: l.º s inal sen s ivel; 2 .0 in stitui ção
di,·ina; 3. 0 graça nntific:ante. - Os ete sacramentos: r azão de su a
ex ist ência. - Sua n ecessidade.

245. - Que é sacramento na lei nova?

R. - acraniento, na lei nova ou evangélica, é urn


sinal sensível institnído por No sso S enhor J esus Cristo,
para produzir a graça em nossas almas e santificar-nos.
Nós o chamamo sinal, porque é destinado, quer por
natureza, qu er por convenção, a indicar cousa invisível
difer ente da que se vê; sensív el, porque é percebido por
no os sentido : olhar, ouvido, tato. Ora, o sinal sensível
do sacramento indi ca a graça, agente misterioso e invisível
de Deus, e isto por uma r elação de semelhança entre o
sinal e a cou a significada: assim, por exemplo, a água

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SACRAMENTOS 307

do bati mo si()'nifica a purifi a<;ão interior da alma. fa


é evidente que a O' r a a invi ível não pode er ligada a
ê te en ·ívei , a não r pela vontade ex pre a d e
Je u ri to: por i me mo ão ah olutament incapaze ·
de produzir efeito tão extraordinário; ó a vontade
apien tí ima e todo podero a de D u pod e faz er tal
maravilha.

246. - Quantas cousas deve m concorr r para const ituir


verdadeiro acramento ?

R. - eg1lnclo a própria d efini ção ão tr A o requi-


sito; cl ve haver : 1. 0 inal sen ív el, co m rnat'ria e f orma;
2. 0 in tituição divina; 3.0 o poder ele prodnzir a graça
santificante.
1. 0 É preci o haver inal en ível. Ora, o inal . en ível
con ta de dua parte igua lmente e enciai , endo uma
chamada 11iat 'ria: é o elemento material e en ível que
e empr ga, por exemplo: água, óleo, pão ... ; - a outra
hama -. e forrna e con i te na palavra que pronuncia o
mini. tro enquanto aplica a matéria.
2. 0 O a ramento exige in tit1áção divina, i to ',
dev ter iclo e tabelecicl p e oalmente por N o . o enh or
Je n ri to, durante o tempo que pa ou na t rra ant
da ua '\.. enção glorio a. , ó êle, com efeito tinha o
poder d ligar a um rito qualquer o dom clivi110 ela ua
()'raça. ão confiou à ua Igr ja a in ti uição do a ·ra-
., mento : êle me m qui e tab le ~-lo legou-o à I O'r eja
om rito p rmanente , do quai ela hav ia de er
depo itária e gua rda , gozando da fa uldad e de r ealçá -lo
com cerim ônia não de mod ificá-lo n a ub tân ia .
.º Enfim o a ram ento clev
produzir a graça antificant i t é,
efeito e mérito da r denção que
ri to, na cruz, of ere u por nó .

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308 SACRA MENTOS

sacramentos comunicam-na por virtude própria, e não


somente conforme as disposições de quem os recebe.
24 7. - Há quantos sacramentos?

R. - Há sete: batismo, confirmação, penitência,


eucaristia, ex trema unção, ordem e matrimônio.
Eneontramos nos livros do Tovo Testamento a insti-
tuição de cada um dêles, como teremos ensêjo de verificar
na explicação pormenorizada. Porquanto, sempre foram
admitidos na Igreja; as seitas heréticas dos primeiros
séculos, - Arianos, Eutiquianos, facedonianos, esto-
rianos, - os conservar am. Hoje em dia, encontram-se
ainda entre os Gregos cismátiéos, e foram os protestantes
do século XVI que primeiro r ej eitaram vários dêles. O
concílio tridentino manteve a f é católica neste decreto:
"Se alguém dis er que os sacramentos da lei nova não
foram instituídos todos por Nosso Senhor Jesus Cristo,
seja êle anatematizado! " E continua: "Se alguém
pretender que os sacramentos são mais que sete ou
menos. . . ou algum dêstes não é verdadeiramente e
propriamente sacramento, contra êle pronunciamos o
anátema" (Sess. VII, can. 1 e IV).
Ainda que o número e a escolha dos sete sacramentos
sejam efeito da pura vontade de J esus Cristo, é fácil
contudo, descobrir ali a obra de uma sabedoria profunda.
De fato, os sete sacramentos r eunidos são neces ários e
bastam para a vida, conservação e prosperidade espiritual
quer do ,corpo inteiro da Igreja, quer de cada membro
em particular.
Para o entender, notemos com S. Tomaz de Aquino,
que há grande analogia, e muito real, entr e a ordem
espiritual e a ordem natural. Ora, aperfeiçoa-se a vida
do homem de duas maneiras: na sua personalidade e no
seu estado social. - a ordem natural, para o aperfeiçoa-
mento pessoal, é preciso: 1.0 nascer; 2. 0 fortificar-se;

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:....

SACRAMENTOS 309

3. 0 alimentar-se; 4. 0 caso aconteça alguma doença curar-se;


5. 0 quando cherrar em o achaques da ' elhice, o de calabro
fí ico, r fa zer- e com iguarias fortificante ; - para o
aperfeiçoamento moral, carece a humanidade: 6. 0 de
autoridades para governar; 7. 0 de rneios de propagação
para ela perpetuar-se.
I gualmente, temo na ordem obrenatural: 1.0 na ci-
mento é o batismo; 2. 0 de envolvimento, é a confirmação;
3. 0 alimento, a eucaristia; 4. 0 r emédio contra a doença
da alma, a penit Anóa; 5.0 re tabelecimento na fôrça da
aúde primitiva, é a extrema 1inção. Depoi : 6. 0 a socie-
dade r eligio a estabelece uma autoridade para crovernar.
pelo acramento da ordem, e 7. 0 a pr opagação do povo
f~el faz-se pelo matrirnônio .
Reparemos ainda que o ete a"ram ento ão outros
tanto ocorro di posto ao loncro do caminho da vida
para a infância, a juventude, a idade madura e a velhice:
para a duas principais carreiras qu e e oferecem:
acerdócio e ca amento; e mai , que o doi acramento
cuja preci ão é mais urgente e mais r epetida penitência
e eucari tia, têm ju tamente a vantagem de poder em
renovar- e mais amiúde.

248. - erão os sete sacram entos igualmente n ecessários a


todos os fiéis?

R. - H á doi sacranientos necessários de neces idade


de meio : o batismo e a penitência; três são n ece sários
·rpor preceito : a confinnação, a eiwaristia e a extrema
imção; enfim, a ordem e o matrimônio são de escolha
livre.
Em creral, o acramentos são nece ári o à alvação
porque J e us ri to os estabeleceu para comunicar a
graça, e não alcançamo ordinàriamente ê te ocorro
indispensável enão pelo acramento quando é po ível

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310 SAC R A M EN T O S

r ecebê-lo Todavia, o sete sacramentos não são n eces-


sário para todo . H á doi acramentos neces ário de
neces idade ele m eio, isto é, em os quais a salvação pode
er impo ível o batúmo para to do , e a penitência para
o que pecaram mortalmente depois do batismo. Outro
ão nece ário de n eces idade de preceito, i t o é, há um
mandamento que no obriga a r ecebê-lo em t empos e
circun tância determinada , e logo, há p ecado p ara
quem, então não o recebe; são a confirmação, eiicaristia,
e extrema-nnção. E nfim, o dois outro acr aii:íéntos,
ord ni e mafrimônio ã de e colha livre.
CON CLUSÃO PRÁTICA

"É o próprio J e us risto que quer reconfo r tar-nos, em nossa


romaria terrena, por meios dos sacramentos: que crime não erá,
pois, meno prezar o dons da sua g raça e do seu amor ... Ao longo
da e t rada , ergueram- e hospedaria para que os viajantes pudes-
sem descan a r, e quecer as fadigas da jornada e restaurar -se. Pois
bem! J e US Tisto não Ômente e tabcleceu ho pedarias; êle p róprio
é o amigo, o dono que a todo o instante, com tôda a lba neza, todo
o afeto e tá nos convidando: Viude a mim, diz êle, vós todos que
e tai can ado , para vo re taurar, reconfortar- vos em vos a pere-
grinação; vinde bu car o con ôlo e as graça que vos quero dispen-
sar, derramando a torrente em vo a alma as águas da vida
( . João Cris6 tomo).
"Se alguém disse r que os sacramentos não são necessá rios à
sah•ação, que ão su1 érfluos; que sem êles ou o desejo de recebê-los,
os homens podem, unicamente com a fé, alcançar a graça da justi-
fi cação. . . eja êle anatematizado ! " (Concílio de T rento, sess.,
VII, rv ).
§ II. - E f e itos dos sacrame ntos.

Três efeito s difer entes: 1. 0 graça sa ntificante; 2 .0 gr aça sacr a mental ; 3. 0


caráter. - Como produzem efeito os sacr amen tos.

249. - Qiiais são os efeit os dos sacramentos?

R. - São três os efeit os dos sacramentos : graça


santificante, uma graça especial denominada sacramental,
e p_q;ra alguns sacramen to s~ o carát er.

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ACRAMENTOS 311

I. Graça anti/ icante. - Todo o a


comunicam ma não é empr a me ma. Di tinguem- e
com efeito, a primeira gra a e a gwnda ºTaça. \ grã a
antificante prim eira é a que é dada a homen ainda
maculado pelo pecado mortal, e o torna ju to e anto .
É chamada tamb ' m graça d j 11 stificação. Doí acr a-
mento õmente com uni am-na d ordinário : bati mo e
p nit'ncia, e por e ta razão ap lidam- e . acramento do
morto , poi no trazem da morte do pe ado p ar a a vida
da graça .
A graça antificante eO'unda, ou aumento de ºTaça,
é a que é dada ao homen já anto · e ju to para
enriquecer u te ouro e piritual, dar in ·remento novo à
ua antidade, e valer-lhe r comp n a maior. O cinco
outro acramento : confirmação, ucaristia, extr rna-
mição, órdeni e matrimônio comunicam or dinàriamente
e ta egunda graça e por erem adm ini trado ao que
j á po uem a vida da graça, ão chamado acramento
do vivos.
II. Afora e ta graça antificante, todo o ·acramento
no dão graça sacramental, ou graça e pecial, própria de
cada um dêle e que não se encontra no outr os. E ta
graça acramental vem expre a na definição de cada
sacramento. Ma em que con i te. É um direito de
r eceber, empre que preci amo O'raça, atuais análoga
ao fim do acramento. A sim, no bati mo, será um socorro
para con ervarmo a inocência batismal ; na confirmação,
a·, facilidade para vivermo como perfeito cri tão , etc.
III. O caráter. - Entende-se por e ta palavrn uma
marca e piritual impressa na alma, inal indelével que
impede a segunda r ecepção dê te sacramento . ão trê.
os acramento imprimindo na alma ê te inal indestru-
tível: bahsmo, confirmação e ordem.
Ê te caráter , r eza o catecismo do concílio de Trento,
produz dois efeitos: um é tornar-nos aptos a r eceber ou

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312 S ACRAME N TOS

eumprir certa cou as na ordem da r eligião ; o outro, é


d iferenciar os qu e r eceberam um sacr amen to imprimindo-
Jh e o car áter.
No batismo, por exemplo, que é nascimento espiritual,
recebe-se o ca ráter ou distin tivo de filho de D eu , membro
da g rand e famí lia cri tã, com o direito de par t icipação
ao. bens que D eu e a I grej a concedem a seus filhos.
Na confirmação, que é armarnento espiritual r ecebe-se
o caráter ou di tintiYo ele soldado de Cri to com a fôrça
de com bater e sofrer por sua causa.
Ka ord m, que é consa gração espi ritu al, o ordinando
r ecebe o caráter ou d i tintivo de ministro de Cristo;
d ê te modo, é con ti tu ído chefe na ordem r eligiosa, com
poder ele exercer cer ta funções.
In"i ível ao homen na terra, já vi ível po r ém aos
olh o el e D eus e dos anjo , e mai tarde, d ep ois da
r e s urreição, muito aparente para todos os olhares, o
caráter , há de eternam ente di criminar os batizados, os
cri mado , e o que tiverem ido con agrados p ela unção
a nta. No cé u tran formar-se.-á em sinal de honra e
glória; e no inferno, para ca tigo d e quem assim o houver
mer ecido, tornar-se-á sinal de ignomínia e vergonha
e terna.
250. - Como proclwrnm os sacra ·mentos os seus ef eitos?
R. - Os sacramentos produzem seus ef eitos por fôr ça
própria. Por outra, os sacramentos atnam por si mesmos,
sejam qnais for em as disposições elo niinistro, conq1ianto 1
únicamente, aquele q11 e os rece be não ponha obstáculo à
sua eficácia.
A vontade todo poderosa de J esus Cristo ligou , pois,
a graça ao inal en ível dos sa~ram e nto ; logo, atuam
n ece àri amente, quai elementos naturais como o fogo e
a água, um tendo de consumir a lenha, outro de apagar
as labareda . . . A razão disto, é qu e o p r óprio J esus

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SAC R A M ENT O S 313

Cri to está operando pela mediação do mini tro e por


meio do sinal sensível, ao qual comunica plena eficácia.
CONCL SÃO PRÁTICA

Quantos doentes não vão tomar água , todo os ano , na


esta(}ão propícia! Fazem longa viagen , ga tam quantia avultada
para e tinar de alguma ellfermidade corporal. E nem todo voltam
curados! As água ainda mais benfazeja não po uem e ta \7 Írtude
todo poderosa ... Agora, e a que tão fôr da do nças da alma, o
ltomen parecem ignorar ou e quecer que, p rtinho, ao alcance, em
incômodo nem gasto algum, há um manancial perene de graças
que curam infallvelmente todos os que a êle se chegam com as
disposiçõe conveniente .
A Igrej a católica possui, na rea1idade, esta fonte aba tada
que o Profeta anuncia, sempre aberta para todo o habitante de
J eru além. ão é enão o lado tran pa ado de ri to dond e jorra-
ram os sete sacramento . Vamos, jubilosos, abastecer-no a e ta
font s bendita . . . Lá e tá a cura, a a údc, a vida . .. .

§ III. - J\1 inis tro, s uj e ito, cerimô n.ias d os acra m e nt os .


Mini stro : ordinário, extraordinário. - Condições req uer idas. - Sujeito do
sacram ento: disposições r equ eridas : 1.0 para a ,-alidade; 2. 0 para a
eficácia do sacramento. - V árias r ecep~õe . - erimônias.

251. - Que é o ministro de um sacramento?

R. - Ministro de itrn sacramen to a pes oa que


confere 'ste acrarnento.
A matéri a e a forma, com efeito não ba tam para
have r a ramento · para unir a forma à matéria, é ne-
ce ária ainda a in tervenção e ação leO'ítima de a]O'uém.
"O acramento diz o Papa Eugênio I , num decreto
de ·tinado ao rm ênio , se dão pela r eunião de trê
elemento : a cou a que ão como que a matéria· a
palavra , que ão como que a forma· e a pe oa do
mini tro que confere o sacramento com int nção de fazer
o que faz a !"'reja.
Di tin"'uem- e o mini tro ordinário e o mini tro
extraordinário. - Mini tro ordinár io do acramento é

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314 SACRAMENT O S

quem o pode conferir em virtude do seu poder habitual


ou do eu título; mini tro extraordinário é quem o
confer e, por exceção, por motivo de n ecessidade, ou por
delegação e pecial.
eja quem fôr, o ministro deve t er intenção de fazer
o que faz a I gr eja, isto é, de cumprir o rito u ado na
I gr eja. Para a v alidade, isto é, para o sacramento ser
r ealmente dado e produzir efeitos, e ta intenção é o único
r equisito por parte do mini tro; a santidade, e me mo a
f é não ão necessaria para a administração válida dos
sacramentos. - em dúvida, o acramento é uma cou a
anta e o mini tro que, fora o caso de necessidade, 6
conferi e quando em e tado de p ecado mortal, cometia
falta grave e acrilégio; mas, embora n e ta condiçõe
haja ulpa para o mini tro, nada perde no entanto o
valor do acramento. Quer de ouro, quer de chumbo ou
de bano, sempre o canal derrama e distribui inteO'ral-
mente tôda a água qu e r ecebe. Assim o qui Deu , para
que o fi éis fiquem sempre certos da eficácia dos acra-
mentos que r ecebem.
252. - Que é sujeito do sacramento?

R. - S1tjeito é a pessoa hitmana que r ecebe o


sacramento achando-se nas condições de 'Urna r ecepção
efi caz.
R egra geral, para ser ujeito apto à recepção de um
sacramento, o ser humano precisa ter vida. Quanto ao
bati mo, nada mai é requerido; para os outr os sacra-
mento , ' preciso ter sido batizaào previamente.
únicamente o doente em perigo de morte podem ser
sujeitos aptos para o acramento d~ extrema-unção; as
mulh er e são ab olutamente incapazes de r eceber em o
sacramento da ordem. Enfim, quem já r ecebeu um
sacramento imprimindo caráter é mcapaz de o r eceber
de novo. _

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SA ltAMENTO 315

Yari am
expli á-la. quando
a ram ent o em particular. P or ora,
ja dito õmente que em g-eral, para o acram enlo do
morto , cumpre ter f é, e p erança, cont ri ão e prin cípio
de amor de D eu ; além di. o. para o acrarn 11to elos
vivos o e tad d g r a a .
Daqujlo que fica exp o. to r e ulta que, co nform e a
di po içõe do ujeito. a r ece pçã do sacram ento poderá
er: válida - úiválicla ou nula. - f rutuo a ou efi caz, -
infnd uo a ou 1·nefica , - acríl ga.
A r ecepção é válida quando o ujeito: 1. 0 é apto, e
2. 0 tem inten ção ou quer r eceber o a ramento. A r ecepção
é inválida ou nula quando o . uje1to não é apto, não tem
intenção, ou lhe faltam di . po içõe e enciai , como por
exemplo, contri ão, no acramento de p enitência .
·, A r ecepção é f rutuo a quando. além de er ' álida, é
também eficaz, isto é. produz na alma todo o · eus frutos.
É o que e dá quando o uj eito tem aptidão, intenção e
todo o mai r equi ito .
A r ecep ção é ineficaz, quan 1o . endo 'áli da, fica
infrutruo a porque o ujejto não tem a nece. sárias dis-
po içõe . Recebendo-se em tai condi õe os sacramentos

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316 SACRAMENT OS

de batismo, confirmação e ordem, e até os de extrema-


unção e matrimônio, o sacramento eria válido, porém
sem frutos. o entanto, quem entrasse nas disposições
necessária , podia auferir ainda todos êstes frutos sem
ter para is o de receber outra vez o sacramento.
Enfim, a r ecepção é sacrílega, isto é, deturpada por
falta grave e caráter especial de profanação, quando
houve descuido voluntário de alguma da dispo ições
essenciais para boa "recepção do sacramento. Uma
r ecepção sacrílega é sempre infrutuosa; a r ecíproca,
porém, não é verdadeira : tôda a r ecepção infrutuosa não
é por isso sacrílega.
253. - Que se charna cerirnônias dos sacrarnentos?
=-
R. - Charnam-se cerirnônias dos sacrarnentos certos
atos ext eriores de religião que preced em, acompanham ou
seguern a administração dos sacramentos.
Dentre as cerimônias, umas têm sido instituídas por
Je us Cristo, outras pelos apóstolos, algumas pela I greja.
ão adornos sagrados e simbólicos, com que rodearam
os sacramentos para os administrar com mais dignidade
e resp eito. São destinadas também a impre sionar mai
o olhar e o espírito dos fiéis, e instruí-lo : 1. 0 das
disposições necessárias para bem receber os acramentos;
2. 0 dos ef eitos que produzem na alma: 3. 0 das obrigações
que impõem a quem os recebe.
CON CLUSÃO PRÁTICA

Os fiéis devem acostuma r·se a considera r no rninistro dos


sacramentos, não o homem exposto às imperfeições da natureza
humana, mas sim, como diz são Paulo, "o representa nte e delegado
de Deus e dispensador dos seus mistérios" ( I, Cor. , Jl, 1) .
É de suma importância para o cristão, bem conh ecer primeiro
as disposições necessárias para a recepção fru t uosa dos ac ra mentos,
e depois, esforçar·se por adquiri-las quando chegou a hora de
receber êste ou aquele sacramento com pa rticular. De outro modo,

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SA C RAMENTAIS 317

o remédio muda- e em veneno: em vez de encontra r gr aça e vida,


bebe-se ali o pecado e a morte.
E nfim, as cerimônias dos no o acramentos ão por si mesma
en ino preciso. Poderemos ap reciar muito melhor e tas fin eza
admiráveis do amor de J e us ri to, - o acrame nto , - se
conhecermos o significado misterioso das cerimôni-as que são o seu
como invólucro exterior.

§ IV. - acr amenta is.


Defin ição . - Os seis prin cipais sa cramentos: 1. 0 ornção pública; 2. 0 ág ua
benta; 3. 0 pão bento; 4. 0 confis ão geral dos p eca dos; 5.0 esmola ; 6. 0
b ên çãos.

254. - Que ão sacramentais?


R. - acrarnentais são certas práticas ext eriores de
religião, t e'l'ldo alguma analogia com. os sacramentos, se
bern que não sejam verdadefro sacrame'l'ltos.
Geralmente, con tam de sinal ensível e indicam a
ação invi ível de Deus e da ua graça em no a almas;
ma falta-lh e um ou outro do car a . . ter es e enciais que
con tituem o acramento, isto é, a in titwi.ção divina ou a
produção da graça. As mais da vêze , não fo ram esta
prática e tabelecidas por I o o enhor J esu Cri to, mas
sim pela Igreja. Sobretud o, n ão podem, por si me mas,
comunicar a graça santificante; não têm a virtude de
produzir a graça primeir a, que faz ju to o pecador.
Verdade é que podem alcançar o perdão da falta veniais
e o aumento de graça antificante; por ém, é só por cau a
da di po içõe de fé e piedade de quem os usa, ou p orque
a I gr eja pediu para êles graças de conversão e salvação.
V (li, portanto, diferença e sencial entre acramentos e
simples sacramentais.
255. - Quai são os principais sacramentais?
R. - Podem -se r eduzir a seis class es : 1. 0 oração
pública; 2. 0 água benta; 3.0 pão bento, e mais objetos
santificadas pelas orações da Ig reja; 4.0 confis ão geral
_ dos pecados; 5. 0 esmola; 6. 0 bênçãos .

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31 S AC R A ME N TAIS

I. Oração pública. - P or e tas palavra , entendem- e


mai e p ecialmente a or açõe feita num templo bento e
obretnclo con a~r ad o. Quando feita em nome da Igreja,
em união com ela, como a missa, as vé peras, etc., têm
maior eficácia qu e a oraçõe feita em ca a ou em
par ticular .
II. Água bent a. O u o da água benta é antiguí -
simo: foi in ti tuído pela I gr eja desde o tempo dos após-
tolo , ou ante , a I gr eja tomou êst e u o, modificando-o,
do oostume que tinham os Judeu de se purificarem
entrando no templ o, e também o pagão de empregarem
no acrifí ·ios a água lu tral como meio de purificação.
O acerdote, para a bênção de ta água, emprega al e
água natural ; benze e exorciza ê tes dois elemento para
livrá-lo do império do demônio, e p ede que o que u a-
rem dêle a sim purifi cados, ali encontrem alvação e
proteção. É próprio da água lavar ; do sal, pre ervar da
corrupção; mi tos e bentos, o al e a ág ua purificam a
nossas alma e a conservam; por i so é que a água benta
colocada na entrada das igr eja, derramada nos fi'i pela
cerim ônia da asper ão, con ervada nas morada , é arma
con tra o demônio e alvaguarda para os cri tão .
Outro tanto diremos da cinzas, dos ramos, das v elas
bentas, etc.
III. P ão B ento. - A sua in tituição r emonta aos
t empo ap ostóli cos ; é sinal de união e fraternidade entre
os membro da grand e família cri tã. O pão bento por
excelência é a divina Eucari tia; os primeiro cri tãos
tom ~vam amiúde ê te santo alimento. Mais ainda, nas
r efeiçõe de caridade denominadas ágapes, dividiam entre
i o pão apresentado no altar, no momento do ofertório,
e que não tinha sido con agrado por cau a da grande
quantidade, tendo r ecebido, contudo, a bênção da I greja.
![ai tard e, veio a ser uma e pécie de suplemento à
comunhão quando esta e fez mais rara. - Fica sendo

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SACRAMENTAIS 319

inal de fraternidad e · o sacerdote, ante de deitar-lhe


água benta, pediu que quem o come e, acha e a aúd
da alma e do corpo.
I . Conf1· ão dos pecados. - De igna- e por esta
palavra não a confi ão acramei;ital ma sim a r ecita ão
da fórmula de confi ão geral que e r eza no princípio
da mi a, na completas e também quando o acerdote
deve dar a comunhão. - O Co nfíteor r ezado com senti-
mento de arrependimento torna- e um acramental e
pode alcançar-no o perdão da falta verna1 .
V. Esrnola; é o quinto acramental. - P or ê te
n9me hão de se entender não omente o o orro material
dado ao pobre, ma em geral, tôda a obras de mi eri-
córdia e piritual e corp oral. Falando ele ta e mola , di e
o E pírito anto: ·Expia o pecado e faz achar
mi ericórdia' ('1'ob ., :xrr, 9 ) . P ara isto, contudo, a e mola
tem de er f eita com e pírito de fé e p or amor d e Deu .
\ I. A última ela e do acramentais abrange em
geral tôda a b Anção : primeiro e acima ele tôda , a
bênção do Santí imo acramento, mai precio a, pois é
a própria bAnção de J e u Cristo; depoi , a bênção do
bi po, qu r solene, quer dada em particular: convém
ajoelhar para r eceber com mai r espeito esta bênção do
bi po · depoi . a bênção do sacerdote, ao terminar a mi a
ou ao dar a comunhão. Enfim, todos o objeto bento ,
crucif ixo , medalhas, escapulários, etc., vêm a ser sacra-
mentai : com efeito, ão inais sensívei da proteção que
Deu concede ao que usam dêstes objetos com fé e
piedade.
CON CL SÃO PRÁTICA

Vai muita diferença, com certeza, entre a eficácia das di >e rsas
práticas de Teligião que acabamos de en uncia r e a ,-irtude a nti-
fi cante dos sacramentos: tais prática , no entanto, rn erece_rn todo
ln1t. Re!ig. - 11

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320 S A RAMENTA IS

o re peito tôda a onfiança. O v rdadei ro fiéi e >a1 m muitas


vêz s de ta prática para xp ia r uas f alta diári a e aum nta r
m si a viel a · obr natural ela graça. _
Go tam e p cialm nt de u a r da águ.a benta; cou erva m-na
em ua ca a Iara af ugentar o demônio e r mover desa t re ,
tom am-na de m:rnh ã d noi te para p r i<n1 a rem. empre om
r p ito rep t m o me mo inal ao entra rem 11a igr ja ou no
ora tó rio.
'!'ratam om d viclo acatam nto piedade o zião bento quando
houv 1" di t ribui<;ão · con r•am d um a no para outro ·o i·amos
bento , ou id ra ndo-o om p roteção para ua pe soa e sua casa.
Qua ndo um objeto bento não pocl mai rvi r, o melhor meio
de d truí-lo m profana •ão é queimá-lo.

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BATI "llO 321

BATISMO

§ l. - oções ge rais do batism o .

Definição do batismo. - In sti ui çiio diYina.


forma. - X eec•, idad c do batismo.

256. - Qu e é bat ismo?

Bati. mo é u111 . acl'<1111 nto que S o.. o , cn hor


R. -
Jc 11 Cl'isto instituiu . para nos l'Cg nerar pela {)l'aça,
fa:: r-no: Cl'islrios. filhos de fl rn, e da I greja.

O batismo nos lorn<L f ilh os de V1 "·'· 1111 111broH da l 11rrja e h r rd l'irn.• do citt.

Bati . mo ( L1e uma pala\Ta grega qnc ·ignifi<:.a en


lavo ) é um sacram ento que apaga o pecaclo origina l. tlá
a viela ela gra ·a. faz-nos cristãos . filho. el e D eu . e da
I greja.
\.nte.' de X os. o Srnhor. a á~ua já tinha êstc signi -
ficado: r cconheciam-lhE' Yirtude purificadora. D ru . Jayara
a. iniquidade. do mundo no _dilúYio · . ah ara o H ebr eus

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322 SACRAMENTOS

através das águas -dQ mar Vermelho, purificara Naaman


no rio Jordão, preparara o povo de I srael ao batismo
cristão pelo batismo da penitência, ministrado por são
J oão Batista nas margens dêste mesmo .rio.
Entre vários povos, usavam-se abluções e imersões
como sinal de purificação. - Antes de Nosso Senhor,
também, varias cerimônias empr egavam-se para apaga r
a culpa original; entre os judeus, a circ.uncisão, a
apresentação no templo; outros ritos religiosos, entre os
diversos povos, r epresentavam ou preparavam o meio
expiatório estabelecido por J esus Cristo.
257. - Q1tem instituiu o sacramento do batismo?
R. - Foi Nosso S enhor J esus Cn:sto quando) nas
águas do Jordão) recebeu o ba.tismo de são Jo ão Batista.
Ao receber o batismo de são João Batista, nas águas·
do Jordão, escolheu e santificou, p elo contacto de sua
carne divina, a água que havia de servir para a adminis-
traç:ão do sacramento de batismo, que estabeleceu pouco
depois. É êste, pelo menos, o parecer dos doutores;
apoiam-se no Evangelho em que vemos os apóstolos dar
o batismo, enquanto são João Batista estava ainda vivo
(S. Jo ão) m , 22; rv) 1) . Todavia, foi só depois da sua
ressurreição que o Salvador promulgou solenemente a
lei do batismo, quando disse aos apóstolos : " Ide, ensinai
tôdas as nações, batizando-as em nome do Padre, e do
Filho e do Espírito Santo" (Mat., xxvrn, 19 ).
258. - Qual é o sinal sensível do sacramento de batismo?
R. - O si.nal sensível de um sacramento deve
abranger duas cousas : matéria e 'forma. Matéria do
batismo é a água natural, como a dos rios, das fontes,
do mar, etc.
A f arma são as palavras: Eit te batizo em nome do
Padre, e do F ilho e do Espírito Santo.

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d
tal

á!roa
ablução,

II . ..l fo rm a do bati mo on i t n
palana qu o mini tro dev pronuncia r no m mo t mpo
m qu vaj derram ndo a árrua na cabeça ( 1) ou outra
parte principal do corpo o batizando: Eu te batizo em
nom do Pa r e, e do Filho e do E pírito anto '.
e qu imento da palavra ' Eu te batizo" ou
qualquer outra alt ra ção e encial da fórmula tornaria
o bati mo inválido.
inal ensível do bati mo reunião da matéria e
da forma indica que a alma é lavada interiormente de
( 1 ) Fuemos observar que é necessário que a água corra sõbre a
pele. Para a validade, é Fu(icienle 0 ue algumas , otas corr&m.

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324 SA CRAMENTOS

t ôdas a sua manchas. Ao sair dê te banho misterioso


em que foi mer gulhada, e corno que sepultada, r enasce
para n ova vida, qual Cristo r essuscitado. " O homem
velho, como fala são P aulo, o homem de p ecado, desa-
par ece, e fica o homem novo, formado na semelhança de
J e u Cristo " ( Gol., m, 9) .

259. - Será 'n ecessário para a salvação receber o batis11io ?

R. - Sim : o bat ismo é absol1d ament e n ecessário para


a salvaçüo, seg undo a pala vra exp1·essa do S en hor : Qu em
não renascer pela ágna e pelo Es pírito S anto, não poderá
entrar no 1·eino dos cé1ls.
N" os o enhor dis e : "Se alguém não f ôr r egenerado
p ela água e o E pírito Santo (isto é, não f ôr batizado ) ,
n ão poderá entr ar no r eino de Deus" .(S. J oão, m, 5) .
Dali inferimos:
1.0 As crianças que morrem sem batismo, não podem
ser . alvas. Conforme as palavras acima, não irão para o
céu ; é permitido p ensar, contu do, que também não irão
ao ü1ferno. É opinião de santo Agostinho, geralmente
aceita pelos doutore e consider ada como provável. Seriam
colocada num lugar interm ediário, chamado lfrnbo, onde
n ão veri am a Deus, p or ém, nada t eriam que padecer.
Nest a condições, sua sorte seria, no sentir de santo
\..go tinho, preferível à não existência.
2. 0 A r esp eito dos adult os, há vários casos. Ou êstes
adulto conhecem o cristianismo e a lei do batismo: então
o bati mo, para êles, é imprescindível para a vida eterna.
Ou ainda, êstes adultos e tão nas trevas da infidelidade
e el o paganismo, sem conhecer a lei evangélica: então,
serão julgados segundo as suas obras. Deus não poderia
impor-lhes a necessidade do batismo que desconhecem, e ·
se tiver em sido fi éis aos ditames da sua consciência e da
sua r eligião, pod_erão ser salvo .

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BATISMO 325

Por riO'oro a que eja a lei do bati mo d água, pod e


ê te acramento er uprido, para o adulto , de doí ·
modo : pela caridad p rf ita, tamb'm chamada bati mo
de fogo ou de desejo; e pelo rnartírio, que e denomina,
à vêze bati mo de angne.
caridac-: perfeita pode uprir o bati: mo ele água
quando · ê te é impo ível, e e tem de ejo ardente de
r cebA-lo acompanhado de verdadeiro amor de Deu e
do arrependimento da falta atuai que por ventura e
ometeram. - O martírio, que con i te em dar a vida
por Deu é inal evidente de caridade perfeita: portanto,
upre o acramento do bati mo ca o haja impo ibilidad e
de o receber e a I greja in cr ev u entre o anto var10
mártire cujo único batismo tinha ido o do próprio
angue.
ONCLU ÃO P RÁTI CA

Por ca u a ju ta mente da necessida de do ba ti mo, e colheu


o o enhor para ma t éria do_ acramento, o elemento · ma i comum,
mai fácil d encontrar ; além di o, quis conceder a qua lquer
pe oa o direito de batiza r: logo, todo os fi éi devem abe r a
maneira de batizar e conh ece r exatamente a forma do acramcnto
de bati mo.
Do p receito impo to por K o o cnho r, re ulta, -para o pai
cri tão , a obrigação de batiza r ua criança quan t o ante : qu m
diferi e de umprir ê te d \-er po r vana ema nas, em mo fro
ério , tornar- e-ia culpa do de fal ta g ra ve. A au ência do padrinho
ou da ma drinha não é ra zão pla u ív 1. Batiza r uma criança 111
a ceTimônia olene que precedem e aco mpa nham ê te "acramento,
, 6 ' lis:ito m ca o urgente . A cerimonia devem er f eita ,
depoi na igreja em tempo oportuno.
inda que teõricam ente e deva admitir a opmiao de sa nto
Ago tinho acêrca do de tino da cri ança fal ecida em ba ti mo
entretanto, é preci o, na prática, con idcrar a privação ete rn a rio
reino do céu como perda imen a pa ra ê te pobrezinhos e então
faz er quanto po fr ei pa ra não dei..xá-lo morrer em a graça do
santo bati mo, tendo e ta obrigação como grad imo dever de
cou ciência.

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326 SACRAMENTOS

§ II. - Efeitos do batismo.


Qua tro efeitos principais : l.º O batismo apaga o pecado origi nal, e ao mesmo
tempo, nos adultos, os pecad os a t uais; 3.0 per doa tôda a pena dev ida
no pecado ; 3.0 dá a gr aça sa nti fi ca nte ; 4 .0 impr ime ca r á ter.

260. - Quais são os efeitos do batis mo?

R. - O batismo : 1.0 apaga o pecado original e tam-


bém o atital, se houverj 2.0 perdoa t ôda a pena d evida a
êsses pecados j 3.0 imprime na alma o caráter de cristão j
4. 0 fa z-nos filhos d e D eus e da Igr eja e herdeiros do céuj
5. 0 nos torna apt os para r eceber os oiitros sacramentos.
O ef eito geral do batismo é a r egeneração espiritual.
O homem r ecebe nova vida, a vida dos filhos de Deus:
é p or isso que o bati mo é chamado sacramento da
r egen eração .
Encarados em particular , êstes efeitos são quatro:
1. 0 Apaga o pecado or iginal, e mais, no adulto, os
pecados atuais que porventura cometeu desde a idade
de razão.
2.0 Não somente apaga a nódoa do pecado, como
também r emite t ôdas as peri as : pena eterna do inferno e
p enas temporai que t eríamos de sofrer nesta vida ou no
purgatório, de modo que ficaria certa a entrada imediata
no céu, para o que morresse na graça do batismo. - O
acr amento do batismo deixa, contudo, subsistir nesta
vida as consequências de pecado original e seu castigo:
ignorância, concupiscência ou inclinação ao mal, e as
misérias desta vida: sofrimentos, doenças, morte. . . Deus
no deixa estas penalidades como matéria de luta, mere-
cimento e triunfo. Mas, depois d1:1, ressurreição dos corpos,
êstes r esultados do pecado original serão destruídos.
3. 0 Infunde em nós a graça santificante acompanha-
da das três virtudes t eologais; fé, esperança e caridade,
assim como as mais virtudes morais e os dons do Espírito
Santo.

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BATISMO 327

4. 0 Imprime caráter indelével, que é a qualidade


de cri tão : don de r esult a que o bati mo não pode ser
r eiterado . - É': te car áter con i te na emelhança com o
F ilho único de Deu , No so enhor J e u Cris to, e como
" filho de Deu e da Igreja" .
FWws de De11 . - E ta palavra ignifi cam que,
e tando apacrado o p ecado or icrinal, do e tado de e cravos
do demônio e inimigo de Deu , pa amo par a um estado
de ju tiça e antidade, que no faz amicros e fi lhos de
D u . ' Tal é a caridade do P adr e diz ão J oão, que êle
quer não õmente que 1 vemo o nome de filho de Deus,
enão que o ejamo de fato e na ver dade" (I, J oão,
m 1) . A par ti r dê te momento e mer ê de ta fili ação,
temo dir eito ao ben que Deus no de tina. ' omos,
diz ão P au lo her deiro de Deu e coherdeir o de J esus
Cri to" (R om., un, 17 ) . Ora o ben de Deus e sua
her ança ão a graça na terra, e no céu a glória.
F ilho da I greja. - A im como o batismo n o dá
um P ai n o céu, também no dá M:ãe na terr a: é a Icrr eja.
Nó no tornamo membro de ta grande fam ília, de que
é chefe invi ível J e us ri to, e o ober ano P ontífice
chefe Yi ÍYel. Or a, ao r eceber-no entr e eus fi lhos, dá-nos
a I gr eja o direito de participar dos seu ben . Ê te ben
ão o demais acramento para o quai o bati mo é a
porta: oraçõe anto acr ifício da mi a e em O'er al todo
b n e pir ituai , que con titu em o te our o da comunhão
Cio anto . Enfim é porque a Igr eja continua a ser mãe
d todo o cr i tão batizado , que, depoi da morte dêles,
gua r da-lhe o r e to com olicitu de maternal e cuida da
alma r ezando por eu de can o eter no.
O caráter do bati mo é, na verdade, indelével ; mas
quanto aos mais efeito que acabamos de lembrar , podem

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32 SACRAMEN T O S

. cr perdido pelo pecado mortal, como infelizmente ucede


muita vêze . Entretanto, o acramento da penitência, ao
r e tabelecer-no na gr a a antificante, r e titui-no no so
título e dir ito .
CON L SÃO PRÁTI CA

O primeiro cri tão , co mo lembrança de eu bati mo, J va-


vam, durante oito dia , traj e brancos, símbolo da inocência recupe-
r ada, e não compreendiam que e pudes e con entir . em marear,
por fa lta grave, o brilho e a beleza de uma alma reconciliada com
Deus.
Eram ufanos do seu título de cri tão , e quando o per egu i-
dor o interrogavam acêrca do nome ou da família, com nobreza
e coragem, re pondiam : "Eu me chamo cri tão!" Hoje em dia,
quantos não oram dêste nome de cri tão, do caráter impre o na
sua al ma, do sinal exterior da ua fé.
Prezemo , mais que o título de rei, o no o nom d cri tãos.
Aquele, om ef ito, é ef êmero, pa a e morre; ê te vale r-no -á uma
coroa imar e cível e um r ino eterno.

§ II I. - M in i tro, ujeito do acram ent o- de ba tism o .


lllini. tro ordinário e xtraordinário. - uj ºto do bati smo . - Di po içõ es
requer ida . - Prom essa ou votos do bati smo . - PaQrinho e madrinha:
l.º co nd ições; 2 . fun çã o ; 3. dev res.
0 0

261. - Qual é o 1ninistro do sacram nto de batismo?

R. - O rnini tro ordinário do sacrarnento de batismo


' o bi po rn tôda a ua diocese, o pároco na ua freg1iesia,
on qualqu r sac i·dot delegado pelo bi po ou pelo vigário.
O rnini ·tro extraordinário, em ca o de n ece idade, é
tôda a p essoa gozando da razêfo, fiel ou infiel, católico,
h r ' lico ou ci rnático.
Ba ta que a pes oa cumpra exatamente o rito acra-
m ntal e tenha intenção de fazer o que a I greja faz,
deitando água natural na fronte do batizando e dizendo:
" Eu te batizo m nom do Padr , do Filho, e do E . pírito
anto '. P o to que, m ca o de nece idad , qua lquer
p e oa po . a batizar, notemo porém que empre e há de

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BAT I SM O 329

preferir par a e ta função um ecle iá ti o a um leio·o,


uma pe oa r azoável a uma criança um católico a um
herege um homem a uma mulh r; p or outra, o mais
digno ao meno digno, o mai idôneo ao meno idôneo .
O pai a mãe ó levem batizar o filho na falta de outra
qualquer pe oa e em a o de perigo extremo por cau. a
do impedimento de afinidad e piritua l que daí havia
de r e. ultar.
Afora o ca o de nece sidade, o bati mo. dado por uma
pe oa qualquer. eria válido, porém graYemente ilícito,
i to é, a p e soa que a" irn o adrn ini ·tra e cometeria
pecado . - Quanto po ível o mini tro, ainda extraor di-
nário. deve achar- e em e tad o de graça; do c.ontr ário,
dever ia pr ' viamente excitar - e à contri ão mai perfeita
po ível.
262. - Qual é o sujeito elo sacramento ele batis mo ?

R.- Qualqu er pe oa niio batizada ainda, - cn'ança


ou adulto, - ' suj ito do acraniento de bati mo.
R ulta di to qu podemo e de\'eJTIO batizar a
crianças e me mo o adulto que não tiYe em a razão,
por cau a da nece idade ab oluta do bati mo para a
alva ão e porque razoàvelmente, podemo upor, que . e
o oube em de ejariam receber ê te grande benefício.
263. - Quais são a disposições reque ridas para o bati ·mo?

R . - Tratando-s e da criança ou d adult o pn·vado


ele ra zão, a divina mi ricórdia disv n a t ôda di po ição
positiva, pois o sujeito não a pode t er.
'T ratando- e d ad1Llto razoável, para êle r ceber
vàlidamente o bati mo, corn o carát r qu e i mp1·im , ba ta
- qu e dê o consentimento.
Todavia, para fru ir a outr a ' antagen e tôda a.
gr a ·a l igada ao a ramento, o adulto el e' e, além da
intenção e da vontade, trazer a eguinte di po i õe :

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330 SACRAMENTOS

1. 0 Ser instruído dos principais mistérios da religião,


crer nêles, e conhecer em parti cular o sacramento que
está para r eceber , assim como as obrigações que dêle se
derivam .
2.0 € aso t enha cometido pecados atuais depois da
idade de razão, deve t er contrição e firm e propósito com
um comêço de amor de Deus. Não se exige confissão,
desde que é incapaz de r eceber absolvição e o batismo
apaga os p ecados atuais que precederam.
264. - Quais são as obrigações que resu ltam das promessas
ou votos f eitos no batismo ?

R. - P elas prom essas ou votos d o batismo, empe-


n hamo-nos irrevogàvelment e e para a vida inteira :
1. 0 Em rrer e111 J esus r11·isto, professar a doutrina
cristã e conf armar nosso proceder com t ôdas as leis divinas
e ecles1:ásticas que a f é crist ã impõe).
2.0 E m renunciar ao demônio, às suas pompas e às
suas obras.
P elas pr omessas ou votos do batismo empenhamo-
n os ir r evogàvelmente e par a a vida inteira:
1. 0 E m cr er em J esu Cristo e professar a doutrina
cristã, isto é, admitir tôdas as verdades que Nosso Senhor
ensina no E vangelho, a Igreja interpreta e transmite
por parte dêle e também, em conformar nosso proceder
com t ôdas as leis divinas e eclesiásticas que a fé cristã
impõe;
2.0 Em r enunciar ao demônio, às suas pompas e às
suas obras. - R enunciar ao demônio é r ep elir sua domi-
nação e não querer pertencer-lhe por forma alguma.
Renunciar às pompas do demônio, é negar-se a seguir
suas falsas máximas, que são o oposto das máximas do
Evangelho. - Por exemplo, o Evangelho louva, exalta
a pobreza, o desapêgo, o sacrifício; o demônio, pelo con-
trário, chama bem-aventurados os pr ediletos da riqueza,

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B A T I S M O 331

do gôzo e do prazer . O cristão r enunciou à máxima


mentiro a do demônio.
P ela · pompa do demônio, é preci o entender ainda
a vaidade do mundo e o prazer e p erigo o pelo quai
qu r eria duzir-n o ; tai ão: vão adorno , certo joO'O
bail , e p etá ulo , divertim ento que de
p ecado e cilada armada c:on ra a
p or obras do demôni entend ro -
ndo o <l môn io ·pírito <lo mal, ·ua
má >:"o. o 'e nhor declara qu '"quem
p ado cumpr a · obr a do emôni o e orna- e
( . J oão, vm, 41 ) .

265. - Fala i no padrin ho e madrinha , nas cond1çõe q ue


.~e e.cigem clile , sua f unção, seu deveres .

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332 SAC RAMENTOS

de forma igual com as crianças; portanto, deram-lhes


padrinho ou madrinha, e as mais das vêzes, ambos.
II. Para erem aceitos p ela I gr eja, os padrinhos e
madrinhas, escolhidos pelo pais como t estemunJias e
caução do batismo dos fi lh os, devem apre entar certas
condições.
1. 0 'r er o u o da razão . - Com efeito, como poderiam
preencher o fim se não compreendessem o que fazem ~
2. 0 Ê les próprio devem ser batizados e profe sar
a religião na qual desejam ver a criança batizada e
instruída.
3. 0 Preci am t er vida e costumes excelentes, isto é,
gozar de boa r eputação. Não se podiam aceitar p essoas
públicamente excomungadas ou de vida escandalosa.
4. 0 Devem conh ecer uficientemente as verdades da
fé e os deveres do cristão, p ara dirigir e ensinar , quando
nece ário, as crianças por quem êles prometeram.
III. É o padrinho e a madrinha que escolhem e
impõem à criança o nome de batismo. Tomam êste nome
n os do calendário da I grej a, dentre os santo honrados
com um culto público, para dar à criança um protetor
no céu, e, no mesmo tempo, propor-lhe um modêlo':'
A função dos padrinhos e madrinhas é r esponder
pela criança à pergunta que se lhe dirigem antes de
ser conferido o batismo. Por ela, fazem profissão de fé
católica, renunciam ao demônio, às suas p ompas e às
suas obras. Ao correr a àgua na fronte do batizando, o
padrinho e a madrinha descansam· a mão na criança para
lembrar que eram êles que outrora a retiravam do banho
sagrado. Enfim , põem-lhe um boné e um véu branco ,
simbolizando a inocência recup erada; segur am o círio
aceso, e assinam com o sacerdote a ata do batismo.
IV. Ao padrinho e à madrinha cabe o d ever de, na
a
falta dos pai , instruir e nortear na vida cristã criança

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B A T I l\I o 333

qu apre entaram ao bati mo. É para Ale obrio-ação


rio-oro a YJO'Jar no eu ompor tamento fazer -lh cumprir
fie lmente ua prom e a . D eYem unir o exemplo ao
bon 011 elho. , lembrando- e de qu t êm para com la
uma como pat rnicla le e maternidad e e piritual que UJ
comunica, de alO'uma man eira caráter aoTado, donde
r ulta entre êle e o afilhado ou afilhada impedim ento
d matrimônio denominado par nt co e piritual.

CO ' L .\O PRÁT I A

1. 0 Em ca o de 11 ece" idade, não admi11i tra r o bati mo e ria


falta gra•e; logo todo o cri tão, podendo •ir a e r mi11i tro extra-
ordiná rio dê te acram ento deYe eonhcter a fórmula e a cerim ônia
enciai .
2. 0 auto go tinho chama o comp rom i o do bati ·mo o
maior de todos os votos; com efeito, não há pode r ne te mundo nem
no outro qu e po a di pen a r ele ,-fre r como cristão a quele que foi
batizado.
A reno \·ação dê tc \·oto "' arma podc ro a contra o demônio
0

e o pecado. ão João ri óstomo co ' tuma,·a rc ponder à uge tõc


do e piri to mau com e ta pa la n a : " A ti renun cio, e pírito mau ·
eu te de prezo e te aborrc ~o ! . . . - ô J e us, êde meu alnidor, a
•Ó ilnicame nte me con agro!" P oderíamo po r ê te exe rcício
saudáxel, alcançar, como o grande bispo, ele\-ado grau de \'irtudc.
3. 0 Enfim , é preci o enca ra r eria mente as fu nçõe el e padri-
nho e madrinha, e compenetrar- e muito bem de que não ão mera
formalidad e ou simples ob équio presta do a uma familia, ma sim
ato religio o, importando realmente no mai imp rio os ele\· re .

§ IV. - Cerimônias do bati smo.

I. e rim ôn ias preliminare para o ca tec úmen o . - II. eri m ônia con comi-
tan te d o ba ti mo, e ua ig ni(icação. - III. Cer imônia s s u bsequ entes.

266. - Dai a conhecer as principai cerimônias do bat ismo


e sua significação?

D e tas cerimônia , umas precedem, outra acompa-


nham e alo-uma e()"uem a admini tração do sacramento.
ão, tôd_a , belíssimas e muito in trutivas.

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334 SACRAMENT OS

I. A cen:monias preliminares, que precedem o


bati mo, ão tiradas da antiga in tituição do catecume-
nato. Era a im chamado o tempo consagrado a preparar
para o bati mo o a 1ul to pagão de ejo o de entrar na
r eligião cristã. Preparavam-no por várias cerimônias
pelo en ino religio o. Ora, são e ta cerimônias que
achamo no preparativo do batismo.
1.0 O catecúmeno é detido na
porta da igreja ou na entrada da
cap la da pia batismal. para mostrar
que ainda não tem direito de p enetrar
na a embléia do cri tãos e é o
bati mo que lhe franqueará o ingresso.
O acerdote, de obrepeliz, sím-
bolo ele inocência e santidade, e de
e tola, ímbolo de poder, interroga o
padrinho e a maddnha acêrca do
nome qu e quer em pôr à criança. "Que
d ejai da Igreja de Deus ?" diz êle
Pia batismal.
depoi . Ê tes respondem: " A f é ! -
Qual é o bem que a fé nos dá? -
A v ida t rna' . E o acerdote pro segue: "Se quiserdes
entrar na vida eterna, guardai os mandamentos: Amareis
a Deus com todo o vosso coração ... e ao próximo como
a vó me mos".
2.0 O acerdote sopra levemente no rosto da criança,
a im com,o Deus, no princípio do mundo, soprou no
prim ei ro homem para lhe comunicar uma alma viva e
santa. Traça-lhe, depoi , o sinal da cruz na fronte e
no coração, para significar que é a cruz de J e us Cristo
que nos redime e salva. Depois, estende a mão direita
na criança, para indicar que a Igreja toma posse desta
criança em nome de Jesus Cristo. As palavras que se
pronunciam, ao pas o que se fazem as cerimônias,
exprimem o sentido destas.

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BATISMO 335

3. 0 O sacer dote põe um pou o de al bento na bôca


da criança. É ímbolo da abedoria e do gô to para a
cou a cel te .
4. 0 Depoi oraçõe chamada :ror-
ci mo p 1 quai o ac r lote manda ao demônio que
r tir para d i:sa r o luo-a r a J e u ri to. F ito i to, o
acerdot p- a :str miclacl la tola ôbr a l'ian a e
então a introduz na io-reja ou na capela da pia bati mal.
5. 0 acerd ote r za, junto com o padrinho e a
madrinha em nome da criança o ímbolo dos apó tolo
profi ão de fé que por i me mo pronunciavam o
rate úmeno e a oração dominical prece por e:s eIAncia
do cri tão.
6. 0 I mitando No o nbor que um dia .curou um
homem urdo e mudo deitando-lhe um pouco de aliva
no ouvi do o acerdote umedece com aliva a extr em i-
dade do polegar. e então faz com ela um inal da cruz
no ouvido e no nariz da criança dizendo, corno o
alavdor: ' E phph ta. i to é abri-vos . É para abri-los
por a im dizer para a palavra de Deu e para a
frao-rân cia que recendem as virtude ordenada por
sua lei.
II. ~ e rimôm·a concomitante do bati mo se
reduzem a trA :
1. 0 R núncia ao deniônio. - Interpelando o cate-
cúmeno ou a criança o acerdote pergunta: ' Renunci ais
ao demônio ? - R enuncio, r e pondem o padrinho e a
·m adrinha. - A ua pompa ? - R enuncio. - As suas
obra - R nuncio".
2. 0 Unção com o óleo dos catecúmenos. - É óleo de
oliveira bento e consagrado especialmente para ê te uso
pelo bispo na Quinta-feira santa. O sacer dote, mergu-
lhando a extremidade do polegar no pequeno va o que
contém êste óleo, faz uma cruz no p eito e nos ombr os

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336 SACRAMENTOS

para indicar que a gra a de J esus


on ola ; n o ombro para io·nificar
ter á d levar sempre; o óleo mostra
jugo.
acerdot orno

Criador do

- C'1· w r e pondem pela criança o padrinho e a


madrinha.
r de m J u ~ ri to, eu Filho único, que
na u e ofr u.
- C1· io.
r e l no E pírito Santo,
na anta J 0 Teja católica, na CO-
IDW1hão do anto . na r emi ão
do p ecado , na viela eterna 1
Ci · io.
Qu erei r batizado 1
l'"a,•os para sa ntos 6leos .
O = ól eos dos ca tec tímenos . im, q nero.
O= !mlo crisma.
Então, o acerdote adminis-
tra o acramento do bati mo derramando água na cabeça
da criança e pronunciando a fórmula.
III. A e ri?nônia snbseqiientes ão também em
núm ro d trê :
1. 0 Unção elo santo crisma. - O santo crisma, misto
de óleo de oliveira e de bál amo, foi bento e consagrado
p lo bi po na Quinta-feira anta. É êste óleo é).nto que
há ]e ervir igualm ente na confirmação e na consagração
do bi po e do r ei . O sacerdote faz com êle uma unção
em forma de cruz em cima da cabeça da criança batizada ;

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BATI M O 337

indica que a rian a ' con ag ra 1a a J e u ri to como


ão o rei ; . a erdotc profeta , qu r ece biam outrora
a ou aO'ra ção pelo óleo anto.
2. 0 I mpo ição do tido branco : outrora vc tiam o
recém-batizado com túnica bran a, qu êle 1 vava durant
oito dia , como inal da ino An cia r e uperada. H oje o
ac erdote põe na cabeça da criança o bon' ou o v 'u bran co,
r ezando a fórmula antiO'a: "Recebei A. t ve tid o bran o,
e levai-o em má cula at é o tribunal de No enhor
Je u ri to' .
3. 0 Enfim. o pa lrinho e a madrinha O'Uram um
c1no ac ' O por ima da crian ça que de a.n a n o altar :
e ta vela indi a a fé que bri lha na alma do novo cri tão,
e a di,·ina caridade que lhe de \'erá co n umir a vida. A
fórmula que o . a erdote r eza explica-o aclmirà velmente :
"Recebei ê te -facho ardente e gua rdai a graça do vo . o
bati mo· ob ervai fi elmente o mandam nto da lei de
Deu , para que quando vier J e u ri to para celebrar
ua bôda , po ai ir ao encontro dêle com tod o o
auto na côrte cele t e gozar da vida eterna no éculo
em fim'.
ó r e ta então a entar n o. regi tros paroquiais a
alta do bati mo qu e de' erá trazer a firma do acerdote
que conferiu o acramento como tamb'm a do padrinho
e ela madrinha da criança. Em certo lugare , é u o
tocarem- e o ino para mo trar o júbilo pela in. crição
de um novo cri tão no r e()'i tro da Igreja e perando-. e
QUe erá igualmente Ín crito 110 lÍVTO da Dem-aYenturada
eternidade.
COX CLUSÃO PRÁTICA

ão ão as cerimônia do ba ti mo cri t ão adm irá,·eis e cheia s


de en iuos~... emp re que no fôr dado pre enciá·la , ora como
simples a i tente , ora como padrinhos ou madrinha lembremo-
nos qu e um dia cumpriram-se as mesma carimôuias ôbre nós e

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33 SAC RA VENTOS

para n6 ; eseutemos a ntos as belas e instrutfras liçõe que delas


dimanam . . . T ambém n6 , temo ido a r rebatado ao podere do
inferno, marcado com o inal do cristão pela água bat· mal e
con a rado a Deu pela unção do óleo do catecúmeno pelo
san crisma. Também nó , mo renunciado· ao demônio,
pompas e às suas obras; tam bém n6s, nos demos a J e u
Como andamo em relação ao cumprimento de ta prome a L.
Temo con errado ilibado o manto imaculado da inocênci:i ...
Levamo nas mão , e empre ace o o facho da fé da boa
obra '. . . R flexõe audávei , e ta , qu eria ú il concluirmo ,
ca o a con ciência censura e alguma cou a, voltando para a inocên-
cia e a justiça, ou quando meno renovando s riamente o compro-
m iuo e os voto do no so bat mo.

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C ONFIRMAÇÃ O 339

CONFIRMAÇAO ou CRISMA -
§ 1. - ' oções ge r a i d a co nfirm ação .

Definição. - Instituição dh·ina. - Sinal sensÍ\·el : matéria e forma.


Necessida de da confirmação.

267. - Que é confirmação ou crism a ?



R. - Confirmação (do latim confirmare, fo rtiffrar,
firmar ) é 11m sacramento que nos dá o E pírito anta com
a ab11ndância do seu dons e nos fa z per[ citas cristãos.
i. confirmação vem em segundo lu ()'ar na ordem do

A confirmação dá-nos o Espírito Santo e faz-no s perfeitos cri8tãoa.

acramento , porque primitivamente, daYa- e logo depoi


do bati mo, de que é complemento. O bati mo dá a vida
e piritual, a onfirmação a de envolve. O bati mo faz
na ccr o filho de Deu , a confirmação o faz cre. cer,
tran fo rma- o em homens forte e oldado de ri to:
de tal maneira que o cr i tão confirmado deYe er cri tão
perfeito, corajo o na fé e na práti ca de todo o deveres.

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340 SACRAMEN TO S

Ora, êste aperfeiçoamento se obtém p elo E spírito Santo


que se r ecebe com a abundância do seu dons.
268. - Qiwm instituiu o sacramento da confirmação?

R. - Foi Nosso Senhor J esus C1·isto que institiiiu


ê ·te sacramento; todavia, o E vangelho não relata as
circunstâncias precisas n em a clata do seii estab elecimento.
Segundo a opinião mais provável foi no t empo que
correu entre a r es urreição e a ascensão, quando o
Salvador fa lava aos apóstolos do reino do céu, anuncia-
va-lhe a vinda do E spírito Santo e lhes revelava im-
portantes mi tério . Sej a corno fôr, ão Lu ca , no livro
do Ato , nos dá a conhecer a existência dêste sacram ento,
quando diz: " Os apóstolos punham as mãos sôbre os que
acabavam de batizar e ê te r ecebiam o E spírito Santo"
(At., vrn, 27). Ora ninguém que não fôsse o so Senhor
J esus Cristo podia ligar a êste inal en ível, a imposição
da mãos, graça tão extra ordinárias como as que mar-
cavam então visivelmente a de cida do E spírito Santo.
Portanto, o concílio tridentino, firmando - e aliá na
tradição, enumera a confirmação entre os sete sacramentos
divinamente in tituídos por J esu Cristo.
269. - Qital é o sinal da confirmação ?

R. - A matéria da confirmação con iste na imposição


elas mãos p elo bispo e na iinção qiie faz com, o santo
crisma, em f arma. ele criiz, na front e elo conf frman clo.
A forma elo sacramento de confirmação consist e
n estas palavras, que o bispo pronuncia: E ii te marco com
o sinal da c1·uz e t e conf irmo com o crisma ela salvação,
em nome elo P acl1·e, e do F ilho, e do ·Espíri to Santo .
I. A matéria da confirmação vem mencionada nos
Atos dos apóstolos. O santo cri ma é um misto de óleo
de olivefra e bálsamo, que o bispo benze e consagra
solenemente no ofício da Quinta-feira santa. O óleo deve

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CONF I RMAÇÃ O 341

ser de oliveira, porqu e era o úni co u ado na Judéia n a


época da in titu ição do acrarnento . Indica man iclão e
fô r a, a im como a luz ornunicada pelo E ·pírito Santo.
óleo n e. de fato, para ·uavizar, fo rtalec r e al umiar;
imboliza mu ito bem o efeito inv1 1veis pro lu zidos
na alma p elo acrarn ento de confi rm ação. bál amo é
ub tân ia odorífera pro luzida por certa ár vo res ela
Judéia e ela .Arábia; . ua fragrância indica o p erfume
agradável da · virtude. cri tã , qu e deve praticar a p e oa
confirmada. \. tm ção é f eita na fro nte para mo.trar que
o cri. tão confirma ]o nã o el eve cora r el e J csus Cristo, mas
im leyai· n obrern ent na fronte o inal da crnz, que
:intetiza . ua doutrin a.
II. \ foi' ma lo . acramcnto ele confirmação consi te
ne ta palavra . . qu e o bispo p ronun cia enquanto vai
fazendo a irn1 o i ·ão la. mãos e a un ão . anta: ·' Eu te
marco com o inal ela c: rn z te confirmo com .o cri ma
la ah ação,· em nome el o P adre. e el o Filho e elo E. pírito
anto " .
Conform e r epara sa nt o Torna z, . ão e:tas palavTa
forma mnito ac.l equacla da co nfirma ão, pois exprim em
mui to b m o que en c:. rra ês te . acrarn ento: o . inal ela
cruz cara terizaudo o soldado de J e. u Cri to, a fôrça
e piritual el que o ri. ma é símbolo, e a oriO'em de ta
fôr ça qu e não é cnão a . antís. irna rrrindacl e.

2 70. - erá n cc ssário o sacram en to da confirnwçcío para


er salt·o ?

R. - ão; mas privam-se de muitas graça e p cani


os qu e d i.i:a m de o r ccb r por n r;iig ' 11éia.
Não há nece sidad e absoluta el e r eceber o acr amento
c1 confirmação para . er ·aho, corno eria o ca o para o
bati mo. En tretanto .ao in tituí- lo. No o enhor não
pretend eu fazer cousa inúti l. e para todo o qu e podem
r ece ber a o nfi rm a ç ã~>, haveria pecado em não r ecebê-la.

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342 SACRAMEN TOS

Quem se afastasse, por desprêzo ou n egligência, cometia


falta grave; pois isto seria a um tempo desconhecer um
grande benefício de Deus e privar-se de graças preciosís-
simas, talvez necessária à salvação e também ir de en-
contro às intenções de Josso Senhor e da santa I greja.
Esta falta, como tôdas as mais, poderia ser expiada
e reparada pela confissão acompanhada de arrependimento
e firm e propósito; mas esta última condição deve encerrar
a re olução de receber a confirmação, caso isto seja
po sível ainda.
CONCLUSÃO PRATICA

Como outrora os atletas untavam o corpo com óleo para


fortalecer os membros e os tornar capazes de suportar as fadigas
da luta, assim nós, atletas espirituais, somos fortificados pelo
Espírito Santo, figurado pelo santo crisma, e achamo-nos armados
para arrostar os perigos do combate e levar a palma do triunfo.
Acusem-se a si mesmos, por suas fr a quezas e der rotas, êstes
cristãos que descuidaram de receber o sacramento qu e os podia
tornar corajosos e fortes! . . . Quantas quedas hã o de ser conse-
quência funesta da sua negligência ou do seu desprêzo ! I os pri-
meiros séculos do cristianismo, se Nova to f ez um ci ma lastimável
e veio a ser herege, dizem os historia dores da Igreja que suas faltas
tiveram por única causa o seu desprêzo da confirmação .
A mesma culpa cometem os que não se preparam a receber
o sacramento da confirmação quando sabem a época da visita
pastoral do bispo e não se apresentam quando se lhes oferece
ocasião de participar de tão grande e útil sacramento.

§ II. - E feitos da confirmação.

Quatro efeitos principais : 1.º graça santifi cante; 2. 0 E spírito S anto : seus
sete dons e doze frutos; 3 .0 ca r áter : 4. 0 graça sacramental.

271. - Qiiais são os ef eitos ào sacramento àe confirmação ?

R. - O sacrarnento de confirmação produz quatro


efeitos principais :
I. Aiimenta a graça santificante que já se possuía.
II. Comunica o Espírito Santo com todos os seus
dons.

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O ONFI R M AÇ ÁO 343

III. I mpri?ne na alma caráter indelével de perf eito


cristão soldado de J esus Cristo.
IV. Fortifica-nos na f' e dá-nos mais fô rça e cora-
gem para ervirmos a Deus.
I. Annienta a graça santificante que já e po uía;
é um acr é cimo de riqueza e pirituai e de méritos para
o 'u ajuntado à virtude cristã e ao don já r ecebidos
no batismo.
II. omunica o Espírito anta, ter ceira p essoa da
antí ima Trindade, a im como J esu Cri to o deu aos
apó tolo no dia do Penteco te ; não com o mesmos
pr odío·ios exteri ore e efeito extraordinár io : lom da
lín gua , dom do milagre é v~rdadc ;' por ém, com a
me ma gra a interiores e abu ndân ia dos ete dons:
sab edoria, int ligAncia, conselho . fôrça, áência, piedade
e temor de Deus.
É o profeta I aía que revela ê te don maravilhoso
do E pírito anto quando diz que ao r epou ar na pessoa
do alvador há de comunicar-Uie cada um dê te precio os
efeito da sua pre ença.
P elo dom de ab daria, conhecemo e procuramo os
ben ver dadeir o , não os ben dê te mundo. ma o da
eternidade.
I ntelig Ancia é um dom pelo qual entendemo as
ver dade da r eli gião e delas no compenetramo . Deixa,
com cer teza, u b i tir o mistério, porém de venda sua
conveniência , beleza e harmonia e prepara-no adm irà-
' V lmente para r e ebermos o en ino divino.

Cons lho é um dom que norteia nas ocorrência


difíceis ajuda para di cr iminar com acêrto o verd adeiro
elo fal o, e vale ainda para orientarmos os outr o n as
trilha do bem. ·
F ôrça ' um dom qu e incute o ânimo, a ener gia
nece ária para preenchermos to dos os n o os dever es;

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344 S A C RA ME TOS

auxilia-nos para derrubarmos todos os obstáculo e


fa zermos fr ente a todos os p erigos me mo ao suplícios
e à morte. .1
'I.. ciên cia aqui mencionada não é cência do mundo,
ma sim ciência de Deus, da verdade, do dever: é um
dom que nos aponta as sendas p elas quais havemos de
enver edar para alcan çarmos certamente o nos o fim .
Piedad e é um dom p elo qual con ideramos a Deus
como pai extremoso, sentim os gô to e deliciamo-nos nas
práti ca r eli giosa , e achamos encanto suaví simo em
servir a Deus e amá-lo.
O t emor d e D eus, do qual se trata aqui, não é o
r eceio da sua justi a ou do seu castigos; mas antes,
r e peito r epassado de amor qu e n o leva a fugir de tudo
qua nto lh e pod e desagradar , corno t odo o bom filho evita
o que podia magoar a seu pai. É dê te temor filial, dom
do E pírito anto, que e diz na E critura: " É o comêço
da abedori a " (Salmos , x, 7 ) . '1..lém dê t es sete dons do
E spírito Santo, o apóstolo ão Paulo enumera doze fnitos
da ua presença. São : " caridade, - alegria, - paz,
paciência, - benig nidade, - bondade, - mansidão,
longanimidad e, - f é, - modéstia, - continência,
ca tidade" ( Gal ., v, 22 ) .
III. O ter ceiro efeito da confirmação, é imprimir na
alma caráter indelével de perfeito cristão e soldado de
J esus Cristo. Éste caráter, mais glorioso e mais nobre
aos olhos de Deus que todos os distintivos das dignidades
humanas, fi cará no cristão como sinal de glória, se fôr
para o céu, e corno ferrete de vergonha e ignomínia, se
merecer o inferno.
IV. Enfim , a graça sacramental da confirmação
fortifica-nos na fé do batismo e ]á-nos mais fôrça e
coragem para servirmos a Deus. Por isso é que dizemos
que êste sacramento nos faz perfeitos cristãos. -

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C ONFIRM AÇÃ O 345

CONCLU ÃO PR ÁTI A

O acramento de confirm ação não e recebe du as vêze }fa


acontece s que ·eu efeito diminuí em ou me mo e perd em
p lo p cado e peci almcnte pela re i tênc ia ao E pirito a nto
pod ríamos, como diz ão P aulo, " re u cita r a graça que ao t m
ido dada um a vez pela impo ição das mão do bi po" ( II T im.,
11 6 ) . Parai o, qu e e preci a? Recuperarmo o tado de graça
pedirmo ao E pírito , anto que a o devolva ua luze e ua fôrça .
O E pírito anto é l uz : não apaguemo cm nó u divin o
fulgore , morrn nt pelo pecado ensuai , que precipitam a al ma
na trevas.
É f õrça, ma ponh a mo · ntido m não re i tir ao eu ua ve
irnpul o . P elo contrário, inrnqucmo-lo e êlc, em temp azado,
incuti r-no -{1 o âni mo el e confc• . armo a f' com o coração, a bôca
o a tos ; aux ili a r-no -á para dcbel::irmo o re. prito lluma110 e tôda
a tentaçõ d fraqueza cobardia; da r-no -á o triunfo contra
todos o inimigo da no a alrnçáo: o mundo, o d mônio, a ca rne;
enfim , 11 0 o cudo, o noH o ampa ro para upo rtarmo com
p a ·iêacia tôda pena ad1·1:r idade da dda, ca o Deu o
p di cl nó , em di as p r ·egui1;ão, no ajuda ria a ofr r po r
sua causa o torm nto a mort • como fiz ram milhõ 1 míLr t irc
do prim eiro éculo .

§ 111. - Minis tro, uj c ito, cPri m ô ni a da co níirm ação .


• lini• tro ordinúrio p ztrnurdinúrio. - ,'ujeito dn confirmnçiio.
Di po içõe ex igida . - Principai e rimõnias: 1.0 preliminare ; 2.0
concomitnntes; !l. 0 uh. equentf\ .

272. - Qual é o mini.~tro do . acrc1111t'11/o d co11fir111ai;ão ou


cri.sina ?

R - O ministro do acram nlo da cri ma ' o bi po .


un f l' id o p o r qualq m r bi p o, lu e a li[
C'On Yrn i n tr nw n tr o <:(' rimon ial, êste rá
1•âli<lo, mas 1rnra qu a . ua atlmini tra eja lícita o
bi. po pn' ·isa t r r juris<li ·ão. E a juri: li c:ã , p o.' 1mi-a
papa n a ] cq· ja int eira e o bi"P na r ' preti va dior.e e.
l 'm s implt' · sa rr rdotr p tl r tornar- e mini tr cflra-
nrdilllírio da r r i. ma. r m Yi r nel e d uma l lPg-a;ão r. I eial •
outorg-atla prl0 ,'umo P ontífie . Ê -. t p dn le admini. tra r
vúlida r lkitam •nt a t•o n fi rma<;ã comede- Yêze. a

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346 SACRAMEN TOS

sacerdotes mi sionári os: mas unicamente o papa o pode


dar e o imples sacerdote assim delegado deve usar santo
cri sma con agrado por um bispo. Afora esta autorização,
a confirmação ministrada por um sacerdote seria ilícita
e inválida no mesmo tempo.
273. - Qual é o s1ijeito do sacramento de confirmação?

R. - S egundo a r egra geral, bastan·a ser batizado


para se poder, válida e licitaniente, r eceber a conffr1nação.
Era uso na primitiva Igreja, dar a crisma logo depois
do batismo, até às cri anças. Na Igrej a latina, contudo,
co tuma-se atualmente dar a confirmação somente aos
que têm idade de razão e as di posições julgadas
sufi cientes. Ordinàriamente só são admitidos os qu e já
fizeram a primeira comunhão.
274. - Que disposições deve t er mn ad ulto para receber
di.gnamente o sacramento de confirmação ozi crisma?

R. .- Para r eceber dignam ente a crisma é mister


achar-se a pessoa em estado d e graça, conhecer os mistén 'os
principais de nossa f é, apresentar-se ao bispo com r espeito
e devoção.
1. 0 Deve ter o estado de graça; do contrário,
cometeria um sacrilégio. A confirmação, com efeito, é
sacramento dos vivos. Se fôsse r ecebida com pecado
mortal, ficaria o car áter impresso na alma; mas haveria
profanação, e não se lucrariam as graças anexas ao
sacramento: todavia, recuperando-se a gr aça santif icante
por uma boa confissão, tornam a aparecer todos os efeitos
da crisma.
Ainda que muito úti l quando possível, não é contudo
de obrigação estar de jejum ou comungar no dia em . que
. se recebe a confirmação .
2. 0 Deve-se conhecer as principais verdades da
r eligião, e particularmente a natureza e os efeitos dêste

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CONFIRMAÇÃO 347

sacramento. O bilhete de admissão, trazendo o nome do


confirmando e a firma do sacerdote que o apre enta, é
prova de uma instrução julO'ada uficiente.
3. 0 o momento da recep~ão, devemos ficar reco-
lhido , em união com os apó tJlos no cenáculo; como
êle , de ejar com ardor a vinda do E pírito anto
chamá-lo por no o ro O'o instante , e a êle con agrar-nos
no intuito de servir a Deu mai fielm ente.
4. 0 Enfim, o exterior deve traduzir e ta di po içõe
da alma; há de er mode to e recolhido; o traje , decentes,
em afetação: o ro to e a te ta, que tem de receber a
un~ão agrada, erão muito limpo . Qu ando é hora de
r ceber a unção do óleo agrado levanta- e um tanto a
cabeça, com o cabelo afa tado, e não e leva a mão à
te ta enquanto o anto cri ma não houver ido cuidado a-
mente enxugado por um ministro sagrado.
275. - Quai são a principais cerimônias da cri ma?

R. - Para administrar o sacramento da crisma,


primeiram nt , o bi po, d pé, est nde as mãos sôbre os
qit e vão crismar, 1·nvocando sôbre Al o E pírito anta;
depoi , com o anta cri ma, fa z 111na cruz na testa de cada
wm, dizendo a palavra da forma do sacramento da
cri ma : Eu te a ina lo com o inal da critz e confirmo
com o cri ma ela alvação em nome do Padre, e do Filho
e do E pírito anta. Em eg1àda bate na face do cris-
mando, dizendo: A paz seja contigo. Por último, de pé,
dá.. a b Anção a todo o cri mados .
I. Cerim ônia preliminar e . - 1. 0 O bi po, ve tido
do roquete, e pécie de obr epeliz ímbolo de inocência;
d capa, mitra estola, in ÍD"nia do eu poder e da sua
autoridade, lava primeiro a mãos para mo t rar a grande
pur za d alma que exige a função augu ta que vai
cumprir.

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348 SAC R A MENTOS

2. 0 De pé, no meio do altar, começa invocando o


o orro de Deus; depoi , est ende ambas as mão sôbre os
que devem er confirmados e estão ajoelhados, de cabeça
in clin ada. Enquanto e tá fazendo esta primeira imposição
da mão sôbre os que têm de er confirmados, e para
mostrar que o E pírito Santo toma pos e dêles, r eza em
alta voz uma oração na qual enumera e p ede os sete dons
do Espírito Santo pela mediação todo poder osa de J esus
Cristo Jo so Senhor.
II. Cerirnônias concomitantes. - 1. 0 O bispo, em-
punhando o báculo na mão esquerda, aproxima-se de
cada um dos confirm ando , - ou ê te se cliegam a êle, -
e faz a unção do anto crisma na te ta, pronunciando
a fórmula sacr amental, enquanto a mão direita ainda
de cansa na cabeça do confirmando : ao terminar a
fórmula, dá por três vêzes a bênção em nome da Santís-
sima Trindade ao qu e acaba de marcar 1com o sinal da
cruz e o anto crisma.
2. 0 Dá então ao confirmando leve bofeta da no rosto
d izendo : " A paz seja convosc.o !" para lhe significar que
deve uportar tudo por J e u Cristo, até as afrontas, e
a paz erá o galardão de ta coragem.
III. Ceri?nônias snbseq1ient es. - 1.0 Depois de ter
dado o bispo o sacr amento a todos os que lhe foram
apresentados, purifica as mãos, e canta-se uma antífona
que encerra votos para a perseverança dos confirmados.
2. 0 Reza em alta voz por todos os confirmados, que
fi cam de joelhos, alguns ver ículos acompanhados de
uma última oração, na qual pede que o Espírito Santo
p ermaneça para sempre nesse t emplos que acabam de
lhe ser consagr ados, e os faça dignos de participar de ·sua
glória; pronuncia, enfim, uma última fórmula de bênção.
3. 0 A cerimônia encerra-se com a r ecitação, em voz
alta, por todos os confirmados, do símbolo dos apósto,los,

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o FIRMA ÃO 3-! 9

ínte e da f' ri tã, pela e ombat r; ela


oraçiio dominical . a pr e p r ia, e da auclação
ang'lica pela qual onliam a N nhora a per e-
veran a prom tida. onv~m r etirar ante d
ter ofer ido açõe d g ra ·a. a r ezado e pe ial-
mente pelo bi po que admini acramento da
confi rm a ão.
É u o tomar. por ·a ião ela confirmação, um DO\ o
nome acre centado a do bati, m . ralm nt e na ri ma,
há um pa drinh o ou uma madrinha como para o bati mo .

O~ CL ÃO PRÁTI CA

O acramento da confirmação niío rec b nã o uma vez na


vida; o mini tro ' um bi po, im·e tid rande dignidade e ela
plenitude do acerdó io; comunica gra ~a important ; outro
tanto moti vo para no preparnr cuidado a m nte, r cebê -lo om
muita fé e piedade verdadeira e con errnr pr cio amente todo os
s u frut o .
Muito melhor ainda que o cri tiio in1ple mente batizado o
católico cri mado é rei, acerdote, profeta. D ve r inar ôbre uas
paL"\Õe , imolar em holocau to ua \Tontade e ua concupi ência e
con tituir- e ntima do dever. qual um profeta também, de,·e fitar
a vi ta em Deu , ver a verdade divina , e não e ele viar do cu
de tino ublim que é o céu, com Deus Padre, com J e u ri to e
com o E pírito anto.
' ó Deus meu , que oi todo amor, reza êle u vo agradeço
por me terde dado vo o E pírito anto. Kão deix is qu e cu
entri teça em mim o E pírito de antidade e de caridade! Para
manife tar a minha gratidão, nunca li i de corar quando tiv r de
n10 trar a 111 inha f '!" .

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350 SACRAMENTOS

"'
PENITENCIA

§ I. - oçõe ger a is d a p e ni t An c ia .

Definição da penitência: virtude e sacramento. - In st ituição divina.


Sinal sensível: matéria e forma. - Necessidade da p enitência. - Quatro
ef itos do sacramento. - ondições requeridas para a absolvição.

2 76. - Que é penit{ncia?

R. - A palavra penitência significa arrependimento


e expnm a um tempo virtude e sacramento. - Virtude

Na confissão, Deus acolhe o pecador arrependido, como o pai de


família perdôou ao filho pródigo.

de p nitência ' iim sentimento de dôr que nos leva a


odiar nossas culpas expiá-las para alcançarmos o perdão.

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PENITtNCIA 351

O sacram nto de p nirncia é sacramento instititído


por os o enhor J e us Cri to para remitir os pecados
cometido depoi do bat1' rno.
palavra p nit Ancia vem de doi vocábulos latinos,
po na, pena ten t, e()'u ra. empre e em todo lu ()'ar, foi
conhecida e praticada a virtude de penitAncia; é o meio
d e r eparar o p e ado. o entanto ante de J e u Cr· to,
dificilment p odia o p ecador ficar certo de t er alcançado
o perdão.
Ia ua bondade, o o enhor qui que certo ato
de penitência fô e acr amento e a ê te ato li gou a
certeza do perdão. E a im, definimo a penitência :
sacramento instituído por o o enhor J e us Cristo
para remitir o pecado cometidos depois do bati mo .
.- Aqui fala- e tão õmente do pecado cometido depois
do bati mo, poi o que precederam a ê te acr amento,
quer o pecado original, quer o pecado atuai , ão
r emitido pelo bati mo.
277. - Quando instituiu J esus Cristo o sacramento de
penitência?

R. - osso enhor instituiu a peiiitência no dia da


sua ressurreição, para rnelhor indicar, por assim dizer,
que êste acramento realiza o milagre da ressurreição das
almas mortas pelo pecado.
Já dantes, o prometera a eus apó tolos, dirigindo-lhes
e,sta palavra : ' Em verdade, vo-lo digo, tudo quanto
ligardes na terra será ligado no céu, e tudo quanto
desligardes na terra será desligado no céu" (S. Mat.,
xvrn, 13 ) . Levou a efeito a promessa quando, no dia de
P á coa, aparecendo aos apóstolos r eunidos no Cenáculo,
soprou nêles e clis e: " Recebei o E pírito anto: os
pecados serão r emetidos a quem os r emitirdes, e serão
r etidos a quem os retiverdes" (S. João, xx, 22, 23 ).
lnat. R el~ . - 12

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352 SACRAMENTOS

278. - Qual é o sinal sensível do sacramento de penitência?


R. - A matéria do sacmm ento de penitência são os
pecados com&tidos dep ois do batismo. A forma consiste
nas palavras qiie o ministro pronuncia ao dar a absolvição
dos pecados. " E ii t e absolvo de todos os t eiis pecados, em
norne do Padre e do F i lho e do E spírito Santo)).
Na penitência , não há, como na maior parte dos
sacramentos, elemento - corpóreo e vi ível, fazendo de
matéria e indicando os efeitos invisíveis da graça. O
sacramento de p enitência possui, contudo, matéria muito
r eal: são os pecados cometidos depois do batismo, e o que
a torna patente e de alguma maneira, presente, são os
atos do penitente : contrição que tem interiormente e
exprime, confissão que faz das suas culpas e satisfação
ou reparação que já tem feito por seus pecados ou
tenciona ofer ecer a Deus.
II. A forrna do sacramento de p enitência é clara-
mente determinada: consiste nas palavras que o ministro
pronuncia ao dar a absolvição dos p ecados. Eis a fórmula
essen cial : " Eu te absolvo de todos os teus pecados, em
nome do Padre e do Filho e do E spírito Santo". Dizemos
que estas palavras ão a fórmula essencial, i to é, que são
n écessárias e suficientes para a validade da absolvição;
a fórmula sacramental usada é contudo mais extensa;
indica que é em nome de Jesus Cristo que o sacerdote
r emi te os pecados; enuncia e afasta tudo o que, por parte
do penitente, podia vir a ser empecillio para a r ecepção
do sacramento, e termina por uma oração na qual o
sacerdote p ede a Deus que sirvam todos os atos expiatórios
oferecidos p elo penitente para reparar seus pecados.
Esta sentença de perdão chama-se absolvição.
279. - O sacramento de penitência será necessário à salvação ?
R. - O sacramento de p enitência é n ecessário à
salvação para todos os que, depois do batismo, se tornaram
culpados de pecado mortal.

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P E N I T t NC IA 353

Geralm nte, não podem alcançar eu perdão enão


pelo acramento de p enitência, quando é po h el r e ebê-lo.
É a segun la tábu a clepoi do naufrágio, é meio de
alvaçã tão n ece ário depoi do eO'undo naufrágio,
como o bati mo d poi do primeiro. P or ' m, e fô e im-
po ÍYel a r ecep ção da penitência alcan ar- e-ia o per dão
p la contri ção perfeita ; ma ju tam ente, para er per feita,
e ta deve encerrar o de ejo do acramento.
Ante que a I gr eja n o fize e um preceito da con-
fis ão e da ab olvição acramental, No o enhor tinb a
formulado de modo equivalente e ta obr iga ão. Com
ef eito nada cria que eja inútil e de de que e tabelecia
o acer dote mini tr o de p erdão, en tendia que t odo
o pecadore. e vale em dê te auxílio. Qu ria, portanto.
obriO'ar-no a r ecorrer a êle e não e tabeleceu outro meio
para e obter o p r dão do pecado cometido depoi do
bati mo.
280. - Quais são os efeitos do sacramen to d penit ê ncia?

R. - O sacramento d e p nitência p r oduz os g'1lint es


efeitos :
1. 0 R em i t e a culpa a p ena t rna do pecado.
2 .0 R estit u i a graça antificant .
3 .0 R e tifoi o m 'rito d tôdas as boas ob ra ant e-
no r pe rdido pelo p cada.
4.0 D á d ir ito a graças atuais q 1'e aj udam o pecado r
a m en dar- e a per ever ar na justiça.
Para bem compreenderm os o efeito do acramento
·, de penitência, é mi t r que ejamo inteirado do efeito
do pecado, que o acramento tende a de t ruir. Ora, o
efeitos do peca lo ão : 1.0 a culpa ou mancha da alma,
que exclui a rrraça antificante e o p ado fô r mortal ;
2. 0 a pena que o pecado mer ece 1uer para o t empo, quer
para a ternidade; 3. 0 no ca o de pecado mortal. a perda
dos m'ritos pr' viamente engaria lo .

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354 SACRAMENTOS

O sacramento de penitência produz os seguintes


ef eitos:
1.0 R emissão dos pecados, sendo êste, seu efeito próprio
e direto. A r emissão é f eita não somente quanto à ciilpa -
ou mácula, senão ainda quanto à pena et erna: todavia a
p ena temporal, de ordinário, não é totalmente p erdoada.
2. 0 Graça santificante, isto é, a graça da jitstificação
ou primeira graça que, de pecador, faz justo. Contudo,
se o que r ecebe o sacramento de penitência, já tivesse a
graça santificante, t endo, por exemplo, só pecados veniais,
r ec.eberja segunda graça santificante ou aumento da
primeira.
3. 0 R estituição dos méritos, isto é, a absolvição faz
r eviver o mérito de tôdas as boas obras anteriores, perilido
pelo pecado mortal.
4.° Como efeito último, a penitência tem graça sacra-
m ental própria: é um direito a graças atuais medicinais,
que hão de auxlliar o p ecador para emendar seus defeitos
e perseverar na justiça. P or isso r epete-se a aplicação
dêste r emédio espiritual e é vantajosíssimo usar dêle
amiúde, embora só houvesse na consciência faltas veniais
ou meras imperfeições.
281. - Qiiais são as condições para recebermos a graça da
absolvição?

R. - Tr ês condições são necessárias para recebermos


a graça da absolvição : contrição, confissão e satisfação .
Costuma-se r elacionar a cada uma destas partes
integrantes do sacramento, tudo quanto se refere à
penitência; por isso, arredar -nos-emos um tanto da ordem
seguida até aqui na explanação dos sacramentos e, em
outros tantos parágrafos, trataremos sucessivamente da
contrição, confissão e satisfação. Teremos ensej o, falando
na confissão, de dizer algo a respeito do ministro, sujeito
e cerimônias do sacramento de penitência.

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P EN IT t N C IA 355

CO:fCL SÃO PRÁTI CA

E m J eru além, havia outrora uma fonte milagrosa, chamada


piscina probática. Em c rtos momento , o anjo de Deu agitava-lhe
as águas, e então, o prim eiro qu o mergulh a e na fonte, aia logo
perfeitamente cu ra do, io e qual foss e a doença. Era fig ura d ta
miJagro a fonte de perdão, aberta para todos os cri tãos no sacra-
mento de pen itência.
Amor e gratidão a ri o por er-no p r parado ê e audável
banho q ue puri f ica ôda a nódoa , cu ra tôdas a enfe rmida des
da alma!. .. ão um a, mas muitas e muita vêze j á experimenta-
ml)s eus benfazejo ef i tos ... O Evangelho narra o júbi lo do pa ra-
litieo curado po r X o o en hor, pe rto da pi cina probática onde,
de de trinta ano , e ta,-a esperando· mão ca ridosa que o pusesse
na água ... E ta mão caridosa, encontra mo-la quantas \"êzes qu ere-
mos. . . Agradecido, ó meu J e u , po r terdes e tabelecido pe rto de
mim, e em permanência, o tribunal do perdão, e um ace rd ote empre
pronto para curar-me ! . . . H ei de recorr r muitas vêzes ao sacra-
mento de penitência.

§ II. - Co ntrição.
Noção geral dn cont riç ão. - Di\·isã o da matéria.

282. - Que é con tr ição?

R. - Contrição (do vocáb ulo latirn cont erere, con-


trit uni, qiie significa magar ) é uma dôr de t r ofendido
a JJ eus com o propósito f irrne d não o ofender mais para
o futuro.
a etimologia, contrição é, poi , bm como
e mao-am do cora ão, pr o trado pela imp r e ão de
uma dôr Yiví ima de ter magoado a D eu pelo pecado.
' empre, r za o concílio de 'l'r nto, a contrição foi neces-
arJa para al ançar o per dão do pecado . É ela que
pr para o homem caído d poi do batismo a r eceber o
p r clão' (,' . Xl\', rv ) . om efeito, 1111em haveria
cl perd oar ao que o tive e ofendido e não manife tas e
arrependim nt al"'um 1. . . Pode acontecer que D eus
r emita o pe ado em a confi ão quando e ta é impos-

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356 SACRAMENTOS

sível; ma não pode p erdoá-los sem a contrição ou a dôr


de tê-lo ometido.
Para er r al, a contri ção deve abranger a um tempo
o vassado e o futuro. Quanto ao pas ado, é a dôr de t er
ofendido a Deu ; para o futuro, é a vontade firme de
não o of nder mai : ent nde- e fàcilm nte que o arrepen-
dimento verdadeiro encerra for çosamente a vontade de
não pecar mai . E ta matérias são importante e exicrem
de envolvim ento no qual diremos: 1. 0 as q1lalidades da
boa contrição· 2.0 quai são as diws espécies de contrição;
3. 0 o que dev er o firme propósito.

1. - Qualidad s da contrição.
Quatro qualidad es da contri2iio : 1.º interior; 2. 0 universal ; 3. 0 soberana;
4 .0 obr nu tu mi.

283. - Que qualidades deve ter a contrição para ser boa?

R. - Para ser boa, a contrição dev e t er qiwtro qitali-


dades · deve ser : 1. 0 interior; 2.0 univ ersal; 3.0 sob erana;
4. 0 sobrenatitral.
1. 0 I nt rior : a contrição deve exi tir r ealmente no
coração, e não con i tir implesmente em palavras e sinais
exteriore . D fato, quem cometeu o p ecado, foi o coração:
" Do coração diz No o enhor, é que aem os maus
pensamento , crime r oubo inju tiça , blasfêm ias, etc ... "
( . Marcos, vm, 21-23) . Logo, é do coração igualmente
que tem de vir o arrependimento.
2.0 Universal : a contrição deve compreender, quando
meno todo os p ecados mortais &em excetuar, um só.
A r azão é que a ação do acramento deve estender-se
sôbre todos o pecados que constituem sua matéria, e um
dêle não pode ser r emetido sem o outro. É impossível
fi car no mesmo tempo, amigo e inimigo de Deus e,
portanto, quem não tivesse arrependimento nem firme

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PENITtNCIA 35 7

propó ito para um p ecado mortal, não podia r eceber o


perdão de nenhum. 'l endo o p enitente ó p ecado Y 01a1
de,-eria ter quando men o a contrição do ma10re do
mai voluntário .
3. 0 ob rana: a dôr do p ecado deve s r maior que
tri t za porque, d e fato, o p e ado é o
. I to não quer dizer que e a lôr, para
r verdad ira, e deve e:s:ternar por gemid o e lágrima
e er n e e àr iam ente en ÍYel, não : há prova õe qu
n o· comoYem mai en 'ivelment como a p erda dos no o
pai ou me mo do no o bens. Mas cumpre ficarmos
interiorm nte mai magoado pela de 0 Taça d e termo
ofendido a D eu do que por outra qualqu er desO'raça.
4.0 obrenatural: a contrição não d eve ba ear- e em
motivo naturais ou humano como a p erda da reputação,
coo equência de a trada que o pecado acarreta e para
no a aúde ou fortuna; ma há de er obreruttural de
doi modo : 1. 0 na orig m · 2.0 no motiv os. Na orirrem:
de D eu , não de n ós m e mo e excitada em nó pelo
E pírito Santo a qu em a p edimo . o motivo : isto é,
a r azões de n o o arrep endimento erão a qu e a fé
aponta : 1.0 a infinita bon dade de Deu que o p ecado
ofend e ; 2. 0 o ofrimento e a morte de J e. u Cri to na
cruz, cau ado p or no as falta ; 3. 0 a p erda da graça
antif icante e do c 'u que teria ido a r ecom pen a da nos a
santidade, enquanto o pecado no-lo tira e no torna,
p elo cont r ário, r éu da penas do inferno, seu muito
j u to ra tigo.
II. - Diferentes espécies de contrição.
Contrição perfeita, imperfeita. - Dif erenças : l.º n a s ua natureza ; 2 .º nos
seus efeitos.

284. - H á quantas espécies de contrição ? Dai a conhece r


exatarnent e as suas diferenças.
R. - Distingueni-se duas espécies de contrição : iima
melhor, chamada contrição perfeita : é a d ôr de ter

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35 SACRAMENTOS

of ndido a D u por r infinitam nte bom, infinitamente


amável porqiie o p cado lhe desagrada; outra boa
também, ma meno p rf ita, é chamada contrição imper-
f ita ou atrição : é a dôr de ter ofendido a D eus causada
sobretudo pela vergonha do pecado ou o t mor do inf rno.
Amba , para er em contrição verdadeira devem
r eunir a. quatro qualjdades acima mencionada e vir
acompanhada de firme propó ito; enão, nem lhe
caberia o nome de contrição.

il[aria il[adalena aos pés de J esua; alcançou o perdão de muitos


pecados porque muito amou. Exemplo de contrição perfeita.

A contrição perf ita e a contrição imperf ita se


difer nciam de dua maneira : 1.0 no motivo; 2. 0 nos
efeitos.
1.0 No motivo. P i , da d finição que damo , r e ulta
que a contrição, p rf ita, endo ba eada na infinita
bondad de Deu , tem motivo nobre, de int r e ado· o
amor d D u ; enquanto a contrição imperf ita, fundada
na fealdade do pecado, no receio de perder o céu e

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P E N I T t NOI A 359

merecer o inferno, é meno nobre; tem um pouco de


egoí mo e temor de castigo.
2.0 o f ito . E a dua contri çõe diferem es-
en ialmen te · p oi , a contr ição p rfeita, por i mesma,
ju t ifica o pecador ainda em o acr amento de p enitên ci a;
apa()'a o p ecado, me mo ante da ab olvição, conquanto
o pecador, levado p elo amor de D eu no mai alto grau ,
tenha in tenção de cu mprir a di ina vontad e, e, p or tanto
de confe · ar- e lo('to que puder .
contr i ão imperf ita não p r oduz ê te r e Ultado,
não ju tifica o p ecador por i me ma ; não apa()'a o p ecado,
mbora acom panhada do de ejo de r e eber o a ram ento
d p en it~n ia. En tre an to, di põe o p ecador ao p erdão e
torna- ufici nte quando eguid a da ab olvição acra -
m ntal , conquanto ainda, jun o com ela, haja a p er an ça
do p er dão ' ontad de não mai p eca r, orno po itiva-
m n te d clara o oneílio trid en tino ( e . XI rv ) .
D o que deixamo dito. pode- inferir que, n a falta
de a rdot d ab o1vição, a contr ição p rfeita al an ça
o perdão e in trodu z no c'u, nquan o a contri ão imp r-
fei ta no d i:s:ar ia a r pon abilidade do n o o p ecado
e o ca tigo que mer ecem.

ID. - Firme propó ito.


O f irm e pro pó i o: suas quali dades. - hl eios de reconhecer a su a pre sen~ a .
- hl uo há bitos. - ca iões de pec dos .

285. - Que é o firm e própo ito e que q ual ida de deve ter?
R. - O f irm propó ito ' a 1· solução bem as ent e de
. não tornar a cair no p cado qu se cometeram e f oram
conf ado com arr 1i nd im nto. O fi rm p ropósito deve
r inl rior, miiv r al, ob rano prático.
Não ' poi , imple intenção mero d e ejo, e rm
d ter minação en ' rgica de não mai p ar.
Para er in ero e verdad ei r o o firm propó ito,
como a ontrição deve er: 1.0 interior, i to é, no coração

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360 SACRAMENT OS

e na vontade e não unicamente nos lábios; 2.0 univ ersal,


isto é, abr anger to dos os pecados mor tais sem exceção,
e pecialm ente o em que ( aímos mais fàcilmente; 3. 0
soberano, isto é, superior a todos o vínculos, até os
partirmos, superior a tôdas as dificuldades até as
ven cermos corajosamente; 4.0 enfim, deve ser prático,
isto é, ter sua aplicação circunstanciada e seus meios de
r ealização; ê te último inal será a pedra de toque e r eal
prova da existência verdadeira do firm e pr opósito.
Êstes meios de r ealização são os seguintes : 1.0
oração; 2. 0 vigilância; 3.0 emenda dos maus hábitos; 4. 0
fu o-a da ocasiões.
A oração e a vio-ilância j á são conhecidas: p ela
oração, imploramos o socorro de Deus; pela vigilância
acautelamo-nos contra as ciladas e
tentações. - Maus
• hábit os são uma facilidade lastimável que nos leva a cair
nas mesmas faltas às quais nos acostumamos. Qual é o
meio de os debelad Pos hábitos contrár ios, exames sérios,
atos de arrependimento, e principalmente p or penitências
voluntárias quando demos alguma queda .

As ocasiões de p ecado são algumas circunstân.cias
que expõem ao perigo de faz er o mal : cer tos lugares,
companhias, leitura . Quem não quisesse furtar-se às
ocasiões de pecar gravemente, quando pode fugir, ou
então, se forçado a ficar nesse p erigo, não tomasse as
devida pr ovidências e tôda a cautela necessária para
r emovê-la , mostraria que não tem firme pr opósit o e seria
indigno da absolvição. Out r o tanto se deve dizer das
quedas repetidas nos mesmos pecados mortais, sem
emenda nem esfo r ços par a corrigir-se.
CONCLUSÃO PRÁTICA

l.o P a ra que nos a contrição ten ha a quatro condições neces-


sárias, é indispensável, p rimeiro, pedi-las a Deus; depois, refl etir
sôbre ca da uma das qualidades que deve r eunir, faz endo esforços
para alcançá-la; enfim, procurar especialmente torná-la sobrena-
tural pela consideração dos motivos tira dos da f é.

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PEN I T t N C I A 361

~. º Qua ndo ,rnmo confe a r, a contrição perf ita não é


obrig-atória; endo por m de ejá vel d vemo procnrft-la com p refe-
r ·ncia, in irando-no m motirn t ira do da infinita bondade de
Deu . e do incomparável amor de J esu Cr i to por nó . P or m, n
contriç.ão imperfeita incapa z po r i me ma de ju t ificar-110 ,
torna r - e-á uficiente com a ab oldçã o.
3.o ~ o tocante ao firme prop6 ito, co rre grand p ri go de
iludir- e, de en a na r o confe or e pro fa na r os sacramentos,
quem e contenta r com prom a em efeito nem · r ultac o algum.
É práti ca d todo bom cri tão, reza r tôda noit e ta
fó rm ula de contrição per eita de ,, rda deiro in c ro bom
propó ito :
' Meu Deu , meu P ai into amargo p ar de ,-o te r of ndiclo
po rque soi infinitamente bom e amável o p cado "º
de agrada.
P erdoai-me pelo méri to de Je n ri to, meu a h-ador. Proponho
mediante a ,-o a graç a, não torná -lo a cometer faz r penitên ia
por êle".
§ 111. - Co nfi são .
Confi• :i o sacramenta l : d e fini ~i\o expli cada. - In • tituiri\ o divi n a da
confi s ão, Lº pelas palaHas de N n so enho r ; 2 . 0 pe o ensino
trad icional a p r áti ca da Igreja; 3. pela razão. -
0
Mini tro da
absol vi~ão . - R egora s a obs n-ar. -
0
u ' ei o do acram ento de pen i-
t ência. - Qun li dade da confi sã o : l. º humilde; 2 . sincera ; 3. 0 inteira.
0

286. - Que é confi ão ?

R. - Confis ão (do vocábnlo latino confiteri, con-


fes ar ) ' a acu ação de todos o p ca do , f e1ºta a um
acerdote aprovado para receb r a ab olvição.
De ta definição, deduz- e que a conf:C ão acramental,
de que e trata aqui, não é imples narração mas acu ação,
i to é, declaração acompanhada de humi ldade e arrepen-
., dimento. Faz- e ao acerdote como ao mini tro do perdão,
e não como a um confidente. Doi ão o r equisitos exigi-
do do mini tr o da absolvição:
L º Ordenação sacerdotal, que o faz he:i;deiro do poaer
legado ao apó tolos e a seus uce sor e para r em itirem
os pecado ; 2.0 aprovação do bispo, i to é, poder d e
jurisdição, p er mitindo-lhe de fazer uso do eu p oder de
ordem, nos limites determinados de tempo e espaço. Sem

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362 SACRAMENTOS

esta última condição, a absolvição dada por um sacerdote


seria nula, o caso de necessidade exceto, pois n este caso,
a I greja supre a falta . Os fiéis não t êm de indagar se o
sacerdote p ossui os necessários poder es : êle é que tem de
conhecer a extensão de seus direitos e não ultrapassar
êstes limites sob pena de falta grave, e deve avisar, se
f ôr o caso, que não tem o poder d e ab olver.

Oonfissão nos primeiros tompos do cristianismo.

Enfim, a confissão sacramental deve ser feita em


vista de obter a absolvição, quer imediata, quer próxima,
de modo que sempre haja matéria no momento em que
o perdão fôr outor gado.
287. - Mostrai que -é J esus Cristo quem instituiu a confissão.
'
R. - A confissão sacramental, como se pratica na
Igreja católica, .não é nenhitma invenção humana nem
instituição eclesiástica, é obra de -J esits Cristo.
Em abôno da instituição divina da confissão pelo
próprio Nosso S enhor, temos três provas absolutas e con-
'vincentes: 1. 0 as palai·ras de J esus Cristo no EvangeUw j

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PEKITtNCIA 363

2.º o ensino imânim e da tradição e a prática imi·uersal


da l grejaj 3.0 a própria razão, 01t o sen o comimi.
im o proclama o concílio de 'rrento que entenceia
o anátema contra quem p en as e ou en ina e o contrário
( e . XI\ , can., r) .
I. P alavra de J esus Cristo . - Já lembramo as
palavra da in tituição do acramento de p enitên cia:
' R ecebei o E pírito ant o · o. pecado erão r emitido a
quem o r emitirde , e erão r etido a qu em o r etiverde "
( . J oão, .:a:, 22 ) . Ke te pa . o verdad e é que o o
eiihor não pronuncia a palavra confi ão. Ma êle dá
ao apó t olo o poder de entemiar o p erdã o e a mi eri-
córdia ou a ju tiça e a condenação, sendo amb o os
julgamento aproYado e r econhecido por êle. Ora, n o
p en amento do alYad or e egundo o ditame da r azão
e da ju ti ça cum pre a ê. tes juíze da con ciência como
ao JUlZe dê te mundo, proceder com sabedoria e
di cernimento : devem saber da cau a ante de dar o
julgamento. . . ::\Ia como poderão conhecê-la 9 Como hão
de aber medi-la . 1Iuitas Yêze Deus e o culpado são
a única te temunh a . H á um ó meio : é a declaração
feita p elo próprio p ecador , i to é, a confi ão .
II. En ino e prática da I greja. - Em tôdas as
ép oca o doutor e da I gr eja, como o patenteiam suas
obra falar am da · confi ão e da sua n ece sidade, do
mE' mo modo que n ós fazemos. O concílio de Latrão, em
1215 , não inventou a con fi ão: hajam vi ta, no século
. quinto, o e cri to de ão Leão e de ão João Cri óstomo ;
'no quarto ·écul o, o de anto Ambró io, santo Ago. tinho,
ão Ba ílio; no t er ceiro, a obras de ão Cipriano e
Orígenes · no egundo a de Tertuliano e anto Iren eu.
o primeiro éculo, são Clemente, papa, di cípulo de são
P edro, e cr eve, na sua segunda epístola aos Coríntios,
que devem aproveitar do tempo pre ente para faz er
penitência: ' porque, acrescenta êle, quando tivermos

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364 SACRAMEN TOS

saído desta vida, não será possível na outra, confessar -se


nem fazer penitência".
A prática, aliás, andava de acôr do com êste ensino.
Não õmente são Mateu (m, 6) e são Marcos (r, 5) nos
mo tram a confissão usada entre os Judeus, mas o livro
dos Atos r efere que quem se convertia vinha fazer a
confi são das sua c.ulpa (xrx, 18-19) . Daquela época
a e ta parte, a hi tória atesta que sempre a confissão
foi praticada pelos cristãos: imperadores, reis bispos,
sacerdote , a sim como simples fiéi , de quem conhecemos
o confessores.
Ill. Provas de razão e de senso com1tm. - É impos-
sível admitir que a confissão tenha sido instituída pelos
homens. - É fato averiguado que a confissão é usada
hoj e em dia em tôda as partes da I greja católi ca, e até
nas eitas hereges anteriores ao protestantismo, e sempre
foi a sim na antiguidade cristã. Ora, r econhecido êste
fato, é preciso dizer uma cousa ou outra, ou a confissão
foi instituída por Jesus Cristo ou foi estabelecida pelos
homens, depois de Jesus Cristo.
Ma , se fôr um homem quem impôs o jugo da con-
fi são, digam o nome dêle, o país que habitava, o t empo
em que vivia, os meios empregados para esta sua inovação
vingar. São conhecidos os nomes de todos os inventores
e a origem de tôda as instituiçõe importantes. Donde
vem que nada de certo se pode dizer a resp eito do tal
inventor da confissão?
Quem, por outra parte, a não ser o soberano Mestr e
do corações, teria podido fazer aceitar esta prática
humilhante da confissão, que tanto custa ao orgulho
humano e tamanha resi t ênc.ia encontra hoj e? ... Inventá-
]a não era bastante, ainda precisavam difundi-la. Ião
é verdadeiramente estranho que todos, sacerdotes, bispos,
Soberano Pontífices, se tivessem feito cúmplices de
tamanha impostura ~ ... Mais de estranhar ainda, que êles
próprios se tivessem sujeitado a esta prática, ao cansaço e

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P EN I T t NC IA 365

ao incômodo in eparávei d e ta parte do eu mini t' r io ....


om ·fina lmente, o cri tão do mundo intei ro e teriam
ubrn etido a ta in tituição nova em r e i tAn cia nem
prot to. . . . O en o omum r e p ond i o tudo é
impo ível ab. u r do. Havia, portanto ó um D eu qu e
fô e autorizacl a impor ta lei da confi ão e a faz ê-la
aceitar, e J e u. ri to é qu em r ealmente a in ti uiu.
288. - Qual , o ministro leg ít imo da ab olvição sacramental ?
R. - Mim· tro ordinário da ab olvição do acra-
m nto d p nir ncia é o ·ac relote l gltimam nt ord nado
p lo bi po gozando da aprovação ou .i uri di(io r g1dar .
É iQrnb 'rn o bi po na ua dioc s o um o Pontífic na
l gr ja int ira.
tro xtraord inário o ·a er 1 e
legltim amc nt ord enado, po r ~ m não
nece: idad , admini -

289. - Que r egra11 det'e ob.scrrar o mini,,tro cio .rncram 1110


d p n it ·n cia l

2. 0 P lo ntrário cleYc n ga r a ab oli içüo : a) ao


qu iO'noram o prin ipai mi ' ri da f' ; b ) ao qu

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366 SA CRAMENT OS

dão sinal algum de contrição e tornam a cair nas mesmas


faltas sem fazer esforços para emendar-se; c) àqueles
em cuja confissão notasse falta de sinceridade; d) aos que
recusam perdoar ou reparar o dano cau ado; e) enfim,
aos que, achando-se no hábito ou na ocasião pr óxima de
pecar, não querem sair nem afastar-se.
3. 0 H avendo alguma esperança de emenda por parte
do pecador, e prova de boa vontade, em vez de negar de
modo terminante a absolvição, o ministro contentar-se-á
em diferi-la por um prazo determinado, até encontr ar
disposições melhores: assim deve proceder; do contrário,
cooperava à r ecepção sacrílega da absolvição, conservava o
penitente numa segurança ilusória e mudava em peçonha
o remédio destinado a purificar as consciências.
4. 0 Qualquer ministro não pode absolver todos os
pecados; uns são reservados ao Sumo Pontífice, outros aos
bi pos; por isso, êstes pecados, ordinàriamente gravíssimos,
chamam-se casos reservados.
O mesmo acontece com certas penas eclesiásticas
chamadas censiwas, impostas como castigo de crimes
consideráveis; são : a excomunhão, suspensão, interdição.
Quando são reservadas, um simples sacerdote não pode
dar absolvição sem autorização especial. Em artigo de
morte, porém, acaba tôda a reserva e qualquer sacerdote
pode perdoar todo o pecado e levantar tôda a censura.
5. 0 Enfim, o ministro do sacramento de p enitência
é obrigado, para as cousas que sabe só de confissão, ao -
segrêdo mais absoluto, que se chama sigilo do sacramento.
O direito natural, o direito divino e o direito eclesiástico
impõem ao confessor uma lei tão rigorosa a êste r espeito
que nenhum poder humano, ;nenhuma ameaça, nenhum
perigo, nem a certeza da morte, o podem di pensar dêste
dever ou permitir a violação.
- Aliás, Deus vela para o. segrêdo da confissão que
êle próprio estabeleceu, e a revelação de segrêdo r ecebido
de confissão é cou a nunca vi ta na hi tória.

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P E N I T t N 1 A 3 7

11jeito do acramcnlo da penitência?

r c.eber licitam nl com fruto o


t r conh cim nto do
ru ão uficiente para apr ciar o
produzir o a o do p nit nte,
meno confi ão,
p lo m no de ejo de

291. - Q11 qual idade d re 1 r uma boa confis ão?

R. - A boa conf i ão d v r: 1. 0 humilde, 2.º


si11c ra, 3. 0 inteira.
I. A confi ão deYe er humilde : não é narração que
se faz ao confe or é acu ação ; portanto, a atitude do
penitente deve er a do culpado perante o juiz e ua
declaraçõe devem r impregnada de dôr e confu ão.
II. A confi ão deve er inc ra, i to é, devem-se
acusar a falta ·om franqueza e implicidade, em as
éxaaerar, ma também em a diminuir nem di far çar. -
E conder voluntàriamente um pecado mortal ou julgado
mortal eria fazer confi ão acrílega e tornar nula a
ab olvição que e r ecebe e. e te ca o, eria nece ário
r ecomeçar a confis ão mal fei ta e tôda a que a eguiram
enquanto não e tive e r eparado a primeira, e cumpriria
declarar o sacrilégio ou os acrilégio cometid os.

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368 SACRAMENTO S
J
III. A confissão deve ser inteira, isto é, segundo o
ensino do concílio de Trento (S ess. XIV, vn ) , " é preciso
declarar todos os p ecados mortai que se recordam",
depoi de exame sério . Ora, esta integridade da confissão
exige:
l.º Que se dê a conhecer a espécie ou natu,reza do
pecado, isto é, contra qual mandamento, qual virtude on
qual dever foi cometido;
2. 0 Que se indique, qu anto po sível, o nú mero exato
dos pecado mortais. É evident e que, quanto mais faltas
houver, tanto maior ser á a culpabilidade ;
3. 0 Que se declar em as circunstâncias que miidam a
espécie,_ isto é, modificam a natur eza, ou fazem um mesmo
ato fi car em oposição a vários dever es, a várias virtudes.
Damos algumas circunstâncias qu e mudam a espécie :
mentir depoi de t er jurado falar verdade; bater nos
pais ou numa p essoa consagr ada a Deus; roubar objeto
sagrado, ou em lugar santo. Em matéria de, luxúria,
mui tas vêzes a condi ção da pessoa que comete o pecado ou
daquela em cuja companhia é cometido, muda a espécie
do pecado, etc.
4. 0 Devem-se declarar ainda as circun tâncias que,
sem mudar a esp écie do pecado, au rnentarn notàv elrnente
a malícia na me ma espécie, como se dá, muitas vêzes,
em matéria de roubo. É evidente, quem roubar dez ou
cem cruzeiros é muito mais culpado no segundo caso
do que no primeiro, embora tenha cometido roubo da
mesma espécie.
Qiianto aos p ecados veniais, não é necessário acusá-los
nem, portanto, dar a conhecer o número, as circunstâncias.
Todavia, é útil confessá-los; pois é o meio mais fácil e
mais seguro de alcançar o perdão. As p es oas piedosas
desejosas de auferir maiores proveitos de suas confissões,
emendar-se mais ràpidamente e verdadeiramente escla-
recer o confessor, devem mesmo tomar êste costume.

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PEN I T t N C I A 369

E cu ado é dizer que a confis ão, para r euni r estas


qualidade deve er precedida de 'rio exame de cons-
ciência ôbr e o mandamento da lei d e Deu e da Igr eja,
ôbre o pecado capitai e o prin cipai devere de e tado.
H avendo pecado grave e quecido por de cuido notável
e côn cio no exame, a confi ão é má e comete-se outr o
p cado. Fica por tornar a fazer junto com a reparação.
P elo contrário, e o e quecimento tiver id o involuntário,
não r e ultando de neO'li()' Ancia al()'uma, o pecado e que-
cido em quer er, e tão p erdoad o , fi ando por ém a
obrigação de acu á-lo na e()'uinte onfi ão e ocorrerem
à memória e for em pecado grave .
CO~CL SÕE PRÁTI CA.

Sob a forma de conclusõe prática damos aqui um resu mo do


m étodo e cerimonial qu e é bom ob errn r na confi ão acramental:
é de máxima impo rtância abê-lo muito be m e praticá-lo empr .
F eito o exame de con ci' ncia como acabamo de dizer, depois
de termo pedido a Deu graça para bem con hecerm o nos a
culpas termo contrição de..- mo fazer e forço para xcita r em
116 sentimentos de arrependimento e de firm e p ropô ito, e aind a
emp rega r a lgum tempo m reflexõe prór ria para aumenta r e ta
contrição.
I. Preli1ninare . - .\ o chegar ao ronfes ion(trio, ajoelha r-se
e: 1. 0 fazer o sinal da cruz dizendo: ' Em nome do I adre, e do
Filho e do E pírito auto".
2. 0 cre c~nta- se ' 1\Ieu P adre dai-me a rn a bênção porque
pequei". E ta exp r ão: meu Padre empre e d •e mpre a r em
se dirigind o ao acerdote dura nte a confi siio n unca a êle se diz
Senhor. o confe ionário, com efeito, o ace rdote ocupa o lugar
d Deu : como Deus, ' 1 ai p lo arinho e pela bo nda de e ê te
n:ome de pai d ve animar a confiança.
orno re po ta a ê te pedido d bênçiio, o confe or, nquanto
o penitente e inclina reza uma or aç~Lo na qual pede a Deus que
a confis ão eja bem f eita, e termiJrn ab nçoan do com o inal da
cruz o penitente que e tá de joelho como prova de humildade.
3. 0 em mai demora, começa - e a fórmula de acu ação geral:
"Eu me conf o a Deu todo pod roo, à bem-a ,·enturnda empre
Virgem )laria, ao bem -a..-enturado ão lfigu 1 Arcanjo ao bem-
a,·euturado ão J oão Ba ti ta, ao anto apó tolo ão P edro e

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370 SACRAMENT OS

são Paulo, a todos os santos, e a vós, P adre, que pequei muitas


vêzes por pensamentos, palavras e obras"
O penitente pára; com estas pala vras, acaba de nomear e de
chamar como testemunhas a tudo quanto há no céu de mais puro,
mais poderoso e santo. Agora, vai começar a confissão.
II. Confissão pràpriamente dita. - Sem espera r interrogações
do sacerdote, o penitente dá as seguintes importantes informações :
l.º quanto tempo co rreu desde a última confissão; 2.0 se recebeu
a absolvição; 3. 0 se cumpriu bem a penitência. •
Depois, percorrendo os mandamentos de Deus e da Igrej a, os
pecados capitais e deveres de estado, decla ra as fal tas que cometeu
sôbre cada um dêstes pontos, com o número, as circun tâncias, se
fôr preciso, usando a fórmula consagrada: "Meu P a dre, acuso-me
de ter .. . "
Finda a enumeração, acrescenta: "Acuso-me ainda dos
p ecados de que n ão me lembro e dos da minha vida passada ... "
J: ão havendo senão pecados veniais para con fessa r, seria muito
bom acusar ali, em particular, algum pecado mortal da vida pas-
sada, já perdoado, para excitar-se mais à contrição e forn ecer à
absolvição matéria mais precisa.
Termina-se dizendo: "Eu peço a Deus o perd ão, e a vós, meu
Padre, a penitência e a absolvição (estando a ela preparado, ou
senão, a bênção)" .
Depois, acaba-se : "Por minha culpa, minha culpa, minh a
máxima culpa. Porta nto, peço e rogo à bem-aventu rada sempre
Virgem Maria, ao bem-aventurado S. Miguel Arcanjo, ao bem-
aventurado S. João Bati ta, aos santos apó tolos S. P edro e S.
Paulo, a todos os santos e a vós, Padre, que rogueis por mim a
Deus osso Senhor".
É o confessor que reza pelo penitente as d uas fórmulas':
Misereátur e Indulgéntiam ... Depois, disto, dá avisos e faz uma
exortação que se deve escutar como a própria palav ra de J esus
Cristo, tirando o maior proveito, e evitando de conver sar nisso fora
do santo tribunal.
Enfim, impõe uma penitência na qual devemos pôr sentido,
e convida o penitente a se recolher e a rezar o ato de contrição,
avisando-o, caso o julgue digno, que vai da r-lhe a absolvição.
Nota. - As du as partes do eu pecador, em lugar de ·rezar-se como o Padre,
no confessionário, podem r ezar·se antes ou mesmo d epois da
confissão.
III. A bsolvição. - Enquanto o penitente, de fronte inclinada,
está rezando o melhor ' que pode a fórmula do ato de contrição, o

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PENIT E C I A 371

conies or, invocando o nome todo podero o de J esu Cristo, levan a


a mão direita e pronuncia a entença da absolvição . o momento
em que êle abençoa o pecado r, ê te faz o inal da cruz, e profunda-
mente recolhido ne se in tanta olene do perdão, deixa o confe or
acabar a fórmula sacramental e 6 se r ti ra quando o sacerdote
diz: "Ide em p az, não pequeis mai " ·
IV. Depois da confissão . - 1.0 Se tiver recebido o perdão, o
penite nte, ante ele deixar a igreja, cl ernrá agrndecer a Deu ,
refl etir no qu e lhe foi dito, renovar sua boas re oluçõe , e se a
penitência que lhe ho uver sido impo ta puder cump rir- e já, então,
eleve fazê -la imedia tamente, para não e expor a esquecê-la ou a
fazê- la com meno devoção e piedade; 2. 0 e o conie or tfre se
julgado útil negar ou diferir a ab okição, o penitente deveria
submeter - e à sentença do juiz, não e quebra r, enão e força r- e
por cumpri r o que lhe foi mandado, e rnlta r no tempo determinado.

§ IV. - ati fação .


Definição: objeto d uplo : D eus e o próximo. - Sa t isfação para com D eu s:
d ever e meios. - R eparação para com o próximo: precei to e meios.

292. - Que é satisfação ?

R. - at1· fação (do vocábulo latinos satis e fac ere,


sati fazer) é wna r eparação da úijúria que nossos pecados
cau aram a D eus on do dan o que cau ararn ao próxirno.
endo qualquer pecado de obediência a Deu , cumpre
r epar arm o prim eiro a inj u tiça contra êle. Porém, acon-
t ece à vêze que o p ecado prejudica ao próximo, já na
na p oa já na ua honra ou no eu ben , p elo que,
tam b 'm o próximo tem dir i to à r eparação. Di so r e ulta
que a ati fação tem obj eto duplo: Deu e o p roximo.
ob outro ponto de vi ta pode- e di tingui r dupla
ati fação: uma é acramental, a outra voluntária. -
ati fação acramental é a que o acer dote impô como
p nirncia. E ta faz parte do acramento de penitência;
não pode r di pen ada em p cado. O pecado é mortal
quando eja importante a p ni tAncia de cuidada, impo ta
para pecado mortai ; é venial, quando a omis ão eja leve
ou por esquecimento, sem má vontade nem negligência.

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372 SACRAMENTOS

Satisfação voluntária é a que nos impomos a nós


mesmos como acré cimo ou suplemento à satisfação
sacramental ordinàriamente desproporcionada com nossas
culpas, e logo, insuficiente.
293. - Haverá obrigação de satisfa zer a Deus, e coni que atos ?

R. - Sirn, há obrigação de satisfazer a D eiis ainda


qiwndo o pecado já está perdoado. Os principais meios
pelos quais podemos satisfazer a Deus são : 1.0 a oração,
o j ejurn e a esmola; .2. 0 o trabalho e as penas da vida,
aceitas corn resignação, e 3. 0 as indulgências.
Se bem que J esu Cristo, por suas orações, seus sofri-
mentos e sua morte j á tenha feito satisfação por nós, e
embora no seja a pena eterna remitida p ela absolvição,
temos que pagar à ju tiça de Deus uma p ena temporal
e pessoal, nesta vida ou na outra. O Senhor a exigiu
outrora do povo de Israel, depois que Moisés teve alcan-
çado o perdão dos culpados; de Davi, depois que :\atan
lhe teve asseverado que seu pecado estava perdoado .
.Assim, a Igreja sempre exigiu, por parte dos pecadores
reconciliado pela absolvição sacramental uma satisfação:
falem os cânones penitenciais dos primeiros séculos, onde
se vêm penitências longa e rigorosas, dadas mesmo
depois do perdão! Portanto, o confessor deve prescrever
uma p enitência, proporcioná-la, quanto possível, às culpas
declaradas, e fazer com que seja uma pena medicinal,
tornando-a no mesmo tempo expiação e meio de emenda.
Contudo, por causa da fraqueza ou pouca coragem
dos cristãos dê tes nossos dias, muitas vêzes, contenta-se
a Igreja em impor penitências relativamente leves e
insuficientes. Convém, pois, acrescentarmos outras obras
satisfatórias. Ora, o principais meios p elos quais podemos
satisfazer a Deus são: 1.0 a oração, o jejum e a esmola;
2.0 o trabalho e as penas da vida, aceitas com resignação,
e 3. 0 as indulgências de que breve passamos a falar.

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P EN I T t N C IA 373

294. - erá neces ário satisfa zer ao próximo, e como 1ia1:emos


de fa zê -lo?

R. - ún, empr qne temos ca u ado ao próxirno


algnm dano, há obrigação cl r pará-lo st a atisf ação
d v r ad equada à nai1lre a do prejuízo cau ad o.
D eu e o onfe or não p er doam o p ecado enão
om e, ta ·ondi ·ão. É axioma de j u tiça e de en o
omum admitido em todo l uga r: " em reparação nada
d p er dão. " P or enquanto e fô r impo sível a ati fação
levida ao próximo, deYe- e ter Yonta de de a r ealiza r 10 0'0
qu a ci r cun tância o p er mitirem.
Ora, e ta ati fa ão deYe er adequada à natureza
l o p rejuízo cau ado ao próximo. o terno ofendid o,
' Ump re pedirmo ele nlpa · · d anifi "amo eu ben ,
t mo que com pen ar-lh e a p erda; o e bulha mo da
ua honra e da ua r epu ação, pr i o emp enha r mo-no
m r tituir-lh a boa fama; é a alma dê le qu e fi ou
pr j udi ada p elo e ândalo devemo d e viá-lo do ma l por
bon con lho bon exemplo
CO. LUS .:\O PR,\TI CA

" ria ba tantc


ta

no
" D u meu. diz au to A o tinho, não te nhai d ó d
mim: cortai, a rran cai ne a vida, conquau o m poupei . na ou ra.'
Era ambé m o pe n a men o do im perador T odó io, ::icei a ndo
do anto Ambró i lon a p nitê ncia pela matall(;:a de T e :J.lônica.
Como ê t ra nd cri tão , não t mo nós ai a que cxpia r 1

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374 INDULGtNCIAS

APEN DICE
INDULGÊNCIAS
D e fini~ãoe divisão. - Ori gem das indulgências e direitos da I gr eja. -
A indulgência do jubileu. - Condições para ganhar indulgências.

295. - Que é indulgéncia?

R. - I ndiilgência (do vocábulo latino indulg ere, ter


compaixão) é a rernis ão que nos faz a I greja da pena
ternporal devida aos pecados já perdoados.
\ imo que a ab olvição remite a nódoa do pecado e a
p ena eterna do inferno que fôra merecida; de ordinário,
porém, dPixa exi tir uma pena temporal que expiamos
ne ta vida pela obra de penitência, ou na outra pelos
sofrimento do purgatório. Ora, é esta p ena temporal
que, total ou parcialmente, é remitida pelas indulgências.
É prec.i o, pois, para aplicação da indulgência, que o
pecado já tenha sido p erdoado; faz-se a aplicação pelo
emprêgo muito ju to e legítimo das riquezas que Consti-
tuem o tesouro da I greja. Êste tesouro consta dos méritos ,
superabundante de J e us Cri to, da Santíssima Virgem
e do antos, e também da boas obras de todos os fiéis .
Di tinguem-se dua espécies de indulgências: indul-
gência paráal e indulgência plenária. Aquela remite
õmente parte da p ena devida ao pecado; esta a r emi te
tôda.
296. - Dai a conhecer a orige?n das indulgências e o direito
que tem a I greja de conceder indulg ências plenárias ou parciais.

R. - As inditlgências têm a .sua origem na faculdade


que a Igreja sernpre i1soii de perdoar as penas canônicas
que irnpunha.

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DULGtNCIAS 375

O poder de cone der indnlg Ancias t ern base firmadas


?la razão, na palavras de J esus Cristo e na prática
constante da I greja.
a origem do cri tiani mo, a penitência canô-
nica impo ta para pecado grave eram muito compridas
e rigoro a . Ora, à vAze , a pedido do mártire indo
para o suplício, e em con ider ação do eus mérito
excepciona i , o Pontífice romano p erdoava completa ou
parcialmente a certo pecadore penitentes. Era isto uma
aplicação da r ever ibili dade do mérito entre cristãos.
Depois da per eguiçõe , continuou a I greja a u ar dê te
seu direito de perdão a favor do penitentes que o me-
r eciam e e tendeu e a obra de mi ericórdia além dêste
mundo, tornando alguma indulgência aplicáveis às almas
do p1trgatório por via de sufrágio. Aos vivo , concedia,
por vêzes, a remis ão plena da pena, ou então r emis ão
parcial de tanto anos, dias, quarentenas ou quare mas,
t empo no qual r ecrude eia de rigor a penitência. Foram
conservada estas expre sõe ; daí dizer- e: indulc:rência de
doi ano , ou de ete ano ete quarentena , t r ezentos ou
cem dia . E ta palavra ignificam : r emi ão de p ena
t emporal equivalente a doi , a sete anos, ete quare mas,
300 ou cem dia de antiga penitência públicas.
Aplicadas às alma do purgatório, oferecem-se e tas
indulgências a Deu , que as liberaliza às almas padecente
por quem e ·fez a oferta, na medida proporcionada à sua
duração na terra e à pena corre pondente n o purgatório,
conhecida de Deus só .
., II . Quanto ao direito que po ui a Igreja de conceder
indulgência, firma-se:
1.0 a razão. - Se a I greja tem o poder, como foi
demonstrado, de remitir a nódoa do peeado e a pena
eterna que mer ece no inferno, com maioria de razão
poderá perdoar p enas temporais desta vida ou do purga-
tório, castigos menores que o infern.o.

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376 I N D UL G ftNC IAS

2.0 Ne tas palavras de J es1ts Cri to: " Eu vos darei


a cha' e do r eino do c'u ; tudo quanto de ligardes na
t erra, desli o·ado erá no céu' ( . Mat., xvr, 19) . J á se vê,
No o nhor nenhum limit p ô ao p oder da ua I gr eja.
3. 0 1\ a práti ca constante da I greja. - D e de a
ori g m v mo ão I aulo, tendo ex omun o·ado um p ecador
de u ar d poi , de indulgência para com êle e
ua p ena (II, Corint., n, 10 ) . Durante as
o Pontífic romano on cedem indulgên -
empre e con ervou ê te costume.
A im , o on í.Jio t ri 1 ntino entenceia o anátema contra
quem aba lança e a dizer que são inútei a indul-
"'ên cia . , ou qu e à I gr eja não a i te o direito de as
cone d r ( . XV, xxru ) .
umo Pontífice õm nte t em o poder de conceder
indulo·An ia plenária indulg Ancia parciai à vontade
na IO'r ja inteira. O card ais podem conceder 200 dias
de indulgA n cia na igreja de u título e em suas
di oce e o arcebi po 100 os bi po 50, orno consta
lo d r to da ongre()'ação de I ndulgências de 28 de
agô to de 1903.
A todo o que de coração ao menos contrito,
o cularem o anel do bi po , ar cebi po e cardeais, há
50 ano de indulgência aplicável às alma do purO'atório
( . ongr. de . Ofí cio, 1 de rnarço ele 1909).
297. - Q1te é o j ub i le1l?

R. - O j1tb1'le1t, qu ordinàriarnente se concede cada


vinte e cineo anos é 1lrna indulg ência plenária, a que
tão anex os muitos privilégios e concessões especiais,
c01no : a absolvição d e cert os pecados reservados e de
certas cen nras, a coni1itação de cedos votos.
R emonta e a instituição a uma época antiquíssima:
primitivamente, celebrava-se o jubileit todos os cem anos,

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I N D L O ! N IAS 377

'c u lo. O papa lem ente YI em 1342, o


o · cinquenta ano e Paulo II em 1460
t odo o v int e cinco e ta úl tima deter minação fic an do
·em1 r em vicro r de de ntão.
A l : m di o, há j ubil u extraordiná rio por oca ião da
el ic;ão d um novo papa no ano imediato à ua or oação.
vêze tamb'm m "'rave o or rência , o
concedem in folcrAncia pl nária ob a f orma
ll.
\. palavr a jubi leu ' tirada d a antiera i. Ent r o
jud e u , o ano d jubileu ou de r emi ão voltam todo o
·inqu nta an .. Ê tempo . an o trazi a trA privil 'crio :
1.0 tôda a. dívida. e tavam remi ida ; 2. 0 todo o
s ravo r e ope r avam a lib r dade; 3.0 tôda a h ran a
qu tinham ido v ndid a ou ali na la ntravam de novo
gratu itam ent n a po do. an igo don jubil u
da l i nova prod uz na ord m e. piritua l, f ito an álocro :
r mite a. dívida da no .. a alma, livra-no. da rvidão
r e·titu i-n o. o· clir ito à h ran a d c 'u .
298. - Q 1mi.~ s{ío o.~ r 1111 i.; l fJ.< para . r lucrar as 111rl11l[1i'nôa.
tm g ral µo rli(·11/ar111rnl1 n l/u .111/,1ll111

R. - Para grrn lrnr a indulg'ncia n e ário


cnmprir :ral am ntr a obra p r rrita. a:: r ao meno
a última 111 stado d graça .
fün geral, pa ra lu crar indulgênc ia'>. dua cou a ão
n ·e. ária. :
tad o d gra<; ; ~ .º cumpr ir e.xa am ente a
cohcliçu . imp o.· ta ' por qu m con l a indnlf(ncia.
,\ er r. ce ainda t r a in ni;ão d ~anhar a imluli:(n ·ia : m
uma inten ·ão gemi, formulada d manhã perdurando
Yi r tualm nte, é ufi ient .
qu r e p ita ao jubile11 in<luL An cia
pl nária , a. obra pr e itu ã ralm nte: 1. 0
onfi · ão; - ·º com1ml -o· 3.0 vi i a à ig r ja com oraçõe

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378 IND U LGtNC IAS

r ezad as às intenções do Soberano Pontífice; pode-se


pr eencher esta última obrigação pela r ecitação de um
Pater, Ave e Glória Patri. P ara o ju bileit prescrevem-se,
ordin:\riamente, jejmn e esmola.

CONCLUSÕE S P RÁTICAS

1:0
A I g reja, por uma prodigalida de misericordiosa, mul tiplica
p ara nós as ocasiões de ganh a r mos indulgências. A maior parte
das associações piedosas: confrarias da santíssima Virgem, do
Rosário, do Escapulário, Obras da P ropag ação da fé, et c., sã o ricas
de indulgências; os obj etos bentos e indulgencia dos: cruzes, meda-
lhas, têrços; g ra nde número de orações ; A njo do S enhor, L adainhas,
À tos das virtiides t eologais, Orações jaculatórias, etc., são f avo-
r ecidas de p reciosas indulgências. P a ra as lucra rmos, f açamos
tenção, de manhã, de ganha r as indulgências que se podem a dquirir
durante o dia.
2.0 Um I n dulto do Sumo P ontífice concede às pessoas que
se confessarem uma vez por semana (e mes mo duas vezes por mês )
a facu ldade de l ucrar tôdas as indulgências a té plená rias que se
deparam sem que tenh am de fazer confissão especial .
3. 0 O uso das indulgências é sobremodo vanta joso p ar a os
fiéis: aj uda-os a saldar suas dívidas para com a justiça divina ;
per mite-lhes p ra ticar um ato de eminente cari dade, oferecendo
a Deus para as almas do purgatório, uma sa tisfação pr eciosa . As
indulgências, contudo, n ão isentam do dever da peni tência, nem de
vi ver mos como bons cristãos.

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E UCAR I ST I A 379

EUCARISTIA
§ 1. - No Õe g e rai da eucarist ia .
Defin içã o. - Institu ição da eucari lia. - Verdades dogmâlicas a r espeito
da euca ristia: consequências que r esultam. - Provas da nossa fé n a
eucaristia: l.º palavras de J us Cristo; 2. 0 eusiuo tradicional da
Igr eja; 3 .0 milagres. - \á rios a peclo da eucans 1a: 1. 0 sacr ifício;
2 .0 sacramento. - inal s nsível. Matéria, forma.

299. - Que é a eucari tia?


R. - uca ri tia o sacramento qi1e cont ém o
verdadeir o cor po e o verdadeiro sang ue de J esus Cri to,
r eal e sub fancialment e present , debaixo da especies
ou apar Ancia de pão e ele vinho para nosso alimento
spir ittlal.

lN TIT IÇÃO DA 'Tf DLA EUC.\Rl TU. - ".tste é meu corpo."

ê te acramento dá- o nome de eucari tia, ou


ação de gr aça, por que. como ~ o o enhor nó o u amo
para agr adecer a Deu ; ma também chamado

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380 SACRAMENTOS

santíssimo sacramentoJ por ser o mais santo, o mais


augusto de todos os sacramentos, poi contém o próprio
J esus Cristo em pessoa; sacramento do altarJ porque é no
altar que Nosso Senhor se oferece e se torna presente.
As expre sões acumuladas p elo santo concílio de
Trento evidenciam cabalmente que a eucaristia não é
imagem, figura ou r epresentação de Jesus Cri to, senão
a realidade da sua pes oa verdadeiramente pre ent e, nos
dias da sua vida mortal, e tal como está hoje na glória.
300. - Narrai a instituição da eucaristia.
R. -Após a última ceiaJ J esns tomou o pãoJ e ab en-
çoando-o deit-o aos dúcírmlos dizendo: Tomai e comeiJ
êst e é meu corpo. D eu-lhes igualmente o cálice de vinho,
dizendo: Êste é meu sangue.

Interior do Cenáculo; estado atu al.

Era na Quinta-feira santa, véspera da ua morte;


osso Senhor, para o cair da tarde, tinha, no cenáculo,
celebrado, com os apó tolos, a Páscoa preceituada por
Moisés, e comido com êles o cordeir o pascal. P ara o fim da
refeição, levantou-se da mesa, cingiu urna t oalha, man dou

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E C A&I S TI A 3 1

que trouxe em água numa bacia e entrou a lavar o


p' do eu áI ó tolo para lhe da r urna li ão de pureza,
humildade, ob diência e carida de. D ep oi , en tou- e de
novo, tomou o pão o ben zeu e partiu , então, di t ribuin-
do-o ao apó tolo , di e : '· 'l ornai e comei ê te é meu
corp o" . T omando dep oi o e:áli e em qu e . tava o Yinho,
da me ma forma o benzeu e di tribuiu lizend o: ·" f omai
o bebei todo : ê t e é meu a ngue, o angue da nova
·alian a que h á de er de rram ado para a r emi são do
p a lo ' . - .Acre c ntou: " F az i i to em memóri a de
mim" ( . Jl at., x.xn, 26-2 ; '. ]forco , xrv, 22, 2-±;
. Luc., _· xn, 19-20 ) . P or e ta. últi ma palaYras, Kos o
nhor c nf riu ao ap ó tolo e ao · se u uce or , até o
fim do mundo, o p oder de faz er o quc êle própri o acabava
de prati car. Ora, tinha tr an.· ub ta nciacl o o pão em eu
corpo e o vinh o em eu angue. ~\ c.ba v a- e poi · a eucari tia
in tituída como acrifício, como acram nto e co mo inal
da 1w pr ença at ' a ·on · uma~ão elo écul o ·.
301. - Quais ão as t' rdadc. âor1111 át ica ensinadas p la
I g reja, relat ivament à santa cucari ·tia ?

I . - D ua grande v rclade dogmática d d uz m-


ela palavra s. qu acabam.o der f r ir ão n inacla p la
l ar ja, como v rclad s de[', qn t odo o católico d vem
ob p na d h re ia anát ma : pr nça real d
'ri t o na ucari tia, tran 11b ·tanciação, 1·sto ',
mudança ab ·oluta com pleta da 11b tância do pão
elo vinho na ub tância do corpo elo angn de Nos o
nhor.
1.0 Em virtud e a· p alana da co n
ciac1a · p elo a erc1ote
eo-un do a vonta lc de No

hama o

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382 SACRAMENT OS

2. 0 Esta presença, entretanto, por tal modo e tão


completamente toma o lugar do pão e do vinho que
nada mais fica do que as espécies ou aparências e não
a r ealidade. Acham-se em lugar o verdadeiro corpo e o
verdadeiro sangue de Cristo, e esta mudança denomina-se
tran ubstanciação, palavra que significa mudança de
uma substância em outra substância.
Mas desde que Jesus Cri to é ressuscitado, glorioso,
imortal e impassível, eu corpo e sangue participam
dêste estado glorioso; dos dogmas da presença real e
da transubstanciação resultam, como consequência, as
seguintes verdades dogmáticas:
1. 0 Jesus Cristo está inteiro, com sua carne e seu
sangue, debaixo da espécie do pão; int eiro por igual
debaixo da espécie do vinho.
2. 0 Se a hóstia consagrada fôr partida em vanos
fragmentos, se o vinho consagrado do cálice fôr dividido
em várias porções, o corpo de Jesus Cristo não está partido
nem dividido, mas fica presente inteiro debaixo de cada
parte da hó tia, inteiro debaixo de cada gota do precioso
sangue, e isto, até que os fragmentos da hóstia ou as gotas
de vinho consagr ado forem perceptíveis.
A im, nossa alma está inteira em n osso corpo e em
cada um do nossos membros; as im é que a luz se reflete
no espêlho, e em cada pedaço dêste espêlho quando êle
se quebra.
3. 0 Jesus Cristo está presente ao mesmo tempo no
céu e na santa eucaristia, em tantos lugares quantos
altares houver onde se imola, quantos tabernáculos em
que se conservar em hóstias consagradas. O que se mul- -
ti plica, é a presença de J esus Cristo, não seu corpo, assim
como o sol, sem se multiplicar , faz no entanto penetrar
luz e e.alor em todos os pontos do globo, com esta diferença
que a R,r esença de J esus Cristo é real.

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E UCAR I STIA 3 3

4.0 J e u Cri to fica pr esent e debaixo da anta


p ec1 con acr rada , até que ejam alterada a ponto
l não haver mai apar ência de pão e de vinho, p or anto
at' que fo r em di tribuída em comunh ão ao fiéi e
d naturada · p ela dige ão, ou n lvelmente al erada
p elo tem p o, a umidade ou algum acid nte.
- .º Enfim, .J e u Cri to, Yer<lad ira e ·ub - ancial-
m nte pre ente na anta E ucarí tia, pod d ve s r ali
adorado com o me ·mo cul to de la ria que tr ibu tamo a
D eu , poi a ua pre ença euca rí tica é r eal : a n atureza
divina e humana ub i cm ue te mi t' r io, e ão dign
da · no. ·a adoraçõe . D ali origina- e a prá ica ca tólica
d adorar olen men e o 'an í -imo 'acrameu o na
bAnção ·, x 1 o 1çoe ·, oraçõe <la quaren a hora , et . ;
da li ainda o louváYel co ·tum c da vi ·i a ao 'antí imo
'acram nto, para pr tarmo · home nag n a J u o
·olicitann o a ua g raça .
302. - õbre q ue vrorn se ' ~Ili a a 110ssa é cutól1c11 1w
eucaristia?

R. - O · alie rc da no ucari tia


siio tiio míiltiplo quüo ólido mbramo
tr ê· principai· : 1. 0 a palavra 'ri to; 2.0 o
11 ·ino lra licion al da Igreja,< 3. a auloridad do milagr
0

L Palat•ra cl J - Em dua
nbor mui o laram en
da a prom -a, quan o

qu pr -
m ui iplicar
ão pro w10 a que

Ina . Relis. - 18

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384 SACRAMENTOS

uma comida, e meu sangue verdadeiramente uma bebida.


Quem comer minha carne e beber meu sangue terá a
vida et erna ... " ( . João, XI, 48 e seg.) .
Embora os Judeus resmungassem e protestando se
afastassem, osso Senhor sustentou suas afirmações e
louvou os apó tolos por não se deixarem amedrontar com
uma linguagem que podia parecer estranha.
2. 0 As palavras da institiiição. - Já as citamos:
" Ê t e é o meu c.orpo ... Êste é o meu sangue .. . " (S . Mat.,
xxVI, 26). Ora, a onipotência de Nosso Senhor lhe fa-
cultava o poder de cumprir esta maravilha. Não mudara
êle a água em vinho, n as bôdas de Caná ? no deserto não
multiplicara cinco pães até alimentar com êles cinco mil
homens ?. . . Êste prodígio, que J esus Cristo podia operar,
Êle o fez; pois que Êle, a própria verdade, o assevera:
"Ê t e é meu corpo ... Êste é meu sangue". E completando:
" Fazei i to em memória de mim"; quis, é certo, que
a me ma maravilha se p erp etuasse pelo ministério dos
apó tolos e dos seus sucessores.
II. Ensino tradicional da I greja. - Nunca variou
n este ponto o ensino da Igreja, coluna e fundamento da
verdade. São Paulo escrevia aos Coríntios: " Recebi do
Senhor o ensino que vos tenho transmitido, a saber : que
na própria noite em que havia de ser entr egue, o Senhor
Jesus tomou o pao, e benzeu, etc . .. " E após ter narrado
a in tituição da Eucaristia, deduz o Apóstolo a seguinte
conclusão: "Quem come indignamente dêste pão, e bebe
indignamente no cálice do Senhor é culpado do corpo e
do sangue de Cristo" (I , Cor., XI, 23-39 ) .
Daquele tempo a esta parte, os doutores de todos os
séculos, a tradição constante e universal da Igreja, o
ensinamento de todos os concílios professaram a mesma
f é. Todo os monumentos dos séeulos cristãos : catacumbas,
igrejas, altares, esculturas ou pinturas prim_itivas, tudo
se ajunta para apregoar a mesma crença que S. Tomaz

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E CAR I S T I A 3 5

de Aquino tão magi tralmente traduziu no Lauda Sion,


e o oncílio tridentino formulou com tamanha precisão
contr a o erro prote tante ( e . XIII ) .
aiitoridade do rnilagre. - Quantas vêze ,
éculo Deu fez milagre a: favor elo dogma
de J e us na hó tia;
a derramar sangue, as
anta e p écie con ervada na chama , etc. já não
faíando n o milagre de ordem moral : virtude con en ada,
heroí mo espalhado e vulgarizado; caridade e santidade
levada ao auge do brilho por natur eza fraca em meio
de um mundo corToído pelo egoí mo e p ela paixõe .
O doO'ma eucarí tico é poi , uma da verdades
melhor firmada , melhor pr ovada e não pode deixar
dúnda alguma no e pírito do que de boa f é, e tudam
a r eliO'ião de Cri to.
303. - Quais ão os aspecto debaixo dos quais e pode
encarar a eucari tia?

R.- ob tr ~s a p cto dif rent es poclernos considerar


a eucari tia : na sua realização, na sua p nnanência e na
ua admini tração.
1. 0 a ua realização, i to é, no próprio ato que '
muda o pão e o vinho no corpo e angue de J esu Cri to :
é a con agração, r ealizada no anto acrifício da mis a;
2. 0 Na sua perrnanência, i to é, na duração da
existência eucarí tica, que enhor con erva no
'.l'aberná culo, enquanto a e pécie ali e tão
éon ervada para p erp etuar ua pre ença entre nó ;
3. 0 Na ua adrnini tração i to é, no ato que comunica
ao cri tão o orpo de J e ·u Cri to e é chamado
c o~iunhão, ou r ecepção do acramento ela eucari tia.
Estudaremo mai. acuradamente o primeiro e o
terceiro a pecto isto -é, a eucari tia como sacrifício e a
eucari tia como sacramento.

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3 6 SA C RAMENT OS

304. - Qiial é o sinal sensível da eucaristia ?

R. - A 1natéria do sacramento da eiwaristia é pão


de t rigo e vinho de 1iv a, que foi a matéria empregada por
Noss o S enhor J esus Cristo. A f orma consiste nas palavras
da con agração.
Na eu caristia, que é um sacramento, havemos de
encontrar, como nos mai sacramentos da Lei nova, um
sinal sen ível, constituído por matéria e forma.
1. 0 A matéria compõe-se de dois elementos; pão e
vinho . O p ão há de er feito com farinha de trigo. Não
imp orta, quanto à validade, qu e êste pão seja levedado
ou ázimo, isto é, sem fer mento. Todavia, na I gr eja latina,
deve-se u ar de pão ázimo, por que é êste mesmo que
No o Senh or empregou n a instituição da eu caristia.
Ê ste pão é de farinha de trigo, em misto algum, amassada
somente com água ; é levemente cozido no fogo , e dá-se-lhe
forma r edonda, pouco espêssa, facilitando sua distribuição
aos fi éis.
O vinho deve ser de nva e não de fabrico qualquer,
sem nenhuma mistura a não ser algumas gotas de água
que nêle se deitam na hora do sacrifício. Geralmente
pref er e-se vinho branco, por ser mais puro.
2.0 \.. f orrna essencial, para a realização da eucaristia,
consiste, para a consagração do pão, nestas palavras :
" Êste é meu corpo", e para a consagr ação do vinho nestas
palavras : "Êste é o cálice do meu sangu e". Mas essas
palavras acram entais não pod em ser licitamente pronun-
ciadas senão n o próprio ato do sacrifício da missa, por
um sacerdote vàlidamente ordenado e junto com as
orações litúrgicas.
Na administração do sacramento da eucaristia, não
há forma absolutamente necessária para a validade, mas
há obrigação para o ministro, enquanto dá a santa hóstia

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EUCA RISTIA 387

ao fi 'i , de pronunciar as seguinte palavras: "Que o


corpo de o o enbor J esus Cri to guarde a vossa alma
para a vida eterna ! "
CONCLUSÃO PRÁTICA

A mai e tupenda da maravilha que inventou jamai o amo r


divino, não é a criação do homem nem a incarnação de J e u
Cri to, nem mesmo a r edenção oferecida na cru z: é a in tituição
da divina eucari tia, que vem a er, para cada um de nó em
pa rticular, uma exten ão, uma participação da inca rnação, pois
introduz J e us Cristo no meio de nós, e também a aplicação doe
méritos ente ourado pela redenção, poi comunica-no a graça
qtie o Salva dor alcançou morrendo por nó .
Em paga dê te portento admirável, pod eremo por ventu ra
te temunJrn r a o o enhor ba tante fé ba tante re peito, ba -
tante amo r agradecid oi A eucari tia, para nó , é o cen ro e o
re umo da religião tôda. É po r Jesus Ró tia que sobem a Deus
a nossa ado raçõe , no santo ac rifício; por ~le é que no vem
tôdas a bênção ; é a J e u presente no tab rnii.culo que recorremo
em no a mágoa , em no o apu ro ; é J e u eucaristia que se
torna, pela anta comunhão no a comida no a fôrça a fonte da
vida obreu atural eterna. Go temo poi , de repetir muita e
muitas vêze ao pé do altar : "L om:ado, amado, adorado seja para
empre o santí simo sacramento!" (100 dia de induig·ncia ) .

§ II. - O santo sacrifício da missa.


Noção geral do sacri flcio. - O sac r ificio elo calvá rio. - A missa, verdad ei r o
sncr ificio. - Ministro do sacrifício da ruis a . - A D eu s s6 se oferece,
para os vivos e os mor os.

305. - Que é sacrifíc io?


R - acrifício é a of crta ex terior que faz o min istro
_l gítinw a Deu , de uma wu a n ível qlle a Ale consagra
para r conhecer seu oberano domínio sôbre tôdas as
cou a expiar o pecado , agradecer ou pedir algmn favor.
Em tôda a , poca , entre todo o povos se oferece-
ram acrifício a D u _ A contar da origem do mundo,
vemo Caim e bel apre entando ao enhor os bens da
terra e a primícia do rebanho. De de o pecado de Adão,
o sacrifício incluiu a idéia de expiação e é por isso que

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3 SACRAMENTOS

houve imolações sangrentas. Propagou-se êste uso até


entre a nações pagãs, e na lei judaica, o próprio Deus
tinha preceituado difer entes espécies de sacrifícios: o
holocausto, para adorar o Senhor; o sacrifício eucarístico,
para agradecer; o sacrifício expiatório, para pedir perdão;
e o sacrifício impetratório, para implorar algum favor.

E levação durante a missa: "Meu Senhor e meu Deus !"

Ê ses sacrifícios todos eram figura do gr ande sacri-


fício p er feito, esperado por Deus e pelos homens que
havia de ser oferecido por Iosso Senhor J esus Cri to
na cruz, para adorar a Deus como merece e expiar de
modo completo e ab oluto os pecados da humanidade.
306. - Ofereceu J esus Cristo um verdadeiro sacrifício?
R. -Sim, a imolação de Nosso S enhor no Calvário
fo i sacrifício verdadeiro, pois encontramos nela tôdas as
condições elo sacrifício.
Estas condiçõe são : 1. 0 ministro legítimo : J esus
risto, pontífice eterno, único sacerdote, no r igor da
palavra
. 1 sendo todos os outros somente seus delegados ou
.

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1':UCARISTIA 3 9

- ub ti tu to · 2.0 vítima : o o enhor ainda verdadeiro


cord iro de Deu , carregado com o pecado do mundo;
3. 0 irno'lação r eal, poi a vítima derramou todo o sangúe
e r ecebeu o golpe da morte; 4. 0 o quatro fin do acrifício
foram preenchido : No o enhor apr e entou a eu pai
adoração perfeita, ação de graças igual ao eu benefícios,
expiação infinita p ela no a , ofensa , e oração todo
podero a.
Ma querendo r epre entar e continuar at' o fim do
mundo o O'rande e único acrifício da cruz, o o enhor
in tituiu e ofer eceu, na Quinta-feira anta, vé pera da
ua mor te, um acrifício que é a r eprodução fi el do que
fez no calvário: ' o que chamamo acrifício da mi a.
30 7. - Que ' m issa ?

R. - Mi a é o sacrifício úicruento do corvo e do


sangue de J e us ri to, of recido ôbr os nos os altares,
d baiºxo elas sp ' ci ele pão e de vinho, ni memória elo
sacrifício ela crnz.
mi a é verdadeiro acrifício e nela en contramo ,
como no calvário :
1. 0 ac rdot : ' ainda J e u r i o ; no altar, por ém,
opera por intermédio de um mini tro, que é eu delegado
ou ub tituto;
2. 0 r ítima : é mpre o o enhor p or ém velado
no ·acrifício da mi a debaixo da e pec1e acram entais
.,do pão e d vinho, transub tanciada , no momento da
con agração em ua carne angue ;
3. 0 V rdacl ira imolação : com efeito primeiro ofe-
r e ida a D us a vítima é imolada. mí tica ma r eal-
mente : a palavra da con aO'ração lbe dão, d algum
modo o golpe ela morte e pela comunhã o, ela de aparece
como le aparecia outrora a vítima, pela combustão ou
pela manducação.

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390 SACRAMENTOS

4. 0 Enfim, a missa é oferecida a Deus para obter os


mesmos efeito que a imolação do calvário, isto é, para
preencher os quatro grandes deveres do homem: adorar
a Deus, agradecer, pedir perdão, e solicitar graças.
O sacrifício da missa, dissemos, representa o da cruz ;
de fato, o pão e o vinho, con agrados separadamente e
conservados distintos um do outro, lembram o corpo de
Cristo separado, na cruz, do seu sangue derramado no
chão, e a iro, Ios o enhor acha-se no altar em e tado
aparente de imolação e de morte.
O sacrifício da missa continua o da cruz; com efeito,
J e us Cristo, sempre pontífice e sempre vítima, nos
alcança e liberaliza as mesmas graças, e como no calvário,
realiza o quatro fins do acrifício.
Em ambos o caso , portanto, é o mesmo sacrifício;
a única diferença notável é que: 1.0 na cruz, J esus se
oferecia a si mesmo, enquanto, no altar, o faz pelo
ministério do acerdote; 2. 0 no calvário, a imolação era
real e sangrenta, enquanto, na missa, é roí tica: o sangue
não está realmente derramado.
308. - Quai é o ministro do sacríf icio da m issa ?

R. - O ministro do sacrifício da missa é o sacerdote,


legitimamente ordenado por imi bispo.
A ordenação sacerdotal é absolutamente necessária
para a validade do sacrifício. Efetivamente, aos apó tolos
somente e ao seus herdeiros legítimos no sacerdócio é
que Jesus Cristo dis e: "Fazei isto em memória de mim"
(S. Lucas, xx.n, 19 ) .
Para oferecer licitamente o sacrifí io da mis a, o
sacêrdote deve observar tôdas as prescrições da Igreja
e em particular estar de jejum l:l possuir a graça santi-
ficante. Se não se conforma se com estas prescrições,
tornar-se-ia gravemente culpado; o sacrifício, porém, não
deixaria de produzir todos os efeitos, porque a eficácia

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EUCAR I S T I A 391

dêle depende da virtude todo podero a de Jesus Cr isto


e não da qualidade do sacerdote que não pa sa de
in trum ento. Enfim, o ace r dote deve co n aO'ra r debaixo
da dua e pécie . com matéria válida , e comungar
tamb ém debaixo da dua e pécie do pão e· do vinho;
em o que o acrifício eria a um t empo ilícito e nulo.
309. - À quem e por quem se ofe rece o acrifício da m issa?

R. - O acrifí cio da nii sa é o erecido a D eus somente.


P ode oferecer- e p lo v iv o e pelos mortos.
I. õmente a D eu e ofer ece o acrifí io da missa.
om efeito, o acrifício é ato de adora<:ão por excelência:
portant o dirige- e unicam ente a Deu .
Portanto, não e ofe r ece o anto à
antí ima Virgem, ao an jo ou ao anto : ma em
honra dêle pode- e ofe r ecê-lo a Deu ; nada mai legítimo
que fazer intervir a antí ima VirO'em, o anjos e os
anto na oraçõe do acrif í io. É a con equ Ancia do que
di emo tratando do eu culto. A mi a, porta nto, pode
er r ezada em honra dêle para aO'radecer a D eu pelas
O'ra a qu lh e deparou e al cançar , por inter ces ão dêles,
o favore que olicitamo .
II. onforme o próprio fim da ua in tituição e de
acôr do com o en inamento do co n ílio tridentino, o
acrifí io da mi a é oferecido pelo vivos e pelos mort os.
1.0 Ofer ece- e pelo vivo : pelo ju to , para êle perse-
verarem · pelo pecadore para êle e converter em· pelos
4,erege i mático , para êle voltarem à unidade
católica · pelo próprio Judeu e o in fi éi para que Deus
lhe dê a O'raça de conhecer em e abra çar m a erda deira
r eligião. 2. 0 f er ece- e pelo rnortos : porque o sacrifício
da mi a po ui virtude expiatór ia que pode ser , para
êle de O'r ande pr é timo além dê te mundo. Todavia,
não e ofer ece pelo anto , já que n ão preci am mais
de gra ça : tamb ém não e pode oferecer pelo réprobos,

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392 SACRAMENTOS

que não são aptos a r ecolher os frutos. Mas quem pode


estar certo da reprovação de uma alma? . . . É, portanto,
lícito e saudável mandar rezar missas pelos finados: se
e tiverem no purgatório, o sacrifício há de redundar para
êles em alivio preciosíssimo; e ca o não pudessem apro-
veitar dêste socorro, Deus o aplicaria a outras almas,
segundo os intentos da ua sabedoria e misericórdia.
CONCLUSÃO PRÁTICA
O sacriflcio da missa, sendo o mesmo que o sacrüício da cruz,
para a êle as istir serã. método excelente, seguir , pelo pensamento
os acontecimentos da paixão do alvador, considerando .Jesus
suces ivamente no horto das Oliveiras, no tribunais de Anaz e
Caüaz, de Pilatos e Herodes, na cruz e no túmulo. Procuremos ter
os mesmos sentimento que tivéramos presenciando o drama do
Gólgota.
Outro método muito louvável também, é ocupar-se com os
quatro fins do sacrifício. Desde o comêço até o evangelho, preen-
chemos o dever da adoração; do e'' augelho até a elevação, cum-
primos o da expiação; da elevação até a com unhão, oferecemos a
Deus seu Filho .Jesus Cristo em ações de graças; enfim, desde a
comunhão até o último evangelho, dirigimos a Deus os nossos
pedidos.
O meio mais profícuo de ouvirmos mis a, é acompanharmos
as orações litúrgicas, que o sacerdote reza no altar: andar com mais
acêrto que a santa Igreja, não podemos; e é comungar nos seus
pensamentos, seguirmos com atenção do espírito e piedade do
coração as fórmulas da prece que ela própria vai fazendo.
§ III. - Necessidade e e feito do sacramento da eucaristia.
A comunhão. - Obrigação de comungar. - Comu nhão debaixo das duss
espécies. - Efeitos da santa comunhão.
310. - Que é comunhão?
R. - Cornimhão é a recepção da divina eucaristia,
isto é, do corpo e sangue de J esits Cristo debaixo das
espécies sacrarnentais.
Êste ato chama-se cornunhão (união comum) porque
nos une a Jesus Cristo da maneira mais íntima e estreita.
Poder-se-á, com efeito, imaginar união mais real e
completa que a união resultando da assimilação por nossa

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E CARISTIA 393

própria ub tância da comi<la qu tomamo Ora, na


anta omunhão, comemo a carne e b bem o o angue
de ~ o o enhor e ê e alimento diYino tran forma- e
em no a nb tância ou ante , por er ~ l nobr e,

fJ J esus que r ecebemos na untíssima Comunhão .

até a ua própria altura, e torna-no partici-


da na ureza diYina. P orque a eucaristia que
é ver dadeiramente o corpo de ~os o enhor
ri to, o me mo que na cen da Yirgem 1\Iari a, fo i
pregado na cruz e agora e tá r e. u citado glorio o, oculto
ao entido , porém pre ente à no a fé.
311. -Há obrigação de comungar?

R. - H á obrigação de comungar m perigo de morte,


e, ao rneno , 1.l1na vez cada ano, na P áscoa da R essurreição .
1. 0 A intenção de No so Senhor, ne te particular,
manife ta- e pela e colha que fez do pão e do vinho como
matéria da eucari tia. Indica-nos claramente por ali que
deseja er, pela comunhão, alimento de nos as alma ,
como o pão e o vinho ão alimento do corpo . ·

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394 SACRAMENTOS

2. 0 Além dis o, No so Senhor deu ordem terminante


de comungar, por estas palavras que o evangelho refere:
"Se não vos alimentardes da carne do Filho do homem,
e se não beberde eu sangue, não tereis a vida em vós
mesmos" ... E completa seu pensamento djzendo: "O que
me comer terá a vida por mim, e viverá eternamente"
(S . João, Vi, 54-58). Resulta claro de ta palavras que,
se quisermos, na terra, po uir a vida sobrenatural de
Je us Cristo e da graça, e no outro mundo, alcançar a
vida eterna, devemos receber a eucari tia, por outra,
devemos comungar.
3. 0 Entretanto, não determinou os o Senhor o
tempo em que se havia de comungar: um preceito da
I greja tornou obrigatória - segundo temos estudado na
explicação do seu IV. 0 mandamento (n. 0 191 e seguintes)
- a comunhão anual em tempo de Pá coa, as iro como a
comunhão em artigo de morte. Esta última é denominada
viático porque é socorro preparado para a passagem desta
vida para a eternidade.
A I greja, porém, anseia por ver os fiéis comungarem
mais amiúde, especialmente nas principb.is festas. O
cqncílio tridentino extern a o mesmo desejo de ver os
fiéis achegarem-se à santa _me a sempre que ouvirem.
mis a, isto é, qiwndo menos, todos os domingos e festas.
Com mai in istência, Pio X :renovou o mesmo desejo
no decreto da comunhão fr equente e cotidiana.
312. - Haverá obrigação de comungar debaixo das duas
espécies ?
R. - O sacerdot e, sàrnente quando celebra o santo
sacri fício, d eve comiingar d ebaixo das duas espécies de
pão e de vinho. Os fiéis - e m esmo o sacerdote, se
comungar sem celebrar a missa - não estão obrigados à
comunhão debaixo das duas espécies.
É dever para o sacerdote que celebra, porque o
sacrif1cºo da missa foi instituído por Nosso Senhor desta
CJ

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EUCARIST I A 395

maneira, e porque do contrário, fal ta ria alguma cou a


na pró pria e ~n c ia. do acrifício, que deve r ep r oduzir o
do cal vário e o do cenáculo.
Ma o fi éi , - e me mo o a erdote e comunga r
em celebrar a mi a - não e tão obri()'ado à comunhão
debaixo da dua e p'cies. Ver dade é que, no primeir o
éculo , co tumava- e r eceber a eucari tia debaixo da
e p ci e de pão e le vinho, ma ninguém uidava que
ê te u o fo e ne e ár io. A con tar do ' culo XII, o
o tum de dar a eucari ia ao fiéi õmente debaixo da
única e p 'cie lo pão, prevaleceu, e i to por causa da
dificuldade , acid ente e profan açõe que r ultavam não
r aro, da comunhão debaixo da e p ' ie do vinho .
Aliá , J e u ri o, achando- e inteiro debaixo de
cada pécie, como fi cou d ito, r ecebemo , debaixo de uma
ó e p ' cie, o acr amen to inteir o e a me mí ima gr aça .
313. - Que ef eit os prod11 z m nós a sant a comunhão ?
R. - Os prin cipai ef itos qu a u car istia pr oduz
ern nó ão :
1. 0 on er·var mlmen tar a v iela da alm a qile é a
graça, como o alim ento rnat erial con erva awrnenta a
vida do corpo;
2. 0 A v agar os p cados v eniai e pr es n :ar dos
mortai ;
3 .0 nir-n o a J e tl ri to f azer-n o viv r ele ua
vida;
4.0 r, para nó , p
O efeito
· palavra de
eu ari tia: que com minha carne
perm anece em mim e eu, nêle. . . O que m comer t rá a
'idapormim e viverá ternamen e' ( . J oão, 1,57-59 ) .
Daí infer imo que o feito da eucari tia ão :
1. 0 Alimentar e fortificar a alma como o pão e o
vinho alimentam e fo rtificam o corpo, de modo que ela

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SACÉAMENT ÔS

produz aumento de vida sobrenatural ou graça santi-


ficante.
2.º Unir-nos estreitamente com Jesus Cristo: "Êle
está em nós, e estamos nêle". Unir-nos com Deus pela
caridade : tal era o fim da criação. O pecado tinha
quebrado êste vínculo ; Nosso Senhor o r eatou p ela
incarnação e a r edenção; mas é p ela comunhão que,
estando pes oalmente unidos a J esus Cristo e a Deus,
realizamo a palavra de são Pedro : "participantes da
natureza divina" (II S. P edro, r, 4 ) . Era o anelo de
tôdas as religiões. No catolicismo, mercê da eucaristia,
foi realizado o que tanto e debalde se aln;iejava.
3. 0 Ao baixar até o nosso nível, J esu'S Cristo nos traz
a santidade, da qual Êle é o manancial. Comunica-nos
um princípio de grandeza e dignidade, alevanta os nossos
pensamentos, aquece-nos o cor ação, ministra-nos socorros
e fôrças para emendarmos os nossos defeitos e chegarmos
à prática das mais acrisoladas virtudes. Compreendem-se
então as vantagens da comunhão mais frequente, chamada
pelo santo concílio de Trento "o antídoto das faltas
veniais, e preservativo contra p ecados mortais".
4. 0 Enfim, a comunhão, princípio da vida sobrena-
tural e santa, é para nós penhor da vida eterna e
ressurreição gloriosa. J esus Cristo o ensina positiva-
mente : " Quem comer minha carne e beber meu sangue,
terá a vida eterna, e r essuscitá-lo-ei no último dia" (S.
Jo ão, vr, 55) .
CONCLUSÃO P RÁTICA

J esus Cristo o alz e até jura: "Em verdade, em verdade, eu


vo-lo digo ... " é preciso receber a santa eucaristia e dela se alimen-
t ar; do contrário será impossível viver. -
"Os que andam _à procura de pretextos ou desculpas para
conser var-se afastados do uso frequente do pão dos anjos, podem-se
equiparar aos convida dos de que fala a parábola do evangelho, os
quais não obstante suas desculpas para não irem ao f estim, atraem
sôbre si cólera do pai de família" (São Francisco de Sales) .
o

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E AR. I S T I A 397

Quand o o h omem não toma, alg um te mpo, nenhu m al imen to,


\ ai enfraq ue end o e a do ece : o me mo se dá com o cr istão pri,·a do
da fô rça dfrin a, po rqu e ' le n ega à sua al ma o a li mento ncce sh rio
à d ela . K ão é e ta a causa do ma l-e tar po r demai frequ ente, da
fraqueza de muita alma ~ Xiio e r:t a sim com os antos. qu e e
mostra m todo piedo a mente á 1·ido el a anta comunhão . Su a. vida
era a ncaristia quan do não p ude. em r ceber a com unhão ac ra·
mental, supria m a e ta falta com a conrnn ll ão eszliri t ual ou ele
de ej o.
" O sacerdot es t erão especial cuidado em excita r 1·i1·íss im o
de ej o da comun hão coti diana no cora~ão do menino qu e e
prepa ra m à primeira comunhão. T omem proY idências para qu e os
meninos f aça m e a p ri me ira comun hão o m ais cedo possfrel . .. ,
antes de p erd ere m o hrilho d;t inoernria ao co ntac o das nódo a do
m undo . . . , e a r eno1·e111 oclos os cli :ts º' ( Pio X ) .

§ IV. - Ministro e .s uj e it o el a c u c a ri ~ tia. D is p os ições para a


s a n ta comu nh ão.

Mini tro do ncra men to da eucaristia. - Sujeito cl êste sa cram ento. -


Di spos içõe r eque ri ~Ia~: l. º para a alma; 2 .0 para o corpo. - Comu nhã o
boa, indigna, t ibia.

314. - Qual é o mini8tro rlisp n.<ador do sacramrnlo da


eucaristia?

R . - O mini iro ordinário, iw administração do


acrarnen lo cl<t 11 caristia, é o accrclot e cujo dedo s são
con ag rado p lo óleo sant o para towr o corz o aclorái;el
ele J e 11s Cri to .
O diácono , na prirnitirn I g rej a, eram muita vêzes
ncarregado d c1i. t ribui r a an ta comunhão, e leYá-la
aos au. en te . Em caso de n c idade, o imples diácono,
E1ue já tem o pod er de toc:ar a hó tia an ta, poder ia ainda
de ·empenha r e ta fun çã o, porque é o m ini tro extraor -
dinário na d i pen. ação eucar í ·ti ·a. -m . irnple fiel, em
ca o extremo, e par a fu r tar a euca ri tia a um peri go de
profana í poderi a lar· e a si me mo ou dar a outr o
a hóstia ·an ta · m comunhão; torn ar - e-ia en tão
mini tro extraor diná rio da d.i tr ibu ição da u ·ar i tia.

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398 SACRAMENT OS

315. - Qital é o s1tjeito do sacramento da eitcaristia?

R. - Todo o cristão batizado pode vàlidamente


receber o acramento da eucaristia.
Na primitiva Igreja, co tumavam dar a santa
comunhão, ao r ec' m-na cido , mesmo a criancinhas. Se
alo·uma p e oa não batizada fo se comungar , rBceberia a
eucari tia materialm nte ma não como sacramento, por
não er apta. - H oj e, a di ciplina da Igreja não quer
que se dê a anta comunhão a crianças antes de terem
alcançado a idade de di crição, isto é, antes de serem
capazes de discernir o ato importante que praticam
r ecebendo a anta comunhão.
Ao vigário da fr egue ia pertence admitir à primeira
comunhão a crianças que têm instrução suficiente .
.AntB de ta admi ão, pode-se, contudo, e mesmo
deve- e dar a santa comunhão aos meninos que estão em
p eri go de morte uma vez que t enham idade de razão e
ejam capaze de diferenciar o pão eucarístico da comida
vulo·ar. O pre eito divino obriga-o , devem segui-lo.
Ião e dá a comunhão aos indignos, isto é, aos
pecadore público e e caudaloso , n em' aos que não têm
u o da razão (alienado ) .
Para e receber licitamente e com proveito a divina
eucaristia, cumpre ter as di posições r equeridas.
316. - Quais são as d·isposições requeridas para bem
comungar?

R. - Para bem comiingar, três coitsas são neces-


sárias :
1. 0 E stado de graça;
2. 0 J ejum desde meia-noite até o momento da
comit11 hão;
3.° Conhecimento do qite se vai receber e f é e devoção
no apresentar-se à comunhão.

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EUCARI STI A 399

Entre e ta di po içõe , uma e referem à alrna,


outras ao corpo.
I. Dispo 1ºçõ da alrna. - 1.0 A p r imeira e princi pal
' o estado de graça, i to ' , i enção de p ecado mortal.
"Prove- o homem a i me mo, manda ão Paulo e não
beba d A te vinho enão com cautela: poi quem orne
indianamente a carne ou beb índio-namente o angue do
enhor, come e bebe a própria condenação (I. or.
XI, 27-29 ).

Donde e deduz que haveri a falta gr ave, chamada


acril, gio, para quem fo e com uno-ar julo-ando- e culpado
de p ecado mortal. P to que cuidá emo t er contri ão
p erf ita, não no eria p ermitido a chegar-no à anta
m a ante de t ermo purificado a con ciên ia por uma
boa confi ão pela ab olvi ção acramental: a im o
pre cr eve o concílio trid entino ( . XIII vrr e cân. n ) .
Pouca ão a ex eçõe a e a r eQTa · por xemplo:
a ) Hav ndo obrigação de comungar e falta de
confe or;
b ) e fo e pre i o furtar a eucari ia a um perigo
ou profana ão iminente;
e) Tratan fo- e de p cado mortal cometido de d a
última conf i · ão não ba ta excitar- e à co n rição perfeita,
~ n · ário conf . ar - e r eceb r a ab lvi ão ante d
comunO'ar. on Hi o de Trento diz formalm n e:
' Qu m tem pecad o mortal na con ciAn ia, eja qual fôr a
cbntri ão d qu julgu animado, nã d Ye apro -imar- e
da anta eu ari tia m ante r co rr r à onfi ão acra-
mental ' ( . X III , e. vn). - Entretanto. não e
lembrand o lê t p ado enão na me a aarada afim
d vitar când alo, poder -se-ia pedi r p erdão a D u 1
fund o do cora ão e e munaar, com a ondi ção de
confessar-se qu anto ante .

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400 SACRAMENT OS

d) Tratando-se de pecado mortal esquecido em


confissão, S. Afonso diz que é mais prudente ir
confessar-se, se fôr possível, antes de ir comungar, mas
que não há obrigação (Hom. apost., n . 23 ) . Basta, na
confissão seguinte, acusar o pecado esque.cido.
Nesses diversos casos, é mister ainda excitar-se à
contrição perfeita.
2.o Além da pureza da consciência, outra di posição
necessária é preparar-se à santa comunhão pelo r ecolhi-
mento do espírito, a devóção do coração, a confiança, o
amor para com Jesus Cristo, o arrependimento dos
pecados veniais.
II. Disposições do corpo. - 1.° A disposição do corpo
essencial e primeira é o j ejumj não se deve ter ingerido
cousa alguma a modo de comida ou bebida a contar de
meia-noite. Esta regra é muito antiga na I greja, e baseia-
se no respeito devido ao corpo de Cristo ; não convém
introduzir no estômago êste alimento divino junto com a
comida vulgar. Temos a mesma razão 'p ara não comer
nem beber imediatamente depois da comunhão; quanto
possível, salvo o caso de motivos · partiQuiares, é bom
e perar quando menos uns quinze minutos. É preciso
também, no mesmo intervalo deixar de cuspir, para que
não aconteça rejeitarmos algum fragmento da santa
hóstia.
O jejum eucarí tico constitui obrigação grave: não
admite razão de matéria leve. Pode ser dispensado
itnicamente nas seguintes ocorrências.
a) o estado de do ença grave; então comunga-se em
viático, seja qual fôr a hora, e sem estar de jejum. b) No
seguinte caso muito raro: o sacerdote cai doente, no altar,
depois da con agração, e não pode terminar a missa ;
outro sacerdote, ainda que não estives e mai de j ejum,
deveria completar o santo sacrifício. e) Er)fim, para

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tUOARIST I A 401

furtar a eucari tia ao perigo ou à profanação, seria


permitido, e me mo or denado con umir a antas hó tia ,
embora e tive e comido e bebido, e por outra parte não
houve e ali p e oa ajuda de jej um (1 ) .
2. 0 A eO'unda ili po ição do corpo é apresentar. e à
santa comunhão com exterior mode to e r ecolhido traj e
conveniente em luxo, como também em de mazêlo.
É u o tirar a luva indo à anta 1\Ie a; o militares
deixam a arma .
317. - Que é conwnllão boa, i nd ign a, tibia?

R. -1. 0 [,ma comunhiio , boa quando f eita com as


dev idas ài po ições da alma e do cor po, sem n egl1:gência
grave.
2.º A comunhão ' indigna 01i sacrílega qiiando,
cientes, nós a fa emas com algnrn pecado mortal, 01i sem
e tar de jejum,, on com intençõ riâns.
3.0 A comunhão ' tíbia quando não é fe?·vorosa n em
·má, senão di traída ozi nial pr parada.
1. 0 comunhão erá fervoro a, e tivermo ardente
amor de Deus, vivo de ejo de r eceber a J e us Cristo, e
imen a gratidão · por ê te benefício incomparável. ·A
comunhão boa e pecialmente quando é fervoro a, produz
todo e efeitos que demo a conhecer.
2.0 Na comunhão indigna ou sacrílega r ecebe-se, na
verdade, o corpo e angue de J e u Cri to, não porém
as graça ligada ao acramento. omete- e um p ecado
enorme: o crime de J uda ; 'come- e e bebe- e a própria
condenação ' , diz ão Paulo. P or grave que seja ê te
pecado, empre e pode alcançar o perdão; roa ger a
ordinàriaroente a perda da fé, a impiedade, o endure-
(1) O Direito anôni co (can. 5 , § 2. 0 ) au to riza os en fermos que
se acham de cama de de um mês, sem esperan ça certa de próxima couva-
l cença , a receberem a agrada com u nhão uma ou duas vêzes por semana,
ainda que tenham tomado algum r emédio ou algum alim ento liquido.

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402 SACRAMENTOS

cimento e o d-esespêro: assim é que se justifica a palavra


do Apóstolo.
3.0 A comunhã0 tíbia é o caso de quem vai receber
a eucaristia com faltas veniais, voluntàriamente cometi-
das, e para as quais conserva apêgo e a:f-eição ; ou ainda
de quein, voluntàriamente, se ocupa, no momento de
comungar, com cousas diversas, distrações que não são
mortais, porém desagradam a Deu , ou enfim do que não
t em ba tante recolhimento interior ou exterior. I sto tudo
é oposto ao r esp eito e ao amór que devemos a Jesus
Cristo. Eis porque a comunhão tíbia nos priva das
vantagen da boa e fervorosa comunhão: deixa-no frio
e indiferente ; não traz nem santidade nem alegria.
Finalment e, é muito para recear que a p ouco e pouco
ela aparelhe o caminho para a comunhão sacrílega,
acarretando-a como que fatalmente. Por isso é que
importa sumamente estarmos acautelados contra as
comunhões tíbias.
CONCLUSÕES PRÁTICAS

Eis aqui o que estabeleceu e declarou a sagrada Congregação


do Concílio, na sessão plenária de 16 de dezembro de 1905, acêrca
da comunhão frequente:
1. 0 A comunhão frequente e cotidiana, porque sumamente
desejada de N. S. Jesus Cristo e da Igreja Católica, seja 12ermitida
a todos os fiéis cristãos de qu alquer ordem ou condição; de sorte
qite nenhitm, que tenha o estado de graça e se aproxime da S. mesa
com intenção reta e pia, possa ser impedido.
2. 0 A intenção reta está em que quem se aproxima da S. mesa,
não o faça por costume ou por motivos humanos, mas com ânimo
de satisfazer à vontade de Deus, unir-se a :lllle com caridade mais
íntima, e remediá;r com aquele medicamento divino às suas enfer-
midades e defeitos.
3. 0 Embora seja sumamente ' conveniente que os que comungam
cotidianamente estejam isentos de culpas veniais, ao menos das
plenamente deliberadas e do afeto a elas, todavia é suf iciente que
estejam livres de culpas mortais e fa çam o propó-sito de não pecar
mais no f uturo: com êste propósito sincero, não pode deixar de

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E CAR I TIA 403

suceder que o~ qu e comungam cotidian a m nte, pouco a pouco se


livrem ta111b 'm de pecados veniai e do af to a eles.
4. 0 E , de de qu e o sacramentos da nova lei, e bem que
prod uza m eu efeito e.'!: ópere operato, tod a via produzem ef eito
maior em p ropo rçã o el as melh ore cli posiçõe que e têm ao rece bê-
los, po r i so deve-se procu ra r que a sagrada comunhão seja prece-
did a po r dil igen te prepa ração e aco mpanhacl :-i el e co1weniente ação
de graças, eguncl o a capacida de, co ndi ção e ocupações ele cada um.
eguem conselho ao confe or . Yigá ri o, para que a nimem
mai e mai os fi éis a comungar clià ria mente.
A comu nhão semanal e a comunhão diária , como Yemos, têm
ido enca recidamente recomendadas por ua antida do Pio X. Os
a salto múlti plos que a im piedade dirige cont ra a no sa fé no
impõem a i1ece ida de urgente el e recor rer a êste e cuclo, único
a lva- l'id a no mar procelo o elo mundo. 1m pre. 11 0 enta nto aten de r
ao pa recer do con f e or, e agradecer o fa\·or el a comu nh ão fr e-
quente por um a viel a seri amen te cri stã, a mparada por constantes
prá tica ele piedade.

§ V. - Cerin1ônia s na adm ini stração do s acram e nto


da e u cari tia.
Cer imônias da comu nhão: l.º dada n a igrej a; 2 .0 lev ada a o doentes.

318. - Quais são as principais cerimônias tt.Sadas para a


administração da eucaristia?
Temo qu e di ti1wui.r a aclmin i tração da eucari tia
feita ao fiéi na igreja em com un hão or dinária, e a
que e fa z a domicílio, ou em Yiático a enfermo e doente .
I. Cornmi hão clacla na 1'greja. - É mais de acôrd o
com a liturgia e o de ejo da I gr eja dar a comunhão' aos
f'éi durante o santo sacrifício da mi. sa, no momento
indicado, depoi da comunhão do sacerd ote. Tôd as as
" or açõe litúrgi ca , ante e depoi da comunhão, ão
c1i po t~s e e colhidas ne te intuito, tanto para os fi éis
orno I ara o sa-erdote : é por isso que convém, quanto
po Í:Yel, comungar na mi sa.
'I'odavia, não há ni to nem preceito nem r egra inva-
ri ável, e não é neees ário ouvir missa para comun gar;
mas ' neces ário sempre fazer uma prepar ação; afora as

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1- ,

404 SACRAMENTOS

orações da missa, a melhor será a r ecitação atenta dos


Atos antes ,da comunhão. Do mesmo modo, para a ação
de graças, é bom rezar os Atos depois da comunhão. -
Pode-se u ar , contudo, de outra fórmulas ou livro de
piedade, uma vez que a leitura seja adequada à circuns-
tância e se refira à anta eucaristia. .
Se der a :;ianta comunhão durante a missa, ou imedia-
tamente ante , ou logo depois, o sacerdote será revestido
do paramento sacerdotais que deve ter para o santo
sacrifício. Em outra hora, fora da mi sa, terá sobrepeliz
e e tola, símbolo de ju tiça e autoridade.
1. 0 o momento em que se abre o tabernáculo, reza-se
o Confíteor inteiro. Oração muito própria para nos
excitar à humildade, à contrição, à confiança em Deus.
- O acerdote, voltando- e para os fiéis, r eza as duas
orações Misereátiw e Indulg éntiarn, pedindo a Deus que
p erdoe nosso pecados.
2. 0 O sacerdote toma do cibório uma hóstia santa
e erguendo-a, fala voltado para o assi tentes: "Ecce
Agmts Dei... Ei o Cordeiro de Deus que apaga os
pecados do mundo .. . " Depois, por três vezes: "Dómine
1ion swrn .dign1is . .. Senhor, não ou digno de que entreis
em minha morada, etc." São as palavras do centurião, no
evangelho, tran bordantes de fé e humildade.
3.° Os fiéis que de ejam comungar acercaram-se da
santa mesa, e três vezes bateram no peito, ao Dómine,
non sum dign1is. . . Põem-se de j oelhos por humildaàle;
e, segurando a toalha da comunhão de modo a aparar a
santa hóstia se por acidente caísse, adiantam um tanto a
língua. O sacerdote depõe a hó tia dizendo: "Corpus
Dómini . .. O corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo guarde
tua alma para a vida eterna!"
Êste é o ceri:rp.onial muito simples usado para a
recepção de tão magno sacramento. .A. Igreja quis que
pudéssemos entr egar-nos por completo à meditação do

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E CA R I S ' I I A 405

mi tério eucarí ti co, em no deixar di trair por ceri-


mônia ace ória .
4.0 e a comunhão f ôr dada fora da mi a, o
acer dote purifica o de o num '"ª o p queno colocado
no altar, e cont ndo um pouco de água; no me mo t empo
r eza a antífona ao antí imo a ramento, com a r e pectiva
oração; depo · , aben çoa o fi éi com a fórm ula ordinária:
B enedíctio D i oninipot n6 , etc. Quando dá a comunhão
na mi a, termina como de co tume a orações do anto
acr ifício e dá a bên ão ó no fim.
II. oniunhão levada ao do ent s m ca a. - L e- M
olenem nte o Viático ao doente é r eO'ra da Igreja;
ob erva- e ainda no luO'are ond o antí imo acramento
é r e peitado e a ompanhado p or piedo o fi éi . O sacer-
dote leYa a anta eucari tia debaixo de um do el, ·eguido
por católico que guram vela e cantam almos. É
muito para la timar que a indiferença ou a impiedade da
n o . a época tenham con trangido a I greja a suprimir
e a práti ca, que honrava a l'\o o enhor e edificava o
cri tão .
O quarto do doente t em ido po 'lo em conveniente
e tado de limpeza e a ua cam a, coberta com panos
br anco por r e peito e amor a J e u Cristo que vem
Yi itá-lo. Kuma pequena me a coberta com toalha branca,
põe- e um cru cifixo e dua vela ; um vaso pequeno com
ágiia benta, e mn ranio bento ; outr o va o com água, para
o acerdote purificar o dedo depoi da anta comunhão.
hegando ao quarto do doente, o Sacerdote desdobra
na me a um corporal e depo ita o va o sagrado que
encerra a santa hó tia. om o ramo lança água benta ao
doente e cir un. tante r ezando o· Asperg es m e e as ora-
çõe litúrgica . Depoi , observa o mesmo cerimonial que
na igreja. Dando a comunhão em viático, em vez da
fórmula ordinária, o acerdote diz:· ' Recebei o viático do

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-!06 SACRAMENTOS

corpo de Tosso Senhor Jesus Cristo: guarde-vrs êle contra


os assaltos do inimigo mau e vos conduza à vida eterna!".
Reza depois uma oração na qual pede para o doente
saúde da alma e do corpo. Em seguida, purifica os dedos '
como havia de fazer na igreja, com a mesmas orações e
termina abençoando o d oente fortificado e consolado.
Se o enfêrmo puder tomar a água que serviu para a
ablução dos dedos, êle o fará; senão, lançar-se-á esta água
ao fogo.
CONCLUSÃO PRÁTICA

Qu anta gratidão e quan to amo r não devemos a Nosso S enhor


pelo dom inefável da santa comunhão! . . . Depois de se ter prepa-
rado à recepção da eucaristia pelos atos de f é, humildade, contrição
e desejo, o cristão que sabe avaliar o benefício recebido, não deixa
de consagrar cêrca de quinze minutos à ação de graças. Fica pri-
meiro em silêncio, escutando a osso · enhor; depois, faz atos de
adoração, agradecimento e petição; enfim, antes de retirar-se,
r enova suas boas resoluções.
Um dia de comunhão é para êle um dia do céu passado na
terra; evita a leviandade, cuida em ficar recolhido, e esforça-se por
ficar unido de coração com o Deus que o visito u.
Uma prática boa e saudável é rezar de joelhos, aos pés de um
crucifixo, depois de cada comunhão, a oração seguinte. "Eis-me,
prostrado em vossa presença, amado e dulcíssimo J esus, para vos
pedir com o mais intenso ardor, e instantemente suplicar-vos qu&
vos digneis de imprimir em meu coração, sentimentos vívidos de
fé, de esperii-nça e de ca ridade e uma verda deira dôr de meus
pecados acompanhada do propósito firme de nunca mais vos tornar
a ofender; enqua nto com estranh a do afeto e profunda compaixão
vou considerando e contempl ando as vossas cinco chaaas, tendo
diante dos olhos aquilo que por bôca do profeta DaVli dissestes de
vós mesmo, bom J esus: 'Transpassaram-me as mãos e os pés; conta-
ram todos os meus ossos ( SALMOS, 21- 17-18) .
Outra oração muito própria para a ação de graças, é a oração
ao Cristo, Rei universal; tem igualmente uma indulgência plenária .

....

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EXTRE M . \ · l ' X ÇÃ O 407
_,,
EXTREMA UNÇAO
l. - Xoçõ ~ gerai- d ê,1 eac ra m e nt o .
I>ef1111~ão. - Tn•titui'.üo di\ir.a h •·x r ·n. un~ã >. :-.ii,al nshel l.º
m t!-ri ; 2. 0 forma. - . ·~ee-.1"11tL 1le du t_•X n:ma urtç.io.

319. - Q111 ( a .rlrt 11111 1rnçãol

H. . t xtrrmrt 1111~·1{0 / 1u11 .'ncn1111111 11 111;;/1 11írlo


por .\'11 . o , 'r11hor ./1 rn-; f 'ri ·to /l(Lrl/ 11lí1·io 1'J11n 11al
tor11oml rio. c11.f r111fl:.
(~ <'11a111ada 1 Jf r111111 tllH)io p •l''Jll•'. 11a l't'alidadP. t'·
p ..., (a U cl !'l'adt·ira Ull<;ào clll cl '!llC' l"l'( !'bl' O l'l'I
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ao . . J[i llU

Ezt rtuia n-:ao

lia i-.,1110, dq1oi da t•tin 'irma ·ão l' ambt·m na 1 r ll'm t'
r.~r a1·1·rd <'. ;.1<' 1·111 :-.id11 1111!.!ido p 111 1'ilt·n .• 11 o. PL'la
'<
ítl 1111a 1., o'• 1•othH!!l'ado t 1> 11 l't>m a •x rt m 1 tu 1;a . •tll"
fo1·111a 11 1·11111pl1·111P11tu da p ·111 !n ·i,1. a 111 l' 111') a l'Oll ir-
mai;iio, o 1·11m pi •111e11 n du ba · ... 11 11. f:.., • -.. a 'l'ctlll n o

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408 SACRAMENT O S

chama-se também sacramento dos enf e?·mos ou itnção dos


agonizantes, porque foi estabelecido justamente a favo r
do que €stão acometidos de doença gt·aves e prestes a
comparecer diante de Deus.
320. - Quem insti"titüt o sacramento da extrerna unção?

R. - Foi Nosso S enhor J esiis Cristo. - O evangelho


não menciona as cfrcunstâncias e os pormenores desta
institiâção; mas vernos êste sacrn1nento já usado pelos
apóstolos, esta11do li osso e?? hor ainda vivo no meio dêles.
" Êles faziam, r efere ão Marcos, unções sôbre
numerosos doentes, e curaYam-nos" (S . Marc., VI, 13 ). São
'fiago, na sua epístola, in ere ê te t exto decisivo : "Há
entre vós algum doente? Chame êle os sacerdotes da
Igreja: hão de orar por êle, ungindo-o com óleo em nome
do Senhor, e a oração da f é salvará o doente; o Senhor o
alivia'rá, e se tiver cometido pe,cados, ser-lhe-ão r emitidos"
(Ep., v, 14-15 ) . restas palavras, vemos os maravilhosos .
efeito ligados a esta un ção : ora, ninguém senão Deus
pode ligar tai graças a um mero rito exterior , como a
extrema unção. Por i so, conclui o concílio tridentino:
"A unção dos enfermos é verdadeiro sacramento no
Testamento novo, instituído por Nosso Senhor, mencio-
nado por são Marcos e promulgado por são Tiago" (Sess .
XIV. r).
r 321. - Qual é o sinal sensível do sacramento da extrerna
unção?

R. - A matéria é o óleo de ohveira, bento p elo bispo


na Qiiinta-feira santa; denornúia-se óleo dos enf ermos.
A forrna ,do sacramento consiste nas orações que pronun-
• eia o sacerdote fa~endo as iinções.
I. O óleo dos enferrnos aplica-se em forma de cruz
nos órgãos que são os principais instrumentos do pecado:
olh~s, ouvidos, nariz, bôca, mãos e pés. ·

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E XTREMA-UNÇÃO 409

O óleo cuja propl'iedade e significação já conhece-


mo indica que o . a ramento da extr ema unção alumia e
fortale ce o doente e minora eu ofrimento . A unção se
faz 'na diferente parte do corpo para r eparar as sua
falta e con agrar o doente todo, não já
como r ei e acerdote não como vítima
ofer ecida a D u em expiação.
II. forma do acramento consiste nas
oraçõe que pronuncia o sacerdote fazendo
a unçõe . Ei aqui. a fórmula: " P or esta
unção anta e por ua dul í ima mi ericór -
Vaso dos santos dia perdoe-vo o enhor todo os pecados
óleos para que comete t e , por. . . (ali, acre centa o
enfermos.
nome do entido no qual está fazendo a
unção) : vi ta, - ouvido - olfato, - gô to e palavras
- tacto, - andar" .
e o doente e tive e em perigo extr emo, r eceando-se
não haver tempo uficiente para fazer tôda as unções e
r epetir ôbre cada entido a fórmula sacr amental, serra
prec1 o contentar- e com uma única unção na testa,
dizendo de modo geral : "Perdoe-'i o Deus todos os
pecado que comete te por todo o sentido " . Depois,
e o doente continua a viver, far- e-iam as diferentes
un~õe para melhor a o efeitos do sacr amento.
322. - erá o sacramento da extrema unção absoiutamente
necessário à salvação?
R. - ão; o sacramento da exfrema unção não. é
aqsolutam nte necessário para a salvação. P ecaria, porém,
grav eniente q1tem, por desprêzo, recusasse recebê-lo.
Para er alvo ba ta po uir o e tad o de graça, e
ê e e tado e alcança pela peniCncia, e até pela contrição
p erfeita. - No entanto, No o enhor nada fez inutil-
mente, e já que in tituiu ê te acramento, há pr oveito e
dever de r ecorrermos a êle empre que fô r po ível.
Quem por ·de _prêzo recusar a extrema unção peca mortal-

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410 SACRAMENT O S

mente; isso não padece dúvida, diz santo Tomaz, e logo,


se morrer sem fazer r ep aração por esta falta, está em
perigo de condenação.
I mprudentí imo seria também o que se privasse
dêste sacramento por descuido ou atrasos culpados;
porque a extrema unção completa o efeito do sacramento
de "penitência, e na falta dêste, pode, em certos casos, vir
a ser o único meio de salvação. Enfim, é socorro sempre
muito útil, e é por isso que devemos apressar-nos em
r ecebê-la, não nos expondo, com àelongas, a perder suas
vantagens. '
CONCLUSÕES PRÁTICAS
0
1. Longe de assustar-nos com a extrema unção, devemos
apreciar êste benefício do nosso divino Salvador. Depois de nos
ter santificado pelo batismo logo na entrada da vida, depois de
nos ter proporcionado outros sacramentos para o decorrer da exis-
tência, Jesus ap resenta-nos êsse socorro derradeiro no momento
da morte para restituir-nos a Deus inocen tes e purificados. P eçamos,
muitas vêzes, enquanto gozamos saúde, a graça de não morrermos
sem a. extrema unção.
2. 0 P ara evitar à nossa familia grande embaraço, solicitamos,
nós mesmos, logo que estivermos doentes a visita de um sacerdote,
segundo o aviso que dá o apóstolo são Tiago. " Qu a ndo estiverde ,
já não digo levemente nem gravemente, senão seriamente enfermos,
escreveu um santo P adre, reclamai, vós mesmos, ou melhor, exigi
absolutamente a visita de um sacerdote, e se fôr necessário, decla rai
energicamente que só consentireis na presença do médico depois de
terdes visto o sacerdote. T ende por certo que desta maneira, êle
chegará breve, e nunca cedo bastante para satisfazer os voto dos
circunstantes ".

§ II. - Efeitos da extrema un ção.


Efeitos produzi dos : 1.0 sôbre a alma; 2. 0 sôb re o corpo.
323. - Quais são os efeitos do sacramento da extrema unção?
R. - O sacramento da extrema unção produz os
efeitos seguintes :
1. 0 Aumenta a graça santificantej
.2. 0 Apaga os pecados veniais e tamb ém os mortais,.
quando o enfêrmo contrito não puder confessá-los.

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EXTRE MA- NÇÃO 411

3. 0 Livra a alrna de todos o r síduos do pecado a


saber : d certo torpor e frieza para o b rn, que ficarn na
alma ainda d poi d e perdoados os pecado ;
4.0 R titui a saf1,d do corpo, a irn convier à
salvação da alrna e à glórfo de Deu ;
5. 0 D á confôrto e paciAncia ao enrnno para suportar
o incômodo e trabalho da doença e fôrça para r sistir
à t ntações e rnorrer santaniente.
egundo as pala-i; ra de ão TiaO'o, vemos que ão
de dua qualidade o efeito produzido pela ex rema
unção, un r eferindo- e à alma, outro ao corpo.
I. Ef itos prodnzido na alma. - 1. 0 " A oração da fé
alvará o enfêrmo" diz ão Tiago. Qual é a salvação a
r1ue alude ali. Primeiro. e ante de tudo, a abração da
aln;ia · poi continua logo: ' E e ti;-er pecado , er-lhe-ão
r emitido ". Portanto, e o doente, em e tado de pecado
mortal, não puder r ecorrer à penitência o primeiro ef eito
da extrema unção erá r emitir-lhe o pecados, ainda
mortai . - fa , e já po uir a graça de Deu , o efeito
do acramento erá aumentar a graça santificante e
plll'ific.ar o doente do r esquicw do pecado; há de
livrá-lo da angú tia e perturbaçõe que o. acompanham,
e também da dívida que ainda tive e que pagar à
ju tiça divina.
2. 0 Outro efeito da extrema urn;ão na alma, é aliviá-la
e fortalecê-la. Quem pode conhecer eu de asso sêgo, suas
t~·i teza , eu temore , e talvez eu r emor os. A extrema·
unção acalma o e pírito e so ega o coração, porque
re tabelece a paz entre Deu e o doente. Quem abe
também, e em face da morte, o enfêrmo não sente
apreen õe cruciantes, t entações terrívei . O último
ac.ramento fortalece o cristão contr a ê tes terrores e
contra o esfor ços supremos do demônio ; ajuda-o a fazer
uma santa morte.

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412 SACRAMENTOS

II. Efeitos produzidos no corpo. - 1.0 Quando fala :


"A oração da fé salvará ó en:fêrmo", são Tiago autoriza-nos
a esperar da extrema unção a saúde corporal, se Deus o
julgar útil para o bem da alma. Portanto, êste sacramento
não é o prenúncio de morte próxima, é meio de curar: o
fato deu-se não raras vêzes, e mais :frequente se tornaria
ainda se r ecorressem a êsse precioso socorro antes do
perigo ser extremo e a morte iminente.
2. 0 Se a extrema unção não r estitui a saúde ao
doente, pelo menos, d á-lhe alívio corporal. " O Senhor,
diz são Tiago, aliviará o en:fêrmo", não só no espírito e
na alma, mas até no corpo. ão é êle que comunica aos
r emédios virtude e eficácia ~ . . . Os médicos, aliás, muhas
vêzes verificam que a tranquilidade do espírito favorece
o efeito das suas r eceitas. Reconciliado com Deus, o
doente estará mais calmo, sentirá menos seus sofrimentos,
ou, pelo menos, terá mais ânimo, mais fôrça para
suportá-los com _paciência.
CONCLUSÕES PRÁTICAS

1. 0 Não satisfeitos com o desejo para nós mesmos ·dos saudá-


veis efeitos da extrema unção, devemos tratar de proporcioná-los
aos outros, especialmente a nossos pai e àmigos, qu e não pensam
talvez em pedi-los ou não ousam fazê-lo por mêdo de magoar-nos.
É dever de caridade de primeira ordem, e muitas vêzes
t ambém, dever. de justiça. Que lás timas, que r emorsos para quem
disser: " Por minha negligência, talvez eu tenha sido causa da
perda eterna de uma alma .. . alma que eu amava ! " Será, pelo
contrá rio, fonte de consôlo e esperança, bálsamo suavíssimo para
as dores da separação, poder dizer : "Aj udei êste meu p a rente,
êste meu amigo a faz er mor te santa e espero tornar a vê-lo no céu !
2. 0 Ter -se-ia menos receio de asusta r o doente com a p re-
sença do sacerdote, se as f amílif!.s se acostumassem a não faze r
dêste um como espantalho, se lhe fr anqueassem niais vêzes, quando
de saúde, a entrada de suas moradas, se fôsse chamado como
consolador nas doenças menos perigosas, se finalmente mostrassem
aos enfermos que os sacram entos, e em particular a extrema unção,
conforme o que a Igreja, segundo os L ivros santos, ensina, longe
de ser prenúncio de morte, são, pelo contrário, meio .de salvação
ou, quando menos, de alivio.

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E:S:TRE:ll.A.- NÇÃO 413

§ III. - i\l ini tro, uj c ito . cerimô ni as ria ex trema unção.

Min i Iro da extrema un ção. - uj eito d êste sacram ento. - Di sposições


r equerida pa ra bem r ecebê-lo - Priucipais cer imônias da extrema·unção.

324 . - Qua l é o ministro do sacramento da extrema unção?

R. - Qualq n r b i po ou qualquer sac rdote pode


vàliclam nt aclrnini trar t e acramento, porq11e basta,
A

para i to o poder ela ordem.


Quando ão Tiago fala: ' ~Iande o enfêrmo vir o
acerdote da I O'reja' , é preci o entender, por es a
palavra, diz o con ílio de Trento, os acer dote ordenados
pelo bi po. m único acerdote, aliá , pode de empenhar
e a função do mini tério.
Afora o ca o de nece idadé o vigário somente, pu
o acerdote delegado pelo bi po ou o pároco, podem
licitam ent admini trar a extrema unção. Seria falta
gra\e arroO'ar - e e ta função em con entimento expre so
ou pre umido. Portanto, é ao pároco da fregue ia
que o fiéi devem dirigir- e para a admini tração dêste
sacramento, alvo o ca o de nece idade ur gente.
325. - Qual é o sujeito da xtrema 1inção?

R. - É o cri tão adulto, doente e ern perigo de rnorte.


orno o outro acramento , a extrema unção supõe
o bati mo condição preliminar e nece sária. Sendo
de tinado a apagar o r e qmc10 do pecado e o me mo
p,ecado, ê te acramento dá- e U.ni camente aos que j á
podem ter ofendido a Deu , portanto, aos adultos. I ão
e daria às criança que não têm idade de r azão, nem
ao louco que nunca foram côn cio do eus atos, e sim
ao que gozam de intervalos de r azão.
P ara ser ujeito apto ao acramento da extrema
unção, cumpr e, mai , e tar doente : são Tiago positiva-
mente o declara. ão é necessári o que a doença seja

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414 SAC R A M EN TOS

desesperada : basta que seja grave p or natureza, consti-


tuindo per igo provável de mort e, mais ou menos próxima.
O perigo de morte sem doença não permite a r ecepção da
extrema unção; não se dá, p or exemplo, a soldados antes
do combate, nem a condenados à morte, muito embora o
perigo de morte seja real para uns, certo par a out ros.
Mas, depois de gr ave ferida, pode-se dar a extr ema unção,
p orque então, há doen ça e p erigo de morte. Também
administr a-se êste sacr amento aos velhos que vão baixando
sensivelmente para o túmulo, porque t al estado constitui
uma doença. É evidente que não se administra a quem
certamente j á está morto.
Enfim, na mesma doença, pode-se r eceber a extr ema
unção u ma vez só. Mas quem cair de n ovo em p erigo,
após uma convalescença, ou quem fô r acometido por outra
doença grave p oder á renovar, mesmo vár ias vêzes, o
sacramento da extrema unção.
326. - Quais são as dispo sições requeridas para se receber a
extrema unção?

R. -1. 0 O doente deve, se possível, r eceber o p er dão


dos pecados pela confissão.
2. 0 Duran t e a cerimônia, acompanhará as orações da ·
I greja pedindo perdão pelas faltas com etidas.
3. 0 R esignar-se-á depois à vontade d e D eus e r ep etirá
os atos de fé, de esperança e d e caridade.
I. Antes da recepção dêst e sacramento, é preciso,
quanto p ossível, pôr -se em estado de graça, pela p enitência
-e a absolvição sacramental, pois só excep cionalmente
t orna-se a extrema un ção sacramento dos mortos; por
n atureza, é sacr ament o dos vivos . Se o do ente não se
pudesse confessar, ou porque tivesse perdido o u o da
palavra, ou porque não houvesse confessor conhecendo a
única língua que o doente fala, êste dever ia, com algum
sinal exter ior, dar a conhecer seu arrependimento,

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EXTREJIIA-UNÇÁO 415

manife tar o de jo da ab olvição, e t r interiormente


v reladeir o arr pendimento do eu p cado . - Dá- e
contudo a xtr ma un ão ao doente m conhecimento,
ainda que in capaze d mo trar tais di po i õe porque
empr e upomo · o de jo razoá el e inten ão pr'via de
não e privaT dê te ocorro.
II. Durcint a c rimônia da extrema unção, o doente
dev , quanto po ível, acompanhar a oraçõe da !()'reja,
pedir perdão a Deu pela diferente falta ometida
pelo entido no iuai e faz a unção anta confiar
na mi ericórdia de Deus r i()'nar- à anta vontade, e
fazer humild mente o acrifício da ida.
III. D poi da xtr ma 1mção, o doente lembrar- e-á
qu , p la un ão do óleo an o, foi con agrado a Deu
orno vitima de expiação; e então, toman lo a J e u ri to
na ruz orno modAlo d r ignação e ora()'em, confiar- e-á
na ua divina bondad fazendo muita vAze ato d f é
peran a aridad con id erando b ijando om amor
a ·ruZ" qu .,.uardará junto le i como exemplo animador
fo rt ificante. Enfim ' muito útil pronunciar o nom
d J u Maria, J o ', invocando-o como model
pa lroeiro para a boa morte.
327. - Quai são as principai e rimonia dei .t trema unção?

R. - 1 0 quarto do do nt o ac rdot , rev t ido ele


sobr p liz ·tola roxa r cita alguma oraçõe , irng com.
o santo ól o o dif r nt ntido e t rmina com oraçõ
p d ) para o nrrnw, a aúd da alma e do corpo.
o 1 i o do doent

ar-
á()'ua
: num haverá uma
In st. Rellg. - 14

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416 SACRAMENTOS

de algodão, de tinadas a enxugar as unçõe , e mais um


pouco de miolo de pão, para o sacerdote purificar o dedo
depoi de cada unção. Enfim, preparar:_se-á uma bacia
com água e toalha para o momento em que o sacerdote
lavar as mãos. Êstes preparativo se hão de fazer antes
da chegada do sacerdote.
Quando entra no quarto do doente, o sacerdote põe
na mesa, diante do crucifixo, o santos óleos encerrad os
em pequeno vaso de prata. Veste a sobrepeliz e a e tola
roxa; depois, dá comêço à cerimônia anta.
1.0 E xprime o voto formulado pelo Salvador: "A
paz esteja nesta casa e em todos que a habitam!" Depoi ,
lança água benta ao doente e aos assistente r ezando
A sperg es rne . . .
2. 0 R eza uma oração na qual p ede a Deu o afasta-
mento do demônio e a proteção do antos anjos.
3. 0 Reza-se o Confí t eor com Mis er eafor e I nditl-
gentiarn, para preparar o doente, pela humildade,
contrição e confiança, à graça do sacramento. •
4.0 Então, começa propriamente a admini tração do
sacramento; inicia-se por uma oração especial pelo doente
e continua-se pelas iinções santas nos diferentes entido ,
enxugando-as logo o sacerdote com as bolinha de algodão
adrede preparadas. - Cada unção se faz em forma de
cruz; poi é sempre em nome de J esus Cri to e pelos
méritos da Paixão que a graça nos é comunicada.
5.0 'f erminadas as unções, o acerdote reza ainda
três orações. elas, lembra a prome a de Nosso enhor
referidas por ão Tiago, e pede para o doente a saúde da
alma e a do corpo, se Deu julgar útil conceder e ta
última; solicita para êle alívio, confiança e coragem.
Nisto se limitam a cerimoma da extrema unção;
no entanto, se o doente parece estar para morrer, e por
outra parte, se uas di posições de arrependimento, de
fé e resignação ju tificam êste favor, o sacerdote, em

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EXTREMA- ç Ão 417

virtude de um direito e pecial que lh a i te nesta


ircun tância, pode conceder a i ndulg Ancia pl n ária,
d nominada in artícu lo mort i primiti amente r e ervada
ao umo P ontífice. - forma de ta indulO'ên ia con ta
d V 1' ÍCnl o respo fa , de uma ora ão e pecial, da
r ecita ão do onfí t or enfim de uma fórmula de
ab olvição g ral om uma última bên ão.
Quando o doente e tá pre t a é bom rezar
por êle a · oraçõ s dos agonizant

ÕES PRÁTI CA

1. 0 Ma i um a vez, admi remos e bcndi amo a in f in ita mi c-


ricórdi a de o o euh o r por t e r-no depa ra do na última hora, tiio
precio o oco rro. :.Ia a memo C' bendi amo também a anta I g reja,
qu e, longe de no de a m pa ra r q uando a vida no foge, r dob ra ua
solfo i tu de e t ernura .
2. 0 Era o vo to de um profe a morre r da mo r t do ju to '-
j a t a mbém ê te O DO O d ejo de odo O di a - :..Io tremo
cla ram ent ê te de ejo para aquele que e i1it re a m por no sa
alm a, afim de qu no proporcion m o co n ôlo uprcmo de te rmo .
à no sa cab ecei ra mortu á ri a, a a i tê ncia e as ora~õe · da I grej a
e do eu mini t ro.
3. 0 Enfim ej a mo bem in t irado de ·tft ,·e rdad e : o mel ho r
modo d mo t r a rm o o nos o afeto a um do nte, é faz rmo o
po sível om discrição prudênci a zêlo, para lhe porporciona r boa
e sa nta mo rt e.

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4-1 SACRAMENTOS

ORDEM
§ I - Noções gerais d ê e sacram e nto.

Defini~ão . - In st ituirão divina do sacram ento d a ordem. - J er a rquia <la


ordem : diferentes graus. - Jerarquia d e jurisdição. - Sinal sen s!vel.
- Matéria e forma el as diver sas ord en s.

328. - Que é ordem?

R. - A ordem é um sacramento instituído por Nosso


Senhor J es us C1·isto, para conferir o poder e a graça
de exercer as fmiçõ es e ministérios eclesiásticos, qiie se
ref erem ao culto de Deiis e à salvação das almas.

Ordenação sacerdotal.

Porque ê te sacramento é chamado ordem, podem


apontar-se- dois motivos: 1. 0 coloca os que o recebem
numa ordem ou lugar uperior ao do fiéi ; de igna
então o e tado permanente dos ministros da I greja, que

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O R D E M 419

se denomina ordern clerical ou clero, di tinto da ordem


leiga; 2. 0 ê te acramento tem uma graduação, uma
j erarquia: não e alcança a ua plenitude senão pa ando
por diferentes grau , que ão a orde?JS. A cerimônia
pela qual se r ecebe cada uma de tas orden é chamada
ordenação.
O sacramento da ordem é o meio e tabelecido por
Je u Cri to para p erp etuar o acerdócio na ua I gr eja.
Comunica o poder de exercer a fmições ecle iásticas e a
graça de fazê-lo autamente, quanto àquele que a de em-
penha, e frutuo amente quanto àquele a favor de quem
se exercem .
Dentre a funçõ e ecle iá tica , uma p ertencem à
ordens inferior e ; outra são próprias do padres,
chamam- e sacerdotais ; outra , enfim, ão r e ervadas ao
bispo, con tituindo a funçõe episcopai . A funçõe
ecle iá tica sacerdotais ão e pecialmente : 1. 0 ofer ecer
o santo sacrifício da mi a : em qualquer r eligião, como
repara ão Paulo, "é a fun ção do acerdote ou do pontí-
fice, oferecer don e acrifí io a Deu " ( II b., , , 1) .
2. 0 Admini trar o acramento , excetuando, porém, a
confirmação e a ordem, que ão r e ervada ao bi po. De
fato , é para continuar ua obra e antificar o fi éi até
o fim do tempo que No · o enhor criou uce or e e
auxiliare . 3. 0 Enfim, pregar a palavra de Deu : tam-
bém e ta é a mi ão e p ecial que confiou a eu mini tro :
" I oe,
J en ma1
• • to d a
A - . . . " ( . tuat.,
a naçoe :i ·r xxvrr, 1 9) .
-. Preenchem-na pelo en ino do cateci mo à criança e
pela práti a no púlpito para pe oa ma1 culta
329. - Quem inst ituiu o sacramento da ordem?

R.-Foi 'r\ o o nhor J esu Cristo quando, na


última ceia, di ao apó tolo : Fa ze i i to em m emór ia
ele mim.

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420 SA C RAMENTOS

Foi Nosso Senhor Jesus Cri to. J á se achava


aparelhada e indicada esta instituiçã_o pelas palavras que
dirig ira aos apó tolos e os vários poderes de que tinham
sido suces ivamente investido . Ma o sacramento ficou
definitivamente instituído na Quinta-feira santa, quando,
depois da ceia, tendo mudado o pão em seu corpo e o
vinho em seu sangue, o Salvador conferiu aos apó tolos
o mE'smo poder, como sendo sua atribuição mais gloriosa,
dizendo : " Fazei isto em memória de mim" (S. Lucas,
xx, 19 ) . Assim, os fez sacerdotes para oferecerem êste
mesmo sa"rifício, e b1.spos para comunicarem aos seus
su cessores êste direito e êste poder.
É por isso que o concílio de Trento define, contra
os protestantes: "Se alguém disser que a ordem ou a
ordenação não é sacrament o verdadeiro e propriamente
dito, instituído por Nosso Senhor J esu Cristo, senão
pura invenção humana, ou simples forma estabelecida para
eleger o ministros da palavra de Deus e dos acramentos,
seja anátema" (S ess. XXIII, cân. m ) .
Julga-se, todavia que são os apó tolos que estabe-
leceram, conforme o ensinamento de J esu Cristo, os
graus p elos quais se chega ao sacramento da ordem. ' 1
O livro dos Atos atribui-lhe efetivamente a in tituição
do diáconos ( c. VI ), e, com maior razão, a das ordens
preparando ao dia ~ onato deve ser atribuída aos apóstolos
ou à Igreja. Tinha-se em mira, egundo explica o anto
concílio, preparar melhor os clér igos à, dignidade do
sacerdócio, fazendo-os passar pelos diferentes graus da
jerarquia.
330. - Quais são as dif erentes ordens que constituem a
j erarquia eclesiástica?
R. - Na jerarqitia eclesiástica pode-se discriminar :
1. 0 j erarqufo de ordem, e 2. 0 jerarquia de jitrisdição.
. 1 .0 Na jerarquia de ordem, há primeíro a ~onsura
e, depois as sete ordens, qiwtro menores : ostiário, leitor,

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O R D E M 421

exorcista e acólito; e tr ' s niaiores : ubdiaconato, diaconat o


e pr sbiterado.
2. 0 A jerarquia de jurisdição abrange o grau
uper iore : papa, card ais, patriarca , prima e m tro-
poli tano , arl bi po bi po · o grau úif riore : vigário
geral, côn go , d ecano pár oco , vigário , coadjutore .
}.; a j rarquia cl iá tica, p ode- e discriminar: 1.0
j rarquia d ord m, e 2. 0 j erarquia de juri clição .
I . J rarquia de ord m. - Ant da orden propria-
m nte dita , há prim iro a ton ura, que não ' ord em,
ma pr para ão à ord n . _-.._ on ura ' uma e rim ônia na
qual o bi po corta o ab lo no m io da ab ·a. m forma
d or oa chamada cl r ical. __.. . im ' qu a pe oa orna
l 'rigo ou membro do 1 ro. Ê te u o, qu e julCl'am er de
ori O'em apo tólica, indi a qu já o ton urado fica epa rad o
ela multidão e con agrado a Deu . t on tua autor iza a
l var traj ele iá tico : ba ina e ob r p liz.
H á depoi nor

u. ª"ªm o
rvado ao

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422 SACRAMÉN 'l'O S

sacer dotes, mas est a ordem sub iste e o que a r eceberam


devem auxiliar o acer dote n e ta função e preparar as
difer entes cousas n ecessárias para as bên çãos.
4.º A ordem de acólito dá o direito de acompanhar
n o altar o ministro sagrados, levar o turíbulo, preparar
o vinho e a água que devem servir na mi sa, apresentá-los
no momento do ofertór io, acender as velas do altar , levar
os fachos no E vangelho e nas procissões. São funções
desempenhadas hoje p elos coroinhas,- meninos do côro.
- As ordens rnaiores) que segu em, são em número de
três: subdiaconat o, diaconato e presbit erado. Chamam-se
rnaiores ' por causa de sua importância muito maior, e
sacras) p oi quem. as r ecebe está definitivamente consa-
grado a D eus, e n ão pode renunciar a 'seu estado, n em às
suas funções.
5. 0 O subdiaconato, primeira ordem maior, consagra
p ara sempr e a Deus qu em o r ecebe, e imp õe para t ôda
a vida a obrigação do breviário e da castidade p erfeita
e também de vestir roupas t alares como sinal exterior
da profis ão. As fun ções do subdiácono são ajudar o
diácon o e com êle assi tir o sacerdote no altar, cantar a
epístola n a missas solen es, cuidar dos vasos e toalhas
que pode t ocar , lavar estas toalhas, levar a cruz nas
procissões, et c.
6. 0 O diaconato, segunda ordem maior , -constitui
grau importante da j erarquia. As funções do diácono são:
ser vir n o altar e coo.p erar com o sacerdote n a oferta do
sant o sacrifício, cantar o evangelho, uregar quando o
bi p o o julga conveniente, batizar solenemente, quando_
autor izado p elo bispo, exceto o caso de n ecessidade. -
Out ror a, os diáconos davam a comunhão e levavam-na aos
au ente : ainda podem t ocar no Santíssimo Sacramento
e expô-lo.
7.0 O presbit erado ou sacerdócio é a última ordem
sacra: confer e a quem o r ecebe o poder de oferecer o

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O R D E M 423

santo acri fício da mi a, admini trar o acramento


e em geral conduzir a alma na via da alva ão. O
acerdote e tá a ociad o ao mini t'rio de J e u Cri to ;
dali a excelência da di gnidad c acerclotal: '· É p oder
maior, cliz ão Cri ó ·tomo e mai Yenerá-v el qu e a própria
r ealeza" . Ma e ta di o·ni lade impõe tamb ém grand e
dever e , qu e e r e um em n a caridade, na dedicação, na
imolação.
O pi copado não é or dem enão a plenitude do
acer dó io. onfer e ao que o r ecebem o poder de
admini trar t odo o acramcnto ·. e em particular o de
confirmação e ordem que o im plc: a cerdote não p ode
dar ; c.onfe re ainda o p oder ele admi ni trar uma parte da
I greja, ist o é, uma di oce e, e gr aça para o bom el e em-
penho desta mi ão. P or di r eito divino a dignid ade
epi copal é up er ior à di gnidade acerdotal; o bispo
ocupam o vérti ce el a j er ar qu ia acra: ão os u ce ore
dos apó tolos, juíze da fé e encarregado da direção da
sua diocese.
Se bem que haja ete or den. difer ente , ó há um
sacramento de or dem do qual e parti cipa mai ou meno
plenamente segundo o gr au alcançado.
II. Di. mo qu e, além da jerarquia de ordem, exi te
uma jera rqnia de j urisdição . E ta não foi e ·tab elecida
por J e u Cri to, ma pela I gr ej a, cm virtude do poder de
administr ar qu e l\o . o enh or lhe comunicou: esta j erar-
quia abranO'e o papa . o cardeais) patriarcas, primaze ,
iinetropolitanos ou are bispos e bi pos : ão o graus up e-
r iores ela j erarquia . acra. - O card inalato é dignidade
superior à dignidade epi copal, po to qu e o. cardeai n ão
t enhap:i ele ·er for ço amente bi po ; pois, podem er
simples acerdote , e até diácono. ; .constituem um como
senado veneráYel, cu ja mi ão é a. i tir o papa por seus
con elhos e dar-lhe u cessor quando falecer.

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424 SACRA ME TOS

Há igualmente jerarquia de juri dição no graus


inferiore : abaixo do bispo vemo o vigário geral, o
cônego formando um con elho em redor do bispo, o
decanos, párocos, vigário , coadjidores, etc., todo parti-
cipam em certa medida, da jurisdição epi copal.
331. - Qual é o sinal sensível do sacram ento da ordem?

R. - ada uma das ordens m ncionadas encerra


sinal sen ível, constando de matéria e de forma.
Na ordens m enores, a matéria con i te na apre en-
taÇão, pelo bi po, do objetos ou instrumento que indicam
a funçõe própria de cada ordem: a chave para a
ordem de ostiário; o livro da mi a ou da E critura
acrrac1a, para o leitor; o do exor cismo ou do evanO'elho,
para a ordem de exorcista; o ,. andieiro ace o e a galheta
vazia . para o acólito. o me mo tempo, o bi po pronuncia
uma fórmula pela qual confere o podere atribuídos a
eada ordem : é a forma de cada uma da ordenaçõe .
o subdiaconato, o bi po deixa tocar o cálice e a
patena a cada um dos ordinando ; depoi , já tendo-o
r eve tido do paramento sacro , manípulo e túnica,
apre enta-lhe o livro das epístolas, unindo a cada um
dêste ato a palavra que indicam ua ignificação:
são a matéria e a forma.
diaconato tem como matéria particular a impo ição
das mãos do bi po na cabeça dos ordinando , conforme
procederam os apó tolos para os primeiro diácono .
Di z, no me mo tempo: ·' Hecehei o E pírito . ·anto, para
re i tirde ao demônio e às ua tentaçõe ". Depoi reve te
o cliácono com a estola e dalmática e apre enta-lhe o livro
do evangelho . Ê tes atos e a palavra corre pondente
,.on ti tu em a matéria e a forma do diaconato.
O sacerdóc1·0 é conferido em cerimônia da maior
solenidade. O bi po estende a mão ôbre cada um do
ordinando , e todos o acerdote pre ente fazem o

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O R D E M 425

mesmo; em eguida, er guendo a mão sôbre todos de


uma vez, enqua nto o ace r dote pre ente também a têm
e. guida . o bi po r cita gravemente a ora çõe que
amam ,a con graçclo. É i to que e con ider a como
matéria forma e · ncial para o pre biter ado. O bi po
,.e t depoi , o ordinando com o par amento sac rdota is,
tola e ca ula; faz no interior de ada mão uma unção
com o ól o anta elo cat cúm enos · dá l ar a tocar o cálice
em que há "inbo não con acrrado, e a patena na qual e tá
uma hó tia também não con agr ada, dizendo: ' R ecebei
o pod er de oferecer a Deu o acrifício e de celebrar a
mi a. quer p elo vivo quer pelo morto '. Ê te ato
e a palavra que o acompanham con tituem a rnat éria
e a forma do pr e biterado.
Enfim o piscopado, plenitude do acerdócio, con ta
ainda de uma irnpo ição ela rnão por tr~ bi po : o
oficiante e eu coadjutore . como também da oraçõe
r ezada juntamente : são a rnat 'ria e a forma da con a-
crra ão epi copal. A cabeça e amba a mão do· eleito
ão marcada depoi com a unção do anta crisrna; feito
i to. o bi po con acrrante benze e entrega ao novo bi po
a in ígnia da sua dignidade: báculo, anel, rnitra, com
as palanas exprimindo o entido da cerimônia santa .
ONCL SÕE PRÁTICAS

O acramento da ordem é que dá ace rdote à Igreja . Por


uma parte, a ordem, para quem a rec beu, ' uma alta dignid ade,
importando, porém, em de•eres imen o e e pinho o · por outra
parte, é par a a ociedade benefício incompará ,·el.
A con equência é que o fiéis de\·em ter pa ra todos o que
par ticipam da je ra rq uia da I greja profundo re peito e muita
gratidão.
Mas, quanto mai ele•ado fôr um membro do clero na anta
jerarquia, quanto mai e ap roximar por ua dignid ade e suas
funções de J esu Cri to oberano Pontífice, tanto maio r direito tem
a ê e respeito, a essa gratidão. Decorrem daí certas obrigações:
1.0 Para com o Su711o P ontífic e. - Cumpre reconh ecer sua
autoridade soberana, obedecer-lhe com amo r filial, reza r muitas

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426 SA C RAMEN TOS

vêzes por êle; e nos tempo ominoso que esta mos a travessando,
auxiliá-lo p ela esmola e p elo óbolo de são P edro, já que são t ant as
as necessida des da I g rej a.
2.º Para com o bispo diocesano. - Cumpre venerar nêle a
plenitude do sacerdócio e obedecer -lh e como ao sucessor dos após-
tolos ; amá-lo como a um pai a quem devemos, na ordem espiritua l,
a vida das nossa alma ; ora r por ' !e, pois, especialmente nos
t empos hodierno s, a honra do episcopado é encargo que impõe
deveres ingentes e tremendas r esponsabilidades.
3.0 Para com o vigário e os sacerdotes, seus coadj utores. -
Cumpre con siderar sempre, nêles, ministros de Cristo, honrá-los, e
r espeitá-lo ; nã o repa rar na suas imperfeições ou defei tos, lembrar-
se que o cará ter sag ra do não livra das misérias h umanas, ficando
assim i:n esmo, o sacerd ote, ministro de Deus, com todo o direito ao
r esp eito, à docilida de, à g ratidão.

§ II. - Efeitos cio sacram e nto ela ordem.


E fe itos espiritu a is d ê te s a C'n tm ento . - Pl"in cipai s obrigações que r esultam
d a r ecepçã o d as sa nt a s ord en s.

332. - Quais são os ef eitos do sacramento da ordem?

R. - O sacramento da ordem comunica aos qite o


recebem ailmento da grnça santificante, dá-lhes nova
ef1lsâ o do Espfrito Santo, confere o poder de exercer as
f1inções eclesiásticas e iniprime carát er indelével.
1. 0 Para cada grau da jerarquia, comunica aumento
da graça santificante, que já deve habitar na alma; poís
é, por excelência, sacramento dos vivos, exigindo não
somente o e tado de graça, senão uma santidade sempre
maior, ao passo que a ordem se torna mais elevada.
2.0 Nas ordens sacras do diaconato e do presbiterado,
quando menos, o sacr amento dá nova efusão do E spírito
Santo com a abund ân cia dos seus dons, maior ainda do
que na confirmação . O concílio tridentino, depois de
lembrar que a graça, no sacramento da ordem, é conferida
pelos sinais ext eriores, acrescenta: " Se alguém disser
que a ordenação sacra não comunica o Espírito Santo,
e debalde os bispos falam: Recebei o Espír~to Santo ...

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O R D E M 427

seja con tr a êle pr onunciado o anátema .. . " ess. XXIII,


cân. m e rv) .
3.0 A graça acrain ntal particular é conferir o
poder de exercer a funçõe ecle ·iá tica atribuídas a
cada or dem; o acramento comunica ainda a graça de
exer cê-la antamente, com piedade e fruto; e par a
alcançar ê te fim dá também ao ordenando, direito a
gr aça atuai que, em boa hora, valer-lhe-ão para ·on-
Yeniente e eficaz de empenho de a funçõe ·.
4.0 Enfim, o acramento da ordem impr ime ca1·áter
incl lév l, que impede r eiterar ua admini tração ; ninguém
poder á j amai faz er de aparecer o sinal divino que
consagra para empre o mini tro de Deu . O concílio
de Trento claramente o define: '' e alguém dis er que a
ordenação não imprime caráter, que quem foi uma vez
padre pode vir a er outra vez leigo, contr a êle seJa
pronunciado o anátema" (Sess . XXII, cân. rv) .
P o to que o concílio de Trento e pecialmente faça
alusão ao car áter impre o pela ordenação acer dotal,
ou tro tanto e há de dizer da outra orden . P ois os
mini tros inferio r e já têm participação mai ou menos
extensa n as atr ibuições do acerdote e também são
marcados com o caráter ordinal. Há de r edundar para
êle , ê te inal, em confu ão ou glória eterna.
333. - Quais são as principais obrigações impostas pelo
sacramento da ordem?

R. - Os que 1·ecebem o sacraniento ela orcleni t êm o


.,dever de lev ar imia vida santa e p rfeita; são obrigados a
recitar clich·iamente o ofício divino ou, breviário; devem
fado sacrificar em prol das alnias e, para que a dedicação
seja perfeit a, a I greja x ige o celibato ou obrigação da
castidade. '
1.0 Por causa das funç ões antas que têm de exer cer
os que o r ecebem, o sacramento da ordem impõe-lhes vida

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428 SA R. A M ENT O S

mais anta, mais p er feita. É o que · ão Paulo lembra ao


di cípulo Timóteo: "Sêde modêlo do fi éi por vossas
palavras conver as, vo sa caridade, f é e castidade"
(I, Tirn., rv, 12).
2. 0 Por er em mais e p ecialmente consagrados a Deus
como medianeiro entr e o céu e a t erra, para ofer ecer
ao Altíssimo dons e acrifício , os ministros sagrados da
Igreja assumem a particular mi ão da prece f eita em
nom do povo; é por i o que a I greja o obriga a recitar
diàriamente o ofício divino ou breviário.
3. 0 O acramento da ordem - e pecialmente guando
ao poder própr io de caráter acerdotal, se ajunta um
poder de j1irisdição ou uma missão legítima confiada
pelo bispo, - impõe o dever de sacrificar tempo, bens,
aúde, e a própr ia vida em prol da almas. É o ensino
do me mo J e u Cri to : " O bom pa tor , diz êle, dá a
vida por sua ovelha " (S. João, x, 2) .
4. 0 E nfim, par a melhor a egurar o fi el desempenho
de todo ê te dever·e , p ara poderem atingir maior grau
de ~ antidade, próxima à dos anjo , para lhes permitir
dedicação completa ao p ovo, a I grej a impõe ao ministros
aO'r ados a obrigação da ca tidade e ·ao celi bato. Inspirada
por o so Senhor, encarecida por ão Paulo, praticada
de de o tempo do apó tolo por numerosos fi éis, a
virgindade e tornou a honra do cler o católico. A origem
do celibato ecle iá tico acha- e no próprio berço do cato-
lici mo : o concílios não t ardar am em torn á-lo obrigatório
por lei ; a tradições da I gr eja latina, n este particular,
são con tante e o concílio de Trento manteve essa dispo-
sição, que entra a vigorar logo com a subdiáconato.

CONCLUSÃO PRÁT ICA

Na a ntiga lei, Deus ordenava a seu povo que tives e gra nd..:
respei to pa ra os que tinham recebido a unção santa, e contudo nem
sua consagração, nem. sua dignidade, nem sua f unções, podiam ser

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O R D E M 429

d ignid ad em in ntt' a funçõ

~[ ovido por um en im t' nto ]e gratidão. r p i o a impt'ra lor


on an i no xclaman1: ' a o cu '>i e um mini t ro de D u
m e r p ca d o, e condê-lo-ia com minha púrpura rea l para êl
e capa r à malícia p ú bl ica '.
f ô-. e eon icl rad
fti
docili-
filho .
o qu

§ III. - Min i tro, uj c ito, ce rim ônia s do sac ram e nt o da ordem.


0

~ ini tro ordinário extrnorcli nário dn clh·e r ns ord n . - , uj ito do


acrsm nto da o rd m . - oncliçõe requ c ridn s: t.• ' ocaçiio; 2 .• isenção
de tôda irregula ridad e. - Prrn ci pni s e r imônia da ord e naçõ es.
on agraçüo episcopal.

334. -Q ual ' o m i n is tro do .sarramr11to da orclfm?

R. - Jl ini tro elo acra mcnto da onl m ' o bi po ó :


ordiná rio para tod o os grau ela j rarquia
e cí rio para a orel 11 . acra elo diaconato e
raclo.
T odavia do mo t iro ap e ar d não
er em bi po , t êm por bAnção aba ial, o pod r l dar
ton ura e orcl n m 1w r ao r eli()'i o que e tão ob a
\ rn dep nd An ia. Simple acerdote em Yirtu de de dele-
O'ação e pecial cujo t eo r t m ido reg ulad o pelo con cílio
trid entino pod em tornar- e mini tro: extraordinário da
or den menore até do ubdiaconato; nunca por 'm da
ordens up eriore ( e s. XXIII x ) .
O bi po ordenaria vàlielam n l em todo lugar. uma
vez que fô em ob ervada a condi çõe e . en ciai . Mas,

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430 SACRAMENTOS

para fazer ordenaçõe licitarnente, tem de conformar-se


com a pre criçõe da IO'reja, a quai não lhe permitem
conferir ordens enão ao candidato da ua dioce e, e
quando e trata da orden maiores, no dias autorizado
que ão o ábados da t Arnpora e a vigília da Paixão
e da Pá coa. E ó de' e admitir à ordenaçõe o que
ati fazem ao requi ito exigido pela IO'reja".
335. - Qual é o sujeito do sacramento da ordem?
R. - Qualquer hornem batizado, gozando de sua
ra zão, e con entindo ni r ord nado, rec b ria vàlida-
rn nt A te acrmn nto; para receb A-lo licitarnent por 'm,
acre c ati fa zer a outra condiçõ que a I greja não
deixou de determinar.
Primeiro, quanto à validad , a primeira condição é
er do exo ma culino. A mulhere nunca foram coo i-
derada apta para a ordem: ua condição ubordinada
não lhe permite exercer au oridade e piritual numa
a. . mbléia cri tã. - Depoi é pr ci o er batizado: o
ba i mo já ' nece ário para er m mbro da ociedade
do. fiéi , com mai razão o erá para, na me ma, xercer
podere . - Enfim e o acramento da ordem impõe
grave e numero a obrigaçõe , importa conhecê-la e
aceitá-la para que a rec pção não eja nula.
336. - Quais são as condições requeri.das para receber licita·
mente o sacramento da ordem?
R. - Para receb r licitam nt o sacrarn nto da
ord rn, al 'rn do tado de graça nec ário para os acra-
ni ntos do V1·vo ' pr ci o especialm nt , para o exercício
da fitnçõ s santas, ser julgado digno. Ora, para essa
dignidade, ão duas a condiçõ s: 1. 0 t r vocação; 2.0 ser
i nto d qualquer irregularidade.
I. T r vocação. - vocação é um chamado de Deus,
pelo qual de tina cada hom m a te ou àquele e tado de
A

vida, e lhe prepara, em consequência, as devida graças

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ORDEM 431

para êle preencher ua obrigaçõe e alcançar eu fim .


Falando do e:s:ercício da fun õe anta , ão Paulo dá
e ta reo-ra de proced r: ' ino-u 'm e arro()"a a i me mo
e ta honra, ma é pre i o er chamado por Deu ' (H eb r.,
, 4 ) . O mai de ta \Ocação divina ão:
1.0 Ter tido na juventude procedim nto excelente e
r elio-io o.
2.0 entir atrativo p er everante para ê te e tado;
não para a honra , a fama ou a vantao·en que e p odem
depara r nêle ma para a funçõe e o devere que lhe
ão ligado e e pecialm ente com o fim de trabalhar para
a glóri a de Deu e alva ão da alma .
3. 0 pre entar a condiçõe de ciAncia e virtude que
a I gr eja r equer por parte de el futuro mini tr o . Ao
bispo e . ao acer dote delegado para e ta obra no
eminário m nore e maiore é que cabe julgar e e ta
condiçõe e tão exatamente preenchida . O a pirante à
anta ordem de'e conformar- e com a deci ão de eu
uperior e . ometeri a falta grave, fonte de outr as em
número e "fô e em vocação intrometer -. e na or den ; p or
outra parte tornar- e-ia grav-emente culpado, achando- e
muito comprometida a alvação, e r ejeita e a honra
que Deu lhe faz e r ecu a e a anta orden , quando
ché!_mado a ela . Todavia, além di o, para corre ponder
dignamente à e colha divina, é preci. o entregar- e com
afinco ao e tudo da ciência humana e obretudo divina ,
e proo-redir na virtu de nece ária ao acerdote.
II. S er isento de irregularidad e. - Chama- e irregu-
laridade qualquer impedimento canônico que tornaria
incapaz das anta orden . er to impedimento r e ultam
de _ d f eitos natiirais ou de constituição: por exemplo,
o e tado de idiota, uma diformidade, uma enfermidade
grave; - outro provém da falta de idade, de ciência,
de qualidade requerida . egundo a r egras da I greja,
é preci o ter vinte e um ano completo , para r eceber

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432 SA C RAMENT OS

o subdiaconato, vinte e dois para o diaconato, vinte e


seis para o presbiterado, trinta para o epi copado; é
necessário também ter satisfeito às provas e exames
prescritos. Outras irregularidades originam-se no defeito
de nascim ento : não se ordenam ilegítimos; no defeito de
liberdade: e cravos não seriàm aceitos. A Igreja, que
admite à santas orden homens viúvos, depois de um
primeiro casamento, já não admite mais o;; viúvos depois
de um segundo, e muito menos os que ainda estão presos
p elos vínculos do casamento. - Enfim, certo crimes ou
delit os : efusão do sangue humano, ainda na profis ão
cirúrgica ou na profi são militar, tôcla participação,
legítima embora, à condenação jurídica à pena de morte,
constituem outras tantas irregiüaridades. Dentre e tas
inabilitaçõe há algumas cuj a di pensa póde er conce-
dida pelos bispos e o sumo pontífice ; outras cuja dispensa
não se obtém nunca.
337. - Quais são as principais cerimônias usadas nas orde-
nações?

R. - As cerimônias que se usam nas diversas orde-


nações são muito extensas, belíssimas, e instriitivas em
alto grau.
Já demos a conhecer as que na es ência, con tituem
a matéria e forma de cada ordem em particular; mas,
há ainda oraçõe e alocuções para cada ordenação,
lembrando sua importância e os deveres que impõe.
O bispo pode dar a torisura fora da missa, seja onde
fô r e a qualquer hora; corta o cabelo ao ordinando na
fronte, em cima da cabeça e em ambo os lados para
simbolizar a renúncia que faz do mundo, - e põe-lhe a
sobrepeliz, sinal de inocência e de profissão clerical.
As ordens menores podem ser conferidas fora da
missa, aos domingos e nas festas, de manhã. O cerimonial
destas diversas ordenações consta de rezas, exortações,

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0 R D E M 433

apresentação dos obj eto ou instrumento indicando cada


uma da orden . ordens maiore do ubdiaconato, do
diaconato e do pre biterado ó podem er conferido no
dia de ignado , alvo o ca o de di pen a concedida pelo
umo Pontífice, e a cerimônia realiza- e durante a mi a,
ante do Evangelho .
O bi po dirige ao ubdiácono uma prática muito
O'rave e comovente, lembrando-lhe que é irrevogável a
determinação que vão tomar e manda que e aproximem
continuam no me mo intento. Êle então dão um pa so:
agora, pertencem a Deu para ern pre.
Depoi de e terem aproximado todo o que vão er
ordenado diácono ou acerdote a convite do are diago,
caem de joelho e pro tram- e deitados na lage do
antuário . Enquanto ficam a im aniquilado perante
Deu , em e tado de imolação e morte, o bi po e o a is-
ten te r ezam por êl a ladainha do santo , e três vêze ,
volta-se o bi po para o ab nçoar, santif1ºcar e con agrar .. .
Todo então levantam- e, e o bi po entra a ordenar o
nbdiácono e depoi , o diáconos.
\.. ord na ão do ac rdote , que verµ depoi mais
olene. Numa linguag m ublime, o bi po lern bra-lhe
ua diO'nidad e eu devere , impõe-lhe a mão · como
di erno · r eve te-o com a in ígn ia a erdotai e tola
e a ula, ainda meio dobrada· depoi . enquanto e canta
o Veni Creator, com óJeo anto, con a()"ra-lhe a mão ,
dá-lhe a tocar o álice contendo 'inho e a patena com
hó tia não con agrada, e confere-lhe o poder de oferecer
·-0 anto acrifício.
Então ão padre e junto com o pontífice, em r edor
do altar, oferecem o acrifício da mi a, pronun iando
todo em alta voz, no me mo tempo que êle, a orações
litúrgica que, de ordinário e r ezam em voz ubmi a.
a cornunhão, todo o novo acerdote r ecebem da sua
mão a hó tia con ag~ada.

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434 SACRAMENT OS

o fim da mi a, rezam juntos, em alta voz, o ·credo,


re umo da f é que hão de pregar ao povo. Depois, cada
um chega- e ao bi po e ajoelha; O pontífice, impondo
as mão na cab a do novo a erdote diz : " Recebei o
E pírito anto,' os pecado serão remi.tidos a quem os
r emitirde e serão retidos a quem os r etiverdes". Então,
de dobra completamente a casula para indicar que o novo
eleito po ui agora a plenitude do poder sacerdotal.
Finalmente pergunta e promete obedecer a seu bispo
e uce ore . . . O sac rdote re ponde: " Prometo", e o
pontífice dá-lhe um abraço dizendo: "A paz do Senhor
e teja empre com o co".
338. - Dai a con hecer o cerim onial da consagração de um
bispo.
A con agração episcopal é mais solene ainda que a
ordenação do sacerdotes.
O bi po é eleito e preconizado pelo Soberano Pontífice,
de quem r ecebe a bula de in tituição, que lhe permitem
fazer- e agrar. É preci o haver três bi pos para a consã-
gração do novo pontífice. A cerimônia se dá na missa, em
dia de domingo ou de fe ta. Inicia-se a cerimônia pela
leitura da bula pontifícia . Um interrogatório extenso
sôbre a fé e o devere do bi po; a promessa de não faltar
a ê te empenho ; a r ecitação das ladainhas dos santos, o
eleito e tando pro trado; a imposição do evangelho na
cabeça e no ombro ; a imposição da mãos feita pelo
prelado consagrante e seus coadjutores ; depois, a unção
do santo crisma na cabeça e nas mãos; a bênção e apresen-
tação das in ígnias epi capai ; a oferta do santo sacrifício
pelo bi po eleito juntamente com o bispo consagrante para
simbolizar a união do epi copado: são estas as principais
cerimônias da consagração dos bispos.
o fim da missa, entrega-se o báculo nas mãos do
novo bispo, que se entroniza ao canto do Te Deum, depois
do qual êle dá a primeira bên~ão episcopal.

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O R D E M 435

COXCLl' ÕE PR ..\Tl ('A


I. T er 11ocaçcl.o ecl siástica ' n a para um cri tão
e para ua f amilia. Aqu 1 qu d em i e ta rncação d ,.
tornar- e di no e corre pond er fi lm nt à graça.
O pai não pod m con trang r a r e b r ordcn a um filh
não chamado ao erdço dfrino· por outra p a rte, muito cu lpados
seriam e pu e em e ton-o a uma ,-ocai;ão que p a r e e ,. rcla-
deira : pe rd ria m inúm ra raça a um iriam re pon a bil id auc
ternvel.
II. O todo d '\" m pôr

ua

É por i o que sendo pública e muito i n trntiva a


da ordenação ria para de ejar que o fiéi a ela cm
quando se lhe dá facilidad e pa ra i o.
IV. Outro e tado que exige i ualmente >ocação e p ia! 6 a
vida religio a. E tas pala\' ras de ignaro a co nc1ição da pe oa que
por profis ão pertencem a D eu e o ervem debaixo de reg ra
aprovada. Os homens que en t ram no e fado r el igioso não têm
forçosamente de receber a c1iguida de acerdotal. Ma ê te e tado
·de vida-, baseado na prática dos conselllos evangélicos e ordinària-
mente dos trê voto de obedii?-ncia pobreza e ca tidade, é hama do
estado de perfeição. É graça precio a e muito houi·o a, rec b r e ta.
santa vocação; quem foi a im pr enteado pela bondade de Deu
deve pôr todo o empenho em co rre pond r fielmente ao chamado
c1iviuo. A Igreja e a sociedade auferem dali socorros valio í imo ,
e a alma dócil à voz de D eus recebe um acréscimo de méritos e de
glória p ara a et ernida de.

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436 SACRAMEN TO S

MATRIMONIO
§ 1. - Noções g e rais d ês te sacram e nto.

Defini ção. - In stituição divina do sacram ento de matr im ô ni o. - Propri edades


essenciais do matrimônio cristão: 1. 0 unidade; 2. 0 in d issolubi lidad e. -
Sinal sens ível : matéria e forma .

339. - Que é o matrimônio?

R. - O matrimônio é um sacramento qite Noss o


S enhor J ems Cristo instifoiit para estabelecer uma santa
e indissolúvel miião entre o homem e a mulher e dar- lhes
a graça de se amarem mutuamente e educarem religiosa-
mente os sei1,s filhos .

Casamento de Nossa Senhora com são J osé.

O matrim ônio (do latim matrimónium, matris munus,


ofício ou cargo da mãe) existia já antes de J esu Cristo,
não como sacramento, mas como contrato ou compromisso

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MATRIMÔNIO 437

natural ou civil, muita vêze acompanhado de cerimônias


r eligio a . ua origem r emonta até o berço da humani-
dad , até Adão de pertando do eu misterioso ono,
contemplando Eva, ua nova companhei:rn, e dizendo:
·' Ei o o do meus o o e carne da minha carn e '
(G An., II, 23).
De de então, e:s:i te o matrimônio. hama- e também
ca arn ento . ignificando que o doi e po o vivem na
me ma ca a; união conjllgal, indicando que e tão debaixo
de um juO'O comum; ou ainda n{ipcia (do latim nuptiae,
n11b ere cobrir de um véu), em lembrança do véu qu e
a e pô a leva.
Ma A te contra to natural ou ciTil, e me mo já
r eliO'io o foi elevado, no cri tiani mo, até. à dignidade de
sacrarnento por meio de certa condiçõe determinadas.
340. - Quem instituill o sacramento de matrimônio?
R. - Foi osso enhor J e us C1·isto. P ensa-se que
e ta in titnição e r ealizon quando o alvador consentiu
em a i tir à mípcias de Caná, e santiffrar , por sua
pr . ença e bênção, os e po o a favor dos quais f ez o
primeiro milagre ( . J oão, u) .
O que é certo, é que ão Paulo, lembrando aos cris-
tão de Êfe o a união e o de' er e do espo os diz :
" Ê te acram ento é grande em J e u Cristo e na I gr eja"
(Ef., v, 32).
O con cílio de Trento diz expre amente: " O matri-
m,ônio. na lei evangélica, endo mai excelente que o
ca amentos antigo , por cau a da graça que confere p or
Je u ri to, . . . eleve ser contado entre o acramento
da lei nova '. E anciona e ta doutrina, pronunciando o
anátema contra quem cli e se que o matrimônio não é
um dos ete acramentos instituído por Je us Cristo,
ma foi e tabelecido pelos homens e não confere a graça
(Sess . XXIV, oân. 1) .

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438 SACRAMENT OS

• O Soberano Pontífice Pio IX, resumindo a doutrina


católica sôbre o sacramento de matrimônio, declara
positivamente que o contrato primitivo foi elevado por
Nosso Senhor J esus Cristo, à dignidade de sacramento, e
para os cristãos, as duas cousas são inseparáveis, de sorte
que a união conjugal entr e cristãos não é legítima senão
no casamento-sacramento, e não há casamento verdadeiro
lá onde não intervém o sacramento (Carta de Pio IX
ao rei do Piemonte, 1852).
Daí r esulta que o casamento civil não é verdadeiro
matrimônio, mas formalidade necessária, para assegurar
p erante a lei os efeitos civis do contrato e o verdadeiro
matrimônio, para os cristãos, é o que se faz na igreja,
diante do ministro sagrado.

341. - Quais são as propriedades do matrimônio cristão?

R. - O matrimônio cristão tem duas propriedades


essenciais : unidade e indissol1tbilidade.
1. 0 Unidade. - Consiste na união de um só homem
com uma só mulher. A poligamia, ou união matrimonial
de um só homem com várias mulheres simultâneamente,
é r eprovada pela Igreja, como contrária à paz dos esposos,
ao bem da família e à instituição divina e primitiva do
matrimônio. Sem dúvida, depois do dilúvio, Deus permitiu
ao patriarcas terem várias espôsas; mas era simples
tolerância. J esus Cristo r eduziu o matrimônio à unidade
primitiva; todo o ensino de são Paulo se baseia n esta
unidade e o concílio Tridentino declara que é de direito
divino (Sess. XXIV, rr). Assim o entenderam e manti-
veram tôdas as legislações cristãs.
Contudo, quando acontece um dos cônjuges enviuvar,
pode efetuar novo casamento. Não é mais poligamia
simultânea, mas sucessiva; esta foi sempr e permitida e
são Paulo a autoriza para os cristãos (~, Corínt.-, vm, 39).

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:llATRIMÔNJO 439

2.0 I 11di

e po o .
Entretanto a I gr ja r conh ce que pod haver
circunstância urave na quai o e po o rão di pen-
ado da vida comum e parado de corpo como de b n ;
ma me mo ne te ca o o vínculo matrimonial ub i t ,
e não é p rmitido contratar nova união: e ta ria
ab olutamente nula. lei ivi qu admit m o di ·órcio,
não podem, ne te p onto modificar cou a alguma na lei
r eligio a.
342. - O chamado ca amento civil é ve rdadeiro ca am nto
para os cri tão ?

R. - N ão j porque o ca am nto civil não ' acramento.


343. - Que é o ca amento ci1:il?

R. - O casamento civil ' ilrn imples aju t e de união


entre o homem e a mulh r cel brado perante o of'icial
cfmºl, t endo apena para o católico o valor de m ro r egis tro.
344. -Nos pai es em que fôr l i o ca am ent o civil que
convém fazer?

R. - Nos países em q1le f ôr l i o casamento civil,


convém que os cônjuges cristãos, celebrando perante a
Igreja seu casamento, se apresentem tamb ém ao ofióal
c·ivil, a fim de assegurarem os efeitos civis.

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440 SA CRA ME N TOS

345 . - Po de o casamento cristão ser dissolvido pelo magis-


trado ci!Uil?
R. - Niinca; o casamento cristão só é dissolvido pela
morte de wn dos cônjuges.
346. - Que deve pensar-se então do divórcio?
R. - O divórcio é contrário à lei de D eus, à felicidade
elas famílias e aos interêsses ela soóedade.
34 7. - Q1ial é o sinal sensível do sacramento de '11tatrim,ônio?
R. - O sacramento ele matrimônio tem por matéria
o consentimento das d nas partes e por f arma as palavras
que exprimem êste consentimento em presença elo vigário
e das t esterniinhas.
Êste sacramento não tem por matéria n enhum
elemento natural e sen ível : consiste no contrato legítimo;
e é o consentimento expresso, com a aceitação mútua
das duas partes, que constitui a matéria do sacramento.
As palavras p elas quais e exprime êste consentimento
diante do vigário ou do padre por êle delegado, e em
presença de testemunhas, são a f arma do sacramento. É
o que ensina Eugênio IV no eu decr eto aos Armênios:
"A causa efi ciente do matrimônio, regular mente, é o
mútuo consentimento expre o por palavras, de se darem
os esposos atualmente um ao outro".
CONCLUSÕES PRÁTICAS

I. "Que a mulher não se separe do ma rido: se vier a separar-


se, fique sem ma rido, ou se reconcilie. O ma rid o t ã o pouco não
despeça a mulher " ( I , Cor., vn, 10 e 11 ). "A mulher casada e tá
liga da à lei e sujeita ao ma rido enqu anto êle vive; mas se êle
morrer , fica livre da lei conjugal. Portanto se fôr achada, durante
a vida de seu marido, com outro homem, será chamada a dúltera ;
mas se morrer o seu ma rido, livre fica· d a lei e não será chamada
a dúltera se estiver com outro marido (Rom., vu, 2 e 3).
É a condenação formal do divórcio.
II. Quão grande é a altura à qual Nosso Senhor elevou o
matrimônio cristão, e quanta gratidão não lhe devem o·s esposos solJ

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MATR I MÔNIO 441

a lei no;a 1 Que a obretudo b ndi


a rehabilitou
Por tôda a part
n mulh r numa ituação

§ li. - Efeito do a c r am nto d e ma~imônio.

Ef ito e• irituais do s rnmento de mntrimOnio. - Prin ci pni deveres doa


e j)O O •

348. - Quai ão o feito' do a eram nlo d 111atrim611io?


R. - O matrimónio wma
1111ião l gítima. anta e indi ttm
au.m nto da graça a11tifica 11t
ni ntal própria.
matrinlônio on idera do como acram nto tem
por efeito:
1.º ria r entr
l gítima anta

ao

2.0 P r opor ionar ao que o r ecebem na


r equer ida aurn nto d rrraça antifi a nt qu
mai anto , mai aO"radávei a D ma1 d iO'no
r ecompensa cele te.
3.0 omunicar graça sacram ntal CUJO re ultado '
e tabel e r entr o e po o afei ão íntima, uavizar-lhe
o dever e e e pecialmente ajudá-lo a uportarem junto ,
cri tã e aleO'remente, o ncar O'O do matrimônio. E ta
gr aça r e ebida no dia da ua união. há de errui-lo em
tôda a vida e comunicar-lhe um ocorro e pecial par a
de empenharem cabalmente o devere de e po o e pai
cristãos.
349. - Quais são os princi pai deveres ªº" c611j11ges ?
R. - 1.º Os cônjuges e devern miltuamente amor,
fidelidade e tolerância.

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rno da f mnília a p6 a erá iibmis a ao
marido qu lh fa ilita rá ta ob d1"Ancia ua izando-a com
bra11 ura bondad
3. 0 l amb o rn n111 b o Z r d dncar cristãrn nte
o fi lho
ro,

a. gnrar a Yir tud


m nt moral cri tã.

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:ll .A TRl:ll Ô NJO 443

O!\ CL ÕE PRÁTI .A

I. Ê ao nto 1uc ma rido de\' n ua


n
a afei1;ão
da viela.
a família

II. F liz d o qu compre nckm que o ma rimônio 6 cou . a


g ra> an t a!... tan a uniõe . ão infrlize , para mi o
e po o , a \' ida comum \'em a , t•r como que um inf m o. n ão rá
p orque não e impor am com a au 'li~ a rPrimônia dês e acrnm nto,
p orqu o profanaram e a sim atrairam ~1ilir' si a cól ra d o céu em
l u a r de rec r m a grai;as qup comuni!'a ao que «tão cle,·i<la ·
m nt p reparado 1 _-ão hú clll\·icl:l que cm tai a o , faz fnl a a
f ô rça pa ra prat ica r o d 1·e rc que êl impõe.

§Ili. - Mini tro. - Di po ii;õ es re qu e rid a . - Imp edim e nto


cio matrimônjo.
Mi ni ro do ncramento d e mn rimónio. - Quem o pode r ecebe r . -
Di posjçõe e:<igida . - Impedimento' do matrimônio: 1. 0 dirimenl s;
2 .º im p dienles. - Di p n a d~, L'S imp~dim ntos.

350. -Q ual ' o 11li11i Iro do ,acramrnlo de 111alrimô11io?

R - O próprio e po ·o ão mini tro cl te sacrn- A

m nto conio autor qu ão do con trato in paráv el elo


sa cram nt o.
A cau a ficiente elo a ramento de matri mônio en do,
como já di emo com o p apa Eurrên io IY, o m ú tuo
011 entimento expre o pleo po o. egue- e que o
e po o ão êle me mo , mini t ro. do acramen o como
são autore do contrato que ' in epa rável do acr amen to _
para o cri tão . im o com pree nde o concílio Triden tin o
quando declara \ álido o matrimônio r ealizado em a
pre ença do a erc1ote no paí e ond não e t ão promul-
gado o eu decreto . - ontudo, o e po o ão,
ne te entido rninistro do acram ento de matrimônio, o
seu consentimento não é válido, quer p ara p contrato,

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444 SACRAMENTOS

quer para o a ram nto e não fôr expre o em pre ença


do vigário legítimo ou do eu del ()'ado que de e a i tir
não como mini r o ma como te em unha indi pensável:
a · im o d Iara po itivamen o con ílio Trid ntino
( I 1) .
Para a validad do ma rimônio a pre en a do icrário
l O"Í imo ', poi , nece ária. ra por t nome d e- e
A

n end r : o papa, que tem pleno poder na Icrr ja


uni er al · o bi po qu ' pa tor leO'ítimo d tôda a ua
dioc · · depoi , ..o iO'ário que tem juri di ão em tôda a
ua paróquia. - eo po o perten em a dua paróquia
difer n e , pod m di r igir- ao igano legí imo de
qualquer da dua paróqui a - Enfim o bi po a favor
de eu dioc ano ' o páro co a favor d u paroquia-
no podem del gar qualquer acerdote para abençoar um
ca amento.
Para qu o matrimônio ja líc'ito, ' pr ci o ob er var
fi lment tôda a condi õe pr rita. p la Igreja.
351. - Quem pode receb er o sacram nto de matrimônio?

R. - Pod r ceb r o acrame-nto de matrimônio


qualqu r p oa batizada, contra a q1wl não há nenhitm
imp dimento d direito.
qu não foram ba izado e não fazem part da
I gr ja, pod m ontratar válida ll"itam nte o ma rim ô-
nio, ma nã bem nem acram Hto n m gra a. -
Mai adiant imp dim ntos de dir ito,
que faz m oro qu rta p . oa não e tão habilitada
a on ratar matrimônio m det rminada circun tância .
352. - Quais são as dú po içõ .~ necessárias para b m r ceber
o sacramen o de ma rimônio?

R. - Para b rn r a ramento d matrimônio


n e s ário :
1 .0 T r vocação para tado.

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hlATR JMÔ Nl O 445

.2. 0 Preparar- pela r fl exão, p ela oração e grande


vigilância em não se p rnii tir, na r la ções que o precedem,
nada q1t s ja contrário à hon esticlad .
3.0 Ob rv ar as condiçõ únpo ta p la Igreja.
4. 0
Po 1111· o staclo d e graça.
o . Ficar recolhid o dnrant e a cerimónia.
~ o

1. 0 É preci o ter vocação para o matrimônio· com


efe ito, a condição da pe oa. ca ada tem dificuldade
e deY ere . A pe oas cri -tã devem. a nte d e tud o,
pro urar a ah ação. 1
em d-Ln ida, o matrimônio é a
vocação comum; ma há um a vocação mai perfeita, o
e tado de v irgindad cri ·tã do celibat o r lig io o, e e
D eu manife tar o de ej o que igamo ê te e tado mai
anto, a no a vanta o·e m e tú em corre pond r r à graça e
ao de ígnio de Deu . - '\. vocação para o matrimônio
se manife ta não tanto l elo o·ô to para ê te e tado, mas
obretudo por um verd adeiro de ejo de pro urar a ua
alvação e cumprir tôda a obri gaçõe impo tas por ê te
acramento.
2. 0 O matrimônio deve er preparad o : a ) pela
r efl exão, evitando- , no me mo te mpo a leviandad e e
o ap r icho, empregando, na e colha do e pô o ou da
pô a, tôda a maturidade de juízo qu e exi ge tão grave
d t rmin ação; b ) pela or a ão, pedindo juntamente as
luze e bênção de Deu ; c) por grand e vigilância em
não e permitir na r elaçõe que precedem o matrimônio.
cou a alguma oontrária à hone tidad e à ca tidade.
3. 0 É pr ci o ob rvar fielm ente as concl içõ pre -
crita p la I greja, quer a r peito do impedimento e
o houv r , quer a prop' ito da celebração do ca amento.
4. 0 O ma.trim ônio é acramento lo v iv o ; é pr eci o
par a o r eceber di"'namente, po suir o e tado ele graça,
conhecer de mo lo uficiente a principai verdade da

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/

446 SACRAMEN TOS

r eligião e o que se refere a êste sacramento. É por isso que


às vêzes e em certos lugar es, a Igreja exige dos futuros
esposos o que se chama o bilhete de confissão. - Aquele
que casasse em estado de p ecado mortal não deixaria de
receber o sacramento, mas cometeria um sacrilégio e se
privaria das graças dêste sacramento. - A comi(,nhão não
é de necessidade ab oluta, mas é muito aconselhada como
meio mais eficaz de preparar-se bem ao matrimônio.
5. 0 Enfim, durante a cerimônia do matrimônio, é
preci o ficar r ecolhido, ocupar-se do sacramento que se
vai r eceber , das obrigaçõe que vão ser contratadas para
tôda a vida, dos devere,s que será necessário cumprir
dora em diante e pedir a D eus com instância suas me-
lhor es bênçãos.
353. - Que são impedimentos do matrimônio? '

R. - I mpedimentos do matrimônio são certos obs-


táculos _qiie se opõem ao matrimônio cristão e foram esta-
belecidos por Deus ou pela I greja.
De de que o matrimônio é sacramento, êste ato
r eligioso cai sob a autoridade e jurisdição espiritual da
I gr eja e é ela só, em virtude ele sua instituição divina, que
tem o direito de fixar condições, estabelecer impedimentos
julgar os n egócios niatrimoniais. Assim o define o concílio
'rridentino (Sess . XXIV, IV e xn).
O poder civil não tem, estritamente falando, direito
algum sôbre o matrimônio, mas tem todo o direito sôbre
o ef eitos puramente civis do contrato, isto é, sôbre o
modo de r eger e administrar os bens dos esposos, sôbre
a herança dos filhos, etc.
A I gr eja servindo-se do poder que lhe conferiu Jesus
Cristo sôbre as cousas espirituais, estabeleceu, desde a sua
fundação e para o bem da família e da sociedade e para
atrair maior respeito sôbre o sacramento de matrimônio,

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M A T R 1 ~[ . l o 44 7

imp dim nf o a dir ito. on ílio T r id ntino mantev


pecifi u '°m tô la a lar za.
354. - Quai · ' ão o pri11cipais imp clim 11/0. do matrimônio?
R. - Il á d11a p 'ci d imp anu-
la m ab ol11 tam 111 o matrim ônio . por i o chama in-s
dirim nt ' : outro o tornam ilícito. m a11ular o vínc ulo
rnafrim onial: chamam- imp di 111
Qu em r o a ram ent , ap d a proibi ç-
m t p e ad o g ra' .
1. Ei principai imp dim nto dirim nf s anu-
lando matrimônio:
1. 0 A fa?ta cl idad . O: hom n. não J ode m ·a ar
vttlidam ent ante d 16. a mulht' r antr l o 14 ano
com pl et o .
2. 0 O ~,.,.o quan do deu a r e peito da pr0pria
p a qu qu er de po ar e não õment a r e peito
da ua qualidad ou da . ua fortuna ( l ) .
3. 0 O voto não im ple ma olen , to é, a profi ão
r eliaio a f ita numa Ordem cujo voto ão r conh cido
p la IO'reja orno olene . me. mo dá -com a r ecep ção
ant ri or da Orden maiore
4. 0 O par nt co natural ou consang uinidad : em
linha reta . con titui imp dim n to dirim ent e e p e rp 1~ t11 0;
em linha colat ral até o t rceiro grau inclu siv ( 2 ) .
H á imped im ento de par nte co e piritual entre o
padrinho e ua afilhada; entr e aqu el ou aqu ela qu e
, ( 1 ) A im s Paulo r ec beu A na quando conta \'a r eceber Maria , o
ca amento é nulo. ~a é ,·ãlido e casou julgando qu e Maria f ô se ri ca,
nndo depoi a aber qu e ela r a pobr e.
(2 ) Trata · e a q u i d o g rau ca nôni c o s, qu . n em sempre se cont am
co mo no Dire ito c i vil. - egundo o Dire ito ca nôni c o : 1.º em linha re ta
hã ta ntos gr aus quanta p essoas em co ntar a primeira : 2. 0 e m linha c ola-
t eral, dua pe oa e tão afastada entre i d e tantos g raus quanto med iam
entre elas e a origem co mum . Ex .: Irmãos e irmã ão pa rente m primeiro
grau ; o p rimo , em seg undo ; os filho do p rim o , cm te rei ro; na gern~ão
seguint e, em quarto gra u .
Se forem de ig ualmente di sta nte ela origem, são parentes no g rau da
pessoa ma is afa stada .

ln t. Relig. - 15

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448 SAC~AMENT OS

batiza e a criança batizada ; de paren tesco legal entre os


pais adotivos e os enteados, assim como entre os filhos
daqueles e êstes.
5..º A afinidade é impedimento que r esulta de aliança
legítima. É impedimento até o segundo grau inclusive;
isto é, o marido viúvo não pode casar com os parentes
da mulh er até o seo·undo grau, e reclprocamente para a
mulher viúva. Chama-se impedimento de honestidade
pública o que provém do matrimônio inválido, ou do
concubinato público. Invalida o matrimônio entre uma
parte e os consanguíneos da outra até o segundo gr au da
linha reta. ·
6. 0 A di paridade do wlto seria outro impedimento
entre p essoa batizada e outra que não o fôss e ; por
exemplo, entre católico e judeu , católico e infiel.
7. 0 O dnc11 lo de casamento preexistente, o crime
(adultério ou homicídio) para facilitar o casamento, o
rapto ou roubo de uma p e soa no intuito de desposá-la,
são êstes os outros impedimentos dirimentes.
II. Os impedimentos impedientes, que tornam o
casamento ilícito, ainda que válido, são:
1. 0 O voto simples de castidade p erfeita, de não casar,
de r eceber as ordens maiore , de ingressar no estado
r eligioso.
2. 0 O parentesco legal (de adoção) é impedimento
eclesiástico na medida em que o Estado o estabeleceu
como impedimento. No Brasil existe impedimento diri-
m ente entre o adotante e o cônjuge do adotado, entre o
adotado e o cônjuge do adotante, entre o adotado e o
filho superveniente ao pai ou à mãe adotiva.
3. 0 A r eligião mista. Existe entre duas pessoas ba-
tizadas, das quais uma é católica e a outra, herege ou
cismática.

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355. - ão se pode alguma vea alcançar di pensa do
dimentos de casamento 1

R. - A I greja pode di pen a1· de todos os impedi-


rnentos impedientes, quando há m otiv o, e às v êzes de
alguns impedi1nentos dirim entes .
..A I O'r eja, que faz lei , também pode dar disp ensa,
havendo razõe para isto. im concede dispen a de
t odo o impedimento imv diente , quando nece ário.
P ara o impedimento de reli gião mi ta a di p ensa outorga-
se com a condição que a pe oa católica fi cará livre de
se()'uir ua r eligião, e er ão católico t odo o fi lho , sem
di tinção de exo . Quanto ao impedimento dii·iment es,
p ode a I O'reja conceder di pen a do que fo r am por ela
estabelecid o nunca por ém dos que r e ultam do direito
naforal ou divino.

COX CL SÃO P RÁTICA

I. a escolha de um espô o ou de uma e pó a, a sabedoria


cri tã quer que não se fa ça ca o da pa ixão que eng-ana, nem da
a mbiçáo que ilud e, nem unicamen e do dinheiro que faria do ma tri-
mônio um negócio ma quer que se a tenda à razão, à prudência e
à f é. A razã o diri que e devem prefe rir a quali da de do co ra çã o
e da al ma a tudo o mai , a vir t ud e a todos o tesou r o ; a p rud ência
di rá que e deve p rocura r qua nto po fr el a emelha nça de carac-
t eres, uma idade mais ou meno igual a im como a me ma s condi-
ções de ed ucação e fo r una ; pela fé, sub remo que só se deve entrar
no matrimônio com a ntas intenções e nele vi ver anta mente.
II. I mporta conhecer e não bom·e r, pa ra o f ut ro casamento,
algum impedimento dirimente, público ou ocul o, de pa rente co,
afinidade, etc. a o se descubra al gu m, deve- e decla rá-lo ao sa ce r-
dote qt:-e tem de presidir à cerimônia, senão o sacra mento seria
n ulo. O vigá rio toma r á a devida pr o,-idência para ob er as
di pen a , e f ôr nece á rio . É dm·er pa ra o cônj uge a favo r de
quem uma di pensa houver sido pedida, alda r o gastos de de p a-
chos ou outros reclamados pela chancela ria roma na ou episcopal.

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450 SACRAMENT OS

§ IV. - Cond ições e cerimônias do casa m ento.

I. Condições preliminares: espon sais, publicações de proclamas, consentimento


dos pai s. - II. Condiçõ es concomitantes: consentim ento recíproco,
presen ça do vig ãrio e das t estemunhas. - Cerimônias.

356. - Quais são as condições do 1natrimônio cristão ?

R. - Antecedem o matrimônio os esponsais, a publi-


cação dos banhos e o consentimento dos pais.
Acompanham-no e são necessários para a siia validade
o consentimento recíproco dos nubentes e a presença do
vigário e das t estemunhas.
l mas condições precedem, outras acompanham a
celebração.
I. Como condições antecedentes ao matrimônio,
mencionaremos :
1. 0 Uma formalidade preliminar possível, mas não
necessária; é o que se chama esponsais : é promessa livre
e ponderosa que fazem duas pessoas de desposar- e. Em
certos países, são solenes os esponsais e, às vêzes, fazem-se
diante do sacerdote. Esta promessa obriga em consciência.
2. 0 Uma segunda condição, prescrita, ordenada, é a
publicação dos banhos. Para se poder conhecer os impe-
dimento que porventura existissem para a celebração
do matrimônio, a Igreja ordena, no Código de Direito
Canônico, que todo o casamento entre católicos fôsse
apregoado no púlpito, na missa paroquial, três vêzes -
ou quando menos iima, com dispen a do bispo para as
duas outras - nas paróquias em que os noivos têm
domicílio por direito, e também de fato, a iro como na
paróquia que tivessem deixado num prazo inferior a sei
meses. Impõe a quem souber de algum impedimento o
dever de o r evelar ao pároco da freguesia.
3. 0 O consentimento dos pais. - Para uma circuns-
tância tã0. grave, o r espeito e a obediência que os filhos

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lIATRJM XJO

d vem ao pai falta do


b u plá c: ito -Oo pai ,
plau h· i tornaria o o
ma ilí ito.
U. ~\. - ondiçõe qu dev 111 acompanhar o
a ua Ya lida le. ão:
do n11b nt . - Ê t
omp r mi o· d ' r
eria nulo no âmago
au a do cumprimento
mant r

x erior .
2.
0
pr nça do v1gano da . t t munha . -
con ílio tri dentino declara nulo. por motiYo ] cland ti -
nidad . qualquer a amento qu não fô r c leb rado na
pre en a do pároco d um ou outr o nubente e pelo
meno .' 1 dua te temw1ha. ( •' s. XXI\. r) . E a lei
Yi gora 111 todo o paí e at 'lico no paíse em que
foi promul()'ado o concílio tridentino.

351. -Q uai ão as prin cipa i· e rimô nias do matrimônio?

R. - E ta ce rirnomas r snm m- na alociição diri-


po o , no con ntim nto que o celebrante pede
a anibo , na união da mãos, na b Anção do anel e, e o
acram nto não e celebra ern t ernpo proibido, na b ' nção
nllpcial dada à ' pôsa.
Havendo mi a locro depoi do ca am ento o celebrant e
vest e o paramento que d eve ter para o anto acrifício;
em outro tempo toma o r oqu te e a e tola.
1.0 Dá comêço à cerim ônia por uma alociição lem-
brando ao nubente a importância do acramento que
estão para receber e o principai deveres que lhes cabem.

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452 SACRAMEN TOS

2. 0 Dirige-se sucessivamente aos esposos : Snr ... . ,


quereis tomar como legítima espôsa, segundo o rito de
nos a mãe a santa I greja, fn lana de t al, aqiâ presente?
O e pô o tendo re oondido : Quero, o sacerdote indaga o
mes~o da futura ~ pô a, que responde também: Quero.
3.º O esposos dão- e a mão direita; o celebrante faz
sôbre êles o sinal da Cruz dizendo : " Eu vos uno pelo
YÍnculo do matrimônio, em nome do Padre, e do Filho,
e do E pírito Santo". E depois, lança-lhes água benta.
4. 0 O acerdote b nze um anel por uma fórmula na
qnal yiede a Deus "que a espôsa que o levar sempre
conserve ao e pô o fidelidade perfeita, e que ambos
vivam em perpétua caridade. Deita, em forma de crnz,
água benta no anel, e entrega-o ao e pôso, o qual o coloca
no dedo anular da e pô a. Ê te an el é sinal de aliança
indissolúvel e de fidelidade conjugal.
Havendo mis a depois do matrimônio e se êste não
se celebrar em tempo proibido, depois do Pater vêm os
esposo ajoelhar nos degraus do altar, e o celebrante r eza
a favor da e pôsa uma bela e exten a fórmula de bênção
nuvcial, lembrando a que os patriarcas davam aos filhos.
Os e po o voltam a seu lug-ar e vem ainda no fim
da mi a, a receberem outra bênção especial.
E ta 1 ltima orações e cerimônias não se dão em
t empo proibido, ainda qne se houves e alcançado disoensa,
nem quando a espôsa fôr viúva e já tiver recebido esta
bênção em outras núpcias.
CONCLUSÃO PRÁTICA

"Quem poderá c:rnt:i r dig-na mente a glória e felicidade do


matrim ônio cristão, q"c a l qreja concede, q11 e o ador{Lvel sacrifício
confirma. ane a bênrão consagr a, que os anjos proclamam, que o
Eterno ratifica no alto dos céus~" ( T ertuliano ) .
- Os esposos cristãos guardam fi el e pediosa lembrança do
seu matrimônio; t odos os anos celebram com prazer a volta dêste

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MATRIMÔNIO 453

, melhor ainda por práticas religio as quo po r uma festa fo ima,


se Deus lhes concede longos anos de bênção, celebram c-0m mal 11
lenidade ainda o 25. 0 e o 50.0 anh-er rio, sob os nomes de B óda a
e prata, e B ódas de ouro . ..
"Guardai-'l"OS diz são J oão ri 6 tomo. de de bon rnr o matri-
õnio com pompas inventada pelo demônio". A E critura fala
os casamentos de I aac e Rebeca, de J ncó e Raquel. Fe eja'l"a- e
ato, não faz dúnda na ca a do patriarca , mn nada de de pe as
stnltas ou leviandade louca que sempre ofen dem a Deu . A sim
que os cri tão s alegram na inocê nci a e na implicidade, atraindo
ela esmola as bênçãos do céu sôbre ua un1ao e fazendo a Igre ·a
' os pobres partilharem benefício e aleirria .

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454 S A N'rIF I AR A A Ç ÕE S

APENDICE

MEIO DE 'l'IFI AR O DIA


l i io g ra l. - S antiíicação p arti cul ar da s no a s dií r ntes a çõ s: 1. 0 ora ção,
2 .º tra ba lho ; 3. 0 r í ição : 4 .0 r c 1· io; 5. 0 conver a ; 6 . t ntaç ões; 7.º
soí ri men tos. - P rin cipai s exe rcícios de p ieda de.

358. - Qual ' o m ia de sant if icar o di a ?

R. - O m io d santificar o dia ' faz r todos os atos


no intnito d ag1·adar a D ns rner ce1· recornpen a no
c ' it. Para is o cnmpre t e1· wrn l'egulamento, oferecer a
D us tóda a açõ do dia e faz'-las corn e pírito de fé
e m stado de graça.
oro efeito, a antidade dep ende ante do modo
p er feito e anto com que umprimo no a ações ordi-
n an a qu e d feito extraor dinário que porventura
ti v ' emo de r ealizar. De No so enhor refere- e : " Tudo
t em êle fei to bem . . . ( . Marcos, vm, 37). maior e
única ambi ão do ri tão deve er imitar o divino modêlo.
Para i to cumpre:
1.0 Ter r g1ilam nto, indicando que tudo se há de
fazer n o tempo devido e mar cando, quanto possível, os
div <:> r o ato que ten cionamos praticar no dia,. na emana,
no mê , n o ano.
2.0 DirigiÍ' tôda a no a açõe para Deus, com o
propó ito d lhe agradar, a im como fazia Nosso Senhor:
" Faço empre o que apraz a meu Pai " (.S. Jo ão, :xm, 29) .
É no o dever ; poi , Deu endo nos o criador e nossa
origem, é também nosso fim último e nosso r emunerador.
Devemo tomar o bom hábito de ofer ecer cotidianamente a
Deus logo ao acordar, o atos do dia e r enovar, de vez em

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ANTIF'I AR. A A ÇÔ E -155

e ta intenção no. no so afaz r . D e ta fo rma,


orna r - e-ão :obr naturai · e me r iróri a a · menore açõe .
Para que e ta no . a ac_; õe. ejam di.,.na de recom-
eump r c, - 3.0 faz ê- la · para D eu" com
pírito d f é, qu çm to possh ·el co m a e nção. e\·itand o a
rotin a, unindo-as, pelo es píri o, com o. ato cl ~ o. o
. 'c ·nhor; no ntan o, têm ainda d e . c r fei a - m tado
l< graça, pois {· d o c:u ncli ·ão indi ·pensá\· 1 para o m 'rito
br e natural.

359. - () uC1 i1> 1>ão OI! pr i 111· i1111 1s aios do tlia e co1110 it <tt'flllOS de
sanl if icC1r sp ciC1lmtn l e cada um til/1s?

R. - 0 ' pr inciuais aios dr rlirt .-ao : J .° oração; 2.0


trabalh o; 3. 0 rcf içií · : f. v n crrios d ii·crl im 1tl o ; 5. 0
1 e nv r ·as ; ris p'zrs ta 111b{111 ar·lt o1110- 11 os r.fJ iOs l os 6.0 à
l1ntaç Des ; 7. 0 aos sof rimr 11/os.
Ora, nc's a: di\' rsa · o ·orrf'nei a ·, 1• o 1 r oe der
·r i ·tão pa ra ~antifi L: ar t udo:
1. Orn çDc" - _\ ofe rta tlo <:o ra ·ão a Deu , com o
i nal ela c: r uz , dc·Y c r o c..omi\n <l o dia. e 100'0 cl epoi
d lr Yantar e el os c: uiclad o: q uP JH'<' t·l'l' \ ' o a ·seio, fa r- -á
a 01·a(·1io da manlui . ele j oel ho ..
_\ , p e ·soa · qu e tiwr ·m l'at· ilicl atlc e emp o
ta r ão qninz minut ou rn Pia-bo rn de lei u ra
ou m(( /i/ açrio. - Ê -te ex rcírio pra iL:atl o c·om
propon·iona um m i UH·i l 1c I r ogn'dir
f" e na w rdad ira pi clad .
\ ora·ã o ini t iou o dia tlo cri ·tã o; amb'm o de" e
ultim ai'. - .'r ri'l , de noit , um a o d e agrad ecim cn o
p las gru <; a · ak.an ·adas n tl ec rrer d di a . ambém,
p la of rt a a D ' li: , rá um meio ele ·an i irar o d e an o
ela noite. - X a oraçiio ela noil . faz- , o r am d
con 'c i · ncia olha r rápid o, ma - éri o 'Ô bre no · o proc d r,

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456 SANTIF I CAR AS AÇÕES

sôbre os atos, palavras, pensamentos que nos ocuparam


durante o dia com arrependimento e ato de contrição,
para os pecados cometidos, propósito de emendar-nos para
o futuro e imposição de uma penitência, se quisermos
mais eficazmente trabalhar em nossa santificação.
II. Trabalho. - O trabalho foi imposto a todos como
dever e como expiação. - Santifica-se referindo-o a Deus
por uma oferta constante, imitando osso Senhor que
quis, logo em criança, e durante a vida inteira, ser nosso
modêlo perfeito. Se o trabalho nos parecer penoso, en-
fadonho, será então ocasião de aceitá-lo como expiação,
como submissão inteira às ordens de Deus, e em espírito
de penitência.
III. R ef eições. - As refeições sempr e constituem
um perigo : em vez de comer simplesmente para viver e
reparar nossas fô rças, achamos, n este ato, repetido várias
vêzes no dia, ocasião de sensualidade e gula. É uma
cautela contra êste perigo recitar o B en edícit e, destinado
a santificar a ação vulgar de comer e beber. - Durante
a refeição deve-se evitar a precipitação, o excesso, a
demasiada delicadeza. Não deixaremos a mesa sem
agradecer a Deus por êle nos haver dado com tanta
generosidade uma comida que muitos outros não r ecebe-
ram com a mesma abundância.
IV. - R ecr eios e divertimentos. - As nor mas para
r ecr eios e divertimentos podem resumir-se em t rês:
1. 0 moderação ; 2. 0 d ecênia ; 3. 0 caridade. - A moderação
r equer que não se gaste, nos brinquedos e no jôgo, um
tempo por demais extenso ; - a dec ência manda que
t enhamos somente j ogos honestos e modestos, evitando
com cuidado tôda companhia perigosa; - enfim, a
caridade prescr eve que fujamos de tôda briga ou alter-
cação, submetendo-nos, pelo contrário, ao par ecer dos
outr os, proporcionando a todos, quanto possível, alegria

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S AN TI F I CAR AS AÇÕES 45 7

~ satisfa ção por n o o modos francos e singelos, e por


ri.ma lhan eza irrepreen ível.
j V . Conversas. - "A lí ngua, ·di e ão 'riago, é um
nun do de iniquidad e (Ep ., m, 6 ), e acrescenta com
azão, que pouquí imo homen sabem r efr ear a língua.
ar a . antificar a conv ersa , cu rnpr evitar a leviandade
B a ocio idade com as quai vão empre mil falta ;
epoi deixar de pronun ci ar qualquer palavra ele orgulho
u r aiva uidar em nada dizer que ofen da a verclacle,
religião a clec Ancia a caridade . Evitar o mal nas
onver as porém, não ba ta; é pre ~ i o ainda torná-las
agradávei , útei , edi ficante , e emp re cristã .
I. T ntações. - O primeiro dever erá não se
expor voluntà riam ente à. tcntaçõe e e pecialm nte não
!Procur á-la . No entanto, e a tenta ão e apre entar sem
\llaver imprudên cia da no a parte, er á preci o ele viar o
e pírito do mau pen arn entos. ocupar -. e s' riamente com
alO'um trabalho, ou cli tr ação legítima, r eco r rer à oração,
e f icar depoi em fr ente da t entação em presunção n em
Ol'O'Ulho, mas também em temor nem fra qu eza. - Se
tiverm os a feli cidade de deb ela r a t entação a D eus have-
mos de r eferir a glória; e tiYerm o a fraqueza ele ceder,
devemo atribuir e ta derr ota à n o sa negligência e
cobardia, sem cont udo desanima:::-mo : pediremo p erdão
a Deu e far emos o propósito de confe ar-no quanto
an tes.
VII. Sofrimentos. - S algum ofrim ento ou pena
n os ., vi itar, p reci amo aceitá-lo, como vindo da mãos
da Providênc ia, com r esignação; oferec ê-lo a Deu em
expiação das nos as cul9a e não murmurar contra ua
santa vontade ma r epetir com No o enhor a oração.
qu e aliás vam o r ezando t odos o dia : ' Seja feita a vossa
vontade, ó meu Dens .., Depoi , em luga r de andarmos
em busca de consolos humanos, muitas vêzes estéreis e

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458 SA TIFI CA R AS AÇÕES

impotentes, refugiar-nos-emos nos braços de Deus, ao pé


do tabernáculo; ou debaixo da proteção de Maria,
"consoladora do aflitos" .
360. - Qitais são os principais exercícios próprios para
entreter a piedade.
R. - Os exercícios mais próprios para entreter a
piedade são a oração da manhã e da noite, a m editação, a
assistência à santa missa, o t êrço e as leitiiras piedosas.
Além da oração da manhã e da meditação, o exercícios
mais adequados para o desenvolvimento da piedade são:
a assistência à santa missa, nos dias da semana; a visita ao
Santíssimo Sacramento, i to é, alguns momentos passados
na igreja, ao pé dó tabernáculo, em palestra com osso
Senhor, tributando-lhe nossas homenagens, implorando
sua graça , meditando seus exemplos e esforçando-nos
por imitá-lo ; o têrço, r ezado quer por extenso, quer pelo
menos em parte, para honrar a Santíssima Virgem,
r efl etindo principalmente nos mistérios do rosário j enfim,
as leituras piedosas, quer na Vida dos santos, quer em
livros tratando especialmente da vida espiritual, como
a I mitação de Nosso S enhor, o Combate espiritual, a
I ntrodução à vida devota, e ma~s obras de são Francisco
de Sales, et c..
CONCLUSÃO PRÁTICA

Tra n crevemo aqui a oração que uma rainha g~stava de rezar


cada dia : " Que me há, de suceder ho j e, ó Deus m e u ~ Jão sei.
Mas o que sei, é que n a da me acontecerá senão o que previ tes,
determinastes, ordenastes desde a eternida de.
"É quanto b ast a, meu Deus, é quanto basta : a doro os ·vossos
eternos e insondáveis desígnios; a êles me subm eto com todo o
coração e por vosso amor. Tudo quero, aceito tuao, de tu do faço-vos
um sacrifício, e êste sacrifício, eu o uno ao de J esus Cristo, meu
divino S alvador.
"Em seu nome e por seus méritos infinitos peço-vos a pa-
ciência nas minhas penas e conformidade perfeita com tudo quanto
quiserdes ou permitirdes. As im seja !"

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SANTIFICAR AS AÇÕES 459

Orações antes e depois das ref eições :

I. - O B E E DICl'rE.

Abençoai-nos, Senhor, e aben- Bénedic, Dómin e, nos et baec


çoai ê tes dons, que vos a libe- tu a don a, qu ::ie de tua la rgitate
ralidade nos concede como sumu s ump t uri.
alimento.
Por J esus Cristo No so Se-
.
P er lnistum Dóminum no -
nhor. . trum .
R. A im eja. R . Amen.

II. - D E POIS DA REFEI ÇÃO.

Graças vo damos por todos Agimus tibi grátia omnípo-


os vo os benefícios, Deus todo ten Deus, pro miivér is bene-
podero o, que viveis e reina i em fíciis tuis, qui vivis et regnas
todo o éculos dos séculos. in aecula saeculórum.
R. Assim sej a. R. Ameu .

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460 L I TURG ! A

QUARTA PARTE

CULTO DIVINO
Liturgia, f estas e práticas religiosas

Nota. - Logo após cada p ergunta, as primeiras linhas em grüo podem


ser decoradas e recitadas p elos alunos.

LI ÇÃ O P RE LIMINAR

Práticas do culto exterior.


Obj eto desta quarta parte. Elem entos do culto exterior e público - Vantagen s
d êste culto - Divi são d as matérias.

361. - Que ·encerra a quarta parte do Ciirso de I nstrução


religiosa?

R. - E ncerra mais especialmente o que diz respeito


ao cidto divino, como culto exterior e sensível.
O fim essencial da r eli gião é dar a Deus a glória que
lhe é devida, e aos homens, a paz e ventura verdadei ra.
Ora, êste fim duplo não se alcançaria plenamente sem
culto ext erior e práticas religiosas.
Dar cr enças ou dogmas ao homem, indicar normas de
proceder , conduta geral ou rnoral, auxiliá-lo a santificar-se
pela oração individual e os sacramentos: não é bastante
para a r eligião; deve mais facu ltar-lhe meios de r ela-
cionar-se com Deus, já como homem privado, j á como
membro de uma sociedade r eligiosa. Ora, tal relação se
estabelece pelo culto.

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CULTO EXTER IOR 461

362. - Quais são os elemento oonstitutivos do oulto exterior


e público?

R. - Os elementos constitutivos do culto exterior e


públfoo são : 1. 0 o sacrifício; 2.0 as festas; 3. 0 as prát1'cas
de devoção.
Em tôda a r eligiõe , encontramos como elementos
constitittivos do culto exterior e público :
1. 0 O sacrifício; ma a oferta do sacrifício a Deus
não e tá ao arbítrio de cada um. Na lei de foi é vemos
que pre cr'içõe. ou regras litúrgica regulavam a imolação
das vítima . outra r eligiõe tamb ém tiveram seu
cerimonial.
2. 0 F'e ta , i to é, dia part icularmente con agrados
à oração e à lembrança do a c o ntec im ~ nto que intere -
avam a na ão. A im é que a r eliO'ião mo ai ca além do
de can o do ábado, impunha ao J nd eu fi éi , a ole-
niclad e da Pá coa, do P enteco te , do Tabernácul os, a
fe ta da Expiação e a da on agra ão do Templo.
3. 0 Enfim afora vária outra práticas de tinada a
afervorar a piedade, d voçõe que e t imulam o ardor,
as ·ociaçõe que agrup am o indivíd uo e contribuem ao
proveito g ral.
Ora, ão ju tam ente A te me mo elemento que
deparamo no culto católico. Também êle tem eu
sacrifício in amparável e r gra lit Ílrgica qu e r egulam a
oferta; tem ua f e ta anuai trazend o-no à lembrança
o magno a ontecimento da r eligião cri tã e o anto
per onagen qu e produziu; tem enfim ua práticas
r ligio a , na devoçõ , ua confraria que alimentam
e e timulam a piedade.
E ta parte da r eligião tem para n6 o maior i.J
erê se,
a máxima importância; por · o é que faremo dela um
estudo e pec:ial.

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462 L I T U RG I A

363. - Quais são as v antag ens elo cul"lo exterior e público!


l .º - 1.º P elo cnlto exterior e público, o homem salda
tôda a sua dívida pam corn Deus.
2.º Os atos ext eriores do ciilto elevam o pensamento
para Deus.
3.º O culto exterior é mna prédica contíniia.
1. 0 P elo culto exterior e público, o homem pode saldar
tôda sua dívida para com D eu . O homem não é tão
õmente inteligência: tem corpo e deve a Deus a home-
nagem dêste corpo como lhe deve a homenagem do seu
espírito; não foi criado para viver isolado, mas sim em
sociedade : o.ra, o culto exterior e público preen che êste
duplo dever: tributar a Deu s a homenagem do nosso
corpo e a homenagem da sociedade de que somos membros .
2. 0 Os atos exteriore do c1ilto, as cerimônias r eligio-
sas, as festas cristã , as práticas de devoção impressionam
a vi ta e, por meio dos sentidos, elevam para Deus o
pensamento, mantém, despertam a atenção que se desvia
tão f àcilm ente quando não está prêsa p or obj etos ou
cousas sensíveis.
3.0 Êste conjunto do ciüto exterior, é uma prédica
contínua que ucessivamente lembra todos os dogmas da
r eligião e os deveres mais impor tantes da moral cristã,
de modo que vemos ali, como em pairrel fid elíssimo e
sempre novo, nossas cr enças e nossos dever e .
364. - Que ordem segitiremos nesta quarta parte da rel-igião?
R. - Daremos, primeiro, algiimas p1'escrições litúr-
gicas; em seguida, ex plicaremos as principais cerimônias
da missa e por fim, indicaremos os ofícios litúrgicos.
1.0 Debaixo do tít ulo litiwgia, primeiro daremos a
conhecer algumas prescrições litúrgicas r elativas às igrejas
e às cou as sagradas ; dep ois, explicaremos as principais
cerimônias da missa, e indicar emos os outros ofícios
litúrgicos.

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CULTO EXTERIOR 463

2. 0 Sob o título festas, falaremo da grandes épocas


mais notáve· sol nidacl do ano cri tão.
3. 0 Em outro e tudo ôbre a práticas religio as,
daremo a conhecer a d evoçõ mai úteis ao fiéi .

00 CLU ÃO PRÁTI A

A Igreja compreendeu muito bem a importância do culto


divino e determinou, ela própria, a e rimônias, f estas e prática :
logo não ' licito ao lllllll"tro do culto mudar ni to qua lque r cou a .
É portanto a religião exterior tôda, e ta expres ão do culto " no
e pírito e na •erdade" de que fala'' ª )lo o Senhor, qu e Yem
traduzida proposta na a dmirá•ei iu tituiçôe da Igreja.
O oncilio tridentino manda ao mini tro elo culto que expli-
quem a e ri mônias ao fiéis ( e ., :s::s:n, vm ) · lJOrtanto, é dever
para êles e tudá-las muito bem e conhecer -lhe perfeitam ente o
sentido. Ela constituem um lino, uma ' ric de quadros qu e ap re-
sentam a r eligião d bai..xo de formn en íveis; o livro, po rém,
fica ria f echado, nenhum a ignificação, n nhum p ré timo teriam
ê te quadros se não oubé mo de cob rir clebai..xo da im age n
e dos símbolo a belezas e o ensino do culto católico .
É porque tinha o sentimento delicio o do profundo co nheci-
mento do no so culto que anta T ereza e:xclama•a: "Eu da ria a
cabeça pela menor cerimônia da Igreja".

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464 LITURG IA

LITURGIA
§ 1. - Noçõ es gerais da liturgia.

D e íini ~ão da liturgia - Dh•orsas liturgias: 1. 0 da I g rej a ori ental ; 2.º da


I g r ejn ocid ental -- A língua litúrgica do Ocidente - Prin cipais livros
litúrgicos.

365. - Que é liturgia?


R. - Liturgia é o conjunto das cerimônias e preces
que f ormarn o serviço divino.
r a origem do cristianismo, não foram determinadas
n em escritas imediatamente as r egras do culto novo.
Ao instituir a santa Eucari tia, No so Senhor tinha
cumprido certos ritos ou cerimônias que os apóstolos
conservaram com esmêro; por sua vez, emprestaram, das
tradições religiosas dos Judeus e outros povos, alguns
usos que adaptaram ao culto cristão e foram transmitindo
verbalmente aos bispos que ordenavam, as regras a seguir
na oferta do santo sacrifício e nas funções sagradas; a
pouco e p ouco, formou-se, especialmente para a celebração
do augusto mistério, um código · ou regulamento, hoje
chamado liturgia.
366. - Não l1á várias lit urgias na I greja católica?

Antes do 3. 0 sécu lo, épo ca da r edação das constititições


apostólicas, compêndio precioso r elatando os usos esta-
belecidos pelos apóstol os e seus sucessor es, nenhum
documento escrito existia no tocante às n igras litúrgi ca~ .
No decorrer dêstes três séculos de perseguição e de
difusão da I gr eja, a litur gia, uniforme quanto ao fundo,
a chou-se algum tanto modificada nas exterioridades
acessórias, que tinham sido ajeitadas às necessidades e

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L I TURG I A 465

· aos costumes do povo convertido . Daí na cer am duas


·las e de liturgia uma própria da I greja oriental,
própria da I greja ocidental .

principai liturgia da I greja oriental são:


1. 0 A liturgia d e . T iago ou de Jeru além, estabe-
lecida p lo apó tolo ou por ão 'Iiago o l\Ienor, e e crita
1 por irilo, patriarca de J er u al ém para os meados do
século I . Dela e ori(l'inou a li turgia m.aronita, que e
con rva ainda hoje entre o cri tão do Líbano, onde o
1 ' ofício rlivino e celebra em língua iríaca, idioma usado
na Judéia no tempo de Ko o enhor.
2.0 A liturgia de A lexandria, fundad a por S. Marcos,
discípulo de . P edro e r edi()'ida por ão Cirilo, bispo de
.Alexandria.
3. 0 O Gr ego , dependente do patriarcado católico
de on tantinopla u am de dua liturgias: a de são
Ba ílio e a de süo Cr i óstomo, at ribuí da a êstes dois
gr ande bi po do n .º éculo.
4. 0 Enfim, na I greja oriental, há outra. lituqrias
meno importante : a do Ann ·nio ( Constantin opla),
do Melq nita ( ntioq uia ), do mo (An tioquia ) , dos
Caldeus (Babilônia ) do B úlgaro ·e nidos (lín gua eslava,
mantida em 1 65 ) .
Tôdas esta diver as fo rma litúrgicas t êm sido
aprovada p ela I gr eja romana.

·, As principai liturgia da I greja ocidental são:


1.0 A litiirgia romana, também chamada gregoriana,
pelo nome de ão Gregório l\fagno, que lhe deu, para os
fin do século \ I , a ua fo rma atual, mais ou menos.
Remon ta, com certeza, esta liturgia, por tradição, até
são Pedro.

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466 LITURG I A

2.º A liturgia ambrosiana, ainda usada em Milão, é


devida a santo mbrósio, arcebispo daquela cidade.
A única diferença com a de Roma, são algun hinos e
oraçõe composta por êste anto doutor.
3. Houve outrora, na França, uma liturgia deno-
0

minada galicana, usada desde a pregação do cristianismo


até o ano de 758. Era muito mais parecida com as
liturgias orientais do que com a de Roma, porque os
primeiros apóstolo da Gálias tinham vindo do Oriente.
A pedido do papa E têvão II, o rei P epino mandou que
se adotasse a litnrgia romana.
Ma , com o andar dos tempos, r eapareceram certos
u os antigos, e para os meado do século XVI, cada dioce e
tinha por assim dizer a sua liturgia própria. O concílio
tridentino ( 1545-1563) resolveu restabelecer a unidade
romana; e o papa ão Pio V, em 1568, só deixou subsistir
as liturgia particulares que contavam duzentos anos de
existência. A França aceitou êste decreto e com ela se
conformou, ma no tempo de Luís XIV e Luís XV
(XVII e XVIII século), certo número de diocese tinham-
se afa tado de novo, mais ou menos, da liturgia romana;
desde 1 50, contudo, a convite de Pio IX, tôdas r e-
tomaram a liturgia romana, e já não se fala mais em
liturgia galicana.
4. 0 Enfim, na E panha, a catedral e as principais
igrejas de Toledo têm a lihirgia mosárabe, muito parecida
com a antiga liturgia galicana. Foram apelidados mosá-
rab es, no século VIII, os cri tãos da Espanha que, depois
da conqui ta do reino pelos Mouros, ficaram vivendo
com o Árabes. Sua liturgia foi prati cada na Espanha
até o fim . do século XI, época em que a liturgia romana
prevaleceu . Entretanto, com a autorização do papa
Júlio II, o cardial Ximenes alcançou, no século XVI, que
a antiga liturgia se conservasse em Toledo.

o
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L I T RGI 46 7

367. - Quai ' a língu a litúrgica d t ôda a I greja ocid ntal?

R - A língua lit 1í rgica da I gr eja ocid ntal foi, d d


a orig n do ri tianismo, o latim qlle fala v a n a I tália,
na í fri ca n a p rovíncia do ocid nt conq 1á ta da v elo
x 'rcito rom ano.
De de aquela o latim como lín-
gua litúrgica , em tr an fo rm a õe que ofriam
o idioma do povo
O f im que a I O'r ej a e propõ é ]uplo : 1.0 manter ,
quanto po ív l pela u nidade de língua, um meio de
comunicação ent r e todo o povo cri tão e con ervar
a im a inteO'ri dad e elo dogma e do culto. que a tradu õe.
• va r iada em infini to empre haviam el e alter ar ; 2. 0
pre erv ar a li tu r gia, - f ixando-a numa líng ua hoje em
di a mor ta - da mudan a que a lín g ua viva trazem
por fô r ça p oi modificam-. e r àp idarn ente, e exigiriam
t odo o 'culo r eform a nova na li turgia .
O u o da língua latina no ofício divino não é
embar aço nenhum par a o fiéi , - e a I gr eja lhe põe na
mão tracluçõe qu per mitem a quem não conhece e ta
. língua acompanhar , no idioma vulga r , a oraçõe da
anta liturofa.
A for ma mais exp r e iva da língua litúrg ica é o canto
r eliO'io o execu tado pelo povo e pelo cler o.
O canto r eligio. o empre exi tiu; era cantand o hino
aO"r ado que o antigo patriarca ofe r eciam acrifícios
a Deu ; Davi cantava e fazia cantar eu almo pelos
levita · ão P aulo r ecomendou ao E fésios cantar louvor e
a Deu .
Na primitiva I gr eja, o canto ecle. iástico inspirou-se
do H ebreu , Gr egos e Romano ; o gênio de anto

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468 LIT U RGIA

Ambrósio, são Gregório Magno e mais santos elevou-ô a


altíssimo grau de perfeição.
anto Ambrósio compôs numerosos hinos e arranjou
o canto dos salmos na igreja (340-397).
São Gregório Magno (540-604 ) criou es'.'. olas de
cantores e coordenou as antigas melodias segundo as
exigências do culto divino.
O canto gregoriano ou canto-chão é simples e ex-
pressivo, suave e piedoso, cheio de harmonia e agradável
ao povo.
368. - Quais são os principais livros litúry-icos da I greja?

R. - Os principais livros litúrgicos da Igr eja são:


o breviário, .º m7ºssal, o· ritual e o pontifical.
Os principais livros litúrgicos, contendo as fórmulas
·d as preces da I grej a e do culto público, são :
i.o O breviário : é o livro que encerra o ofício divino
que os sacerdotes e r eligiosos r ezam ou cantam todos os
dias, em nome do povo cristão. Contém numa ordem ou
arranjo especial, adaptado a tôdas as épocas e festas do
ano cri tão, salmos, hinos, leituras da E scrit ura Sagrada,
narrações da vida dos santos, homílias dos dÕutores sôbre
o E vangelho, sendo tudo entremeado de versículos,
responsórios, antífonas e várias orações.
O nome breviário lhe foi posto quando Gregório VII
lhe deu a forma atual, abreviando os ofícios usados
outrora.
2. 0 O missal : é o livro que traz as orações do santo
sacrifício da missa para serviço do sacer dote que celebra.
O missal atual é o que foi r evisto depois do concílio
tridentino e aprovado por são Pio V.
3.º O ritual : é o livro que explica a forma da admi-
nistração dos sacramentos e de outras diversas funções

o
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LIT ROIA 469

bAnção a ordem das exéquia , das


' foi

pont if ical : ' o lino que expõe a ordem de ôda


própria do bi po , como co11 agração dos
da igr ja , do altare do vasos sagmdo ,
admini tração do da conf irmaçào, da
ord m te.
5. 0 cerimonial dos bi po : é a im chamado o
lino que indica a ce r imônia próp ria das igr jas
cate r ai e coleO'iai _ Publ icado por Clemente VIII
emendado por In ocêncio X A te liYro deve ua r edação
atual a B ento XIV ( 1740) . Ex i te para a igrejas pa r o-
quiai um compAndi o mai r e umi o chamado ce rimonial.
6. 0 En fim, o martirológio : primiti\'8m ente, era o
liv ro em qu e a en ava o nome do má r tire · depois
acre centa r m- o nome do ou tro anto cuja fe ta
se celebrava n o dia.
O li'no a cima enumerado
empr eO'ado p elo clero. Para u
p ublicado livro contendo excer to primeiro : são
o liv1·0 de hora ou ma1111ai t r az ndo o principais
ofício . De,•em ~r acorde com o rni al e o breviário
e ter a a pro'\ ação de um bi po. om pu eram também,
p ar a u o do cantore , livro de ofício com o canto
e cri to: o gradual para a m a e o antifonário para os
ofício da tarde.
00:\'CLUSÃO PRÁTICA

Sem embargo das di"rergências acide ntais e me'rament ace 6-


rias, que e petáculo belí imo, ublime, não ap re entam as inúmeras
ig rejas erguidas em t odo o orbe católico! K a reaiõe onde a llngua
e os costume se divorciam completamente do nos o , todos os
fi éis, no entanto, oram do mesmo modo_ _ _ Haverá manifestação

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470 LI'rURG I A

mais patente, mais deslumbrante da unidade católica' Mesma f é,


mesma prece!
Para o cristão eparado do torrão na tal pelas contingências
da vida e con trangido a viver d baixo de outro céu, é doce lenitivo
e consôlo muito suave, encontrar ali, no culto público, mesmas
orações, me ma cerimônias mesmo ofícios.
6 .Jesus, graças vos ejam dada por no terdes trazido um
culto úµico na ver da de ! . . . 6 Igreja anta, a vós a nossa gratidão
por nos conservardes a sim a harmonia na fé e na a doração! Dora
em diante, associar-me-ei mai e treitamente ainda a tôda os
cristão , meus irmão , e nas cerimônia a que a si tir, hei de rezar
em união com tôda a I greja,.

§ II. - Igre ja

o~ão das igrejas - Antigas basílicas romanas: sua tran sformação -


Bênção e consagração das igreja s - Profanação e execração das igrej as.
- Os sin os e seu batismo Função dos sinos.

369. - Que é i greja?


R. - Desde a origem do cristianismo, igreja
(as embléia) era o liigar onde o fiéis se reuniam para
a celebração do santos mistérios.
Não eram então edifício e pecia1 como hoje, eram
ala , adrede di po ta na ca a, e adornadas como o
cenáculo quando No o enhor ali celebrou a Páscoa.
Durante a p er eguiçõe , muita vez os fiéis tinham
de fugir, e então, acolhiam- e à flor e ta , nas solidões
ou em lugares subterrâneo que erviam. para sepultar
o morto e e denominavam criptas. Em Roma, podem-se
ver imen a galeria de a que, durante três séculos,
fizeram de igreja e cemitério : são catacumbas.
Para o meado do éculo II, os cri tãos, aproveitando
o reinado mai pacífico de Filipe e Galiano, entraram
a levantar edifício especiai para o culto; mas foi só no
princípio do éculo IV, quando Constantino teve dado
-ao mundo a paz r eligio a, que se ergueram as verdadeiras
igrejas.

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IGREJAS 471

A igreja pod em er: ba íiica , rn trópoles, cate-


drai , colegiais, igrejas paroq1iiai , sucw· ais, cap las ou
oratórios.
Basílica ão igreja principai por ua di gnidade e
privilégio . Há quatro ba ílica maior · e tão em Roma
a aber: ão J oão d e Latrão, ão P edro do "'Vat icano,
São Paulo x tra muro e anta Maria Ma ior; qu er em
Roma quer fora, a outr a ba ílica · ão menore .
M etrópole ão igr ej a de arcebispo ; dividem- e em
m trópole sirnples, primaciai ou patriarcais, conforme
a di()'nidade do prelado titular.
at edrai ão igr eja d bi po ; ontém a cátedra
sé ou trono epi copal.
Colegiais ão igr eja não catedrai que po uem um
cabido.
Igr ejas paroqma1 ão igreja de tinada ao er viço
de uma paróquia.
I greja s1w 1irsai ão as qu e auxiliam o enriço
religio o de uma paróquia.
Oratórios ou cap las ão igreja para u o de todo
o fi éi (ora tório públicos) . de uma cate()'or ia de fi éi
(oratório erni-público ) , ou de alo·uém em particular
(oratório priv ado ) .
A dep endên cia ordinária de uma i()'reja ão: a
sacri tia, para guardar a alfaia , . agrado ,
param ento e mai obj eto. do culto; o c rnit ' rio, para a
epultura do fiéi ; o presbit 'rio, para a r e idência do
nlero; à vêze , o paço epi copal, para a r e idência do
bi po e o erviço da cúria epi copal.
370. - Que eram as antiga basílicas romana e quai ão
as transformações que sofreram para se tornarem igreja cristãs?

R. - A basílica rornana era 1im edifício r etang1ilar


onde se dava a ji1stiça e onde ficava tarnb ém o rnercado.

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472 LITURGIA

.d principal transformação que se f ez na basílica · para


torná-la igreja, foi alongar a abside e alargar a nave,
dando-lhe a forma de cruz. •
O imperador Constantino, feito cristão, deu aos fiéis
muitas basílicas para o exercício do culto. Daí vem cha-
marem-se basílicas as igrejas primitivas. Hoj e, dá-se êste
nome a certas igrejas grandes de Roma e mais algumas,
às quais o Sumo Pontífice concede êste título, com as
vantagens das indulgências ligadas às basílicas maiores
ou menóres.
A basílica apresentava a forma de um retângulo,
muitas vêzes terminado em semi-círculo: ali colocava-se
o altar. No hemiciclo ficavam os assentos do bispo e dos
ministros sagrados; os fiéis ocupavam a nave e espaços
foram reservados na frente, para os penitentes públicos.
Na basílica antiga, notava-se: o peristilo, o átrio, as
naves, o côro, o santuário e a abside.
P eristilo ou pórtico era uma galeria exterior que
facilitava a entrada para o átrio.
Átrio ou adro era um pátio descoberto, cercado de
pórtieos, como os claustros dos mosteiros ; no centro
ficava uma piscina onde os fiéis lavavam as mãos e o
rosto antes da oração; o pórtico da entrada, na basílica,
chamava-se nártex; ali é que estavam os catecúmenos e
penitentes públicos durante os ofícios.
O interior da basílica possuía geralmente três naves;
a do centro tinha uma passagem.livre; na direta, coloca-
vam-se os homens, na esquerda, as senhoras.
Em seguida às naves, vinha o côro ou transepto,
r eservado aos cantores e ao clero; uma ou duas tribunas
ou púlpitos, os ambons, erguiam-se ali para a leitura
pública da epístola e do evangelho. O fundo do edifl.cio
era o santuário e a abside.

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IGREJAS 473

No meio do santuário, Sé ou cbtedra do lllspo


de tacava-se o altar ou con-
fissão, me. a de mármore,
suportada por quatro colu-
nas em cima do túmulo de
um már tir. A ll...r ou on is~.io
TR.ANSE?TO :E CÕ R O
A abside formava um .Amb CJm O O Am'llcm
hemiciclo em cujo fundo se
elevava a sé ou cátedra do ....J
bi po, e no lado , a ento
menos alto para os sacer- "'
"'>-o •
.. ~
u
z
."'.,
• >-
dotes.
.
..s: o
1:: • ir • ..e
., o.. • s::...
A principal transforma- C/l • uJ • til

ção que se fez na ba ílica >


ct
z
para torná-la igreja, foi
alongar a abside, alargar a NÁATE X
nave em certa altura, dando- Á T R IO
ou
lhe a forma de cruz. o


Páte o des cob erto
o
ocidente adotou-se a crnz
latina, na qual o pé é maior
e
~ ...
"
..
·~

o
~ ·o
p..
que os braço ; no oriente Piscina

con ervou- e a cruz r egular


ou grega. Depois, geralmente,
aherlo
orientaram- e as igreja , isto
JJ tuu.w tLd 1L1na b alitLt~ crUtt.ã doa
é, eon trníram- e com a 1•r ime1r os ~ •cutos du l y r e1u .
a"/Jside ou o altar-mor volvido
para o oriente, para lembrar que J esus Cristo, verdadeiro
sol, veio alumiar o mundo.
Na maior parte das igrejas atuai notam-se: a
fachada, o pórtico, o portal, a torre, no exterior: a nave
central, a nav es laterais, o santuário e as capelas, no
inter ior.

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474 LITURGIA

A fa chada ou frontis-
pício o tenta geralmente
tôda a magnificências da
arquitetura.
O pórtico é a galeria
aberta que abriga a entrada
principal chamada portal.
A torre ou campanário
.,==t~~Ê=~~==:;;~=· encerra o sino ; é alta para
TRAN S EPTO ou CRUZEIRO o som ter maior alcance ; sua
Pilar extr emidade superior ou
• ......l• ~=• flecha termina por uma criiz
ou um galo) emblema da

<O
~ .9 • -li)
....... .g@I'..
~ vigilância.
u
2"' ~ z & o ~ Nave é cada uma da
...111 ,__,
...Ili seções longitudinai for-
V C ~ fl madas por fileiras de co-
> o... QI
cu > lunas : nave central) naves
z (!) • z.'° laterais; prolongando- e ao

~ r edor do côro e do antuário,


as naves laterai formam o
deambulatório.
O transepto é a galeria
transversal adiante do côro;
Planta de uma igreja cristã, na lembra o braços da cruz.
idade média.
O côro é a parte re er-
vada ao cantore e ao clero.
O santuário é a parte mai alta do côro, onde está
o altar-mor; ali oficia o celebrante e mai mini tro do
culto durante as funçõ e litúrgicas.
As capelas são antuários menores em honra de
algum anto, ao r edor da ab ide ou da nave laterai .
Dois estilos ou gêneros de arqnitetura e empregaram
de preferência nas igrejas: o e tilo romano) carater izado

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IGREJA 475

pelo emi-cír ulo no monumento d .º ao XII.0 éculo


e o e ti lo ogi al) aracterizado pela oo-i, a no monumento
do XII.º ao X 0 'culo.
372. - Pode uma igr .ja perder. sua co nsagração ?

R. - Para qu e a igr ja po a ervir ao culto . as l i


can ónica pr e ituarn a con agração , 011 Vnção e pecial
do bi po.
Quando a paz foi re. tituída à Io-reja
imperador on tantino m 32 . o papa ão ilve tre
.on agrou o doi templo católico que ê te l ríncip
mandou edificar em Roma com a lenomina õe de
ba ílica d ão alvador no palá io de Latrão e ba íl1ºca
do anto Apó tolo J no lu o-ar em que ão P edro ofrera
o martírio. E ta cerimônia lembrava a on ao-ração do
t mplo le alomão. em cumprimento ela rd em d Deu .
- De de aquela época preceituam a lei da I gr ja que
e celebre o culto divino õmente em luga r e e pe ialmente
de tinado a tal u o e que tenham r cebido do bispo
con agração ou quando meno , b 'nção pecial.
A bênção é muito meno olene do qu a con ao-ração:
con ta de alguma ora õe r ezada ou cantada enquanto
e lança água benta ao novo edifício por dentro e por
fora. Po to eja e ta bênção r e ervada, em princípio, ao
bi po ê te pode delegar um imple acerdote para
cumprir a cerimônia.
'
A con agração ' outra cerimônia mai e.xten a e mais
olen ; fi ca exclu iYamente r e ervada ao bi po e dá- e
geralmente com a igreja mai importante e de mai
duração. - Como a simple bênção, inicia- e c.om a per ão
de água benta por dentro e por fora do edifício. Depoi ,
entrando o pontífice e o clero, sozinho na igreja,
praticam várias cerimônias, rezando longas orações: o

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476 LITURGIA

bispo traça no solo, coberto de cinzas, o alfabeto gr ego e


latino, para mo trar a união das duas I grejas, gr ega e
latina; benze a água gregoriana, mi tura de água, sal,
cinza e vinho, e lança-a ao altar e à paredes ; com o óleo
dos catecúmenos e o santo crisma, faz, depois, unções
sôbre a paredes ou as colunas do edifício, e então, fica
consagrada a igreja.

R. - Sim, uma igreja pode perder a consagração e


n ecess1·tar outra; dá-se 1ºsto : 1. 0 por profanação, e .2. 0 por
simples perda da consagração chamada então execração.
Há profanação quando, na igreja, se comet e algum
crime, como homicídio ou efu ão de sangue por ferida
grave que não acarretasse porém a morte, ou ainda pelo
entêrro, ne ta igreja, de pessoa não batizada ou não
católica.
Uma igreja pode perder a consagr ação sem ser
profanada quando, por cair de moronada, se r eedifi ca
na me ma época, totalmente ou na maior parte. J á não
acontecia o me mo se os consertos fôssem par ciais e
sucessivos.
Depois de uma profanação, a igr eja deve ser r econ-
ciliada por cerimônia e pecial, antes que seja líc ito
oferecer nela o anto sac.rifí2io, e depois de u ma execração
cumpre tornar a fazer as cerimônias da consagr ação ou
pelo menos dar a esta igreja u ma bênção.
373. - Falai dos sinos· e da sua bênção.

R. - Sinos são instritmentos de metal, ordinàr fomen t e


de bronze, suspensos nas torres on campanários das
igrejas; tangidos, convidam os fiéis para . as cerimônias
religiosas. ·

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IG REJAS 477

Nos séculos de per eguição não havia inal público


algum para chamar o cri tãos à anta a embléia ;
no IV .0 século, u aram- trombetas como entre os
H ebreu depoi címbalo , matra a e, fina lmen te, inos,
cuja origem parece r emontar ao éculo V. É para r ecebê-
lo que e con tru ir am no telhado da
igreja primeiro uma torres que se
tor naram, com o andar do tempo , o
maO'nífico e elegante campanários
edifício cr i tão .
A I gr eja que co tuma eparar da
cou a profana o obj eto que
ao culto di vin ::>, e antificá-lo
oração, in tituiu, para a bênção do
sino , cerimônia e peciai , oriunda ao
qu parece do X .0 éculo · chamam- e
vulo-armente " bati mo do ino ', por
cau a de certa analogia que oferecem com a cerimônia
do acr amento de bati mo.
o bi po un icamente tem o poder ordinário de
con agrar o ino , e não pode delegar a um imple
acerdote enão em virtude de indulto pontifical.
P õe- e ao ino o nome de um an to ou san a e fi ca
ê te nome embutido no metal a im corno o nomes do
padrinho e da madrinha do ino; ão geralmente o
doador e ou benfeitor e da igreja.
celebran te benze áo-ua com al, e, enquanto e
cdntam almo adequado , lava o ino com e ta áO'ua com
inal de purifi a ·ão: dali em dúvida, o nom e de bali 1)10 .
- Depoi faz por fora do ino. e e unçõe com óleo
anto do nf rmo e no in erior, quatro 1tnçõe com o
santo crisma . E a unçõe tôda indicam o don e 0 Ta a
do E pírito anto, que o fiéi , convocado pelo ino, hão
de vir buscar na igreja.

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47 L IT URG IA

D poi de benzer o incenso, o celebrante põe o turibulo


debaixo do ino, de modo que, p elo fumo odorífero o
metal bento fique por a im dizer r pa ado do perfume
da an idad . Depoi pede a D eus qu lhe comunique o
pod r e a efi á ia da ua voz e então, to a-o por t rê
vAze ; o padrinho a madrinha imitam-no para o ino
·omeçar ua mi ão.
374. - Qual é na igreja a mis ão do ino?

1.º Canta a glória d D llSj 2 .0 re1m o clero para a


r citação do ofício divino j 3. 0 chama o cri tão para o
t emplo j 4. 0 d rrania pranto sóbr os finado · 5. 0 d svia
flag elo · 6. 0 nfim, convida-nos a louvar o nhor.
mo r e ume- em ei funçõ prin ipai .
ua voz ' uma harmonia que canta a glória de
D u.
2. 0 hama o cri tão para o templo, e me mo, quando
não po am vir, convida-o a rezar unindo- e ao que
fazem oração.
3. 0 Reune o clero, o reli io o , a r eligio a , para o
canto ou a recitação do ofício divino e a c 1 bração do
auto mi t 'rios.
4. 0 Tem ac nto d tri teza para anun iar a agonia
do. cri tão e d rramar pranto ôbr o finado .
-.º A f' de no o maiore atribuía-lhe grand poder
para d viar flagelo e em particular afastar o raio e a
tempe tade. ão qu r dizer que o ino t nha tal poder•
por ' porque ua voz ' uma prece;
por ua con a()'ra ão, o ino r cebeu fôrça divina para
afu()' ntar o p erigo.
6.0 E nfim, o ino d fere eu acor de
ua notas plang nt em tôda a no a alegria , m
todo o no o pe ar ; canta jubiloso ao na cim nto
epi ritual do cri tão pelo bati mo, as ocia- e à fe tas da
primeira comunhão do matrimônio, e à. tri teza. das

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I GREJAS 4 9

exéquia .Ao de pon ar do dia e à boca da noite,


com·ida-no a louYar · nhor · a tôda a hora , traz ao
no o e pírito rança de D u . mpre ta-no a
sua voz no r O'ozijo ou no lu o da pátria.
O. CLU ÕE PR.ÁT IC.\.S
1. Falando do anti" O t m llO de .r em :-ilém, o enho r lizia:
"E colhi e antifiquei • e lugar para que meu nome ali fique para
sempre e ali tamb ' m, fiqu m m u olho e meu coração' (II,
Pa ra/ip., vn, 16 ) . Ao lem br:.ir- ·e da con ·:1g raçiio dê t me mo
t emplo dizia m:-ii : T remei qnnndo virrl o m u nn ulí rio ! '
(L ev., :u:vi 2 ) . ~ uito maior re peito e confiança mais plena mere-
cem a nnta i reja ca úlica , antifieadn pela oração e pelo
óleo auto verdadeira ca n de D eu vela p re ença ucan tica.
2. orno é eloquen e a voz do ino e qu anta liçõe não
traz à ro roória do cri tão 0
.\.tulai · tri e 1 conrnsco e
chora. E ai ale re . ao YO' ·o júbilo \·em m cla r ua
f e tin1i . E quec i a Deu ? de. pcrta na ,-o a alma audá v
brança. om prazer e pro•eito, obe a Deu o vo o coração; pois
bem; de ma nhã. ao meio-dia, de ta rele, muitas vêz no dia, e
• especialmente ao domingo, e no dia de fe·ta, h:í de ,·ir a •oz do
sino fa;o rece r e a piedosas a pirac;:õe : é a voz de Deus, voz
podero a • oz magnífica!
§ III. - Altares e acc ó r ioe.
Altares. - Vã rias espécies : altar íixo. nltnr mó ,·el. - Consagraçã o <ios
nltnres. - Como se perde. - á ces ório pa ra n mis n.
375. - Que é altar?
R. - Altar m geral, o lugar onde se oferece
sacrifício a Deu .
Xo culto católico altar é uma e pécie de me a
retanO'ular feita de pedra ou madeira, lembrando a
mesa do cenáculo onde J e u ri to in tituiu a divina
Eucar i tia.
~ 'a catacumbas co tuma,am colocar o altar ôbre a
campa do túmulo de um mártir; dali a forma de túmu lo
que e dá geralmente ao altare · dali também o u o que
se con ervou e veio a er reO'ra da Igrej a· de embutir na
pedra do altare , r elíqniá do mártirê e o nome de
sep ulcro dado à pequena cavidade na qual se introduzem
essas relíquias.

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480 LITURG IA

376. - Distinguem-se quantas espécies de altares?

R. - llá duas espécies : 'Uns fixos, outros móv eis ou


portáteis.
Altares fixos ou imóveis são p edras de grandes
dimen ·ões, que encobrem, de ordinário, tôda a superfície
do altar; são pre as à construção
em que assentam, e consagram-se
no mesmo lugar em que têm sido
postas. Na frente do altar e
pegado a êle há o supedâneo,
com número ímpar de degraus,
geralmente três.
Altares portáteis ou móveis
Sepulcro; con tém as retíquins, são pedras de dimensão menor
na pedra de ara.
dando lugar , assim mesmo, para
o cálice e a hóstia. O altar móvel é tão somente uma
pedra sagrada ou pedra de ara. T'endo r ecebido consa-
gração do bispo, a pedra pode ser levada seja onde fôr,
e em qualquer lugar pode servir para celebração do santo
sacrifício; é simplesmente engastada na mesa de um
altar comum, o qual neste caso não r ecebe consagração
especial.
Altar privilegiado é aquele pelo qual lucra uma
indulgência plenária a alma do defunto por quem o
sacerdote r eza missa nesse altar.
R etábu lo é construção de p edra ou madeira com
lavores, na parte posterior do altar ; em geral, encerra
um quadro r eligioso.
Para excitar a piedade dos fi éis e homenagear os
santos, na banqueta do altar, podem colocar-se r elíquias
ou imagens, que são r etiradas em tempo de penitência ou
quan do o Santíssimo está exposto.
Fora das fun ções litúrgieas, não estando exposto o
Santíssimo, uma coberta fica por cima do altar e pende
um pouco na frente e nos lados.

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L T R 4 l

377. -Em que ronsi tr o ro11,a11rnção ri uni 11//11r, •/U r 1ru,


quer m6t•el!

. - A 011'G[Jraçiio ele alta r ctmsi:'i : 1. 0 n11 • rinco


11>11
cru:: q11 o lii po fa: nu e nlro e 110: q1111lru â11y11lo·; 2. 0
na i11.·1 rçiío tla.' Hlíquia · na rcai açiio odr d pr parruln;
3.º 110 im r :Jio do :no qii·copal mm: outra' ccrin11j111n.
Para o fin t1o l'·eu lo Y. eomo il'mbran<;a 11a cem. a-
,.,ração qu fô r a ita, p or or km lt· J li'-. do ai ar lo

A.Uar mod~r n o . - E at ilo ogiral.

templo de J eru al'm , a Igreja um cer imôni a


análoga para a con agr ação do al ar a ólico e
or denou qu e, dora em diante práti a fô e
obriga ória.

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482 IlITUR.G IA

A consagração de um altar é cerimônia assaz longa


r eser vada ao bispo. Só o papa poderia delegar para essas
' fun~ões um simples sacerdote, como acontece, às vêzes,
a favor dos missionários.
P ara consagr ação do altar, o bispo , em meio dos
cantos ou da recitação dos sal:::nos, faz primeiro com água
_ gregoriana cinco cruzes na mesa do altar, no centro e nos
quatro âno·ulos; se o altar fôr fixo, dá a volta sete vêzes
lançando-lhe essa mesma água ; depois, com o santo crisma,
faz quatro unções no lugar da p edra em que hão de
ser postas as santa relíquias ; então inser e as r elíquias
na excavaçâo própria e fecha o orifício com p edrinha
cimentada, sôbre a qual há de gravar o sêlo episcopal.
F az duas vêzes novas un ções com o óleo dos catecúmenos,
nos ângulo e no meio da p edra do altar , e a última vez
com o santo crisma. Depois, queima velas e grãos de
incenso nas partes em que fez as unções, e termina a
cerimônia com a r ecitação de oraçõeR, que indicam o
caráter sagrado do altar católico.
378. - Como pode o altar perder a consagração ?

R. - Vrn altar perde a consagra:r;ão : 1. 0 quando sofre


considerável fratiira; .2.0 quando o sepulcro que encerra
as relíquias ficar estragado.
Um altar portátil perde a consagração : 1. 0 quando
n êle se dá fratura considerável, como se caísse um pedaço
que traz uma das cruzes gravadas nos ·ângulos; - 2.0
quando o sepulcro que encerra as r elíquias está quebrado
ou e tragado de modo que o cimento não as fecha mais
ou ainda quando j á não traz mais o carimbo ou sinal de
autenti cidade posto pelo bispo.
· O altar fi xo perde a consagração nos mesmos casos
e ainda, quando a mesa superior que r ecebeu a bênção
fôr despregada da parte inferior ou se todo o altar fôr
deslo c:ado. '

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ALT.!R 4 3

Para celebr ar o acrifício da mi a, é ab olutarn ente


indi pen ável ter altar con agrado, ou quando rn eno
altar po r tátil; porquanto mi ionário e capelãe n o
exército em campanha. levam empre con igo a pe<lra
. agrada, a pedra de ara que há de ervir para altare
improvisad o .
3 79. - Quais são as cou.ws acessórias no altar para se poder
rezar Mi sa?

R. - ão 3 toalhas, um cntcifixo, 2 velas de cera, o


m : sal, 3 sacra e wna lmnparina quando se conserva o
antí imo acram ento.
1.0 Tr's toalhas deYem cob r ir o altar, e i o r om
dupl o fim: prim eiro, cautela e maior eguran c; a. pois
S ~ aconte ce e cair o prec·o o ang-ue, não cairia no
chão, ma eria ap a ra do pela toalha ;
r epre entar o udário P o pano no qnai. foi envolto
o corpo d No e enhor no ep nl cro. E a toalha <lo
altar d evem er de cânhamo ou de linh o, e rece ber bênção
e pecial do bi !>º ou en d elegado . Para a - clua . toalhas
de baixo, ba ta q ne tenham o tam anho ufic ien e pa ra
cobrir a pedra agrada· a de cima d ve er ba a nte
comprida, qua e t ocan do o chão na dua ext r emidade
do altar.
2.° Como a mi a é a r ep r odrn;ão do sacrifício da cru z,
um crucifixo deve en ci ma r o altar, e n ~l o colocaclo ôb r
o taber náculo ou enco ado à parede. à v : ta c1o celebran e
e do po,·o. Ê se rr ncif ixo p de ser de mad ei ra , marfim
ou metal e não preci' a r eceber bênção.
3. 0 Para a mi_. a r ezada eelebr aJa por imple
sacerclote, haverá duas velas ac e a . uma de cacla laclo
da cruz. - A vela, lit :" rgi ca devem er ele cera e não
d ~ e tearina. e p or tal ma neira ob riga e ta circun :ln cia.
que; ca o não a houYe · e, não e podia c leb rar a m :ssa.
ainda que fô e em dia de fe ta de guarda.

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484 LITURGIA

Nos ofícios mais solenes, acende-se maior número de


velas, seis, quando menos, se o Santíssimo Sacramento
estiver exposto.
4. 0 É necessário p ôr mais no altar: um livro, chamado
missal, que contém as orações d0> santo sacrifício ; três
quadros chamado sacras : a do meio, maior que as duas
outras, contém as orações que o sacerdote, quanto possível
deve rezar de memória, e em particular o Glória, Credo.,
a fórmulas da Of erta da H óstia e do Cálice, e da
Consagração, assim como as or ações que precedem a
Comunhão, e as que terminam a missa; a da direita
contém as fórmulas que reza o sacerdote ao deitar algumas
gotas de água e vinho no cálice e ao lavar as mãos ; a da
esquerda traz o princípio do evangelho de são João, que
se lê no fim do sacrifício.
5.° Cumpre acrescentarmos ainda, que, diante do
altar em que se conserva o Santíssimo Sacramento, sempre
deve haver de dia e de noite, uma luz a arder. É pre crição
muito grave_. À mjngua de óleo de oliveira, a I greja
p ermite o uso de outros óleos vegetais e mesmo para a
paróquia pobres, de óleo mineral. - O uso da lâmpada
do Santís imo Sacramento, como das velas do altar,
originou-se cer tamente nas catacumbas onde os ofícios se
celebravam nas trevas . Mas o costume de empr egá-las,
me mo de dia, é muito antigo e r emonta até os Judeu ;
tem significação simbólica; a multiplicidade das luzes é
sinal de algria e dá mais brilho às cerimônias; r epre enta
a J esus Cristo que se chamou " a verdadeira lÚz", e
lembra também aos cristãos que .devem " brilhar como
filhos de luz ", pelas obras da f é, da justiça e da caridade.
CONCLUSÃO P RÁTICA

Dous tinha ordenado outrora ao povo judeu de g uarda r para


o altar as madeiras preciosas e os adornos mais ricos: queria que
diante do al tar sempre hou vesse lâ mpada a arder; mandou que o
sumo sacerdote Aarão consagrasse, pelo óleo santo e pela oração,

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V A S O S L 1 T Ú R G J C O S 485

a p edra em que havia de corr r o sangue da vítima Que hon r a ,


que riqueza , qu e re peito não merecem no o a lta res católico que
encerram o o o do má rtire , e no quai , tod o os dia , e ofe rece
o angue de J esus Cri to 1 ... É por is o que a f é e piedade dos fiéis
se esmeram em a dornar o al t a re e enriquecê-lo quanto po sfrel.
' Fora, longe do altar, r eza \·a a lei, quem tfrer alguma nódoa ;
poi êle profanaria o antuário do enhor." (Levit ., XXI, 23).
Mai vfrid a de•e o cri tão trazer a lem brança de qu e o alta r
do t empo catól ico é anto e agrado, e a êle ó pode chegar- e com
o coração puro e pírito recolhido e pen a mento de f é.

§ IV. - a os litúrg icos.


Noçã o dos vasos litúrgicos ou sagra dos: l.º cálice e patena : 2.0 cibório; a. 0

custódia; 4. 0 sac rário.

380. - Que são vaso litúrgicos ou sagrados?

R. - Vaso litúrgicos oit sagrados ão os que servem


para o culto divino, e recebem consagração ou bênção,
pela relação mais oit meno direta que t êm com a divina
Eu cari tia.
O va o litÚTgico ou agrado ão o cálice a patena,
o cibório, a cu tódia; e também, por exten ão, o sacrário,
que primüivamente era um va o contendo a antas hóstias
con aO'rada .
Não chamamo pre i amente vasos sagrados o que
ão de tinado a conter óleo anta dos cat ecúmenos ou
do en f errno ou o anta crisma. Ê e va os não recebem
nem con aO'ração nem bênção prévia , mas ficam anti-
ficado p elo contato om o óleo ant o que encerram,
e corno o va o agrado , não podem mai ser t ocado
' pelo fiéi .
381. - Que sabeis a re peito do cálice e da patena?

R. - Cálice é 11rn vaso sagrado no qual se faz a


consagração do vinho no sangue de J esu Cristo.
Pat ena ' uma espécie de pratinho que cobre o cáUce
r cebe a anta hóstia.

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486 LITURGIA

A fo rma do cálice pode t er sofrido uma leves trans-


forma, ões desde a origem do cri tiani mo -até os no sos
dia ; conforme os tempo , a matéria tem ido ouro, prata,
ágata. estanh o e me mo vidro. Mas, desde muito, a Igreja
determinou que a copa do cálice havia de ser de ouro
ou pelo menos de prata, dourada no interior. Quanto ao
pé, pode ser de metal menos precioso.
A patena é uma espec1e de
pratinho que serve para cobrir o
cálice e receber a santa hóstia.
Como o cá lice, deve ser de ouro, ou
de prata dourada por dentro.
P ara o cálice e a patena poderem
servir no santo sacri fício, é neces-
sário que tenham sido consagrados
por um bispo com santo
crisma e orações pres-
critas no pontifical.
Ê ses objetos perd em
a consagração quan clo s
Patena. quebram ou se estragam 0 6lice uótico.
con ideràvelmente; quando a parte dourada, que r ecebeu
a unção santa, despareceu com o tempo e o serviço;
enfim, quando a copa é despr egada do pé que a suportava,
caso seja o cálice de uma só peça. Seria diferente com
um cáli ce formado de dua partef> separáveis: é a copa
que r rcebe a consagração e pode-se adaptá-la a outro pé.
382. - Que é cibório?

R. - Cibório on âmb11 la é o vaso sagrado no qiial se


ronservani as hóstias consagradas reservadas para a
comunhão elos fi éis.
ChamaYa- e prim itivamente ciborium, donde se
originou o nome cibório ; era uma espécie de baldaquim
ou dos el, sustentado por quatro colunas, que se erguiam

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O B J E T O S L I T Ú R G I C O S 4 7

acima do altar. D ebaixo dê te do el fi ca a u pen a uma


pomba oca, de ouro ou prata, na qual e con 13 nan1 a
Euc:u : tia para o doente . Para o ·écu lo X\' 11. ornou-
~ rna1 rara e ·a forma ele tibório:
con truiram . ac ima elo al ta r. nm
ecliriciozi11ho. em fo rma ele zimbór io
on orre. primeiro de11ominaclo cibo-
ri11111. cl C'pni ta 11en11íc11 /o, e nP..
. a rúrio foram !!nardaclns a. an a
hó tia , encerrar1a num "ª o fjne
nio a er o cibório a na!; é pa reci do
com o cálice. com a el ife ·en <;a fjue a
copa é mai larrra e fe c.Jrnda por uma
tampa encimada de cruzinha.
Como a do cálice, a copa do
cil1ór;0 cleYe ~t>r rle onrn ou de prata
donrad a n o interior . O
cibório não rece be co c:;a-
gra6ín . . enão uma im-
pl bêm;ão re. en·iHl(l ao
C1úór10.
bi. po ou ao cu de legaclo.
ontendo partícula con agrada , d »e
o cibório r. tar cober o com eu Yéu de êr1a
branc:.a, on pano de ouro ou prata o mai Cib(;rio r•-
rico pO ÍYel. quen o pn ra a
co111u11hõo rlo.s
Para leYar o San o Yiático aos doentf' , dnrnte.•.
o acerdo e emp regam pequen o cibório ou pí.xide de
ouro ou pra a dourada no interior.
383 . - Que é custódia ou osten ório?
R. - Cu lód ia 011 ostensório é um objeto de ounue-
saria de tinaclo a e:r7Jor a anta hóstia 01t o antís ·imo
acramcnto à adoraçrio dos fiéis .
Ainda que a Euca ri.tia eja tão an iga como o
próprio cri ·tiani mo, não co11 ta que o e-o tnme de expor
o an í imo acramento eja muito anterior ao . écu lo

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48 LITURGIA

XV; e me mo naquela época, era cerimonia ranss1ma,


r eservada à fe ta de Corpus Christi e à ua oitava. Com
o tempo, a Igreja a fez mais frequente para estimular e
favorecer a piedade dos fiéis.
A cu tódia primitiva era
uma caixinha que se ajeitava
com um pé, e tinha a forma
de esfera, cilindro ou torre.
Mais tarde, deu- e-lhe maior
dimensão e mais magnifi-
cência; é uma espécie de sol
d onro cercado de raios em
cujo centro se coloca a hóstia.

:
O e crínio interior que a

" '.~
encerra, deve ser de
;: ouro ou prata dou-

º.; rada ; as faces são


de cristal ou vidro,
L uneta. P
ara deixar ver a
hóstia. ~sse escrínio,
chamado l1ineta, crescente ou
círculo, r ecebe do bispo ou
seu delegado, a mesma bênção
que o cibório. Pode-se benzer Oustódia.
a cu tódia tôda, glória e cr e cente, mas não há obrigação.
384. - Qu e é tabernáculo?

R. - T abernáculo ou sacrário é 1tma espécie de


armário, colocado no altar, no qual se guarda o cibório
contendo as hóstias consagradas.
Essa palavra tab ernáculo é tirada da lei judaica.
No povo de Deu , tabernáculo era uma tenda portátil,
debaixo da qual ficava a arca da aliança . . . Por analogia,
na lei nova denomina-se tabernáciilo o armario que contém

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O B J E T O LITÚRG I C O S 4 9

a Eucaristia, ver dadeir a arca da adiança de Deus com


o homen.
Falando do cibório, temos dado a conhecer a origem
e as tran formações do tabernáculo. Desde o século IX,
ornou- e obrigatór io: é feito de már more, pedra,
madeir a, metal mai ou meno pr ecio o, e enfeita-se com
todo o esmêr o e todo o luxo pos ível. O interior erá
forrado com êda br anca· é fechado a chave e, quando
contém o antí imo acramento, encobr e- e com véu de
sêda em forma de pavilhão ou conop ' u, de côr branca
ou da côr indicada pelo ofício do dia . A côr preta é
sub tituída pela côr roxa.
O tabernáculo há de er bento com a me ma fór mula
que a cu tód.ia, pelo bispo ou por um acer dote delegado
eu . (

eria par a desejar que o tab rnáculo fô e feito de


our o ma iço cravejado de pedra fina em tôdas as
igreja ; ma , i o endo po ível, eja êle de lâminas
de prata ou de bronze dourada , ou de mármor e precioso, .
arti ticamente lavrado, coberto com o devido pavilhão
( conopéu ) , ao meno na igreja mai in igne (Pastoral
coletiva, 7 9) .
Reprovado ão o taberná ulo f ito por detrás do
altar , de ace o difícil, obretudo o que ervem de base
par a trono ou peanha de imagens, a quai ão contrá-
ria à rúbrica e r eO'ra litúrgica , embora de primor o o
lavor (P ast. col. 793) .
Dur ante a expo ição do an tí imo acramento,
coloca-se a cu tódia em trono e pecial e exclu ivamente
pr ep ar ado p ar a ê e fim, no qual não e pode p ôr a
píxide e muito meno a cr uz do altar nem e tátua nem
imagem.
lâmpada do antuário, alimentada de óleo pur o
de oliveir a ou out r o vegetal, deve ar der sempre, dia e
noite, di ante do Santís imo Sacr amento; tem por fim ,

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490 LITURGIA

assim como o conop 'u, avisar os fi éis da presença r eal


de N. S. J. C.; lembra-lhes que devem consumir-se de
amor pelo divino Mestre.
384. bis. - Citai outros vasos ou ob j etos "litúrgicos.

R. - Outros vasos ou objetos litúrgiros, mas não


bentos, são: as galhetas, o porta-paz, o turíbulo, a naveta,
a calcleirinha de ág11a benta, a campainha, o pálio, a cruz
procissional e os estandartes.
Galhetas são garrafinhas de vidro ou cristal que
er. cerram vinho e água para a missa; r epousam num
pratinho ou salva, que pode ser de metal branco ou
dourado.
P orta-paz é um quadro de metal dourado, com uma
gravura piedosa. geralmente do crucifixo; o sace"rdote o
dá a beijar aos fi éis quando se apresentam para a oferta.
T11ríb11lo , 1ºncensário ou incensório, é um vaso de
metal, suspenso de cor rentes delgadas empr egado para
se queimar e ofe recer incenso nas
cerimônias litúrgicas.
N aveta é um pequeno vaso
o incenso destinado a queimar-se
no turíbulo. Vai com uma colhe-
rinha para tirar o incenso.
Caldeirinha é vaso portátil
para se levar a água benta;
aspersório ou hissope é uma baste
com a qual o sacerdote faz asper-
sões de água benta.
OalrlPirinha rara ántw hP,nta; Junto às portas das igr ejas,
à dire ita , nspersór io º" his.<ope. há pias fixas onde os fiéis podem
tomar água benta para persignar-se.
Campainha é a sineta que serve para anuncrnr aos
fi éis os vá rios momentos da missa.

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OBJETOS LITÚRGI OS 491

Pálio é um obr c'u portá il, u ten ado por varas,


QlF' e))]pre()'a n a proci õe par cobrir o ace r dote
que leYa o , nt í imo acramcnto.
·mb la , um pálio pequ no m forma
de O'Uanla- ol com uma única ha te.
ru z proci ional ' uma cruz alta com
ha crucifixo para arruar na frente da
proci
E ·tanclart ão bandeira ele form a
particular que erYcm de in ícrnia a um a
paróquia ou a uma confraria.
\. mobília de uma igreja p ode ter
ainda o eO'uintc obje o ecundário :
credéncia, m a ele comu11ltiio, bancos ou
cadeira órgão.
rcdê11cia é uma me inha perto do
al ar. do lado da epí ola
onde e colocam o objetos ne-
fun~õe acrrada .
Piu j1xa 1'"'ª olene , r ece b a
rig ua benta.
galhP a . o cáli e o liHo da
epí tola e do ernngelho e o ca tiçais do
acólito .
Af a de comunhão é a balau rada que
de ordinário fecha o antuário ,· ciuando , e Gampaính-i.
dá a anta comunhão ao fi éi , há uma
toalh a que r epre enta a acrrada me a e impede de cair
-.n o paYimento algum.a partícula con agrada.
P úlpito é uma tribllna . r egularmente ao lado do
evancrelbo, da qual o sacerdote prega· eu pavimento não
deve exceder doi metro acima do da icrr ja; tem geral-
mente um obrecéu para n:elhor r epercu ão da Y OZ.
a matriz, p erto da por ta principal, ao lado do
evangelho, há o batistério, cercado de parede ou grade

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492 LITU RGIA

bastante alta, fechada a chave. Na parede está um quadro


ntando . João que batiza .J.C. Um armário
con ervar os santos
óleo al bento, algodão limpo
e ncha de batizar. Dentro
do bati t'rio v"- a pia ou
fonte batismal de mármore ou
outra pedra ólida, ou de
metal onveniente · contém
ácrua benta para adminis-
tração do bati mo.
onf ' ionário é o a sento
ond fica o acerdote para
ouvir o penitente que, de
joelho , a próprias
ulpas.
bancos cadeiras e
ntos ervem para o
cantores e o fiéi __1~-----.i.m.::=~­
Púlpito .
a funçõe religiosas.
órgão ' o principal in trumento de música usado
para acompanhar o canto religioso; é uave, harmonioso,
p netrante.
CO CLUSÃO PRÁTICA

Obedecendo a um sentimento d respeito e honra para com a


santíssima Eucari tia, a Igreja, pob r mbora, quer dar aos vasos
sagrados que recebem a hó tia, tôcla a riqu eza, todo o resplendor:
é uma glória contribuírem os fiéis, segundo as suas posses, para da r
a Je u Cristo morada menos indigna dêle.
Devido a êste mesmo re peito, o cálice, a patena, o oib6rio, a
custódia ó podem ser to ados pelo sub-diácono e mini tros sagra dos
de or n superiores, a inda que ês es va os não contivessem as
santas hóstias; os outros clérigo e com maioria de razão, os sim-
ples fiéis, não podem tocá-los sem licença especial elo bispo. Do
contrário, cometeriam uma culpa, que seria grave se o fiz essem
por de prêzo, zombaria, e pa r ticularmente para os empregar em
usos profanos.

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P A R A M EN TO S LIT ÚRGI C OS 493

Os vasos sag rado , quando ence rram o antí simo acramento


só podem se r tocados pelo sacerdote ou o diácono, revestido da alva
ou da sobrepel iz, como também da estola.
orno o Senhor ou rora ao levitas, repet hoje a Igreja a
todo , com mai razão : "Pu rificai-vos, vó que levais os vasos do
Senhor' (Isaías, m, 2; Cor., v1, 17).
§ V. - Ves tes e pa r am e n tos litúrg ico s.
Noção geral dos paramentos litúrgico . - Yãrias côres litúrgica .
Paramento : 1.0 d o miai tros inferiores; 2. 0 do sacerd ote para r zar
ruis a; 3. 0 do bi po; 4 .0 do papa.
385. - Que são paramentos litúrgicos?
R. - Pararnentos litúrgicos ou v stes sacerdotais, são
as q~ie os ministros da I greja 1tsam no des empenho das
f1mçõ e sacras.
~ a origem, ês e traj es n ão diferiam dos trajes
u ados na vida civil, quer quanto à matéria quer quanto
à fo r ma. No o enhor, ao in tituir a diYina E ucari tia
e os apóstolos, ao celebrarem o antos mi tér io ,
vestiam-se egundo o co tume radicional do Judeus.
Ia , por r espeito para as cerimônia anta , deram à
vestimentas u ada no altar mai elegância e maior
riqueza; aos poucos, in roduziu- e e determinou- e o u o
dos param entos boje pre crito
386. - Quais são as côres litúrgicas do1; param 11/os
sacerdotais?
R. - Primitivam nte, os paramentos l"Clnt de linho
oii sêda branca. A partir do século X II, enco ntramos
geralrnente estabelecida a di tinção de quatro côres lit úr-
gicas: branco, vermelho, v rel e, ro xo.
, O branco ser ve para a fe tas de No o enhor, de
Nossa Senhor a, dos confe sor es e da mulheres não
már tire , assim como par a a dominga que correm entre
a Pá coa e a Ascensão.
O vermelho usa-se na fe ta da Paixão e do Pev.te-
co te e nas dos apóstolos e dos már tire ; . im boliza, de
fato , o fogo e o sangue derramado.

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f
494 LITURGIA

O verde é a côr r e ervada aos domingos, desde a


oitava da Epifania até a etuag' ima, e de de a oitava do
Pente o te até o Adv nto, conquanto o ofício rezado
seja o da dominga nã de um auto . Emprega-se geral-
mente outra côr na fe ta qu o orrem ne te tempo.
O roxo emblema d tri teza e luto, serve nos tempos
de p nitAn ia, durante o advento da Setuagésima até a
Pá coa, tamb'm na têmpora e na r ogações.
A e a côres tem- e ajuntado, de de muito tempo,
o pretO para o ofí io do d funto e para a cerimônia
da ex ta feira santa: é ímbolo de grande luto.
Enfim a Igreja autoriza a ' e te de pano de ouro
para a olenidad e. a côr ub titui tanto o branco
como v rrnelho .
Já me mo ant 'culo 'V1II exi tia o uso de benzer
o param nto litúrO'i o . E a bAnção é r ervada aos
bi po qu para tal função podem delegar um simples
a erdot . O param nto agrados per dem a bênção
quando notàv lmente tragado ou modificados, ou
quando pa aro para u o liferente.
387. - Quai são as vestes litúrgicas dos ministros in f eriores?
R. - ão : a batina pr ta, a sobrepeliz, a capa, o
arnicto, a alva, o cordão e o rnaníp1llo.
O imple clérigos, i to é, o que r eceberam a tonsilra
trajam ro1lpas talare , v tuário comum dos eclesiásticos;
no côro, tomam a sobrepeliz, v stido branco de linho, que
de ce até o j o lhos. Ia cerimônias, nas procissões, nas
bênçãos podem t er a capa, e pécie de manto de forma
r edonda, mais ou meno rico e com as côres litúrgicas.
O mini tr os que no altar desempenham as funções
de . silbdiácono e de diácono trazem, como o sacerdote,
amicto, alva., cordão e manípulo, de que breve passaremos
a falar quando tratarmos das vestes litúrgicas do sacer-

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PA RAhlE TOS LIT RG I CO S 495

dote; e mai , um adôrno chamado túnica para o sub-


diácon o, e para o d iácono, dalmática. Ê e paramentos
têm a me ma côr qu e a ca ula elo acerdote e diferem um
tanto na fo r ma. O diácono traz ainda, debaixo da
dalm á tica, u ma es tola de can anelo no ombr o e querelo e
caindo p or baixo do braço direito .
3 88. - Quai ão os paramentos litúrgico que o sacerdot e
veste para a missa?

R. - O paramentos litúrgicos que o sacerdot e veste


para a nús a ão :
O amicto, a alva, o cíngulo, o manípulo, a estola e a
casula.
1.0 O amicto: é um pano quad rad o, ervindo para
cobrir o pe coço e o ombro . Outrora, cobria igua lmente
a cabeça duran e par e ela mi a: u o que e con erYou
n a ord en r liO'io a . amicto ' uma como proteção e
imboliza o capac t e ela alvação .
2. 0 ..ci. al va: é túni ca de linho ampla, caindo ôbre 0s
calcanhare como a ba ina e ad ornada com bor dado mais
ou meno r ico . E a par e do ve tuário é ímbolo da
ino cAncia.
3. 0 O cíngulo ou cordão é de tinado a apertar a alva
que p or muito ampla, t ornar- e-ia incômoda: é inal
da ca idade.
4.0 O manípulo: era outr ora um pano
branco que e leYaYa no braço e querel o ; o
acerdo e o ernpregaYa como toalha. dorna-
"ram-no com r endado , e Yeio a er u m para-
ment o ele me ma fazenda que a ca ula. O
maEípul é írnbolo do trabalho e da dôr. JJa ní1rulo.

5. 0 A estola (do la im tola, Ye tuário ) ; outrora era


ve tuário compl to, aberto na fr ente, e tendo em cada
borda guarnição mais r ica e adornada. D e de o éculo IV,

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496 LITURGIA

v tuário foi upre o ma con ervou- e a borda,


ra ace ória; tornou- e adôrno que põe no ombros,
melhantes. Hoje a

6. 0 Enfim, a
ca ula (do la-
tim e a s i t l a,
a a p quena).
Era, outrora
grande capa
r donda, aber-
ta somente por Estola.
cima para a
ab ça e caindo até o pés. Essa
forma foi con ervada na Igreja
ori ntal, em rta ord n religio as,
Ocuula.
e m alguma catedrai nos dias
d terminado . Enquanto celebrava
a mi a o padre para t r a mão de impedida , devia
1 vantar a a ula acima do braço , de ambo o lados.
o ' ulo \II em luo-ar d levantá-la, cortaram-na abaixo
do bra o obtiv ram a forma atual. A ca ula traz
ordinà1 iamente a fio-ui:a de uma cruz e r epre enta o jitgo
d J es11s risto.
389. - ão há certos param entos usados sõ711ente pelo bispo?

R. - im, o bispo u a a1·nda: batina roxa, andálias,


cruz peitoral, luva , anel, rnitra, bácitlo, gremial, solidéu,
e barrete.

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P .\ R .\ . ! E :-; T O R L l T ( RGl COS 497

, al'm da ba ina roxa. eu traj habitual,


p ciai. , l rincipalm nt para
. ão:
1.0 ' 1 an ufo ' ou sandália:: ão de
ê<la bordad os a ourn.
:2. 0 \ crn.:: p itoral: rl ··de o. /culo ~ [(1,
~ a crnz ; r '- crntda para o bispo; ~ <l
ou ro e lembra qu o bi ' ! Hl ueupa o lu"ar de
Je u ri· o l' tl en• guardar o: olho' fito
11 0 n odêlo. C'rttz pei oral.

:~.º P or cima <la alrn e d<>haixo da ca:ula , o bi ·po


traz a tún ica do ' Ub-diúe01w l' a dalmática do cl iácono,
de Ada mui leH•. para lembrar que
po ui. n nm O'nl u per f L'Í o. tôda-. a-. on kn.·.
como o poder d e a comtmicar.
4.0 \. luva ·: Cm a eôr elo ofíeio do
altar é l'l' "> l' l'Yado ao bi..,po
de d o ,·'·e u lo TX .
5. 0 o an l: r de
ou r o. enriquecic1o eom
pedra precio a, a me-
ti. ta geralnwute. le-
Ya-sc' no anular da mão
Hsttítuti ile
direita: é inal ela bi.-110. - Com
alian a contraída pelo mitra , báculo e
pálio acirna da
Mitr a. bi p o com a dioce e. caB'Ula.

6. 0 \. mitra: ub titui a fax.a el e ou ro qur traziam o.


bi po ante do d écimo éculo. É uma P. pécie ele barrct '
cônico e al to, fendido na part suprrior. e nriqu ecido com
bordado e p edra pre<.: iosa , e term inado. em baixo, por
dua fi a que caem . ôbre o ombros. A mitra é enfei e
de glór ia e inal de poderio.
7.0 O báculo pastoral: seu u o é anli quís imo ; dizem
qu e r emonta a té ão P dro. É o cajado do pa. or , . inal
·da au toridade episcopal.

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LIT U RGIA

8. 0 O greniial: é véu de sêda ou pano precioso, que


se coloca nos joelhos do bispo quando está sentado.
9.<>"'A candeia de
Pi
cabo comprido, acesa
perto do bispo que
está lendo, é uma

Candeia.

distinção p ara a dignidade de pontífice.


Os bispos u sam ainda o solidéii e o
barret e roxos.
1.0 Enfim, há um adôrno reservado aos
arcebispos e aos patriarcas : é o pálio.
Conforme o nome indica, er a outrora um
manto. Hoj e, porém, não passa de uma faxa
de lã branca, de quatro a cinco centímetros
de largura, adorn ada de várias cruzinhas de
, B ácuo. sêda preta. Essa faxa dá a volta ao pescoço,
caindo, urna extremidade, nos ombros, a out r a,
no p eito. No dia de santa Inês, 21 de janeiro, o papa
benze os cordeiros, cuj a lã deYe ser vir a fab ricar êsse
adôrno. Recebe do Sumo Pontífice bênção especial, e
dá-se como distintivo aos arcebispos,
que só o podem usar na sua província.
- Algumas vêzes, o papa concede o
pálio, como privilégio, a simples
bispos, mas, então, êstes só o t r azem
na sua diocese.
Chapéu cardinalício .
Os arcebispos, quando celebram,
têm ainda o direito de mandar levar diante de si, a cruz
arquie piscopal, com a imagem de Cristo voltada para si,
• I p ara lhes lembr ar continuamente o divino modêlo.

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P A R A ME N TO S LI TÚR GI C OS 499

11. 0 Os _cardeais t êm como in ígnias próprias : o


solidéu, o barr ete, o chapéu e a m eias vermelhas.
390. - Quais são os paramentos lit úrg icos reservados ao S umo
P ont ífice ?

R. - O Sumo P ontífi ce traz sotaina d e sêda bran caj


solidéii branco e o anel elo pescador. 'as cerimonias
pontifi cais, usa a falda, o pálio e a tiara.
O umo P ontífice traz habitu almente otaina de êda
branca (1ne ui· t itu i po r 11 ma de p ano hra nco n o temp o
de penitência, no adven t o e na
quare ma, ou de sarja branca
quando pert ence a uma ordem
religio a. Traz também o olid éu
branco, e calçad o de ve ludo ou
lã ve rmelh a, ado r nado com uma
cruz de ou r o, qu e se beija numa
audi ência do papa . O chapéu
do papa é de fo rma oblonga,
coberto de sêda ' er melha, de-
bruado a ou r o e r od eado com
um cor dão de borla_ de ouro.
Seu an el pastor al é o anel do
pescador. O paµa são G r-n6 rio Jl agno
(590 -60 4 ).
O um o p on t ífice quando Tem a tiara; s fmbol o da sa n -
um a a u réo'a •1 imba-ll> e
celebra ou dá au diência , u a atidade, cabeça; f igura do Espírito
do r o q 1i e t e, obrep eliz com unto. uma pomba in.irpira·o ;
ao redo r dos omhr"s e rnindo
r enda ; da murça, capuz de no ]Jeit o, lera o pálio, diatin tir o
êda ou veludo ver me lho, de- adospena papas e a rcebispos; segrtra
e 1lm Ji no. po rque é
bruado de ar minho, e da e tola douto r e e:tcreveu numer osos 8
pr eciosos /il:r oa.
pastoral. a cer imônia
mai olen e leva amicto, falda, alva, cíngulo, estola, e
capa comprida ou pluvial, p r e a no peito p or chap a de
prata ou ouro ôbre a q ual e tão gravado vár ios
emblemas.

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500 LITUR GIA

as cerimônias pontificais o papa traz, além dos


paramentos comun ao bispos :
1.0 A falda, que veste por cima da batina: é comprido
e largo vestido de sêda branca, com uma cauda levada
por um dignitár io da côrte pontifical.
2. 0 Por cima da casula, o pap a traz vestuário que
consta de du as murça sobreposta , endo a de baixo mais
comprida que a de cima: ambas são unidas e fabricadas
com estôfo de êda branca e our o, em compri das tiras
perpendicular e , separadas por tir a amar ela ou vermelha :
no p eito e tá uma cruz radiada. É por cima dêste
ve tuário que o umo Pontífice t r az o pálio .
. 3.0 A tiara, consta de três cor oas sobrepostas,
enriquecida com diamantes e pedras preciosas; r epre-
senta o tríplice poder do bispo, do Sumo P ontífice e do
r ei. O papa le' a a tiara quando aparece como soberano;
em outras cir cunstâncias, usa da mitra, como os bispos.
O papa não traz báculo : seria incômodo com a falda,
quando vai levado na sédia gestatória; também o báculo,
r ecurvo na par te superior, parece indicar jurisdição
limitada e a do papa nãQ t em limites; às vêzes, substitui
o báculo por uma cruz simples, sem imagem ·de Cristo,
que segura na mão. Diante dêle, como diante dos arce-
bi pos um cléri gó leva outra cruz, com a imagem do
crucifixo voltada para êle.

§ VI. - Substâ n cia litúrgicas.

391. - Quais são as principais substâncias litúrgicas?

R. -As principais substâncias litúrgicas são: pão,


vinho, água, sal, óleo, bálsarno, cera e ir:censo.
'
1. 0 O pão ser ve n a consagração do corpo de J. C. ;
deve ser feito com ver dadeira farinha de trigo, amassado
com água natural e cozido ao fogo.

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B TÁN IA L IT ROI A 501

la ina u a pão ázimo u m f rm nto;


f rmentado.

o
.'
d~ Mm
mj tura· a ôr e
".º A água ru na mi a e e r
n atural.
Água b nta ou água lll tral ; mi ura ele água e
d al an ificado p la: ora õe da IO'r ja · a
l::iên ·ão' divina al. a abedoria
lPmp . apo tóli co tem
a virtude de afa tar male do pírito, como tentaçõ e
ataque do m1nti0'0 da alma dar aúde ao corpo
contri buir a ap agar o p ecado ' veniai .
P ar a fa ilitar o u o da água b nta, na ntrada da
igreja há p ia fixa d forma Yariada .
4.0 al ()'ema ou marinho erve para a água benta
e o bati mo.
5.0 O ól o empregado para a admini tração do
bat i mo, da xtrema-unção e da ordem ' óleo ele oliYeira ·
tanto qu anto po ível, ' tamb ém de oliveü·a o qu arde
na lâmpada diante do antí imo a rame1?_to.
6.0 B álsamo ' uma re ina aromática que r e uma de
cer to vegetaj .
O santo cri ma é mi tura de óleo de oh..-eira e bál amo
orien tal qu e o bj po con agra todo ano na quinta-
feira anta · ser ve no bati mo na cri ma. na or dem e na
bênção do ino .
7.° Cera é ub tância mole e amarela que a abelha
p r oduzem para fa br icar eu favo . Na funções
litúrgicas, os círio , a vela devem. er de cer a e não de
estearina, carnaúba ou qualquer outra matéri a.

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502 LITURÓI.Á.

8.0 I ncenso é r esina aromática produzida por várias


árvores. Queimado diante de Deus, significa: 1. 0 a
adoração, o aniquilamento das criaturas p erante o
criador; 2. 0 a oração que sobe ao céu como o fumo do
incenso; 3. 0 pelo aroma qu~_ espalha nas igrejas, simboliza
as graças de Deus a santificar as almas.
CONCLUSÃO PRÁTICA

Na antiga lei, o pr óp rio Deus quise ra que os sacerdotes J! os


levitas til·essem >estuário especial e consagrado . Herdeira das
tradições antigas, a Igreja quer também que seus ministros trajem,
no desempenho de suas fun ções, roupas especiais e consagradas.
Daí re ulta. para êles próprios e para os fiéis, respeito maior e mais
alta esti ma para as cousas santas.
Um Yestuã rio rico nada acrescenta ao valor do sacrifício, não
faz dú\"ida: porém, lembra-nos a sua excelência, e assim como os
mini tros do reis 1·e tem as roupas mais preciosas para aparecerem
diante elos soberanos, da mesma manei ra os embaixadores de Cristo
honram seu chefe e sua missão quando apa recem no resplendor das
vestes litúrgicas.
"O ouro a prata me pertencem", diz o Senhor (Ag ., II , 9) .
E poder-se-á, por ventura, fazer dêles uso mais nobre do que
empregá-los u<J culto daquele que os criou~ É uma honra poder
emprega r no fabrico dos paramentos dinheiro, trabalho e tempo:
fim êste, da Obra dos tab ernác ulos. É piedosa associação de pessoas
que consagram certos dias a fabrica r paramentos para igrejaE
pobres.

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,

M I S 503

"
CERIMONIAS DA MI A

§ 1. - o çõ c g c rni .

Cerim ô ins : dh·e rsns mi a• - Co 1dii:ões gernls r queridas pnrn a


celeb ra ã o do sa n to sa crifício. - D ivisão da miss e das cerimônias.

392. - Q11e são cerimónia da missa?

R. - e rirnônia ela mi a ão o ato exteriorc da


,. ligião e o in ais mi ferio o imbólico q11 a I greja
emprega na c l bração do anto acrifício, para lh e realçar
a rna je tad in trufr o fi'i alim ntar a piedade.
E tace rimônia ão d terminada pela

litúr"'i a al e o padre nada pode
nem no detalhe .
Di tin"u em- e vár ia e p 'cie de mi a, cuja ce ri-
mônia diferem :
1.0 Af i a olen , em que o acerdote obe ao al ar
acompanhado p or um diácono e sub -diácono que de em-
penham cada um fun çõe determinada .
2. 0 i'Jis a cantada p or um padre ó e na qual cantos
li túrgico aco mpanham a of r ta do an to ac rifício.
3.0 Af i a rezada, n a qual, o pad re reza a oraçõe
sem canto al"um. A e enciai , de que
fal ~ rem o s especialmente, a e ta dife ren tes
mis as.

393. - Quais são os 111 inistros do santo sacri f fr io?

R. - Os mini tros do santo sacrificio são : o cele-


brante, o diácono e o sub-diácono; os mini tros inf eriores
são : os acólitos, o turif erário, o cerimoniário e os cantores.

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504 LITURG IA

celebrante consagra o corpo e o sangue de N. S.,


r eza em nome de todo o fiéis que abençoa da parte de
Deu , cuja vêze de empenha no alta~..
diácono e o si(,b-diácono ajudam o celebrante no
altar.
acólito ervem o diá ono e o uh-diácono no
mini tério do altar .
O turif erário leva o uríbulo e a na'i eta nas ceri-
mônia da iO'reja.
c rimowiário dirige a boa ordem durante a funções
saO'rada e as i te o cel brante virando as fôlha do mis al.
cantor s r e pondem ao celebrante e facilitam a
exe ução do canto p elo povo.
394. - Quai são as condições prévias exigida para celebra-
ção da missa?

R. - ma r f r m-se ao l1igar ao altar (n. 08 369


e 375 ) ; outra ~· eferem- e ao dia, à hora e a diversos
obj tos necessários.
Já demo a onhecer a que dizem re peito ao lugar
onde a mi a pode er cel brada, e ao altar no qual o
anto acrifício ' ofer ecido (n.ºª 369 e 37 ) .
utra condiçõe r eferem- e ao dia, à hora, aos
obj tos n ce ários.
1.0 celebração da mi a é obrigatória para o padre,
como a a si t~n ia o é para o fi 'i õmente nos domingos
e dia de fe ta; ntretanto, a Igreja autoriza e exorta
seus ministro a elebrar em a anta mis a todos o dias. É
só na exta-feira anta que nã se r eza mi sa em parte
nenhuma, m 1 mbran a do grande acrifício oferecido
naquele dia por o nhor. A13 mi a rezadas são
igualm nte proibida na Quinta-feira anta e no ábado
de Alelúia, m no uma concedida por indulto, na paró·
quia importante .

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MISSA 505

E m geral, o padre pode celebr ar wna ó niis a no


me mo dia exceto no dia do atal ela omenioração
dos morto (a 2 de novembro ) em que ' permitido r zar
trê mi a o paí e onde há falta de acerdote , o
bispo dá à vêze a um acerdote, licença de binar i to
é, rezar dua mi a no domingos e dia anto , quando
a nece idade do erviço
reliofo o o exige.
2. 0 o que diz r es-
peito à hora a mi a não
pode er r ezada ordinària-
mente, enão clepoi da
aurora i to é, um pouco
ante do de pontar do sol,
at' o meio-dia. Havendo,
porém, alguma r a z ã o
éria pode- e começar
mai cedo e concede- e
também uma hora mai
tardia à paróquia impor-
tan e , no intuito de faci-
litar a a i tência à mi a
no dia de obrigação.
3. 0 Quanto ao obje-
acerdole e co roinha, saindo paTa
to neces ário , temo que conuçar a mis a. V ê-se n o sace rdot B:
mencionar: no altar, o ba rrete, casula. estola, alva, véu do
cá lice bolso . .\"o coroinha: a batina,
P
crucifixo, a v e las, o sobre peliz e missal.
mi al e quanto po ível
a ' sacras do altar. - o lado numa pe iuena me a
chamada credência : duas galh tas para o Yinho e a água,
um prato que erve para o acerdote laYar a mão , e
um pano chamado manustérgio, ou mani t 'rgio, para
enxugá-las.
a acristia, o padre \e te o paramento do dia.
r ezando a oraçõe própria para cada um dêle . Prepara

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506 LITURGI A

o cálice e encobre-o com pano sagrado, chamado sangninho,


que serve para enxugá-lo; por cima, coloca a patena, com
uma hóstia ou pão do altar, que encobre com a pala,
panozinho sagrado
fixo sôbre papelão,
servindo para cobrir
o cálice durante a
missa. - O celebrante
põe por cima de tudo
um véu de sêda n.a
côr do paramento, e
sôbr e o véu, a bolsa :
é papelão duplo, guar-
necido do m e s m o
G ulhetas com pratinho ou salva.
estôfo, destinado a
encerrar o corporal
ou pano sagrado, de tamanho regular, que o sacerdote
desdohra no meio do altar, no comêço do santo sacrifício
para nele descansarem o cálice e a hóstia. - Alguns
dêstes panos, a pala e o corporal, devem, previamente,
ter r ecebido a bênção do bispo ou de um seu delgado.
Enfim, o padre não pode rezar missa se estiver
sozinho : precisa ter quando menos uma pessoa para
resp onder, ajudante de missa, que r epresenta os fi éis e
assiste o celebrante. Mulheres não p odem desempenhar
estas funções. Permitir-se-ia apenas que r espondessem de
lon ge, se não houvesse ajudante.
395. - Como se divide a missa?
R. - A missa divide-se em três partes principaú:
1.0 preparação ; 2.0 sacrifício propriamente dito; 3. 0
conclusão.
Divide-se ger almente em três partes principais :
1. 0 preparação, que vai desde o comêço até o ofertório ;
2. 0 ação ou sacrifício propriamente dito, que abrange do

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s 50 7

iio que compreende


"ra ,a , at ' o fim da mi a.
ecruiremo e. a na xp li ca~ão que pa amo a
dar da e ri111 ô11 ia. da mi 'ª·
ora ~õ lei ura qu a I ...,reja empre...,a no anto
sa -r ificio formam: uma . ordinário el a mi a· outra
o pró prio da mi a · a primeira ã im·anaYei , r ezam-. e
e tôda a mi a ; a "Uncla Ya r iam confo r me o tem po
e a f e ta .
C'O -- LD ·lo PR ..\TICA

Com o t i ulo d duarnlc a mi sa ncon ram· e i1 0


li t:ro gerai que .e podem u a r ,~ antajo a.-
ente, ·e a·:i e a uma mi ·sa re::-ada .
ou olcnes , é melhor acompanha r a
o açõe e cerimônia litúrgir a . Para ê e fim temos, no lino , o
rd i11ário da mi~ a: ~o a fórJ11ula que não mudam, orar;õe pre-
p rat ória , Gló ria rcdo, of erlório eânon, prepar::içiio à comunhão,
e últi ma oraçõc da mi~s :i .
H á. ou ra fórmula . que ,·a ri am conforme o ofício do dia:
ão e :pecialmente o inir ito, orar;iie. , epí.· tol , eva1117ellio, prefâcio,
secreta e po. tcom u111tão. J.; mt 0 1!0 e"cclen e reza r
0
~a ora<:ões
ao pa o que o ac rd o e a vai reci tando ou can anelo. E ncont ram -
s no lino. , quer no própr o /() t Ili!'º· <J lle r · no próprio dos santos.
É dê e modo que a a n a mi a ornar- e-á verdadei ramente
oração comum de tod o o cri ão .

§ II. - Prim e ira p a rl e da mi a : preparaç ão.

D ivis5o e xplicaçiio: l.º or ações prepara 6ria ; 2. 0 in ,·ocações solenes; 3. 0


instruçiio.

396. - Que encerra a primeira parle da missa ou preparação


do ~a n'to sacrifício?

R. - A primeira parte da niissa ncerra: 1.0 orações


preparatória ; 2. 0 invocações olene ; 3.0 in frução .
E ta primeira parte abran()' de. e o com Aço da mi a
até o ofertó r io, e con ta de vári a oraçõe ou ce rim onias
que podemos r esumir em trê palavras: 1. 0 orações prepa-

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508 LITURGIA

ratórias j 2. 0 invocações solenes j 3. 0 instrução. Êsse


conjunto forma o que se denominava outrora missa dos
catecúmenos: podiam ouvi-la os que se preparavam ao
batismo; rhas deviam retirar-se no princípio do sacrifício
propriamente dito, chamado missa dos fiéis.
I. Em primeiro lugar, como cerimônia preparatória
à mis a, · temos a aspersão
da água benta: faz-se
todos os domingos, antes
da missa solene ; é sacra-
mental instituído p e 1 a
Igreja para nos ensinar a
pureza de consciência com
que devemos participar
do. divinos mistérios.
O introito principia
a missa : é a penas um
versículo de salmo, que se
cantava outrora inteiro,
enquanto os fiéis iam
entrando e tomavam lugar
na igreja. Durante o canto
do introito, reza o cele-
brante, ao pé do altar,
No pé do altar, o sacerdote faz o sinal orações preparatórias.
da cruz e começa a missa pelo salmo :
J u dica m e, Deus. Estas constam: 1. 0
do salmo J ú d i c a me,
composto por Davi quando, perseguido por Saúl, foi
constrangido a exilar-se longe de Jerusalém e do templo.
As palavras lembram seu desejo ardente de tornar a
ver o templo e o altar, e exprimem arrependimento e
confiança.
2. 0 Do Conf'íteor: fórmula de confissão geral que o
padre reza primeiro para avivar sua contrição por suas

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MISS-~ 509

rnenore falta , e o fiéi . pela bôca elo ajudante vão


repetindo depoi dêle para implorar o prrelão do pecados.
3. 0 De dua oraçõc que o acenlot<' ri>za, uma quando
. obe ao altar, pedido a Deu.· a deYida antidade; a
outra, ao beijar o altar no lugar onde e. tão encerrada a.
relíquia do anto , para pedir. pnr i ntt'rce .. ão dêle , o
perdão de ua culpa . ete YêZt' - no drcorrer do . acrifício
tornará a beijar o altar: é inal da wneração tribu ada
à . . anta relíquia e um apêlo à intrrces ão do auto .
celebrante, depoi . clirigc>-se para o mi al e lê o
i nfroito.
II. A im·ocaçõe olene t·om Jll'l'Prn1em :
1. 0 ~\ recitação, ou Pndo . olene a mi · ~m. o canto do
Ií.yr ie elei on. É tríplice invoeac:ão a eat1a uma da trê
pe. soa da 'antí ima Trindac1e. l~ frita em líng-ua grega.
para ignificar a união da Igrrja grrua <' da Igreja
latina na me ma fé e mesma orac:ão.
~ .º O Olória in c.ccclsis: ,: <'Ülltil·o 11e alegria e lom·or,
iniciado pela. palana. que o· anjo: eantaram em redor
do berço lle Belém. Por ser canto de alegria, uprime-. e
na mi a ele finado e também no tl'mpo· de peni ência.
no advento na quare ma.
3. 0 Dóminus vobi ClO/l... n sacerdo e pronuncia
e a palana. voltando- e para os fj,:i. : é fórmula de
. auclação muito u. ada no livros santos .. 'l'te Yêze. durante
o acrifício, o ·acerc1ote repete o mesmo de ejo ao qual a
a. i. têucia re poucle com Yoto recíproeo: ·· Et cum spíritu
tua. . . E. teja o •' nhor eom o Yo:. o espírito~.,
4.º .A coleta. ou urnr1lo qne 'g"lll'. é re umo da orac·ão
do. acerdote e l1a 110 fil>i:. Termina, segundo o com·ite do
• 'ah·aclor, prla invocação de eu nome e da sua mediação
todo podrro a. ~\cre cen a- ·e. conforme o tempo e a.
rirl'unstâncias. uma ou vária. oraçõ s.
III .•\gora começa a in ·trnção. .\brange:

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510 LITURGIA

1.0 A epístola: é uma pa sagem dos livros santos,


tirada qua e empre da cartas que os apó tolos dirigiam
ao primeiros cristãos para serem lidas em suas assem-
bléias.
2. 0 Entre a epístola, que começa a instrução dos
fi éis e o evangelho, que a continuará, e tá uma oração
ou canto chamado gradiial. É canto tirado de salmos que
e cantavam outrora no degraus da tribuna separando
do santuário a nav . D poi do ºTadual, vem o ver§Ículo
e a alel11ia, canto de al gria ub tituído nos tempos de
peniCncia pelo trato. - Em algumas fe ta , vem aqui
a pro a, espécie de hino rimado, mas não em versos, e
r eferindo- e ao mi tério do dia.
3. 0 O evangelho: é fragmento da história ou dos
en inamento de o o enhor J e u risto. O acerdote
prepara-se à leitura do evang lho por uma oração rezada
no m io do altar, na qual p de a Deus que purifique
seu lábio eu coração, como purificou os lábios e o
cora'ção de I aía com um carvão ac o tirado do altar
do c 'u por um anjo. e te momento, leva-se o missal
para o outro lado do altar: inal de que não aceitando
os Judeu o evangelho, foi ê te levado para os gentios.
'-
Para ouvir o evangelho, fica-se em pé por respeito;
no éomAço, o acerdote e o fi éis fazem com o polegar da
mão direita, tr A pequenos inai da cruz na testa, nos
lábio e no coração. E ta ·cerimônia indica que não se
deve corar do evang lho enão confessar com a bôca as
verdade que se acreditam no coração.
Termina-se a leitura do evangelho por um agrade-
cimento a Deu. : L aus t ibi, Christe.
4.0 A prática, que e faz depois do evangelho, consta
de trAs parte : a ) publicação dos proclamas e das festas,
jejun e ab tinências que houver na semana; b) encornen-
dação às orações dos fi éis das pes oa falecidas durante
a semana ou pelas quais breve se hão de celebrar missas

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•r .í ll

011 ofíi·ios : c in trm;ão d11s fii'i -. · \ 1·r-.a -.illJrt' a l'Xp l i1·a~ão


<lo E \ allg<'lho on tlo 1·at1·l'i ll.o. 1111 ai11da -.i'>hr1• all!lllll
a unto pri'ipl'io da t·in·u11 tanl'ia -. .
.> . E nfim. ao a1:a har a par 1• pn•liminar ou in -; tn1tinL
1la 111i -.. a. quando. ou rora . o di{H·11110 d1' iwdia os l'Ht<'-
r·úm1·nos dizt>1Hl11- lh1•s : ·· 11 1 lli. ·. 11 1 ,f: l dt• . Í! a d1•-.1wdida.
JH>I " a ·111'í1·io 1·omP ·a"', 1·a11 a"" -.ol1•n1·1111·11 t' o f 'nr/11 dt•
• ·i1·i'·ia (' de Co11 antin11pla . r1-.. 1u11> la ("a úlil"a ;\a r.·
Sf'll11llla. diz- " o ( ' 1 1 ri" -.;11111·1 t<' llih fp -., <h dt> • ·o-.. so
0
0
, L'llhol', dt• .. (J êl t'Jl}ltl!'ii, dos :tp/1 11)11-.. . d11-., d >li 01'1'
do padn>t•iro da freg'll•"·.J,t. •' ainda llêh ui êl\"êh -. ol1·111·
t O '1 l \O •\ 1 \

.\, or:u, ;,
p11111l·ra Ja•1• da 111 11,
•li '11~11 •h dt ,, '/"
h 1'111!11·1 t• J,, t • 110 ]" ito
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1 • nr 1 d.1 "J>l,tola t 1]0


J t 1 eOIII pr• e•tdt TI lu' º'
'JI" " d'io 110 a 1 u

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o en iio •,

1no 1nr 111 • Ht.t't•t. ptira :il ·,u 1r a JI ti


'" 11\Jw, 1. ra oh • r .1 ah 1 '""

: 111. t•g11111 la parte: ª \"uo ou •aerifít·io prúpriaml'ntt· dito.


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a o a ão do

H . l :1g1111rl11 1wrf1 1la 1111 11 ro11f/m: J.º oblaçiin;


0
<> 1111 m ':. cnn. 11un1çiin ; J. 1Í pllc11., 1 on1çrir ..
111 17
1 "'

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512 Ll'rURGIA

A segunda parte da mi sa, que constitui a ação ..ou


o sacrifício propriamente dito, contém as oraçõe e
cerimônias mais importante . Podemos agrupá-las em
quatro divisões: 1.0 oblação; 2. 0 cânone). 3. 0 consagração).
4. 0 enquanto está Jesus Cristo no altar, súplicas e orações.
I. Oblação. - 1.0 Tendo o celebrante saudado os
fiéis pelo Dórninits vobisciirn, convida-os a orar : Orerniis ...
E então, r ecita um versí culo ou prece que o côro canta
nas missas solenes : é o ofertório.
2. 0 O celebrante faz, depois, a Deus, oblação da
hóstia, colocada na patena, por suas próprias negligências,
por todos os as istentes, pelos vivos e pelos mortos.
conforme está explicado na fórmu la que o padre recita.
- Então, deita vinho e algumas gotas de água no cálice.
Como indicam as palavras que pronuncia, essa mi tura
representa a união da natureza divina com a natureza ,
humana na pessoa de Jesus Cristo e lembra igualmente o
sangue e a água que saíram do lado de Jesus traspassado
com a lança. O celebrante faz, em seguida, no meio do
altar, a oblação do cálice.
3. 0 a missas solenes, benze o incenso, e envolve,
neste fumo misterioso, a hóstia e o cálice, e mai a cruz,
o altar e as r elíquias dos santos: o incenso é símbolo da
adoração e da prece. Queima-se incenso diante do sacer-
dote, dos ministros, dos próprios fiéis, por respeito para
com a sua dignidade.
4. 0 Indo depois para o lado da epístola, o celebrante
lava as rnãos : é para lembrar-se da santidade com que
deve oferecer o augu to sacrifício, egundo ·o exprimem
as palavras do salmo XXV que recita no mesmo tempo.
Enxuga os dedos com o mani térgio e volta ao meio do
altar a r enovar a oferta geral do pão e do vinho pela
intercessão dos santo ; então, virando- e para os fiéi ,
como que para despedir-se dêles no momento em que vai

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}.{ I S A 513

. e embeber em colóquio mi. terio. o com Deu . pede-lhe


<1ne unam . ua. orai,:ões à. delr. para qnr o . a eri fício . rja
agracláYel e acei o: Onítr fratr . .... ao qual convite o
poYo re ponde : >-J u cípiat . ..
5. 0 celebran e reza agora em YOZ baixa a fórmula
chamada ccrcta : ão oraçõe em número igual à que
e rezaram no omêço com o nome de coleta .
II. Cânon da Jh iiG. - 1. 0 \. • oraçõe do cânone
têm como prólogo o prefácio: é «OnYite que o padre dirige
ao fiéi para leYantarPm o.· cora<;ôrs a Den . e lhe darem
graça . O J)relúdio é diúlogo cntr o celebrante e o
a .. i tente. ; depoi , em pé, de bra<;o estendido· em forma
ele (•ruz, o padre canta ou rrza nma fórmula que Yaria
de at:ôrclo t:om o. tempo. ou a· .-oleniclade., e lembra o
mi tério que a Igreja honra. O prefá io termina pelo
' anct11 .. cuja. pahnTa. · são tiracla. elo cântico elo cén,
<]ue ouYin o profeta Isaías. r pelo B encdicfus, lembrando
a. adamaçõ<> · que foz om·ir o poYo hebreu, no dia da
entrada triunfal de J e. ns rm .J t'ru além.
0
<> orne ·a então o qur .-e diama em linguagem
sagrada aç;iio . o ato por cxcelê1wia do .-acrifício. ~"- prece
que a con. tituem chamam-.-e ciinunr. palaYra grega igni-
ficando regraj ão a regra i11uaricí1·el ela liturgia que
não muda de. de que a. palaHas dr Cri. to e a. tracliçõe
apo. t6lit:a. determinaram o tPxto dêsse eânone. O acer-
clote a. reza. de mão e tendida. em forma de cruz, como
lrmbrança ele J e u. crucificado. Outrora, por re peito,
não e comunicaYa esta fórmula ao. fiéis: ainda hoje,
o padre a ret:ita em Yoz . umi<la para não perturbar o
rrcolhimento uniYeL al.
E .. a.- oraçõe. ·ão belí sima. primeiro, o t:rlebrante
pedr ao Pai da. mi ·erit:órclia · a<'rite faYoràYelmente a
oferta que e. tá para lhe apre. entar; clepoi , ao lembrar- e
da Igreja, da qual é mini. tro e delegado, implora a
bênção. de Deu. . ôbre o , 'umo l ontífice, eu chefe

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514 LITURGIA

universal, ôbre o bispo da diocese; depois, sôbre os fiéis


vivos e e p ecialmente ôbre o que foram encomendado
à uas oraçõe e por quem e ofer ece o santo sacrifício.
- Para que a súplica tenha maior eficácia, chama em seu
auxílio tôda a Igreja triunfante: a Virgem l\1aria, o
doze apóstolos e os mártires mai célebre de Roma.
Cinco vêzes faz o sinal da cru~ sôbre o cálice e a hó tia,
invocando a onipotência de Deu para mudá-los no cor po
e sangue de J esus Cristo.
III. Consagmção. - É a parte e sencial da mi sa.
Tudo emudece : o cele-
brante, debruçado sôbre
o altar, seg urando a hóstia
na mão, benze-a e pro-
nuncia com gravidade a
palavra de Nosso enhor :
" Isto é meu corpo".
Dobra o joelho em sinal
de adoração e er gue a
hóstia santa. É afim de:
1.0 apresentá-la à ado-
ração dos fi éi ; 3. 0 r eme-
morar a elevação do corpo
de J esus Cristo na cruz.
Os fiéis, avisados pelo
to q u e da campainha,
prostram-se e adoram.
O padre então toma
Elevação dff h6stiff. o cálice, benze-o e pro-
nuncia a f ó r m u 1 a da
segunda consagração : " Êste é o cálice do meu sangue,
etc ... " Dobra o joelho, ergue o cálice e apre enta da
mesma forma o sangue de To so Senhor à adoração dos
fiéis.

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•r I , s .31.3

. \.. eerimônia ela clcrnciio da h<'i-..tia e> elo \·álice teve


origem na França, no XI.' sÍ'l'ttlo. {·m hen'gc>, i1or nome
nl'rl'll!,?.Úrio, Hl'l'l'diêl!.!.ll dl' .\11!.!.l'!'-... 1l'YI' a HttdÚt'iH l' impiP-
clatlC' lll' impugnar o dogma da pn'-..l'lll;a rl'al: a igrl'ja da
Uc'tlias prote ton contra
es a hla-..fc~mia. apre. en-
tarnlo o corpo e angue
d(• Cristo à-; homenagen
mais re-..pei to. a. do poyo
crente. 1;; se uso intro-
<luzin-sl' na fon•ja inteira
no -..t>eulo XI Y .
. ·o -..t>1·uln imt•cliatn. a
gnt>rra llos herrire as. ·o-
lanl o nw-..uw paí:: um
monan·a nistão, L u í-;
X 11, qui-.. qtH' -..e implo-
ra-,se o a nxílio \la santa
YÍtima clos no -..o altare-;:
t~ a origt'm elo l!anto O
. r1l11t11ri: /11í.·tia . tirado de
11m hino cll' santo Thomás
tlt' ~\quino.
I\T . . '/Íplicns e ora-
r1l1 s. ~\g-ora que .Je-..u-.. ('ri-.. to Pstú 110 altar, o pêlllrt'.
l'lll]H'l' dr hra<.;o. em eruz. <·ontinua. t·om a-. "l'"(''il: rlo
rtl11011r . a súplit·a -.oleut': 1." lPmbra a D<'lh seu filho
imola<lo, ht'>stia pura, '-anta imat·nlalla. infinitamente
ll)H'l'inr aos presrntes clP ~\hl'l .•\hraão . .:.It>lquisPclee. É
rom ê tP prt>c;o <le Yalor i1w timáwl l]lll' l'·ll' sahla a elíYitla
clP grati1lão nniwrsal.
~:· [ndina-sl' profumlamen l'. ro!..!'HlHlu a .Je u. Cri:,,to.
o .\njo llo altar, <1ue apre-.t>nte. t:fr pn'>prio. a Deu . 110
al ar -.uhlinw elo ct'·n. a ofi>rta 111i..,tl'riosa que nwreee ao
f iéi tôcla a . ur e ele bêuc;ãos.

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516 L 1 T U R G 1 A

zou p lo vivo , lembra o acerdote


d funto no memento dos mortos.
nc m nda p ialm nt a p oas por quem
o ido oli ita para todo , o lugar do
r da paz.
para si e para os
qnoqn peccatóribits
jam um dia r unidos
prin ipai mártires

ON L ÃO PRÁTICA

tamb m o
mudnn~a admi ráv J:
' O ntido iludidos, diz auto Tomá vêm, tocam, provam
pão e vinho· a fé po rém no alumia e fala com o R.ei Profeta :
ind ador mos o nhor p rostremo-nos diante dêle" ( almo
x IV 6 ) . Ê êl , om f ito qu o a njos adoram, êle que reveren-
ciam tod o co raçõe omovido . hegou o momento de adora r e
agrad r d implorar o I rdão olicita r tôdas a graças.
H 6stia audável, canta a Igr ja, 1!6s que abris as portas do
céu in im.igos cruéi nos as altam: amparai as no sas fôrças, em·
prestai-no o v o o socorro! ( . Tomás, Hino Ver bum. snpernwni) .

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~ I A 5lí

§ l\'. - T e rc e ira p a rt e: co nclusão do acrifício.


Di.-isão e explicnçiio: I.º orn~ões preparatória· à comuuhão; 2. 0 comunhão;
3.º nção de graças. - Oraçõ · e cerimônia complementares.

398. - Que encerra a trrePira parle ila mi.~sa, 011 conclusão


f7o 'acrifício?

R. -A conclusão encerra tr's partes: 1. 0 orações


preparatória à comunhão; 2.0 comunhão; 3.0 ação de
graça . Finalm ente, alguma prece e cerimônia comple-
mentare .
. ..\. conclu iio do acrifício é a comunhão, i to é, o ato
no qual a Yítima oferecida e imolada. de aparece. - :\la
ê te ato importante tem a ua preparação, e tem também
ua ar;ão cl graça .
Daí, trê parte ne a conclu ão: 1. 0 orações prepa-
ratória à comunhão; 2. 0 comunhiio; 3.0 ação ele graças.
Finalmen e, a mi a termina com alguma preces e ceri-
mônia complementare .
I. Oraçõe preparatória d comunhão. - A primeira
prece é a oração dominical ou Pater noster, que
enhor en inou. acenlote recorda e a in i-
tuição divina num pequeno prefácio: depoi , o braço
em cruz, r ecita, ou, na mi · a olene . canta, e a bela
oração que encerra quan o podemo de ejar de melhor
para a alória de Deu e no, o próprio inter ê e. O povo
a. ocia- e a ê te ' pedido pronunciando a última pala-
' 'ra : '' Livrai-no. do mal!''
2. 0 ~Ta oraçõe que eguem, o acerdote parece
não ter enão um fim : alcançar perdão e paz por meio
do acrifício da mi a. P ede-o por interce ão de :\Iaria,
do anto apó tolo P edr o, Paulo, André, e de todo o
anto .
Implora-o por meio da vítima que tem na mão , e
para i o, divide a hó ia anta em dua parte iauai ,
pondo-a uce ivamente na patena, depoi de ter guar-

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518 LITURGIA

dado entre os dedos um fragmento que deixa cair no


cálice, invocando o nome de J esus Cristo Nosso Senhor
e desejando a paz para a assistência. ~ Esta cerimônia
da fragm ntação ela hóstia lembra o que fez o Salvador
na ceia e r epresenta a separação do corpo e da alma de
J e us Cristo no momento de sua morte. - A parte posta
no cálice representa, pelo contrário, a reunião da alma
e elo corpo, da carne e do angue na R_e surreição.
3. 0 Em seguida, vem o Agnus Dei, oração que se
r epete três vêzes batendo no peito, para ainda pedir
o perdão e a paz.
4. 0 Agora, é tempo de maior recolhimento. O sacer-
dote, inclinado, teza três orações que preparam imedia-
tamente para a comunhão. Na primeira, pede outra vez
a paz para tôda a I greja. Na missa solene, o sacerdote
transmite o símbolo e sinal dessa paz pelo ósc1ilo de paz,
que o diácono leva aos clérigos e os cristãos se davam
mutuamente outrora, como te temunho de fraternidade.
As duas outras preces são para o sacerdote pe soalmente;
pec e a Deus perdão por suas culpas, pede a união íntima
com J e u. Cri to, e, por e sa união, os socorro necessários
à alma e ao corpo.
II. Comiinhão. - O acerdote genuflecte, toma a
hóstia na mão esquerda e, cheio de humildade e confiança,
repete três vêzes, batendo no peito com a mão direita,
a palavra do centurião do Evangelho : Dórnine, non sumi
dign1is. . . "Senhor , não sou digno! . .. " Depois, com a
hóstia santa, faz o sinal da cruz e comunga dizendo:
"Que o corpo de J esus Cri to guarde a minha alma para
a vida eterna !"
Óom a patena, ajunta os p edacinhos da hóstia que
podiam ter caído sôbre o corporal e deita-os no cálice,
r ecitando as palavra do salmo de Davi que exprime a
gratidão.

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)f J s s .\ ;j l!J

Com o eáliee. faz o "inal da l'l"llZ diz1•11do: ·· (JuP o


:-.angtw cl<' .Je,u l'ri,to guartlt• lllinha altna para a Yida
l'Ít'rna ~" E eomunga: P"tú 1·01h111natlo o. ill'rifíl'io. ().., fii'·i"
C!llt' t<'lll' iouam eomm1gar
l'lwgam-"e l'ntão ú . anta
mP a.
P o r rP'-lWi to para
t•oJll o pr1•1·ioso '-êlllQ"lll' <le
-ll''-lt'- ( 'risto l' para que
lll'lll a menor gotinha
fi'!llt' t '-'tllt't·ida ou profa-
nada. o '-Htl'nlott> mmHla
deitar nm pouco tle Yinho
no 1·úlil'1'. purifit"a-o pela
prinwira wz e bebe ê te
Yinho: t'• a pr11ne1ta
abl 11~·tln. Npgunda Yl'Z,
ma1Hla <lt'itar por ôbre
º" !l<'do" tplt' tocaram a
hôstia sau a. l' no cálice.
um pouquinho lle água e
lwh1• 1'" a sr u1111da nbl11ç17o.
- T1•11do o '-êll'erclote dl• <"el1•hrar outra mi-.-.,a no lllt''-lllO
clia. não torna as ahlul'1-11'"· para fi1·ar t!t• jejum. Xes-,e
ra o. 1·011,pn·ain-'>l' para '-l' toman·m na sL'!!:n!llla missa
ou s1'l'l'lll deitadas na p1. 1·ina.
r r l. _!('1/0 rlc urav1x. Lo!.!'() ljl\l' () sa1·pnlotP tomou
a ahhtt·tit·'-· Pnxiwa o t·itlin' t' torna a <·olcwú-lo no meio
110 altar. 1·01110 no prindpio da mi ... -.a. Então. lPYa-se
para o lado da Ppístola o 111i.·.·11/ 'llH' <''-tan1 na esquerda:
(> para lembrar que. no fim do mumlo. o eYangl'lho. <lepoi ·
t1P tl'r sido leYaclo ao. gentio . '-Prá <l1•Yoh·i1lo aos .J uden-,
qm• o êll·l'itarão e t:Oll\"l'rh·r--.,t·-iio l'lll gTanLle número.

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520 LITURGIA

As orações da ação de graças abrangem :


1.0 A antífona da corn1unhão: é versículo de salmo
ou fragmento da sagrada escritura, que se cantava outrora
durante a comunhão dos fiéis.
2. 0 A oração ou as orações da postcomunhão, em que
se agradece a Deus por seus benefícios, e particularmente
pelo dom da santíssima Eucaristia. Há tantas orações da
postcomiinhão quantas coletas e secretas.
3. 0 I te, M~ssa est: é a palavra pela qual o sacerdote
ou o diácono, nas missa solene , de pede a a sembléia.
R esponde-se com as palavras D eo grátias .: agradecimento
a Deus. os tempos de penitência, no advento e na
quaresma, os fiéis tinham muitas vêzes que e perar alguns
exercícios uplementares; por isso, substituía- e " Ite Missa
est" por B ened;icami1,s Dómino. Êsse uso permaneceu.
Nas missas de defuntos, o sacerdote diz: Requiescant in
pmce, e responde-se: Amen.
Nisto, outrora, acabava-se a missa.
IV. Orações e cerimônias complementares.
Desde muito tempo fizeram-se à missa três acréscimos:
O primeiro foi no século X. É oração começando com
a palavra Pláceat, que o sacerdote reza no meio do altar
e na qual pede mais uma vez a Deus que aceite favorà-
>'elmente o sacrifício qu acaba de lhe oferecer.
O segundo acréscimo é a bênção do sacerdote. Primi-
tivamente os bispos somente davam a bênção depois da
comunhão. No século XI, introduziu-se o c-ostume para os
sacerdotes igualmente, porém de maneira menos solene,
em voz baixa, e com um único sinal da cruz. Ê te uso
tornou-se universal. - Esta. bênção não se dá nas missas
dos mortos.
O terceiro acréscimo se fez no século XIII : é a
recitação do comêço do evangélho segundo são J oão. O
apó~tolo lembr9' nele a ~eração eterp.a e a Incarnação

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:\f I S A 521

do \ erbo: portanto é uma como 1 rofi ão de fé ne e


gran<le: mi tério , que o acer<lote r ecita ante de deixar
o altar onde e cumpriu â maraYilha de urna uoya Incar-
na ·ão. - Em alguma mi a el e clomincro ou dia anto ,
ê te cYang lho é ub tituíd o p or aque le do dia quando
uma fr ta lle ord em superior tomou lugar clêle n o ofício.
R e. ponde-se ao último en111grlh o Ih o gnítia" agradeci-
mento final a Deu por tfülas as g-ra ·a r ecebida no
. auto saerifício.
De de 1 -t . '. N. o papa L rão XIII fez à ::\I i a
r ezada mai um acré'cirno não definiti-rn ainda, cujo fim
é atrair ôbrc a Igreja a prutei;ão tle ~o. a enhora e
ão ::\fü.rnd. 'on-,istr na ret·ital;ão de três ~lt ·c ]f aria.,
da 'afrl Ra in ha eom uma O ra~·1/n. e ele outra oração
ao areanjo são :\liguei, protPtor da Igreja ( 300 dia de
indulgên cia . P ou co tempo dPJ)Ois da sua eleição, o umo
P ontífi ce Pio X mandou <ptl' sr rrza se mai , com e a
última. prece . a invocação tr0 Yêzr;., r epetida: Cor J esu
sacrat[ · im11111, à qual o poYo responde: Jli ·erere nobis .

.. "os sacrifícios antigos. consuma,·a "(' o 'al'rifício pelo ato ele


queimar a dtima , ou de comer lhes ª'
l'arnL .... o acrifí<:io cri. ão,
de apareee a dtima no ineomparún:l ato da com lllhiio: u sacPnlu e
de>e nece .. s:lriamente comungar, <:omer a <:arne e l>eber o angue
ele Cri ·to imolarlo . O fiéis também t-stão <:om'idaclos a consuma r
o acrifício pela comunhão, e o maior júbilo ela I greja seria e
os \'is,' aproximar-se numero 'O, ela me ·a sagrada.
Xão a ·i ·tamos jamai à mi ·sa sem comungarmo . enão
r('almente - o que seria muito melhor - pelo menos de desejo,
rspiril uai mente.
Enfim, não deixemo o santo altar sem pedirmo pe rd ão a Deus
pela dbt ra1;õe e negligêntia qnl' tin•mo clurante a san a mi _a,
em implorarmo, os 'Ocorro de que ne!'.e. itamos para o dia e a
emana, ·em agradecermo por tôcla · a raças ele que a mis a é
para nó o manancial ine gotá \·eJ.

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522 LITURGIA

,
OFICIOS DA IGREJA
§ 1. - Ofícios em geral.
O ofício dh,ino e s uas diferentes parte . - Orações do ofício da noite e das
hora s do dia. - Assistência ao ofício dh~no .

399. - Quais são, além da missa, os princivais ofícios da


I greja?

R. - Os principais oficias da I greja agruparn-se ern


sete partes. O ofício da noite consta das rnatinas, divididas
em três noturnos, e dos landes qiie se rezam para a aurora.
O ofício do dia cornpreende qnatro horas 11ienores:
prirna, têrça, sexta e noa. P or firn, vem as vésperas e
completas.
A mi a empre ocupou o primeiro lugar na prece
pública da I greja; ma , me mo no tempo do apó tolo ,
os fiéis r euniam- e a hora determinada para r ezarem
junto . Ê · e u o já exi tia entr e os Judeu e não podia
deixar de ser aceito e posto em prática pela Igreja cri tã.
Dali a orio·em do ofício divino em diferente horas.
O primeiro cri tãos lembraram-se que certas hora
do dia e da noite tinham ido especialmente con agradas
pelo sofrimento e a paixão de J e us ri to. Ficara nas
mão dos eu inimigo a noite da quinta para a exta-
feira; fôra julgado logo na aurora, condenado para as
nove horas e crucifi cado para o meio-dia; morrera à trA
horas e recebera a sepultura para a noite. Ê e momento
tornaram-se precio o na memória do cri tão e foram
antificado. com ora ões públicas. A im originaram-se
as sete parte do ofício divino ou canônico.
O ofício da noit e consta das matinas, divididas em
trê. notilrnos, e do. la11des que e rezam para a aurora.

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O F Í C I O S D .\ I G R E J .\ 5::!3

O ofíeio do dia compreende quntro horas menorc :


z>ri111a. (flll' sl' reza para a s eis da manhã; tfrça , para
as non•; ,'( .rta . <1ue corr<'spornlc ao nwio-<1ia; e 1100, à.
três <la ard<'.
P ara a noi e. as 1'fs1Hras eorrrspornlrm ao saC'riffrio
c1uc os .Jndc>1h oft'rreiam eada dia no templo. e um pouc.o
mai tanh>, a. completas terminam o ofÍl:io do dia .

.J.OO . -Quc oraçõts 111fra111 110.- 1/'f1n11/1s ofí1·10s.>

H. - -1s 11111ti11a · c1m1prl l 1111! 111 i111·itatrírio . hino


ir(: 11otur110.·.
n.. lauilc.' . co11sfa111 do nrn . . i11 a<l,iutâriu111 : de três
salmos , capítulo . hino e Br nulictus. _1 hora de prima . de
hino e salmos. . 1' hol'll.' rl1 t(rça . sc.rfa e noa. de hino,
. al111os . capítulo , i·cr ·ículns r oraçrlo do dia .
• To princípio. não honn' 1wnh nrna forma clctrrminacla
para ê. tr Yano ofíeios : os pa. ton's onll 1iaYain tudo 1

<'gnndo . na apreciat;ão e dCYot;ão . .:\ [ai· tanle . os ~umo.


P on ífü:r . por ·uas cleei ·<iPs, o papa ão Ll•ão. no . ~cnlo
Y , . ão i-regório :Jiagno, no fim do YI. <leterminaram0

qua. e definitiYamente o offrio di\·ino.


A. 111ntinas eornprC'emlrm i111·itatârin . segniclo de hino
e três noturno:. O prim0iro eorn'spomle à. noYe hora
da tarcl<'. o :<'gnnclo à nwia-11oitt>. <' o tC'r«<:>iro its três da
madrugada. - C'atla noturno <·011 ta <lt> três salmo. eom
antífona. e tr<'s liçõc-.. Xo primriro noturno. C'isas liçõe.
são irada· da Estritura sagracla : no rgurnlo noturno,
ão uma hi. tória da Yicla do santo tu.ia fe-;ta e crlebra,
ou na1Tat;ão elo mi;, frio 'l ll<' sr honra: no terteiro. são
homília. ou t>xplil·a<;ÕPs llo l'\·angdho. tiracla: tlo;, Ps<:rito.
elo-; Paclrr ela Igr eja. _\.-, matina . . terminam com o Te
Dc11111 , eântieo ele a ·ões dt' graça' , por muito tempo
atribníllo a . an o ~\. mbrósio <:> a !>anto Ago:tinho.

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524 LITURG I A

Os laiides ão a última parte do ofício da noite;


cantam-se ou r ezam- e ao de pontar o dia. egundo a
palavra indica, ão louvore dirigido a Deu . Depoi do
Deiis, in adjiintóri1im, o laude con tam: de trê almo ,
do cântico dos Tr ês J ovens na fornalha, de outro almo
de louvor - tudo com antífona a r e peito da olenidadH,
- de capítulo e hino, e enfim do cântico B enedictits
precedido e eguido de antífona própria, a im como de
oração e pecial para cada fe ta. caba- e pelo Benedi-
camus Dómino com a r e po ta: Deo grátias.
A horas do dia, di emo , compreendem primeiro o
que se chama horas menores, a im denominada porque
as orações que formam cada uma têm pouca exten ão.
A hora de prima é de tinada a oferecer a Deu a
primícias do dia. O Deus, in (Ldjidóri1lrn, hino e almos
ao quai e ajunta, no ofício do domingo, o símbolo de
santo Anastácio, compõem e a pequena hora, endo
completada por um capítulo, ver ículo e oração. Lê- e
depoi o martirológio, i to é, a enumeração do anto
de quem e celebra a fe ta naquele dia; depois, reza- e
mai uma invocação a Maria e ao anto , e oraçõe
p ela quai e implora a bênção divina ôbre todo
pensamento , palavra e obras do dia.
A hora de têrça, sexta e noa constam igualmente
do Deus, in adjutórium, hino e trê fragmento do almo
B eati imrnaciüati, eguido do capítulo, do ver ículo e
da oração do dia.
E . sa parte do ofício divino, chamada horas menores,
é idêntica todo o dia , meno a antífona , ver ículo
e oraçõe que variam egundo a fe ta. o pen amento
da Igreja, prima lembra Je u alvo do ultraje do
pretório ; têrça é con agrada à memória do eu julgamento
no tribunal de Pilato ; sexta corr e ponde à crucifixão, e
noa à descida da cruz.

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O F f C 1 O D \ I O R F. .J .\

..:\ ou ra hora. do dia. l'ésp ra. e completa. , con. -


tituem o. ofício. mai. conlwric1o. c1o. fü>i. , qu explica-
r emo. na próxima lição.

401. -Eslão o.· f11is obrign11o., a ass1Mir a tririas as par/l's


do ofíc o d11 .. 110?

R. - .Yüo. o ofícios de que acabamo' ele falar, sllo


obrigatório· .umcntc para o, 111i11isfru' os religio o. e
rcligio~a. q11e fizeram Jlrufi :1/0 1111111a ordem cm que •• es
ofício: .'fio de regra.
Padr ls . cc11larcs , isto \>, o. que de empenham no
mundo minis t~rio paroquial ou outro emp r êgo qual!1uer,
rezam em particular o bn 1·i1írio ou ofício diYino. ~õmente
o. cônegos c1a igrrjas l'atedrai tt>m ele rezar no côro o
ofício c1iYino in <:>iro on partt> d~lr, . rgum1o , uas con:t i-
tuiçõe .. - Quanto ao cll ro n uular e às orde11. rcligio. as,
a recitação ou canto elo ofí<·io cli,·ino inteiro. geralmente
faz parte ela R egra.
- 'o que diz re»peito aos simplr fiéis, nunca foram
obrigatln. à a i. tênl'ia a ê-..;sr l1iwrso. ofício. : porl>m a
. ua deYoção muita Yêzrs o h•ya a rc;;sa oraçõe públit·a.,
e. peeialment<:> no domingo r dia-.; c1e fe. ta.

co.·ci,L·s.\o PR.\TI<'A

É admirúYel e muito con olador pen"ir quC' graça à iwtituiçiío


do ofí<'io dil-ino, a prece l' o lounll' nun«a param na Tgrl'ja l':tté>lil·a.
A tôda hora do dia e da noi , em alguma parte do mundo, Yozes
puras soht•m a Deus, a f:n·or tlo~ '[lll' trabalham, de~t:ansam e
e ·qul'el'm, e fazem ou,·ir o grito <l.t . úpliea e a hOllll'llagpm da
gratidão... Xão se diga poi.-: Para que e1Tem O' padre· cuja
Yida, à~ Yêze.·, parece ocio ·a! QuL· l'st'io fazendo os mongo · e a
freira· no· dau·tro ! - Oram por ·1qucle. que n:io o fazl•m;
eu rl'gam- ·e em ·acrifício por aqueles que se esquecem de DC'u
e o ofendem ...
Quan a . ua,·idade, quan a majl'stadc. que li~ão e pro\·eito
ne a ora1;iío pcrl'nc ! É i ·to, com o ~anto sat:rifído da nlis. a, que

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526 LITURGIA

impede o mundo culpado seja sepultado nas ruínas. As ociemo-nos,


quanto possível, a essa prece univer al e poderosa, rezando diversos
ofícios da Igreja.

§ II. - Vésp eras e completa s.


Noção das vés peras. - Oraçõ es que as constituem. - Noção das completas.
- Oraçõ es que a s C'o mpõem. - Antífonas a - Nossa Senhora.

402. - Qu e são vésperas?

R. - São um ofício ela tarele que se celebrava primi-


tivamente no fim elo dia; a hora, porém, tem sido
adiantada.
Assim mesmo, a. vé peras ficaram ofício da tarde,
menos na quaresma, em que se rezam antes do meio-dia,
em memória do uso antigo de tomar a refeição dos dia
de j ej um só depois das véspera , para o pôr do sol.
A recitação das vésperas é muito antiga na Igreja:
atribui- e aos apóstolos. Diàriamente, aliás, oferecia-se
de tarde, no templo de J erusalém, um sacrifício, e ê e
momento já estava designado para a oração. o cristia-
nismo, também, essa me ma hora foi a da instituição da
divina Eucaristia, da descida da cruz e sepultura de
o so Senhor. Por i so, os primeiros cristãos go tavam
de r eunir-se, quer no templo, quer em casas particulare ,
para orar, n essa hora misteriosa. Ainda hoje, em diver os
países, é uso dos verdadeiros fiéi , as i tirem às vé peras
no domingos e dias santos.
403. - De que se compõem as vésperas ?

R. - Cornpõem-se de urn Pater, A ve Maria e cinco


salrnos qiie se terminarn corn 1im Glória Patri, ele ·capítiilo,
Magníficat, oração e antífona a Nos a enhora.
I. As vésperas principiam com a r ecitação em voz
baixa de um Pater e Ave Maria; depoi , o celebrante
entoa: Deiis, in adjiitóriwrn. . . fazendo o inal da cruz.

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OFÍC'IO D .\ I G R E J .\

É um chamado por . ocorro, dirigido a Deu,, para alcarn,;ar


que ê e exrrcíeio religio:o . e cumpra com deYoção e
proYeito; termina-. e com o rlôria Patri . ..
II. inco . almos, com antífona:, que Yariam con-
forme a fe ta , e e r epetem ante e clepoi. , quando
o ofício tem o O'rau ele :oleniclade chamado duplo: é
habitualmen e a primeira parte da. Yé pera ..
O. almo. ele DaYi ~ão cento r cincoenta, entre o.
quai. a Igreja e colhe o. mai. adequado à fe ta que
·e celebram. O. . almo. do domingo . ão:
l.º Dfrit Dóminu.· ... , qur e aplica a .Je n. ri to
e lembra . en acerdóeio, . ofrimento, glória; .
0
onfitebor . .. , que lembra a maraYilha operada
por Deu. a fayor de eu poYo ;
3. 0 B eatus uir . ... ele crição imple. e comovente da
felicidade elo ju to ·
-±. 0 Laudatc, pucri ... , exortaç:ão a louYar o enhor,
coru iderando . ua O'rancleza, seu poder, . ua bondade ·
5. 0 l n '.ritu ! sra l, que rememora a . aída do Egito,
a pa aO'em do mar Yermelho e do Jordão. \. Igreja
aplica e a palan·a. à remi .. ão elo pecado pela mediação
ele .J e. u. ri. to. :Jiuita. Yêzes ê te . almo é ub tituído
por ou ro mrnor: Laudate Dómi1111111 .. ., conYite a todo
o: poYo para t1ue abenç:oern o , enhor.
ada . almo termina com a doxologia: Olória Patri ...
III. Depoi. do almo , canta- e o capítulo, citação
muito breYe tirada da . agrada E critura, e mais o Hino
q\1e conYém ao ofício do dia. ~ O hino ão cântic
em e trofe. líri ·a. ou Yer:o. cadenciado , que permitem
adaptá-lo. a canto ritmado: exprimem geralmente piedade
e entu ia:rno. O hino é acompanhado de versículo e
re pon. ório.
IY. 'C ma antífona e. pecial precede o canto do
Jl ag11íficat um do · trê cântieo que e tão no eYangelhc.

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52 LITURGIA

Foi composto por Nossa Senhora, como resposta à


saudação de Isabel. A virgem Maria, deixando falar o seu
coração, exprime ali sentimentos de humildade e gratidão
para com Deus; anuncia a própria glória futura durante
todos os séculos e r efer e a Deus tôda a honra.
Deve-se fi car em pé durante o Magníficat; nas
vésperas solenes, enquanto se diz êsse canto, o celebrante
sobe ao altar, benze o incenso e queima-o em redor da cruz
do altar e das r elíquias; de volta a seu lugar, é incen ado
por sua vez, assim como os mais ministro sacros, segundo
a r espectiva dignidade j erárquica: é homenagem prestada
a Deus e aos seus ministros.
V. - Repete-se a antífona do Magníficat, e então o
celebrante canta Dóminus vo bisc1irn e uma oração: a coleta
da missa do mesmo ofício. Canta-se depois B enedicamus
Dómino ... Enfim, acabam as vésperas com oração pequena
pelos defuntos; Fidélium ánirnae. . . Geralmente, nas
véspera , depois da antífona e da oração da fe ta, reza-se
a memória do ofício do di a seguinte e também do domingo,
e mais festas ocorrentes; nos simples domingo , acres-
centam-se tamlJ,;m antífonas, versículos ou orações em
Loura da autíssima Yirgem, de· ão JosÉ', <lo · auto e
para a paz. '
404. - Que são CO'llipletas?

R. - Completas são o ofício do fim do dia.


Nem sempre se r ezaram na Igreja_, Crê-se que foram
instituídas por são Bento, fundador da vida cenobítica
no ocidente, falecido em 543. Ordenou que seus monges
se reunissem de noite para ouvirem uma leitura tirada
dos livros santos, e r ezar em alguns salmos antes de irem
para o descanso, para atrair as bênção de Deus ôbre o
sono e a noite, pois o demônio nunca dorme.
Foi somente na século XIV que o uso das completas
.passou dos mosteiros para a I~reja universal i hoje em

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OFÍCIO DA IGREJA 529

dia, fazem par te do ofício diYino ou canônico; em algum as .


freO'ue ia do ciden e, ficou o co ume 1e ajuntar as
completa ao canto das vé. pera ..
405 . - Como se re;:-a 111 a.· compll /a.~?
R. - Pelo canto do q11atro alma , empre os me ·mos:
1.° C11m inuocarcm ... 2. 0 l n te . Dó mine, speravi . . . , 3. 0
Qui hábitat .. . , 4. 0 Ecce 11101c bcnedícite Dóminzon .. . ,
.Yo fim canta- e o .Yunc dimitt1«.
I. "Cm leitor, ou clériO'o, cantando, pede primeiro a
bênção do celebrante. Ê te a tlá, exprimindo no mesmo
tempo o de. ejo de uma noite feliz, e morte boa, perfeita.
- Depoi , o leitor canta um trecho pequeno de uma
epí tola de ão Paulo em <tne o apó. tolo encarece a
obriedade e yjO'ilância contra o demônio empre a e. piar
em redor de nó . . . Então, o crlebrante pede o auxílio
do . ' nhor. e recita-. e em YOZ baixa o Patcr no ter . ..
II. Yem depoi. a confis 1io geral do pecado como
na mi a: é feita uce. siYamente por aquele que oficia
e pelo poYo, para pedir o perdão divino para a culpa·
do dia. - I. to tudo forma ele algum modo o preâmbulo
da. completa ; o celebrante o termina com a invocação:
Con tiertc no . . . É pedido de onwr ' ão para todo .
III. Inicia-. e o canto do almo pelo De11 , in
a~ljutóri1rn1, como para a · outra hora ·. - A completa
tAm quatro . almo ·, empre o me mo :
1.° Cum invocarem... no qual DaYi per eguido
implora a proteção elo enhor;
· 2. 0 l n te. Dómine. spcrai·i .. . , que exprime o me mos
. entimento e e pecial confiança na bondade de Deu ;
3. 0 Qui luíbitat... É agradecimento de D avi ao
enhor depoi de ter e capado ao perig ' que o rodeavam.
A Igreja aplica e . a palana à cilada. que o demônio
no arma, durante a noi e como de dia, e infunde-no
confiança n a proteção de Deu e do eu an j os :

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530 LIT URG I A

4.0 Ecce nunc benedícite Dómin1im ... Êsse salmo era


cantado pelos levitas entrando no templo de J erusalém
para ali velarem: é convite para abençoar a Deus durante
a noite.
IV. Depois dos salmos, · canta-se um hino muito
pequeno, implorando auxílio divino contra os p erigos da
noite. Seguem um capífalo, versículos e o r e pon ório l n
maniis tiws . . . , preces comovente pelas quais o cristão
entrega a alma nas mãos de Deus antes do sono, como
havia de fazê-lo na hora da morte, da qual o sono é
imagem.
V . Enfim, o canto do Niinc dimittis, composto pelo
velho Simeão, depoi de ter saudado, no menino J esus,
o Messias prometido ao mundo, exprime o voto do cristão,
de ejando, na hora da morte, a visão de Deus. Termina- e
p ela oração: Vísita, q1weswrnus-, oração na qual se p ede
que o anjos protejam, durante a noite, as moradas e a
almas dos fiéis contra as ciladas do demônio. Depois, o
celebrante pronuncia uma fó rmula de bênção.
406 . - Quais são as antífonas a Nossa Senhora que se cantam
depois das vésperas 01i das completas?

R. - São: Alma R edemptoris, A ve R egina, R egina ·


cceli e Salv e R egina.
Desde o século XI, mai ou menos, existe o uso de
acr escentar às completas, ou às vésperas, se as completas
forem supr essas, uma antífona a Nos a Senhora, eguida
de versículo e oração. - Essa antífona varia segtmdo o
tempo do ano.
No advento, é Alma R edemptóris, atribuída a
H e manus Contractu , monge beneditino, que vivia no
meio do Século XI. Ê um apêlo à Virgem Mãe a favor do
povo cristão. - De de a Purificação até à Páscoa é A v e
R egina, canto de louvor dirigido àquela que nos deu

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o;·fcro D \ I G R E J .\ .í~l

.Jesu~ . - Da Pá,coa à . an ís. ima Trindade. {> Regina


cu1 li. l'ântit•o <le r<'gozijo 1'm honra da Re . mTt1 it:ão. Xão
. <' sabe <1nai foram o. antore de . as duas antífona . -
Enfim . da Trindade ao ~\ lh'ento é a , all'c Rainha . inYo-
cai;ão ch<'Üt de uaYitladt' <' C'Onf ian~a por parte 110
eristãos de terrado · no Yale de lágrimas. Crê-:e que foi
composta por ~\. demar de :Jlonteil. o qual. sendo bi ·po tlo
Pní. na Frarn;a. tomou a cruz em 1~l0.) . por ordem do
papa rrhauo II. no l'Olll'Ílio de l'krmont. e esl!re\'ell a
• rtl1·c Rainha para <tlH.' fü st' 1·an a<la pelos l'rnzados. que
al'.ompanlH\Ya na qualitlatle tk k!.rndo tlo papa.

l'OXl Ll ,;.\O l'R \. h .\

Xão hú. n:i Igrl'ja. em par' alg11m i. pn•1·1lo lh• :t'-''-'hti·11l·ia


às ·(spr··lls e :\s complt ta.,, 1wm 'L'<pto' r ao: <lumingos e dias s:111to'-'.
E11tn• :into, Pia l'tll':nrer \>sk lll< io eh• sa11tifkar º" ilias 1ll> '-•·nlior.
l'r:'t loasta11 l' para. i11teira l' alt,ol 1ta1111 t'll'. '-':tlltifil"ar os 1lu111i11g1>-;
e a festa .• assi tir a uma mis,;a 1le manhã? ... Ora, o melhor meio
dl' ho11rar a Dt•us. {> unir 'L' :ici- 1·rht;11._ <]lll' n·zam l' l":tlltmn '''lls
lotn-ore · eorn o. aeento' inspirados lk I>a,·i e a fórmula· <1ue nos
tll'ixaram a tra1li1;ão e a l'il'1J.Hlr 11'- 110''º' an epa•sa1l•"·
É portan o uso mui o lotl\'Ú\ el r<'z. r , i,; n~'-']'l'ra..; no 1lomingo:
não c1l''l"t1i1lemos um meio tiio f.:1·il ' l'l"lt\ 1•! º'º i•ar:t sarlti 'il"ar
o <li:i do ~Pnhor.

§ III. - B ê n ção d o •a ntí"im o Sac ram e nto.

Xo~ão das bi•nçãos. - Cantos t- tl'rimônias . - Ori~t·m e fim da hênc:ão


do :antí..,,..,imo :-;acramento.

R.- B 'nçüo do :a11tís;;in10 /'acramcntu é 11m ofício


que :< faz d tarde . gcralmcnil, i>ara ho11rar Jc.·u C'risfo
]Jl'(.'lllil na E11carisfia . por crlllfus e 1Jricc" e nu qual
dcí a bê 11 íío .
•\. bên~ão {> precedida da crpo içJio mai. ou meno
solene do . antí.. imo 'aeramento. on. i. tP em pôr uma

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532 LITURGIA

hóstia consagrada na custódia, que se coloca, quer no


trono especial e exclusivamente r eservado para ê te fim.
quer sôbre o corporal, diante do
acrário.
Na expo ição solene, fica
as im, o Santíssimo, exposto à
adoração dos fiéis por várias
horas, e mesmo o dia inteiro,
como é o ca o nas Orações das
Q1tarenta H oras, n a Oitava da
f esta do Corpo de Deiis, na Ado-
ração perpMua, e em certos dias
santos.
A exposição menos solene,
no meio do altar , se faz mais
amiúde : geralmente, todos os
domingos e dias santos, ao cair
da noite.
Trono para a exposição
solene. Em tempo de
quaresma e no mês
de maio, há, nas paróquias, exercícios pie-
dosos que se fazem de noite, e t erminam
por uma bênção menos st>lene ainda : o
cibório contendo a hóstias consagradas
coloca-se no altar, coberto com o véu, e
V éu do cib 6rio.
serve para dar a bênção.
408. - Quais são os cantos e cer_imônias ordinárias da bênção?

R. -No momento em qi1,e o padre abre o tabernáculo,


canta-se: O salutaris ou Ave verum, depois algwrn trecho
litúrgico em honra de Nosso enhor, de JV ossa enhora
ou salmos de penitência; termina-se pelo T anfam ergo
e a oração ao santíssimo acramento.
Primeiro, o altar deve e tar preparado e adornado
para a bênção. Coloca-se um pequeno trono no meio

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B . S ~ t O .)33

do al ar; c1. vela. de cera. quanrlo meno , deYE'm E' ar


fü•<:> a : põ<:>m-. <:>. "'eralment<:>. mai cancl<:>labro. com Y<:>la.
de c<:>ra. celebran e YC te
a obrE'p<:>liz, estola e capa.
Xo momento em que o
patlre ahre o tabernáculo e
toma a hóstia . anta para
IH1-la na cu tóllia, on o
c:ibtirio e t'xpô-lo no altar,
c:an a- ·e uma antífona on
<:>. ., rofc ao :-;antí. sim o .' acra-
mento: O ·alutari.'. por
exrmplu ou _frc 1·crnm ...
FL'ita a expo. i<;ão. o c:cle·
bran e clci a inl'en o no turí-
bulo, pro. tnH;e. e por n's
Yêzt's faz ...,ubir. para a h{>-, ia
. an a. \l!na nuYem ele p<:>r- < "!"' ri» bênção
fumes. É homE'nagem eh'
atlorac;ão tribu acla a Xosso :-;t•nhor. Yrrtlatleira e "uh. an-
c·ialmen <:> pre-,rn e na hú-.,tia l'O!lsagracla.
Depoi-,. potlem-;.r t·antar Yárias orações
li túrgil'a'- em honra elo sautí-,simo . 'acra-
mento. ela -,antí-,-,ima Yiq!Plll ou salmo
da penitt~nl'ia. _\ntl'" tla hên~ão, porém,
canta-. e o To 11! 11111 ergo. e a e trofe seguinte
r:enitnri. tlnrantr a qual
o ee lebran te incen a de
.noYo a santa Eucaris ia.
Termina c:om o l'anto elo
rcrsículo e da oraçiio ao
sr111t í.-si1110 1 'acramcnto.
Finda a oração, o
ac:enlo e ajoelha. recebe o 1·(11 unzcral. sobe ao altar. faz
a "'e1rnflexão, tomando nas mãos a cu.-túdia ou o cibório,

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534 LI'l'U RGIA

volta-se para a as istência. Enquanto o fiéi estão de


joelhos e profundamente inclinados, faz com o santís imo
Sacramento um sinal da cruz sem dizer palavra: é o que
se chama a bênção.
Logo depois da bênção,
tornando a ajoelhar ao pé
do altar faz ouvir acla-
mações ao Filho de Deus
e a tôda a côrte celeste,
aclamações que o p o v o

Véu umeral.

rep ete da mesma forma:


B endito seja Deiis ! ... ; e
em seguida r eza a oração
D eiis e S enhor nosso, pro-
Candelabro romano;
tegei ... , seguida de Pater, serve nas bênçãos do Santíssimo.
Ave, Glória.
Enfim, sobe ao altar e torna a pôr a hóstia no
tabernáculo, enquanto o côro canta um salmo ou cântico.
4 09. - Qual é a origern e o fim da bênção do Santíssimo?

R. - Principioii no século Xll e t em por fim


despertar a piedade dos fi éis para com o santíssimo acra-
mento.
Antes do século XV, expunha-se a santa Eucaristia
no altar, porém, não e dava bênção. A I gr eja e tabeleceu
êste uso para despertar a piedade dos fiéis para com o
santíssimo Sacramento, inspirar-lhe r espeito e amor à

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BÊXÇ.\O .'í33

. an ís ima Eucari. ia, C' akarn;ar g-ra1;as mai.· abundante


. ôbrC' os fipis que assim rC'vPbem a b0nção llo próprio
.Je:-.us 'risto.
É riê. tl' intuito lllE' a Ig- ·pja multiplica o núnwro das
bênçãos eom profu ão tal quE' haYia de pan•ter demasiada
a quem não atenta. sE' na.., preeisÕC's dl' no. so: tC'mpo. e
lll'('('-,sidadl' ela alma . l! til' . Pmpre reelamam rnawr
auxílio.
co.·1 11 :-<.\o PR Í.TH .\

A binçiío tlo Sa11Us.,11110 t.· para º' eristiios o sacrilécio do


ta "<lt. X o sa1·rifído da mi''ª ofrrel'ido de manhã, .J 1· u' ( 'rb o se
aprPsenh no estado de dtima imola1la por nosso. Jll'L':trlos: na
lii'.·n~ão, aparen•-nos 1·omo sohl'rano nwdia11"iro que Je,·a a Deus as
no sas homenagens e nos raz pm paga s•1as '"~11t;iios e seus hl'npfí-
rios. ~-ão o ignoram as almas 1·n•11tes e 1]e,·otas à santíssima
Eu<· a ris ia: 1·011,ideram a : ss1s Ln1:ia à liênt;ão tomo 'an agem
preeio. a.
E ck fa o. cai a hêm;iio 110 ~antíssimo stihre l'stas alma.' tomo
orntlho h<>nfazejo: cl:'t fim· a : os fr: 1·os. arrepenclimen o aos p1•ta-
dores, ak•1Ito aos jus os; santifita nossa: alegrias, "uaYiza nossas
múguas, ineu e-no" únimo para um rlía ou uma s1•mana <le lutas,
de trab:llhos l' muita· vêzrs de tris ezas.
ó 111cu D< "· 1111< ro. o 1 rni., 11 1 zi ,z,
r. ª"·' "lir 1) bi11ç1io ilo
sanfís.-11110 ,'acramlnfo, l-'/1'<'1<1/11111111 110., do111in[10"' tl"a.- sr111fos,
e ta111bi111 na quaresma. 110 1111" tlt 111<110. 1 na oilarn tia /t sla do
Corpo de Dc11.,.

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536 LITURGIA

FESTAS DO ANO CRISTÃO

§ 1. - F es ta s e m g e ral e di vi ão do a no c ri tão.

Noção do nno cristão. - Dia s feriados e festas. - Divisão geral das festa s.
- Grandes época do ano cristão. - Vigílias e oita..-as.

410. - Q1ie é ano cristão ?

R. - Ano cristão é a sucessão dos dias, das fe tas e


das grandes épocas religio a que a I greja santifica cada
ano.
O ano cn:stão não é õmente, como o ano a tronômico
ou civil, uma sucessão de dias semelhantes e iguai : tTaz
consigo lembranças e aniver ário que ão querido para
os cri tão . Também não começa na me ma data; é na
primeira dominga do advento que e abre o ano litúrgico.
A semana, de in tituição divina, ficou endo ba e da
divisão do tempo; ma a Igreja não conhece - a divi ão
em me e ou e taçõe ab olutamente regulare : divide o
ano cristão em grande 'pocas, que lembram período de
antificação; finalmente, f sta mai ou meno olene
vêm quebrar a monotonia do dia uniforme .
O intuito da Igreja, ne ta diferente in tituições,
foi: 1.0 in truir-no e santificar-no , pondo uce ivamente
debaixo do no o olho o mi tério e en ino de o o
Senhor J e u ri to, o exemplo de o a enhora e dos
santo ; 2. 0 manter de perta a no a atenção, e fortalecer
a no sa piedade, dando ao culto mai variedade, e também
antificando alguns dia com mai olenidade, propor-
cionar ao povo cristão gozo anto puro , muito mai
úteis e proveito o do que o profano com que
e trata de diverti-lo.

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FF,TA. RF.LIGIO AS 537

411. - Falai pri111r1ro no.< dias rlo ano cri~tão.

R.- O primeiro dia. o domingo, 'o dia do enhor,·


a egunda-fcira é d licada aus ·anta· a11jo · a têrça-feira,
a11to apó·tolus: quarta . a Jío .lo. é : quinta . ao antí -
imo • acramcnfo : c.rta. <l l'aixiio; o âbaclo, à santí ima
r irgcm.
Para o cri. tão que compreende a . ua reli()'ião, a
I greja quer que cada clia do ano seja de fe ·ta. - De i()'na
todo o dia da emana pelo nom latim féria, que tran -
formamos em feira. e signifü·a a um t('mpo fe ·ta e
de ca11 o: fe ·ta ou júbilo da alma, tle. can o do trabalho
de de. orcl('m e de peeaclo. O prinwiro dia. ou primeira
feira é o do111i11go ( Dic .~ r/111111111('(1, dia do , enhor ),
con. agrado ao culto da santí. ·ima Tri11dade. outro
dia êm ambém a . na LleYor;ão e pe<:ial: a eO'tmda-feira
é hoje dedicada aos sa 11 to.· a 11 •. os; tl\n::a-f eira. ao santos
apó tolo : quarta, a .·1[11 .Jost' : quinta. ao santí imo
, acra111e11fo; .exta, à J>ai.rrlu; e a sétima ou .ábado, à
santí · i111a l ir[Jllll. ~\lém desta cleYoção particular,
festeja-s(' eada dia um -,an o t·ujo nome a Igreja e. creYeu
no martirológio . isto é. no rol dos "ianto t1ue podem er
honrado por culto público.
412. - Como .·r di1·irl1111 as fr,,/a., tio ano cristão?

R. -Dividem- e c111 fc:tas 111ríveis imói·ei'. As


primeira . e celebram co11scn·a11do scmpr . o me mo
intcn•alo com a. I'ú coa : a. outras . rclebra111- e . mpre na
mesma data do 111ês.
Damo. a conhecer a cli tinc;ão que se eleve fazer entre
a·· fe. ta. ele obrigaçrlo e a. de rlaoçrlo. a. primeira
impo.ta. ao no. o culto. a: outra. , cl ixacla à no .. a
piedade.
Temos ele es abelec.:er. no ponto ele Yis a li túi·()'ico,
outra diYisão: fc. ta. mói-eis e f ta: i111ó1· i . . ão fe. ta
móvei a. que e celebram con:en-ando empre o me mo

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53 LITURGIA

intervalo com a P á coa, e, portanto, variam com ela. --


A f estas i?nóveis ão a que se celebram sempr e na me ma
data do mê , eja qual fô r o dia da semana em que cairem.
Para determinar a f estas rnóveis, a base é portanto
a festa da P áscoa. Entre o Judeus, celebrava-se esta
fe ta, consoante or dem divina, no décimo quarto dia da
lua de março. Entre os cristãos, fica para o domingo que
segue o décimo quarto dia ou lua cheia de março. Pode
variar entre as datas 22 de março e 25 de abril. As festas
móvei que dela dependem são, - antes da Pá coa:
Set11ag ésima (nono domingo que precede essa solenidade)
com o domingos seguintes denominados Sexagésirna e
Qiiinqiwgésima, e depois Quarta-feira de Cinzas, que
abre a quaresma, e a solenidades da Paixão, de Rarnos
e da ernana Santa, na quinzena antes da Páscoa. · -
Depois dela : Ascensão, quinta-feira, quadragésimo dia;
P entecostes o quinquagésimo dia; Trindade no dimingo
seguinte; f esta do Corpo de D eiis, na outra quinta-feira,
e enfim a f esta do agrado Coração, na sexta-feira que
segue a oitava da fe ta do Corpo de Deus.
413. - Quais são as grandes épocas on principais t empos do
ano cristão.?

R. - A divisão do ano cri tão erri- grandes ép ocas


baseia-se sôbre as grandes festas do Na tal, P áscoa e
P enfocostesj est~ épocas são o advento, o ternpo do Natal,
e depois da Epifania,· a qnaresma, o tempo pascal e o
ternpo depois do P ent<j_costes.
.
O advento abrange a quatr o semanas de preparação
à festa do a tal; a quaresrna, é composta da seis semanas
de penitência que corr em antes da festa da Páscoa;
T ernpo pascal é o p eríodo de oito semanas que acaba com
a oitava do Penteco te .
Entre o advento e a quaresma, decorre um tempo
mais ou menos extenso, conforme a P áscoa estiver mais

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F E S T A S .)39

ou meno;, adiantada: dali nm núnwrn Yariáwl ele


domingos dcpoi,' da Epifania: não poll<', contudo. ser
inferior a lloi~ nem C'Xl·etler . ri .. - ~\.;,. im também, o
período entrl' f>l 11fl<·osl1 se o ~l<IL'111/0 sPrÚ mais 011 me1rns
comprillo . egumlo a tla ta lla Pú-.;eo<L () número de
domingo di poi · do 1\ 11tcco ·fl » não potle er inferior a
Yinte e quatro nrm exel'tler Yinte e oito.
4 14. - Que ,,iio l'lf/í/ ª" t 01 la rn., rl11s (1 sl11s)
R. - rigília ' a i·é.J>(ra rll 111110 festa. Oitarn é o
inten•alo de oito dias IJlll .·l!Jll! 1111111 fl.·fa.
l\Iuita. fc. ta;. têm. para a Yigília. ofíeio partiwlar
que prepara já a eeh>hntt·ão da frsta. e temos Yi. to na
expli<:ação do. mamla1111•11tos da IgT1•ja. quE' as Yigília do
,Yatal, do J>entuostcs . da ~hrn11çii11. ela Pesta rlc Todo.
o ''antas . ;,ão dia>. de ahstirn;neia. ~\. fo.Tpja quer, desta
manc>ira, que eelebn•rno l's-.,<h >.o]Pnidades eom mais
perfei<;ão e maior prowito.
Oitai·a é o intern1lo de oito dia. <1ue segue uma fe . ta
mai. importante. ,\.Igreja. jnlgarnlo não er ba. tante um
. ó dia para a celebrar eurnliu-rn1mrn k. <:ontinua por uma
. emana inteira a eomemonH;ão. ,\.s fosta;, que têm oitaYa,
ão: 1. 0 X atal: 2. 0 E pif1111 io: :3. P1íscoa; -±.º ~1. cc nsiio; .).º
Pentecostes ; 6. 0 fe ·ta do Curpo rlr Deus; 7. 0 fe ta elo
anto: apó olo. P dro < Paulo; ~.' ,1. su 11ç1io : 9. 0 .Yati-
l'idadc de .Yo.· ·a •'111 /wra: 10." (1 sfrt i/1 T11r111s os • 'lf ntos;
11. 0 fe.-ta da Dcrlicaçüo; 1~." l 11zornlada Co11cLi~·1io; 13. 0
fe tn do Padroeiro ele <:ada paróquia; às Yêzes, a ele um
padroeiro ela cliocP~e.
( OX< Lc.·.\o l'!LÍ.TH \

A admir{n·el cli1·isão <lo ano nistüo q•1< J.ra a mono onia 1lo
tempo: corre ponck às Jl<'<'l'ssida<ks elo cora1Jio, instrui o cristão,
alegra-o, fortifiea o 1· anima o. - '\ º'"ª" [1 ·''ª"
1·,.islii., não s·io
sõuwnte anil'er ários de a1·ontl'c-in1t·11tus <jUl' intl'n•ssam a n·li~i:io;
ma , lembrando-no. o· tol'antes mistérios que s!' c-umpriram para
a ah-ação do mundo, renonun o· fruto para cada um de nós.

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540 LITURGIA

As grandes épocas do ano são também para os cristãos estimulo


e ensino: contribuem a pôr as almas no estado em que Deus de eja
achá-las.
Assim é que a Igreja da terra se torna figura da Igreja
celeste da qual pa rtilhamos já as emoções e os triunfos; a suces ão
das f estas também é, na vida cristã, o prelúdio da bem -aventurada
eternidade.
§ li. - Adven to e Natal.
Noção do advento. - In stitu ição e fim . - R egras litúrgicas particulares a o
advento. -'- Festa do Natal. - Suas particularidades.

415. - Qite é advento ?


R. -Advento é o tempo em qiie a Igreja se prepara
a celebrar o nascimento de Nosso Senhor J estt,S Cristo.
O Advento começa no domingo mais próximo da
festa de sauto André, a 30 de novembro, e dura quatro
semanas. E stas quatro semanas representam o quatro
mil anos durante os quais o mundo esperou a vinda do
Messias. A I gr eja quer que sejam para nós emana de
suspiros e de ânsia, segundo o exemplo dos patriarca ,
que anelavàhl pela vinda do alvador, porquanto com-
preendiam que esta vinda era neces ária e avaliavam
quão vantajosa seria.
416. - Dai a conhecer a origem e instit1.1ição do advento
assim como a maneira ele santificar êste tempo.

R. - A instituição do advento remonta ao século


primeiro. Outrora, jejuava-se diirante o advento. H oje,
a Igreja encarece especialmente o espírito de P,e nitência
e a oração.
A origem do advento é muito antiga: sua instituição
r emonta ao século primeiro, século dos apóstolo . Para
melhor preparar os fiéis à celebração das fe tas do atal,
a Igreja nascente já lançava mão de exortações mais
frequentes, de exer cícios de piedade mais demorados e
mais procurados.

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'>AT.~L 541

utrora. jejuaYa-. e Llnrante o adY nto: era um


e péeie d e quaresma. :'llonnm •iltos l1os . ée nlo. Y e YI
informam-no. l1e lJlH' o jejum era obrigatório para o
iiéi . tr">. dia.' de l'ac1a . enHma no adYento, <tlrnrta, •xta
ábado. e todos o: dia nos mostl•iro , end o que e. ta
prátiea e con erv ou em muita.- onh•w r elig io-a.
H oje , não há mai. obri<-a<;ão l1e je.inm n m de ab ti-
nên l'ia para os fit'·i.., n o athcnto. Entre auto, a Ig reja
nearece l''Pl'L"ialnwnte para ê te tempo o .·pírito de
p nitlncia e a uraçiio . C' é ne-.te intuito que, em ;-ária
pa r óquia-. . . • realizam_ no adwn o. prútil:a. e exercfoio
particulare ~ .

417 . - Qua" 8liu a~ rt f/r<l,, l1t 1ry1c<1., t -'Jl< ciai., para o santo
empo do adrt nlo?

R. - .Yo arli·cn to. 11 l g11Ja 1/\11 para111c11 to· roxos .


. uprimc a ~il luia durante o:; 6 rl1as rlu , mana, o Glória
e o T e D cum.
Entoa o R oratc e nos oitv rlias <Jll pr e dcm o .Yatal,
reza a:; granrll · a11tífuna · rlu O'.
X o tempo do a1li-c11lo. a l gre.ia u..,a paramento roxo
rm .·inal c1e tri . teza e penitênl'ia. e :-.nprime. do ofício
f e: tiY o, na L'mana , o ea nto da ~ 1 7 cl u ia, con erYauclo-o
. emp r e no domin<Yo ·orno grito de esperança.
O Glória in c.i:ccl.-is l' o T e Dcum também. eanto de
alegria. não e rezam mai . e é proibida a . olenidade da
núpcias.
· A I r eee da bênc;ão: R orntr . cocli. de upcr ... , ão
um apêlo -ublime ao :Jle -ias, tirado dos de ejo e acentos
do profe ta .
Para tornar mai efieazes essa. cerimônia., a Igreja
n o· lembra, n o primeiro domingo do aLhe nt o, o pernod-
mento do juízo final e o -egundo adYento do Filho de
D eu e no domingo que ·eguem, o en ino e a

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542 L I TURG I A

exortaçõe à penitência que ão João Bati ta dirigia ao


povo judeu qu e o vinha ouvir na mar gens do Jordão.
E nfim, nos oito dia que pr cedem o atal, r ezam-se,
no Mag1víficat, antífona própria , chamadas grandes
antífonas do O', por come ar em t ôda com invocações ao
al ador tirada do e crito do Antigo Te t amento.
418. --'- Que é a f esta do atal?

R. - A festa do Natal é o aniversário do nascimento


de osso enhor J es1i,s Cristo, em B elém, na noite de 25
d dezembro do ano de 4004 do rniindo, segiindo a
cronologia viügar.
Durante vário século , a ignor ân cia da data precisa
do na imento do alvador fez com que e, confundi em
numa mesma fe tividade, chamada T eo f ania (manifes-
tação de Deus), a dua olenidade da Natividade de
No o enhor e d ua Adoração pelos Magos. Em 336,
o papa Júlio I deter minou a verdadeira data da prÍmeira,
e a fe ta do Natal vem a ser uma da mai importantes
da Igreja.
O pormenore do na cimento do Salvador são para
nó cheio de mi tério e en ino : J e us qui na cer num
e tábulo, quando podia, da me ma forma, ver a luz num
palácio; deu as im o exemplo da hwrnildade, que havia
de er a virtude de ua vida tô da. J e u não quis t er como
berço enão uma mangedoura ; como roupa, panos
empr e tado ; e como pr.imeiros fi éis, pobres pastores : tal
escolha revela ao mundo o desapêgo do ben da terra. -
J e us, enfim quis, entr etanto na vida, ofr er a pobreza, o
frio, o aban dono e as im, p ela mortificação v oluntária,
começou a expiar o no os p ecado ; ao nosso orgulho,
opô a u a humildade; ao nos o amor das riquezas,. o seu
de apêgo ; à no a sen ualidade, eus sofrimentos.
São e ta as li ções do presépio de B elém.

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X A T A !, 543

no mai8 alto
Inst. Reli . - 1

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544 LITURG IA

: o primeiro

em que

419. - Quais são as particularidades próprias ela f sta elo


atai?

R. - tr "
o o

pfrifoal em nossas
comunhão

há obriO'a ão para o fi'i de ouvirem a trê


a do atal: uma ó é d pr e ito, a da meia-noite,
ou qualqu r outra à vontad
PRÁTICA

ão João Bati ta dizia ao povo que vinha ter com êle: "Pre-
parai o aminho do nhor; endireitai ua veredas; tôda a
olina aplainará, todo o vale e encherá ! Todo homem há de
v r o Enviado d Deu ( . L 11cas, m 4-6).
E a palavra a Igreja a rep te ao cri tão, no advento, e
• t , ntão por ua vez, faz e forços para apar !ba r- e pela oração,
o r olhim nto e a penitência, à >inda do Salvador; a rrasa diante
d" t alvado r a alt ro a montanha do orgulho ; enche os vales

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E P I F .\ X I .\

da pu ilnnimirlade e do rh>,.;únimn, l' assim n1L•n•1·P 1·on Plllplar P


ret•ehcr o Endado de Deus.
De,·pmos amiúde n·p1·tir a .l1·:u: a frasl' 11a 1•rri-a .ld1sl1,
/írld1.·: (,11r111 não harw d1 a11111r <lf/r111/1r11ln •• 111111/l '1'" 1•r111111ro
nos a111011 tnn to!

§ JII. - F ~ t a;. da infância d e J 'u' : ircunci•ão, pifania.


Âpr<'•<' nl a ão.
Ft.•...,ta d ... <11n·u11c1...,ão. 1>1~110 ... u: t ... q 11 1·01 1 para t· ... ta 'ºll·11idatle.
FP"-ta dP Epifania. - Partit·ularitlad .. quH a di ... tiul!uPm. - Aprest:•ntn<:iio
dt .Tt· 1s no Tt:'mplo. - ~ l'Htime11tt-. fJlll t''"'ª ft.· ... ta rlt'YP cxei ar

4 20. - (,1111 /1 11111~11 11 j1 .·111 1/11 (' rr 111r .,ijo

R. - . 1 flsfa da ('irc1111ci.·iio. l1111b/'ll " ceri1111i11rn d11


lc i ,111rlaica . 11rl(( q11ol o f1l/111 dr 1 w s1 r 1·1111s11urr11lo a J)r 11.'.
.\ fr.-ta ela ( 'irc11111'Í:1/11, qllt' st• t·elehra a primc>iro dr
janPiro, tlia da oitaYa do >:atai, lt•mbra qul' oito dias
clPpoi,.. do sen na. <'Ímento, >:os. o . 'pnhor l'lllllpriu uma
c·prirnônia ele lPi jrnlait-a. pl'la qual o filho tleYia l'r
c·011.·ag-rado a Deu.-, segundo o sinal tla alian ·a c1ue Deu.
lil'l'H a .\braão.
É tamh{·m ue:te me. mo dia qlll' a família punha
um nome na crian ·a rt't·í-m-uas1·ida 1• >:o.·so . 't>nhor
l'l'<.'elwu o nomc> de Jr .·11.·. indit·aclo 1wlo anjo (;abriel. 110
dia tla .\n um·iac;ão . '. J,11111 .• 11. :!1 .
•\ ft>sta ela ( 'in·t11H·isão !1•111. pois. d.iplo fim: foi
in til uícla tle tll' o. primeiros 1·1·ul1h para honrar o
inl'i'Íl\"l'l mi. t(>rio pelo qual .)p li ('ri to. 11h111PIL'1Hlo-se
a uma <.'Crimônia dolorosa. onlt>nada por ::irois1~" dt>tTamou
as primc>ira · gotas do sPll sang-u" t' nos dl'u !!Tarnle
c>xt•mplo dt• hrnuihlad1>. ohl'dií'•1wia <' pt•m ern·ia; rm
. t>gumlo lugar, foi estaht>kl'ida para honrar o san o 11011w
clP J1s11:, nollH' tliYino JH'rantP o qual ··tido o jol'lho <'
clohra. iio 1·1~11, na tP1Ta l' nos i11f1·n111s ... diz . '. Paulo
Fil., n, -1 ) ; "nome dt• podPt', amor t' \ 1 t'>l'ia ··. a1·n·st'Pl1 a
. ão nPl'llêlrtJo; poi !Pmbra, élO Ili 'slllO tempo. O JHl l«>r tlP
um Deu cr iador e 1lominador do m nmlo, sah·a lor

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546 LITURGIA

gener oso que sofreu e morreu por nós, conquistador que


entrou vitorioso no céu para nos preparar um trono.
421. - Quais são as disposições que convém' a essa solenidade?

R. -Primeiro, sentimento de gratidão. Segundo, de


ódio ao pecado. T erceiro, para o santo nome de J esus,
sentimento de respeito e veneração.
Primeiro, sentimento de gratidão para com o Salvador
que começou naquele dia a obra da nossa redenção p ela
efusão de seu sangue.
Segundo, ódio ao pecado, que foi a causa dos primeiros
padecimentos do menino Jesus, e também espírito .de
mortificação e penitência, de conformidade com o nosso
divino modêlo. - É êste pensamento que levou a I greja,
nos primeiros séculos, a ordenar o jejum no mesmo dia
que os pagãos consagravam a regozijas inteiramente
profanos, em honra de sua deusa Strena ou Str~nua.
Terceiro, enfim, para o santo norne de J esus, senti-
mento de respeito e veneração que no-lo faça pronunciar
com atenção e r econhecimento, inclinando-nos segundo
o exemplo da I greja, sempre que êle está pronunciado no
púlpito ou nos ofícios litúrgicos.
422. - Que é a E pifania?

R. - A Epifania é festa pela qiwl a I greja celebra a


manifestação de J erns Cristo aos gentios na pessoa dos
Magos. Cai no dia 6 de janefro.
A esta primeira comemoração, a I gr ej a acrescenta a
glorificação do Salvador em dois outros mistérios : nas
margens do Jordão no dia do seu batismo por são _João
Batista e nas bôdas de Caná, quando Nosso Senhor f ez
o primeiro milagre, mudando a água em vinho.
A princípio, f estejavam-se a Epifania e o Natal no
mesmo dia. Logo no século quarto, separou-se esta
daquela, e foram distintamente celebradas com solenidade

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E P I :F' .\ X I A

igual. quer no O iclente, <juer no rirn e. A voca •ão elo


gentio.' à f~ cri. ii. na pc-; ·oa elo JJ agos, foi o obj to
principal ela fr ta da Epifania.
O eYangC'lh) narra que ê-,trs )fa~o eram .. úbio. <lo
Orien e. a <juem e dú geralmente o nome de rei .. Uniaclos

EPrr.axu.. - Os reis .lfa 10. adoram o Jfrnino Jesus.

por milagro. a e rêla. vieram adorar .J e u no pre t;pio e


oferecer-lhe pre ente .
A traclir;ão con. ervou o nome dê-, ·e. trê peL onagens
oriundo. <la ~\rúbia ou da 'altléia. 1wnc1o- e a caminho
com ardor e genero idade digna de admiração: charna-
>am- e Ga.par. Jl clchiot e JJalta::ar. ~\ i!:rreja ele Colônia
po sui e honra sua. relíc1nias. Traziam prncluto · ele na
terra : ouro, inccn. o, mirra , e e ta c1úcliva tinham
ignificação imbólica.
Apre entaram a .Jesus ouro , como tributo que e dá
a um rri; 111ccn o. como homenag"m de aclorac:ão qne e
pre ta a D eus; e m1rra, que rve para embal amar os

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548 LITURGIA

corpos, reconhecendo assim a natureza mortal daquele


que adoravam.
423. - Qiw is são as particularidades que distingu em a
Epifania?

R. - São três 1. 0 o ofício começa sem invitatório e


sem hfrio; 2.0 faz-se ilma p1·ocissão em ·entido inv erso;
3.º depois do evangelho, o diácono piiblica a data do dlia
da P áscoa.
São três a particillaridades litúrgicas que distinguem
essa importante solenidade.
1. 0 O ofício começa em invitatóri o e sem hino. A
razão que se dá é que a I gr ej a quer imitar assim a pressa
que tinham o Mago em vir adorar o Salvador ;
2. 0 Em certos lugares, faz-se uma procissão em
sentido inverso, para lembrar que o Magos, avisados
pelo anjo de se acautelarem contra a p erfídia de H erodes,
r egressaram a seu país por outro caminho;
3. 0 O diácono, na mis a solene, publica, depois do
evangelho, a data do dia de Páscoa e mais festas. que
dela dependem.
Um uso que nada t em de religioso, senão r eminis-
cência de festas pagãs, é o de sortear wrn rei no dia da
Epifania. Hoj e em dia, não há nisto cou a alguma que
censurar. Nos séculos de fé, era entre os pobres qu e as
famílias cristãs mandavam sortear a r ealeza; lembrança
dêste fato é a parte da r efeição que se aparta atualmente
para Deus e os pobres.
424. - Que se deve faz er para celebrar dignamiente a
Epifania?

R. - É preciso: 1. 0 agradecer a Deiis ter-nos chamado


à verdadeira religião; 2.0 rezar para a conversão dos
infiéis e dos pagãos; 3. 0 oferecer a Nosso Senhor o oiiro
da caridade, o incenso da oração e a mirra da niortificação.

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PURIFICAQÃO DE YARIA. 5-19

É preci o : 1.0 agradecer a D eu ter-no chamado à


verdadeira religião como chamou o ::\fago ao eonheci-
mento do Me ias e da verdade.
2. 0 D irio-ir-lhe oraçõe fervoro as pela on ena ão
da fé no paí e cri tão e pela conver ão do poYo ainda
infiéi e pagão .
3. 0 'orno o Mago · of r cer a ~o o enhor alguw
pre nte , pen ando que o ouro repre enta a caridade;
o incen. o, a oração· e a mirra, o e pírito de mortifica ão
e de penitênc.ia que pre erva a. alma do pecado ·orno
A. e p rfumc pre erva ela corrup<;ão o corpo ..
4 25. - Que lembra a f ei;ta da ..lprcsentação dt· Je::W;, an
tem pi a 2 de fevereiro.
R. - L mbra que J u é a luz do mundo. É por i 'O ,
qu na proci ão daquel cliu, ·e levam 1• la benta'.
\. l i cl foi é preceituava que o filho primogênito,
quar nta dia· d poi do ·eu na ·cimento, fô:. e apr :entado
ao t mplo de J eru além e eowagratlo ao , 'enhor, pocl ndo,
no entan o, ·rr re. O'a aclo, pelo preço de cinco moeda ·
ele prata. - .A lei ortlenava mai: um ·acrifíeio para a
purifica ·ão da mã , e e · a ofrrta devia :er o holoca u to
d um •orckil'o e cl uma pomba . . 'endo pobre a família,
podia ub. tituir o cordeiro por outra pomba. ra, o
evan()' lh narra qu no q uadragé imo dia clepoi do
na cimento do menino Je. u , eu pai o levaram a
Jeru. além para cumprir e<; a clupla orclem, que. afinal,
não lh . dizia re peito: p i. , aqu l que era o m nino
D eu nã n ·es. itava t r apre ntado a anticlad d
faria a i utava cl quah1uer purifi ·ação leo-al.
J u. Maria, por ~m :ubm t ram- e com oh cliência
i(l'ual à na humildade, para tirar m to<l pr .x o à
no . a revolta . Para o re O'a e do . 'alYaclor, leram a
e mola d vida, e para a purificaçã leo-al da Yir()'em
Maria, acrifício do p br : dua pomba (.'". Luca
II, ~ .. -24).

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550 LITURGIA

É êsse duplo mistério que se lembra na festa do dia 2


de fevereiro, instituída logo nos primeiros séculos, com
o nome de Apresentação de J esus e Pitrificação de Maria .
Dois fatos assinalaram essa dupla cerimônia: um
ancião, .chamado Simeão, que aguardava a redenção de
Israel, veio ao templo no instante em que apresentavam
o menino J esus. Tomando-o nos braços, deu graças a
Deus e pronunciou as palavras do Nunc dirnittis, cântico
no qual expande a alegria que experimenta, poden do
morrer, agora que seus olhos contemplaram o Salvador
destinado a alumiar tôdas as nações. 'l'ambém profetiz"U
que Nosso Senhor seria alvo da contradição, tornando-~P. .
para uns, penhor e causa de ressurreição, e para outros,
ocasião e motivo de ruína eterna; anunciou mais à
santíssima Virgem que teria a própria alma transpassad a
por uma espada de dores.
Havia ainda uma santa mulher viúva, por nome
Ana, que entrou à mesma hora no templo: reconheceu
publicamente o Salvador prometido e falava dêle a todos
os que esperavam a r edenção.
Uma vez t r ibutadas ·essas homenagens ao mi>nino
Jesus, vemo-lo, depois, levar vida oculta e humilde em
Nazaré (S . Lucas, n, 25-39).
Para comemorar êsses acontecimentos, e lembrar
que Nosso Senhor, segundo a palavra de Simeão, foi a
luz do mundo, levam, naquele dia, na procissão, velas
bentas, e é por isso que essa festa é chamada vulgarmente
e andelária.
426. - Quais são os sentimentos que convém a essa solenidade?
R. - Devernos oferecer-nos a Deits com ardor igual
ao de J esus, mesma alegria e generosidade.
Nosso Senhor quis conformar- e com a lei mosaica
da apresentação e ofereceu-se livre e generosamente a
seu Pai: devemos, seguindo êste exemplo, oferecer-nos
a Deus com igual ardor, mesma alegria e generosidade,

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Q ARES MA 551

porque J esu r i t o no trouxe a luz da Yerdade,


e de ejo o de co rre pon lermo a e a luz. gl rificando-a
na açõe .
Iaria, em que a lei a con trancre e, por humilda e
e obediência, ubmeteu- e à purificaçüo: d Yemo imitar
e a humilde e perfeita conformidade da an í ima
Yircrem e cumprir, m di. cu ão nem queixa, tôda a
pre cri çõe da lei c1 D u ou da Igrej a, ofer ecendo a
Deu todo o acrifício que a obediência e:s:iO'ir para
alcançarmo a pur ificac;ão do. n o o pecado .
CO~CL ÕES PR1TICAS
I. endo a festa d:i. C1rc1111c s<io iní ·io do ano no>o, com·ém,
oes a oca 1ao : 1. 0 que agr'l<kc'.lmn · a n" s ~"la~ "'r· "ª' rer ei.;,fa
durante o ano findo e peçamo p rdão pela faltas cometidas:
é o pen amcnto da I crn'.ia l" 1111lt1 1 lo. nu 1 _m d a o, 1 B .t(·,iv do
'ant'.~s11110 cm ação de gra1;a~ e ,.m repara~in : ~-º qu~ oferL'çamo
a Deu o ano que come.;a e taln>z s· j·1 . para nús . o últ mo ela Yid t;
3. 0 que renoYem os o nos•os sentimL'll os de earirbcle para com o
próximo a quem apre-entamo,, \'Ot is <lo ano b 111. O meio <le ornar
ê se YOto eficazes é acre -ec•n tr- lhr: as ora·;iíe~ mais frn·oros:ts.
II. A outras fe ta da InfúnL·ia <le Jr- ,1,,, Ep'jania e . ! presen-
tação, têm um encanto e-pcci.ll. Q m não :una ri:t o menino de
Belém . Quem n'io de ~ejaria goz r rl 1 YC?tt 1ra d os :1fa..:1h ~ Quem
não se ri a feliz se puclc~se a1.;o:.1; :,nhar o ,'ah-·1•lor ao T ·mplo?
"ó J es us, com o reis Jfa gos, nós ros adoramos! Conrosco. no.
consagramos a D eus, e repetimos e n nora mos, no jundo dos
corar;ões, as promessas elo 110;; o ba ismo .'''
§ I V. - Q u arc::-ma e Se mana san a .
Q uaresma: preparação. - )[an eira de •an tif icar a quaresma. - Semana
santa. - Of ícios e cerimônia da Quinta feira santa. - Cerimônias
pa r ticulares na exta·feira santa. - Ofícios elo ábaclo de Aleluia.

427 . -Que é quaresma e q11ai. s-lo as in til it;iícs lil ·írgicas


e cerimônia que a ela nos preparam.'

R. - Qu ar ma é o vcríodo dos quarenta dias de


jejum que precedem a festa ela Pú coa .
As in tituiçõe litúrg ·ca e c"rimônias ql'e a ela nos
preparam süo: as preces das Q uarcnta II ora e a
cerimônia das Cinzas.

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552 LITURGIA

A quar ma exi te de de os apó tolo , que limitaram


duração a quarenta dia , em memória do jejum de
ri to no de erto. - o quinto mandamento da
Igr ja, explicamo os d ver e de ab tinência e jejum
impo to ao ri tão ne te anto t empo.
o intuito de en aminhar-no para êle, a Igreja
e tab 1 ceu : 1.0 o domingo d eiiag sima, exage vma
e Qninq1lag' irna, que no aproximam mais e mai dês e
p er íodo d penit ~ ncia. Durante e sas trê semana , a
I gr ja u a paramentos roxos suprime o Glória in excelsis,
a Al l11,1·a, o T e D eum cânticos de alegria, e incita-nos,
p 1 evanO'elho que escolhe, a trabalharmos com mais
emp nho no ultivo e amanho da no a alma, e a ouvirmo ,
ma1 a íduo mai pi do o , a palavra de Deu .
2.0 As pr ces da Quar nta H oras. - Enquanto o
mundo ao apr oximar- e a quare ma, procura di trações
e div rtimento muita vêze culpado no carnaval, a
Igreja convida eu filho ao p és do altares; expõe à
adoração do fi éi , por trê dia , domingo, segimda e
rrça, a antí ima Eucari tia; pede-lhe o r colhimento
e a oração, quer para prepará-lo à quare ma, quer para
implorar o perdão de Deus pelos p ecado que e cometem.
E a institui ão é do éculo XVI; e tabelecida em Milão,
em 1534, e palhou- p or tôda a Igrej a católica.
3. 0 A cerimônia das Cinzas. - a q1larta-feira em
que começa a anta quar entena, faz- e a impo ição das
Cinzas. Com olenidade, o celebrante benze cinzas no
altar; depoi de a antificar p ela oração, a água benta
e o incen o, põe-a na cabeça do clero e do povo, e a cada
um dirige e ta palavra: " Lembra-te, ó homem, que és
pó e pó te há de tornar!" Logo é o pen arl'l.ento da morte,
e também uma lição de penitência que e evoca ao fiéi .
De fato , a cinza empre foram entre os antigo , ímbolp
de luto e dôr profunda. Davi, no extremo da mágoa,
cobria-se de cinza , e os inivitas, ouvindo o convite de
J ona , fiz eram penitência com cinza e cilício.

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E M A N A ANTA 553

o prim iro . écul ri tão . a Igreja introduziu


o co turne de pôr cinza na front e do. pecadore . e. pccial-
m nte do penit nt púb lico . P or humildade e inal c.le
arr pendim nto, to los o fi éi qui eram participar de a
cerimoma, que fi cou como preparação eloquente para a
p nitência da quare ma.
4 28 . - Que .':il dcn fa:er para santificar o tl'm/10 da
quare ma?

R. - D ev mo : J. 0 ob n-a1· o Je)l lin a ab tin Ancia


que a I gr ja pre crac : :2.º empregar mai tempo na
ora.ção 11a boa obra.s; 3. 0 prcparar- 11 0 · em cl mora. à
comunhão pa coal.
P ar a antificar a qnare. ma . clcw-se: 1. 0 ob ervar
egunclo ua fôrça a ab. tinêneia e o jejum que a ! ~ r eja
pre cr eYe. - om efeito. todo. nó preü amos de
peni ência p elo num ero o::; pecado. que temo. c:ometiclo
durante um ano inteiro <le indifer ença. esquecimento. e
muita ' êze de fr aqueza crimino. a. Ora. o melhor
de agraYo é o que a J g reja no.· pede, propor cionado à
no a fôr a e do qual não no podemo i entar em
di pen a.
2. 0 Empre"'ar mai. tempo na ora ão e na boas
obra . - ofício da I gr eja ouYiclo com mai atenção
a mi a al"'uma Yêzes na emana, leitura piedosa , o
:s:ercício da Via acra, e mola. rna i. abundante ao
pobre e à obrn cl caridad . ·ão outra. tantas prática
útei , junto com o trabalho e as pena da vida,
r•eligio am ente aceita e up ortacla .
3. 0 Enfim , a I gr eja, no anto tempo da quare ma,
e tabeleceu prática · mai. frequente e e pecialí ima ,
eguida "'eralmente ela b Anção: convém a i tir a e a
in truçõe , e a :im r eanimar- e na fé na Yida cri tã ·
enfim, preparar- e em demora à comu nhão pa coal pela
confi ão.

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554 LI TU RGIA

4 29. - Que é a Semana santa e q uais suas particularidades


litúrgicas?

R. - A emana santa é a que precede a festa da


P áscoa. A s particularidades lit úrgicas são: a bênção dos
ramos e a narração da Paixão completadas pelo ofício
das Trevas e o canto da lamentações.
A emana santa é a que precede imediatamente a
fe ta da Pá coa. É chamada santa p or causa da santidade
dos mi tério que nela e cumpriram. Como prep aração, a
Igreja no dá a dominga e a emana da Paixão. Então,

. 1
/

Nossa Senhora das Dôres. - J esus posto no t úmulo .

enco bre com véu r oxo as e tátuas e imagens de Nosso


enhor e do santos, em sinal de luto ; fala-nos amiúde
da paixão e da cr uz, e na sexta-feira da Compaixão de
l\'laria no alvário.
f I. A emana santa começa com a dominga de Ramos.
Antes da mi a, o sacerdote benze solenemente os ramos
e os distribui ao cler o e aos fi éis, que os levam na
proci são. - E ta cerimônia comemora a entrada triun-

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S E :lf A •• A S \ •• T •.\ 555

fante Je Je u- Cri· o e1n Jeru a11:m, algun <lias ante Je


ua Paixão. O poYo Y ·io ao encontro J ~le: atiravam
ve timeuta na sua pa . ag(•lll: e irta ·am galho. de ún ore,
que ·e earregava{u em i11al <k alegria au can o de:
"lfo.·a11a ao filho de Dt1vi '. Bendito ·eja a<1nele q 1e vrm 1

em n ome do • ' 'nhor '."


Para t'H rarmu llU e ·píri o da s1)le11i1lad '. LleYemo ,
11ó ta111b(·1n. adorar l 'ri o <'(mo u ,.., , HL·i. e r1•petir com
júbilo a aclamw:õt> do ... Ill'bl' ·u : pe<lir-lh" tl poi , que
eleja moralla em 110 o cora ·C::1 .... e alí permaw·~a para
Plllpre. l lra. \. . obrl'tmlo 1wl.1 anta t' imnnhi'io que o
, 'ahador entra trinuú nt · t'Ill no :i... a!Ina . . e nela· fica
p ara 111aior pro\ eito no ).
,\ 1wr1·a!'àO da /'ai 1 J, riu' . . ' eau a ou · li 11,1 111i-. a.
diz l'laralllL'll(C' qua1 dr\ un er 110 · ti ·11 .lllll'll(o.., e
af •tu ... d11ra11tl' tr'lll.t a Plllan.i 11 a
II. .Ta· Q1111rla. <.>11'11111 "t11-j1ira da .Pmana
:anta. tP11111:-. dt• noite. uf !'ÍO 1 ,i 1 ,do 1 ,., ra.·, pc•rque
.·e eantam ao <·air da uoi t•: n 1 fim. apa!!am . . ' a l 1zl· ·
p ara iml)(Jlizar 11 lu o da !~rt'ja •'a<'" ·11ridií(I •fll • J,; ix 1u
ôhrl' a trra quando ·1 •11h r m 1rre11. 1\pn?:ain-.. . '
a. Yl'la a11 JHhs' qlll' o ofíl'io \ iti pro "'!.!Ui1ul<1. - Us
canto q11P Sl oun·m ão u d.1 1111/i1t11' e la11d1 dê .l'.
rê· dia.. , :lo tri t ...... lítg-uurPs l'.Olllu o fa o. que
r eeor<lam . •\ :-. la111r11fuvj1.· ! .J,•r ·n i,. ôhr · .Teru:-.além.
<1nadra111 acl111iri't\'eln1P11tc tom 11 lu o da 1"1'1 ja e o·
L' trag-1i qu · o p1·ead0 1·au on na alma .
(> Ir; últirno dia da 1•rn i!.!U. !mente,
l'acla 11111, oficio
l :!Q. -1,I a S tio O <l af ra
, an 11!

H. - . 1 pri11cip( i.· cai111'.111 '11. dia . i.o: a mi :a


. vlt 111. a úi1111i.o do.-. a11/ 1· ólto ; u tra11 lação 1lo ·untí ·-
su1w , 1u·t1111u1to; a de 1111da~iio dv alturt.:i e o lat•a-µú.

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556 LITURGIA

A Quin ta-! ira anta ' con agrada à memoria da


111 titui ão da divina Eucari tia e lo acerdócio católico.
1.0 111 issa sol n e. - A I ºTeja parece, por um in tante,
e q uecer a ua dôr para fe t ejar o grande mistério da
Eucari tia: o canto ão ale0 Te , os ino r epicam para
emudecerem depoi , até o ábado d Aleluia; ouve-se
também o Glória in excelsis.
Ne ta mi a, o padre on agra dua hó tia grandes,
uma da quai rve para o ofício da exta-feira santa,
e o cler o r ecebe a comunhão da mão do bispo ou do
princ.ipal dignatário: é r ecordação da comunhão que os
apó tolo r ceberam da mão de No so Senhor, no dia
da in tituição lo divino acramento. O fiéi não deixam
de comungar também na Quinta-feira anta.
2. 0 B ~nção d o santo óleos. - Na mi a pontifical
da Quinta-feira anta o bispo benze olenemente o
óleo que dev m ervir para ad mini tração de
var10 a ramento . O bi po benze primeiro o óleo dos
nf rnws empr egado na extr ema-unção; depoi , o santo
crisma u ado no bati mo na confirmação, nas vária
consagraçõe do bi po da igrejas do va o acro , etc.;
depoi , o óleo dos catecíimenos, que serve nas cerimônia
do bati mo na con agração do sacerdote , das igrejas,
etc.. Para e ta con agraçõe , o bi po e tá rodeado de doze
padre ete diáconos, e outro tanto sub-diáconos.
3. 0 T1·anslação do santíssimo acraniento. - Ter-
minada a mi a, leva- e solenemente para outro altar,
adrede preparado e chamado altar da exposição, a segunda
h ó tia ºTande, que acaba de er con agrada e há de ervir,
no dia imediato, para a mis a elos pressantificados. Essa
proci ão triunfal e faz cantando o Pange língua:
4.0 Desrmclação dos altares. - Depois da cerimônia
precedente r etira-se do altar o Santíssimo Sacramento,

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SE:MAXA .\ X •r A 557

adorno pano . etc., enquanto o •ôrn mi rezando o :almo:


Dc·us . Drn 111e11 ... . no qual DaYi profetizou a paixão
do alvador com a ·ir 'un. tân<:ias da . ua mort 11
al\'ário.
-.º O lava-p ',.-É rimônia instituída 111 memória
do ato que praticou Xo o , 'enhor na Quinta-feira anta,
ante ' ele clar a amí ima Eucari tia: laYou o. p >. ao:
ap& tolos para ·imbolizar a pun•za ele c:on. l-.iência que ·e
c\e\·e ter para r eceber . ua t·arn' e seu sangue no eliúno
acramento; acre centou: ··Dei-Yo o exemplo . eu. "º· .o
enhor e 1\Ie tre. afim ele qu , a:-.:-.im <:omo eu tenho feito
a im façai, vó também'' ( . Juiio . xm . 1-±-1.5 ) . Por i. o,
o bi po, na ua catedral. e em alguma. paróquia: o padre,
na na ioTeja ou C"apela, lcn-am o. pt'. a doze pobre ,
beijam-o. com r e peito, enxugam-o. com as própria.
mão., 110 me mo . entirncnto. ele humilda le e caridade
qu tinha o , alv aclor J e ns.
Durante todo ê te c1ia ele Quinta-feira santa. º" firis
go tam d Yi itar X o ·. o , 'enho r, e quando po .. ÍYel,
a i. tem a todo o. ofício:-..
431. - Qua is são a · c1 ri111 ô11 ia,, 1•art ic11 larrs da s,· rfa ·f< ira
santa?
R. - O ofício da xta-feira anta consta de q11atro
partes: uma lição da agrada Escrit11ra. s g1úda ela
paixão eg undo são João: ora çúe olene ; adoração da
n1~ "mi a., do pre 'ª ntif icado .
A exta-f ira santa traz a lembrança da paixão,
crucifixão e morte ele X o.. o ~ enho r .J e u ri to. - O
ofício da manhã é olene e lúgubre : não é nenhuma rn issa.
poi ., naquele dia, em memória elo :acrifício do cahário,
não e oferece o acrifício elo altar e o padre não con. agra.
- O ofício da exta-feira . anta con ta de qua ro part
uma lição ela agrada E . ·ritura. eauida ela paixão
egun lo ão João; orações . ol n ; adoraçr"io d a Crnz; e
"?ni a ' dos pre santificado .

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558 L I TUR GI A

1.0 Lição e paixão. - O celebrante e os ministros são


paramentado de preto em sinal do gr an de luto da Igreja.
Chegado ao altar, prostram-se, estendidos no chão, por
espaço de um Miserere; depoi , er guem-se e um acólito
lê uma lição em que Moisés descr eve a cerimônia do
Cor deiro pascal, figura de Jesus Cristo. '
Canta-se um trato e logo começa o canto ou leitura
da paixão de Nosso Senhor, segundo são J oão. Esta

Os nossos pecados causaram a morte de J esus.

narração manifest a todo o pensamento da Igreja na


solenidade aniversária das mor te de J esus.
2. 0 Orações solenes. - Essas or ações, que se julgam
de origem apostólica, são nove; cada uma vem precedida
de exor tação ou prefácio : naquele dia, excep cionalmente,
r eza o celebrante: 1. 0 por tôda a I greja; 2. 0 p elo papa;
3.0 p elos bispos e tôdas as ordens da jer ar quia sacra; 4. 0
p elo govêrno da nação; 5. 0 pelos catecúmenos ; 6.0 p ela
cura de todos os males espirtuais e tempor ais ; 7. 0 pelos
her eges e os cismáticos; 8. 0 pelos Judeus; 9.0 pelos pagãos
e os infiéis.

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EMAXA S NTA 559

3. 0 Adoração da Cruz. - celebrante de pe a ca ula,


dirige- e para o lado la epí tola e de cobre uce iva-
mente o braço e a cabeça da ruz cantando: Ecce
cign11111 cruci . . . ·· Ei a'Jni o madriro ela Cruz·• O povo
repond e: T' enite adore11111. . . . "l'inde, adoremo ! ... "
Então o padre coloca a ruz no degrau do altar, e qual
foi é chegando- e para a ar<,;a ardente, de pé de. calços,
pro tra- e trê vêze ' e allora J e. u ri to repre entado
ôbre a ruz. outro ministro fazem o me mo e os
fi'i por ua vez. Yêm adorar e beijar a Cruz, enquanto
e cantam yer ículo e re. pon ório adequado às
cerimônia .
4. 0 Jlissa dos pre a11tificado . - Finda a oração,
vai- e bu car olenemente, ele proci ão, no altar da
expo ição, a hó tia santa con. agrada na Yé pera, e canta- e
o V exilla R egis . .. Vma Yez no altar, o padre faz alguma
cerrmorna parecida com a mi a, porém em con a-
gração; depoi . comunga com a hóstia re ervada e toma
abluçõe . O clero então, retira- e em ilêncio, enquanto,
num tom lúgubre, se rezam a v 'speras ela exta-feira
an a.
O en imento que com· ~rn ao dia ão: gratidão
para com J e u Cri to, o no o Redentor; vivo arrepen-
dimento do pecado , que foram cau a de eus padeci-
mento e morte; propó ito firme de suportar com
paciência, em expiação, todo o incômodo da vida. -
Outra prática excelente . ão: a vi ita ao santo epuJcro
(ou altar onde . e con erva ,J e ·n. Cri. to ) , ria acra, e
a i tência ao ofício da noite.
43 2. - Explicai a, particalnriâa 'lrs do ofício do sábado de
aleluia.
R . -As cerimr'inias d('/c 17ia iío: a b'nr;iío do fogo
novo e do círio pascoal; a leitura da profecias; a bênção
da água bati mal; a rni a solene seguida das véspera .
É con agrado e pecialmente a honrar a epultura
de o o enhor.

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560 LITURG IA

1. 0 B ênção elo fogo novo. - Realiza- e atualmente


êsse ofício como se fazia outrora na noite de ábado para
domingo. Começa com a bênção do fogo novo que se tira
de um sílex : é símbolo de J esu Cristo, luz divina apagada
por três dias, que há de r esplandecer no dia da
Ressurreição. Com e a luz, acende-se um fogo que o
padre benze junto com a vela que ser virá para e
acenderem outra velas e também a lâmpada do santuário.
Vai-se depois para o altar cantando três vêzes: L umen
Christi! " Eis aqui a luz de Cri to ! " O côro responde:
Deo grátias !
2. 0 B ênção do círio pascoal. - Êste círio é ainda o
emblema de Cristo ressuscitado. O sacerdote, ou o diácono,
nos ofícios solen e , o benze, cantando- e o E xiiltet, cujás
magníficas palavras são atribuídas a santo Ambrósio ou
a santo Agostinho. O padre ou o diácono incrusta no
círio cinco grãos de incenso em forma de cruz, lembrando
as cinco chagas do Salvador ; depois, acende-se o círio
pascoal que deverá arder em todos os ofícios até o dia da
Ascensão, isto é, até o momento em que Jesus Cristo
r essuscitado sobe ao céu.
3. 0 L eitw·a das profecia . - ão excertos de vá-
rio livros do Antigo Testamento, relacionados todo
com o mistério da no sa regeneração por J esu Cri to.
4.0 B ênção da ágita batismal. - Quando acabou a
leitura das profecia , vai-se, de procissão, para a pia
batismal, afim de se benzer a água que há de ervir para
o batismo. Outrora praticava-se o batismo solene dos
adultos somente nas grandes festas da P áS>coa e do
P entecostes e assim se explica o u o da Igreja católica
que benze a água batismal na vé pera de sa dua grande
olenidade . O celebrante faz e sa bên ão num magnífico
prefácio em que estão lembradas as maravilha que Deus
quis operar por meio da água: depoi , com a mão, divide
em .quatro partes a água j á purificada, e derrama algumas

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S E ~ A X .\ , .\ X T A 561

O'Ota no qua ro ponto. carcleai:. Enfim, ne. a pia


bati mal, mergulha o l'Írio pa. ·ai, emblema do Cri to
antifi 'ador e deita nela um pouco do óleo dos
catec!Ímeno e do anto cri ·11w . ..\nte.\ tem-. e tirado á()'ua
benta para a. pergir ao: firis. De Yolta, cantam- e a
ladainha,~ do ' anto '.
5. 0 A mi a anta-sr. clepoi:-., :olen mente com o
Tlória, durante o qual se oeam os :ino : a .!ll l11ia
reaparece em inal de júbilo: \ por a .. im dizer, a aurora
la Re urreição.
6. 0 Enfim. a y(>, pera. . eguem a mi sa: ão muito
cur a . ó con. tam do La111lat c eom Alc111ia. ele urna
antífona e do Jiagní ficat . l'g'nido da oração que não é
enão a po tcomunlulo da missa. Depoi: , o celebrant dá
a bênção reza o eYangPlho df' são .João.
di po içõe que eom·(>m para o ,<;!.úbado :anto, ão
a união de e pírito e eora ·ão eom as . antas mulhere que
Yieram no ábado ao túmulo para honrar a sepultura de
No. o enhor. orno ela . dewmo · ehorar a · nossas enlpas
e pedir a graça de re. u citarmo . com .J rsus Cri to, para
noYa Yicla. A confissão elos no . O.' pecado. , . e já não a
ivermo. fei o. e a com 1111hüo do dia da Pá. oa ão o.
meio rnai próprio para prolluzir em nó. e . a
r e. urreição e piritual.
COXCLCs:\o PR.\ Tll A

X o o enhor dizia aos •us clisdpulos: "O mundo e hú clr


alegrar e •Ó e tareis na tri teza; ma · a ,·ossa tristeza mudar- -e- a
em gôzo e ê te gôzo, ninguém ,-o- lo pockrú tira r" (. ' . .Joüo. xn,
~O, ~~). Aí mi, poi . um inal de predestinac;ão e penhor ele íeli ·i-
dade eterna: chorar e geme r com Cristo n o ('a h- úrio para poclerrno
regozijar-no e reinar com C'ri to ressu;.;eit:1do. Os ,-e rcla11eiros
cri ão não o ignoram - por i o antificam no recolhimento, na
oração e na lágrima ela penitêntia, o santo t empo da quarl'sma,
e! mai e pecialrneute o dia da 81 mana san la: epult a m tom :\o.%
enhor Jc u ri to, no túmulo. eu pe1:aclos e sua eoneupis1:êneia,
e le,·antam -se com êle, na alegria, no trans por es ela ua Ressur-
reição.

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562 L l T (C l

\. - r •l • do l t' mpo p •• a i : P :í • ("03 e \. Cll•U O.

A ! co do tcillf'O pa ai.
l t d A e n o. -

1. ' 11 ft la da I'd oal


,
J . 1 {1 la d a J>u (OCI 1 (/ 111 a or f t ftI do
1 fit
,
,, ara /1 lJrar a R1 .. 111"r i ão d
ª"º
to.

J , , T r mi ro a l n r i.n.

on,11 L na ,. rda<l1, r iunfo


<lo • n 1 ' nlwr • IJr a J,.111 brado com
solenidade p " •ial.

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P Á S C O A 563

Judeu já tinham fe ·ta da Pá coa: fôra e tabe-


lecida por :Moí é , por on1 m de D eu , em memória da
liberta ão ]a ervidão <lo Ecrito re ordava a primeira
vez que tinham comido o •ordeiro pa cal, atrave ·ando,
pou o depoi , o mar Yermelho. Em memória <lê fatos
notáYei o I raeli a , caLla ano, ne · e me mo dia, eleviam,
em tôda' as família·. imolar e come r um cordeiro; mas
i to não pa ava ele ímbolo de uma alvação mai perfeita
e de outra Pú;.;coa ineompari'1\·elm1•nte mai: amlúYel. A
fe ta cri tã da Pcí 'coa "uhs ituin imeLliatamentc a Pá. oa
judaica. Tendo acontc(·ido a Hl•s:urreição de • -o . o
enhor, no domingo quP P!,!Uiu a Páscoa judaica, o
aniYer ário dê e glorio. o fato tornou- e caro para o
cristãos. Entn' auto. na T!.!Tcja primitin1. houYe di ·u . õc
a rc 'peito <la data: o Oriente queria con ·enar o d ~cimo
qua1· o (lia ela lua ele mar<;o. eomo os .Jmleus; o Ocith'ntc
tinha tran ·ferido a ccll'hra<)io da f ,..,ta para o prlixim
doming . E a última prútiea (· que preYaleceu. Lle.·Llc o
con ílio de Xicéia. em :t~.í. O mesmo nome ele Púscnri
ficou u . ado e o entitlo dl'·-, e 'ol·úbulo. que qul'r dizer
pa · ag m, quai]ra igualmente eom a R es urrci~ão,
pa acrem da morte para a Yi(la.
43 4 . -Quai.~ ão a8 parl1c11clnda1lt~ lillÍr!Jica., ela I'ú-;coo
e do tempo pa cal?

R. -1. 0 O a11tís ·inw 'acram nto, guardado m


algum lugar para os do 11te . é levado para o altar
·aco fumado; 2. 0 a mi a é pariicularn1c11te repas, arla de
alegria; 3.º cm todo o tempo pascoal fica alguma eo11 a
da alegria desta granel , ol ni<larlc.
1. 0 Logo na aurora d is. e dia, faz- ·e na igreja uma
cerimônia creralmente chamada Rl:, urre1çiio. antí ·. imo
, 'acramcnto, guardado cm lugar retirado para o doent ,
de ·de a exta-feira anta, é 1 ,,·ado para o al ar aco tu-
mado, ele proci ão, em meio Je eanto e triunfo e ele

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564 L ITURGIA

vitória. Tal cerimônia, com a proci são, lembra as visitas


das santas mulheres ao túmulo, na madrugada do dia da
Páscoa, e o grande aconteciment9 que se deu ao levantar
do sol. Muitos cristãos escolhem êsse momento para
fazerem a comunhão pascoal.
2. 0 A missa dêsse dia é particularmente repassada
de alegria; a .A.leliiia reaparece; a prosa Víctimae paschali
laudes rediz, com simplicidade comovente, a fé e o júbilo
da Igreja. O E vangelho do dia narra a r essurreição
maravilhosa do Salvador.
3. 0 Nas v é·speras, como nas demais horas, suprime-se
o hino, que é sub tituído pela antífona alegre Haec dies.
No salmo quarto, há, para a pia batismal, uma. procissão j
evoca piedoso costume dos primeiros séculos. Os
catecúmenos, que tinham recebido solenemente o batismo
na noite da Páscoa, eram levados em triunfo para o
batistério onde tinham sido regenerados : trajavam as
brancas vestes da inocência reconquistada, e despiam-nas
somente no domingo seguinte, chamado de Qiiasimodo, ou
da Pasco ela. De volta, canta-se o salmo: l n éxitu Israelj
é o hino da grande salvação, da qual a dos Israelitas é
apenas imagem. Enfim, na bênção do dia de Páscoa, há
um canto particular ·de alegria e triunfo': O filii et filiae,
ingênua e tocante narração da Ressurreição.
Em todo o tempo pascoal fica alguma cousa da
alegria dessa grande solenidade. Os ofícíos são. especiais,
e nêles, com a Aleluia muitas vêze r epetida, sente-se
reinar o júbilo.
435. - Falai na procissão de são Marcos, e nos dias de
rogações.
R. - .A. procissão de são Marcos, realiza-se a 25 de
abril e tem por fim, assim corno as das rogações, desviar,
por meio da oração e da penitência, os castigos devidos
aos nossos pecados e atrair as bênçãos de Deus sôbre os
frutos da terra.

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·. .. : .-..-·-~. ~-'

P .\ S <' O A 563

Entre a f es a la I'úscoa <' a ela - 1.~cc 11 ·üo , emo pr ce


z;úblicas . a ~5 dl' ahriL qna. l' SC'lUj)J'(' resta de são :\lar('o:,
e n o trê: dia, que prceetlcm im lliatamente a ela -l sccnsrio
elo alYad r.
Ei. a ori gem e ü fim daquPlas s1í11licas.
Para o. f in. do sl>l·nlo quinto . por Yúrios ano.,
ele a. trl' · públi<.: , as olarnm a pro,·íneia do DC"lfinado e
nomeallamcntc a eida<le tle \ Tfrna. e acarretaram o
cle:P. pêro univer al. ;Em -!6!1. o hisp P <le Yiena, ão
:.Iamerto teYe a lembran a de
ofe r ecer a D eu prece e pem-
tênc:ia · públicas, a Yer e
alcan~aYa livrar eu poYO elê. te.
flagelo, : a prome. a obteYe o • ...,' , · ,.,
r e, ultaclo almejado. :BY>i ao eu i; ~·· ~~- ~-
vot o. o bi . po e o poYo de Yiena, ~J
n o três dia. que precediam a .·
_\ . censão, praticaram a ab ti-
n ência e o jejum, e fizeram
procissíí · cantando a ladainhas
do anta .
E . a piedo. a in tituição deu
fruto maraYilho o , e de Viena
e. I alhou- e primeiro na França ,
logo n o . éculo VI , e depoi no ·
E taclo Yizinhos e na Igrejn.
. univer . al, com o nome ele roga~·ííc , ou às Yêzcs tamb r m
· d e ladai11has m ,wrc .
_\ proci siío de , '. Jlarcos . ainda charnacla a granel
ladain ha, tem orig:em qua<>r semelhante; i1orPlll Yrio el e
Roma. Em novembro de 5 7, hou ,·e t errível encheu te
do Tibre, que por p ouco não llc:trnin a c:itlaclC' tôcla.
R ebentou, logo 1epoi. , p . t e a . ornbrosa. S ão c:reo·ório
Magno julgou acertado ofe rece r , c:om or açõe · e jejun
extraordinário , ato de d agravo à cólera divina .

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566 LITU&GIA

Mandou que se fizessem procissões solenes, e o flagelo


cessou. A lembrança de sa súplica e do êxito alcançado
foi perpetuada na procissão de 25 de abril (geralmente
festa de são Marcos ), já universalmente estabelecida no
comêço do século IX.
O fim da procissão de S. Marcos e das rogações, é
desviar, por meio da oração e da penitência, o ca tigos
devidos ao nossos pecado , e e pecialmente atrair as
bênçãos de Deus sôbre- os frutos da terra, merecendo-nos
a graça de fazer dêles bom uso.
436. - Que é a festa da Ascensão?
R. - A Ascensão é 1.(,ma f esta institwída para honrar
o triunfo de Nosso Senhor J esits Cristo, subindo ao céu,
quarenta dias depois da R essurreição.
Ao tratarmos do Símbolo, falamos no mi tério da
Ascensão, nas circunstância que o acompanharam, e nos
motivos des a Ascen ão gloriosa. Era conveniente que
houvesse, no cri tianismo, uma festa comemorativa dêste
grande mistério : foi in tituída pelo próprios apó tolos.
Santo Agostinho a coloca entre as quatro festas principais,
com a Paixão, a Ressurreição, o P entecostes, que são de
instituição apostólica.
A liturgia dessa solenidade tem uma particularidade;
no E vangelho, quando se lêm essas palavras: "Jesus
elevou-se para o céu, onde está sentado à mão direita de
Deus", apaga-se o círio pascoal, que lembrava a presença
do Salvador na terra depois da Re surreição.
4 37. - Que sentimentos deve inspirar a festa da Ascensão?
R. - A festa da Ascensão deve inspirar-nos o desejo
do céu, o desapêgo da terra e a resignação nas penas
desta vida.
1. 0 A festa da Ascensão deve inspirar o desejo do
céu, no sa pátria verdadeira. om efeito, é ali que Nosso

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......- .

A S C E X ,\ O 567

enhor egundo êle me mo falou, foi preparar-nos um


lugar e um remo.
2. 0 En ina o de apêgo da terra e dos ben que a ela
no prendem: o al-rndor pôde elevar- e ao céu ó à cu ta
de peno a eparação · dci:s:aYa, ne te lugar de exílio,
cli cípulo querido e ua e:s:tremecida l\Iãe; nó também,
não enão deixando o mundo e tudo quanto
no
3. 0 .cl.. fe ta da A cen ão en ina are i()'nação na prova
pela e perança da felicidade eterna: ".:\ão era nece ário
que o ri to ofre e, para entrar na glória?" ( . Luc.,
x:s:rv, 26 ). Também nó. não entraremo na eternidade
feliz enão pa ando pelo cri ol da pro-Yações e do
ofrimento.
COXCLUSÕES PRÁTICAS

1.0 X o dia da Páscoa, celebremos a glória do nos o Deus


res 'u,citado, com a alegria ele uma alma purificada pelo ~cramcnto
da penitência, inimiga do pecado, unida com Jesu Cri to pela an a
Comunhão, e re oh-ida a lc\·ar \"ida mais fen·orosa .
Pode, por >entura, existir alegria numa alma que permanece
propositalm ente na escraYidão do pecado?. . . Ou melhor, qual não
será o remor o de um cora(io que nega ao eu ah-ador morto
e re u citado por amor dêle, o triunfo que ê te Salrnrlor almeja
acima de tudo: "Eu fico na porta, e peço para entrar!" (Apoc .,
III, 20).

2. 0 I as preces de . ~!arco e da rogações, pen emos que


temo merecido todos O' ca ·tirros da JUsti~a di\"ina... Humilhemo·
no , façamo penitência; a i tamo aos ofício da Igreja; implo·
remos a bênçãos de Deu para a cohleitas, poi eh dependem
inteiramente da bondade di>ina que manda, quando lhe apraz, o
sol e a chu>a .
3. 0 ~'a festa da À. cen"ão, le>antemo para o alto no. ·os
pen amentos e coraçõe : "ó Deu , concedei ao \·o~so po,·o a graça
de amar o que mandai e de. cjar o que prometeis, para qtte, em
meio da in tabilidade da cou as do mundo, permaneçam o no. os
coraçõc empre dirigidos para o lugar onile fica a ,·erdadeira
felicidade I" (Oração do IV .0 Domingo depois da Páscoa).

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568 L I TURG I A

§ VI. - F es ta - d o Pe ntecos te s e d a a ntíss im a Trindad :!.


I'tntecos tes. - Parti cularid a d es litúrgi cas. - entimentos q ue convêm a
<'la sole nidad e. - l<'es ta da sa ntí ss ima T rindad e. - Di po siçõe para
bem eelební-la.

438 . - Que é a festa do P entecostes?

R. - A f esta do P entecostes é unia festa rnuito


solene, qu e se celeb1·a cinquenta dias depois da P áscoa, em
m emória da descida do Espírito Santo sóbre os apóstolos
e ela vrcgaçüo ela lei nova.
Os Judeus j á tinham uma fe ta do P ent ecostes :
lembrava-lhe a promulga ão da Lei dada a seus an t e-

Descida elo Espírito Santo sôbre Maria e os ap6stolos,


no clia elo P entecostes.

passados n o monte Sinai, em m eio do trovão e dos


r elâmp agos, cinquenta dias depois da primeira Páscoa,
que coincidira com a saída do E gipto.
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PEXTECO. TE. 569

·x o me mo in tante m que os .Jnclen;., cel<'bravain


êsse rnemo1 ÍlYel aeontc>l'illl<.'nto. o. ap<'1stolos aehaYam-s<.'
reunidos a rezar no cenáculo, quando, ele repentr, . e
ouviu como que o rníclo cl<.' vc>nto impetuoso, Yirnlo do
réu e enchrndo a ea. a em qnl' p;.,ÜlYam. Então, viram
aparecer língua. de fogo. qur Sl' diúdiram <' dPsl·an aram
rm cada um <lêles. Logo. t0<1os foram d1Pio;, llo Espírito
'anto e comt'c;aram a falar YÍlria. línguas, eonfornw o
Espírito ~anto o. inspintYa .. l.11 .. II. 1-(i . TP1Hlo saído
Llo cenáculo, ão Pedro falou ao poYo, e naqtll'lt' dia,
conYerteu tr0-; mil .Jndl't1s; 1111 dia s<'!. rnintl>. ao 011Yir a
. ua palaYra. mais C'inco mil anellitaram e retclwram o
bati. mo. Foi o infrio ela Igreja c:ri;..tã.
O aniYrrsário l1t' . . srs fato.., importantes . 'lllprr foi
ob o nome ele J> 1 11t1 cosi 1 s : para nós. é a
CE' l<.' brado
promulgação da . ublirn e lei do amor. t' não mai. em m<.'io
da tempe. tade, ma na t•fu...,ão da luz.

439. - Qua s s<io as 11arl e lar r/c11/1 s 11 ír_11icas il(/ /r siri rio
Pen /f'cosl, "!

R. -Xa v 'spcra rlcslo fc:tn. reza-se 1111:sn solene


principiando pela leitura dr sr i~ 11rof1 eia.-. Br 11:e-. e a
água destinada ao batismo e cr111fr1111-s1 as ladai11hns do:
antos.
. 'orno a Páscoa. o Pl•nteeo<.te. empr<.' foi uma da .
. olenidade · mai. impor ailtl'" da IgTPja. ~\. Yigília era
ab. olutamente a mesma: jrjuaYa-. e. Yigian1-sl'. orava- e
a noite inteira; aclmini. tran1-sp aos eateeúrnenos o hati mo
. olenr. on erYou- e o u...,o, na y\·s1wra <lo J>ente<·o. te.,
como na Yé. prra <la Páscoa. de rrzar mi ·..,a ...,okne. prin-
cipiando pela leitura ele s( is profecias. c:collwlos tl<.'ntr
a do áhado .·anto; depoi:, n1i-sr prot·P...,-.ionalmeutr para
a pia bati mal, para benzer, como na Y\.. pera <la Pá coa,

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570 LITURG IA

e com as mesmas cerimônias, a água destinada ao batismo.


Faz-se então a aspersão; na volta, cantam-se as ladainhas
dos santos, celebrando-se logo a missa.
No ofício do dia da festa, encontra-se a bela prosa
V eni, sa'Yl!cte Spíriiits, na missa; o hino V eni, Creátor,
nas vésperas ; a primeira é atribuída ao r ei Rober to ou
ao papa Inocêncio III; o segundo, a Carlos Magno, ou,
talvez, a santo Ambrósio; são apelos t ocantes par a 1:1s
luzes e graças do Espírito Santo.
440. - Com que sent imentos devemos celebrar a f esta do
P entecostes?

R. - Devenios, como os apóstolos, ficar em recolhi-


m ento profundo e ern oração.
1. 0 "O Espírito Santo não trabalha no tumulto"
(III Reg., xrx, 11) ; pelo contrário, é p ela calma do
espírito e a piedade do coração que atr airemos em nós a
sua divina presença.
2.° Como os apó tolos, e mais do que êles, sempre
precisamos de luz e fôrça: logo, devemos p edi-las. O
sacramento de confirmação, que dá o E sp írito San to,
não se r ecebe duas vêzes; mas podemos r enovar seus
efeitos em nós por orações fervorosas, segundo são Paulo
o recomendava a seu discípulo Timóteo.
3. 0 Enfim, para proceder livr e e eficazmente em
nossas almas, o Espírito Santo quer encontrá-las desim-
pedidas de qualquer apêgo desregrad o às criaturas. O
escravo dos sentidos não pode p articipar das piedosas
alegrias do Espírito Santo. Pode acaso haver união entre
a verdade e a mentira, entre o fogo da divina caridade
e o frio dos afetos mu ndanos~
Meu E spírito, disse o Senhor , não p ermanecerá no
homem, por que o homem é carne" (Gên., VI, 3).
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..... S ,\ X T f S S I ).f A T R I X D .\ D E 571

441. -Que é a f<'.~fa rl 1 .<1111 ·,. i111.1 Tr 1117w7r?


R. - É 11ma solc11lclad quC' sc c1 lebra oito dia depois
do Pcnt co ·t , e 11a qurtl honra, dC' modo especial, o
rni t'rio da santi sima Tr incladc , a' tr[s pe oas divinas
que são um ó D u

anela Trín la.•

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572 LITURGIA

O culto da Trindade é in eparável do culto divino, ~


porquanto sempre foi conhecido e praticado na I greja. ~i
ro entanto, até o século X, não houve fe ta particular ·Mi
consagrada a ê e grande mistério, porque a I greja o 1ur
honra todo o dia e a tôda hora do dia, em todos o
seu ofícios. Porém, para o fin do 'culo IX, e tabe-
leceu-se, em alguma dioce e , fe ta e pecial da antí sima
Trindade; E têvão, bi po de Liége, mandou compor um
ofício des a festa em 920; outra igreja adotaram ê e
uso, e por fim, também a igreja romana. _Foi somente
no século XIV, sob o pontificado de João XXII, que ela.
se tornou univer al e ficou definitivamente marcada paru
a dominga depoi do P entecoste , cuja oitava, celebrada
até então, foi substituída por es a fe ta da antí sima
Trindade.

442. - Que se deve fa zer para f estejar dignamente a santís-


sima Trindade?

R. - R enovar os nossos entimento de fé neste


1. 0
mistério j 2. manifestar no so amor e grntidão ao Pad1·e,
0

ao Filho e ao Espírito anto j 3. 0 considerar êste mistério


como o mo dê lo perfeito da santidade.
1.0 É preciso renovarmos o no o entimento de
f é ne se grande mi tério, inace ível à no a razão, porém
revelado à nos a fé, mistério cuja imagem e vê em tôda
a parte em redor de nó , ponto de partida da r eligião
tôda, e ao qual devemo no as grandeza pre ente como
a glória que nos e pera no céu.
2. ° Cada uma da trê pe oas da augusta Trindade
tem cono co relação e pecial; logo, cumpr e manife temo
amor e gratidão ao Padre que no criou; ao Filho que uos
remiu; ao E spírito anto que no antificou.
3.° Consideremos enfim, na antí ima Trindade,
não só o mistério inefável e inace ível, ma ainda o

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FE TA DO CORPO DE DEr. 5i3

moLrlo n1 r mo e p rf i o da anti latl . da caridade, da


umao ; ' o vot do .._'alvador, na . na última oração:
· ~Ieu P ai, que "le jam 11111 l'Olllo :umo. u111, para que o
mundo, a Y ~- lo onb a qu :ois \'Ós que me envia te "
( . J oão , :xvn, 21 ) .

1.0 Xa mis a olt'ne tlo Pen t'l'Us 1•s, entn· a epbtula e o


ernn elho, o )10\'0 'ica de jot•lhos, C'nquanto se nn :1 t•sta helí-.sima
orat;ão: '· Yiucle, E píri o ~anto. <'ll!'lwi o l'orat;:w <lo \ 'O o fit'.•i .
e acendei nele o fogo de ,·os. o amor'• · , 'úplita simple , l'OlllO\'(•nk,
que repetiremo amiúde, poi · n•sunH· todo o mistério t' tt><las a
raça do Pentec·o ·t ....
R corramo amhém muitas \ t' ZPs ao di,·ino Espírito, em no"a
dú vida , dirigindo -lhe a ht'la prosa: J t 111, .-c111ctr • 'pínlus.
~-º ão Frnnci co X a,·ier gostaYa d n•1wtir l'sta t•xclamai;ão
cheia :te fé, d amor: ó . anlís. i111a Tr 11darl1 ! Por mais 1] • dt•z ano·
r ep tiram o co do Oriente esta pala\ ra mis riosa que l'ra eomo
que o rito d uerra do .'ão Paulo dos lt•llll'Os modernos, 1í sa11/ís
ima Trinclaclc ! 116· ro.- í11roc1111w.,, lo11ramo., t' adoramos! L irrn
110, salrni-nos, clai-110 a rida, ó b111r-c11·111/11 racla Tri11dc11l1 ! (.\ ntí-
fona do O ício da ) !atina ) .

§ II. - Fe ta do
0
orpo d D e u e F la do ag rado
oração d e J e u s.

Festa do Corpo de D us ou do santís. imo 'ncrnm nto - Fim desta fe ta e


da proci ão. - De,·ere dos cristão. neqa sol nidade. - F ta do
agrado orn~ão. - entimentos com que de,·emo celebrá-ln.

443. - Que é ftsla do corpo de Deu"!

R.-É 11ma ,olenz' lad


in tituída em honra do
santí imo acram nto. É marcada para a quinta-feira
imediata ao domingo da antí ima Trindad e.
Em todo. o tempo , pre tou- e um culto de adoração
ao acrarn nto augu o que encerra o orpo e angue de
ri to, a ua natureza divina e humana. o e crito do
hi toriadore e doutore , em tôda a prática da Icrreja
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574 LITURGIA

católica, nos monumentos das catacumbas, etc., êsse cült'o


vem r evelado. Todavia, durante longos séculos, não houve
festa particular da santíssima Eucaristia. P ensava-se
que a celebração diária do sacrifíéio divino honrava

A bem-ave nturada Juliana do Monte Cornilhão reza para o estabelecimento


da festa do Corpo de D eus.

bastante o santíssimo Sacramento. Uma humilde filha da


Bélgica, dos arredores de Liége, a bem-aventurada J uliana
do Monte Cornilhão, para os fins do século XIII, tomou a
iniciativa de homenagens mais importantes, e obteve, em
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FE TA DO CORPO DE DE US 575

1246 a in tituição de uma fe. ta e pecial pelo bi po de


Liége. Tomá na ceu em 12~7, nasceu em R o('.a eca,
morreu em 127:1:, educado pelo Benrditin o: no monte
Ca ino.
O papa rbano IV aprovou em l'...6:1:, e a olenidade
, para a Tgreja inteira, e pediu, a '. Tomá de _._\.quino.
compu e e o magnífico ofí io elo antí imo acramento.
Em 1316, João XII e tabelec u a procissõe' triunfai:
que r ematam condignamente tã o bela fe ta . utro
ob rano pontífice conced(>ram in lulO'ência pre io a
ao ofício e b ' nção que e clã durante a oitava em honra
do anti imo acramento.
444. - Porque instit-uiu a I gn ja a f e.·la e proeis ão do
san I íssi mo 'aera men t o?

R. - 1.0 Para fa z r profi rio pública de ' lia f é na


E 11;Cari tia. 2 .0 P ara mai~ :olen honz ena gen d r paração
e xpr ão de no a f' e ele no' o amor.
1. 0 Para fazer profis:ão pública de ua fé na Eu('a-
ri tia. pre ença real de ,J u. 'ri to no antí. :imo
acramento é um do do <Yma mai: importante ua no a
aO'rada r ligião. Ora, já no ·é ulo XT a her e. ia inha
atacado ê . e mi tério · a piedade do povo podia ficar
abalada, por outra parte, o· ~cu l o vindouro. clHiam
üwe tida mai furio a do prote tanti mo
ublime mi t' rio . \.. negação ou à indif -
re,nç a, 01 õ a I gr eja, ne a olenidade , homenaO'en mai
r e peito a , ac.1oraçõe mai profunda .
2.0 J u antís imo acramento, mer ec
no . a gratidão; acon tec infrliznwn (>
muita v~z e quecermo-no da . ua pre ença, e pro e-
para c m ~ le como indif rente e até como
inO'rato . ofício e a proci (j ela f · a do orpo de
Deu ' ão homenagem de reparaçã , e, no me mo tempo,
a xpre ão mai olene de no a f; d no o amor.

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576 LITURGIA

445. - Que devem fazer os fiéis para be1n celebrar a festa


do Corpo de Deus?
R. - Os fiéis devem: 1. 0 contribuir à beleza das
cerimônias, adornando os altares e ruas por onde va ar
o santíssimo; 2. 0 assistir à missa e quanto possível us
procissões com fé e recolhimento; 3. 0 multiplicar os
protestos de respeito e amor.
Os fiéis devem : 1.0 contribuir à beleza da cerimônia ,
adornando os altares e 'ruas onde pa ar o santís imo ª.
Sacramento. e e altare improvi ado , enfeitado com 1
o maior apuro, coloca-se um in tante a custódia, pára o r
séquito, e cantam-se algumas estrofe em honra da divina
Eucaristia; depoi , o celebrante reza a oração e dá a
bênção. É uma honra erguer a Nosso enhor altare onde
I]
se dignará de can ar, como também embelezar rua e ca a
na passagem do Rei do céu.
2. 0 As istir à mis a e quanto po sível à procis õe
e às bênçãos, com fé e recolhimento; pois a melhor
homenagem que osso enhor pode de ejar é a pre ença
de eus filho , e a maior honra que cobiça, é a expressão
de nossa fé e nos o entimentos piedoso .
3. 0 Multiplicar o no sos prote to de respeito e amor
para com No o enhor no santí imo Sacramento; não é
um espetáculo curioso que pre enciamos, não : é a
majestade divina ob o véu do mi tério que devemo
adorar.
446. - Qiie é a festa do Sagrado Coração?
R. - É solenidade institwída para honrar a um
t empo o Coração de J esus, que lhe animou a vida e deu
o sangiie salvador do mundo, e o amor infinito de Cristo
para com os homens, amor cujo órgão e foco tem sido o
agrado Coração.
A pes oa inteira de os o Senhor era digna de
adoração; ua carne, eu angue, e obretudo eu Coração,
hipo tàticamente unido à ua natureza divina, mereciam
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PE STA DO SAGRA.DO C'ORA:ÇÃO 577

a adoraçõe : a im crê e en ina a I O'r eja. Ora, o coração,


uniYer almente con iderado entr homen como órgão
ma1 nobre deve e pecialmente participar da no a
homenagen . Ia o cor ação, con iderado como centr o e
foco de amor divino, merece re -
peito e amor agradecido: dali a
origem da deYoção ao agrado
oração. E ntr etanto, a fe ta
de tinada a lembrar e a Yerdacl .
foi in tituída õmente no é ulo
X\ III. egundo a na própria
palaYra . • o . o , enhor qui. ~uanlar
e a deYoção par a no o dia ,
afim ele r eanimar a levoção
entorp ecida da ocie lade.
Para o .Ein do éculo XVII
uma anta r eligio a da T"i itação,
chamada :Margarida faria, foi o
in. rumento que Deus empreO'OU
ngrado Coração de Jesus,
para dar a COnhecer 0 de ejO que tenho Mllfiança em "F6s.
nutria Xo o enhor de Yer mai caoo dias de induluêneia.)
amado e melhor glorificacl o . eu agrado oração.
E m 1765. o cler o de Fran a adotou e a deYo ão .
lemente XIII aprovou com a fe ta um Ofício do agrado
Coração. A fe ta, e()'undo r evelação fei ta à santa
Iargarida faria, celebra- e na . e:\.ta-feira imediata à
oitava do antí imo acramento.
447. - Quais são o sentimentos do verdadeiro cristão ao
f e lejar o agrado Coração?
R. - Para o bom cri tão . a fe ta do agrado Coração
hrí ele ser um dia ele ele agrat•o pelo ultrajes q11e J esu
rec be na E ucari fra.
De a ·ôrdo com o de ejo. do próprio • o o enhor,
a fe ta do agrado Coração deve er fe ta de reparação .

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57 LlT RGIA

ingratidão,

irr v rência para com a

447 bis. - Qu e a f es ta do Cristo ·Rei?

R. - É f ta in titiiída em 1925 para proclamar de


modo e p cial a ob rana r eale a do Cri to, ôbre todos
o hom n tôda as farnília e tôcla a ociedade .
her ia mod rna ' a pe te do laicismo, que organiza
a vida individual o ial como e Deus e Jesus não
exi ti m. r ultado fata:l ' a perda do indivíduo e
da o iedade por au a do orgulho e do egoísmo que o
lai i mo gera m lugar do amor de Deus e do próximo.
Daí ' êm ' dio da ela e , a di córdia civi e as guerras
fratricida .
O lai i mo moderno, ei o inimigo de hoje. A festa
do ri to-Rei, tão iinpáti a e tão popular, re titui a
Je us o lugar e o direito que lhe competem; ataca o
laici mo pela ba e; por tôda a parte, no indivíduos como
na família e em qualquer ociedade, ·faz reinar o amor e
a caridade de J e u em lugar do orgulho e do egoísmo.
E ta fe ta celebra- e no último domingo de outubro,
no fim do ciclo litúrgico, para rematar t-Odos os mistérios
em que J e u estabeleceu seus direito de Rei; e também
para mo trar, na vé pera de Todos os santos, que Êle é
Rei dos r eis e coroa dos santos que estão no céu, alívio

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FESTA DO RI TO ·R EI

do. que padecem no pur()'atório e erá a . ah ·ação lo.


homen que labu am na terra.
To Rio de Janeiro , acima elo 'on;oYaclo, a ma()'n ífica
e. tátua do ri to-R dentor kmbra a realeza d J e u
ôbre tôda a riatura. <' de modo e:-. pecial ôbre o Bra il.

COSCLl',.;.\Q PR.Í. Til'.\

Xo acr a mento de n os os a i are i•os uimo:s J esu ri o Yh°o


e pre. ente t a l qua l e· ta ,·a ou rora si,Jirc a terra, e como está agora
no cé u, t ra n figu r a do na glória. "F: a razão de ·e r da no:sa ·
hom ena g n s, das n o a aclora1;õl' ·. <lo nos:o culto euca rístico, tão
belo , tão ma gníf ico . tão triunfal.
Ma o ora ·ão de .Jesus c,t:í ig-nalmt•ntr na Eucaristia, ,-i,·o e
glorificado, sem p re p a lpi tando dr amor : é por i so que o a limento
da no a de,·oção ao sagrado t'ora~ito sl' a1·ha particu lannente aos
pé <lo tabe rn ác ulo .
E · a d \'oção, aliú , tem rel'el1ido a mais consoladora.· pro-
tn C'ssas. E .c utemo X o .o St•nhor animando as pe oa ckc1i1·:11la.
ao st> u a g rado Coraçã o:
L º D a r -lhe- i t ôda a grn<'as m•1·essá ri a no eu es ado.
CJ
0
D a rei paz à ua fan1ílias.
~-e , erei .eu consôlo na. afli1;I"''·
4 .0 • e rei .C'u refúgio na 'i1la l' ,olir1· udo na mo r te.
5. 0 D t> r raman· i b(•111.;ão: abundan es ôbre ilda. as Rua
emprê as.
6. 0 Os pecado r hüo dt> :11·har no me u Cora<;ão a fonte e o
ocea no infinito d a mi ri rór d ia~.
7. 0 A a lm as t íbia tornar""~º ft n nros:1~ .
·ºA alm as f e n·oro-;as eh·,·ar t'-ão ràpidamen e a uma a i a
p rfeição.
9. 0 Aben<;oa rei as própria. "ª'ª" em qur a imagrm rlr llll" I
• agrado ora1;:io r. t i,·er expo'<ta r ho11 r,11J:i.
10. D a re i ao . acNdotl': o dom clt> 1·nmon·r o~ tora~l>es.
11 . •\ s pl' s oa q u trahalharrm a <li '11n1lir C':<. a cle\'Clf'ÚO l'rão
C'U nomC' . c ri o no mC'n coração I' <laí 11'io si•rú jamais apagado.
l~ . .\ todo o qu ('Omungarl'm non• primcir,1~ st"\ ª'·feiras
elo mê c·o nsecu ti ,·a , p ro me o a gra1;a final ela pl'ni i•m·ia; não
morre rã o no p caclo, nem SC'lll re1·pl1pr e" s:11·ranwn o e meu di,·ino
oraçã o . C' r:'1 o eguro a ilo cl l-lt·~ no: últimos monwn º'·
( l'iila dt Santa .lfn r[l'aricla ]f aria).

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5 o LIT RGI.A

§ VIII. - F ta d Nos a enhora.


Festa principais de o sa enhora : 1.0 Imaculada Conceição; 2. 0 Natividade
d os a enhora; 8. 0 Apr ese nta~úo de Maria; 4.0 Anunciação; 5. 0
Visitação; 6.º Purificn~ão; 7 .0 ompaixúo ou ossa eu hora das Do1·es;
. Assunção.
448. - Dai a oonheoer as principais festas àa antfasima
Virgem.
R. - Ei as principai fe ta da antí sVnia Virgem:
1. 0 I macitlad a onceição · .2. 0 atividade · 3. 0 Apre entàção j
n1mciação · 5.0 1· itação · 6. 0 P1trificação j 7. 0 as

0
A sitnção.
o o nhor J us ri to a antí sima
1 irg rn t m a ultado número de fe ta no decorrer do
ano ri tão. - A Igr ja on agra-lhe um dia por mana,
o ábado um m ~ int iro o mê de maio. Honra ainda,
om ol nidad parti ular o ani r ário do principai
acont im nto da ua vida. motivo de a mútipla
ão:
faria o culto de honra uperior ou
qu lh ' de ido por au a de ua dignidade
eu ua antidade in omparáv 1, ua glória
u pod r no céu ·
2. 0 ln truir-no pela meditação do mi tério de sua
ida, qu ão intimamente ligado ao da vida de o o
nhor para todo o fi'i cheio de n ino e de frutos.
Ei a principai fe ta da antí ima \ irgem:
I. Imaculada Oor/Jceição ( 8 de dezembro). - Essa
f ta lembra que Maria, por privilégio especial, e em
con ideração do mérito futuro de J e us Cristo, foi
i enta do pecado original, i to é imaculada, em mancha,
cheia de graça de de o primeiro in tante da existência.
Em todo o tempo, e muito ante de vir a ser dogma, essa
verdade era admitida na Igreja. Já no pontificado de
Nicolau III, que ubiu na cadeira de Pedro em 1277,
celebrava-se em Roma uma fe ta da I maculada Conceição.

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FE TA DE OSSA SENHORA 5 1

A definição dogmáti a, promulgada por Pio I , a de


dezembro de 1 -:1:, deu à olenidad novo r e plendor.
Cumpre, ne a fe ta, darmo graças a Deu p elo
glorio o privilégio concedido à ua antí ima Mãe,
admirarmo a inocên cia impoluta da irgem antí ima;
agradecermo a Deu por no ter purificado. da culpa
Jriginal p elo bati mo, pedirmo por interce ão de Maria
a graça de con rvar a no a inocência ou de r ecup rar
ê e te ouro pela penitência.
II. atividade de "No a e nhora ( de etembro). -
A Igreja celebra o na cimento bem-aventurado da an-
tís ima irgem; p oi , Maria vindo à luz já cheia de
graça anunciava a próxima chegada do alvador.
E a fe ta r emonta ao primeiro éculo ; porém ó
aparece olene no éculo Y ob o papa ão Leão Magno,
e na idade po teriore tornou- e uma da mais impor-
tante .
onforme canta a Igreja é com entimento de alegria
que devemo celebrar e a fe ta, poi o na cimento de
faria foi, para o mundo, mensagem de júbilo. Con i-
der emo também as Yirtude de faria quando menina;
amemo ê e n ome uave: iJ.Iaria, nome que a Igreja
honra em outra fe tividade particular, a 12 de setembro,
nome bendito que traz ainda um en inamento profético,
poi ignifica a um tempo iluminadora, estrêla, amargura.
III. Apresentação de Wo sa enhora (21 de novem-
bro ) . - Celebrava- e primeiro no Oriente; daí, pa ou
para a Europa depoi da cruzada , para o meado do
éculo XI . Lembra-no que J\Iaria, logo na mai tenra
infância - ó tinha trê ano , r eza a tradição, - foi
apre entada por eu vener ando pai , Joaquim e Ana,
no templo de J eru além, onde e consagrou a Deu pelo
voto da virgindade perpétua.
O ardor da Virgem anta dando- e ao enhor, a
Cl'ener o idade da ua oferta, ua fid elidade à graça e à
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5 2 LIT U RGIA

prome.- a , em todo o decorrer da vida, indicam quai hão


de er a no a. r e luçõe ne e dia: admirando Maria
hav mo de imitá-la no ardor, na genero idade e pedir-lhe,
para nó m mo , fid lidade igual.
l\. Anunciação ele .Yo sa nhora (25 de março). -
E . a fe:ta ' para lembrar o dia em que o anjo abriel
veio anunciar a faria, na humilde ca. de 1\ azaré, que
. eria mãe do alvador e em que o Filho d Deu e
f encarnou no io daquela Virgem bendita. - Foi
in tituída a Anunciação no tempo do papa Gelá. io, para
os fin do ' culo V. 1\o VII. 0 'culo celebrava- com
muita magnificência quer no riente, quer no O idente.
Xe :e dia, dev mo con ervar a m mória do doi. grande
mi térios que lembra: o primeiro ' a I ncarnação do
V erbo : adoremos a humilhaçõe do Filho de D u fei o
hom m por amor d nó ; o egundo é a Jiat rnidade
divina da antí. ima Virgem, m que a humildade de
Maria e o eu amor para a virgindade impõem- e por
igual à no a admiração.
V. Visitação ele T assa nhora (2 de julho ) . - E a
fe ta lembra a vi ita que a antí ima irgem algum
tempo depoi do mi t'rio da ln arnação, fez à ua prima
. I abel, e pô a de Zacaria na aldeia de Hebrão, no
paí · da. montanha .
Inspirada por Deu , I abel aud u ~faria om
alegria, proclamando-a "bendita ntre tôda. a mulhere
e b ndito também o fruto da ua entranha.''. A e a
audação, Maria re pondeu com a bela palavra do
Af agníficat. Ta chegada de 1\o a 'enhora, o filho de
I a bel, foi antificado ant d na cer.
~faria f i ou tr ~ me. e m Ilebrão, na a. a de sua
prima, prodigalizando-lhe cuidado e de velo e depoi
r gre ou a Naza1 .

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FE TA DE NO 5 3

Em comemoração dê e fato , a fe. ta da Vi itação


foi in tituída em 137 , pelo papa Trbano IY, para ob er
por interce ão de 1\Iaria o fim do O'rancle ci ma do
Ocidente que afliO'ia a IO'reja. concílio ele Ba iléia a
t ornon uniYer al em 1±41.
l\e a olenidade a caritlat1e de Xo a enhora erá
modêlo da no . a. e e timulará no. a confianç~ para a
inYocarmo em tôda a pre i. õc .
YI. Purificação de .\ o .a 'cnhora (2 de fevereiro).
Já temo. falado de a fe:ta, que coincide com a
Apre enfação de 1\ o o nhor no templo, quarenta dias
depoi do eu na cimento, e demo. a onhecer com a
apre entaçclo do Filho, a cerimônia que e cumpriu na
purifi ação da Iãe. O exemplo de J e u e de faria
mo r am o aprêço em que cleYemo ter a humildade e
obediência (n.0 412 ).
YII. Compai.riio ou , t D<Írc · da ~'antí. ima r irgcm .
( ex ta-feira da Paixão e l1ia quinze de etembro ) . -
fe ta da ompaixão lembra particularmente a clôre que
a antí ima \ irgem ofreu ao pé da ruz quando e
unia ao padecimento de Je u crucificado. - Foi e. ta-
belecida em 1423 por um concílio pro,·incial de Colônia,
para reparar o ultraje que o hu ita., herege da época,
tinham feito à -:\Iãe de Deu. , profanando a. ua. imagen . .
Bento XIII, em 1725, fixou e a fe ta na exta-feira que
egue a Paixão.
Xo dia 15 de setembro. em outra olenidade, a Igreja
honra a an í ima \ irO'em ob o título de o a cnhora
da Dôre · ão ete, em mernória da ete circun tância
em que mai padeceu: 1. 0 profecia ele imeão; 2. 0 fugida
para o E O'ito; 3. 0 J e u perdido em J eru além; 4. 0 J e ·ns
carregando a cruz; 5. 0 encontro no caminho do Calvário;
6. 0 crucifixão; 7.0 de cida da cruz e pultura de No o
enhor.
Inst. Relig. - 20
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5 4 LITURGIA

entimento que deve animar-no ne as duas festas


é o da compaixão para a antí ima Virgem e de viva
impatia para tôda uas dôre . A bela equência tabat
Mat r, atribuída a InocAncia III, é a expr essão dêste
ntim nto . la grandeza do ofrimento da antís ima
ir m p d mo aferir a ext n ão d amor por nó

.d. ssunção e coróação d e Jfaria antíss ima .

e ompreender o amor agradecido que lhe devemos em


paga. Enfim , eo-uindo o ex mplo da antí ima Virgem,
mo trar-no -emo corajo o re ignado na provações
de ta vida.
\ III. A rnnçâo de
o sa enhora (15 de agôsto).
- É o como remate de tôda a solenidade instituída
em honra de antí ima Virgem; tem por objeto honrar
a bem-aventurada morte de Maria, ua r e urreição, sua
entrada triunfante no céu . - Maria, a sim como as
demai filha d Eva, pagou tributo à morte. É opinião
geralmente aceita que faleceu em J eru além. Os apóstolos

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FESTAS DE :\OSSA E."HORA 5 5

sepultaram eu corpo num túmulo caYado no rochedo, em


et ~mani. É dogma de fé proclamado a 1. 0 de nowmbro
de 1950, que ê te purí.. imo corpo permaneceu ali . ó por
algun in. tante . ~Iaria re. u t'itou e foi leYacla no céu.
'eu epulcro foi encontrado yazio. e a tradição. tão eio. a
de con enar o. re to mortai dos santo., nada pollia
dizer acêrca da relíquia. da antí" ima Yiqrem. Por-
quanto, ê te acontecimento {• fe ·te,iatlo no dia da ~\. ·snn-
c;ão. cuja celebração remonta. parr1·e. ao fc.nlo IY: é a
mai. antiga de tôda. a.- :oleniclacle estabelet'icla. em
honra da Yirgem ~Iaria.
l Te. e dia felicitemo ~faria por seu triunfo; alegre-
mo-no da glória de no . a ~Iãe que recai ôbre nó ;
roguemo a e ta Raínha <lo cl>u qur empregue o eu poder
a fayor do que .Je u ris to lhe dru por filho .

COXl LL'S.Í.0 PR.\TH'.l.

É um uc>lo diadema na fronte OP - la ria, a 1·oroa de> homP


nagen tributada~ à Yirgc>m, mãe 1k Ot•us, no ch·eorrer rlo ano
cri tão!... oroa de de,·o~cto, pü•<1a1le t· eonfian•;a, mais g-loriosa
e maig brilhante fJue a coroa de cloZl' t•s rf a ª''ista<1a por s·io .Jo'io
no .Jpocalip.·r. E ·forcemo-nos )'Or nt'l'l'S<'<'lltar a t' se rliarlema mai.
alguns diamantes, filie erão nos. o.- atos dP gratidão e pit><lar]p filial.
Rc>celwmos, c>m troca, preeiosos te:temunhos 1]1> bene,·oli'>nl'ia e
proteç'io.
Como ha,·emo <le celebrar ,;uas solenidadP. º... Os ,·erclarlPiro
filho de ;.raria antificam-nas P.·pecialmentc pela sa11tn com 111l11io .
• ão .erá, com efei o, o melhor meio de honrar umn mãe>. tomar no
roração e na alma os me mos ·entimento: que ela tem, ... E 1p;anrl,
é fJue • To sa • enhora ahaixar:."1 com ho1111adP sc>u: olhares no: sl' s
filho , e não fôr quando ela ,-ir nêle a inocl-ncia e . antiua<le de
J <' us pre en e no ·eu coração?
Além di. o, para o sócio da \·úri.1. Det·or;õt'ç es abelccicla~
t>m honra da an ís ima Yirgem, há geralmente no dia da~ ~nas
fe ta , uma indulgência plenária, que pod mo lucrar fazendo a
confi :ão, a comunhão e alguma oraçõl'. à intemüe rl.1 Igreja.

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5 6 LITURGIA

§ IX. - F esta dos a ntos .

Fim e instituição das festas dos santos. - Princi pais padroeiros : são José,
são J oão Batista, os apóstolos são P edro e são Paulo, o padroeiro
p a rti cul a r da paróquia. - A festa d e Todos os santos.

449. -Porque instititiu a I greja f estas em hon ra dos santos?


R. - Por dois motivos: 1. 0 para agradecer a Deus
por nos haver concedi do os santos como protetores; 2.º
para que os imitemos como modelos .
.Assim como em tôdas as nações tem-se a peito honrar
a memórja dos grande homens que ilustraram seu nome
nas letras, nas ciências e nas artes, na indústria, no
comér cio, na p olítica, e mais ainda dos que se di tinguiram
por suas virtudes, eu benefícios; a im também na
I gr eja, é muito justo que se honrem os antos, gue
edificaram o mundo com o espetáculo de suas virtude
heróicas e por seus benefícios na ordem e piritual e moral.
Êste é o fim do culto aos santos. Os que ão objeto
dêste culto são personagen cuja santidade e milagres a
I greja verificou; proclamou-os dignos do altares outor-
gando-lhes a glória da canonização. Entr e o antos que
a I greja honra com homenagens públicas, com uma festa
no calendário, vemos: os apóstolos, coadjutores de Nosso
Senhor na pregação do Evangelho; o mártires. deram a
vida p ela f é cristã; os doidores, ensinaram a verdade
católica, com o brilho do saber e da santidade; os
confessores, isto é, santos que sem padecerem o martírio,
edificaram a I gr eja com suas virtude : são pontífice·
ou não pontífi ces, conforme têm sido bi pos ou não; as
virg ens, consagraram a Deus uma pureza virginal, com o
martírio ou sem êle ; e enfim, as que se chamam santas
mulheres, espôsas, viúvas que chegaram à santidade.
A I gr eja celebra ordinàriamente a fe ta dos anto
no dia da ua morte, por ser o aniver ário de ua entrada
no céu, ou nascimento para a vida eterna. Cumpr~,

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FEST AS DOS SA 'TO S 5 7

n~u~ Dffi <Yraça. que


concedeu ao anto como no o · 2. 0 traba-
lharmo por imitá-lo como no . o
450. - Quai são o anto que clcremo particularmente
honrar?
R. - O anta que devemo particularmente honrar
ão: são Jo ',são J oão Bati ta o anto apó tolos Pedro
e
e Paulo, finalm ente o antos padroeiros.
I. ão J o é (19 de março ) . - É o e pô o da an tís-
ima \ irgem e pai adotirn de ~ o o 'enhor Jc u Cristo.
- O eYan<Yelho lhe tece o elo<Yio de homem ju to; foi
julgado di<YnO de er a ociado a
1\Iaria a mai anta da criatura , e
à Yida do Filho de Deu . J e us lhe
obedeceu na terra e nada lhe
poderia ne<Yar no céu. - Por êsses
motivo merece no o r e peito e
confiança· portanto, o papa Pio IX,
anuindo ao rogo do bi po , deu
ê te grande anto como Padroeiro à
Igreja uniYer al, em 1 71. Invoca- e
particularmente ão J osé como Glorioso São J osé,
modêlo de vida humilde, ca ta, rogai por 11 68.

laborio a e como padroeiro da boa morte.


II. ão J oão B ati ta (24 de junho ) : foi precursor
de Nos o enhor, que o chamou o maior dentre os filhos
elo homen verdadeiro Elia pela penitência e mais do
que profeta. - A Igreja, excepcionalmente, colocou sua
festa no dia do eu na cimento temporal, poi apareceu
puro no mundo: fôra antificado antes de nascer.
III. Os santos apóstolos Pedro e Paulo ( 29 de junho).
ão o príncipe do apó tolo ; por sua pregação e
eu angue, fundaram a Igreja e particularmente a
igreja r omana, mãe e me tra de tôda as igrejas.

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5gg LITURGIA

Unidos na vida, Deus não os separ ou na morte.


Ambos sofreram o martírio em Roma, a 29 de junho do
ano 65 : Pedro, crucificado com a cabeça para baixo, na
colina do Vaticano, onde se ergue hoje a igreja de
ão Pedro de Roma; Paulo, degolado na via de ôstia,
no lugar onde se levànta a igreja de São Paulo das Três
Fontes.
a festa de são Pedro e são Paulo, é preci o: 1. 0 rezar
pela santa Igreja e pelo Sumo Pontífice, sucessor de são
Pedro; 2. 0 pedir a Deus a exaltação e prosperidade da
Igreja pela conver ão dos hereges, cismáticos e infiéis;
3. 0 afeiçoar-nos mais e mais à Igreja romana, da qual
recebemos a verdade e a graça.
IV. Os santos padroeiros. - Chamam-se padroeiros
os santos protetore da Igreja universal, de cada diocese,
de cada paróquia, de cada fiel. - Assim como todos os
cristãos, no dia do bati mo, recebem o nome de um santo
ou santa do martirológio da Igreja, para ter em um modêlo
e intercessor, também as igrejas e capelas, no dia da sua
consagração ou bênção, entram debaixo da proteção de
um santo padroeiro. As dioceses guardam, geralmente,
como padroeiros, os santos que as fundaram ou edificaram
e santificaram com suas virtudes, seus exemplos, seu zêlo.
Devemos celebrar a festa dos santos padroeiros,
r ezando com muita confiança por sua intercessão e ·
procurando imitar as suas virtudes.
451. - Q1te é a festa de Todos os santos?

R. - É a solenidade do dia primeiro de novembro,


estabelecida para honrar, num mesmo dia, a memória de
todos os santos.
Não era possível instituir festas particulares para
cada um dos santos do céu; por outra parte, é justo e
vantajoso honrar a todos; a Igreja reuniu, pois, numa

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F E T A S D O A N TOS 5 9

f e ta única, a lembrança de todo o eleito , incitando-nos


a r ecorr er à ua proteção.
F oi in tituíd a n o éculo YII . ob o pontifi cado de
Bonifácio I o P anteão de grip a, que fô ra con agr ad o
a tôda a divindade do pagani mo, e tinha ido con er-
vado como obj eto de ar , foi, em 607, d dicado ao culto
ri tão, com a den omina ão de anta lllana do Mártires:
da cata umba levar am para ali vinte e oito carruagen
do o o do mártire e ê te templo tornou- e como que
igreja ele todo anta . Era tamb ' m a primei r o de
n ovembro que o pagão co tumaYam celebr ar fe ta em
h onra de todo o deu e . P ara de. Yiar o ri tão de tai
manife açõe o me mo dia foi con ao-r ad o à memória
de todo o auto . _\ I gr eja, r eunindo numa me ma
fe ta, t odo o auto. do céu manda ler no eYangelho
a oito b m-avenhtrança , r e umo de t ôd a a antidade;
apr e en ta-no onjuntamente uma multidão de te te-
m unha c.er tifi ando qu e a . antidade ' po ível a tôda a
ela e , em tôda a condiçõe ; enfim ela no anima,
como diz ão P aulo, a corrermo ·, pela pac1encia para o
combat e par a a coroa (H bi·., xx:rr, 1) .
COXCLU ÃO PR ,\TICA

"Que se há de pen ar dos que querem tira r ao po>o a suas


f e ta s, pr tex ta udo qu e ão outra tanta di traçõe que o de via m
do trabalbo i ôbre er bá.rbaro e cruel, e, sa máxima é fal a. Que
importa e o povo 6 tem empo para ganhar o pãoi sempr e preci a
de tempo ainda para comê-lo com alegria, não em bre,·c cessa rá
de ganhá-lo. :f': te D us ju to bom qu er o trabalho e quer também
o descan o. A natu reza impõe igualmen te o ex rcício e o repouso
o prazer e a pena. O de gô to, o enfa do par a o trabalho, cansa
mai do que o próprio t rabal ho. ' Querei torna r um po,-o atirn e
l ab orioso~ Dai-lhe fe ta ... " ( J . J . .Rousseau ) .
Ma ão as fe las religio a que preenchem ês fim pa ra com
o hom m e e pecial men te para com o trabalhador. Alimentam eu
e pírito e dilatam o eu co ração. Qua ndo de can a, torna- e mel hor.
Deixemo , poi , ao po>o cri tão a fe ta dos santos, e de viemo-lo
da f esta do vício e do pecado.

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590 LITURGIA

§ X. - F esta d os F inados.
Comemoraçã o dos mortos. - Partic"ularidad es litúrgicas. - Deveres dos
cri stão s nessa soleni dad e.

452. - Que é a festa dos Finados?

R. - A f esta ou cornemoração dos Mortos é solenidade


fún ebre qiie a I f]reja celebra no dia segiiinte à f esta de
Todos os santos, e na qual faz orações gerais pelas almas
do piirgatório.
Quando tratamos do purgatório, lembramos o dogma
católico sôbre a existência dêste lugar de dôres e sôbre a
utilidade da oração pelas almas padecentes.
Sempre se rezou pel os defuntos; mas a instituição
de uma festa especial, trazendo a lembrança geral dos

Cemit ério.

falecidos , não remonta a1ém do século X. Santo Odilãn,


abade de Cluny, a estabeleceu em 998, em todos os
mosteiros
aprovado
beneditinos da sua ordem. Ê te santo uso foi
em Roma e quase logo adotado em tôda a
j
I greja do Ocidente.
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' ,... . ,,JJIJíl... "' - - --· •. ; ... '

FESTA DOS l'l;llADOS 591

proximaram a f e ta do Jf ortos da f e ta de Todos


os santo para mo trar a união que e:s:i. te entre a Igrej a
triunfan e, a Igreja militante e a I greja padecente, a
lluai não formam, ua realidade , enão uma Igreja única.
453. - Quai' são as parlic lariel ule.· ltl írf/,ca:,; ela fe:;la elos
J.l ortos?
R. - ·i'fo dia da f e ta de Tod o o anta , após as
vésperas própria , cantam-se a v' p ra do ofício do
Ji'inad o . No dia 2 de novembro, re:am- e três missas;
depoi , vai-se de proci siio ao cemit 'rio.
N o própri o dia da fe. ta de 'Iodo o anto depoi
da y(: pera própria., cantam- e a. ué pera do ofício dos
Ji' ina<lo . A o hino d e alegria . uceclcm o eco lú crubre ,
r os paramento: do: dia · fl'--.tin' . ão s11b-;titníclo pt>lo
luto. To a. lembran ça e no o. olhare dirigiam-se para
o f elize habitante do céu: Yoh·em-. e ª"'ora para o
no os irmão pa-
d ecente no pur-
gatório.
D e noite, vol-
ta- e à igreja para
cantar o ofício dos
Mort o , tão ma- -_.
je to o e tão lúgu-
bre. onsta de
três noturno" le n-
Eça.
do- e n'le , em li-
;ôe , a queixa ele Jó, com grit o. ublime d e e. perança,
e apelo comoYente ao ami"'O · con · a mai de laud e
em que entram almo própri o .
No clia cloi de no\'embro, r ezam- e rê mi a ;
muitas vêze , ca nta- a mi a de R equi m, tão olene na
·ua ri teza, com a pro a Die ira , cm que e de crevem
o terrore · do juízo final. - A o acabar a mi a ou Ye-·e
o Líb era; depoi , vai- e, de proci ão, para o cemit 'rio,

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592 LITURG IA

onde se leva aos mortos, como o testemunho da lembrança,


a oração que os alivia, e a aspersão da água benta que lhe
purifica as almas.
4 54. - Que devemos fazer no dia de Finados ?

R. - D evemos: 1. 0 orar por todos os fié·is falecidos;


2.0 assistir aos ofícios dos Mortos; 3. 0 pensar na morte
e a ela preparar-nos.
No dia de Finados devemos: 1.0 orar de modo
particular e mais fervoroso por todos os fiéis f afocidos,
e pen ar que entre as almas padecentes do purgatório,
pelas quais se empenham as Igrejas da terra e do céu,
temos, sem dúvida, pai ·, irmãos, amigos, que talvez
padeçam só por culpa nossa e esquecemos sem miseri-
córdia, em piedade, nem justiça.
2. 0 E sforçar-nos para aliviar essas pobres almas, com
orações pessoais, esmolas, boas obra , ma principalmente
com a assistência piedosa e devota aos ofícios dos Mortos,
especialmente à missa, e enfim com as indulgências que
pudermos ganhar, aplicando-as a favor delas.
3. 0 Devemos também pensar na morte e a ela
preparar-nos. Quantas p es oas, no decorrer de um ano,
deixarão ê te mundo para a vida eterna e das fileiras dos
vivos em que oravam, achar-se-ão na fil~ira dos mortos
por quem se ora !
CONCLUSÃO PRÁTICA

A religiã o não pro íb e cuida r do túmulo dos mortos, visitá-lo,


adorná-lo com flor es, coroas, epitáfios r epassados de lág rim as e
saudade , longe disto ; ma s qu er qu e a nossa lembrança, o nosso
culto sejam principalmente p ara as almas. . . Sem nos atrevermos
a desvenda r os arcanos in sondáveis da justiça divina, indaguemos,
contudo, onde estão a s almas dos que choramos. P ensemos que os
sofrimentos do purgatório são às vêzes espantosos •na duração,
assombrosos sempre no rigor, n a intensidade; entre as almas que
gemem nestas moradas escura , muitas há qu e são de to do esquecidas
e clamam po r nós com os acentos plangentes de J ó: " Tende piedade

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FE TA DA DEDI AÇ'Ã O 59 3

de nó tende pi dadc d nó , vó pelo m no , que ois nossos


amigo poi a mão do enhor caiu obre nós ( J6 XL"{ 21 .
Fórmula para recitar t ôdas as manhã$:
" hleu Deu , ofer ço à \'O · a di1"ina ju tiça em dos
meu p cado a sati façõe upc rabundantc
J e u Cri to, de ua a.ntí ima :\lãe de todos o anto . Faço
intenção de ganhar ôda a indulgência ligada à boa obra qu
cu fize r ne te dia. Ta nto qu a nto po " o a plico e ta indulg1ncia
à alma do purga tório, e, em particular, à de m u pai e amigo
falecido (ou à alma mai' abandonada do purgatório ) suplicando -
vo de conceder-lhe o alído d que nece itam .

§ XI. - F esta ela D e dicação .


D edica ~ ãoda s igr ejas: aniversário. - Fim desta solenidad e. - Disposi ções
particulare para esta (e ta.

455. -Q ue é a f e" la da Dedicação!


R. - A festa da D dicação ' a qu e e l bra em
m emória da con agraçâo d uma ig r ja.
Regularmente, cada paróquia de\'e celebrar a fe ta
de dedicação da ua igr ja, no dia ani-ver ário da con a-
gração que r ecebeu.
fe ta cri tã do aniv rsário da D dicação fo i tir ada
do u o de lei judaica. O templo de J eru além tinha r ece-
bido a con aO'r ação olene; ma a per eguição de Antíoco
Epifânio acarretando a deserção da cidade anta e a
profana ção do templo J uda ~facabeu libertou ua pátri a,
i;e tituiu-lh e o templo fazendo a dedicação dê e edifício
e preceituando que dora aYant , o p ,·o judeu celebraria
ê e aniver ário duran te oito dia ( I , Ma c., rv, 59 ) . -
Na Igreja católica f e teja- e igualmente durante uma
oitava inteira, o aniYer ário da D edicação da igr eja .
456. - P orque se fa z a Dedicação das igrejas para que
feste j ar o seu aniversário?

R.- É para lembrar aos ,c ristãos o r eligioso r espeito


que clev rn ter para as 1ºgr jas.
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594 L l 'l'URGI.A

.A -;; igrejas merecem respeito por vffe.ri os motivos:


J '• Por sua consagração, a igreja r ecebeu destino
santo, e tornou-se habitação de Deus entr e os homens.
2.0 Nela se cumprem o atos mais augustos da
r eligião; ali, todos os dia , imola-se J esu Cristo sôbre o
altar no santo sacrifício da missa; é ali que se admi-
nistram s sacramento e a palaYra de Deus é anunciada
ao povo.
3. 0 O tabernáculo particularmente é a morada em
que J e u Cristo r eside corporalmente, de modo que a
igreja não é tão somente o lugai' onde Deus habita espiri-
tualmente, como está em tôda a parte ou ainda onde
manifesta mais especialmente a sua presença, senão a
Yerdadeira e perpétua morada de Cristo, cor por al e
su bstancialmente pre ente.
É em con ideração destas maravilhas que a igr eja
foi r on agrada e é para lembrar estas verdade , muitas
vêzes ignoradas ou esquecidas, que se celebra o
aniv ersário ela D edicação.
457. - Que sentim entos devem animar-nos na fe sta da
Dedicação?
R. - D evernos nesse dia: 1. 0 lastirnar as irreverências
qne t ernos cometido no lugar santo j 2. 0 formar o propósito
firrne d e proceder na ig1·eja conio na casa ele D eus.
Devemos nesse dia: 1.0 lastimar a irr eYerências que
temos cometido no lugar santo, por falta de atenção e
r e peito, por palavras inútei , uma atitude muito livre,
distr ações mais ou menos voluntárias. Quem r ecor dar o
pr oceder de Nosso Senh r para com os profanador es do
templo de Jerusalém, há de avaliar melhor a gr avidade
das suas faltas e pedir perdão a Deus.
2.° F orm ar o p r opósito firme de sempre voltar à
igr eja com piedade, como na casa de D ens j com ternor e
respeito da maj estade divina; ma;S, ainda mais, com a
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FE TA D A DED! A Ç Ã O 59 5

confiança que deYe in -pi rar-no a pr nça do alvador ,


que e deli ia m p erman ece r en t r o filho do homen ,
para r e eb r a ua home na O'en e e.l i tribuir-lb e bene-
fí cio ; com amor tamb ' m co m grat idão p oi é na iO'reja
que r e eb mo a g r a a : bati anta
comunhã o, p er dão da do
matrimôni o. et .
Enfim, da Dedicação há de i n pi r ar-no
aind a outro entimento . A I gr eja. no ofí io dA e dia,
leYanta o no o pen am en o , lo difício terre tre
con truíd o pela mão do homen até a J- ru além ele te
para o t emplo t ruo qu é o céu obr a de D eu , em qu e
o eleito a bar- e-ão r eunido para louYá-lo e a má-lo
eternam ent e - lembra-no mai que cor pos são
t emplo do E 1 írito auto con agrado a Deu p lo auto
bati mo eu antu ário pela c nfi r ma ão e eu taber-
náculo p ela anta comunhão: 100'0, deYemo ter par a o
no o cor po o r e p eito qu e tem pa ra um templo.
0:-!CLU ÃO PRATICA

Ao lembrar- e da ca a paterna. J ó formnbva ê te ,·oto e plên ·


dido : "Eu dizia : ali hei de mora r, qual o pá a ro no seu n inh o;
qual a palmei ra, ali m ul ti plicarei os meus di a " ( J ó., x x rx, 18 ) .
De bom grado podia o cri tão exprimir o me mo de ejo em relação
à ig reja torrão na al onde a ua alma r ecebeu a vida e piritual.
ve rdadeira ca a de família em qu e irmão e irmãs se reune m para
o banque te do P ai co mum onde ach amo a no a melhore ale-
gria , ond e a no a mágoa encontram o melhor con ôlo !
im, o cri tão, de boa ,· ontade vol a à igreja, ma ama e pe·
cialmente a igr ja de sua paróquia a igreja ]a ua re idência, que
é geralmente a do eu bati mo, da ua primeira comunhão : e t re·
mece-a e patent eia eu amor fr eq uentando-a mpre que a lei de
D eu o ord ena, nos domingo e dia antos. E nfim, já. que go tamos
de ver a ca a patern:i limpa e bem enfeitada, também devemos
zela r pelo a dôrno de no a igreja pa roquial, contribuindo, segundo
a nos a po e , para ua beleza . Oxa lá po sarno repetir com o
sa nto rei D av i : enhor, am ei o esplendor da vossa casal (Salmos,
xxv, ).

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596 DEVO ÇÕES E C O N FRAR I AS

DEVOÇÕES E CONFRARIAS

§ 1. - Principa is d e voções recom e nd a d as aos fi é is.


Definiçiio. - Principais d evo ções cató li cas. - I. Para com Nosso Senhor
J es us Cr isto: santí ss imo Sacramento. - Paixão, - Cr uz. - II. D evoções
para com a antíssima Virgem. - III . Para com os santos.

4·58. Que são devoções?


R. - Devoções são prátfras r eligiosas próprias para
al1.m entar e fo rtificar a piedade, às quais a I greja geral-
rnente lig on favo1· es e indulg ências.
A devoções de que se trata aqui ficam fora da
liturgia e não fazem parte elo que se chama propriamente
ofício divino. São instituições piedosas aprovadas pela
I gr eja e outro tantos auxílios concedidos à nossa fra-
queza para levar -nos à prática do bem e a segurar nossa
perseverança.
459. - Quais são as devoções que mais se recomendam aos
fi éis?
R. - As devoções verdacleirarnente católicas são as
q1ie se r ef er ern a J esus Cristo, a Nossa Senhora e aos
santos.
Há grande número de devoções católicas e seria
impos ível dar a conhecer tôdas. Segundo os tempos, os
paíse , a circunstâncias, Deus inspirou aos fi éis meios
diferentes e especiai para se santificarem glorificando-o.
Mencionemos aqui tão somente as principais devoções
verdadeiramente católica ou universais, que se r eferem
a J esus Cristo, - a Nossa Senhora, - aos santos.
460. - Falai das principais devoções para com Nosso Senhor
J esus Cristo.
R. -1.º A devoção ao santíssirno Sacrarnento j 2. 0
à Paixão de Nosso Senhorj 3. 0 à Cniz, instriirnento da

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LIT RG IA 59·7

Paixão do alvaclor, tôcla r 11nicla na cl voção ao ag rado


Co ração de J es us.
endo J e u ri to autor da reli()'ião católica e ntro
de tod o no o ulto, não ' :J admirar qu e a. primeira
d voções diO'am r e peito à ua p . a , e por 0 11 equência,
ao antí imo acram nto, à Paixão e à Cru z.
1. 0 A devoção ao santí imo acram nto , o ·ulto
tributado a Deu por J e u ri to l r esen te na Eu ·ari tia
ofer e endo- e no altar em acrifí •i . r . idinclo no taber-
ná ulo e dando- e a nó pela anta comunhão. P or i o
empre temo vi to a IO'reja honra r o antí imo acra-
mento com V11ção e pela ora çü · das quarenta horas .
que e faz em no prin cípio da quare ·ma.
A adoração perp'tua , outr a forma de:ta me· ma
devoção. - É prática in titnída em Roma pelo papa
Paulo , em 1606 e palhando- e depoi pelo orb e católico
até e tabelecer- ·e em qua e tôda a diocese . -:\Iercê da . ua
organização todo o dia , uma paróquia. uma comuni-
dad e da dioce. e. da cida le e tá e pec:ialmente incumbida
ele pre tar a l\ o o enho r na Euc.:ari. tia, a homenag n
da no a fé do no o arre1 endimento e de no so amor, em
nome de todo o fi éi . - ?\aquele dia, o an i . imo
Sacramento fica exposto :Je. de a manhã até à noite; há
ofício solene , prática ôbre a ·anta Euca ri tia.
O fi éi que p odem a i tem a e. a cerimoma ;
con tribuem com ua pre ença à olenidade da fe ta;
adornam o altar e a igreja, e zelam para que o . antí imo
·, acr ame nto não fique em acloradore . 1 ma b ~nção olene
com ato de desagravo a "Xo o enhor encerra a fe ta, que
deve er , p lo e forço da: alma. piedo a , um Yerdad eiro
triunfo para a antí ima Eucar i tia.
A adoração not1irna obra e pe ialrn ente in tituída
para os homens, a comunhão rep raclora, a i:isita ao
santíssimo acramento, ão outra tantas manifestaçõe
excelentes da de' oção eucarí ti ca.

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598 DEVOÇÕES E C ONFRARIA S

2. 0 A Paixão de osso enhôr empre foi e tímulo


para a devoção agradecida dos cri tão . A I greja dá o
exemplo con agrando não . ó a exta-feira anta, mas
tôda as extas do ano a e ta memória. A exta da
quare ma ão principalmente santificada pelo objetos
ela P aixão; a festa do Pr cioso angne, n o primeiro dia
de julho, lembra o me mo mistério.
3. 0 A Critz, instrumento da paixão do ah ador, é
também objeto de particular devoção. A I nvenção da
santa Cruz, a 3 de maio, e ua Exaltação, a 14 de etembro,
são de tinadas a comemorar a sua de coberta em 326, e
sua glorifi cação em 62 . A relíquia da verdadeira Cruz
são objeto de veneração profunda e ê te r e p eito abrange
qualquer imagem ou r eprodução da ruz.
Uma das mai imponentes práticas de devoção em
honra da ruz, é sem dúvida, o exercício da V ia acra.
- L ogo na origem do cristiani mo, os fiéis go tavam de
per correr a via dolorosa que i\o o enhor tinha seguido,
/ indo do pretório de Pilatos para o alvário, onde fôra
crucificado. A tradição guardava fielm ente a lembrança
dos lugares a sinalados pelo vários incidente do penoso
trajeto, e onde cruze tinham sido er eta em número de
quatorze. Os 'Sumos Pontífice ligaram riquí ima indul-
gências a esta piedosa romaria, graças que foram confir-
madas p or Clemente X , a 11 de julho de 1670.
Mas o número do cristãos que podiam realizar uma
viagem à terra santa era muito diminuto, principalmente
de de que ela caíra no poder dos infiéis. É por e sa razão
que os pontífice romanos conceder am a autorização de
erigir na igrejas, na capela e oratório , estações da
Via acra, facultando a quem percorre e e as e taçõe
as me mas indulgência que ganharia se fôs e a J eru além.
Todavia, para participar dêste favore , é nece ário:
1.0 que a Via acra tenha sido erigida canônicamente,

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LITU RGIA 599

em virtude de autorização lo umo P ontífice, autorização


que o bi po muita v êze po uem por um indulto· 2. 0
a quatorze e taçõe ejam in dicada quando m eno com
uma cruz ou, querendo, p or irnacren en imacla ele uma
ruz e r epre entando a ena da Paixão; . .º tenham
e. tado de crraça o que ele ejam l uc rar a. indulgência,
mudando de lugar a . cada e. tação, a não er que a \ ia
acra e faça em omum, ·a. o n o qu al ba. ta leYan ar- e
ajoelh ar a cada e tação; enfim. a ada e tação ainda,
cleYe- e med itar n o mi té ri o que ela lembra. eralmen te
r eza- e al i um Paclr .Y os 'O, Are Jlaria, Gló ria Patri. e o
,·er ículo Mi erer no lri... A: ind ulgência li crada à
Yia acra ão num ero. í . imas: r ode- e ganhá-la s mp re
que e faz ê te x er cício, endo tôda apli áYei à alma
do purcratório.
Enfim, outra mui o louváYel práti a ele devoção à
• paixa e à ru z é con nar em a. a, com r e peito, o
crucifixo . i ·to é, a ·ruz na qual é r pre. en tacla a imagem
1e J e u r i to moribund o, ou levá-la habitu almente no
p eito. I u ram - e também a. im indul"'Ancia quan do o
·ru cifixo h ouYer ido bento p elo umo P on ífi ou p or
um a erd ot u d l "'ªlo.
461. - Quais são as principais ilet'OÇÕc .~ para com a san t íssima
Virgem?

R. - Devoçõe mnito conh cida m honra da antí -


sima 1 irg m, são a lo rosário do cap ulário .
T mo muita e muita prática de ]eyo ão para com
1\o a enh ora : já indicam o a fe ta que e elebram
em ua honra, o co tum e l e on ª"' rar-lhe ábado d
cada mana e a pi l o a prática do m A de ]faria. E a
últi ma clevoçã on i te em antificar todo o dia do
mê de maio por um exe r ício r ligio o públi o ou privado
em honra de ~ o a nhora; a I greja favorece e a
prática e concede trezentos dias de indulgência por

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600 CONFRAR IAS

dia e uma inditlgência plenária no fim do mês a quem


tiver sido fiel ao exer cício cotidiano do roê de Maria,
confessando-se e comungando.
Outras devoções muito conhecidas em honra da
santíssima Virgem, ão as do rosário ou do têrço, e
do escapulário, do qual falaremo mai detidamente no
parágrafo que trata da confraria e as ociaçõe . H á mai
a recitação do Anjo do enhor e das ladainhas de assa
enhora, as rornarias aos santuário dedicado à Virgem
Maria e enfim o excelente uso de trazer ua medalha, e
mais especialmente a rnedalha rnilagrosa, ou da I maciüada
Conceição, que Maria pes oalmente deu a conhecer em
Paris, em 1 30, a uma humilde noviça da Irmãs de
aridade, hoje a bem-aventurada Catarina Labouré.
462. - Quais são as melhores devoções para com os sa ·1tos?

R. - D entre os santos qne a piedade dos fiéis 'cerca ·


com devoção especial, convém nomear são J osé, os santos
anjos da guarda e os apóstolos são P edro e são P aulo .
. A I greja autor iza o culto e portanto a devoção para
com todos os anto que inscreveu no seu calendário
autêntico. E xcluindo dêsse culto tudo quanto fô e
super ticioso, ridículo ou vão, a I greja encarec muito a
confiança e as homenagen re peitosas.
Dentre os santos que a piedade do fiéi cerca com
devoção e pecial, convém nomear são J osé, e pô o de
Maria. Seu culto, modesto muito tempo, como a vida e
a obra dêste santo patriarca, tomou, no último éculo,
incremento abonado e estimulado por muití simo favore
alcançados. A quarta-feira de cada emana, como o
me de março inteiro, no qual e acha ua fe ta, lhe ão
consagrados.
P ara o santos apó tolos P edro e P aulo, exi te
particular devoção. O papa Leão XIII concedeu-lhes

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LIT UR GIA 601

ofwio vo tivo na têrça-feira de cada emana, e há uma


devoção especial com o nome de adeia de ão P edro .
O antos anjos r ecebem igualmente a expr ão de
no a piedade e gratidão : a êle é on a()'rada a egunda-
feira com ofício votivo concedido p lo me mo papa. O
mê de outubr o inteiro é o m ' do an to anjo da guar da.
Enfim, podemo indicar ainda orno genuinamente
católica , a devoçõe para com a alrna do purgatório,
a Igr eja, o papa; con i em nà dedi a·ção a e ta cau a
ublime .
CON LO ÃO PR.~T I CA

"Acredita-me, Filotea, a devoção é a rn ai doce da doçu ras


a rainha da vir ude : ' a perfeiç'io da ca rid ade. a caridade
fô r o leite, a de1•oção e rá a nata; se fôr planta, a devoção erá a
flor; e fôr bál amo prec io o, a de1-oção erá o perfum , p rfume
de suavidade que alenta os homen e alegra o anjo .
" ão a devoção nada prejudica quando 1-erdad eira ma
aperfeiçoa tudo · e qua ndo 1-ai de encontro à legítima vocaç'io de
um a pe oa, em dú17ida, então, é fal a. " abelha, diz Ari óteles,
tira o seu mel das flor e em a pertu r bar, d ixando-a inteira ,
frescas, como a achou" ; ma a 1'erdadeira devoção p rocede melhor
ain da; pois não somente não perturba nenhuma vocação, 11 nhu m
negócio, eja qual fô r · ante pelo contr úrio, ela o ado rna e afo r-
mo eia' ( ÃO F RA' I co DE ALE ' Vida devota ) .
ão é po ível abra a r de uma vez tôda a dei·oi;õc. au ori-
za da e encarecid as pela I greja: cada pe oa tem de Y r a que
melhor lhe ab m ao coração, e cultivar a que mai pro1·ei to podem
tra zer pa ra a alma.

§ II. - Co nfra ri a , a s oc iaçõe .


'N oçõe gerai . - l. Con frar ia referindo-se a Xo.so enhor Je us Cr isto. -
II . - Con fr arias d e ' o sa enho rn. - Jil. A ociaçõ .

463. - Que é con f rar ia e a sociai;ão?


R. - onfraria ou irmandad uma reunião de fi 'i
que se a ociam para cum prir m algun x rcício de
piedade.
Na confraria geralm nte há m mbro d ambo
o ex os em embar()'o de condição, e. tado nem idade.

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602 CONFRAR I AS

Alguma desta piedosas ociedade foram elevada pelos


Sumo Pontífice à dignidade de arquiconfrarias. E sta
palavra indica preeminência sôbre as mai confrarias:
gozam de privilégios mai exten o , po lendo ter , entre-
tanto, confraria filiais que aufiram a me ma vantagens.
Às vêzes, uma reunião de pes oas propõe- e praticar
obras de misericórdia, favorecer os bons co umes, e pa-
lhar uma boa idéia, etc. Dá-se-lhe então o nome de
associação.
464. - Quais são a confrarias ou irmandades mais conhe·
cidas?
R. - 1.º A confraria do san tíssirno acramento; 2. 0
a do , agrado oração; 3. 0 a do escapulário do Carmo ;
4. .n a do rosário.

.
Louvado seja, sempre o santíssim o Sacramento I

Dentre a irmandades - têrmo canônicamente igual


a confraria - umas se referem a J esus risto, outra
à santíssima Virgem, outras finalmente a algum santo.
I. Confrarias referindo-se a os o enhor J esus
Cristo. - Falaremo de duas principai : a do santíssimo
acrarnento e a do agrado oração.
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LI TURG I A 603

1.0 confraria do anií imo acram nto t em por


obj et h on r ar e pecialmente Je u ri to n o acramen o
d e eu amor e r par ar o ultraj e que rec b do ímpio
e d o mau. cr i tão . ;..; a. c u m R oma, na igr eja anta
Ma r ia ad Jl inervam, para o comêço do é ulo XYI. Foi
aproYacla em 1539, pelo papa Paulo III, mai arde
l Yacla ao grau d arquiconfraria. ·
ócio devem li itar .Y o o ,

2. 0 onfra ria do agrado 'oraçiio. - \. primeira


foi e abele i la m R oma, na igreja d e , ão 'l'eodor . no
princípio d ' ul XYIIT. por ão L eonardo cl Por -
Iaurício, céleb re mi ion ário. Em 1 01, o Padre
e ular e ela ongr egação l e . 'ão Paulo foram autorizado
a er igi r e a onfraria na ua igreja el e . 'an a ~far ia ad
Pín eam : P io v11 . a .. .) el e janeiro 1 1 03, f z dela uma
ar qu iconfraria oncecl uc1 o- lh 1 rivil \>"'io . elo quai
p a r ti ip a r am a confraria filiai·. Para r par e ne
fav r e , ~ p r ec i ter o nom ins rit o no r gi ro ela
on fra r ia rezar cada clia um Padr no o. uma At•
r elo com a invocac;ão: Doce 'oraçüo d J , u
dai-m e a graça d amar-i•o mpr mai.. - A d evoção ao
aYulta em n o o dia ..
II. onf raria <' 11hora. - ão
' n umer ima : fal mo e capulário do
ro ária.
l .º

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604- C O NFR ARI A S

prop ícia para quem, em honra dela, levasse o escapulário,


quer o que usam os r eligiosos, quer o menor, formado com
dois pedacinhos de fazenda p r eta ou parda, ligados por
dua fitas.
Para ser membro dessa confr aria e t er parte nos eus
privilégios e indulgências, é preciso r eceber , das mãos de
um religioso carmelita, ou de um padre devidamente auto-
r izado, um escapulár io bento por êle na for ma mar cada,
e levá-lo religio amente, de noite e de dia. Quem quiser
participar do favor da indulgência da B ula Sabatina, a
qual, segundo r evelação feita ao papa João XXII, pro-
mete a liber tação do purgatório no sábado depois da
morte a todos os sócios da confraria do e capulário, deve:
1. 0 guar dar a castidade segundo o estado; 2. 0 r ecitar todos
os dias o ofício canônico ou ofício parvo de Nossa Senhora.
As pe soas que não sabem ler, substituem e sa obrigação
p ela abstinência de tôdas as quartas-feira . estes últimos
pontos, concedem-se dispensas em certos casos.
Outros escapulár io foram instituídos, dando lugar
a novas confrar ias análogas. Os mais conhecido são: o
escapulário azul da I maculada Conceição, que pertence
aos religioso 'r eatinos desde 1616, e o escapulário ver-
melho da Paixão, de or igem mais recente, e é dos Padres
da Missão de São Vicente de P aulo, desde 1826. Há ainda
o escapulái:io do Sagr ado Cor ação, de côr branca, que
SS. Leão XIII aprovou a 4 de abril de 1900.
2.° Confraria do rosário. - F oi instituída no comêço
do século XIII, por são Domingos, fundador da Ordem
r eligiosa que tem o eu nome. A Santí sima Virgem lhe
deu a conhecer em 120 , que a r ecitação do rosário,
composto de cento e cincoenta Ave Marias, lhe seria muito
agradável e tor nar-se-ia ar ma p oderosa contra os hereges
albigenses, dando ao sócios fruto precioso . O aconte-
cimentos justificaram a promessas.
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605

Para lucrar a indulgência do rosano é preci o:


1. 0 er inscrito no r eO'i tro de uma confraria r egularmente
er eta por um r eligio o dominicano om auto r ização dos
eu uperiore ; 2. 0 r ezar o r o ário inteiro uma vez por
emana meditando no mistério do r o ário · 3. 0 preencher
a ondiçõe marcada para a d iYer a indulgência .
P arece nece ári o, ou quando meno mai certo u ar de
r o ário ou têr ço bento por um dominicano ou por um
padre autorizado.
465. - Falai de alg umas a ociações piedosas.
R. -Merecem particular at nçrlo: o apo talado da
oração a propagação da fé . as conferências de ão Vicente
d e P anlo, a congr gaçõe mariana . a obra da anta
I nfânóa.
J á o di emo a a 'Ociaçõ s propüem- e ge ralmente
um fim ca ri do o : ão muita. e com objeto diferente .
Indicamo õmente alO'uma :
' 1. 0 Apo talado da oraçüo. - É uma a ociação de
oraçõe funda da em 1 46, enriquecida por Pio IX com
indulgência plenária ; o centro e tá atualmente em
Tolo a. E força- e p or promoYer a glória d Deu e a
alvação da alma egundo a inten , -e do oração de
J e u , pela oferta de oraçõ e boa obra . É indi pen-
sável a aO'regâção pe oal ou in cri ão no regi tro do
Apo tolado em algum do centr o onde a a ociação e
acha r egular mente e tabelecida.
2. 0 Obra ela propagação ela f '. - Fundada em 1 22
' propõe-se auxiliar pela oração e pela e mola. o mi io-
nário que vão levar a fé até ao povo infiéi ; contribui
a cri tianizar a alma e pre erYá-la do inferno. O
membro r ezam, cada dia, um P ater e uma .clve Maria com
a j aculatória: ão Francisco Xa vier, rogai por 11ós.
3.° Conf rência d e ão Vic ente de Panlo. - E a
sociedades tão útei. tiveram princípio humilde em 1 33.
Amparar o pobre , mini trar-lhe alívio para o corpo e

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606 CONFR A RIAS

e mola espiritual para a alma; pôr a virtude e a perse-


' erança dos membros sob a pr teção da caridade, são as
a piraçõe do fundador e e foram realizadas de modo
admirável.
4.° Congregação 11ia1·iana. - Muito antiga, essa
ociedade tem p or fim agremiar o jovens de boa vontade,
con ervar a virtude mo trar a Nossa Senhora devoção
parti cular . Confer ências, estudo , exer cícios le piedade
numero o feito em comum: tais ão os principais meios.
Quem abe qua nto ão o perigo que ameaçam os j oveus
estudante , compreenderá o grande alcance social dessa
aO'rerniação .
5. 0 Obra da Santa I nfância. - Propõe-se o resgate
ela crian inha abandonada p elos pagão , educando-as
r eligio arnente. Os c10 t êm de r ezar diàriamente por
e ta intenção uma A ve Maria com a invocação: Santa
Virgem l\íaria, r ogai por nós e pelos pobres filhos dos
infiéi . Há também urna pequena contribuição mensal.
CON CLUSÃO PRÁTI CA

"Eu vo-lo di se e outra vez o digo: se dois dentre vós estiverem


de acô rdo na terra para me pedir seja o que fôr, isto lhes será
concedido por meu P a i qu e e tá no céu" (S . Mat. , xvm, 19 ) .
Essa palavra do Nosso Sen hor nos revelam o g rande poder da
associação.
H a verá cousa mais fra ca qu e uma fibra de cânh amo, de linho 'I
Pouca fôrça é quanto basta para parti-la; ajuntai certo número
e tereis cordas a saz resistente pa ra a rrastar navios. Que pode
fazer a gotinba de água i Se muitas gatinhas se reunirem, hav_eis
de ver os diques mais forte cede r a o seu impulso. Assim, é pouca
cousa nossa oração pessoal, nosso e fôrço individual ; unindo, porém,
agremiando essas fraqu ezas, teremos um poder incrível: a união
faz a fôrça.
ó Deus meu, bendito sejais por nos terdes da do a oração, por
nos terdes da do a ação, e por terdes reunido e sas duas fraquezas
p a ra elas form a rem uma potência. Que ro entrar n uma associa<:ão
pa ra salvar a minh a alma com os outros, e salvar os outros comigo.

FIM

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,
INDICE
P..\Gs.
LIÇÃO PR EL I M l ~AR. Dout r ina crL tã 3
CREDO
D lB OLO 9
r.o .d ri igo 11
§ I. - D eu : sua exi t ênci a 12
~ II. - Deu : sua natureza , uas pe r fe ições 1-l
§ !TI. - ~is 'r io em ge ral. Trindade 1
§ I V. - A criaç.ão 23
§ V . - O anj o 27
§ I. - O home m . 33
§ V II. - O e tacl o ele inocê ncia . A que da 37
§ "\ III. - O :\fe ia prom et ido 42
II .o e JJT. 0 Art igos . -16
§ I. - Mi tério ela In ca rnação . 46
§ II. - A Vi rg em Maria 52
§ III. - V iel a oculta de Nosso enho r J esus Cri t o 54
I V .o Llrt igo . 61
§ I. - P ai xão e Mor te ele J esu-s Cri to . 62
§ II. - Reden ção 65
§ III. - SepuJ u ra el e X os o fienh or . - De cicla ao in ern os 67
V .0 A rtigo . - Ressurreição ele Xos o enhor J esus Cr is to 69
YI .o e V ll. 0 Art igos. - A censão el e X os o Senho r 72
VIII .o Artigo . - E pí ri to San o . 76
I X. o Arl i.qo . O
§ I. - Insti tuição e con stit uição ela I g reja O
§ II. - Eu ino ela Ig reja . 3
§ III. - ara ct er es ou sinais ela Igreja 8
§ IV. - Memb ros d a I g reja . 93
§ V. - omunhão el os santos . 97
K.0 Art igo. - Remissão do p ecados 101
,Xl. 0 e X II.o Art igos . 104
§ I . - Mo r te e juízo particula r . 105
§ II. - Re ur reição dos co r pos 10
§ III. - J uíz o úl timo 111
§ IV. - O céu . . 115
§ V. - O in f erno . 11
§ VI. ~ O pu rgatório . . 121
LIÇÃO COMPLE MENTAR. - Do sinal da cr uz 126
MORAL RI S TA
A MORAL E AS DIVE R AS LEIS . 129
MANDAMEN TOS DA LEl DE DE s . - Decálogo . 131

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ÍNDI C E
6
PÁGS.
135
I .o mandamento .
136
9 I. - Fé 141
9 I L - Espera.nç.a 145
9 III. - Ca ridade 146
l. - Amor de Deu
149
II. - Amor do próximo
152
§ IV. - Adoraç;io .
155
Pecados contra a adoração
§ V. - ulto da 'antí ima Yirg m, dos anjo e anto 159
9 VI. - ulto da relíquia , cruze e imagcn 162
166
II.º mandamento 166
9 T. - Juram nto 170
9 II. - Blasfêmia 172
9 JII. - Impr caçõe 173
§ IV. - Voto 177
III. o 111anclamento . 17
9 I. - Obras servis e trabalho proibido no domingo
§ II. - Ato r<'ligioso a praticar no domingo
1 2
1 4
IV. o 11ia11dd1ncnlo
9 I. - De,·eres dos filhos para com o pai 1 5
9 II. - De,· re do pai para com o filho 1 7
§ III. - Deveres do inferiores para com os superiores 1 9
9 IV. - Deveres do superiore para com os inferiores 193
195
V. 0 111andamenlo 196
9 I. - Ofen as. à '-ida natural 201
9 II. - Ofen~a à ,-ida e pi ritual: e cândalo
203
V I.º e I X.o 111onclamentos .
9 I. - Pecado proibidos pelos VI.º e IX.o mandamentos 205
9 II. - ' r av idade do pecado cont ra a pureza . 209
9 III. - Prc rvativos e remédio contra a impur za . 211
V l / .o X.o 111a11clamentos . 213
§ I. - Diversas manei ras de violar o direito do próximo 215
9 II. - Apreciação do pecados de injustiça 217
219
§ III. - Obrigação de restituir
222
V III. o 11umda111cnlo .
223
9 I. - Falso testemunho 225
9 II . - 1Jrntira 22
9 III. - Difamação 230
)!A NDAMENTOS DA IGREJA
234
I.º mandamento . 235
9 I. - A istência à missa 239
9 II. - Fe·tas . 241
Il. 0 mandamento 244
ITI.0 mandamento
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Í N DI CE 609
PÁGS.
I V.o ·mandam en to. - J ej um . 249
A b tin r nci a 254
í .o 111an '1am r11 to. - P aga r dízimos sr1:ru11do o ros tnm r 2.)7
APÊNDICE À :UORAL. - § I. - A Consdiência 260
§ 11. - P ecado 263
~ III. - P ecado capitais 26 7
IY. - Y irtud c 272
GRA Ç A E A CR A~ EXTOH
A GRA A
~ I. -G-raça atua l
§ II. - Graça habiti.:·al ou -antit'i.·an e
§ IIJ. - :'-Iérito
D A ORA ÇÃ O. - X oçõe~ g• rais
§ I. - Oração cm g rral
§ II. - Oração dominical
§ III. - · a nda 'ã o ang<'li('a
ACR D fEXTO ,
§ J. - X oç~io era! do sacr;inwnto-. <la lei no\·a
§ II. - Efeito do . ana11H'n os
§ III. - :'-lin i ro, sujeito, l'<'rin1!1nia' elo~ -ananwn os
§ IV. - , 'anamc ntai
B ATISMO. - ~ I. - Xo <;õr~ g-.. rais 110 !iatismo .
§ II. - Efeito do batism o
§ III. - ~Ji ni stro, sujpito "º ~anam~nto de bati"no
§ IV. - crimôn ia s do batismo
OXFIR:UAÇ.\O. - § J. - XoÇÕl'-. gPrais 11a l·nnfirmn <;iio :~ :~ !)

§ II. - Ef ito da eon fi rma<;ão 31:2


§ III. - ~1in istro, ce rimônia da c·on firma1J10 3 Lí
P ENITÊ:O.: CIA. - I. - Xoções g c•rais da l' •ni têneia 3.JO
3J;j
§ II. - on n çao
I. - Qualidade da contrição 356
11. - Difer entes e péeies de cont rição 35í
III. - Firme pTopúsito 3.)9
§ III. - Co nfi são . 361
§ , IV. - ati fação 371
APÊN DICE. - Indulgência 314
E UCARISTIA. - · I. - X oçõc g rrais da ruearislia 379
§ 11. - O santo sac rifício t1a mk a . il 7
§ UI. - X eces idade efeito C.:o sacra me nto da euearistia 302
§ IV. - ~ ni tro e uj ito da eu~aristia. Disposições para
a anta omunhão . 39 7
§ V. - Cerimônia praticadas n a adminL·tra<;ão do acra·
mento da eucari tia . 403
EX TR E~Ll :oi çÃo. - ~ L - X oçõe gerai dl' -,, ·ac ramento -! 0 7

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610 Í NDIC E
PÁG S.
§ II . Efeitos da extrema un ção . 410
§ ·III. - Mini tro, ujeito, cerimônias da extrema u,nção 413
ORDEM. - § I . - Noções gerais dêsse sacramento 418
§ II. - Efeitos do sacra mento da ordem . 426
§ III. - Ministro, sujeito, cerimônias do sacra mento da
ordem . 429
°'.IJATRilúÔNIO. - § I. - Noções gerais dêste sacramento 436
§ II. - Efeitos do sacramento de ma trimônio . 441
§ III. - Ministro, suj eito do sacramento. - Disposições e
impedimentos 443
§ IV. - Condições e cerimônias do ma trimônio 450
APftNDICE. - Meios de antificar o dia . 454
CUL'l'O, LITURGIA, FESTAS, PRÁTICAS RELIGIOSAS
- Práticas do culto exterior . 4ó0
LITURGIA. - ~ I. - Noções gerais da liturgia ·. 464
~ II. - Igre jas 470
§ III. - Altares e acessórios . 479
~ I V. - Vasos litúrgicos . 485
~ V. - Ve tes e paramentos litúrgicos 493
~ VI. - Substâncias litú rgicas . 500
CERilúÔ NIAS DA lúISSA . - § I. - Noções gerais 503
~ II. - P rimeira parte da missa: preparação 507
§ III. - Segunda p a rte : ação ou sacrüício propriamente
dito 511
~ IV. - Terceira parte: conclusão do sacrifí cio . 517
0Fícros DA IGREJA . - ~ I. - Ofícios em geral 522
~ II. - V ésperas e completas . 526
~ III. - Bênção do santíssimo Sacramento 531
FESTAS DO ANO CRISTÃO. - ~ - Festas em geral e divisão
do ano cristão . 536
~ II. - Advento e Natal 540
§ III. - F estas da infâ ncia de J esus: Circuncisão, Epifania,
Apresentação 545
§ IV. - Qua resma e semana santa . · 551
~ V. - F estas do tempo pascal: Páscoa e Ascensão 562
~ VI. - F estas do P entecostes e da santíssima Trindade 568
~ VII. - F esta do Corpo de Deus e fosta do Sagrado Cora-
ção de J esus 573
~ VIII. - F,e stas de J ossa Senhora 580
§ IX. - F estas dos santos 586
~ X. - F esta dos Finados 590
~ XI. - F es ta da Dedicação 593
DEVOÇÕES E CONFRAR IAS. - § I. Principais devoções
recomendadas aos fi éis 597
§ II. - Confrarias, associações 602
rudice . 607
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