Conflito Na Líbia
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Conflito Na Líbia
2012-03-03, Edição 41
http://pambazuka.org/pt/category/features/80407
O atual distúrbio que se vive na Líbia corresponde uma estratégia geopolítica das
grandes potências ocidentais pelo controle do poder e dos recursos energéticos. As
justificativas para a ocupação da OTAN estão relacionadas com a iniciativa da política
externa líbia a partir de 1990 de lutar contra a ocupação ocidental na África; no fato do
Khadafi nunca ter assinado o acordo de AFRICOM; na iniciativa do Khadafi de
estabelecer uma moeda africana para as transações intra-africanas em substituição do
Euro e o Dólar para assim permitir um maior desenvolvimento da África. O objetivo do
artigo é demonstrar que a invasão da OTAN é algo planejado faz muito. Conclui-se que
independentemente de usurpar os recursos petrolíferos líbio, as verdadeiras razões
continua sendo o velho ditado de dividir para reinar e assim continuar a perpetuar a
dependência da África face ao ocidente.
1. INTRODUÇÃO
O atual distúrbio que se vive na Líbia corresponde uma estratégia geopolítica das
grandes potências ocidentais pelo controle do poder e de recursos energéticos. Ou seja,
são disputas coloniais pelos territórios e não tem nenhuma relação com a implantação
da democracia como os meios de comunicações pressionados pelos EUA e a OTAN
vêm apregoando. A grande verdade é que o ocidente de forma estratégica conduziu os
acontecimentos através dos meios de comunicação e a mídia internacional com o
objetivo de fazer o mundo acreditar que as razões do genocídio cometido na Líbia
seriam pela implantação da democracia.
Antes de prosseguir, convém deixar claro que o trabalho não pretende apoiar o regime
de Khadafi, mas, tentar narrar os acontecimentos como ocorreram e as causas para que
essa situação chegasse às atuais circunstâncias. A rápida forma como começou o
conflito armado na Líbia depois de poucos dias de protestos, constitui uma forte
justificativa de que já existia uma ação ocidental bem planejada e só se esperava o
momento certo para sua execução (ABUGRE, 2011). Os motivos ocidentais para a
invasão a Líbia numa análise simplista pode parecer que se limita somente aos
interesses nos recursos petrolíferos tendo em conta que Líbia é o país africano que
possui as maiores reservas do petróleo. Porém, essa questão apresenta outro
componente talvez muito mais grave ainda: perpetuar o subdesenvolvimento africano e
manter sua dependência face ao ocidente, sobretudo perante as instituições de Bretton
Woods.
Ressaltar que até poucos anos atrás, o Khadafi era tido como o exemplo de uma boa
liderança por parte do ocidente. Porque o panorama mudou radicalmente nos últimos
tempos? Várias são as justificativas para esse fato. Em primeiro lugar, tem-se que, a
partir de 1990, a política externa do governo Khadafi era lutar contra a ocupação
ocidental na África. Em segundo, a Líbia nunca assinou o acordo de AFRICOM, uma
armação dos EUA pelo posicionamento estratégico, em desconfiança do poderio da
China na África, disfarçado com a justificativa de resolver os conflitos na África
(CHENNTOUF, 2005, MANGU, 2008). Outra forte razão está relacionada com a
proposta feita por Khadafi aos outros lideres africanos de estabelecer uma moeda
africana para as transações intra-africanas em substituição do Euro e o Dólar permitindo
um maior desenvolvimento da África, assim como aumentar os acordos de cooperação
sul-sul, sobretudo, com China, Índia e Brasil.
Este artigo tem por objetivo demonstrar que a invasão da OTAN a Líbia foi algo
planejado pelo ocidente faz já algum tempo, sendo que as verdadeiras razões
independentemente do poderio dos recursos petrolíferos, continua sendo o velho ditado
de dividir para reinar, e assim continuar a perpetuar a dependência da África face ao
ocidente. Sabe-se que a Líbia através do governo de Khadafi já começava a constituir o
principal obstáculo para as intenções ocidentais na África. Por tal razão, a idéia da
OTAN era clara: eliminar o Khadafi sobre qualquer pretexto. Justamente por Khadafi
ser o alvo, os EUA e a OTAN recusaram todas as tentativas de resolução pacífica do
conflito como as sugeridas pela União Africana entre outras.
A República da Líbia, esta situada na África do Norte, fronteiriça com Egito e Sudão no
leste, com Chade e Níger ao sul, com Argélia e Tunísia ao oeste. Sua capital é Trípoli e
apresenta uma população de aproximadamente 6,5 milhões de habitantes (FMI, 2010).
Durante muito tempo a Líbia fazia parte da Itália, após a invasão deste último país em
1911, no momento em que era parte do Império Otonamo. Década depois, diferentes
partes da Líbia estavam sob o comando de franceses, ingleses norte- americanos e
italianos (casualmente, as mesmas potências que hoje decidiram ocupar novamente o
país). Após a independência, a Líbia passou a ser governado pelo Sayyid Idris al-Sanusi
(CHOUALA, 2007), que teve forte apoio dos países ocidentais, sobretudo a Inglaterra e
os EUA, em troca do estabelecimento de bases militares destas duas potências no
território líbio.
Em 1969, teve uma insurreição liderada por Khadafi, um jovem de 27 anos, que
culminou com a monarquia de Sanusi, e com isso, decretar o fim do sonho das grandes
potências ocidentais de usurpar o petróleo líbio, cujas jazidas foram descobertas em
1961. Ademais, para bater no coração do imperialismo norte-americano e inglês,
Khadafi proclamou o Estado líbio como islâmico e socialista, em meio da época da
guerra fria (YASMINA, 2005). Seguidamente Khadafi fechou todas as bases militares
norte-americanas e britânicas, estabeleceu um restrito controle sobre o petróleo do país
e nacionalizou algumas empresas estrangeiras.
Por fim, precisamos ressaltar que a Líbia foi o grande propulsor das três principais
instituições pan-africanas: o Fundo Monetário Africano, o Banco Africano de
Investimento e da União Africana. O governo líbio estava financiando as empresas de
telecomunicações africanas, as fábricas de petróleos, construções de hospitais etc. Com
todas essas evidencias, é visível que a Líbia era o principal oponente do FMI na África e
suas contribuições estava enfraquecendo as posições geopolíticas dos países da OTAN
no continente negro.
A forma como estão decorrendo os acontecimentos nos países da África do Norte, nos
fazem recuar um na história e lembrar a intensidade com a qual se desenvolveram a
colonização e o imperialismo desde a década de 1880 até a irrupção da primeira Guerra
Mundial. Nessa época, os países ocidentais para poderem expandir seu domínio sobre o
continente africano usaram como métodos
[1], a diplomacia, a invasão militar ou a combinação de ambas (UZOIGNE, 2010;
BOAHEN, 2010).
O que está acontecendo hoje, muito embora de forma distinta, é um reflexo de que as
pretensões imperialistas, mesmo que tenha passado várias décadas, continua sendo as
mesmas: apoderar-se das riquezas dos países periféricos a custa de quaisquer
circunstâncias. Estamos assistindo uma nova fase do imperialismo onde os continentes
antes repartidos durante a primeira etapa imperialista pelas grandes potências
imperialistas durante a época da Conferência de Berlim continuam sendo os mesmo: a
África e a Ásia. A grande diferença é que na atual conjuntura internacional globalizada
com um grande avanço tecnológico, e com as grandes potências ocidentais submergidas
em crises econômicas e financeiras, atrelam de forma estratégia quase a totalidade dos
meios de comunicação e a mídia internacional em geral com a falsa política da “defesa
da democracia”.
A segunda fase baseou-se na revolução industrial e sua manifestação foi à repartição das
colônias asiáticas e africanas pelas grandes potências européias. Nesta segunda fase,
está a origem do maior problema que enfrenta a humanidade: a imensa polarização que
aumentou a desigualdade no mundo. Na atualidade, presenciamos a terceira fase do
imperialismo. O discurso ideológico atual desenhado para assegurar o domínio dos
povos da tríade (EUA, União Européia e Japão) agora tem sido direcionado no direito
de intervir, supostamente justificado pela defesa da democracia. Foi em alusão a essa
tríade que Amin (2001) cunhou essa terceira fase do imperialismo de “imperialismo
coletivo”.
O ódio do ocidente pelo líder Khadafi vem desde a ascensão do líder líbio ao poder em
1970, significando o fim do controle ocidental na Líbia. Neste sentido, o atual conflito
líbio é uma questão planejada fazia muito tempo, e era só esperado o momento para sua
execução. Desde o início do conflito os EUA, a Inglaterra, a França e a Itália
rechaçaram todos e quaisquer intentos de mediação pacífica. Lembrar que dias depois
do seu início, a União Africana criou uma “Comissão especial” para o conflito líbio
liderado por África do Sul, Mali, Mauritânia, Congo e Uganda com o objetivo de
encontrar solução “pacífica” e não via armada. Entretanto, o esforço da União Africana
não foi tido em consideração pelas potências ocidentais que decidiram iniciar os
bombardeios a Líbia porque o objetivo da missão era claro. Em várias conferias de
imprensas, após o início do conflito, o Presidente da Comissão da União Africana Jean
Ping saiu publicamente criticando a não intenção dos Estados Unidos e a União
Européia de encontrar soluções pacíficas do conflito.
É bom não esquecer que a União Africana conta entre sua estrutura organizacional com
o Conselho da Paz e Segurança (CPS), uma instituição pan-africana de promoção da paz
e segurança na África. O CPS representa um órgão de decisão para a prevenção, gestão
e resolução de conflitos, constituído na Cúpula de Durban (África do Sul) em 2002,
muito embora suas ações começassem oficialmente em 2004.
Segundo Abugre (2011), a França começou a planejar o ataque a Líbia desde outubro de
2010, enviando para Benghazi armamentos e tropas. Posteriormente no dia 16 de
novembro de 20110, França mandou um trem de cargas com soldados disfarçados em
“empresários” que chegaram para investir na Líbia. É por esta razão que houve uma [2]
revolta nesta região que iniciou como protestas e manifestação da população civil e que
em dois dias se transformou em rebelião armada e em menos de um mês a OTAN já
tinha declarado que ia invadir o país. Se não houvesse, a priori, tropas francesas na área,
dificilmente o combate aconteceria com essa velocidade [3].
Para este autor, ninguém estava disposto a financiar tal projeto. Ao longo de quatorze
anos, os países africanos correram atrás de financiamento, solicitando todos os parceiros
incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM), os EUA e a
União Européia, mas, não resolveram o problema. Foi então que, em 2006, o governo
líbio decidiu aportar US$ 300 milhões a disposição dos países africanos e o Banco
Africano de Desenvolvimento (BAD) e o Banco Oeste Africano de Desenvolvimento
(BOAD) entraram com os restantes US$ 100 milhões que faltava. Este fato propiciou
que, em 2007, a África possuísse seu primeiro satélite, mudando completamente o
panorama de telecomunicações. Portanto, essas ações representaram um duro golpe para
os interesses. Eram evidências que indicavam ao ocidente, de que para continuar seu
domínio sobre a África, o Khadafi não tem que estar presente.
Ressaltar que desde início da década de 1990 a política externa líbia era evidente: lutar
contra a ocupação ocidental no continente africano. Posteriormente, Khadafi tinha
declarado publicamente a criação da moeda única africana “o dinar de ouro” para
substituir o Euro e o Dólar nas transações comerciais inter e intra-africana. Ainda neste
nível de generalidade, Khadafi propôs aos governos africanos aumentar a cooperação
com os países emergentes (especialmente China, Índia e Brasil) em detrimento dos
países europeus e os EUA (CHOUALA, 2007).
Será que a invasão da OTAN está salvando vidas dos civis na Líbia? Evidentemente que
a respostas é não. Até por que era impossível salvar vidas com os bombardeamentos da
OTAN contra a população civil. Era necessária uma intervenção dessa índole? Será que
proteger civis é sinônimo de aviões da OTAN sobrevoando o espaço aéreo líbio,
violando, bombardeando populações civis e os principais poços petrolíferos ou
destruindo as infra-estruturas do país mais estável da África? A mesma atrocidade foi
cometida no Iraque, e a pergunta é: hoje tem democracia no Iraque? A grande
justificativa para invadir ao Iraque era que esse país tinha armamentos de destruição em
massa e depois do assassinato do Saddam Husseim, se comprovou que era tudo falso.
Podia se perguntar se essa farsa não tem punição? Será que só tem um grupo de países
que devem ser punidos e outros não? O caso da Líbia será a mesma coisa, ou seja,
porque dentro de alguns anos, vai-se comprovar da mesma maneira que tudo o que foi
dito contra o governo de Khadafi não era bem o que diziam.
Admitindo que a revolução que levou Khadafi no poder em 1969, tinha como inspiração
o nasserismo [4], é fácil entender a importância da África na política externa líbia ou
vice-versa ao longo das últimas quatro décadas. Segundo Chouala (2007), a África
constitui ao mesmo capital e um elemento fundamental para a política externa da Líbia.
De fato, como conjunto de elementos pelos quais uma entidade se firma e se consolida
em relação ao mundo exterior, a política da Líbia se apoiou fortemente nas questões
africanas para se firmar como um ator importante a ser respeitado nas discussões
geopolíticas internacionais nos últimos vinte anos. A ambição de exercer uma influência
na África tem sido uma fonte e um capital geopolítico que Khadafi soube usar na sua
busca de monopólio ou hegemonia no continente em oposição à ordem mundial
estruturado em volta e pelas potências ocidentais, como inclusive ilustra o epigrafo a
seguir:
"L á ccés à la position de leader hégémonique de l ́Afrique est, dans la stratégie libyenne
d ́opposition à l ́Occident, un capital efficient ; il l ́est à la fois en tant qu ́arme et en tant
qu é njeu d ́opposition. L ́influence de l ́Afrique permet à la Libye «d ́exercer un pouvoir,
une influence, donc d ́exister dans le champs [eurafricain] au lieu de d ́être une simple
quantité negligeable" (CHOUALA, 2007, p.131).
No entanto, a atitude dos africanos nos últimos anos mostrou que a União Africana não
somente é possível, mas sim, que ela é á única forma de independência e de
desenvolvimento da África, mandando assim, um sinal forte ao imperialismo ocidental.
Esse fato vinha sendo um sinal para o ocidente de que a África está pronta a tomar seu
destino em mãos e interromper a história da dominação, econômica, política e
sociocultural sofrida desde século diz oito. Segundo Esterhuyse (2010), a mensagem
tácita de que “queremos tomar as rédeas de nosso próprio destino” tendo em conta que
durante muito tempo o futuro da África era manipulado principalmente pela Grã-
Bretanha, França, Bélgica e Portugal durante na era colonial e os EUA, após as
independências nacionais.
Ainda para este autor, é importante ressaltar o fato de que um dos principais obstáculos
ocidentais nos últimos tempos é a solidariedade africana que alcançou seu apogeu com
o estabelecimento da União Africana com Khadafi como principal inspirador, distinta
da União Européia. Assim, apesar das divergências internas, a União Africana reflete a
solidariedade, particularmente com respeito a questões tais como anti- colonialismo e
africanismo. Admitindo que a Líbia de Khadafi seja um dos grandes pilares desta nova
postura africana diante dos desafios da globalização, é fácil entender a hostilidade
ocidental contra o líder líbio que alias, nunca escondeu sua oposição à ocidentalização
da África.
Essas mudanças estruturais além de permitir o alargamento dos parceiros bilaterais além
das fronteiras tradicionais (Europa), estreitam os laços entre os africanos, permitindo o
incremento das trocas comerciais, os investimentos internos, a promoção da paz, da
democracia e do desenvolvimento do continente partindo dos próprios africanos. Isto
abre um espaço político, econômico, cultural e geopolítico para Khadafi, que, sempre
aspira a se tornar uma potência regional e um líder continental na África.
Desde chegada de Khadafi ao poder na Líbia, ele não escondeu a sua convicção de ter
um papel importante e histórico a desempenhar no continente africano. Para tanto, é
importante e mesmo imprescindível se opor ao imperialismo europeu como o fez
Khadafi desde sua chegada ao poder em 1969. Militante do pan-arabismo, do terceiro
mundismo, do nacionalismo revolucionário, do messianismo ideológico, do islamismo e
do movimento dos países não alinhados, Khadafi percebe as relações euro-africanas
baseadas no regime dito de associação entre a comunidade européia e os países e
território do ultramar como sendo uma pura e simples perpetuação da dominação
européia da África (CHOUALA, 2007).
Nesta ótica, a doutrina de Khadafi, que se fixa como objetivo reconquistar a pátria
usurpada pelas potências imperialistas, afirma com razão que África não pertence aos
africanos, mas sim aos europeus, que confiscam a soberania e os recursos africanos,
sobre a guarda chuva da ajuda e da cooperação visto e chamado pelos nacionalistas, e
pan-africanistas como o neocolonialismo e/ou neo-imperialismo.
Segundo Smith e Glaser (2005), neste âmbito, da busca incondicional dos países
europeus em geral e particularmente da França, de continuar salvaguardando os
interesses das potências imperialistas se chocam com a afirmação da vocação
continental e internacional da Líbia revolucionária dirigida por Khadafi. Esta rivalidade
entre a França e a Líbia no solo africano que iniciou na década de 1970, começou ser
mais frenético após o fim da Guerra Fria, particularmente depois, da criação da União
Africana e a NEPAD respectivamente em 2001 e 2002, que tem entre outros objetivos
buscar o desenvolvimento socioeconômico, político e cultural, além do fortalecimento
das relações inter-africano, diversificarem, as parcerias internacionais do continente no
mundo globalizado. Isto significa automaticamente o questionamento dos resultados
alcançados ao longo dos quarenta anos de cooperação franco africanos e o
reconhecimento dos prejuízos causados pelo neocolonialismo aos países africanos.
Khadafi, como um dos principais mentores e líder da União Africana passa a representar
uma ameaça para os interesses políticos e econômicos do ocidente em geral e da França
em particular. O que justifica o engajamento francês na ajuda militar aos insurgentes e
na liderança das forças da OTAN, sem as quais certamente, Khadafi saíram vencedor
desta guerra. A intervenção das forças européia entra na lógica da estratégia francesa de
usar em seu favor as estruturas européias, para reocupar seu espaço perdido no
continente africano, que foi e continua sendo uma prioridade essencial da política
externa francesa e um eixo fundamental da cooperação da União Européia com a África
(KLEIN, 2008).
6. CONCLUSÃO
Conclui-se que os distúrbios na Líbia não passam do velho ditado das potências
ocidentais de dividir para reinar, e mais ainda, num momento em que tanto os EUA
como a União Européia enfrentam profundas crises financeiras. Nada melhor que
invadir um país com grandes reservas de petróleo para apoderar-se de seus recursos e
tentar justificar perante o passivo olhar do mundo, o genocídio ancorado e apoiado pelas
Nações Unidades e a OTAN contra a população civil em busca de satisfazer suas
necessidades e suprir as carências. Porém, a verdadeira intenção da invasão a Líbia, não
é só pelo petróleo deste país, mas sim acabar com o Khadafi e desta forma, impedir a
verdadeira integração africana rumo ao desenvolvimento.
~~~~~~
[1] Foi o período da corrida aos tratados, de invasões, conquistas e ocupações dos
exércitos colônias.
[2] Desde Março de 2006, os 15 países membros de PSC são: África do Sul, Argélia,
Botsuana, Burkina Faso, Camarões, Egito, Etiópia, Gabão, Gana, Malaui, Nigéria,
Republica Democrática do Congo, Ruanda, Senegal e Uganda.
[3] A situação começou quando Nuri Mesmar, chefe de protocolo de Khadafi e um dos
seus amigos mais próximos chegou a Paris no dia 21 de outubro de 2010 para uma
realizar uma cirurgia e não foi recebido pelos médicos, mas sim por Nicolas Sarkozy.
Posteriormente, no dia 16 de novembro, Mesmar e o governo francês acordaram colocar
as tropas francesas na Líbia com a justificativa de que eram homens de negócios. Dois
dias depois, um avião de carga francês pousou em Benghazi com uma delegação
francesas que imediatamente reuniu com militares de alta liderança do governo líbio
motivando a que eles abandonassem o governo de Khadafi. Entre os que abandonaram,
se encontrava o coronel Gehan Abdallah, cuja milícia posteriormente liderou a rebelião
(ABUGRE, 2011).]
[4] É ideologia política baseada nos pensamentos do líder nacionalista egípcio Gamal
Abdel Nasser quem pregava a construção e o fortalecimento do mundo árabe.
[5] Entre os Estados que buscaram a ascensão ou construção de Estados fortes, que
caíram frente a resistência ocidental (Europa e Estados Unidos das Américas), pode se
citar aqui o exemplo dos países do golfo, Irã e Iraque.
[6] Entre tais lideranças pode se citar o sul africano Thabo Mbeki, Obasanjo da Nigéria,
Abdoulaye Wade do Senegal, Boutefikha do Egito e principalmente o líder líbio
Mohamar El Khadafi.
BIBLIOGRAFIA
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CHENNTOUF, Tayeb. Les indépendances, et après? In: BAH, Therno (Dir).
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KLEIN, Mchel. Les forces de presence françaises : des outils stratégique majeurs
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