JEJUM Prof Felipe Aquino
JEJUM Prof Felipe Aquino
JEJUM Prof Felipe Aquino
Arquivado em: Meditação — Prof. Felipe Aquino at 11:28 pm on quinta-feira, fevereiro 18, 2010
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“Ordenai um jejum” (Jl. 1, 14). São as palavras que ouvimos na primeira leitura
da Quarta-feira de Cinzas, quando começa a quaresma. O jejum no tempo da
Quaresma é também a expressão da nossa solidariedade com Cristo, preso,
torturado, flagelado, coroado de espinhos, condenado à morte, crucificado e
morto.
O homem orientado para os bens materiais, muitas vezes abusa deles. Hoje
busca-se acima de tudo a satisfação dos sentidos, a excitação que disso
deriva, o prazer momentâneo e a multiplicidade de sensações cada vez
maior. E isso acaba gerando um vazio no coração do homem moderno; pois
sem Deus ele não pode se satisfazer. O barulho do mundo e o prazer das
criaturas não conseguem preencher o seu coração.
O jejum nos ajuda a aprender a renunciar a alguma coisa. Ele nos faz capazes
de dizer “não” a nós mesmos, e nos abre aos valores mais nobres de nossa
alma: a espiritualidade, a reflexão, a vontade consciente. O jejum nos coloca
de pé e de cabeça para cima. Há muitos que caminham de cabeça para
baixo; isso acontece quando o corpo comando o espírito e o esmaga. É o
prazer do corpo que o comanda e não a vontade do espírito.
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04/10/2010 Prof. Felipe Aquino » A importância do…
É preciso entender que a renúncia às sensações, aos estímulos, aos
prazeres e ainda ao alimento ou às bebidas, não é um fim em si mesmo, mas
apenas um “meio”, deve apenas preparar o caminho para conquistas mais
profundas. A renúncia do alimento deve servir para criar em nós condições
para poder viver os valores superiores. Por isso o jejum não pode ser algo
triste, enfadonho, mas uma atividade feliz que nos liberta.
Os Padres da Igreja davam grande valor ao jejum. Diz, por exemplo, São
Pedro Crisólogo (†451): “O jejum é paz do corpo, força dos espíritos e vigor
das almas” e ainda: “O jejum é o leme da vida humana e governa todo o
navio do nosso corpo” (Sermão VII: sobre o jejum, 3.1).
Santo Ambrósio (†397) diz: “A tua carne está-te sujeita (6): Não sigas as
solicitações ilícitas, mas refreia-as algum tanto, mesmo no que diz respeito às
coisas lícitas. De fato, quem não se abstém de nenhuma das coisas lícitas,
está também perto das ilícitas» (Sermão sobre a utilidade do jejum, III. V.
VII). Até escritores, que não pertencem ao cristianismo, declaram a mesma
verdade. Esta é de alcance universal. Faz parte da sabedoria universal da
vida.
O jejum confere à oração maior eficácia. Por ele o homem descobre, de fato,
que é mais “senhor de si mesmo” e que se tornou interiormente livre. Se dá
conta de que a conversão e o encontro com Deus, por meio da oração,
frutificam nele. Assim, o jejum não é algo que sobrou de uma prática religiosa
dos séculos passados, mas é também indispensável ao homem de hoje, aos
cristãos do nosso tempo.
Cada um de nós tem a própria individualidade; por isso, cada um deve realizar
a forma de jejum que mais lhe seja adequada. Este livro prático do Mons.
Jonas, sobre o jejum, ajudará você a buscar a forma correta de viver esta
prática espiritual tão importante.
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