Relatorio Fresa

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QUESITOS NOTA

PADRONIZAÇÃO (formatação)
FUNDAMANTAÇÃO TEÓRICA, APRESENTAÇÃO DO
PROBLEMA
SOLUÇÃO DO TRABALHO PRÁTICO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS
AVALIAÇÃO FINAL

USINAGEM DE PEÇA EM AÇO SAE 1045 EM FRESADORA FERRAMENTEIRA

Adriano Ghiggi, Anderson Luis Sbiseski Boschi, Caio Zinn

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL


Campus Universitário da Região dos Vinhedos
Centro de Ciências Exatas, da Natureza e Tecnologia
Engenharia Mecânica
Alameda João Dal Sasso, 800
95700-000 – Bento Gonçalves – RS – Brasil
e-mails: [email protected], [email protected], [email protected].

RESUMO

Neste trabalho estão descritas as etapas realizadas no processo de fresamento de uma peça em SAE 1045 realizados em uma
fresadora ferramenteira, com o objetivo de familiarizar os alunos com o equipamento e expor na pratica os conceitos discutidos em
sala de aula, o trabalho decorreu de maneira que fossem realizadas diversas operações como por exemplo fresamento frontal,
fresamento de canto a 90° e fresamento de canais. Não foi possível a conclusão do trabalho no tempo hábil, porém os resultados
obtidos foram satisfatórios no sentido que a experiência obtida no processo é importante na pratica da engenharia.

Palavras Chave: Usinagem, fresadora, aço SAE 1045, fresamento frontal, fresamento de canais;

1 – INTRODUÇÃO
As fresadoras são de suma importância para os processos de usinagem modernos, esta que veio como uma
substituta para as plainas limadoras, por serem mais eficientes tomaram o mercado, fazendo as plainas caírem em
desuso ou pelo menos restringindo a sua aplicação a casos muito específicos, nesse relatório será explorado a
utilização dessa maquina na produção de uma peça em aço SAE 1045, colocando em pratica conceitos estudados
durante a disciplina e familiarizando os alunos com o seu funcionamento na pratica, além das operações que podem
ser realizadas e as suas aplicações, de modo que seja possível utilizar a experiencia obtida na pratica em aplicações
futuras, seja elas projetos, gestão de produção, otimização de custos entre outras áreas possíveis da atuação de um
engenheiro mecânico.
A peça didática produzida foi projetada visando a realização de diferentes operações para além da realização
da operação em si ser praticada também ser possível a visualização de uma sequencia nessas operações. Este
conhecimento é muito útil para projetistas pelo fato que as peças projetadas devem ter sua produção facilitada ao
máximo, o conhecimento do processo nesse caso é vital.

Processos de Usinagem - UCS 1


Usinagem de peça em aço SAE 1045 em fresadora ferramenteira

2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 – FRESAMENTO E TIPOS DE FRESAMENTO
Fresamento segundo Ferraresi(1969) [2] é um processo de usinagem para obtenção de uma superfície
qualquer com a utilização de ferramentas usualmente multicortantes, de modo que a ferramenta gira em torno do
seu próprio eixo, enquanto a peça ou a própria ferramenta executam um deslocamento qualquer.
Ainda segundo Ferraresi (1969) [2] existem dois tipos básicos de fresamento, são eles o fresamento
cilíndrico tangencial e fresamento frontal.
• Fresamento cilíndrico tangencial: Visa a obtenção de uma superfície plana paralela ao eixo de
rotação da ferramenta.
• Fresamento frontal: Visa a obtenção de uma superfície plana perpendicular ao eixo de rotação da
ferramenta.
Na figura 1 é possível visualizar a diferença entre os tipos de fresamento. Onde a rotação ‘n’ acontece de
forma perpendicular e paralela ao eixo respectivamente.
Já segundo a norma DIN 8589 (DIN, 2003 apud FRACARO, 2017, p. 181) os processos são classificados
conforme a superfície gerada, a forma da ferramenta e a cinemática. Os principais processos são:
• Fresamento plano;
• Fresamento circular;
• Fresamento de geração;
• Fresamento de forma;
• Fresamento de perfil.
Figura 1- Tipos de fresamento.

Fonte: Adaptado de König; Klocke, 1997, p.401 apud FRACARO, 2017, p.182

De acordo com o sentido de rotação da ferramenta e do avanço de corte é possível diferenciar o fresamento
em concordante e discordante, onde no primeiro o movimento de avanço e movimento de corte estão no mesmo
sentido, já no segundo eles apresentam sentidos contrários.
De acordo com Rebeyka (2016, p. 58)[3] no movimento concordante o cavaco inicia com espessura igual
ao avanço por dente e termina com espessura zero, produzindo um melhor acabamento superficial.

2 Adriano Ghiggi, Anderson Luis Sbiseski Boschi, Caio Zinn


Pelo fato que a espessura do cavaco no fim do corte é menor que a espessura recomendada para a geometria
da ferramenta, fazendo com que não haja remoção nítida do cavaco, apenas esmagamento de material e atrito entre
o gume e a superfície de corte (FRACARO,2017, p.182).

Figura 2 - Fresamento concordante e discordante.

Fonte: Adaptado de König; Klocke, 1997, p.402 apud FRACARO, 2017, p.183
No sentido discordante gera mais atrito sobre a aresta de corte por iniciar o corte com espessura zero e ir
penetrando na peça com o movimento de corte, em maquinas convencionais é recomendado esse tipo de avanço
devido as folgas que são comuns nesse tipo de equipamento. (REBEYKA, 2016, p.58)
É possível também que o fresamento ocorra no sentido concordante e discordante simultaneamente como
mostra a Figura 2 onde podemos observar que no fresamento frontal quando o eixo da ferramenta se encontra
sobre a superfície da peça da entrada na superfície da peça até o centro acontece o fresamento discordante e do
eixo da ferramenta até a saída da superfície da peça acontece o fresamento concordante.

2.2 – TIPOS DE FRESADORAS


As fresadoras se dividem normalmente pela posição do seu eixo arvore em relação a mesa onde a peça é
fixada, os tipos mais conhecidos de fresadoras são a vertical, horizontal e universal, porém existem diversos tipos
de fresadoras como a ferramenteira e a copiadora.
É possível destacar as principais características relacionadas a cada equipamento.
• Fresadora horizontal (Figura 3.a): O eixo-árvore ocupa a posição horizontal, paralela à superfície da mesa
da máquina. A peça é presa num divisor ou numa morsa, podendo se deslocar em qualquer eixo horizontal (x, y).
• Fresadora vertical (Figura 3.b): O eixo-árvore ocupa posição vertical, perpendicular à superfície da mesa
da máquina. A peça pode se deslocar nas coordenadas x e/ou y em relação à ferramenta, sua fixação também pode
ser através de um "divisor" ou de uma "morsa".
• Fresadora universal (Figura 3.c): É a máquina mais versátil, chamada assim porque permite que sejam
efetuados diversos tipos de trabalhos diferentes. Essa versatilidade deve-se a seus acessórios especiais: cabeçote
universal, eixo porta-fresas, cabeçote divisor e contraponta, mesa circular, aparelho contornador e mesa inclinável.
A peça pode ser deslocada em qualquer eixo, x, y e z, e ainda pode sofrer rotações nos sentidos horário e anti-
horário simultaneamente aos movimentos tridimensionais. Este poder de mobilidade confere à peça qualquer
formato que se desejar.

Processos de Usinagem - UCS 3


Usinagem de peça em aço SAE 1045 em fresadora ferramenteira

• Fresadora especial: Enquadram-se nesta classe as fresadoras que se destinam a trabalhos específicos. Por
exemplo: fresadora copiadora, cortadora de rodas dentadas, ferramenteira,
• Fresadora ferramenteira (Figura 3.d): A fresadora-ferramenteira destaca-se como a de maior importância
para a realização dos trabalhos de ferramentaria. Assemelha-se a fresadora vertical com alguns recursos de
movimento em seu cabeçote vertical girando no sentido do eixo x, eixo y e z. Em alguns momentos podemos
operá-la como fresadora horizontal. Para isso, monta-se nela um cabeçote especial que aciona o eixo horizontal e
a torna mais versátil. Pode-se montar em seu cabeçote: mandril porta-pinça, mandril universal ou de aperto rápido.
Esta máquina se destaca por sua versatilidade, precisão e rendimento com auxílio de régua e indicador
digital.
Figura 3 - Tipos de fresadoras.

a) Fresadora horizontal b) Fresadora vertical

c) Fresadora universal d) Fresadora ferramenteira

2.3 – FRESAS E TIPOS DE FRESA


Como citado anteriormente o processo de fresamento acontece com a utilização de fermentas usualmente
multicortantes, essas ferramentas dispõem de dentes distribuído simetricamente em torno do eixo da ferramenta,
segundo SCHAPLA (2010) as fresas tem vantagem em relação à outro tipos de ferramenta no quesito da vida pelo
fato de que quando os dentes não estão em contato com a peça estão se refrigerando.
O tipo de fresa a ser utilizado depende da operação a ser realizada e devido a grande gama de operações
possíveis de serem realizadas no processo de fresamento temos também uma grande variabilidade de formas,
dimensões e materiais das ferramentas. A figura 4 demonstra algumas dessas operações com suas respectivas
ferramentas.

4 Adriano Ghiggi, Anderson Luis Sbiseski Boschi, Caio Zinn


Existe também a possibilidade da utilização das fresas de dentes postiços, também conhecidos como cabeçotes
de fresamento ou fresa porta insertos e possuem a vantagem em relação as ferramentas inteiriças pelo fato de ser
possível a substituição dos seus dentes, chamados de incertos, por isso possuem uma grande versatilidade de

Figura 4 - Tipos de fresas.

Fonte: REBEYKA (2016)[3]

utilização.
3 – METODOLOGIA EXPERIMENTAL
Para a produção da peça foi utilizado como material um bloco de aço SAE 1045 de medidas 76,2mm x
25,4mm x 75mm (3” x 1” x 75mm). Conforme o desenho disponível no Anexo I a primeira operação realizada foi
o faceamento da peça para a obtenção das dimensões externas, nessa operação foram utilizados calços retificados
como auxílio para a fixação da peça na morsa.
O faceamento foi realizado com uma fresa porta insertos de 85mm de diâmetro e ângulo de ataque de 45
graus, a profundidade de corte utilizada foi de 0,5 mm para desbaste e 0,25 para acabamento, devido ao avanço
automático do equipamento estar indisponível o avanço foi realizado manualmente, desse modo não foi possível
calcular várias grandezas relativas à operação como força de corte, potencia de corte, material retirado por minuto
e etc.. a única grandeza calculada foi a velocidade de rotação da fresa, mas esta não foi utilizada por recomendação
do técnico que orientou o processo. Foram utilizados cerca de 600 RPM para desbaste e cerca de 700 RPM para
acabamento.
A operação seguinte foi o fresamento de canto a 90° para a realização dos rebaixos nessa operação foram
utilizadas duas ferramentas distintas, uma fresa porta incerto de 50mm de diâmetro com ângulo de ataque de 90°
como demandava a operação para desbaste e para acabamento uma fresa topo de 8mm de diâmetros e 4 gumes de
corte. A penetração de trabalho utilizada foi de 0,5mm para desbaste e 0,25mm para acabamento, a rotação
utilizada foi de cerca de 750 RPM para ambas operações.
Como terceira operação foi realizado o rasgo superior da peça, o que permitiu o aproveitamento da
ferramenta que estava montada na maquina devido a operação anterior, este processo foi realizado com a utilização
do indicador de posição do equipamento para centralizar a ferramenta em relação a peça e a partir do centro com
profundidade de corte de 0,5mm foi realizado a abertura do canal, os parâmetros permaneceram inalterados em
relação a operação anterior.
Estavam previstas a execução de mais 3 processos que serão descritos de forma como estavam planejadas
para serem executadas, são elas a abertura de um rasgo na parte inferior na peça, conforme o desenho, esse rasgo
era necessário para a realização da próxima etapa, que era a abertura de um rasgo em T, o rasgo em T é realizado

Processos de Usinagem - UCS 5


Usinagem de peça em aço SAE 1045 em fresadora ferramenteira

através de uma ferramenta semelhante a da Figura 5, esta não possui arestas de corte no seu eixo sendo necessário
a pré-usinagem de um rasgo antes da utilização dessa ferramenta.
Figura 5 - Ferramenta para
rasgo em T.

Para finalizar seria utilizado a inclinação que o cabeçote da fresadora é capaz de executar para criar uma
face inclinada na peça, o processo seria parecido com um faceamento com a diferença do alinhamento da rotação
da ferramenta com a peça.

Figura 6 - Sequência de operações realizadas.

O passo a passo da execução integral do processo está ilustrado na Figura 6 sendo que foram realizados
apenas as três primeiras operações
4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
Como produto final do processo realizado obtivemos uma peça conforme Anexo II, onde mesmo que não
tenha sido efetuado todas operações previstas foram possíveis observar diversos fatos na realização do processo.
Primeiramente, por ter sido utilizado o avanço manual durante as operações foi possível observar o impacto
da velocidade no acabamento da peça, sendo que a mesma apresentou diversas irregularidades no acabamento
devido a variação da velocidade de avanço durante a execução da usinagem.
Foi observado também que inicialmente devido o baixo avanço acabou-se criando atrito demasiado entre o
material e a ferramenta, gerando grande quantidade de calor e fazendo com que a superfície ficasse com um
acabamento superficial ruim e com grande quantidade de rebarbas.

6 Adriano Ghiggi, Anderson Luis Sbiseski Boschi, Caio Zinn


No terceiro passo da operação foi possível observar que mesmo com a variação do diâmetro da ferramenta
a rotação da maquina se manteve praticamente igual devido a diferença entre a velocidade de corte do material da
ferramenta, compensando a diferença entre os diâmetros.
Durante a execução da usinagem foram necessárias algumas alterações dimensionais em relação ao desenho
inicial devido a situações adversas na execução, inicialmente no faceamento devido a uma marca de punção
numérico na face da peça foi optado por desbastar 0,5mm além do indicado no desenho, como consequência a
altura remanescente no ultimo “degrau” também diminuiu 0,5mm para conservar as alturas dos rebaixos.
Além disso no fresemento de canto a 90° devido a morsa estar desalinhada em relação ao movimento da
mesa acabou por desbastar além dos 18mm previstos, fazendo que a medida fosse alterada para 20mm conforme
desenho no Anexo II.
4 – CONSLUSÃO
O fato de ser necessário a alteração do projeto foi considerado positivo pelo grupo, pois foi possível
observar problemas que acontecem na pratica das usinagens e demonstrando a importância da verificação do estado
do equipamento e do material antes da realização do processo.
Não foi possível a execução integral da peça, porém foi possível visualizar o funcionamento do
equipamento, os movimentos, as operações possíveis entre outras características relacionadas ao processo de
fresamento, bem como a influencia da velocidade de avanço no acabamento e a importância da utilização da
velocidade de corte adequada.
A pratica foi considerada um sucesso pelo grupo, onde a maioria dos objetivos foram alcançados
construindo grande conhecimento sobre o processo e fixando o conhecimento teórico discutindo em sala de aula.

Processos de Usinagem - UCS 7


Usinagem de peça em aço SAE 1045 em fresadora ferramenteira

5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] FRACARO, Janaína. Fabricação pelo processo de usinagem e meios de controle. [s. L.]: Editora
Intersaberes, 2017. 342 p.
[2] FERRARESI, Dino. Fundamentos da usinagem dos metais. São Carlos: Editora Edgard Blucher Ltda,
1970.

[3] REBEYKA, Claudimir José. Princípios dos processos de fabricação por usinagem. [s.l.]: Editora
Intersaberes, 2016. 292 p.
[4] SCHAPLA, Adriano et al. Fresadora. Erechim: 2010. Disponível em:
<https://www.ebah.com.br/content/ABAAABJ3MAK/fresadora-fresamento>. Acesso em: 10 nov. 2018.

8 Adriano Ghiggi, Anderson Luis Sbiseski Boschi, Caio Zinn


ANEXO I – Desenho técnico da peça executada.

Processos de Usinagem - UCS 9


Usinagem de peça em aço SAE 1045 em fresadora ferramenteira

ANEXO II – Desenho técnico da peça com as modificações realizadas

10 Adriano Ghiggi, Anderson Luis Sbiseski Boschi, Caio Zinn

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