BIOSSEGURANÇA
BIOSSEGURANÇA
BIOSSEGURANÇA
autor do original
CAMILLO DEL CISTIA
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
Conselho editorial regiane burger, modesto guedes júnior
Diagramação fabrico
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
ISBN: 978-85-5548-020-1
Prefácio 7
1. Introdução à Biossegurança 10
2. Conduta em laboratório 34
4. Impacto ambiental 96
Resíduos dos serviços de saúde 97
Introdução 97
Definição 97
Classificação 98
Riscos potenciais 99
Destinação de resíduos dos serviços de saúde 99
Tipos de resíduos 101
Gestão integrada de resíduos de serviços de saúde 102
Composição, classificação, legislação, normas e resoluções dos
descartes dos resíduos 106
Comissão de controle de infecção hospitalar - CCIH 110
Introdução 121
Leis e Portarias que regem a Biossegurança 121
Origem da Biossegurança e suas definições 122
As legislações que devem ser consideradas 123
O regime internacional de biossegurança 128
Agência nacional de vigilância sanitária (ANVISA) 128
Competências da ANVISA. 129
Casos especiais 133
Biossegurança de pacientes internados em quartos compartilhados,
entre outros 139
Prefácio
Prezados(as) alunos(as)
7
Assim sendo, esperamos que esse livro contribua para o desenvolvimento de
práticas seguras, considerando que nunca é demais lembrar que segurança é sinô-
nimo de Boa Prática.
1
Introdução à
biossegurança
1 Introdução à biossegurança
A biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimiza-
ção ou eliminação de riscos que possam comprometer a saúde do homem e
dos animais e o meio ambiente, assim sendo, neste capítulo iremos conhecer e
aprender os conceitos gerais, importância e algumas noções de Biossegurança.
OBJETIVOS
• Conceitos gerais;
• Importância e legislação;
• Noções de segurança química e biológica em laboratório.
REFLEXÃO
Em Roma, no primeiro século antes de Cristo, Marcus Varro defendia a associação dos pân-
tanos com as doenças “por hospedar criaturas diminutas, invisíveis, que flutuando pelo ar
podiam entrar no corpo humano pela boca e nariz, causando doenças” (MASTROENI, 2008).
10 • capítulo 1
o ambiente e para a saúde humana, associados à liberação no ambiente dos
organismos geneticamente modificados (OGMs) (Albuquerque, 2001, p. 42).
A Biossegurança envolve a análise dos riscos a que os profissionais de saúde
e de laboratórios estão constantemente expostos em suas atividades e ambien-
tes de trabalho. A avaliação de tais riscos engloba vários aspectos, sejam relacio-
nados aos procedimentos adotados, as chamadas Boas Práticas em Laboratório
(BPLs), aos agentes biológicos manipulados, à infraestrutura dos laboratórios
ou informacionais, como a qualificação das equipes (BRASIL, 2006b, p. 23).
O corrente interesse em biossegurança é manifestado no crescente número
de regulamentações nacionais e internacionais para controle dos procedimen-
tos de biotecnologia. A biossegurança tem várias normas que preconizam a di-
minuição da exposição de trabalhadores a riscos e a prevenção de contamina-
ção ambiental (HAMBLETON et al., 1992, p. 192).
As novas tecnologias de biossegurança e guias associados têm melhorado
significativamente a segurança em ambientes laboratoriais, principalmente no
que diz respeito ao manuseio de materiais microbiológicos. Os guias de bios-
segurança são uma combinação de controle de engenharia, políticas de geren-
ciamento, práticas e procedimentos de trabalho, tanto quanto intervenções
médicas (COICO; LUNN, 2005, p. 10). Cabe salientar que os princípios, guias e
recomendações são basicamente os mesmos para patógenos naturais e geneti-
camente modificados (KIMMAN et al., 2008, p. 409).
Segundo Sant’ana (1996, p. 30), a experiência internacional e certos prin-
cípios de regulamentação aceitos em outros países são uma referência para a
definição de regras no Brasil, propiciando a adoção de novos procedimentos de
avaliação e gerenciamento de riscos ligados às biotecnologias avançadas.
As conclusões dos primeiros trabalhos internacionais merecem atenção,
principalmente por já reconhecerem a visão de que o risco da aplicação das no-
vas tecnologias está relacionado às características dos produtos em questão e
não ao uso da modificação genética por si só. Apesar das medidas de conten-
ção e guias, infecções de laboratório usualmente envolvendo organismos não
geneticamente modificados ocorrem comumente, sugerindo que as regras de
biossegurança nem sempre são eficientes ou aplicadas corretamente. Há ne-
cessidade, portanto, de um maior número de trabalhos informativos acerca do
tema (KIMMAN et al., 2008, p. 412). Este livro tem como finalidade dissemi-
nar os conceitos de biossegurança, suas regras e sua aplicabilidade, de forma
clara e objetiva, de modo a contribuir para o aumento das práticas preventivas
capítulo 1 • 11
relacionadas aos riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços.
12 • capítulo 1
A biossegurança no Brasil só se estruturou, como área específica, nas déca-
das de 1970 e 1980, mas desde a instituição das escolas médicas e da ciência ex-
perimental, no século XIX, vêm sendo elaboradas noções sobre os benefícios e
riscos inerentes à realização do trabalho científico, em especial nos ambientes
laboratoriais em decorrência do grande número de relatos de graves infecções
ocorridas, e também de uma maior preocupação em relação às consequên-
cias que a manipulação experimental de animais, plantas e micro-organismos
poderiam trazer ao homem e ao meio ambiente (ALMEIDA; ALBUQUERQUE,
2000, p. 175, SHATZMAYR, 2001, p. 13).
capítulo 1 • 13
definir estratégias de atuação, avaliação e acompanhamento das ações de bios-
segurança, procurando sempre o melhor entendimento entre o Ministério da
Saúde e as instituições que lidam com o tema (BRASIL, 2006b, p. 5).
A partir dos anos 1980 o número de guias e regulações que afeta a seguran-
ça para operação em laboratórios clínicos, de pesquisa e industriais, nos quais
agentes infecciosos são manipulados, aumentou dramaticamente. Esses guias e
regulações afetam todos os aspectos da operação do laboratório, como a licença
para se trabalhar com diversos agentes infectantes, descarte do lixo contamina-
do e também a prevenção contra a exposição dos manipuladores aos patógenos.
A prevenção contra infecções em laboratórios e unidades de saúde deve ser feita
de modo a garantir que os riscos ocupacionais e as consequências de uma infec-
ção sejam compreendidos por todos os envolvidos (SEWELL, 1995, p. 390).
Segundo Waissman; Castro(1996, p. 17), os agentes biológicos apresentam
um risco real ou potencial para o homem e para o meio ambiente, por essa razão,
é fundamental montar uma estrutura laboratorial que se adapte à prevenção de
tais riscos. As manipulações de agentes microbianos muitas vezes patogênicos
pelos trabalhadores de laboratório fazem da natureza do seu trabalho um perigo
ocupacional. Uma melhor compreensão dos riscos associados a manipulações
desses agentes que podem ser transmitidos por diversas rotas tem facilitado a
aplicação de práticas de biossegurança apropriadas (COICO; LUNN, 2005, p. 10).
As infecções mais comumente adquiridas pelos profissionais em laborató-
rio são provenientes de agentes bacterianos, no entanto, agentes patogênicos
pertencentes a todas as categorias de micro-organismos também podem cau-
sar infecções (COICO; LUNN, 2005, p. 12).
Para minimizar os riscos inerentes à manipulação dos agentes microbiológicos
é importante conhecer as suas características peculiares, dentre as quais se desta-
cam o grau de patogenicidade, o poder de invasão, a resistência a processos de es-
terilização, a virulência e a capacidade mutagênica (TEIXEIRA; VALLE, 1996, p. 30).
Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas foram clas-
sificados pelo Ministério da Saúde por meio da Comissão de Biossegurança em Saú-
de (CBS). Os critérios de classificação têm como base diversos aspectos, tais como:
virulência, modo de transmissão, estabilidade do agente, concentração e volume,
origem do material potencialmente infeccioso, disponibilidade de medidas profilá-
ticas eficazes, disponibilidade de tratamento eficaz, dose infectante, tipo de ensaio
e fatores referentes ao trabalhador. Os agentes biológicos foram classificados em
classes de 1 a 4, incluindo também a classe de risco especial (BRASIL, 2006a, p. 10).
14 • capítulo 1
Classe de risco 1: Agentes biológicos que oferecem baixo risco individual e
para a coletividade, descritos na literatura como não patogênicos para as pesso-
as ou animais adultos sadios. Exemplos: Lactobacillus sp., Bacillus.
Classe de risco 2: Agentes biológicos que oferecem moderado risco indivi-
dual e limitado risco para a comunidade, que provocam infecções no homem
ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de dissemina-
ção no meio ambiente seja limitado, e para os quais existem medidas terapêu-
ticas e profiláticas eficazes.
Classe de risco 3: Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e
moderado risco para a comunidade, que possuem capacidade de transmissão
por via respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencial-
mente letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento e/ou
de prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio
ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa.
Classe de risco 4: Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e
para a comunidade, com grande poder de transmissibilidade por via respira-
tória ou de transmissão desconhecida. Nem sempre está disponível um trata-
mento eficaz ou medidas de prevenção contra esses agentes. Causam doenças
humanas e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na
comunidade e no meio ambiente. Essa classe inclui principalmente os vírus.
Classe de risco especial: Agentes biológicos que oferecem alto risco de cau-
sar doença animal grave e de disseminação no meio ambiente de doença ani-
mal não existente no país e que, embora não sejam obrigatoriamente patóge-
nos de importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e/
ou na produção de alimentos. Alguns exemplos:
• Vírus da cólera suína;
• Vírus da doença de Borna;
• Vírus da doença de New Castle (amostras asiáticas);
• Vírus da doença de Teschen;
• Vírus da doença de Wesselbron;
• Vírus da influenza A aviária (amostras de epizootias);
• Vírus da peste aviária;
• Vírus da peste bovina.
capítulo 1 • 15
Na tabela 1.1 é apresentado os principais micro-organismos e suas classes
de Risco:
16 • capítulo 1
TABELA 1 – MICRO-ORGANISMOS E SUAS RESPECTIVAS CLASSES DE RISCO
CLASSE
FUNGOS VÍRUS
DE RISCO
1
capítulo 1 • 17
As classificações são:
Nível de Biossegurança 1 (NB-1): É o nível necessário ao trabalho que en-
volva agentes biológicos da classe de Risco 1. Representa um nível básico de
contenção, que se fundamenta na aplicação das Boas Práticas de Laboratório
(BPLs), na utilização de equipamentos de proteção e na adequação das instala-
ções. O trabalho é conduzido, em geral, em bancada.
Nível de Biossegurança 3 (NB-3): Este nível é aplicável aos locais onde forem
desenvolvidos trabalhos com agentes biológicos da classe de Risco 3.
1 2 3 4
Isolamento do laboratório N N S S
Ventilação:
N D S S
• Adução do ar
N D S S
• Sistema de ventilação controlada
N N S S
• Exaustor com filtro HEPA
18 • capítulo 1
TABELA 1.2 - REQUISITOS PARA OS DIVERSOS NÍVEIS DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
NÍVEIS DE SEGURANÇA
ATRIBUTOS
BIOLÓGICA
1 2 3 4
Câmara de vácuo N N S S
Antecâmara N N S S
Autoclave: N D S S
• in loco
N N D S
• numa sala do laboratório
• de duas portas N N D S
Uso EPI’s S S S S
capítulo 1 • 19
1.3 Boas práticas para um ambiente laboratório/hospitalar
CONEXÃO
Falando sobre as Boas Práticas de Laboratório (BPLs), para ilustrar o entendimento, sugerimos
a consulta do seguinte link: <http://www.ci.esapl.pt/lab/manual_de_boas_praticas.pdf>.
20 • capítulo 1
Fazem parte de algumas das BPLs as seguintes considerações, apresenta-
dos na tabela 1.3:
MATERIAL AMBIENTE
• Os frascos devem conter • Visitas ao ambiente laboratorial devem ser
rótulos com as informações reduzidas e é desaconselhável a presença de
principais do seu conteúdo; crianças;
• O descarte do material perfu- • Não é recomendado que haja plantas no interior
rocortante deve ser realizado do laboratório;
em recipiente de paredes rígi- • Os procedimentos de limpezas dos laboratórios
das, com tampa e devidamente devem ser os mais rigorosos possíveis, sendo
identificado; realizadas técnicas de desinfecção;
• No descarte, as agulhas • O descarte de resíduos deve ser feito de maneira
usadas não devem ser dobra- que não comprometa a saúde dos profissio-
das, quebradas, reutilizadas, nais e do meio ambiente;
recapeadas, removidas das • O ambiente deve ser devidamente sinalizado de
seringas ou manipuladas antes forma clara e objetiva;
de desprezadas. Seu descarte • A bancada de trabalho deve ser descontaminada
deve ser feito em recipiente ao final de cada turno de trabalho e sempre que
adequado a material perfuro ocorrer derramamento de agente biológico;
cortante. • Deve ser mantida uma rotina de controle de
artrópodes e roedores.
capítulo 1 • 21
Com relação às matérias-primas, padrões, reagentes e demais insumos, estes
devem ser devidamente armazenados, avaliando-se o grau de risco, compatibi-
lidades, incompatibilidades (tabela 1.4), bem como as condições ideais de luz,
umidade e temperatura de armazenamento (SALGADO-SANTOS, 2001, p. 15).
CATEGORIA INCOMPATIBILIDADE
Metais alcalinos como sódio, Dióxido de carbono, hidrocarbonetos clorados,
potássio, césio e lítio. água.
22 • capítulo 1
TABELA 1.5 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL, RISCO EVITADO
E CARACTERÍSTICAS DE PROTEÇÃO.
CARACTERÍSTICAS DE
EQUIPAMENTO RISCO EVITADO PROTEÇÃO
Jalecos e aventais
Contaminação do vestuário Cobrem o vestuário pessoal
de pano
Viseira de proteção
Impactos e salpicos Fácil de tirar em caso de acidente
facial
capítulo 1 • 23
do acesso público, a presença de sistemas de ventilação especializados em asse-
gurar o fluxo de ar unidirecionado, sistemas de tratamento de ar para a descon-
taminação ou remoção do ar liberado e câmaras pressurizadas como entradas de
laboratório (BRASIL, 2006c, p. 12).
Estudos sobre infecções adquiridas em laboratório concluíram que a rota
primária de transmissão dos agentes causadores foi por aerossol (KIMMAN et
al., 2008, p. 409). Aerossóis são partículas ultrapequenas de líquido ou soluções
dispersas em gás que podem conter agentes infectantes, apresentando riscos
se inaladas, ingeridas e/ou entrarem em contato com pele e mucosas. Numero-
sos procedimentos de laboratório podem gerar os aerossóis, como a pipetagem
realizada com rapidez, a abertura brusca de culturas liofilizadas, a centrifuga-
ção de tubos mal vedados, a variação abrupta de pressão ou temperatura de
uma solução, dentre outros (Universidade Federal da Bahia, 2001, p. 53).
Com a finalidade de minimizar os riscos relacionados aos aerossóis, foi de-
senvolvido o aparelho de fluxo laminar (Kimman et al., 2008, p. 409). O fluxo
laminar, ou Cabine De Segurança Biológica (CSB), é o dispositivo principal uti-
lizado para proporcionar a contenção de borrifos e aerossóis infecciosos pro-
vocados por inúmeros procedimentos microbiológicos (BRASIL , 2006c, p. 15).
Os equipamentos utilizados em laboratório podem oferecer diversos tipos
de proteção aos usuários e ao meio ambiente.
TIPO APLICAÇÃO
Caixas de animais Dióxido de carbono, hidrocarbonetos clorados, água.
24 • capítulo 1
TABELA 1.6 – TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE CONTENÇÃO E SUAS APLICAÇÕES.
TIPO APLICAÇÃO
Misturadores Alguns tipos dão proteção contra aerossóis.
capítulo 1 • 25
Inflamável:
Este é o símbolo indicativo de produto inflamável,
quando visualizá-lo em um frasco de reagente, tome
cuidado para não expor o produto perto de chamas ou
de lugares quentes (abafados).
Símbolo da radioatividade:
Identifica os produtos químicos radioativos, estes
são perigosos em contato com a pele, para manuse-
á-los é preciso um intenso cuidado (luvas e macacão
de segurança).
Líquido corrosivo:
Símbolo presente em frascos de ácidos fortes (como
ácido sulfúrico, ácido clorídrico, etc.). Tome cuidado
para que o ácido não respingue em você, o contato com
a pele causa sérias queimaduras.
Risco biológico:
Este símbolo representa o cuidado com a natureza, in-
dica que o produto em questão é prejudicial ao meio
ambiente. A partir da conscientização, cabe a nós a ta-
refa de respeitar ou não a fauna e a flora. O correto é
não descartar produtos que contenham este símbolo
no ralo da pia, reserve um frasco coletor específico para
os dejetos e entregue aos responsáveis pelo descarte.
26 • capítulo 1
Risco de explosão:
Representa o risco de o material se projetar (causar
explosão). Indica um cuidado minucioso no trans-
EXPLOSIVO
porte e manuseio.
1
Substância venenosa:
Símbolo de alerta para o não contato com a pele. In-
dica também que o produto pode causar a morte se
for inalado ou ingerido.
EVITE CONTAMINAÇÃO
LAVE SUAS MÃOS
capítulo 1 • 27
Primeiros socorros:
Este é o símbolo do kit de primeiros socorros, todos os
laboratórios precisam estar equipados com ele, além
de medicamentos, contém manta apaga-fogo (para
caso de incêndios) e produto lava-olhos (para respin-
gos de ácidos nos olhos).
ATIVIDADE
1. O que é Biossegurança?
REFLEXÃO
A principal causa de acidentes é o próprio ser humano. A construção de laboratórios com
equipamentos adequados, de última geração e disponibilizar material de segurança sem in-
vestir em educação e treinamento, os quais devem ser considerados instrumentos contínuos,
e não temporários não é o suficiente. A visão impressa na educação deve ser coletiva, e ja-
mais individual. Muitos acidentes acontecem devido a erros de outros indivíduos, como cole-
gas de trabalho desatentos, profissionais recém-contratados sem experiência e atividades
executadas por estagiários sem orientação e treinamento.
LEITURA
<http://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/14606.html>.
28 • capítulo 1
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capítulo 1 • 29
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plinar. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996. p.15-25..
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo iremos aprender sobre a boa Conduta em laboratório, sobre o diagnóstico
inicial da segurança no ambiente hospitalar bem como, identificar as Normas Regulamenta-
doras, a evolução histórica e discutir a negligência em Segurança e em Medicina do Trabalho.
capítulo 1 • 31
2
Conduta em
laboratório
2 Conduta em laboratório
Neste capítulo veremos que ambientes laboratoriais geralmente são locais que
podem expor as pessoas que nele trabalham ou circulam, a riscos de várias ori-
gens. Profissionais da área de saúde e outros trabalhadores que exercem suas
atividades em laboratórios, estão sob-risco de desenvolver doenças por exposi-
ção a agentes infecciosos, radiação, produtos químicos, tóxicos e inflamáveis.
Aprenderemos também um pouco sobre os aspectos legais da Biossegurança, e
sobre a negligência no ambiente de trabalho.
OBJETIVOS
• Aprender sobre o diagnóstico inicial da segurança no ambiente hospitalar;
• Identificar as Normas Regulamentadoras;
• Conhecer os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho (SESMT) e as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA);
• Reconhecer a evolução histórica da Segurança do Trabalho;
• Identificar os aspectos legais da Biossegurança, bem como, discutir a negligência
no ambiente de trabalho;
• Reconhecer o dimensionamento de profissionais em um local de trabalho.
REFLEXÃO
No capítulo anterior falamos sobre as Boas Práticas de Laboratório (BLPs), pois é indis-
pensável relacionar o risco de acidentes às boas práticas cotidianas dentro de um labora-
tório. Não basta haver sistemas modernos de esterilização do ar ou câmaras de desinfec-
ção das roupas de segurança, por exemplo, se o profissional não lavar suas mãos com a
frequência adequada.
34 • capítulo 2
2.1 Aspectos da segurança no ambiente hospitalar
2.1.1 Introdução
capítulo 2 • 35
dispensem aos internados atenções médicas condizentes com a situação da
época. O primeiro hospital brasileiro, que existe até hoje, foi fundado com esse
objetivo, sendo esta a causa do seu nome: Santa Casa de Misericórdia, em San-
tos, iniciativa de Brás Cubas, em 1543.
Como todos os outros da época, principalmente na Europa, estavam subor-
dinados à Igreja Católica. Os hospitais subordinados ao Islã, também existiam
e, eram superiores em condições de higiene, cuidados, instalações e medica-
mentos, sendo que o mais pretensioso foi fundado no século X.
Entretanto, foi só a partir do século XVIII, na Europa, que as autoridades ci-
vis começaram a construir e administrar hospitais, principalmente em Paris,
Londres e Roma. Sociedades beneficentes, mantidas pelas classes dominantes,
também passaram a dar sua contribuição. Em Hamburgo, lojistas construíram
um sanatório para portadores de varíola; os mercadores de seda de Bolonha fun-
daram o Hospital dos Inocentes. Se vivesse hoje, aquele mesmo paciente rico da
Idade Média acharia inconcebível, talvez, que não o tratassem em um hospital.
O que causou a reviravolta? Certamente, os avanços tecnológicos, os cuidados
dispensados aos pacientes que vêm sendo aperfeiçoados a cada dia, as técnicas
cirúrgicas inovadoras, novos procedimentos e equipamentos de diagnóstico, os
avanços farmacológicos e a melhor compreensão dos processos das doenças.
O amplo uso desses recursos também fez com que fosse introduzida nos
hospitais uma complexidade de equipamentos e fármacos geradores de risco
aumentando, no entanto, a possibilidade de erros de procedimentos e uso in-
correto dos mesmos.
Nesse ponto, é importante mencionar algumas definições e afirmações re-
lacionadas a erros:
“O erro humano e uma decisão ou comportamento indesejável que reduz ou
tem potencial para reduzir a eficácia, segurança ou desempenho de um sistema”;
“Erro de operação é a principal fonte de risco para hospitais que usam equi-
pamento biomédico”; “[...] no mínimo, metade de todas as lesões ou mortes de
pacientes relacionadas a equipamentos médicos envolvem o mau uso ou erro
de operação feito pelo pessoal do hospital, incluindo falha ao seguir as instru-
ções do fabricante”.
O futuro reserva aos profissionais que atuam na área da saúde, equipamen-
tos e instrumentos mais sofisticados, bem como responsabilidades adicionais.
Dentre outras coisas, esses profissionais deverão estar plenamente conscientes
das possibilidades e riscos desses novos recursos, devendo, portanto, em con-
36 • capítulo 2
junto com a instituição, examinar cuidadosamente cada risco e determinar a
melhor forma de gerenciá-lo.
Em 1983, nos Estados Unidos, ocorreram 1.000.000 de incidentes com pre-
juízos na área hospitalar, dos quais 200.000 envolveram alguma forma de negli-
gência (8). Em 1989, o uso intensivo dos equipamentos médico- hospitalares,
no mesmo país, resultou em torno de 10.000 acidentes (1 a cada 52 minutos),
com um saldo de 1000 mortes.
Na Suécia, durante os anos de 1984 e 1985, foram analisados 306 equipa-
mentos defeituosos que causaram acidentes fatais ou com sérias consequên-
cias. Verificou-se que 21% dos acidentes foram relacionados à manutenção in-
correta, 26% com uso indevido e 46% com problemas de desempenho.
Cabe ressaltar que as consequências financeiras desses acidentes envolvem
considerável soma em indenizações, devido a ações legais movidas por pacien-
tes, os quais recebem alguma forma de dano quando sob cuidados do hospital.
Assim, este livro pretende orientar e colaborar para a redução de todas as
fontes de risco, englobando os cuidados com pacientes, funcionários e visitan-
tes, bem como com os recursos e patrimônio da instituição hospitalar.
CONEXÃO
Para um maior aprofundamento nos aspectos sobre a segurança no ambiente hospitalar,
você pode acessar o site de manuais da ANVISA: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/
manuais/seguranca_hosp.pdf>.
capítulo 2 • 37
efetividade, equidade, aceitabilidade, acessibilidade, adequação e quali-
dade técnico-científica.
• Eficácia: A habilidade do cuidado, no seu máximo, para incrementar saúde.
• Eficiência: A habilidade de obter o máximo de saúde com um mínimo custo.
• Efetividade: O grau no qual a atenção à saúde é realizada.
38 • capítulo 2
f) Possui sistema de geração de energia elétrica de emergência?
capítulo 2 • 39
2.3 Normas regulamentadoras
40 • capítulo 2
d) Apoiar a área gerencial como consultor na área de segurança do trabalho
e atividades afins;
capítulo 2 • 41
Esses círculos serão representados em planta baixa ou esboço do local de
trabalho analisado. O “Mapa de Riscos”, completo ou setorial, permanecerá
afixado em cada local analisado, para informação dos que ali trabalhem.
Após a identificação dos riscos, a CIPA encaminhará à direção da empresa,
um relatório descrevendo a situação e aguardará a manifestação por parte da em-
presa, em um prazo de no máximo 30 dias. Havendo necessidade de medidas
corretivas, a direção estabelecerá o prazo para providenciar as alterações propos-
tas, através de negociação com os membros da CIPA e SESMT da empresa. Esses
prazos e datas deverão ficar registrados em Atas da CIPA.
42 • capítulo 2
TABELA 2.1 –
HISTÓRIA DA SEGURANÇA NO TRABALHO
Época Origem Contribuição
Galeno
Preocupou-se com o saturnismo.
(129 –201 aC)
capítulo 2 • 43
TABELA 2.1 –
HISTÓRIA DA SEGURANÇA NO TRABALHO
Época Origem Contribuição
Bernardino
Divulgou sua obra clássica “De Morbis Articum Diatri-
1700 Ramazzine
ba” (As Doenças dos Trabalhadores).
(1633 –1714)
1802 Inglaterra Substituição das Leis dos Pobres pela Lei das Fábricas.
44 • capítulo 2
TABELA 2.1 –
HISTÓRIA DA SEGURANÇA NO TRABALHO
Época Origem Contribuição
capítulo 2 • 45
ATENÇÃO
Ao todo, até o momento, existem 35 Normas Regulamentadoras (NR) aprova-
das pelo Ministério do Trabalho (MTb) por meio da Portaria 3.214, em 8 de ju-
nho de 1978.
Normas regulamentadoras:
NR 1 - Disposições Gerais
A NR 1 constitui as funções, a importância e as competências da Delegacia
Regional do Trabalho (DRT). É obrigatória em qualquer empresa (pública ou
privada), desde que haja empregados regidos pela CLT.
Cabe à Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST) coordenar,
orientar e supervisionar as atividades relacionadas à segurança e à medicina do
trabalho em âmbito nacional, bem como a fiscalização do cumprimento legal.
À DRT, nos limites de sua jurisdição, cabe a responsabilidade de execu-
tar essas atividades por meio de medidas, notificações e penalidades para
seu cumprimento.
Cabe ao empregador cumprir os aspectos legais sobre segurança e medicina
no trabalho e ainda informar aos trabalhadores os riscos a que estão expostos,
bem como os meios para preveni-los e as medidas adotadas pela empresa. O des-
cumprimento desses elementos resulta em penalidade prevista em legislação.
Ao empregado também se faz necessário o cumprimento dos aspectos le-
gais, além das ordens expedidas pelo empregador e ainda a realização de exa-
mes periódicos e a colaboração da aplicação das NRs. É válido ressaltar que o
descumprimento de tais premissas acarreta ato falho.
NR 2 - Inspeção Prévia
Qualquer estabelecimento, antes de dar início às suas atividades, é obriga-
do a solicitar autorização de suas instalações ao órgão regional do Ministério
do Trabalho (MTb).
Depois de realizada a inspeção, é emitido, pelo MTb, o Certificado de Apro-
vação de Instalações (CAI).
Se, por acaso, não for possível a realização de inspeção prévia do estabeleci-
mento antes que suas atividades tenham início, a empresa poderá encaminhar
ao MTb uma declaração das instalações do estabelecimento novo.
46 • capítulo 2
É indispensável também a comunicação ao MTb quando ocorre alguma al-
teração de grande magnitude no estabelecimento e/ou nos equipamentos utili-
zados. Entretanto, a entrega dos projetos de construção e suas instalações não
possuem obrigatoriedade de entrega ao MTb.
Modelo da declaração de instalações: <http://www010.dataprev.gov.br/sis-
lex/imagens/paginas/05/2002.jpg>.
NR 3 - Embargo ou Interdição
Caso seja detectado risco grave ou iminente à saúde do trabalhador, ou seja,
condições que resultem em acidentes e/ou doenças com danos severos à sua in-
tegridade física, o estabelecimento poderá ser interditado, ou a obra embargada.
Essa interdição ou embargo poderá ser total ou parcial e relaciona-se ainda
com o estabelecimento, setor de serviço, máquina, equipamento ou obra.
Durante esse período, apenas as atividades voltadas para a correção da si-
tuação poderão ser realizadas, obviamente seguindo as medidas adequadas
dos trabalhadores envolvidos nesse processo. Além disso, os empregados da
empresa deverão receber seus salários normalmente, como se estivem em exer-
cício ativo.
capítulo 2 • 47
É de responsabilidade da empresa oferecer esses equipamentos gratuita-
mente e em perfeitas condições, além de estarem adequados aos riscos.
Cabe ao SESMT e à CIPA indicarem ao empregador o EPI apropriado às ativi-
dades que serão exercidas pelos trabalhadores a fim de minimizar sua exposição.
Cabe ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) fiscali-
zar, orientar e analisar o uso adequado do EPI, bem como aplicar as penalida-
des cabíveis a seu descumprimento.
NR 8 - Edificações
Rege a verificação das condições técnicas básicas observadas nas edifica-
ções, assegurando, assim, a segurança e o conforto dos trabalhadores.
48 • capítulo 2
As atividades devem ser interrompidas quando observados quaisquer ele-
mentos que possam gerar danos à saúde do trabalhador.
NR 14 - Fornos
Independentemente de sua utilização, os fornos devem ser construídos de
maneira sólida e com material refratário para evitar que o aquecimento exceda
os limites tolerados.
Sua instalação deve ser realizada em local adequado, visando ao conforto
e à segurança dos trabalhadores, além de propiciar a eliminação adequada de
gases nocivos e evitar aquecimento de regiões adjacentes.
capítulo 2 • 49
Entre os agentes agressivos, estão incluídos: ruídos, calor, taxa de metabo-
lismo por atividade, radiações ionizantes, trabalhos sob condições hiperbári-
cas, pressões, frio, umidade e agentes químicos.
NR 17 - Ergonomia
Relaciona-se com a implementação de parâmetros que permitam a adequa-
ção, com conforto e segurança, dos trabalhadores em seu local de trabalho e/ou
dos equipamentos utilizados.
Adaptações na rotina de trabalho, no mobiliário e nos equipamentos dos
postos de trabalho e as condições de conforto devem ser realizadas a fim de
proporcionar condições de trabalho apropriadas para os funcionários.
NR 19 - Explosivos
Delimita as ações de utilização, transporte, fabricação, manuseio e arma-
zenagem de explosivos, visando à segurança das pessoas envolvidas direta ou
indiretamente nesse processo.
50 • capítulo 2
NR 21 - Trabalho a Céu Aberto
Embora as atividades sejam realizadas a céu aberto, é fundamental a existên-
cia de um abrigo para proteger os funcionários contra possíveis contratempos.
Mesmo que rústica, a moradia deverá apresentar: capacidade adequada
para acolher os moradores, ventilação e luz direta apropriada, ou seja, uma boa
estrutura.
capítulo 2 • 51
Nos conjuntos de instalações sanitárias, é necessária a implementação de
um lavatório para cada dez trabalhadores que estejam em operações insalubres
ou expostos a substâncias químicas e/ou biológicas que causem sujidade. Além
disso, deve haver fornecimento de água potável para os empregados, limpeza
assídua e ambiente com boa iluminação.
Onde há necessidade de troca de vestuário, é imperativa a presença de lo-
cais para sua realização, com a presença de armários e separação por gênero.
Essa norma estabelece ainda critérios aplicados a instalações, cozinhas e
alojamentos.
NR 25 - Resíduos Industriais
É importante entender que os resíduos industriais são aqueles prove-
nientes dos processos industriais (podem ser sólidos, líquidos e/ou gasosos)
e possuem propriedades (químicas, físicas ou biológicas) diferentes das dos
detritos domésticos.
Cabe à empresa adotar medidas apropriadas para seu descarte, minimi-
zando os riscos de contaminação; as medidas devem ser aprovadas por órgãos
competentes.
Os trabalhadores que lidam com a coleta, o transporte, o manuseio e/ou o
tratamento dos resíduos devem ser treinados continuamente e estar cientes
dos riscos a que estão expostos, bem como das orientações sobre os métodos
obtidos para o controle e a eliminação desses riscos.
NR 26 - Sinalização de Segurança
Estabelece os padrões de cores que devem existir no local de trabalho (rever
aula 2) a fim de advertir sobre possíveis riscos de acidentes. Entretanto, apenas
esse sistema de cores não dispensa as demais medidas para evitar acidentes.
Os empregados devem receber as respectivas orientações sobre os dados de
segurança, as rotulagens preventivas, os riscos e procedimentos que devem ser
tomados para sua segurança.
52 • capítulo 2
NR 28 - Fiscalização e Penalidades
A fiscalização do cumprimento dos aspectos legais deve ser efetivada de
acordo com seu respectivo decreto e a norma vigente.
O embargo ou interdição deverá ocorrer mediante o laudo técnico do agente
de inspeção de trabalho.
Delimita ainda as penalidades advindas das infrações preditas, obedecendo
às respectivas classificações na presente norma, com os valores preestabeleci-
dos das multas.
Riscos Biológicos
Classifica os agentes biológicos e identifica os elementos do Progra-
ma de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
capítulo 2 • 53
Observa o cumprimento do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO), que deve incluir suporte também em casos de
exposição aos agentes potencialmente perigosos, bem como as medi-
das para a descontaminação do ambiente de trabalho.
A execução das medidas de proteção deve ser de responsabilidade do
empregado e do empregador, como já descrito anteriormente.
A imunização deve ser efetuada regularmente e seguir as recomenda-
ções do Ministério do Trabalho.
Riscos Químicos
É fundamental que haja cautela quanto à utilização de materiais quí-
micos, que devem ser devidamente identificados.
Os trabalhadores envolvidos nesse tipo de atividade devem ser conti-
nuamente treinados e orientados sobre os riscos a que estão expostos
e sobre as medidas a serem tomadas em caso de acidentes, bem como
sobre sua prevenção.
Radiações ionizantes
No local de trabalho, é obrigatória a presença do Plano de Proteção
Radiográfica (PPR) devidamente aprovado pela Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN).
Seguindo os mesmos procedimentos anteriores, os trabalhadores de-
vem ser capacitados e orientados. Além disso, devem permanecer o
menor tempo possível no local em que é realizado o procedimento.
As empregadas, no caso de gravidez confirmada, devem ser afastadas
imediatamente das atividades com radiação ionizante, com transfe-
rência para uma atividade compatível com seu estado.
O local em que a atividade é exercida deve ser devidamente sinaliza-
do, e o controle de acesso restrito.
É válido ressaltar que cada setor (serviços de medicina nuclear, radiote-
rapia, braquiterapia, radiodiagnóstico médico e odontológico) possui
medidas específicas para a segurança dos funcionários, da população
e do meio ambiente.
A NR 32 estabelece ainda os métodos para limpeza, coleta e descarte
de resíduos, manutenção das máquinas e dos equipamentos.
54 • capítulo 2
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados
Delimita e conceitua os requisitos para que o ambiente seja identificado
como espaço confinado, e também avalia, monitora e controla os possíveis ris-
cos a que os trabalhadores que exerçam suas atividades nesse recinto estão ex-
postos. Todos esses procedimentos são realizados visando sempre à saúde e à
segurança dos funcionários.
NR 35 - Trabalho em Altura
Regula as diretrizes básicas para a proteção dos trabalhadores que exerçam
atividades em plano acima de 2 metros do limite inferior. Abrange as etapas de
planejamento, organização e execução. Descreve também as responsabilida-
des e as práticas de capacitação e trabalho do empregador e do empregado com
o objetivo fundamental de reduzir os riscos a que estão sujeitos os trabalhado-
res, garantindo assim sua segurança e saúde.
capítulo 2 • 55
2.5.3 O SESMT e a CIPA
TABELA 2.2 –
DIMENSIONAMENTO DA CIPA NO AMBIENTE HOSPITALAR
Número de Número de
Representantes Representantes
empregados membros da
do hospital do empregador dos empregados
CIPA
20 a 50 2 1 1
50 a 100 4 2 2
101 a 500 8 4 4
501 a 1.000 12 6 6
1.001 a 2.500 16 8 8
56 • capítulo 2
TABELA 2.2 –
DIMENSIONAMENTO DA CIPA NO AMBIENTE HOSPITALAR
Número de Número de
Representantes Representantes
empregados membros da
do hospital do empregador dos empregados
CIPA
2.500 a 5.000 20 10 10
5.001 a
24 12 12
10.000
Acima de
24* 12* 12*
10.000
Nota: A partir de 10000 funcionários (*), acrescentar dois membros como representantes do empregador e dois mem-
bros como representantes dos empregados para cada grupo adicional de 2500 funcionários.
TABELA 2.3 –
DIMENSIONAMENTO DO SESMT NO AMBIENTE HOSPITALAR
Número de Técnico de Engenheiro de Auxiliar de Médico
Enfermeiro
empregados do Segurança do Segurança do Enfermagem do Traba-
do Trabalho
hospital Trabalho Trabalho do Trabalho lho
20 a 50
50 a 100 1
101 a 500 2
501 a 1.000 3 1* 1 1*
capítulo 2 • 57
TABELA 2.3 –
DIMENSIONAMENTO DO SESMT NO AMBIENTE HOSPITALAR
Número de Técnico de Engenheiro de Auxiliar de Médico
Enfermeiro
empregados do Segurança do Segurança do Enfermagem do Traba-
do Trabalho
hospital Trabalho Trabalho do Trabalho lho
1.001 a 2.500 4 1 1 1
2.500 a
6 1 2 1
5.000
5.001 a
8 2 1 1 2
10.000
Acima de
8** 2** 1** 1** 2**
10.000
Nota: (*) Tempo parcial, com mínimo de três horas. (**) O dimensionamento total deverá levar em consideração o di-
mensionamento da faixa de 3501 a 5000, mais o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4000 ou fração acima de 2000.
58 • capítulo 2
2.6.1 Países africanos
capítulo 2 • 59
• Profissão insuficiente de peças para manutenção e reparo;
• Falta de profissionais de engenharia para o gerenciamento de tecnologia;
• Pouco relacionamento entre hospitais, fabricantes e seus representantes.
60 • capítulo 2
2.6.6 Estados Unidos da América
Responsabilidades legais
Quando se trata de segurança e saúde a negligência pode ser a principal causa-
dora de acidentes, provocando grandes danos e até a morte. É necessário atentar
para que o descuido profissional não finde em tragédia. Negligência é a falta de
capítulo 2 • 61
precaução, de diligência, de cuidados no prevenir danos. Para que ocorra o resul-
tado penal, é necessário que haja uma relação de causalidade. Assim o resultado,
que depende da existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
A negligência manifesta-se, via de regra, através da omissão e torna-se pe-
nalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resulta-
do. Os crimes omissos são aqueles em que o agente deixa de fazer algo produ-
zindo dessa forma, incidentes não esperados.
Como exemplo, observamos um caso real ocorrido em ambiente hospitalar.
Num berçário patológico de hospital, onde estavam diversas crianças, ocorreu
uma explosão seguida de incêndio em uma incubadora, cujo ocupante pereceu
carbonizado.
A conclusão de inquérito legal foi: “Homicídio culposo, morte de recém-
nascido por causa de incêndio em berçário de hospital. Manutenção precária
de aparelhagem–responsabilidade de encarregado de manutenção. Negligên-
cia também da atendente de enfermagem. Culpa criminal de ambos caracteri-
zados”.
O encarregado da manutenção dos equipamentos não “examinou e cuidou
com a diligência e atenção necessária da referida aparelhagem, concorrendo,
dessa forma, com a sua negligência, no exercício de suas funções, decisivamen-
te, para que o evento ocorresse”.
O atendente, por sua vez, “negligenciou nos cuidados que deveria manter
com a referida vítima colocada na incubadora sinistrada e era sua obrigação
manter vigilância redobrada e permanente sobre tal aparelho e, além de tudo,
cuidar para que a criança recém-nascida fosse colocada em outra incubadora,
pois existiam outras disponíveis”.
Infelizmente, fatos lamentáveis como o descrito são frequentes e ocupam
constantemente o noticiário. É importantíssimo que os profissionais da saúde
tenham plena consciência das consequências jurídicas e morais advindas da
negligência e do desrespeito às normas de segurança.
62 • capítulo 2
Neste Capítulo, você:
• Conheceu as Normas Regulamentadoras;
ATIVIDADE
1. O que é o SESMT?
REFLEXÃO
Quando se trata de segurança e saúde a negligência pode ser a principal causadora de aci-
dentes, provocando grandes danos e até a morte. É necessário atentar para que o descuido
profissional não finde em tragédia. Negligência é a falta de precaução, de diligência, de
cuidados no prevenir danos.
LEITURA
<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/seguranca_hosp.pdf>.
capítulo 2 • 63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIATION OF OPERATING ROOM NURSES. Standards Recommended Practices.
AORN, Denver, 1995.
CHANG, S.; SPARROW, J.Blue light:is it hazardous to the retina? Vitreorential Surg Technol,
v. 11, n,3, p, 4-9,2002.
MILLER,C.H.; PALENIK, C.J. Sterilization, disinfection, and asepsis in Dentistry. Cap.39, in:
BLOCK,S.S.4, p.676-695. 17-MOLINARI, J.A. Handwashing and hand care: fundamental
asepsis requirementes. Compendium, v.16, p. 834-5, 1995.
64 • capítulo 2
NASSIF,ACS; TIERI,F.; ANA, P.A; BOTTA SB>; IMPARATTO, JCP. Estruturação de um Banco
de Dentes Humanos. Pesqui Odontol Bras. N 17, suplemento 1 p.70-4, 2003.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo conheceremos um pouco sobre os profissionais da Saúde e também
sobre os equipamentos de proteção utilizados pelos profissionais no dia a dia de trabalho nas
áreas da Saúde.
capítulo 2 • 65
3
Proteção (individual
e coletiva) e
prevenção de
acidentes
3 Proteção (individual e coletiva) e prevenção
de acidentes
OBJETIVOS
• Diagnóstico e prevenção de riscos, Elaboração de mapas de riscos;
• EPIs e EPCs;
• Manuseio, armazenamento e descarte de agentes químicos e biológicos potencial-
mente patogênicos.
REFLEXÃO
No capítulo anterior conversamos sobre a Evolução Histórica da Segurança no Trabalho,
bem como seus aspectos legais e normas regulamentadoras. Aprendemos também sobre o
SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) e
a CIPA (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes) e como estes podem ser podem
ser instrumentos disponíveis aos trabalhadores e as empresas para tratar da prevenção de
acidentes e das condições do ambiente de trabalho. Esses órgãos protegem a integridade
física do trabalhador e de todos os aspectos que potencialmente podem afetar sua saúde.
68 • capítulo 3
3.1 Reconhecendo os tipos de profissionais da área da saúde
• Médico
A Medicina é uma palavra derivada do latim e, significa “arte de curar”. Sua
prática é descrita desde antes de Cristo. Entretanto, Hipócrates é considerado
o pai da Medicina. Em 1829, foi fundada, no Brasil, a Academia Nacional de
Medicina, uma instituição que existe até os dias atuais.
Este profissional possui o compromisso de prevenir e curar doenças em hu-
manos ou animais, através de tratamento medicamentoso, cirúrgico e/ou por
meio de orientações. Atuam em hospitais, clínicas, consultórios, empresas,
clubes desportivos, dentre outros.
Existem diversos ramos especializados da Medicina, entre eles, Clínica Mé-
dica, Cirurgia Geral, Dermatologia, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia.
• Enfermeiro
De início, era exercida apenas por mulheres e relacionava-se intimamente
com a maternidade. Começou a estruturar-se, de fato, no século XX, durante a
guerra, devido a assistência fundamental para os combatentes.
Juntamente com o médico são os principais atuantes nos hospitais e clí-
nicas, sendo indispensáveis em todos os setores. O enfermeiro desempenha
diversas funções como prestar primeiros socorros, estoques de materiais, ad-
ministração de medicamentos prescritos pelo médico, coleta os dados, higie-
nização e alimentação dos pacientes.
Atua predominantemente em hospitais, embora estejam presentes nas clí-
nicas, atendimentos domiciliares, centros de saúde, creches, casas de repouso,
prontos-socorros e postos de saúde.
Com relação à Obstetrícia, é dado ao enfermeiro o direito de realizar o “par-
to normal” desde que não haja patologias associadas.
Existem algumas especializações nessa área, dentre elas, Geriatria, Obste-
trícia, Oncologia, Pediatria, Neonatologia, Terapia Intensiva e Dermatologia.
• Farmacêutico
É uma profissão com tradição milenar, contudo, era realizada de maneira
totalmente empírica. Eles foram denominados de boticários, pois trabalhavam
nas boticas. Apenas com os avanços tecnológicos passou a ter embasamento
capítulo 3 • 69
teórico. Foi somente em 1997 que a Organização Mundial de Saúde divulgou as
qualidades que deveriam possuir os farmacêuticos. São elas:
• Prestador de serviços farmacêuticos em uma equipe de Saúde;
• Tomador de decisões;
• Comunicador;
• Líder;
• Gerente;
• Atualizado permanentemente;
• Educador.
• Nutricionista
É o profissional que está capacitado para cuidar da segurança alimentar e
da atenção dietética, por meio de estudos das necessidades dos indivíduos atra-
vés de avaliação, diagnóstico e acompanhamento, visando à manutenção e a
promoção dos pacientes.
Atuam, principalmente, na administração da produção das refeições em
cozinhas industriais, hospitais, bares, restaurantes, academias, clínicas, con-
sultórios, hospitais e centros desportivos.
É válido lembrar que existem ainda os técnicos em Nutrição e Dietética
e os nutrólogos, que são médicos especialistas em Nutrologia. Entretanto, a
grande maioria dos nutricionistas especializa-se em Nutrição Clínica ou Qua-
lidade de Alimentos.
• Odontólogo
Até o século XIX, quem concretizava as ações eram os cirurgiões e os barbei-
ros, e as atividades se limitavam às extrações e reparações de fístulas dentárias.
É quem cuida da saúde dos dentes, da boca e dos ossos da face. Realiza res-
70 • capítulo 3
taurações, extrações, limpezas, implantes, correções, cirurgias, clareamentos e
orientações domiciliares.
Atuam em hospitais, clínicas, consultórios e instituições de ensino.
Formam-se como cirurgiões, além de especializações nas áreas de Ortodontia,
Endodontia, Periodontia, Implantodontia, Próteses e Estética.
• Cientistas
Este tópico será abordado de forma ampla, abrangendo os profissionais
que realizam qualquer atividade visando aprimorar conhecimento.
Há muito tempo eram conhecidos como “filósofos naturalistas”, pois Ciên-
cia e Filosofia eram áreas basicamente interligadas.
De maneira generalista, realizam pesquisas com o intuito de esclarecer sis-
temas biológicos, químicos e físicos, estabelecendo embasamento para teorias
empíricas.
Atuam predominantemente em laboratórios, que geralmente são ligados às
universidades (quando se relacionam com pesquisas) e aos hospitais (quando
se relacionam com investigação de patologias).
Sua especialização é extremamente ampla e varia de acordo com a respecti-
va área de atuação.
Independente dos profissionais citados, todos os funcionários envolvidos
neste panorama necessitam de atenção a diversos requisitos, tais como tran-
quilidade e concentração nas atividades realizadas, conhecimentos das tarefas
a serem executadas e adoção de medidas que diminua a sua exposição e a de
terceiros a fatores potencialmente perigosos.
Todas as categorias estão sujeitas a riscos de doenças ocupacionais, tais
como enfermidades infecciosas, ergonômicas, oriundas da exposição à radia-
ção, agentes biológicos, químicos e físicos. Para isso, é necessária uma rotina
rigorosa caso haja contato com os influentes potencialmente perigosos e a no-
tificação do acidente deve ser realizada.
Fonte:<http://estaciodocente.webaula.com.br/Cursos/gon336/docs/a5_3.pdf>.
capítulo 3 • 71
3.2 Prevenção de riscos, elaboração de mapas de riscos.
72 • capítulo 3
HIV por contato muco-cutâneo com sangue e da constatação de que a infecção
pelo HIV poderia ser desconhecida na maioria dos pacientes com risco de expo-
sição dos profissionais de saúde. Foi com base nessas conclusões que os CDC
implementaram o conceito de “Precauções Universais”.
O termo “Universais” referia-se à necessidade da instituição das medidas de
prevenção na assistência a todo e qualquer paciente, independentemente da
suspeita ou do diagnóstico de infecções que pudessem ser transmitidas, como
a infecção pelo HIV, ao invés de precauções especiais usadas somente quando
esses fluidos orgânicos fossem de pacientes com infecção conhecida por um
patógeno de transmissão sanguínea.
As “Precauções Universais” englobavam alguns conceitos já estipulados nas
recomendações prévias para prevenção da transmissão do HIV no ambiente de
trabalho, como o uso rotineiro de barreiras de proteção (luvas, capotes, óculos
de proteção ou protetores faciais) quando o contato muco-cutâneo com sangue
ou outros materiais biológicos pudesse ser previsto. Englobam ainda as pre-
cauções necessárias na manipulação de agulhas ou outros materiais cortantes
para prevenir exposições percutâneas e os cuidados necessários de desinfecção
e esterilização na reutilização de instrumentos de procedimentos invasivos.
Também foram implementadas adaptações das “Precauções Universais”
em outros lugares do mundo, como em países da Europa, Canadá e no Brasil.
Em 1991 também foram publicadas diretrizes similares pela Organização Mun-
dial de Saúde.
Em 1996, os CDC publicaram uma atualização das práticas de controle de
infecção hospitalar englobando a categoria de Isolamento de Substâncias Cor-
porais e as Precauções Universais no conceito de Precauções Básicas ou Precau-
ções Padrão. Esse novo conceito está associado à prevenção do contato com:
todos os fluidos corporais; secreções; excreções; pele não-íntegra; membranas
mucosas de todos os pacientes ao contrário das “Precauções Universais”, que
eram associadas somente aos fluidos corporais que pudessem transmitir o HIV
e outros patógenos de transmissão sanguínea.
Alguns trabalhos publicados demonstram que a frequência de exposição a
sangue foi reduzida em mais de 50% quando os esforços foram direcionados na
motivação para cumprimento das normas de Precauções Universais. Entretan-
to, nenhuma dessas medidas de comportamento alcançou de forma consisten-
te uma redução satisfatória na frequência de exposições percutâneas.
Por esse motivo, outras intervenções têm sido enfatizadas para prevenir o
contato com sangue e outros materiais biológicos. Entre elas: a implementação
capítulo 3 • 73
de ações administrativas; as medidas de controles de engenharia para melho-
rar a segurança das agulhas para os profissionais de saúde; as mudanças nas
práticas de trabalho visando à implementação e ao desenvolvimento de uma
política específica da revisão de procedimentos e treinamento dos profissio-
nais; e a adequação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
74 • capítulo 3
CONCEITO
Profissionais de saúde são todos aqueles que detêm formação profissional específica ou
capacitação prática ou acadêmica para o desempenho de atividades ligadas diretamente ao
cuidado ou às ações de saúde, independentemente de trabalharem ou não nas atividades
de saúde.
capítulo 3 • 75
Os riscos de exposição entre médicos variam conforme as diferentes espe-
cialidades. Entre médicos de enfermarias clínicas, o número estimado de expo-
sições pode variar de 0,5 a 3,0 exposições percutâneas e 0,5 a 7,0 mucocutâneas
por profissional-ano. Entre os médicos cirurgiões, são estimados 80 a 135 con-
tatos com sangue por ano, sendo 8 a 15 exposições percutâneas. Considerando-
se que um cirurgião realiza entre 300 e 500 procedimentos por ano, estima-se
que este profissional será vítima de 6 a 10 exposições percutâneas por ano.
Os odontólogos também são uma categoria profissional com grande risco
de exposição a material biológico. Os estudos mostram que a maioria dos den-
tistas (quase 85%) tem pelo menos uma exposição percutânea a cada período
de cinco anos.
A maioria dos casos de contaminação pelo HIV em todo o mundo por aci-
dente de trabalho, mais de 70% dos casos comprovados e 43% dos prováveis,
envolveram a categoria de enfermagem e de profissionais da área de labora-
tório. Profissionais de laboratórios clínicos são responsáveis por grande parte
dos procedimentos que envolvem material perfurocortante nos serviços de saú-
de. O número de profissionais de laboratório infectados pelo HIV, entretanto,
é desproporcional ao número de indivíduos na força de trabalho. Nos EUA, por
exemplo, os flebotomistas correspondem a menos do que 1/20 do número de
profissionais das equipes de enfermagem. Outras categorias profissionais co-
muns contaminadas pelo HIV foram médicos clínicos, incluindo estudantes de
medicina, responsáveis por 12% e 10% dos casos comprovados e prováveis, res-
pectivamente, e médicos cirurgiões e dentistas, responsáveis por 12% dos casos
prováveis de contaminação, mas por menos de que 1% dos casos comprovados.
76 • capítulo 3
3.2.4 Mapas de risco
ATENÇÃO
“Risco é uma ou mais condições de uma variável com potencial necessário para causar da-
nos. Esses danos podem ser entendidos como lesões a pessoas, danos a equipamentos e
instalações, danos ao meio ambiente, perda de material em processo, ou redução da capa-
cidade de produção”
capítulo 3 • 77
Abaixo, segue a tabela de classificação dos principais riscos ocupacionais em
grupos, de acordo com a sua natureza e a padronização das cores correspondentes:
COR DE
GRUPO RISCOS DESCRIÇÃO
IDENTIFICAÇÃO
78 • capítulo 3
O Mapa de Risco é feito tendo como base a planta baixa ou esbo-
ço do local de trabalho, e os riscos serão definidos pelos diâmetros dos
círculos:
Como sabemos os hospitais possuem áreas nas quais estamos mais expostos
ao risco biológico e áreas onde este risco não está presente.
A importância em conhecer quais são estas áreas é necessária, porque circu-
lamos constantemente pelo ambiente hospitalar, logo, devemos saber em que
tipo de área transitamos ou permanecemos, visando não só nos precaver, como
também evitar a propagação de infecções.
CONEXÃO
Para um melhor aprofundamento sobre Prevenção de riscos, Elaboração de mapas de riscos
podemos acessar o material <http://www.proac.uff.br/biosseguranca/sites/default/files/
NUCLEO_BIOSSEGURANC7A_HOSPITALAR.pdf>
Área crítica
Área na qual existe um risco maior de desenvolvimento de infecções relaciona-
das à assistência, seja pela execução de processos envolvendo artigos críticos
ou material biológico, pela realização de procedimentos invasivos ou pela pre-
sença de pacientes com suscetibilidade aumentada aos agentes infecciosos ou
portadores de patógenos de importância epidemiológica.
capítulo 3 • 79
Exemplos de áreas críticas:
• CME – Central de Material Esterilizado;
• UTI;
• Lavanderia hospitalar;
• Salas cirúrgicas;
• Unidades de isolamento;
• Bancos de sangue;
• Unidades de Hemodiálise.
Área Semicrítica
Área de moderado a baixo risco para infecções relacionadas à assistência seja
pela execução de processos envolvendo artigos semicríticos, ou pela realização de
atividades assistenciais não invasivas em pacientes não críticos e que não apre-
sentam infecção ou colonização por patógenos de importância epidemiológica.
80 • capítulo 3
3.4 Boas práticas em higiene hospitalar e técnicas corretas de
limpeza
capítulo 3 • 81
• Esterilização: é processo de destruição de todas as formas de vida micro-
biana (bactérias nas formas vegetativas e esporuladas, fungos e vírus)
mediante a aplicação de agentes físicos e ou químicos, Toda esteriliza-
ção deve ser precedida de lavagem e enxaguadura do artigo para remoção
de detritos.
82 • capítulo 3
3.4.2 Apresentação pessoal dos trabalhadores junto às Normas Institucionais
ATENÇÃO
A imunização é indispensável para completar as barreiras de proteção pessoal. Todas as pes-
soas expostas à contaminação (profissionais, alunos e funcionários) devem ser vacinadas con-
tra Hepatite B (Obrigatória!!!), tuberculose (BCG), tétano e difteria, sarampo e rubéola. O ideal
é que alunos se imunizem no 4º semestre, antes do início das atividades clínicas.
3.4.2.1 Luvas
Sempre que houver possibilidade de contato com sangue, saliva contaminada
por sangue, contato com a mucosa ou com superfície contaminada, o profissio-
nal deve utilizar luvas.
capítulo 3 • 83
• Antes do atendimento de cada paciente, o profissional deve lavar suas
mãos e colocar novas luvas; após o tratamento de cada paciente, ou an-
tes, de deixar a clínica, o profissional deve remover e descartar as luvas e
lavar as mãos.
• Tanto as luvas para procedimento como as luvas cirúrgicas não devem
ser lavadas antes do uso, nem lavadas, desinfetadas ou esterilizadas
para reutilização.
• As luvas de látex para exame não foram formuladas para resistir à expo-
sição prolongada às secreções, podendo ficar comprometidas durante
procedimentos de longa duração.
84 • capítulo 3
• Introduzir os dedos da mão esquerda enluvada sob a dobra do punho
da luva direita (D). Calçar a luva direita, desfazendo a seguir a dobra até
cobrir o punho da manga do avental.
• Ajustar os dedos de ambas as mãos.
• Após o uso, retirar as luvas puxando a primeira pelo lado externo do pu-
nho, e a segunda pelo lado interno.
3.4.2.2 Máscaras
Durante o tratamento de qualquer paciente, deve ser usada máscara na face
para proteger as mucosas nasais e bucais da exposição ao sangue e saliva. A
máscara deverá ser descartável e apresentar camada dupla ou tripla, para filtra-
ção eficiente.
capítulo 3 • 85
3.4.2.3 Óculos de proteção
Normas para a utilização
• Óculos de proteção com vedação lateral ou protetores faciais de plástico,
devem ser usados durante o tratamento de qualquer paciente, para prote-
ção ocular contra acidentes ocupacionais (partículas advindas de restaura-
ções, placa dentária, polimento) e contaminação proveniente de aerossóis
ou respingos de sangue e saliva.
• Os óculos de proteção também devem ser usados quando necessário no
laboratório, na desinfecção de superfícies e manipulação de instrumentos
na área de lavagem.
• Óculos e protetores faciais não devem ser utilizados fora da área de trabalho.
• Devem ser lavados e desinfetados quando apresentarem sujidade
3.4.2.5 Gorros
Os cabelos devem ser protegidos da contaminação através de aerossóis e gotí-
culas de sangue e saliva, principalmente quando de procedimentos cirúrgicos,
com a utilização de gorros descartáveis, que devem ser trocados quando houver
sujidade visível
86 • capítulo 3
3.4.3 Aprender sobre a higienização das mãos
capítulo 3 • 87
7. Repetir o passo anterior;
8. Secar completamente, utilizando toalhas de papel descartáveis.
ATIVIDADE
1. Onde atuam os Médicos e Enfermeiros?
88 • capítulo 3
REFLEXÃO
As “Precauções Universais” englobam alguns conceitos já no ambiente de trabalho, como
o uso rotineiro de barreiras de proteção (luvas, capotes, óculos de proteção ou protetores
faciais) para evitar o contato muco-cutâneo com sangue ou outros materiais biológicos. En-
globam ainda as precauções necessárias na manipulação de agulhas ou outros materiais
cortantes para prevenir exposições percutâneas e os cuidados necessários de desinfecção
e esterilização na reutilização de instrumentos de procedimentos invasivos.
LEITURA
Biossegurança e os organismos genéticamente modificados - OGMs
Os OGMs foram desenvolvidos a partir do avanço da engenharia genética, através da técnica
de DNA recombinante. Esta técnica possibilita o isolamento de um gene de um dado orga-
nismo e sua transferência para outro organismo, transpondo barreiras de cruzamento entre
as diversas espécies de organismos. O resultado é um indivíduo semelhante ao utilizado
para receber a molécula de DNA recombinante, porém acrescido de uma nova característica
genética, proveniente de outro, que não é da mesma espécie. Esse indivíduo é chamado
transgênico (AZEVEDO et al., 2000, p. 451). A criação de OGMs deu origem a discussões
científicas, éticas, econômicas e políticas (NODARI; GUERRA, 2003, p. 3).
A técnica de transgenia pode contribuir de forma significativa para o melhoramento ge-
nético de plantas, visando à produção de alimentos, fármacos e outros produtos industriais.
No entanto, o cultivo de plantas transgênicas e seu consumo requerem análises de risco
(NODARI; GUERRA, 2003, p. 3).
O principal aspecto considerado na avaliação dos riscos dos transgênicos são os possí-
veis efeitos, sobre outros organismos, da característica introduzida no OGM, principalmente
quando a característica está relacionada com a produção de uma nova proteína como, por
exemplo, as proteínas Bt (codificadas pelos genes cry1Ab e cry1Ac de Bacillus thuringien-
sis) (KNAAK, FIUZA, 2006, p. 28). Esta proteína já é usada no controle biológico por ser
nociva às pragas de lavouras e tem sido induzida a sua produção em cultivares de milho, o
chamado Milho Bt. A preocupação em relação à produção desta proteína por espécies trans-
gênicas é em relação ao prejuízo aos insetos não-alvos, quando em contato com estas va-
riedades por tempo prolongado. Os principais benefícios obtidos com o uso de transgênicos
na agricultura são o aumento da produtividade e da qualidade nutricional, além da redução
dos custos de produção. Os riscos são relacionados ao aumento da capacidade invasora das
capítulo 3 • 89
plantas daninhas, aos efeitos nocivos sobre insetos não-alvo e à segurança alimentar. Acredi-
ta-se, no entanto, que no balanço risco-benefício os riscos sejam controláveis e os benefícios
sejam maiores (BORÉM, 2001, p. 10).
Um exemplo importante de ameaça relacionada aos OGMs decorre de sua liberação no
meio ambiente e a possível transferência do novo gene inserido, chamado transgene, e sua
expressão em outras espécies. A adição de um novo genótipo numa comunidade de plantas
pode proporcionar vários efeitos indesejáveis, como o deslocamento ou eliminação de espé-
cies não domesticadas, a exposição de espécies a novos patógenos ou agentes tóxicos, a
erosão da diversidade genética e a interrupção da reciclagem de nutrientes e energia (NO-
DARI; GUERRA, 1999, p. 4).
A ameaça à espécie humana está relacionada ao consumo de alimentos oriundos de
plantas transgênicas. As consequências podem ir desde manifestações de hipersensibilida-
de alérgica a reações metabólicas anormais. Um exemplo específico de risco é o fato de a
maioria das plantas transgênicas de primeira geração conter genes de resistência a antibi-
óticos. Pode ocorrer de tais genes serem transferidos para bactérias humanas, que poderão
adquirir a característica de resistência ao antibiótico (NODARI; GUERRA , 1999, p. 4).
No Brasil, OGM é considerado por lei o organismo cujo material genético tenha sido
modificado por qualquer técnica de engenharia genética. Esta última é definida como ativi-
dade de manipulação de moléculas de RNA e DNA recombinantes. Segundo o anexo I da
Lei 8.974 (BRASIL, 1995, p. 12), os OGMs são classificados em Grupo I e Grupo II, sendo
determinadas as seguintes características para cada grupo:
Grupo I
• Receptor ou parental: não patogênico, não apresenta agentes adventícios, histórico de
utilização segura, sobrevivência e multiplicação limitadas, sem efeitos negativos para o
meio ambiente.
• Vetor/inserto: deve ser caracterizado quanto a todos os aspectos, sendo principais os
aspectos que representem riscos ao homem e ao meio ambiente. Deve ser desprovido
de sequências genéticas nocivas, ter tamanho limitado, não deve incrementar a estabili-
dade do organismo modificado no meio ambiente, deve ser pouco mobilizável, não deve
transmitir nenhum marcador de resistência a organismos.
• Micro-organismo Geneticamente Modificado: não deve ser patogênico, deve oferecer
a mesma segurança que o organismo receptor ou parental, pode ser composto por
sequências genéticas de diferentes espécies que troquem tais sequências mediante
processos fisiológicos conhecidos.
90 • capítulo 3
Grupo II
Fazem parte deste grupo os OGMs resultantes de organismo receptor ou parental classificado
como patogênico para o homem e animais, como agentes incluídos nas classes de risco 2, 3, 4
ou classe de risco especial. De acordo com a Instrução Normativa nº 1 da CTNBio, toda entida-
de que utilizar técnicas e métodos de engenharia genética deverá criar uma Comissão Interna
de Biossegurança (CIBio), com as atribuições de promoção de programas de educação, cria-
ção de programas de prevenção e inspeções, registro e notificação de projetos, investigação de
acidentes e tudo o que se diz respeito ao cumprimento da regulamentação de biossegurança
(Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, 2006).
Atualmente, no Brasil, 292 instituições ligadas às áreas de pesquisa humana e animal
possuem o Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB), sendo credenciadas a tra-
balhar com produtos transgênicos; isto representa uma rede de competências consolidada
na área de Biotecnologia de OGM’s. Os produtos ou espécies agrícolas objetos de pesquisa
transgênica no país são: milho, soja, algodão, fumo, batata, feijão, eucalipto, mamão, estilo-
sante, braquiária, cana-de-açúcar, alface, cenoura, trevo, jurubeba roxa, milheto, pimentão, ci-
tros, maracujá, crisântemo, tomate, berinjela, alfavaca, alho, abóboras, entre outros (Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança Comissão , 2002; 2009).
Para que haja a liberação no ambiente de um OGM é necessário que se cumpram as exi-
gências preconizadas pela CTNBio. O questionário técnico a ser respondido é composto por
questões acerca do tipo de OGM a ser liberado. Entre as questões pode-se citar: a origem do
DNA inserido e habitat e ecologia do organismo. São exigidas também informações sobre o
mapa genético da construção, caracterização da modificação genética, dados sobre estabi-
lidade do organismo e mecanismos de fluxo gênico (MONQUERO, 2005). A CTNBio exige
ainda informações sobre plantas, micro-organismos que vivem associados a este OGM, mi-
cro-organismos utilizados como vacina de uso veterinário, micro-organismos que modificam
propriedades do solo, entre outras. Somente após a analise dessas informações e dados téc-
nicos pela CTNBio é que o OGM poderá ou não ser liberado no ambiente (BRASIL , 2000).
Conclusão
A biotecnologia e seus avanços, além de suas colaborações nas diversas áreas como a me-
dicina, a agricultura e a economia, inclui a presença de riscos. A existência de tais riscos
indica a necessidade de haver normas de segurança destinadas à análise e desenvolvimento
de estratégias para minimizá-los, principal função da biossegurança. A biossegurança se faz
importante tanto no controle dos riscos ocupacionais quanto no controle dos riscos de prejuízo
ambiental provenientes das novas tecnologias científicas. Para que as ações de biossegu-
rança sejam efetivas é necessário que todos os envolvidos em atividades de risco estejam
capítulo 3 • 91
devidamente informados acerca das diretrizes atuais, bem como aptos a colocá-las em prática
de maneira correta. No entanto, é preciso ressaltar que o fato de haver manuais e normas de
biossegurança não implicam no afastamento total dos riscos. Segundo Almeida; Valle (1999,
p. 200), um acidente envolvendo técnicas de engenharia genética, por exemplo, poderá ocor-
rer e, como em toda análise previsionista prudente, não se pode prever quando nem em que
intensidade. Com o objetivo de tornar acessível a toda a sociedade as informações relativas
ao desenvolvimento científico e suas implicações, é importante que sejam discutidos aspectos
não só relativos à biossegurança, mas também relacionados à ética, sociedade, política e reli-
gião, que poderiam ser debatidos por diferentes representantes da sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, J.L.T.; VALLE, S. Biossegurança no ano 2010: o futuro em nossas mãos? Bioética,
v.7, n.2, p.199-203, 1999.
AZEVEDO, J.L.; FUNGARO, M.H.P.; VIEIRA, M.L.C. Transgênicos e evolução dirigida. História,
Ciências, Saúde-Manguinhos, v.7, n.2, p.451-464, 2000.
92 • capítulo 3
COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA (Brasil). Relatório Anual da CTN-
Bio 2009. Disponível em: <http://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/14606.html>.
KNAAK, N.; FIUZA, L. M.. Genes cry1Ab e cry1Ac de Bacillus thuringiensis e proteínas com
potencial na agrobiotecnologia. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, v. 9, p. 26-31,
2006.
NODARI, R. O.; GUERRA, M.P. Plantas Transgênicas: avaliação e biossegurança. In: SEMINÁ-
RIO ESTADUAL DE BIOTECNOLOGIA E PRODUTOS TRANSGÊNICOS, 1999, Santa Maria,
RS. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 1999. v. único, p.1-10.
NODARI, R.O.; GUERRA, M.P. Plantas transgênicas e seus produtos: impactos, riscos e se-
gurança alimentar (biossegurança de plantas transgênicas). Revista de Nutrição, v.16, n.1,
p.105-116, 2003.
FREITAS, C.M. & GOMEZ,C.M.. Análise de Riscos Tecnológicos na Perspectiva das Ciências
Sociais . HISTÓRIA, 1997.
capítulo 3 • 93
STIERS,C.J.N. et al. Rotinas em controle de infecção hospitalar. Curitiba, Netsul, 1995.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo aprenderemos a Identificar as problemáticas dos resíduos dos serviços de
Saúde, identificando os responsáveis pelo descarte correto das diferentes composições de resí-
duos. Iremos também aprender a montar uma comissão de controle de infecção hospitalar e
identificar os participantes da comissão, o número de componentes, os membros executores e os
consultores, de acordo com a legislação atual.
94 • capítulo 3
4
Impacto ambiental
4 Impacto ambiental
Neste capítulo aprenderemos que a geração de resíduos pelas múltiplas ativi-
dades humanas constitui-se no contexto atual num grande desafio a ser enfren-
tado pelos gestores municipais, especialmente, nos grandes centros urbanos.
Isto porque, a cada dia, aumenta a diversidade de produtos com componentes
e materiais de difícil degradação e de maior toxidade. Neste contexto, capítu-
lo tem como objetivo principal mapear a legislação ambiental específica para
essa problemática ambiental, enfatizando para tanto, aspectos como a neces-
sidade emergencial da obrigatoriedade dos estabelecimentos de saúde imple-
mentarem o gerenciamento adequado dos resíduos de serviços de saúde (RSS),
visando à redução dos riscos sanitários e ambientais, à melhoria da saúde da
população, e a qualidade de vida.
OBJETIVOS
• Identificar as problemáticas dos resíduos dos serviços de Saúde;
• Identificar os responsáveis pelo descarte correto;
• Aprender sobre a composição, a classificação, a legislação, as normas e as resolu-
ções dos descartes dos resíduos;
• Aprender a montar uma comissão de controle de infecção hospitalar;
• Identificar os participantes da comissão, o número de componentes, os membros
executores e os consultores, de acordo com a legislação atual.
REFLEXÃO
Vimos que as barreiras de proteção pessoal, também chamadas de EPI – Equipamento de
Proteção Individual são métodos físicos que interrompem as rotas de contaminação, que-
brando o ciclo que poderia ser estabelecido. As barreiras de proteção pessoal devem ser
utilizadas rigorosamente dentro das clínicas, tanto por alunos operadores como por seus au-
xiliares, professores e funcionários. São elas, Luvas, Óculos de Proteção, Mascaras e Jalecos.
96 • capítulo 4
4.1 Resíduos dos serviços de saúde
4.2 Introdução
4.3 Definição
capítulo 4 • 97
4.4 Classificação
98 • capítulo 4
Grupo D - não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à
saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos
domiciliares. Ex: sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resí-
duos das áreas administrativas etc.
Na avaliação dos riscos potenciais dos resíduos de serviços de saúde (RSS) deve-se
considerar que os estabelecimentos de saúde vêm sofrendo uma enorme evolu-
ção no que diz respeito ao desenvolvimento da ciência médica, com o incremen-
to de novas tecnologias incorporadas aos métodos de diagnósticos e tratamento.
Resultado deste processo é a geração de novos materiais, substâncias e equipa-
mentos, com presença de componentes mais complexos e muitas vezes mais pe-
rigosos para o homem que os manuseia, e ao meio ambiente que os recebe.
Os resíduos do serviço de saúde ocupam um lugar de destaque, pois mere-
cem atenção especial em todas as suas fases de manejo (segregação, condicio-
namento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final)
em decorrência dos imediatos e graves riscos que podem oferecer, por apre-
sentarem componentes químicos, biológicos e radioativos (http://pt.slidesha-
re.net/hebertandrade/visa-anvisa-manual-de-gerenciamento-dos-residuos-de-
servios-de-sade).
capítulo 4 • 99
Volume de resíduos sólidos de serviços de saúde coletado
- por região do Brasil (em t/dia)
145 132
195
469 Se
3.132 Ne
Sul
Norte
Co
Com relação à destinação final, cerca de 56% dos municípios dispõem seus
RSS no solo, sendo que 30% deste total correspondem aos lixões. O restante
deposita em aterros controlados, sanitários e aterros especiais.
No que se refere às formas de tratamento adotadas pelos municípios, os re-
sultados da pesquisa mostram o predomínio da queima a céu aberto (cerca de
20%), seguida da incineração (11%). As tecnologias de microondas e autoclave
para desinfecção dos RSS são adotadas somente por 0,8% dos municípios. Cer-
ca de 22% dos municípios não tratam de forma alguma seus RSS.
100 • capítulo 4
4.7 Tipos de resíduos
CONEXÃO
Se você tem interesse em aprender um pouco mais, sugerimos que você consulte o seguinte
link:< http://qualidadeonline.wordpress.com/2010/04/18/residuos-de-servicos-de-saude/>.
O risco no manejo dos RSS está principalmente vinculado aos acidentes que
ocorrem devido às falhas no acondicionamento e segregação dos materiais per-
furo-cortantes sem utilização de proteção mecânica.
capítulo 4 • 101
Quanto aos riscos ao meio ambiente destaca-se o potencial de contamina-
ção do solo, das águas superficiais e subterrâneas pelo lançamento de RSS em
lixões ou aterros controlados que também proporciona riscos aos catadores,
principalmente por meio de lesões provocadas por materiais cortantes e/ou
perfurantes, e por ingestão de alimentos contaminados, ou aspiração de mate-
rial particulado contaminado em suspensão.
E, finalmente, há o risco de contaminação do ar, dada quando os RSS são
tratados pelo processo de incineração descontrolado que emite poluentes para
a atmosfera contendo, por exemplo, dioxinas e furanos.
ATENÇÃO
Para que a infecção ocorra é necessária a inter-relação entre os seguintes fatores:
a) presença do agente;
b) dose de infectividade;
c) resistência do hospedeiro;
d) porta de entrada; e
e) via de transmissão.
102 • capítulo 4
Segundo a RDC ANVISA no 306/04, o gerenciamento dos RSS consiste em
um conjunto de procedimentos planejados e implementados, a partir de ba-
ses científicas e técnicas, normativas e legais. Tem o objetivo de minimizar a
geração de resíduos e proporcionar aos mesmos um manejo seguro, de forma
eficiente, visando a proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde, dos
recursos naturais e do meio ambiente.
Com o planejamento, a adequação dos procedimentos de manejo, o siste-
ma de sinalização e o uso de equipamentos apropriados, não só é possível dimi-
nuir os riscos, como reduzir as quantidades de resíduos a serem tratados e, ain-
da, promover o reaproveitamento de grande parte dos mesmos pela segregação
de boa parte dos materiais recicláveis, reduzindo os custos de seu tratamento e
disposição final que normalmente são altos.
Quem são os geradores: Resíduos sólidos, líquidos, ou semi-sólidos são ge-
rados por estabelecimentos de assistência à saúde humana ou animal diversos.
A RDC ANVISA no306/04 e a Resolução CONAMA no358/05 definem como tal os
seguintes estabelecimentos:
• os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo;
• laboratórios analíticos de produtos para saúde;
• necrotérios, funerárias e serviços onde se realizam atividades de embal-
samamento (tanatopraxia e somatoconservação);
• serviços de medicina legal;
• drogarias e farmácias inclusive as de manipulação;
• estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde;
• centros de controle de zoonoses;
• distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores
e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro;
• unidades móveis de atendimento à saúde;
• serviços de acupuntura;
• serviços de tatuagem, dentre outros similares.
capítulo 4 • 103
Embora a responsabilidade direta pelos RSS seja dos estabelecimentos de
serviços de saúde, por serem os geradores, pelo princípio da responsabilidade
compartilhada, a responsabilidade também se estende a outros atores: ao po-
der público e às empresas de coleta, tratamento e disposição final. A Constitui-
ção Federal, em seu artigo 30, estabelece como competência dos municípios
“organizar e prestar, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão,
os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo que
tem caráter essencial”.
No que concerne aos aspectos de biossegurança e prevenção de acidentes
- preservando a saúde e o meio ambiente - compete à ANVISA, ao Ministério
do Meio Ambiente, ao SISNAMA, com apoio das Vigilâncias Sanitárias dos es-
tados, dos municípios e do Distrito Federal, bem como aos órgãos de meio am-
biente regionais, de limpeza urbana e da Comissão Nacional de Energia Nucle-
ar - CNEN: regulamentar o correto gerenciamento dos RSS, orientar e fiscalizar
o cumprimento desta regulamentação.
Fundamentadas nos princípios de prevenção, precaução e responsabiliza-
ção do gerador, a RDC ANVISA no306/04, harmonizada com a Resolução CO-
NAMA no358/05, estabeleceram e definiram a classificação, as competências e
responsabilidades, as regras e procedimentos para o gerenciamento dos RSS,
desde a geração até a disposição final.
ATENÇÃO
A RDC ANVISA no306/04 não se aplica a fontes radioativas seladas que devem seguir as
determinações da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, e às indústrias de produtos
para a saúde, que devem observar as condições específicas do seu licenciamento ambiental.
Item 2
1. A elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de
Saúde - PGRSS, obedecendo a critérios técnicos, legislação ambiental,
normas de coleta e transporte dos serviços locais de limpeza urbana e
outras orientações contidas neste Regulamento.
104 • capítulo 4
2. A designação de profissional, com registro ativo junto ao seu Conselho
de Classe, com apresentação de Anotação de Responsabilidade Técni-
ca - ART, ou Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento
similar, quando couber, para exercer a função de Responsável pela ela-
boração e implantação do PGRSS.
3. A designação de responsável pela coordenação da execução do PGRSS.
4. Prover a capacitação e o treinamento inicial e de forma continuada para
o pessoal envolvido no gerenciamento de resíduos, objeto deste Regu-
lamento.
5. Fazer constar nos termos de licitação e de contratação sobre os servi-
ços referentes ao tema desta Resolução e seu Regulamento Técnico, as
exigências de comprovação de capacitação e treinamento dos funcio-
nários das firmas prestadoras de serviço de limpeza e conservação que
pretendam atuar nos estabelecimentos de saúde, bem como no trans-
porte, tratamento e disposição final destes resíduos.
6. Requerer às empresas prestadoras de serviços terceirizadas a apresen-
tação de licença ambiental para o tratamento ou disposição final dos
resíduos de serviços de saúde, e documento de cadastro emitido pelo
órgão responsável de limpeza urbana para a coleta e o transporte dos
resíduos.
7. Requerer aos órgãos públicos responsáveis pela execução da coleta,
transporte, tratamento ou disposição final dos resíduos de serviços de
saúde, documentação que identifique a conformidade com as orienta-
ções dos órgãos de meio ambiente.
8. Manter registro de operação de venda ou de doação dos resíduos desti-
nados à reciclagem ou compostagem. Os registros devem ser mantidos
até a inspeção subseqUente.
Item 3
A responsabilidade por parte dos detentores de registro de produto que gere
resíduo classificado no grupo B, de fornecer informações documentadas refe-
rentes ao risco inerente do manejo e disposição final do produto ou do resíduo.
Estas informações devem acompanhar o produto até o gerador do resíduo.
capítulo 4 • 105
4.9 Composição, classificação, legislação, normas e resoluções dos
descartes dos resíduos
106 • capítulo 4
Os resíduos do grupo B são identificados
através do símbolo de risco associado e
com discriminação de substância química
e frases de risco.
capítulo 4 • 107
Os produtos do grupo E são identificados
pelo símbolo de substância infectante,
com rótulos de fundo branco, desenho e
contornos pretos, acrescido da inscrição
de RESÍDUO PERFUROCORTANTE, in-
dicando o risco que apresenta o resíduo.
RESÍDUO PERFUROCORTANTE
108 • capítulo 4
ATENÇÃO
Um acondicionamento inadequado compromete a segurança do processo e o encarece. Re-
cipientes inadequados ou improvisados (pouco resistentes, mal fechados ou muito pesados),
construídos com materiais sem a devida proteção, aumentam o risco de acidentes de trabalho.
Os resíduos não devem ultrapassar 2/3 do volume dos recipientes.
TE
AN
RT
CO
RO
FU
ER
UOP
SÍD
RE
capítulo 4 • 109
4.10 Comissão de controle de infecção hospitalar - CCIH
110 • capítulo 4
4.10.1 Como montar uma CCIH
Médico
Relaciona-se, sobretudo com o controle das infecções hospitalares por meio
da verificação das doenças infecciosas, bem como seu tratamento e diagnóstico,
além de imunizações e aconselhamento para o uso adequado de antibióticos.
capítulo 4 • 111
Enfermeiro
O enfermeiro desempenha um papel essencial na CCIH. Entre suas contri-
buições, podemos citar:
• Realização de visita hospitalar de rotina para averiguar possíveis problemas.
• Efetivação da esterilização dos materiais utilizados e o estabelecimento de
um plano para a higienização do ambiente de trabalho.
• Orientação e avaliação de medidas preventivas para o controle de doenças.
• Orientação quanto à lavagem adequada das mãos e verificação da quanti-
dade de sabão e de álcool para esse procedimento.
Investigação
A investigação se dá por meio de uma série de medidas que possibilitam que
o conhecimento seja utilizado na detecção e na prevenção da presença dos fato-
res infecciosos nos estabelecimentos direcionados ao atendimento de saúde.
Preservação
Relaciona-se com questões referentes ao controle de resíduos de saúde
(desde a fase de geração até a disposição final), de agentes infecciosos ou ainda
de vetores para sua propagação, na tentativa de minimizar ao máximo os riscos
à saúde dos pacientes e dos profissionais.
Notificação
Caso haja qualquer caso de infecção hospitalar, é necessário que a CCIH faça
sua notificação em uma ficha elaborada especificamente para esse objetivo.
112 • capítulo 4
É importante ressaltar que, segundo a ANVISA, nela devem constar:
• Identificação do paciente;
• Início do quadro infeccioso;
• Origem da infecção;
• Data da coleta do material para a realização do exame;
• Início da terapia com antibióticos;
• Início dos procedimentos de risco ao qual o paciente foi submetido.
Avaliação
Por meio de medidas específicas de rotina, análise de dados obtidos no es-
tabelecimento, padronizações, entre outros indicadores, são avaliadas a quali-
dade e a eficácia do PCIH adotado.
Treinamento
Geralmente são realizados ensinos continuados específicos, periódicos e
sistemáticos dos profissionais da saúde, realizados por meio de orientações,
capacitação e manuais. Abordam sobretudo os temas relacionados à biossegu-
rança, às normas regulamentadoras, aos direitos e deveres e ao tratamento.
O que fazer
1. Leia a Portaria MS nº 2616/ 1998.
2. Encontre as pessoas certas para realizar o trabalho. Defina quais serão
membros consultores e quais serão membros executores. A Portaria
2616 orienta, no item 2, quem são esses profissionais em categoria e
quantidade de horas de trabalho necessárias.
3. Viabilize a infraestrutura mínima necessária à correta execução do pro-
grama de controle de infecção hospitalar, tais como: sala própria, tele-
fone, microcomputador com impressora, etc.
(Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, 2006).
capítulo 4 • 113
Direitos:
• Autonomia profissional.
• Participação em reuniões, treinamentos, conferências ou qualquer ou-
tro evento relacionado ao controle de infecção.
• Receber remuneração adequada à carga horária acrescida e ao serviço
prestado.
• Participação ativa no processo de votação de sua categoria, exercendo o
direito de votar e de ser votado.
Deveres:
• Seguir as condutas estabelecidas por seu respectivo conselho.
• Seguir as normas estabelecidas pelo local de trabalho.
• Realizar os devidos serviços descritos em seu contrato de trabalho.
• Comunicar as possíveis falhas ocorridas no ambiente profissional, tais
como notificação de infecções e acidentes.
• Colaborar com a comissão da mantenedora.
• Manter o ambiente seguro e agradável para a realização das atividades
laborais.
114 • capítulo 4
Neste Capítulo, você:
• Identificou as problemáticas dos resíduos dos serviços de Saúde;
• Conheceu os resíduos e seus tipos mais comuns;
• Identificou os responsáveis pelo descarte correto;
• Aprendeu sobre a composição, classificação, legislação, normas e reso-
luções dos descartes dos resíduos.
• Aprendeu como montar uma comissão de controle de infecção hospitalar;
• Reconheceu os participantes de uma comissão, o número de componentes,
os membros executores e os consultores, de acordo com a legislação atual;
• Aprendeu as atribuições e as rotinas de cada envolvido na comissão.
ATIVIDADE
1. Para que a infecção ocorra é necessária a inter-relação entre os seguintes fatores?
REFLEXÃO
Na avaliação dos riscos potenciais dos resíduos de serviços de saúde (RSS) deve-se con-
siderar que os estabelecimentos de saúde vêm sofrendo uma enorme evolução no que diz
respeito ao desenvolvimento da ciência médica, com o incremento de novas tecnologias
incorporadas aos métodos de diagnósticos e tratamento. Resultado deste processo é a ge-
ração de novos materiais, substâncias e equipamentos, com presença de componentes mais
complexos e muitas vezes mais perigosos para o homem que os manuseia, e ao meio am-
biente que os recebe.
LEITURA
<http://qualidadeonline.wordpress.com/2010/04/18/residuos-de-servicos-de-saude/>.
capítulo 4 • 115
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALLOWAY, B. J. & AYRES, D. C. Chemical principles of environmental pollution. London: Bla-
ckie Academic & Professional, Second edition, 1997.
FONSECA, Edmilson. Iniciação ao estudo dos residuos sólidos e da limpeza urbana. João
Pessoa (PB): JRC Gráfica e Editora, 2001.
HIRATA, Mario Hiroyuki, FILHO, Jorge Manzini. Manual de Biossegurança. São Paulo: Editora
Manole, 2000.
MOTA, Suetônio. Urbanização e meio ambiente. 3 ed., Rio de Janeiro: Associação Brasileira
de Engenharia Sanitária - Abes, 2003.
116 • capítulo 4
SCHNEIDER, Vania Elisabete (org.). Manual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde.
Caxias de Sul (RS), Editoria da Universidade de Caxias do Sul - Educs, 2 ed. rev. e ampl., 2004.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo Identificaremos as leis e portarias que regem a Biossegurança; a importância
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), sua criação e as competências. Aprende-
remos também sobre os casos especiais como os pacientes com AIDS; compartilhamento de
quartos de pacientes e a prevenção de infecções em unidades específicas, como, centro obsté-
trico, unidade de Neonatologia, entre outros.
capítulo 4 • 117
5
Normas de
segurança e casos
especiais
5 Normas de segurança e casos especiais
Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente conta-
minados devem ser tratados como casos de emergência médica, uma vez que
as intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B necessitam
ser iniciadas logo após a ocorrência do acidente, para a sua maior eficácia. As
medidas profiláticas pós-exposição não são totalmente eficazes, enfatizando
a necessidade de se programar ações educativas permanentes, que familiari-
zem os profissionais de saúde com as precauções básicas e os conscientizem da
necessidade de empregá-las adequadamente, como medida mais eficaz para a
redução do risco de infecção pelo HIV ou hepatite em ambiente ocupacional..
OBJETIVOS
• Identificar as leis e portarias que regem a biossegurança;
• Verificar a importância da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA);
• Conhecer a criação e as competências da ANVISA/
• Identificar os casos especiais como os pacientes com AIDS;
• Reconhecer a Biossegurança de pacientes internados em quartos compartilhados,
entre outros;
• Estabelecer a prevenção de infecções em unidades específicas, centro obstétrico,
unidade de Neonatologia, entre outros.
REFLEXÃO
No capítulo anterior aprendemos que a infecção hospitalar é um grave problema de saúde pú-
blica e representa um grande desafio a ser enfrentado pelo poder público para a execução das
ações de prevenção e controle de infecção nas instituições hospitalares. A realidade de muitos
hospitais ainda é deficiente sob aspectos relativos às questões sanitárias legais e normativas,
e principalmente, quando se trata da inexistência de Comissões e de Programas de Controle
de Infecção Hospitalar para a aplicação das medidas de prevenção e controle desses eventos.
120 • capítulo 5
5.1 Introdução
capítulo 5 • 121
com a engenharia de segurança, a medicina do trabalho, a saúde do trabalhador,
a higiene industrial, a engenharia clínica e a infecção hospitalar.
122 • capítulo 5
Fonte: Fiocruz. <http://www.fiocruz.br/biossegurancahospitalar/dados/material10.
htm.> Acesso em: 25 de out. 2014.
capítulo 5 • 123
Penal Brasileiro” (Ofício CRTVE/DST-AIDS 175/95).
124 • capítulo 5
Para fins de aplicação desta NR, considera-se Risco Biológico a probabili-
dade da exposição ocupacional a agentes biológicos. Consideram-se Agentes
Biológicos os microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas
de células; os parasitas; as toxinas e os príons.
O PPRA, além do previsto na NR9, na fase de reconhecimento deve conter:
Identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função da localização
geográfica e da característica do serviço de saúde e seus setores, considerando:
a) Fontes de exposição e reservatórios;
b) Vias de transmissão e de entrada;
c) Transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente;
d) Persistência do agente biológico no ambiente;
e) Estudos epidemiológicos ou dados estatísticos;
f) Outras informações científicas.
capítulo 5 • 125
e) A relação dos estabelecimentos da saúde que podem prestar assistência
aos trabalhadores;
f) As formas de remoção para atendimento dos trabalhadores;
g) A relação dos estabelecimentos de assistência à saúde depositária de
imunoglobulinas, vacinas, medicamentos necessários, materiais e insu-
mos especiais.
126 • capítulo 5
recomendações do Ministério da Saúde. O empregador deve assegurar que os
trabalhadores sejam informados das vantagens e dos efeitos colaterais, assim
como dos riscos a que estarão expostos por falta ou recusa de vacinação, deven-
do, nestes casos, guardar documentos comprobatórios e mantê-lo disponível
à inspeção do trabalho. A vacinação deve ser registrada no prontuário clínico
individual do trabalhador, previsto na NR7. Deve ser fornecido ao trabalhador
comprovante das vacinas recebidas.
A RDC 302 ANVISA, de 13 de outubro de 2005, Dispõe sobre Regulamento
Técnico para funcionamento de Laboratórios Clínicos. Segue abaixo os itens
que devem ser considerados:
• O Laboratório Clínico e o Posto de Coleta laboratorial devem manter atu-
alizados e disponibilizar, a todos os funcionários, instruções escritas de
Biossegurança, contemplando no mínimo os seguintes itens:
a) Instruções como agir em casos de acidentes ocorridos durante os trabalhos.
b) Manuseio e transporte de material e amostra biológica.
capítulo 5 • 127
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8C6E6D54-F148-4E8A-9F6C-EB9F50116C02%7D#.VFeEAjTF_rk>.
CONEXÃO
Falando sobre o regime internacional de biossegurança, para entender um pouco mais sobre o as-
sunto, sugerimos a consulta do seguinte link: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/7658/1/
ARTIGO_RegimeInterncionalBiosseguranca
5.6.1 Criação
128 • capítulo 5
a fiscalização dos ambientes, processos, insumos e tecnologias relacionados
à saúde. A agência atua ainda na esfera econômica, ao monitorar os preços de
medicamentos e ao participar da Câmara de Medicamentos (Camed).
A Anvisa foi criada no governo Fernando Henrique Cardoso pela lei nº9.782,
de 26 de Janeiro de 1999. Sua missão é:
capítulo 5 • 129
importação dos produtos mencionados no art. 4º deste Regulamento
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Decreto n.º 3.029, de 16 de
abril de 1999];
130 • capítulo 5
atividades com as demais ações de saúde, com prioridade para as ações de
vigilância epidemiológica e assistência ambulatorial e hospitalar;
capítulo 5 • 131
• A agência deverá pautar sua atuação sempre em observância às diretri-
zes estabelecidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dar
seguimento ao processo de descentralização da execução de atividades
para Estados, Distrito Federal e Municípios, observadas as vedações es-
tabelecidas no § 2º do art. 3º do Regulamento. Esta descentralização
será efetivada somente após manifestação favorável dos respectivos Con-
selhos Estaduais, Distrital e Municipais de Saúde;
132 • capítulo 5
constituições;
capítulo 5 • 133
A publicação, no final de 1995, de um estudo caso-controle sobre os fatores
de risco para a aquisição do HIV após acidentes com exposição a fluidos bioló-
gicos constituiu-se a base para a recomendação posterior acerca da instituição
de quimioprofilaxia com anti-retrovirais para os indivíduos acidentados.
Muito tem sido pesquisado e publicado na área dos acidentes com exposi-
ção a sangue e outros fluidos biológicos. No Brasil, em 1999, o Ministério da
Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo publicaram recomenda-
ções para o atendimento a profissionais acidentados. Em 2001, o Ministério da
Saúde incorporou mudanças no atendimento nas Recomendações para Tera-
pia Anti-Retroviral em Adultos e Adolescentes Infectados pelo HIV – 2001.
O interesse em biossegurança é crescente. Bem como é crescente a necessi-
dade de atualizarmos os conhecimentos a ampliarmos as ferramentas de prote-
ção aos indivíduos que lidam com pacientes portadores de doenças infecciosas
transmissíveis. Esperamos que este livro venha ao encontro dos questionamen-
tos e necessidades daqueles que trabalham direta ou indiretamente com ques-
tões relacionadas à segurança dos trabalhadores da área de saúde. E, ainda, que
sirva de base para novas reflexões sobre o tema.
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/08Bioseguranca.pdf>.
134 • capítulo 5
5.8.2 Doenças infecciosas
A transmissão de diversos tipos de agentes virais (como HBV, HCV e HIV) (CDC,
1989) e bacterianos (como Mycobacterium tuberculosis) (Goette et al. 1978)
já foi documentada após acidente pérfuro-cortante, sendo o sangue humano
uma das principais fontes de contágio. A via aérea representa outra forma im-
portante de contágio, seja pela inalação de aerossóis com o risco de aquisição
de varicela, sarampo ou tuberculose, seja pela inalação de partículas maiores,
associadas a doenças como difteria e doença meningocócica.
capítulo 5 • 135
informatizado para notificação dos acidentes ocupacionais com material bio-
lógico (SINABIO). O modelo da ficha de notificação, o fluxo da informação e os
critérios de notificação destes acidentes estão nos anexos I, II e III.
1. Avaliação do Acidente: O acidente deverá ser analisado pela equipe respon-
sável (S.C.I.H./Vigilância Epidemiológica/Médico do Trabalho) quanto aos
aspectos abaixo relacionados.
B – Tipo de acidente
• Pérfuro cortante: compreende a penetração através da pele de agulha ou
material médico-cirúrgico contaminado com sangue ou outros líquidos
orgânicos e potencialmente infectantes.
136 • capítulo 5
C – Situação sorológica do paciente fonte
C.1 – Em relação ao HIV
• Paciente-fonte comprovadamente HIV negativo – envolve a existência de
documentação laboratorial disponível recente para o HIV (até 03 meses
antes da data do acidente) ou no momento do acidente; não está indica-
da a quimioprofilaxia anti-retroviral.
capítulo 5 • 137
• Redução de 69% na transmissão materno-fetal de HIV com AZT16;
• Redução da viremia associada ao uso de ARV31;
• Identificação de efeito protetor de AZT pós-exposição para profissio-
nais, em estudo retrospectivo multicêntrico e caso-controle15.
ATENÇÃO
Caso o paciente fonte tenha sorologias negativas para HIV, VHB e VHC, o funcionário aci-
dentado deverá receber alta após o resultado dos exames. Não existe necessidade de se
fazer o seguimento do acidente por seis meses nesta situação.
138 • capítulo 5
2. Em situações de maior risco, recomenda-se o uso de esquemas potentes
com inibidores de protease, preferencialmente, o AZT + 3TC juntamente
com o nelfinavir, indinavir ou a associação indinavir com ritonavir (este
como adjuvante farmacológico para o indinavir).
6. Acidentes com fonte desconhecida ou com paciente com sorologia an-
ti-HIV em geral, não devem ser medicados com anti-retrovirais. Nestas
situações, o uso da profilaxia pós-exposição deverá ser considerada
com base na gravidade do acidente e na história clínico-epidemiológi-
ca do paciente.
capítulo 5 • 139
• Higienização específica tanto do ambiente quanto dos materiais utiliza-
dos nos procedimentos dos pacientes, pois como já vimos nas aulas pas-
sadas, o emprego incorreto desse método também contribui de forma
expressiva na propagação da doença.
140 • capítulo 5
• Esterilização adequada dos materiais cirúrgicos.
• Atenção ao equipamento utilizado no centro cirúrgico.
• Limpar a área cirúrgica (região vaginal ou abdominal) com água e sabão
para eliminar a contaminação grosseira.
• Usar antisséptico apropriado na limpeza da pele para a realização do
procedimento cirúrgico.
capítulo 5 • 141
• Verificação do processo de desinfecção das máquinas de diálise.
• A solução utilizada para diálise deve ser verificada constantemente.
• Higiene pessoal deve ser realizada diariamente, principalmente na área
em que se encontra o acesso.
• Imunização anti-hepatite B, tanto para os profissionais quanto para os
pacientes.
Unidade de Queimados: A infecção hospitalar é uma das causas mais co-
muns para a ocorrência de óbito entre os pacientes queimados em virtude da
perda da integridade da pele, em que a maioria apresenta quadro de sepse.
ATENÇÃO
Sepse: É uma palavra de origem grega, septikós, significando que causa putrefação. Trata-se
de uma infecção generalizada, grave e sistêmica causada por agentes patogênicos. Há uma
queda drástica da pressão arterial, o que pode gerar choque; além disso, os órgãos deixam de
funcionar adequadamente. O exame de sangue pode constatar a presença dessa patologia,
entretanto o uso de antibióticos pode causar um resultado falso-negativo. É disseminada pela
corrente sanguínea e atinge diversos órgãos.
142 • capítulo 5
Neste Capítulo, você:
• Identificou as leis e portarias que regem a biossegurança;
• Verificou a importância da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA);
• Conheceu a criação e as competências da ANVISA.
• Estabeleceu como abordar os casos especiais como os pacientes com AIDS;
• Aprendeu sobre a Biossegurança de paciente internados em quartos
compartilhados, entre outros;
• Identificou como realizar a prevenção de infecções em unidades especí-
ficas, centro obstétrico, unidade de Neonatologia, entre outros.
ATIVIDADE
1. Quando se deu a criação da ANVISA e qua a sua missão? Quando se deu a criação da
ANVISA e qua a sua missão?
2. Escreva sobre um dos Casos especiais da Biossegurança.
REFLEXÃO
A lógica da construção do conceito de Biossegurança teve seu inicio na década de 70 na
reunião de Asilomar na Califórnia, onde a comunidade científica iniciou a discussão sobre os
impactos da engenharia genética na sociedade. Esta reunião, segundo Goldim (1997), “é um
marco na história da ética aplicada à pesquisa, pois foi a primeira vez que se discutiram os
aspectos de proteção aos pesquisadores e demais profissionais envolvidos nas áreas onde
se realiza o projeto de pesquisa”. A partir daí o termo Biossegurança, vem, ao longo dos anos,
sofrendo alterações.
LEITURA
<http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/7658/1/ARTIGO_RegimeInterncionalBiosse
guranca.pdf>.
capítulo 5 • 143
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Atualidades em DST/AIDS. Nilton José Fernandes Cavalcante, Ana Lúcia Carvalho Monteiro,
Dagmar Deborah Barbieri. Programa Estadual de DST/AIDS da Secretaria do Estado da
Saúde de São Paulo São Paulo – 2003 2ª Edição Revisada e Ampliada
GOETTE DK, JACOBSON KW, DOTY RD. Primary inoculation tuberculosis of the skin. Pro-
sector’s paronychia. Arch Dermatol 1978 Apr;114(4):567-9.
Ronaldo José Damaceno. Biossegurança nos Serviços de Saúde no Brasil, Abril/2009 - Ma-
téria publicada na Revista Banas Qualidade.
TEIXEIRA, P.; VALLE, S..Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fio-
cruz, 1996.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Capítulo 1
144 • capítulo 5
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
capítulo 5 • 145
1. O que acondicionamento dos RSS?
Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes. A capa-
cidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária
de cada tipo de resíduo.
Capítulo 5
146 • capítulo 5