Terapia Cognitivo Comportamental
Terapia Cognitivo Comportamental
Terapia Cognitivo Comportamental
Comportamental
Para os Sintomas Psicóticos:
Manual do Terapeuta
Prefácio 4
Introdução 6
Racional para a intervenção 6
Manual de intervenção do CCI 9
Componentes-chave da intervenção 12
Avaliação dos resultados da intervenção 14
Módulos de Intervenção 17
Utilização do manual 19
Módulo 1: Avaliação pré-intervenção 22
Módulo 2: Avaliação de sintomas específicos 33
Módulo 3: Envolvimento na terapia 44
Módulo 4: Psicoeducação 53
Módulo 5: Terapia Cognitiva para os Delírios 63
Módulo 6: Terapia Cognitiva para as Alucinações 75
Módulo 7: Treino de Competências 85
Módulo 8: Terapia Cognitiva para os Sintomas Secundários 98
Módulo 9: Planeamento para a Auto-Monitorização 102
Módulo 10: Avaliação pós-intervenção 111
Referências 115
Apêndice I: Folhetos 117
O que é Psicose? 118
Modelo de Stress-Vulnerabilidade 121
Sinais Precoces de Alarme 124
Respiração e Relaxamento 126
Pensar e Sentir 129
Catálogo dos Sentimentos 131
Detective dos Pensamentos 132
Embora este manual forneça um guia completo para profissionais de saúde mental,
são necessárias competências-chave, pelo que se recomenda que, de forma a
aplicar o protocolo de forma mais eficaz, o façam com o treino apropriado e devida
supervisão.
Conclusões
Os resultados que nos são apresentados pela literatura acerca das intervenções
com TCC para os sintomas psicóticos têm-nos indicado que existe um corpo
crescente de evidência o seu uso. Especificamente, parece existir um forte suporte
da evidência científica para o uso de tratamento com TCC em formato individual
para sintomas psicóticos persistentes, como alucinações e delírios. Esta forma de
tratamento psicológico tem mostrado produzir melhorias significativas na
sintomatologia psicótica e no perigo associado à mesma.
O tratamento descrito neste manual é o mais próximo dos tratamentos cognitivo-
comportamentais para os sintomas psicóticos persistentes em termos de estilo,
componentes e grupo de pacientes como está acima descrito.
Optámos por este tipo de tratamento porque, mostra-nos a evidência, que serve de
tratamento para o grupo de pacientes que mais comummente encontramos nos
serviços de saúde mental. Isto é, pessoas que experienciam há muitos anos
alucinações e delírios resistentes ao tratamento farmacológico, sendo que este se
apresenta como a opção de tratamento conveniente e satisfatório para este grupo
de utentes. Este manual permite tratar também sintomas secundários, como os
sintomas de depressão e a ansiedade.
Modelo de Tratamento
O modelo subjacente ao tratamento deste manual tem determinados
componentes-chave. O nosso modelo enfatiza o modelo explicativo de "stress-
vulnerabilidade" para o aparecimento dos sintomas psicóticos. O nosso modelo
enfatiza também os sintomas, em vez de síndromes, e o sofrimento associado à
perturbação psicótica (em vez da experiência dos sintomas de forma isolada) no
planeamento do tratamento.
Stress-Vulnerabilidade
Angústia e Perturbação
Neste tratamento, o nosso objectivo é tratar a angústia e perturbação que surgem
frequentemente na sequência dos sintomas psicóticos. Ao fazer isso, estamos
conscientes de que o grau de sofrimento e perturbação experimentados podem
variar consideravelmente de pessoa para pessoa. Por exemplo, uma pessoa que
ouve vozes, pode sentir raiva e responde gritando, enquanto outro pode sentir-se
indiferente e em vez de gritar, distrai-se com outras actividades. Este tratamento
concentra-se na compreensão e modificação dos factores (incluindo as crenças da
pessoa em relação às suas vozes), que levam ao sofrimento psicológico e à
perturbação comportamental.
Acreditamos que o entendimento dos problemas psicóticos em termos de
sofrimento e
perturbações associadas, é uma das maiores mais-valias do tratamento que
propomos neste manual - na medida em que evita o conflito e incentiva a aliança
terapêutica. Este ponto é particularmente importante sendo as pessoas com
perturbação psicótica frequentemente enfrentam dificuldades significativas na
aliança terapêutica.
Grupos
Esta variante de TCC é diferente dos tratamentos de TCC para outras doenças, na
medida em que o grupo de doentes a que se destina tem maior probabilidade de ter
as seguintes características:
É pouco provável que este grupo de pacientes solicite por si próprio ajuda
para aliviar os seus sintomas (ou seja, é mais provável que sejam
encaminhados pelo seu psiquiatras ou equipa de tratamento
multidisciplinar). São, portanto, pessoas com maior grau de ambivalência em
relação ao tratamento e incerteza acerca do seu valor para eles.
Objectivos do Tratamento
Os objectivos gerais do tratamento com este manual são:
Maior compreensão e insight das experiências psicóticas;
Componentes-Chave da Intervenção
Estratégias de Envolvimento
Um dos denominadores comuns nas descrições das intervenções cognitivo-
comportamentais para pessoas com psicose é a ênfase colocada na importância do
envolvimento com o paciente. Salientam que a avaliação e o envolvimento no
tratamento é susceptível de levar mais tempo e a exigir mais esforço cuidado com
este grupo de doentes.
É provável que as sessões preliminares tomem um número considerável de sessões
antes que o foco e a direcção da terapia se tornem claras para o terapeuta e
cliente. Particularmente nesta fase inicial do tratamento, cria-se a oportunidade de
falar de forma mais alongada acerca das preocupações e sintomas, de forma a
serem compreendidos – a construção da compreensão das circunstâncias do cliente
é a principal componente que manterá o cliente na terapia.
Outro requisito importante é responder com flexibilidade às necessidades dos
pacientes e aos seus requisitos nas diferentes fases da doença e da terapia. Não é
possível manter uma relação terapêutica de colaboração, sem a atenção constante
à evolução da situação e às necessidades manifestadas pelo cliente.
Dado o papel fundamental que desempenha o envolvimento na relação terapêutica
neste tipo de terapia, incluímos um módulo inteiro (Módulo 3) centrado nas fases
inicias do tratamento, nomeadamente na construção de uma aliança terapêutica.
Temos também enfatizado a importância de continuamente tratar as questões da
motivação e quebra do envolvimento que ocorrem ao longo do tratamento.
O Módulo 3 também oferece a oportunidade para o reforçar as estratégias de
coping utilizadas naturalmente pelos clientes, i.e., os passos activos que dão para
gerir os sintomas da sua doença. Existe alguma evidência de que o reforço das
estratégias de coping é uma terapia eficaz em si mesma para os sintomas
psicóticos (Yusupoff & Tarrier, 1996). Também serve para desenvolver uma relação
terapêutica colaborativa, reforçar os esforços que o cliente está actualmente a
desenvolver – bem como o seu papel como um perito nos seus próprios sintomas.
Psicoeducação
A componente de psicoeducação deste manual serve uma série de funções
importantes. Em primeiro lugar, é uma oportunidade de normalizar e
'desdramatizar' a experiência psicótica e os seus sintomas, bem como o início da
prestação (num sentido geral), de algumas perspectivas alternativas sobre a
experiência destes sintomas (Turkington & Kingdon, 1996).
Em segundo lugar, ela também oferece uma oportunidade para o paciente a
aumentar a compreensão dos seus próprios sintomas e do contexto em que eles
ocorrem. Idealmente, isto é feito de uma forma colaborativa, individualizada e não-
didáctica, com o objectivo de construir um modelo explicativo compartilhado das
dificuldades do indivíduo (Fowler, Garety, & Kuipers, 1995).
Em terceiro lugar, permite que o clínico melhor avalie a compreensão do seu
paciente em relação à sua própria doença, proporcionando, assim, mais informação
para a formulação cognitiva das dificuldades do paciente - que será utilizada nos
módulos posteriores.
Terapia Cognitiva
Conforme descrito na revisão acima, as estratégias de terapia cognitiva, como o
desafio verbal e experiências comportamentais provaram ser eficazes para muitas
pessoas com sintomas psicóticos residuais, como delírios e alucinações. Os módulos
5 e 6 deste manual descrevem o uso destas técnicas cognitivas na abordagem dos
dois principais sintomas psicóticos positivos - crenças delirantes e alucinações.
Este manual também inclui um módulo (módulo 8) que define o uso de estratégias
cognitivas para tratamento de sintomas secundários, como ansiedade e depressão.
Existem dois módulos na fase inicial de avaliação da TCC para sintomas psicóticos -
Módulo 1 (Avaliação geral) e Módulo 2 (Avaliação de Sintomas Específicos). Esta
fase inicial de avaliação requer tempo e cuidados, uma vez que faz parte da
orientação dos pacientes para a terapia. As medidas de avaliação escolhidas devem
cobrir a gama de sintomas apresentada pelo cliente. As medidas gerais permitem a
avaliação de traços do diagnóstico, a severidade dos sintomas psicóticos,
sofrimento associado, e qualidade de vida. A aplicação destas medidas gerais é
repetida no final da terapia (conforme descrito no módulo 10 - tratamento pós-
avaliação). As medidas de sintomas específicos são importantes dimensões e
aspectos das crenças delirantes e das alucinações auditivas.
Avaliação de Follow-Up
Avaliação Geral e
Introdução à Terapia
Módulo 2
Avaliação de
Sintomas Específicos
Módulo 3
Envolvimento na
Terapia
Módulo 4
Psicoeducação
Módulo 5
Terapia Cognitiva
para os Delírios
Módulo 6
Terapia Cognitiva
para as Alucinações
Módulo 7
Treino de
Competências
Módulo 8
Terapia Cognitiva para
os
Sintomas Secundários
Módulo 9
Planeamento para a
Auto-Monitorização
Módulo 10
Avaliação
Pós-intervenção