Santos JR 2016 Misturas Betuminosas A Quente
Santos JR 2016 Misturas Betuminosas A Quente
Santos JR 2016 Misturas Betuminosas A Quente
Orientadores científicos:
Prof. Doutor Mário de Oliveira Quinta Ferreira, Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Coimbra
Prof. Doutor Fernando Varela Mathias Castello Branco, Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade de Coimbra
Setembro, 2016
Resumo
O uso de métodos de formulação de misturas betuminosas tem por objetivo determinar a
combinação ótima de agregados e betume numa mistura, de modo a obter-se um material
com características funcionais e estruturais próprias para cada camada, o mais económico
possível e com uma longevidade adequada.
Finalmente será feita uma alusão ao método de formulação Francês, que será comparado
com a metodologia desenvolvida em Portugal. Serão consideradas as misturas betuminosas
a quente para pavimentos rodoviários flexíveis incluídas na EN 13108-1. Excluem-se as
misturas betuminosas usadas em aeroportos.
i
ii
Abstract
The use of bituminous mixtures formulation methods aimed the determination of the optimal
combination of aggregate and bitumen in a mixture in order to obtain a material with functional
and structural characteristics for each layer, as economically as possible and with the proper
longevity.
The bituminous mixtures placed in flexible pavement layers may differ in the type of aggregate
and particle size, the type and amount of binder, the use or not of additives or agents which
modify the bitumen and its volumetric composition.
The Portuguese practice is to use the Marshall method (empirical method) to formulate
conventional bituminous mixtures and even some unconventional ones. Although with a lot of
experience at national and international level, this method has a number of disadvantages and
drawbacks which are perfectly overpass with the resource of other test methods.
This thesis intend to present test methods for the formulation of bituminous hot mixes, in
accordance with the product standard EN 13108-1, still without national implementation.
Finally there will be an allusion to the French formulation method that is compared with the
methodology developed in Portugal
Will be considered hot bituminous mixtures for flexible road pavements included in EN 13108-
1. Are excluded bituminous mixtures used in airports.
Key-words
iii
iv
Em memória do muito amado João Afonso.
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vi
Agradecimentos
A realização desta dissertação só foi possível com a ajuda de várias pessoas as quais deixo
aqui o meu agradecimento:
A todos os colegas que me deram força e incentivo para a conclusão desta tese.
A todos os familiares que me deram tanto apoio de modo a que pudesse ter tempo disponível
para a realização desta dissertação.
À Madalena, pelo tempo que não pude estar com ela para realizar esta tese.
vii
viii
Nota:
ix
x
Índice
1. Introdução .................................................................................................................................... 1
1.1. Justificação e enquadramento do tema ................................................................... 1
1.2. Objetivos ........................................................................................................................... 2
1.3. Estrutura do trabalho .................................................................................................... 2
2. Pavimentos Rodoviários Flexíveis ........................................................................................ 4
2.1 Definição ........................................................................................................................... 4
2.2 Características gerais das misturas betuminosas ................................................ 6
2.3 Constituintes das misturas betuminosas ................................................................ 8
2.3.1 Agregados .................................................................................................................... 8
2.3.2 Fíler .............................................................................................................................. 10
2.3.3 Composição da mistura de agregados............................................................... 10
2.3.4 Ligante ......................................................................................................................... 11
3. Formulação de misturas betuminosas ............................................................................... 13
3.1 Tipos de formulações .................................................................................................. 13
3.1.1 Definição por especificação (métodos receita) ................................................ 14
3.1.2 Métodos de formulação empíricos ...................................................................... 15
3.1.3 Métodos de formulação analíticos....................................................................... 16
3.1.4 Métodos de formulação volumétricos ................................................................ 17
3.1.5 Métodos de formulação relacionados com o desempenho .......................... 18
3.1.6 Métodos de formulação baseados no desempenho ....................................... 19
3.2 Comparação entre o método de formulação usado pelo Anexo Nacional, IP
e BRISA ....................................................................................................................................... 19
3.3 Considerações Finais .................................................................................................. 23
4. Ensaios usados na formulação de misturas betuminosas a quente.......................... 25
4.1 Fabrico de misturas em laboratório ........................................................................ 25
4.2 Compactação de provetes em laboratório ............................................................ 25
4.3 Ensaio Marshall............................................................................................................. 26
4.4 Determinação da Baridade Máxima Teórica.......................................................... 27
4.5 Determinação da baridade de provetes compactados ....................................... 28
4.6 Ensaio da Resistência às Deformações Permanentes – Ensaio de Pista ..... 31
4.7 Sensibilidade à água ................................................................................................... 32
4.8 Determinação das características volumétricas de provetes betuminosos 34
4.9 Índice de Resistência Conservada .......................................................................... 36
4.10 Medição da temperatura ............................................................................................. 36
4.11 Rigidez ............................................................................................................................. 37
xi
4.12 Fadiga .............................................................................................................................. 38
4.13 Ensaio de PCG (presse à cisaillement giratoire) - Prensa de cisalhamento
giratória ....................................................................................................................................... 40
4.14 Considerações finais ................................................................................................... 40
5. Comparação entre fusos granulométricos da IP e da Brisa ......................................... 42
5.1 Camadas de Base ......................................................................................................... 42
5.1.1 Macadame betuminoso (Brisa) versus o AC 20 Base (MB) (IP) ....................... 43
5.1.2 Betão betuminoso de Alto Módulo- camada de base versus AC 20 Base
(MBAM) (IP)................................................................................................................................. 44
5.2 Camadas de Regularização ....................................................................................... 45
5.2.1 Betão betuminoso de Alto Módulo para camada de regularização (Brisa)
versus o AC 16 Bin (MBAM) (IP) ........................................................................................... 45
5.2.2 Mistura Betuminosa Densa (Brisa) versus o AC 20 Bin (MBD) (IP) ................ 46
5.2.3 Betão Betuminoso subjacente (BRISA) versus AC 14 Bin (BB) (IP)............... 47
5.2.4 Microbetão Betuminoso (BRISA) versus AC 14 Reg (BB) (IP) ......................... 48
5.3 Camadas de Desgaste................................................................................................. 49
5.3.1 Betão Betuminoso para camada de desgaste (BRISA) versus AC 14 Surf
(BB) (IP) ....................................................................................................................................... 50
5.3.2 Betão Betuminoso rugoso (BRISA) versus AC 14 Surf (BBr) (IP) ................... 51
5.3.3 Betão Betuminoso drenante (BRISA) versus PA 12,5 (BBd) (IP)..................... 52
5.4 Considerações finais ................................................................................................... 53
6. Abordagens Empírica e Fundamental ................................................................................ 54
6.1 Norma de produto NP EN 13108-1 ........................................................................... 54
6.2 Um exemplo do uso da abordagem fundamental ............................................................ 60
6.3 Análise Económica .................................................................................................................. 64
6.4 Considerações finais ............................................................................................................... 67
7. Conclusões ................................................................................................................................ 68
Referências Bibliográficas ............................................................................................................. 70
REFERÊNCIAS NORMATIVAS ...................................................................................................... 73
ANEXO I .............................................................................................................................................. 75
xii
Índice de Tabelas
Tabela 2.1- Função das camadas e da fundação de um pavimento rodoviário (InIr, 2016) ................... 5
Tabela 2.2 Novas Nomenclaturas das misturas betuminosas (NP EN 13108-1) ..................................... 7
Tabela 3.1 Categorias de Métodos de formulação e respetivos critérios (adaptado de (Francken,
1998)) .................................................................................................................................................... 14
Tabela 6.1 Comparação entre os RG, RE, RF e AN ................................................................................ 56
Tabela 6.2- Exemplo de características mínimas das misturas betuminosas com a abordagem
empírica, para camadas de Desgaste e Base, Anexo C (Sétra, 2008).................................................... 62
Tabela 6.3- Exemplo de características das misturas betuminosas com a abordagem fundamental,
para camadas de Desgaste e Base, Anexo D (Sétra, 2008) ................................................................... 62
Tabela 6.4- Comparação entre os ensaios usados nas formulações em Portugal e França ................. 63
Tabela 6.6-Comparação entre abordagens ........................................................................................... 64
Tabela 6.7- Estimativa de preço para os ensaios usados na Formulação Marshall .............................. 65
Tabela 6.8- Estimativa de preço dos ensaios de sensibilidade à água e Pista ...................................... 65
Tabela 6.9 – Estimativa de preço de ensaios adicionais usados pela abordagem fundamental .......... 66
xiii
xiv
Índice de Figuras
Figura 2.1-Diagrama esquemático da estrutura de um pavimento rodoviário (InIr, 2016).................... 4
Figura 2.2 - Composição Volumétrica das misturas betuminosas (Murtinheira, 2011) ......................... 6
Figura 2.3- Agregado Natural, Origem Granítica (LGMC, 2016) .............................................................. 9
Figura 2.4- Agregado Artificial, ASIC- Agregado Siderúrgico Inerte para a Construção (Oliveira, 2016) 9
Figura 2.5 - Agregado Reciclado, agregado obtido após fresagem de camada de mistura betuminosa
(Antunes, 2016) ....................................................................................................................................... 9
Figura 2.6- Curva contínua e curva descontínua (LGMC, 2016) ............................................................ 11
Figura 3.1- Formulação pelo método Marshall: representação gráfica da variação das características
de uma mistura betuminosa com a percentagem em betume (LGMC, 2016) ..................................... 21
Figura 4.1-Exemplo Lei de Fadiga (LGMC,2016) .................................................................................... 39
Figura 4.2 Ensaio de (PCG) Prensa de cisalhamento giratória (Institut fur Materialprufung, 2016) .... 40
Figura 5.1 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Macadame Betuminoso Versus AC 20 Base (MB))
............................................................................................................................................................... 43
Figura 5.2 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Bet. Alto Módulo Versus AC 20 Base (MBAM))... 44
Figura 5.3 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Bet. Alto Módulo Reg Versus AC 16 Bin (MBAM))
............................................................................................................................................................... 45
Figura 5.4 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Bet. Densa Versus AC 20 Bin (MBD))................... 46
Figura 5.5 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Bet. subjacente Versus AC 14 Bin (BB)) .............. 47
Figura 5.6 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Microbetão Betuminoso Versus AC 14 Reg (BB)) 48
Figura 5.7 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Bet. Camada de Desgaste Versus AC 14 Surf (BB))
............................................................................................................................................................... 50
Figura 5.8 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Bet. Rugoso Versus AC 14 Surf (BBr)).................. 51
Figura 5.9 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Bet. Drenante Versus PA 12,5 (BBd)) .................. 52
xv
xvi
LISTA DE ABREVIATURAS
IP Infraestruturas de Portugal
EP Estradas de Portugal
CE Caderno de Encargos
AN Anexo Nacional
RE Requisitos Empíricos
RG Requisitos Gerais
RF Requisitos Fundamentais
xvii
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
1. Introdução
A rede rodoviária nacional com 17874 km de extensão (Portugal, 2010), é constituída na sua
grande maioria por pavimentos flexíveis. Os pavimentos flexíveis são constituídos por um
conjunto de camadas horizontais, colocadas sobre uma fundação, que têm como função
principal suportar as ações induzidas pelo tráfego, redistribuindo as tensões transmitidas as
fundações, proporcionando uma superfície segura e confortável para a circulação de veículos.
Por este motivo, numa primeira fase, a formulação das misturas betuminosas, que tem por
objetivo determinar a combinação de agregados e betume numa mistura é de especial
relevância para tornar uma obra mais económica.
Numa segunda fase, temos todas as razões para tornar os materiais que aplicamos nas
nossas estradas mais duráveis, mais resistentes ao clima e mais resistentes às ações do
tráfego, de modo a que haja o mínimo de intervenções, menos manutenção, o que se traduz
em maior economia.
Para além da percentagem ótima em betume, o presente documento irá debruçar-se, durante
a fase de formulação, sobre as características funcionais e estruturais dos pavimentos e sobre
a sua importância no estudo inicial.
1
Introdução
1.2. Objetivos
Uma mistura deverá apresentar as seguintes características: ser fácil de fabricar e de colocar
em obra; suportar os efeitos das cargas e das ações climáticas ao longo do tempo que estiver
em serviço no pavimento; ter uma percentagem de vazios que, simultaneamente, lhe permita
evitar a exsudação do betume e a sobrecompactação posterior à sua entrada em serviço;
apresentar uma quantidade de ligante que assegure a coesão e a durabilidade do pavimento
(Pimentel, 2013).
Assim, as misturas colocadas nas camadas dos pavimentos podem diferir no tipo de agregado
e na sua granulometria, no tipo e quantidade de ligante, na utilização de aditivos ou agentes
que modificam o betume, e na sua composição volumétrica. Com o desenvolvimento de novos
métodos procura-se entender como é que a formulação influencia as propriedades mecânicas
das misturas e o desempenho mecânico e funcional dos pavimentos que resultam da sua
aplicação (Pimentel, 2013).
Para melhor a contextualização dos assuntos foram elaboradas sínteses onde se introduzem
os tipos de formulação existentes (capítulo 3) e os ensaios usados nas abordagens empírica
e fundamental (capítulo 4).
A presente dissertação foi dividida em 7 capítulos que descrevem aspetos fundamentais para
a compreensão e desenvolvimentos dos objetivos apresentados.
No capítulo 1 faz-se um enquadramento do tema e são apresentados os principais objetivos
desta dissertação.
No Capítulo 2 faz-se uma revisão dos conhecimentos existentes sobre os pavimentos
rodoviários flexíveis, tipos e sua estrutura típica. Abordam-se as características dos materiais
presentes nas misturas betuminosas e o seu comportamento.
2
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
3
Pavimentos Rodoviários Flexíveis
2.1 Definição
4
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Tabela 2.1- Função das camadas e da fundação de um pavimento rodoviário (InIr, 2016)
5
Pavimentos Rodoviários Flexíveis
Pimentel (2013), as misturas betuminosas são uma mistura de ligante e de uma mistura de
agregados, fabricadas de modo a que todas as partículas de agregados sejam revestidas por
uma película de ligante. O seu processo de fabrico implica o aquecimento do ligante e dos
agregados, a sua mistura e aplicação em obra, sendo realizada a temperaturas
significativamente superiores à temperatura ambiente. Conforme a camada onde irá ser
colocada e a sua função nesta camada, as misturas betuminosas apresentam vários tipos de
composições granulométricas e diferentes percentagens em betume.
As misturas betuminosas são constituídas por agregados (cerca de 95% em massa), betume
(cerca de 5% em massa) e ar, cujas propriedades dependem das proporções relativas destes
componentes, assim como das características intrínsecas do betume e dos agregados. As
composições volumétricas das misturas betuminosas são ilustradas na Figura 2.2. e no
capítulo 4 são apresentadas as equações relativas a estas características.
Em Portugal, o termo mistura betuminosa a quente aplica-se a grande parte das misturas
betuminosas utilizadas em obras de pavimentação, desde as argamassas betuminosas,
fabricadas apenas com agregados finos, fíler e betume, até aos macadames betuminosos,
nos quais os agregados grossos têm um papel preponderante no comportamento da mistura
(Cepsa, 2007).
6
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
base – referente à camada de base, cujo termo em inglês é similar “base course”;
bin – referente à camada de ligação, cujo termo em inglês é similar “binder course”;
reg – referente à camada de regularização, cujo termo em inglês é similar “regulating course”, de
espessura variável;
surf – referente à camada de desgaste, cujo termo em inglês é similar “surface course”.
7
Pavimentos Rodoviários Flexíveis
O atual normativo Europeu inclui um conjunto de Normas Europeias que definem requisitos
para as misturas betuminosas fabricadas a quente – oito (8) partes da série 13108, cujas
propriedades são caracterizadas pelos respetivos métodos de ensaio descritos na série
EN12697 – quarenta e oito (48) partes editadas e cinco (5) partes editadas em pré norma
(IPQ).
2.3.1 Agregados
O agregado é o material granular utilizado na construção que pode ser natural, artificial ou
reciclado. O agregado natural tem origem mineral, o agregado artificial é resultante de um
processamento industrial e o agregado reciclado decorre de materiais usados na construção
e sofreram um processo de reutilização (Estradas de Portugal, 2014).
8
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Figura 2.4- Agregado Artificial, ASIC- Agregado Siderúrgico Inerte para a Construção (Oliveira, 2016)
Figura 2.5 - Agregado Reciclado, agregado obtido após fresagem de camada de mistura betuminosa (Antunes, 2016)
Os agregados usados nas misturas betuminosas têm uma norma de produto específica, a NP
EN 13043. Cada caderno de encargos (CE) define as características mínimas que os
agregados devem possuir para serem usados em determinada mistura betuminosa consoante
a camada a que se destina. As especificações aplicáveis impõem requisitos mínimos no que
respeita as diversas propriedades, tais como a granulometria, a limpeza, a resistência
9
Pavimentos Rodoviários Flexíveis
2.3.2 Fíler
A designação fíler é atribuída a todo o agregado cuja maior parte (70% a 100%) passa no
peneiro de 0,063 mm e que pode ser adicionado aos materiais de construção para lhe conferir
certas propriedades.
O fíler pode resultar do processo de fabrico da mistura betuminosa, por recuperação dos finos
por meio de sistemas adequados – fíler recuperado – ou ser produzido em separado numa
instalação industrial segundo um processo controlado – fíler comercial. Os dois tipos de fíleres
deverão ser de origem mineral. O fíler recuperado pode ser de qualquer natureza petrográfica,
pois dependerá da natureza petrográfica do agregado utilizado para o fabrico da mistura
betuminosa.
O fíler deve estar conforme a NP EN 13043 conforme o referido na NP EN 13108-1. O fíler
usado nas misturas betuminosas, seja comercial ou recuperado, deverá ter Marcação CE.
A composição da mistura de agregados é uma combinação que se faz entre diferentes tipos
de agregados (britas de vários tamanhos, fíler) de modo a compor um conjunto que possibilite
o cumprimento do caderno de encargos em vigor.
10
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
2.3.4 Ligante
“Ligante Betuminoso” é um material adesivo contendo betume que pode estar sob a forma de
não modificado, modificado ou emulsionado. Betume é um material praticamente não volátil,
adesivo e impermeável à água, derivado do petróleo bruto que é completamente ou quase
todo solúvel em tolueno, muito viscoso e quase sólido à temperatura ambiente (Estradas de
Portugal, 2014).
Existem diversos tipos de ligantes que podem ser utilizados na composição das misturas
betuminosas. Contudo geralmente são utilizados os betumes asfálticos provenientes da
refinação do crude.
11
Pavimentos Rodoviários Flexíveis
Um betume deverá estar suficientemente fluído para envolver o agregado, num tempo
considerado mínimo para obtenção de uma mistura homogénea; suficientemente viscoso para
que não ocorram fenómenos de drenagem durante a mistura, armazenamento e transporte;
suficientemente fluído para que a mistura permaneça trabalhável durante a compactação;
suficientemente viscoso para suportar a circulação do equipamento de compactação
(Pimentel, 2013).
12
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
13
Formulação de Misturas Betuminosas
Tabela 3.1 Categorias de Métodos de formulação e respetivos critérios (adaptado de (Francken, 1998))
Critérios volumétricos
formulação
processo in situ
no pavimento
Receita X
Empíricos X X X
Analíticos X X X X
Volumétricos X X X X X
Relacionados
com o
comportamento X X X X X X
das misturas
betuminosas;
Baseados no
comportamento
X X X X X X X
das misturas
betuminosas
Este método é usado quando existe muita experiência da sua utilização. São utilizados para
misturas betuminosas tradicionais, não permitindo qualquer uso de materiais que não sejam
definidos na especificação. Neste tipo de método são definidos a curva granulométrica de
agregados, a classe de penetração do betume a usar e a composição final da mistura
betuminosa. Define a espessura da camada a colocar e as características que a mistura deve
apresentar durante o espalhamento e compactação. Não se realiza nenhum ensaio
14
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
laboratorial. Os países que utilizam este tipo de método (e.g.: Reino Unido) fazem-no apenas
para materiais e composições que provaram ter bom comportamento em serviço (Capitão,
2003).
As principais vantagens do uso dos métodos receita são, de acordo com (Capitão, 2003):
As principais desvantagens do uso dos métodos receita são, de acordo com (Capitão, 2003):
Este método não permite determinar as propriedades intrínsecas das misturas, apenas
grandezas mecânicas, as quais não se relacionam de forma direta com o desempenho em
obra. Como exemplo, não é possível determinar a resistência à fadiga através da estabilidade
(capacidade para resistir às deformações permanentes produzidas pelas cargas, em
determinadas condições de aplicação) obtida num ensaio empírico.
15
Formulação de Misturas Betuminosas
Uma nova fase de desenvolvimento dos métodos empíricos decorreu com o desenvolvimento
de métodos de formulação como o Marshall, sendo este um dos métodos de formulação mais
conhecido e utilizado atualmente a nível mundial e em Portugal. O método Marshall deve o
nome a Bruce Marshall do Mississippi State Highway Departament, responsável pela invenção
do ensaio Marshall na década de 30 do século XX. (Pimentel, 2013)
O método Marshall, tal como o nome baseia-se na utilização dos resultados do ensaio
Marshall o qual foi posteriormente aperfeiçoado e adotado pela U.S. Army Corps of Engineers
em 1943, para formulação e controlo do fabrico em obra, tendo sido posteriormente
acrescentados critérios para dosagem (Pimentel, 2013).
Estes métodos têm como inconveniente o facto de serem impróprios e desajustados para as
inovações tecnológicas que têm surgido e aos novos materiais de pavimentação.
As principais vantagens do uso dos métodos receita são, de acordo com (Capitão, 2003):
As principais desvantagens do uso dos métodos receita são, de acordo com (Capitão, 2003):
O método inclui a realização de ensaios empíricos e, por isso, não se baseia nas
propriedades fundamentais das misturas;
O método de compactação dos provetes fabricados para a realização de ensaios
mecânicos não simula bem as condições de compactação que ocorrem no pavimento.
16
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Os métodos analíticos não têm por objetivo a obtenção de uma percentagem ótima de betume,
antes visam determinar uma composição que assegure a melhor relação entre a resistência
ao fendilhamento por fadiga e a resistência à deformação permanente, o que não corresponde
necessariamente à formulação de uma mistura betuminosa com um desempenho adequado
em obra (Capitão, 2003).
As principais vantagens do uso dos métodos receita são, de acordo com (Capitão, 2003):
Como desvantagens (Capitão, 2003) pode-se apontar que estes métodos só por si, não
asseguram um bom desempenho das misturas betuminosas, sendo, em geral,
complementados com algum tipo de ensaios mecânicos de modo a verificar a qualidade da
composição a que se chegou.
17
Formulação de Misturas Betuminosas
Tal como os analíticos, os métodos volumétricos são, só por si, insuficientes, havendo
necessidade de realizar ensaios mecânicos adicionais para verificar as composições
resultantes dos cálculos. Dado o grande número de variáveis envolvidas, é ilusório pensar
que é possível obter, com elevada confiança misturas com bom comportamento mecânico
recorrendo apenas a métodos volumétricos.
18
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Partindo de misturas cujas composições foram obtidas por quaisquer dos métodos acima
mencionados, sujeita-se a mistura a ensaios que traduzem o seu comportamento em serviço,
os quais permitem medir as suas propriedades fundamentais. Estas propriedades irão ser
usadas como dados de entrada em modelos de previsão do comportamento dos pavimentos,
os quais irão fixar a percentagem ótima de betume. Os modelos têm em consideração as
ações climáticas, propriedades dos materiais, de degradação dos materiais e sua evolução,
função do tipo de estrutura e ações que irão solicitar o pavimento, permitindo estimar a
evolução da degradação no pavimento.
3.2 Comparação entre o método de formulação usado pelo Anexo Nacional, IP e BRISA
A EP usa normas de ensaio europeias e a BRISA usa normas ASTM, NP e AAHTO. Embora
equivalentes, algumas das normas são consideravelmente diferentes, tomando por exemplo
a NP 142 e EN 12697-34 ambas para a o ensaio Marshall. Na primeira são produzidos 3
provetes de ensaio e após a sua medição são levados à rotura. A força máxima dai resultante
e a sua deformação são o resultado final deste método de ensaio (média dos 3 provetes). O
ensaio Marshall através da norma EN 12697-34, descrito no capítulo 4.3, obriga ao fabrico de
4 provetes e após a sua medição e cálculo da baridade os provetes são levados à rotura. Este
método de ensaio obriga a cálculos adicionais de modo a encontrar a deformação total,
deformação tangencial e deformação dos provetes. À força máxima é também aplicado um
fator de correção associado à altura dos provetes. De seguida irá descrever-se o método
Marshall com detalhe.
19
Formulação de Misturas Betuminosas
Sobre os provetes compactados são determinadas as suas baridades, de acordo com capítulo
4.5, e são determinadas as características relacionadas com os vazios de acordo com o 4.8.
Os provetes serão depois submetidos ao ensaio Marshall conforme descrito em 4.3.
1
De acordo a EN 12697-30:2012.
2
O Anexo Nacional refere o uso de apenas 3 provetes para o Ensaio Marshall. No entanto a norma de ensaio
EN 12697-34 exige o fabrico de 4 provetes por ensaio. Deste modo, devem ser produzidos 4 provetes por
ensaio.
20
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Baridade
2,470
Porosidade
Baridade (Mg/m3)
2,450 6
2,430
Porosidade (%)
5
2,410
2,390 4
2,370
2,350 3
4 4,5 5 5,5 6
2
Perrcentagem em betume (%) 4 4,5 5 5,5 6
Percentagem em betume (%)
18,6
5,0 19
18
4,0 3,3 17 16
3,1
2,7 16 15
3,0 2,2 15
2,0 14
2,0 13
12 11
1,0 11
4 4,5 5 5,5 6 4 4,5 5 5,5 6
Percentagem em betume (%) Percentagem em betume (%)
Figura 3.1- Formulação pelo método Marshall: representação gráfica da variação das características de uma mistura
betuminosa com a percentagem em betume (LGMC, 2016)
A percentagem “ótima” de betume será a que resulta da média dos valores das percentagens
de betume que conduzem ao valor máximo da baridade da mistura betuminosa compactada,
ao valor médio dos limites da porosidade, ao valor máximo correspondente à estabilidade
Marshall e ao valor médio dos limites da deformação Marshall (os valores médios
correspondem ao ponto médio do intervalo de valores exigido no CE em vigor, para cada
mistura em particular).
21
Formulação de Misturas Betuminosas
VANTAGENS:
Método que, pelo seu longo historial de aplicação, induz uma experiência muito
significativa na sua aplicação, permitindo uma previsão do comportamento;
Utilização de equipamentos de relativo baixo custo;
Técnicas de ensaio simples e fáceis de executar;
Existem muitos resultados e informação disponíveis que podem servir de base ao
estabelecimento de critérios de qualidade para as misturas, para uma ampla gama de
utilizações;
INCONVENIENTES:
O método inclui a realização de ensaios empíricos e, por isso, não se baseia nas
propriedades fundamentais de desempenho das misturas;
O processo de compactação em obra não é adequadamente representado pelo
método Marshall, não simulando o comportamento dos materiais nem dando
representatividade aos provetes moldados;
Limitação da dimensão máxima do agregado a utilizar no fabrico dos provetes de
misturas betuminosas a quente;
Ausência de parâmetros de controlo da qualidade em obra relacionadas com o estudo
laboratorial efetuado;
Dificuldade no controlo da temperatura no fabrico dos provetes devido à reduzida
dimensão do provete;
Fraca representatividade dos provetes moldados;
Como não se baseia nas propriedades de desempenho das misturas betuminosas,
torna-se desadequado perante novas exigências e em novos materiais a aplicar em
pavimentos rodoviários;
A EP acresce que ainda poderão ser exigidos outros ensaios de caracterização mecânica das
misturas (módulos de deformabilidade, resistência à fadiga, etc.).
22
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
A BRISA, exige que o estudo de formulação seja realizado pelo método Marshall mas não
identifica a norma de ensaio (BRISA, 2013). De seguida realiza-se o ensaio “Efeito da água
na coesão de misturas betuminosas compactadas”, pela AAHTO T 165-74, sobre provetes
tipo Marshall. Finalmente é realizado o ensaio de estabilidade, que é idêntico ao ensaio de
Índice de resistência conservada (descrito no capítulo 4.9 desta tese) exigido também pela IP.
A BRISA ainda solicita ao empreiteiro para camadas de desgaste: “Ensaio de pista” segundo
a Norma NLT-173/84 para as camadas de Base o Módulo de Deformabilidade Dinâmico a 20°
C, NLT-349/90 e determinação dos parâmetros da lei de Alto Módulo de Rigidez para uma
temperatura de 20 °C e uma frequência de 10 Hz, de acordo com a Norma AASHTO TP 8-94.
Em relação aos métodos de formulação usados nas duas concessionárias estudadas, pode
se referir que a Brisa é consideravelmente mais exigente nos estudos e quantidade de ensaios
das misturas betuminosas que impõe ao empreiteiro para as camadas de misturas
betuminosas. Por exemplo impõe valores mínimos para o ensaio de resistência à fadiga nas
situações em que este ensaio é exigido.
23
Formulação de Misturas Betuminosas
Em relação aos ensaios podemos concluir que é no valor obtido nas baridades dos provetes
que se consegue identificar e prever alguma anomalias que poderão ser obtidas nos
resultados do ensaio Marshall. Como já foi referido, após a compactação dos 4 provetes de
ensaio, terá de ser realizada a baridade dos provetes compactados. Se a baridade dos
provetes for muito diferente, podemos assumir uma grande disparidade entre estabilidade e
deformação Marshall o qual poderá advir repetição do ensaio.
Pelo motivo acima descrito é recomendado que a produção de provetes seja fortemente
supervisionado. Desde o tempo de aquecimento da mistura à colocação da mistura nos
moldes, toda a produção envolvida tenha por finalidade, provetes de ensaio o mais
semelhante possível entre si.
24
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
De seguida irão ser apresentados, de uma forma resumida, os ensaios usados para
formulação e classificação das misturas betuminosas em Portugal, de acordo com o AN e
consequentemente com a norma de produto NP EN 13108-1.
Embora a BRISA ainda use norma de ensaio de outras origens, estas não irão ser abordadas
no presente estudo.
Âmbito
A norma de ensaio EN 12697-35, descreve um método para a produção de misturas
betuminosas em laboratório para o posterior fabrico de provetes compactados.
Método de ensaio
Após secagem até massa constante e posterior arrefecimento até temperatura ambiente, os
agregados, fíler e aditivos (se usados) são pesados cumprindo com a composição da mistura.
De seguida são aquecidos a uma temperatura alvo, que varia consoante o betume a introduzir
na mistura betuminosa, durante um tempo mínimo de 8h. O betume é aquecido à temperatura
alvo entre 3h a 5h.
Pré-aquecer o recipiente onde se irá efetuar a mistura. Verter os agregados e fíler para o
recipiente e adicionar o betume. Misturar todos os componentes até se obter uma mistura
homogénea.
25
Ensaios usados na formulação de misturas betuminosas a quente
Método de ensaio
Aquece-se uma mistura betuminosa recém-misturada, ou recolhida no local, à temperatura
alvo que é colocada num molde de compactação em aço. Em seguida, a mistura é
compactada num compactador de impacto permitindo a queda da massa deslizante a partir
de uma determinada altura com a aplicação de um determinado número de pancadas, dentro
de um determinado intervalo de tempo, sobre o provete. De seguida o provete é arrefecido
dentro do molde à temperatura ambiente até aos 40ºC, valor a partir do qual pode ser
desmoldado.
Âmbito
A norma de ensaio EN 12697-34 especifica um método de ensaio para determinação da
estabilidade, da deformação e do quociente Marshall.
Método de ensaio
Devem ser moldados um mínimo de 4 provetes para o ensaio. Após desmoldagem esperar
4h antes de iniciar qualquer ensaio. Todos os ensaios devem ser concluídos 32h após
desmoldagem. Calcular a baridade de todos os provetes de ensaio e medir as alturas e
diâmetros.
Imergir os provetes num banho de água a 60±1ºC por um período de tempo superior a 40 min
e inferior a 60 min. Remover o provete do banho de água e colocá-lo no estabilómetro tendo
o cuidado de verificar se o provete se encontra centrado.
Aplicar carga no provete de modo a alcançar uma taxa constante de deformação de 50±2
mm/min. Continuar a aplicação da carga até que a leitura máxima é obtida no dispositivo de
medição de carga. Este procedimento deve decorrer num período máximo de 40 s após a
remoção do provete do banho de água. Executar os ensaios de estabilidade e de deformação
num grupo de quatro provetes. Realizar a avaliação dos provetes para a deformação
tangencial, deformação, deformação total e estabilidade.
26
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Cálculos
Cada um dos 4 provetes ensaiados obtém-se um valor para a deformação e outro para
estabilidade (força de rotura do provete multiplicada por uma fator de correção).
Sobre a média dos 4 provetes para a estabilidade e sobre a média dos 4 provetes para a
deformação obtém-se o quociente Marshall.
(4.1)
ℎ = ( / )
çã
Âmbito
A norma de ensaio EN 12697-5 especifica métodos de ensaio para determinar a baridade
máxima teórica de uma mistura betuminosa solta com betumes de pavimentação, betumes
modificados ou outros betumes usados em pavimentação. Os métodos de ensaio podem ser
usados em misturas betuminosas frescas ou envelhecidas.
Método de ensaio
Preparação da amostra: Secar previamente a mistura a 110 ± 5ºC até massa constante.
Desagregar convenientemente a mistura reduzindo a partículas individuais ou a aglomerados
de partículas com tamanho máximo de 6 mm. Preparar um provete com pelo menos 50 vezes
a maior dimensão do agregado, com um mínimo de massa de 250g.
Pesar o picnómetro vazio a 0,1g. Colocar o provete dentro do picnómetro e pesar a 0,1g.
Colocar água até cerca de 30 mm abaixo da junta. Tapar e retirar o ar aplicando uma pressão
de vácuo residual de 4 kPa ou menos por um período de 15 min. Ajudar a libertação do ar
usando o agitador mecânico. Acabar de encher o picnómetro e garantir que não existe ar
retido. Colocar em banho de água à temperatura pretendida (±1,0ºC) por um período superior
a 30 min e inferior a 180 min. Retirar o picnómetro do banho de água, limpar e pesar a 0,1g.
Medir a temperatura da água imediatamente após pesagem a 0,1ºC.
27
Ensaios usados na formulação de misturas betuminosas a quente
Cálculos
− (4.2)
= −
(10 × )−
Legenda:
− ó ( );
− ó á ( );
− ó á ( );
− ó ( );
− ú á à ( / );
Âmbito
A norma de ensaio EN 12697-6 define métodos para a determinação da massa volúmica de
um provete betuminoso compactado. Descreve 4 métodos de ensaio, cuja aplicação varia
consoante o tipo de mistura betuminosa a ensaiar. Os métodos de ensaio são aplicáveis à
utilização de provetes compactados fabricados em laboratório ou de tarolos retirados do
pavimento após colocação e compactação.
De seguida irão ser descritos os métodos B e D, os mais correntes nos estudos de formulação
em Portugal:
28
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Cálculos
= × ( / ) (4.3)
−
Legenda:
− ( );
− á ( );
− í ( );
− ú á à ( / );
29
Ensaios usados na formulação de misturas betuminosas a quente
Cálculos
Provetes cilíndricos
= × 10 ( / ) (4.4)
,
4×ℎ×
Legenda:
, − − é é ( / );
− ( );
ℎ− ( );
− â ( );
Provetes prismáticos
= × 10 ( / ) (4.5)
,
ℎ× ×
Legenda:
, − − é é ( / );
− ( );
ℎ− ( );
− ( );
− ( );
30
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Âmbito
A norma de ensaio EN 12697-22 descreve métodos de ensaio para determinar a
suscetibilidade de materiais betuminosos para deformarem sob a ação de repetidas
passagens de carga a uma temperatura constante. O ensaio é aplicável a misturas com D
inferior igual a 32 mm. Os ensaios podem ser realizados a provetes retirados do pavimento
ou a provetes produzidos em laboratório.
Método de ensaio
Os provetes de ensaio (300 x 300 x espessura variável) em mm podem ser obtidos através
da produção de mistura betuminosa em laboratório e posterior compactação ou através de
recolha de amostra em obra. Após a medição das dimensões dos provetes, cálculo da
baridade, medição da planeza, os dois provetes de ensaio são colocados em moldes de ferro
ou alumínio, e fixados a esses moldes com gesso. Colocar o provete (ou provetes) no
equipamento e acondiciona-los a 60±1 °C por um período de:
Selecionar no software 26,5 ciclos por minuto e dar inicio ao ensaio. O ensaio deve ser
programado para parar quando se atingir uma das seguintes situações:
Cálculos
( ) (4.6)
− 10000 ;
31
Ensaios usados na formulação de misturas betuminosas a quente
Legenda:
− ( );
− 10000 ;
− á ;
− á ;
, − ó 5000 10000 , .
Âmbito
O ensaio de Sensibilidade à água determina o efeito da saturação da água nas misturas
betuminosas. Este ensaio é realizado de acordo com a norma de ensaio EN 12697-12 (método
A) e EN 12697-23. É realizado sobre provetes moldados em laboratório ou provetes
carotados.
Método de ensaio
Sobre seis provetes, efetuam-se o ensaio de baridade e medem-se os provetes. Após um
período de estabilização entre de 16h e 24h agrupam-se os provetes em dois grupos
análogos, cujas médias das alturas não pode variar mais que 5 mm e a média das baridades
não pode variar mais que 0,015 Mg/m3. Um dos grupos será designado por grupo Imerso e o
outro por grupo Seco. Inicia-se o acondicionamento dos provetes:
32
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Regista-se o valor de máxima tensão obtido. Após a rotura, observar o provete e registar o
seguinte:
Tipo de rotura;
Presença de agregado fratura ou esmagado;
Superfície revestida no agregado exposto.
Cálculos
2 (4.9)
=
Legenda:
− tração indireta ( ℎ )( )
− ç ( );
− ( );
33
Ensaios usados na formulação de misturas betuminosas a quente
− â ( );
De seguida calcula-se o valor médio de ITS para cada um dos grupos: grupo imerso
(ITSw) e seco (ITSd);
Finalmente é calculado a resistência conservada em tração indireta (ITSR):
(4.10)
= 100 ×
Legenda:
− çã é ( );
− çã é ( ).
Âmbito
A norma EN 12697-8 define equações matemáticas para calcular três características
volumétricas de uma amostra de mistura betuminosa compactada: o índice de vazios, vulgo
porosidade, (Vm), o índice de vazios no agregado mineral que estão ocupados por ligante
(VFB) e os vazios no agregado mineral (VMA) .
Porosidade
A porosidade pode ser definida por: volume de vazios num provete de mistura betuminosa,
expresso em percentagem do volume total do provete.
34
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Cálculo
− (4.11)
= × 100%
Legenda:
− porosidade (%)
Cálculo
= + × 100% (4.12)
Legenda:
− porosidade (%);
− ú ( / );
Cálculo
= ( )/ × 100% (4.13)
35
Ensaios usados na formulação de misturas betuminosas a quente
Legenda:
− ú ( / );
A descrição deste ensaio é apresentada no Anexo Nacional, sendo que esta deriva da norma
militar americana MILSTD-620A.
Método de ensaio
Cálculo
Método de ensaio
36
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
4.11 Rigidez
Principio
A norma de ensaio EN 12697-26 define métodos para caracterizar a rigidez das misturas
betuminosas em alternativa a outros, incluindo testes de flexão e ensaios de tração diretos e
indiretos. Os ensaios são realizados em material betuminoso compactado sob uma carga
sinusoidal usando vários provetes.
O módulo de rigidez pode ser definido como as relações entre as amplitudes das tensões
aplicadas e das deformações medidas. O ângulo de fase é uma medida do desfasamento
entre as tensões e as deformações, permitindo inferir se o comportamento da mistura
betuminosa é predominantemente elástico (ângulo de fase nulo) ou viscoso (Neves, et al.,
2006).
Este procedimento é utilizado para avaliar misturas betuminosas com base na rigidez e como
uma possível orientação para o relativo desempenho no pavimento, de modo a obter dados
para estimar o comportamento estrutural do pavimento e avaliar este de acordo com as
especificações das misturas betuminosas em estudo.
Método de ensaio
São produzidos 6 provetes de ensaio. São avaliadas as suas dimensões e baridade de cada
provete. Após um período de estabilização de 15 dias, os provetes são colocados
37
Ensaios usados na formulação de misturas betuminosas a quente
Cálculos
O módulo de rigidez, em MPa, é a média resultante dos 4 provetes para as frequências de 0,2
Hz, 0,5Hz, 1Hz, 5Hz e 10Hz, sendo que a média dos 4 provetes a 10Hz é a de maior
importância, considerando que esta frequência corresponde a 1/60 Km/h no cálculo do
dimensionamento pela via fundamental.
4.12 Fadiga
Princípio
A norma especifica vários métodos de ensaio com diferentes equipamentos. De seguida irá
descrever-se o 4PB-PR. O ensaio é realizado aplicando tensão em quatro pontos de um
provetes prismático.
Método de ensaio
São produzidos 18 provetes de ensaio. São avaliadas as suas dimensões e baridade de cada
provete. Os provetes são colocados individualmente no equipamento de ensaio e ensaiados.
38
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Os 18 provetes são divididos em 3 grupos com 6 provetes cada. Cada um dos grupos será
sujeito a uma extensão de ensaio diferente. Todos os ensaios são realizados a uma
temperatura e frequência igual, 20ºC e 10 Hz, respetivamente. A temperatura e frequência de
ensaio poderá variar de acordo com o solicitado pelo CE e/ou as normas de produto.
Após o ensaio dos 18 provetes, produz-se um gráfico onde nos eixos das abscissas descreve
se o número de ciclos de carga e em ordenadas o nível de extensão. Da equação obtida
através do gráfico de regressão linear calcula-se o número e ciclos de carga para 1.000.000
ciclos. De seguida é apresentado um gráfico típico (Figura 4.1) deste ensaio.
Lei de Fadiga
1000
Nível de extensão de tração (μɛ)
100
100 1000 10000 100000 1000000 10000000
39
Ensaios usados na formulação de misturas betuminosas a quente
Princípio
Método de ensaio
Introduzir 4,7 kg de mistura num molde com 150 mm de diâmetro. Com as condições de
ensaio são: pressão de 600 kPa, ângulo de 1,25º e velocidade de 30 rotações/minuto, medir
a altura do provete com a quantidade de rotações (giros).
Figura 4.2 Ensaio de (PCG) Prensa de cisalhamento giratória (Institut fur Materialprufung, 2016)
40
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Embora nem todos os ensaios descritos façam parte da presente formulação “oficial” para
misturas betuminosas a quente, prevê-se que num futuro próximo o sejam, como por exemplo
os ensaios de fadiga e rigidez.
41
Comparação entre fusos granulométricos da IP e da Brisa
A comparação dos fusos foi realizado tendo por base a camada em que aquela determinada
mistura iria servir e o D máximo da mistura de agregados.
A maior diferença entre concessionárias é: a BRISA ainda utiliza os peneiros ASTM. A EP,
quer por imposição Europeia, quer por uma questão de uniformidade com os ensaios e com
as normas harmonizadas, tem os seus fusos com os peneiros EN.
Os peneiros EN são referenciados pelo tamanho da abertura da sua malha, os peneiros ASTM
são referenciadas por um número, que corresponde a uma abertura de uma malha, o que
torna o trabalho rotineiro um pouco mais difícil, uma vez que tem de ser feita a
correspondência entre número de peneiro e abertura de malha.
3
Uma polegada corresponde a 2,54 cm.
42
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
betume para cobrir todas as partículas de agregado. São as camadas com menos
percentagem de betume.
O Macadame betuminoso da Brisa (item 1.9.4) foi comparado com o AC 20 Base (MB) do CE
da IP, (rubrica 14.03.2.1.2). Os resultados apresentam-se na Figura 5.1.
19
90 20
12,5
80
% DE MATERIAL QUE PASSA NOS PENEIROS
70 9,5
60
Brisa Fuso Sup
12,5
EP Fuso Inf
50 4,75 9,5
4 EP Fuso Sup
40 2
4,75
4
30
0,5
0,425 2
20
0,18
0,125
0,5
0,425
10
0,074
0,063
0,125 0,18
0,063
0,074
0
0,01 0,1 1 10 100
Figura 5.1 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Macadame Betuminoso Versus AC 20 Base (MB))
Podemos concluir pela sobreposição dos fusos que a BRISA é um pouco mais exigente
quanto aos grossos que podem ser introduzidos na composição da mistura de agregados. O
fuso é mais estreito desde os peneiros de maior dimensão até ao peneiro com abertura de
4mm.
43
Comparação entre fusos granulométricos da IP e da Brisa
5.1.2 Betão betuminoso de Alto Módulo- camada de base versus AC 20 Base (MBAM)
(IP)
A designação alto módulo significa que a mistura foi produzida com um betume duro (em
Portugal, normalmente o 10/20) que lhe atribui características de resistência necessárias a
pavimentos com elevado tráfego e/ou com velocidades de circulação reduzidas.
O Betão betuminoso de Alto Módulo para camada de Base, item 1.9.5.1 foi comparado foi
comparado com o AC 20 Base (MBAM) do CE da IP, rubrica 14.03.2.1.3. Os resultados
apresentam-se na Figura 5.2.
Betão Betuminoso de Alto Módulo para camada de base, item 1.9.5.1 Brisa
e
AC 20 Base (MBAM), rubrica 14.03.2.1.3
100 19
20 25 31,5
90 19
20
80 10
9,5
% DE MATERIAL QUE PASSA NOS PENEIROS
70
2,36 4,75
2 4
40
30 0,85 2,36
2
0,5
20 0,425
0,85
0,125 0,18
10 0,074 0,5
0,425
0,063
0,125 0,18
0,074
0,063
0
0,01 0,1 1 10 100
Figura 5.2 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Bet. Alto Módulo Versus AC 20 Base (MBAM))
Do gráfico acima apresentado, podemos concluir que os fusos são praticamente semelhantes,
identificadas muitas sobreposições entre eles.
44
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
5.2.1 Betão betuminoso de Alto Módulo para camada de regularização (Brisa) versus
o AC 16 Bin (MBAM) (IP)
O Betão betuminoso de Alto Módulo para camada de Regularização, item 1.9.5.2 foi
comparado foi comparado com o AC 16 Bin (MBAM) do CE da IP, rubrica 14.03.2.2.3. Os
resultados apresentam-se na Figura 5.3.
Betão Betuminoso de Alto Módulo para camada de regularização, item 1.9.5.2 Brisa
e
AC 16 Bin (MBAM), rubrica 14.03.2.2.3
100 16 19
20
12,5
90 16
10
9,5
80 12,5
% DE MATERIAL QUE PASSA NOS PENEIROS
70
2,36
4,75
40 2
4
30 0,85 2,36
2
0,5
20 0,425
0,85
0,18
0,125
10 0,074 0,5
0,425
0,063
0,074 0,125 0,18
0,063
0
0,01 0,1 1 10 100
Figura 5.3 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Bet. Alto Módulo Reg Versus AC 16 Bin (MBAM))
45
Comparação entre fusos granulométricos da IP e da Brisa
A Mistura Betuminosa Densa, item 1.9.6 foi comparada foi comparado com o AC 20 Bin (MBD)
do CE da IP, rubrica 14.03.2.2.2. Os resultados apresentam-se na Figura 5.4.
90 19
20
12,5
80 10
12,5
% DE MATERIAL QUE PASSA NOS PENEIROS
70
10
Brisa Fuso Inf
2
30
0,5
0,425
20
0,18 0,5
0,425
0,125
10 0,074
0,063 0,18
0,125
0,063
0,074
0
0,01 0,1 1 10 100
Figura 5.4 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Bet. Densa Versus AC 20 Bin (MBD))
Pode-se concluir que os fusos são semelhantes mas não iguais. O fuso da IP permite possui
mais folga quer nos grossos quer nos finos, nas tolerâncias entre 0,5 e 0,2mm.
46
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
90 12,5
14
9,5
80 12,5
10
% DE MATERIAL QUE PASSA NOS PENEIROS
70
10
9,5
4,75 Brisa Fuso Inf
60
Brisa Fuso Sup
EP Fuso Inf
4
50
EP Fuso Sup
4,75
2
40 2 4
30 2
20 0,425
0,5
0,18
0,425
10 0,074 0,125 0,5
0,063 0,18
0,063
0,074 0,125
0
0,01 0,1 1 10 100
Figura 5.5 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Bet. subjacente Versus AC 14 Bin (BB))
O fuso de betão betuminoso subjacente às camadas de desgaste e rugosa foi o fuso mais
difícil de comparar uma vez que não existe um fuso com características semelhantes no CE
da IP. O mais aproximado possível encontrado foi o AC 14 Bin (BB). No entanto, pela
observação do gráfico, percebe-se que os fusos são diferentes, sendo que o da Brisa é
consideravelmente mais fino.
47
Comparação entre fusos granulométricos da IP e da Brisa
90 14
80 9,5
10
4,75
% DE MATERIAL QUE PASSA NOS PENEIROS
70
10
Brisa Fuso Inf
60
Brisa Fuso Sup
4,75
EP Fuso Inf
4
50
2 EP Fuso Sup
40 2 4
2
0,85
30
0,425 2
0,85
20
0,5
0,18
0,425
0
0,01 0,1 1 10 100
Figura 5.6 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Microbetão Betuminoso Versus AC 14 Reg (BB))
Pela observação do gráfico verifica-se que os fusos apenas se “tocam” entre si em situações
fronteira, sendo por este motivo questionável a comparação de ambos os fusos apresentados.
A razão de este fuso da BRISA em particular aparecer agrupado ao fuso da IP prende-se
como facto de ser o fuso mais semelhante possível ao da BRISA, na CE da IP em vigor. Os
fusos são semelhantes na sua continuidade e tolerâncias, embora não na abertura dos
peneiros.
Pelos motivos acima apresentados pode-se concluir que este fuso da BRISA não tem análogo
no CE da IP.
48
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
O betão betuminoso (BB) aplicado em camada de desgaste é uma mistura pouco permeável,
resistente à ação abrasiva do tráfego, cuja macrotextura pode ser relativamente baixa, pelo
que nem sempre é a mais adequada para vias onde se verifiquem elevadas velocidades de
circulação e em climas chuvosos (Portugal, 2010).
As misturas rugosas proporcionam uma excelente macrotextura, tendo no entanto uma maior
percentagem de material fino que as misturas drenantes, pelo que têm uma maior resistência
à ação abrasiva do tráfego que o Betão Betuminoso Drenante (Portugal, 2010).
As misturas abertas, que recentemente têm sido aplicadas em Portugal, utilizando betumes
modificados com borracha na sua composição, que possuem uma estrutura intermédia entre
o betão betuminoso rugoso e betão betuminoso drenante (Portugal, 2010). Uma mistura
betuminosa drenante tem uma porosidade entre os 22% e 30% e são designadas por PA
(porous asphalt) e o seu D é de 12,5 mm (de acordo com a IP). A porosidade destas misturas
é obtida através da descontinuidade do seu esqueleto mineral.
49
Comparação entre fusos granulométricos da IP e da Brisa
5.3.1 Betão Betuminoso para camada de desgaste (BRISA) versus AC 14 Surf (BB)
(IP)
O Betão Betuminoso para a camada de desgaste, item 1.9.9 foi comparado com o AC 14 Surf
(BB) do CE da IP, rubrica 14.03.2.4.1. Os resultados apresentam-se na Figura 5.7.
90 14
12,5
80 12,5
10
9,5
% DE MATERIAL QUE PASSA NOS PENEIROS
70
10
9,5
Brisa Fuso Inf
60
Brisa Fuso Sup
4,75
EP Fuso Inf
4
50
EP Fuso Sup
4,75
40 2 4
30
20
0,5
0,425
0,18
10 0,5
0,075 0,125 0,425
0,063
0,125 0,18
0,063
0,075
0
0,01 0,1 1 10 100
Figura 5.7 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Bet. Camada de Desgaste Versus AC 14 Surf (BB))
Os fusos são praticamente idênticos excetuando nas aberturas de 14mm e 20mm onde o CE
da IP é um pouco mais permissivo.
50
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
90 12,5
14
80
10
9,5
% DE MATERIAL QUE PASSA NOS PENEIROS
70 12,5
EP Fuso Inf
50
EP Fuso Sup
4
4,75
40
4,75
30 2 4
2
20 0,5
0,425
0,125 0,5
10 0,425
0,075
0,063
0,125
0,075
0,063
0
0,01 0,1 1 10 100
Figura 5.8 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Bet. Rugoso Versus AC 14 Surf (BBr))
51
Comparação entre fusos granulométricos da IP e da Brisa
90 12,5
80 9,5 12,5
10
% DE MATERIAL QUE PASSA NOS PENEIROS
70
10
EP Fuso Inf
50 9,5
EP Fuso Sup
40
30 44,75
2
20
2
1 4,75
0,425
2 4
10 2
0,075
0,063 0,425 1
0,075
0,063
0
0,01 0,1 1 10 100
Figura 5.9 Fusos Granulométricos BRISA Versus IP (Bet. Drenante Versus PA 12,5 (BBd))
Pela observação do gráfico podemos concluir que os gráficos são semelhantes, apesar das
diferenças notórias em algumas das dimensões, sendo o fuso da BRISA um pouco mais fino.
52
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Da observação das comparações entre os fusos, conseguimos dizer que existem fusos muito
semelhantes nos cadernos de encargos destas duas entidades com exceção do betão
betuminoso subjacente.
Um trabalho futuro poderia passar pela comparação dos ensaios necessários aos agregados
de cada um dos fusos, tendo em conta que estes ensaios são realizados através de normas
de ensaio diferentes, a IP através das EN e a BRISA através das ASTM, NLT e NP.
53
Abordagens Empírica e Fundamental
54
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Aditivos;
Vazios preenchidos com betume;
Vazios na mistura de agregados.
Granulometria;
Percentagem mínima de ligante;
Rigidez;
Fadiga.
Granulometria da mistura
De modo a tornar mais fácil o entendimento dos limites dos fusos granulométricos, tomou-se
por exemplo a mistura AC 14 Surf (BB), uma das misturas mais usadas em Portugal, e fez a
comparação entre os requisitos RE e RG e comparou-se com o AN. A comparação é
apresentada de seguida:
4
Todas as aberturas dos peneiros em mm.
55
Abordagens Empírica e Fundamental
RG/RF RE AN
Peneiro (mm) Massa de Intervalos Peneiro Massa de
material % por (mm) material
passado massa passado
(%) (%)
1,4D 100 --- 20 100
D 90 a 100 10 14 90 a 100
Peneiro característico intermédio --- 10 a 30 10 67 a 77
Peneiro extra opcional entre D e 2 --- 10 a 30 4 40 a 52
2 10 a 50 5 a 25 2 25 a 40
Peneiro característico intermédio --- 4 a 25 0,5 11 a 19
Peneiro extra opcional entre D e 0,063 --- 4 a 25 0,125 6 a 11
0,063 0 a 12 2 a 12 0,063 5a8
O RF tem por características na granulometria apenas o definido pelos RG, sendo por este
motivo muito mais permissivo que os RE.
Percentagem em ligante
Os RE referem que a percentagem em ligante mínima deve ser selecionada uma entre várias
categorias (de acordo com o Anexo I 11) e de seguida deve ser efetuada uma correção
associada à massa volúmica dos agregados, através da seguinte fórmula:
5
Considera-se fração grossa à percentagem de material retido do peneiro 4mm e fração fina à percentagem de
material passado no peneiro de 4mm.
56
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
2,650 (6.1)
=
Em que representa a média ponderada das massas volúmicas das partículas secas em
estufa dos agregados da mistura de agregados, em megagrama por metro cúbico (Mg/m3),
determinada de acordo com a EN 1097-6.
O AN define percentagens de betume mínimas para cada uma das misturas betuminosas. As
percentagens mínimas encontram-se descritas no Anexo 2. O valor de percentagens de
betume mínimas a declarar deverá ser obtido de acordo com a expressão:
çã (6.2)
=
57
Abordagens Empírica e Fundamental
De acordo com a especificação do LNEC (472 Especificação LNEC, 2009) todo o material
fresado tem que ser submetido uma bateria de ensaios, nomeadamente: Presença de matéria
estranha na mistura betuminosa recuperada (de acordo com a EN 12697-42); ligante presente
na mistura fresada, tipo (betume de pavimentação, betume duro ou betume modificado) e
características (penetração e anel e bola); dimensão máxima das partículas da mistura
betuminosa recuperada, granulometria média e dimensão máxima, D (todos os ensaios
mencionados são obtidos através de analise granulométrica); percentagem média de ligante
na mistura betuminosa recuperada (EN 12697-1) e teor máximo da mistura betuminosa
recuperada (EN 12697-14). Após a realização dos ensaios acima mencionados os resultados
tem de ser classificados com a especificação LNEC e de seguida terá de se realizar um estudo
de formulação com a incorporação da percentagem de fresado que se pretende incluir na
mistura betuminosas novas. Só após conclusão do estudo de formulação de poderá avançar
para a comercialização do produto de mistura nova com percentagem de material recuperado
(fresado).
Porosidade
Esta caraterística faz parte dos RG. Terá de se selecionar uma classificação quer para a
porosidade máxima quer para a porosidade mínima para cada mistura betuminosa.
O AN define uma porosidade máxima e mínima para cada tipo de mistura betuminosa. Os
intervalos variam em 3% para as misturas betuminosas fechadas.
Revestimento e homogeneidade
Trata-se de um RG. Quando descarregado do misturador, o material deve ter uma aparência
homogénea, sendo que o agregado deve estar completamente revestido pelo ligante e que
não deve existir qualquer evidência de aglomeração de agregados finos (NP EN 13108-1).
Sensibilidade à água
Este é um RG. Este ensaio é descrito no item 4.7. Deve ser definir um valor mínimo da
resistência conservada em tração indireta de acordo com o Anexo I 6. A nível nacional
58
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
verifica-se a solicitação deste ensaio, no entanto, não é exigido um valor mínimo /limite. O AN
enuncia que esta característica deve ser declarada.
Este é um RG. Este ensaio é descrito no item 4.6. Deve ser declarado o valor máximo para
os parâmetros: declive máximo da rodeira, WTSAIR, de acordo com o Anexo I 7 e deve ser
declarado o valor máximo para a característica profundidade máxima da rodeira, PRDAIR, de
acordo com o Anexo I 8. O AN refere ambos os parâmetros devem ser declarados (mas não
impõe valores).
Temperatura da mistura
Esta característica é um RG. Este ensaio é descrito no item 4.10. A norma de produto define
limites de temperatura da mistura para betumes de pavimentação Anexo I 9. A temperatura
máxima aplica-se a qualquer local dentro da central de fabrico, enquanto a temperatura
mínima se aplica no momento de entrega. Quando for usado um betume modificado, um
betume duro de pavimentação ou aditivos, podem ser aplicáveis diferentes temperaturas (NP
EN 13108-1).
Durabilidade
Aditivos
Trata-se de um RE. Os aditivos devem ser expressos em termos de tipo e quantidade de cada
aditivo constituinte.
59
Abordagens Empírica e Fundamental
Rigidez
Fadiga
De modo a dar a conhecer o que se faz noutros países da EU, de seguida irá falar-se na
abordagem que França faz aos estudos de formulação de misturas betuminosas a quente. O
“método francês” foi escolhido por apresentar-se como um estudo onde é possível aplicar a
abordagem fundamental.
60
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
O nível de formulação aplicado em cada situação obedece dos seguintes fatores: posição da
camada no pavimento (conforme se se trata de um desgaste, regularização/ligação ou
camada de base), do nível de tensão a que a camada irá ser sujeita e ao risco técnico a que
a camada está associada (Sétra, 2008) .
Clima muito severo (e.g.: clima mediterrâneo), nível de tensão grande (e.g.: tráfego
congestionado, pequenas velocidades), ensaio de pista obrigatório;
Clima severo (clima continental), nível de tensão médio, tráfego congestionado,
pequenas velocidades), o ensaio de pista poderá ser necessário;
Normal (e.g.: clima continental), nível de tensão baixo (e.g.: tráfego não
congestionado, velocidades normais), o ensaio de pista poderá ser realizado ou não
(Sétra, 2008) .
Uma vez definido o nível de formulação mistura recorre-se a tabelas de modo a conhecer as
características mínimas a serem alcançados e os métodos de ensaio a aplicar. São
apesentados de seguida, a título de exemplo, duas tabelas constantes na publicação (Sétra,
2008). A primeira tabela 6.2, aplica-se às características empríricas, a segunda, tabela 6.3,
às fundamentais.
61
Abordagens Empírica e Fundamental
Tabela 6.2- Exemplo de características mínimas das misturas betuminosas com a abordagem empírica, para camadas de
Desgaste e Base, Anexo C (Sétra, 2008)
Tabela 6.3- Exemplo de características das misturas betuminosas com a abordagem fundamental, para camadas de
Desgaste e Base, Anexo D (Sétra, 2008)
62
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Pela comparação das tabelas verifica-se que a abordagem empírica fixa uma percentagem
de betume mínima, não sendo esta necessária na abordagem fundamental, por outro lado a
abordagem fundamental fixa valores para os ensaios de módulo de rigidez e fadiga.
Tabela 6.4- Comparação entre os ensaios usados nas formulações em Portugal e França
63
Abordagens Empírica e Fundamental
Neste item irá ser analisada a relação custo/benéfico do uso de cada uma das abordagens.
Os preços apresentados são reais, praticados por laboratórios acreditados.
Já foi descrito em detalhe no item anterior o que cada uma das abordagens incluía. Muito
resumidamente sabemos que ambas as abordagens terão que incluir todos os requisitos
gerais e alguns outros. Assim:
Abordagem Abordagem
Requisito
empírica fundamental
Composição e granulometria x x
Porosidade x x
Revestimento e homogeneidade x x
Sensibilidade à água x x
Resistência à deformação permanente x x
Temperatura da mistura x x
Durabilidade x x
Vazios Preenchidos com Betume e Vazios na
x
Mistura de Agregados
Aditivos x
Módulo de rigidez x
Ensaio de fadiga x
De uma forma mais detalhada podemos descrever a formulação das misturas betuminosas,
de acordo com o método Marshall, com os seguintes ensaios:
64
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Como foi dito anteriormente, os restantes ensaios para terminar a abordagem empírica não
têm peso relevante no estudo. Assim, pela abordagem empírica estima-se que o valor total
do estudo ficaria por 2048,00 €.
Já pela abordagem fundamental teremos que adicionar dois ensaios: a rigidez e a fadiga.
Assim, se realizarmos os ensaios acima descritos e incluirmos os ensaios necessários à
abordagem fundamental:
65
Abordagens Empírica e Fundamental
Tabela 6.8 – Estimativa de preço de ensaios adicionais usados pela abordagem fundamental
66
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
O exemplo dado pressupõe uma experiência superior à nacional. Existem parâmetros limite
definidos em características que ainda não há experiência nacional para a imposição de
valores – limite ou valores tipo. O trabalho desenvolvido em França permite, em primeiro lugar
uma maior economia, uma vez que não serão realizados ensaios sem se ter uma boa base
de fundamentação e podendo comparar estes com valores pré estabelecidos e em segundo
lugar uma maior confiança no trabalho obtido, uma vez que pode seguir uma “chave
dicotómica”, já muito experimentada, para a obtenção do produto final.
Foi realizada uma análise económica para as abordagens empírica e fundamental, descritas
no capitulo 6.1. do qual é concluído que o estudo pela abordagem fundamental, tendo em
conta os valores presentes na presente dissertação e sensivelmente o dobro da abordagem
fundamental.
67
Conclusões
7. Conclusões
O desenvolvimento deste trabalho tinha por objetivo fazer uma análise aos métodos de
formulação usados pelo IP e Brisa. Esses resultados foram apresentados no final do capítulo
3. Foram comparados os fusos granulométricos dos Cadernos de Encargos do IP e Brisa
(capítulo 5). Finalmente fez-se uma avaliação à abordagem empírica e fundamentais definidas
pela norma de produto NP EN 13108-1 e pelo anexo nacional. No capítulo 4 são apresentados
os ensaios que frequentemente são usados nas formulações de misturas betuminosas e
outros ensaios que ainda não são correntemente usados mas que o possam vir a ser num
futuro próximo. Embora ao longo desta dissertação tenham sido apresentadas conclusões
relativas aos trabalhos realizados, apresentam-se seguidamente de forma sumária as
conclusões que se consideram mais importantes.
A curto prazo terão de ser realizadas várias decisões essenciais derivadas da imposição de
valores mínimos/limites de certos parâmetros que são exigidos pela abordagem empírica.
Uma não decisão pode acarretar consequências gravosas. Se a determinado parâmetro não
é imposto um limite, como argumentar que a mistura betuminosa não serve para determinada
camada, isto numa situação de planeamento de obra, ou pior, já numa situação em que o
pavimento já se encontra em serviço, aparecem patologias porque determinado parâmetro
não foi avaliado como argumentar a sua substituição? Uma questão para refletir.
Os requisitos empíricos apenas apresentam mais dois parâmetro para serem avaliados dos
que os requisitos gerais. Eles são: Aditivos (tipo e quantidade de aditivos na mistura
betuminosa) e Vazios Preenchidos com Betume (VFB) e Vazios na Mistura de Agregados
(VMA). Embora Portugal tenha adotado a abordagem empírica, o AN não faz referência ao
último parâmetro: Vazios Preenchidos com Betume e Vazios na Mistura de Agregados. É
desconhecida a razão desta omissão. No entanto o CE da IP identifica valores mínimos de
VMA para as diversas misturas.
68
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
De igual modo, os requisitos fundamentais apresentam mais dois parâmetros para serem
avaliados que os requisitos gerais. A rigidez e a fadiga. O CE da IP não faz referência ao uso
de nenhum destes ensaios. Por outro lado, a Brisa já faz exigências desta natureza para as
camadas de Base e vai mais além, impondo valores mínimos. De salientar que estes dois
parâmetros são avaliados pela Brisa por duas normas que não são as de referência a nível
europeu (logo são diferentes das constantes na norma de produto NP EN 13108-1). Não é do
âmbito desta tese a comparação entre ensaios semelhantes realizados por normas de ensaio
diferentes.
Como trabalhos futuros proponho que seja feita a sistematização de níveis de uso de
formulação de misturas betuminosas, para as condições climáticas, tráfego, recursos
materiais, etc. encontradas no nosso país.
69
Bibliografia
Referências Bibliográficas
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Fadiga e Resistência à Deformação Permanete De Misturas Betuminosas De Alto Módulo Para
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Estradas de Portugal, S.A. 2014. Caderno de Encargos Tipo Obra. 15.03 - Pavimentação, Métodos
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impbautest. [Online] [Citação: 22 de Junho de 2016.]
http://www.impbautest.ch/upload/cms/user/giratoire.pdf.
70
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Bibliografia
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[Citação: 4 de Agosto de 2016.]
72
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
REFERÊNCIAS NORMATIVAS
73
Bibliografia
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preparation by gyratory compactor
EN 12697-33, Bituminous mixtures — Test methods for hot mix asphalt — Part 33: Specimen
prepared by roller compactor
EN 12697-34, Bituminous mixtures — Test methods for hot mix asphalt — Part 34: Marshall
test
EN 12697-35, Bituminous mixtures — Test methods — Part 35: Laboratory mixing
EN 12697-36, Bituminous mixtures — Test methods for hot mix asphalt — Part 36:
Determination of the thickness of a bituminous pavement
EN 12697-38, Bituminous mixtures — Test methods for hot mix asphalt — Part 38: Common
equipment and calibration
EN 12697-39, Bituminous mixtures — Test methods for hot mix asphalt — Part 39: Binder
content by ignition
EN 12697-41, Bituminous mixtures — Test methods for hot mix asphalt — Part 41: Resistance
to de-icing fluids
MIL STD- 620A , Military Standard: Test Methods for bituminous paving material
74
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
ANEXO I
Percentagem de betume
Camada Designação anterior Designação atual
(valor mínimo indicativo)
75
Anexo I
Anexo I 3 - Limites gerais do fuso granulométrico série base + série 2 (quadro 2 da NP EN 13108-1)
76
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Anexo I 6 - Valor mínimo da resistência conservada em tração indireta, ITSR, (quadro 5 da NP EN 13108-1)
Anexo I 7- Resistência à deformação permanente, equipamento pequeno, procedimento B, acondicionamento ao ar, declive
máximo da rodeira, WTSAIR, (quadro 8 da NP EN 13108-1)
77
Anexo I
Anexo I 10 - Intervalos entre os valores máximos e mínimos para o fuso granulométrico selecionado (quadro 12 NP EN
13108-1)
Peneiro Intervalos
mm % por massa
D 10
Peneiro característico intermédio 10 a 30a
Peneiro extra opcional entre D e 2 10 a 30a
2 5 a 25a
Peneiro característico intermédio 4 a 25a
Peneiro extra opcional entre 2 e 0,063 4 a 25a
0,063 2 a 12a
a
valor a ser selecionado entre os valores mínimo e máximo indicado (ambos incluídos)
Anexo I 12 -Valor mínimo de vazios preenchidos com betume, VFBmin (quadro 18 da NP EN 13108-1)
78
Misturas betuminosas a quente. Uma análise à abordagem empírica e fundamental da norma de produto
Anexo I 13 - Valor máximo de vazios preenchidos com betume, VFBmáx, (quadro19 NP EN 13108-1)
79
Anexo I
80