Trabalho - Gesso Acartonado
Trabalho - Gesso Acartonado
Trabalho - Gesso Acartonado
ENGENHARIA CIVIL
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
INTRUDOÇÃO
Gesso acartonado ou Drywall, que significa em português "parede seca", ou seja, não
existe a necessidade do uso de argamassa para sua construção, como a alvenaria. É uma
tecnologia que substitui as vedações internas convencionais (paredes e revestimentos)
de edifícios de quaisquer tipos, consistindo de placas de gesso aparafusadas em
estruturas de perfis de aço galvanizado. As paredes neste sistema são mais leves e com
espessuras menores que as das paredes de alvenaria. São chapas fabricadas
industrialmente mediante um processo de laminação contínua de uma mistura de gesso,
água e aditivos entre duas lâminas de cartão. Tais sistemas são usados somente em
ambientes internos das edificações, para os fechamentos externos, o sistema deverá
utilizar perfis de aço estruturais (steel frame) e chapas comentícias (resistentes à ação de
ventos e chuvas). O método é muito utilizado na construção civil, principalmente para
áreas comerciais. As paredes de gesso Drywall permitem instalações elétricas e
hidráulicas através do sistema de fixação em tetos ou aparafusadas em perfis de aço
galvanizado. Além disso, adaptam-se a qualquer estrutura, como aço, concreto ou
madeira.
A montagem do sistema drywall é fácil, com redução de prazo de entrega e,
consequentemente, custos menores. Com o sistema, há um ganho de área útil que pode
chegar a 4% e as paredes têm superfície lisa e precisa, diminuindo custos na preparação
da superfície para a pintura. Como as paredes são mais leves que o sistema de alvenaria
tradicional, o sistema de parede de drywall mais simples, equivalente a 1 metro
quadrado (W-111 que corresponde a uma linha de perfil e uma chapa de cada lado) pesa
cerca de 25 kg contra 150 kg de uma parede de alvenaria, consegue-se com a utilização
deste sistema uma redução no custo das fundações e estruturas da edificação.
HISTÓRIA
O Drywall foi pensado como uma solução econômica para construção e acabamento.
Sua primeira versão, conhecida a princípio como placas Sackett, foi inventada em 1894
por Augustine Sackett nos EUA e consistia de 4 camadas de gesso molhado dentro de
quatro folhas de papel, lã e camurça. As folhas mediam 91 x 91 cm por 3 cm de
espessura com bordas sem acabamento, e eram vendidas como pequenas telhas à prova
de fogo. Posteriormente, em 1910, surge então o “Gypsum Board" (Placa de Gesso)
fabricado pela empresa Gypsum, que possuía bordas encapadas e substituía as duas
camadas de papel camurça anteriores pelo suporte do papel acartonado.
Graças à sua resistência ao fogo e à rapidez de montagem, em 1917 a "Chapa Drywall"
ou “Chapa Parede Seca” (como ficou conhecida nessa época) foi amplamente utilizada
na l guerra mundial, mantendo este layout e evoluindo pouco até meados da segunda
guerra. A partir daí então, o Drywall começa a ser comercializado em folhas de gesso
seco e de papel de multicamadas, sendo o núcleo deste gesso natural, e revestido com
cartão duplex, adquirindo em menos de uma década a forma que conhecemos hoje - que
consiste em uma única camada comprimida e prensada entre duas folhas de papel
pesado.
Entretanto, por ainda estar associada ao gesso que requeria antigas técnicas de aplicação
envolvendo muita mão-de-obra onerosa e aparência frágil, a maioria das pessoas ainda
evitava as construções com Drywall, imaginando que sua instalação requeria os mesmos
cuidados ou que não era segura. Foi só a partir de 1945 que suas vantagens passaram a
ser notadas em relação a outros tipos de construção e acabamentos.
A escassez da mão de obra entre o durante e o pós-guerra foi decisiva para alçar o
Drywall como opção econômica e rápida em detrimento das técnicas tradicionais. Casas
e fábricas podiam ser construídas em menos da metade do tempo e com bem menos
trabalho que anteriormente. Além disso, os produtos baratos e eficientes passaram a ser
encarados de maneira bastante patriótica por parte dos americanos, pois eles permitiam
que fosse possível concentrar mais tempo e dinheiro para apoiar o esforço de guerra.
O Drywall então passa a ser o material dominante nos EUA, iniciando-se assim o boom
de construção pós-guerra. Empreiteiros, sabendo que poderiam construir casas e locais
de trabalho em um décimo do tempo - em média, uma equipe de instaladores de
Drywall podia terminar uma casa em cerca de duas semanas - abandonam de vez o
gesso, cimento e alvenaria para dar preferência ao novo material, elevando seus lucros
vertiginosamente. Ao longo do tempo, o uso de gesso puro foi se tornando obsoleto e
pessoas de todo o mundo passaram a dar preferência ao Drywall. No Brasil, ele chega a
partir dos anos 90 quando os grandes fabricantes mundiais com sede na Europa como
BPB Placo, Knauf e Lafarge Gypsum se instalam no país e passam a ser uma solução
arquitetônica rápida limpa e barata para empresas, escritórios, shopping centers e
hospitais. Repete-se aos poucos assim, a tendência observada há mais de um século nos
Estados Unidos e há mais de 70 anos na Europa.
Posteriormente com a evolução da tecnologia, as chapas de gesso do Drywall se
tornaram mais leves e menos quebradiças e o conjunto dos materiais e sistemas de
tratamento também evoluiu.
ESPECIFICAÇÕES
Placas de gesso natural ou acrescidos de aditivos, secos e revestidos com papel cartão
duplex, geralmente em espessuras que vão de 48, 70 ou 90 mm e tamanhos que vão de
4x8 a 4x12. A placa é combinada a perfis de aço galvanizado que mantém a sustentação
do material. As chapas de gesso são de alta resistência mecânica, diferentes dos blocos
de gesso tradicionais; tal quais os utilizados na alvenaria.
Por sua facilidade de manuseio, permite o preenchimento com diversos materiais como,
por exemplo, fibra de vidro e mantas de lã mineral, sendo indicado também para os
casos em que é necessário um desempenho acústico superior ou maior conforto térmico.
O Drywall, além de poder ser utilizado como paredes e forros, é indicado também para
revestimento de paredes, colunas, vigas, dutos de ar-condicionado, dentre outras
aplicações, tendo como uma de suas principais características o manuseio e instalação
simples, rápido e limpo além de aceitar diversos tipos de acabamento: pintura, cerâmica,
papel de parede, fórmica mármore, madeira, etc.
Há três tipos de placas, que se diferem pelo tom da cobertura de papel-cartão. A face
branca deve voltar-se sempre para o lado do acabamento.
Fixação do forro: os painéis específicos para o teto são parafusados na estrutura de aço,
e o forro fica suspenso por tirantes sob a laje (ou presos no telhado). Isso ajuda a
absorver os movimentos naturais da construção, o que evita trincas.
Painéis prontos: lançamento recente, já vem com revestimento (cartão melamínico ou
de PVC em vários padrões e cores), que dispensa a etapa de acabamento.
Parede sobre parede: essa técnica nivela superfícies originalmente tortas e aumenta o
conforto termoacústico do ambiente. Perfis são instalados sobre apoios fixos na
alvenaria com massa de colagem, espaçados a cada 12 cm. A espessura mínima é de 3,5
cm.
Em apenas um dia de trabalho, dois especialistas dão conta de erguer cerca de 30 m2.
Estrutura da base: primeiro, colocam-se guias metálicas no piso e no teto. Elas
sustentarão os montantes verticais de aço galvanizado (distantes até 60 cm uns dos
outros). As placas são parafusadas nesses perfis.
Cobertura das divisões: a seguir, faz-se o tratamento das juntas – região mais suscetível
a fissuras. Por isso, aplicam-se nesses pontos massa e fitas específicas, duas vezes. O
objetivo é deixar a superfície totalmente plana.
Finalização caprichada: como a massa talvez retraia com a secagem, espera-se um dia
antes de partir para o acabamento, que pode ser pintura, cerâmica, madeira,... Se a junta
estiver funda, é melhor repetir a dose. Caso contrário, basta lixar.
Os acessórios de fixação são peças desenhadas especialmente para esse método. A rede
distribuidora informa qual modelo deve ser usado em cada caso.
VANTAGENS E APLICAÇÕES
DRYWALL X ALVENARIA
Isolamento acústico:
O Drywall possui ainda uma vantagem adicional em relação a alvenaria no que se refere
ao isolamento acústico e térmico, tendo o mesmo desempenho de uma parede maciça de
alvenaria, apesar de ser de um material bem mais leve. O elevado desempenho acústico
é conhecido desde suas primeiras versões, e pode ser ainda melhorado, dependendo da
quantidade de chapas e do preenchimento utilizado, levando-se em conta as
necessidades do ambiente.
O preenchimento feito com a lã de vidro, por exemplo, garante excelente isolamento
acústico, e isto faz com que o Drywall seja a opção mais procurada por casas de shows,
cinemas, salas de música e casas noturnas.
Drywall x alvenaria: qual abafa melhor o som?
Compare as diferentes configurações e a eficiência de cada método:
Resistência ao fogo e isolamento térmico:
Os sistemas Drywall, utilizados em paredes, forros e revestimentos internos apresentam
além do elevado desempenho acústico, uma resistência ao fogo superior ao da alvenaria
convencional. Paredes de Drywall simples resistem 30 minutos de fogo, e se forem
montadas com chapas tratadas, essa resistência chega a 45 minutos. Utilizando-se
número maior de chapas no forro ou de cada lado da parede, esses números podem se
elevar ainda mais, atendendo, por exemplo, às mais rigorosas exigências dos Corpos de
Bombeiros.
“A grande vantagem dos sistemas Drywall”, acentua Mario Castro, presidente da
Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall, “é que as paredes, os
forros e os revestimentos podem ser parametrizados de acordo com as necessidades de
cada ambiente, obtendo-se variações sensíveis de comportamento com pequenas
modificações em sua configuração”. Isover
Uma solução simples, por exemplo, para reduzir o desconforto térmico frequente nos
ambientes residenciais e corporativos com paredes externas sob ataque constante do sol
é revestir a superfície interna dessas paredes com chapas de Drywall. O revestimento
pode ser colado diretamente na parede ou feito sobre uma estrutura de perfis fixada.
Pode-se também obter um melhor isolamento térmico adicionando lã de vidro ou de
rocha entre a parede e o revestimento, que ainda melhora o isolamento acústico do
ambiente e proporciona um acabamento de qualidade.
Pode-se ainda aproveitar a mesma solução para o isolamento térmico contra o frio,
sendo por isso indicado também para aplicação em casas de madeira.
Nestes casos, o revestimento deve ser fixado sempre sobre uma estrutura de perfis de
aço galvanizado e não colado diretamente sobre a madeira, pois a mesma apresenta um
coeficiente diferente de dilatação térmica em relação ao Drywall.
ACABAMENTO
CUIDADOS
DRYWALL E A SUSTENTABILIDADE
Justamente por ser um material de base papel e gesso, o Drywall permite uma série de
facilidades em se tratando de reciclagem e reutilização sustentável.
O sistema se enquadra em uma categoria que proporciona conforto ambiental e
economia com eficiência energética, já que garante a temperatura interna dos ambientes
e ainda pode colaborar com a redução do uso de sistemas de calefação ou refrigeração,
reduzindo significativamente o consumo de recursos energéticos do planeta,
contribuindo para a melhora dos gastos em relação a energia elétrica.
Além disto, é uma tecnologia que permite alterações na construção sem danos
agressivos ao ambiente.
Devido também a sua facilidade de instalação, melhora o reaproveitamento de espaços
em construções já existentes e que podem estar em áreas de degradação, sendo um
importante elemento de revitalização de espaços urbanos e geração de novas habitações.
Os resíduos do Drywall ainda são 100% recicláveis, o que facilita a sua reutilização de
diversas formas, inclusive reaproveitando o gesso para a obtenção de novos Drywall,
evitando assim que o mesmo possa continuar a ser extraído e tenha que fazer longas
viagens, diminuindo assim os custos de logística e deslocamento para fabricantes e
utilizadores.
O gesso reciclado pode ainda ser matéria prima para o cimento Portland, que por sua
vez também é utilizado em diversos materiais para construção, como por exemplo, o
estuque. E mais recentemente, foi descoberto que o Drywall esmagado é muito útil
como condicionador de solos, já que fornece cálcio e enxofre, possuindo também um
alto teor de sal, que torna o solo mais apto para o crescimento e desenvolvimento de
culturas como batata, milho e amendoim.
Por fim, como dito anteriormente, o Drywall devido a sua tecnologia “seca”, evita ainda
a proliferação de insetos em ambientes, uma vez que sua composição rica em aditivos e
os materiais utilizados no forro, não permitem um ambiente propício para a
multiplicação destes.
O Drywall então é um material extremamente versátil, barato e sustentável, que superou
sua reputação inicial de substituto barato para o gesso, para se tornar uma ótima solução
para construções.
MERCADO BRASILEIRO
O Drywall chegou ao Brasil nos anos 90, mas a princípio foi pouco divulgado e
difundido por diversos interesses e lobbies, além de enfrentar a mesma questão cultural
enfrentada inicialmente em seu país de origem no que referia a mão de obra barata e
aparente fragilidade do produto.
Somente depois da abertura de mercado para a entrada de novas tecnologias é que o
Drywall finalmente ganhou a oportunidade de adentrar inicialmente o mercado da
construção civil.
Nos últimos anos, este sistema veio ganhando cada vez mais espaço em função da
instalação em nosso país de três grandes fabricantes mundiais do sistema
Em detrimento de eventuais receios culturais e interesses, o Drywall atingiu um elevado
nível de obras habitacionais construídas em todo o território nacional em canteiros de
obras das maiores construtoras do mercado.
O Drywall também tem adquirido um conceito importante do mercado brasileiro,
alavancando a sua fatia expressiva de aproximadamente 18 milhões de metros
quadrados por ano de demanda, baseado em fontes gerais e obras realizadas, crescendo
expressivamente anualmente.
No Brasil, a associação brasileira de Drywall ajuda a difundir a utilização de Drywall e
mantém programas de apoio e divulgação.
REFERÊNCIAS