Ouro para o Bem Do Brasil.

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NA CAMPANHA “OURO PARA O BEM DO BRASIL”

POPULAÇÃO FOI ENGANADA E NUNCA SE SOUBE ONDE FOI


PARAR O DINHEIRO?
"OURO PARA O BRASIL."
Você se lembra?
É claro que, só se lembra,
quem nasceu antes de 1964!
"Ouro para o Brasil." Foi o
primeiro artifício ardiloso, dos
golpistas do passado! O
primeiro Presidente militar,
Castelo Branco, logo que
tomou o poder, lançou a
campanha: "Dê Ouro para
Brasil." Assim com o "Criança
Esperança." Houve, naquela
época, grande arrecadação de
ouro dado pelo povo enganado
pelos golpistas do passado. O
tal golpe militar, foi patrocinado
pelo governo americano. Como
você mesmo pode verificar, o povo brasileiro é muito fácil de ser enganado pelos
golpista inescrupulosos! O "Ouro para o Brasil," sumiu: ninguém sabe, ninguém viu?!
O dito artifício dos golpistas militares juntos com os americanos, é muito parecido
com o dos golpistas do presente: como por exemplo, se assemelha com o
procedimento dos tucanos, quando governaram o Brasil. Inventaram o golpe das
privatizações do patrimônio público, visando roubar através do recebimento de
propinas; a diferença entre o valor apurado nas privatizações e o que era pago por
na forma de propina, facilitava a roubalheira. Citemos o caso da venda da empresa
pública, Vale do Rio Doce: na época, seu valor era de cerca de cem bilhões de reais.
No entanto, foi vendida por menos de quatro bilhões de reais! O que narramos nesta
mensagem, explica a luta ferrenha que as oposições estão travando para assumir o
poder!!! Pense nisso.

DR. PERES.
“Quem se depara com escândalos
como o do mensalão, ou do caso
Cachoeira, nem imagina que um dia
houve a campanha “Ouro para o
bem do Brasil” que enganou
famílias inteiras”

O ano de 2014 marcou o cinquentenário


de uma campanha que enganou famílias
inteiras e até hoje ninguém explicou o que aconteceu com os valores arrecadados.
O nome do golpe: “Ouro para o bem do Brasil”. Tudo aconteceu em 1964 após a crise
política alicerçada pela inflação galopante, que levou as Forças Armadas a
promoverem uma quartelada que levou ao poder o marechal, Humberto de Alencar
Castelo Branco.

Evidentemente, o país estava de cofres vazios, sem reservas cambiais que


pudessem conter a alta exorbitante do dólar. Diante do quadro desolador, os Diários
e Emissoras Associados – grupo de mídia comandado por Assis Chateaubriand, o
“Chatô” – lançam uma campanha na qual a população doaria joias em ouro para
gerar lastro e assim produzir dinheiro que ajudaria o Brasil a sair da crise. Os casais
que doassem suas alianças de casamento, por exemplo, receberiam de volta
alianças de metal e um diploma com os dizeres: “Doei ouro para o bem do Brasil”.

Com chamadas no rádio, televisão e reportagens pelos jornais do então poderoso


grupo empresarial, a população menos informada se mobilizou para aquele que seria
mais um “ato de cidadania”. Houve quem doasse colares, brincos
e outros objetos de ouro, até dinheiro do próprio bolso, para ajudar
o país a se levantar dos infortúnios do período que
antecedeu à “Redentora”, denominação
dada ao movimento militar, por parte
daqueles que se posicionaram
favoravelmente ao novo regime.

Assis Chateaubriand, cujo nome


completo era Francisco de Assis
Chateaubriand Bandeira de Mello,
comandava um verdadeiro império das
comunicações. Só em São Paulo tinha duas
emissoras de rádio, duas tevês e dois jornais,
além de uma revista poderosíssima, “O
Cruzeiro”, de circulação nacional. O nome para a
campanha foi inspirado na Revolução Constitucionalista de 1932, onde o povo
contribuiu com “Ouro para o bem de São Paulo”, criando uma moeda paulista que
circulou em todo o estado durante o boicote comercial imposto pela ditadura Vargas.
Só que após o desenlace daquela revolução gloriosa, o ouro arrecadado foi utilizado
na construção de um prédio no centro da cidade, de pé até hoje, com o formato da
bandeira paulista e na Rua Álvares Penteado, 23.

A campanha “Ouro para o Bem do Brasil”, em 1964, também foi forte recebendo o
apoio de empresas e prefeituras que promoveram manifestações com desfiles em
vias públicas, onde escolares portando faixas, exibiam dizeres alusivos à proposta.
A Dulcora, de São Bernardo do Campo, fabricante de balas e doces ajudou na
campanha modificando a cor da embalagem de seu principal produto, o dropes
Dulcora que de multicolorido passou a ter unicamente a cor ouro.

** A revista O Cruzeiro, em 13 de junho de 1964,( Vide no final da matéria ) apresenta


um balanço parcial da campanha informando que mais de 400 quilos de ouro e cerca
de meio bilhão de cruzeiros haviam sido doados pelo povo e por autoridades civis e
militares. Diz mais: “… a campanha, primeiro grande movimento dos ‘Legionários da
Democracia’, foi aberta com a presença do senador Auro Soares de Moura Andrade,
presidente do Congresso Nacional, que recebeu do Sr. Edmundo Monteiro, diretor-
presidente dos Associados Paulistas, a chave do cofre em que será colocado o ouro
e as doações em dinheiro que serão entregues, posteriormente, ao presidente da
República, marechal Castello Branco…”

A revista acrescenta que inúmeras personalidades do governo federal


compareceram ao saguão dos Associados, na rua sete de abril, no centro da capital
bandeirante durante uma vigília cívica de 72 horas, para se emprestar apoio e fazer
doações para a campanha do ouro. “… o ministro do Trabalho, senhor Arnaldo
Sussekind, representando o general Amaury Kruel e diversas outras autoridades
prestigiaram o movimento dos ‘Legionários da Democracia’. O governador Adhemar
de Barros doou, de livre e espontânea vontade, os seus vencimentos do mês de abril,
num montante de 400 mil cruzeiros…”, informa ainda a publicação.

Mais de 100 mil pessoas doaram pertences, “desde as mais modestas até as mais
abastadas, depositando cheques de até 10 milhões de cruzeiros, alguns
provenientes de firmas, além de carros oferecidos pela indústria automobilística
nacional e inúmeras outras doações de grande monta”.

As tevês Tupi Canal 4 e Cultura Canal 2, do grupo associados, transmitiam da sede


da empresa, com o repórter, José Carlos de Moraes, o “Tico-Tico”, narrando ao vivo
os acontecimentos, mas nada ficou arquivado. Não há registro na internet de
nenhuma gravação alusiva a essa campanha. Nos jornais, Diário de São
Paulo e Diário da Noite se noticiou que o “Ouro para o Bem do Brasil” seguiria na
capital, até o dia 9 de julho, quando então a peregrinação teria início no interior do
estado.

Apesar da campanha, não há registro de qualquer pronunciamento por parte do


governo militar, seja a favor ou contra. Seguimentos mais esclarecidos da sociedade,
entretanto, não se mobilizaram porque era previsível que não se alcançaria um valor
suficiente em ouro doado proveniente de joias para cobrir as reservas cambiais de
um país que arrecada divisas nas atividades do comércio, da indústria e agricultura,
gerando bens, empregos e proporcionando os negócios da exportação e importação
que tocam a economia. Claro que a campanha não foi adiante, entretanto jamais foi
informado onde foi parar todo o ouro e o dinheiro arrecadado. Do novo regime não
houve também uma nota sequer de agradecimento ao povo. Em lugar nenhum
encontramos os números definitivos dessa campanha que terminou silenciosa.

Nunca se soube do paradeiro da chave do cofre entregue de maneira simbólica ao


senador Moura Andrade, nem se ele repassou a chave do cofre ao marechal Castelo
Branco. Isso evidencia que a campanha “Ouro para o Bem do Brasil” pode ter sido
uma farsa, um tremendo golpe em cima de famílias honestas que doaram suas
alianças de casamento em troca de nada. Foi mais uma dessas grandes
malandragens que passam impunes entre tantas outras neste país.

Se hoje achamos que a ladroeira alcançou níveis insuportáveis, a campanha dos


“Ouro para o bem do Brasil” deixou claro que a picaretagem já agia solta há 50 anos
e o que muda é apenas a maneira de se roubar. Impunes, os ladrões continuam cada
vez mais criativos.
** O Cruzeiro - 13 de junho de 1964
.
Ouro para o bem do Brasil
São Paulo repete 32

Reportagem de José Pinto e José de Souza

Mais de 400 quilos de ouro e cêrca de meio


bilhão de cruzeiros foram doados ao Brasil pelo
povo paulista e autoridades civis e militares,
dentro da campanha, promovida pelos Diários
Associados, “Ouro para o bem do Brasil”, como
resultados das primeiras 2 semanas de vigília
cívica que teve início às 18 horas do último dia
13. A campanha que é o primeiro grande
movimento dos “Legionários da Democracia”, foi
aberta com a presença do Senador Auro de
Moura Andrade, presidente do Congresso
Nacional, que recebeu do Sr. Edmundo
Monteiro, diretor-presidente dos Associados
paulistas, a chave do cofre em que seriam
colocados o ouro e doações em dinheiro, para
entregá-las, posteriormente, ao Presidente
Humberto de Alencar Castello Branco.

Inúmeras personalidades do Govêrno Federal compareceram ao saguão dos Diários


Associados, durante a vigília cívica de 72 horas, para emprestar o seu apoio e fazer suas
doações para a campanha do ouro. O Ministro do Trabalho, Sr. Arnaldo Sussekind,
representante do General Amaury Kruel e diversas outras autoridades prestigiaram o movimento
dos “Legionários da Democracia”. O Governador Adhemar de Barros doou, de livre e espontânea
vontade, os seus vencimentos do mês de abril, num montante de 400 mil cruzeiros.

Mais de 100 mil pessoas fizeram doações, que foram desde as mais modestas, até cheques
de 10 milhões, dados por firmas, carros fornecidos pela indústria automobilística e inúmeras
outras doações de grande monta.

Os populares que doaram objetos de ouro de


uso pessoal, tais como alianças, anéis e outros,
receberam em troca uma aliança de metal, com
os dizeres: “Legionários da Democracia”.

A campanha deverá seguir, agora, depois da


vigília que contou com os dois canais de
televisão associados, em transmissão contínua,
em ritmo normal na Capital, até o dia 9 de julho,
quando começará a peregrinação pelo interior
do Estado.

Fonte: O Cruzeiro on line é um trabalho de preservação histórica do site Memória Viva

http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/13061964/130664_1.htm

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