Capítulo 6 Robbins Patologia
Capítulo 6 Robbins Patologia
Capítulo 6 Robbins Patologia
E as doenças poligênicas complexas: doença que mais mata do mundo, a doença cardiovascular
por aterosclerose, diabetes, hipertensão arterial, heranças de altura e peso. Possuem múltiplas
formas de genes associadas a fatores ambientais que vão desenvolver a doença, ou as
características que essas alterações poligênicas podem levar.
Mutação é uma alteração do DNA.
A causa úlcera gástrica e gastrite eram tratadas como se fossem devido a acidez no estômago,
mas hoje em dia, quando o médico faz uma endoscopia, ele faz uma biópsia para ver se ter uma
bactéria. Então hoje se sabe que a úlcera e a gastrite são doenças infecciosas causadas pelo
helicobacter Pylori. Foram tratadas com leite de magnésia durante muitos anos.
Pedra no rim e diabete não são hereditárias, são doenças familiares.
Doença congênita: a pessoa nasceu com aquilo. Exemplo: bebês que nasceram sem os membros
porque a mãe tomou talidomida durante a gestação.
Câncer de próstata é hereditário, se você tem um pai com câncer de próstata, a chance do
desenvolvimento desse câncer é 2x maior em relação a população em geral. Se você tem um pai
e um irmão com câncer, 3x. Se você tiver um pai, um irmão e um avô com câncer de próstata, a
chance é 5x. A chance de um homem desenvolver câncer de próstata durante a vida e em torno
de 17% -a mesma das mulheres para o câncer de mama. Se você tem cinco vezes mais chance
de uma coisa que é um para cada 6 (17%) isso quer dizer que, infelizmente, haverá o
desenvolvimento do câncer.
Doenças mendelianas
Resultado de mutações em genes únicos que apresentam grande efeito: doenças mendelianas
ou mutações de um único gene. Se acha que cada um de nós tem de 5 a 8 genes deletérios (80%
herdados dos pais, e 20% que aparece na nossa vida). A mutação pode acarretar efeitos adversos
ou não, porque existem fatores ambientais envolvidos e também aqueles genes supressores
compensatórios. Essas doenças, como o próprio nome diz, heranças mendelianas (AA, Aa, aa):
dominância, genes recessivos e genes codominantes.
Nos codominantes os dois apresentam dominância cruzada, como por exemplo, os antígenos de
histocompatibilidade que a gente faz para fazer transplante, sistema ABO, onde uma pessoa que
tem sangue AB possui os dois antígenos (A e B) e os dois são dominantes.
Penetrância: o percentual de portadores de um gene que apresentam traço fenotípico.
Expressividade variável: a expressividade é a variação do efeito, ou seja, um efeito genético pode
ter várias diferentes manifestações.
Pleitropismo: São múltiplos possíveis efeitos finais de um único gene mutante, como por
exemplo, quem tem anemia falciforme (a hemácia tem um formato de foice): um único gene
causa essa doença, mas essa doença pode causar manifestações clínicas como hemólise,
anemia, oclusão vascular, infartos em vários locais. Múltiplos possíveis efeitos para um gene.
Heterogenicidade genética: o contrário do pleitropismo. São múltiplas mutações diferentes que
podem levar ao mesmo resultado. Por exemplo: surdez pode ser causada por várias coisas,
muitas doenças genéticas podem causar surdez congênita, ou seja, as manifestações clínica ou
fenotípica é a mesma, mas as mutações são várias.
A doença genética complexa ocorre quando vários polimorfismos (efeitos fracos e baixa
penetrância individual) são herdados em conjunto. Não é um ou dois pares de genes, são vários
que vai herdar.
As doenças poligênicas complexas resultam de herança coletiva de muitos polimorfismos, que
variam em importância. Por exemplo na diabetes tipo 1 são mais de 30 genes implicados, se
herdar 2, 3 ou 4 não vai desenvolver a doença.
1. Doenças cromossômicas estruturais
Nas doenças cromossômicas, basicamente, há duas alterações: os distúrbios numéricos e os
distúrbios estruturais. Vamos estudar 3 tipos de distúrbios numéricos: monossomia, trissomia e
mosaicismo.
Monossomia
Um cromossomo normal a menos. Em vez de ter 23 pares de cromossomos, teremos 22.
Quando envolve um autossomo geralmente não nasce. No caso do cromossomo sexual não há
a morte.
Geralmente ocorre pela não disjunção durante a gametogênese. Normalmente na meiose vai
um cromossomo para cada lado. Nesse caso pegou o gameta que ficou com nenhum par.
Trissomia
Um cromossomo extra.
Se for no autossomo geralmente morre antes de chegar no primeiro ano de vida com exceção
para a síndrome de Down. (Trissomia do 21).
Geralmente ocorre pela não disjunção durante a gametogênese. Normalmente na meiose vai
um cromossomo para cada lado. Nesse caso pegou de um gameta que ficou com os dois pares
sem separar.
Mosaicismo
Quando se tem duas ou mais populações celulares diferentes. Algumas células têm um genótipo
normal e outras têm um cromossomo a mais ou a menos. Por exemplo, na síndrome de Turner,
a maioria das mulheres tem só um cromossomo X em todas as células, mas tem algumas
populações celulares que podem ter dois. São mais comuns relacionados aos cromossomos
sexuais.
O erro ocorre depois da fecundação, no zigoto.
Quimera não está aqui, mas só para saberem, é quando uma pessoa tem dois códigos genéticos
diferentes. Há dois tipos de populações celulares distintos, cada uma com um código genético.
2) Doenças cromossômicas estruturais
São 5 tipos de distúrbios estruturais: deleção, translocação, isocromossomo, inversão e
cromossomo em anel.
Deleção
Ocorre a perda de uma porção, que pode ser terminal ou não, do cromossomo (maioria é no
meio, intersticial).
Translocação
Acadêmica: Ana Carolina Lopes de Souza
Prof Dr Marcos Valério Zschornack
Síndrome de Turner
Fenótipo feminino com hipogonadismo. Tem vulva, vagina, ovários.
Monossomia parcial ou completa cromossomo X.
Em 57% dos casos com cariótipo 45, X em 57%. Restante dos casos há deleções parciais do X e
mosaicos.
Aspectos clínicos: linfedema de pescoço, mãos e pés; pescoço alado; baixa estatura (geralmente
não tem mais que 150 cm); amenorreia primária (nunca menstruou), ovários atrofiados e
fibróticos (em fita); doenças cardíacas (coarctação aorta). Menopausa antes da menarca
(entram na menopausa antes de menstruarem).
Hermafroditismo
Hermafroditas verdadeiros extremamente raros. Eles apresentam ovários e testículos. Podem
ser ovotestis (metade da gônada tem característica testicular e a outra metade tem
característica ovariana) ou podem ter uma gônada de cada lado.
Cariótipos em 50% dos casos é 46XX, onde há quimerismo do gene SRY que faz diferenciação
testicular ou translocação Y-autossomo. Outro 50% é devido a mosaicos 46XX/46XY.
É homem e mulher, por isso há a problematização em como irá se criar.
Pseudo-hermafroditismo
É bem mais comum. São dois casos.
Quando nasce genotipicamente, o cariótipo é de mulher (46, XX), nasceu geneticamente uma
mulher, tem ovários, útero, genitália interna normal. Mas quando se observa a região do
aparelho genital externo há clitóris hipertrófico ou um pênis atrófico, também não se sabe se
há escroto fendido ou grandes lábios com hipertrofia. A causa mais comum é exposição a
esteroides androgênicos (principalmente de testosterona porque ela que dá as características
masculinas) durante a gestação. Como uma mulher grávida pode se expor a esteroides?
Geralmente por uso de bomba de academia, por hiperplasia congênita da suprarrenal (do bebê)
ou da mãe, tumores secretores androgênios, tumor de hipófise que gera Acth e produz
hiperplasia).
Já os homens, que possuem cromossomos Y, podem nascer com a genitália externa ambígua ou
completamente feminilizada por deficiência de testosterona ou resistência periférica a sua ação.
Acadêmica: Ana Carolina Lopes de Souza
Prof Dr Marcos Valério Zschornack
Forma mais comum é feminização testicular completa (testículo feminilizante) que é o indivíduo
que é homem geneticamente (46, XY), tem testículo que produz testosterona normalmente só
que o problema é que não tem receptores periféricos para a testosterona, ela não consegue
agir. Dessa maneira, nasce com características femininas, tem vulva, clitóris, mas tem testículos
intra-abdominais.
DOENÇAS MONOGÊNICAS COM HERANÇA NÃO CLÁSSICA
Doenças causadas por mutações de repetição de tri nucleotídeos
A mais comum é a síndrome do X frágil. Chama assim porque quando você faz o cariótipo e
observa no microscópio, você vê que o X está cheio de espaços, parece estar todo fragmentado.
Há a repetição dos nucleotídeos de guanina e citosina que fazem um dobramento aberrante.
Essas regiões desse cromossomo não codificam e não há a síntese da proteína que aquela região
codifica.
Não é só uma doença, é uma síndrome: uma série de doenças que tem sintomas parecidos. Mais
de vinte doenças juntas.
É a segunda causa mais comum de retardo mental (primeira é Down).
Alteração braço longo do X afeta proteína FMR
Afeta mais os homens que apresentam QI entre 20 e 60, face longa e macro-orquidismo.
(Graduações de QI: imbecíl tem QI de 60, o idiota tem QI de 40, o cretino tem QI de 20).
Padrões de transmissão não são tipicamente relacionados a outras doenças ligadas ao X. Os
padrões são: homens portadores de mutação (20% dos portadores são normais), mulheres
afetadas tem retardo mental e o risco efeitos fenotípicos que depende da posição do indivíduo
na família. O irmão de homens transmissores tem risco de 9% e os netos tem risco de 40%.
Porque vai pulando de geração em geração, e as características clínicas pioram a cada geração.
Então, nas pessoas que não têm a doença do X frágil, ou doença de Huntington, ou outras, são
mais de 20 doenças, o número de repetições de citosina e guanina é pequeno (até 30). Nos
homens transmissores e mulheres portadoras essas repetições são entre 55 e 200. Nos afetados
vai ter de 200 a 4000 mutações completas.
As pré-mutações convertem-se em mutações na ovogênese, por isso que pula uma geração.