Perasha - Tazria-Metzora 5778
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2) Mensagem das Perashiot - Dores do parto, por Rav Yoel Spotts - Ao escrever um romance,
o escritor certamente será cuidadoso para arranjar a trama de maneira lógica e ordenada, fazendo as
transições de um tópico a outro de maneira suave. Da mesma forma, poder-se-ia esperar que a
Torá, sendo a fonte da vida para o povo judeu e tendo muito mais importância que um romance,
seguisse a mesma linha. Entretanto, a seção introdutória da porção desta semana da Torá parece
divergir desta consistência requerida. A Parashá Tazria começa com uma discussão das leis sobre o
status de uma mulher que acaba de dar à luz, e os vários procedimentos que devem ocorrer com ela
e a criança. A Torá então imediatamente prossegue com uma descrição detalhada dos diferentes
tipos de manchas e descolorações que podem tornar um indivíduo um metsorá.
Estes 2 assuntos, a mulher que acaba de dar à luz e uma pessoa que está sofrendo de tsaraat,
poderiam parecer totalmente desconectados. Por que então estão colocados tão próximo um do
outro? Para responder esta pergunta, seria lógico examinar primeiro os detalhes destas duas leis.
Em Vayicrá 12:7, lemos que uma mulher que teve um filho deve trazer uma oferenda: "O Cohen
oferecê-la-á perante D'us e expiará por ela, e ela ficará purificada da fonte de seu sangue; esta é a
lei para aquela que dá à luz um menino ou uma menina." Esta lei provoca uma pergunta óbvia:
Qual foi o pecado desta mulher que necessita de expiação?
3) Os rabinos do Talmud fornecem uma resposta interessante a este problema: enquanto está sob a
tensão e dor do parto, pode ser que esta mulher tenha jurado jamais retornar a seu marido, a fonte e
causa de seu sofrimento atual. Portanto, quando a mulher se recobra totalmente, volta para seu
marido e assim negligencia seu juramento anterior, na verdade está quebrando este voto. Embora a
Torá reconheça que este juramento foi feito sob grande angústia e dor, mesmo assim a mulher não
pode ser totalmente absolvida de realizar qualquer tipo de penitência. Afinal, fez um juramento e
isso não pode ser desprezado. Portanto, a Torá possibilita à mulher a oportunidade de obter
completo perdão ao trazer uma oferenda. Se mudarmos nossa atenção agora ao segundo ponto em
questão, a aflição da tsaraat, descobrimos que a Torá inicia sua discussão da pessoa atacada por
esta doença sem nenhum tipo de introdução; o leitor é lançado imediatamente numa discussão
abrangente das várias formas e manifestações da tsaraat. A Torá não menciona a causa do tsaraat
em lugar algum, dessa forma deixando a pessoa imaginar qual pecado poderia precipitar esta
doença no corpo ou na propriedade de alguém. Rashi oferece uma resposta baseada sobre o
Talmud, de que a causa primária do tsaraat é o grave crime de lashon hará. A fim de avaliar a
gravidade de suas ações, aquele que fala lashon hará é afligido com tsaraat. Não apenas a pessoa
afetada deve lidar com lesões cobrindo seu corpo, como também é forçada a separar-se da
comunidade em geral, e suportar um longo processo de cura, assinalado por repetidas visitas do
Cohen, para determinar o status e o desenvolvimento da doença.
Espera-se que toda esta angústia e tormento ajudarão a reconhecer seu mau procedimento e leve-a
ao arrependimento. Neste ponto, podemos facilmente entender a justaposição destes assuntos
aparentemente tão desconexos. A Torá aqui deseja nos ensinar o poder da palavra. Enquanto a
sociedade ocidental professa crenças como "as pedras podem quebrar meus ossos, mas as palavras
não podem ferir-me", o Judaísmo atribui muito mais importância e significado à palavra falada.
Toda palavra pronunciada deve ser cuidadosamente medida. Mesmo um juramento feito em meio
as dores do parto deve ser contabilizado. Até um comentário aparentemente inofensivo sobre um
judeu deve ser tratado. As palavras têm um significado. Não podemos permitir que nossa boca aja
livremente, sem qualquer preocupação quanto ao resultado. Assim como a Torá nos foi outorgada
no Monte Sinai, não por um rolo que caiu do céu, mas através da palavra sagrada de D'us, assim
também devemos nos purificar e santificar nossas palavras.
4) D’Var Torá - baseado no livro, “Amai Seu Próximo” do rabino Zelig Pliskin - A Torá declara:
"E D'us falou para Moises, dizendo: Esta é a lei do metsorá no dia de sua purificação (Um processo
físico e espiritual de purificação, realizado depois que ele fez Teshuvá, corrigindo sua maneira de
falar e o prejuízo que causou). Ele deve ser levado à presença do Cohen". (Vaikrá/Levítico 14:1-2).
O Midrásh (Vaikrá/Levítico - Rabá 16:2) declara que a palavra metsorá (uma pessoa afligida por
tsaráat, (uma aflição física por transgredir as leis da fala apropriada) vem da expressão Motsi Shem
Rá (difamar), pois a doença de tsaráat é uma punição por se falar contra os outros. Devido à
relação entre tsaráat e Lashón HaRá, o Midrásh …relata o seguinte incidente: Um mascate viajava
de vilarejo em vilarejo na área de Tsipori (antiga Babilônia), gritando: "Quem quer comprar o elixir
da vida"? Quando alguém se interessava, ele pegava um livro de Tehilim (Salmos) e lhe mostrava
o versículo: 'Quem é a pessoa que deseja vida (Chafêts Chaim - O grande sábio Rabi Yisrael Meir
HaCohen Kagan) e ama os dias em que possa ver o bem? É aquele que guarda sua língua do mal e
seus lábios de falarem coisas enganosas e falsas' (Salmo 34). Falar contra os outros cria discórdias,
disputas, rixas, tumultos e dores de cabeça que podem encurtar a vida da pessoa. Evitar falar contra
os outros leva a uma existência muito mais pacífica e tranqüila e a pessoa viverá uma vida mais
longa. E quanto não daríamos por uma vida harmoniosa e sem atritos? Cumpra esta mitsvá
especial de Maót Chitim, de ajudar os carentes a terem alimentos para as festas e para o ano todo!
8) Shabat, 21 de Abril, 06 de Iyar, Ômer: 21º dia - Malchut sheb'Tifferet, Rebeliões anti-
judaicas na Rússia (1881) - Após o assassinato do Czar Alexandre II da Rússia, e os
subsequentes boatos de que os judeus estavam por trás do atentado, irromperam rebeliões anti-
judaicas em 6 de Iyar. Os ataques e pogroms duraram 4 anos, durante os quais milhares de lares e
sinagogas foram destruídos, e incontáveis judeus feridos e empobrecidos. O levante começou ao
sul da Rússia, e logo se espalhou em todo o país. O Czar Alexandre III na verdade culpou os judeus
pelas rebeliões (!) e os castigou editando novas leis que restringiam ainda mais suas liberdades.
Dentre essas leis devastadoras estava a legislação que proibia judeus de morarem em cidades com
menos de 10.000 cidadãos, e limitando suas oportunidades de emprego e educação. Essas leis
opressivas, conhecidas como as “Leis de Maio”, forçaram muitos judeus a emigrarem. Acredita-se
que mais de 2 milhões de judeus deixaram a Rússia, muitos deles optando por mudar-se para os
Estados Unidos a fim de usufruir das liberdades ali oferecidas. Países Árabes declaram guerra a
Israel (1948) - Um dia após o Estado de Israel ter sido proclamado, as nações árabes ao redor –
Egito, Síria, Jordânia, Líbano e Iraque – declararam guerra ao estado nascente, com o objetivo de
“jogar os judeus no mar”. Tel Aviv foi bombardeada naquele primeiro dia da Guerra da
Independência. Leis e Costumes - Ética dos Pais: capítulo 2 – Em preparação para a Festa de
Shavuot, estudamos um dos cinco capítulos da Ética dos Pais do Talmud (Pirkê Avot) na tarde
de cada um dos 6 Shabatot entre Pêssach e Shavuot; esta semana, estudamos o cap. 2. (Em muitas
comunidades o ciclo de estudo é repetido durante o verão, até o Shabat antes de Rosh Hashaná.
Conte “22 Dias do Ômer” esta noite, Amanhã é o 22º dia da Contagem do Ômer. Sefirá desta
noite: Chessed sheb’Netzach – “Bondade na Ambição” Leis e Costumes: Perashiot Tazria e
Metsorá (Vayicrá/Levítico 12:1-13:59; 14:1-15:33); Haftará (leitura dos profetas): II
Melachim/Reis 7:3-20.
10) Para Contemplar: “Cuidado com o que sai da boca - O ritual das leis relacionadas com
tsaraat já não tem nenhuma aplicação prática; porém as lições morais nele contidas são de
importância vital para nós. A palavra "metsorá", de acordo com nossos sábios, liga a doença ao
pecado da difamação, sugerindo que a lepra é a punição pela maledicência. A gravidade da ofensa
nota-se pela severidade do castigo.
“Num laboratório científico, o cientista não apresenta uma nova teoria ou droga enquanto não a
testa inúmeras vezes, verificando cada possibilidade; é assim que a verdade se estabelece. Muitas
vezes, entretanto, julgamos as pessoas por evidências insignificantes e sem prova alguma, passando
adiante suspeitas e causando danos.” ”Como precisamos ser sempre lembrados deste tipo de
"higiene da boca"! O judaísmo admite que o que entra na boca é importante, mas o que dela sai não
o é menos significativo.” "Tambem, Cuide de seus pensamentos, porque se tornam palavras;
Escolha suas palavras, porque se tornam ações; Entenda suas ações, porque se tornam hábitos;
Estude seus hábitos, porque se tornam seu caráter; Desenvolva seu caráter, porque ele se torna seu
destino!"
Pensamento da Semana: "Vida é aquilo que acontece enquanto estamos fazendo outros planos!"
TENHA UMA SEMANA MUITO BOA, SAUDÁVEL E CHEIA DE ALEGRIA - Shabat Shalom!