Princípios de Dinâmica Veicular
Princípios de Dinâmica Veicular
Princípios de Dinâmica Veicular
HIPOTESES FUNDAMENTAIS
FEVEREIRO 2010
Princípios de dinâmica Veicular
Fundamentalmente a dinâmica veicular busca;
Movimentos Fundamentais:
Aceleração
Frenagem
Esterçamento
Vibrações
Da gravidade
Dos pneus
Das interações aerodinâmicas
Figura 2.1
Balanço (“Roll”)
Inclinação (“Pitch”)
Esterçamento (“Yaw”)
• Translação:
A soma das forças externas agindo em um corpo em uma dada direção é igual ao
produto da sua massa pela sua aceleração nesta direção.
∑F x = M ⋅ ax (2.1)
• Rotação:
A soma dos momentos agindo em um corpo ao longo de determinado eixo é igual ao
produto do seu momento de inércia pela aceleração angular ao longo deste eixo. É
sempre possível escrever a Segunda Lei de Newton para cada um dos movimentos
relativos aos eixos do veículo definidos na Figura 2.1
∑T x = I xx ⋅ α x
Figura 2.2
• W é a força peso do veículo agindo a partir do seu centro de gravidade, com o módulo
igual ao produto da massa do veículo pela aceleração da gravidade (g = 9,81 m/s2 ).
Esta força tem duas componentes: W. cosθ que é perpendicular a pista e W senθ que
é paralela a pista.
• As forças trativas, Fxf e Fxr , bem como as forças de resistência ao rolamento Rxf e
Rxr agem no plano da pista no contato com os pneus
• As forças Rhz e Rhx são forças respectivamente verticais e horizontais agindo sobre o
ponto de fixação do reboque ou semi reboque.
W
W f ⋅ L + D A ⋅ha + ⋅ a x ⋅ h + Rhx ⋅ hh + Rhz ⋅ d h + W ⋅ h ⋅ senθ − W ⋅ c ⋅ cos θ = 0 (2-3)
g
A partir da equação (2-3) podemos determinar Wf, e a partir de outra equação similar
em relação ao ponto B, determinar o carregamento do eixo traseiro Wr . As equações
ficam:
W
W ⋅ c ⋅ cos θ − Rhx ⋅ hh − Rhz ⋅ d h − ⋅ a x ⋅ h − D A ⋅ha − W ⋅ h ⋅ senθ
g
Wf = (2-4)
L
W
W ⋅ b ⋅ cos θ + Rhx ⋅ hh + Rhz ⋅ (d h + L ) + ⋅ a x ⋅ h + D A ⋅ha + W ⋅ h ⋅ senθ
g
Wr = (2-5)
L
Conseqüências básicas:
c a h a h
W f = W ⋅ − x ⋅ = W fs − W ⋅ x ⋅ (2-8)
L g L g L
Desta forma observa-se que quando o veículo acelera, carga é transferida do eixo
dianteiro para o eixo traseiro na proporção da aceleração (adimensionalizada pela
aceleração da gravidade - g) e da razão entre altura do CG (h) e a distância entre eixos
(L). A influência da carga nos eixos estáticos (veículo estacionado) quando em rampa a
distribuição de carga nos eixos também deve ser considerada
c h h
W f = W ⋅ − ⋅ θ = W fs − W ⋅ ⋅ θ (2-10)
L L L
b h h (2-11)
Wr = W ⋅ + ⋅ θ = Wrs + W ⋅ ⋅ θ
L L L
Que mostram uma rampa positiva causando a transferência de carga do eixo dianteiro
para o eixo traseiro.
Desempenho na aceleração;
O máximo desempenho de um veículo no sentido longitudinal é determinado por 2
limites:
a) Em velocidades elevadas;
Figura 3.1a
Figura 3.1b
Desempenho na aceleração;
Motores do ciclo Otto têm em geral sua curva de torque com um pico bem definido
aproximadamente no centro da faixa de rotação de trabalho
Nos motores Otto o trabalho gerado pelo motor é limitado pela detonação no processo
de combustão
Por outro lado, os motores do ciclo Diesel apresentam curvas de torque relativamente
mais planas. Esta característica está diretamente ligada ao processo de combustão
1) Térmico
2)Volumétrico
3) Mecânico
T ⋅n
P= (3-1) Onde: P – Potência em KW;
9549
T = Torque em N.m;
n = Rotação em min-1;
Considerando que a potência motriz é o produto da força trativa pela velocidade média
na direção do movimento, temos:
1 1 P
ax = ⋅ FX = 3600 ⋅ ⋅ (3-3) M = Massa do veículo em kg
M M V
P = Potência do motor em kw
V = Velocidade média do veículo em
km/h
a x = Aceleração do veículo em m/s2
Figura 3.2
Trem de força;
Para aprimorar a estimativa de desempenho do veículo nas acelerações, é necessário
avaliar o sistema mecânico através do qual a potência é transmitida as rodas,
denominado trem de força
TC = Te − I e ⋅ α e (3-4)
Td = (TC − I T ⋅ α e ) ⋅ N T (3-5)
Onde:
Td = Torque na saída da caixa de
transmissão
NT = Relação de transmissão
I T = Inércia rotacional da Transmissão
(vista pelo lado do motor)
Ta = FX ⋅ r + IW ⋅ α W = (Td − I d ⋅ α d ) ⋅ N f (3-6)
Onde:
Ta = Torque nos eixos de tração
FX = Força trativa nas rodas
r = Raio das rodas
IW = Inércia rotacional das rodas e dos eixos propulsores
αW = Aceleração angular da rodas
I d = Inércia rotacional da árvore de transmissão (cardã)
α D = Aceleração angular da árvore de transmissão
N f = Relação de transmissão do eixo
α D = N f ⋅ αW α e = NT ⋅ N f ⋅ αW (3-7)
As equações 3-4 até 3-7 podem ser combinadas para se obter a força de tração
disponível no contato com a pista. Reconhecendo que a aceleração do veículo a X é o
produto da aceleração angular das rodas α W pelo raio dos pneus, temos:
WD = N f ⋅ WW We = N T ⋅ N f ⋅ WW
Te ⋅ NTf
FX =
r
[ ] ar
− (I e + I T ) ⋅ N Tf2 + I D ⋅ N 2f + IW ⋅ X
2
Onde:
NTf = Relação de transmissão total entre a caixa de transmissão e o eixo
WD = Arvore da transmissão.
Até a expressão anterior as perdas mecânicas nos componentes do trem de força não
foram consideradas. Elas agem reduzindo o torque do motor na proporção do produto
das eficiências de cada componente. As eficiências estão em geral na faixa entre 80 a
90 %. Introduzindo este efeito na expressão anterior:
Te ⋅ NTf ⋅ηTf
FX =
r
[ ] ar
− (I e + I T ) ⋅ N Tf2 + I D ⋅ N 2f + IW ⋅ X
2
(3.8.b)
Te ⋅ NTf ⋅ηTf
FX =
r
[ ] ar
− (I e + I T ) ⋅ N Tf2 + I D ⋅ N 2f + IW ⋅ X
2
W
M ⋅ ax = ⋅ a x = Fx − R X − D A − RhX − W ⋅ senθ (3-9)
g
Onde:
M = Massa do veículo = W
g
a X = Aceleração do veículo no sentido longitudinal (m/s2)
FX = Força trativa (conforme equação 3.8.b)
RX = Forças de resistência ao rolamento
DA = Força de arraste aerodinâmico
RhX = Forças de tração no reboque
A força trativa inclui o torque do motor, bem como os termos de inércia. De forma
conveniente, estes termos de inércia são agrupados com a massa do veículo de forma a
se ter uma equação mais simples:
Te ⋅ N Tf .ηTf
(M + M r ) ⋅ a x = W + Wr ⋅ a x = − RX − DA − RhX − W ⋅ senθ (3-10)
g r
M + Mr
= 1,04 + 0,0025 ⋅ N Tf2 (3-11)
M
Onde:
M r = Massa equivalente dos elementos girantes
Na sua forma completa, a expressão 3-10 tem vários termos que variam com a
velocidade do veículo, e, portanto sua solução deve ser avaliada para cada velocidade
que o veículo pode assumir, sugerindo assim que um programa de computador é a
melhor forma de proceder este tipo de análise.
A força trativa gerada pelo trem de força (o primeiro termo do lado direito da expressão
3-10) é o esforço disponível para vencer os esforços resistivos e acelerar o veículo. Isto
é mostrado na Figura 3.3
r
Te' = ⋅D A ⋅ha − W ⋅ h ⋅ senθ
N Tf ⋅ηTf
As linhas de força trativa para cada marcha são imagens da curva de torque do motor
multiplicada pelas respectivas relações de transmissão
Para o máximo desempenho do veículo na aceleração, os pontos de mudança de
marcha ótimos são os pontos onde a linha de cada marcha se cruzam
A área entre as linhas para cada marcha e a linha da força trativa necessária ou
máxima, é uma indicação da deficiência do trem de força em capacitar o veículo para o
máximo desempenho em aceleração.
Transmissões automáticas
Figura 3.5
Relações de Transmissão
As relações de transmissão para cada veículo são definidas para o melhor desempenho
e podem atender a cada necessidade específica. Uma primeira marcha adequada para
a arrancada, a segunda e a terceira para a aceleração do veiculo e as marchas mais altas
para economia de combustível em estradas. Uma regra básica estabelece que as
relações de transmissão devem obedecer aproximadamente a uma progressão
geométrica, com a qual as relações mudam através de uma porcentagem constante de
marcha para marcha. A Figura 3.6 ilustra esta progressão aproximada em um veículo
atual. Cabe observar que os valores das relações de transmissão atendem de forma
I1 I 2 I 3 I 4
Uma progressão exata obedece à relação: = = = = cons tan te (3-12)
I2 I3 I 4 I5
Figura 3.6
Este mapa conta ainda com outro eixo que mostra as curvas parciais de potência do
motor, o que auxilia em avaliações comparativas com a aplicação em veículo.
A linha tracejada mais espessa no alto do mapa mostra a curva de plena carga do
motor. Observando-se o mapa pode-se concluir que o trem de força deve ser aplicado
ao veículo de forma que o regime de rotação e carga do motor no veículo percorra as
ilhas de menor consumo. Interpretação semelhante pode ser feita com outros mapas,
como os de emissões.
Desempenho na aceleração
a) Em velocidades elevadas
a potência disponível no motor pode limitar a aceleração
Fx = W ⋅ u (3-13)
Onde:
W =Carga nas rodas de tração
u = Coeficiente de atrito máximo
Como já foi visto, a carga no eixo de tração depende não só da carga estática, mas
também da componente dinâmica devido à aceleração e ainda de qualquer oscilação de
carga transversal que ocorra devido ao torque de tração.
Figura 3.8
W W t
∑T 0 = r + W y − r + W y ⋅ + Ts − Td = 0
2 2 2
(3-14)
Td − Ts
ou W y =
t
Fx ⋅ r
Td = (3-15)
Nf
Onde: Fx = Força trativa total das duas rodas traseiras
r = Raio dinâmico do pneu
Nf = Relação de transmissão do eixo
Figura 3.9
TSf = Kφf ⋅ φ
TSr = K φr ⋅ φ (3-16.a,b,c)
Kφ = Kφf + Kφr
Td Td
φ= = (3-17)
Kφ Kφf + Kφr
Kφr ⋅ Td
TSr =
Kφf + Kφr
Que pode ser substituída na equação 3-14, juntamente com a expressão para Td obtida
na equação 3-15:
FX ⋅ r Kφr
Wy = ⋅ 1 − (3-18. a).
N f ⋅ t Kφr + Kφf
FX ⋅ r K φf
Wy = ⋅ (3-18. b).
N f ⋅ t Kφ
b a h
Wr = W + X ⋅ (3-19)
L g L
b F h
Wr = W + X ⋅ (3-20)
L M ⋅g L
Considerando que a carga sobre a roda traseira direita, Wrr , será Wr = Wr − Wy , temos:
2
W ⋅ b FX ⋅ h FX ⋅ r Kφf
Wrr = + − ⋅ (3-21)
2⋅ L 2 ⋅ L N f ⋅ t Kφ
Limites de Tração
A partir da expressão anterior pode-se obter o valor da máxima força trativa que pode
ser desenvolvida para um eixo traseiro rígido com sistema diferencial não-blocante:
Diferencial livre
Diferencial travado
W ⋅b
µ⋅
FX ⋅máx = L (3-23)
h 2 ⋅ µ ⋅ r Kφf
1− ⋅ µ + ⋅
L N f ⋅ t Kφ
W ⋅b
µ⋅
FX ⋅máx = L (3-24)
h
1− ⋅ µ
L
Para o eixo dianteiro de tração, o termo transforma-se em W c/L. Para o eixo dianteiro
de tração rígido e com diferencial não blocante, temos;
W ⋅c
µ⋅
FX ⋅máx = L (3-25)
h 2 ⋅ µ ⋅ r Kφr
1+ ⋅ µ + ⋅
L N f ⋅ t Kφ
E de forma análoga ao que foi mencionado para o eixo traseiro, temos para o eixo
dianteiro de tração rígido e com diferencial blocante, ou para suspensão
independente dianteira:
W ⋅c
µ⋅
FX ⋅máx = L (3-26)
h
1+ ⋅ µ
L
W
M ⋅ aX = − ⋅ DX = − FXf − FXr − DA − W ⋅ senθ (4-1)
g
Onde:
W = Carga do veículo
.g= Aceleração da gravidade
Dx = - ax = desaceleração linear
Fx f =Força de frenagem no eixo dianteiro
Fx r =Força de frenagem no eixo traseiro
DA = Arraste aerodinâmico
Ө = Ângulo de rampa
Os termos de força de frenagem dianteira e traseira aumentam com o torque dos freios
bem como com o efeito de resistência ao rolamento, atrito nos mancais, e inércias no
trem de força. Uma análise completa da desaceleração requer um conhecimento
detalhado da ação de todas estas forças no veículo.
Desaceleração Constante.
Esta equação pode ser integrada facilmente (porque Fxt é constante) para a
desaceleração a partir da velocidade inicial V0 até a velocidade final Vf.
Vf t t
FXt s F s
∫ V0 − V f = − Xt ⋅ ∫ dt (4-4)
M ∫0
dV = − ⋅ dt (4-3)
V0
M 0
dx F V ⋅ dV F
dt = ⇒ Xt = − ⇒ Xt ⋅ dx = −V ⋅ dV
V M dx M
FXt
V02 − V f2 = − ⋅X (4-5) Onde: X = Distância percorrido durante a
M
desaceleração
Vo2 V2
DF = = o (4-6)
F
2 ⋅ Xt 2 ⋅D X
M
V0 V
= 0
ts = (4-7)
FXt D X
M
Desta forma, mantendo-se as demais grandezas, o tempo de frenagem é proporcional a
velocidade, enquanto que a distância é proporcional ao quadrado da velocidade.:
DF 0
V ⋅ dV
∫ dx = M ⋅ ∫
0
F + C ⋅V 2
V0 b
(4-9)
M F + C ⋅V02
DF = = ln b (4-10)
2⋅C Fb
Energia e Potência
A energia ou a potência absorvida pelo sistema de frenagem, pode ser grande durante
uma operação de frenagem em condições extremas. A energia que deve ser absorvida
é a energia cinética do veículo:
Energia =
(
M ⋅ V02 − V f2 ) (4-11)
2
A potência absorvida varia com a velocidade, sendo equivalente ao produto das forças
de frenagem pela velocidade em cada instante de tempo. Assim a dissipação de
potência é maior no inicio do processo de frenagem, quando a velocidade é maior.
Considerando todo o processo de frenagem, a potência média absorvida será o
quociente entre a energia e o tempo até a parada do veículo:
M ⋅ V02
Potência = (4-12)
2 ⋅ ts
Resistência ao Rolamento
Arraste Aerodinâmico
O freio motor, por exemplo, corresponde a potência de atrito que pode ser medida em
banco de provas, proveniente do atrito interno do motor e das perdas por bombeamento.
Nos veículos equipados com transmissão manual, com a embreagem acoplada durante
a frenagem, a ação do freio motor é multiplicada pela relação de transmissão
selecionada. As transmissões que utilizam conversores de torque são projetadas para a
transferência de potência do motor para a transmissão, mas são relativamente
ineficientes para a frenagem.
Rg = W ⋅ senθ (4-14)
Para rampas de inclinação relativamente pequena: θ (em radianos) = inclinação, assim:
Rg = W ⋅ senθ ≅ W ⋅ θ
Atualmente são utilizados dois tipos básicos de freios para veículos;- o freio a tambor e
o freio a disco, que podem ser observados na Figura 4.1.
Figura 4.1
Historicamente os freios a tambor tem sido mais utilizados devido ao seu alto Fator de
Frenagem, e por ser relativamente fácil adaptar neste tipo de freio um sistema de freio
de estacionamento. Já os freios a disco tem um desempenho mais consistente em
relação ao torque de frenagem.
Fator de Frenagem
Figura 4.2
∑M p = e ⋅ Pa + n ⋅ µ ⋅ N A − m ⋅ N A (4-15)
Onde:
e = Distância perpendicular entre a atuação da força Pa e a articulação
NA = Força normal entre o revestimento da sapata A e o tambor
n = Distância perpendicular entre a atuação da força de atrito de A até a articulação
FA = µ ⋅ N A e FB = µ ⋅ N B
FA µ ⋅e FB µ ⋅e
= e = (4-16)
Pa (m − µ ⋅ n ) Pa (m + µ ⋅ n )
O torque produzido pelo sistema de freios deve agir gerando uma força de frenagem
entre as rodas e a pista, visando desacelerar as rodas e os componentes do trem de
força:
Tb − IW ⋅ α W
Fb = (4-18)
r
r = Raio dinâmico dos pneus
Iw= Momento de inércia das rodas e outros componentes do trem de força
αW = Desaceleração angular das rodas
Tb
Fb = (4-19)
r
5.1. Aerodinâmica
• na economia de combustível e
p V2
+ + g ⋅ z = cons tan te (5-1)
ρ 2
Escoamento permanente.
Escoamento incompressível.
Escoamento sem atrito.
Escoamento ao longo de uma linha de corrente
p V2
+ = cons tan te
ρ 2
2
p0 V0 p V2 1
+ = + => p0 = p + ⋅ ρ ⋅ V 2 (5-2)
ρ 2 ρ 2 2
1
O termo ⋅ ρ ⋅ V 2 é denominado de pressão dinâmica, e a velocidade do ar ao redor do
2
veículo pode ser definida de maneira simplificada como:
2( p0 − p )
V= (5-3)
ρ
Desta maneira, a equação de Bernoulli pode explicar de forma básica, como a pressão
e a velocidade variam ao longo do contorno do veículo. Na ausência de atrito, o ar
simplesmente escoará sobre o teto do veículo até a parte posterior, trocando pressão
por velocidade assim como ocorre na parte anterior. Nesta condição, as forças de
pressão na parte posterior serão balanceadas pelas forças na dianteira do veículo, e
assim não haveria esforço de arraste
Camada Limite
O conceito de camada limite foi introduzido por Ludwig Prandtl, um alemão estudioso da
aerodinâmica, em 1904
A partir desta teoria, puderam-se explicar de forma analítica alguns fenômenos que só
poderiam ser avaliados empiricamente, como é o caso do atrito entre as superfícies e o
ar
Na camada limite, tanto as forças viscosas quanto as de inércia são importantes.
Por isso, haveria de se esperar que o número de Reynolds (que representa a razão
entre as forças de inércia e as forças viscosas) seja significativo na caracterização dos
escoamentos em camada limite.
Como nos dutos, o escoamento em camada limite pode ser laminar ou turbulento. Não
há valor singular do número de Reynolds para o qual ocorre a transição de regime
laminar para turbulento, na camada limite.
Em muitas situações reais, a camada limite desenvolve-se sobre uma superfície longa,
essencialmente plana. As características básicas da maioria dos escoamentos são
ilustradas pelo caso mais simples de uma placa plana, conforme mostra a Figura 5.1.
Figura 5.1
A camada limite é a região adjacente a uma superfície sólida na qual as forças viscosas
são significativas. A espessura de perturbação, da camada limite, é geralmente definida
como a distância da superfície ao ponto em que a velocidade situa-se dentro de 1 % da
velocidade da corrente livre.
Na parte dianteira do veículo, por exemplo, a camada limite inicia no ponto no qual a
linha de corrente intercepta a superfície
Na camada limite, a velocidade é reduzida pelo atrito das forças viscosas. A pressão no
ponto de estagnação (P0) é, como já foi visto, a soma das pressões estática e dinâmica,
e diminui ao longo da superfície.
DA
CD = (5-5)
1
⋅ ρ ⋅V 2 ⋅ A
2
1
(5-6)
2
DA = ⋅ ρ ⋅ VR ⋅ C D ⋅ A
2
DA= Força de arraste aerodinâmico agindo na carroceria.
CD = Coeficiente de arraste aerodinâmico.
A= Área frontal do veículo.
ρ = Densidade aerodinâmica
VR= Velocidade resultante do ar ao redor do veículo.
1
O termo ⋅ ρ ⋅ VR já foi definido na equação 5-2, e é denominado de pressão dinâmica
2
2
do ar.
O coeficiente de arraste aerodinâmico CD é determinado experimentalmente para o
veículo como um todo, ou para algum componente da carenagem. A área frontal A é o
fator de escala que leva em conta as dimensões do veículo. Devido ao fato do tamanho
do veículo, ter uma influência direta sobre o arrasto, as propriedades de arrasto de um
veículo são algumas vezes caracterizadas pelo produto ( ⋅ C D ⋅ A ).
Onde:
P 288,16
P = Pressão atmosférica em Kpa ρ = 1,226 ⋅
101,33 273,16 + T
T = Temperatura atmosférica em graus Celcius
Para os cálculos no sistema Inglês pode ser utilizada uma carta piscicrométrica, ou a
expressão simplificada de correção.
Pr 519
ρ = 0,00236 ⋅ (5-2)
29,92 460 + T
Pr 519 lb − seg 2
ρ = K ⋅ ⋅ = ⋅
4
29,92 460 + T ft
Velocidade do Ar
Figura 5.3
CW = C D (comτ = 0) (5-8)
O gráfico da Figura 5.4 mostra a influência do ângulo de fluxo em relação a razão entre
o coeficiente de arraste CD e o coeficiente de penetração aerodinâmica para alguns
tipos característicos de veículos. Pode-se observar que os veículos com estrutura
fechada como os automóveis de passeio, sofrem menos influência de ventos laterais em
comparação com caminhões com semi-reboque e reboque. Na tabela abaixo, alguns
valores de Cw para veículos de passeio (conforme Bosch — Automotive Handbook —
4ª Edição):
Para que se possa fazer um estudo mais detalhado da influência de cada linha do
contorno externo do veículo nas forças de arraste aerodinâmico, é importante conhecer
a distribuição de pressão ao longo desta linha
A figura 5.5 mostra uma distribuição de pressão medida no túnel de vento para um
automóvel.
A região de alta pressão próxima da base dos pára-brisas é também um bom local para
a instalação de entradas de ar para sistemas de climatização, ou ainda para entrada de
ar do motor
Desta forma, pode-se perceber que quanto mais o ângulo de inclinação dos pára-brisas
se aproxima da horizontal, menor será o arraste aerodinâmico, como mostra a Figura
5.6
Figura 5-6
1. Perda de energia devido a deformação da parte lateral dos pneus próximo da área
de contato
Figura 5.7
c) Velocidade
2, 5
V
fr = f0 + f s (5-10)
100
b) Caminhões e Onibus
Ch = Coeficiente de contato:
1
Rx = f r ⋅ W + ⋅ ρ ⋅ VR ⋅ CD ⋅ A + W ⋅ senθ (5-12)
2
Rx ⋅ V
Pr = (5-13)
3600
Onde:
Pr = Potência resistiva em KW
O objetivo deste capítulo é fazer uma análise básica do comportamento dos veículos
percorrendo trajetórias diferentes da linha reta, ou seja, analisar o comportamento em
curvas em baixa e alta velocidade. A análise da manobrabilidade é feita considerando o
conjunto motorista - veículo como um sistema fechado, o que significa que o motorista
observa o comportamento do veículo e age visando atingir o comportamento desejado.
Figura 6.1
L L
δ o = tan −1⋅ ≅ (6-1)
t
R+
t
R +
2 2
L L
δ i = tan −1⋅ ≅ (6-2)
t
R−
t
R −
2 2
L
δ= (6-3)
R
Figura 6.2
L
∆ = R − R ⋅ cos (6-4a)
R
x2 x4 x6
cos x = 1 − + − ...
2! 4! 6!
Temos então;
L2
∆≅ (6-4b)
R
Figura 6.3
F y = Cα ⋅ α (6-5)
• Tamanho do pneu
• Largura da roda
As duas principais variáveis são a carga sobre o pneu e a sua pressão interna, e podem ser
resumidas em uma propriedade inerente aos pneus denominada de Coeficiente de
Curvatura. expressa pelo quociente da Rigidez de Curvatura pela carga vertical sobre o
pneu;
Cα
CCα = (6-6)
FZ
Equações de Manobra
As equações de manobra são derivadas da aplicação da Segunda Lei de Newton
juntamente com as equações que descrevem a geometria da trajetória em curva. Para
simplificar a análise, será utilizado o modelo de uma bicicleta, representado na Figura 6.4
V2
∑ Fy = Fyf + Fyr = M ⋅ R (6-7)
c
Fyf = ⋅Fyr ⋅ (6-9)
b
M
V2 c
= Fyr ⋅ + 1 = Fyr ⋅
(b + c ) = F ⋅ L (6-10)
yr
R b b b
M ⋅b V 2
Fyr = ⋅ (6-11)
L R
M ⋅b
Mas o termo é simplesmente a parte da massa total do veículo que é carregada
L
Wr
pelo eixo traseiro . Assim a equação 6-11 simplesmente afirma que a força
g
Wf V2
αf = ⋅ (6-12
Cαf ⋅ g R
Wr V 2
αr = ⋅ (6-13
Cαr ⋅ g R
L
δ = 57,3 ⋅ + α f − αr (6-14)
R
Substituindo os valores de α f e α r :
L V 2 Wf W
δ = 57,3 ⋅ + ⋅ − r (6-15)
R g ⋅ R C α f Cα r
Gradiente de Esterçamento
L
δ = 57,3 ⋅ + K ⋅ ay (6-16)
R
Onde:
V2 Wf W
mudado com o raio da curva (R), ou a aceleração lateral ⋅ . O termo − r
g⋅R Cα f Cα r
determina a magnitude do esterçamento exigido; eie consiste de dois termos, cada um dos
Wf Wr
= ⇒ K = 0 ⇒ α f = αr
C αf Cα r
• Subesterçante ("Understeer")
Wf Wr
> ⇒ K > 0 ⇒ α f > αr
Cαf Cαr
dianteiras. O deslocamento das rodas traseiras faz o veiculo girar sobre as rodas dianteiras,
diminuindo assim o raio da curva. O aumento que ocorre nas acelerações laterais causa
ainda mais escorregamento das rodas traseiras, e o processo continua neste sentido a
menos que o ângulo de esterçamento seja reduzido visando manter o raio da curva.
Figura 6.5
Para um veículo com característica subesterçante, o nível desta característica pode ser
quantificado por um parâmetro conhecido como Velocidade Característica À velocidade
característica é simplesmente a velocidade na qual o ângulo de esterçamento necessário
para corrigir a trajetória em qualquer curva é o dobro do ângulo de Ackerman da
L
equação 6-16, para que δ = 2 ⋅ 57,3 ⋅ , temos:
R
L
K ⋅ a y = 57,3 ⋅ (6-17)
R
57,3 ⋅ L ⋅ g
Vcaract . = (6-18)
K
Velocidade Crítica
57,3 ⋅ L ⋅ g
Vcrit . = − (6-19)
K
A equação 6-16 pode ser resolvida de forma a destacar a razão entre a aceleração lateral
ay e o ângulo de esterçamento δ. Esta razão é denominada de Ganho de Aceleração
Lateral:
V2
ay 57,3 ⋅ L ⋅ g g
= ⋅ (6-20)
δ K ⋅V 2 graus
1+
57,3 ⋅ L ⋅ g
Observamos que:
57,3 ⋅ V graus
r= ⋅ (6-21)
R s
Figura 6.6
Figura 6.7
57,3 ⋅ c 57,3 ⋅ c Wr ⋅ V 2
β= − αT = ⋅ − (6-23)
R R C αr ⋅ g ⋅ R
57,3 ⋅ g ⋅ c ⋅ Cαr
Vβ =0. = (6-24)
Wr
Margem Estática
A margem estática é determinada pelo ponto no veículo onde a força lateral não produziria
velocidade de giro, ou seja, o ponto de esterçamento neutro. Pode-se definir ainda a linha
de esterçamento neutro, como mostrado na Figura 6-8, que é o lugar geométrico dos
pontos no plano X-Z ao longo dos quais as forças laterais externas não produzem
velocidade de giro. A Margem Estática é definida como sendo a distância da qual o ponto
de esterçamento neutro esta deslocado para trás do CG, normalizada pela distância entre
eixos, desta forma:
e
M arg em ⋅ estática = (6-25)
L
Quando o ponto está localizado atrás do CG, a margem estática é positiva e o veículo é
subesterçante. Se o ponto coincide com o CG, a margem é zero, e o veículo tem
esterçamento neutro. Quando o ponto de esterçamento neutro posiciona-se a frente do
CG, a margem estática é negativa e o veículo tem característica sobresterçante. Na
maioria dos automóveis, a margem estática está aproximadamente no intervalo entre 15 a
22 mm atrás do CG.
Apesar da rigidez de curvatura dos pneus terem sido usadas como base no
desenvolvimento das equações de manobra existe muitos fatores que influenciam os
esforços do veículo em curva desenvolvidos na presença de aceleração lateral. A
suspensão, que influencia os esforços de curvatura desenvolvidos nas rodas, afeta
diretamente o comportamento direcional do veículo.
A figura 6-10 mostra um exemplo típico de como as forças laterais variam com a carga
vertical.
Figura 6-10: Força lateral com a carga vertical do pneu em função das características do
pneu
Para um veículo que com 800 lb de carga em cada roda, em torno de 760 lb de força
lateral será desenvolvida por cada roda com ângulo de 5 graus de escorregamento. Em
curvas mais fechadas, as cargas tipicamente podem mudar para 400 lb para a roda do
lado interno e 1200 lb para a roda do lado externo. Assim na média a força lateral de
ambos os pneus será reduzida para em torno de 680 lb. Consequentemente, os pneus
teriam de assumir um ângulo de escorregamento maior para manter a força lateral
necessária para realizar a curva. Se isto acontece nos pneus dianteiros, a dianteira se
levantara e o veículo será subesterçante. Se for à traseira, a traseira escorregara para
fora e o veiculo será sobresterçante.
Figura 6.11
K φ = 0,5 ⋅ K s ⋅ s 2 (6-26)
O Centro de Rolamento ("Roll Center") é o ponto através do quais as forças laterais são
transferidas do eixo para a massa concentrada do veículo. O roll center também pode
ser descrito como o ponto no veículo no qual a aplicação de uma força lateral não
provocará ângulo de rolamento.
2 ⋅ Fy ⋅ hr 2 ⋅ Kφ ⋅ φ
Fzo − Fzi = + = 2 ⋅ ∆ ⋅ Fz (6-27)
t t
t = Bitola do veículo
2 ⋅ Fy ⋅ hr
• : Transferência de carga lateral devido às forças de curvatura. E
t
2 ⋅ Kφ ⋅ φ
• : Transferência de carga lateral devido ao rolamento do veículo.
t
Depende diretamente da distribuição de momento de rolamento na dianteira e
traseira.
Figura 6.12
W ⋅V 2
M φ = W ⋅ h1 ⋅ senφ + ⋅ h1 ⋅ cos φ ⋅ cos ε (6-28)
(R ⋅ g )
V2
M φ = W ⋅ h1 ⋅ + φ (6-29)
(R ⋅ g )
M φ = M φf + M φr = (K φf + K φr ) ⋅ φ (6-30)
W ⋅ h1 ⋅ V 2
φ=
(R ⋅ g ) (6-31)
Kφf + Kφr − W ⋅ h1
dφ W ⋅ h1
Rφ = = (6-32)
da y K φf + K φr − W ⋅ h1
W ⋅ h1 ⋅ V 2
(R ⋅ g ) W ⋅ h ⋅V 2
M φ′f = Kφf ⋅ ⋅ f f = ∆ ⋅ Fzf ⋅ t f (6-33)
Kφf + Kφr − W ⋅ h1 R⋅g
Wf Wf
Onde: ⋅ ∆ ⋅ Fzf = Fzf0 − = − Fzfi −
2 2
Wr W
⋅ ∆ ⋅ Fzr = Fzr0 − = − Fzri − r
2 2
1.) Em relação a carga, a constante das molas dianteiras é normalmente um pouco menor
que a das traseiras (para uniformizar as oscilações), o que produz uma inclinação devido
3.) Barras estabilizadoras são freqüentemente utilizadas no eixo dianteiro para obter-se
veículo, elas devem ser instaladas na dianteira ou na dianteira e na traseira. Deve-se ter
ser calculada a diferença na carga entre a roda esquerda e a roda direita do eixo. Para
necessário possuir dados relativos às forças de curvatura dos pneus para um determinado
escorregamento em cada eixo sofrerá alteração quando a carga transferida for levada em
aceleração lateral) representa o efeito subesterçante. O efeito pode ser modelado pela
simplesmente pela sua constante chamada “Rigidez de Curvatura”, Ca. Então as forças
F y = Cα ⋅ α (6-35)
Onde:
Ca = Rigidez de curvatura para dois pneus, cada um com metade da carga. (N/graus)
a = Ângulo de escorregamento.(graus)
pneu pode ser representada por um polinômio de 2ª ordem ou maior, e a força lateral
'
(
Fy' = Cα ⋅ α = a ⋅ FZ − b ⋅ FZ2 ⋅ α ) (6-36)
Fz = Carga em um dos pneus (assumindo previamente que as cargas são iguais para
ambos).
Para um veiculo em curva conforme mostrado na figura 6-12 as forças laterais de ambos
(
Fy = a ⋅ FZo − b ⋅ FZo2 + a ⋅ FZi − b ⋅ FZi2 ⋅ α ) (6-37)
[
Fy = a ⋅ (FZ + ∆FZ ) − b ⋅ (FZ − ∆FZ ) + a ⋅ (FZ − ∆FZ ) − b ⋅ (FZ + ∆FZ ) ⋅ α (6-39)
2 2
]
Esta equação pode ser reduzida para:
[ 2
Fy = 2a ⋅ FZ − 2b ⋅ FZ − 2b ⋅ ∆FZ ⋅ α
2
] (6-40)
(6-41)
2
Cα = 2a ⋅ FZ − 2b ⋅ FZ
Ou
L
δ = 57,3 ⋅ + α f − αr (6-43)
R
W f ⋅V 2
(
Fyf = Cαf − 2b ⋅ ∆FZf ⋅ α f =
2
) R⋅g
(6-44)
Wr ⋅ V 2
(
Fyr = Cαr − 2b ⋅ ∆FZr ⋅ α r =
2
) R⋅g
(6-45)
Wf ⋅V 2 Wr ⋅ V 2
L R⋅g R⋅g
δ = 57,3 ⋅ + − Eq 6-46
(
R Cαf − 2b ⋅ ∆FZf 2 ) (
Cαr − 2b ⋅ ∆FZr
2
)
Esta equação pode ser mais reduzida ainda pelo fato de Cα 〉〉 2b ⋅ ∆FZ
2
Então:
1 1 1 2b ⋅ FZ 2
Fy = = = ⋅ 1 +
(Cα − 2b ⋅ FZ )2 2b ⋅ FZ Cα
2
C
Cα 1 − α
Eq 6-47
C α
W f 2b ⋅ ∆FZf 2 Wr 2b ⋅ ∆FZr 2
K llt = ⋅ − ⋅ Eq 6-49
Cαf C Cαr C
α f α r
Os valores ∆FZf e ∆FZr podem ser obtidos da Eqs (6-33) e (6-34) como função da
aceleração lateral. Desde que todas as variáveis acima são positivas, a contribuição do
eixo dianteiro é sempre subesterçante, e a partir do eixo traseiro é sempre negativo,
sugerindo efeito sobresterçante.
A cambagem produz muito menos força lateral do que o ângulo de escorregamento. São
necessários cerca de 4 a 6 graus de câmber para produzir a mesma força lateral
correspondente a 1 grau de ângulo de escorregamento em um pneu diagonal. A rigidez a
cambagem de pneus radiais é geralmente menor que a de pneus diagonais, e desta
forma, cerca de 10 a 15 graus é necessário em um pneu radial para cada 1 grau de
ângulo de escorregamento. De qualquer forma, o empuxo de cambagem afeta o ângulo de
esterçamento e seu efeito deve ser somado ao ângulo de escorregamento.
γ g = γb +φ (6-50)
Onde:
∂γ
= f γ (extensão do curso, geometria da suspensão, ângulo de rolamento) (6-51)
∂φ
As influências durante a curva vêem do fato que a força lateral resulta não somente do
ângulo de escorregamento do pneu, mas também do ângulo de cambagem. Assim a
expressão fica:
F y = Cα ⋅ α + C γ ⋅ γ (6-52)
Então;
Fy Cγ
α= − ⋅γ (6-53)
Cα Cα
seguinte:
Wf Cγ ∂γ f ∂φ Wr Cγ ∂γ r ∂φ
αf = ⋅ ay − ⋅ ⋅ ⋅ ay e αr = ⋅ ay − ⋅ ⋅ ⋅ ay (6-54)
Cα Cα ∂φ ∂a y Cα Cα ∂φ ∂a y
Quando estes valores são substituídos na equação de manobra (6-14), ela se torna o
seguinte:
L W f W C ∂γ C ∂γ ∂φ V 2
δ = 57,3 ⋅ + − r + γf ⋅ f − γr ⋅ r ⋅ ⋅ (6-55)
R Cα f Cα r Cαf ∂φ Cαr ∂φ ∂a y g ⋅ R
Entretanto, o esterçamento derivado dos ângulos de câmber para cada eixo será dado
por:
C ∂γ C ∂γ ∂φ
K camber = γf ⋅ f − γr ⋅ r ⋅ (6-56)
C
αf ∂φ Cαr ∂φ ∂a y
Quando um veículo balança em curva (gira em torno do seu eixo longitudinal devido à
curva) a cinemática da suspensão pode ser tal que as rodas se esterçam. O balanço
lateral em curva (roll steer) é definido como o movimento de esterço das rodas do eixo
dianteiro ou das rodas do eixo traseiro (uma em relação à outra no mesmo eixo) em
relação a sua massa suspensa causado pelo movimento de giro desta massa quando
em manobra de curva. Conseqüentemente, o efeito de balanço lateral em curva afeta a
dirigibilidade atrasando a entrada do esterçamento real, aguardando o rolamento da
massa suspensa.
Um coeficiente positivo de balanço lateral em curva (roll steer) causa nas rodas um
esterçamento. Quanto mais a direita ocorre o rolamento quando o veículo faz a curva
para a esquerda, o balanço lateral em curva positiva no eixo dianteiro no lado externo
da curva demonstra que ele é subesterçante. Da mesma maneira que o balanço lateral
em curva positiva no eixo traseiro é sobresterçante.
Em suspensões de eixo rígido permite-se o eixo rolar em torno de um eixo imaginário
que pode ser inclinado em relação ao eixo longitudinal do veículo.
A cinemática da suspensão, sem considerar o projeto, pode ser vista funcionalmente
como equivalente a sistemas com braço guiados ou arrastados; e a inclinação do eixo
de rolamento (roll axis) é igual ao realizado pelos braços de ligação. Dado o angulo da
inclinação inicial, β , dos braços de ligação, como chassis rola, o braço do lado da roda
interna rola para cima enquanto o braço do lado da roda externa rola para baixo
conforme a ilustração da Figura 6.15.
Com suspensão independente o coeficiente balanço lateral em curva deve ser avaliado
do estudo da cinemática da suspensão. Em rodas agregadas com o sistema de direção,
a interação com estes sistemas deve ser levada em conta.
Com a utilização de buchas de borracha (buchas elásticas) nas junções das suspensões
por razões obvia do NVH (Noise, Vibration e Harshness), Existe a possibilidade de
aparecer o esterço devido às forças induzidas pela geometria do sistema de suspensão.
Com um eixo sólido simples, as forças laterais induzidos pela geometria do sistema de
suspensão podem ser representadas como a rotação em torno do centro de rotação do
veiculo (yaw center) conforme ilustrada na Figura 6-17.
Com o centro de rotação do veículo na dianteira (yaw center) no eixo traseiro, a força
lateral induzidos pela geometria do sistema permite que o eixo esterce em direção ao
lado externa da curva. Causando desta forma o sobresterçamento. Reciprocamente, um
centro de rotação do veiculo na traseira (yaw center) resultara em um veiculo
subesterçante. No eixo dianteiro, apenas o oposto é verdadeiro - um centro de rotação
do veículo na traseira é sobresterçante, e centro de rotação do veículo na dianteira é
subesterçante.
Fig. 6-17 – Esterçamento devido às forças laterais induzidos pela geometria do sistema
de suspensão.
δC
A= (Graus de esterçamento/ unidade de força lateral) (6-58)
Fy
Onde:
δ C =ângulo de esterçamento
Fy =Força lateral
δ Cf = Af ⋅ W f ⋅ a y (6-59)
K lfcs = A f ⋅ W f − Ar ⋅ Wr (6-60)
O torque de alinhamento é o torque que age sobre o pneu por ocasião de uma trajetória
curva buscando resistir à manobra, desta forma é uma fonte de efeito subesterçante.
É a manifestação do fato das forças laterais serem desenvolvidas em um ponto atrás do
Centro de Contato do Pneu, como mostra a Figura 6.18. Esta distância atrás do centro de
contato é conhecida como Rastro do Pneu ("Pneumatic Trail") e identificada pela letra “p”.
Figura 6.18
p Cαf + Cαr
Ka = W ⋅ ⋅ (6-61)
L Cαf ⋅ Cαr
Devido ao fato dos valores de Cαf serem positivos, o efeito do torque de alinhamento é
Até agora não foram considerados os efeitos das forças trativas presentes nas rodas. Para
considerá-las, vamos novamente lançar mão do modelo de 2 rodas, agora considerando
as forças trativas, como mostra a Figura 6.19.
Figura 6.19
W f ⋅V 2
= Fyf ⋅ cos(α f + δ ) + Fxf ⋅ sen(α f + δ ) (6-62)
(R ⋅ g )
Wr ⋅ V 2
= F ⋅ cos α r + Fxr ⋅ senαr (6-63)
(R ⋅ g ) yr
V = Velocidade do veículo
R = Raio da curva
As forças laterais Fyf e Fy r podem ser consideradas como sendo o produto entre a rigidez de
curvatura do eixo pelo ângulo de escorregamento (). Fazendo esta substituição nas
expressões 6-35 e 6-36, o lado direito terá apenas forças trativas e ângulos de
escorregamento. Pode-se ainda considerar que, para ângulos pequenos, cos α = 1 e
senα = α ; e que os ângulos α f e α r podem vir da expressão 6-14:
L
δ = 57,3 ⋅ +α f −αr
R
Wf V 2 Wr V 2
L ⋅ ⋅
57,3 ⋅ C α f R ⋅ g C αr R ⋅ g
δ= R + + (6-64)
Fxf Fxf F
1+ 1+ 1 + xr
Cα f C αf C αr
1 F 1 F
≅ 1 − xf e ≅ 1 − xr (6-65)
Fxf Cαf F Cαr
1+ 1 + xr
Cαf Cαr
L
57 ,3 ⋅ W W r W f Fxf W r Fxr V 2
δ = R + f
− − ⋅ − ⋅ ⋅ (6-66)
Fxf Cα f Cα r Cα f Cαf Cα r Cα r R ⋅ g
1+ 1 42
4 43 4 14 4 4 42 4 4 443
Cα f 2 3
123
1
• Quando as rodas dianteiras giram em falso sobre óleo ou gelo, a força trativa
continua a ser produzida, mas a rigidez de curvatura dos pneus dianteiros
( Cαf ) cai à zero. Neste caso, o denominador deste termo tende a infinito,
3) Este termo representa o efeito das forças trativas no comportamento do veículo quanto
ao esterçamento.
• Em um veículo com tração total (nas 4 rodas) estes mecanismos sugerem que o
eixo traseiro deve tracionar mais que o dianteiro, garantindo assim um
comportamento subesterçante.
Wf Wr
K tires = − Rigidez de curvatura dos pneus
Cα f Cα r
C ∂γ C ∂γ ∂φ
K camber = γf ⋅ f − γr ⋅ r ⋅ Empuxo de cambagem
C
αf ∂φ Cαr ∂φ ∂a y
∂φ
K roll ⋅ steer = (εf − εr ) ⋅ Balanço em curva (roll steer)
∂a y
p C αf + C αr
K at = W ⋅ ⋅ Torque de alinhamento
L C αf ⋅ C α r
W f 2b ⋅ ∆FZf 2 Wr 2b ⋅ ∆FZr 2
K llt = ⋅ −
C ⋅ C
Transferência de carga lateral
Cαf C
αf αr αr
r ⋅v + p
K strg = W f ⋅ Sistema de direção
K ss
Nos veículos terrestres, todos os controles primários direcionais, bem como as forças de
perturbação aplicadas no veículo, com exceção das forças aerodinâmicas, são geradas
pelo contato entre o pneu e a pista. Portanto, as forças e momentos desenvolvidos nos
pneus e a sua construção são essenciais para toda dinâmica do veículo.
Para facilitar a descrição mais precisa das condições de operação dos pneus, a SAE,
através da norma SAE J670e (Vehicle Dynamics Terminology) definiu o sistema de eixos
mostrado na Figura 7.1.
• Raio Efetivo ou Raio Dinâmico do Pneu (r): Distância do centro de contato do pneu
até o centro da roda no plano da roda.
• Força Longitudinal (Fx): Componente da força entre o pneu e a pista no plano da pista
e paralela a interseção do plano da roda com o plano da pista. A componente da força
na direção do percurso da roda (componente no seno da força lateral mais a componente
no co-seno da força longitudinal) é chamada de Força Trativa.
Força Normal (Fz): Componente da força entre o pneu e a pista, normal ao plano da
pista.
Figura 7.2
Figura 7.3
Nos pneus diagonais a estrutura é constituída por camadas de tecido dispostas em ângulo
de 35 a 40 graus em relação à circunferência do pneu, sobrepostas de forma alternada
(cruzada). Grandes ângulos determinam pneus macios e confortáveis em termos de
amortecimento de vibrações.
P215/65R15 89H
H
65 Refere-se a razão de aspecto do pneu: ⋅100 .Onde H é a altura da
W
seção transversal (medida a partir do aro até a banda de rodagem, e W é a largura da
seção transversal. Nos automóveis de passeio atuais esta razão normalmente encontra-
se entre 50 e 80. Para veículos esportivos diminui para 35, e em veículos comerciais está
entre 65 e 100).
89 Identifica o código de carga máxima sob a qual o pneu pode ser submetido. Além
do código, a máxima carga e a máxima pressão do pneu é mostrada, tanto em unidades do
sistema métrico como do sistema inglês, junto ao diâmetro interno na lateral do pneu.
Carga (Kg) 190 195 560 580 1120 1150 2900 3250 4125
V 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 210 240 270 300
2 - Pneu para automóvel de passeio tipo M + S (do inglês "Mud and Snow", ou
do alemão "Matsch und Schnee" - Lama e Neve, conforme ECE R 30)
Figura 7.4
Propriedades Trativas e de Frenagem
Forças Trativas
Figura 7-5
A situação corresponde ao pneu deslocando-se para frente pela ação do torque Mt. Como
indicado, o torque de acionamento produz uma reação para frente, representada pela força
trativa FT, da pista para o pneu. Esta força movimenta a banda de rodagem do pneu para
Em um pneu girando livre, a tensão de contato também existe, devido ao fato do raio ser
forçado a mudar à medida que os elementos entram em contato com a pista. Para uma
velocidade angular Ω0 constante, a velocidade tangencial na periferia do pneu diminui a
medida que o raio muda (V = Ω.R), resultando em uma tensão na porção anterior. Esta
tensão se reverte na última metade do contato quando o raio volta ao comprimento original.
Esta distribuição de tensão é mostrada de forma aproximada pela curva 1. O efeito
resultante é a modificação do padrão de tensão devido as forças trativas conforme a curva
3.
Figura 7-6
7.4.Propriedades em Curvas
Uma das funções importantes dos pneus é desenvolver forças laterais necessárias para o
controle direcional do veículo, para gerar aceleração lateral em curvas, e ainda para resistir
a forças externas como ventos laterais e irregularidades da pista. Estas forças são geradas
Figura 7.7.
A integração das forças ao longo do contato fornece a força lateral líquida. O perfil
assimétrico da força ao longo do contato, determina que a força resultante é posicionada
atrás do ponto de contato, deslocada de uma distância “p” conhecida como Rastro do
Pneu. Convenciona-se porém, que a força lateral Fy, bem como o torque de alinhamento
Mz, são consideradas agindo no centro do contato do pneu. A magnitude do torque de
alinhamento é dada pelo produto da força lateral (Fy) e o rastro do pneu (p).
Um dos acidentes mais sérios para os ocupantes ainda é o capotamento, cuja ocorrência
é determinada além é claro da ação do condutor, mas também por algumas importantes
e complexas interações de forças agindo no veículo que vale a pena serem destacadas. O
capotamento pode ocorrer em superfícies planas quando as acelerações laterais sobre o
veículo atingem níveis acima daquele que pode ser compensado pela transferência
lateral de cargas nos pneus. Este processo tem sido investigado experimentalmente e
também analiticamente através de modelos de diversos níveis de complexidade.
Para facilitar a análise inicial será considerado um veículo rígido, ou seja, as oscilações
da suspensão e dos pneus serão desprezadas, bem como a condição será
aproximadamente estática, desprezando os termos inerciais e as acelerações no plano
de rolamento (em torno do eixo longitudinal X). A condição aproximadamente estática
é válida somente quando a aceleração lateral altera-se muito mais lentamente do que a
resposta do veículo ao rolamento.
Em uma trajetória curva forças laterais agem no plano do solo para balancear a
aceleração lateral que por sua vez age no CG do veículo, conforme é indicado na Figura
8.1.
Figura 8.1
t
M ⋅ a y ⋅ h − M ⋅ ϕ ⋅ h + FZi ⋅ t − M ⋅ g ⋅ =0 (8-1)
2
Isolando-se a aceleração lateral ay em termos de aceleração da gravidade, temos:
t F
+ ϕ ⋅ h − Zi ⋅ t
ay 2 M ⋅g
= (8-2)
g h
Em uma rodovia plana (φ = 0) sem aceleração lateral, a equação 8-1 é satisfeita quando
o carregamento nas rodas internas Fzi é a metade do peso do veículo (M.g).
Conseqüentemente Fzi pode ter seu valor mantido na metade do peso do veículo mesmo
na presença de aceleração lateral se a inclinação lateral da pista for estabelecida como:
t
ay 2 + ϕ ⋅ h
= (8-4)
g h
Devido a instabilidade do veículo quando as rodas internas deixam a pista em uma curva,
este instante é considerado o início do capotamento. Contudo, é possível ao condutor
interromper a ação se ele rapidamente girar o volante para fora da trajetória da curva,
reduzindo assim a aceleração lateral de forma a restaurar a estabilidade do veículo.
Teoricamente, o capotamento é irreversível apenas se o ângulo de rolamento em torno do
eixo longitudinal x se tornar tão grande, de maneira que o centro de gravidade do veículo
ultrapasse a linha de contato das rodas externas. No entanto, os engenheiros automotivos
devem assumir que a grande maioria dos motoristas não dispõe dos conhecimentos ou
reflexos necessários para proceder a correção do veículo quando as rodas de um dos lados
deixam o contato com a pista, buscando assim otímizar a dirigibilidade dos veículos de
forma a evitar as condições de risco de capotamento.
Figura 8.2
t
∑M O
=0⇒ M S ⋅ a y ⋅ h − M S ⋅ g ⋅ − φ (h − hr ) = 0
2
(8-5)
ay t 1
= ⋅ (8-6)
g 2⋅h hr
1 + Rφ 1 − h
Onde:
h = Altura do centro de gravidade em relação ao solo
hr = Altura do centro de rolamento ("Roll Center") em relação ao solo e no eixo
longitudinal de localização do CG
t = Bitola do veículo
Rφ = Razão de rolamento (rd/g)
• Deslocamento lateral do ponto de ação da força vertical que age nos pneus devido
suspensões independentes.
EXERCÍCIOS 1ª Serie
2 – Um veículo TAURUS sedan com cilindrada 3.0 acelera do inicio ao fim a uma
aceleração de 6 ft/seg sobre uma rampa de 6 %. Determine a distribuição de carga
nos eixos nesta condição.
EXERCÍCIOS 2a serie
Dados do veículo
Eixo Dianteira Traseira Total
Características
Peso 2100 (lb) 1850 (lb) 3950 (lb)
Altura do C.G. 21,0 (in)
Coeficiente de atrito 0,62 (adimensional)
Final drive ratio 2,90(adimensional)
Rigidez ao balanço 1150 (ft-lb/graus) 280 (ft-lb/graus)
Distancia entre eixos 108 (in)
Distancia entre rodas 59,0(in)
Tamanho do pneu 13,0(in)
Dados do veículo
Eixo Dianteira Traseira Total
Características
Peso Wf=2210 (lb) Wr=1864 (lb) 4074 (lb)
Altura do C.G. 20,5 (in)
Ganho do freio dianteiro. Af= 20 in-lb/psi
Ganho do freio traseiro. Ar= 14 in-lb/psi
Fig. 3.6 – Consumo de energia pelo arraste em HP para um carro passageiro comum
L
δ = 57,3 ⋅ + K ⋅ ay (6-16)
R
V2
ay = (6-68)
R⋅g
O significado desta plotagem pode ser vista tomando a derivada da Eq. (6-16):
∂δ
K= (6-70)
∂a y
V2 V
R= = (6-71)
ay r
onde:
∂δ ∂ L
K= − 57,3 ⋅ 2 (6-73)
∂a y ∂a y V
Dados da Van:
(Wf) Peso do eixo dianteiro = 1520 lb
(Wr) Peso do eixo traseiro = 1150 lb
.(h1) - Altura do CG = 24,5 polegadas
.(h2) Altura da barra de engate (trailer/ van) = 14 polegadas
.(d) Distância da roda dianteira ao engate = 23 polegadas
.(L) – Distancia entre eixos = 120 polegadas