Aula 6 - Funções de Proteção e Tecnologia Dos Relés de Proteção PDF

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Universidade Federal de Itajubá – Campus Itabira

Engenharia Elétrica

EEL029 – Proteção de Sistemas Elétricos


1º Semestre - 2018

Aula 05 – Funções de Proteção e Tecnologia


dos Relés de Proteção

Prof. Dr. Aurélio Luiz Magalhães Coelho


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.1 Introdução
➢ A proteção dos sistemas elétricos de potência é feita por esquemas de proteção
que, por sua vez, são basicamente comandados por relés. A função primordial
desses relés é identificar os defeitos, localizá-los da maneira mais exata
possível e alertar a quem opera o sistema, promovendo o disparo de alarmes,
sinalizações e também, dependendo do caso, promovendo a abertura de
disjuntores de modo a isolar o defeito, mantendo o restante do sistema em
operação normal, sem que os efeitos desse defeito prejudiquem sua normalidade.

➢ Os relés devem ser capazes de avaliar uma variedade grande de parâmetros para
estabelecer qual a ação corretiva é necessária.

- Magnitude de tensão (V) e de corrente (I);


- Ângulos de fase (ϴ);
- Combinação dos parâmetros acima (potências P e Q, impedância (Z);
- Frequência (f);
- Duração (tempo);
- Harmônicos;
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.1 Introdução

➢ Os parâmetros mais adequados para detectar a ocorrência de faltas são


as tensões e as correntes (fornecidas por TPs e TCs) nos terminais
dos equipamentos protegidos ou nas suas vizinhanças adequadas.

➢ Um relé específico deve ser alimentado por entradas apropriadas,


processar os sinais de entrada, determinar a existência de uma
anormalidade, e então iniciar alguma ação.

➢ O ponto fundamental no sistema de proteção é definir as quantidades


que discriminem a condição normal da anormal. Deve-se salientar que
uma condição normal, neste contexto, significa que o distúrbio está fora
da zona de proteção.

Fonte: Fujio Sato


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.1 Classificação dos Relés

a) Quanto a grandeza física de atuação: elétricas, mecânicas, térmicas, óticas, etc;


b) Quanto a natureza da grandeza a que respondem: corrente, tensão, potência,
frequência, pressão, temperatura, etc;
c) Quanto ao tipo construtivo: eletromecânicos (atração e indução eletromagnética),
eletrônicos ou estáticos, microprocessados (digitais e numéricos);
d) Quanto ao grau de importância: principal, secundária, auxiliar, retaguarda;
e) Quanto a posição dos contatos: normalmente aberto NA, normalmente fechados
NF;
f) Quanto a função: sobrecorrente, direcional, diferencial, distância, bloqueio, entre
outras.
g) Quanto a temporização: instantâneo, tempo definido, tempo inverso;
h) Quanto a aplicação: geradores, motores, transformadores, linhas, barramentos;
Fonte: Amadeu Caminha
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.3 Funções de Proteção (ANSI)

50 - Sobrecorrente instantâneo: opera (alguns ciclos) quando a corrente atinge um certo limite;
51 - Sobrecorrente temporizado: opera semelhante ao 50 respeitando o ajuste de tempo;
67 - Sobrecorrente direcional: opera para sobrecorrentes numa direção (relé de monitoração);
87 – Diferencial: opera por comparação de níveis de corrente;
32 – Direcional de potência: opera para um determinado valor de potência ou inversão;
21 – Distância: opera para valores de impedância de LT abaixo do valor especificado;
27 – Subtensão: opera quando a tensão diminui de um certo valor especificado;
59 – Sobretensão: opera quando a tensão excede um valor especificado;
81 – Frequência: opera quando a frequência atinge valores acima ou abaixo ao especificado;
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

Tabela ANSI
(SEL)
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

Tabela ANSI
(SEL)
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.3 Funções de Proteção (Complementação da Noma ANSI)

• Para relés de sobrecorrente:

51G – relativo à terra;


51N – Neutro;
51Q – Sequência negativa;
50BF – Falhas no disjuntor;

• Para relés do tipo diferencial:


87T – transformadores;
87G – Geradores;
87B – Barramento;
87M – Motores;
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.4 Detecção das Faltas

5.4.1 Detecção de nível


➢ Este é o mais simples dos princípios de operação. Para exemplificar, seja um
motor MIT com corrente nominal de 245 A.

➢ Admitindo uma sobrecarga de 25 % na situação de emergência, a corrente de até


306 A pode ser considerada como condição de operação normal. Considerando
uma margem de segurança e ajustando a máxima corrente admissível em 346 A,
por exemplo, qualquer corrente superior a esta pode ser considerada uma falta ou
uma condição anormal dentro da zona de proteção.

Fonte: Fujio Sato


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.4 Detecção das Faltas

5.4.1 Detecção de nível


➢ O nível mínimo para o qual o relé inicia a sua operação é denominado ajuste de
pickup (Ip) do relé. Para todas as correntes com valores acima do pickup o relé
deve operar e, obviamente, para valores abaixo do pickup o relé fica inoperante.

Obs.: Conceito análogo pode ser atribuído aos relés de sub/sobre tensão (27/59), onde
ocorrerá atuação por subtensão quando a tensão fornecida ao relé for menor que o valor
ajustado e atuação por sobretensão quando a tensão for superior ao valor de ajuste.

Relé de Sobrecorrente Instantâneo (ANSI 50) - Opera instantaneamente


. para uma corrente acima de um valor pré-determinado (Ip)

Fonte: Fujio Sato


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.4 Detecção das Faltas

5.4.2 Comparação de Magnitudes (Diferencial de linha)


➢ O esquema abaixo utiliza um relé de balanço de corrente para a proteção de linhas
paralelas. Neste tipo de relé as magnitudes das correntes nas linhas são
comparadas e a operação ocorrerá quando as correntes (Ix e Iy) diferirem de um
valor pré-determinado.
• Compara a magnitude das correntes Ix e Iy.
. • Em condições normais as magnitudes de Ix e Iy são aproximadamente iguais
• O relé de balanço de corrente atua quando a diferença das magnitudes de Ix e Iy for
maior que uma tolerância.

Fonte: Fujio Sato


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.4 Detecção das Faltas

5.4.3 Comparação Diferencial


➢ A comparação diferencial é uma das mais sensíveis e eficientes métodos de
proteção contra faltas. É capaz de detectar faltas de menores magnitudes
devido a sua sensibilidade.

➢ A proteção diferencial é largamente aplicada na proteção contra curto-circuitos


internos. Essa função de proteção baseia-se na comparação de correntes
elétricas na entrada e na saída do elemento protegido;

➢ O relé diferencial (87) opera quando é percorrido por uma corrente (diferença
entre a entrada e saída) que ultrapasse certo valor ajustado;

➢ Pode ser utilizado um relé comparador de magnitude (corrente) ou um relé detector


de nível nesse esquema, com restrições percentuais (inrush, saturação, TAP).

Fonte: Fujio Sato


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.4 Detecção das Faltas

5.4.3 Comparação Diferencial


➢ Nesse esquema, é necessário medir a corrente em ambas as extremidades da
zona de proteção. Sua zona seletiva de atuação é entre os dois TCs. Isto
explica sua aplicação em transformadores e geradores.

➢ No esquema (a) em que o sistema elétrico está operando normalmente


alimentando uma carga, as correntes de entrada e saída são iguais e o relé não
opera.

➢ Na ocorrência de uma falta interna as correntes serão diferentes e a sua soma


algébrica assumira um valor suficiente para operar o relé.

I – grandeza primária
i – grandeza secundária

(a) Operação Normal (i x  i y ) (b) Falta Interna (i x  i y ) Fonte: Fujio Sato


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.4 Detecção das Faltas

5.4.3 Comparação Diferencial

• Se ix  i y , a corrente que passa no relé será zero e o mesmo não atua, isto é, o
elemento protegido não apresenta defeito;

• Se ix  i y  iajuste _ relé , a proteção não atua porque a diferença de corrente é menor


que a corrente de ajuste do relé

• Se ix  i y  iajuste _ relé , a proteção atua porque a diferença de corrente é maior que a


corrente de ajuste do relé. Neste caso há um defeito no elemento protegido.

Fonte: Geraldo Kindermann


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.4 Detecção das Faltas

5.4.4 Comparação de Ângulo de Fase


➢ Esta comparação é comumente utilizada para determinar a direção da corrente
em relação a uma tensão, que serve como referência. Este tipo de relé é
conhecido como direcional.

➢ O fluxo de carga em uma dada direção em condições normais:   30


o

➢ Durante uma falta: V – grandeza de polarização


If – grandeza de atuação
• I f em relação a referência de tensão V é - Φ
• Direção inversa  (180º- Φ)
• Φ é o ângulo de Z do circuito em falta
Relés direcionais são geralmente utilizados para suplementar outro relé
(sobrecorrente, distância). É um dispositivo que atua quando a corrente
tem um sentido pré-estabelecido de acordo com sua referência de
polarização (tensão). A direcionalidade é dada pela comparação
fasorial das posições relativas de If e V. Esta defasagem produz o
sentido da direção do fluxo de energia da corrente de operação ou do
curto-circuito.

Fonte: Ghendy Cardoso


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.4 Detecção das Faltas

5.4.4 Comparação de Ângulo de Fase

Fonte: Ghendy Cardoso


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.4 Detecção das Faltas

5.4.5 Medida da Distância


➢ A proteção diferencial é economicamente inviável quando as distâncias
envolvidas são muitos grandes (comprimento dos fios do circuito
secundário, quedas de tensão excessiva).

➢ Neste caso, a medição de distância é uma solução. A distância é medida


indiretamente através da relação entre a tensão e a corrente no terminal da
linha de transmissão (LT) protegida. O efeito da comparação destas grandezas é a
medição da impedância (Z) da LT. Logo, esta se baseia no fato de que o
comprimento da LT determina a ZLT.

➢ Pelo fato de a impedância ser diretamente proporcional a distância advém a


denominação relés de distância.

V
Z
I
Fonte: Ghendy Cardoso
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.4 Detecção das Faltas

5.4.6 Canal Piloto


➢ Certos esquemas de proteção necessitam de informações do terminal remoto,
que são enviadas através de um canal de comunicação utilizando onda
portadora, microonda ou sistema telefônico.

5.4.7 Conteúdo Harmônico


➢ Em condição de operação normal do sistema a forma de onda da tensão e corrente
pode ser considerada senoidal na frequência fundamental (60Hz). A 3ª harmônica
de corrente e tensão pode estar presente durante as condições de operações
normais.

➢ Por outro lado, em condições anormais, outras harmônicas ímpares (saturação de


transformadores) ou componentes transitórias (energização de transformadores)
surgem no sistema. As condições anormais podem ser detectadas por meio de
filtros.

Fonte: Ghendy Cardoso


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5 Histórico da Tecnologia dos Relés de Proteção

▪ Relés Eletromecânicos

▪ Relés Estáticos: Analógicos e Digitais

▪ Relés Numéricos
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção
5.5.1 Relés Eletromecânicos

➢ De um modo geral, a classificação dos relés quanto ao aspecto construtivo, teve


origem no início de 1900 com os relés eletromecânicos, que conservados na
tradição e com possibilidade de utilização em circuitos de corrente alternada ou
contínua, são os precursores da proteção.

➢ O princípio de operação dos relés eletromecânicos se baseiam na interação


eletromagnética entre correntes e fluxos. As forças de atuação são criadas
pela combinação de sinais de entrada, energia armazenada em molas, e
dispositivos amortecedores.

➢ Em relação ao princípio básico do funcionamento, o relé eletromecânico atua


fundamentalmente de dois modos:
• Atração eletromagnética;
• Indução eletromagnética.
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção
5.5.1.1 Relés Eletromecânicos - Atração Eletromagnética
Os relés de atração eletromagnética podem ser acionados por corrente contínua ou
alternada e são usados em funções que requer operação instantânea. Quando a
corrente no secundário do TC tiver um certo valor, esta corrente produzirá na
bobina de magnetização do relé, um campo magnético suficiente para acionar o
êmbolo ou alavanca, e o relé operará. Portanto a operação do relé é feita pelo valor
do campo magnético que consegue acionar as partes móveis do relé.

a) Relé de Êmbolo: Neste tipo de relé, uma corrente elétrica percorre uma bobina de
magnetização que produz um campo magnético. Quando a corrente na bobina
atinge o valor de ajuste do relé, o campo magnético desloca um êmbolo que irá
operar um conjunto de contatos do relé.
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.1.1 Relés Eletromecânicos - Atração Eletromagnética


b) Relé de Alavanca: Neste tipo de relé uma alavanca articulada é atraída quando
uma corrente elétrica percorre um eletroímã. Este relé possui maior sensibilidade
do que o tipo êmbolo.

O ajuste dos relés de atração pode ser


realizado:

- Através da variação de tape da bobina


magnética;

- Alterando a tração aplicada à mola de


retenção;

- Variando o valor de entreferro presente


entre a parte fixa e móvel dos relés.

Fonte: Geraldo Kindermann


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção
5.5.1.2 Relés Eletromecânicos - Indução Eletromagnética
Os relés de indução eletromagnética usam o mesmo princípio dos motores de indução,
onde um torque é desenvolvido por indução eletromagnética em um rotor. Estes
relés funcionam apenas em aplicações que envolvam correntes alternadas.

a) Relés de Disco de Indução: Neste tipo de relé a corrente secundária (Is) percorre uma
bobina magnetizante, gerando uma força magnetomotriz, que produz um fluxo magnético (Φ)
com característica senoidal, que, de acordo com a lei de Lenz, induz uma corrente no disco.
Devido à corrente induzida, surge um novo fluxo que interage com o anterior produzindo
torque que gira o disco.

Fonte: Geraldo Kindermann


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.1.2 Relés Eletromecânicos - Indução Eletromagnética

Fonte: CESE 2013 – Módulo 8


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.1.2 Relés Eletromecânicos - Indução Eletromagnética

Fonte: CESE 2013 – Módulo 8


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.1.2 Relés Eletromecânicos - Indução Eletromagnética

Fonte: CESE 2013 – Módulo 8


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.1.2 Relés Eletromecânicos - Indução Eletromagnética

Fonte: CESE 2013 – Módulo 8


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.1.2 Relés Eletromecânicos - Indução Eletromagnética

Fonte: CESE 2013 – Módulo 8


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.1.2 Relés Eletromecânicos - Indução Eletromagnética

Fonte: CESE 2013 – Módulo 8


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.1.2 Relés Eletromecânicos - Indução Eletromagnética

Fonte: CESE 2013 – Módulo 8


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.1.2 Relés Eletromecânicos - Indução Eletromagnética

Fonte: CESE 2013 – Módulo 8


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção
DT
3 1
10 1 0

4
2

9
tapes
8
5

1. ajuste de DT (dispositivo de tempo)


2. ajuste de tape da bobina de corrente
3. batente do contato móvel (posição ajustável pelo DT)
4. mola antagônica (torção ajustável)
5. anel de defasagem
6. disco de alumínio
7. Ímã permanente
8. contato móvel
9. ajuste da posição do contato fixo (parafuso)
10. contato fixo

PMS/UNIFEI/GQEE
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção
DT
3 1
0

10 1
4
2

9
tapes
8
5

1. ajuste de DT (dispositivo de tempo)


2. ajuste de tape da bobina de corrente
3. batente do contato móvel (posição ajustável pelo DT)
4. mola antagônica (torção ajustável)
5. anel de defasagem
6. disco de alumínio
7. Ímã permanente
8. contato móvel
9. ajuste da posição do contato fixo (parafuso)
10. contato fixo

PMS/UNIFEI/GQEE
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção
bobina de selo bobina da unidade
temporizada
DT = 0
contatos do
temporizado
bobina da unidade
Mola => Ipick-up
instantânea
Curva => freio
contatos do
instantâneo

tapes
dedo curto

1 2 3 4 5 6 bornes

PMS/UNIFEI/GQEE
5. Princípio de Operação dos Relés de Proteção

bobina de selo bobina da unidade


temporizada
DT = 0
contatos do
temporizado
bobina da unidade
Mola => Ipick-up
instantânea
Curva => freio
contatos do
instantâneo

tapes
dedo curto

1 2 3 4 5 6 bornes

PMS/UNIFEI/GQEE
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção
bobina de selo bobina da unidade
temporizada
DT = 0
contatos do
temporizado
bobina da unidade
Mola => Ipick-up
instantânea
Curva => freio
contatos do
instantâneo

tapes
dedo curto

1 2 3 4 5 6 bornes

PMS/UNIFEI/GQEE
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção
bobina de selo bobina da unidade
temporizada
DT = 0
contatos do
temporizado
bobina da unidade
Mola => Ipick-up
instantânea
Curva => freio
contatos do
instantâneo

tapes
dedo curto

1 2 3 4 5 6 bornes

PMS/UNIFEI/GQEE
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5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

k.kd
t n
M 1
39
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção
5. Princípio de Operação dos Relés de Proteção

5.5.1.3 Relés Eletromecânicos – Considerações


➢ Embora já ultrapassados e de difícil ou inexistente aquisição junto aos
fabricantes, mesmo em se tratando de peças de reposição, muitos se
encontram ainda instalados em usinas e subestações elétricas de
concessionárias e em parques industriais.

➢ São dispositivos com tempo de vida útil longo e somente são substituídos
normalmente quando é feita alguma intervenção no sistema de proteção da
subestação, motivada por reforma, ampliação ou necessidade de se alcanç̧ar
melhor desempenho operacional.

➢ Apesar da obsolescência tecnológica, ainda é muito útil do ponto de vista


didático quando se procura ensinar os conceitos básicos de proteção.

➢ A tecnologia eletromecânica é facilmente explicável para definição das funções de


proteção que o relé desempenha. Isso facilita a compreensão das funções dos
relés digitais.
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.1.3 Relés Eletromecânicos – Considerações

• Principais inconvenientes:

✓ Necessidade de manutenção permanente (peças móveis e sensíveis);


✓ Desgastes mecânicos;
✓ Ausência de memória que determine o tipo de falta, magnitudes e horário;
✓ Nenhuma integração (comunicação entre si);
✓ Limitação da faixa de ajuste, prejudicando a seletividade;
✓ Insensibilidade para correntes ou tensões de pequena magnitude.

• Vantagem: Não necessitam de banco de baterias


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.2 Relés Estáticos - Analógicos


➢ A complexidade das interligações e o aumento dos níveis de curto-circuito,
acarretou na exigência de esquemas de proteção mais rápidos, seletivos e
estáveis. O transcorrer cronológico contou com a utilização de válvulas, nas
décadas de 30 e 40, transistores nos anos 50, e circuitos integrados que tornaram
intensa a utilização dos sucessores dos relés eletromecânicos nas décadas de 60
e 70: os relés eletrônicos ou estáticos.

➢ Estes relés foram criados com base no funcionamento de circuitos semicondutores


de estado sólido, específicos aos objetivos de proteção, não havendo dispositivos
mecânicos em movimento.
Fonte: Paulo Márcio da Silveira
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.2 Relés Estáticos - Analógicos


➢ Principais vantagens:

• Manutenção facilitada;
• Redução de espaço físico (três em um);
• Maior sensibilidade em operações com níveis de tensão e correntes muito
reduzidos;
• Ajustes mais refinados facilitando a seletividade;
• Maior velocidade de atuação.

➢ Desvantagem:

• Necessitam de banco de baterias;


• Alta sensibilidade a campos eletromagnéticos externos, causando atuações
indevidas;
• Tropicalização dos componentes.

Fonte: Paulo Márcio da Silveira


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.2 Relés Estáticos - Digitais


➢ Surgiram quase que juntamente com os relés analógicos e tiveram vida muito
curta;

➢ Relés cuja lógica de operação era inteiramente baseada no funcionamento de


portas (gates) digitais (AND, OR, etc.). Estas, por sua vez, eram arranjadas de
modo a constituírem circuitos sequenciais e combinacionais que, junto a outros
elementos de sincronização e memória, executavam determinadas funções de
proteção. No entanto, a vida tecnológica destes relés passou como num “piscar de
olhos”.

Fonte: Paulo Márcio da Silveira


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3 Relés Numéricos

• 1971 – surge o primeiro protótipo de campo: enormes computadores, grande


consumo de energia das baterias, custo 10x maior... Porém, inspirador para os
atuais relés numéricos.

O que chamava a atenção eram os subprodutos (possibilidades):


✓ registro de eventos pós falta;
✓ oscilografia;
✓ captura e armazenagem;
✓ localizador de faltas;
✓ alarme de mal funcionamento;
✓ entre outros.

Fonte: Paulo Márcio da Silveira


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3.1 Relés Numéricos - Histórico

• 1979 (antes do primeiro PC !!!) primeiro produto comercial: relé numérico de


frequência.

• A partir dos anos 80 vários relés microprocessados surgiram no mercado:


extremamente simples e alguns totalmente microprocessados (porém mais lentos);

• Final dos anos 80 início dos anos 90: tradicionais e novos fabricantes trouxeram
novas e sofisticadas funções.

Fonte: Paulo Márcio da Silveira


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3.1 Relés Numéricos - Histórico

• Dois elementos foram de capital importância: o software e a comunicação:


✓ rotinas de proteção;
✓ rotinas de auto monitoração ;
✓ rotinas de comunicação.

• As novidades inicias eram:


✓ rotinas de proteção usando algumas técnicas de processamento de sinais;
✓ painel frontal (informações adicionais e ajustes) ;
✓ porta RS232 => o meio de ajuste era um PC portátil.

• Grande evolução – incorporação de comunicação remota.

Fonte: Paulo Márcio da Silveira


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3.2 Relés Numéricos - Estrutura

➢ Os relés numéricos são gerenciados por microprocessadores desenvolvidos


especificamente para este fim.

➢ Nestes relés, os sinais de entrada das grandezas elétricas e os parâmetros de


ajustes são controlados por um software que processa a lógica de proteção através
de um algoritmo.
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3.2 Relés Numéricos – Estrutura Básica


➢ Entrada Analógica: Bloco por onde entram
os sinais analógicos das correntes e tensão
via transformador de corrente (TC) e
transformador de potencial (TP);
➢ Redutor de Sinal: Produz adaptação dos
sinais de entrada ao circuito do relé
numérico. Neste bloco, transformadores
auxiliares produzem o desacoplamento
físico entre os circuitos de entrada e de
saída;
➢ Filtro Analógico: De acordo com a
necessidade da função requerida, realiza
uma filtragem dos sinais indesejados;
➢ Multiplexador: Faz a multiplexação dos
sinais de entrada;
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3.2 Relés Numéricos - Estrutura Básica


➢ Amostragem e sustentação (Sample and
Hold): Faz a preparação dos sinais
analógicos em sinais de amostragem por
ciclo para a conversão em sinais digitais;
➢ Conversão A/D: Transforma os sinais
amostrados em sinais digitais;
➢ Filtro Digital: Faz a estabilização dos sinais
digitais;
➢ Lógica do relé: Faz a lógica de operação do
relé, a qual depende do algoritmo aplicado e
da função de proteção desejada. Este bloco
pode conter entradas digitais capazes de
alterar a lógica de proteção do relé
informando, por exemplo, o estado de
disjuntores e chaves seccionadoras;
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3.2 Relés Numéricos - Estrutura Básica


➢ Saídas digitais e analógicas: São
destinadas a cumprir as funções do relé,
podendo estar associadas a alarmes,
controles, dados para supervisão, comando
para outros relés e principalmente comando
de abertura para disjuntores;
➢ Bloco de registro de eventos e oscilografia:
Armazena dados necessários para efetuar
análise do desempenho da atuação da
proteção e das condições do sistema
durante a ocorrência da falta;
➢ (IHM): Dependendo do relé de proteção
pode ser realizada diretamente no aparelho,
através de um computador local ou de
maneira remota.
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3.3 Relés Numéricos - Características

• Características dos atuais relés multifuncionais:

✓ Alguns Mbytes de programação;

✓ Habilidade de comunicação em alta velocidade;

✓ Integração com outros dispositivos via LAN;

✓ Comunicação com outros centros de controle via redes proprietárias (WAN)


ou, até mesmo, via internet;

Fonte: Paulo Márcio da Silveira


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3.3 Relés Numéricos - Características


• Permitem ainda:

✓ Melhores tempos de atuação da proteção;

✓ Memorização de fatos ocorridos, estampando data, hora, oscilografia e data


logger dos parâmetros das falhas.;

✓ Determinar com precisão os parâmetros das ocorrências no sistema elétrico;

✓ Transmitir as informações a distância, concentrando estes dados em um


ponto central para visualização e tomada de decisões pela gerência de
manutenção e controle.

Fonte: Paulo Márcio da Silveira


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3.3 Relés Numéricos - Características

• Medição, Controle e Monitoramento


✓ integração completa da medição: corrente, tensão, potência, energia e
demanda, além de controle de religamento por subtensão ou subfreqüência,
controle de banco de capacitores, monitoramento de falhas de disjuntor e falha
de TPs.

• Hardware Versátil e Software Amigável


✓ entradas e saídas (digitais e analógicas) totalmente configuráveis,

• Custos de Implementação
✓ maior unitariamente porém, muito menor em termos de conjunto.

Fonte: Paulo Márcio da Silveira


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3.3 Relés Numéricos - Características


• Oscilografia de Sinais (filtrado e não filtrado - raw)
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3.3 Relés Numéricos - Características


• Oscilografia de Sinais
- Obtenção do tipo de falta e suas características
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3.3 Relés Numéricos - Características

• Desvantagens:
✓ Necessita de alimentação externa;
✓ Necessita de climatização;
✓ Vida útil relativamente curta (10 a 15 anos devido ao avanço de tecnologia);
✓ Dificuldade na compatibilidade de protocolos de comunicação;
✓ No caso de defeito perde-se algumas ou todas as funções simultaneamente;
✓ Na manutenção necessita-se substituir o módulo completo;
✓ Requerem aterramentos muito baixos;
✓ Sujeitos a interferência eletromagnética;
✓ Sujeitos a ação de hackers (se forem conectados a internet.

Fonte: Paulo Márcio da Silveira


5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3.4 Relés Numéricos – Novos Rumos

➢ Nos últimos anos, a indústria da energia elétrica, os fabricantes e os pesquisadores


têm especulado sobre a viabilidade dos ‘open’ systems relaying, ou seja, relés que
podem ser acrescidos, alterados, ajustados pelo usuário ou outro especialista e, que
se comunicam com quaisquer outros IEDs de diferentes fabricantes.
5. Funções de Proteção e Tecnologia
dos Relés de Proteção

5.5.3.4 Relés Numéricos – Novos Rumos


Referências

1) MAMEDE FILHO, João; MAMEDE, Daniel Ribeiro. Proteção de sistemas elétricos de


potência. Rio de Janeiro: LTC, 2011. xi, 605 p. ISBN 9788521618843.

2) CAMINHA, Amadeu Casal. Introdução à proteção dos sistemas elétricos. 11 reimpr. São
Paulo: Edgard Blucher, 2009. xii, 211 p. ISBN 9788521201366.

3) KINDERMANN, Geraldo - Proteção de Sistemas de Potência - Volume 1 – 2ª Edição


Modificada e Ampliada , 2005, UFSC, EEL, LabPlan.

4) KINDERMANN, Geraldo - Proteção de Sistemas de Potência - Volume 2 – 2ª Edição


Modificada e Ampliada , 2005, UFSC, EEL, LabPlan.

5) Notas de Aula do Professor Paulo Márcio da Silveira – GQEE – UNIFEI (Itajubá)

6) Notas de Aula do Professor Denis Vinicius Coury, SEL 354 – Proteção em Sistemas
Eletroenergéticos, EESC, USP.

7) Notas de Aula do Professor Silvan Antônio Flávio, Proteção de SEP, UFSJ, 2014.

8) Notas de Aula do Professor Clever S. Pereira Filho, Proteção de SEP, UFMG, 2013.
Referências

8) Notas de Aula do Professor Fujio Sato, Proteção de Sistemas de Energia Elétrica,


UNICAMP, 2005.

9) Notas de Aula do Professor Ghendy Cardoso, UFSM, Capítulo 2, Princípio de


Operação dos Relés.

10) P. M. Silveira, C. A. V. Guerrero, A. L. M. Coelho, Testes em Relé de Sobrecorrente


Eletromecânico, CESE, Módulo 8, 2013.

11) Tabela de Proteção ANSI, SEL.

12) Oscilografias em Relés Digitais, Guia Prático. Schweitzer Engineering Laboratories,


Comercial LTDA.

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