Plano Diretor São Gonçalo - Volume I - Relatório Técnico

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Capítulo: Histórico

Relatório Técnico – Volume I 1


Capítulo: Histórico

Relatório Técnico – Volume I 2


PLANO DIRETOR MUNICIPAL PARTICIPATIVO

SÃO GONÇALO

RIO DE JANEIRO

VOLUME I
RELATÓRIO TÉCNICO

Capítulo: Histórico

JUNHO DE 2008

Relatório Técnico – Volume I 3


PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO
Prefeita Municipal
Maria Aparecida Panisset

SECRETARIA MUNICIPAL DE INFRA-ESTRUTURA, URBANISMO, HABITAÇÃO e MEIO AMBIENTE


Secretário Municipal de Obras
Aécio Nery de Almeida Soares
Capítulo: Histórico

SUBSECRETÁRIO DE LICENCIAMENTO E FISCALIZAÇÃO URBANA


Marcelo Fanteza Assumpção

Relatório Técnico – Volume I 4


TECHNUM CONSULTORIA SS

Coordenação Geral

Mônica von Glehn Herkenhoff Arquiteta e Urbanista

Coordenação Técnica

Izabel Neves da Silva Cunha Borges Arquiteta e Urbanista

Giselle Chalub Martins Arquiteta e Urbanista

Especialistas Área de Atuação

Adauto Santos do Espírito Santo Engenheiro Civil Saneamento Ambiental e Infra-Estrutura

Daisy Cadaval Basso Pedagoga Política e Gestão Pública

Maria Alice Cunha Barbosa Socióloga Sócio-economia

Marina Bastos Engenheira Civil Transportes, Trânsito e Sistema Viário

Mônica Severo Gomes Arquiteta e Urbanista Desenho Urbano e Programação Visual

Priscila Erthal Risi Arquiteta e Urbanista Análises Urbanas

Vera Lúcia Fialho Amorelli Advogada Direito Urbanístico, Administrativo e Imobiliário

Capítulo: Histórico

Relatório Técnico – Volume I 5


ÍNDICE

ÍNDICE.............................................................................................................................................. 6
ÍNDICE DE TABELAS.......................................................................................................................... 7
ÍNDICE DE GRÁFICOS ...................................................................................................................... 8
ÍNDICE DE FIGURAS ......................................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 14
1 Histórico .................................................................................................................................. 14
2 Inserção regional................................................................................................................... 15
3 Aspectos Ambientais............................................................................................................. 17
3.1 Hidrologia ..................................................................................................................................... 17
3.2 Clima ............................................................................................................................................. 18
3.3 Vegetação e Fauna .................................................................................................................. 18
3.4 Situações de Alerta .................................................................................................................... 20
4 Aspectos Sócio-Econômicos ................................................................................................ 22
4.1 Quadro Demográfico ................................................................................................................ 22
4.2 Saúde ............................................................................................................................................ 23
4.3 Educação .................................................................................................................................... 25
4.4 Programas Sociais....................................................................................................................... 30
4.5 Dinâmica Social .......................................................................................................................... 30
5 Configuração Espacial .......................................................................................................... 33
5.1 Divisão Político-espacial............................................................................................................ 33
5.2 Parcelamento do Solo............................................................................................................... 35
5.3 Uso e Ocupação do Solo no Município ................................................................................ 37
5.4 Configuração sócio-espacial .................................................................................................. 39
6 Infra-Estrutura ......................................................................................................................... 45
6.1 Circulação e transporte ............................................................................................................ 46
6.2 Sistema de abastecimento de água ..................................................................................... 56
6.3 Sistema de esgotamento sanitário ......................................................................................... 64
6.4 Energia Elétrica ........................................................................................................................... 73
6.5 Manejo de Águas Pluviais Urbanas......................................................................................... 73
6.6 Resíduos sólidos ........................................................................................................................... 79
7 Gestão Municipal .................................................................................................................. 84
Capítulo: Histórico

7.1 Estrutura Administrativa ............................................................................................................. 86


7.2 Estrutura da Prefeitura Municipal ............................................................................................ 88
7.3 Finanças Municipais ................................................................................................................... 88
8 Plano Diretor do Município de São Gonçalo - 2008 ............................................................ 90

Relatório Técnico – Volume I 6


8.1 Linhas Estratégicas do Plano Diretor de São Gonçalo ....................................................... 93
8.2 Macrozoneameno Municipal .................................................................................................. 98
9 Referências Bibliográficas .................................................................................................. 101

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 01: Municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro ......................................... 16


Tabela 02: Características da Região Metropolitana do Rio de Janeiro ................................. 16
Tabela 03: População residente de São Gonçalo por distrito 2000. ......................................... 22
Tabela 04: População Total - 1991 e 2000 - e Taxa de Crescimento Médio Anual 1980/91 e
1991/2000 segundo Municípios. ........................................................................................................ 23
Tabela 05: São Gonçalo - População Estimada 2003, 2004 e 2005 ......................................... 23
Tabela 06: População Residente por Faixa Etária segundo Municípios. 2000. ....................... 23
Tabela 07: Morbidade Hospitalar - Óbitos por Tipo de Causa segundo Municípios. 2004 ... 24
Tabela 08: Estabelecimento de Saúde -Total, Público e Privado segundo Municípios. 2002.
................................................................................................................................................................. 24
Tabela 09: Óbitos e Serviços de Saúde 2002-2003 ........................................................................ 24
Tabela 10: Nº Leitos e Leitos Disponíveis ao SUS segundo Municípios. 2002............................. 24
Tabela 11: Nº de Postos de Trabalho: Médicos, Enfermeiros e Odontólogos. 2002 ............... 25
Tabela 12: Pessoas Residentes 10 Anos ou Mais – Taxa de Alfabetização. 2000.................... 25
Tabela 13: Nº de Matrículas - Ensino Pré-Escolar 2002 e 2004 ..................................................... 26
Tabela 14: Escolas - Ensino pré-escolar -- 2002 e 2004 .................................................................. 26
Tabela 15: Nº de Matrículas - Ensino Fundamental -- 2002 e 2004 ............................................. 27
Tabela 16: Escolas - Ensino Fundamental -- 2002 e 2004 .............................................................. 28
Tabela 17: Nº de Matrículas - Ensino Médio - 2002 e 2004 ........................................................... 29
Tabela 18: Escolas - Ensino Médio - 2002 e 2004 ............................................................................ 29
Tabela 19: Programa Bolsa-Família - Nº Famílias Beneficiadas por Município 2002 e 2004 .. 30
Tabela 20: PIB Municipal; valores adicionados por Setores Econômicos 1999........................ 31
Tabela 21: PIB Municipal; valores adicionados por Setores Econômicos 2000........................ 31
Tabela 22: PIB Municipal; valores adicionados por Setores Econômicos 2002........................ 31
Tabela 23: Pessoal Ocupado por Ramo de Atividade segundo Municípios. 2000. ............... 31
Tabela 24: Pessoas Residentes e Rendimento Nominal. São Gonçalo, 2000 .......................... 32
Tabela 25: Rendimento Nominal Mensal. São Gonçalo, 2000.................................................... 32
Capítulo: Histórico

Tabela 26: Distribuição das viagens segundo o município de origem ..................................... 47


Tabela 27 : Viagens segundo o modo motorizado e não motorizado ..................................... 48
Tabela 28: Distribuição da Viagem por Modo de Transporte..................................................... 48
Tabela 29: Distribuição de Viagens Internas e Externas ............................................................... 48

Relatório Técnico – Volume I 7


Tabela 30: Índice de Mobilidade (Viagens Motorizadas)............................................................ 49
Tabela 31: Taxa de Imobilidade por Município.............................................................................. 50
Tabela 32: Distribuição das Viagens por Motivo............................................................................ 50
Tabela 33: Tempo Médio de Viagem por modo (em minutos) .................................................. 50
Tabela 34: Tempo de acesso a pé aos meios de transporte...................................................... 51
Tabela 35: Dados de Domicílios Atendidos – Esgotos Sanitários ................................................ 64
Tabela 36: Informações e Indicadores da Prestação de Serviços de Esgotos em São
Gonçalo – (SNIS 1995/2004) ............................................................................................................... 72
Tabela 37: Consumo de Energia Elétrica por Classe de Consumo – 2000 ............................... 73
Tabela 38: Consumo de Energia Elétrica por Classe de Consumo – AMPLA .......................... 73
Tabela 39: Resíduos Sólidos Aportados ao Aterro de Itaoca ...................................................... 82
Tabela 40: Programas municipais em São Gonçalo..................................................................... 85
Tabela 41: Servidores concursados e comissionados pelas diversas unidades
administrativas ...................................................................................................................................... 86
Tabela 42: Despesas previstas ........................................................................................................... 88

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Número de Matrículas - Ensino Pré-Escolar 2002 e 2004 Total.................................... 26


Gráfico 02: Nº de Matrículas - Ensino Fundamental -- 2002 e 2004 - Total.................................... 27
Gráfico 03: Escolas - Ensino Fundamental -- 2002 e 2004 - Total..................................................... 28
Gráfico 04: Nº de Matrículas - Ensino Médio - 2002 e 2004 - Total.................................................. 28
Gráfico 05: Escolas - Ensino Médio - 2002 e 2004 - Total................................................................... 29
Gráfico 06: Fluxos de Transporte ........................................................................................................... 51
Gráfico 07: Investimentos em Sistema de Abastecimento de Água ............................................ 63
Gráfico 08: População Atendida com Esgotamento Sanitário pela CEDAE .............................. 67
Gráfico 09: Quantidade de Ligações Ativas de Esgotos – CEDAE ................................................ 68
Gráfico 10: Volume de Esgotos Coletados – CEDAE ........................................................................ 69
Gráfico 11: Volume de Esgoto Tratado – CEDAE .............................................................................. 69
Gráfico 12: Extensão de Rede Coletora de Esgotos – CEDAE ........................................................ 70

ÍNDICE DE FIGURAS
Capítulo: Histórico

Fig 01- Mapa Inserção regional ....................................................................................................... 16


Fig 02: Região Metropolitana do Rio de Janeiro ........................................................................... 16
Fig 03: Mapa Contexto Metropolitano Leste ................................................................................. 17
Fig 04: Bacias Hidrográficas do município de São Gonçalo ....................................................... 18

Relatório Técnico – Volume I 8


Fig 05: Rio que corta o Bairro Jardim Catarina .............................................................................. 18
Fig 06: Mapa Áreas de Preservação da Natureza ........................................................................ 19
Fig 07: Viveiro de mudas APA Engenho Pequeno........................................................................ 19
Fig 08: Ocupação irregular de encostas de cursos d’água ....................................................... 21
Fig 09: Vista aérea Lixão de Itaoca .................................................................................................. 22
Fig 10: Mapa Distritos do Município de São Gonçalo ................................................................. 34
Fig 11: Mapa Loteamentos até década de 40 ............................................................................ 36
Fig 12: Mapa Loteamentos até as décadas de 50/60 ................................................................ 36
Fig 13: Mapa Loteamentos até a década de 70......................................................................... 37
Fig 14: Mapa Loteamentos até a década de 80......................................................................... 37
Fig 15: Mapa Zoneamento do Município de São Gonçalo ....................................................... 38
Fig 16: Poluição visual no centro ....................................................................................................... 39
Fig 17: Posteamento Excessivo .......................................................................................................... 40
Fig 18: Ausência de áreas de lazer equipadas.............................................................................. 40
Fig 19: Fazenda Colubandê............................................................................................................... 41
Fig 20: Bairro Boassu ............................................................................................................................ 41
Fig 21: Centro de São Gonçalo – cidade horizontal ................................................................... 42
Fig 22: Tipologia 1 ................................................................................................................................. 43
Fig 23: Tipologia 2 – Alcântara........................................................................................................... 44
Fig 24: Tipologia 3 – Ipiíba ................................................................................................................... 44
Fig 25: Povoado São Pedro de Alcântara ...................................................................................... 45
Fig 26: Biodigestor comunitário.......................................................................................................... 45
Fig 27: Mapa Eixos Estruturais no Município de São Gonçalo .................................................... 54
Fig 28: Mapa Sistemas de Transporte ............................................................................................... 56
Fig 29: Caminhão-Pipa utilizado para o abastecimento de áreas da cidade....................... 57
Fig 30: Ligações Clandestinas............................................................................................................ 58
Fig 31: Vista Geral da ETA do Laranjal ............................................................................................. 59
Fig 32: Ligação Clandestina em Rede de Distribuição – São Gonçalo.................................... 60
Fig 33: Detalhe de Ligações Clandestinas em Rede – São Gonçalo........................................ 60
Fig 34: Ligação Clandestina em São Gonçalo .............................................................................. 61
Fig 35: Rede de Distribuição de Água sob córrego que recebe esgotos brutos ................... 61
Fig 36: Carros Pipa utilizados para o Abastecimento em São Gonçalo................................... 62
Capítulo: Histórico

Fig 37: Esgotos a Céu Aberto em Vias Públicas. ............................................................................ 64


Fig 38: Esgotos brutos lançado nos cursos d’água que cruzam o município.......................... 65
Fig 39: Vista Geral da ETE em Laranjal ............................................................................................. 65
Fig 40: ETE em Laranjal – Caixa de Areia afogada ....................................................................... 66

Relatório Técnico – Volume I 9


Fig 41: ETE Laranjal - Elevatória com sobrenadantes – Operação Inadequada .................... 66
Fig 42: Esgotos Laranjal – Equipamento de Aeração Retirado – Grades Enferrujadas ......... 66
Fig 43: ETE Laranjal – Fissuras nas Paredes dos Reatores .............................................................. 67
Fig 44: ETE São Gonçalo – Vista Geral – Implantada dentro do PDBG. .................................... 68
Fig 45: Esgotos Lançados a Céu Aberto – Valas às Margens das Ruas .................................... 70
Fig 46: Esgotos Lançados a Céu Aberto – Valas às Margens das Ruas .................................... 71
Fig 47: Esgotos Lançados diretamente nos Cursos D’água ........................................................ 71
Fig 48: Curso D’Água com reduzida declividade – Trecho sofre influência da maré. .......... 74
Fig 49: Margens de Curso D’Água totalmente ocupadas por residências ............................. 74
Fig 50: Bocas de Lobo com grelhas danificadas .......................................................................... 75
Fig 51: Bocas de Lobo com grande quantidade de lixo lançado pela população ............. 75
Fig 52: Córrego sem vegetação natural – assoreamento do seu leito (inclusive lixo ............ 76
Fig 53: Margens de córrego ocupada por invasão - Estrangulamento da sua seção ......... 76
Fig 54: Córrego com suas margens ocupadas – Estrangulamento da sua seção de
escoamento .......................................................................................................................................... 76
Fig 55: Córrego sem vegetação natural – assoreamento do seu leito (inclusive lixo). ......... 77
Fig 56: Córrego canalizado com assoreamento de seu leito ..................................................... 77
Fig 57: Córrego canalizado, com presença de vegetação, assoreamento do leito e águas
com aspectos sépticos ....................................................................................................................... 78
Fig 58: Lixo lançado a céu aberto em terrenos vazios – loteamentos não regularizados .... 80
Fig 59: Lançamento de lixo e esgotos brutos nos cursos d’água que cruzam a cidade ..... 80
Fig 60: Presença de Lixo nos cursos d’água que cruzam a cidade .......................................... 80
Fig 61: Funcionário da Prefeitura lançado restos de podas de árvores em curso d’água .. 81
Fig 62: Presença de Lixo em galerias de águas pluviais .............................................................. 81
Fig 63: Incinerador de resíduos de saúde ....................................................................................... 82
Fig 64: Reciclagem de entulhos ........................................................................................................ 82
Fig 65: Compostagem de resíduos orgânicos................................................................................ 83
Fig 66: Presença de animais e de catadores na área do aterro ............................................... 83
Fig 67: Presença de catadores de lixo na área do aterro........................................................... 83
Fig 68: Materiais separados pelos catadores ................................................................................. 84
Fig 69: Resíduos dispostos a céu aberto .......................................................................................... 84
Capítulo: Histórico

Relatório Técnico – Volume I 10


LISTA DE ABREVIATURAS
ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
ANTAQ Agência Nacional de Transportes Aquáticos
ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres
APA Área de Proteção Ambiental
BB Banco do Brasil S/A
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento
BIRD Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial)
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CEDAE Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro
CEDAG Empresa de Águas e Esgotos dos Estados da Guanabara
CEF Caixa Econômica Federal
CENTRAL Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística
CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONREMAS Conselhos Regionais de Meio Ambiente
COMDEC Conselho Municipal de Defesa Civil
CREA Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
DAFA Digestor Anaeróbico de Fluxo Ascendente
DER Departamento de Estradas de Rodagem
DNAEE Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica
DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
DNIT Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes
DNOS Departamento Nacional de Obras de Saneamento
DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral
EDURSAN Empresa Pública de Desenvolvimento Urbano, Saneamento e Meio
Ambiente
EIA/RIMA Estudo de Impacto Ambiental/ Relatório de Impacto Ambiental
ELETROBRAS Centrais Elétricas Brasileiras SA.
EMATER Empresa de Assistência Técnica Rural
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
ESA Empresa de Saneamento da Guanabara
ETA Estação de Tratamento de Água
FAT Fundo de Amparo ao Trabalhador
FEEMA Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
FNMA Fundo Nacional do Meio ambiente
FNS Fundação Nacional de Saúde
Capítulo: Histórico

FUNASA Fundação Nacional de Saúde


GERCO Gerenciamento Costeiro
GLP Gás liquefeito de petróleo
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Relatório Técnico – Volume I 11


IDH Índice de Desenvolvimento Humano
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
INEPAC Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
INFRAERO Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
IPTU Impostos Predial Urbano
ITBI Imposto de Transmissão de Bens Imóveis
MMA Ministério do Meio Ambiente
NUDEC Núcleo de Defesa Civil
PETROBRAS Petróleo Brasileiro SA.
PDBG Programa de Despoluição da Bacia de Guanabara
PDRH Plano Diretor de Recursos Hídricos
PDTU/RMRJ Plano Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana do Rio de
Janeiro
PGC Plano de Gerenciamento Costeiro
PGIGRS Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
PNSB Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPA Plano Pluri-Anual
PPC Paridade do Poder de Compra
PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
PTT/SG Plano de Transporte e Trânsito de São Gonçalo
REBIO Reserva Biológica
REGIC Regiões de Influência das Cidades
RMRJ Região Metropolitana do Rio de Janeiro
RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural
SANERJ Companhia de Saneamento do Estado do Rio de Janeiro
SECTRAN Secretaria Estadual dos Transportes
SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação
SPDA Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
UC’s Unidades de Conservação
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Criança
ZEEC Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro
Capítulo: Histórico

Relatório Técnico – Volume I 12


APRESENTAÇÃO

Este documento consubstancia o Relatório Final referente ao contrato firmado entre a


Prefeitura Municipal de São Gonçalo e a Technum Consultoria SS., para a revisão do
Plano Diretor do Município de São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro.

O documento é apresentado em 2 volumes, a saber:


• Volume I – Relatório Técnico
• Volume II - Legislação

O primeiro volume faz referência, de forma sucinta, à totalidade dos trabalhos


desenvolvidos. Apresenta informações obtidas desde a primeira fase diagnóstica, onde
se analisa e avalia a realidade atual do município, até a fase propositiva, onde se
definem estratégias para a realidade e município desejados.

O segundo volume contém toda a Legislação relativa ao contrato: Anteprojeto de Lei do


Plano Diretor, Anteprojeto de Lei Complementar de Uso e Ocupação do Solo Urbano,
Anteprojeto de Lei de Parcelamento do Solo Urbano e Anteprojeto de Lei Complementar
do Código de Obras. Trás também os mapas de Área Urbana, Macrozoneamento,
Preservação Ambiental, Estruturação e Qualificação Urbana, Vias Arteriais e Coletoras,
Áreas de Risco, Áreas de Interesse Paisagístico e Zonas Especiais de Interesse Social.

Os resultados obtidos neste documento são frutos de um planejamento sistêmico e


integrado desenvolvido pela Empresa TECHNUM CONSULTORIA SS. Foram envolvidos
nesse planejamento: a Prefeitura Municipal de São Gonçalo, a Iniciativa Privada, o
Terceiro Setor e Representantes da Comunidade

Entendendo o planejamento como um processo contínuo, envolvendo as necessárias


revisões e ajustes de rumo, espera-se que os atores participantes deste passo inicial
continuem atuantes, e que ampliem as discussões, pois é por meio de debates de idéias
e entendimentos resultantes que se traçam ações efetivas para toda a sociedade.

São Gonçalo, Junho de 2008.


Capítulo: Histórico

Relatório Técnico – Volume I 13


INTRODUÇÃO

O município de São Gonçalo integra a Região Metropolitana do Rio de Janeiro criada


pela Lei Complementar Federal 020 de 1974; e, junto com os municípios de Niterói, Maricá
e Itaboraí, compõe o Contexto Metropolitano Leste, com pólo em Niterói. Maricá foi
retirado da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, pela Lei Complementar Estadual 97
de 2001; Itaguaí e Manguaratiba foram posteriormente retirados pela Lei Complementar
Estadual 105 de 2002.
Terceiro município mais populoso do Estado do Rio de Janeiro, São Gonçalo caracteriza-
se como cidade dormitório. Essa situação não é recente; distante apenas cerca de 10 km
de Niterói, há muitos anos verifica-se entre as duas localidades um intenso movimento de
migração pendular diária, concentrando-se em São Gonçalo o reservatório de mão-de-
obra e as funções complementares, sobretudo de moradia para os trabalhadores,
ficando Niterói com as tarefas produtivas e de acúmulo do capital.

1 Histórico

A principal atividade econômica, motor da ocupação não só de São Gonçalo como de


todo o entorno da Baía de Guanabara, foi a agricultura e a criação de gado. Cerca de
vinte freguesias rurais, entre as quais: Nova Iguaçu, Itaboraí, Marica e São Gonçalo,
tiveram origem nas vantagens da utilização dos rios da Baía de Guanabara para essas
atividades. Essas freguesias exerciam o papel de núcleos rurais de abastecimento.
Por todo o século XVIII, permaneceu na cintura da Guanabara grande número de
engenhos que foram se erguendo com a partilha das sesmarias iniciais. A mineração
assegurava o dinamismo da cidade do Rio de Janeiro, enquanto que a cidade de
Campos assumia o papel de principal produtor de açúcar.
A capela de São João, no Porto do Gradim, e a Fazenda da Luz, em Itaoca, são
remontam ao passado colonial de São Gonçalo, onde, na vigência de um modelo
primário exportador, beneficiaram-se as zonas portuárias da então cidade do Rio de
Janeiro. Nesse século, a freguesia de Itaipu, às margens das lagoas de Itaipu e Piratininga,
completava a extensão de São Gonçalo.
Em 1854 foi inaugurada a primeira ferrovia do açúcar: Porto da Estrela/Raiz da Serra. Em
1860, trinta engenhos de São Gonçalo tinham seus dias de glória, exportando através dos
portos de Guaxindiba, Boassu, Porto Novo, Porto velho e Ponta de São Gonçalo, que
atualmente constituem nomes de bairros. Dessa época, as fazendas do Engenho Novo e
Jacaré (1800), ambas de propriedade do Barão de São Gonçalo, o Cemitério dos
Pachecos são elementos importantes.
No século XIX, a difusão da lavoura de café foi responsável pelo povoamento do planalto
fluminense. O trecho Porto das Caixas, em Itaboraí, até Neves, foi responsável pelo
assentamento de aglomerações urbanas que utilizavam as estações de trem de
Guaxindiba, Alcântara, São Gonçalo e Porto da Madama.
O distrito de São Gonçalo foi desmembrado de Niterói, em 22 de setembro de 1890,
através do decreto estadual n° 124. O novo município era constituído pelas freguesias de
São Gonçalo, Itaipu e Cordeiro.
Capítulo: Histórico

Em 1895 foi inaugurada a ferrovia que se dirige a Marica. Os dois vetores ferroviários (um
no sentido zona serrana e outro no caminho da Região dos Lagos) foram indutores, nessa
época, do desenho urbano e da ocupação que se iniciou de forma rarefeita em torno
das estações de paradas de trem.

Relatório Técnico – Volume I 14


No final do século XIX ao serem substituídos os engenhos de açúcar do litoral pela cultura
do café, iniciou-se um processo de despovoamento das primeiras ruínas que, associadas
à malária na região, aumentaram ainda mais o êxodo das populações.
Em 1892, o Decreto nº1 reincorporou o município de São Gonçalo a Niterói pelo breve
período de sete meses, sendo restaurado pelo Decreto nº34, de 17/12 do mesmo ano.
Essa medida encontra possível explicação no processo de esvaziamento mencionado
acima.
Em 1922, o Decreto 1797 concedeu-lhe novamente foros de cidade, sendo revogado em
1923, fazendo a cidade baixar à categoria de vila. Finalmente em 1929 a Lei nº 2335 de
27/12 concedeu a categoria de cidade a todas as sedes de municípios.
Na década de 30, uma nova atividade agrícola para exportação surgiu no estado: a
citricultura, que se desenvolveu em Campo Grande, Nova Iguaçu e São Gonçalo.
Em 1938 foi estabelecida a divisão territorial do estado e os conseqüentes limites do
município, o que, então, constava dos seguintes distritos: José Mariano, Itaipu, Neves, Sete
Pontes, Monjolo, São Gonçalo.
O ciclo da laranja durou pouco e, com as dificuldades de exportação provocadas pela
Segunda Guerra Mundial, os laranjais foram abandonados. Iniciou-se então uma nova
destinação para a terra, que passou a ser objeto dos grandes loteamentos da periferia
metropolitana.
Em 1943 houve uma nova divisão territorial do estado pelo Decreto-Lei nº 1056, nesta São
Gonçalo perdeu o distrito de Itaipu, que foi acrescido à Niterói, restando cinco distritos,
como até hoje permanece.
O surgimento das ligações estaduais de penetração que percorrem o município, como a
Norte Fluminense (hoje RJ-104), e Niterói - Campos, passando por Maricá (hoje RJ-106),
explica a aglomeração de Niterói - São Gonçalo ao longo dos vetores rodoviários.
Em 1955, São Gonçalo já apresentava a conurbação no sentido Niterói – Alcântara,
estando dividido em área urbana, suburbana e rural. Nessa época, possuía um parque
industrial em rápido desenvolvimento.

2 Inserção regional

Próximo à cidade do Rio de Janeiro - do qual dista 20 quilômetros – São Gonçalo situa-se
no lado oriental da Baía de Guanabara. Limita-se, ao Norte, com Itaboraí e com a Baía
de Guanabara; ao Sul, com Maricá e Niterói; a Leste, ainda com Itaboraí e Marica e a
Oeste, com a Baía de Guanabara e Niterói. Abrange uma área de 251 quilômetros
quadrados atravessada pelas duas principais vias de acesso ao Norte do Estado: a
Rodovia Amaral Peixoto que se divide nas RJ-104 e RJ-106 e a Niterói-Manilha integradas
ao sistema BR-101. Juntos, esses fatores tornam São Gonçalo um ponto estratégico para
negócios e proporcionam um acesso fácil às demais regiões do país além de torná-lo
passagem quase obrigatória para importantes áreas turísticas do estado, como a Região
Capítulo: Inserção regional

dos Lagos.
Ressalta-se ainda, a facilidade de acesso e a proximidade do município com o Aeroporto
Internacional Antônio Carlos Jobim. A localização do município torna-se estratégica
quanto s facilidade de acessos, terrestre e aquático, este último pela possibilidade de
interligação a ser realizada por barca tanto a Niterói, quanto ao Rio de Janeiro.

Relatório Técnico – Volume I 15


Fig 01- Mapa Inserção regional

Tabela 01: Municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro


Municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro Japeri Niterói São Gonçalo
Belford Roxo Magé Nova Iguaçu São João do Meriti
Duque de Caxias Mesquita Paracambi Seropédica
Itaboraí Nilópolis Queimados Tanguá

Tabela 02: Características da Região Metropolitana do Rio de Janeiro


Características Região Metropolitana do Rio de Janeiro

Área 4.659 km²


População 11.351.937 hab. (IBGE/2005)
PIB R$ 95.341.441 mil (IBGE/2002)

Fig 02: Região Metropolitana do Rio de Janeiro

Capítulo: Inserção regional

Relatório Técnico – Volume I 16


Fig 03: Mapa Contexto Metropolitano Leste

3 Aspectos Ambientais

3.1 Hidrologia

As bacias hidrográficas de primeira ordem do município de São Gonçalo são as dos rios
Guaxindiba e Imboassú.
A bacia do rio Guaxindiba corresponde a menos de 4% do total continental da Baía de
Guanabara. Sua nascente principal localiza-se no município de Niterói, na serra Grande.
A desembocadura localiza-se dentro da APA de Guapimirim. A área dessa bacia está
totalmente ocupada por área urbana.
A bacia do rio Imboassú corresponde a menos de 1% do total continental da Baía de
Guanabara. Sua nascente localiza-se em São Gonçalo, na serra Grande. A bacia do
Imboassú encontra-se 100% dentro da área do município e atravessa área de grande
densidade urbana. O rio Imboassú encontra-se totalmente descaracterizado, tendo sido
retificado e canalizado em diversos trechos.
Outras bacias importantes são as dos rios Aldeia e Bomba. O rio Aldeia nasce entre a
serra Tiririca e a serra de Itaintindiba. Essa bacia situa-se em uma área ainda não
totalmente urbanizada do município. Já o rio Bomba nasce no morro do Castro e
percorre área totalmente urbanizada até desaguar na Baía de Guanabara. Como o rio
Imboassú, o rio Bomba está descaracterizado, apresenta edificações em ambas as
margens, possuindo trechos retificados e canalizados.
Capítulo: Aspectos Ambientais

De uma maneira geral, todos os rios do município sofrem intenso processo de


assoreamento, e recebem grande carga de efluentes domésticos e lixo.

Relatório Técnico – Volume I 17


Fig 04: Bacias Hidrográficas do município de São Gonçalo

Fig 05: Rio que corta o Bairro Jardim Catarina

3.2 Clima

A região da Baía de Guanabara possui microclima típico de região litorânea tropical,


influenciada por fatores como proximidade do mar, topografia, cobertura vegetal e,
Capítulo: Aspectos Ambientais

sobretudo por frentes frias e brisas marítimas. Segundo Köppen, o clima da região é
classificado como tropical quente e úmido, com inverno seco e verão quente e chuvoso.

3.3 Vegetação e Fauna

As principais formações vegetais encontradas no município são: Mangue (áreas das


formações pioneiras com influência flúvio-marinha) e Capoeira (vegetação secundária).
Segundo avaliação apresentada pelo documento técnico do Plano Diretor de 1991, o
manguezal existente em São Gonçalo difere em muito do primitivo, pois trata-se de uma
vegetação atrofiada, denominada popularmente de mangue-anão, decorrente de
atividades antrópicas não controladas na região.

Relatório Técnico – Volume I 18


Já os maciços florestais de Capoeira encontrados no município são considerados
vegetação secundária, resultado de explorações intensas, até o esgotamento parcial ou
total da floresta primária. A vegetação primitiva (Mata Atlântica) encontrada limita-se a
poucas partes mais elevadas e acidentadas do município.
Interferências antrópicas, com a retirada de cobertura vegetal, são observadas em todo
o território municipal.
Destacam-se no município as unidades de conservação:
• APA – Área de Preservação Ambiental do Engenho Pequeno;
• Parque Municipal (acima da cota de 75m, na APA do Engenho Pequeno); e
• APA Federal de Guapimirim.

Fig 06: Mapa Áreas de Preservação da Natureza

Fig 07: Viveiro de mudas APA Engenho Pequeno Capítulo: Aspectos Ambientais

Relatório Técnico – Volume I 19


Ressalta-se ainda que mesmo as áreas protegidas por lei sofrem com ações predatórias
de desmatamento. Como conseqüência dessa modificação da cobertura vegetal do
município tem-se processos de erosão, perda de fauna nativa na região e desgaste de
solos.

3.4 Situações de Alerta

• Lançamento de efluentes domésticos e resíduos sólidos nos cursos d’água


O serviço de saneamento básico municipal não atende a todo o município (vide item
7.3). Por essa razão é comum, em São Gonçalo, o lançamento de efluentes domésticos
na rede de drenagem pluvial e em valas abertas que correm nas ruas. Em ambas
situações, esses efluentes têm, como destino final, os córregos e rios de São Gonçalo,
principalmente o Imboassú e o Guaxindiba, importantes contribuintes da Baía de
Guanabara.
Apesar de o município contar com serviço de coleta de lixo, realizado, segundo
informações da Prefeitura Municipal, duas vezes por semana, é comum a prática de
lançamento de resíduos domésticos e entulhos em terrenos desocupados, nas vias
públicas e nos cursos d’água do município.
Esses problemas além de prejudicar a qualidade de vida no município são responsáveis
pelos altos índices de doenças de veiculação hídrica que ocorrem na região.
• Ocupação de encostas de rios e áreas de mangue
O crescimento não planejado do município, nas últimas décadas, promoveu a
ocupação de áreas de risco e de áreas de alta fragilidade ambiental em São Gonçalo.
Apesar de o município apresentar baixas declividades os morros da Cruz, do Patronato,
do Centro e do Mineiro apresentam-se quase que totalmente ocupados. Segundo
informações da Defesa Civil, essas áreas apresentam grande risco aos seus moradores,
principalmente no período das chuvas. Por haverem perdido grande parte de sua
cobertura vegetal natural e devido à precariedade das construções erguidas nesses
morros, são comuns os casos de deslizamento de terra e desabamento de casas, em
muitos casos, os desastres resultam em vitimas fatais.
Todos os rios do município estão assoreados e têm suas margens bastante alteradas,
desmatadas e, muitas vezes, ocupadas por habitações. Tal situação, também resultado
da falta de planejamento territorial no município, agrava os problemas de enchentes no
período das chuvas.
Capítulo: Aspectos Ambientais

Relatório Técnico – Volume I 20


Fig 08: Ocupação irregular de encostas de cursos d’água

Segundo dados apresentados pelo Plano Diretor de 1991, as áreas de mangue que, à
época apresentavam-se em maior processo de degradação estavam localizadas em
frente à Ilha da Coroa Grande e na foz do rio Marimbondo. As áreas de mangue, além
de representarem áreas de preservação permanente, são áreas que estão sujeitas a
inundações periódicas e constante processo de deposição de sedimentos finos,
especialmente matéria orgânica. A ocupação desordenada dessas áreas acarreta
problemas para a utilização sustentável de seus recursos. As áreas de mangue do
município encontram-se em processo acelerado de degradação, e a vegetação
primitiva foi profundamente alterada.
Vale ainda ressaltar que o “lixão” de São Gonçalo, que não possui qualquer sistema de
proteção ambiental (vide item 7.6), está localizado em área de mangue, dentro dos
limites da APA - Área de Proteção Ambiental - de Guapimirim.
Capítulo: Aspectos Ambientais

Relatório Técnico – Volume I 21


Fig 09: Vista aérea Lixão de Itaoca

4 Aspectos Sócio-Econômicos

O município de São Gonçalo compreende 5 Distritos: São Gonçalo (sede), Ipiíba, Monjolo,
Neves e Sete Pontes. O Distrito-sede apresenta-se como o majoritariamente ocupado: sua
população era, em 2000, quase duas vezes maior do que a do Distrito de Monjolo, o
segundo mais populoso.

Tabela 03: População residente de São Gonçalo por distrito 2000.


Distritos de São Situação Ano Taxas de Crescimento
Gonçalo domicílio 1991 1996 2000 96/91 00/96 00/91
Total 296.454 308.295 320.754 0,79 1,00 0,88
São Gonçalo –
Urbana 296.454 308.295 320.754 0,79 1,00 0,88
Distrito 1
Rural - - - - - -
Total 121.937 140.414 159.812 2,86 3,29 3,05
Ipiiba – Distrito 2 Urbana 121.937 140.414 159.812 2,86 3,29 3,05
Rural - - - - - -
Total 138.283 155.112 176.716 2,32 3,31 2,76
Monjolo - Distrito 3 Urbana 138.283 155.112 176.716 2,32 3,31 2,76
Rural - - - - - -
Total 151.251 152.869 156.751 0,21 0,63 0,40
Neves – Distrito 4 Urbana 151.251 152.869 156.751 0,21 0,63 0,40
Rural - - - - - -
Capítulo: Aspectos Sócio-Econômicos

Total 71.907 76.689 77.086 1,30 0,13 0,78


Sete Pontes –
Urbana 71.907 76.689 77.086 1,30 0,13 0,78
Distrito 5
Rural - - - - - -
Total 779.832 833.379 891.119 1,34 1,69 1,49
Total do Município Urbana 779.832 833.379 891.119 1,34 1,69 1,49
Rural - - - - - -

4.1 Quadro Demográfico

O município de São Gonçalo abrigava, em 2000, uma população total de 891.119


habitantes, 48,5% maior do que a de Niterói. As taxas de crescimento médio anual
revelam a tendência geral de um menor ritmo de crescimento demográfico, mas São
Gonçalo ainda demonstra um significativo crescimento que confirma seu perfil de cidade
dormitório, ‘celeiro’ de mão-de-obra para Niterói.

Relatório Técnico – Volume I 22


Tabela 04: População Total - 1991 e 2000 - e Taxa de Crescimento Médio Anual 1980/91 e 1991/2000
segundo Municípios.
Taxa de Cres. Taxa de Cres.
ano ano Área Densidade
Municípios Anual (%) Anual (%)
1991 2.000 Km2 Demográfica
1980-1991 1991/2000
Itaboraí 3,2 162.742 187.479 1,58% 424,22 441,94
Marica 3,29 46.545 76.737 5,71% 362,48 211,7
Niterói 0,86 436.155 459.451 0,58% 129,38 3551,17
São Gonçalo 2,18 779.832 891. 119 1,49% 249,14 3576,78
TOTAL 1.425.274 1,40%
Fonte: Censo Demográfico 1991 e 2.000. IBGE

Tabela 05: São Gonçalo - População Estimada 2003, 2004 e 2005


ANO População Estimada
2003 925 402
2004 948 216
2005 960 841
Fonte: IBGE, População Estimada 2003/2004/2005.

A faixa etária predominante encontra-se entre os 10 e 39 anos, isto é, 52% do total da


população do município. Esta é uma população de jovens e jovens adultos em idade
ativa que exercem pressão sobre o mercado de trabalho e demandam escolas que os
qualifiquem.
Observa-se também um expressivo número de pessoas com 60 anos ou mais, superior ao
número de crianças nas faixas de 0 a 4 anos e de 5 a 9 anos. O envelhecimento das
populações brasileiras, hoje com maior longevidade, é um fator que demanda novas
ações de políticas públicas, em especial na área de saúde e assistência.

Tabela 06: População Residente por Faixa Etária segundo Municípios. 2000.
Município
Faixa Etária
Itaboraí Maricá Niterói São Gonçalo Total
0 a 4 anos 18.305 6.411 30.567 74.003 129.286
5 a 9 anos 17.592 6.629 31.124 73.136 128.481
10 a 19 anos 35.604 13.621 71.977 153.903 275.105
20 a 29 anos 34.509 12.603 76.613 158.686 282.411
30 a 39 anos 29.815 12.032 71.495 147.960 261.302
40 a 49 anos 23.314 10.551 67.105 123.176 224.146
50 a 59 anos 14.361 6.951 47.371 78.221 146.904
60 ou mais anos 13.979 7.939 63.199 82.034 167.151
Total 187.479 76.737 459.451 891.119
Capítulo: Aspectos Sócio-Econômicos

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000

De acordo com o censo em 2000, São Gonçalo tinha um total de 302.905 domicílios, dos
quais 262.892, ou seja, 87% são domicílios particulares permanentes. Os restantes, 39.527
domicílios não ocupados, têm uso ocasional.

4.2 Saúde

Os indicadores de saúde de uma população encontram-se estreitamente relacionados


às condições dos ambientes em que vivem como a qualidade de água consumida e a
forma de esgotamento sanitário.
Sabe-se que as más condições sanitárias são responsáveis pelo quadro epidemiológico
onde prevalecem doenças do tipo infecto-contagiosas, de veiculação hídrica, tão

Relatório Técnico – Volume I 23


comuns em localidades pobres e com deficientes serviços de infra-estrutura urbana. As
crianças, em particular, constituem o segmento mais afetado por esse ambiente
desfavorável.
A tabela seguinte apresenta algumas causas de óbitos registrados no município de São
Gonçalo em 2004. Salienta-se que, por se tratar de registros fornecidos pelos hospitais os
valores são menores do que as ocorrências reais. Isso porque muitos óbitos acontecem
fora dos hospitais, principalmente entre as populações mais pobres.

Tabela 07: Morbidade Hospitalar - Óbitos por Tipo de Causa segundo Municípios. 2004
Óbitos-lesões,
Óbitos- Óbitos- Óbitos-gravidez,
envenena-
Óbitos doenças doenças Parto e puerpério
Município Doenças* % mentos e
Total aparelho aparelho e originadas no
causas
circulatório respiratório período perinatal
externas
Itaboraí 566 156 27,6% 155 96 9 30
Marica 271 40 14,8% 67 80 10 7
Niterói 1.222 329 26,9% 252 236 24 53
São Gonçalo 2.679 591 22,1% 770 624 39 83
Total 4.738 1.116 23,6% 1.244 1036 82 173
Fonte: Ministério da Saúde, Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde - DATASUS 2004.
Obs. * Doenças infecciosas e parasitárias, metabólicas e nutricionais.

No que se refere aos estabelecimentos de saúde em São Gonçalo, a leitura dos dados
revela um total, em 2002, de 199 estabelecimentos entre hospitais, postos e centros de
saúde e clínicas médicas sendo que apenas 28,6% pertenciam à rede pública (contra
71,4% privados).

Tabela 08: Estabelecimento de Saúde -Total, Público e Privado segundo Municípios. 2002.
Estabelecimento de Saúde
Município
TOTAL Público % Público Privado %Privado
Itaboraí 60 31 51,7% 29 48,30%
Maricá 27 17 63,0% 10 37
Niterói 285 67 23,5% 218 76,50%
São Gonçalo 199 57 28,6% 142 71,40%
Total 571 172 30,1% 399 69,90%
Fonte: IBGE, Assistência Médica Sanitária 2002.

Observa-se que Niterói, cuja população era de 459.451 habitantes em 2002, ou seja,
Capítulo: Aspectos Sócio-Econômicos

quase a metade de São Gonçalo, detinha um número superior de estabelecimentos de


saúde: 285 unidades entre públicas e privadas.

Tabela 09: Óbitos e Serviços de Saúde 2002-2003


Óbitos e Serviços de Saúde 2002-2003
Óbitos hospitalares – Homens 1.438 Óbitos
Óbitos hospitalares – Mulheres 1.241 Óbitos
Óbitos hospitalares - Doenças infecciosas e parasitárias 296 Óbitos
Óbitos hospitalares - Causas externas 0 Óbitos
Estabelecimentos de saúde – Total 199 estabelecimentos
Leitos hospitalares 2.146 Leitos
Leitos hospitalares disponíveis ao SUS 1.789 Leitos
Fonte: IBGE Assistência Médica Sanitária. 2002

Tabela 10: Nº Leitos e Leitos Disponíveis ao SUS segundo Municípios. 2002

Relatório Técnico – Volume I 24


Leitos disponíveis
Município Leitos %
ao SUS
Itaboraí 1.121 1.086 96,88
Maricá 105 69 65,71
Niterói 2.824 1.677 59,38
São Gonçalo 2.146 1.789 83,36
Total 6.196 4.621 74,58
Fonte: IBGE, Assistência Médica Sanitária 2002.

Tabela 11: Nº de Postos de Trabalho: Médicos, Enfermeiros e Odontólogos. 2002


Nº Postos de Nº Postos de Nº Postos de
Município Trabalho de Trabalho de Trabalho de
Médicos Enfermeiros Odontólogos
Itaboraí 400 65 15
Maricá 194 12 19
Niterói 4343 771 310
São Gonçalo 1726 250 170
Total 6663 1098 514
Fonte: IBGE, Assistência Médica Sanitária 2002

4.3 Educação

Os dados dos levantamentos censitários das últimas décadas apresentam contínuos


crescimentos na taxa de alfabetização da população brasileira. Em 2000, o país
apresentou uma taxa de alfabetização da ordem de 86% na população com 15 anos ou
mais. Os municípios de Itaboraí, Maricá, Niterói e São Gonçalo, apresentaram os seguintes
índices:

Tabela 12: Pessoas Residentes 10 Anos ou Mais – Taxa de Alfabetização. 2000.


Município Taxa de Alfabetização %
Itaboraí 90,0%
Marica 91,9%
Niterói 96,6%
São Gonçalo 94,5%
Fonte: censo demográfico 2000. IBGE.

O número total de matrículas nos ensinos infantil, fundamental e médio de São Gonçalo,
em 2001, foi de 196.174 alunos, tendo evoluído para 201.837 em 2002, apresentando a
estimativa de evolução de 3% ao ano no número de estudantes.
Os dados mais atualizados de escolas e matrículas por nível de ensino formam o seguinte
Capítulo: Aspectos Sócio-Econômicos

panorama:
• Ensino Fundamental - 2004 → 138.825 matrículas
• Ensino Fundamental - 2004 → 385 escolas
• Ensino Médio - 2004 → 35.539 matrículas
• Ensino Médio - 2004 → 97 escolas
• Ensino Superior - 2003 → 9441 matrículas
• Ensino Superior - 2003 → 4 escolas
Fonte: IBGE -Site Cidades

Relatório Técnico – Volume I 25


Como se pode ver nas tabelas e gráficos, em 2004 as escolas de ensino fundamental em
São Gonçalo perfaziam um total de 385 unidades das quais 56,6% pertenciam à rede
privada e 43,4% à rede pública (16% municipais e 27,4% estaduais). Com relação ao
número total de matrículas a situação se inverte: o maior número de alunos estão na rede
pública que detém 74,6% das matrículas contra 25,4% em escolas privadas. Esses números
indicam um sobrecarga de alunos em estabelecimentos públicos o que certamente
prejudica a qualidade do aprendizado.
No que tange ao ensino médio em São Gonçalo, em 2004, do total das 97 escolas 45%
eram públicas estaduais e 55% privadas. O número de matrículas dividia-se em 80,5% em
escolas públicas contra 19,5% nas privadas. Repete-se a mesma situação de
‘superlotação’ na rede pública.
Gráfico 01: Número de Matrículas - Ensino Pré-Escolar 2002 e 2004 Total

Nº de Matrículas

Municípios
20.000
Itaboraí

15.000 Maricá
Niterói
10.000 São Gonçalo

5.000

0
2002 2004

Tabela 13: Nº de Matrículas - Ensino Pré-Escolar 2002 e 2004


Ensino pré-escolar Ensino pré-escolar
Ensino pré-escolar Ensino pré-escolar
MUNICÍPIO escola pública escola pública
escola privada TOTAL
estadual municipal
ANO 2002 2004 2002 2004 2002 2004 2002 2004
Itaboraí 190 233 846 1235 1171 1177 2207 2645
Maricá 397 365 1225 1720 726 904 2348 2988
Niterói 3899 2898 3076 4282 6225 7400 13200 14580
São Gonçalo 709 870 3808 4488 12635 13745 17152 19103
Total 5195 4366 8955 11725 20757 23226 34907 39317
Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP -, Censo
Capítulo: Aspectos Sócio-Econômicos

Educacional 2002, 2004 Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais -
INEP , (1)Censo Educacional

Tabela 14: Escolas - Ensino pré-escolar -- 2002 e 2004


Ensino pré-escolar Ensino pré-escolar
Ensino pré-escolar Ensino pré-escolar
MUNICÍPIO escola pública escola pública
escola privada TOTAL
estadual municipal
ANO 2002 2004 2002 2004 2002 2004 2002 2004
Itaboraí 2 4 18 22 23 20 43 46
Maricá 7 6 20 23 15 13 42 42
Niterói 29 28 24 34 119 118 172 180
São Gonçalo 6 8 31 34 249 221 286 263
Total 44 46 93 113 406 372 543 531

Relatório Técnico – Volume I 26


2000 Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP -, Censo
Educacional 2002; 2004 Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais -
INEP , (1)Censo Educacional

Gráfico 02: Nº de Matrículas - Ensino Fundamental -- 2002 e 2004 - Total

Nº de Matrículas
160.000

140.000

120.000 Municípios

100.000
Itaboraí
80.000 Maricá
Niterói
60.000
São Gonçalo
40.000

20.000

0
2002 2004

Tabela 15: Nº de Matrículas - Ensino Fundamental -- 2002 e 2004


Matrículas escola Matrículas escola Matrícula escola
MUNICÍPIO TOTAL
publica estadual publica municipal privada

ANO 2002 2004 2002 2004 2002 2004 2002 2004


Itaboraí 11.211 9530 24.970 25971 3.826 4145 40.007 39646
Maricá 5.922 5544 8.289 8978 2.105 2547 16.316 17069
Niterói 30.565 27064 15.337 16872 23.588 23293 69.490 67229
São Gonçalo 61.359 55143 46.396 48360 34.570 35322 142.325 138825
Total 109.057 97281 94.992 100181 64.089 65307 268.138 262769
2000 Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP -, Censo
Educacional 2002; 2004 Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais -
INEP , (1)Censo Educacional
Capítulo: Aspectos Sócio-Econômicos

Relatório Técnico – Volume I 27


Gráfico 03: Escolas - Ensino Fundamental -- 2002 e 2004 - Total
Nº de Escolas
450
400 Municípios
350 Municípios
300 Itaboraí
250
Maricá
200
Niterói
150
São Gonçalo
100
50
0
2002 2004

Tabela 16: Escolas - Ensino Fundamental -- 2002 e 2004


Ensino fundamental
Ensino fundamental escola Ensino fundamental
MUNICÍPIO escola pública Total
pública municipal escola privada
estadual Municípios
ANO 2002 2004 2002 2004 2002 2004 2002 2004
Itaboraí 24 23 55 55 23 21 102 99
Maricá 21 17 28 32 13 12 62 61
Niterói 54 53 32 34 103 110 189 197
São Gonçalo 109 106 60 61 246 218 415 385
Total 208 199 175 182 385 361 768 742
2000 Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP -, Censo
Educacional 2002; 2004 Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais -
INEP , (1)Censo Educacional

Gráfico 04: Nº de Matrículas - Ensino Médio - 2002 e 2004 - Total

Nº de Matrículas 40.000

35.000

30.000 Municípios
Capítulo: Aspectos Sócio-Econômicos

25.000 Itaboraí
20.000 Maricá

15.000 Niterói
São Gonçalo
10.000

5.000

0
2002 2004

Relatório Técnico – Volume I 28


Tabela 17: Nº de Matrículas - Ensino Médio - 2002 e 2004

Ensino Médio escola Ensino Médio escola Ensino Médio escola


MUNICÍPIO pública estadual pública municipal privada Ensino Médio TOTAL
ANO 2002 2004 2002 2004 2002 2004 2002 2004
Itaboraí 6.436 7.115 0 136 693 814 7.129 8.065
Maricá 3.102 3.475 434 361 584 633 4.120 4.469
Niterói 21.451 19.393 0 0 9.298 9.393 30.749 28.786
São Gonçalo 28.666 28.603 0 0 7.324 6.936 35.990 35.539
Total 59.655 58.586 434 497 17.899 17.776 77.988 76.859
2002 Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP -, Censo
Educacional 2002; 2004 Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais -
INEP , (1)Censo Educacional

Gráfico 05: Escolas - Ensino Médio - 2002 e 2004 - Total

Nº de Escolas
100
90
80
70 Municípios

60 Itaboraí
50 Maricá
40 Niterói
São Gonçalo
30
20
10
0
2002 2004

Tabela 18: Escolas - Ensino Médio - 2002 e 2004


Ensino Médio escola Ensino Médio escola Ensino Médio escola
MUNICÍPIO Ensino Médio TOTAL
pública estadual pública municipal privada

ANO 2002 2004 2002 2004 2002 2004 2002 2004


Capítulo: Aspectos Sócio-Econômicos

Itaboraí 15 14 0 1 8 9 23 24
Maricá 5 6 1 1 5 6 11 13
Niterói 24 24 0 0 46 50 70 74
São Gonçalo 43 44 0 0 56 53 99 97
Total 87 88 1 2 115 118 203 208
2002 Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP -, Censo
Educacional 2002; 2004 Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais -
INEP , (1)Censo Educacional

Além de responsável pelo ensino fundamental e pré-escolar a Secretaria Municipal de


Educação de São Gonçalo patrocina o “Educação para Jovens e Adultos” – EJA – que
consiste num curso regular para jovens e adultos que não concluíram o ensino
fundamental em tempo hábil, ou seja, entre 7 e 14 anos de idade.

Relatório Técnico – Volume I 29


4.4 Programas Sociais

Bolsa Família
O Programa Bolsa Família (PBF) é um programado governo federal de transferência direta
de renda com condicionalidades que beneficia famílias pobres (com renda mensal por
pessoa de R$ 60,01 a R$ 120,00) e extremamente pobres (com renda mensal por pessoal
de até R$ 60,00).
O Programa Bolsa Família pauta-se na articulação de três dimensões essenciais à
superação da fome e da pobreza: promoção do alívio imediato da pobreza, por meio
da transferência direta de renda à família; reforço ao exercício de direitos sociais básicos
nas áreas de Saúde e Educação, que contribui para que as famílias consigam romper o
ciclo da pobreza entre gerações.
O Programa Bolsa Família integra o FOME ZERO, que visa assegurar o direito humano à
alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional e contribuindo
para a erradicação da extrema pobreza e para a conquista da cidadania pela parcela
da população mais vulnerável à fome.

Tabela 19: Programa Bolsa-Família - Nº Famílias Beneficiadas por Município 2002 e 2004
Município Famílias Pobres – 2001 Famílias Pobres - 2004 Variação 2001-04
Itaboraí 10.584 10.144 -4,2
Maricá 3.268 3.044 -6,9
Niterói 10.726 10.694 -0,3
São Gonçalo 36.793 36.108 -1,9
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

4.5 Dinâmica Social

Inserido no conjunto mais dinâmico e representativo da economia fluminense - RM Rio de


Janeiro - São Gonçalo assenta atualmente sua economia nos setores de comércio e
serviços. Sempre ligado à Niterói, pólo regional onde se desenvolveram atividades
industriais importantes, como a metalurgia, São Gonçalo chegou a possuir durante as
décadas de 1940 e 50 um dos parques industriais mais importantes do antigo Estado do
Rio de Janeiro, atuando nos campos da metalurgia, transformação de materiais não
metálicos (cimento, cerâmica e outros), químico, farmacêutico, papel e produtos
alimentares.
Atualmente o município abriga algumas indústrias como as de plásticos e vidros entre
outras como a Plastigel, Tintas Internacional, Eletro Vidro, Comercial Gerdau, CCPL,
Capítulo: Aspectos Sócio-Econômicos

Quaker Alimentos, e os laboratórios farmacêuticos: B. Braun e Herald's, além de


confecções, principalmente em jeans.
O município possui grandes redes de supermercados, contudo, encontra-se fora de São
Gonçalo o comércio varejista que atende à maioria da população assim com as opções
de entretenimento e lazer. Tal demanda satisfaz-se principalmente em Niterói e cria um
quadro pouco vantajoso na medida em que a renda deste consumo é deixada em
outras cidades.
A inauguração, em 2003, do “São Gonçalo Shopping Rio” às margens da BR-101, na
altura do bairro da Boa Vista, constituiu uma tentativa de alteração do quadro.
Ressalta-se que São Gonçalo não possui hotéis, porém a rede de motéis é representativa,
atendendo à demanda inclusive de Niterói.

Relatório Técnico – Volume I 30


Tabela 20: PIB Municipal; valores adicionados por Setores Econômicos 1999
Valor adicionado na Valor adicionado na Valor adicionado no
Município
agropecuária (mil R$) indústria (mil R$) serviço (mil R$)
Itaboraí 4.116 234.327 471.469
Maricá 6.050 166.533 244.490
Niterói 75 652.562 2.335.699
São Gonçalo 3.631 1.051.793 2.472.496
Total 13.872 2.105.215 5.524.154
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais

Tabela 21: PIB Municipal; valores adicionados por Setores Econômicos 2000
Valor adicionado na Valor adicionado na Valor adicionado no
Município
agropecuária (mil R$) indústria (mil R$) serviço (mil R$)
Itaboraí 4.341 268.928 574.947
Maricá 6.658 191.847 285.541
Niterói 36 697.873 2.514.118
São Gonçalo 3.763 1.085.508 2.858.018
Total 14.798 2.244.156 6.232.624
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais

Tabela 22: PIB Municipal; valores adicionados por Setores Econômicos 2002
Valor adicionado na Valor adicionado na Valor adicionado no
Município
agropecuária (mil R$) indústria (mil R$) serviço (mil R$)
Itaboraí 5.063 266.796 612.152
Maricá 5.393 183.336 306.326
Niterói 38 640.813 2.533.041
São Gonçalo 2.617 640.813 3.008.842
Total 10.494 1.090.945 3.451.519
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais

Tabela 23: Pessoal Ocupado por Ramo de Atividade segundo Municípios. 2000.
Pessoal Ocupado por Ramo de Atividade São
Itaboraí Maricá Niterói TOTAL
/Município Gonçalo
Alojamento e Alimentação 903 457 8.790 3.579 13.729
Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às 939 32.087 7.657 41.781
1.098
empresas
Comércio, reparação de veículos automotores, objetos 3.611 36.175 29.318 74.992
5.888
pessoais e domésticos
Construção 1.377 218 6.884 5.202 13.681
Indústrias extrativas 83 54 97 144 378
Capítulo: Aspectos Sócio-Econômicos

Indústrias de transformação 4.209 969 16.022 14.062 35.262


Produção e distribuição de eletricidade, gás e água - - 1.227 73 1.300
Saúde e Serviços sociais 473 125 10.670 3.672 14.940
Educação 840 532 15.611 6.773 23756
Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 347 289 13.990 3.066 17.692
Transporte, armazenagem e comunicações 1.327 714 11.980 8.204 22.225
Intermediação financeira 155 94 2.948 4.726 7.923
Administração pública, defesa e seguridade social - 2.359 12.552 13.109 28.020
TOTAL 16.700 10.361 169.033 99.585 295.679
Fonte: IBGE,Cadastro Central de Empresas 2003.

Relatório Técnico – Volume I 31


Com uma grande população de baixa renda, São Gonçalo parece uma cidade
inacabada. Em decorrência do alto grau de pobreza, o processo de “autoconstrução”
das moradias é o mais utilizado.
Desse modo, a “paisagem” mais freqüentemente observada é uma quantidade
significativa de casas com paredes sem revestimento, sem telhados, ausência de
arborização. Iluminação pública, quando existente, é precária; falta pavimentação na
maioria das ruas. No lugar do saneamento básico encontram-se valas negras, animais
soltos pelas ruas, lixo e entulho em terrenos abandonados, construções invadindo os
logradouros, ruas interrompidas, bairros separados por cursos d’água.

Tabela 24: Pessoas Residentes e Rendimento Nominal. São Gonçalo, 2000


Pessoas residentes - resultados da amostra 891.119 Habitantes
Pessoas residentes - 10 anos ou mais de idade 743.950 habitantes
Rendimento nominal - médio mensal R$ 532,00 Reais
Fonte: IBGE, Resultados da Amostra do Censo Demográfico 2000

Tabela 25: Rendimento Nominal Mensal. São Gonçalo, 2000


Pessoas residentes
Rendimento nominal mensal
10 anos ou mais de idade
96.169 até 1 salário mínimo
121.825 mais de 1 a 2 salários mínimos
70.104 mais de 2 a 3 salários mínimos
75.166 mais de 3 a 5 salários mínimos
64.732 mais de 5 a 10 salários mínimos
18.110 mais de 10 a 20 salários mínimos
3.788 mais de 20 salários mínimos
294.057 sem rendimento
449.893 com rendimento
Fonte: IBGE, Resultados da Amostra do Censo Demográfico 2000

É nesta cidade dormitório, com largas faixas de ocupações subnormais, grande


contingente de população de baixa renda, mão-de-obra farta e com postos de trabalho
mais qualificados fora do município, que alguns projetos se colocam dentro das
expectativas da população de São Gonçalo: a necessidade de consolidar o
desenvolvimento local, incorporando outras atividades, a viabilização da implantação
da linha 3 do Metrô e a possibilidade de melhoria de habitabilidade em grande parte de
seus assentamentos, sobretudo aqueles que abrigam famílias de renda mais baixa.
Contudo, a instalação do Complexo Petroquímico Rio de Janeiro é o empreendimento
que tem gerado a maior expectativa. Estima-se a criação de 212 mil empregos (diretos e
Capítulo: Aspectos Sócio-Econômicos

indiretos) durante as obras e mais 50 mil na fase de plena operação. As obras começarão
no início de 2007 e em 2011 o Complexo deverá operar. O impacto sócio-econômico
oriundo de um empreendimento de tal vulto pode ser previsto e passível de ações de
planejamento para que o potencial de desenvolvimento e mudanças sejam benéficas
especialmente para a sociedade local.
O Complexo Petroquímico Rio de Janeiro
Em março de 2006 a Petrobrás anunciou a aprovação da localização do Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro – COMPERJ - nos municípios de Itaboraí e São Gonçalo,
no Estado do Rio de Janeiro. Tal empreendimento constituirá um pólo que, segundo
estimativa da Petrobrás, deverá gerar 212 mil empregos diretos e indiretos até 2011,
quando o Complexo deve começar a funcionar, e mais 50 mil durante sua operação.

Relatório Técnico – Volume I 32


O projeto prevê a construção de uma Unidade Petroquímica Básica (UPB) em parceria
com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e, com o grupo Ultra,
envolvendo investimentos de US$ 3,5 bilhões. A petroquímica fluminense teve previsão de
início de 2007, com possibilidade de entrar em operação no final de 2010, início de 2011.
O projeto também prevê a construção, em São Gonçalo, do Centro de Inteligência do
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e de uma Central de Escoamento de Produtos
Líquidos, para armazenamento intermediário, tendo como objetivo otimizar o
escoamento entre Itaboraí e os terminais de carregamento na Baia de Guanabara.
O Centro de Inteligência é resultado de uma parceria entre a Petrobrás e o município de
São Gonçalo e se destina a formar e capacitar as empresas locais para prestação de
serviços para o empreendimento e preparar recursos humanos para as fases de
construção, montagem, operação e manutenção do Complexo Petroquímico. Ou seja,
uma escola técnica que vai qualificar a mão-de-obra que será utilizada na construção e
no desenvolvimento da nova refinaria. Para desenvolver essas atividades estão previstas
parcerias com centros de pesquisa e universidades da região.
O Complexo Petroquímico básico deverá produzir, anualmente, cerca de 1,3 milhão de
toneladas de eteno, 900 mil toneladas de propeno, 360 mil toneladas de benzeno e 700
mil toneladas de p-xileno, além de derivados de petróleo, principalmente coque,
agregando valor a uma carga de 150 mil barris/dia de petróleo pesado produzido na
Bacia de Campos.
Essa unidade será a base para o desenvolvimento de um parque industrial, reunindo uma
central de utilidades e empresas de produção de polietileno, polipropileno, estireno,
para-xilenos e etileno-glicol.
O investimento total no complexo, incluindo unidades de segunda geração, será de US$
6,5 bilhões e viabilizará, também, a implantação, na região, de empresas de terceira
geração que utilizam os petroquímicos para produzir itens para os mais diversos
segmentos de consumo, desde utensílios de plástico até componentes para veículos,
aviões e navios.

5 Configuração Espacial

5.1 Divisão Político-espacial

O município de São Gonçalo divide-se em 05 distritos:


• 1º distrito - São Gonçalo (Sede),
• 2º distrito - Ipiíba,
• 3º distrito – Monjolo,
• 4º distrito – Neves e
Capítulo: Configuração Espacial

• 5º distrito - Sete Pontes.

Relatório Técnico – Volume I 33


Fig 10: Mapa Distritos do Município de São Gonçalo

São Gonçalo (Centro): corresponde à sede do município; encontra-se quase que


totalmente loteado e densamente ocupado. A partir de sua ocupação inicial e histórica,
os terrenos foram sendo loteados no entorno dos eixos rodoviários e ferroviários, deixando
livres apenas os obstáculos naturais: terrenos alagadiços ao norte e algumas pedreiras ao
sul, além do morro de Itaúna.
O centro, onde se unem os dois corredores de tráfego que atravessam o município,
concentra uma série de importantes serviços: a Prefeitura Municipal, a Catedral, o Fórum,
os Correios, agências do INPS, cartórios e serviços institucionais em geral, além de
comércio variado.
O bairro de Alcântara possui centro comercial que rivaliza e supera o de São Gonçalo.
Junto à RJ-104 e ao corredor viário que atravessa Neves e São Gonçalo, é servido por
diversas linhas de ônibus que ligam Alcântara diretamente à Niterói e ao Rio de Janeiro.
O distrito limita-se ao norte com a Baía de Guanabara e com o município de Itaboraí; ao
sul, com os distritos de Sete Pontes e Ipiíba; a leste, ainda com Ipiíba e Monjolo, e a oeste
com Neves e a Baía de Guanabara.
Capítulo: Configuração Espacial

Ipiíba: é o maior distrito em superfície e o que apresenta menor densidade demográfica.


Conserva ainda uma ocupação de sítios, remanescentes da época da laranja, ou
mesmo fazendas originariamente destinadas ao café ou açúcar.
Os ocupantes de Ipiíba alternam atividades urbanas e rurais ligadas à pecuária de
pequeno porte e agricultura de subsistência.
A malha viária estende-se para o interior do distrito a partir da RJ-104 e a RJ-106,
propiciando fácil ligação com Niterói.
Seus limites distritais confrontam a oeste com Sete Pontes, a norte com Monjolo, a leste
com Maricá e Itaboraí e ao sul ainda com Maricá e Niterói.

Relatório Técnico – Volume I 34


O conjunto de morros que formam as Serras do Calaboca e Cassorotiba, ao sul,
representa um obstáculo à ocupação urbana.
Monjolo: apresenta uma topografia quase totalmente plana, o que propiciou a existência
de grandes glebas, originando uma ocupação em quadras retangulares, de formato
xadrez e grandes extensões, diferente da ocupação anárquica encontrada nos distritos
Sede, Neves e Sete Pontes.
Foi objeto de grandes loteamentos nas décadas de 50 e 60, tais como Jardim Catarina,
Bom Retiro, Laranjal, Parque Monjolo.
Os loteamentos não respeitaram em seus traçados a existência do rio Alcântara a norte e
a leste com o município de Itaboraí e ao sul com o distrito de Ipíiba.
Neves: é o menor distrito em superfície e o mais densamente ocupado. Encontram-se
totalmente conurbado a Niterói o Bairro do Barreto e o distrito de Sete Pontes, sendo difícil
identificar seus limites formais com o município vizinho.
Limitado a oeste pela Baía de Guanabara, apresenta litoral de extensos manguezais, só
não se encontra totalmente ocupado nas barreiras naturais do morro da Cruz e do
Patronato.
Fruto de ocupação industrial iniciada na década de 40 apresenta atualmente uma
intensa ocupação mista, residencial – industrial – comercial, formada por um conjunto de
loteamentos irregulares. É atravessado por corredores viários de tráfego pesado, quase
sempre congestionados, que misturam caminhões, carretas, ônibus e carros de passeio.
Sete Pontes: é o segundo menor distrito de São Gonçalo. Sua ocupação é fortemente
condicionada por seu relevo ao sul, onde as serras existentes detêm a expansão urbana.
Limita-se a este com Neves, ao norte com São Gonçalo, a leste com Ipíiba e todo o seu
contorno sul está separado de Niterói pela rua Dr. March.
Os bairros mais importantes – Barro Vermelho, Covanca, e Santa Catarina – encontram-se
dispostos ao longo da avenida principal, que se dirige ao distrito – sede. Nela estão
concentradas as atividades de lazer, comércio, escolas e postos de saúde. Junto à RJ-104
destaca-se a localidade de Tribobó.

5.2 Parcelamento do Solo

O município de São Gonçalo teve um crescimento acelerado a partir da década de 40


sem um planejamento municipal que ordenasse o espraiamento da cidade. Isso resultou
numa malha urbana espalhada e dispersa que hoje resulta numa grande área loteada
sem, no entanto, apresentar índices de urbanização satisfatórios.
O parcelamento do solo influenciou o desenho da malha urbana, refletindo políticas
públicas adotadas a partir da década de 40 de lotear remanescentes das antigas
Capítulo: Configuração Espacial

fazendas da região. O histórico urbano está também sob forte influência dos diferentes
momentos de crescimento industrial e de posterior decadência de investimentos e
fomentos a uma então ameaçada vocação industrial do município. A cidade cresceu e
não pôde incluir um distrito industrial forte para alimentar o seu mercado de trabalho,
melhorando assim a situação precária de sua população e da magra receita municipal.
O parcelamento do solo em São Gonçalo orientou-se a partir dos principais eixos
rodoviários e ferroviários que atravessam seu território evoluindo no sentido Rio de Janeiro
/ Niterói sentido interior metropolitano.
Na década de 40 os parcelamentos se deram de forma desmembrada, em geral em
loteamentos descontínuos e transversais às ferrovias e rodovias.

Relatório Técnico – Volume I 35


Fig 11: Mapa Loteamentos até década de 40

A década de 50 marcou uma urbanização expressiva, margeando as rodovias estaduais,


crescente sentido Alcântara. São Gonçalo teve, nessa época, mais da metade de sua
área atual parcelada. Jardim Catarina, o maior loteamento do município data desse
período e não foi ocupado de uma só vez, sendo dividido em três parcelas para
diferentes momentos de ocupação.
Uma sucessão de pequenos loteamentos aconteceram na década de 60, consolidando
principalmente a região de Alcântara nas proximidades com a rodovia RJ 104.
Fig 12: Mapa Loteamentos até as décadas de 50/60

Capítulo: Configuração Espacial

A partir da década de 70 a ocupação se deu no sentido de preencher de espaços


residuais, tanto ao longo da RJ-104 no sentido Itaboraí, quanto da RJ-106 sentido Niterói.

Relatório Técnico – Volume I 36


Fig 13: Mapa Loteamentos até a década de 70

Na década de 80 ocorreu o parcelamento “Estâncias de Pendotiba” com 829 lotes


distribuídos numa área de 1,7km2.
Fig 14: Mapa Loteamentos até a década de 80

Capítulo: Configuração Espacial

5.3 Uso e Ocupação do Solo no Município

As áreas de ocupação mais densas e antigas são hoje as mais bem providas de serviços
urbanos de infra-estrutura, tanto de equipamentos quanto de atividades de comércio e
serviços.

Relatório Técnico – Volume I 37


A área ocupada do município corresponde a 70% d e sua área total. Apesar de a área
rural ter sido transformada em urbana em 1962, atividades rurais acontecem de forma
incipiente. O bairro de Ipiíba é o que mantém aspecto rural mais acentuado, sendo que,
na totalidade do município, representa 8%. Por outro lado, essa ocupação menos
adensada tem proporcionado o surgimento de loteamentos clandestinos que não são
acompanhados por diretrizes de urbanização nem de legislação.
A área de preservação da natureza, formada por remanescentes de mata atlântica,
capoeiras e manguezais, encontra-se ameaçada pelo rápido crescimento urbano.
Dentro da área total de preservação, incluem-se duas APAs – Áreas de Proteção
Ambiental definidas pela legislação. A APA do Engenho Pequeno e a APA de
Guapimirim, sendo esta última uma área de manguezal formada por trechos dos
municípios de São Gonçalo, Itaboraí e Guapimirim.
A atividade industrial, hoje decadente e desestimulada, margeia as rodovias de
penetração do estado e a área contígua à Baía de Guanabara. Nas proximidades com
Itaboraí o município é marcada por parcelamentos de grandes proporções (como
Jardim Catarina).
É possível distinguir áreas ocupadas por usos predominantes, tais como comércio e
serviços, ao longo dos eixos viários principais e no centro de Alcântara.
O zoneamento anterior ao aqui proposto definia áreas de recreio e de lazer que, no
tocante à ocupação atual, são quase extintas. As administrações não implantaram áreas
de uso público e o crescimento acelerado não ponderou sobre a questão. Hoje São
Gonçalo quase não conta com praças ou outros equipamentos urbanísticos de uso
público.
A Lei de Zoneamento no município de São Gonçalo, que data de 1998, dispõe sobre uma
organização territorial da seguinte forma: Z1: Zona de Uso estritamente Residencial; Z2:
Zona Mista; Z3: Zona Mista Intensiva; Z4: Zona Predominantemente Industrial; Z5: Zona de
Uso Predominantemente Rural; Z6: Zona de Recreio; Z7: Zona de Preservação

Fig 15: Mapa Zoneamento do Município de São Gonçalo

Capítulo: Configuração Espacial

Relatório Técnico – Volume I 38


5.4 Configuração sócio-espacial

O espaço urbano do município de São Gonçalo se caracteriza por uma paisagem


repetitiva sem marcos visuais importantes, o que dificulta a leitura da cidade por parte de
seus usuários. Vale destacar que o ponto de referência visual mais importante do
município é o Shopping São Gonçalo, recentemente construído, mas que na verdade se
define em realce na paisagem urbana por sua localização (em área mais elevada
próximo à entrada do município, na BR 101) e por suas dimensões.
Percebe-se na cidade a descontinuidade da malha urbana, resultante da falta de
planejamento do espaço urbano, que, associada à falta de referências visuais contribui
ainda mais para a dificuldade de entendimento do ambiente construído. Outro ponto de
dificuldade a ser destacado neste sentido, é o sistema de endereçamento, que devido à
dualidade de nomes de ruas e numeração, faz da cidade um espaço confuso até
mesmo para os fiscais da prefeitura.
O município destaca-se também pela grande poluição visual decorrente da falta de
padronização de letreiros e de veículos de comunicação. A poluição visual é ainda
agravada pela falta de cuidado dispensado aos espaços comuns de uso coletivo: vias e
praças com posteamento excessivo (presença de postes de 8m em 8m), emaranhado de
fios de iluminação pública e telefone, além de ligações clandestinas, ausência de
arborização urbana e a presença desorganizada de ambulantes.

Pela deficiência na oferta de espaços verdes o município apresenta baixa qualidade


bioclimática. As calçadas são expostas à insolação excessiva e inexistem barreiras para
amenizar a poluição sonora e do ar causadas pelo tráfego intenso de veículos. Além de
se apresentar deficiente na qualificação de ruas e praças para uso cotidiano, o
município é carente em áreas adequadas ao lazer da população. Ou seja, a população
gonçalense que faz viagens diárias a outros municípios para trabalhar e estudar se vê
obrigada a fazer viagens também para satisfazer às suas necessidades de lazer.

Fig 16: Poluição visual no centro

Capítulo: Configuração Espacial

Relatório Técnico – Volume I 39


Fig 17: Posteamento Excessivo

Fig 18: Ausência de áreas de lazer equipadas

O município não possui uma política de preservação patrimonial. Representantes


importantes da história e da cultura da região como o “Palacete do Mimi” (patrimônio
reconhecido pela Secretaria de Cultura Estadual) e outras antigas fazendas foram
Capítulo: Configuração Espacial

destruídas pelo tempo e pelo descaso do poder público local. O único imóvel
remanescente de valor patrimonial reconhecido pelo IPHAN é a Fazenda Colubandê, um
significativo conjunto formado pela casa-grande, pátio, capela e jardins. Atualmente,
abriga um batalhão do exército que vem garantindo manutenção e proteção ao bem
material.

Relatório Técnico – Volume I 40


Fig 19: Fazenda Colubandê

A associação de todas essas características se reflete no grau de comprometimento do


povo Gonçalense com o seu município. Normalmente, as cidades se fazem representar
por “suas imagens”, um somatório de suas histórias, de seus edifícios, de suas
estruturações enquanto centros urbanos e de seus habitantes. Percebe-se em São
Gonçalo que a população não se vê representada pelo espaço da cidade: o trabalho, o
estudo e o lazer – importantes atividades e expectativas sociais, só podem ser realizadas
e satisfeitas no espaço urbano de outros municípios da região metropolitana, como Rio
de Janeiro e Niterói.
Densidade urbana é outra questão importante a ser discutida quando se trata de São
Gonçalo. Talvez pela imagem de alto padrão de vida e baixo impacto ambiental que
alguns casos transmitem (como condomínios de alto padrão tipo Alphavile), até pouco
tempo atrás, tinha-se a idéia de que alta qualidade de vida só seria atingida com
densidade populacional baixa. Porém, diversos trabalhos técnicos demonstram que as
densidades baixas não são boas nem más por si só. O inconveniente é haver densidades
inadequadas aos tipos de edificações implantadas.

Fig 20: Bairro Boassu


Capítulo: Configuração Espacial

Relatório Técnico – Volume I 41


A qualidade de vida só é alta quando a legislação urbana, em conjunto, permitir uma
boa harmonia entre densidade de ocupação do solo; alturas edificadas; afastamentos
de frente, fundos e laterais e larguras das ruas, assim como outros fatores, como tipo de
atividade dos usuários nesse setor, por exemplo.
Em São Gonçalo as baixas densidades - comparadas a outras áreas da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro - podem ser atribuídas a muitos fatores, sendo os mais
importantes:
• a predominância da horizontalidade – edificações em 1 ou 2 pavimentos
(máximo);
• a consolidação (historicamente) da cidade dormitório;
• os vazios urbanos resultantes da ação de proprietários que os reservam por longos
períodos de tempo, - e que no caso de São Gonçalo acabam se tornando em
áreas de depósito de entulhos;
• os loteamentos feitos por proprietários de áreas rurais que forçam o crescimento
da malha urbana;
• o baixo poder aquisitivo da população.

Fig 21: Centro de São Gonçalo – cidade horizontal

São Gonçalo deve iniciar um processo de qualificação de seu espaço urbano, alterando
características de suas áreas, com melhoria da infra-estrutura dos serviços urbanos.
Percebe-se que São Gonçalo encontra-se em um momento de grande ameaça se não
houver um desenvolvimento planejado: que é o de saturação da cidade e do município
Capítulo: Configuração Espacial

e da degradação ambiental irreversível.


A manutenção do atual modelo de desenvolvimento urbano baseada no
“espraiamento” – ou sprawling tem-se mostrado inadequada ao município uma vez que:
• não cria no cidadão o vínculo com o espaço físico, ou seja, o orgulho de ser e de
morar em São Gonçalo;
• promove a degradação ambiental do município;
• apresenta altos custos para a implantação de infra-estrutura.

Relatório Técnico – Volume I 42


5.4.1 Tipologias

Enquanto estruturas tipológicas, o município de São Gonçalo apresenta-se em duas


caracterizações básicas.
A primeira caracterização, localizada principalmente nos 1º, 4º e 5º distritos – Distritos de
São Gonçalo, Neves e Sete Pontes – configura-se em densa ocupação horizontal, onde
predominam edificações em um ou dois pavimentos. São, na grande maioria,
edificações de uso residencial, que, na dimensão econômica, pecam tanto nos custos
de elaboração, - pois se encontram inacabadas -, quanto no custo de manutenção, -
apresentando-se bastante deterioradas.
Os lotes são predominantemente pequenos e as construções, em termos gerais, ocupam
totalmente a testada voltada para a rua, inexistindo recuos frontais ou laterais. O espaço
público da rua é emparedado e constituído pelas próprias edificações comerciais, que
abrem suas portas diretamente para a via pública e pelos muros das unidades
residenciais.
Devido a todas essas características descritas acima, essa porção do município de São
Gonçalo assemelha-se às áreas de periferia das grandes cidades brasileiras.

Fig 22: Tipologia 1

No centro urbano de Alcântara encontram-se as edificações mais altas do município de


uso predominantemente residencial. É nesse bairro também que se encontra a atividade
comercial de maior representatividade no município, com lojas de vestuários e ruas
pedestrianizadas destinadas a feiras e ambulantes. A área comercial de Alcântara,
apesar de não representar mais o grande pólo de confecções e distribuição de peças de
Capítulo: Configuração Espacial

vestuário regional, que já representou no passado, possui ainda certa importância


metropolitana, uma vez que atende aos municípios vizinhos de Itaboraí e Maricá.
A outra estrutura tipológica presente no município é a área urbana com características
rurais, concentrada principalmente nos 2º e 3º distritos, Ipiíba e Monjolo, respectivamente.
Nesses distritos os lotes são maiores do que os encontrados na configuração descrita
anteriormente e as construções apresentam afastamentos laterais. Há, na região, um
grande número de ruas não asfaltadas. Em algumas áreas os quintais das casas são
destinados a pequenos cultivos e criação de animais, o que garante a essa região, ares
de “cidade de interior”.
As pequenas áreas ocupadas nesta porção do município destacam-se de grandes áreas
verdes intersticiais, destinadas, principalmente, à criação de gado leiteiro. É nessa área

Relatório Técnico – Volume I 43


do município que se encontra o Jardim Catarina, que, segundo dados da Prefeitura
Municipal é um dos maiores loteamentos da América Latina, com 25.000 lotes, e
contando com 100.000 pessoas, aproximadamente.

Fig 23: Tipologia 2 – Alcântara

Fig 24: Tipologia 3 – Ipiíba

Capítulo: Configuração Espacial

É nessa região ainda que se encontra o povoado de São Pedro de Alcântara (vinculado
à Paróquia de São Pedro de Alcântara). O povoado se constitui em uma “vila modelo”
de ocupação sustentável, onde o sistema de esgotamento sanitário das quase 40 casas
está associado a um biodigestor para tratamento dos efluentes domésticos e para o
abastecimento de gás (produto do biodigestor) uma cozinha comunitária.

Relatório Técnico – Volume I 44


Fig 25: Povoado São Pedro de Alcântara

Fig 26: Biodigestor comunitário

6 Infra-Estrutura

Este item tem como objetivo principal a descrição da situação existente de infra-estrutura
urbana, englobando os aspectos de circulação e transporte, abastecimento de água,
esgotamento sanitário, energia elétrica, drenagem urbana e resíduos sólidos.
A formulação de políticas sociais urbanas em geral tem por finalidade a melhoria dos
níveis de pobreza e de qualidade de vida, tendo como decorrência maior acesso aos
Capítulo: Infra-Estrutura

serviços urbanos, à educação, à saúde e à qualificação dos padrões da habitação.


Os problemas dos assentamentos das populações de baixa renda nos municípios
componentes da Região Metropolitana Leste apresentam, como em tantas outras
regiões metropolitanas, ocupação periférica aos núcleos, com ausência ou deficiência
de saneamento básico, e degradação dos sistemas ambientais. Tais assentamentos que,
usualmente apresentam fortes densidades domiciliares, estão expostos a situações de
risco como alagamentos e inundações o que, por sua vez, implica em incidência de

Relatório Técnico – Volume I 45


doenças como aquelas de veiculação hídrica. Tal situação apresenta um quadro de
precariedade generalizado pelo seu afastamento das normas de construção.
É importante destacar que para o diagnóstico da prestação dos serviços de infra-
estrutura foram levantadas informações em fontes distintas, cujo objetivo principal é
proporcionar maior confiabilidade para os dados ou mesmo ter maiores subsídios para
inferir os principais motivos das distorções. Assim, foram levantadas informações junto à
Prefeitura Municipal, ao IBGE e aos prestadores de serviços que no caso de
abastecimento de água e esgotamento sanitário foi a CEDAE, energia elétrica, a AMPLA
e resíduos sólidos, a CTR – Alcântara.
Com relação ao saneamento, a concessão para a prestação dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário no município foi fornecida para a
Companhia Estadual de Água e Esgotos, entretanto encontra-se vencida desde o início
da década de 90. Os serviços de manejo de águas pluviais urbanas e manejo de resíduos
sólidos estão a cargo da prefeitura municipal. Cabe salientar que o sistema de
esgotamento sanitário em operação na cidade é praticamente inexistente e a
população utiliza as galerias de águas pluviais para o lançamento de seus rejeitos
líquidos. Assim, em praticamente toda a área urbana do município em que há galerias de
águas pluviais, estas são utilizadas para o escoamento dos esgotos, constituindo-se em
sistema unitário drenagem/esgotamento sanitário.
É importante destacar que a prefeitura municipal iniciou discussões e criou a empresa
pública municipal - EDURSAN – que tem como objetivo promover uma mudança na
situação operacional e de manutenção dos serviços públicos relacionados ao
desenvolvimento urbano e saneamento ambiental, implementando, ainda, atividades de
planejamento. A referida Empresa foi criada na primeira quinzena de outubro de 2005.
No que se refere ao saneamento, a EDURSAN deverá ser estruturada e instrumentalizada
de maneira a ser capaz de desenvolver todas as atividades relacionadas aos Manejos de
Águas Pluviais Urbanas e Resíduos Sólidos e caso seja necessário, também aos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário.

6.1 Circulação e transporte

O Plano Diretor do Município aprovado pela Câmara Municipal em 1992 indicou algumas
ações de cunho urbanístico e a melhoria de infra-estrutura, além de contemplar um
Plano de Transporte e Trânsito.
Para o PTT-SG foi realizado o estudo de problemas de trânsito e transporte do Município
de São Gonçalo, procurando analisar os sistemas locais de transporte urbano,
abrangendo infra-estrutura viária, circulação urbana e atendimento de serviços de
transporte público, este plano objetivou a estruturação da malha viária municipal e a
racionalização do transporte coletivo, oferecendo subsídios para implementação de
intervenções físicas e operacionais nas vias, implantação de equipamentos urbanos e de
transportes, organização de rotinas de fiscalização e controle do transito, programação e
monitoramento dos serviços de transporte.
O Projeto de Sinalização de Vias Urbanas teve por objetivo a elaboração de Projeto de
Capítulo: Infra-Estrutura

Sinalização Vertical, Horizontal e Semafórica de Vias Urbanas no Município de São


Gonçalo.
Para o cadastramento operacional das empresas operadoras do transporte público
municipal de passageiros por ônibus no município de São Gonçalo foi realizado o
levantamento referencial histórico de dados operacionais das empresas operadoras do
transporte público municipal de passageiros por ônibus em São Gonçalo, com vistas à

Relatório Técnico – Volume I 46


atualização de informações e organização de cadastro de ordenamento operacional na
Secretaria Municipal de Transportes, em atendimento à Lei Municipal N°. 049/98.
A estruturação da rede integrada de transportes coletivos no Corredor Itaboraí -
Alcântara - Centro do Rio teve por objetivo integração entre ônibus municipais,
intermunicipais e vans no referido corredor, para tal foram propostas melhorias físicas e
operacionais em terminais, pontos de parada e no sistema viário.
O Programa de Incentivo ao Uso de Bicicletas no Município de São Gonçalo, teve por
objetivo aumentar a participação do uso da bicicleta nos deslocamentos da população
no município.
O Programa São Gonçalo 2000 previu um dos maiores investimentos públicos feitos no
município em todos os tempos, com a aplicação de R$15milhões em urbanização e infra-
estrutura de áreas de cerca de 65 km dos principais corredores viários.
O estudo de integração das linhas municipais para atendimento ao São Gonçalo
Shopping Rio apresentou o esquema recomendado para atendimento de transporte
coletivo municipal ao shopping.
O Plano Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana do Rio de Janeiro –
PDTU/RMRJ foi realizado entre 2003 e 2005 pelo governo do Estado do Rio de Janeiro,
através da Secretaria Estadual dos Transportes – SECTRAN e coordenado pela
Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística – CENTRAL. Constitui-se em
um importante instrumento orientador das ações em transporte coletivo e individual que
deverão ser conduzidas pelo Governo do Estado e Prefeituras Municipais para atender às
necessidades atuais e futuras de mobilidade da população da RMRJ.

Situação Atual

A rede municipal de transportes está estruturada em seus eixos transversais, no sentido


sudoeste-nordeste, ligando os municípios vizinhos de Niterói, Itaboraí e Maricá. A
ocupação do solo urbano é resultado da falta de planejamento, tendo ocorrido de
forma espontânea ao longo dos eixos de transportes rodoviários e ferroviários que
ligavam Niterói à região norte do Estado.
O município possui dois centros comerciais expressivos, Centro (Zé Garoto e Rodo) e
Alcântara. Os bairros cresceram, de modo geral, a partir de loteamentos independentes
uns dos outros, não estabelecendo uma malha urbana contínua e uniforme, assim, a
conectividade entre bairros e loteamentos vizinhos, muitas vezes, é feita através destes
eixos estruturais da cidade.
Em São Gonçalo são realizadas, por dia, cerca de 1,5 milhões de viagens, conforme o
PDTU/RMRJ, sendo assim o segundo município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
em geração de viagens, como pode se observar a seguir:

Tabela 26: Distribuição das viagens segundo o município de origem


Viagens
Município de Origem
Quantidade %
Capítulo: Infra-Estrutura

Rio de Janeiro 11.719.525 58,8%


São Gonçalo 1.490.748 7,5%
Duque de Caxias 1.423.764 7,1%
Nova Iguaçu 996.444 5,0%
Niterói 962.292 4,8%
Total da RMRJ 19.915.954 100,0%
Fonte: PDTU/RMRJ

Relatório Técnico – Volume I 47


6.1.1 Sistemas de Circulação (SC)

• Características das Viagens da População


As viagens em São Gonçalo são realizadas por meio de diversos modos de transporte,
motorizados ou não. Algumas viagens são realizadas em mais de um modo, sendo
considerado como modo principal aquele que tomou mais tempo do percurso do
cidadão. A seguir pode-se observar a divisão das viagens entre os diferentes modos:

Tabela 27 : Viagens segundo o modo motorizado e não motorizado


RMRJ São Gonçalo
Modo de Transporte Viagens Viagens
% %
Realizadas Realizadas
Transporte Coletivo 9.290.642 46,6% 608.552 40,8%
Motorizado
Transporte Individual 3.239.113 16,3% 198.086 13,3%
A pé 6.740.688 33,8%
Não Motorizado 684.110 45,9%
Bicicleta 645.510 3,2%
Total Geral 19.915.954 100,0% 1.490.748 100,0%
Fonte: PDTU/RMRJ

Analisando-se comparativamente a RMRJ e o Município de São Gonçalo, pode-se


destacar que percentualmente o número de viagens motorizadas, tanto do transporte
coletivo quanto do transporte individual, é menor no Município, portanto o volume de
viagens não motorizadas (a pé e de bicicleta) é bastante expressivo e deve ser levado
em consideração nos estudos de reestruturação do sistema de transportes do Município.
Uma análise interessante é quanto à distribuição das viagens por modo de transporte
segundo o domicílio de origem, pois em São Gonçalo a quantidade de viagens
realizadas por seus moradores é maior que a quantidade de viagens que tem como
origem ou destino o Município, o que nos conduz a admitir que além de sair de São
Gonçalo para realizar suas atividades o Gonçalense realiza baldeações fora do
município. Isto pode ser confirmado observando-se os dados da tabela a seguir:

Tabela 28: Distribuição da Viagem por Modo de Transporte


Viagens Realizadas
Modo de Transporte Segundo o Município de Origem da Segundo o Domicílio de
Viagem Origem da Viagem
Transporte Coletivo 608.552 742.022
Motorizado
Transporte Individual 198.086 255.868
Não Motorizado 684.110 694.309
Total Geral 1.490.748 1.692.199
Fonte: PDTU/RMRJ

Outra análise relevante é verificar a distribuição das viagens entre internas e externas do
Município, sendo que uma viagem é considerada externa quando uma das pernas
(origem ou destino) se localiza fora do Município de São Gonçalo. Esta análise permite
avaliar o grau de independência do Município obtido pela porcentagem de viagens
Capítulo: Infra-Estrutura

internas a ele. Na Tabela a seguir pode-se observar a distribuição das viagens internas e
externas à São Gonçalo e à RMRJ:

Tabela 29: Distribuição de Viagens Internas e Externas


Modo de Transporte Viagens Internas Viagens Externas Total de Viagens
Motorizado Quantidade % Quantidade % Realizadas
São Gonçalo

Relatório Técnico – Volume I 48


Transporte Coletivo 383.388 63% 225.164 37% 608.552
Transporte Individual 150.545 76% 47.541 24% 198.086
Total Motorizadas 540.447 67% 266.191 33% 806.638
RMRJ
Transporte Coletivo 7.390.275 80% 1.847.569 20% 9.237.844
Transporte Individual 2.798.124 85% 493.787 15% 3.291.911
Total Motorizadas 10.149.102 81% 2.380.653 19% 12.529.755
Fonte: PDTU/RMRJ

Apesar do volume de viagens internas ser maior que 60% em São Gonçalo, em relação à
média dos demais Municípios da RMRJ o grau de dependência é alto.
• Mobilidade
Mobilidade é a condição necessária de um indivíduo para que possa usufruir as ofertas
do espaço de uso comum com autonomia e equiparação de oportunidades. (Lanchoti).
Tendo em vista o conceito apresentado, destaca-se a importância de se conhecer o
índice de mobilidade, pois esse é o indicador que mede o número de viagens realizadas
por habitante em um dia, para se conhecer o grau de desenvolvimento do Município.
Considerando somente as viagens motorizadas, pode-se observar na tabela a seguir que
os municípios economicamente mais desenvolvidos são os que apresentam maior índice
de mobilidade, como é o caso de Niterói e Rio de Janeiro com índices, respectivamente,
de 1,49 e 1,35.

Tabela 30: Índice de Mobilidade (Viagens Motorizadas)


Viagens Habitantes Índice de Mobilidade
Município
Quantidade % Quantidade % (viagem/habitante/dia)
Rio de Janeiro 8.056.776 64% 5.983.804 53% 1,35
São Gonçalo 806.638 6% 933.324 8% 0,86
Duque de Caxias 790.562 6% 814.954 7% 0,97
Nova Iguaçu 614.503 5% 801.310 7% 0,77
Niterói 698.688 6% 467.461 4% 1,49
Total da RMRJ 12.529.755 100% 11.279.789 100% 1,11
Fonte: PDTU/RMRJ

Constata-se que nem todos os moradores de São Gonçalo utilizam o modo motorizado, e
que os habitantes que viajam neste modo realizam menos de uma viagem motorizada
por dia, pois o índice apresentado por este Município é igual a 0,86, e é inferior a média
da RMRJ (1,11).
Comparando os indicadores de mobilidade de alguns municípios da RMRJ, constata-se
que em termos de mobilidade total (quando são consideradas tanto as viagens
motorizadas quanto as não motorizadas), a Cidade do Rio de Janeiro é a que apresenta
maior índice (1,86), em seguida observa-se Niterói e Duque de Caxias, ambas com 1,84
de índice. São Gonçalo, com 1,81, apresenta um índice superior à Média que é de 1,77.
Um outro indicador importante é a Taxa de Imobilidade, pois esta representa a
Capítulo: Infra-Estrutura

porcentagem de pessoas que não realiza deslocamentos fora do domicílio, ou seja, a


falta de solicitação da infra-estrutura física e dos meios de transporte pela população. Na
tabela a seguir pode-se observar que a Taxa de Imobilidade no Município de São
Gonçalo é inferior à média da RMRJ.

Relatório Técnico – Volume I 49


Tabela 31: Taxa de Imobilidade por Município
Município Taxa de Imobilidade (%)
Rio de Janeiro 45,30
São Gonçalo 41,40
Duque de Caxias 48,00
Nova Iguaçu 57,40
Niterói 40,50
Total da RMRJ 46,60
Fonte: PDTU/RMRJ

• Motivo das Viagens


Para atender as necessidades de deslocamento da população são realizados diferentes
deslocamentos diários, afetando diretamente a dinâmica de uma Cidade. Sendo assim,
o motivo destas viagens é um importante indicador de comportamento da demanda do
transporte público, e por meio dele são extraídas informações relevantes ao
desenvolvimento de propostas e à modelagem da demanda.

Tabela 32: Distribuição das Viagens por Motivo


Motivo
Município Passag. Assuntos pessoais Compras/
Trabalho Estudo Outros Saúde
Estudo/trabalho e negócios Lazer
Rio de Janeiro 45% 29% 3% 8% 8% 4% 3%
São Gonçalo 32% 39% 2% 9% 6% 7% 4%
Duque de Caxias 35% 35% 1% 12% 6% 5% 4%
Nova Iguaçu 38% 39% 0% 8% 6% 5% 3%
Niterói 49% 25% 2% 9% 8% 4% 3%
Total da RMRJ 42% 33% 2% 9% 7% 4% 3%
Fonte: PDTU/RMRJ

Ressaltasse que o motivo de viagem estudo, no caso de São Gonçalo, se destaca em


relação aos outros motivos de viagem e destoa dos demais Municípios onde o motivo
trabalho é o que aparece com maior percentual. É importante que esta informação seja
bastante discutida, pois pode influir no tipo de equipamento social a ser proposto no
Plano Diretor.
• Tempos Médios de Viagens
O tempo médio de viagem pelo modo coletivo, em São Gonçalo, é cerca de 80% maior
que o tempo médio de viagem pelo transporte individual: são 56,0 contra 31,2 minutos,
conforme tabela a seguir. O tempo médio de viagens a pé em São Gonçalo é próximo
ao gasto na RMRJ, 16,8 e 17,4 minutos respectivamente, sendo que em todos os modos a
amplitude da variação do tempo é expressiva.

Tabela 33: Tempo Médio de Viagem por modo (em minutos)


A Pé Transporte Coletivo Transporte Individual
Município
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Capítulo: Infra-Estrutura

Rio de Janeiro 17,7 13,1 47,5 39,1 34,9 28,6


São Gonçalo 16,8 10,7 56,0 33,4 31,2 31,3
Duque de Caxias 18,1 15,5 75,9 52,3 34,8 37,2
Nova Iguaçu 13,2 10,0 54,8 44,4 27,4 40,8
Niterói 16,7 10,5 49,4 33,1 32,5 34,2
Total da RMRJ 17,4 13,0 54,8 42,3 34,0 31,0
Fonte: PDTU/RMRJ

Relatório Técnico – Volume I 50


O tempo de acesso por modo ou microacessibilidade refere-se ao tempo de
deslocamento a pé para atingir o veículo de transporte e reflete, portanto, a maior ou
menor proximidade da pessoa em relação ao modo de transporte a ser utilizado. Sendo
assim, a microacessibilidade influencia no modo e no conforto geral do deslocamento.
A tabela seguinte mostra a microacessibilidade para o transporte coletivo e individual na
RMRJ:

Tabela 34: Tempo de acesso a pé aos meios de transporte


Tempo de acesso médio
Modo de Transporte
(minutos) Desvio Padrão
Transporte Coletivo 10,4 9,0
Transporte Individual 0,4 2,5
Fonte: PDTU/RMRJ

Pode-se observar que o tempo de acesso a pé até o transporte coletivo é muito superior
ao de acesso ao transporte individual, o que indica a proximidade do local de parada
dos automóveis em relação aos seus usuários e a distribuição física da rede de transporte
coletivo.
• Fluxos de Transporte
Gráfico 06: Fluxos de Transporte

Capítulo: Infra-Estrutura

6.1.2 Sistema Viário (SV)

De acordo com o Plano de Transporte e Trânsito de São Gonçalo – PTT/SG (1997), apesar
de seu potencial, São Gonçalo sofre com a enorme carência de infra-estrutura urbana.
As mesmas condições foram verificadas ainda hoje, como:

Relatório Técnico – Volume I 51


• Falta de pavimentação ou passeio;
• Falta de ligação (descontinuidade física da via, comprometendo sua
capacidade e eficiência);
• Falta de vias marginais para acesso às propriedades lindeiras (como na RJ-106);
• Conflitos com pedestres;
• Pontos de acidentes;
• Congestionamentos;
• Conflito da operação de carga e descarga com entorno;
• Grandes pólos geradores de tráfego;
• Efeito de corte das vias de ligação rodoviária sobre a malha urbana dificultando a
circulação de veículos e pedestres (BR-101, RJ-104, RJ-106);
• Poluição ambiental;
• Conflitos nos pontos de conversões e nos pontos de parada;
• Estacionamento Irregular comprometendo a eficiência da via;
• Conflito no embarque/desembarque nos horários de chegada e saída das
escolas;
• Interseções ineficientes: risco de acidentes, falta de semáforo, perigo aos
pedestres;
• Falta de sinalização gráfica (vertical e horizontal);
• Intensa movimentação de ciclistas;
• Falta de rampas nas travessias de pedestres.

• Estruturação do Sistema Viário (SV)

No Plano Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana do Rio de Janeiro -


PDTU/RMRJ são caracterizados os principais corredores estruturais:
Corredor 1 – Rodovia BR-101, rodovia federal, que no Estado do Rio de Janeiro estrutura o
transporte intermunicipal e municipal nos municípios que atravessa. Conecta esta região
leste da Baía de Guanabara, pela Ponte Rio - Niterói, à região norte do estado. Desta
maneira esta rodovia é, hoje, um dos principais eixos de ligação do município de São
Gonçalo com a RMRJ, com uma extensão aproximada, dentro do município, de 23,4 km.
Com diversos acessos para o centro da cidade de São Gonçalo, se transformou, ao
longo dos anos, em um eixo estruturador de transporte e de desenvolvimento urbano do
município.
Trata-se de uma via expressa com duas pistas, sendo que, no Município de São Gonçalo,
apresenta duas faixas de rolamento em cada sentido. O principal local de retenção da
Capítulo: Infra-Estrutura

BR-101 é o ponto onde passa a ser denominada de Av. Governador Roberto da Silveira,
ainda no Município de Niterói, cujos reflexos chegam a afetar o desempenho do tráfego
geral também em trechos pertencentes ao Município de São Gonçalo. Apresenta fluxo
misto de tráfego, com linhas de transporte coletivo interestadual e intermunicipal, veículos
de carga e de passeio, sendo este último o de maior incidência na rodovia.
A ocupação lindeira pode ser considerada de pouca intensidade, preservada a faixa de
domínio da rodovia, com alguma ocorrência de serviços, quartéis militares, depósitos,

Relatório Técnico – Volume I 52


indústrias e o Shopping São Gonçalo. Este empreendimento dista cerca de 300 m do
acostamento, e possui acesso à rodovia; é um pólo significativo de atração de viagens,
tanto de veículos coletivos como particulares.
Ao longo deste corredor destacam-se, ainda, as conexões com a Av. Paiva, a R.
Visconde de Itaúna e o viaduto do Jardim Catarina, utilizadas para acesso a bairros de
São Gonçalo.
Corredor 2 – Neves (Porto Velho), este eixo estruturou-se paralelo à via férrea, ligando o
bairro do Barreto, em Niterói, ao Município de Maricá. A partir de Niterói o eixo é
composto pelo binário assim definido: Ruas Oliveira Botelho e Maurício Abreu, com
seqüência pela R. Dr. Alberto Torres; a partir do cruzamento com a R. João Damasceno,
segue pela R. Com. Ari Parreiras, depois Ruas Francisco Portela, Fontes, Jaime Figueiredo,
Avenidas 10 de Novembro e Pres. Kennedy, R. Feliciano Sodré, Dr. Nilo Peçanha, Alfredo
Backer, chegando, então à RJ-104, no bairro de Alcântara. A partir do cruzamento das
Avenidas Kennedy e Domingos Damasceno Duarte, e da R. Francisco Portela com a Av.
Cel. Serrado, o corredor segue pela Av. Dr. Alfredo Backer. Sua extensão é de
aproximadamente 12,0 km.
As vias deste corredor formam binários de pistas simples com sentido único de circulação
e duas faixas por sentido, à exceção da Av. Dr. Alfredo Backer, que opera com
circulação em mão dupla e uma faixa de rolamento em cada sentido. A partir deste
ponto este corredor passa a receber o fluxo de veículos oriundos do Corredor 3 – Sete
Pontes.
Os principais pontos de retenção são: a Praça. Profª. Estephânia de Carvalho, em Zé
Garoto, onde os dois corredores se cruzam; passagem de nível da ferrovia, na altura da R.
Abílio de Mattos com as Ruas Jaime Figueiredo e Dr. Francisco Portela; a passagem de
nível na altura do cruzamento da Av. Kennedy, R. Sá Carvalho e R. Cel. Moreira César; a
passagem de nível no cruzamento da Av. Kennedy com as Ruas Prof. Oscar Clark e Profª.
Lara Villela; em Alcântara, onde este corredor cruza a rodovia estadual RJ-104, junto ao
Terminal Rodoviário de Alcântara.
Os maiores fluxos de tráfego correspondem aos ônibus dos serviços de transporte coletivo
do município e intermunicipal.
A ocupação lindeira é predominantemente residencial, com a incidência de algum
comércio local. No trecho das Ruas Moreira César, Feliciano Sodré e Dr. Nilo Peçanha,
entre as Ruas Oscar Clark e o Clube Mauá, na passagem de nível da Av. Kennedy,
encontra-se o centro de negócios e administrativo de São Gonçalo, no Rodo e em Zé
Garoto, onde há domínio do uso comercial e de serviços.
Corredor 3 – Sete Pontes, este eixo é estruturado pelas Ruas Dr. March, Dr. Porciúncula, Dr.
Pio Borges, Dr. Getúlio Vargas, Av. Cel. Serrado, até a R. Francisco Portela, na altura da
Praça. Profª. Estephânia de Carvalho, em Zé Garoto, onde passa a se sobrepor ao
Corredor Neves, descrito acima.
As vias que compõem este eixo apresentam pista simples e, no geral, duas faixas por
sentido. O ponto de retenção deste corredor situa-se na Praça. Profª. Estephânia de
Carvalho, em Zé Garoto, onde cruza com o Corredor 2 – Neves (Porto Velho).
Capítulo: Infra-Estrutura

Assim como o corredor anterior, o fluxo de tráfego que sobressai é formado por ônibus
das linhas relativas aos serviços municipal e intermunicipal. A ocupação lindeira é
predominantemente residencial, com a incidência de algum comércio local. O uso
comercial mais intenso só ocorre na interseção dos dois corredores, próximo à Praça.
Profª. Estephânia de Carvalho, em Zé Garoto.

Relatório Técnico – Volume I 53


Corredor 4 – Rodovia RJ-104, trata-se da rodovia estadual Amaral Peixoto, considerada
como “Estrada Tronco do Norte Fluminense”, conectando Niterói à cidade do Rio de
Janeiro, através da Ponte Rio-Niterói, e do corredor formado pela Al. São Boaventura e
Av. Feliciano Sodré, em Niterói. Sua extensão no município é de aproximadamente 16,1
km.
Esta rodovia é constituída por duas pistas com duas faixas de rolamento em cada
sentido. Considera-se que o único ponto de retenção neste corredor situa-se nos acessos
ao Terminal Rodoviário de Alcântara, no cruzamento da R. Dr. Alfredo Backer com a RJ-
104.
Não há um modal que predomine sobre outro, pois há tráfego pesado de ônibus, vans,
automóveis e caminhões. Além disso, ocorre operação de carga/descarga em conflito
constante com o fluxo intenso de passagem pela rodovia.
A ocupação lindeira é predominantemente residencial, com a incidência de algum
comércio local.
Corredor 5 – Rodovia RJ-106, estrutura o eixo leste da Baía de Guanabara, e se constitui
num dos principais corredores de transportes desta região. Liga Tribobó ao Município de
Maricá, e deste, acompanhando a costa, até a Região dos Lagos e o Norte do Estado. É
uma via estruturadora regional, ligando o município de São Gonçalo a Niterói e Rio de
Janeiro, além de Maricá, Saquarema, Araruama, Iguaba Grande e todo o norte
Fluminense. Sua extensão no município é de aproximadamente 11,5 km.
A rodovia apresenta pista simples com duas faixas de tráfego por sentido. Não há ponto
de retenção significativo, e encontra-se em obras de duplicação em toda sua extensão.
A ocupação lindeira é predominantemente residencial, com a incidência de algum
comércio local.

Fig 27: Mapa Eixos Estruturais no Município de São Gonçalo

Capítulo: Infra-Estrutura

Relatório Técnico – Volume I 54


6.1.3 Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP)

O serviço de Transporte Coletivo de São Gonçalo caracteriza-se pela falta de integração


e complementaridade entre os modos atualmente existentes. Entre outros motivos para
este quadro está o alastramento do transporte alternativo, a superposição entre as linhas
de ônibus (municipal e intermunicipal) e a irracionalidade de oferta excessiva de serviço
em algumas regiões enquanto outras áreas apresentam oferta aquém do necessário.

6.1.4 Outros Sistemas de Transporte Interferentes

• Cicloviário

O potencial de uso da bicicleta em São Gonçalo é inegável: cidade plana, clima


favorável, grande número de jovens, grande número de famílias sem automóvel e hábito
de uso da bicicleta.
O uso da bicicleta é um importante instrumento na administração da qualidade de vida
de qualquer cidade, incluso nas grandes metrópoles, visto que é um modal não poluente,
econômico e alternativo ao uso do automóvel. Contribui na diminuição da incidência
dos miasmas derivados do uso indevido do automóvel, como: poluição sonora, poluição
atmosférica, poluição visual, insegurança, conflitos com pedestres, engarrafamentos,
entre outros.
Por ser um modal econômico, a potencialidade do uso da Bicicleta é democrática.
Todas as camadas da população têm acesso e se beneficiam de seu uso.

• Transporte Ferroviário

Atualmente em São Gonçalo o Sistema Ferroviário é ocioso, pois são realizadas apenas 02
viagens diárias para manter as áreas do entorno da linha férrea desocupadas. Não se
verificam cancelas para garantir a segurança durante a travessia de pedestres e veículos
sobre os trilhos, o que torna os cruzamentos perigosos.

• Transporte Hidroviário

Entre os projetos e planos existentes para o Município de São Gonçalo, encontra-se o


projeto de implantação de uma ligação hidroviária entre a Praça XV (Terminal Araribóia),
na cidade do Rio de Janeiro, e São Gonçalo. Tal intervenção busca a ampliação da
acessibilidade entre os municípios, reorganizando o transporte em nível metropolitano e
reduzindo o volume de ônibus na Ponte Rio-Niterói.
A viabilização da implantação de sistema de transporte coletivo por barcas dependerá
da integração modal com o sistema de transporte coletivo por ônibus e veículos
particulares em um terminal intermodal a ser construído próximo a Baía da Guanabara, à
BR-101 e ao São Gonçalo Shopping Rio e, também, do aumento da capacidade do
Capítulo: Infra-Estrutura

Terminal Araribóia.

• Transporte Metroviário

Tendo em vista a magnitude de um projeto de implantação de Sistema Metroviário de


Transporte Coletivo, proposição de diferentes amplitudes foram estudadas, entre elas a
que está sendo discutida para implantação é a Linha 3, que utilizando o leito ferroviário

Relatório Técnico – Volume I 55


ligará Niterói a Itaboraí e será complementada por um trecho em túnel sob a Baía da
Guanabara conectando Niterói à estação da Carioca na cidade do Rio de Janeiro.
Tanto a implantação do Sistema de Barcas, quanto do Sistema Metroviário estão previstas
no Plano Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana do Rio de Janeiro -
PDTU/RMRJ.

Fig 28: Mapa Sistemas de Transporte

6.2 Sistema de abastecimento de água

Os indicadores de abastecimento de água inicialmente apresentados tiveram como


fonte de dados o Censo 2000 do IBGE, sendo que no município de São Gonçalo 211.344
domicílios eram atendidos por rede de abastecimento de água, que atingia 80,4% das
habitações recenseadas (o pesquisador do IBGE não levantou a situação desse
atendimento, se regular ou proveniente de ligações clandestinas). Ainda existem
domicílios que utilizam nascentes e poços profundos ou rasos (19,6% dos domicílios).
Tendo como base informações obtidas em visitas de campo, junto aos prestadores de
serviços, informações levantadas junto ao SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre
Saneamento do Ministério das Cidades e da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico –
PNSB 2000, observam-se situações discrepantes das levantadas pelo Censo 2000, como se
descreve a seguir.
Capítulo: Infra-Estrutura

A concessão para a prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento


sanitário no município foi fornecida para a CEDAE (Companhia Estadual de Água e
Esgotos), entretanto encontra-se vencida desde 1992 e a prestação de serviços de água
tem sido desenvolvida pela Companhia Estadual sem a devida cobertura contratual.
Segundo os dados da CEDAE, inseridos no SNIS referente ao ano de 2004, no município
tem-se um atendimento da população urbana de 66,0% (625.683 habitantes), havendo
um total de 101.902 ligações ativas de água, 174.172 economias ativas (das quais 163.385

Relatório Técnico – Volume I 56


economias eram residenciais) e 360 km de rede de distribuição de água (média de 3,0
m/ligação).
Pelos dados acima é possível observar que segundo o Censo o número de residências
atendidas com água em 2000 era de 211.344 unidades enquanto que o número de
residências atendidas em 2004 segundo a CEDAE era de 163.385 unidades. Ainda
segundo o SNIS, o número de residências atendidas em 2000 era de 167.553 unidades. Por
esses números pode-se inferir que o número de economias da CEDAE reduziu no período
de 2000 para 2004. Entretanto, a discrepância observada entre os números de economias
residenciais (domicílios atendidos com água) pode estar relacionada com ligações
clandestinas, como se verá nos parágrafos subseqüentes.
A média de 3,0 m/lig para extensão de rede de distribuição de água por ligação é muito
baixa, se comparado com a média de todos os prestadores inseridos na amostra do SNIS,
que é de 11,4 m/lig. O valor de São Gonçalo, associado à situação horizontal
predominante na ocupação urbana permite inferir que há muitas áreas do município que
não apresentam rede de distribuição de água e somente as áreas altamente adensadas
é atendida, sendo que essa situação pode ser constata pela densidade de economia
por ligação de água, que no ano de 2004 foi de 1,71 econ./lig, sendo que a média dos
prestadores inseridos no SNIS é de 1,30 econ./lig. A situação se torna ainda mais crítica se
se considerar a existência de ligações clandestinas na rede existente.
Pelos números preliminares apresentados pode-se inferir que a situação do
abastecimento de água de São Gonçalo é crítico.
Na área do município é possível observar a utilização de caminhões pipa para o
abastecimento das áreas não atendidas regularmente, bem como a existência de
inúmeras ligações clandestinas nas redes existentes e operadas pela Companhia
Estadual.

Fig 29: Caminhão-Pipa utilizado para o abastecimento de áreas da cidade.

Capítulo: Infra-Estrutura

Relatório Técnico – Volume I 57


Fig 30: Ligações Clandestinas

É possível observar na foto, inclusive, a instalação de conjunto de recalque para viabilizar


a condução das águas até as residências.

6.2.1 Situação Geral da CEDAE na Área

Oficialmente constituída em 1 de agosto de 1975, apesar do Decreto-Lei n° 39 datar de


24 de março de 1975, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro – CEDAE se
originou das empresas de Águas e Esgotos dos Estados da Guanabara – CEDAG e de
Saneamento da Guanabara – ESA e da Companhia de Saneamento do Estado do Rio de
Janeiro – SANERJ. A partir desta data a CEDAE passou a operar e manter a captação,
tratamento, adução, distribuição das redes de águas e coleta, transporte, tratamento e
destino final dos esgotos gerados nos municípios conveniados do Estado do Rio de
Janeiro. A estratégia até então adotada pelas três empresas foi totalmente reformulada.
As obras executadas até o final de 1974 garantiram abastecimento de água
centralmente para a cidade do Rio de Janeiro. Com relação ao esgotamento sanitário,
muito estava por fazer, principalmente para os municípios da região metropolitana,
sendo os índices de mortalidade infantil muito elevados.
A ampliação do Sistema Guandu, projetado para resolver o abastecimento de água do
Estado da Guanabara, acabou sendo aproveitada para atender aos municípios da
Baixada Fluminense, de forma emergencial.
Atualmente, a CEDAE abastece mais de nove milhões de pessoas e promove o
esgotamento sanitário para uma população de mais de cinco milhões de pessoas.
O abastecimento de água dos municípios integrantes da bacia da Baía de Guanabara é
feito por intermédio de seis sistemas, quais sejam:
• Sistema Integrado do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense: abastece os
municípios do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense (Duque de Caxias, Nilópolis,
Capítulo: Infra-Estrutura

Nova Iguaçu, São João de Meriti, Belford Roxo, Queimados e Japeri);


• Sistema Integrado de Niterói e São Gonçalo: abastece os municípios de Niterói e
São Gonçalo e o distrito de Itambi, no município de Itaboraí; e
• mais quatro sistemas isolados: atendem os municípios de Itaboraí, Magé,
Cachoeiras de Macacu e Rio Bonito.

Relatório Técnico – Volume I 58


A atual configuração do Sistema Integrado de Niterói e São Gonçalo - Imunana-Laranjal,
data do final de 1982, ou seja, a mais de 20 anos atrás.
O sistema não possui uma separação física entre a adução e a distribuição,
principalmente, na região de São Gonçalo, o que tende a fazer com que o conjunto
adutora e rede, flutue de acordo com as variações de demanda, dependendo do
consumo, provocando falta d'água em alguns pontos ou ocasionando pressão excessiva,
o que leva a aumentar os vazamentos e provoca danos às tubulações.
A inexistência de setorização da distribuição e o elevado nível de perdas ocasionam o
descontrole do sistema. Assim, a produção de água potável de 5m3/s se torna insuficiente
para o abastecimento contínuo da totalidade da população.
No lugar de empreender esforços para reduzir as perdas, a CEDAE deu início a obras de
ampliação da produção de água.
Ainda com vistas à melhoria do abastecimento, a CEDAE, implantou a 5a linha adutora
de Niterói - Ramo Norte, que se caracteriza por uma adequação do abastecimento
através da ampliação de troncos, redes e da implantação de reservatórios. Todas as
obras foram executadas de acordo com o Plano Diretor e com o Programa de
Setorização de São Gonçalo cuja continuidade, aliada ao programa de micromedição,
possibilitará um adequado abastecimento de água na área de abrangência do sistema.
O tratamento completo, através da ETA do Laranjal, garante a qualidade da água
distribuída.

Fig 31: Vista Geral da ETA do Laranjal

6.2.2 Situação do Abastecimento de Água no Município

Como descrito anteriormente, o sistema produtivo que utiliza a ETA do Laranjal está
implantado na sede do município de São Gonçalo e desta ETA partem os sistemas
Capítulo: Infra-Estrutura

adutores que atendem a São Gonçalo e aos municípios próximos (Niterói e o Distrito de
Itambi, no município de Itaboraí, sendo que a vazão destinada a esse Distrito é muito
reduzida se comparada com as demandas de São Gonçalo e Niterói, sendo
desconsiderada nestes estudos). Segundo a CEDAE, em dezembro de 2004 a população
atendida em São Gonçalo era de 625.683 habitantes.
A ETA do Laranjal vinha reduzindo os volumes de água produzidos no período de 1999 a
2002, entretanto apresentou forte elevação nos anos de 2003 e 2004. É importante

Relatório Técnico – Volume I 59


destacar que a partir do ano de 2000, segundo a CEDAE, 100% das águas por ela
distribuídas em São Gonçalo e Niterói são tratadas.
Com relação às ligações hidrometradas, observa-se uma elevação significativa no
município, entretanto essa elevação não foi suficiente para que os índices de
hidrometração chegassem a patamares aceitáveis, sendo que no final de 2004
apresentava valor inferior a 50%.

O restante da população, não atendida oficialmente pela CEDAE, obtém água ou por
meio de ligações clandestinas no sistema da CEDAE, principalmente em derivações
inadequadas nas adutoras (de água bruta ou de água tratada), ou por meio de
derivações nas próprias redes de distribuição.

Fig 32: Ligação Clandestina em Rede de Distribuição – São Gonçalo

Foi possível observar situação onde a própria população instala barrilete para recalcar
água oriunda de ligações clandestinas até as suas casas. É importante salientar que a
energia elétrica utilizada também é oriunda de ligação clandestina na rede de
eletricidade.

Fig 33: Detalhe de Ligações Clandestinas em Rede – São Gonçalo.


Capítulo: Infra-Estrutura

Observa-se na figura anterior detalhe de ligações clandestinas em rede, com utilização


de energia elétrica para acionar conjunto elevatório clandestino.

Relatório Técnico – Volume I 60


Como não há setorização na rede de distribuição, essa situação proporciona variações
de pressões significativas nas instalações domiciliares, além de elevação nos índices de
perdas (físicas e não físicas) do sistema da CEDAE. Partes das redes estão implantadas de
maneira inadequada, sendo possível observar trecho aéreo de rede sob as águas de um
córrego que recebe quantidade significativa de esgotos sem tratamento, havendo
elevado risco de contaminação das águas na rede durante os períodos de intermitência
no abastecimento, quando pode ocorrer subpressões nas tubulações.
Outra parcela da população obtém água por meio de poços rasos perfurados nas áreas
dos lotes, situação inadequada se considerar a presença de fossas rudimentares em
alguns desses lotes. É possível observar, ainda, a utilização de águas de nascentes, onde
a população busca água para atender suas necessidades básicas e de caminhões pipa.

Fig 34: Ligação Clandestina em São Gonçalo

Observa-se na figura Ligação Clandestina com tubulação sobre o solo passando dentro
de valas com esgotos a céu aberto
Fig 35: Rede de Distribuição de Água sob córrego que recebe esgotos brutos

Capítulo: Infra-Estrutura

Como descrito anteriormente, no sistema integrado São Gonçalo e Niterói, operado pela
CEDAE, não há setorização do sistema de distribuição de água e esse fato faz com que

Relatório Técnico – Volume I 61


haja pressões inadequadas decorrentes da variação do consumo ao longo do dia, do
dimensionamento inadequado de alguns trechos e do recalque em outros trechos
(elevadas em determinados pontos e reduzidas em outros), proporcionando rompimentos
em redes ou intermitência de abastecimento nesses locais. Essas duas situações agravam
os riscos de contaminação das águas distribuídas à população e incentivam a
proliferação de ligações prediais. O sistema de reservação da cidade também é
insuficiente, havendo necessidades de ampliações. As populações não atendidas de
maneira regular compram água de carros-pipa.

Fig 36: Carros Pipa utilizados para o Abastecimento em São Gonçalo

Pelas informações apresentadas pode-se observar que o sistema existente em São


Gonçalo apresentou no ano de 2004 uma produção total (A06) de 166.841,7 x 1000 m3,
entretanto foi consumido em São Gonçalo (A10 – A19) apenas 56.929 x 1000 m3, sendo
que um volume próximo foi exportado (A19) para Niterói (56.765,0 x 1000 m3). O volume
micromedido (A20) em 2004 em São Gonçalo foi de 19.556,1 x 1000 m3, sendo inferior ao
volume de 2003.
Com relação aos investimentos no sistema são apresentados os valores aplicados no
período, podendo-se inferir que foram aplicados poucos recursos, sendo que no período
de 10 anos o total investido foi inferior a R$ 40 milhões, a valores históricos, insuficientes
para mudar a situação grave de precariedade do sistema. Capítulo: Infra-Estrutura

Relatório Técnico – Volume I 62


Gráfico 07: Investimentos em Sistema de Abastecimento de Água

Fonte: SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento do Ministério das Cidades

6.2.3 Observações Referentes ao Abastecimento de Água

Pelo anteriormente exposto, é possível observar no sistema de abastecimento de água


de São Gonçalo:
• O sistema existente apresenta a configuração desde o ano de 1982, e no período
de mais de 20 anos não ocorreram modificações significativas;
• O sistema produtor apresenta restrições de oferta de água tanto em função de
necessidades de ajustes na unidade de tratamento, quanto na capacidade do
manancial utilizado (qualidade e quantidade de água);
• As unidades operacionais existentes (ETA, elevatórios, reservatórios) necessitam de
mecanismos de modernização, do tipo automação, por exemplo. Na ETA
existente não há mecanismos para o reaproveitamento das águas de lavagem
utilizadas no processo;
• A rede de distribuição necessita de setorização, redimensionando e ampliação,
no intuito de se adequar às necessidades atuais e futuras.
• As ligações prediais necessitam de hidrometração ou de manutenção dos
hidrômetros existentes. As ligações clandestinas também devem ser monitoradas e
reduzidas.
• As carências observadas nos serviços de abastecimento de água estão
relacionadas principalmente a:
− Limitação da quantidade e da qualidade dos recursos hídricos, agravada
em função da quase total inexistência de ações que visem à preservação
desses mananciais;
− Crescimento desordenado e explosivo da população e conseqüentemente
Capítulo: Infra-Estrutura

da demanda;
− Insuficiência e ineficiência na aplicação dos recursos financeiros disponíveis.
Essa situação proporciona níveis de atendimento atuais na ordem de 60% da
população urbana para os serviços de abastecimento de água;
− Conflitos na gestão dos serviços, entre a prestadora e o município, sendo
que a concessão fornecida à CEDAE encontra-se vencida;

Relatório Técnico – Volume I 63


• A insuficiência de recursos financeiros leva a implantação de pequenas partes
dos sistemas, que em função de planejamentos inadequados proporcionam
obras que não trazem benefícios às populações. Agravando essa situação tem-se
a interrupção de desembolsos financeiros por parte de órgãos financiadores, o
que acarreta paralisação nas obras com conseqüentes prejuízos para a
qualidade dos sistemas em execução.

6.3 Sistema de esgotamento sanitário

Similar ao apresentado para abastecimento de água, os indicadores de esgotamento


sanitário inicialmente apresentados se referem ao Censo de 2000 do IBGE, sendo que,
segundo essa fonte, cerca de 105.936 domicílios (40,3%) eram atendidos pela rede geral
de esgoto, ou que lançam seus esgotos diretamente na rede pluvial, o que caracteriza
um sistema bastante precário. A tabela a seguir demonstra a qualidade do sistema em
território municipal.

Tabela 35: Dados de Domicílios Atendidos – Esgotos Sanitários


Forma de Eliminação de Dejetos Número de Domicílios Percentual
Domicílios que utilizam fossa séptica 106.823 40,6%
Domicílios atendidos pela rede de esgoto ou pluvial 105.936 40,3%
Domicílios que utilizam fossa rudimentar 12.370 4,7%
Domicílios que lançam seus esgotos em valas 21.426 8,2%
Domicílios que lançam seus esgotos em rios e lagos 11.627 4,4%
Outras formas de escoadouro 2.794 1,1%
Domicílios sem sanitário 1.916 0,7%

Total de Domicílios Particulares Permanentes no Município 262.892


Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000.

Segundo informações apresentadas pela CEDAE para Dez/2004, o índice médio de


atendimento com esgotamento sanitário no município é de 1,6%, enquanto que a média
de atendimento de população urbana no Brasil é de 46,6% (Segundo o SNIS) e
considerando todos os prestadores de serviços pesquisados.
Para minimizar o problema local, a população acaba por utilizar as instalações de
drenagem urbana para o lançamento de seus esgotos sanitário, os quais são lançados,
sem tratamento, nos cursos d’água que cortam a cidade. É possível observar o
escoamento de esgotos a céu aberto em diversas ruas da cidade, bem como na quase
totalidade dos cursos d’água que cruzam a cidade.

Fig 37: Esgotos a Céu Aberto em Vias Públicas.


Capítulo: Infra-Estrutura

Relatório Técnico – Volume I 64


Fig 38: Esgotos brutos lançado nos cursos d’água que cruzam o município.

Comparativamente com o quadro descrito para os serviços de abastecimento de água –


por si só altamente preocupante pelos efeitos nocivos sobre a saúde humana e o meio
ambiente – a insuficiência quantitativa e qualitativa dos serviços de esgotamento
sanitário é ainda mais aguda.

6.3.1 Esgotamento Sanitário em São Gonçalo

Praticamente inexistem redes coletoras em operação, que escoam somente esgotos


sanitários. Pelas informações da CEDAE, no ano de 2004 havia um total de 15.378
habitantes atendidos (1,6% da população urbana), 427 km de rede coletora e 3.036
ligações ativas de esgotos.
Nos locais onde a CEDAE implantou rede coletora observa-se a presença de unidades de
tratamento (2 ETE’s), entretanto as mesmas se encontram com operação inadequada ou
fora de operação. Uma dessas unidades de tratamento, que utiliza em uma das etapas
de depuração dos resíduos o processo anaeróbio (Reatores Anaeróbios de Fluxo
Ascendente), foi implantada em área inadequada (dentro da área urbana), fato que
proporciona forte odor desagradável e constantes reclamações das populações
localizadas em áreas próximas. As fotos apresentam detalhes das unidades operacionais
implantadas em São Gonçalo e que apresentam operação inadequada.

Fig 39: Vista Geral da ETE em Laranjal


Capítulo: Infra-Estrutura

Relatório Técnico – Volume I 65


Fig 40: ETE em Laranjal – Caixa de Areia afogada

Fig 41: ETE Laranjal - Elevatória com sobrenadantes – Operação Inadequada

Fig 42: Esgotos Laranjal – Equipamento de Aeração Retirado – Grades Enferrujadas

Capítulo: Infra-Estrutura

Relatório Técnico – Volume I 66


Fig 43: ETE Laranjal – Fissuras nas Paredes dos Reatores

A outra ETE, de grande porte, implantada em São Gonçalo, encontra-se com operação
inadequada em função do processo de tratamento utilizado e em função da
insuficiência de esgotos a ela conduzidos. A foto apresenta uma visão geral da referida
ETE. Pela imagem também é possível observar a proximidade da unidade de tratamento
com a área urbana e com uma área de laser (piscinão).
A parcela da população atendida regularmente pela CEDAE não tem sido ampliada ao
longo dos anos, como pode ser observado nas figuras que apresentam respectivamente
a população atendida em habitantes e o índice de atendimento.

Gráfico 08: População Atendida com Esgotamento Sanitário pela CEDAE

Fonte: SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento do Ministério das Cidades
Capítulo: Infra-Estrutura

Relatório Técnico – Volume I 67


Fig 44: ETE São Gonçalo – Vista Geral – Implantada dentro do PDBG.

Fonte: SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento do Ministério das Cidades

Observa-se a mesma situação para as ligações ativas e os volumes coletados, mas para
o volume tratado observa-se elevação em 2003 e em 2004, provocado pelo início de
operação de ETE implantada pela CEDAE.
Gráfico 09: Quantidade de Ligações Ativas de Esgotos – CEDAE

Capítulo: Infra-Estrutura

Fonte: SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento do Ministério das Cidades

Relatório Técnico – Volume I 68


Gráfico 10: Volume de Esgotos Coletados – CEDAE

Fonte: SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento do Ministério das Cidades

Gráfico 11: Volume de Esgoto Tratado – CEDAE

Fonte: SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento do Ministério das Cidades

Ao se verificar os investimentos no sistema de esgotamento sanitário, efetuados pela


CEDAE, observa-se que os valores são significativos, sendo que no período de 10 anos
foram aplicados mais de R$ 134 milhões, a valores históricos.

Infelizmente, os recursos aplicados não se traduziram em benefícios para a população de


São Gonçalo, sendo que apenas uma parcela insignificante da população é por ele
atendida.
O Gráfico 25 apresenta a evolução da extensão de rede no sistema de esgotos da
CEDAE, podendo-se observar que a extensão de rede de esgotos em 2004 (427 km) era
superior à extensão de rede de água (360 km), entretanto a média de metros por ligação
Capítulo: Infra-Estrutura

(Gráfico 26) de esgotos, em 2004, era de 140,5 m/lig, muito superior à verificada para o
sistema de água (3,0 m/lig).

Relatório Técnico – Volume I 69


Gráfico 12: Extensão de Rede Coletora de Esgotos – CEDAE

Fonte: SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento do Ministério das Cidades

Apesar das redes coletoras terem sido implantadas, observa-se que as ligações prediais
não foram efetivadas e assim, as populações dessas áreas não estão sendo beneficiadas
com o esgotamento sanitário.
Essa situação é muito preocupante, uma vez que as redes podem estar sendo obstruídas
por lançamentos inadequados (lixo, entulho, solo, etc.), fato que poderá proporcionar
danos irreversíveis.
Outra parcela da população lança seus efluentes líquidos em fossas rudimentares ou
sépticas seguidas de sumidouros. A parcela da população que utiliza essa solução
corresponde àquela que não consegue lançar seus efluentes em galerias de águas
pluviais ou diretamente nos cursos d’água que cruzam a cidade. É possível observar em
algumas áreas o lançamento de esgotos a céu aberto, em valas cavadas às margens
das vias ou diretamente sobre essas vias.
Outra parcela da população lança seus esgotos diretamente nos cursos d’água.

Fig 45: Esgotos Lançados a Céu Aberto – Valas às Margens das Ruas
Capítulo: Infra-Estrutura

Relatório Técnico – Volume I 70


Fig 46: Esgotos Lançados a Céu Aberto – Valas às Margens das Ruas

Fig 47: Esgotos Lançados diretamente nos Cursos D’água

A maior parcela da população (aproximadamente 50% segundo a prefeitura municipal)


lança seus esgotos em galerias de águas pluviais. Essa situação será descrita em conjunto
com o sistema de drenagem urbana, entretanto cabe salientar que as tubulações
utilizadas na drenagem são em concreto vibrado inadequados para sistemas de
esgotamento sanitários que requerem tubulações em concreto centrifugado. A tabela a
seguir apresenta as principais informações e indicadores referentes à prestação dos
serviços de esgotamento sanitário em São Gonçalo, por intermédio da CEDAE.

6.3.2 Observações Referentes ao Sistema de Esgotamento Sanitário

Pelo exposto, é possível observar no sistema de esgotamento sanitário de São Gonçalo:


O sistema existente vem sendo ampliado com recursos do PDBG, entretanto, as
Capítulo: Infra-Estrutura


respectivas unidades não estão sendo colocadas em operação, principalmente
em função da inexistência de ligações prediais;
• O corpo receptor dos esgotos (Baía de Guanabara) não apresenta restrições de
capacidade, entretanto as unidades de tratamento devem operar
adequadamente para que não haja danos ambientais não previstos nos projetos;

Relatório Técnico – Volume I 71


• A rede de coletora necessita ser utilizada sob o risco de se deteriorar e de se
tornar inadequada. Para tanto é importante a implantação das ligações prediais;
• Tem-se necessidade de implementação de ações para eliminar o lançamento de
esgotos em galerias de águas pluviais e de águas pluviais nas redes coletoras de
esgotos, para as áreas onde os dois sistemas se encontram implantados;
• As carências observadas nos serviços de Esgotamento Sanitário estão
relacionadas principalmente a:
− Crescimento explosivo da população e conseqüentemente da demanda;
− Insuficiência e ineficiência na aplicação dos recursos financeiros disponíveis.
Essa situação proporciona níveis de atendimento atuais na ordem de 1,6% da
população urbana para os serviços de Esgotos sanitários;
− Conflitos na gestão dos serviços, entre a prestadora e o município, sendo que
a concessão fornecida à CEDAE encontra-se vencida;
• A insuficiência de recursos leva a implantação de pequenas partes dos sistemas,
que em função de planejamentos inadequados geram obras que não trazem
benefícios às populações. Agravando essa situação tem-se a interrupção de
desembolsos financeiros por parte de órgãos financiadores, o que acarreta
paralisação nas obras com conseqüentes prejuízos para a qualidade dos sistemas

Tabela 36: Informações e Indicadores da Prestação de Serviços de Esgotos em São Gonçalo – (SNIS
1995/2004)
economias ativas de
E02 - Quantidade de

E03 - Quantidade de

E08 - Quantidade de

E09 - Quantidade de

E28 - Consumo total


total atendida com

de energia elétrica
residenciais ativas
ligações ativas de

ligações totais de
E04 - Extensão da

esgoto coletado
E01 - População

E05 - Volume de

E06 - Volume de

E07 - Volume de
esgoto faturado

nos sistemas de
rede de esgoto

esgoto tratado
esgotamento

economias

de esgoto
sanitário

esgotos
esgoto

esgoto

esgoto
Ano

1.000 1.000 1.000


1.000 kWh/
habitante ligação economia km m3/ m3/ m3/ economia ligação
ano
ano ano ano
1996 18.000 3.116 4.884 106,0 365,0 1.558,6 4.746
1997 18.000 3.150 4.938 106,0 365,0 0,0 1.460,0 4.798
1998 3.053 4.798 209,0 1.416,0 4.662
1999 26.661 3.027 4.778 116,0 116,0 4.645
2000 20.668 4.452 7.150 118,0 1.275,2 1.275,2 5.167
2001 15.455 3.046 4.811 118,0 3.732,5 0,0 1.289,4 4.641 3.273
2002 15.395 3.043 4.797 426,0 1.275,0 0,0 1.275,0 4.623 3.266
2003 15.455 3.037 4.791 426,0 1.259,3 11.198,0 1.259,3 4.619 3.037 1.653,0
2004 15.378 3.035 4.789 427,0 17.061,0 17.061,0 980,0 4.618 3.035 3.857,0
I015 - Índice de

I024 - Índice de

atendidos com
esgoto referido
I021 - Extensão

aos municípios
realizados em
Investimentos
direta-esgoto

esgotamento
F03 - Receita

atendimento
operacional

I006 - Tarifa

da rede de
esgoto por

urbano de
coleta de
média de
sanitário

ligação
esgoto

esgoto

água
F24 -

Ano
Capítulo: Infra-Estrutura

R$/ano R$/ano R$/m3 percentual m/lig. percentual


1996 228,0 59.724.000,0
1997 815.442,0 17.439.572,0
1998
1999 957.938,4 18.829.030,0
2000 1.455.235,0 14.726.763,0 2,3
2001 1.070.113,8 1.382.236,1 0,83 7,7 1,7

Relatório Técnico – Volume I 72


2002 1.207.917,0 9.662.244,0 0,95 2,7 83,2 1,7
2003 1.399.177,0 6.702.780,0 1,11 2,6 135,2 1,7
2004 1.313.360,8 5.617.304,0 1,34 30,0 140,5 1,6
Fonte: SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento do Ministério das Cidades

6.4 Energia Elétrica

Segundo as informações contidas no Censo 2000, em São Gonçalo, 99,9% dos domicílios
eram atendidos com energia elétrica.
A distribuição de energia em São Gonçalo é de responsabilidade da empresa AMPLA,
que segundo dados da Fundação CIDE/RJ (2001), atendia no Município a 283.098
consumidores, com um consumo médio de 1.023.590 MWh. Na tabela a seguir é possível
verificar o número de consumidores e o consumo de energia elétrica por classes de
consumidores em 2000, no Município de São Gonçalo. Como pode ser verificado, o
consumo mais expressivo é observado na classe residencial, com 54% do consumo de
energia elétrica local, seguida da classe comercial com 19% e da industrial com 16%. Em
2002 o total de consumidores aumentou para 303.810, com declínio de consumo que
passou para 895.829 MWh, reflexo da crise de energia ocorrida no país (apagão).

Tabela 37: Consumo de Energia Elétrica por Classe de Consumo – 2000


Total Resid. Industrial Comercial Rural Outros

Consumidores 283.098 265.806 862 15.923 6 501


Consumo (Khw) 1.023.590 551.114 167.050 192.546 209 112.671
Fonte: CIDE, Anuário Estatístico do ERJ,2001

A tabela apresenta os números de ligações existentes em dezembro de 2004 e 2005,


segundo informações fornecidas pela AMPLA. Por essa tabela é possível observar que o
número de consumidores industriais está reduzindo ao longo dos anos, tendo passado de
862 consumidores em 2000 para 636 consumidores em 2005. O número de consumidores
da categoria comercial em 2005 é inferior ao verificado para o ano de 2000, apesar de
ter apresentado crescimento entre os anos de 2004 e 2005. Com relação aos
consumidores da categoria residencial observa-se um crescimento constante no período.

Tabela 38: Consumo de Energia Elétrica por Classe de Consumo – AMPLA


Total Resid. Industrial Comercial Rural Outros

Consumidores - 2004 285.992 270.279 651 15.062 0 -


Consumidores - 2005 301.735 285.643 636 15.456 0 -
Fonte: AMPLA, 2006

Como pode ser observado no município, existe uma quantidade significativa de ligações
clandestinas de energia elétrica, sendo possível observá-las em vários bairros do
município, principalmente nos setores com menor presença de infra-estrutura.
A Prefeitura Municipal de São Gonçalo tem tido problemas com a companhia de energia
Capítulo: Infra-Estrutura

elétrica Ampla, decorrente de crimes ambientais cometidos na cidade. A empresa tem


cortado árvores sem autorização, jogado lixo em vias públicas e invadindo mangues, que
são considerados Áreas de Preservação Permanentes. Os flagrantes dessas
irregularidades deram origem a processos administrativos e multas.

6.5 Manejo de Águas Pluviais Urbanas

Relatório Técnico – Volume I 73


Com relação à drenagem urbana apesar da falta de informações detalhadas e cuja
responsabilidade de operação e manutenção está a cargo da prefeitura municipal, a
situação também é grave, principalmente nas áreas próximas à baía de Guanabara,
onde é possível observar áreas planas (com difícil escoamento das águas pluviais ali
incidentes) e até mesmo ocupação das margens de rios e áreas de mangue, com
edificações. Essa última situação dificulta o escoamento das águas pluviais e fluviais,
proporcionando constantes alagamentos em determinadas áreas.

Fig 48: Curso D’Água com reduzida declividade – Trecho sofre influência da maré.

Fig 49: Margens de Curso D’Água totalmente ocupadas por residências

Observa-se na foto que as águas do curso d’água têm coloração indicando forte
Capítulo: Infra-Estrutura

presença de esgotos sanitários.


Nas galerias existentes no município não há quaisquer mecanismos para redução da
velocidade das águas nos pontos de lançamentos (bacias de dissipação) e muito menos
dispositivos de amortecimento de vazões. Segundo a prefeitura, na área do município há
rede de drenagem em aproximadamente 50% da área urbana, sendo que quase a sua
totalidade é utilizada para escoamento dos resíduos líquidos domiciliares.

Relatório Técnico – Volume I 74


Como as redes coletoras de águas pluviais estão sendo constantemente utilizadas por
esgotamento sanitário, observa-se que não há serviços adequados de limpeza e
desobstrução das galerias. Esse fato tem proporcionado o assoreamento das tubulações
e a redução da capacidade de escoamento das mesmas. Outra situação que vem
ocorrendo de maneira acelerada é a deterioração das tubulações de drenagem, pois as
mesmas são inadequadas para o escoamento de esgotos residenciais. Assim, os gases
liberados dos esgotos sanitários estão atacando o concreto das tubulações e
proporcionando decomposição das suas partes superiores.
Outra situação verificada na cidade está relacionada à precariedade dos serviços de
operação e manutenção das galerias e a depredação que tem ocorrido por parte da
população. É possível observar situações onde há furtos ou danos nas grelhas ou nos
tampões de ferro fundido e o lançamento de entulhos e lixo nos poços de visitas ou
bocas de lobo existentes.

Fig 50: Bocas de Lobo com grelhas danificadas

Fig 51: Bocas de Lobo com grande quantidade de lixo lançado pela população

Como conseqüência de todo o exposto, verifica-se que praticamente todos os cursos


d’água que cruzam a área urbana do município estão totalmente poluídos e suas águas
apresentam aspectos sépticos, com coloração acinzentada ou até mesmo negra.
Capítulo: Infra-Estrutura

Agravando-se essa situação observa-se a ocupação desordenada das margens de


diversos trechos desses córregos. Essa situação proporciona estrangulamento de seção e
redução na capacidade de escoamento das suas águas e conseqüentemente
surgimento de processos de inundação em áreas a montante.
Essas inundações apresentam basicamente três causas:
• inexistência ou deficiência da micro-drenagem;

Relatório Técnico – Volume I 75


• insuficiência da macro-drenagem, provocada ou pelo estrangulamento das
seções dos mananciais ou pela elevação da vazão de cheia decorrente do forte
processo de urbanização, ou ainda pela baixa declividade dos cursos d’água, ou
pela influência das marés;
• destruição da vegetação das margens dos córregos, proporcionando o
assoreamento acelerado dos seus leitos, reduzindo também a capacidade de
escoamento das vazões de cheia.

Fig 52: Córrego sem vegetação natural – assoreamento do seu leito (inclusive lixo)

Fig 53: Margens de córrego ocupada por invasão - Estrangulamento da sua seção

Fig 54: Córrego com suas margens ocupadas – Estrangulamento da sua seção de escoamento
Capítulo: Infra-Estrutura

Relatório Técnico – Volume I 76


Fig 55: Córrego sem vegetação natural – assoreamento do seu leito (inclusive lixo).

Fig 56: Córrego canalizado com assoreamento de seu leito

Capítulo: Infra-Estrutura

Relatório Técnico – Volume I 77


Fig 57: Córrego canalizado, com presença de vegetação, assoreamento do leito e águas com
aspectos sépticos

6.5.1 Observações Referentes ao Sistema de Águas Pluviais

Pelo anteriormente exposto, é possível observar no sistema de águas pluviais de São


Gonçalo:
• O sistema existente vem sendo ampliado com recursos próprios da prefeitura,
entretanto não há uma concepção para sistema como um todo, bem como
avaliações ambientais, por bacia, dos impactos decorrentes das intervenções;
• Os corpos receptores das águas pluviais são os mesmos corpos receptores dos
esgotos (sistema unitário), havendo elevado índice de contaminação. A situação
é agravada pelas constantes inundações em diversas áreas, fato que
proporciona contato da população com os esgotos e lixo;
• Não há cadastro técnico das galerias de águas pluviais existentes, fato que
dificulta uma análise de suas capacidades. A presença permanente de esgotos
sanitários nessas tubulações também dificulta avaliar os seus estados de
conservação;
• A manutenção inadequada e as baixas declividades das galerias têm
proporcionado assoreamento de diversos trechos, havendo necessidade de
recuperação desses trechos sob o risco de se tornarem inadequados para uso
futuro;
• Tem-se necessidade de implementação de ações para eliminar o lançamento de
esgotos em galerias de águas pluviais e de águas pluviais nas redes coletoras de
esgotos, para as áreas onde os dois sistemas se encontram implantados;
• As carências observadas nos serviços de drenagem urbana estão relacionadas
principalmente a:
− Crescimento desordenado e explosivo da população e conseqüentemente
ocupação inadequada do solo;
Capítulo: Infra-Estrutura

− Insuficiência e ineficiência na aplicação dos recursos financeiros disponíveis,


haja vista que os projetos implementados não apresentam avaliações
técnicas, econômicas e ambientais;
− Precariedade de estrutura de operação e manutenção dos serviços, seja
em função de mão de obra, seja em função de equipamentos apropriados;

Relatório Técnico – Volume I 78


• A insuficiência de recursos financeiros leva a implantação de pequenas partes
dos sistemas, que aliado a planejamentos inadequados proporciona obras que
acabam por agravar a situação nos trechos a jusante, ampliando os riscos de
inundações. A carência de dispositivos de amortecimento de vazão amplia a
quantidade de água afluente nas áreas de baixio do município.

6.6 Resíduos sólidos

Se por um lado a coleta de lixo é razoável no município, por outro se observa que os
serviços de limpeza urbana e de disposição no solo necessitam de profundos
melhoramentos, pois os cursos d’água apresentam-se assoreados, há vegetação
espalhada pelas vias, lançamento de troncos de árvores em cursos d’água (inclusive por
próprios funcionários da prefeitura, indicando a necessidade de um programa de
educação ambiental).
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada pelo IBGE em 2000, é
possível observar que naquela época, no município de São Gonçalo, não havia controle
da disposição dos resíduos sólidos industriais, nem coleta seletiva, nem reciclagem de
maneira organizada dos resíduos sólidos ali produzidos. Foi possível levantar a existência
de remoção sistemática de entulhos e coleta de lixos especiais, entretanto esses resíduos
não apresentavam destinação adequada, sendo que todos os resíduos sólidos coletados
eram dispostos em vazadouro a céu aberto.
Informações obtidas junto à Prefeitura Municipal indicam que os serviços de coleta e
limpeza urbana deverão apresentar melhorias significativas, uma vez que no mês de
abril/06 foi concluída a licitação e deu-se início à prestação desses serviços pela Empresa
ServiFlu, vencedora do processo licitatório, cujo contrato tem duração de 5 anos. A
referida empresa está responsável pelos serviços de coleta de lixo e detritos, pela pintura
de meio-fio, higienização de logradouros e coleta de lixo hospitalar. Já no mesmo mês de
abril, a empresa iniciou a prestação dos serviços contando com uma frota de 60
caminhões compactadores.
Para combater o lançamento de resíduos sólidos em locais inadequados a Prefeitura de
São Gonçalo e a Secretaria Estadual de Educação laçaram em conjunto no mês de
março/06, o programa “Lixo no lixo – a caminho da reciclagem”. O convênio tem o
objetivo de estimular a discussão e o aprendizado da criança sobre as questões
ambientais, utilizando o lixo como ferramenta. Alunos de 104 escolas estaduais e 80
municipais vão participar do programa. Outra ação empreendida está ligada à
fiscalização de lotes baldios.
A Prefeitura de São Gonçalo, através da Secretaria de Fazenda e da Secretaria de Infra-
Estrutura, Urbanismo e Meio Ambiente, desde dezembro de 2005, está realizando
operações para identificar e multar proprietários de terrenos baldios que não estejam
murados e limpos conforme determina o Código de Posturas do município. A medida tem
o objetivo de evitar o lançamento inadequado de resíduos sólidos, bem como a
proliferação de vetores de doenças, como a infestação de baratas, ratos e mosquitos
transmissores da dengue.
Capítulo: Infra-Estrutura

Outra medida recentemente adotada pela prefeitura foi a interrupção da coleta de lixo
no período noturno, sendo que as atividades passaram a ocorrer somente durante o dia.
A limpeza só continuará noturna nos centros comerciais da cidade.
Os primeiros locais escolhidos para receberem as mudanças foram os bairros do
Camarão, Porto da Pedra, Porto Velho, Patronato, onde os caminhões de lixo passarão as
segundas, quartas e sextas-feiras. Já os bairros da Trindade e do Jardim Alcântara, terão
seus lixos recolhidos as terças, quintas e sábados.

Relatório Técnico – Volume I 79


As fotos a seguir ilustram algumas das situações onde ainda ocorrem lançamentos
inadequados de resíduos sólidos no meio-ambiente (terrenos baldios, cursos d’água e
galerias de águas pluviais).

Fig 58: Lixo lançado a céu aberto em terrenos vazios – loteamentos não regularizados

Fig 59: Lançamento de lixo e esgotos brutos nos cursos d’água que cruzam a cidade

Fig 60: Presença de Lixo nos cursos d’água que cruzam a cidade
Capítulo: Infra-Estrutura

Relatório Técnico – Volume I 80


Fig 61: Funcionário da Prefeitura lançado restos de podas de árvores em curso d’água

Fig 62: Presença de Lixo em galerias de águas pluviais

Com relação à destinação final dos resíduos sólidos coletados, a prefeitura realizou
licitação, fornecendo a concessão dos serviços por um período de 30 anos à empresa
CTR Alcântara, que desde o início de 2005 está operando o Aterro de Itaoca.
No referido aterro chega, em média, 853,5 ton/dia (considerando o período de dados
fornecido pela concessionária a apresentado na Tabela a seguir), dos quais 488, 66
ton/dia são oriundas de domicílios, 3,77 ton/dia de podas e galhos, 4,06 de varrição, 27,74
ton/dia de dragagens, 0,57 ton/dia de entulhos, 1,78 ton/dia de resíduos de serviços de
saúde, 5,41 t/dia de lodo. É importante destacar que os resíduos sólidos industriais não são
Capítulo: Infra-Estrutura

conduzidos ao aterro de Itaoca, sendo de responsabilidade do produtor a sua


destinação adequada.

Relatório Técnico – Volume I 81


Tabela 39: Resíduos Sólidos Aportados ao Aterro de Itaoca
ORIGEM / RESÍDUOS (média diária no mês - ton/dia)

P.M.S.G. PLUV.
SUB- TOTAL
Mês (mm/
TOTAL GERAL
DOM_ PUB_ VAR- ENTU- dia)
PODAS_ DRAG. RSS LODO
ORD GRAN. RIÇÃO LHO
GAL
novembro-05 495,26 362,14 4,67 5,49 39,48 1,65 1,60 4,38 911,41 911,41 7,17
dezembro-05 547,72 375,81 6,52 4,28 19,75 0,44 1,78 7,33 963,64 963,64 6,00
janeiro-06 532,27 291,61 3,55 3,45 9,78 0,67 1,75 6,35 849,43 849,43 9,04
fevereiro-06 511,59 256,53 3,34 3,23 28,81 0,09 1,80 5,55 810,95 810,95 3,86
março-06 452,36 145,74 2,84 4,43 22,86 0,26 1,80 4,92 635,20 635,20 1,94
abril-06 464,36 398,97 5,57 3,65 35,47 0,36 2,07 6,02 916,47 916,47 2,21
maio-06 450,16 327,89 1,57 4,71 52,82 1,11 1,85 3,99 844,09 844,09 2,77
junho-06 455,57 416,57 2,06 3,27 12,95 0,00 1,60 4,77 896,78 896,78 0,76

Média 488,66 321,91 3,77 4,06 27,74 0,57 1,78 5,41 853,50 853,50 4,22

Fonte: CTR Alcântara

No referido aterro observa-se instalações para a incineração dos resíduos de saúde,


reciclagem de material de entulho e compostagem.

Fig 63: Incinerador de resíduos de saúde

Fig 64: Reciclagem de entulhos


Capítulo: Infra-Estrutura

Relatório Técnico – Volume I 82


Fig 65: Compostagem de resíduos orgânicos

Segundo a empresa concessionária a disposição no solo se dá em nível de aterro


controlado, entretanto, a área do aterro não é cercada e é possível verificar a presença
de animais (Foto seguinte), além de uma quantidade significativa de catadores e de
resíduos dispostos a céu aberto.

Fig 66: Presença de animais e de catadores na área do aterro

Fig 67: Presença de catadores de lixo na área do aterro Capítulo: Infra-Estrutura

Relatório Técnico – Volume I 83


Fig 68: Materiais separados pelos catadores

Fig 69: Resíduos dispostos a céu aberto

O fato mais preocupante com relação ao aterro de Itaoca se refere à sua capacidade,
que segundo a empresa concessionária, apresenta vida útil inferior a 2 anos, havendo
necessidade de implantação de um novo aterro.
Quando da desativação do aterro de Itaoca dever-se-á desenvolver diversas ações no
intuito de se promover a recuperação ambiental da área, principalmente se se levar em
consideração que a sua localização é inadequada, tanto no que se refere à distância da
área urbana, quanto ao tipo solo e vegetação, sendo área de mangue.
Capítulo: Gestão Municipal

7 Gestão Municipal

A partir da Lei 058/05 – Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2006, o Município de São
Gonçalo estabeleceu o seu Plano de Metas e Prioridades para o presente exercício
financeiro.
No referido Plano de Metas, no tocante ao investimento na capacidade institucional e
administrativa do Município, destacam-se os seguintes Programas:

Relatório Técnico – Volume I 84


Tabela 40: Programas municipais em São Gonçalo
Programa Objetivo

Administração Geral Manter as atividades administrativas e operacionais dos órgãos para melhoria
da prestação de serviços ao público.
Coordenadorias Regionais Implantar e manter as atividades administrativas, operacionais das
coordenadorias regionais para a melhoria do atendimento.
Desburocratizar é Fácil Criar mecanismos para simplificação e desburocratização dos atendimentos
prestados pelos órgãos da administração municipal.
Diálogo em Ação Atender aos Conselhos Municipais com material informativo, de expediente e
administrativo, objetivando melhor qualidade de funcionamento dos mesmos.
Gestão Política de Governo Desenvolver atividades de planejamento, orçamento, sistemas de informação
nas Diversas Funções e diagnóstico, suporte à formulação das políticas das funções de Governo.
Modernização Administrativa Reaparelhar e informatizar as instalações, treinar e capacitar os servidores
e Tecnologia da Informática para a otimização dos procedimentos administrativos.
Patrimônio, Próprios Municipais Adquirir, construir, ampliar, reformar e manter o patrimônio, próprios municipais
e Imóveis de Locação e imóveis de locação.
Reforma Administrativa Modernizar a estrutura funcional da administração municipal, com a
conseqüente valorização do funcionalismo e melhoria da operacionalidade
no atendimento aos munícipes.
Treinamento e Capacitação Treinar e capacitar os servidores para melhor desempenho de suas atribuições
de Recursos Humanos e, conseqüentemente, melhor prestação dos serviços.

Os Programas relacionados revelam o reconhecimento de uma situação de carências e


pontos críticos que se evidenciam de várias formas e que afetam as condições
institucionais de realização de programas e projetos nos vários setores da gestão
municipal. Entre tais carências e pontos críticos, destacam-se:
• Prestação dos serviços públicos deficiente, burocratizada e centralizada.
A Ouvidoria é um dos poucos canais de atendimento e de escuta da população
municipal. Não há unidades central ou descentralizadas de atendimento geral da
Prefeitura; os cidadãos dirigem-se às respectivas Secretarias, o que provoca filas e
demora no atendimento.
A Ouvidoria registra as reclamações dos cidadãos e as encaminha aos organismos
competentes que deverão tomar as providências cabíveis. No entanto, são reconhecidas
as dificuldades de resolver grande parte dos problemas abordados. As queixas da
população referem-se predominantemente a infra-estrutura e saúde.
Também a Procuradoria Geral recebe demandas encaminhadas pelo Ministério Público,
por entidades representativas da sociedade civil e por cidadãos, as quais demonstram a
má qualidade dos serviços públicos e a insatisfação da população. Bem como na
Ouvidoria, observa-se que as reclamações tratam, sobretudo de infra-estrutura e saúde,
incluindo ainda meio ambiente, transporte e trânsito.
• Funcionamento precário dos Conselhos Municipais
Entre os Conselhos Municipais hoje instalados citam-se: Conselho Municipal de Assistência
Capítulo: Gestão Municipal

Social; Conselho Municipal Anti-Drogas; Conselho Municipal de Defesa da Mulher;


Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;
Conselho Municipal do Menor e do Adolescente. Encontra-se em fase de criação o
Conselho Municipal de Transporte.
Os Conselhos, como mecanismo de participação social nos assuntos de gestão
municipal, são constituídos legalmente, mas na prática seu funcionamento deixa a
desejar, seja por sua composição, que não representa efetivamente o segmento
respectivo, seja pela dinâmica das discussões e deliberações, que não conduz a

Relatório Técnico – Volume I 85


decisões fundamentadas, ou ainda pela freqüência das reuniões, em geral esparsas no
tempo.
No tocante a outros mecanismos de participação social, o Estatuto das Cidades trouxe
novas práticas que se concretizam nas Conferências da Cidade. O Plano Diretor
Municipal, neste contexto, também vem criando oportunidades continuadas de
participação da sociedade e de deliberação coletiva sobre as prioridades do município.
No Município de São Gonçalo, o exercício de participação social encontra-se ainda em
estágio inicial, porém vê-se uma adesão gradativa por parte, sobretudo, das entidades
representativas da sociedade civil.
• Definição de políticas, planejamento, orçamentação e avaliação da gestão
municipal desintegrados e com bases insuficientes de informação
Inexistem mecanismos eficazes de integração e de comunicação entre os organismos
responsáveis pelos vários setores da gestão municipal, levando a ações isoladas e a
dispersão de esforços e recursos. O próprio Plano de Metas e Prioridades para 2006
reflete, quantitativa e qualitativamente, a ausência de uma referência central que
direcione e congregue os vários programas, de modo a prever um impacto significativo
sobre determinadas questões, sub-setores ou áreas definidas coletivamente como
prioridades.
As bases de dados, quando existentes, são insuficientes para subsidiar diagnósticos e
decisões integradas.
• Instalações precárias, mobiliário e equipamentos insuficientes e sucateados
É visível a insuficiência da estrutura física das várias secretarias e organismos municipais,
notadamente daquelas situadas na sede da Prefeitura Municipal. A má conservação das
instalações, os leiautes disfuncionais, os mobiliários velhos e danificados não favorecem,
diante dos públicos externo e interno, a imagem do serviço público municipal.
• Estágio de informatização incipiente, com insuficiência de equipamentos,
programas e interligação em rede
Ainda são muito poucos os serviços públicos e as informações disponíveis ao cidadão por
meio eletrônico. Por outro lado, também a tecnologia de informação e comunicação a
serviço do funcionamento dos organismos municipais apresenta problemas em termos de
quantidade, diversificação e atualização. A Intranet em operação abrange apenas os
órgãos centrais da Prefeitura.

7.1 Estrutura Administrativa

Estruturação inadequada do quadro de pessoal, nos aspectos qualitativos e quantitativos


Atualmente o Quadro de Pessoal Ativo da Administração Pública Municipal é formado
por 7.963 servidores concursados e 4.283 comissionados. Há em torno de 1.200 inativos.
Considerando a distribuição dos servidores concursados e comissionados pelas diversas
Capítulo: Gestão Municipal

unidades administrativas, tem-se o seguinte quadro, com dados fornecidos pela


Secretaria Municipal de Administração:

Tabela 41: Servidores concursados e comissionados pelas diversas unidades administrativas


N° de
Unidade Administrativa %
servidores
Gabinete 330 3,0
Procuradoria Geral 68 0,62
Sec. Municipal de Administração 387 3,5
Sec. Municipal da Fazenda 206 1,9

Relatório Técnico – Volume I 86


Sec. Municipal de Educação 5.313 48,5
Sec. Municipal de Saúde 3.201 29,2
Sec. Municipal de Transporte 85 0,8
Sec. Municipal de Governo 28 0,3
Sec. Municipal Esporte e Lazer 61 0,5
Sec. Municipal de Desenvolvimento Social 153 1,4
Sec. Municipal do Trabalho 4 0,03
Sec. Municipal de Desenvolvimento Econômico 21 0,2
Sec. Municipal de Controle Interno 19 0,2
Sec. Municipal Infra-Estrutura, Urbanismo e Meio Ambiente 654 6,0
Sec. Municipal de Integração e Defesa do Consumidor 15 0,13
Sec. Municipal de Compras e Suprimentos 31 0,3
Sec. Municipal de Turismo e Cultura 16 0,14
Sec. Municipal de Desenvolvimento Regional 9 0,08
Sec. Municipal de Segurança Pública 344 3,14
Total 10.945 100,00

Os maiores percentuais de servidores concentram-se nas Secretarias de Educação e de


Saúde, que incluem os contingentes de professores e de médicos.
O quadro das Secretarias carece de servidores com formação específica para os
diferentes setores da administração municipal. Atualmente, grande parte dos
especialistas ocupa cargos comissionados.
O último concurso público realizado ocorreu em 2003, abrangendo as Secretarias de
Fazenda, Administração e Transporte, a Subsecretaria de Meio Ambiente e a Guarda
Municipal. O penúltimo concurso realizou-se em 1998.
Está sendo elaborado, por uma Comissão Interna treinada por consultores externos, um
Plano de Cargos e Salários para a Administração Pública Municipal. Este Plano, a ser
implantado por Lei, resultará na condução de mudanças nas estruturas organizacionais
das Secretarias.
Os salários praticados na Administração Pública encontram-se defasados, sendo o salário
base de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais) excetuando-se os professores e os
procuradores municipais. É freqüente a utilização de gratificações diversas como
mecanismo de complementação salarial, o que dificulta a adoção de uma política
salarial mais abrangente.
Inexiste no Município uma cultura de capacitação continuada dos servidores municipais;
em setembro de 2005 foi criada a Escola de Administração Pública de São Gonçalo, que
funciona no Auditório de um teatro e que, até então, realizou cursos de relações
interpessoais, patrimônio mobiliário e atendimento ao público.
Cada Secretaria Municipal conta com um Agente de Recursos Humanos, que atua como
elo de ligação entre a Secretaria de Administração e os demais organismos.
Estrutura organizacional da Administração Municipal dispersa, com lacunas e
Capítulo: Gestão Municipal


superposição de competências
A estrutura dos diferentes organismos municipais não segue um padrão, levando à
adoção de diferentes modelos de organização e funcionamento. Em sua grande
maioria, as Secretarias não possuem Regimento Interno, dificultando a definição e o
desempenho de papéis, funções e competências.
Não existe na estrutura organizacional do Município uma unidade que tenha como
função promover o planejamento e a avaliação integrados da gestão municipal e a

Relatório Técnico – Volume I 87


coordenação entre os setores, de modo a favorecer a identificação e o atendimento
conjunto de prioridades.
Setores da gestão municipal, que poderiam funcionar com maior efetividade se reunidos
em um único organismo, estão afetos a órgãos diferentes. Há setores relevantes na
gestão municipal que não fazem parte da estrutura organizacional do Município de São
Gonçalo, enquanto outros que poderiam estar compreendidos em organismos que
cuidam de setores correlatos, são contemplados com organismos exclusivos.
A centralização das compras e contratações na Secretaria Municipal de Compras e
Suprimentos tem sido um ponto crítico que afeta o funcionamento de todos os
organismos municipais.
Encontra-se em fase de criação a Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e
Saneamento Ambiental que, na opinião de atuais dirigentes, constituirá grande avanço
na qualidade e agilidade da prestação dos serviços a ela afetos. Como empresa
pública, propiciará um regime mais flexível e ágil para contratação de obras, bens e
serviços e para o gerenciamento de recursos humanos.
A atual estrutura organizacional da Administração Municipal de São Gonçalo encontra-
se assim configurada:

7.2 Estrutura da Prefeitura Municipal

Prefeita Maria Aparecida Panisset


Vice-Prefeito Leonidas Pereira
Chefe de Gabinete Adolpho Kondec
Secretaria Municipal de Fazenda Secretário: Antônio Moreno
Secretaria Municipal de Transporte Secretário: José Bracanto
Secretaria Municipal de Educação Secretário: Eugênio José da Silva Abreu
Secretaria Municipal de infra-estrutura, Urbanismo e Secretário: Aécio Nery Almeida Soares
Meio Ambiente
Secretaria Municipal de Administração Secretário: Sérgio Gomes Novo
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil Secretário: Cláudio Antônio Lucena Pereira
Subsecretaria de Habitação e Assentamento Fundiário Subsecretário: Jorge Azeredo Coutinho
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social Secretária: Regina Célia Leal Marques Vieira
Procuradoria Geral Secretário: Cilas Alves Magalhães (procurador)
Coordenadoria Especial de Execução do Plano Diretor Coordenador: Marcelo Fanteza de Assumpção

7.3 Finanças Municipais

O exercício financeiro de 2006 no Município de São Gonçalo rege-se pela Lei 058/2005 –
Lei de Diretrizes Orçamentárias – e pela Lei 072/2005 – Lei Orçamentária Anual.
O Artigo 7º. da LOA/2006 estabelece a previsão da Despesa Total do Município fixada por
Função. A tabela a seguir apresenta, com base no referido artigo, as despesas previstas,
colocando em ordem decrescente de valor, aquelas referentes às funções do Poder
Capítulo: Gestão Municipal

Executivo:

Tabela 42: Despesas previstas


Função Despesa Prevista (R$)
Legislativa 9.979.546,00
Judiciária 1.415.500,00
Urbanismo 92.831.053,20
Educação 90.556.281,80
Saúde 78.847.000,00
Administração 31.102.629,00

Relatório Técnico – Volume I 88


Previdência Social 25.607.615,74
Saneamento 15.250.000,00
Assistência Social 9.520.985,00
Gestão Ambiental 8.382.000,00
Transporte 5.685.000,00
Habitação 4.224.000,00
Cultura 1.665.240,00
Desporto e Lazer 1.579.800,00
Comércio e Serviço 1.078.729,00
Segurança Pública 320.000,00
Trabalho 301.300,00
Agricultura 204.480,00
Encargos Especiais 13.124.400,00
Reserva de Contingência 1.730.033,00
TOTAL 393.404.592,74

Observa-se na distribuição das despesas por função que as Funções Urbanismo,


Educação e Saúde representam, respectivamente, 24%, 23% e 20% do valor total previsto,
somando 67% do orçamento de despesa.
No que se refere aos aspectos institucionais, o Plano de Metas e Prioridades do Município
de São Gonçalo para 2007 prevê ações de modernização administrativa e tecnologia de
informática com recursos do Programa Nacional de Apoio à Gestão Administrativa e
Fiscal dos Municípios Brasileiros - PNAFM, que repercutirão direta ou indiretamente na
melhoria das condições de gestão das finanças municipais. Tais ações incluem:
• Implantação do Plano Diretor de Informática;
• Aquisição de sistema integrado de arrecadação e cobrança administrativa;
• Implantação e manutenção de terminais de consulta e sistema Call Center –
Atendimento ao Cidadão;
• Implantação de programa de auditoria interna;
• Atualização do cadastro multifinalitário municipal;
• Implantação do Plano de Ação Fiscal;
• Implantação do Sistema de Geo-referenciamento do Cadastro Multifinalitário;
• Atualização e unificação dos Bancos de Dados;
• Implantação da estrutura física da rede digital, com consolidação da Intranet;
• Adequação do setor de tecnologia em informática, com a interligação de todas
as Secretarias Municipais;
• Modernização do parque tecnológico, com a aquisição de computadores e
periféricos;
Capítulo: Gestão Municipal

• Modernização da legislação municipal;


• Ordenamento institucional com mapeamento, modelagem e otimização dos
procedimentos administrativos;
• Modernização do sistema de controle de patrimônio mobiliário e imobiliário;
• Implantação do sistema de protocolo e controle de processos;
• Implantação do sistema integrado de compras e controle de recursos materiais e
patrimoniais;

Relatório Técnico – Volume I 89


• Implantação do sistema integrado de administração financeira, contábil e
orçamentária.
• O mesmo Plano de Metas e Prioridades prevê, no âmbito do Programa:
Planejamento e Programação Social, ainda com recursos do PNAFM, as seguintes
ações:
• Adequação do Orçamento Participativo;
• Atualização do Plano Diretor;
• Realização de ações de educação fiscal da população;
• Elaboração do Planejamento Estratégico da Gestão Municipal.
A efetivação dos investimentos com recursos do PNAFM previstos para o exercício de
2007 será de fundamental importância para a minimização das limitações hoje existentes
tendo em vista uma gestão financeira mais eficaz. Tais investimentos deverão repercutir
positivamente na gestão orçamentária, na execução financeira e, principalmente na
arrecadação tributária, minimizando as restrições enfrentadas para recolhimento dos
impostos e taxas municipais, como é o caso do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU.
Além dos programas previstos com o aporte de recursos do PNAFM, o Plano de Metas e
Prioridades para 2007 repete, em sua totalidade, o Plano de Metas e Prioridades para
2006. Isto parece indicar que não tem havido condições de implementação dos
Programas previstos e, conseqüentemente, que as carências e pontos críticos citados
anteriormente têm tido pouca ou nenhuma oportunidade de tratamento.
Ao se pensar em tratamento dos aspectos institucionais citados, que irão dotar o
Município de São Gonçalo de condições de reelaborar, executar, monitorar e avaliar seu
Plano Diretor, com efetividade e de forma participativa, faz-se necessário observar como
é possível estabelecer alianças e parcerias estratégicas do município em diferentes
esferas que reúnam:
• o governo do Município, com os governos estadual e federal;

Capítulo: Plano Diretor do Município de São Gonçalo - 2008


• o Poder Executivo, com o Poder Legislativo e com o Poder Judiciário;
• o Setor Público, com o setor Privado e com o Terceiro Setor.
Esta conjugação de poder, esforços e recursos é que poderá efetivamente alavancar,
com a participação da sociedade, as condições de enfrentamento da quantidade e
complexidade dos problemas que assolam o Município de São Gonçalo, como exemplo
do que ocorre na maioria dos centros urbanos de médio e grande porte.

8 Plano Diretor do Município de São Gonçalo - 2008

O Plano Diretor do Município de São Gonçalo é o instrumento estratégico da política de


desenvolvimento urbano do Município, determinante para a orientação do desempenho
dos agentes públicos e privados na produção e gestão do território.
O Plano Diretor tem como objetivo geral assegurar o desenvolvimento integrado das
funções sociais da cidade, garantir o uso socialmente justo da propriedade e do solo
urbano e preservar, em todo o seu território, os bens culturais, o meio ambiente,
promovendo o bem-estar da população.
As normas sobre uso e ocupação do solo urbano, bem como o estabelecimento dos
índices urbanísticos para parcelamentos do solo devem constar do Plano Diretor do
Município, da Lei de Uso e Ocupação do Solo e das demais leis específicas.

Relatório Técnico – Volume I 90


Constitui objetivo central do Plano Diretor do Município de São Gonçalo assegurar o bem-
estar de seus habitantes, a partir da promoção do desenvolvimento sustentável da
cidade, ou seja, do ordenamento do pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana do Município.
Para tanto serão desenvolvidos no Município os seguintes pólos:
• Pólo de Capacitação, Pesquisa e de Desenvolvimento voltado à cadeia
produtiva do petróleo;
• Pólo de Promoção de Feiras, Eventos e Negócios, aproveitando a localização
do Município na Região Metropolitana do Rio de Janeiro;
• Pólo de Confecções e de Produtos Farmacêuticos, voltada ao abastecimento
do mercado potencial da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, aproveitando as
vantagens de sua localização;
• Pólo de Apoio às Atividades Turísticas da Região, principalmente para a
capacitação de mão-de-obra e fornecimento de insumos.

São diretrizes gerais do Plano Diretor:


• distribuição equânime dos custos e benefícios das obras e serviços de
infra-estrutura urbana e a recuperação, para a coletividade, da valorização
imobiliária dos investimentos públicos;
• garantia do direito a cidades sustentáveis, entendida como o direito à terra
urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte
e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
• planejamento do desenvolvimento da cidade, da distribuição espacial da
população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de
influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus
efeitos negativos sobre o meio ambiente;
• adequação do uso da infra-estrutura urbana à demanda da população
usuária, evitando a ociosidade ou sobrecarga da capacidade instalada;

Capítulo: Plano Diretor do Município de São Gonçalo - 2008


• regularização fundiária e urbanização das áreas habitadas pela população de
baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e
ocupação do solo e de edificação, consideradas a situação socioeconômica da
população e as normas ambientais;
• racionalização da rede viária e dos serviços de transportes com vista à redução
do custo e do tempo de deslocamento da população ocupada;
• participação da iniciativa privada nos investimentos destinados à transformação
e urbanização dos espaços de uso coletivo;
• gestão democrática por meio da participação da população e do
envolvimento de associações representativas dos vários segmentos da comunidade
na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de
desenvolvimento urbano;
• audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos
processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos
potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído e sobre o
conforto ou a segurança da população;
• cooperação entre governos, a iniciativa privada e os demais setores da
sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;
• proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído e
do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;

Relatório Técnico – Volume I 91


• compatibilização dos objetivos estratégicos do desenvolvimento local com os
programas e projetos dos governos federal e estadual com vistas à
complementaridade e integração de objetivos;
• prioridade para os pedestres nas áreas de maior concentração de transeuntes e
nas proximidades dos espaços de uso coletivo;
• oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos
adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais;
• ordenação e controle do uso do solo de forma a evitar: a utilização
inadequada dos imóveis urbanos; a proximidade de usos incompatíveis ou
inconvenientes; o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivo ou
inadequado em relação à infra-estrutura urbana; a instalação de empreendimentos
ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego sem a previsão
da infra-estrutura correspondente; a retenção especulativa de imóvel urbano, que
resulte na sua subutilização ou não utilização; a deterioração das áreas urbanas e, a
poluição e a degradação ambiental.
• integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo
em vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e o ordenamento do seu
território;
• adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e
dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento sustentável da cidade, de
modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens
pelos diferentes segmentos sociais;
• simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das
normas edilícias com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta de
lotes e unidades habitacionais;
• isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de
empreendimentos e atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o
interesse social.
Sendo diretrizes específicas:

Capítulo: Plano Diretor do Município de São Gonçalo - 2008


• o uso e ocupação do solo terão sua distribuição compatibilizada à infra-
estrutura básica disponível, aos transportes e ao meio ambiente, evitando o risco de
ociosidade ou sobrecarga dos investimentos públicos;
• a dinâmica de ocupação do solo deve se dar em acordo à extensão e
ampliação da capacidade da infra-estrutura;
• a ocupação do sítio urbano será limitada por sua adequação às características
físico-ambientais, de forma a impedir a deterioração ou desequilíbrio do meio;
• a gestão urbana protegerá os lugares históricos, os monumentos naturais, as
reservas biológicas e, especialmente, as fontes e mananciais de abastecimento de
água da população;
• as áreas deterioradas ou em processo de deterioração terão sua recuperação
contemplada de forma a devolver-lhes as condições da habitabilidade ou de uso
coletivo;
• a política habitacional terá como ponto de partida estratégico a prioridade ao
acesso à terra e à oferta de moradia às faixas da população situadas em níveis
médios e baixos de renda;
• o balanço locacional equilibrado entre habitação e lugar de trabalho
determinará a política de localização das atividades produtivas e de moradia, no
sentido de aproximar as zonas residenciais das fontes de ocupação;

Relatório Técnico – Volume I 92


• a regulamentação do parcelamento, uso e ocupação do solo terá caráter
incentivador para os agentes promotores;
• serão preservadas as áreas tombadas nos termos da legislação municipal,
estadual ou federal;
• o sistema de transporte coletivo terá prioridade nas ações governamentais
voltadas para infra-estrutura e serviços de apoio;
• as restrições às formas de poluição serão abrangentes em todas as suas
manifestações, inclusive sonoras, sobretudo nas áreas de maior densidade
populacional;
• a estratégia de utilização dos recursos energéticos deverá contemplar fontes
alternativas de energia limpa como os biocombustíveis, o gás natural, a energia solar
e elétrica, em substituição aos combustíveis fósseis poluentes, à lenha e ao carvão, de
forma a preservar as reservas naturais;
• o sistema de planejamento do Município comprometer-se-á com a
continuidade dos estudos e diagnósticos das peculiaridades locais, as quais deverão
orientar permanentemente as revisões do Plano Diretor, de forma a torná-lo sempre
atual, participativo e democrático;
• no processo de planejamento e de gestão municipal serão estabelecidos e
adotados mecanismos estáveis de articulação entre o Município de São Gonçalo, os
Governos do Estado do Rio de Janeiro e da União e os demais Municípios com
interesses comuns, notadamente aqueles concernentes ao transporte coletivo,
sistema viário, meio ambiente, suprimento alimentar, abastecimento de água,
tratamento de esgotos, disposição final do lixo, energia, localização industrial,
incentivos ao investimento privado e parcelamento e uso do solo;
• serão definidos em lei os mecanismos de atuação conjunta do Município e do
setor privado nas intervenções que contemplem transformações urbanísticas de
interesse coletivo;
• o Município organizará o sistema de defesa civil em sua área de competência,
assegurando, em articulação com as outras esferas de Governo, o controle das

Capítulo: Plano Diretor do Município de São Gonçalo - 2008


situações emergenciais em áreas de risco.

8.1 Linhas Estratégicas do Plano Diretor de São Gonçalo

Para alcançar o objetivo central da política municipal de desenvolvimento e de


expansão urbana são adotadas as seguintes linhas estratégicas:
• adoção de políticas públicas voltadas para a preservação do meio ambiente;
• promoção do desenvolvimento econômico do Município por meio da criação e
consolidação de atividades produtivas competitivas;
• promoção do desenvolvimento social do Município;
• qualificação do espaço físico-territorial do Município, por meio da adoção de
políticas públicas voltadas para o meio urbano;
• fortalecimento da gestão municipal.

8.1.1 Estratégias para a Preservação do Meio Ambiente

Para a preservação do meio ambiente do Município de São Gonçalo serão adotadas as


seguintes estratégias, representadas por políticas públicas:
a) adoção de um modelo de gestão ambiental para unidades de conservação
direcionado para resultados e que contribua para o aproveitamento sustentável dos

Relatório Técnico – Volume I 93


recursos naturais, a promoção do reflorestamento e a recuperação de áreas
degradadas no Município;
b) promoção de educação ambiental para a construção de uma sociedade melhor
informada, que saiba viver em harmonia com a natureza, garantindo o compromisso
com o futuro;
c) recuperação e reflorestamento de áreas degradadas do Município, com a adoção de
ações coordenadas em parcerias entre os setores públicos e privados;
d) proteção dos recursos hídricos, Incluindo a elaboração de um Plano Diretor de
Recursos Hídricos e a sua implementação, articulada com os organismos governamentais
federais, metropolitanos e estaduais responsáveis.

8.1.2 Estratégias de Promoção do Desenvolvimento Econômico

As estratégias de promoção do desenvolvimento econômico do Município serão


exercidas por meio da criação e consolidação de atividades produtivas competitivas,
conforme a seguir:
a) reestruturação e consolidação da base produtiva local, com a criação de condições
favoráveis para a geração de emprego e renda;
b) incentivo e apoio à agricultura urbana, com a utilização das pequenas propriedades
com agricultura familiar, visando à ampliação da base produtiva municipal;
c) incentivo à indústria da construção, a partir da promoção do adensamento e da
verticalização em áreas específicas da cidade e da recuperação das habitações
subnormais, com construção de conjuntos habitacionais para populações de baixa
renda;
d) incentivo e promoção das atividades de apoio ao setor turístico regional;
e) promoção do desenvolvimento empresarial e da elevação do nível de qualificação
da mão-de-obra local para o provimento do mercado de trabalho, priorizando a

Capítulo: Plano Diretor do Município de São Gonçalo - 2008


instalação de oportunidades de educação profissional nos níveis de formação inicial e
continuada, técnico e tecnológico;
f) promoção do acesso e ampliação das linhas de crédito e micro crédito junto aos
diversos organismos voltados para o setor.

8.1.3 Estratégias para o Desenvolvimento Social do Município

• A promoção do desenvolvimento social do Município será atendida com a


adoção das seguintes estratégias:
• I – estratégias para habitação, mediante:
a) adoção de política habitacional que assegure o direito à moradia digna como direito
social definido no art. 60 da Constituição da República e aprimoramento das políticas de
ordenamento territorial e desenvolvimento urbano, de forma articulada com as diversas
políticas setoriais, com destaque para o incremento da geração de emprego e renda e
para a melhoria do transporte e da segurança, propiciando condições para qualificar a
normalidade habitacional;
b) adoção de política habitacional que viabilize a remoção de habitações subnormais
para áreas adequadas ou a sua fixação, a partir de medidas de regularização fundiária,
em áreas passíveis de ocupação, de forma a provocar o mínimo impacto social e a
promover a melhoria da qualidade de vida das populações envolvidas;

Relatório Técnico – Volume I 94


• II - estratégias para educação, mediante:
a) promoção da qualidade do ensino fundamental, propiciando o pleno acesso da
população em idade escolar;
b) promoção da educação profissional visando à inserção dos cidadãos gonçalenses no
mercado de trabalho local e possibilitando aos adultos as condições de melhorar a
qualificação para o trabalho;
c) distribuição equânime no Município dos equipamentos escolares de ensino
fundamental, de forma a manter a oferta deste nível de ensino nas proximidades das
residências dos alunos;
• III – estratégias para a promoção social da população de menor renda,
mediante:
a) proteção social a indivíduos e famílias, tendo em vista o respeito aos direitos
fundamentais do cidadão, o fortalecimento dos vínculos familiares e a superação da
pobreza na perspectiva da inclusão social;
b) promoção da participação comunitária e adoção de mecanismos que promovam a
gestão municipal participativa;
c) implantação de melhorias no processo de planejamento integrado, supervisão e
avaliação das ações voltadas à promoção do desenvolvimento humano, à erradicação
da miséria, à redução dos níveis de pobreza, ao combate a fome e à melhoria da
qualidade de vida da população, tendo em vista a ampliação da efetividade dos
programas municipais de promoção social;
d) articulação com a sociedade civil organizada tendo em vista o fortalecimento do
relacionamento governamental com os diferentes segmentos sociais e a promoção do
diálogo social e da negociação coletiva, bem como a implementação de ações
conjuntas baseadas no princípio da parceria e da responsabilidade social;
• IV - estratégias para desenvolvimento da cultura, esporte e lazer, mediante:

Capítulo: Plano Diretor do Município de São Gonçalo - 2008


a) promoção da inclusão de grupos sociais específicos por meio de ações de valorização
cultural, tendo em vista promover a sua integração à sociedade, como sujeitos a quem
cabem direitos e deveres;
b) valorização e incentivo às manifestações culturais locais, visando o resgate histórico e
a recuperação das raízes e tradições típicas de São Gonçalo e região;
c) adoção de políticas públicas de incentivo ao esporte, ao lazer e à recreação,
privilegiando ações em parceria com sociedade local para disseminação de práticas
desportivas amadoras e profissionais e para instalação da infra-estrutura necessária;
V – estratégias para promoção da saúde, mediante:
a) ampliação e consolidação de estrutura física e de serviços de saúde em rede
integrada e hierarquizada, com prioridade para a atenção básica e para as ações
preventivas;
b) fortalecimento e ampliação dos serviços de saúde destinados ao idoso, ao público
materno-infantil e ao trabalhador;
c) promoção da vigilância à saúde, priorizando ações voltadas para controle dos fatores
determinantes e condicionantes de agravos à saúde, tendo em vista conhecer, detectar,
prevenir e controlar danos à saúde individual ou coletiva e fortalecendo o sistema
municipal de vigilância sanitária e epidemiológica;
• VI – estratégias para a segurança pública, mediante:

Relatório Técnico – Volume I 95


• a) promoção de ações integradas e em cooperação com o poder público do
Estado do Rio de Janeiro, tendo em vista o provimento de infra-estrutura e
equipamentos, o aumento e aperfeiçoamento do efetivo policial afeto a São
Gonçalo, em busca da melhoria dos serviços de segurança pública e da qualidade
de vida no município.

8.1.4 Estratégias para a Qualificação do Espaço Físico-Territorial do Município

• A qualificação do espaço físico-territorial do Município será realizada por meio


da adoção de políticas públicas voltadas para o meio urbano, abrangendo:
• I – o espaço urbano, por intermédio de:
a) implementação de sistema de planejamento urbano e habitacional, de forma a
prover o município de informações, estudos e instrumentos que subsidiem a tomada de
decisões relativas à formulação de políticas públicas municipais para o setor;
b) organização do território do Município a partir do macrozoneamento e do
zoneamento de usos e ocupações, de modo a qualificar e caracterizar as áreas aptas à
consolidação e ao adensamento urbano e às áreas de interesse paisagístico e
ambiental;
c) organização da configuração urbana a partir de aspectos funcionais, com a
promoção da organização do espaço urbano de forma a facilitar o desenvolvimento de
atividades cotidianas na cidade, incluindo a hierarquização da malha viária, o incentivo
à diversificação de usos urbanos - residencial, comercial, institucional e de serviços, de
forma a possibilitar uma estrutura coesa de vida e trabalho;
d) qualificação dos espaços públicos visando a estruturação da cidade, o que implica
na execução de obras de revitalização urbana, tais como: tratamento de vias e ciclovias;
sinalização, nomenclatura e arborização de vias e logradouros; construção e
recuperação de calçadas; instalação de mobiliário urbano e de malha de áreas verdes,
parques infantis e jardins; padronização de letreiros, outdoors, e de outros elementos que
ocasionam poluição visual, como posteamento excessivo e sem padronização de

Capítulo: Plano Diretor do Município de São Gonçalo - 2008


distância de instalação, e emaranhados de cabos condutores de eletricidade e de
sistemas telefônicos;
e) instalação, ampliação e a melhoria do espaço e dos equipamentos comunitários, de
modo a construir um Município com qualidade de vida;
f) promoção da regularização fundiária, com a regularização de loteamentos
clandestinos, nos termos da legislação urbanística e ambiental, incorporando-os, quando
adjacentes a setores habitacionais existentes, de forma a melhor atender a demanda por
áreas institucionais, comerciais e de transporte urbano;
h) regularização das edificações consideradas irregulares, em especial as que possuem
taxas de ocupação e de construção em desacordo com a lei, bem como outras
desconformidades com as normas de edificação;
i) controle do crescimento urbano com incentivo à ocupação de áreas a partir de
interesses coletivos e coibição de parcelamentos ou ocupações irregulares;
j) criação e implementação de estruturas de controle e fiscalização em regime de
parceria entre a Defesa Civil e demais órgãos públicos municipais envolvidos, de forma a
evitar a ocupação de áreas de risco, nelas incluídas as áreas inundáveis;
• II – a implantação de infra-estrutura, mediante:
a) elaboração e implementação do Plano Diretor de Recursos Hídricos, como instrumento
de definição dos tipos de ocupação adequados para cada área do Município,

Relatório Técnico – Volume I 96


estabelecendo as prioridades, visando minimizar conflitos existentes e proporcionar uma
exploração racional e sustentável dos recursos hídricos;
b) incremento e melhoria da infra-estrutura de abastecimento de água, esgotamento
sanitário, manejo de águas pluviais urbanas e manejo de resíduos sólidos, para
atendimento da demanda atual e futura do Município;
c) ampliação dos programas de educação sanitária e ambiental no sentido de: (i)
sensibilizar a população para a utilização sustentável dos recursos hídricos; (ii) utilizar
adequadamente os sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo
de águas pluviais urbanas e manejo de resíduos sólidos; (iii) ampliar o conceito de
implantação da infra-estrutura, que atualmente se restringe a intervenções físicas para a
maioria da população, possibilitando uma visão que englobe os aspectos de operação,
manutenção, sustentabilidade econômica e ambiental, além dos aspectos sociais e de
saúde pública;
d) regularização das concessões para os serviços, provendo os sistemas de dispositivos
que proporcionem sustentabilidade financeira ao longo de todo o período de
concessão, aí incluídos a elaboração de projeto, a implantação de sistemas, as rotinas
de operação e manutenção, as avaliações ambientais e os mecanismos para tarifação
dos serviços prestados;
e) melhoria das estruturas operacionais dos prestadores de serviços para maior eficiência
dos sistemas;
III – a estruturação viária, de transportes públicos e das condições de acessibilidade,
mediante:
a) promoção do aumento da acessibilidade em todo o Município por meio da
eliminação dos obstáculos à circulação, tanto no modo coletivo como no individual, de
forma a combater a ocorrência de congestionamentos, de aumento dos níveis de
poluição e de acidentes, proporcionando maior equilíbrio à estrutura urbana;
b) compatibilização do transporte coletivo, do uso do solo e do sistema viário, de forma a
obter um sistema que norteie a cidade, evitando o seu crescimento desordenado,

Capítulo: Plano Diretor do Município de São Gonçalo - 2008


provocado pela ocupação de áreas inadequadas e desprovidas de infra-estrutura e
serviços;
c) adequação, estruturação e integração das vias de circulação municipal, incluindo as
ciclovias, as vias de pedestres, as calçadas e a ferrovia, tomando como elemento
fundamental a racionalidade urbana e a permeabilidade de circulação;
d) melhoria da oferta e da qualidade do transporte público, levando em consideração
as necessidades de serviço de transporte local conectado ao serviço estrutural,
concebendo-o de forma sistêmica, sob a lógica da capilaridade, ou seja, da ampliação
da área de cobertura dos trajetos das linhas, de forma a criar menores percursos a pé e
maior segurança ao cidadão;
e) incentivo à integração multimodal dos transportes públicos, coletivos, com a adoção
dos princípios da integração e da complementaridade de modos e serviços,
convergindo para a racionalização e melhoria do sistema estrutural de circulação;
f) adoção de um modelo sistêmico e integrado de gestão dos serviços de transporte
público coletivo, visando regulamentar, orientar e controlar a oferta e reorganizar o
Sistema.

Relatório Técnico – Volume I 97


8.1.5 Estratégia de Fortalecimento da Gestão Municipal

• A modernização da administração pública, a melhoria dos serviços públicos e a


gestão integrada e sistêmica do Município, são ações prioritárias que incluem
readequação da estrutura organizacional do Poder Executivo, o aparelhamento dos
órgãos da administração pública municipal, a revisão de processos e procedimentos
de trabalho, a introdução de inovações tecnológicas, a capacitação dos servidores
municipais e a melhoria de instalações, equipamentos e mobiliário.
• Constitui também estratégia para o fortalecimento da gestão municipal o
aperfeiçoamento dos mecanismos e ampliação dos incentivos para a participação
popular na gestão municipal, mediante:
• a) implantação, no âmbito da administração municipal, de mecanismos de
participação social no processo de formulação e execução das políticas públicas e
na busca de soluções para as questões inerentes ao desenvolvimento municipal;
• b) incentivo à organização da comunidade para a participação efetiva dos
cidadãos de São Gonçalo, diretamente ou por meio de entidades representativas
setoriais de natureza comunitária, no processo de planejamento e implantação da
política de desenvolvimento e expansão urbana;
• c) utilização da informação como base para a gestão municipal e para o
controle social pela população, com a produção, sistematização e divulgação de
informações inerentes ao processo de gestão municipal, de maneira a subsidiar o
planejamento, a implantação, o monitoramento e a avaliação de políticas públicas,
propiciando as condições necessárias para a transparência e para o controle social
da gestão publica;
• d) valorização do planejamento como função necessária e primordial para a
gestão pública, por meio da construção e efetiva implantação de um sistema de
planejamento municipal tendo em vista a atuação coordenada e articulada dos
agentes de governo e organizações não governamentais frente às diretrizes e linhas
estratégicas fixadas para o desenvolvimento municipal;

Capítulo: Plano Diretor do Município de São Gonçalo - 2008


• e) aperfeiçoamento dos mecanismos de regulação e fiscalização das funções e
serviços municipais, com a revisão e incremento do marco regulatório adotado, com
ênfase para os serviços voltados ao atendimento das necessidades básicas dos
cidadãos gonçalenses e para o aperfeiçoamento das condições de fiscalização e
avaliação da qualidade de tais serviços;
• f) aperfeiçoamento da gestão financeira, contábil e fiscal, com a revisão e
incremento das diretrizes, estratégias, mecanismos, processos e condições
tecnológicas inerentes à gestão financeira, contábil e fiscal, de modo a promover a
racionalização e o controle das despesas e o aumento da arrecadação municipal;
• g) adoção de parcerias entre os setores público, privado e terceiro setor, como
estratégia de ampliação de recursos e de resultados, tendo em vista a ação
integrada e a instalação de condições necessárias ao desenvolvimento municipal.

8.2 Macrozoneameno Municipal

O território municipal é dividido em Macrozonas integradas com o objetivo de possibilitar


o planejamento adequado para implementação das estratégias e ações definidas pelo
Plano Diretor. Sendo as seguintes Macrozonas integradas no Município de São Gonçalo:
• I - Macrozona de Preservação Ambiental
• II - Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana.

Relatório Técnico – Volume I 98


Sobrepõem-se à Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana as Áreas de Diretrizes
Especiais, que exigem parâmetros de uso e ocupação do solo diferenciados e
preponderantes sobre aqueles da referida Macrozona.
As Áreas de Diretrizes Especiais são:
Áreas de Risco, indicadas no Anexo VI desta Lei Complementar, consideradas como
porções específicas do território urbano, com restrições ao adensamento em decorrência
da limitação do meio físico natural, seja por deslizamentos, inundações ou outros que
possam causar risco à ocupação humana.
Áreas de Interesse Paisagístico, indicadas no Anexo VII desta Lei Complementar, tidas
como são porções do território destinadas aos usos de lazer, turismo e atividades
correlatas à preservação da natureza, com densidades demográfica e construtiva
baixas.
A área urbana com atividades rurais está contida na Macrozona de Preservação
Ambiental, em Zona de Uso Sustentável, destinada às atividades agrossilvopastoris e
extrativistas. Nas Macrozonas o coeficiente de aproveitamento básico é igual a 1,0 (hum)
para todos os lotes, independente da Macrozona onde estiverem localizados, exceto em
casos da Zona de Uso Restrito, na forma tratada nos termos da Lei.

Macrozona de Preservação Ambiental


A Macrozona de Preservação Ambiental, dedicada à proteção dos ecossistemas e dos
recursos naturais, é dividida nas seguintes zonas:
• I - Zona de Uso Restrito – ZR;
• II - Zona de Uso Sustentável - ZS;
A Zona de Uso Restrito é aquela que abriga ecossistemas que requerem proteção
ambiental, como a Mata Atlântica, mangues e unidades de conservação, e onde são
impedidas novas atividades urbanas. Na Zona de Uso Restrito são permitidos usos voltados
para a pesquisa, lazer e educação ambiental e a ocupação urbana se restringe àquela
já existente, sendo que novas ocupações serão coibidas.

Capítulo: Plano Diretor do Município de São Gonçalo - 2008


A Zona de Uso Sustentável é aquela que abriga áreas com remanescentes de atividades
rurais, chácaras, sítios e áreas ambientalmente frágeis, próximas à Zona de Uso Restrito,
ao sul do Município. A Zona de Uso Sustentável visa garantir a perenidade dos recursos
ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os
demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável.
Nesta zona é permitida a atividade urbana já existente, com baixa densidade de
ocupação, sendo, porém, coibida a expansão dessa ocupação.

Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana


A Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana é dividida em cinco zonas:
• I - Zona de Urbanização Controlada – ZUC1;
• II - Zona de Urbanização em Consolidação – ZUC2;
• III - Zona de Urbanização Consolidada – ZUC3;
• IV - Zona de Dinamização – ZDI;
• V - Zona Industrial – ZIN.
A Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana é dedicada efetivamente à
ocupação urbana, correspondendo à porção do território nas quais os componentes
ambientais, em função da urbanização, foram modificados ou suprimidos.

Relatório Técnico – Volume I 99


Zonas da Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana

Capacidade de Adensamento Das Zonas


A Zona de Urbanização Consolidada é aquela onde a disponibilidade de infra-estrutura,
a rede viária, o meio ambiente natural e construído e a estratégia de desenvolvimento
territorial permitem a intensificação do uso e ocupação do solo. A densidade proposta
para esta zona é de 300 hab/ ha.
A Zona de Urbanização em Consolidação é aquela onde as condições de infra-estrutura
básica permitem a intensificação moderada do uso e ocupação do solo com uma
densidade demográfica de 150 hab/ha.
A Zona de Urbanização Controlada é aquela onde a carência da infra-estrutura, da rede
viária e a necessidade de maior controle sobre o meio ambiente natural e construído
restringem a intensificação do uso e ocupação do solo, impondo limites a construções, o
que supõe uma densidade máxima de 100 hab/ ha.
A Zona de Dinamização é aquela onde a disponibilidade de infra-estrutura, de rede viária
de fácil acesso, o meio ambiente natural e construído e a estratégia de desenvolvimento
territorial permitem a intensificação do uso e ocupação do solo com a instalação de
equipamentos de grande porte. A densidade prevista para a Zona de Dinamização é de
100 hab/ha.
A Zona Industrial é aquela onde a disponibilidade de infra-estrutura adequada, a rede
viária de fácil acesso e que abrigue o tráfego de veículos de grande porte, o meio
ambiente natural e construído e a estratégia de desenvolvimento territorial permitem a
intensificação do uso e ocupação do solo com a instalação de equipamentos especiais
e cuja atividade envolva processos de transformação, de beneficiamento, de
montagem ou de acondicionamento de bens intermediários, de capital ou de consumo.
É prevista uma densidade de 50 hab/ha na Zona Industrial.

Unidades de Planejamento Territorial


As Unidades de Planejamento Territorial, correspondentes aos atuais bairros do Município,
foram instituídas para fins de ordenamento e gestão do território. Para essas unidades
deverão ser elaborados Planos de Desenvolvimento.

Capítulo:

Relatório Técnico – Volume I 100


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CORTES, M.P., Contribuição ao estudo da escolha modal no caso da travessia da Baía de
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TECHNUM CONSULTORIA - Relatório com Análise Crítica da Legislação Urbanística e do
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Relatório Técnico – Volume I 101


TECHNUM CONSULTORIA – Relatório de Organização das Leituras Técnica e Comunitária.
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Referências Bibliográficas
Capítulo: 9

Relatório Técnico – Volume I 102


Referências Bibliográficas
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Diretoras Responsáveis:
Mônica Herkenhoff
Capítulo: 9

Izabel Borges

Relatório Técnico – Volume I 103

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