Paul Zumthor - Performance, Recepção, Leitura
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sobre audiodescrição (AD). Os artigos sobre TAVa versavam, principalmente, sobre
experiências com LSE e AD na Espanha, em Portugal e no Brasil.
As publicações restantes, com exceção de Vilela, Martins e Leite, e também
Naves, Mauch, Alves e Araújo (2016), tratam somente da audiodescrição. Em
Motta e Romeu (2010), foram apresentados 28 artigos sobre as experiências nas
várias modalidades de audiodescrição (14 artigos), o depoimento de pessoas com
deficiência visual (PcDV) sobre o recurso (9 artigos) e os agentes culturais que
ofereciam seus produtos com AD na época (5 artigos). Como se pode perceber,
a maioria dos trabalhos versava sobre questões profissionais, mercadológicas e
sociais, embora dois deles já tangenciassem a acessibilidade como tema de pesquisa.
Em 2017, saiu mais uma coletânea, contendo artigos, envolvendo os pressupostos
teóricos (4 artigos), a práxis (4 artigos) e as interfaces (5 artigos) para a pesquisa
em AD.
Foi somente em 2013 que tivemos a primeira publicação dedicada totalmente
à pesquisa em AD. O livro organizado por Araújo e Aderaldo (2013) contém 13
capítulos de pesquisadores brasileiros dedicados a estudos enfocando as diferentes
modalidades de AD (cinema, teatro, obra de arte), múltiplas interfaces com os Estudos
da Tradução (Fonética, Fonologia, Fonoaudiologia, Sistemas de Avaliatividade e
Comunicação Social) e vários construtos teóricos metodológicos, com ênfase em
pesquisas exploratórias, as quais visavam avaliar a recepção de PcDVs a produtos
audiodescritos. Outra coletânea publicada no mesmo ano foi a de Tavares (2013).
Todos os oito artigos são dedicados à apresentação da AD para produtores culturais.
O ano de 2016 trouxe duas coletâneas, enfocando a pesquisa em audiodescrição.
A primeira é a de Aderaldo, Mascarenhas, Alves, Araújo e Dantas (2016), e nelas
estão publicados 11 artigos sobre reflexões a respeito de questões mais pontuais
sobre a AD como a questão da neutralidade na interpretação, as particularidades da
locução, a priorização da informação, a narratologia fílmica e a consultoria fornecida
pelas PcDVs. A segunda é a de Carpes (2016), a qual é composta de 9 artigos de
pesquisadores e profissionais de vários recantos do país, versando sobre a (não)
neutralidade, a consultoria, o uso na educação de PcDVs e experiências com AD de
cinema, teatro e jornalismo.
Dois livros abordaram especificamente as três modalidades de TAVa (VILELA,
MARTINS e LEITE (2015); NAVES, MAUCH, ALVES e ARAÚJO (2016). Vilela,
Martins e Leite (2015) apresentam oito artigos de pesquisadores que se debruçam
sobre o uso dessas modalidades para promover a acessibilidade no ensino superior.
Finalmente, temos Naves, Mauch, Alves e Araújo (2016). As autoras, juntamente
com outros pesquisadores da área de TAVa, elaboraram um guia com diretrizes
para a elaboração de AD, LSE e Janela de Libras, para que cineastas e produtores e
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distribuidores cinematográficos tornem suas produções acessíveis. De acordo com
a instrução normativa 132 de 15 de março de 2017:
Todos os projetos de produção audiovisual financiados com recursos públicos federais geridos
pela ANCINE deverão contemplar nos seus orçamentos serviços de legendagem, legendagem
descritiva, audiodescrição e LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais.
Audiodescrição
A audiodescrição é uma modalidade de tradução audiovisual, de natureza
intersemiótica, que visa tornar uma produção audiovisual acessível às pessoas
com deficiência visual. Trata-se de uma locução adicional roteirizada que
descreve as ações, a linguagem corporal, os estados emocionais, a ambientação,
os figurinos e a caracterização dos personagens.
Janela de Interpretação de Língua de Sinais
É o espaço destinado à tradução entre uma língua de sinais e outra língua oral
ou entre duas línguas de sinais, feita por Tradutor e Intérprete de Língua de
Sinais (TILS), na qual o conteúdo de uma produção audiovisual é traduzido
num quadro reservado, preferencialmente, no canto inferior esquerdo da tela,
exibido simultaneamente à programação.
Acessibilidade e audiodescrição
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Acessibilidade: Libras e Legendagem para Surdos e Ensurdecidos
(LSE)
ARAÚJO, V.L.S; FRANCO, E.P.C. (org.) TRADTERM, número 13, 2007, 288p. http://
www.revistas.usp.br/tradterm/article/view/47470/51198. Acessado em 30/05/2017.
ARAÚJO, V.L.S.; ADERALDO, M.F. (Ed.) Os novos rumos da pesquisa em audiodescrição no Brasil.
Curitiba: CRV, 2013, 218p.
CARPES, D. S. Audiodescrição: práticas e reflexões. Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul:
Catarse, 2016, 165p. Disponível em http://editoracatarse.com.br/site/wp-
content/uploads/2016/02/Audiodescri%C3%A7%C3%A3o-pr%C3%A1ticas-e-
reflex%C3%B5es.pdf. Acesso em 14/11/2017.
DÍAZ CINTAS, J. Por una preparación de calidad en accesibilidad audiovisual. In: TRANS,
N.º II. London: Roehampton University, 2007, p. 45-59.
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Lei Basileira de Inclusão, LEI Nº 13.146 de 6 de julho de 2015. Disponível em http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm
TAVARES, L. B. Notas proemias: acessibilidade comunicacional para produções culturais. Recife: Editora
do Organizador, 2012. 112 p.
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