25 Artigos Da Religião (Metodistas)
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25 Artigos Da Religião (Metodistas)
Há um só Deus vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo nem partes; de poder, sabedoria e
bondade infinitos; criador e conservador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Na unidade
desta Divindade, há três pessoas da mesma substância, poder e eternidade – Pai, Filho e
Espírito Santo.
O Filho, que é o verbo do Pai, verdadeiro e eterno Deus, da mesma substância do Pai,
tomou a natureza humana no ventre da bendita Virgem, de maneira que duas naturezas
inteiras e perfeitas, a saber, a divindade e a humanidade, se uniram em uma só pessoa para
que jamais se separem, a qual pessoa é Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que
realmente sofreu, foi crucificado, morto e sepultado, para nos reconciliar com seu Pai e
para ser um sacrifício não somente pelo pecado original, mas, também, pelos pecados
actuais dos homens.
Cristo, na verdade, ressuscitou dentre os mortos, tomando outra vez o seu corpo com todas
as coisas necessárias a uma perfeita natureza humana, com as quais subiu ao Céu e lá está
até que volte a julgar os homens, no último dia.
O Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, é da mesma substância, majestade e glória
com o Pai e com o Filho, verdadeiro e eterno Deus.
As Santas Escrituras contém tudo que é necessário para a salvação, de maneira que o que
nelas não se encontre, nem por elas se possa provar, não se deve exigir de pessoa alguma
para ser crido como artigo de fé, nem se deve julgar necessário para a salvação. Entende-se
por Santas Escrituras os livros canônicos do Antigo e do Novo Testamento de cuja
autoridade nunca se duvidou na Igreja, a saber, do Antigo Testamento:
e do Novo Testamento:
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O Antigo Testamento não está em contradição com o Novo, pois tanto no Antigo como no
Novo Testamento a vida eterna é oferecida à humanidade por Cristo, que é o único
mediador entre Deus e o homem, sendo Ele mesmo Deus e Homem; portanto, não se deve
dar ouvidos àqueles que dizem que os patriarcas tinham em vista somente promessas
transitórias. Embora a lei dada por Deus a Moisés, quanto às cerimônias e ritos, não se
aplique aos cristãos, nem tão pouco os seus preceitos civis devam ser necessariamente
aceites por qualquer governo, nenhum cristão está isento de obedecer aos mandamentos
chamados morais.
O pecado original não está em imitar a Adão, como erradamente dizem os Pelagianos, mas
é a corrupção da natureza de todo o descendente de Adão, pela qual o homem está muito
longe da retidão original e é de sua própria natureza inclinado ao mal e isto continuamente.
A condição do homem, depois da queda de Adão, é tal que ele não pode converter-se e
preparar-se pelo seu próprio poder e obras, para a fé e invocação de Deus; portanto, não
temos forças para fazer boas obras agradáveis e aceitáveis a Deus sem a Sua graça por
Cristo, predispondo-nos para que tenhamos boa vontade e operando em nós quando temos
essa boa vontade.
Somos reputados justos perante Deus somente pelos merecimentos de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo, por fé e não por obras ou merecimentos nossos; portanto, a doutrina
de que somos justificados somente pela Fé é mui sã e cheia de conforto.
Posto que as boas obras, que são o fruto da fé e seguem a justificação, não possam tirar os
nossos pecados, nem suportar a severidade do juízo de Deus, contudo são agradáveis e
aceitáveis a Deus em Cristo, e nascem de uma viva e verdadeira fé, tanto assim que uma fé
viva é por elas conhecida como a árvore o é pelos seus frutos.
As obras voluntárias que não se achem compreendidas nos mandamentos de Deus, as quais
se chamam obras de superrogação, não se podem ensinar sem arrogância e impiedade; pois,
por elas, declaram os homens que não só rendem a Deus tudo quanto lhe é devido, mas
também da sua parte fazem ainda mais do que devem, embora Cristo claramente diga:
“Quando tiverdes feito tudo o que se vos manda, dizei: somos servos inúteis”.
A Igreja visível de Cristo é uma congregação de fiéis na qual se prega a pura Palavra de
Deus e se ministram devidamente os sacramentos, com todas as coisas a eles necessárias,
conforme a instituição de Cristo.
Os sacramentos instituídos por Cristo não são somente distintivos da profissão de fé dos
Cristãos; são, também, sinais certos da graça e boa vontade de Deus para conosco, pelos
quais Ele invisivelmente opera em nós, e não só desperta, como fortalece e confirma a
nossa fé n’Ele. Dois somente são os sacramentos instituídos por Cristo, nosso Senhor, no
Evangelho, a saber: o batismo e a Ceia do Senhor. Os outros cinco, vulgarmente chamados
sacramentos, a saber: a confirmação, a penitência, a ordem, o matrimônio e a extrema
unção, não devem ser considerados sacramentos do Evangelho, sendo, como são, em parte,
uma imitação corrompida de costumes apostólicos e, em parte, estados de vida permitidos
nas Escrituras, mas que não tem a natureza do batismo, nem a da Ceia do Senhor, porque
não têm sinal visível, ou cerimônia estabelecida por Deus. Os sacramentos não foram
instituídos por Cristo para servirem de espetáculo, mas para serem recebidos dignamente. E
somente nos que participam deles dignamente é que produzem efeito salutar, mas aqueles
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que os recebem indignamente recebem para si mesmos a condenação, como diz S. Paulo. (I
Coríntios 11.29)
A Ceia do Senhor não é somente um sinal de amor que os cristãos devem ter uns para com
os outros, mas antes é um sacramento da nossa redenção pela morte de Cristo, para quem
reta, dignamente e com fé o recebe, o pão que partimos é participação do corpo de Cristo,
como também o cálice de bênção é a participação do sangue de Cristo. A transubstanciação
ou a mudança de substância do pão e do vinho na Ceia do Senhor, não se pode provar pelas
Santas Escrituras, e é contrária às suas terminantes palavras; destrói a natureza de um
sacramento e tem dado motivo a muitas superstições. O corpo de Cristo é dado, recebido e
comido na ceia, somente de modo espiritual. O meio pelo qual é recebido e comido o corpo
de Cristo, na ceia, é a fé. O sacramento da Ceia de Senhor não era, por ordenação de Cristo,
custodiado, levado em procissão, elevado nem adorado.
O cálice do Senhor não se deve negar aos leigos, porque ambas as espécies da Ceia do
Senhor, por instituição e mandamento de Cristo, devem ser ministradas a todos os cristãos
igualmente.
A oblação de Cristo, feita uma só vez, é a perfeita redenção, propiciação e satisfação por
todos os pecados de todo o mundo, tanto o original como os atuais, e não há nenhuma outra
satisfação pelo pecado, senão essa. Portanto, o sacrifício da missa, no qual se diz
geralmente que o sacerdote oferece a Cristo em expiação de pecados pelos vivos e
defuntos, é fábula blasfema e engano perigoso.
Os ministros de Cristo não são obrigados pela lei de Deus, quer a fazer voto de celibato,
quer a abster-se do casamento; portanto, é tão lícito, a eles como aos demais cristãos, o
casarem-se à sua vontade, segundo julgarem melhor à prática da piedade.
Não é necessário que os ritos e cerimônias das Igrejas sejam em todos os lugares iguais e
exatamente os mesmos, porque sempre têm sido diferentes e podem mudar-se conforme a
diversidade dos países, tempos e costumes dos homens, contanto que nada seja estabelecido
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As riquezas e os bens dos cristãos não são comuns, quanto ao direito, título e posse dos
mesmos, como falsamente apregoam alguns; não obstante, cada um deve dar liberalmente,
do que possui, aos pobres.
Assim como confessamos que é proibido aos cristãos por nosso Senhor Jesus Cristo e por
Tiago, seu apóstolo, o jurar em vão e precipitadamente, assim também julgamos que a
Religião Cristã não proíbe o juramento quando um magistrado o requer em causa de fé e
caridade, contanto que se faça segundo ensino do profeta, em justiça, juízo e verdade.