Análise Da Produção de Concreto Auto-Adensável Reforçado Com Fibras de Aço
Análise Da Produção de Concreto Auto-Adensável Reforçado Com Fibras de Aço
Análise Da Produção de Concreto Auto-Adensável Reforçado Com Fibras de Aço
Faculdade de Tecnologia
LIMEIRA
2016
MARÍLIA MARTINES DE CAMARGO
Limeira
2016
Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): CAPES
Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Faculdade de Tecnologia
Felipe de Souza Bueno - CRB 8/8577
__________________________________
Profa. Dra. Luísa Andréia Gachet Barbosa
UNICAMP/FT
Presidente
__________________________________
Profa. Dra. Rosa Cristina Cecce Lintz
UNICAMP/FT
__________________________________
Profa. Dra. Mirian de Lourdes Noronha Motta Melo
UNIFEI
Esta pesquisa versa sobre o estudo das propriedades mecânicas do concreto auto-
adensável reforçado com fibras de aço e a análise de sua produção. A introdução de fibras de aço
no concreto contribui para o reforço do compósito quando submetido a carregamento que gera
tensão de tração, melhorando principalmente sua ductilidade e tenacidade. Devido ao acréscimo
de fibras, as tensões são transferidas por meio das fissuras, diminuindo a propagação e expansão
das mesmas, conferindo resistência residual pós-fissuração do concreto, além de proporcionarem
grande capacidade de absorção de energia, tornando o comportamento do compósito pseudo-
dúctil. Para realização deste trabalho foram utilizadas fibras de aço Dramix 45/30, com
ancoragem nas extremidades, dosadas nos teores 25 kg/m³, 50 kg/m³ e 75 kg/m³. Manteve-se a
relação água/cimento, bem como o teor de argamassa para todas as misturas envolvidas. Para cada
teor foram moldados corpos de prova cilíndricos de dimensões 10x20cm que foram submetidos
aos ensaios de resistência à compressão e resistência à tração por compressão diametral, e prismas
de concreto de 10x10x40 cm, que foram submetidas ao ensaio de tenacidade JSCE-SF4 e destas,
foram extraídos corpos de prova de 10x10x10 cm para realização do Ensaio Barcelona,
normalizado pela UNE 83515 (2010). Foram extraídas, também, pequenas amostras que,
posteriormente, foram submetidas à Miscroscopia Eletrônica de Varredura (MEV), realizados no
Centro Nacional de Pesquisa e Materiais CNPEM, onde foi possível analisar a interação da fibra
de aço com a matriz de cimento. Os resultados mostraram-se favoráveis à utilização de fibras de
aço no concreto auto-adensável e, por meio das curvas carga versus deslocamento foi possível
correlacionar os ensaios Barcelona e JSCE-SF4, tendo um controle maior da abertura de fissuras,
principalmente para os baixos teores de fibras.
Palavras chave: Materiais de construção; Ensaio Barcelona; tenacidade; fibras de aço; concreto
auto-adensável.
ABSTRACT
Key words: Building materials; Barcelona test; tenacity; steel fibers; self-compacting
concrete.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 33: MEV da parte fixa da fibra com a matriz (a) e amostra analisada
(b).............................................................................................................................. 63
FIGURA 41: Resultados do ensaio JSCE – SF4 para o teor 25 kg/m³ de fibra de
aço............................................................................................................................. 69
FIGURA 42: Resultados do ensaio JSCE – SF4 para o teor 50 kg/m³ de fibra de
aço............................................................................................................................. 70
FIGURA 43: Resultados do ensaio JSCE – SF4 para o teor 75 kg/m³ de fibra de
aço............................................................................................................................. 70
..............................................
TABELA 15: Traço utilizado na pesquisa......................................................................... 50
..............................................
TABELA 22: Valores de Cf encontrados para cada corpo de prova................................. 65
TABELA 23: Valores dos teores de fibras de cada traço................................................... 66
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 15
1.1 Contextualização e justificativa................................................................................ 15
1.2 Objetivos...................................................................................................................... 17
5 DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL.................................................................. 44
5.1 Materiais...................................................................................................................... 45
5.1.1 Cimento Portland...................................................................................................... 46
5.1.2 Sílica Ativa................................................................................................................ 46
5.1.3 Agregado Graúdo...................................................................................................... 47
5.1.4 Pó de Pedra............................................................................................................... 47
5.1.5 Agregado Miúdo........................................................................................................ 48
5.1.6 Aditivo Plastificante.................................................................................................. 49
5.1.7 Fibras de Aço............................................................................................................ 49
5.2 Dosagem Experimental.............................................................................................. 50
5.3 Produção dos Concretos............................................................................................ 51
7 CONCLUSÕES............................................................................................................... 75
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 78
15
1 INTRODUÇÃO
propriedades do CAA, tanto no estado fresco como no endurecido. Acredita-se que os finos
atuam como pontos de nucleação, quebrando a inércia do sistema, fazendo com que as
partículas de cimento sofram reação mais rápida com a água, fazendo com que ocorra ganhos
de resistências nas primeiras idades. Atuam também no aumento do pacote de finos, fazendo
com que haja um crescimento na densidade da pasta, dificultando a penetração de agentes
agressivos e melhorando a zona de transição (BOSILJKOV, 2003).
A adição de fibras de aço no concreto pode incrementar várias de suas
propriedades, como resistência à tração, compressão, tenacidade, resistência à fadiga, impacto
e cargas explosivas, além de permitirem melhorias na resistência à abrasão, cisalhamento e no
controle de fragmentação (FIGUEIREDO, 2011). Tais benefícios são possíveis devido à
capacidade das fibras em modificar o mecanismo de ruptura do compósito, por meio do
controle dos seus processos de micro e macro-fissuração. Este comportamento é melhor
quando se tem um compósito com adequada dispersão das fibras, maximizando suas
propriedades mecânicas (NUNES, 2005).
Devida à adição de fibras de aço, a resistência à compressão e o módulo de
elasticidade do concreto permanecem praticamente os mesmos. Sob flexão, a carga que
provoca a fissura inicial pode ser aumentada, e quando a primeira fissura ocorrer, as forças
podem ser transferidas por meio das seções da fissura, e consequentemente, é prevenida uma
ruptura frágil (HOLSCHEMACHER et al., 2002).
De acordo com Chenkui e Guofan (1995), a acomodação das fibras tende a
ocorrer na interface entre o agregado graúdo e a matriz argamassa, onde há uma maior
probabilidade de desenvolvimento da fissura. Dessa forma, se as fibras são muito curtas, não
interceptam as fissuras, e, se as fibras são muito longas, prejudicam as propriedades do
concreto no estado fresco, afetando, consequentemente, as propriedades no estado endurecido.
Assim, é recomendado que a relação entre o comprimento da fibra e a dimensão máxima do
agregado graúdo esteja na faixa de 1,5 a 2,0.
Sendo conhecidos os benefícios do CAA, a adição de fibras de aço pode melhorar
suas propriedades no estado endurecido, principalmente os esforços que induzem tensões de
tração, como a solicitação que o concreto em vigas submetidas à flexão e cisalhamento sofre.
Portanto, se o uso do CAA traz inúmeras vantagens, o reforço com fibras de aço trará novas
vantagens e possibilidades de aplicação, tornando o material mais eficiente (BARROS, 2009).
Segundo Figueiredo (2011), a pesquisa sobre o concreto reforçado com fibras
(CRF) no mundo é liderada pela Europa e Estados Unidos da América. Nos países
desenvolvidos a realidade é bem distinta dos demais e do Brasil em particular, começando por
17
1.2 Objetivos
2.1 Definição
2.2 Histórico
paredes diafragmas da Estação São Bento do metrô paulistano. Nessas obras, a utilização do
CAA se deu pelo fato do mesmo não necessitar de compactação ou adensamento externo,
ações impossíveis de se realizar. Mas como estes concretos continham alto teor de pasta de
cimento e aditivos plastificantes, apresentavam problemas de retração, calor de hidratação
elevado e alto custo. Até meados dos anos 70, o ACI (American Concrete Institute) não
recomendava que se utilizassem misturas com resultados de abatimento (Slump test) acima de
175 mm, devido ao aumento exponencialmente da exsudação. Mas com a evolução dos
aditivos superplastificantes, foi possível dosar concretos fluidos com valores de abatimento
acima de 250 mm com nenhuma ou desprezível exsudação. Assim, foi surgimento do que
chamamos de concretos fluidos com baixa tendência a exsudação.
No início do século 21, este tipo de concreto foi utilizado em outros tipos de
obras, tais como em concretagem com excesso de armaduras ou fundações de difícil acesso
para vibração. A partir de 2004, em cidades como Goiânia, Belo Horizonte, Florianópolis e
Porto Alegre, surgiram as aplicações de CAA em edifícios (GEYER; SENA, 2001).
que além de proporcionar economia de energia elétrica e de mão de obra, elimina o ruído
produzido pela vibração que pode causar doenças nos operários. Além disso, a vibração pode
desgastar e exercer pressão sobre as formas, podendo estas ceder se não estiverem bem presas
e colaborar para a diminuição da vida útil das mesmas.
Uma melhoria nas propriedades do CAA, tanto no estado fresco como no
endurecido, pode ser obtida com a adição de finos no concreto. Estes atuam como pontes de
nucleação quebrando a inércia do sistema, fazendo com que as partículas de cimento reajam
mais rapidamente com a água, obtendo-se, assim, ganhos de resistência mais rapidamente
(BOSILJKOV, 2003).
Segundo Okamura e Ouchi (2003), além da adição de finos, a produção do CAA
também exige a diminuição da quantidade de agregado graúdo presente na mistura, o que
torna o uso do CAA em obras limitante devido ao elevado custo destes materiais. Seu uso se
torna um grande desafio para as concreteiras, primeiro, porque impulsiona as fabricas a
investir em pesquisas a fim de se determinar um traço ideal de CAA; segundo, porque obriga
as usinas a monitorar o processo de fabricação do concreto para garantir a qualidade das
matérias-primas que o constituem, evitando possíveis variações do material no estado fresco
que podem vir a ocorrer, além de se fazer necessários treinamentos específicos das equipes de
recebimento e aplicação do CAA na obra.
Em relação ao controle dos processos de transporte, são necessários alguns
cuidados especiais no transporte do CAA da usina até a obra para evitar, principalmente, sua
segregação. Devido a utilização de aditivos químicos, o tempo de aplicação do concreto auto-
adensável é menor que o concreto convencional, levando as empresas a ter uma logística de
transporte eficiente, o que nem sempre é possível, em função dos problemas de trânsito. Outra
desvantagem do concreto auto-adensável é que, em função de sua característica reológica e de
sua alta fluidez, o CAA se comporta como um líquido quando lançado nas formas, gerando
maiores pressões quando comparado ao concreto convencional. Neste caso são necessários
maiores cuidados na escolha do tipo de escoramento das formas, obrigando os construtores a
utilizarem equipamentos mais caros que garantam um travamento eficiente e completo de
todas pecas estruturais (CAMPOS, 2013).
2.4 Utilização
que apresentam elevadas taxas de armadura ou estruturas onde o adensamento seja mais
difícil.
De acordo com Tutikian (2004), um exemplo da utilização do concreto auto-
adensável são as ancoragens da ponte Akashi-Kaikyo, conforme ilustram as Figuras 1 a 4,
aberta em abril de 1998. A ponte em questão possuía m vão de 1991 metros, título de maior
vão na época e foram utilizados cerca de 290 mil m³ de CAA.
Fonte: http://www.hsba.go.jp/bridge/aksubst1.htm
Fonte: http://www.hsba.go.jp/bridge/aksubst1.html
Um dos fatores que colaborou para a utilização de CAA nessa obra foi a alta taxa
de armadura, além da grande dificuldade de adensamento. Porém, o principal motivo pelo uso
do CAA na obra da ponte foi a diminuição do tempo total de obra, estimada em 20%. Com o
uso do CAA a obra foi concluída em 2 anos, ao invés de 2,5 anos, como previsto se fosse
utilizado o concreto convencional (TUTIKIAN, 2004).
No Brasil, o seu uso é pouco difundido devido a falta de informações sobre a
utilização de aditivos, como superplastificantes e modificadores de viscosidade, bem como os
altos custos desses aditivos (GEYER, 2005).
De acordo com Geyer (2005), um edifício em Goiás, Brasil, provavelmente foi a
primeira construção convencional no Brasil a utilizar o CAA na totalidade da estrutura com
24
Pode-se citar também como exemplo de utilização do CAA a ponte Arboga U955,
na Suécia, desenvolvida para a travessia de pedestres e bicicletas. Essa ponte é um exemplo
de como o CAA pode ser utilizado para todo tipo de estrutura desde estruturas complexas a
construções simples (BERNABEU e LABORDE, 2000).
Para a execução desse ensaio são utilizados uma base de um metro quadrado,
geralmente de metal, mas pode ser de outros materiais desde que não absorva água e nem
provoque atrito com a massa de concreto, um tronco de cone de material om as mesmas
características da base, uma régua para medir o espalhamento e uma concha para colocar o
concreto dentro do cone.
Não deve haver nenhum tipo de vibração, seja ela mecânica ou manual. O
adensamento deve ser feito apenas pela ação da força da gravidade. Remove-se o cone
verticalmente deixando que o concreto flua livremente. Mede-se o diâmetro do espalhamento
em duas direções perpendiculares. A média destas medidas é o resultado do ensaio em
milímetros.
26
Estacas e certas
Estruturas que exigem uma curta fundações profundas
distância de espalhamento
horizontal do concreto auto-
adensável.
Pilares-parede
Estruturas com alta densidade de
armadura e/ou de forma
arquitetônica complexa, com o
Parede-diafragma
SF3 760 a 850 uso de concreto com agregado
graúdo de pequenas dimensões
(menor que 12,5 mm)
Pilares
abertura, controlada por uma comporta e um canal horizontal, mostrada na Figura 7. Atrás da
comporta são colocadas barras de ferro que simulam a armadura real de uma estrutura.
Classes de
viscosidade plástica t50 Funil V Aplicação Exemplo
aparente (s) (s)
Por meio deste ensaio é possível observar a facilidade do fluxo do concreto, sendo
que quanto menor o tempo medido, maior a fluidez do concreto.
32
3.1 Histórico
Fibras são utilizadas para reforçar matrizes frágeis desde a antiguidade, quando
palha ou capim eram usados como reforços de tijolos de barro secos ao sol (BENTUR e
MINDESS, 2007 e BALAGURU e SHAH, 1992). Um exemplo da utilização de reforço
fibroso em matrizes frágeis na natureza é a madeira, compósito fibroso cuja matriz,
constituída de lignina e pectina, é reforçada com fibras de celulose.
Há décadas atrás, com o objetivo de incrementar as propriedades de resinas,
metais e cerâmicas houve o crescente interesse no desenvolvimento de compósitos reforçados
com fibras. No entanto, segundo Swamy (1975), a fibra de asbestos foi a primeira fibra
inorgânica utilizada em materiais compósitos, provavelmente em 2500 a.C., no norte da
Europa, com o objetivo de reforçar laterais de produtos cerâmicos.
Apesar do desenvolvimento de compósitos reforçados com fibras ter ocorrido com
maior intensidade nas últimas décadas, em matrizes cimentíceas a primeira patente registrada
data de 1874, por Berard. Em 1910, o concreto estrutural reforçado com pequenos pedaços de
aço começou a ser considerado por Porter (1910), citado por Swamy (1975). Em 1911, o uso
de fibras de aço como reforço do concreto para melhorar suas propriedades relacionadas à
resistência e estabilidade foi sugerido por Graham (1911). A necessidade de alterar o formato
das fibras para melhorar as propriedades de aderência foi reconhecida por Meischke-Smith
em 1920 e Etheridge em 1933 (SWAMY, 1975).
Porém, o desenvolvimento do concreto reforçado com fibras (CRF), se deu após a
I Guerra Mundial devido a procura das instituições militares de um material que absorvesse os
impactos das explosões com baixa destruição do mesmo (EVANGELISTA, 2003). A partir
daí, seu uso começou a ser disseminado no meio civil e nos anos 50 e 60 foram desenvolvidos
concretos reforçados com fibras de aço (CRFA) (LOPES, 2005).
Nas décadas de 50 e 60 teve início a utilização de fibras como reforço de matrizes
frágeis cimentíceas, inicialmente utilizando apenas fibras de aço retas (BENTUR e
MINDESS, 2007). Algumas alterações no comportamento do material após o surgimento da
primeira fissura, com o aumento na tenacidade pós-fissuração, foram mostradas nos
resultados iniciais. Além disso, também surgiram os primeiros problemas relacionados à
trabalhabilidade dessas matrizes reforçadas com fibras de aço, como a formação de novelos
de fibras, principalmente quando eram utilizadas fibras longas, que apresentavam melhor
33
Figura 12 – Posicionamento de corpo-de-prova, LVDT e cutelos no ensaio de tração na flexão com o sistema
"yoke".
A norma japonesa JSCE SF-4 (1984) é baseada na flexão de prismas sem entalhe.
O vão deve ser equivalente a três vezes a altura do corpo de prova. Corpos de prova de
10x10x40cm³ são ensaiados com 30 cm de vão, e os de 15x15x50cm³ são ensaiados com 45
cm de vão. A dimensão do corpo de prova depende do tamanho da fibra utilizada no concreto.
A medida da tenacidade é obtida a partir da curva de carga por deslocamento por meio da
determinação do fator de tenacidade, que é obtido pela área total (Tb), medida em Joules ou
kgf.cm, até o deslocamento equivalente a L/150, onde L é o vão que pode ter 30 cm ou 45 cm,
como mostra a Figura 13 (FIGUEIREDO, 2011).
40
De acordo com Pujadas (2013), devido a algumas falhas nos ensaios de tração
uniaxial, o Departamento de Engenharia de Construção na Universidade Politécnica da
Catalunha (UPC), como uma alternativa para caracterizar a CRF, propôs o ensaio Barcelona
(MOLINS et al., 2009), uma adaptação do ensaio de duplo puncionamento DPT (CHEN,
1970). Este ensaio conduz a valores representativos da resistência e tenacidade do material
com um coeficiente de variação médio inferior a 13% (MOLINS et al., 2009), que o tornam
um ensaio muito adequado para o controle sistemático de CRF.
O Ensaio Barcelona (EB) normalizado pela AENOR UNE 83515 (2010) utiliza
corpos de prova cilíndricos ou cúbicos e de dimensões pequenas, permitindo a extração de
amostras de estruturas. Porém, segundo a norma, para a realização deste ensaio é necessário
extensômetro circunferencial para medida do aumento do perímetro do corpo de prova ou
TCOD (total circumferential opening displacement), que resulta numa limitação do ensaio,
tendo em vista que este é um equipamento raro e incomum na maioria dos laboratórios. Com
isso, Pujadas et al. (2013) propôs um Ensaio Barcelona simplificado, no qual um modelo
converte o deslocamento vertical da presa no TCOD com um erro inferior a 6,7%,
eliminando-se, assim, a necessidade do uso do extensômetro, e tornando possível a realização
41
Fonte: Autor
42
Estudos demostram que existe uma relação entre as resistências obtidas nos
ensaios de tenacidade e o teor de fibras (Cf) do CRF (LIAO et al., 2015). Por esse motivo, é
necessário avaliar o Cf para comprovar que o material utilizado na estrutura cumpre com o
indicado no projeto. Com esse fim o método indutivo pode ser utilizado (GALOBARDES et
al., 2015). Esta metodologia, que utiliza o eletromagnetismo produzido por uma bobina
eléctrica para avaliar a quantidade de fibras metálicas que há dentro de um corpo de prova, foi
desenvolvida por pesquisadores da Universidade Politécnica da Catalunya (LOPEZ, 2013).
Existem diferentes técnicas para a determinação da orientação das fibras, que
podem ser classificadas em destrutiva e não destrutiva. Um exemplo de uma medição
destrutiva da orientação das fibras é a contagem manual (SOROUSHIAN E LEE, 1990;.
GETTU et al., 2005; DUPONT e VANDEWALLE, 2005), que refere-se indiretamente a
quantidade de fibras em uma seção transversal com a orientação média das fibras com uma
expressão teórica (KRENCHEL, 1975).
Nos últimos anos, as propriedades elétricas do concreto têm levado muitos
estudos que enfocam o desenvolvimento e a utilização de métodos elétricos, a fim de
consolidar a ensaios não destrutivos para a monitorização e diagnóstico das fibras (ÖZYURT
et al., 2006). Neste sentido, a norma espanhola UNE 83512-1: 2005 (cancelada em 2006, por
isso seu uso não se disseminou) propôs uma técnica de teste baseado na indução magnética
aplicada a elementos cilíndricos.
A técnica envolve a colocação de um corpo de prova rodeado por duas bobinas
que geram um campo magnético e um fluxo magnético devido a circulação de corrente
eléctrica em uma das bobinas. Se este fluxo magnético for variável provoca um corrente
induzida na outra bobina. Há reciprocidade entre o fluxo gerado por uma bobina e a corrente
induzida na outra, e a sua relação é chamada de coeficiente de indutância mútua, que é uma
medida da influência magnética entre as duas bobinas. Pode-se demonstrar que esse
coeficiente depende somente da forma e da distância entre as bobinas assim como a natureza
(ferromagnética) dos materiais perto das bobinas. Portanto, se o material das provetas muda, o
coeficiente de indução também muda (BLANCO et al., 2012).
O método indutivo sugere a utilização de um enrolamento não uniforme para
diminuir a diferença entre o centro e os extremos, alcançando um coeficiente de ponderação
mais equilibrado entre todas as fibras, independentemente da sua localização geométrica. O
método é capaz de medir o teor e a orientação das fibras de aço nos corpos de prova cúbicos.
43
O procedimento de ensaio consiste em colocar o corpo de prova sobre uma superfície não
metálica, com a face do concreto na parte superior (eixo z), por exemplo. Em seguida, ao
corpo de prova é envolvido pela indutância gerada pela bobina, como mostrado na Figura 16,
e o aumento da indutância é medido. O mesmo procedimento é repetido com o corpo de prova
para os eixos Y e X (BLANCO et al., 2012).
5 DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL
A parte experimental desta pesquisa foi composta por três principais etapas, que
foram: a) caracterização dos materiais, b) produção dos concretos e, c) realização dos ensaios.
Além da caracterização dos concretos no estado fresco, foram moldados, para cada traço
desenvolvido nesta pesquisa, 8 corpos de prova cilíndricos de 10x20cm, posteriormente
ensaiados aos 28 dias. Foram utilizados 4 corpos de prova para o ensaio de resistência à
compressão (ABNT NBR 5739:2007) e 4 corpos de prova para o ensaio de resistência à
tração por compressão diametral (ABNT NBR 7222:2011).
Para a avaliação da tenacidade pelo método JSCE-SF4 foram moldados 4 prismas
de 10x10x40cm para cada traço, e posteriormente, destes primas foi extraído um cubo de 10
cm para a realização do Ensaio Barcelona e do Ensaio de Caracterização Multidirecional.
Após a realização desses ensaios da determinação da resistência à compressão
foram coletados fragmentos desses corpos de prova e realizados ensaios de Microscopia
Eletrônica de Varredura (MEV). As amostras foram coletadas no laboratório de materiais de
construção civil da Faculdade de Tecnologia - Unicamp e analisados a interação entre a
matriz de concreto e as fibras de aço.
Este capítulo apresenta o detalhamento do programa experimental adotado para o
estudo dos concretos auto adensável reforçado com fibras de aço, como descrito no
fluxograma apresentado na Figura 17.
45
Materiais
Utilizados
Caracterização dos
Materiais
Dosagem do
Concreto
Ensaios no
Estado Fresco
Ensaios no
Estado Endurecido
Fonte: Autor.
5.1 Materiais
Composto %
Fe2O3 0,08
CaO 0,36
Al2O3 0,17
M 0,55
Na2O 0,19
K2O 1,29
SiO2 95,61
Fonte: Site SILICON.
47
% retida % acumulada
12,5 0 0
9,5 1 1
6,3 27 28
4,8 34 63
2,4 29 91
1,2 2 94
0,6 1 94
0,3 0 94
0,15 0 94
Resíduo 6 100
Dmáx característica 9,5 mm
Módulo de finura 5,31
Fonte: Autor.
5.1.4 Pó de Pedra
% retida % acumulada
4,8 0 0
2,4 12 13
1,2 25 37
0,6 19 56
0,3 15 71
0,15 11 82
Resíduo 18 100
Dmáx Característica 4,8 mm
Módulo de Finura 2,59
Classificação Zona Ótima
Fonte: Autor.
% retida % acumulada
4,8 0,132 0,132
2,4 1,021 1,153
1,2 3,018 4,171
0,6 8,909 13,079
0,3 41,818 54,897
0,15 36,383 91,281
Resíduo 8,719 100,00
Dmáx Característica 1,2 mm
Módulo de Finura 1,64
Classificação Zona Utilizável Inferior
Fonte: Autor.
49
O aditivo plastificante utilizado foi do tipo acelerador com elevado efeito redutor
de água, classificado como plastificante e superplastificante em algumas dosagens, segundo a
ABNT NBR 11768:2011, fabricado pela empresa MC-Bauchemie Brasil. A Tabela 13
apresenta as características físicas e químicas do aditivo superplastificante.
As fibras de aço são produzidas a partir de fios de aço trefilados tendo como matéria
prima o Fio Máquina de cada fabricante e têm a função de reforçar o concreto, substituindo
completamente a armadura tradicional em algumas aplicações, tais como pisos e pavimentos
industriais, revestimentos de túneis (concreto projetado, anéis segmentados) e elementos pré-
fabricados (tubos de concreto, refratários, placas, cofres, etc.).
As fibras de aço utilizadas foram a Dramix 45/30 fornecidas pela empresa Belgo
Bekaert. Essas fibras possuem resistência à tração de 1.270 N/mm² e suas especificações estão
apresentadas na Tabela 14.
A fibra de aço utilizada nessa pesquisa (Figura 18) é classificada como A-I (tipo
A – ancoragem nas extremidades; classe I – oriunda de arame trefilado a frio). As fibras A-I
são especificadas pelo diâmetro equivalente (de) e comprimento total (l). O fator de forma é
obtido por meio da razão l/de.
Foram escolhidas fibras curtas, mesmo sabendo-se que fibras mais longas tem melhor
desempenho mecânico, pois, segundo Figueiredo (2011), recomenda-se que o comprimento da
50
fibra seja 1/3 da menor dimensão do corpo de prova. Como o corpo de prova utilizado foi de 100
x 100 x 400 mm, a fibra devia ter um comprimento menor que 100/3, ou seja, menor que 33,33
mm. Além disso, fibras grandes atrapalham a trabalhabilidade do concreto auto-adensável,
fazendo com que o mesmo não alcance os resultados no estado fresco prescritos por norma.
Fonte: Autor.
T1 25 kg/m³
T2 50 kg/m³
T3 75 kg/m³
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
52
800
700
600
500
Espalhamento
400
(mm)
300
200
100
0
T1 T2 T3
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Este ensaio, mostrado na Figura 22, tem como finalidade determinar a fluidez e a
capacidade de passagem do CAA por obstáculos. O equipamento utilizado, descrito no item
4.5.3, foi preparado conforme recomendações e limites segundo ABNT. Neste ensaio
determina-se o tempo que o CAA leva para percorrer uma distância horizontal de 20 cm e de
40 cm, e a razão H2/H1, como sendo a relação entre as alturas do concreto nos pontos final e
inicial, respectivamente, na horizontal.
Fonte: Autor.
0.92
0.90
0.88
0.86
Habilidade 0.84
Passante 0.82
0.80
0.78
0.76
0.74
T1 T2 T3
Fonte: Autor.
A partir dos dados observados na Figura 23, notou-se que todos os traços
apresentaram valores maiores ou iguais a 0,80, valor mínimo exigido pela ABNT NBR
15823:2010-Parte 4, para caracterizar os concretos como auto-adensáveis.
Assim como observado no ensaio de espalhamento, quanto maior o teor de fibras
no concreto, menor o valore da habilidade passante.
10
9
8
7
Viscosidade 6
(s) 5
4
3
2
1
0
T1 T2 T3
Fonte: Autor.
56
Este ensaio, mostrado na Figura 25, tem como finalidade determinar a viscosidade
do CAA. Nele, determina-se o tempo que o CAA leva para sair do funil V. Quanto menor o
tempo, mais viscoso e mais auto adensável pode ser considerado o concreto.
Analisando a Figura 25, ambos os traços estão em conformidade com a ABNT
NBR 15823:2010-Parte 5, a qual prescreve que a viscosidade dos concretos auto adensáveis
deve apresentar valor menor ou igual a 9 segundos.
Observou-se, ainda, que o teor de fibras não alterou a viscosidade dos traços
apresentados.
Figura 25 – Realização do ensaio de determinação da viscosidade.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
60.00
50.00
40.00
Resistência à
Compressão 30.00
(MPa)
20.00
10.00
0.00
T1 T2 T3
Fonte: Autor.
Todos as misturas apresentaram valores de resistência à compressão maiores que
20 MPa, valor mínimo exigido pela norma (ABNT NBR 6118:2014) para concretos
estruturais.
A partir dos resultados observados na Figura 28, notou-se que, o concreto com
menor teor de fibras apresentou uma resistência à compressão maior que o concreto com
maior teor de fibras. Isso ocorreu devido uma simples variação de resultados, pois as fibras
não interferem diretamente na resistência à compressão.
Fonte: Autor.
5.00
4.00
3.00
Resistência à
Tração (MPa)
2.00
1.00
0.00
T1 T2 T3
Fonte: Autor.
Nesta pesquisa, as imagens do MEV foram utilizadas para analisar essa interação,
fator muito importante nas propriedades mecânicas do CRF, como visto no item 5.3.1.
Na Figura 30 pode-se ver as amostras analisadas no microscópio. A amostra do
lado esquerdo possui uma fibra, já a do lado direito é apenas a matriz de concreto.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
saindo do seu lugar original. Porém, na Figura 31, pode-se ver o lugar que era ocupado pela
fibra anteriormente, antes de sua movimentação, e é possível notar que a fibra estava
totalmente envolvida e fixada pelo concreto, obtendo-se assim uma excelente interação entre
os dois elementos, o que contribuiu para os ótimos resultados mecânicos dos concretos feitos
nessa pesquisa.
Já na Figura 32, é possível visualizar a matriz de concreto onde antes era ocupado
pela fibra de aço. Pode-se observar que a matriz de concreto da Figura 32 possui rugosidade
aproximada da rugosidade da fibra da Figura 31, o que, novamente, aponta para a interação
entre a fibra e a matriz de concreto.
Fonte: Autor.
Figura 33 – MEV da parte fixa da fibra com a matriz (a) e amostra analisada (b).
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
64
25 g i Média de i
1,3168
Eixo x (mH) 1,3023 1,3141
1,3233
1,1900
Eixo y (mH) 1,1928 1,1962
1,2059
0,1863
Eixo z (mH) 0,1752 0,1825
0,1860
i = 2,6928
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Foram tiradas todas as medidas dos corpos de prova, como mostra a Figura 36, e a
partir destas medidas foi calculada a área. Tendo a área e a massa de fibras de cada corpo de
66
prova, foi possível então calcular a dosagem de fibras exata contida em cada traço, como
mostra a Tabela 23.
Fonte: Autor.
z x
27.35% 34.37%
y
38.27%
Fonte: Autor.
z x
28.98% 32.08%
y
38.94%
Fonte: Autor.
68
z x
20.73% 38.33%
y
40.94%
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Figura 41 – Resultados do ensaio JSCE – SF4 para o teor 25 kg/m³ de fibra de aço.
25 kg/m³
25
20
Carga (KN)
15
T3-1
T3-2
10
T3-3
T3-4
5
0
0 1 2 3 4 5 6
Deslocamento vertical (mm)
Fonte: Autor.
70
Figura 42 – Resultados do ensaio JSCE – SF4 para o teor 50 kg/m³ de fibra de aço.
50 kg/m³
25
20
Carga (KN)
15
T2-1
T2-2
10
T2-3
T2-4
5
0
0 1 2 3 4 5 6
Deslocamento vertical (mm)
Fonte: Autor.
Figura 43 – Resultados do ensaio JSCE – SF4 para o teor 75 kg/m³ de fibra de aço.
75 kg/m³
25
20
Carga (KN)
15
T1-1
T1-2
10
T1-3
T1-4
5
0
0 1 2 3 4 5 6
Deslocamento vertical (mm)
Fonte: Autor.
Pelas Figuras 41, 42 e 43, pode-se observar que as cargas de ruptura a flexão
ficaram próximas do valor de 20 KN, independente do teor de fibras. Observa-se também que
houve uma certa instabilidade pós-fissuração, evidenciada pela distância entre os pontos logo
71
após a ruptura da matriz, pós-pico. De acordo com Monte (2015), o afastamento maior ocorre
após a carga de pico por causa do aumento da velocidade de deslocamento que o LVDT
registrou, já que a taxa de aquisição de dados é constante. Essa instabilidade ocorre porque o
ensaio em questão utiliza o controle tipo open loop, no qual a velocidade do equipamento é
mantida constante, e não a do corpo de prova, o que não aconteceria se o ensaio fosse
realizado com um sistema de controle da velocidade de deslocamento fechado (BANTHIA;
DUBEY, 1999; SALVADOR; FIGUEIREDO, 2013).
Monte (2015) afirma também a instabilidade é progressivamente reduzida
conforme o teor de fibra é aumentado. Nota-se nos gráficos que a instabilidade do concreto
com 25 kg/m³ foi maior para o teor de 75 kg/m³. Porém, nota-se que dois corpos de prova do
gráfico de teor de 50 kg/m³ apresentaram instabilidade maior que o teor 25 kg/m³. Isso deve-
se a uma simples variância cuja significância não é relevante para os resultados de tenacidade.
Fonte: Autor.
25 kg/m³
90
80
70
60
Carga - Fp (KN)
50
T3-1
40
T3-2
30 T3-3
20
10
0
0 1 2 3 4 5
Deslocamento vertical - p (mm)
Fonte: Autor.
50 kg/m³
90
80
70
60
Carga - Fp (KN)
50
T2-1
40
T2-2
30 T2-3
20
10
0
0 1 2 3 4 5
Deslocamento vertical - p (mm)
Fonte: Autor.
73
75 kg/m³
90
80
70
60
Carga - Fp (KN)
50
T1-1
40
T1-2
30 T1-3
20
10
0
0 1 2 3 4 5
Deslocamento vertical - p (mm)
Fonte: Autor.
6.2.7 Tenacidade
7 CONCLUSÕES
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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