Macroeconomia
Macroeconomia
Macroeconomia
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Macroeconomia
Samuel Façanha Câmara
Bacharelado em
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Macroeconomia
Samuel Façanha Câmara
2016. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
Esta obra está licenciada nos termos da Licença Creative Commons Atribuição - Não Comercial - Compartilha Igual
3.0 Brasil, podendo a OBRA ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins
não comerciais, que seja atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença.
Macroeconomia
2016
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
AUTOr DO CONTEÚDO
Samuel Façanha Câmara
Coordenação do Projeto
Alexandre Marino Costa
Coordenação de Produção de Recursos Didáticos
Denise Aparecida Bunn
Projeto Gráfico
Adriano Schmidt Reibnitz
Annye Cristiny Tessaro
Editoração e Ilustração
Stephany Kaori Yoshida
Revisão Textual
Sergio Luiz Meira
Capa
Alexandre Noronha
Créditos da imagem da capa: extraída do banco de imagens Stock.xchng sob direitos livres para uso de imagem.
Sumário
Apresentação............................................................................................ 7
Unidade 4 — A Inflação
A Inflação................................................................................................... 79
Teoria Quantitativa da Moeda .............................................................. 83
Causas da Inflação................................................................................. 85
Inflação e a Taxa de Juros..................................................................... 87
Medidas de Inflação............................................................................... 90
O Plano Real ........................................................................................ 92
Unidade 5 — Economia Aberta
Economia Aberta ...................................................................................... 99
O Processo de Abertura para o Exterior no Brasil ............................... 100
Taxa de Câmbio ................................................................................. 101
Pequena Economia Aberta ................................................................. 106
Referências............................................................................................... 131
Minicurrículo............................................................................................ 134
Apresentação
A�r��������o
Olá estudante!
Vamos a partir de agora estudar um ramo da Economia
denominado de Macroeconomia. Você já estudou de forma mais
introdutória a Macroeconomia na disciplina Introdução à Economia,
e agora vamos aprofundar alguns temas que se revelam muito importantes
para a Gestão Pública. Você terá a oportunidade de aprender mais
sobre a contabilidade nacional, ou seja, de que modo as contas do
governo são organizadas e contabilizadas; de que modo a demanda
e a oferta do País como um todo se formam; as relações da economia
com a moeda e as taxas de juros; e o comportamento do governo e
como ele formula e aplica suas políticas econômicas.
Você desenvolverá a capacidade de analisar as relações
existentes entre as principais variáveis que representam o estado
da economia do País, como, por exemplo, se as empresas de forma
conjunta estão produzindo mais, ou se estas estão empregando mais,
ou se os preços dos diferentes bens produzidos no Brasil estão se
elevando; assim como o efeito das ações do governo, das famílias
e das empresas diante destas variáveis macroeconômicas, que
são grandezas que servem para representar os diferentes estados da
Economia, tais como: o valor da taxa de juros, os índices de emprego
e de desemprego, o índice de inflação e dos preços dos bens de uma
forma geral. Compreenderá, principalmente, o entendimento desta
relação do governo com a economia, que se dá, normalmente, pelas
chamadas políticas econômicas e seus instrumentos, como a taxa de
juros ofertada pelo governo na emissão de títulos, entre outros, o
que de muitas formas afeta a maneira como as instituições públicas
devem ser geridas.
Módulo 2 7
Macroeconomia
Módulo 2 9
UNIDADE 1
I��ro�u��o � A�á�i��
M��ro��o��mi��
Objetivos Específicos de Aprendizagem
Ao finalizar esta Unidade, você deverá ser capaz de:
ff Entender o que é Macroeconomia e do que ela trata;
ff Compreender a evolução do Pensamento Macroeconômico; e
ff Estabelecer a necessidade de entender os fenômenos
Macroeconômicos.
Unidade 1 – Introdução à Análise Macroeconômica
I��ro�u��o � A�á�i��
M��ro��o��mi��
Olá estudante,
Bem-vindo aos estudos desta disciplina.
Você vai conhecer agora os fundamentos da macroeconomia,
seus principais conceitos e sobre quais bases este campo do
conhecimento se ampara. Ao final desta Unidade você terá a
base do conhecimento para começar a entender as análises que
a macroeconomia é capaz de fundamentar, principalmente no
auxílio à tomada de decisão dos gestores públicos.
Preparado? Vamos lá!
Veja mais informações
sobre os agregados
v
econômicos acessando
A macroeconomia é uma parte da Ciência Econômica que o link <http://www.
se dedica a estudar os chamados agregados macroeconômicos, ou fontedosaber.com/
seja, aquelas variáveis que representam de forma agregada toda a administracao/agregados-
macroeconomicos.html>.
economia de um país.
Acesso em: 30 mar. 2016.
Quando ouve falar de agregados, no que você pensa? É claro
que a resposta é: em algo que foi juntado, acumulado, somado, Na Unidade 4 falaremos
agregado. É exatamente isto que ocorre com os tipos de grandezas que mais sobre estes índices e
como eles são calculados,
a macroeconomia trabalha. Por exemplo, quando na macroeconomia
mas, se desejar conhecer
v
falamos de Produto, estamos nos referindo a tudo o que é produzido desde já alguns deles,
de forma agregada no país; e quando falamos em Níveis de Preços, acesse a página do Banco
normalmente estamos tratando de um índice econômico que faz uma Central, disponível em:
<https://www.bcb.
espécie de média de todos os preços do país.
gov.br/?INDECO> ou a
página de indicadores
econômicos do Universe
On Line (UOL), disponível
em: <http://economia.uol.
com.br/cotacoes/indices-
economicos/>. Acesso em:
30 mar. 2016.
Módulo 2 13
Macroeconomia
v
disponível em: <http://www. e começamos a pensar se nossos empregos também não estariam
valor.com.br>; e Jornal O ameaçados. Na internet, você pode acessar os sites de diversos órgãos de
Estadão TV, disponível em:
comunicação que divulgam e analisam as variáveis macroeconômicas.
<http://tv.estadao.com.br/
videos-canal,ECONOMIA,254,0. Ao fazê-lo procure identificar vídeos e notícias que tratem dos agregados
htm>. Acesso em: 30 mar. macroeconômicos e procure discutir o quanto você já ouviu falar
2016. deles e quais pontos relacionados com estes indicadores você não
compreende bem. Esperamos que, ao final de nosso estudo, você
esteja com menos dúvidas:
Evolução da Macroeconomia
A macroeconomia é uma
parte importante da Ciência
Saiba mais John Maynard Keynes
Econômica e apresenta uma
Foi um proeminente economista britânico, nascido em Cambridge evolução histórica significativa a
em 1883 e falecido em 1946. Produziu uma importante obra,
partir da década de 1930 com
intitulada A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, na
a contribuição do economista
qual desenvolveu conceitos importantes como a demanda efetiva
inglês John Maynard Keynes,
(agregada) e a recomendação da intervenção do Governo na
que através de seu livro seminal,
Economia, principalmente, por meio de políticas econômicas fiscais
intitulado Teoria Geral do Emprego,
(gastos públicos). Fonte: Elaborado pelo autor deste livro.
do Juro e da Moeda, mostrou a
mercados de resolverem certos problemas, Período que começou em 1929 e perdurou durante toda a
principalmente, para a saída de crises, década de 30. Esta recessão foi marcada por elevadas taxas
como foi a grande depressão de 1929. de desemprego, falências de inúmeras empresas e colapso
Neste período os Estados Unidos da dos sistemas produtivos. Começou de forma mais aguda nos
Estados Unidos da América e se propagou por todos os países.
América (EUA) mergulharam em uma
Fonte: Elaborado pelo autor deste livro.
grande crise econômica que tomou
proporções mundiais, o que ocorreu
depois de um declínio de consumo dos produtos americanos, após
a Primeira Guerra Mundial, ocasionado pela recuperação dos países
v
europeus, além de uma forte especulação com os valores das ações
das empresas norte-americanas que vinham obtendo lucros elevados
seguidamente.
Quando se deu a crise de 29 houve um descrédito nos valores Assista a esses vídeos
sobre a grande
das ações, inúmeras empresas fecharam e milhões de pessoas nos
depressão de 29,
EUA e no mundo perderam seus empregos. Os governos de diversos
disponíveis em: <https://
países ficaram sem saber o que fazer frente a uma crise tão aguda. www.youtube.com/
Nesta mesma época Keynes escreve sobre a influência dos governos watch?v=sXyKhYQPp1w>;
Módulo 2 15
Macroeconomia
v
dos governos, no formato de
políticas econômicas. Numa dessas direções apostou-se num maior
efeito das chamadas políticas econômicas fiscais, ou seja, o efeito dos
Para saber um pouco mais
gastos do governo sobre a economia. Na outra direção voltou-se para
sobre política econômica,
leia o texto de Giovani Clark, a importância das chamadas políticas monetárias, que se constituem
disponível em: <http://www. em ações do governo que, de várias formas, alteram a quantidade de
scielo.br/pdf/ea/v22n62/ moeda (dinheiro ou liquidez) na economia.
a14v2262.pdf>. Acesso em: 31
mar. 2016.
Depois da publicação e popularização da obra de Keynes, em
1936, ainda com o capitalismo em cheque devido à crise que se iniciou
em 29 e que não mostrava sinais de fraqueza, um outro autor, John R.
Hicks, desenvolveu uma forma mais direta de interpretar e descrever
as principais ideias de Keynes, principalmente, através da construção
de um modelo para explicar e prever os impactos das políticas fiscal
e monetária na economia. Este modelo ficou conhecido como IS-LM
ou como síntese neoclássica. O modelo IS-LM será apresentado de
forma mais completa na Unidade 3, embora você já o tenha visto na
disciplina Introdução à Economia.
Módulo 2 17
Macroeconomia
é entender as causas dos chamados ciclos exemplo, como você viu em Introdução a Economia, podemos
descrever a demanda de um bem como dependente do preço
econômicos e estabelecer mecanismos que
do próprio bem, da renda do consumidor e do preço de um
possam auxiliar em sua previsibilidade.
bem substituto. Este é um modelo para explicar a demanda,
As economias mundiais costumam
reduzindo sua causa a três variáveis, mas se você pensar no
oscilar entre períodos de crescimento
que leva em consideração na hora de decidir que vai comprar
econômico e de recessão (crescimento algo, será capaz de elencar muito mais variáveis do que só
econômico negativo); e essas oscilações aquelas presentes neste modelo. Fonte: Elaborado pelo autor
deste livro.
Módulo 2 19
Macroeconomia
Mercado de Bens
e Serviços
Famílias Firmas
Módulo 2 21
Macroeconomia
Onde:
Resumindo
Nesta Unidade você estudou que a macroeconomia é
um campo do conhecimento ligado à Ciência Econômica e viu
como o pensamento da macroeconomia evoluiu desde Keynes
aos dias atuais, passando pelas principais escolas.
Você viu também que a macroeconomia trabalha com
modelos representativos da economia; e conheceu quais os
principais problemas que aquela trata como Ciência e que se
relacionam com a determinação dos agregados macroeconô-
micos.
Módulo 2 23
Macroeconomia
Atividades de aprendizagem
Agora é o momento de você testar seus conhecimentos e verificar
se compreendeu bem os textos apresentados nesta Unidade
realizando as atividades a seguir. Caso tenha alguma dificuldade,
não hesite em contatar seu tutor, que está à sua disposição para
ajudá-lo.
Co����i�i���� N��io���
Objetivos Específicos de Aprendizagem
Ao finalizar esta Unidade, você deverá ser capaz de:
ff Entender as Contas Nacionais;
ff Compreender a importância dos registros e a mensuração das
variáveis macroeconômicas; e
ff Relacionar as contas nacionais com as variáveis dos Modelos
Econômicos.
Unidade 2 – Contabilidade Nacional
Co����i�i���� N��io���
Caro estudante,
Você conheceu na Unidade anterior os fundamentos da
macroeconomia e agora, nesta Unidade, você conhecerá um
ferramental importante usado pelos economistas e pelo governo
para contabilizar as principais variáveis macroeconômicas
do país. Isto será de fundamental importância para que você
desenvolva a capacidade de ler relatórios econômicos e
setoriais, relacionando-os com os conceitos macroeconômicos
e possibilitando que você forme uma base analítica para auxiliar
na tomada de decisão como gestor público.
Preparado para seguir adiante?
Então, vamos lá!
Módulo 2 27
Macroeconomia
TOTAL 250
Demanda
Figura 2: Igualdade entre Produto, Renda e Despesa
Fonte: Adaptado de Vasconcelos (2002)
R = Y = DA
Onde:
f R = renda
f Y = renda e produto (valor)
f DA = despesa agregada
Módulo 2 29
Macroeconomia
Y=C+S
Onde:
f C = consumo
f S = poupança
Assim, podemos dizer que as despesas podem podem ter duas
naturezas: o consumo C (famílias) e o investimento I (empresas), como
segue:
DA = C + I
Onde:
f I = investimento
A renda (Y) advém, no caso das empresas, do consumo e, no
caso das famílias, da remuneração da poupança das famílias (Y =
C + S)
A despesa agregada (DA) é a soma do consumo como destino
dos recursos que as famílias têm; e o investimento é o destino dos
recursos das empresas.
Pela circularidade da economia:
Y = DA
Então:
C+S=C+I
S=I
Y=C+S+T
Onde:
DA = C + I + G
Onde:
C+S+T=C+I+G
S+T=I+G
Igualando DA = Y, teremos:
C+S+T=C+I+G+X–M
S+T+M=I+G+X
Módulo 2 31
Macroeconomia
E rearranjando os termos:
(X – M) = (T – G) + (S – I)
(X – M) = (T – G) +(Y – C –T) – I
PN = PI – RLE
Onde:
tempo por desgaste, o que é denominado de depreciação. O Produto o que inclui os estoques
dos bens, inclusive os bens
Bruto não desconta de seu valor total a perda de valor no tempo por
de capital. Fonte: Elabora-
desgaste de uso dos bens de capital (depreciação); então o Produto do pelo autor deste livro
Líquido (PL), será o Produto Bruto menos a depreciação (DEP).
PL = PB – DEP
tamanho da economia de um país e pela sua variação trator é produzido e vendido, a cada ano
ao longo do tempo de quanto esta economia está ele perde valor pelo seu desgaste; este valor
de desgaste é denominado de depreciação.
crescendo.O Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil
Fonte: Elaborado pelo autor deste livro.
é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), instituição federal subordinada ao
Ministério do Planejamento, desde 1990.
v
Sugerimos que você acesse o site do IBGE e procure pelo
Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA). Ao entrar
na referida página você encontrará o formulário a seguir, que
deve ser preenchido da forma como a Figura 3 mostra para O Banco de Dados SIDRA
está disponível no link:
poder criar uma tabela com os valores dos PIBs disponíveis.
<http://www.sidra.ibge.
gov.br/bda/tabela/
listabl.asp?z=t&o=15
&i=P&c=2072>. Acesso
em: 31 mar. 2016.
Módulo 2 33
Macroeconomia
Figura 3: Tela do formulário para acesso aos dados do PIB no site do IBGE
Fonte: Brasil (2015)
Produto Nominal
Produto Real = × 100
Deflator
(1.500 – 1.000)
Variação PIB Nominal = × 100
1.000
v
PIB Real em 2010 = 1.250
Módulo 2 35
Macroeconomia
v
Agora que você já conhece como as variáveis macroeconômicas
Para conhecer a fundamentais se relacionam e são, de forma mais geral,
Metodologia para mensuradas, é hora de ver como, na prática, os países e seus
Sistemas de Contas
governos registram e calculam estas variáveis. Vamos em frente?
Nacionais, acesseo site
do IBGE: <http://www.
ibge.gov.br/home/
estatistica/economia/ Segundo Lopes e Vasconcelos (2000) o modelo dos sistemas
contasnacionais/2008/ de contabilidade nacional, atualmente usados nos países, foi criado
SRM_contasnacionais. por Richard Stone. No Brasil existem algumas diferenças metodológicas
pdf>. Acesso em: 31 mar.
que são específicas de nosso país.
2016.
O modelo desenvolvido por Stone divide a contabilidade em
quatro contas: i) Produto Interno Bruto, que
Saiba mais Richard Stone
representa os níveis de produção no País;
Foi um Economista britânico, nascido a 30 de agosto ii) Renda Nacional Disponível Líquida, que
de 1913, em Londres, e falecido a 6 de representa a apropriação; iii) Transações
dezembro de 1991, em Cambridgeshire. Correntes com o Resto do Mundo, que
Recebeu o Prémio Nobel da Economia, em representa as transações do País com o
1984, por ter desenvolvido um modelo exterior; e iv) Conta de Capital, que representa
de contabilidade que pode ser aplicado à a acumulação da riqueza no País.
identificação de atividades econômicas à escala nacional Você verá nos quadros a seguir como
e, posteriormente, internacional. Fonte: Elaborado pelo estas contas são construídas. Primeiro vamos
autor deste livro.
ver a conta do Produto Interno (Quadro 1).
D��i�o Cr��i�o
Salários Consumo das Famílias
Excedente Operacional Bruto (1) Consumo do Governo
Impostos Indiretos Investimentos em Bens de Capital
(-) Subsídios Variação dos Estoques
Exportações de bens e serviços
(-) Importações de bens e serviços
PIB a Preços de Mercado Despesa Interna Bruta a Preços de Mercado
Quadro 1: Conta Produto Interno Bruto
Fonte: Lopes e Vasconcelos (2000)
D��i�o Cr��i�o
Consumo das Famílias Salários
Consumo do Governo Excedente Operacional Bruto
Saldo: Poupança Interna Impostos Indiretos
(-) Subsídios
(-) Depreciação
(-) Rendas Enviadas ao Exterior
Renda Recebida do Exterior
Utilização da Renda Nacional Apropriação da Renda Nacional Disponível
Disponível Líquida Líquida
Quadro 2: Conta Renda Nacional Disponível Líquida
Fonte: Lopes e Vasconcelos (2011)
D��i�o Cr��i�o
Investimento em Bens de Capital Poupança Interna
Variações de Estoque Poupança Externa
(-) Depreciação
Total da Formação de Capital Financiamento da Formação de Capital
Quadro 3: Conta Capital
Fonte: Lopes e Vasconcelos (2011)
Módulo 2 37
Macroeconomia
D��i�o Cr��i�o
Exportações de bens e serviços Importações de bens e serviços não fatores
não fatores
Renda Recebida do Exterior Renda Enviada ao Exterior
Utilização dos Recebimentos Recebimentos Correntes
Correntes
Total da Formação de Capital Financiamento da Formação de Capital
Quadro 4: Conta Transações Correntes com o Resto do Mundo
Fonte: Lopes e Vasconcelos (2011)
Módulo 2 39
Macroeconomia
Resumindo
Nesta Unidade você viu como as variáveis macroeconô-
micas podem se relacionar em importantes identidades, como
produto igual à renda, e como estas são mensuradas. Você
conheceu também o Sistema de Contas Nacionais e concei-
tos importantes como o Produto Interno Bruto (PIB) e de que
forma ele é contabilizado.
Atividades de aprendizagem
Estamos propondo a você realizar a seguir alguns exercícios de
fixação do conteúdo estudado nesta Unidade. Caso tenha dúvidas,
retorne ao texto e faça uma segunda leitura. Permanecendo as
dúvidas, não se esqueça de que, se precisar de auxílio, seu tutor
está sempre à sua disposição para ajudá-lo. E então; preparado
para testar seus conhecimentos?
Módulo 2 41
UNIDADE 3
D���rmi����o �� D�m����
� O��r�� A�r�����
Objetivos Específicos de Aprendizagem
Ao finalizar esta Unidade, você será capaz de:
ff Entender como a oferta e demanda agregada são formadas;
ff Compreender o Modelo IS-LM de determinação da renda e dos
juros; e
ff Entender como estes modelos podem ajudar o Gestor Público a
analisar a economia do País.
Unidade 3 – Determinação da Demanda e Oferta Agregada
D���rmi����o �� D�m���� �
O��r�� A�r�����
DA = C + I + G + X – M
Módulo 2 45
Macroeconomia
DA1 DA2
P*
OA*
Pleno OA
Emprego
Figura 4: Demanda Agregada
Fonte: Elaborada pelo autor deste livro
Nível de
Preços (P)
P*
Pleno OA
Emprego
Figura 5: Curva de oferta agregada
Fonte: Elaborada pelo autor deste livro
Módulo 2 47
Macroeconomia
DA1 DA2
P*
OA*
Pleno OA
Emprego
Figura 6: Demanda e oferta agregada
Fonte: Elaborada pelo autor deste livro
Consumo
Keynes mostrou em sua obra que o consumo agregado em uma
nação é uma função direta da renda. Vamos supor que a relação entre
consumo e renda se dê por meio de uma função linear. Assim teremos:
C = a + by
Onde:
f C = Consumo agregado
f y = renda nacional
f a = consumo autônomo
f b = propensão marginal a consumir
Módulo 2 49
Macroeconomia
C = a + by
y
Figura 7: Curva de consumo agregado
Fonte: Elaborada pelo autor deste livro
Poupança
Do ponto de vista da economia, a poupança é parte de uma
renda auferida pelas famílias em um determinado período e que não
foi gasta neste período.
S=y–C
Como:
C = a + by
Então:
S = y – a – by
S = – a + (1 – b)y
Onde:
f S = poupança
f (1 – b) = propensão marginal a poupar
A propensão marginal a poupar mostra o acréscimo que ocorre
na poupança quando a renda aumenta. Graficamente, podemos ver
a função poupança na Figura 8.
S = -a+(1-b)y
(1-b)
0 y
-a
Módulo 2 51
Macroeconomia
S C = a + by
a S = -a+( 1-b)y
0
y
(1-b)
-a
Investimento
O investimento na demanda é visto como os gastos das empresas.
No modelo que estamos construindo o investimento será considerado
como autônomo em relação à renda, ou seja, o nível de investimentos
realizado pelas empresas na economia de um país não depende do
seu nível de renda.
C = a + b(Y – T) ou C = a + by d
Onde:
f (Y – T) = yd = Renda disponível
Assim, a poupança será:
DA = C + I + G + X – M
45º
Módulo 2 53
Macroeconomia
DA = C + I + G + X – M
y = C + I + G + X – M é a condição de equilíbrio.
y = by – bT + A, onde A = a + I + G + X – M
Teremos:
b 1
y= T+ A . Esta é a renda de equilíbrio.
(1– b) (1– b)
∆y 1
=
∆A (1– b)
I = S = Condição de equilíbrio
Para a poupança:
S = –a +(1 – b).y ou – a + s.y, e s = (1–b) = propensão
marginal a poupar
e
Para o Investimento:
Assim:
–a + s.y = Ia – k.i
∆i s
=–
∆y k
Módulo 2 55
Macroeconomia
i1
i2
IS
y1 y2 y
i1
IS2
IS1
y1 y2 y
A Moeda
A moeda está presente na história da humanidade desde que
v
o escambo não foi mais capaz de atender às necessidades das vendas
dos excedentes produtivos, para além da necessidade de sobrevivência
de quem produziu o excedente. A moeda evoluiu desde a moeda
mercadoria, quando algumas mercadorias de grande aceitação passaram
Conheça um pouco mais
a intermediar as trocas, até a moeda de metal, principalmente quando
da história da moeda
passou a ser cunhada por alguma autoridade governamental que acessando: <http://www.
garantiu seu peso e valor. Este processo de cunha da moeda relacionou bi.cv/upl/%7Bc5925144-
a autoridade dos governos à moeda, o que acabou por estabelecer o 318c-462f-8da0-
Módulo 2 57
Macroeconomia
Mdt + p = Kt × y
Onde:
Mdx = f (i)
Onde:
Módulo 2 59
Macroeconomia
MdT = k T y + f (i)
i parte vercal:
demanda por
transação e
precaução
parte
negavamente
inclinada:
demanda por
especulação
Md
Figura 13: Demanda total por moeda
Fonte: Elaborada pelo autor deste livro
i
MS = M/P (oferta monetária)
Md (demanda a um dado
nível de renda)
Módulo 2 61
Macroeconomia
i MS1=M1 / P MS2=M2 / P
i1
i2
Md
M
Figura 15: Política monetária e Taxa de juros
Fonte: Elaborada pelo autor deste livro
Fazendo f(i) = – ki . i
Dado que teremos: M / P = k . y – k i . i,
Colocando em função dos juros (i):
(Equação da curva LM)
Assim, teremos:
∆i k
= >0
∆y ki
Esta última razão mostra que há uma relação direta entre taxa
de juros (i) e renda nacional (y).
Graficamente, a curva LM é representada na Figura 16. É
positivamente inclinada, representando a relação direta entre taxa de
juros e renda nacional.
LM
i1
y1 y
Módulo 2 63
Macroeconomia
i
LM1 LM2
i1
y1 y2 y
Equilíbrio IS-LM
As curvas IS e LM coexistem no mesmo plano cartesiano e
podem, assim, representar graficamente a possibilidade de equilíbrio
entre o lado real e o monetário da economia. Desta forma, podemos
observar na Figura 18, que a taxa de juros (ie) e a renda (ye) de equilíbrio
se formam a partir do encontro das duas curvas, revelando o ponto
onde os dois lados estabelecem a mesma taxa de juros para a mesma
renda (produto). Neste caso, denominamos estes valores de taxa de
juros e de renda como de equilíbrios, pois satisfazem às condições e
comportamentos dos agentes econômicos nos dois lados.
i
LM
ie
IS
ye y
Política Fiscal
A representação da política fiscal expansionista (aumento dos
gastos do governo) se dá no modelo IS-LM por meio do deslocamento
da curva IS para a direita e o consequente deslocamento do ponto de
equilíbrio, como mostrado na Figura 19.
i
LM
ie2
ie1 IS1
IS2
Módulo 2 65
Macroeconomia
Política Monetária
A política monetária também pode ser expressa no modelo
IS-LM através dos deslocamentos da curva LM. Neste caso, uma política
de expansão da moeda desloca a curva LM para a direita (Figura 20)
e causa diminuição da taxa de juros e elevação da renda nacional.
i LM2
LM1
ie2
ie1
IS
Módulo 2 67
Macroeconomia
ie2
ie1
IS
M/P2
M/P1
Preços
P2
P1
DA
Módulo 2 69
Macroeconomia
W = Wp × Pe
W Wp Pe
= ×
P P P
Onde:
P
esperado
Módulo 2 71
Macroeconomia
W/P1
W/P2
L=L(W/P)
L1 L2 Nível de Renda
Figura 23: Demanda de mão de obra
Fonte: Elaborada pelo autor deste livro
Y=f(L)
Y2
Y1
L1 L2 L
P2
P1
Y=f(P)
Y1 Y2 Nível de Renda
Módulo 2 73
Macroeconomia
Resumindo
Você viu nesta Unidade que: i) o formato da curva de
oferta agregada depende de três comportamentos: capacidade
ociosa, pleno emprego e apenas alguns setores possuem capa-
cidade ociosa; ii) a demanda por moeda advém de três motivos:
transação; precaução; especulação; iii) a queda na taxa de juros
ocorrida no lado monetário da economia, leva as empresas,
no lado real, a investirem mais, elevando a demanda agrega-
da. Se a economia está com desemprego de recursos, a renda
nacional irá crescer (efeito Keynes), e se a economia estiver em
pleno emprego haverá elevação dos preços (efeito clássico); iv)
os efeitos das políticas fiscal e monetária podem ser represen-
tados pelos deslocamentos das curvas IS e LM; v) a demanda
agregada pode ser explicada pelo modelo IS-LM; e vi) a oferta
agregada pode ser explicada por, entre outros modelos, o dos
salários rígidos.
Atividades de aprendizagem
1. Qual o formato da curva de oferta agregada e por que esta curva
possui segmentos com formatos diferentes?
2. Mostre gráfica e matematicamente como é a função consumo e expli-
que o que são: consumo autônomo e propensão marginal a consumir.
3. Mostre graficamente e explique o equilíbrio no lado real da econo-
mia.
4. Qual a expressão matemática do multiplicador da renda e o que este
multiplicador representa?
5. Mostre graficamente: como se dá o equilíbrio no Mercado monetá-
rio?
6. Mostre graficamente e explique como se dá o equilíbrio entre o lado
real e o monetário no modelo IS-LM.
7. Descreva o efeito de uma política monetária expansionista, grafica-
mente, usando o modelo IS-LM.
8. Descreva o efeito de uma política fiscal expansionista, graficamente,
usando o modelo IS-LM.
9. Explique como a demanda agregada é formada, usando o modelo
IS-LM.
10. Explique como os salários rígidos explicam a formação da oferta
agregada.
Módulo 2 75
UNIDADE 4
A I������o
Objetivos Específicos de Aprendizagem
Ao finalizar esta Unidade, você deverá ser capaz de:
ff Reconhecer os diferentes processos de formação de inflação; e
ff Identificar como as políticas econômicas podem ser usadas para
reduzir a inflação.
Unidade 4 – A Inflação
A I������o
Módulo 2 79
Macroeconomia
v
no final do Governo do Presidente José Sarney, com uma inflação de
80% ao mês (taxa considerada como hiperinflação).
Módulo 2 81
Macroeconomia
v) No Mercado de Capitais: a
Saiba mais Mário Henrique Simonsen
deterioração da moeda em um processo
Sua carreira política começou em 1964, início da
inflacionário, normalmente, leva a menores
ditadura militar. Nesta época, passou a colaborar com
investimentos no mercado de capitais,
o então ministro do Planejamento, Roberto Campos.
dadas às fortes incertezas com o futuro e
Com pouco tempo na atividade, Simonsen ganhou
um consequente estímulo aos investimento
a antipatia das centrais sindicais, ao apresentar um
novo cálculo salarial, pelo qual os vencimentos dos
de bens de raiz, como imóveis e terras,
trabalhadores deveriam ser baseados na média por conta de serem uma segurança para
dos dois anos anteriores, o que reduziu o poder os valores futuros. Este desestímulo ao
aquisitivo dos empregados. Em 1974, ele atingiu mercado de capitais pode reduzir a dinâmica
o ápice de sua carreira política, ao assumir o de intermediação entre poupadores e
Ministério da Fazenda. Sua gestão foi marcada pela demandadores de recursos financeiros.
racionalidade econômica e contenção de gastos.
No governo do general João Figueiredo, Simonsen
trocou o Ministério da Fazenda pela Secretaria do
Estes efeitos negativos na economia foram
Planejamento. Ao deixar a vida pública, em 1979,
voltou a fazer o que mais gostava: dar aulas. Fonte:
sofridos no Brasil, em um período extenso,
UOL Biografias (2015). mas que mostrou sua face mais grave nos
anos 1980 e início dos anos 1990. Nesta
época foram tentados muitos planos econômicos de combate à
inflação, que não funcionaram de forma definitiva e levaram o
Saiba mais sobre a vida
País a crises econômicas sucessivas, até a implantação do plano
v
e obra desta conceituada
economista acessando Real.
a página do CNPq,
disponível em: <http://
www.cnpq.br/web/guest/ Durante os diferentes períodos inflacionários brasileiros, duas
pioneiras-view/-/journal_
escolas de economistas com pensamentos contrários criaram um
content/56_INSTANCE_
a6MO/10157/902909>.
debate em que propunham ações diferentes para o combate à inflação
Acesso em: 26 jun. 2015. porque discordavam na essência de suas causas. Estas escolas são a dos
Economistas Monetaristas, como o Prof. Mário Henrique Simonsen, e a
Complete suas
dos Economistas Estruturalistas, como a Professora Maria da Conceição
informações lendo o texto
Tavares. Os monetaristas argumentavam que a causa da inflação
“Inflação: Monetaristas e
Estruturalistas”, publicado era o descontrole da oferta monetária pelo governo, enquanto os
na Revista Ensaios FEE, estruturalistas defendiam que a inflação advinha da elevação de alguns
disponível em: <http:// preços da economia, principalmente, por problemas de distribuição da
revistas.fee.tche.br/index.
riqueza, como no caso, à época, da elevação dos preços do petróleo
php/ensaios/article/
viewFile/131/434>. pelos países produtores em formato de Cartel na década de 1970, ou
Acesso em: 28 mar. 2016.
M × V = P × T, onde:
Módulo 2 83
Macroeconomia
M × V = P × Y, onde:
f Y = produto.
Vamos considerar a velocidade da moeda como constante, o
que é fácil de fazer, uma vez que as maneiras com as quais as pessoas
realizam trocas na economia, usando um mesmo real, não muda de
forma rápida.
para comprar os bens e serviços, agora mais fundos de renda fixa + operações compromissadas
Módulo 2 85
Macroeconomia
Causas da Inflação
v
A teoria quantitativa da moeda, embora estabeleça a sua relação
com a moeda é bastante criticada pelos economistas por vários motivos,
Sugerimos a você a entre eles: que as quantidades de coisas diferentes não poderiam ser
leitura do texto Uma somadas, que a igualdade da equação não se estabelece quando se
análise crítica da teoria
considera o valor das coisas nas trocas e que a teoria, de fato, não
quantitativa da moeda,
que pode ser acessado
explica os mecanismos de causa entre moeda e variação nos preços.
no link: <ojs.c3sl.ufpr.br/ Contudo, na macroeconomia há duas explicações básicas para as
ojs/index.php/ret/article/ causas da inflação: i) A inflação ocasionada pela demanda agregada;
download/26836/17801>. e ii) a inflação de custo causada pela oferta agregada.
Acesso em: 30 mar. 2016.
Preços
OA
Pe2
Pe1
DA 2
DA 1
y e1 y e2 Renda
Módulo 2 87
Macroeconomia
Preços
OA 2
OA 1
Pe2
Pe1
DA
y e2 y e1 Renda
Figura 28: Inflação de Custos
Fonte: Elaborada pelo autor deste livro
v
Você já deve ter ouvido falar que o Banco Central brasileiro
reúne um comitê, denominado Comitê de Política Monetária (COPOM)
para decidir se eleva ou não a taxa básica de juros (Taxa SELIC) com
Na página do COPOM o objetivo de controlar a inflação.
você poderá encontrar
uma tabela com os
valores da inflação
e das taxas de juros A Taxa Básica de Juros, conhecida também como Taxa
praticadas. Disponível
SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é
em: <http://www.bcb.
gov.br/?COPOMJUROS>.
aquela que o governo utiliza para negociar seus títulos.
Acesso em: 30 mar. 2016. Trocando em miúdos, é a taxa que ele oferece pagar a
quem compra seus títulos.
r = i – π, onde:
i=r+π
Módulo 2 89
Macroeconomia
v
Esta equação é chamada de equação de Fisher, em homenagem
ao economista Irving Fisher, e mostra que os juros cobrados dependem
da inflação. Nesse caso, podemos avançar neste modelo substituindo
Conheça mais sobre a inflação pela inflação esperada, ou seja, os agentes ofertam crédito/
Irving Fisher e sua obra
títulos a uma determinada taxa de juros nominais considerando as
acessando o link: <http://
pt.cyclopaedia.net/wiki/
expectativas futuras da inflação. Matematicamente, teremos:
Irving-Fisher>. Acesso em:
30 mar. 2016.
i = r + πe, onde:
f πe = inflação esperada
Observe que esta equação nos diz que as taxas de juros
nominais são formadas a partir da percepção de quanto será a inflação
futura. Assim, se os agentes financeiros, como os bancos, têm uma
percepção de que a inflação irá aumentar no futuro, eles irão elevar
na mesma proporção seus juros nominais, o que é possível por conta
deste mercado. Há certa assimetria a favor dos bancos, que acabam
tendo mais poder sobre os preços, neste caso os juros.
Considerando, a relação entre os juros nominais e a inflação
esperada, podemos mudar a função de demanda monetária para
incluir esta lógica no mercado monetário. Matematicamente, teremos:
f Md = demanda monetária
M
= L (r + πe,Y)
P
Medidas de Inflação
Módulo 2 91
Macroeconomia
O Plano Real
Módulo 2 93
Macroeconomia
v
participaram, principalmente, os economistas André Lara Rezende,
Francisco Lopes, Edmar Bacha e Pércio Arida.
Associado à quebra da inércia inflacionária, o plano Real atacou
a questão fiscal e gerou o que os economistas chamaram de “âncora
Complemente sua leitura cambial” congelando, inicialmente, o câmbio em Um Real para Um
sobre o Plano Real lendo Dólar, ao mesmo tempo agregando mais credibilidade à nova moeda
um texto do Prof. Bresser
e combatendo o aumento de preços internos pela possibilidade da
Pereira publicado na
Revista de Economia
concorrência dos bens importados, facilitados pela nova realidade
Política, disponível em: cambial e por uma política de abertura comercial de redução de
<http://www.rep.org.br/ alíquotas para a importação desses bens.
pdf/56-10.pdf>. Acesso
Essa política cambial sofreu variações ao longo do primeiro
em: 30 mar. 2016.
ano do plano. No correr do tempo tais políticas promoveram um forte
déficit na balança comercial e o Real teve que ser desvalorizado frente
ao Dólar. A âncora cambial foi substituída pela de juros no segundo
biênio do Plano, o que abriu espaço para uma flexibilização significativa
da política cambial a partir de então. O câmbio migrou de semifixo
com viés de controle de preços para flutuante sujo, determinado pelo
mercado, mas com forte presença do governo vendendo e comprando
divisas.
Complementando...
Para ampliar seus conhecimentos a respeito das temáticas estudadas nesta
Unidade, recomendamos que você assista a alguns vídeos:
Documentário TV Câmara: Laboratório Brasil – este documentário
aborda a história da inflação no brasil e os diferentes planos
econômicos tentados, até o Plano Real. O vídeo está dividido
em 4 partes e está disponível nos seguintes links: <https://www.
youtube.com/watch?v=o9c_WDXXcOI>, <https://www.youtube.
com/watch?v=TQE00R-ecrM>, <https://www.youtube.com/
watch?v=3CiKdMtyFNE>, e <https://www.youtube.com/watch?v=-
DnjO2bLYd0>. Acesso em: 29 abr. 2016.
Economia Monetária: Moeda e Bancos – do professor João Sayada, da
Universidade de São Paulo (USP). O vídeo trata da inflação brasileira.
Ele está dividido em 3 partes e está disponível nos seguintes links:
<https://www.youtube.com/watch?v=w3EouXGSVko&list=PLD500C
47EA36C36C3&index=1>, <https://www.youtube.com/watch?v=w
OhOXFFvt4A&index=2&list=PLD500C47EA36C36C3>, e <https://
www.youtube.com/watch?v=Zd0GqbbAnng&index=3&list=PLD500
C47EA36C36C3>. Acesso em: 29 abr. 2016.
Módulo 2 95
Macroeconomia
Resumindo
Nesta Unidade você viu que: i) a inflação pode ser um
processo de grande impacto para a sociedade; ii) a inflação
pode ser explicada pela teoria quantitativa da moeda; iii) que
existe uma relação entre inflação e taxa de juros; e iv) que
existem inúmeros índices para medir a inflação, como o IGP, o
INPC e o IPCA, com finalidades diferentes. E viu também como
foi estruturado o único Plano de Combate à Inflação que real-
mente funcionou no Brasil, o Plano Real.
Atividades de aprendizagem
Se você realmente entendeu o conteúdo desta Unidade,
acreditamos que não terá dificuldade para responder às questões
a seguir, mas, caso tenha, retorne aos pontos que ficaram em
dúvida, releia o texto e procure discuti-lo com seu tutor, que está
à sua disposição.
Módulo 2 97
UNIDADE 5
E�o�omi� A��r��
Objetivos Específicos de Aprendizagem
Ao finalizar esta Unidade, você será capaz de:
ff Identificar a importância das relações de transações do País com
o exterior para a economia;
ff Entender o processo que relaciona as trocas internacionais de
bens, serviços e capital com a economia interna do País; e
ff Relacionar as políticas econômicas com as variáveis que
determinam as trocas internacionais.
Unidade 5 – Economia Aberta
E�o�omi� A��r��
Módulo 2 101
Macroeconomia
v
Complemente sua leitura
com este texto de Benetti,
publicado no site da FEE,
sobre abertura comercial
brasileira. Disponível em:
<http://cdn.fee.tche.br/
jornadas/2/E13-15.pdf>.
Figura 29: Evolução da Abertura Comercial no Brasil
Fonte: Benetti (2016)
Taxa de Câmbio
Módulo 2 103
Macroeconomia
PR$ = ?
e = PRR$/PUS$
1/2,5 = PRR$ / 10.000,00
PR$ = 10.000,00 * 2,5
PR$ = 25.000,00 (vinte e cinco mil reais)
Onde:
f P BR
R$
= preço do Brasil em reais
R$
f PEUA = preço dos EUA em reais
P*
e(ppp) =
P
Módulo 2 105
Macroeconomia
de barreiras nos mercados. Desta forma, a PPP sofre uma crítica como
teoria preditora e serve como cálculo do desvio para a taxa de câmbio
praticada, influenciada por outros fatores que não a relação de preços.
Módulo 2 107
Macroeconomia
S – I = X –I, sendo X – I = NX
Assim, teremos:
S – I = NX
(I – S) + NX = O
f NX = saldo na conta-corrente
f (I – S) = saldo da conta de capital
Esta igualdade mostra que há um fluxo de capitais internacionais,
contabilizado na balança de pagamentos, que equilibra estas contas.
Assim, quando (I – S) for positivo e NX for negativo, é porque o País está
tomando capital emprestado no mercado internacional para financiar
seu déficit na balança comercial. Ao contrário, se NX>0 e (I-S)<0,
o país com os saldos da balança comercial está emprestando capital
para o restante do mundo. Neste modelo, estamos desconsiderando
o acúmulo de reservas cambiais, o que ocorre, frequentemente, nos
países como recurso de segurança cambial, mas que pode, também,
ser considerado apenas uma escolha intertemporal para o País, que
utilizará depois estes saldos.
NX = S – I, onde:
S = (Y – C – G) – I , substituindo na equação anterior
NX = (Y – C – G) – I, considerando que I = I(r*), ou seja,
investimentos é função dos juros internacionais.
NX = (Y – C(Y – T) - G) – I(r*)
Módulo 2 109
Macroeconomia
NX1
r*1
r
r*2 I(r*)
NX2
I,S I,S
Figura 30: Poupança e Investimento e a Taxa de Juros Internacional
Fonte: Elaborada pelo autor deste livro
Modelo Mundell-Fleming
v
Você verá neste outro modelo, denominado de Mundell-Fleming
em homenagem aos economistas Robert Mundell e Marcus Fleming,
como a taxa de câmbio se relaciona com as curvas IS-LM já estudadas Conheça a vida e o
na Unidade 3. Vamos considerar que este país do modelo é ainda uma pensamento de Robert
economia pequena e aberta, e que as três equações que estabelecem Mundell, economista
Módulo 2 111
Macroeconomia
e2
e1
NX2 NX1 NX
DA
DA = OA
DA = C + I + G + NX(e 1)
DA = C + I + G + NX(e 2)
45º
Y2 Y1 Y
e2
e1
IS
Y2 Y1 Y
Figura 33: Curva IS em função da Taxa de Câmbio
Fonte: Elaborada pelo autor deste livro
Você pode notar pela sequência das Figuras 31, 32 e 33, que,
primeiro, na Figura 31, há uma relação inversa entre taxa de câmbio
e balança comercial (NX). Como já foi explicado, esta relação se
revela também na Figura 32, na qual a demanda agregada se desloca
e é retraída com a diminuição de NX, efeito da elevação da taxa
de câmbio (e1 para e2). Esta retração da demanda agregada fará a
renda de equilíbrio cair de Y1 para Y2. A conclusão destas relações
pode ser vista na Figura 33, representando a curva IS, só que agora
relacionando as rendas de equilíbrio com as taxas de câmbio. Pois
quando e1 passou para e2 (elevação) a renda de equilíbrio, pelo efeito
da demanda agregada, passou de Y1 para Y2 (diminuição).
Do lado da moeda, ou da curva LM, no modelo Mundell-
Fleming, a oferta de saldos monetários reais não se relaciona com a
taxa de câmbio, mas com a decisão discricionária do governo. Assim,
graficamente a curva LM é vertical, considerando o plano que relaciona
renda e oferta monetária. Desta maneira, as curvas IS-LM podem ser
apresentadas neste novo formato na Figura 34, a seguir.
Módulo 2 113
Macroeconomia
Taxa de Câmbio
e2
e1
IS2
IS
Y Nível de Renda
Taxa de Câmbio
LM1 LM2
e1
e2
IS
Y1 Y2 Nível de Renda
Módulo 2 115
Macroeconomia
Resumindo
Nesta Unidade você viu: i) que o IAC (índice de Abertura
Comercial) calcula a abertura comercial e que o Brasil avançou
neste processo; ii) que existem os conceitos de câmbio nominal
e real; iii) um modelo que explica a relação entre conta-corrente
e conta de capital, ou seja, que os saldos na balança comercial
dependem do fluxo de capitais internacionais; iv) como funcio-
na o modelo Mundell-Fleming, explicando como se compor-
tam as políticas fiscal e monetária em uma pequena economia
aberta.
Atividades de aprendizagem
É muito importante que você tenha compreendido bem o
tema desta Unidade, que trata das relações das variáveis
macroeconômicas com as variáveis agregadas que representam
e causam as trocas de um país com o exterior. Entender estas
relações é importante para o gestor público, uma vez que
inúmeras instituições públicas se envolvem na dinâmica das
trocas internacionais. Para testar seus conhecimentos realize as
atividades que estamos propondo e, caso tenha alguma dúvida,
não hesite em entrar em contato com o seu tutor, que está ao seu
dispor para ajudá-lo.
Módulo 2 117
UNIDADE 6
O P���� �o Go��r�o � ��
Po���i��� E�o��mi���
Objetivos Específicos de Aprendizagem
Ao finalizar esta Unidade, você deverá ser capaz de:
ff Entender como o Governo pode construir as Políticas Econômicas;
e
ff Reconhecer os diferentes processos das Políticas Fiscal e
Monetária.
Unidade 6 – O Papel do Governo e as Políticas Econômicas
O P���� �o Go��r�o � ��
Po���i��� E�o��mi���
Você viu até aqui uma série de modelos que foram criados pelos
Economistas no âmbito da macroeconomia, que nos ajudam
a entender como a economia de um país funciona e como o
Governo, através das políticas econômica, fiscal e monetária, por
exemplo, afeta estas variáveis. Nesta Unidade, você verá como
as políticas econômicas são formatadas, quais mecanismos são
usados e quais os efeitos que estas políticas podem surtir na
economia, principalmente na economia brasileira, onde os planos
econômicos de diversos tipos foram implantados ao longo de
nossa história econômica. Este entendimento para a formação
dos gestores públicos é de fundamental importância uma vez que
as instituições públicas fazem parte desta dinâmica econômica,
ligada à implantação dessas políticas.
Preparado? Podemos seguir adiante?
Vamos lá!
Módulo 2 121
Macroeconomia
Política Fiscal
v
Você viu quando mostramos o modelo IS-LM e quando falamos
sobre a relação de equilíbrio da demanda e oferta agregada, que a
política fiscal, que a política fiscal foi representada pela alteração
discricionária nos gastos do Governo, representada nos modelos pela Veja este texto sobre
letra G. Lembre-se, por exemplo que a curva IS se desloca para a políticas fiscais no Brasil
no endereço: <http://
direita quando os gastos do governo se elevam, aumentando a renda
www.rep.org.br/pdf/93-5.
de equilíbrio e a taxa de juros da economia. No caso de deslocamento pdf>. Acesso em: 30 mar.
para a direita da curva de demanda agregada, por efeito da política fiscal 2016.
expansionista, no curto prazo, os preços da economia tenderão a subir,
gerando inflação. Por outro lado, quando consideramos a Economia
Aberta no modelo Mundell-Fleming o efeito é o mesmo na renda, mas
teremos uma elevação na taxa de câmbio. Outro ponto importante na
política fiscal é o chamado equilíbrio fiscal que estabelece que não se
deve gastar mais do que se arrecada. Assim, as decisões discricionárias
e gastos pelos governos se relacionam com a fonte destes recursos a
partir da arrecadação realizada pelos impostos.
No Brasil, ao longo do tempo, diferentes
políticas fiscais foram implementadas e Saiba mais Lei de Responsabilidade Fiscal
alguns mecanismos legais de diminuição da A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar
discricionariedade destas políticas foram criados. nº 101, de 04/05/2000) estabelece, em regime
Módulo 2 123
Macroeconomia
v
chamar a atenção para o equilíbrio entre gastos e receitas do
governo, o que é fonte de discussão entre economistas e políticos.
Nesta dimensão orçamentária se estabelece o debate sobre de onde
Acesse este link virão os recursos do governo e como este executará seus gastos. No
do Ministério do
Brasil, uma importante ferramenta de execução orçamentária é a Lei
Planejamento para
conhecer um pouco de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que define as fontes e usos dos
mais sobre Orçamento recursos públicos e é votada todo ano pelo congresso nacional. Esta
Público: <http://www. Lei é um canal que garante a influência da democracia representativa
planejamento.gov.br/
nas diretrizes orçamentárias do governo.
servicos/faq/orcamento-
da-uniao/conceitos- Você viu que a política fiscal foi constantemente mencionada
sobre-orcamento/o-que- até aqui como a ação do governo para alterar seus gastos e suas
e-orcamento-publico>. receitas (impostos) no sentido de fazer a renda/produto aumentar ou
Acesso em: 30 mar. 2016.
diminuir e/ou no combate à inflação, ou ainda para transferir renda
e melhorar a sua distribuição no País. Contudo, não ficou tão claro
como esta política pode ser implantada, do ponto de vista operacional
do governo. Assim, indaga-se: Quais os mecanismos que o governo
utiliza na sua condução?
Uma maneira de compreender melhor estes mecanismos é
conhecendo os conceitos de déficit público e da dívida pública. Para
tanto, você precisa saber que a carga tributária bruta representa o total
de impostos arrecadados no País; quando é subtraída das transferências
governamentais (juros da dívida pública, subsídios e gastos com
assistência social) chega-se ao conceito de carga tributária líquida; e
com base nesta carga é que o governo financia seus gastos correntes.
A diferença entre a receita líquida e o consumo do governo é chamada
de Poupança do Governo em Conta-Corrente.
O Déficit/Superávit Fiscal é encontrado subtraindo-se da
Poupança do Governo as suas despesas de capital , denominadas de
investimentos do governo, que incluem, por exemplo, as construções
v
de financiamento do déficit público levam ao
endividamento do Setor Público; e quanto maior
for o estoque desta dívida maior será a conta de pagamento de juros. Veja o vídeo que mostra
a análise feita por Maria
Lúcia Fatorelli sobre a
dívida pública brasileira
no seguinte link: <http://
www.youtube.com/
watch?v=PmRpA88E9gg>.
Acesso em: 30 mar. 2016.
Módulo 2 125
Macroeconomia
Os Impostos
v
a elevação de impostos não pode ser benéfica para o governo em
qualquer nível. Na verdade, a curva de Lafer (Figura 37) mostra que
o governo, em sua política fiscal, aumenta as alíquotas dos impostos e
suas receitas aumentam, até um ponto chamado de imposto máximo
Veja vídeo sobre o Papel (tmax), onde as receitas do Governo atingem o máximo e a partir
do Estado e a Política do qual elas começam a cair; e deste ponto em diante só diminuem.
Fiscal no seguinte link:
A explicação é que a partir de certo ponto os agentes econômicos
<https://www.youtube.
com/watch?v=yaqi34-
começam a escolher trabalhar menos, pois pagam muito impostos e
mmGY>. Acesso em: 30 trocam trabalho por lazer, ou, por outro lado, deste ponto máximo
mar. 2016. em diante os agentes, pressionados por alíquotas que passam a ser
consideradas injustas, passam a sonegar os impostos ou a procurar
atividades que pagam menores alíquotas.
Receita Tributária
Receita
Máxima
Política Monetária
Módulo 2 127
Macroeconomia
Módulo 2 129
Macroeconomia
v
natureza, tanto acusando como sendo acusado de práticas abusivas de
comércio. Você pode se lembrar do caso de disputa comercial entre a
EMBRAER (empresa brasileira que produz aviões) e a BOMBARDIER
Para conhecer mais a
(empresa canadense deste setor). A Bombardier acusava a EMBRAER
fundo o caso Embraer de praticar preços abaixo dos que seriam os de mercado, por conta
versus Bombardier acesse dos inventivos (subsídios) que recebia do governo brasileiro, o que
o link: <http://www.
estabelecia uma concorrência desleal com seus aviões.
comciencia.br/comciencia/
handler.php?section=8&e
dicao=21&id=223>. Acesso
em: 30 mar. 2016. Complementando...
Aprofunde seus estudos, consultando a leitura indicada:
Política Monetária – disponível em:<http://politicamonetaria.webnode.
com.br/o-que-e-politica-monetaria-/>. Acesso em: 29 abr. 2016.
Política Monetária: instrumentos, objetivos e a experiência brasileira –
de Fernando de Holanda Barbosa, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Resumindo
Nesta Unidade você viu que: i) as políticas públicas
possuem objetivos bem definidos, como o crescimento econô-
mico e o combate à inflação: ii) os Governos contam com as
políticas monetária, fiscal e cambial/comercial; iii) cada uma
desta políticas possui seus mecanismos próprios de atuação,
como no caso da política fiscal, que lança mão da variação na
alíquota dos impostos, ou da política monetária, que emite
títulos públicos ou da política cambial/comercial, que oferta
dólares no mercado cambial.
Módulo 2 131
Macroeconomia
Atividades de aprendizagem
Chegamos ao final desta Unidade, na qual você pôde conhecer
como o governo constrói as suas Políticas Econômicas; e conhecer
também os diferentes processos de efetivação das Políticas Fiscal,
Monetária e Cambial/Comercial. Para testar seus conhecimentos
sugerimos que você realize os exercícios propostos a seguir. Caso
tenha alguma dúvida, retorne ao texto, releia os pontos que você
não compreendeu, e se precisar de auxílio, não hesite em contatar
o seu tutor, que está à sua disposição.
132
Considerações Finais
Co��i��r����� Fi��i�
Módulo 2 133
Macroeconomia
Referências
BENETTI, Maria. Reflexões sobre a integração recente da economia
brasileira ao comércio internacional. Ao final, cabe comemorar? PDF.
[2016]. Disponível em: <http://cdn.fee.tche.br/jornadas/2/E13-15.pdf>.
Acesso em: 28 mar. 2016.
Módulo 2 135
Macroeconomia
Mi�i�urr��u�o
Samuel Façanha Câmara
ISBN 978-85-7988-305-7