Metamorpho - Transformações Nos Ciclos Da Vida
Metamorpho - Transformações Nos Ciclos Da Vida
Metamorpho - Transformações Nos Ciclos Da Vida
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Apresentação
“As Borboletas”
(Vinícius de Moraes)
Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas
Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então...
Oh, que escuridão!
Conceitos
Origens:
(Richard Bach)
(n. Romano - 1)
O Início
O primeiro passo na vida de uma borboleta é ser
lagarta. Não tem outro jeito. Na verdade, ela não tem
escolha, porque lagartas não se reproduzem. Só as
borboletas podem fazer isso, reiniciando o ciclo da vida.
Explicando um pouco sobre o processo de
metamorfose, podemos afirmar que ele ocorre em quatro
ciclos distintos.
Após o acasalamento, a fêmea da borboleta põe
seus ovos (cada borboleta adulta põe em média cem
ovos, que começam a eclodir a partir do sétimo dia).
Antes disso, porém, ela precisa procurar pela planta
certa, a qual deve ter o cheiro, cor, forma, textura e
localização bem definidas.
Esse cuidado todo tem uma explicação. Não
podem haver ovos de outra borboleta na mesma planta,
senão haverá competição por alimento, quando
chegaram a fase de lagarta.
Inicia-se assim o primeiro ciclo, quando as larvas
saem desses ovos e passam, a partir daí, a chamarem-se
lagartas. Nessa fase, só podem fazer duas coisas: comer
e dormir. Sendo assim, o primeiro alimento da jovem
largartinha é a casca do seu próprio ovo. A partir daí, a
medida que cresce, a lagarta troca de pele de 4 a 8
vezes, conforme a sua espécie. Um a dois dias antes de
cada muda, ela para de comer. Infelizmente, nem todos
os ovos eclodem e nem todas as lagartas chegam ao
estágio de borboleta. Os riscos são grandes e há
diversos predadores na natureza.
Lagartas são desajeitadas, pesadas e vivem se
arrastando pelas folhas. Começando nossa analogia,
hoje em dia há muitas pessoas vivendo assim, como
lagartas. Vivem por viver, não tendo nenhum propósito.
Acordar é tão automático quanto realizar as demais
atividades do dia-a-dia. Não há encanto, nem beleza,
muito menos expectativas. Literalmente, arrastam-se pela
vida, tentando sobreviver por mais um dia. Suas almas
são foscas, e seus espíritos pesados.
Interiormente, dormem o sono da complacência,
do conformismo. Afinal, perguntam-se, por que mudar?
Mudamos para crescer.
As mudanças trazem um crescimento que alteram
nosso comportamento. Elas nos amadurecem, trazendo
equilíbrio não só mental, como também emocional. Como
tudo tem seu momento certo na natureza, chega então
aquele que é perfeito, onde a lagarta se isola. Depois de
viver cerca de sessenta dias só comendo e dormindo,
subitamente a lagarta para de se alimentar e fica imóvel.
Seguindo seus instintos, ela começa a tecer um casulo
em volta de si, sem saber que quando sair dele já não
mais existirá da mesma forma. Uma nova vida aguarda,
uma vida livre.
No casulo (ou crisálida) inicia-se o processo de
transformação. Ali dentro a lagarta adormecida estará
protegida. Parece que está morta, pois nada vê, nada
ouve e nada come. Nas sombras, um milagre começa a
acontecer longe dos olhares da multidão.
Assim acontece conosco. Quantos períodos já
passamos onde fomos atingidos por desenganos e
traições? Quantas decepções tivemos, quanta dor
vivenciamos na alma que nos causaram tanto sofrimento
que nos trancaram para a vida, para novas amizades,
para novos amores?
Nas sombras da vida, muitos desistem de viver.
Não conseguem enxergar o que está acontecendo a sua
volta, pois estão cegos. Muitas vezes a felicidade do
outro até nos incomoda, não porque tenhamos maus
sentimentos abrigados no coração, mas porque não
estamos acostumados à liberdade.
Borboletas são seres livres. Pessoas também.
Dentro de cada um de nós há uma lagarta que
precisa passar por uma transformação que só se dará
após um determinado tempo de reclusão, de silêncio,
introspecção e autoconhecimento. O processo
acontecerá de forma plena, cada um levando um tempo
diferente para mudar, pois cada um tem seu tempo
próprio. Ninguém é igual. Esse tempo se iniciará a fim de
que cada um de nós possa assimilar as experiências
vividas, absorvendo-as como lições.
Só através de mudanças estaremos preparados
para novos desafios que surgirão no decorrer de nossa
vida. Quanto mais rápido amadurecermos, mais
intensamente a aproveitaremos.
(Fernando Pessoa)
(n. Romano - 2)
O Casulo (Crisálida)
A lagarta começa a tecer seu casulo.
Dentro dele, inicia-se um lento processo de
transformação. Fechada e isolada, ela se torna uma
crisálida (pupa). Sozinha, ela enfrenta a maior mudança
da sua vida. Novas estruturas estão sendo formadas. É
um tempo mágico, misterioso, um tempo de
“metamorfosear”. Sem depender de ninguém, ela sabe
que seu casulo não pode ficar em qualquer lugar.
Inconscientemente, ela toma a decisão de se proteger,
por isso a crisálida precisa se fixar em um bom lugar para
que não seja alvo de predadores. Ela então escolhe um
lugar firme e seguro para deixar a natureza fazer seu
trabalho perfeito.
Algum tempo depois o peso dará lugar à leveza. A
feiúra e o jeito desajeitado darão lugar à beleza e à
graciosidade. A lentidão que a fazia rastejar dará lugar a
liberdade de voar, sem restrições. Serão vôos altos e
rápidos.
Dentro de cada um de nós existe uma lagarta que
deseja ser livre, romper o casulo e voar, mas como cada
coisa tem seu tempo certo de acontecer, para cada um
de nós tem a mudança tem o seu tempo certo para
acontecer. Pode ser até um tempo de luto, quando
estamos sofrendo pela perda de um ente querido. Talvez
uns apresentem um tipo de comportamento que é usado
como uma máscara, camuflando seus verdadeiros
sentimentos, escondendo-os por medo de uma rejeição.
Mágoas profundas impressas na alma a
aprisionam. Talvez a perda de um grande amor possa
bloquear novas emoções. A timidez, ou medo excessivo
de se relacionar com outras pessoas pode, travar a
possibilidade de vivermos novas experiências. A pessoa
que apresenta uma auto estima fraca não gosta o
suficiente de si mesma, o que acarreta um padrão
errôneo de pensamento: “Eu não gosto de mim como eu
sou, logo os outros também não vou gostar.”
O casulo pode ser a insatisfação em um
relacionamento, que talvez venha se arrastando por
anos, onde nenhuma das partes envolvidas toma algum
tipo de iniciativa para solucionar a questão.
Aparentemente, se acomodam. Por dentro não se
conformam mas sentem-se presos e infelizes,
desesperançados demais para encontrarem uma solução
juntos.
O casulo também pode ser uma dolorosa e
recente separação, quando uma das partes se vai,
deixando para trás um coração dilacerado.
São tantas expectativas...!
A amargura, decepção e tristeza se instalam e
parecem que nunca terão um fim. É difícil aceitar as
coisas como elas realmente são. A depressão parece ser
um animal de estimação. Está sempre por perto, nunca
se afastando o suficiente, fazendo a vida parecer que
nunca será colorida mas sim, sempre em preto e branco.
Uma insatisfação profissional também pode
representar o casulo, quando somos obrigados a
trabalhar onde não queremos. A produtividade é
prejudicada e o desejo de realizar torna-se cada vez mais
fraco e tolhido. A paixão em exercer a profissão não
existe mais.
Durante toda a nossa vida, nos deparamos com
várias situações estressantes e conflitantes. Não sei qual
delas você está vivendo atualmente, mas o importante é
que, de uma forma positiva, saibamos que são essas
mesmas situações que trarão as mudanças necessárias
para o nosso amadurecimento emocional. Elas nos
fortalecerão. A princípio podem abalar nosso interior, mas
depois virá a estabilidade.
Toda mudança traz ansiedade, e isso é natural
que, tendo em vista que sempre tememos o
desconhecido.
Mudanças profundas não acontecem com a
finalidade de nos endurecer em relação às pessoas ao
nosso redor, mas sim para que aprendamos a ser mais
tolerantes e pacientes com as deficiências dos outros,
pois com certeza, eles estão passando por períodos de
casulo, exatamente com nós.
Desde o momento em que nascemos até
morrermos, vamos passar por vários processos de
transformação. Vivemos por etapas e a forma como
vivenciamos cada uma delas fará uma grande diferença.
Sabemos que na natureza há um tempo certo para que o
casulo se abra, entretanto uns demoram mais do que os
outros. A metamorfose em uma determinada espécie de
borboleta pode acontecer mais rapidamente do que em
outras, mas uma coisa é certa: um dia, o casulo se abrirá,
revelando o que o tempo produziu. É impossível desistir
de ser borboleta, pois é o seu destino, sua missão. Da
mesma forma, é impossível para o ser humano viver e
não passar por transformações ao longo da sua curta
existência, afinal de contas o mundo muda
constantemente e a sociedade vem se adaptando como
pode à essas mudanças. Os que não conseguem fazer
isso sofrem porque na maioria das vezes ou se sentem
deslocados ou se perdem, desatualizados. A questão
principal não é quanto tempo se permanece no casulo,
mas como sairemos dele.
Lembre-se: Casulos abrem-se devagar, mas
abrem-se sempre no tempo certo.
Tempo para Tudo
(Eclesiastes 3: 1-8)
(n. romano - 3)
No Interior do Casulo
“Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite
da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da
renovação e tudo começa outra vez com outro número e
outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser
diferente.”
Rompendo o Casulo
Finalmente, a hora tão esperada chegou. O casulo
começa a se abrir, lentamente. Por dentro, a borboleta se
esforça para sair. Tal esforço é extremamente necessário
e importante pois é ele que, mais tarde, tornará a
musculatura das asas firmes, ao ponto de terem
condições de sustentar o primeiro vôo, onde baterão
cerca de dezenas de vezes por segundo.
Uma vez rompido o casulo, já do lado de fora, a
borboleta ainda espera. Suas asas saem molhadas e
encolhidas, envolvidas por um líquido que as mantém
grudadas, umas nas outras (são quatro). Inicia-se então
um outro processo. Ela precisa estica-las. Leva horas até
que consiga, mas só assim o “sangue” (fluido caro que
nos insetos é chamado de “hemolinfa”, com uma
composição química diferente do nosso) começa a ser
bombeado até às asas.
Conforme o tempo passa, as asas da borboleta
vão secando e enfim, se abrem com perfeição. O
processo termina e ela finalmente, está pronta para
cumprir seu papel na natureza, que é o de perpetuar sua
espécie. Sem mais demora, parte levíssima, no primeiro
dos seus incontáveis vôos.
Cada borboleta é na verdade uma vitoriosa,
porque nem todos os casulos chegam à sua fase final.
Além dos predadores iniciais, doenças causadas por
bactérias, vírus e diversos outros organismos podem pôr
fim a essa nova qualidade de vida. O mais curioso
entretanto, é que não existe uma borboleta exatamente
igual à outra. Cada uma possui sua própria combinação
genética, o que as torna diferentes, mesmo que a
diferença seja mínima. Assim como as borboletas, cada
um de nós é um ser único. Você é uma obra-prima e não
existe ninguém igual. Mesmo gêmeos não são idênticos
em tudo.
Para uma borboleta, não é fácil libertar-se do
casulo. Se de alguma forma ela for ajudada a sair da
crisálida, jamais poderá voar. A princípio, também para
nós, isso é válido. Haverá dificuldade para sair do casulo,
afinal, ficamos nele por tanto tempo que até nos
acostumamos a algumas situações e nos conformamos
em muitas coisas. Mesmo estando na fase final, nada fica
mais fácil.
Entretanto, chega finalmente o grande dia, quando
no tempo exato e de forma inevitável, o casulo tem que
ser rompido. Crescemos e não podemos mais ficar dentro
dele, pois é hora de sair. Para nós o casulo não terá mais
nenhuma utilidade, mas só sairemos dele se tivermos
determinação, ousadia e coragem para seguir em frente e
encarar as mudanças que virão. Nada mais será como
antes. Desacreditar no próprio potencial é limitar a
capacidade que se tem, o que nos levará a atrofia.
Existe uma responsabilidade individual no
processo da transformação.
(Hélio Ziskind)
(n. romano - 5)
Borboletando
Metamorfose.
Transformar-se.
Novas escolhas, uma nova vida.
Novas possibilidades, um mundo novo.
Existe um amanhã e ele pode ser incrivelmente
produtivo, se soubermos aproveitar todas as fases da
nossa vida. Assim como as borboletas expressam alegria,
voando livres, explodindo em cores e avivando jardins,
assim também devemos viver, fazendo a diferença por
onde quer que passemos.
O sabor das flores é adorado pelas borboletas,
então... saboreie sua vida pois ela é única. Da próxima
vez que tiver oportunidade de observar borboletas,
lembre-se do processo que ela teve que passar para ser
o que é.
Respeite-se. Respeite os que estão ao seu redor.
Respeite seus momentos de reclusão, de silêncio; seja
paciente consigo mesmo e com seu próximo. Ao final do
processo você sairá com suas forças renovadas e verá
que realmente, valeu a pena.
Entretanto, um aspecto muito importante deve ser
ressaltado. Não podemos viver em cima de expectativas,
esperando que os outros mudem para só depois,
mudarmos também. Nós precisamos mudar, em primeiro
lugar. Os problemas geralmente, não são as pessoas,
mas nós! Nós é que temos que vivenciar nossas
transformações e aprendermos com elas lições através
dos nossos erros.
Muitas pessoas perdem a oportunidade de
amadurecer, porque se acostumaram com a rotina em
suas vidas. Estão esperando que as situações ao redor
mudem, para depois tomarem uma atitude, mas enquanto
esperam, o tempo passa. As coisas não mudam,
tampouco as pessoas, e tudo ou fica igual ou piora. A
decisão de mudar é individual, cabendo a cada um faze-
lo. O período dentro do casulo é importante porque ele
nos dá a oportunidade para reavaliarmos conceitos e
termos a chance de nos tornarmos pessoas melhores.
“Você pode pensar o que quiser sobre as pessoas,
mas saiba que isso não vai transformá-las.”
− Lírios
− Azaléias
− Hibiscus
− Margaridas
− Verbenas
− Flor-de-mel (suas flores dão em longos cachos
e são muito perfumadas).
Curiosidades
A borboleta é considerada um dos animais
mais sensíveis do planeta, mas o que poucas pessoas
sabem é que são animais que conseguem se adaptar e
sobreviver em diferentes ambientes, sendo algumas
espécies contemporâneas dos dinossauros.
Alemão: Schmtterlling
Árabe: Faraash
Basco: Tximeleta
Croata: Leptir
Esloveno: Metulj
Espanhol: Mariposa
Finlandês: Perhonen
Francês: Papillon
Grego: Petalouda
Havaiano: Pulelehua
Hebraico: Papar
Holandês: Vlinder
Húngaro: Pillangó
Inglês: Butterfly
Italiano: Farfalla
Japonês: Chocho
Mandarim: Hu-dié
Polonês: Motyl
Romeno: Fluture
Russo: Bábotschka
Sueco: Fjäril
Turco: Kelebek
Tupi-guarani: Panapaná
Islandês: Fidrildi
(Fonte: http://www.wingdigs.com.br)
(imagem)
Canção Mínima
(Cecília Meireles)
Biografia
(espaço para mini-biografia com foto)
Ponto Final
(Joel Barker)