Apostila I - Música Antiga - Conceitos Básicos
Apostila I - Música Antiga - Conceitos Básicos
Apostila I - Música Antiga - Conceitos Básicos
1.1.2. Harmonia – A harmonia ocorre quando duas ou mais notas de diferentes sons
são ouvidas ao mesmo tempo, produzindo um acorde. Os acordes são de dois tipos:
consonantes, nos quais as notas concordam umas com as outras, e dissonantes, nos quais
as notas dissoam em maior ou menor grau, trazendo o elemento de tensão à frase musical.
Usamos a palavra “harmonia” de duas maneiras: para nos referirmos à seleção de notas
que constituem determinado acorde e, em sentido lato, para descrevermos o desenrolar ou
a progressão de acordes durante uma composição.
1.1.3. Ritmo – a palavra ritmo é usada para descrever os diferentes modos pelos quais
um compositor agrupa os sons musicais, principalmente do ponto de vista da duração dos
sons e de sua acentuação. No plano do fundo musical, haverá uma batida regular, a
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1.1.4. Timbre – cada instrumento tem uma qualidade de som que lhe é própria, aquilo
que poderíamos chamar de “cor de seu som”. Por exemplo, a sonoridade característica de
um trompete é que nos faz reconhecê-lo imediatamente como tal, de modo a podermos
dizer que diferença há entre esse instrumento e, digamos, um violino. É a essa
particularidade do som que se dá o nome de timbre. O compositor tanto pode jogar com a
mistura de timbres, ou seja, misturar a seção de cordas de uma orquestra com as ricas e
misteriosas sonoridades do corne-inglês1, dos violoncelos e dos fagotes, como também
pode jogar com contrastes, procurando destacar um som do outro. Seria o caso, por
exemplo, de um fundo formado por sonoridades mais sombrias, constituído pelos baixos das
cordas e metais, em contraste com os sons luminosos e penetrantes do flautim, da
requinta,2 do trompete com surdina e do xilofone.
1.1.5. Forma – Usamos a palavra forma para descrever o projeto ou configuração básica
de que um compositor pode valer-se para moldar ou desenvolver uma obra musical. São
vários os tipos de formas ou configurações, obtidos por meio de diferentes métodos, nos
diferentes períodos da história da música.
1.1.6. Textura – Algumas peças musicais apresentam uma sonoridade bem densa: rica e
fluindo com facilidade. Outras podem mostrar-se com os sons mais rarefeitos e esparsos,
por vezes produzindo um efeito penetrante e agressivo. Para descrever esse aspecto da
música, usamos a palavra textura, comparando a trama formada pelos fios de um tecido
com a organização dos sons numa composição musical. Há três maneiras básicas de o
compositor “tecer” uma música:
Monofônica: constituída por uma única linha melódica, destituída de qualquer espécie
de harmonia;
Polifônica: duas ou mais linhas melódicas entretecidas ao mesmo tempo (às vezes,
também chamada contrapontística);
Homofônica: uma única melodia é ouvida contra um acompanhamento de acordes.
Basicamente, é uma música com um mesmo ritmo em todas as vozes.
1
(ou corno inglês) é um instrumento de sopro de palheta dupla, da família do oboé.
2
Pequena clarineta em bemol.
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BIBLIOGRAFIA:
BENNET, Roy. Uma Breve História da Música. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 1986.
SADIE, Stanley. Dicionário Grove de Música: edição concisa. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 1994.
CULLEN, Thomas Lynch. Música Sacra: subsídios para uma interpretação musical. Brasília:
Musimed, 1983.
CARPEAUX, Otto Maria. Uma nova História da Música. 2.ª Ed. Rio de Janeiro: Ediouro, SD.
MASSIN, Jean; MASSIN, Brigitte. História da Música Ocidental. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1997.