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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Concurso de Residência Médica – 2018

FAMED – COREME ESPECIALIDADES CLÍNICAS – TIPO 1

PROCESSO SELETIVO PARA


PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA

PROVA DE ESPECIALIDADES CLÍNICAS

TIPO 1
Leia atentamente as instruções seguintes:
1. Este caderno de questões contém 40 (quarenta) questões de múltipla escolha, com quatro opções (A,
B, C, D), com uma única resposta correta e 2 questões discursivas.
2. Confira se o seu caderno de questões contém a quantidade de questões correta. Caso o caderno esteja
incompleto, tenha defeito de impressão ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da
sala para que ele tome as providencias necessárias.
3. O tempo disponível para esta prova é de quatro horas.
4. Aguarde a autorização do aplicador da sala para abrir o caderno de questões.
5. O cartão-resposta deverá ser preenchido e assinado somente com caneta esferográfica de tinta
preta e corpo transparente. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu cartão-resposta. Os
rascunhos e as marcações assinaladas no caderno de questões não serão considerados na avaliação.
Marque apenas uma opção de resposta para cada questão, preenchendo totalmente a quadrícula que
julgar ser a resposta correta. Não haverá substituição do cartão-resposta quando ocorrer erro no
preenchimento ou rasuras.
6. Quando terminar a prova, acene para chamar o aplicador e entregue este caderno de questões e o
cartão-resposta.
7. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e
poderá levar o seu caderno de questões ao deixar em definitivo a sala de prova nos 30 minutos que
antecedem o término das provas.
8. Ao final da prova, os três últimos candidatos restantes na sala deverão entregar seus cartões-
resposta simultaneamente.
9. Após o aviso do término do tempo de prova, o candidato que ultrapassar esse limite, continuar
marcando suas respostas e se recusar a entregar o cartão-resposta, terá a sua prova anulada.
10. Ao deixar em definitivo a sala de prova, você não deverá permanecer nos corredores do bloco ou
em qualquer outro local destinado ao concurso.

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Uberlândia, 10 de Dezembro de 2017 Página 1 de 24
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FAMED – COREME ESPECIALIDADES CLÍNICAS – TIPO 1

01 – Paciente do sexo masculino, 61 anos, negro, procura serviço médico para consulta,
após ter sido negada sua renovação de carteira de motorista por ter sido encontrada
pressão arterial elevada durante avaliação. Relata ser hipertenso de longa data, tabagista
e dislipidêmico, não faz uso de medicação anti-hipertensiva, uso irregular sinvastatina
40mg/dia. Ao exame PA=170x100mmHg, P=88bpm; peso=87kg, alt.=1,73m, ritmo
cardíaco normal, sem outras alterações. Trouxe exames de rotina que de alterações
mostravam Cr=1,35mg/dl (RFG=49ml/min), EAS com proteinúria +2/+4, colesterol total
260, LDL=180 HDL=38 e ECG com hipertrofia ventricular esquerda.
Qual é o estágio da hipertensão arterial do paciente e qual é o tratamento farmacológico
mais adequado para esse caso?

A. Estágio 1- Inibidor enzima conversora da angiotensina


B. Estágio 1- Diurético tiazídico
C. Estágio 2 - Diurético tiazídico + Inibidor enzima conversora da angiotensina
D. Estágio 2- Bloqueador receptor angiotensina + inibidor enzima conversora
angiotensina

02 - Paciente do sexo feminino, 57 anos, sem comorbidades conhecidas, admitida em


unidade de pronto atendimento com quadro de dor torácica retroesternal, de forte
intensidade, mal caracterizada, iniciada há 1 hora durante realização de afazeres
domésticos, seguida de síncope e parestesia em membro superior esquerdo. Relata uso
de suplementação hormonal para menopausa e alergia a lactose e frutos do mar.
Em relação aos exames complementares e achados de exame físico para definição do
diagnóstico mais provável, é correto afirmar que:

A. Apesar de quadro clinico sugestivo, o diagnóstico de dissecção aórtica aguda deve


ser descartado sempre que houver alteração ao eletrocardiograma, como
supradesnivelamento do seguimento ST em parede inferior.
B. A radiografia de tórax, no caso de dissecção aórtica aguda, mostra alargamento de
mediastino e, quando normal, descarta esse diagnóstico.
C. O ecocardiograma, na definição de dissecção aórtica, é um exame de baixo custo.
Pode ser realizado à beira leito e pode visualizar a linha de dissecção intimal, a
falsa luz trombosada, quantificar o grau de insuficiência aórtica e a presença de
complicações pericárdicas.
D. A angiotomografia de tórax com contraste é o padrão ouro para o diagnóstico de
dissecção aórtica aguda Stanford A, não havendo contraindicações para sua
realização.

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Uberlândia, 10 de Dezembro de 2017 Página 2 de 24
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03 - Paciente de 58 anos, pedreiro, masculino, procurou unidade básica de saúde com


queixa de dispneia aos moderados a pequenos esforços, associada a ortopneia nos
últimos 3 meses. Ao exame físico apresentava estado geral regular, pressão arterial 100
x 54mmHg, frequência cardíaca 110 bpm. Ritmo cardíaco regular com presença de B3,
bulhas normofonéticas e sopro regurgitativo 2+/6+ em foco mitral. Observou-se turgência
jugular patológica e edema de membros inferiores 2+/4+. Ausculta pulmonar com
estertores crepitantes finos em 1/3 inferior de ambos os hemitóraces.
Sobre o caso e a síndrome apresentada, é correto afirmar que:

A. A miocardiopatia hipertrófica é causa comum de morte súbita em atletas jovens,


sendo sua fisiopatologia relacionada a hipertensão arterial secundária.

B. Caso o paciente seja proveniente de zona endêmica, a cardiopatia chagásica


crônica deve ser investigada como etiologia da insuficiência cardíaca. O teste
sorológico mais indicado é a reação de Machado Guerreiro.
C. As miocardiopatias crônicas sintomáticas cursam com estimulação neuro-humoral
com efeito vasoconstritor, que induzem aumento da resistência vascular periférica
e piora da função cardíaca. Medicamentos que modulem essa atividade, tais como
os inibidores da enzima conversora de angiotensina, têm, portanto, papel essencial
na redução da mortalidade desses pacientes.
D. O aumento da atividade simpática é sempre benéfico na evolução das
miocardiopatias crônicas, contribuindo para o aumento do débito cardíaco e melhor
prognóstico a longo prazo.

04 - Paciente do sexo feminino, 63 anos. Acompanhada no ambulatório de clínica médica


com diagnóstico de tolerância à glicose diminuída, hipertensão arterial sistêmica e
dislipidemia. Comparece ao pronto atendimento com queixa de dor torácica opressiva,
retroesternal, iniciada há 3 horas ao assistir televisão, com duração de 20 minutos e forte
intensidade. Nega fatores de melhora ou piora e relata sudorese fria durante o evento.
Relata que apresentou episódio semelhante há duas semanas, sendo avaliada na ocasião
e liberada com prescrição de analgésicos orais.
Em relação ao plano diagnóstico dessa paciente, é correto afirmar que:

A. A avaliação do escore de risco TIMI para essa paciente tem objetivo diagnóstico
(baixo, intermediário ou alto risco de ter angina instável) e depende de critérios
clínicos, laboratoriais e eletrocardiográficos.
B. A paciente realizou eletrocardiograma (ECG) que mostrou infradesnivelamento do
segmento ST em V1 e V2 no momento da admissão ao pronto atendimento. O
ECG, no entanto, havia se normalizado quando a paciente foi reavaliada na
unidade de dor torácica, após melhora da dor. A alteração dinâmica do
segmento ST, isoladamente, diagnostica o quadro da paciente como infarto agudo
do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST.
C. O termo infarto agudo do miocárdio deve ser utilizado quando há evidência de
necrose miocárdica em um contexto clínico típico de isquemia, com elevação de
marcadores de necrose miocárdica (preferencialmente troponina) acima do
percentil 99 do limite máximo de referência.
D. A dosagem de troponina C apresenta melhor especificidade e sensibilidade para o
diagnóstico de necrose do músculo cardíaco do que a creatinoquinase MB massa.

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05 - Paciente, 60 anos, masculino, missionário, católico, natural de Padre Paraíso-MG, e


procedente de Uberlândia, onde mora há 50 anos. Comparece a consulta de rotina em
Unidade Básica de Saúde da Família com queixa de edema de membros inferiores
vespertino, ortopneia e dispneia aos moderados esforços, que o limitam de realizar seu
trabalho. Queixa de tosse e relata diagnóstico de pneumonia e “água no pulmão”. Relata
ainda que durante as caminhadas tem apresentado palpitações taquicárdicas associadas
a turvação visual.
Quanto à anamnese, exame físico e diagnóstico desse paciente é correto afirmar que:

A. O derrame pleural na insuficiência cardíaca é mais frequentemente unilateral,


usualmente confinado ao lado esquerdo do tórax.

B. Como o paciente está fora de zona endêmica há mais de 40 anos, não há


necessidade de investigação com testes sorológicos para doença de Chagas.
C. Ao exame dos membros inferiores, nesse caso, espera-se encontrar edema de
consistência dura, doloroso, cianótico e associado a hiperplasia cutânea.
D. Na cardiopatia chagásica, a alteração mais frequentemente observada é o bloqueio
de ramo direito, geralmente associado ao hemibloqueio anterior esquerdo, os quais
podem estar presente inclusive em pacientes assintomáticos.

06 – Paciente masculino, 54 anos, admitido em pronto socorro com quadro de infarto


agudo do miocárdio com início da dor há 4 horas. Ao eletrocardiograma apresentava
supradesnivelamento do segmento ST em D1, AVL, D2, D3 e AVF, tendo sido submetido
a angioplastia primária. Foi então encaminhado para a Unidade Coronariana, onde
apresentava PA: 70 x 40mmHg, FC: 115bpm, palidez cutânea, sudorese fria e tempo de
enchimento capilar de 6 segundos. Em região cervical apresentava turgência jugular
patológica a 45 graus. Ao exame neurológico estava torporoso. À ausculta, observou-se
bulhas rítmicas, taquicárdicas, com sopro sistólico 2+/6+ em 5 espaço intercostal
esquerdo, na linha hemiclavicular; e estertores crepitantes até terço médio em campos
pulmonares bilateralmente.
Sobre o quadro hemodinâmico acima, é correto afirmar:

A. Conforme a classificação de Forrester modificada, o paciente apresenta pressão


capilar pulmonar aumentada e débito cardíaco diminuído, sugestivo de choque
cardiogênico secundário à infarto de ventrículo direito.
B. O paciente apresenta quadro de choque cardiogênico pelos critérios de Killip.
Nesse caso, espera-se, ao ser monitorado com o cateter de artéria pulmonar,
pressão capilar pulmonar aumentada, índice cardíaco diminuído e resistência
vascular periférica aumentada.
C. O infarto de parede inferior, pode estar relacionado a artéria circunflexa,
principalmente quando o supradesnivelamento em D2 é maior do que em D3. O
sopro à ausculta cardíaca é muito sugestivo de ruptura de parede livre do
ventrículo esquerdo, justificando o choque cardiogênico.
D. O débito cardíaco depende da frequência cardíaca e do volume sistólico ejetado.
Os componentes de pré-carga, pós carga e contratilidade miocárdica interferem
nos quadros de choque cardiogênico e, portanto, a medida da pressão venosa
central (PVC) é a ferramenta com melhora acurácia diagnóstica para avaliação
desses parâmetros e condução do quadro.

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07 – Paciente, 54 anos, previamente hígido, com história de palpitações taquicárdicas,


aproximadamente 4 episódios nas últimas 4 semanas. Deu entrada na sala de
emergência após quadro de síncope “desliga-liga” enquanto se alimentava em casa,
com perda de consciência de aproximadamente 20 segundos e sinais de
escoriação em região frontal. À admissão, apresentava PA: 130x80 mmHg,
consciente e orientado, com queixa de dor torácica precordial, em queimação, desde
que despertou da síncope. A seguir, está o eletrocardiograma realizado logo após a
admissão no serviço de emergência:

Em relação ao quadro clínico e ao eletrocardiograma apresentado é correto afirmar que:

A. O paciente apresenta quadro de taquicardia ventricular monomórfica com pulso e


instabilidade hemodinâmica. A conduta inicial deverá ser cardioversão elétrica
sincronizada.
B. Ao aplicar os critérios de Brugada na avaliação diagnóstica do eletrocardiograma,
observa-se tratar de uma taquicardia supraventricular com aberrância de
condução. Nesse caso a conduta deve ser infusão de adenosina 12mg.
C. Trata-se de taquicardia ventricular polimórfica, sugestiva de Torsades de Pointes.
A conduta na sala de emergência deve ser infusão de cristaloide para estabilização
clínica e dosagem de cálcio e magnésio para diagnóstico da etiologia da
taquiarritmia.
D. O paciente apresenta quadro de taquicardia ventricular monomórfica pelos critérios
de Brugada. A conduta inicial deverá ser infusão de amiodarona e realização de
ecocardiograma associada a dosagem de CK-MB massa e troponina para excluir o
infarto agudo do miocárdio como causa do quadro.

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08 – Paciente, sexo masculino, 58 anos, portador de insuficiência renal crônica, em


programa de hemodiálise chega à sala de emergência em parada cardiorrespiratória.
Iniciadas manobras de reanimação cardiopulmonar e administração de epinefrina 1mg
intravenosa. Observa-se o ritmo cardíaco a seguir e ausência de pulso durante a primeira
pausa após 2 minutos de reanimação:

Após reiniciadas as manobras de ressuscitação cardiopulmonar, qual é a principal


terapêutica a ser considerada neste momento?

A. Atropina 0,5mg intravenosa a cada 5 minutos


B. Gluconato de Cálcio 10 a 20 mL intravenoso em 2 a 5 minutos
C. Amiodarona 300mg intravenosa em 30 minutos
D. Lidocaína 1mg/kg intravenosa em bolus.

09 – Paciente do sexo masculino, 25 anos, sem doenças previamente diagnosticadas,


procurou Pronto-Socorro com história de tosse com expectoração esverdeada há 2 dias,
associado a dispneia, febre alta e dor torácica a direita, ventilatório dependente. Foi realizada
radiografia de tórax (abaixo).

Sobre o diagnóstico do paciente, é correto afirmar que:

A. No exame físico do tórax, a direita, o murmúrio vesicular está reduzido, há


macicez a percussão e o frêmito toracovocal aumentado.
B. Na percussão da coluna vertebral há macicez indicando atelectasia (sinal de
Signorelli).
C. Esse paciente precisa ser submetido a uma toracocentese e análise do líquido
pleural.
D. Esse paciente precisa ser submetido a uma tomografia computadorizada do tórax.
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10 – Paciente do sexo feminino, 52 anos, com diagnóstico de tromboembolismo


pulmonar, foi encaminhada para seguimento ambulatorial após breve internação. Recebe
varfarina. Ela relata na história ser tabagista, sedentária, com trombose venosa profunda
prévia há 2 anos, em uso domiciliar de enalapril e reposição hormonal.
Sobre os fatores de risco para a paciente em questão é correto afirmar que:

A. O tabagismo é um importante fator de risco.


B. Tromboembolismo venoso prévio é um dos principais fatores de risco.
C. Devem ser investigadas a presença de trombofilias apenas em pacientes jovens.
D. Cirurgias ortopédicas de membros inferiores não serão consideradas fatores de
risco se a tromboprofilaxia for realizada corretamente.

11 – Paciente do sexo masculino, 17 anos, refere crises de broncoespasmo de repetição


desde a infância. Refere que nas últimas 4 semanas vem apresentando sintomas diários
com necessidade de uso diário de medicação de resgate e despertares noturnos
frequentes. Relata que há 1 dia houve piora importante dos sintomas, com
broncoespasmo contínuo, quando decidiu procurar o Pronto Socorro.
Em relação ao tratamento para o paciente acima é correto afirmar que:

A. O uso do pico de fluxo expiratório no Setor de Emergência não acrescente nenhum


dado objetivo com relação a gravidade da crise.
B. Beta 2 agonistas de curta duração associados ou não a anticolinérgicos de curta
duração devem ser prontamente administrados aos pacientes.
C. Uso da nebulização deve ser preferida ao aerossol dos imetrado por utilizar menor
quantidade de medicamentos e ter início de ação mais rápido.
D. Oxigênio suplementar deve ser oferecido a todos paciente com objetivo de manter
a SpO2 acima de 95%.

12 – Paciente do sexo feminino, 25 anos, vem apresentando dispneia aos esforços há


cerca de 8 meses com piora progressiva. Tomografia de alta resolução de tórax normal.
Espirometria normal. Ecodopplercardiograma mostrava PSAP = 48 mmHG. Realizado
cateterismoo cardíaco direito: Pressão Arterial Pulmonar Média = 32 mmHg; Pressão
Capilar Pulmonar = 11 mmHg; Resistência Vascular Pulmonar = 3,8 woods.
Sobre as condutas em pacientes com o diagnóstico acima é correto afirmar que:

A. Estão indicados anticoagulantes orais, inclusive em pacientes com Hipertensão


Arterial Pulmonar associado a Esclerose Sistêmica.
B. Diuréticos são indicados sempre que houver congestão sistêmica.
C. Paciente com Hipertensão Arterial Pulmonar associado a Tromboembolismo
Pulmonar Crônico devem receber associação de sildenafil com bosentana.
D. Paciente com teste de vasoreatividade positivo ao oxido nítrico devem receber
primariamente associação de inibidor de fosfodiesterase 5 (tadalafil) e antagonistas
do receptor de endotelina (ambrisentana)

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13 – Paciente do sexo masculino, 28 anos, com história de pirose e regurgitação, diária,


pós alimentar e noturna há 5 anos. Faz uso irregular de Omeprazol 20 mg e, com o
medicamento se sente melhor. Realizou endoscopia digestiva que mostrou hérnia hiatal
de 4 cm, mucosa de esôfago distal brancacenta e opaca com projeções digitiformes de 1
cm de mucosa rosa salmão as quais foram biopsiadas com achado de metaplasia
intestinal sem displasia.
Qual é a conduta mais adequada para esse paciente?

A. Uso contínuo de inibidores da bomba de prótons e endoscopia de vigilância a cada


3 anos.
B. Cirurgia antirrefluxo imediata e não precisa de vigilância por endoscopia digestiva.
C. Ablação do epitélio metaplásico por endoscopia e endoscopia de vigilância a cada
6 meses.
D. Uso contínuo de inibidores da bomba de prótons, ablação do epitélio metaplásico e
vigilância por endoscopia a cada 6 meses.

14 – Paciente do sexo masculino, 40 anos, hipertenso, portador de diabetes Mellitus tipo


2 e dislipidemia mal controlados deu entrada em pronto socorro com dor em andar
superior do abdome, intensa (10/10), contínua, irradiando para o dorso, iniciada há 12
horas. Ocorreram náuseas e vômitos, sudorese, hipotensão e taquicardia. Nega etilismo e
tabagismo. Faz uso de enalapril. Os exames complementares mostraram leucocitose com
aumento de bastonetes e segmentados, amilase normal, tomografia computadorizada de
abdome com pâncreas aumentado de volume e com áreas de provável necrose em mais
de um terço do seu parênquima. Não foram vistos cálculos em vesícula biliar e nem
dilatação das vias biliares.
Qual é o diagnóstico do paciente?

A. Pancreatite aguda por hipertrigliceridemia. Dosar triglicérides, colesterol e lipase.


B. Pancreatite aguda por microcálculos biliares. Dosar lipase e realizar
colangiorressonância.
C. Pancreatite medicamentosa. Dosar lipase e suspender o enalapril.
D. Úlcera péptica perfurada, penetrante em pâncreas. Realizar endoscopia digestiva alta.

15 – Paciente do sexo masculino, 51 anos, procura o médico do Unidade Básica de


Saúde solicitando um pedido para realizar colonoscopia porque realizou esse exame no
ano anterior com o seguinte achado: presença de pólipo pediculado, 1 cm, em sigmoide
(realizada polipectomia). Biópsia mostrou adenoma tubular sem displasia. O restante do
exame estava normal. Foi informado ao paciente que ele precisava realizar exame
colonoscópico anual para o resto da vida.
Qual deve ser a conduta do médico?

A. Não solicitar o exame, explicar que esse pode ser feito em 5 anos.
B. Não solicitar o exame, explicar que esse pode ser feito em 2 anos.
C. Solicitar o exame, mas explicar que, se for normal, não precisa intervalo anual.
D. Solicitar o exame e orientar que deve mesmo realizar o exame anualmente.

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16 - Paciente do sexo masculino, 50 anos, portador de espondilite anquilosante e usuário


de anti-inflamatórios não hormonais, chega ao Pronto Socorro com história de 2 episódios
de hematêmese volumosa nas duas últimas horas, melena, fraqueza intensa, sudorese e
vertigem. Nega etilismo, tabagismo, outras doenças e outros medicamentos. Está
hipotenso, taquicárdico, sudoreico e com palidez cutâneo mucosa 3/4+. O médico que o
atendeu providenciou dois acessos venosos calibrosos e infusão de soro fisiológico.
Solicitou coleta de sangue para avaliar necessidade de transfusão.
Qual o momento ideal para a realização da endoscopia digestiva alta?

A. Em 12-24 horas, após estabilização hemodinâmica e transfusão de sangue quando


necessária. Omeprazol endovenoso pode ser iniciado antes do exame.
B. Imediatamente e concomitante a estabilização clínica e transfusão de sangue pois
permite o tratamento de lesões sangrantes. Omeprazol endovenoso pode ser
iniciado concomitante.
C. Em 4-6 horas após estabilização hemodinâmica com cristaloides. Não
precisa transfundir, aguardar exame de sangue ou iniciar Omeprazol. O mais
importante nesse momento é o tratamento endoscópico.
D. Em 4-6 horas para definir se a hemorragia digestiva é varicosa ou não varicosa.
Omeprazol endovenoso pode ser iniciado antes do exame mas se o sangramento
for por varizes deve ser suspenso e prescrita terlipressina.

17 – Paciente do sexo masculino, 62 anos, portador de cirrose hepática de etiologia


alcoólica. Não ingere álcool há 2 anos. Apresenta ascite de moderado volume com piora
nas duas últimas semanas. A família conta ao médico que o paciente, nos últimos 10 dias
vem apresentando inversão do padrão do sono com sonolência e prostração durante o dia
e agitação noturna, as vezes com confusão mental e delírios. Ao exame físico
apresentava-se sonolento mas responsivo ao chamado, desorientado no tempo e espaço,
sem sinais de irritação meníngea, alterações motoras ou de sensibilidade. Apresenta
“flapping”.
Qual é a explicação fisiopatológica mais provável para as alterações neurológicas
apresentadas por esse paciente?

A. Aumento da amônia sérica que tem várias ações neurotóxicas, entre elas, o
aumento da osmolaridade intracelular de astrócitos com edema cerebral.
B. Aumento da amônia sérica com aumento de sua conversão hepática em uréia que
é tóxica para os neurônios.
C. Acúmulo de substâncias tóxicas, não depuradas pelo fígado cirrótico, em
córtex e sistema reticular ascendente.
D. Acúmulo de substâncias tóxicas, não depuradas pelo fígado cirrótico, em
sistema límbico e sistema reticular ascendente.

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18 – Paciente do sexo masculino, 28 anos, é encaminhado para acompanhamento


ambulatorial. Relata tosse seca há cerca de 3 meses, associado a sudorese noturna e
febre baixa. Na investigação, radiografia de tórax mostrou cavitação em lobo superior
direito. Baciloscopia do escarro evidenciou BAAR positivo 3+. Paciente não apresentou
outras doenças associadas.
Em relação ao tratamento do paciente acima é correto afirmar que:

A. O tratamento recomendado para este caso é: 4 meses de rifampicina, isoniazida,


etambutol e pirazinamida; 2 meses de rifampicina e isoniazida.
B. O acréscimo do etambutol ao esquema de tratamento visa eliminar o risco de
falência de tratamento e reduzir o risco de recidiva.
C. O paciente deve ser afastado de suas atividades laborais por 4 semanas, tempo
necessário para a eliminação da transmissão pelo tratamento.
D. Solicitar baciloscopia de escarro mensal. Caso no terceiro mês ainda se encontre
positiva, solicitar cultura de escarro para micobactérias, com identificação e perfil
de sensibilidade.

19 – Paciente do sexo masculino, 32 anos, AIDS em uso de terapia antirretroviral,


deu entrada no Pronto-Socorro com tosse seca, dispneia mMRC = 4, febre e
dessaturação de oxigênio. Realizado Tomografia de Alta Resolução de Tórax.

Em relação ao quadro clínico apresentado pelo paciente é correto afirmar que:

A. Ausência de vidro fosco difuso na tomografia de alta resolução de tórax


praticamente não afasta o diagnóstico de pneumocistose.
B. São fatores de risco para o desenvolvimento desta infecção: CD4 < 300 cél/mcl,
não uso de terapia retroviral, perda de peso não intencional e candidíase oral.
C. A gravidade da infecção será definida de acordo com o gradiente álveolo-arterial de
oxigênio e pressão parcial arterial de oxigênio.
D. Deve-se iniciar corticoide associado com o antibiótico, por um período não maior
que 14 dias.

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20 – Paciente 14 anos, masculino, relata que há 21 dias iniciou com quadro de edema de
face, que progrediu para membros inferiores e região genital, associado a diminuição do
volume urinário e urina “espumosa”. Nega outras queixas, nega doenças anteriores e
história familiar de patologias. Ao exame paciente com PA=120x70mmHg, edema
generalizado, corado e hidratado, sem outras alterações significativas.
Considerando a principal hipótese diagnóstica do caso acima, quais os exames
necessários para confirmação dessa hipótese?

A. Dismorfirmos eritrocitário, creatinina e albumina


B. Albumina, proteinúria de 24h e perfil lipídico
C. Creatinina, ureia e albumina
D. Urina 1, dismorfismo eritrocitário e proteinúria de 24h

21 – Paciente homem, 74 anos, portador de HAS sem controle adequado há 40 anos,


que após terem sidos solicitados exames de rotina no UBSF de seu bairro, foi
encaminhado de urgência ao serviço para que o mesmo fosse internado para início de
TRS (terapia de substituição renal), devido achado de uréia de 135mg/dl, creatinina sérica
3,13mg/dl (RFGe=19ml/min/1,73m²); K+=5,2mEq/l. Paciente no momento bem, sem
nenhuma queixa, eupneico, afebril, relatando bom volume urinário, com exame físico
mostrando edema MMII discreto e PA=160x100mmHg, em uso de enalapril 20mg/dia,
nifedipino 40mg/dia, hidroclortiazida 25mg/dia e espironolactona 50mg/dia.
Diante do acima descrito e do estágio atual da doença renal crônica (DRC), é correto
afirmar que:

A. Por se encontrar no estágio V da DRC, o paciente já tem indicação para início de


TRS imediato.
B. Por se tratar de estágio IV da DRC, e o paciente ainda não tem indicação urgente
de início de TRS, deve ser encaminhado para seguimento ambulatorial com
nefrologista.
C. Redução da pressão arterial para valores inferiores a 120x80mmHg podem
colaborar com a melhora da função renal e retardar início TRS.
D. Não devo considerar valores de RFG para início de TRS e sim somente as queixas
apresentadas pelos pacientes.

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22 – Paciente, 63 anos, masculino, foi trazido ao hospital pela família relatando que faz
tratamento para hipertensão arterial e diabetes melito tipo II com difícil controle mesmo
com uso correto das medicações prescritas há 10 anos, e que há 3 dias iniciou com
quadro de náuseas, vômitos, diarreia, mal-estar. Relata ainda episódios frequentes de
hipoglicemia anterior ao dia de hoje, tendo sido internado 3 vezes para uso de “glicose na
veia”, com concomitante piora do apetite e achado de “anemia” em exames prévios. Faz
uso de: losartana 50mg 1 comprimido/ dia, atenolol 50mg 12/12h; sinvastatina 20 mg à
noite e insulina NPH 30 UI pela manhã e 10UI à noite.
Creatinina 9,0 mg/dL, Ureia 198 mg/dL, K= 6,5 mEq/L, fósforo 12,5mg/dL, Htc 30,5%,
Hb=9,9g/dL, PH=7.12 HCO3=15
PA=180x100mmHg P=60bpm, edema de face e MMII, sem outras alterações
significativas.
Diante do acima descrito e com relação à doença renal crônica (DRC), é correto
afirmar que:
A. A DRC relacionada ao diabetes tem diminuído nos últimos anos em virtude das
novas terapias e resulta exclusivamente da ação de fatores hemodinâmicos
intraglomerulares.
B. A terapêutica anti-hipertensiva com objetivo de retardar evolução da doença de
acordo com estudos recentes deve ter metas menos “agressivas” nos pacientes
portadores de DRC.
C. Reposição de bicarbonato via oral para pacientes com acidose metabólica e
bic<20mEq/l, deve ser recomendado durante tratamento conservador por trazer
benefícios tanto na parte óssea quanto nutricional, além de retardar a progressão
da DRC.
D. Na ausência de EPO, além da baixa produção de hemácias, pacientes com DRC
apresentam também menor meia-vida eritrocitária, decorrente da diminuição da
absorção intestinal de ferro.

23 – Você é solicitado por um interno a avaliar um paciente de 78 anos com quadro de


acidose metabólica sem diagnóstico definido. O mesmo apresenta os seguintes
resultados de exames: pH = 7,23, pCO 2 = 28 mmHg, pO 2 = 80 mmHg, bicarbonato
= 10 mEq/l, base excess = - 6,2, Sódio sérico = 140 mEq/l, Potássio sérico = 5,1
mEq/l, Cloro sérico = 100 mEq/l.
Qual é o diagnóstico dessa paciente?
A. Acidose láctica.
B. Diarréia osmótica.
C. Fístula digestiva.
D. Acidose tubular renal.

24 – Um paciente diabético de 43 anos de idade procurou dermatologista por ter


percebido algumas lesões de pele. Traz alguns exames: glicemia de jejum 240 mg%;
colesterol total 240 mg/dl; triglicérides 3.670 mg/dl e HDL: 15 mg/dl
Tendo em vista os exames laboratoriais apresentados pelo paciente, qual a lesão de pele
que provavelmente o levou ao dermatologista?

A. Xantoma tendinoso
B. Xantoma eruptivo
C. Xantoma plano
D. Xantoma tuberoso
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25 - Trata-se de uma paciente de 54 anos de idade com um quadro de obesidade


centrípeta, hipertensão arterial, glicemia de jejum alterada e osteoporose. A mesma nega
uso de corticosteróides.
Qual seria o teste mais adequado para o rastreamento nesse caso?

A. Um dos seguintes testes: cortisol salivar noturno, cortisol livre na urina 24


horas ou teste de supressão com 1 mg de dexametasona.
B. Dosagem plasmática do ACTH
C. Teste de estimulo com hormônio liberador de corticotropina (CRH) para
dosagem de ACTH e cortisol.
D. Teste de estímulo com Vasopressina para dosagem de ACTH e cortisol.

26 – Uma mulher de 32 anos de idade procurou o ambulatório queixando-se apenas de


alguns episódios de palpitações. Não faz uso de medicamentos e ao exame físico a FC
era de 98 bpm, PA: 140/ 70 mm Hg; T: 36,5 C e detectou-se um discreto bócio difuso.
Exames laboratoriais: TSH: < 0,01 mU / L. T3: 210 ng/dL (75 a 220 ng/dL); T4 livre:
4,0 ng/dl (0,75 a 1,80 ng / dL); a cintilografia de tireóide mostrava uma captação de
iodo radioativo baixa (quase ausente).
Qual é o diagnóstico mais provável nesse caso?

A. Hipertireoidismo pela Moléstia de Basedow-Graves


B. Tireotoxicose pela Tireoidite De Quervain
C. Tireotoxicose por Tireoidite Linfocítica Subaguda
D. Tireotoxicose por mutações somáticas ativadoras de genes do receptor de TSH

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27 – Paciente do sexo masculino, 17 anos, estudante do ensino médio comparece ao


atendimento médico, com queixa de ouvir vozes que o humilhavam e o xingavam havia
três meses. Os pais do paciente referiram que o filho alterou o comportamento desde o
semestre passado, começou a ter dificuldade na escola, piora das notas escolares,
ficando mais isolado no quarto e mexendo no computador durante todo dia. A mãe relata,
que nas últimas semanas, observou o paciente conversando sozinho no quarto, em voz
alta durante a noite.
Após um episódio de agitação psicomotora, o paciente saiu de casa insultando e
ameaçando um colega, foi então levado a um serviço de emergência médica, e
encaminhado para o setor de urgência psiquiátrica. Foi examinado, submetido a exames
complementares e medicado com risperidona 2 mg, além de clonazepam 2 mg via
oral. O paciente passou 7 dias em aparente melhora, dormindo bem, sem evidência de
episódios de agitação ou de situações em que falava sozinho, apesar de queixa de
tremores e inquietação nas pernas. Duas semanas após a alta hospitalar voltou a
apresentar insônia, inquietação, falando para o pai que aquilo era tudo uma farsa e que
ele já tinha um plano para fugir, pois tinha certeza que ele o queria colocar no asilo (sic).
Ao ser questionado sobre o uso de medicamentos, o paciente negou, falando para que
não precisava de remédio, pois não era louco. Na história patológica pregressa: -- nasceu
de parto normal /desenvolvimento neuropsicomotor adequado/negou internações
anteriores/ negou uso de outros fármacos ou drogas. No exame físico: Precário aspecto
de higiene pessoal. Tremor de repouso de extremidades/bradicinesia/discreta rigidez
muscular em membros. Durante o exame do estado mental, apresentou-se com vestes
próprias, idade compatível com a cronologia, pouco ansioso colaborando parcialmente
com o entrevistador, além de: Psicomotricidade diminuída; afeto/humor: afeto plano,
hipomodulado, associado ideo-afetivamente; equivalente orgânicos do humor: sono e
libido diminuídos e apetite preservado; sensopercepção: avaliado na questão a seguir;
fala/pensamento: fala com fluxo e volume diminuídos; discurso ilógico, em parte, com
momentos de incoerência; atenção: normotensa e hipervigilante; memória: aparentemente
preservada; orientação auto e alopsíquica: preservadas. Exames complementares:
Hemograma, ionograma, glicemia, função tireoidiana normais; sorologia para sífilis e HIV
negativos; Tomografia Computadorizada de crânio: normal.
Com base no caso clínico e dados da anamnese e exame físico, marque a alternativa
correta:

A. “começou a ter dificuldade na escola, piora das notas escolares, ficando mais
isolado no quarto e mexendo no computador durante todo dia” - queixas
compatíveis com sintomas positivos da esquizofrenia.
B. “de ouvir vozes que o humilhavam e o xingavam havia três meses”- queixa
compatível com distúrbio da função psíquica senso percepção, definida como
ilusão.
C. “Há 2 semanas da alta hospitalar voltou a apresentar insônia, inquietação, falando
para o pai que aquilo era tudo uma farsa e que ele já tinha um plano para fugir,
pois tinha certeza que ele o queria colocar no asilo (sic)” – queixa compatível com
distúrbio da função psíquica do juízo de realidade, definida como delírio.
D. “Tremor de repouso de extremidades/bradicinesia/discreta rigidez muscular em
membros”. Achado no exame físico compatível com aumento do tônus muscular,
cujo sinal clássico semiológico será o sinal do canivete.

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28 – Paciente do sexo feminino, 76 anos, iniciou às 07:30 quadro súbito de afasia motora,
hemiparesia à direita. Foi levada ao Pronto Socorro, chegou na sala de
emergência às 08h15. A paciente apresentava-se sonolenta, com abertura ocular
espontânea, afasia motora, desvio do olhar conjugado para a esquerda, paresia facial
central direita e hemiplegia completa proporcionada à direita. Foi aplicada a escala do
National Institute of Health Stroke Scale (NIH), com escore de 22 pontos. A paciente
apresentava bom padrão respiratório, SpO2 94% ao ar ambiente, pressão arterial de 180 x
100, glicemia capilar de 160 mg/dl e temperatura axilar de 37ºC. Realizado ECG
observando FA (Fibrilação Atrial). Na história patológica pregressa destaque para
hipertensão e dislipidemia. Faz uso irregular de Losartana 50 mg/dia.
Exames iniciais (Hemograma, coagulograma, ionograma, função renal) - Normais
Tomografia de crânio mostrou perda de diferenciação entre a substância branca e
cinzenta à região frontal esquerda. Além de hiperdensidade da artéria cerebral média à
esquerda.
Equipe da neurologia clínica conversa com familiares sobre a indicação de trombolítico,
explicando riscos, benefícios e solicitando autorização para iniciar o procedimento.
São obtidos 2 acessos venosos periféricos, não passado cateteres para acesso venoso
central e Pai (Pressão arterial invasiva) ou SVD (Sonda vesical de Demora), não instalado
cateter nasal de oxigênio.
Às 9:30 foi iniciado a infusão do rtPA (alteplase), sendo realizado 6,3 ml em bolus, e 56,7
ml em 1 hora (peso informado de aproximadamente 70 kg). Durante infusão os dados
vitais são monitorizados continuamente, além da equipe médica da neurologia clínica
acompanhando e realizando NIH durante o procedimento.
-- Os níveis tensionais antes do procedimento estava 140x90, FC em 80 bpm e SaO2 de
96%. Durante a infusão do rtPA (cerca de 30 minutos), a paciente evoluiu com agitação,
seguida de rebaixamento do nível de consciência e insuficiência respiratória com
necessidade de IOT. Sendo interrompido a infusão e realizado nova tomografia de crânio.
-- Nova TC crânio demonstrou maior definição da hipodensidade frontal esquerda, com
diminuição dos sulcos em região frontal à esquerda.
--- Em razão da impossibilidade de realizar a trombólise intra-arterial no hospital em que a
paciente se encontrava, a mesma foi transferida para UTI neurológico do hospital para
cuidados intensivos.
-- Na evolução da UTI a paciente apresentava comatosa, com abertura ocular à dor e
localizava com dimidio esquerdo. As pupilas eram isocóricas e fotorreativas. Após 06
horas do quadro neurológico, a paciente não apresentava abertura ocular, descerebrava à
esquerda e apresentava pupilas anisocóricas (midriática à esquerda). Sendo levada com
urgência para nova TC de crânio, a qual foi observada extensa hipodensidade
frontopariental esquerda com edema e desvio de linha média.
-- A equipe de neurocirugia já avaliou a tomografia e a levou rapidamente ao bloco
cirúrgico e submetido à craniectomia descompressiva.
-- O paciente ficou na UTI neurológica por 1 semana, com boa evolução clínica, sendo
transferido para Unidade de AVC para reabilitação e cuidados.

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Com base no caso clínico, em especial ao cuidado e tratamento oferecido, marque a


alternativa correta.

A. A infusão da alteplase foi correta, incluindo dose do bolus e tempo programado


para infusão, porém a monitorização não ocorreu adequadamente, pois a paciente
não tinha acesso venoso central e a monitorização da PA de forma invasiva.
B. Os dados vitais da paciente na sala de emergência de 180x110 e glicemia capilar
de 160 representavam contraindicações relativas para trombólise.
C. A escala NIH de 22 e o sinal de hiperdensidade artéria cerebral média esquerda,
representavam contraindicações para realização de trombólise pelo prognóstico
mais grave e maior chance de complicações.
D. Não houve indicação de oxigenioterapia na sala de emergência (SaO2 de 94%),
mesmo se tratando de um AVC isquêmico.

29 – Paciente sexo feminino, 21 anos, arquiteta, diagnóstico prévio de lúpus eritematoso


sistêmico na forma cutâneo articular procura assistência médica por estar evoluindo com
edema progressivo na última semana e aumento dos níveis da pressão arterial sistêmica.
Foi internada na enfermaria de medicina interna. Nos exames complementares foi
observado alteração da função renal (Creatinina: 4 mg/dL), proteinúria de 5 g em 24 h,
hematúria dismórfica, redução de complementos. Paciente foi pulsada com
metilprednisolona e submetida a biópsia renal.
Laudo da biópsia renal: biópsia constituída por cápsula renal e córtex renal onde há 13
glomérulos. Em 06 gomérulos foi observado hipercelularidade mesangial e endocapilar
com redução da luz capilar. Na imunofluorescência foi encontrado positividade para
seguintes imunoglobulinas: IgG, IgM; cadeias leves Kappa, Lambda e as frações do
sistema complemento C3 e C1q.
Qual padrão imunológico esperado para a paciente e qual a classificação da nefrite
lúpica?

A. Padrão nuclear homogêneo, anti-DNA dupla hélice+, nefrite classe


membranoproliferativa difusa, tipo IV.
B. Padrão pontilhado grosso, anti-SM+, Glomerulonefrite mesangial, tipo II.
C. Padrão pontilhado grosso, anti- SM+, glomeuronefrite membranosa, tipo V
D. Padrão nuclear homogêneo, anti- DNA dupla hélice+, nefrite classe
membranoproliferativo focal, tipo III
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30 - Paciente do sexo feminino, 45 anos, professora, vai ao clínico geral após procura
infrutíferas de diversos médicos e diversos exames complementares. Há,
aproximadamente, 2 anos refere sentir dores difusas pelo corpo. Inicialmente à dor foi na
região cervical atribuída a causa muscular, procurando auxílio médico com a realização
de diversos exames de imagem (radiografias, tomografias e ressonância todos normais) e
prescritos analgésicos e anti-inflamatório. Prosseguindo a sintomatologia álgica, a dor
tornou-se mais forte no ombro direito, sendo diagnosticado bursite e tendinopatia atribuída
à sua atividade laboral de escrita (após realização de USG da região). Como os
medicamentos analgésicos não surtiram efeitos, procurou outros médicos que aplicaram
infiltração de corticoide no local com pouca resposta clínica. Também refere lombalgia
com dores irradiadas por toda perna, não respeitando dermátomos específicos; realizou
uma ressonância que observou uma hérnia discal (L4-L5) o que conferiu mais um grupo
de analgésicos e anti-inflamatórios não hormonais e hormonais, porém mais uma vez não
melhorando a sintomatologia. Menciona dores em diversas articulações, mãos, punhos,
joelhos porém sem sinais no exame físico de artrite ou deformidades; procurou diversos
médicos para essa queixa sendo suspeitado de Lupus Eritematoso sistêmico,
principalmente, após exame de FAN ( HEP-2) positivo 1 : 160 , padrão pontilhado fino,
porém sem outros dados para esse diagnóstico. Também solicitado fator reumatoide, que
foi negativo.
Além da sintomatologia álgica, refere dificuldade para iniciar o sono fato que realizou a
polissonografia com padrão alfa-delta, sendo prescrito benzodiazepínicos para controle do
sono. Descreve uma sensação de fadiga extrema para realizar suas atividades diárias
básicas. Observou-se uma hipomnésia com dificuldade de concentração e elaboração de
provas para seus alunos. Não consegue realizar suas atividades que antes davam prazer,
como leitura, caminhada, viagens. Humor deprimido, com dificuldade de relacionamento
com o marido e seus dois filhos. Refere mudança dos hábitos intestinais com alternância
de períodos de diarreia e constipação intestinal, apesar de não associado à perda de
peso e sintomas noturnos. Também refere sintomas dispépticos com evolução há mais de
01ano, sendo prescrito inibidores de secreção gástrico, com melhora parcial. Já realizado
endoscopia digestiva alta e colonoscopia, todas normais.
No exame físico, sem alterações objetivas observadas.
Outros exames complementares solicitados durante a investigação do quadro:
- Hemograma, VHS, PCR, Vitamina D, B12, enzimas hepáticas, função renal, ionograma,
gasometria arterial todos dentro da normalidade.
Em relação ao tratamento clínico farmacológico que poderá ser fornecido para paciente, é
correto afirmar que:

A. Em relação ao manejo álgico dessa patologia, devemos dar preferência aos


opioides fortes sendo em geral, bem tolerados.
B. Para controle da insônia, devemos dar preferência aos hipnóticos
benzodiazepínicos.
C. Um grupo farmacológico importante são os anti-depressivos, sendo que não
observou superioridade entre os medicamentos de cada grupo (tricíclicos, os
inibidores da recaptação de serotonina e os duais).
D. Um grupo farmacológico associado ao tratamento da patologia da paciente são os
anticonvulsivantes neuromoduladores, destaque para a pregabalina aprovada pela
FDA para o tratamento dessa condição.

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31 – Paciente do sexo feminino, 76 anos, negra, procura aconselhamento do clínico geral


sobre o risco de osteoporose e necessidade do uso de medicamento específico. No
momento está assintomática. Na história patológica pregressa, destaca-se asma
persistente moderada com necessidade de corticoide inalado e cursos de prednisona oral
em períodos de crise de asma, tendo ocasiões com necessidade de uso por até 06
meses. Refere hipertensão arterial sistêmica há 20 anos em uso de hidroclorotiazida e
enalapril; além de hipotireoidismo fazendo uso de levotiroxina 75 microgramas por dia. No
interrogatório dos diversos sistemas, informa menarca aos 10 anos e menopausa aos 50
anos. No histórico social refere tabagismo e nega etilismo. No histórico familiar informa
que uma tia teve fratura patológica de colo de fêmur secundário há uma queda da própria
altura. Altura de 1,70 m e 75 kg.
Em relação aos fatores de risco e as medidas preventivas e promoção de saúde nesse
caso, é correto afirmar que:

A. Podemos identificar diversos fatores de risco para osteoporose para paciente como
idade, gênero, etnia, uso de corticoide e hormônio tireoideano.
B. Pensando nos fatores de risco para osteoporose devemos sugerir a mudança do
diurético tiazídico da paciente por outro medicamento para controle da pressão
arterial sistêmica.
C. Devemos orientar para nossa paciente dieta com cerca de 1200-1500 mg de cálcio,
atividade física, abandonar o tabagismo, somente após a confirmação da perda de
massa óssea através da densitometria óssea.
D. A história ginecológica, hipotireoidismo, o IMC da nossa paciente não representa
fatores de risco para osteoporose.

32 – Paciente do sexo feminino, de 75 anos, é trazida pela filha para uma consulta no
posto de saúde com o clínico geral. A paciente refere desânimo e memória ruim. Segundo
as informações da filha, após o falecimento do marido há 06 meses, a mãe têm
participado menos de reuniões familiares, às vezes, se negando a ir. Familiar observou
que a paciente está ficando mais “distraída’’ esquecendo objetos mais frequentemente.
Dona Maria já foi flagrada chorando no banheiro por netos, e sendo questionada o motivo,
informando sentir falta do esposo. A paciente refere não realizar sua caminhada desde o
acontecido com o marido, pois acorda cansada e sem ânimo para realizar sua atividade
diárias, inclusiva ir na missa aos domingos que participa assiduamente por mais de
cinquenta anos. Não consegue dormir adequadamente, perdeu 05 quilos por hiporexia.
Comorbidades, destaca-se hipertensão arterial sistêmica há 20 anos fazendo uso de
losartana e uso de carbonato de cálcio por osteopenia. Não tem histórico de depressão,
tabagismo ou etilismo. Na história familiar, refere-se tio falecidos de demência de
Alzheimer há muitos anos. Sem alterações no exame físico digno de nota.
Testes cognitivos:
-- MEEM (MINI EXAME DO ESTADO MENTAL): 28/30.
-- GDS (ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA): 10/15.
-- FLUÊNCIA VERBAL: 14 PALAVRAS
-- TESTE DO DESENHO DO RELÓGIO: 12 /15
-- ESCALA DE ATIVIDADE BÁSICAS DE VIDA DIÁRIA DE KATZ: 5/6

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Com relação ao humor deprimido dessa paciente, é correto afirmar que:

A. Essa paciente preenche critério para depressão maior pelo DSM-5, mesmo com
a presença do luto concomitante observado no caso clínico.
B. O luto vivenciado pela paciente com a perda do ente querido exclui o diagnóstico
de depressão maior pelo DMS-5.
C. A escala de depressão geriátrica é uma ferramenta de triagem confiável para
depressão nessa população, principalmente, com a piora do comprometimento
cognitivo.
D. Ao avaliar a memória do paciente depressivo, observamos um desempenho pior do
que a autoavaliação, quando comparamos ao paciente com demência de Alzheimer.

33 – Paciente do sexo masculino, 33 anos procura assistência médica devido nódulo na


região cervical, além de períodos de febre e sudorese constantes que cedem
espontaneamente. Refere que observou essa alteração no pescoço a 6 meses, com
perda de peso de 7 quilos nesse período. Outra observação foi a presença de dor nos
nódulos durante bebida alcoólica. No exame físico o b s e r v o u - s e p re s e n ç a d e
l i n f o n o d o s p a l p á v e i s n a r e g i ã o c e r v i c a l , de aproximadamente 4 cm, pouco
móveis, indolores à palpação sem sinais flogísticos locais. Nos exames de imagem
realizado, fez raio-x de tórax com presença de alargamento de mediastino com TC de
abdome normal.
A biópsia excisional do linfonodo foi realizado, mostrando de células grandes, com núcleo
bilobado e nucléolos proeminentes.
Com base no caso clínico é correto afirmar que:

( ) As características da doença descrita tornam a doença de Hodgkin clássica como


principal diagnóstico.
( ) O estadiamento da doença seria IIB.
( ) Manifestações de distúrbio de hemostasia primária poderia fazer parte do curso dessa
patologia.
( ) Manifestações como edema, proteinúria, hipoalbuminemia poderia fazer parte da
evolução clínica dessa patologia.
( ) Manifestações eletrocardiográficas como aumento do intervalo QT, poderia ser
consequência do distúrbio do cálcio desse doente.

A. Todas as alternativas estão corretas .


B. Todas as alternativas estão corretas, exceto alternativa 5.
C. Alternativas 1,2 e 3 estão corretas.
D. Alternativas 1,2 e 4 estão corretas.

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34 – Paciente do sexo feminino, 22 anos, esteticista, vegetariana, sem


comorbidades procura o clínico geral com queixa de dispneia aos esforços, intolerância
ao exercício físico, associado à episódio de taquicardia. Nega medicamentos
em uso, exceto vitaminas que tomava por conta própria. No interrogatório dos diversos
sistemas, refere aumento do fluxo menstrual nos últimos 06 meses. Ao exame físico,
observa-se mucosas hipocoradas 2+/4, FC= 110 bpm, PA: 100X70 mmHg. Refere ter feito
um hemograma, cujos dados só lembrava da hb: 8,0 g/dl ; ht:30% ; número de
hemácias: 2,5 milhões.
Qual a principal causa dessa síndrome anêmica?
A. Anemia por deficiência de ferro, pela perda sanguínea menstrual.
B. Anemia por deficiência de b12, pela alimentação vegetariana.
C. Anemia sideroblástica, por excesso de vitaminas ricas em ferro.
D. Impossível determinar a causa pela história clínica e os dados do hemograma
fornecido.

35 – Mulher de 27 anos de idade, com diagnóstico de dermatite atópica desde a infância,


em acompanhamento ambulatorial. Relata que, após a adolescência, houve um melhor
controle das lesões. No entanto, houve piora importante nos últimos 6 meses, quando
ficou uma temporada em uma região de clima frio e seco, para um curso de pós-
graduação.
Ao exame físico, espera-se encontrar:
A. Petéquias palpebrais
B. Exantema morbiliforme no tronco
C. Pápulas verrucosas nas regiões extensoras dos membros
D. Liquenificação nas flexuras antecubitais

36 – Homem de 67 anos, encaminhado da Unidade Básica de Saúde com suspeita de


Carcinoma Espinocelular na face. Relata que a lesão surgiu há cerca de 3 meses, com
discreto crescimento desde então.
O plano diagnóstico inicial para esse paciente é:

A. Biópsia para exame anatomopatológico


B. Tomografia de Coerência Óptica
C. Estadiamento clínico
D. Mapeamento digital com videodermatoscópio

37 – Trata-se de um paciente de 63 anos de idade, diagnóstico de diabetes mellitus e


hipertensão arterial há 16 anos. Atualmente faz uso de insulina NPH, insulina regular,
anti-hipertensivos, AAS e rosuvastatina. O mesmo tem feito aplicações de laser para
retinopatia proliferativa e um tratamento para úlcera neuropática na perna direita. Há 2
anos atrás teve um infarto do miocárdio e fez angioplastia. Exames atuais: relação
albumina/creatinina em amostra de urina: 820 mg/g. Creatinina plasmática: 1,8 mg/dl;
glicemia de jejum 176 mg% e hemoglobina glicada de 9,2%.
Neste caso qual a meta de níveis de hemoglobina glicada?
A. < 6,5%
B. < 7%
C. < 8%
D. < 9%

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38 – Paciente do sexo feminino, 28 anos, vítima de acidente automobilístico há 14 dias,


em tratamento na UTI com diagnóstico de traumatismo crânio-encefálico e lesão axonal
difusa, traqueostomizada e em assistência ventilatória com os seguintes parâmetros: PSV
– ventilação com pressão de suporte, FiO2 = 30%, PEEP = 7, PS = 08.
Após suspensa a sedação, qual das alternativas NÃO deve ser considerada para se
iniciar o desmame da assistência ventilatória na paciente acima?

A. Resolução ou estabilização do quadro que levou a insuficiência respiratória.


B. Nível de consciência adequado com escala de coma de Glasgow maior ou igual a 8.
C. Estabilidade hemodinâmica com boa perfusão tecidual.
D. PaO2 maior ou igual a 60 mmHg com FiO2 menor ou igual a 40%.

39 – Paciente sexo masculino, 25 anos, trabalhador rural dá entrada no pronto-socorro


referindo acidente ofídico há cerca de 2 horas durante atividade na lavoura. Não
visualizou a serpente e não há informações sobre as características da mesma. Paciente
apresenta 2 orifícios puntiformes na região tibial posterior com edema discreto e
parestesia local. Queixa turvação visual, diplopia, mialgia generalizada e apresenta ptose
palpebral com fácies miastênico.
Diante do quadro clínico apresentado, é mais provável que tenha ocorrido qual acidente
ofídico?

A. Acidente botrópico.
B. Acidente crotálico.
C. Acidente laquético.
D. Acidente elapídico

40 – Paciente de 30 anos, sexo masculino, dá entrada na sala de emergência com


história de cefaleia súbita, de forte intensidade, associada a rebaixamento do nível de
consciência e crise convulsiva tônico-clônica generalizada. Na admissão paciente
apresenta escala de coma de Glasgow = 4, pupilas isocóricas e fotorreagentes. Realizada
tomografia de crânio que evidenciou a presença de sangue no espaço subaracnóide
associada a hemorragia intraventricular.
Sobre o quadro clínico acima é correto afirmar:

A. Pode-se classificar tomograficamente a hemorragia acima como Fischer II.


B. A maioria dos ressangramentos ocorre entre o 8º e 10º dia, período de fibrinólise
do coágulo formado no primeiro sangramento.
C. O melhor preditor da ocorrência de vasoespasmo é a quantidade de sangue nas
fissuras e cisternas cerebrais visto na tomografia de crânio inicial.
D. A terapia do “Triplo H” deve ser utilizada no tratamento do vasoespasmo,
independente do tratamento do aneurisma devido às graves sequelas motoras.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Concurso de Residência Médica – 2018
FAMED – COREME ESPECIALIDADES CLÍNICAS – TIPO 1

Questões Discursivas

Utilize o formulário específico para responder as questões discursivas.

Questão discursiva 01 - Paciente feminino, 53 anos, portadora de cardiopatia


chagásica arritmogênica com disfunção ventricular grave (fração de ejeção do ventrículo
esquerdo de 28%), em acompanhamento por quadro de insuficiência cardíaca (IC) em
classe funcional (NYHA) II há 4 anos. Foi admitida em unidade de internação com piora
da dispneia na última semana, atualmente com dispneia ao se vestir, associada a
ortopneia e dispneia paroxística noturna. Relata que havia viajado para a casa de
parentes no interior da Bahia onde passou a observar edema de membros inferiores e
aumento no volume abdominal. Ao exame físico apresentava PA:90x60mmHg, FC:
94bpm, FR:28irpm. Observou-se turgência jugular a 45 graus, edema de membros
inferiores até joelhos, cacifo positivo. Ritmo cardíaco irregular, em 2 tempos, com sopro
sistólico 3+/6+ em foco mitral e estertores crepitantes até terço médio em ambos os
campos pulmonares. Apresentava ascite leve e fígado palpável a 3cm do rebordo costal
direito, indolor, bordas rombas.

Descreva, detalhando o mecanismo de ação na fisiopatologia da IC, a prescrição médica


dessa paciente ao ser admitida na enfermaria. (valor: 10,0 pontos)

Questão discursiva 02 - Um homem de 63 anos de idade foi encaminhado pela UBS


para atendimento em um ambulatório de diabetes Mellitus. O mesmo refere esse
diagnóstico há 12 anos, quando o médico prescreveu uma dieta, atividade física e um
medicamento via oral que provocou diarréia no início do tratamento. Na época foi
orientado a suspender o medicamento antes de cirurgias ou contraste radiológico e há
cerca de 20 dias essa droga foi suspensa tendo em vista uma elevação de creatinina,
passando então a apresentar poliúria e polidipsia. Refere também ter usado, em
combinação com este, um medicamento injetável (uma vez ao dia). O médico teria
informado que os dois fármacos ajudariam na perda de peso. No início das injeções o
paciente referia náuseas, mas como esse tratamento reduz o risco cardiovascular tentou
mantê-lo, o que não foi possível pelo alto custo. Atualmente tem tentado fazer uma dieta
orientada por nutricionista, mas não tolera exercício físico. Refere também parestesias
nos pés e, às vezes, descobre estar andando com apenas um sapato, sem ter percebido.
Uma sudorese intensa o tem incomodado bastante, principalmente no tronco, no início
das refeições, à noite e com a tentativa de fazer exercício físico. Após a suspensão do
medicamento tem apresentado a visão muito turva. Não há história de eventos
cardiovasculares. Atualmente faz uso de enalapril 20 mg/dia, anlodipino
10mg/dia, hidroclorotiazida 25 mg/dia e gliclazida 60 mg/dia. HF: O pai e dois irmãos
falecidos eram diabéticos. PA deitado: 150/80 mmHg. PA em pé: 110/70 mmHg. FC: 89
bpm (refere que a FC se mantém em torno de 90 bpm, mesmo quando tenta fazer
exercício físico). Peso: 88 Kg. Altura: 170 cm. Os pés: pele ressecada, diminuição da
sensibilidade tátil, vibratória, térmica e dolorosa e deformidade dos dedos ("em martelo").
O exame de fundo de olho revelou vários microaneurismas. Exames laboratoriais: glicemia
de jejum: 320 mg%; Hb glicada: 12%; colesterol: 220 mg%; triglicérides: 320 mg%; HDL: 36
mg%; Relação albumina/creatinina em amostra de urina: 420 mg/g. Creatinina plasmática:
1,9 mg/dl
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FAMED – COREME ESPECIALIDADES CLÍNICAS – TIPO 1

a) Qual foi o primeiro medicamento prescrito? (valor: 1,0 ponto)


b) Qual foi o medicamento injetável que foi associado? (valor: 1,0 ponto)
c) Quais são as complicações do Diabetes Mellitus que o paciente já apresenta?
(valor: 1,0 ponto)
d) Qual seria a fisiopatologia da turvação visual apresentada pelo paciente após
suspensão da medicação? (valor: 1,0 ponto)
e) Qual é a melhor conduta no tratamento do Diabetes Mellitus nesse momento?
(valor: 1,0 ponto)
f) Como você interpreta o resultado do exame de urina do paciente (relação
albumina/creatinina)? (valor: 1,0 ponto)
g) Como você interpreta a dosagem de lípides desse paciente? (valor: 1,0 ponto)
h) Você acrescentaria mais algum medicamento nesse caso? (valor: 1,0 ponto)
i) Quais seriam os motivos da intolerância ao exercício físico? (valor: 1,0 ponto)
j) Qual é a causa mais comum de morte em pacientes com estas características?
(valor: 1,0 ponto)

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FACULDADE DE MEDICINA
COMISSÃO DE RESIDÊNCIA MÉDICA

PROCESSO SELETIVO DE RESIDÊNCIA MÉDICA - 2018

RASCUNHO

Nome do Candidato: _____________________________________________ Nº Inscrição: ___________

001 A B C D 011 A B C D 021 A B C D 031 A B C D


002 A B C D 012 A B C D 022 A B C D 032 A B C D
003 A B C D 013 A B C D 023 A B C D 033 A B C D
004 A B C D 014 A B C D 024 A B C D 034 A B C D
005 A B C D 015 A B C D 025 A B C D 035 A B C D
006 A B C D 016 A B C D 026 A B C D 036 A B C D
007 A B C D 017 A B C D 027 A B C D 037 A B C D
008 A B C D 018 A B C D 028 A B C D 038 A B C D
009 A B C D 019 A B C D 029 A B C D 039 A B C D
010 A B C D 020 A B C D 030 A B C D 040 A B C D

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