Manual de Tgi-Ccsa
Manual de Tgi-Ccsa
Manual de Tgi-Ccsa
MANUAL DE TGI
São Paulo
2º semestre de 2010
ii
Apresentação
No encerramento de um dos ciclos acadêmicos, o da graduação, o aluno de
Administração e de Ciências Contábeis é colocado em face de uma nova realidade e desafio
que o levam a problematizar, elaborar, criar e sistematizar uma proposta, provocada por um
tema, que dará origem a um trabalho de conclusão de curso.
O CCSA, por meio de sua Coordenadoria de TGI, tem traçado diretrizes para
alavancar áreas de fronteiras para o desenvolvimento da ciência. Os investimentos têm sido
direcionados para a capacitação de professores-pesquisadores, investimentos em infra-
estrutura, biblioteca e a normatização dos Trabalhos de Graduação Interdisciplinares – TGI,
por meio deste Manual do TGI.
É meta do CCSA conquistar um espaço no meio acadêmico-científico nessas áreas
do conhecimento e, para isso, torna-se necessário motivar alunos e professores para esta nova
cultura, desenvolvendo as suas habilidades científicas.
O Manual de TGI, em sua 5ª revisão, foi organizado para oferecer aos professores e
alunos, orientações essenciais para garantir a qualidade do trabalho e informações úteis para
atingir os padrões esperados pelo CCSA. Além disso, apresenta orientações de como se
elaborar um TGI tendo como parâmetros as Normas da ABNT.
O Manual está organizado em duas partes: a primeira é dedicada à elaboração do
projeto de pesquisa que é o produto final da disciplina TGI I e a segunda parte para a
elaboração do relatório final da pesquisa que é o produto de TGI II. Por conta de terem que
ser produzidos relatórios, as orientações serão apresentadas em três componentes, em cada
uma dessas partes:
Outra expectativa é de que a elaboração dos trabalhos dos TGIs possa despertar
futuras vocações e talentos para a pesquisa, que se constitui uma importante contribuição ao
desenvolvimento da empresa nacional e ao país.
Bom trabalho a todos e sucesso na obtenção de resultados e aprendizados com as pesquisas!
iv
A Direção do CCSA
v
SUMÁRIO
LISTA DE QUADROS
LISTA DE FIGURAS
Estão definidas para os cursos do CCSA quatro linhas básicas de pesquisa, às quais
devem estar ligados todos os projetos de pesquisa, sejam dos professores, de Iniciação
Científica, bem como os Trabalhos Interdisciplinares de Graduação.
Foram estabelecidas pelo Documento Informativo da Reitoria 50/2003, nos termos da
Ordem Interna 30/2003 para o CCSA conforme segue:
Desenvolvimento socioeconômico
Finanças corporativas e públicas
Gestão de organizações e empreendedorismo
Economia e negócios internacionais
Este quadro tem o objetivo de facilitar aos alunos a escolha do tema a ser pesquisado.
9
2. REDAÇÃO
TGI I TGI II
Por se tratar de PROJETO DE PESQUISA, o Por se tratar de RELATÓRIO FINAL DE
tempo do verbo deve vir no futuro PESQUISA, o tempo do verbo deve vir no passado.
Função O que é
Expressiva Adequada à comunicação ou expressão de emoções, sentimentos
ou vivências psicológicas.
Persuasiva Adequada ao discurso (retórico) que pretende atuar sobre a
vontade para dirigir a conduta dos homens, como na propaganda.
Informativa Adequada à transmissão de conhecimento e informações.
Tipo O que é
Coloquial Próprio da linguagem comum.
Literário Enquanto tem em vista objetivos estéticos
Técnico Característico da linguagem científica
As frases não devem ter períodos longos, ou seja, não mais que duas orações por
período composto, para não tornar a leitura maçante. É interessante que as informações sejam
transmitidas pausadamente, para evitar interpretações inadequadas; além de facilitar a leitura,
ajuda o leitor a fixar conceitos e acompanhar o desenvolvimento do texto.
10
O TGI é um trabalho realizado durante as disciplinas TGI I e TGI II, demandando dois (2)
semestres letivos. A figura 1 que aparece no início do próximo item (seção 3 deste manual)
apresenta as atividades a serem desenvolvidas em cada uma das etapas.
TGI I
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
TGI II Pesquisa de
campo
DEFESA
ORAL
Tratamento
CONCLUSÕES e Análise
dos
Revisão Geral do
Resultados
Texto
O relatório que conterá o projeto de pesquisa deverá obedecer a uma estrutura básica
proposta por este Manual de maneira a facilitar a sua elaboração, dado o fato de que um
projeto de pesquisa que atenda à qualidade científica mínima exigida pelo CCSA, demanda
profundidade e precisão metodológica.
5. ELABORAÇÃO DO TGI I
Objetivos:
Referencial
Geral e
Teórico
Específicos
Procedimentos
Metodológicos
6. ELEMENTOS DE APOIO
TABELA
QUADRO
FIGURA
CITAÇÕES
ABREVIATURAS
ERRATA
13
Exemplo:
Tabela 1 – Motivos da Preferência pela Loja ao Comprar Perfumes
MOTIVOS DA PREFERÊNCIA F %
Melhor preço 85 36,7
Melhor forma de pagamento 74 32,1
Atendimento 44 19,1
Ser cliente antigo 21 9,1
Melhor preço a vista 5 2,1
Não tem burocracia 2 0,9
Total 231 100
Fonte: sobrenome do autor (tudo maiúsculo), ano, p.
Legenda: F= freqüência
Exemplo:
Quadro 1 – Táticas do Estudo de Caso
TESTES TÁTICA DO ESTUDO FASES DA PESQUISA
utiliza fontes múltiplas Coleta de dados
Validade do construto estabelece encadeamento Coleta de dados
rascunho do relatório Composição
revisão por informantes
adequação ao padrão Análise de dados
Validade interna construção da explanação Análise de dados
análise de séries temporais Análise de dados
Validade externa utiliza lógica de replicação em estudo Projeto de pesquisa
de casos múltiplos
Fonte: Yin (2001, p. 20)
Exemplo:
OBS.: Quando for necessário, utilizar legenda nas tabelas, quadros ou ilustrações, ela deve ser
breve, clara, dispensando consulta ao texto.
15
EXEMPLOS:
CITAÇÃO INDIRETA
Nome do autor como parte do texto - (apenas a primeira letra do sobrenome do autor é
maiúscula)
Para Marras (2002), o perfil esperado e tido como ideal pela grande maioria das
empresas...
Nota: Se forem dois ou três autores, os nomes devem ser separados pela letra “e”. Mais que
três autores, usar et al. Exemplos: Juarez e Ferraz (2007), Marconi et al. (1998).
O perfil esperado e tido como ideal pela grande maioria das empresas... (MARRAS,
2002).
Nota: Se forem dois ou três autores, os nomes devem ser separados por ponto e vírgula. Mais
que três autores, usar et al. Exemplos: (JUAREZ; FERRAZ, 2007), (MARCONI et al., 1998).
É a transcrição literal de um texto ou parte dele, devendo ser copiada da maneira como
está no original, confirmando-se a grafia, pontuação, uso de maiúsculas e idioma.
1
Mais informações sobre plágio e falsidade intelectual estão disponíveis na seção: FRAUDES NA
ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS.
16
Segundo Robbins (2001, p. 372) “Os líderes não podem ser líderes sem seguidores.
Surpreendentemente, essa verdade evidente foi ignorada a até bem pouco tempo. Portanto é
preciso considerar o papel dos seguidores”.
Quando a citação tiver mais de três linhas, recuar 4 cm da margem esquerda, reduzir a fonte
para tamanho 10, usar espaçamento simples, sem aspas.
Aí, então, ele faria uma lista ou “chapa” única dos candidatos.
4 cm Se fosse longa demais, ela seria diminuída pelas pessoas
competentes (como seu chefe). Por último, a chapa lhe seria
entregue e você teria o direito de entrevistar (somente) aquelas
pessoas e escolher uma (KOTTER, 1992, p.107).
Nota: quanto ao número de autores, valem as mesmas regras usadas para as citações indiretas.
Elemento opcional que consiste em uma lista das folhas e linhas em que ocorrem
erros seguidos das devidas correções. Apresenta-se quase sempre em papel avulso ou papel
encartado, acrescido ao trabalho depois de impresso.
Exemplo de ERRATA
Referências Bibliográficas
Procedimentos Metodológicos
Referencial Teórico
Introdução
Sumário
Ficha de Avaliação
Folha de Rosto
Ao seu final, o Projeto de TGI I deverá estar contido em um Relatório com esta estrutura.
18
CAPA
FOLHA DE ROSTO
FICHA DE AVALIAÇÃO
SUMÁRIO
LISTAS
19
TÍTULO DO PROJETO
(fonte 16, maiúsculo, negrito, centralizado)
São Paulo
200__
(fonte 14, negrito, maiúsculo e minúsculo, centralizado)
20
TÍTULO DO PROJETO
(fonte 14, maiúsculo, negrito, centralizado)
São Paulo
200__
(fonte 14, negrito, maiúsculo e minúsculo, centralizado)
21
Título
Autores Turma/sem/ano
Autores
1. Cód.: Turma:
2. Cód.: Semestre:
3. Cód.: Ano:
4. Cód.:
Observações:
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
Projeto:
Participação Individual:
Alunos Avaliação Projeto
Parcial Concluído Média Final
1.
2.
3.
4.
________________________________ ____/____/____
Professor(a) – Orientador(a) data
OBS: A nota final do projeto não reflete as notas individuais. O projeto pode ser aprovado
e membro(s) do grupo ser(em) reprovado(s).
23
Exemplo:
1.1 Justificativa.............................................................................................................. 22
2 REFERENCIAL TEÓRICO 25
2.1 27
2.2 32
3.1
3.2 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 55
APÊNDICES................................................................................................................... 58
ANEXOS ........................................................................................................................ 61
63
OBS.Os números das páginas devem ser alinhados a 1cm da margem direita – tam. 12 e sem
negrito.
24
Exemplos:
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
26
7.2.1.1. Justificativas
Outro componente da Introdução são as justificativas para a realização da pesquisa.
Estas explicitam os motivos de ordem teórica e prática com o intuito de responder às
perguntas: “por que se deseja fazer a pesquisa?”, “que importância ela tem no âmbito
acadêmico-científico e profissional?”. É a indicação da lacuna de conhecimento existente do
ponto de vista do pesquisador. A justificativa deve também indicar o “para que” realizar o
estudo: se para aumentar o conhecimento sobre o assunto ou para fundamentar a tomada de
uma decisão envolvendo uma necessidade prática. Estas definições são muito importantes
para a definição do foco do projeto.
27
O problema de pesquisa é sintetizado por meio de uma questão que constituirá o fio
condutor da pesquisa, pois com base nela é que se obtém a consistência do seu texto final.
Em síntese;
variável independente é aquela que influencia, determina ou afeta uma outra
variável, a dependente;
variável dependente é aquela que costuma ser o objeto do estudo, em função de
ser influenciada, determinada ou afetada pela variável independente. É sobre ela
que o pesquisador geralmente está buscando explicações e conhecimentos.
“entrevista”, por si só não levam a resultados de valor por tratarem apenas de uma parte do
processo.
Os verbos mais apropriados para se formularem objetivos são os que seguem:
conhecer, descobrir, identificar, caracterizar, descrever, correlacionar, associar.
Como o entendimento sobre isto é muito difuso, considera-se oportuno apresentar o que não é
Referencial Teórico:
OBS.: É preciso que o Referencial Teórico esteja 80% pronto no Relatório do TGI I em
relação às demandas de conhecimento teórico para elaboração do TGI II.
30
tipo da pesquisa
método e técnicas da pesquisa
plano amostral
instrumento de coleta de dados - indicação
É nessa parte do projeto que o pesquisador terá que tomar a sua decisão definitiva de
optar pelo método quantitativo ou qualitativo, pois o que encontrou na Literatura irá ajudá-
lo nesta opção. Caso tenha se deparado com algum estudo que tenha testado algum modelo
factível de ser replicado a outras realidades, ou que tenha conseguido encontrar inúmeros
conceitos que possam ajudá-lo a “estruturar” as variáveis, poderá escolher o método
quantitativo.
De qualquer maneira, é importante ressaltar que a forma com que se enuncia o
problema de pesquisa, por si só já se induz a uma ou a outra opção. Se, por exemplo, a
questão contém as palavras “quais”, “como” ou “por que”, provavelmente adotará o método
qualitativo em vez do quantitativo, para dar conta da resposta. As palavras “correlacionar”,
“associar”, por outro lado, conduzem à utilização do método quantitativo.
Tanto um método quanto o outro se desenvolvem em condições diferentes em
termos de ambiente e de procedimentos, importantes de serem caracterizados por que
demandam estratégias diferenciadas, já que as suas finalidades são também diferentes. Os
próximos parágrafos pretendem esclarecer esta dicotomia.
Tripodi, Fellin e Meyer (1981) pontuam que as pesquisas deveriam ser classificadas,
considerando-se os objetivos da pesquisa e dos vários métodos de pesquisa empregados para o
seu alcance de tais propósitos. Três categorias são propostas por estes autores: pesquisa
exploratória, pesquisa quantitativo-descritiva e pesquisa experimental (que não será tratada
neste manual dada a sua complexidade e pouca viabilidade de execução para um trabalho de
TGI). O quadro 3 apresenta a classificação dos tipos de pesquisa.
Outros autores que tratam deste tema, como Selltiz et al. (1974, p. 60), afirmam que
“qualquer pesquisa pode conter estudos formuladores ou exploratórios e estudos descritivos”.
A seguir são apresentados os seus conceitos.
Estudos exploratórios:
Os autores acima consideram que a maior relevância deste tipo de pesquisa refere-se
à “descoberta de idéias e intuições”. Por isso, o planejamento e o desenvolvimento da
pesquisa deve ser suficientemente flexível, de modo a permitir a consideração de muitos
aspectos diferentes e não identificados previamente.
No caso de problemas de pesquisa em que o conhecimento teórico é reduzido,
geralmente o estudo exploratório é o mais recomendado. Muitas vezes é considerado como o
passo inicial em um processo de pesquisa a ser continuado.
Estudos Descritivos:
Selltiz et al. (1974) ressaltam que, nos estudos descritivos, ao contrário do tipo
exploratório, as questões de pesquisa pressupõem conhecimentos anteriores sobre o problema
a ser pesquisado, ou seja, sobre as suas variáveis. O pesquisador precisa ser capaz de definir
claramente o que deseja medir e de encontrar técnicas adequadas para essa mensuração. Os
estudos descritivos não se limitam apenas a um método de coleta de dados. Podem empregar
quaisquer um, ou todos os métodos, tais como: entrevistas, questionários, observação
sistemática direta, análise dos registros e observação participante.
Os estudos descritivos têm o objetivo de apresentar precisamente as características
de uma situação, um grupo ou um indivíduo específico; verificar a freqüência com que algo
ocorre ou com que está ligado a outra coisa; verificar uma hipótese de relação entre variáveis.
Como é preciso obter informações completas e exatas, o projeto de pesquisa precisa prever
muito mais cuidados com o viés do que os estudos exploratórios.
Tem o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento
fundamental.
É narrativa.
Não obstante os dados coletados aparecerem sob a forma de transcrições de
entrevistas, anotações de campo, fotos, vídeos, ou outros tipos de documentos, a palavra
escrita ocupa lugar de destaque na pesquisa qualitativa. Todos os dados da realidade que
envolvem os fenômenos em estudo são importantes e devem ser examinados. O ambiente e as
pessoas nele inseridas devem ser olhados em várias de suas dimensões e conexões, porque no
enunciado do problema de pesquisa não se consegue delimitar a amplitude dos fenômenos que
serão objeto de estudo.
TÉCNICAS QUALITATIVAS
Para realizar pesquisa qualitativa pode-se recorrer a vários instrumentos, sendo o mais
utilizado a entrevista, que apresenta os seguintes formatos básicos da figura 5:
35
ENTREVISTA
Richardson et al. (1999) dizem que variável é um conceito que assume valores
numéricos. Segundo eles, as variáveis contêm os elementos mensuráveis de um fenômeno,
que podem apresentar diferentes valores ou ser agrupadas em categorias, apresentando duas
características fundamentais:
são aspectos de um fenômeno observáveis objetivamente;
devem apresentar variações ou diferenças em relação ao mesmo ou a outros
fenômenos.
É oportuno ressaltar que a forma como foi definido o problema de pesquisa, facilitará
ou dificultará a operacionalização das suas variáveis. Assim, se a pergunta incluiu as palavras
“influencia”, “provoca”, “altera”, ou seja, buscando uma nítida associação entre as variáveis,
possibilitará a sua operacionalização de maneira mais objetiva e mensurável. Por outro lado,
se forem utilizadas as palavras “como”, “por que”, “onde”, a associação não será tão nítida,
dificultando, ou mesmo impossibilitando, a sua operacionalização visando à mensuração. De
qualquer maneira é preciso considerar que o foco do problema de pesquisa é diferente em
cada uma das situações acima referidas, vindo a gerar caminhos diferentes quanto aos
procedimentos metodológicos, conforme será visto mais adiante.
TÉCNICAS QUANTITATIVAS
O Estudo de Caso tem sido uma estratégia de pesquisa de crescente utilização nas
áreas de Administração e de Ciências Contábeis, porque trata com ambientes organizacionais
delimitados e controlados que ajudam a entender os fenômenos de uma maneira concreta e
objetiva. Além disso, é uma das maneiras de viabilizar a pesquisa para o TGI porque pode ser
realizada em empresas do setor onde o aluno trabalha, ou mesmo incluindo a sua própria.
Antes de se comentar sobre o Método do Estudo de Caso é oportuno apresentar
alguns aspectos nele envolvidos.
O segundo é que não deve ser confundido com o Método do Caso, o “Caso”
(didático), utilizado em sala de aula com fins de aplicação de conceitos ou como forma de
avaliação do aprendizado em uma disciplina. A preocupação do Caso está na aplicação do
conhecimento disponível na Literatura, enquanto no estudo de caso como estratégia de
pesquisa a intenção está na geração de novos conhecimentos. Portanto os seus objetivos são
totalmente diferentes.
39
O terceiro aspecto é que as perguntas que procura responder incluem na maioria das
vezes as palavras “como” e “por que” (YIN, 2001), que o associam com a utilização de
técnicas do método qualitativo. Além disso, a sua aplicação é também associada a estudos
exploratórios. O estudo de caso pode utilizar técnicas quantitativas desde que no ambiente
onde se desenvolva a pesquisa, em uma organização ou mais, for possível a aplicação de
questionários cujas respostas sejam em número suficiente para ser aplicada uma técnica
estatística que apresente um mínimo de significância.
Tipos de Amostra:
probabilística – em que se identifica a probabilidade de sortear o elemento
amostral, permitindo a extrapolação dos resultados amostrais para toda a
população, dentro de certos limites de confiança.
não probabilística – em que se desconhece a probabilidade de sorteio dos
elementos amostrais, não permitindo a extrapolação de resultados da amostra
para a população. Neste caso, os resultados valem apenas para o grupo
pesquisado.
Na maioria das vezes, as amostras de trabalhos acadêmicos nas áreas de
Administração e de Ciências Contábeis são não probabilísticas, devido a um
conjunto de circunstâncias que limitam a utilização das probabilísticas, entre elas
as já mencionadas restrições de tempo e custo, e do fato do nível de análise
concentra-se mais no das organizações.
Tamanho da Amostra:
na seleção probabilística, é necessária a aplicação de fórmula que considera o
erro amostral desejado, o grau de confiança e/ou universo considerado;
na seleção não probabilística, fica a critério do pesquisador definir o tamanho da
amostra de acordo com as especificações e restrições de seu projeto.
Normalidade
Homocedasticidade
Independência
Aleatoriedade
41
Estes testes encontram-se no pacote estatístico SPSS ou Planilha Excell. Caso esses
requisitos não sejam atendidos, a estatística não paramétrica deverá ser utilizada.
No estudo de caso a definição prévia da amostra pode ter pouco significado para a
pesquisa quando o nível de análise for, por exemplo, o grupo de funcionários de um setor
específico da organização ou o dos seus diretores, pois não há razão para se testar a sua
representatividade em relação à população dos funcionários. Contudo, uma pesquisa de clima
interno pode exigir a definição de uma amostra para se saber o quanto os seus resultados
podem ser inferidos para a organização como um todo.
O instrumento escolhido para coleta de dados deve estar conectado diretamente aos
objetivos geral e específicos. É outra tarefa crucial, envolvendo a escolha e a elaboração do
instrumento de coleta e a programação da sua aplicação. Os instrumentos mais utilizados em
trabalhos de TGI são a entrevista e o questionário.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICES
ANEXOS
PLANEJAMENTO DO TGI I
CRONOGRAMA DO TGI II
45
Elemento opcional que consiste em textos ou documentos não elaborados pelo autor
mas que servem de comprovação e ilustração de algo referido no projeto ou no relatório final
do TGI. Os anexos são identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos
respectivos títulos.
Exemplos:
Exemplo:
março/
fevereiro/ abril/ maio/
Atividades setembro
agosto outubro novembro
Problema
x x
de Pesquisa
Referencial
Teórico x x
Procedimentos Metodológicos x
Apresentação
do projeto x
47
IV. refletir e propiciar uma nova maneira de ver, observar e analisar fenômenos ,
com curiosidade e criatividade, e com fundamentação na argumentação.
Apêndices
Referências
Bibliográficas
Conclusões OU
Considerações finais
Procedimentos
Metodológicos
Referencial Teórico
Introdução
Abstract
Elementos
Resumo
Textuais
Ficha de Avaliação
Folha de Rosto
Capa
Elementos Pré-
Textuais
Ajustar o Referencial
x
Teórico
Rever os Procedimentos
Metodológicos x
Coleta de
x x
Dados
Tratamento dos Dados e
x x
Análise dos Resultados
Conclusão
x
Redação Final e
x
Revisão do texto
Preparação para
apresentação oral e x
Defesa do Trabalho
50
CAPA
FOLHA DE ROSTO
FICHA DE AVALIAÇÃO
RESUMO E ABSTRACT
51
TÍTULO DO TRABALHO
(fonte 16, maiúsculo, negrito, centralizado)
São Paulo
200__
(fonte 14, negrito, maiúsculo e minúsculo, centralizado)
52
TÍTULO DO TRABALHO
(fonte 14, maiúsculo, negrito, centralizado)
Orientador(a): Prof(a)_______________________________________
(Fonte 12, alinhado a margem esquerda, negrito, maiúsculo)
São Paulo
200__
(fonte 14, negrito, maiúsculo e minúsculo, centralizado)
53
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
CONCLUSÕES
RECOMEDAÇÕES
57
O Referencial Teórico elaborado no TGI I deve ser revisado no TGI II, para incorporar
novos autores, melhorar o seu alinhamento com a Introdução e com as análises nos
Procedimentos Metodológicos, para dar sustentação às Conclusões.
Os quatro primeiros itens que constaram do TGI I precisam agora ser atualizados em
função do que foi efetivamente realizado, pois compunham um projeto a ser executado.
9.3.2.1. Qualitativos
A transcrição fiel das entrevistas é a matéria-prima a ser tratada pelo pesquisador,
constituída essencialmente por frases nem sempre de fácil entendimento, incompletas,
divagações em relação ao roteiro das perguntas, cujo desafio é torná-las compreensíveis de
maneira que se possam interpretar os seus significados à luz dos objetivos da pesquisa.
Nas pesquisas qualitativas deve-se ter cautela ao se transcrever as informações
obtidas nas entrevistas que foram previamente gravadas. Recomenda-se ouvir pequenos
trechos para então se começar a digitação do texto correspondente. É importante voltar um
trecho da fita, caso não ocorra um perfeito entendimento do que foi gravado. A transcrição da
entrevista é trabalhosa e deve ser feita em ambiente isento de maiores ruídos. Um gravador
digital e fones de ouvido podem ajudar a transcrição.
Existem inúmeras técnicas de tratamento de dados qualitativos, mas para o trabalho de
TGI a mais utilizada é a Análise de Conteúdo que será comentada a seguir. Isso não impede
do trabalho utilizar outras técnicas mais elaboradas desde que o professor orientador
reconheça que o grupo tenha maturidade e comprometimento suficientes para assumir este
desafio.
De acordo com Bardin (1977), a análise de conteúdo deve seguir as seguintes etapas
apresentadas na figura 7:
Preparação do material
Pré-análise
Leitura Flutuante
Escolha da unidade
de registro
Tratamento e análise dos dados Exploração do
material
Codificação Escolha das categorias
9.3.2.2. Quantitativos
Nas pesquisas quantitativas pode-se utilizar ferramental de processamento estatístico
de dados como o Excel® ou SPSS®. Neste caso, recomenda-se, em uma primeira etapa, fazer
a “limpeza” dos dados obtidos, eliminando-se valores fora dos intervalos esperados e valores
não informados. Recomenda-se cuidado ao transcrever os dados do questionário para o meio
eletrônico, a fim de se evitar erros de digitação. Também é importante levar em conta as casas
decimais, para não se perder a precisão.
Para o caso de TGI as técnicas apresentadas a seguir são as mais aplicadas, dado o
nível da exigência de profundidade deste tipo de trabalho. A depender da maturidade e da
61
motivação dos alunos, o professor orientador poderá ajudar na utilização de outras técnicas
mais robustas e mais sofisticadas.
pode identificar fatores comuns e avaliar o grau em que cada variável é explicada por cada um
destes fatores. As duas principais aplicações da análise fatorial têm sido para obter um resumo
de fatores comuns e para a explicação de cada variável (HAIR et al., 2005). Cabe ao
pesquisador,analisar e nomear tais fatores, de maneira a poder avaliar o grau de
relacionamento entre alguns deles.
A análise fatorial também oferece uma gama enorme de possibilidades, parâmetros e
opções para a sua aplicação.
Correlação Pode ser utilizada como uma extensão lógica da análise de Dependência
Canônica regressão múltipla. O objetivo é correlacionar
simultaneamente diversas variáveis dependentes e diversas
variáveis independentes que sejam métricas.
Fonte: Elaborado a partir de Hair et al. (2005)
63
9.7. Recomendações
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICES
ANEXOS
66
Exemplo:
APÊNDICE A – Orçamento proposto para um programa de pesquisa.
Exemplo:
ANEXO A – Questões de mensuração para o estudo da MindWriter
Livros
ANTUNES, Maria Thereza P. Capital intelectual. São Paulo: Atlas, 2000.
Quando existirem dois autores, colocar os DOIS com ponto e vírgula. Mais de TRÊS
autores, indica-se apenas o primeiro, acrescentando-se a expressão et al.
HAIR, J. F. et al. Análise Multivariada de dados. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
Dissertações e Teses
AVILA, Ricardo T. A pressão pela redução de preços nos novos produtos das autopeças e
a inovação em automações industriais. 2001,198p. Dissertação (Mestrado em
68
Dicionários
DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. São Paulo: Saraiva, 1998. 4 v.
Catálogos
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE. Catálogo de dissertações e teses:
resumos, 1999. São Paulo, 2000. 218 p.
Periódicos
Revista considerada no todo (coleção)
Artigos de revista
Artigo de Jornal
FONSECA, Roberto. Gabinete “paga” campanha de vereador. Jornal da Tarde, São Paulo, 9
maio 2001. Cidade, Caderno A, p.12.
ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHIMIDT, J.
(Org.). História dos jovens 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. P.7-16.
AS 500 maiores empresas do Brasil. Conjuntura Econômica, Rio de Janeiro, v. 38, n.9, set.
1984. Edição especial.
DINHEIRO: revista semanal de negócios. São Paulo: Ed. Três, n. 148, 28 jun. 2000. 98p.
LEAL, L. N. MP fiscaliza com autonomia total. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, p.3, 25 abr.
1999.
Legislação
Jurisprudência
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n.14. In: ______. Súmulas. São Paulo:
Associação dos Advogados do Brasil, 1994. P.16.
Códigos
BRASIL. Código civil. Coordenação de Maurício Antonio Ribeiro Lopes. 6. Ed. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2001.
Decreto
Mapa
Sistema cartográfico metropolitano da Grande São Paulo: levantamento aerofotogramétrico:
Consolação. São Paulo: Emplasa, [1972?]. 1 mapa, 64 x 84 cm. Escala 1:2000. Projeção
transversa de Mercator, Meridiano Central 45º.
Meios Eletrônicos
Banco de Dados
Lista de Discussão
Arquivo em Disquete
PETROBRÁS. Informe Técnico. Rio de Janeiro, ago.1999.1 disquete, 31/2. Windows 98.
NELIO. Brazil reforms cut planning opportunities. International Tax Review, London,
Nov.1999. Disponível em: <http://proquest.umi.com/pqdweb> Acesso em : 9 maio 2001.
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ALVES, Castro. Navio Negreiro. [S.I.]: Virtual Books, 2000. Disponível em:
http://www.terra.com.br/virtualbooks/freebook/port/Lport2/navionegreiro.htm. Acesso em: 10
jan.2002, 16:30:30
71
Livros/Monografias no todo
KOOGAN, André; HOUAISS, Antonio (Ed.). Enciclopédia e dicionário digital 98. Direção
geral de André Koogan Breikman. São Paulo: Delta: Estadão, 1998. 5CD-ROM.
Partes de Livros/Monografias
Revista e Boletim
SILVA, M. M. L. Crimes da era digital..Net, Rio de Janeiro, nov.1998. Seção Ponto de Vista.
Disponível em: http://www.brazilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm. Acesso em: 28
nov.1998.
SILVA, Ives Gandra da. Pena de morte para o nascituro.O Estado de São Paulo, São Paulo,
19 set. 1998. Disponível em: http:///www.providafaília.org/pena_morte_nascituro.htm.
Acesso em: 19 set.1998.
Documento cartográfico
PERCENTAGEM de imigrantes em São Paulo, 1920. 1 mapa, color. Escala indeterminável.
Neo Interativa, Rio de Janeiro, n.2, inverno 1994. 1 CD-ROM.
72
Letra
Letra tipo: times new roman;
Fonte: tamanho 12 para o corpo do trabalho e referências bibliográficas
Fonte: tamanho 10 para citações longas, epígrafes; fonte de quadros, tabelas e
figuras;
Numeração
A numeração das páginas deve ser colocada na borda superior direita (2 cm da
margem superior e 2 cm do lado direito da folha).
O número da página só estará grafado a partir da página inicial da INTRODUÇÃO,
entretanto, a contagem deve ser iniciada na página de rosto;
Margens
Margens Laterais:
o Esquerda e margem superior = 3 cm,
o Direita e margem inferior = 2 cm.
Encadernação
Espiral com capa transparente e contracapa preta.
73
PAPEL DO ORIENTADOR
DEFESA DO TGI II
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall,
2002.
COOPER, D. R.; SCHINDLER, P. S. Método de pesquisa em administração. Porto Alegre:
Bookman, 2003.
DIETERICH, Heinz. Novo guia para a pesquisa científica. Blumenau: FURB, 1999. 263p.
GOODE, William J.; HATT, Paul K. Métodos em pesquisa social. São Paulo: Nacional,
1979.
HAIR, J. F. et al. Análise Multivariada de dados. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
78
MATTAR, Fauze N. Pesquisa de marketing. Edição compacta. São Paulo: Atlas, v.1, 1997,
v.2, 1998.
RICHARDSON, Roberto.J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas,
1999.
SELLTIZ, C . et al. Métodos de pesquisa das relações sociais. São Paulo: EPU, 1975.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall,
2006.
Como se pode observar, o autor está se referindo ao que se denomina plágio moral, ou
seja, não se enquadra no texto da Lei 9.610/98, por não ser cópia literal, mas trata-se de uma
utilização maquiada das idéias do autor original, por assim dizer.
Adicionalmente, a realidade atual, caracterizada por um ambiente virtual que
proporciona muitas vantagens, pode se transformar em uma grande armadilha, visto à
facilidade de acesso a uma ampla quantidade de obras publicadas em diversos periódicos e,
também, a bibliotecas de universidades nacionais e internacionais.
Um exemplo bastante recente é a criação do site acadêmico lançado pela Googleii. Se
por um lado essa ferramenta possibilita o enriquecimento do trabalho escolar, dado o alcance
de suas buscas, por outro lado pode levar o aluno a cair em tentação e copiar os textos seja de
forma literal ou as idéias com pequenas modificações conforme já exposto, mas que em suma
contribui para que o aluno fraude.
Nesse sentido, deve-se ressaltar que toda escolha implica em conseqüências que
devem ser avaliadas. Ao mesmo tempo em que os sites de buscas possibilitam o acesso aos
alunos para realização dos trabalhos, permite aos professores a verificação da autenticidade e
autoria das idéias.
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i
FURTADO, J. A. X. Trabalhos acadêmicos em Direito e a violação de direitos
autorais através de plágio. Jus Navigandi, Teresina, a.7, n.60, 2002. Disponível em:
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3493.Acesso em 26/10/2005.
ii
Google lança site acadêmico no País. O Estado de São Paulo, 12/01/06.