Direito Constitucional - Controle de Constitucionalidade

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Controle de Constitucionalidade

1. BASE LEGAL:
Constituição.

2. HISTÓRICO:
a) Constituição de 1824: Não tinha Sistema de Controle. Vigorava o “Dogma da Soberania do
Parlamento”.

b) Constituição de 1891: Surge o Controle de Constitucionalidade Difuso. Influência Norte Americana.

c) Constituição de 1934: Surge o Controle Concentrado: ADIN Interventiva. Hoje é conhecida como
Representação Interventiva (Art. 36, III, CF/88).
Surge a Cláusula de Reserva de Plenário (art. 97, CF/88).

d) Constituição de 1937: Observa-se uma hipertrofia do Poder Executivo. Fragilização do Poder


Judiciário.

e) Constituição de 1946 - EC 16/65: Surge a ADIN Genérica.

f) Constituição de 1967:
Mantém o Controle Difuso.
Mantém o Controle Concentrado.

g) Constituição de 1988:
Aumenta o rol de legitimados da ADIN Genérica.
Surge ADIN por Omissão (ADO).
Constituição de 1988: EC 3/93: Surge a ADC.
Constituição de 1988: EC 3/93: Surge a ADPF.

3. CONCEITO:
É a verificação da compatibilidade das leis ou ato normativo com a Constituição, assegurando-se com
isso, a supremacia da Lei Maior.
Se o resultado for no sentido de que a lei afronta a Constituição, estaremos diante de uma
inconstitucionalidade.

4. OBJETIVO:
Assegurar a supremacia da Constituição.

5. PRESSUPOSTOS DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:


a) Existência de uma Constituição rígida, da qual resulte a superioridade das normas constitucionais sobre
as demais.
b) Existência de um órgão que efetivamente assegure a supremacia do texto constitucional.

6. INCONSTITUCIONALIDADE:
É a incompatibilidade das leis ou ato normativo com a Constituição. Existem duas formas de
inconstitucionalidade: por ação e por omissão.

Orgânica
Objetiva
Formal (Nomodinâmica) Propriamente dita
Ação Subjetiva
Inconstitucionalidade Por violação a pressupostos objetivo do ato

Material (Nomoestática)

Omissão

6.1. INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO: Ocorre quando a lei ou ato normativo são produzidos em
desconformidade com a Constituição. Tal incompatibilidade pode ser quanto à forma e/ou quanto à
matéria.

6.1.1. Inconstitucionalidade Formal (Nomodinâmica): A lei produzida está em desconformidade com as


regras e procedimentos impostos pela Constituição. Há descumprimento de qualquer dos requisitos
previstos no processo de elaboração normativa.
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a) Orgânica: Ocorre quando há inobservância de competência legislativa para elaboração da lei ou ato
normativo (competência federal, estadual, distrital ou municipal).
Ex.: O STF entende como inconstitucional lei municipal que discipline sobre o uso do cinto de segurança,
já que se trata de competência legislativa da União, nos termos do art. 22, XI, legislar sobre trânsito e
transporte.

Súmula Vinculante 46-STF. A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das


respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.

INFORMATIVO 833-STF - Agosto/2016.


Lei estadual que obriga concessionárias a instalarem bloqueadores de celular é
inconstitucional.
Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em presídio invade a competência
da União para legislar sobre telecomunicações.
STF. Plenário. ADI 3835/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, ADI 5356/MS, red. p/ o acórdão Min. Marco
Aurélio, ADI 5253/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, ADI 5327/PR, Rel. Min Dias Toffoli, ADI 4861/SC, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgados em 3/8/2016 (Info 833).

b) Formal Propriamente Dita: Será formal propriamente dita quando decorrer da inobservância do devido
processo legislativo.

O vício formal poderá ser subjetivo, relacionado a fase de iniciativa do projeto de lei (competência para
propor o projeto de lei - art. 61, § 1º, I e II da CF).
Ex.: algumas leis são de iniciativa exclusiva do Presidente da República. Se um deputado federal der
início ao processo, haverá vício e a lei será inconstitucional.

O vício formal também poderá ser objetivo, como quando uma lei complementar for votada por um
quórum de maioria relativa. Outro exemplo seria por violação ao bicameralismo federativo. Se
eventualmente, um projeto de lei for modificado em sua substância pela Casa revisora, terá a emenda de
voltar para análise na Casa iniciadora, pena de vício formal objetivo.

RESUMO: A lei é resultante de vício de procedimento.


Objetiva: Vício de procedimento / tramitação (exemplo: quórum / votação).
Subjetiva: Vício de iniciativa. A lei é proposta que PESSOA que não tem competência.

c) Por Violação a Pressupostos Objetivo do Ato: Violação a pressupostos constitucionalmente


considerados como elementos determinantes da competência dos órgãos legislativos.
Exemplo: Medida Provisória editada sem relevância e urgência.

6.1.2. Inconstitucionalidade Material (Nomoestática): Ocorre quando o próprio conteúdo da lei ou do ato
normativo está em desconformidade com a Constituição.

6.2. INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO: Ocorre quando a Constituição determinar a produção de


lei ou ato normativo e o Poder Legislativo ou a Administração ficarem inertes, ou seja, não produzirem
a norma ou o ato. É a não elaboração de atos legislativos ou normativos.

7. INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE:
Há inconstitucionalidade superveniente quando o ato normativo era, à princípio, constitucional, mas uma
alteração posterior na própria constituição torna ela incompatível com as novas normas da Constituição.
Em relação ao contexto brasileiro, o mais importante é ressaltar que a chamada inconstitucionalidade
superveniente não é aceita pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o STF,
Emendas Constitucionais ou mesmo uma nova Constituição não tornam inconstitucionais as normas
anteriores incompatíveis: o que ocorre é uma revogação dessas normas.

8. ÓRGÃO CONTROLADOR:

Político
Órgão de Controle Judiciário ou Jurídico
Misto

9. MOMENTO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:

Preventivo
Momento do Controle
Repressivo
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a) Prévio ou Preventivo (Sistema Político): É aquele realizado sobre o projeto lei.

b) Posterior ou Repressivo (Sistema Jurisdicional): É aquele realizado sobre a lei já criada. É por regra
exercido pelo Poder Judiciário através do sistema difuso ou concentrado de controle. Entretanto, em
determinados casos o controle posterior poderá ser realizado por outros órgãos que não o Judiciário
(exceções - sistema político).

RESUMO: Pode ser exercido em 2 momentos, antes e depois da aprovação da lei ou ato normativo. Daí
ser chamado de Preventivo e Repressivo.

10. QUEM PODE FAZER:

Poder Legislativo
Preventivo Poder Executivo
Poder Judiciário
Controle
Poder Legislativo
Repressivo
Poder Judiciário

10.1. Quem pode fazer o Controle Preventivo:

a) Poder Legislativo: É realizado pela Comissão Permanente de Comissão e Justiça e pelo próprio
Plenário.
Ex.: Comissões das Assembleias Legislativas, Câmara Legislativa e Câmara Municipal.

b) Poder Executivo: É feito pelo Presidente da República (veto jurídico) - art. 66, § 1º, CF. Governadores
dos Estados e do Distrito Federal e Prefeitos.

c) Poder Judiciário: O controle judicial preventivo de constitucionalidade, que envolve vício no processo
legislativo, deve ser exercido pelo STF via Mandado de Segurança, caracterizando-se como controle in
concreto e efetivando-se de modo incidental. Senador da República possui legitimação ativa para
suscitar o controle incidental de constitucionalidade pertinente à observância pelas casas do Congresso
Nacional dos requisitos que condicionam a válida elaboração das proposições normativas, enquanto
estas se acharem em curso no Senado Federal.

INFORMATIVO 711-STF - Junho/2013.


Mandado de Segurança contra projeto de lei.
É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de constitucionalidade
de projeto que tramita no Congresso Nacional e o declare inconstitucional, determinando seu
arquivamento?
Em regra, não. Existem duas exceções nas quais o STF pode determinar o arquivamento da
propositura:
a) Proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea;
b) Proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja ocorrendo com violação
às regras constitucionais sobre o processo legislativo.

10.2. Quem pode fazer o Controle Repressivo:

a) Poder Judiciário: De modo concentrado ou difuso.

b) Poder Legislativo: São exemplos de controle posterior do legislativo: i) votação de Medida Provisória
editada pelo Presidente e encaminhamento ao Congresso (art. 62 da CF); Sustação pelo Congresso de
atos do executivo que extrapolem competência regulamentar (art. 49, V, 68 e 84, IV da CF);

b.1) TCU - art. 71, X da CF: O TCU, no exercício de suas funções, pode apreciar a constitucionalidade das
leis e dos atos do poder público. Esse controle só poderá ser difuso e nunca abstrato (Somente de forma
incidental).

Súmula 347-STF. O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a


constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.

11. SISTEMA DE CONTROLE:

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Em Abstrato
Sistema de Controle (repressivo)
Em concreto

12. CRITÉRIO DE CONTROLE (OU MODO DE EXERCÍCIO DO CONTROLE JURISDICIONAL):

Difuso
Critério de Controle
Concentrado

a) Difuso: Exercido por todos os membros do Poder Judiciário.


b) Concentrado: Exercido pelo STF / TJ (no caso de controle estadual).

13. MEIOS DE CONTROLE:

Incidental, Via de Defesa ou Via de Exceção


Meios de Controle
Principal, Via de Ação.

14. EFEITOS DA DECISÃO:

Inter Partes
Efeitos da Decisão
Erga Omnes

15. RETROATIVIDADE:

Ex tunc
Retroatividade
Ex Nunc

16.TÉCNICAS DIFERENCIADAS DE DECISÃO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:


a) Interpretação conforme e declaração de nulidade parcial sem redução de texto.
b) Suspensão parcial da eficácia da norma sem redução de texto.
c) Mitigação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, bem como a manipulação dos efeitos da
decisão no tempo.
d) Declaração de inconstitucionalidade, reconhecendo-se situação de fato que não pode ser desconstituída
em virtude do princípio da segurança jurídica.

17. TÉCNICA NORMAL:


Declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo e a sua nulidade com efeito ex tunc.

18. INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO:


Consiste na possibilidade de o STF declarar a inconstitucionalidade de uma norma objeto de pedido e
também de outro ato normativo que não tenha sido objeto do pedido, em virtude de correlação, conexão
ou interdependência entre uma e outra.

19. CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE:


Este controle refere-se aquele realizado em face das normas legais tendo como parâmetro os tratados e
convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados com quórum de emenda.

Na realidade trata-se de controle de constitucionalidade. Entretanto, a doutrina o denominou de controle


de convencionalidade, pois tem como parâmetro os tratados e convenções internacionais.
Ressalta-se que parte da doutrina entende que também se caracteriza como controle de
convencionalidade aquele realizado sobre leis ou atos normativos em face de tratados e convenções
internacionais de direitos humanos aprovados com quórum comum (supralegais). Outra parte denomina
este de controle de supralegalidade.

20. TABELA RESUMO: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:

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MOMENTO PODER SISTEMA CRITÉRIO ÓRGÃO MEIOS
Executivo
Preventivo Legislativo
Judiciário --- --- STF ---

Controle
Legislativo Em Concreto Difuso TCU* Incidental

Repressivo Em Concreto Difuso Juiz ou Tribunal Incidental


Judiciário
Em Abstrato Concentrado STF e TJ** Principal

MEIOS AÇÕES EFIC. SUBJETIVA EFICÁCIA TEMPORAL EFEITO

--- MS --- --- ---

Incidental Ação Incidental Inter Partes --- ---

Incidental Ação Incidental Inter Partes Ex Tunc (Regra geral). Não vinculante

ADIN Interventiva
ADIN Genérica
Principal ADIN por Omissão Erga Omnes Ex Nunc, Ex Tunc ou Pro Vinculante
ADC Futuro.
ADPF

* Súmula 347-STF: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a


constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.

** TJ: Controle Estadual.

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Controle Difuso
1. ORIGEM:
Estados Unidos, 1803. Caso “Marbury x Madson”. Juiz John Marshall.
No Brasil, CF de 1891. Foi o primeiro controle de constitucionalidade do Brasil.

2. CONCEITO DE CONTROLE DIFUSO (VIA DE DEFESA, VIA DE EXCEÇÃO):


Qualquer juiz, inclusive de ofício, ou Tribunal pode declarar uma lei inconstitucional, desde que haja um
caso concreto e que a inconstitucionalidade seja matéria incidental. No entanto, se o Tribunal for fazer
essa declaração, deverá respeitar a cláusula de reserva de plenário.

3. CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO:

3.1. Regra Geral:

Art. 93, XI, CF. Nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das
atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se
metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno

Art. 97, CF. Somente pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Público.

Súmula Vinculante 10-STF. Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão
fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

ATENÇÃO:
Maioria Simples = Número inteiro seguinte à metade dos membros presentes à sessão (quem faltou à
sessão não é contabilizado).
Maioria Absoluta = Número inteiro seguinte à metade de todos membros da casa ou órgão (quem faltou
à sessão é contabilizado).
Maioria Qualificada = Frações específicas, superiores à maioria absoluta (2/3, 3/5).

a) A chamada “cláusula de reserva de plenário” significa que, se um Tribunal for declarar a


inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, é obrigatória que essa declaração de
inconstitucionalidade seja feita pelo voto da maioria absoluta do Plenário ou do órgão especial deste
Tribunal.

Pleno
Competência para declara a inconstitucionalidade
Órgão Especial - art. 93, XI, CF.

b) Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial
poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público (art. 97,
CF).

c) Os tribunais somente podem declarar uma lei inconstitucional pela maioria absoluta de seus membros ou
dos membros do órgão especial.
Plenário: É a reunião de todos os integrantes do Tribunal.

d) A Cláusula de Reserva de Plenário NÃO impede que o Juiz de Primeira Instância declare uma lei
inconstitucional.

BANCA CESPE: A cláusula de reserva de plenário não atinge juizados de pequenas causas e juizados
especiais, pois, segundo a configuração que lhes foi atribuída pelo legislador, esses juizados não
funcionam, na esfera recursal, sob o regime de plenário ou de órgão especial.

e) A Cláusula de Reserva de Plenário NÃO se aplica às Turmas Recursais dos Juizados.

STF: RE AgR n. 453.744: A regra chamada reserva do plenário para declaração de


inconstitucionalidade (art. 97 da CF) não se aplica, deveras, às turmas recursais de Juizado Especial.

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f) A Cláusula de Reserva de Plenário NÃO se aplica ao Tribunal de Contas.

g) A Cláusula de Reserva de Plenário NÃO se aplica para atos de efeitos concretos.

INFORMATIVO 844-STF - Outubro/2016.


CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO - Não se aplica a cláusula de reserva de plenário para
atos de efeitos concretos.
Não viola o art. 97 da CF/88 nem a SV 10 a decisão de órgão fracionário do Tribunal que declara
inconstitucional decreto legislativo que se refira a uma situação individual e concreta. Isso porque o
que se sujeita ao princípio da reserva de plenário é a lei ou o ato normativo.
Se o decreto legislativo tinha um destinatário específico e referia-se a uma dada situação individual e
concreta, exaurindo-se no momento de sua promulgação, ele não pode ser considerado como ato
normativo, mas sim como ato de efeitos concretos.
STF. 2ª Turma. Rcl 18165 AgR/RR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 18/10/2016 (Info 844).

CUIDADO: O professor Marcelo Novelino leciona que: "(...) A exigência, conhecida como cláusula de
reserva de plenário, deve ser observada não apenas no controle difuso, mas também no concentrado,
sendo que neste a Lei n. 9.868/99 exigiu o quorum de maioria absoluta também para a hipótese de
declaração de constitucionalidade.

BANCA VUNESP: O princípio constitucional da reserva de plenário exige sua observância no controle
difuso e concentrado da constitucionalidade

3.2. Exceções à cláusula de reserva de plenário: Existem duas mitigações à cláusula de reserva de
plenário, ou seja, duas hipóteses em que o órgão fracionário poderá decretar a inconstitucionalidade
sem necessidade de remessa dos autos ao Plenário (ou órgão especial):
a) Quando o Pleno ou Órgão Especial do Tribunal já se manifestou.
b) Quando o Pleno do STF já se manifestou sobre aquela matéria.

Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será lavrado o acórdão,
a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno.

Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial,
a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo
Tribunal Federal sobre a questão.

Art. 948, CPC. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder
público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à
qual competir o conhecimento do processo.

Art. 949, CPC. Se a arguição for:


I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial
a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo
Tribunal Federal sobre a questão.

4. CABIMENTO:
Cabe contra lei de qualquer nível federativo, inclusive Lei Municipal.

5. COMPETÊNCIA PARA EXERCER ESTE CONTROLE:


a) Juiz de 1º Grau;
b) Tribunal (Pleno ou Órgão Especial).
c) Tribunal de Contas.

Súmula 347-STF. O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a


constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.

6. LEGITIMIDADE ATIVA:
a) Autor.
b) Réu.
c) MP.
d) Terceiro interessado.
e) Juiz de ofício.

7. AÇÃO POR MEIO DA QUAL SE REALIZA O CONTROLE INCIDENTAL:


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Habeas Corpus, Mandado de Segurança ou qualquer outra ação, inclusive recurso.

8. ÓRGÃO COMPETENTE PARA JULGAR:


Juiz ou Tribunal.

9. EFEITOS DA DECISÃO:
a) Regra Geral: Inter partes. Ex tunc.

b) Exceções: STF: Admite a modulação dos efeitos: ex nunc ou pro futuro (aplicação analógica do art. 27
da Lei da ADIN).
Exemplo: Vereadores de Miraestrela.

INFORMATIVO 857-STF - Março/2017.


Modulação de efeitos em recurso extraordinário.
É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle incidental de
constitucionalidade.
STF. Plenário. RE 522897/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/3/2017 (Info 857).

10. SENADO FEDERAL:


Se o STF declara a lei inconstitucional, o Senado pode SUSPENDER a execução da lei, no todo ou em
parte, por meio de resolução.
Resolução 5/12 do Senado: Suspendeu o art. 33, § 4º, da Lei de Drogas (Vedava a pena restritiva do
tráfico).
A partir dessa Resolução do Senado o efeito passou a ser erga omnis e ex nunc.

11. TEORIA DA TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTE (ABSTRATIVIZAÇÃO DO


CONTROLE DIFUSO):
O STF entendeu que algumas de suas decisões no controle difuso produziriam efeito erga omnis

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Controle Concentrado
1. ORIGEM:
BANCA VUNESP: O controle de constitucionalidade concentrado foi idealizado por Hans Kelsen e
introduzido, em 1920, na Constituição Austríaca. No Brasil, surge o controle concentrado (ADIN
Interventiva) na Constituição de 1934.

2. CONCEITO DE CONTROLE CONCENTRADO (VIA DE AÇÃO):


A Declaração de inconstitucionalidade se dá de modo principal. Tem-se um caso em abstrato e um
pedido principal. É um processo objetivo, marcado pela generalidade, impessoalidade e abstração.

3. FINALIDADE DO CONTROLE:
Busca-se a declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo, em tese (por isso é controle
abstrato).

4. OBJETO DA AÇÃO:
Declaração de inconstitucionalidade.

5. PERTINÊNCIA TEMÁTICA:
É a relação existente entre a norma impugnada e a entidade que ingressa com a ação direta de
inconstitucionalidade.

6. LEGITIMADOS:

a) ADI Interventiva (Intervenção Federal): É privativa do PGR.

Art. 2º, Lei 12.562/11. A representação será proposta pelo Procurador-Geral da República, em caso de
violação aos princípios referidos no inciso VII do art. 34 da Constituição Federal, ou de recusa, por parte de
Estado-Membro, à execução de lei federal.

b) ADI, ADC, ADO e ADPF:

Presidente da República;
Mesa do Senado Federal;
Universais Mesa da Câmara dos Deputados;
Procurador-Geral da República;
Conselho Federal da OAB;
Legitimados Partido político com representação no Congresso Nacional.

Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF;


Especiais Governador de Estado ou do DF;
Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Art. 103, CF. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Art. 12-A, Lei 9.868/99. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão os legitimados
à propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade.

Art. 2º, Lei 9.882/99. Lei Podem propor arguição de descumprimento de preceito fundamental:
I - os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade;

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MACETE para aprender/decorar os legitimados para proposição de ADI e quais deles necessitam da
pertinência temática:

Três mesas:
1. Mesa do Senado
2. Mesa da Câmara
3. Mesa de Assembleia Legislativa ou Câmara Legislativa do DF

Três pessoas/autoridades:
1. Presidente da República
2. Procurador Geral da República
3. Governador do Estado ou DF

Três Instituições/Entidades
1. Partido Político com representação no CN
2. Conselho Federal da OAB
3. Confederação sindical ou entidade de classe no âmbito nacional.

Percebem que, em cada agrupamento, há um nome que está sublinhado, e este nome corresponde à
pessoa/mesa/entidade "mais fraquinha/menos importante" das três. Eles são chamados de legitimados
especiais, e, por isso, necessitam de demonstrar pertinência temática. Os demais são os legitimados
gerais e não precisam demonstrar a pertinência temática.

7. AUTORES INTERESSADOS OU ESPECIAIS:


Precisam demonstrar a pertinência temática.
a) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF;
b) Governador de Estado ou do DF;
c) Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

8. AUTORES NEUTROS OU UNIVERSAIS:


a) Presidente da República;
b) Mesa do Senado Federal;
c) Mesa da Câmara dos Deputados;
d) Procurador-Geral da República;
e) Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
f) Partido político com representação no Congresso Nacional.

9. COMPETÊNCIA PARA EXERCER ESTE CONTROLE:


a) STF: Art. 102, I, “a”, CF: Lei ou ato normativo federal ou estadual - Parâmetro é a CF.

b) Tribunal de Justiça: Art. 125, § 2º, CF: Leis ou atos normativos estaduais ou municipais - Parâmetro é a
Constituição Estadual;

10. FORMAS DE CONTROLE CONCENTRADO:

ADI Genérica: art. 102, I, a, da CF.


ADI por Omissão: art. 103, § 2º, da CF.
Ação ADI Interventiva: art. 34, VII c/c art. 36, III, da CF.
ADC: art. 102, I, a, da CF.
ADPF: art. 102, § 1º, da CF.

11. EFEITO DA DECISÃO:


Erga omnes e vinculante

12. RETROATIVIDADE:
Ex Nunc, regra geral.

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ADI Interventiva (IF - Intervenção Federal)
1. HISTÓRICO:
Constituição de 1934: ADI Interventiva.

2. BASE LEGAL:
Art. 34, VI e VII; 35 e art. 36, III e §§ 3 e 4 da CF;
Art. 129, IV, CF.
Art. 350 a 354 do RISTF;
Art. 19 a 22 da Lei 8.038/90.
Lei 12.562/11 - Regula o processo e julgamento da representação interventiva perante o Supremo
Tribunal Federal.

3. CONCEITO:

Art. 2º, Lei 12.562/11. A representação será proposta pelo Procurador-Geral da República, em caso de
violação aos princípios referidos no inciso VII do art. 34 da Constituição Federal, ou de recusa, por parte de
Estado-Membro, à execução de lei federal.

É a ação do controle de constitucionalidade concentrado, proposta pelo PGR, cabível em caso de


violação aos princípios constitucionais sensíveis ou de recusa, por parte de Estado-Membro, à execução
de lei federal.

Observação: princípios constitucionais sensíveis devem ser obedecidos pelos Estados e pelo Distrito
Federal, sob pena de intervenção. Tais princípios estão localizados no art. 34, VII da Constituição
Federal.

4. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS:

Art. 34, CF. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente


de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Princípios Sensíveis são aqueles que se infringidos ensejam a mais grave sanção que se pode impor a
um Estado Membro da Federação: a intervenção, retirando-lhe a autonomia organizacional, que
caracteriza a estrutura federativa. Estão elencados no art. 34, VII, alíneas “a” a “e”, da Constituição
Federal.

5. MODALIDADES:

Federal
Modalidades
Estadual

6. CARACTERÍSTICAS:

7. TABELA RESUMO: OBJETO, LEGITIMIDADE E COMPETÊNCIA:

ADI INTERVENTIVA FEDERAL ADI INTERVENTIVA ESTADUAL

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Lei ou ato normativo, ou omissão, ou Lei ou ato normativo, ou omissão, ou ato
ato governamental estadual que governamental municipal que violam os
violam os princípios sensíveis da CF; princípios sensíveis da CE.
Objeto ou

Recusa, por parte de Estado-


Membro, à execução de lei federal.
Legitimidade PGR. PGJ.
Competência STF. Tribunal de Justiça.

8. OBJETO:
a) Federal: Obtenção da inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual contrário aos princípios
constitucionais sensíveis da Constituição Federal (finalidade jurídica) para fins de intervenção federal no
Estado-Membro ou no Distrito Federal (finalidade política).

b) Estadual: Lei ou ato normativo, ou omissão, ou ato governamental municipal que desrespeitem os
princípios sensíveis da CE.

9. NÃO É OBJETO:

10. LEGITIMADOS:
a) Federal: É privativa do PGR.
b) Estadual: É privativa do PGJ.

11. COMPETÊNCIA PARA JULGAR:


a) Federal: STF.
b) Estadual: TJ.

12. HIPÓTESE DE CABIMENTO:

Art. 36, CF. A decretação da intervenção dependerá:


III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República,
na hipótese do art. 34, VII, [assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:] e no caso de
recusa à execução de lei federal.

Quando se tratar de inobservância dos Princípios Constitucionais Sensíveis (art. 34, VII, da CF) ou a
recusa à execução de Lei Federal (art. 34, VI, da CF), a decretação só poderá ocorrer após provimento,
pelo STF, de Representação do PGR (art. 36, III, da CF).

INFORMATIVO 550-STJ - Novembro/2014.


INTERVENÇÃO FEDERAL - Deferimento de intervenção envolvendo descumprimento de decisão
judicial de reintegração de posse em invasão do MST.
STJ. Corte Especial. IF 111-PR, Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em 1º/7/2014 (Info 545).
STJ. Corte Especial. IF 107-PR, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 15/10/2014 (Info 550).

13. PETIÇÃO INICIAL:

Art. 4º, Lei 12.562/11. A petição inicial será indeferida liminarmente pelo relator, quando não for o caso de
representação interventiva, faltar algum dos requisitos estabelecidos nesta Lei ou for inepta.

Parágrafo único. Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no prazo de 5 (cinco)
dias.

14. LIMINAR:
Cabível a concessão de liminar por decisão da maioria absoluta dos membros do STF (art. 5º, caput e §
2º, da Lei 12.562/11).

Art. 5º, Lei 12.562/11. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros,
poderá deferir pedido de medida liminar na representação interventiva.

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§ 2º A liminar poderá consistir na determinação de que se suspenda o andamento de processo ou os
efeitos de decisões judiciais ou administrativas ou de qualquer outra medida que apresente relação com a
matéria objeto da representação interventiva.

15. CITAÇÃO/OITIVA DO PGR:


Sim.

Art. 5º, § 1º, Lei 12.562/11. O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato
questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum
de 5 (cinco) dias.

16. CITAÇÃO/OITIVA DO AGU:


Sim.

Art. 5º, § 1º, Lei 12.562/11. O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato
questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum
de 5 (cinco) dias.

17. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS:


Sim.

Art. 7º, Lei 12.562/11. Se entender necessário, poderá o relator requisitar informações adicionais,
designar perito ou comissão de peritos para que elabore laudo sobre a questão ou, ainda, fixar data para
declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e autoridade na matéria.

18. DESISTÊNCIA DA AÇÃO:


Não.

19. QUÓRUM DE INSTALAÇÃO / DELIBERAÇÃO:

Art. 9º, Lei 12.562/11. A decisão sobre a representação interventiva somente será tomada se presentes
na sessão pelo menos 8 (oito) Ministros.

20. QUÓRUM DE JULGAMENTO:

Art. 10, Lei 12.562/11. Realizado o julgamento, proclamar-se-á a procedência ou improcedência do


pedido formulado na representação interventiva se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo
menos 6 (seis) Ministros.

21. DECISÃO:
A decisão que julga procedente ou improcedente o Pedido de Representação Interventiva tem natureza
politico-administrativa.

22. EFEITO:

23. MODULAÇÃO DOS EFEITOS:

24. RECURSO:

Art. 12, Lei 12.562/11. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido da representação
interventiva é irrecorrível, sendo insuscetível de impugnação por ação rescisória.

25. TABELA: ADIN GENÉRICA x ADIN INTERVENTIVA

GENÉRICA ADIN INTERVENTIVA


Legitimidade Rol do art. 103, CF, Só o PGR/PGP.
Lei ou ato normativo federal ou Princípios Sensíveis;
estadual.
Objeto Recusa, por parte de Estado-
Membro, à execução de lei federal.
Padrão de Confronto Constituição Federal Constituição Federal/Estadual

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Pedido Inconstitucionalidade da Norma Intervenção
Questão Principal Constitucional É incidente
Litígio Não existe Existe

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ADI Genérica
1. HISTÓRICO:
Introduzida na CF/1946 pela EC 16/1965.

2. BASE LEGAL:
Art. 102, I, a, da CF.
Lei 9.868/99.

3. CONCEITO:

Art. 102, CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual (…);

ADI: É a ação de controle de constitucionalidade concentrado, proposta pelos legitimados do art. 103 da
CF, cabível para retirar do ordenamento jurídico a lei ou ato normativo federal ou estadual, que violam a
CF.

Ação Direta de Inconstitucionalidade é o método de controle de constitucionalidade que tem por objetivo
retirar do ordenamento jurídico a lei ou ato normativo federal ou estadual, que seja incompatível com a
CF. Este processo, por não ter partes (sujeitos), é chamado de “processo objetivo”. Trata-se de ação de
competência originária do STF.

Ato Normativo: É todo e qualquer ato revestido de indiscutível caráter normativo. Ex.: Regimentos
Internos de Tribunais.

4. CARACTERÍSTICAS:
a) Não vinculação à tese jurídica;

b) Inexistência de prazo prescricional ou decadencial;

c) Cabe Agravo no prazo de 5 dias da Decisão do Relator que indefere a Petição Inicial (art. 4º, Lei
9.868/99);

d) Não admissão da assistência jurídica a qualquer das partes, nem intervenção de terceiros, ressalvada a
figura do amicus curiae (art. 7º da Lei 9.868/99);

e) É vedada a desistência da ação proposta (art. 5º, caput, Lei 9.868/99);

f) Irrecorribilidade da decisão (final) que declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade da lei ou do


ato normativo, ressalvado os Embargos Declaratórios (art. 26, da Lei 9.868/99);

g) Não cabe Ação Rescisória da decisão proferida em ADI (art. 26, da Lei 9.868/99);

h) Inexistência de prazo recursal em dobro ou diferenciado;

5. OBJETO DA ADI:

Art. 102, CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória
de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

Art. 125, § 2º, CF. Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou
atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da
legitimação para agir a um único órgão.

Objeto: Lei ou ato normativo federal ou estadual que viola a CF. A lei pode ser nacional, federal, estadual
e distrital, exceto lei municipal.
Exemplo: Emenda à Constituição, Lei Complementar, Lei Ordinária, Lei Delegada, Medida Provisória,
Decreto Legislativo, Resolução (art. 59, CF), Tratados Internacionais.

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a) Emenda à Constituição: Podem ser objeto de ADI, pois são a manifestação do poder constituinte
derivado reformador.

b) Medida Provisória: Podem ser objeto de ADI, pois tem força de lei, sendo espécie normativa prevista no
art. 59 da CF.

INFORMATIVO 851-STF - Dezembro/2016.


Conversão da MP em lei antes que a ADI proposta seja julgada.
Se é proposta ADI contra uma medida provisória e, antes de a ação ser julgada, a MP é convertida em
lei com o mesmo texto que foi atacado, esta ADI não perde o objeto e poderá ser conhecida e julgada.
Como o texto da MP foi mantido, não cabe falar em prejudicialidade do pedido. Isso porque não há a
convalidação ("correção") de eventuais vícios existentes na norma, razão pela qual permanece a
possibilidade de o STF realizar o juízo de constitucionalidade.
Neste caso, ocorre a continuidade normativa entre o ato legislativo provisório (MP) e a lei que resulta
de sua conversão.
Ex: foi proposta uma ADI contra a MP 449/1994 e, antes de a ação ser julgada, houve a conversão na
Lei no 8.866/94.
Vale ressaltar, no entanto, que o autor da ADI deverá peticionar informando esta situação ao STF e
pedindo o aditamento da ação.
STF. Plenário. ADI 1055/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2016 (Info 851).

c) Resoluções do CNJ: Pode ser objeto de controle de constitucionalidade.

d) Resoluções do TSE: Pode ser objeto de controle de constitucionalidade.

e) Tratados Internacionais (Comuns): Podem ser objeto de controle por ADI, pois tem natureza de norma
ordinária. Até mesmo os tratados relacionados a direitos humanos podem ser controlados por ADI, desde
que não tenham sido aprovados com quórum de emenda (anteriores a emenda 45).

f) Ato Normativo: É todo e qualquer ato revestido de indiscutível caráter normativo.


Ex.: Regimentos Internos de Tribunais.

6. NÃO É OBJETO DA ADIN:


a) Norma Constitucional Originária: Prevalece no STF o entendimento de que não cabe controle do
Poder Originário.

OBSERVAÇÃO: Norma Constitucional Originária: É sempre constitucional. Norma Constitucional


Derivada: Pode ser inconstitucional.

b) Lei Municipal: Não cabe por determinação constitucional (art. 102, I, a, CF).

Súmula 642, STF. Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da
sua competência legislativa municipal.

INFORMATIVO 852-STF - Fevereiro/2017.


TJ pode julgar ADI contra lei municipal tendo como parâmetro norma da Constituição Federal?
Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais
utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de
reprodução obrigatória pelos estados.
STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado
em 1º/02/2017 (repercussão geral) (Info 852).

c) Lei Revogada ou que Perde Vigência Após a Propositura da ADI: Como regra, a revogação da lei
durante o processo de julgamento da ADI causa a prejudicialidade da ação por perda do objeto (STF).

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INFORMATIVO 845-STF - Outubro/2016.
O que acontece caso o ato normativo que estava sendo impugnado na ADI seja revogado antes
do julgamento da ação?
Regra: haverá perda superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida (STF ADI 1203).
Exceção 1: não haverá perda do objeto e a ADI deverá ser conhecida e julgada caso fique
demonstrado que houve "fraude processual", ou seja, que a norma foi revogada de forma proposital a
fim de evitar que o STF a declarasse inconstitucional e anulasse os efeitos por ela produzidos (STF
ADI 3306).
Exceção 2: não haverá perda do objeto se ficar demonstrado que o conteúdo do ato impugnado foi
repetido, em sua essência, em outro diploma normativo. Neste caso, como não houve desatualização
significativa no conteúdo do instituto, não há obstáculo para o conhecimento da ação (STF ADI 2418/
DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 4/5/2016. Info 824).
Exceção 3: caso o STF tenha julgado o mérito da ação sem ter sido comunicado previamente que
houve a revogação da norma atacada. Nesta hipótese, não será possível reconhecer, após o
julgamento, a prejudicialidade da ADI já apreciada (STF. Plenário. ADI 951 ED/SC, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 27/10/2016. Info 845).

c) Leis Anteriores à CF: Estas não podem ser objeto de ADI; ou são recepcionadas pelo novo
ordenamento ou não.

d) Atos Estatais de Efeitos Concretos: Entende-se, como regra geral, que estes não podem ser objeto de
ADI, pois não são contidos de generalidade. Entretanto, atualmente, o STF tem entendido que, se estes
atos forem editados sob a forma de lei, mesmo tendo efeitos concretos, podem ser objeto de controle
(STF).

e) Decreto Regulamentar: Estes não podem ser objeto de ADI, pois apenas regulamentam leis. Trata-se
de questão e ilegalidade e não inconstitucionalidade. Entretanto, a doutrina e jurisprudência afirmam que
os decretos autônomos podem ser objeto de ADI.

f) Ato Normativo Já Revogado ou de Eficácia Exaurida: Não cabe ADI em face desses atos, pois falta
objeto para a ação.

g) Súmula Vinculante: Não pode ser objeto de ADI, pois não É ato normativo. Para esta existe um
procedimento específico de revisão.

7. LEGITIMADOS:

7.1. Rol dos Legitimados:

Art. 103, da CF e Art. 2º da Lei 9.868/99.


a) Presidente da República;
b) Mesa do Senado Federal;
c) Mesa da Câmara dos Deputados;
d) Mesa de Assembleia Legislativa;
e) Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
f) Governador de Estado ou do Distrito Federal;
g) Procurador-Geral da República;
h) Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
i) Partido político com representação no Congresso Nacional;
j) Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

7.2. Espécies de Legitimados:

Presidente da República;
Mesa do Senado Federal;
Universais Mesa da Câmara dos Deputados;
Procurador-Geral da República;
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
Legitimados Partido político com representação no Congresso Nacional.

Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF;


Especiais Governador de Estado ou do DF;
Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

a) Legitimados Universais:
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Presidente da República;
Mesa do Senado Federal;
Mesa da Câmara dos Deputados;
Procurador-Geral da República;
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
Partido político com representação no Congresso Nacional.

b) Legitimados Interessados:
Precisam provar interesse especial no objeto da ação (Pertinência Temática).

MACETE para aprender/decorar os legitimados para proposição de ADI e quais deles necessitam da
pertinência temática:

Três mesas:
1. Mesa do Senado
2. Mesa da Câmara
3. Mesa de Assembleia Legislativa ou Câmara Legislativa do DF

Três pessoas/autoridades:
1. Presidente da República
2. Procurador Geral da República
3. Governador do Estado ou DF

Três Instituições/Entidades:
1. Partido Político com representação no CN
2. Conselho Federal da OAB
3. Confederação sindical ou entidade de classe no âmbito nacional.

Percebem que, em cada agrupamento, há um nome que está sublinhado, e este nome corresponde à
pessoa/mesa/entidade "mais fraquinha/menos importante" das três. Eles são chamados
de legitimados especiais, e, por isso, necessitam de demonstrar pertinência temática. Os demais
são os legitimados gerais e não precisam demonstrar a pertinência temática.

7.3. Capacidade Postulatória:

a) Incisos: I a VII, art. 103, CF:


NÃO precisa de advogado.

b) Incisos: VIII e IX, art. 103, CF:


Precisa de Advogado:
Partido Político com representação no Congresso Nacional;
Confederação Sindical ou Entidade de Classe de âmbito nacional.

7.4. Legitimidade da Entidade de Classe de Âmbito Nacional:


Aplicando analogicamente a Lei Orgânica dos Partidos Políticos, aquela entidade organizada em pelo
menos 9 Estados da Federação.

7.5. Legitimidade da Associação de Associação:


Sim, tem legitimidade ativa – (v. Informativo 356), ADI 3153 AgR/ DF.

7.6. Legitimidade da Confederações Sindicais:


O STF já decidiu que elas deverão preencher os requisitos da legislação pertinente, entre os quais o de
ser constituída por, no mínimo, três federações sindicais, nos termos do art. 535 da CLT (ADIn 1.121/RS,
rel. Min. Celso de Mello, sessão plenária de 6.9.95 – Informativo STF n.

8. COMPETÊNCIA PARA JULGAR:


a) STF.
b) Tribunal de Justiça.

9. PETIÇÃO INICIAL:
Indeferimento: Cabe Agravo.

Art. 4º, Lei 9.868/99. A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente serão
liminarmente indeferidas pelo relator.

Parágrafo único. Cabe AGRAVO da decisão que indeferir a petição inicial.


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10. LIMINAR OU CAUTELAR:

Art. 10, Lei 9.868/99. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por
decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência
dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se
no prazo de cinco dias.

Art. 102, CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

a) Cabível.

b) É de competência do Plenário por maioria absoluta e não pelo Relator (Art. 102, I, “p”, da CF).

c) No período fora do recesso: Maioria absoluta dos membros (art. 10, Lei 9.868/99). Durante o recesso
quem aprecia a Cautelar é o Ministro Presidente (Regimento Interno).

11. CITAÇÃO DO PGR:


Sim. O PGR, quando não for autor da ação, será ouvido.

Art. 103, § 1º, CF. O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

12. CITAÇÃO DO AGU:


Sim. Deverá defender o ato ou texto impugnado.

Art. 103, § 3º, CF. Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de
norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou
texto impugnado.

13. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS:

Art. 7º, Lei 9.868/99 (ADI e ADC). Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta
de inconstitucionalidade.

§ 2º. O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por
despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros
órgãos ou entidades.

REGRA: Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade


(Art. 7º, Lei 9.868/99).

EXCEÇÃO: Amicus Curiae. O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos


postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a
manifestação de outros órgãos ou entidades (art. 7º, § 2º, da Lei 9.868/99).

14. AMICUS CURIAE:

art. 7º, § 2 da Lei 9868/99. O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos
postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a
manifestação de outros órgãos ou entidades.

a) Natureza Jurídica: Órgão ou Entidade (não admite pessoa física). Intervenção de Terceiros. No CPC,
admite pessoa física.

b) Objetivo: O amicus curiae é um fator de legitimação social das decisões, que busca pluralizar o debate
(Celso de Melo - ADI 2130).

c) Ingresso: Por requerimento ou de ofício STF. Pedido sempre subscrito por advogado.

d) Prazo Máximo: Antes era aceito o ingresso até o dia do julgamento. Atualmente, O STF entende que é
permitido o ingresso até a data em que o relator libera o processo para a pauta.

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e) Requisitos: relevância da matéria (objetivo) e representatividade postulantes (subjetivo) e demonstração
de pertinência temática (STF).

f) Recurso contra decisão que admite ou não admite o amicus curiae: Admissão = irrecorrível. Inadmissão
= Agravo Regimental.

g) Participação do Amicus Curiae - Este pode:



i) Fazer sustentação oral (art. 131 do RISTF);
ii) Juntar memoriais e pareceres técnicos etc.

h) Não formula pedido ou aditamento inicial;

i) Não pode pedir medida cautelar;

j) Não pode interpor Recurso: O Amicus Curiae não pode interpor recursos, pois não é parte e sim 'terceiro
estranho à relação processual".

15. DESISTÊNCIA DA AÇÃO:

Art. 5º, Lei 9.868/99. Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.

16. QUÓRUM DE INSTALAÇÃO / DELIBERAÇÃO:


2/3 ministros = 8 ministros.

a) Para instalar a sessão: Precisa-se de pelos menos 8 dos 11 Ministros (art. 22, Lei 9.868/99).

b) Art. 22, Lei 9.868/99. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato
normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos 8 Ministros.

17. QUÓRUM DE JULGAMENTO:

Art. 23, Lei 9.868/99. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a


inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem
manifestado pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação
declaratória de constitucionalidade.

Parágrafo único. Se não for alcançada a maioria necessária à declaração de constitucionalidade ou de


inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que possa influir no julgamento, este será
suspenso a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número
necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido.

18. CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO:

Art. 97, CF. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
Público.

INFORMATIVO 844-STF - Outubro/2016.


CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO - Não se aplica a cláusula de reserva de plenário para
atos de efeitos concretos.
Não viola o art. 97 da CF/88 nem a SV 10 a decisão de órgão fracionário do Tribunal que declara
inconstitucional decreto legislativo que se refira a uma situação individual e concreta. Isso porque o
que se sujeita ao princípio da reserva de plenário é a lei ou o ato normativo.
Se o decreto legislativo tinha um destinatário específico e referia-se a uma dada situação individual e
concreta, exaurindo-se no momento de sua promulgação, ele não pode ser considerado como ato
normativo, mas sim como ato de efeitos concretos.
STF. 2ª Turma. Rcl 18165 AgR/RR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 18/10/2016 (Info 844).

Súmula Vinculante 10-STF. Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão
fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

CUIDADO: O professor Marcelo Novelino leciona que: "(...) A exigência, conhecida como cláusula de
reserva de plenário, deve ser observada não apenas no controle difuso, mas também no concentrado,
sendo que neste a Lei n. 9.868/99 exigiu o quorum de maioria absoluta também para a hipótese de
declaração de constitucionalidade.
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BANCA VUNESP: O princípio constitucional da reserva de plenário exige sua observância no controle
difuso e concentrado da constitucionalidade

BANCA CESPE: A cláusula de reserva de plenário não atinge juizados de pequenas causas e juizados
especiais, pois, segundo a configuração que lhes foi atribuída pelo legislador, esses juizados não
funcionam, na esfera recursal, sob o regime de plenário ou de órgão especial.

STF - RE AgR n. 453.744: A regra chamada reserva do plenário para declaração de inconstitucionalidade
(art. 97 da CF) não se aplica, deveras, às turmas recursais de Juizado Especial.

BANCA CESPE: Nenhum órgão fracionário de tribunal dispõe de competência para declarar a
inconstitucionalidade de leis ou de atos normativos emanados do poder público, visto tratar-se de
prerrogativa jurisdicional atribuída, exclusivamente, ao plenário dos tribunais ou ao órgão especial, onde
houver.

19. DECISÃO:

20. EFEITOS DA DECLARAÇÃO DA INCONSTITUCIONALIDADE:

Art. 27, Lei 9.868/99. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões
de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria
de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha
eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

Regra Geral: Em regra os efeitos são erga omnes, ex tunc e vinculantes em relação aos órgãos do poder
judiciário e da administração pública federal, estadual, municipal e distrital (art. 28 da Lei 9.868/99).

As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo STF nas ADINs e ADCs, produzirão eficácia contra
todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário, o que, obviamente, exclui
o próprio STF (art. 102, § 2º, da CF).

21. MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO:


a) Quórum da Modulação = 2/3 de 11 = Pelo menos 8 Ministros dos 11.

Ex tunc
b) Efeito da Modulação Ex nunc
Pro Futuro

22. FUNGIBILIDADE ENTRE A ADI E ADO DOS EFEITOS DA DECISÃO:


O STF admite a fungibilidade entre a Ação Direta de Inconstitucionalidade e a Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão.

BANCA FCC: O controle abstrato de constitucionalidade previsto pela Constituição Federal de 1988,
regulamentado pelas leis nos 9.868/99 e 9.882/99 e interpretado pelo Supremo Tribunal Federal, admite
conhecimento de ações diretas de inconstitucionalidade como ações diretas de inconstitucionalidade por
omissão quando se trata de omissão parcial, em decorrência da fungibilidade.

BANCA CESPE: O atual posicionamento do STF admite a fungibilidade entre a ADI e a ADO.

23. RECURSO:

Art. 26, Lei 9.868/99. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do
ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos
declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória.

24. AÇÃO RESCISÓRIA:

Art. 26, Lei 9.868/99. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do
ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos
declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória.

25. TABELA: ADIN GENÉRICA x ADIN INTERVENTIVA

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ADIN GENÉRICA ADIN INTERVENTIVA
Legitimidade Rol do art. 103, CF, Só o PGR/PGP.
Lei ou ato normativo federal ou Só Princípios Sensíveis;
estadual.
Objeto Recusa, por parte de Estado-
Membro, à execução de lei federal.
Padrão de Confronto Constituição Federal Constituição Federal/Estadual
Pedido Inconstitucionalidade da Norma Intervenção

Questão Principal Constitucional É incidente


Litígio Não existe Existe

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ADO - Ação Direta de Inconstitucionalidade por
Omissão
1. HISTÓRICO:
Introduzida pela CF/88.

A ADO foi criada em 1988 com o objetivo de defender a efetividade das normas constitucionais
dependentes de regulamentação. Cuida da omissão normativa total e parcial e pode ser proposta pelos
legitimados ativos do art. 103 da CF.

2. BASE LEGAL:
Art. 103, § 2º, da CF.
Arts. 12-A ao 12-H da Lei nº 9.868/99

3. CONCEITO:

Art. 102, § 2º, CF - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em
se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão - ADO: É a ação cabível para tornar efetiva norma
constitucional em razão de omissão de qualquer dos Poderes ou de órgão administrativo. Como a
Constituição Federal possui grande amplitude de temas, algumas normas constitucionais necessitam de
leis que a regulamentem. A ausência de lei regulamentadora faz com que o dispositivo presente na
Constituição fique sem produzir efeitos. A ADO tem o objetivo de provocar o Judiciário para que seja
reconhecida a demora na produção da norma regulamentadora. Caso a demora seja de algum dos
Poderes, este será cientificado de que a norma precisa ser elaborada. Se for atribuída a um órgão
administrativo, o Supremo determinará a elaboração da norma em até 30 dias (Glossário Jurídico - STF).

Síndrome da inefetividade das normas constitucionais.

Quando o Poder Público deixa de regulamentar ou criar uma nova lei ou ato normativo, ocorre uma
inconstitucionalidade por omissão. Resulta então, da inércia do legislador, falta de ação para
regulamentar uma lei constitucional.

É a ação que visa suprir a omissão dos poderes constituídos que deixam de elaborar a norma
regulamentadora que possibilita o exercício de um direito previsto na Constituição.

4. CARACTERÍSTICAS:

5. OBJETO:
O objeto da ADO deve ser norma da CF com eficácia limitada.

Pressuposto para Cabimento - Para o cabimento da ADO deve haver falta de medida para tornar efetiva
norma da CF.

6. NÃO PODE SER OBJETO:

7. LEGITIMADOS:

a) Legitimado Ativo:
Os mesmos da ADIN Genérica e ADC.

Art. 12-A, Lei 9.868/99. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão os legitimados
à propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade.

Art. 103, CF. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade:
a) Presidente da República;
b) Mesa do Senado Federal;
c) Mesa da Câmara dos Deputados;
d) Mesa de Assembleia Legislativa;
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e) Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
f) Governador de Estado ou do Distrito Federal;
g) Procurador-Geral da República;
h) Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
i) Partido político com representação no Congresso Nacional;
j) Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

b) Legitimado Passivo:
É aquele que deve sanar a omissão.

8. COMPETÊNCIA PARA JULGAR:


a) STF - Parâmetro de omissão é a Constituição Federal.
b) TJ - Parâmetro de omissão é a Constituição Estadual.

OBSERVAÇÃO: Quem define a competência (STF ou TJ) é a omissão (federal ou estadual).

9. PETIÇÃO INICIAL:
Indeferimento da Petição Inicial: Cabe Agravo.

Art. 12-C, Lei 9.868/99. A petição inicial inepta, não fundamentada, e a manifestamente improcedente
serão liminarmente indeferidas pelo relator.
Parágrafo único. Cabe AGRAVO da decisão que indeferir a petição inicial.

10. LIMINAR / MEDIDA CAUTELAR:


a) Cabível

b) REGRA GERAL: Não há cautelar, por ser incompatível, ante a inexistência da norma, nem defesa pelo
Advogado Geral da União.

c) EXCEÇÃO: Sim. Art. 12-F, Lei 9.868/99 (quando a omissão é parcial).

Art. 12-F, Lei 9.868/99. Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por
decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida
cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que
deverão pronunciar-se no prazo de 5 dias.

11. CITAÇÃO DO PGR:


Sim. Idem ADIN Genérica.

Art. 103, § 1º, CF - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

12. CITAÇÃO/DEFESA DO AGU:


a) REGRA GERAL: Não.
b) EXCEÇÃO: 12-E, § 2º, Lei 9.868/99 - O AGU poderá se manifestar.

Art. 12-E, § 2º, Lei 9.868/99. O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União, que
deverá ser encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias.

13. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS:


Idem ADIN Genérica.
Não se admite.
Exceção: Amicus Curiae.
Na ADO, admite-se a participação do amicus curiae, bem como de peritos especializados na realização
de audiências públicas.

14. DESISTÊNCIA DA AÇÃO:


Não. Idem ADIN Genérica. Não admite desistência.

Art. 12-D, Lei 9.868/99. Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, não se admitirá
desistência.

15. QUÓRUM DE INSTALAÇÃO / DELIBERAÇÃO:

16. QUÓRUM DE JULGAMENTO:


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17. DECISÃO:

18. EFEITOS DA DECLARAÇÃO:

Art. 103, § 2º, CF - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em
se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

Declaração da inconstitucionalidade por omissão E dar ciência ao órgão competente para a adoção das
providências cabíveis:
a) Se for órgão administrativo: Prazo = 30 dias para cumpri-las (sanar a omissão);
b) Sendo o Poder competente = Será dada ciência (Não há prazo. Simplesmente comunica a mora).

19. MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO:


BANCA FCC: Considerada a disciplina constitucional e a respectiva regulamentação legal da ação direta
de inconstitucionalidade por omissão: em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as
providências deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado
excepcionalmente pelo Supremo Tribunal Federal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso
e o interesse público envolvido.

20. RECURSO:

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ADC - Ação Declaratória de Constitucionalidade
1. HISTÓRICO:
Introduzida na CF/88 pela EC 3/1993.

2. BASE LEGAL:
Art. 102, I, “a”, 2ª parte, da CF.
Lei 9.868/99;

3. CONCEITO:
A Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) é uma ação judicial proposta com o objetivo de tornar
certo judicialmente que uma dada norma é compatível com a Constituição.

É o meio processual de garantia da constitucionalidade da lei ou ato normativo federal, consubstanciada


no controle jurisdicional concentrado, por via de ação direta.

4. CARACTERÍSTICAS:

5. OBJETO DA ADC:

Art. 102, CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória
de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

Lei ou ato normativo federal: Lei (nacional ou federal, EXCETO lei estadual, distrital e lei municipal) ou
ato normativo federal.

BANCA CESPE: Considerando a jurisprudência do STF acerca do controle de constitucionalidade,


Resoluções do CNJ e do Conselho Nacional do Ministério Público podem ser objeto de controle
concentrado por meio de ação direta de inconstitucionalidade, de ação declaratória de
constitucionalidade e de arguição de descumprimento de preceito fundamental .

6. NÃO PODE SER OBJETO DA ADC:


a) Lei Estadual, distrital e municipal;
b) Ato normativo estadual.

7. LEGITIMADOS:
Idem ADI Genérica (art. 103, CF).

Art. 103, da CF e Art. 2º da Lei 9.868/99.


a) Presidente da República;
b) Mesa do Senado Federal;
c) Mesa da Câmara dos Deputados;
d) Mesa de Assembleia Legislativa;
e) Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
f) Governador de Estado ou do Distrito Federal;
g) Procurador-Geral da República;
h) Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
i) Partido político com representação no Congresso Nacional;
j) Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

8. COMPETÊNCIA PARA JULGAR:


Idem ADI Genérica.
a) STF.
b) Tribunal de Justiça.

9. PETIÇÃO INICIAL:
Indeferimento: Cabe Agravo.

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Art. 15, Lei 9.868/99. A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente serão
liminarmente indeferidas pelo relator.

Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.

10. REQUISITO ESSENCIAL:

Art. 14, III, da Lei 9.868/99. A petição inicial indicará: a existência de controvérsia judicial relevante sobre
a aplicação da disposição objeto da ação declaratória.

O requisito essencial é controvérsia judicial e NÃO a controvérsia jurisprudencial.

11. LIMINAR:

Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir
pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que
os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato
normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.

Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção
especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal
proceder ao julgamento da ação no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de sua eficácia.

É diferente da ADI Genérica. A cautelar pode suspender todos os processos do país que versam sobre
aquela matéria. A suspensão terá como prazo máximo 180 dias. Quorum = Maioria absoluta.

12. CITAÇÃO DO PGR:


Idem ADIN Genérica.
Sim. O PGR, quando não for autor da ação, será ouvido.

Art. 103, § 1º, CF - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

13. CITAÇÃO DO AGU:


NÃO há defesa pelo AGU.
É diferente da ADIN Genérica.

14. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS:


Idem ADI Genérica.

Art. 18, Lei 9.868/99. Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação declaratória de
constitucionalidade.
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)

15. DESISTÊNCIA DA AÇÃO:


Idem ADI Genérica.

Art. 16, Lei 9.868/99. Proposta a ação declaratória, não se admitirá desistência.

16. QUÓRUM DE INSTALAÇÃO / DELIBERAÇÃO:


Idem ADIN Genérica.

Art. 22, Lei 9.868/99. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato
normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros.

17. QUÓRUM DE JULGAMENTO:


Idem ADIN Genérica.

Art. 23, Lei 9.868/99. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a


inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem
manifestado pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação
declaratória de constitucionalidade.

18. DECISÃO:

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19. EFEITOS DA DECLARAÇÃO:
Idem ADI Genérica.
Se a ADC for improcedente - STF declara a inconstitucionalidade da norma.
Se a ADI por ação for improcedente - STF declara a constitucionalidade da norma.

Art. 24, Lei 9.868/99. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou
procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação
direta ou improcedente eventual ação declaratória.

20. CARÁTER DÚPLICE OU AMBIVALENTE:


A ADIN e ADC são chamadas de ação dúplice, porque se consegue os efeitos de uma com a outra.

ADI ADC
Sentença Procedente Procedente
Lei Inconstitucionalidade Constitucionalidade

21. MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO:


Idem ADIN Genérica.

22. RECURSO:

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ADPF - Ação de Arguição de Descumprimento de
Preceito Fundamental
1. HISTÓRICO:
Constituição de 1988 - EC 3/93: ADPF.

2. BASE LEGAL:
Art. 102, § 1º; 103, ambos da CF;
Lei 9.882/99.

3. CONCEITO:

Art. 1º, Lei 9.882/99. A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta
perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental,
resultante de ato do Poder Público.

Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental:

I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal,
estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição;

II - (Vetado)

ADPF: É a ação de controle de constitucionalidade proposta pelos legitimados do art. 103 da CF, cabível
para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público, bem como
quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal,
estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição;

ADPF: Ação de competência originária do STF, com efeitos erga omnes e vinculantes, que visa reparar
ou evitar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. Como instrumento de
controle abstrato de constitucionalidade, também caberá para questionar a constitucionalidade de lei ou
ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição Federal de 1988.
Possui caráter subsidiário, sendo incabível sua propositura quando houver qualquer outra medida eficaz
para sanar a lesividade. A legitimidade ativa para propor a ação está prevista no art. 103 da CF/1988. No
Supremo Tribunal Federal, essa ação é representada pela sigla ADPF. (Glossário Jurídico do STF).

Ver Lei 9.882/99 - Lei da ADPF.

4. PRECEITO FUNDAMENTAL:
São normas qualificadas que veiculam princípios e servem de vetores de interpretação das demais
normas constitucionais, como, por exemplo:
a) Fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º, CF);
b) Objetivos Fundamentais (art. 3º, CF);
c) Princípios da República Federativa do Brasil (art. 4º, CF);
d) O conteúdo das cláusulas pétreas (art. 60, § 4º, CF);
e) Os princípios sensíveis - art. 34, VII, CF
f) Os direitos e garantias fundamentais (Título II, da CF - arts. 5º ao 17);
g) Os princípios gerais da atividade econômica (art. 170, CF), etc.;

OBSERVAÇÃO: Concebe-se por “preceitos fundamentais” não só os princípios fundamentais, descritos


na Carta da República - artigos 1º a 4º, mas também todas as prescrições que dão sentido básico do
regime constitucional, especialmente as designativas de direitos e garantias fundamentais.

5. PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE:

Art. 4º, § 1º, Lei 9.882/99. Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental
quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.

É regida pelo princípio da subsidiariedade, ou seja, só cabe ADPF se não couber outro instrumento
processual para resolver a questão (art. 4º, § 1º, Lei 9.882/99).

6. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE:

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A ADI e a ADPF são consideradas ações fungíveis, o que significa que uma pode ser substituída pela
outra. Em razão disso, uma ADPF ajuizada perante o STF poderá ser conhecida como ADI. Da mesma
forma, uma ADI poderá ser conhecida como ADPF.

Nesse sentido, entende o STF que “é lícito conhecer de ação direta de inconstitucionalidade como
arguição de descumprimento de preceito fundamental, quando coexistentes todos os requisitos de
admissibilidade desta, em caso de inadmissibilidade daquela." (STF ADI 4180-MC).

Presentes os requisitos para a propositura da ADI e ausente o caráter subsidiário, o STF poderá
conhecer a ADPF como ADI. (STF – ADPF (QO) 72/PA, rel. Min. Ellen Gracie (01.06.2005): “Tendo em
conta o caráter subsidiário da ADPF, o Tribunal resolveu questão de ordem no sentido de conhecer,
como ADI, a ADPF ajuizada pelo Governador do Estado do Maranhão, em que se impugna a Portaria n.
156/2005).

Do mesmo modo, o STF pode conhecer de ADI como ADPF, quando coexistentes todos os requisitos de
admissibilidade desta, e aquela for inadmissível. STF – ADI 4.180-REF-MC, rel. Min. Cezar Peluso
(10.03.2010).

7. CARACTERÍSTICAS:

8. OBJETO:
a) Evitar OU reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.

b) Quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal,
estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição.

IMPORTANTE:
A ADPF pode ter por objeto ato normativo municipal.

Marcelo Novelino consigna: "Segundo entendimento do Min. Gilmar Mendes, não são admitidos como
objeto de ADI OU ADC, mas poderiam ser questionados por ADPF:
I) Direito pré-constitucional;
II) Direito municipal em face da Constituição Federal;
III) Direito pós-constitucional já revogado;
IV) direito pós-constitucional cujos efeitos já se exauriram;
V) direito pós-constitucional em relação às normas originárias da Constituição de 1988, mas pré-
constitucional em relação às emendas Constitucionais;
VI) Decisões judiciais nas quais a interpretação adotada seja incompatível com um preceito fundamental.
Bons papiros a todos.

“Diferentemente do que se verifica no âmbito do controle abstrato de normas (ADI/ADC), a ADPF poderá
ser proposta contra ato normativo já revogado, tendo em vista o interesse jurídico da solução quanto à
legitimidade de sua aplicação no passado” (Curso de Direito Constitucional. Gilmar Ferreira Mendes e
Paulo Gustavo Gonet Branco. 6ª ed., pág. 1259).

9. NÃO PODE SER OBJETO:


a) Atos políticos (sanção ou veto).
b) Súmula e Súmulas Vinculantes.
c) Norma secundária e de caráter tipicamente regulamentar.

10.ESPÉCIES DE ADPF:

Preventiva.
Ação Autônoma
ADPF Repressiva.

Ação Incidental, por Equiparação ou por Equivalência:

a) ADPF Autônoma:

a.1) Preventiva: Evitar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público e, quando não
houver outro meio eficaz para sanar a lesividade.

a.2) Repressiva: Reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público e, quando não
houver outro meio eficaz para sanar a lesividade.
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b) ADPF Incidental: Quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre LEI ou ATO
NORMATIVO FEDERAL, ESTADUAL ou MUNICIPAL, incluídos os ANTERIORES à Constituição.

BANCA CESPE: Embora lei municipal que contrarie a CF não possa ser objeto de ação direta de
inconstitucionalidade perante o STF, cabe o controle difuso de constitucionalidade, ou mesmo o controle
concentrado, dessa lei, por meio de arguição de descumprimento de preceito fundamental.

Art. 102, § 1.º, CF. A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta
Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.

Art. 1º, Lei 9.882/99. A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta
perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental,
resultante de ato do Poder Público.

Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental:

I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal,
estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição;

DIFERENÇA ENTRE O OBJETO DA ADIN E DA ADPF


ADIN ADPF

Objeto Lei ou ato normativo federal ou estadual Arguição de descumprimento de uma regra
constitucional que se qualifica como preceito
fundamental.
Padrão de Qualquer norma constitucional. Não é qualquer regra constitucional e sim só a
Confronto que é preceito fundamental.

11. LEGITIMADOS:
Os mesmos da ADIN e ADO: Art. 2º, I, da Lei 9.882/99 c/c art. 103 da CF.

Art. 2º, I, Lei 9.882/99. Podem propor arguição de descumprimento de preceito fundamental:
I - os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade;

Art. 103, CF. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

12.COMPETÊNCIA PARA JULGAR:


Idem ADIN.

Art. 102, § 1.º, CF A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta


Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.

Art. 1º, Lei 9.882/99. A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta
perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental,
resultante de ato do Poder Público.

13. PETIÇÃO INICIAL:

Art. 4º, § 2º, Lei 9.882/99. Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá AGRAVO, no prazo de
cinco dias.

Recurso cabível contra decisão que indeferir a petição inicial da ADPF:


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Agravo. Prazo de 5 dias.

14. LIMINAR:

Art. 5º, Lei 9.882/99. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros,
poderá deferir pedido de medida liminar na arguição de descumprimento de preceito fundamental.

§ 1º. Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o
relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno.

§ 2º. O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como o
Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum de cinco dias.

§ 3º. A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de
processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a
matéria objeto da arguição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa
julgada.

a) Cabível (art. 5º, Lei 9.882/99).

b) Concedida pela maioria absoluta dos Ministros do STF.

c) No Recesso: É conferida pelo Relator ad referendum do Tribunal Pleno.

15. CITAÇÃO DO PGR:

16. CITAÇÃO DO AGU:

17. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS:


Idem ADIN Genérica.

18. DESISTÊNCIA DA AÇÃO:

19. QUÓRUM DE INSTALAÇÃO / DELIBERAÇÃO:

20. QUÓRUM DE JULGAMANETO:

21. DECISÃO:

22. EFEITOS DA DECISÃO:


Art. 10, da Lei 9.882/99.
Eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgão do Poder Público. Resumindo:
Erga omnes, ex tunc e vinculante

23. MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO:

Art. 11, Lei 9.882/99. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de ADPF, e
tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria
de 2/3 de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a
partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

O STF dissociou a declaração de inconstitucionalidade da correlata pronúncia de nulidade dos atos, em


nome da segurança jurídica. A declaração clássica de inconstitucionalidade tem efeito ex tunc e erga
omnes. Pode ocorrer um conflito entre 2 princípios (Princípio da Nulidade e Princípio do Interesse
Jurídico). O STF buscou um meio termo: declara a lei inconstitucional, mas resguarda os atos
praticados.

24. RECURSO:

Art. 12, Lei 9.882/99. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em arguição de
descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória.

25. AÇÃO RESCISÓRIA:

Art. 12, Lei 9.882/99. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em arguição de
descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória.
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26. RECLAMAÇÃO:

Art. 13, Lei 9.882/99. Caberá reclamação contra o descumprimento da decisão proferida pelo Supremo
Tribunal Federal, na forma do seu Regimento Interno.

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