A Doutrina Do Pecado e Culpa Original - Herman Hoeksema
A Doutrina Do Pecado e Culpa Original - Herman Hoeksema
A Doutrina Do Pecado e Culpa Original - Herman Hoeksema
*
E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em maio/2007.
†
Nota do tradutor: Ver Reformed Dogmatics, Vol. 1, p. 377-392.
espada. Ele é o único poder ordenado por Deus que tem a autoridade de
manusear a espada, bem como de declarar e travar uma guerra. O soldado que
é chamado pelo governo e vai para a batalha não comete assassinato e não é
culpado do sangue derramado se mata o inimigo no campo de batalha. Ele
meramente manuseia a espada do governo e faz assim em nome do governo.
Contudo, isso significa que não existe responsabilidade e sofrimento comunal?
Que cidadão em são juízo diria que quando o governo declara guerra, o
próprio governo teria lutado melhor suas próprias batalhas? Quando o
governo declara guerra, todos os seus cidadãos estão num estado de guerra, e
terão que sofrer todas as conseqüências implicadas. Mesmo diante de Deus,
uma nação não é um agregado de indivíduos, mas um corpo legal; o governo
representa todos os seus cidadãos. Se o governo, para suprir as despesas de
uma guerra, acumula um débito de muitos bilhões de dólares, todos os seus
cidadãos são responsáveis pelo pagamento do débito; mesmo seus filhos e os
filhos dos seus filhos terão que suportar o peso dessa responsabilidade.
Assim acontece em todo departamento da vida. É verdade que existe
responsabilidade individual e pecado e culpa individual. É também verdade
que nesse sentido os filhos não podem ser considerados responsáveis pelos
pecados dos pais. É também verdade, contudo, que existe uma
responsabilidade e culpa comunal que percorre as gerações. Deus visita “a
iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que [o]
aborrecem” (Ex. 20:5). Deus criou toda a raça humana em Adão como uma
corporação legal representada por nosso primeiro pai. Portanto, ninguém
pode dizer que não é responsável pela transgressão de Adão, pois todos
pecaram nele e seu pecado é imputado a todos eles.
Essa é a solução apresentada pela Escritura aos problemas do pecado e
da morte e de sua universalidade e relações entre si. Todos os homens nascem
no pecado porque toda a natureza humana foi corrompida pelo pecado do
homem Adão. Através de um homem o pecado entrou no mundo e a morte
pelo pecado (Rm. 5:12); assim, todos os homens nascem mortos no sentido
pleno. Eles nascem com o poder da morte física tragando-os para a sepultura
e com a corrupção da morte espiritual em seus corações, de forma que estão
mortos em delitos e pecados quando entram no mundo (Ef. 2:1). A morte é
punição: é a execução da sentença justa do juiz supremo do céu e da terra
sobre todos.
Se a morte é punição, e se essa punição é infligida sobre toda a raça
humana, sobre cada indivíduo antes dele ser capaz de cometer qualquer
pecado real, então a razão deve ser que aos olhos de Deus toda a raça humana
é culpada com uma culpa comunal, no homem Adão. É assim que as
Escrituras nos instruí em Romanos 5:12-14, onde o texto está tratando com o
problema da morte universal: